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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE CAPIM- MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA LEONARDO SANTANA FERNANDES MACAÍBA / RN BRASIL FEVEREIRO / 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL

PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE CAPIM-

MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA

LEONARDO SANTANA FERNANDES

MACAÍBA / RN – BRASIL

FEVEREIRO / 2014

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LEONARDO SANTANA FERNANDES

PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE CAPIM-

MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA

Orientador: Prof. Dr. Gelson dos Santos Difante

MACAÍBA – RN – BRASIL

FEVEREIRO – 2014

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,

Campus de Macaíba, como parte das

exigências para a obtenção do título de

Mestre em Produção Animal.

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Dedico este trabalho aos

meus pais Mário e Goretti,

ao meu irmão Caio e à

minha noiva Sheila.

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“Todos erram: a maioria

usa os erros para se

destruir; a minoria para se

construir. Estes são os

sábios.”

(Augusto Cury)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me dar força, saúde, fé e esperança todos os dias em que acordo e

por me guiar pelo melhor caminho.

À toda minha família pelo estímulo recebido desde o começo do curso de Mestrado, em

especial meus pais, Mário e Goretti, meu irmão Caio e meu primo Marcelo.

À minha noiva Sheila, pessoa que divido todas minhas angústias e realizações, e que

consegue me transmitir paz nos momentos mais difíceis.

Aos integrantes do GEFOR, Nathália, Emmanuel, Márcio, Eduardo, Joederson, Ítalo,

Manoel, João Neto, Marciano, Hewerton, Gabriela, Mariana, Guthemberg e em especial

a minha amiga Itânia, pelo auxílio na condução do experimento e companhia nesses

dois anos de curso.

À Professora Denise Montagner e à EMBRAPA Gado de Corte pela oportunidade de

estágio e análises laboratoriais.

Ao Professor Gelson agradeço, mais uma vez, pela confiança depositada no meu

trabalho e por novamente me dar a oportunidade de trabalhar ao seu lado.

Ao CNPq/INSA pelo financiamento do projeto e a CAPES pela concessão da bolsa de

estudo.

Ao Programa de Pós-Graduação em Produção Animal da UFRN e aos professores e

colegas que contribuíram para a obtenção deste título.

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PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE CAPIM-MASSAI

SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA

FERNANDES, Leonardo Santana. PRODUÇÃO DE OVINOS EM PASTAGEM DE

CAPIM-MASSAI SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO SECA. 2014. 72f. Dissertação

(Mestrado em Produção Animal: Forragicultura e Pastagens) – Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2014.

RESUMO: A baixa qualidade dos pastos tropicais na estação seca justifica o uso de

suplementos alimentares para atender as necessidades nutricionais dos ovinos de corte.

Assim, objetivou-se com este experimento avaliar as características agronômicas do

capim-massai na época seca e o efeito de suplementos proteicos no desempenho e

produtividade de ovinos de corte em pastejo. Os suplementos proteicos avaliados foram:

farelo de soja, feno de Leucena, feno de Gliricídia e mistura múltipla. Os animais foram

manejados em pastos de capim-massai sob lotação intermitente e suplementados

diariamente. Foram utilizados 24 ovinos ½ Santa Inês x ½ SPRD (sem padrão racial

definido), machos não castrados, com idade média de 90 dias em delineamento

inteiramente casualizado. Foi avaliado o desempenho dos ovinos quanto ao ganho de

peso vivo médio diário, ganho por área e a taxa de lotação (animais de 25 kg/ha). O

pasto foi avaliado quanto à massa de forragem total no pré e pós-pastejo, as

porcentagens de participação dos constituintes morfológicos e seus valores nutritivos e

as taxas de acúmulo de forragem. A massa de forragem total diminuiu ao longo da

estação seca. Teores de proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria orgânica da

lâmina foliar foram superiores no estrato superior a 15 cm do dossel. O ganho de peso

médio diário dos animais suplementados com feno de leguminosas foi semelhante ao

ganho obtido pelos animais suplementados com farelo de soja nos quatro ciclos de

pastejo. O ganho de peso vivo total dos animais suplementados com feno de

leguminosas foi maior do que os animais suplementados apenas com mistura múltipla

nos dois primeiros ciclos de pastejo. Os fenos de Leucena e de Gliricídia podem ser

indicados para suplementação de ovinos mantidos em pasto.

