PRODUÇÃO DE COENTRO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES …
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS DE ARAPIRACA
AGRONOMIA
PRODUÇÃO DE COENTRO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DENSIDADES E ESPAÇAMENTOS NO AGRESTE
ALAGOANO
WYLLYAM EMANUELL DA SILVA
ARAPIRACA/AL
FEVEREIRO DE 2016
WYLLYAM EMANUELL DA SILVA
PRODUÇÃO DE COENTRO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DENSIDADES E ESPAÇAMENTOS NO AGRESTE
ALAGOANO
ARAPIRACA/AL
FEVEREIRO DE 2016
Trabalho de Conclusão de Curso depositado como requisito parcial para conclusão do curso de Agronomia, da Universidade Federal de Alagoas – Campus de Arapiraca, sob a orientação do Prof. Dr. Antônio Lucrécio dos Santos Neto.
Wyllyam Emanuell da Silva
PRODUÇÃO DE COENTRO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DENSIDADES E
ESPAÇAMENTOS NO AGRESTE ALAGOANO
Trabalho de Conclusão de Curso
submetido ao Corpo Docente do Curso
de Agronomia Bacharelado, da
Universidade Federal de Alagoas-
UFAL, Campus de Arapiraca.
Data de aprovação: 22/02/2016
Banca Examinadora
Dedico
À Deus,
Aos Meus Pais Edivaldo e Sônia que
me ensinaram a vida e que sem eles
este sonho não poderia ter início.
Ao meu irmão Sávio.
As minhas avós, Maria José e Maria
do Carmo. E meu amigo Antony Moura
(In memorian).
E aos demais familiares pela ajuda e
paciência durante toda a minha
graduação.
AGRADECIMENTO
Ao meu orientador Prof. Dr. Antônio Lucrécio dos Santos Neto, pelos
ensinamentos durante a graduação de Agronomia, e sem dúvida a amizade
construída.
Aos Professores do Curso de Agronomia pela dedicação e comprometimento
nas aulas ministradas, passando-me todo o conhecimento que possuo hoje.
Aos meus Amigos, Ricardo Barros, Igor Gledson, Paulo Henrique, Lennon
Kledson, Paulo César, Daniel Cerqueira.
À todos meus amigos que não foram citados da Universidade Federal de
Alagoas/ Campus de Arapiraca pela paciência e constante ajuda.
À todos que participaram direta ou indiretamente da minha formação
acadêmica e realização deste trabalho, os meus agradecimentos.
SUMÁRIO
Lista de Tabelas ......................................................................................................... i
Lista de Figuras ......................................................................................................... ii
Resumo ..................................................................................................................... iii
Abstract ..................................................................................................................... iv
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 12
2.1. A CULTURA DO COENTRO .............................................................................. 12
2.2. DENSIDADE E ESPAÇAMENTO ....................................................................... 14
3. OBJETIVOS .......................................................................................................... 16
3.1. GERAL ............................................................................................................... 16
3.2. ESPECÍFICOS ................................................................................................... 16
4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 17
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 22
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 28
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 29
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Preparo da área experimental para cultivo de coentro ............................17
Figura 2 – Sulcos abertos contendo sementes de coentro........................................18
Figura 3 – Vista da área experimental de produção de coentro................................19
Figura 4 – Adubação de fundação para a cultura do coentro....................................19
Figura 5 - Adubação de cobertura na cultura do coentro...........................................20
Figura 6 – Avaliação das plantas de coentro.............................................................21
Figura 7 - Peso Fresco das Folhas (PFF) em função de diferentes espaçamentos e
densidades.................................................................................................................23
Figura 8 - Peso Fresco Total (PFT) em função de diferentes espaçamentos e
densidades.................................................................................................................24
Figura 9 - Número de Plantas (NP) em função de diferentes espaçamentos e
densidades.................................................................................................................25
Figura 10 - Altura (ALT) em função de diferentes espaçamentos e
densidades.................................................................................................................26
Figura 11 - Peso de 20 plantas (P20) em função de diferentes espaçamentos e
densidades.................................................................................................................26
Figura 12- Teor de clorofila em função de diferentes espaçamentos e
densidades.................................................................................................................28
Figura 13 – Peso seco da folha (PSF) e Peso seco da haste (PSH) em função de
diferentes espaçamentos e densidades.....................................................................29
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características químicas do solo da área experimental para produção de
coentro... ................................................................................................................... 17
Tabela 2 - Resumo da análise de variância para as variáveis teor de clorofila
(CLOR), peso fresco das folhas (PFF), peso fresco da haste (PFH), peso fresco total
(PFT), em função de diferentes espaçamentos e densidades na cultura do
