PROEJA-FIC - Caminhos e Descaminhos da Economia Solidária: Educação para Cidadania - Profºs....
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Caminhos e descaminhos da Economia Solidária:
Educação para cidadania
Gilson Luiz dos AnjosJoão Carlos Pereira Junior
Este artigo problematiza o PROEJA FIC enquanto política de governo,
que é fruto das demandas do movimento social organizado e dos
debates no FORUM SOCIAL MUNDIAL Porto Alegre.
Na perspectiva da crítica construtiva
Nossa reflexão tem por base a experiênciação docente com alunos
e professores neste programa.
DESCAMINHOS
54 dias de prazo entre a publicação do Ofício no DO para a apresentação das propostas de cursos, carreiras,
projetos político pedagógicos, carreiras profissionais etc.
Em um programa tão abrangente e inovador, propor parcerias entre os Institutos Federais, sem experiência
em ensino fundamental, com prefeituras municipais, sem experiência em formação
profissional, com um prazo (54 dias) tão exíguo para a sua construção,
gerou grandes dificuldades
Dificuldade de determinar, em tão pouco tempo, as carreiras
profissionais que mais convinham/interessavam aos sujeitos
estudantes e que lhes permitissem uma inserção exitosa no mundo do
trabalho.
Dificuldade dos parceiros em articular, no prazo, com os setores
envolvidos no desenvolvimento local, propostas realmente significativas e produtivas, inclusive para a definição das carreiras profissionais escolhidas
para as turmas de PROEJA FIC.
Dificuldades de relacionamento do IFRS com o poder público municipal
de alguns municípios que, em grande parte, ao assinar os convênios, desconheciam exatamente a
dimensão do programa.
Resistência e desinteresse por parte dos profissionais do IFRS
em participar do Programa.
Dificuldades pontuais na comunicação entre gestores do programa, funcionários do IFRS,
gestores, coordenadores e educadores dos municípios
envolvidos.
Formação dos professores e profissionais envolvidos no programa
iniciou tardiamente em alguns municípios.
Falta de tempo para a construção do programa de formação dos
professores e grande alteração no quadro de formadores.
Receio e insegurança inicial dos professores e diretores das escolas
participantes do programa.
Resistência dos educadores em transformarem as suas práticas
pedagógicas.
Inexistência de educadores vinculados ao IFRS para ministrarem aulas em
algumas carreiras profissionalizantes e dificuldade burocrática para a
contratação de profissionais não vinculados a órgãos federais.
Um “não saber o que fazer” em diversas situações, causando
lentidão na solução de questões emergentes e pontuais por parte da SETEC , do IFRS e das Prefeituras.
Descumprimento por algumas prefeituras municipais de diversos
combinados construídos e costurados durante as articulações.
Trocas de professores e interlocutores/gestores municipais.
CAMINHOS
O programa é de fato muito abrangente e inclusivo.
Oportunizou o retorno à escolarização de milhares de
cidadãos em situação de vulnerabilidade social.
Desacomodou os Institutos Federais discutindo a importância, relevância e
necessidade do atendimentoa estes sujeitos.
Amplo programa de formação de profissionais de educação com os
cursos de formação e especializaçãovoltados para uma educação cidadã.
A transformação das práticas “respingaram” em outras turmas das
escolas envolvidas e em outras escolas que os professores do
PROEJA FIC lecionavam.
Resultados nos alunos participantes, tais como:
Ascensão profissional, melhoria da autoestima e da
autoimagem, melhoria nas relações familiares, profissionais e comunitárias
são visíveis e “gritantes”.
Aprimoramento da estrutura das escolas participantes e dos próprios
Institutos Federais.
Realização de seminários e produção de livros com artigos produzidos pelos educadores envolvidos.
Trouxe a certeza de que outros modelos de educação são possíveis.
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