PALAVRAS CHAVE: forragem, Gliricidia, Leucaena, mistura múltipla, Panicum

maximum, produção animal

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PRODUCTION OF SHEEP GRAZING IN PASTURE OF

MASSAIGRASS SUPPLEMENTED IN DRY SEASON

FERNANDES, Leonardo Santana. PRODUCTION OF SHEEP GRAZING IN

PASTURE OF MASSAIGRASS SUPPLEMENTED IN DRY SEASON. 2014. 72f.

Dissertation (Master’s Degree in Animal Production: Forage and Pasture) –

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Macaíba-RN, 2014.

ABSTRACT: The low quality of tropical pastures in the dry season justifies the use of

dietary supplements to meet the nutritional needs of sheep to meat production.

Therefore, the objective of this experiment was to evaluate the agronomic

characteristics of massaigrass in the dry season and the effect of protein supplements in

the performance and productivity of sheep to meat production grazing. The protein

supplements evaluated were: soybean meal, Leucena hay, Gliricidia hay and multiple

mixture. The animals were managed in massaigrass pastures under rotational stocking

and supplemented daily. Were used 24 sheep ½ Santa Inês x ½ SPRD (without defined

breed), males uncastrated, mean age 90 days in a completely randomized design.

Performance of sheep was evaluated for average daily gain of live weight gain per area

and stocking rate (animals of 25 kg/ha). The pasture was evaluated for forage mass of

pre and post-grazing, the percentages of participation of morphological constituents and

their nutritional values and rates of herbage accumulation. The total herbage mass

decreased throughout the dry season. Crude protein and in vitro digestibility of organic

matter of the leaf were higher in the upper 15 cm of the canopy stratum. The average

daily weight gain of the animals supplemented with legume hay was similar to that

gained by animals supplemented with soybean meal in the four grazing cycles. The total

live weight gain of animals supplemented with legume hay was higher than the animals

supplemented only with multiple mixing the first two grazing cycles. Hays of Leucena

and Gliricidia can be given for supplementation of sheep maintained on pasture.

KEYWORDS: animal production, forage, Gliricidia, Leucaena, multiple mixture,

Panicum maximum

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SUMÁRIO

1. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................

1.1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................

2. CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA E VALOR NUTRITIVO DO CAPIM-

MASSAI SOB PASTEJO POR OVINOS SUPLEMENTADOS NA ESTAÇÃO

SECA........................................................................................................................

2.1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................

2.2. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................

2.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................

2.4. CONCLUSÕES ......................................................................................................

2.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................

3. EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA NO DESEMPENHO E

PRODUTIVIDADE DE OVINOS DE CORTE EM CAPIM-MASSAI NA

ÉPOCA SECA..........................................................................................................

3.1. INTRODUÇÃO........................................................................................................

3.2. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................

3.4. CONCLUSÕES........................................................................................................

3.5. REFERÊNCIAS........................................................................................................

4. ANEXO I - REGRAS PARA SUBMISSÃO NO BIOSCIENCE JOURNAL........

5. ANEXO II - REGRAS PARA SUBMISSÃO NO ARQUIVO BRASILEIRO DE

MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA.......................................................

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1. REFERENCIAL TEÓRICO

As pastagens constituem a principal fonte de alimento volumoso em sistemas de

produção de ruminantes. Para a utilização de maneira racional e eficiente destas, é

necessário o conhecimento de recursos que compõem esse ecossistema, como o solo, o

clima e as próprias espécies de gramíneas forrageiras a serem utilizadas, para que assim

se entenda o estágio de crescimento e o acúmulo de biomassa. Para Hodgson (1990),

além desse estágio, existem mais dois a serem considerados em sistemas de produção

animal: a utilização da forragem e a sua conversão em produto animal (Figura 1). Ainda

de acordo com o autor, cada um desses três estágios tem sua própria eficiência, que

podem ser influenciadas pelo manejo, e que juntas determinam a produção final.

Rezende et al. (2008) afirmam que para avaliar a produção animal em pasto, considera-

se como fator primordial o próprio desempenho animal, a produção animal por unidade

de área e as características da pastagem que se referem à capacidade de suporte,

composição botânica e o equilíbrio de cobertura vegetal.

Figura 1. Adaptado de Hodgson (1990).