coentro........................................................................................................................22
Tabela 3 - Resumo da análise de variância para as variáveis, número de plantas
(NP), peso fresco de 20 plantas (P20), peso seco das folhas (PSF), peso seco da
haste (PSH), em função de diferentes espaçamentos e densidades na cultura do
coentro........................................................................................................................22
Tabela 4 - Valores médios de peso fresco da haste (PFH), peso seco das folhas
(PSF), peso seco da haste (PSH), em função de diferentes espaçamentos e
densidade na cultura do coentro................................................................................27
RESUMO
O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma das olerícolas de maior importância no
Brasil, cuja adaptabilidade às condições tropicais de clima quente proporcionou a
produção em diversas regiões do país. Apesar da sua importância, há poucos
estudos voltados para cultura do coentro, principalmente sobre o espaçamento e a
densidade populacional de plantas, o que pode implicar na queda ou aumento da
produtividade. Assim, o trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o
desenvolvimento e produção da cultura do coentro em função de diferentes arranjos
espaciais. O experimento foi conduzido no Campus de Arapiraca da Universidade
Federal de Alagoas, no período de março a de junho de 2015. O delineamento
experimental utilizado foi de blocos casualizados (DBC), em esquema fatorial 4x2,
avaliando-se diferentes espaçamentos entre fileiras duplas (10; 12,5; 15 e 17,5 cm) e
desbaste (com e sem). Avaliaram-se as seguintes características: teor de clorofila,
peso fresco das folhas, peso fresco da haste, peso fresco total, número de plantas,
peso fresco de 20 plantas, peso seco das folhas, peso seco da haste. Os dados
foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste
de Tukey (p<0,05),e a análise de regressão utilizando o software SISVAR. O
desbaste é recomendável na cultura do coentro e os diferentes espaçamentos
estudados resultam em plantas mais vigorosas, agregando valor a cultura do
coentro.
Palavras-chave: Coriandrum sativum L., arranjo ideal, densidade populacional.
ABSTRACT
Coriander (Coriandrum sativum L.) is one of the most important vegetable crops in
Brazil, whose adaptability to the hot climate of tropical conditions provided production
in various regions of the country. Despite its importance, there are few studies
focused on coriander culture, especially on the spacing and density of plants, which
may result in the fall or increase productivity. Thus, the study was to evaluate the
development and production of coriander crop due to different spatial arrangements.
The experiment was conducted in the Arapiraca campus of the Federal University of
Alagoas, in the period from March to June 2015. The experimental design was a
randomized block design (RBD) in 4x2 factorial design, evaluating different spacing
between double rows ( 10, 12.5, 15 and 17.5 cm) and thinning (with and without). It
was evaluated the following characteristics: chlorophyll content of fresh weight of
leaves, fresh weight of stem, the total fresh weight, number of plants, plant fresh
weight 20, dry weight of leaves, stem dry weight. Data were subjected to analysis of
variance and means were compared by Tukey test (p <0.05), and regression analysis
using software SISVAR. The thinning is recommended in coriander culture and the
different studied spaces result in more vigorous plants, adding value to coriander
culture.
Index-terms: Coriandrum sativum L., ideal arrangement, population density.
10
1. INTRODUÇÃO
O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma das olerícolas de maior importância
no Brasil, cuja adaptabilidade às condições tropicais de clima quente proporcionou a
instalação de diversos cinturões verdes nas áreas periféricas dos grandes centros
consumidores, os quais utilizam essa olerícola tanto no consumo in natura, na forma
de massa verde, como também em condimentos de diversos tipos de pratos
(OLIVEIRA et al., 2015).
O cultivo do coentro tem maior destaque nos seguintes estados do Nordeste:
Alagoas, Paraíba e Pernambuco. Na Paraíba, é cultivado em quase todas as
microrregiões por pequenos produtores sem nenhuma orientação, o que tem
ocasionado queda no rendimento, principalmente devido à falta de um programa de
nutrição mineral e densidade populacional adequada (PEDROSA et al., 1984).
Em Alagoas, o coentro também é cultivado em quase todas as microrregiões
do estado por pequenos e médios produtores sem nenhuma orientação, o que
diminui o potencial e a qualidade nessas microrregiões. Dentre essas microrregiões,
o Agreste se destaca como maior polo produtor da olerícola no Estado, atendendo
com cerca de 90% do que é consumido no mercado interno alagoano. Em algumas
épocas do ano, esta olerícola é exportada para atenderem, também, as Centrais de
Abastecimentos dos Estados da Bahia, Pernambuco e Sergipe (OLIVEIRA, 2008).
Entre os principais tratos culturais na produção da cultura do coentro,
destaca-se a densidade e o espaçamento, que influenciam diretamente na
população de plantas. Segundo Endres (1996), a maior expressão do potencial
produtivo das cultivares depende das condições do meio onde as plantas irão
desenvolver-se. Assim, alterações relacionadas com a população de plantas podem
reduzir ou aumentar os ganhos em produtividade, pois essa característica é
conseqüência da densidade das plantas e do seu espaçamento entre as linhas. A
população de plantas é o fator que menos afeta a produtividade, desde que as
plantas estejam distribuídas uniformemente. Assim, o espaçamento entre as linhas e
a densidade de plantas pode ser manipulado, com a finalidade de estabelecer o
arranjo mais adequado à obtenção de maior produtividade.
Em Mossoró, Lima et al. (2005), estudaram a produção de diferentes
cultivares de coentro em função de doze diferentes espaçamentos de plantio, ao
11
final, analisando cada arranjo, observaram que os espaçamentos 0,20m x 0,05 m,
0,20m x 0,06m, 0,25m x 0,05 e 0,30m x 0,05, proporcionam o maior acúmulo de
massa seca da parte área, não diferindo para as demais variáveis que foram
analisadas no experimento.
Já, Barros Júnior et al. (2004), estudando a produção de rúcula em diferentes
espaçamentos dentro da linha de plantio, observaram que o espaçamento de 10 cm,
foi o que resultou em maiores valores de altura de plantas, massa fresca e seca da
parte área e produtividade de rúcula. Já em Belém, Pegado et al. (2004), estudando
a densidade de plantio de rúcula em sistema de cultivo protegido, observaram que o
espaçamento de 0,5 m x 0,10 m foi superior àquele obtido com 10 cm x 10 cm na
característica de produção por unidade de área. Esses resultados demostram que
olerícolas de pequeno porte como coentro, salsa e rúcula, podem apresentar grande
variação em sua produtividade em função do seu arranjo espacial.
Em Alagoas também há uma grande falta de investimento em pesquisas na
cultura do coentro, fazendo com que o produtor utilize tratos culturais rústicos e que
nem sempre lhe rende resultados satisfatórios. Assim, o trabalho foi realizado com o
objetivo de avaliar diferentes densidades e espaçamentos na cultura do coentro na
região do agreste alagoano.
12
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. A cultura do coentro
O coentro é originário da região leste do mediterrâneo e oeste da Ásia, tem
como nome cientifico Coriandrum sativum L., pertence à família Apiaceae, a mesma
da Cenoura, Salsa e Mandioquinha-salsa, a qual compreende mais de 300 gêneros
e aproximadamente 3000 espécies (EMBRAPA, 2007).
Segundo IBGE (2006), no Brasil, 34.018 estabelecimentos entre proprietário,
assentado, arrendatário, parceiro, ocupante e produtor sem área, cultivaram a
cultura do coentro, obtendo um valor de produção de R$ 121.313,00. Desse
montante, o Nordeste foi detentor do maior valor de produção com R$ 85.509,00,
quando comparado com as demais regiões do país.
Já em relação as suas características botânicas, o coentro é uma erva anual
que pode atingir até 1 metro de altura; folhas alternas e de coloração verde brilhante,
as superiores são divididas, o mesmo não acontecendo com as inferiores; caule
ereto; flores de coloração rosa ou branca organizadas em umbelas; frutos
globulosos secos e pequenos, marcados por cinco pequenas costelas achatadas
separados em dois mericarpos na maturidade. Possui substâncias químicas como,
taninos, pectinas, cumarinas, fenilpropanóides, coriandrinondiol e óleo essencial
contendo linalol como principal constituinte e possui como forma de propagação
seus frutos-sementes (NEGRAES, 2003).
Segundo Donegá (2009), o coentro possui uma complexidade de substâncias
benéficas para o ser humano, dentre elas as vitaminas A, B1, B2 e C e os minerais
K, Ca, Na, Mg, e Fe.
Normalmente é cultivado com espaçamento de 20 cm x 5 cm entre linhas e
plantas, respectivamente. A sementeira realiza-se em local definitivo, podendo fazer-
se na primavera ou outono, caso não ocorram geadas, logo que o solo apresente
uma boa temperatura (GARDE e GARDE, 1981).
Segundo Gardé e Gardé (1981) o espaçamento entre linhas deverá ser de
vinte centímetros. A profundidade de sementeira pode variar entre os 2 cm e 5 cm,
colocando-se as sementes em sulcos abertos (FRANCISCO e HERTWIG, 1986).
A quantidade de semente necessária por hectare diverge segundo os autores.
Bustamante (1987) refere 4 a 5 kg/ha-1, Dias (2005), 8 a 10 kg/ ha-1 (FRANCISCO e
13
HERTWIG 1986; SILVA, 1997) aconselham entre 15 a 25 kg/ha-1. Outros autores
referem ainda densidades dependendo da largura das linhas e do povoamento de
plantas desejada, podendo ir de 28 a 112 kg/ha. A densidade de sementeira ótima
segundo SIAV (2003) varia segundo o genótipo e a data de sementeira, referindo
120 e 200 plantas/m2. Alguns produtores, segundo Pereira e Nascimento (2003),
dividem os frutos para maior rendimento de sementeira para obter melhoria na
germinação, observando um aumento na velocidade de germinação em sementes
partidas, podendo estar relacionado com uma absorção mais rápida da água.