A utilização intensiva de pastagens na produção de ruminantes é uma tecnologia

relevante no cenário nacional, tendo em vista a extensa área territorial do país ocupada

por animais em pasto, principalmente na pecuária de corte. Segundo dados do censo

agropecuário de 2006 (IBGE, 2007), o Brasil possui área territorial com 158,75 milhões

de hectares de pastagem, sendo 63,9% deste total ocupada por pastagem cultivada.

Ainda de acordo com o censo, a região Nordeste aumentou em 20% a área de pastagem

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cultivada entre os anos de 1996 e 2006, apresentando um crescimento inferior apenas à

região Norte do país (39%). Aliado a este fator, segundo Brâncio et al. (2003), o baixo

custo de produção e o atendimento das necessidades nutricionais de algumas espécies e

categorias de animais tornam as pastagens como principal fonte de alimento dos

ruminantes no Brasil, colocando o país num cenário de competitividade no agronegócio

internacional de carne e leite (Pompeu et al., 2008; Santos et al., 2013).

Apesar do potencial de produção das pastagens, as condições ideais de cultivo e

produção de biomassa pelas gramíneas forrageiras tropicais no Brasil não são constantes

ao longo do ano, principalmente na região Nordeste do país, onde o período de estiagem

pode superar seis meses de duração (Souza & Espíndola, 2000), havendo a necessidade

do cultivo de forrageiras cada vez mais adaptadas às condições edafoclimáticas da

região.

O Panicum maximum é uma das espécies de gramíneas tropicais mais utilizadas

em sistemas de produção de ruminantes no país devido ao seu valor nutritivo, elevada

produção de biomassa, capacidade de suporte e desempenho animal, elevada

aceitabilidade pelos animais e por não apresentar princípios tóxicos ou antinutricionais

(Barbosa et al., 2003; Cândido et al., 2005; Cândido et al., 2006; Difante et al., 2009;

Difante et al., 2010).

No Nordeste do Brasil, alguns trabalhos têm sido desenvolvidos com esta espécie

avaliando-se características produtivas da forrageira, estratégias de manejo, desempenho

e produtividade de ovinos de corte (Silva et al., 2007; Valente et al., 2010; Lopes et al.,

2013; Emerenciano Neto et al., 2013). Porém, as cultivares desta espécie são bastante

exigentes em umidade e fertilidade, necessitando em muitas ocasiões altos dispêndios

com adubações e em alguns casos com irrigação. Assim, a busca pela manutenção de

níveis produtivos satisfatórios ajustados às condições de clima e solo de maneira a

manter um sistema de forma sustentável ao longo do tempo, figura-se em um desafio na

pecuária de corte (Euclides et al., 2008).

Tendo em vista esse aspecto, a Embrapa e parceiros lançaram no ano de 2001 a

cultivar Massai, sendo esta a mais recente lançada da espécie Panicum maximum. Esta

cultivar tem apresentado capacidade de suporte e valor nutritivo bastante elevados,

sendo recomendada para sistemas intensivos de produção ovina (Bianchini et al., 1999;

Teixeira et al., 2003). Brâncio et al. (2003) estudaram três cultivares de P. maximum

(Tanzânia, Mombaça e Massai) adubados com nitrogênio e mantidos sob pastejo, e

observaram que o capim-massai foi o menos exigente em fertilidade, com maior

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disponibilidade de MS total e maior densidade de forragem e relação folha:colmo. Além

dessas características, esta cultivar é a mais indicada do gênero para regiões com déficit

hídrico, devido a sua maior resistência à seca.

Apesar dos fatores descritos acerca da produção animal em pasto, é conhecido que

na região tropical do Brasil há um dinamismo na quantidade e na qualidade dos pastos

ao longo do ano, em decorrência principalmente da instabilidade das condições

climáticas, havendo assim uma abundância de forragem na estação chuvosa e carência

desta na estação seca. A partir disso, observa-se uma alternância no crescimento dos

animais e na produção destes de acordo com a estação, o que tende a causar prejuízos

econômicos ao produtor rural, uma vez que os animais demoram mais para serem

abatidos, ocasionando flutuações na oferta de produtos de origem animal (Souza &

Espíndola, 1999).

Quando se almeja competitividade num sistema de produção em que se busca

elevados índices de eficiência, é necessário eliminar as fases negativas que ocorram no

mesmo, de modo que seja permitido ao animal condições favorável de crescimento ao

longo do ano, para que alcance condições de abate, peso e terminação precocemente

(Euclides et al., 2001; Reis et al., 2009). Assim, o manejo do pasto e o manejo alimentar

e nutricional devem ser utilizados de maneira que minimizem o efeito da sazonalidade

da produção de forragem no desempenho e produtividade animal.