Prefere regiões de clima quente, solos com boa fertilidade, profundos, bem
trabalhados, drenados e com boa exposição à luz, exigindo sempre elevada
intensidade luminosa. É intolerante a baixas temperaturas, pois, retarda
imediatamente o seu crescimento. Recomenda-se uma adubação com esterco de
gado bem curtido, esterco de galinha, composto orgânico, quando necessário ou
adubação química (NPK) (CORREA JÚNIOR, 1994).
É imprescindível destacar que o coentro é uma cultura que exige elevada
intensidade luminosa, desenvolvendo-se bem em clima quente cuja temperatura
compreenda entre 20 a 30ºC. É intolerante a baixas temperaturas, pois, retarda
imediatamente o seu crescimento. A cultura do coentro pode ser semeada ao longo
do ano em baixa altitude, além de ser pouco exigente em relação ao solo e tolerante
à acidez do solo (FILGUEIRA, 2008).
A colheita realiza-se segundo a finalidade da produção. Quando a cultura se
destina à obtenção de folhas, a colheita deve ser feita no momento em que a planta
possui um número de folhas suficientes que possam ser colhidas sem pôr em causa
a sua posterior recuperação (Gardé e Gardé, 1981). A colheita de folhas poderá ser
feita antes da floração, até surgirem os primeiros órgãos reprodutivos que originarão
as flores (VASCONCELLOS, 1949).
Quando a cultura se destina à obtenção de semente, dever-se-á colher
quando as inflorescências apresentam 50 a 60% dos frutos com uma coloração
amarelo-dourado ou castanho-claro-amarelado, conforme as características da
variedade, reduzindo-se deste modo a perda do rendimento, uma vez que os frutos
maduros caem facilmente no solo (FRANCISCO e HERTWING, 1986; JUNIOR e
NASCIMENTO, 2009).
A colheita dos frutos pode ser realizados manualmente, cortando-se os ramos
com as umbelas, acondicionados em recipientes sem furos e transportados para um
14
local de secagem para completar a maturação. Por sua vez, a colheita mecanizada é
principalmente utilizada em áreas mais extensas. Este tipo de colheita geralmente
apresenta maior percentagem de frutos partidos (NASCIMENTO et al., 2006) e
acarreta mais gastos na produção. Esta técnica só se justifica em larga escala.
Os locais de secagem dos frutos devem ser locais ensolarados e ventilados,
com temperaturas num intervalo de 32 a 42ºC. Ao nível industrial, os frutos devem
ser submetidos à temperatura de 38ºC em secadores ou estufas elétricas, onde
perdem água até atingirem 7% do teor de umidade, condição ideal para o seu
posterior acondicionamento (JUNIOR e NASCIMENTO, 2009).
2.2. Densidade e Espaçamento
As várias alternativas de combinações de espaçamentos e densidades de
plantas podem ser definidas como “arranjo de plantas”, ou seja, é a forma como as
plantas estão distribuídas na área, o espaçamento entre linhas e a distribuição de
plantas na linha. Teoricamente, o melhor arranjo de plantas é aquele que
proporciona uma distribuição mais uniforme das plantas na linha de semeadura,
possibilitando melhor utilização da luz, água e nutrientes (ASSIS, 2014).
Dentre as práticas empregadas para a obtenção de maior produtividade nos
cultivos agrícolas, destacam-se a escolha da densidade adequada de semeadura e
do melhor arranjo entre as plantas. Em função disso, é que se procura diminuir os
espaços entre as fileiras de plantas e aumentar a quantidade de plantas por área,
buscando aumentar a produtividade. Para aumentar a densidade de semeadura,
tem-se também que observar alguns fatores como a cultivar, o nível de fertilidade, a
umidade do solo e o grau de tecnologia a ser usado (ASSIS, 2014).
Outro item relacionado com o aumento do número de plantas por unidade de
área é a redução do espaçamento entre fileiras. A diminuição do espaçamento entre
as linhas de plantas está diretamente relacionada com a competição com as plantas
daninhas, em que o menor espaçamento entre linhas irá dificultar sua germinação e
estabelecimento. A redução do espaçamento também permite melhor arranjo e
distribuição espacial das plantas, possibilitando assim, melhor absorção de
nutrientes e melhor absorção de água (ASSIS, 2014).
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Molin (2000), através de uma série de experimentos, confirma que com o
acréscimo na densidade de plantas e redução do espaçamento entre linhas de
semeadura, plantio em fileiras duplas, é possível otimizar a eficiência da
interceptação de luz pelo aumento do índice foliar mesmo nos estádios fenológicos
iniciais, melhorando o aproveitamento de água e nutrientes, diminuindo ao longo do
ciclo da cultura a competição com ervas daninhas, já que uma melhor distribuição
das plantas na área impede o surgimentos de tantas plantas invasoras, além de
reduzir a competição inter e intraespecífica por esses fatores, aumentando assim a
produção.
Segundo a Embrapa (2003), o espaçamento em fileiras duplas oferece as
seguintes vantagens: facilita a mecanização, facilita a consorciação, reduz o
consumo de sementes, de adubos, mão de obra com plantio e colheita, permite a
rotação de culturas pela alternância das fileiras, reduz a pressão de cultivo sobre o
solo e facilita a inspeção fitossanitária e a aplicação de defensivos.
Outro ponto importante na densidade e espaçamento é o desbaste é um trato
cultural que visa retirar o excesso de plantas emergidas. Geralmente, o semeio é
feito em alta densidade, colocando sementes em excesso, para evitar problemas de
germinação. A principal função do desbaste é evitar que ocorra competição por
nutrientes, devido à grande quantidade de mudas.
Esse procedimento é importante não apenas na semeadura direta, mas
também em sementeiras e recipientes. Algum caso típico observa-se na cultura da
alface, coentro, cenoura, etc, quando se empregam sementes não peletizadas.
Como elas são muito pequenas, ao semear caem muitas de uma só vez, e, assim,
as mudas desenvolvem-se bem próximas e em grande quantidade. O desbaste
diminui o risco dessas crescerem estioladas ou raquíticas e fracas (MORGAN,
2015).
16
3. OBJETIVOS
3.1. Geral
Avaliar o desempenho produtivo da cultura do coentro em função de
diferentes densidades e espaçamentos.
3.2. Específico
a) Determinar qual a melhor densidade para o cultivo da cultura do
coentro.
b) Determinar qual o melhor espaçamento para o cultivo da cultura do
coentro.
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4. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Federal de
Alagoas, Campus de Arapiraca, no período de março a junho de 2015, localizado a
uma longitude W 36° 37’ 19,7’’ e, latitude S 09° 48’ 40,3’’. O solo da área
experimental é considerado como Argissolo Vermelho Distrófico Típico. As
propriedades químicas do solo estão apresentadas na (Tabela 1).
Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental para produção de
coentro.
pH K+
P Na+
--------- mg dm – 3
-----------
Ca2+
Mg2+
Al3+
H + Al
---------- cmolc dm-3
----------
CTC SB V%
----------- mg dm – 3
------------
5,6 109 11 12 2,1 0,8 0,09 1,2 2,62 2,53 67,8
O preparo do solo foi realizado através de uma gradagem, poucos dias antes
do semeio, que teve como finalidade descompactar o solo da área, melhorando
assim a infiltração de água e aeração do solo, além de eliminar as ervas daninhas
da área. Também se retirou entulhos presentes na área. Em seguida iniciou-se o
preparo dos canteiros e instalação do sistema de irrigação, onde adotou-se o
método por gotejo.
Figura 1. Preparo da área experimental para cultivo de coentro.
Fonte: SILVA, 2016.
18
Utilizou-se a cultivar “Verdão”, sendo que a semeadura foi realizada em
sulcos, no sentido longitudinal do canteiro, sendo estes de 2 cm de profundidade. A
distribuição das sementes foi feita de forma manual.
Figura 2. Sulcos abertos contendo as sementes de coentro.
Fonte: SILVA, 2016.
Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados (DBC), em
esquema fatorial 2 x 4, onde os fatores foram: com e sem desbaste e diferentes
espaçamentos, sendo estes de 10 cm, 12,5 cm, 15 cm e 17,5 cm. Realizou-se o
sorteio no software estatístico SISVAR®. Cada canteiro possuiu 15 m de
comprimento, onde cada bloco foi constituído por 8 parcelas experimentais. As
parcelas possuíram 1,0 m de largura por 0,9 m de comprimento, eram espaçadas
entre si por 4,5 cm, totalizando assim 32 parcelas. Adotou-se por parcela 6 linhas de
sulcos para semeio, em fileiras duplas, considerando-se como parcela útil a fileira
dupla , desprezando-se 0,25m de cada extremidade (Figura 2).
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Figura 3. Vista da área experimental de produção de coentro.
Fonte: SILVA, 2016.
A adubação de fundação e de cobertura foi realizada baseada em análise
química do solo e a recomendação para o cultivo do coentro, segundo o Instituo
Agronômico de Pernambuco (IPA, 2008). Foram utilizados 30 kg de N ha-1, 90 kg de
P2O5 ha-1 e 60 kg de K2O ha-1, assim, mediante os cálculos realizados foram
incorporados 8,8 g de uréia, 27,02 g de P2O5 e 14,02 g de K2O, por 0,9 m2, em
sulcos a uma profundidade de 15 centímetros.
Figura 4. Adubação de fundação para a cultura do coentro.
Fonte: SILVA, 2016.
20
Já em relação a adubação de cobertura, foi realizada aos 15 e 25 Dias após
semeadura. Utilizou-se 40 kg de N ha-1, onde foram feitos sulcos nas entrelinhas
com profundidade de 8 cm e em seguida adubado, tendo como fonte de N a uréia.
Figura 5. Adubação de cobertura na cultura do coentro.
Fonte: SILVA, 2016.
A avaliação e colheita aconteceram 30 D.A.S. (Figura 4), quando as plantas
apresentavam características comerciais desejáveis, como: cor intensa, altura de 20
cm e plantas bastante folhosas. Assim, obteve-se os valores das seguintes
variáveis:
Teor de clorofila (CLOR): foi utilizado o clorofilômetro modelo
Chlorophyll Meter Spad- 502 Plus, com os resultados apresentados
em unidades SPAD, determinada em uma amostra de 10 plantas
escolhidas aleatoriamente na parcela útil, selecionando cinco
folhas de cada, por meio de cinco leituras, obtendo o valor médio
de teor clorofila por planta;
Número de plantas (NP): contagem de plantas da parcela útil;
Altura de planta: através de uma régua graduada, mediu-se desde
o colo da planta até a última folha da parte área da mesma, a
quantidade de 20 plantas escolhidas aleatoriamente;
Produtividade de massa fresca: quantificada por meio do peso
da massa fresca da parcela útil de 20 plantas. Peso de folhas e de
hastes;
21
Pesagem massa seca: quantificada por meio do peso seco das
hastes e folhas da parcela útil de 20 plantas.
Figura 6. Avaliação das plantas de coentro.
Fonte: SILVA, 2016.
Foi feita, por meio do programa estatístico Sisvar, a análise de variância e as
médias foram comparadas pelo teste de Tukey (desbaste) e análise de regressão
(espaçamento), com 5% de probabilidade.
22
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram verificados efeitos significativos (p<0,01 e p<0,05) na análise de
variância para ambos os fatores, desbaste e espaçamento, em quase todas as
variáveis analisadas (Tabela 2).
Tabela 2 – Resumo da análise de variância para as variáveis, Clorofila (CLOR),
Peso fresco da folha (PFF), Peso fresco da haste (PFH), Peso fresco total (PFT) em
função de diferentes espaçamento e desbaste na cultura do coentro.
Fontes de Variação GL Valores de Quadrados Médios
CLO PFF PFH PFT
Desbaste (D) 1 2,43101NS
521,241* 6521,06* 125728*
Espaçamento (E) 3 6,91663* 48,9871* 346,732* 20542,5*
D x E 3 0,25101ns
46,2071* 45,5855ns
22737,1*
Bloco 3 1,16488ns
19,9498ns
34,2288ns
8466,57ns
Erro 21 0,77877 9,15882 66,1375 2131,72
CV (%) 3,14 17,88 16,62 12,60
ns não significativo, *significativo a 1 % e **significativo a 5% de probabilidade, pelo teste F (p<0,05).
Tabela 3 - Resumo da análise de variância para as variáveis, Número de plantas
(NP), Altura de plantas (ALT), Peso seco da haste (PSH), Peso seco da folha (PSF),
Peso 20 plantas (P20) em função de diferentes espaçamentos e densidades na
cultura do coentro.
Fontes de Variação
GL
Valores de Quadrados Médios
NP ALT PSH PSF P20P
Desbaste (D) 1 182358* 3,11875ns
44,4860* 8,15070* 25239,4*
Espaçamento (E) 3 11964,5* 13,2144* 0,29379ns
1,14857** 894,925**
D X E 3 10744,7* 15,3417* 0,65864ns
0,07580ns
658,819**
Bloco 3 3675,12ns
9,91681ns
2,08060ns
0.09007ns
139,046ns
Erro 21 914,588 3,38874 3,38874 0,47722 184,679
CV (%) 25,13 5,99 18,78 21,97 15,92
ns não significativo, *significativo a 1 % e **significativo a 5% de probabilidade, pelo teste F (p<0,05).
PFF = Peso fresco da folha; PFT = Peso fresco total; PFH = Peso fresco da haste; PSH = Peso seco da haste;
P20P = Peso de 20 plantas.
23
A interação dos fatores desbaste e espaçamento (DxE), revelou-se
significativa em relação às variáveis peso fresco das folhas (PFF), peso fresco total
(PFT), número de plantas (NP), altura de plantas (ALT) e peso de 20 plantas (P20).
Para as demais variáveis não houve efeitos significativos em relação à interação
entre os fatores
Em relação a variável peso fresco da folha (PFF), houve efeitos significativos
para a interação (D x E), onde no fator desbaste a variável foi significativa tanto para
as plantas que tiveram desbaste, como também para as plantas que não foram
submetidas ao desbaste. De acordo com a equação da regressão o (PFF) foi
ajustado no modelo linear para a variável com desbaste, quando o espaçamento
aumentou o PFF diminuiu. Sem desbaste de acordo com a regressão quadrática o
espaçamento de 17,5 cm foi o ideal para que o PFF atingisse seu peso máximo de
15,5 g (Figura 7).
Figura 7. Peso Fresco das Folhas (PFF) em função de diferentes espaçamentos e
densidades.
Fonte: Silva, 2016.
A comercialização do coentro é realizada em feiras livres, mercados públicos,
supermercados e quitandas em forma de molhos, e quando estes se apresentam
frescos, sendo o rendimento de molhos um parâmetro muito importante para a
rentabilidade do produtor (MARQUES e LORENCETTI, 1999). Assim, nota-se que o
peso fresco das folhas é muito importante para o maior rendimento de molhos e
maior ganho ao produtor.
yCom = -1,253x + 38,18 R² = 0,896
ySem = 0,294x2 - 7,975x + 64,66 R² = 0,834
5
10
15
20
25
30
10 12,5 15 17,5
Pe
so
Fre
sc
o d
a F
olh
a (
g)
Espaçamento (cm)
COM SEM
24
Em relação a variável peso fresco total (PFT), houve efeitos significativos para
a interação (D x E), onde no fator desbaste a variável foi significativa para as plantas
sem desbaste. De acordo com a equação da regressão o modelo ajustado foi
quadrático, onde o espaçamento ideal foi de 10 cm para atingir o peso total de
557,27. Assim como o peso fresco das folhas, o peso fresco total também é de
grande importância para comercialização, onde quanto maior o peso fresco, maior
valor será agregado ao produto, que geralmente é comercializado in natura (Figura
8).
Figura 8. Peso Fresco Total (PFT) em função de diferentes espaçamentos e
densidades.
Fonte: Silva, 2016.
Em relação à número de plantas (NP), observou-se significância para a
interação (D x E), onde no fator desbaste, a variável foi significativa para as plantas
sem desbaste. O espaçamento de 10 cm proporcionou a quantidade de
aproximadamente 333 plantas. Segundo Taiz e Zeiger (2004), devido à ausência
desbaste, há uma grande competição entre as plantas, o que causa o estiolamento,
crescimento anormal das plantas em busca de luz. Isso com objetivo de sobressair-
se uma sobre as outras, gerando assim plantas estiolada, com caules finos e
alongados (Figura 9).
y = 9,3136x2 - 268,23x + 2283,7 R² = 0,6011
0
150
300
450
600
10 12,5 15 17,5
Pe
so
Fre
sc
o T
ota
l (g
)
Espaçamento (cm)
SEM
25
Figura 9. Número de Plantas (NP) em função de diferentes espaçamentos e
densidades.
Fonte: Silva, 2016.
Na variável altura de plantas (ALT), também foi observada significância para a
interação (D x E), onde no fator desbaste a variável foi significativa para as plantas
com desbaste. De acordo com a equação da regressão o espaçamento ideal de
12,42 cm proporcionou a altura máxima de 32,98 cm. Segundo Taiz e Zeiger (2004),
o desbaste é uma técnica que reduz a competição em plantas por nutrientes, água e
luz, o que estimula o desenvolvimento das plantas, resultando em plantas com maior
porte Em relação a variável peso fresco total (PFT), houve efeitos significativos para
a interação (D x E), onde no fator desbaste a variável foi significativa para as plantas
sem desbaste. De acordo com a equação da regressão o modelo ajustado foi
quadrático, onde o espaçamento ideal foi de 10 cm para atingir o peso total de
557,27. Assim como o peso fresco das folhas, o peso fresco total também é de
grande importância para comercialização, onde quanto maior o peso fresco, maior
valor será agregado ao produto, que geralmente é comercializado in natura (Figura
10).
y = 4,35x2 - 144,59x + 1335,1 R² = 0,9299
50
150
250
350
10 12,5 15 17,5
Nú
me
ro d
e p
lan
tas
Espaçamento (cm)
SEM
26
Figura 10. Altura (ALT) em função de diferentes espaçamentos e densidades.
Fonte: Silva, 2016.
Em relação a variável peso de 20 plantas (P20), observou-se significância
para a interação (D x E), onde no fator desbaste, a variável foi significativa apenas
para as plantas com desbaste. O espaçamento de 10,86 foi ideal para que o P20
atingisse aproximadamente 127 g. Como foi citado anteriormente, áreas com
desbaste, estimula o crescimento de plantas mais vigorosas, conseqüentemente
com maior peso. Assim, nota-se que plantas com desbaste tendem a ser mais
pesadas e mais vigorosas, o que agrega valor ao produto na comercialização (Figura
11).
Figura 11. Peso de 20 plantas (P20) em função de diferentes espaçamentos e
densidades.
Fonte: Silva, 2016.
y = -0,8636x2 + 18,761x + 25,518 R² = 0,9612
0
30
60
90
120
10 12,5 15 17,5
Pe
so
de
20 P
lan
tas
Espaçamento (cm)
COM
27
Na tabela 2 e 3, o fator desbaste apresentou efeitos significativos em quase
todas variáveis analisadas, exceto nas variáveis altura de planta (ALT) e teor de
clorofila (CLOR), onde não houve diferença significativa. Já o fator espaçamento
mostrou-se significativo em todas as variáveis estudadas, exceto na variável peso
seco da haste (PSH), onde não houve significância.
Na tabela 3 estão expostos os valores médios das variáveis que não
apresentarem efeitos significativos na interação (DxE).
Tabela 4 – Valores médios de teor de clorofila (CLOR), peso fresco da haste (PFH),
peso seco das folhas (PSF), peso seco da haste (PSH), em função de diferentes
espaçamentos e densidades na cultura do coentro.
Variáveis respostas
Desbaste PFH PSF PSH
Com 63,12 a 3,10 a 4,85 a
Sem 34,72 b 2,09 b 2,49 b
CV (%) 16,62 21,97 18,78
Médias seguidas da mesma letra da linha não diferem pelo teste de Scott-Knott (1974) a 5% de probabilidade.
Nota-se que as variáveis peso fresco da haste (PFH), peso seco da folha
(PSF) e peso seco da haste (PSH) apresentaram melhor desempenho quando foi
realizado o desbaste. Já em relação a variável clorofila, não houve diferença
significativa com ou sem desbaste. Segundo a Embrapa (2010), o desbaste é feito
no sistema de plantio com sementes, quando as plantas apresentarem três a quatro
folhas definitivas - entre 10 e 15 dias após o plantio de acordo com desenvolvimento
das mesmas. É realizado eliminando-se as plantas mais raquíticas e mantendo-se o
número de plantas por cova pré-estabelecido, de acordo com o espaçamento e a
finalidade da produção de frutos. A eliminação das plantas excedentes deve ser
feita, preferencialmente, por meio de corte com facas.
Caso se deseje fazer arranque manual, é preferível fazê-lo logo após a
irrigação, para não danificar as demais plantas, ou após uma chuva, se o cultivo for
de sequeiro (EMBRAPA 2010). Esta prática proporciona as plantas que restarem na
área, menor competição e maior abundancia em água e minerais, isso faz com que
as mesmas acumulem mais massa verde e seca, elevando assim sua qualidade e
28
agregando ainda mais valor ao produto na hora da comercialização, tendo em vista
que plantas vigorosas, sadias e de verde intenso, são mais facilmente
comercializadas.
As demais variáveis, que não estão presentes na tabela 3, apresentaram
efeitos significativos na interação espaçamento e desbaste (E x D), e estão expostas
a seguir com os desdobramentos com efeito significativo.
Já em relação a variável clorofila (CLOR), notou-se que não houve diferença
significativa entre as plantas com e sem desbaste. De acordo com a análise de
variância, para as variáveis Clorofila, Peso fresco da haste e Peso seco da folha,
apresentaram resultados significativos apenas para o espaçamento.
A clorofila apresentou resultado significativo apenas para o fator
espaçamento, se ajustando no modelo de regressão quadrática. De acordo com a
derivação de equação de regressão, calculou-se que o espaçamento de 14 cm foi
responsável pelo índice máximo de clorofila, atingindo valor de 27,67 (Figura 12).
Figura 12. Teor de clorofila em função de diferentes espaçamentos e densidades.
Silva, 2016
Segundo Taiz e Zeiger (2004), a clorofila é o pigmento utilizado para realizar a
fotoquímica (o primeiro estágio do processo fotossintético), enquanto que os demais
pigmentos auxiliam na absorção de luz e na transferência da energia radiante para
os centros de reação, sendo assim chamados de pigmentos acessórios. A
intensidade de verde é uma característica notável, principalmente nas hortaliças
y = -0,0056x2 - 0,1404x + 30,613 R² = 0,5562
10
15
20
25
30
10 12,5 15 17,5
Clo
rofi
la
Espaçamento (cm)
SEM
29
folhosas, cujo consumidor avalia no ato da escolha dos molhos, ou seja, quanto
maior o brilho e a intensidade do verde presume-se que é um produto fresco e de
melhor qualidade, aumentando a aceitação do público consumidor, facilitando assim
a sua comercialização.
Figura 13. Peso seco das Folhas (PSF) e peso fresco da haste (PSH) em função de
diferentes espaçamentos e densidades.
SILVA, 2016
O peso fresco da haste de acordo com o desdobramento para o espaçamento
traduziu-se numa regressão quadrática onde o espaçamento de 10 cm foi o ideal
para que o peso da haste atingisse aproximadamente 56 g. Já o peso seco da folha
de acordo com a regressão, o espaçamento ideal de 17,7 cm para atingir
aproximadamente 3 g de folha seca (Figura 13).
30
6. CONCLUSÃO
O desbaste é recomendável na cultura do coentro.
Os diferentes espaçamentos estudados resultam em plantas mais
vigorosas, agregando valor a cultura do coentro.
31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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