O presente cenário da pecuária nacional indica uma intensificação dos sistemas de

produção, com enfoque empresarial onde a viabilidade econômica passa a ser um dos

principais objetivos do negócio. Portanto, tendo em vista a necessidade de superar o

efeito da sazonalidade na produção de forragem, algumas estratégias podem ser

adotadas na estação da seca como o ajuste da taxa de lotação, a conservação de

forragem, o diferimento do pasto e a suplementação proteica, tendo em vista que essas

visam equilibrar as variações na produção animal, tornando a atividade sustentável ao

longo do tempo. De acordo com Euclides et al. (2009), a suplementação alimentar

aparece como uma alternativa efetiva e importante para incrementar o ganho de peso

animal e potencializar o uso dos recursos forrageiros disponíveis. A obtenção desses

benefícios provêm da otimização dos nutrientes advindos da pastagem e os incrementos

em desempenho individual e capacidade de suporte do pasto (Da Silva et al., 2008).

Ruas et al. (2000) verificaram o efeito da suplementação no consumo de matéria

seca (CMS) e no escore de condição corporal em vacas da raça Nelore mantidas em

pasto. Estes autores observaram que o CMS do pasto aumentou com a ingestão de

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suplementação proteica pelos animais, assim como a condição corporal ao final do

experimento foi maior para os animais suplementados com 2 kg de concentrado por dia.

Segundo Gomide et al. (2009), interações entre pasto e suplementação podem acontecer,

e o entendimento desta é importante para uma exploração mais eficiente dessa prática

de manejo.

A suplementação geralmente é requerida para que sustente um adequado peso de

abate dos animais no período seco do ano (Días et al., 2002). Segundo Carvalho et al.

(2011), neste período, o nutriente considerado como o mais limitante ao desempenho

dos animais em pastejo em gramíneas tropicais é a proteína. Ainda de acordo com esses

autores, a suplementação proteica torna-se fundamental para diminuir as perdas ou

elevar o ganho de peso.

Euclides et al. (1998) avaliaram diferentes regimes alimentares de novilhos

mantidos em pastagem tropical e observaram que os animais suplementados com

concentrado nos períodos críticos por dois anos seguidos, apresentaram satisfatórios

ganhos de peso, alcançando valores superiores a 1 kg/animal/dia no primeiro período,

enquanto que os animais não-suplementados apresentaram ganhos de apenas 0,320

kg/animal/dia no primeiro ano, perdendo peso no segundo ano. Os autores observaram

ainda que a suplementação com concentrado durante o período seco foi capaz de reduzir

a idade de abate dos animais de 5 a 13 meses.

Pompeu et al. (2009) quando avaliaram ovinos em pastagem de capim-tanzânia,

suplementados com concentrado em proporções crescentes, observaram que o ganho de

peso médio diário apresentou comportamento quadrático, estimando-se 66,2 e 113 g/dia

para os animais não-suplementados e para aqueles com suplementação de 1,8% do peso

vivo (PV), respectivamente. Isso demonstra que a suplementação pode apresentar efeito

positivo até certo ponto. Verificou-se ainda que a taxa de lotação aumentou de 61 para

73 ovinos/hectare para os animais sem suplementação e para aqueles suplementados

com 1,8% do PV, respectivamente. Porém, os autores atentaram à viabilidade

econômica do sistema, pois apesar do maior ganho animal e da maior taxa de lotação

para o nível de 1,8% do PV de suplementação, tal resposta pode não compensar a

elevação no custo com a alimentação concentrada. De acordo com Da Silva et al.

(2008), a rentabilidade da estratégia de suplementação alimentar se constitui no

norteador da escolha do suplemento a ser utilizado.

Na maioria das unidades de produção de ruminantes da região Nordeste, um dos

itens mais onerosos é a aquisição de concentrados comerciais, compostos basicamente

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por milho e soja, havendo assim uma busca constante por alternativas que diminuam os

custos com a aquisição destes. Assim, a produção e utilização de leguminosas

forrageiras adaptadas às condições edafoclimáticas da região é uma importante opção

para superar este desafio. Espécies como a Leucena (Leucaena leucocephala) e a

Gliricídia (Gliricidia sepium) apresentam características importantes para sua utilização

na alimentação de ruminantes.

A Leucena é uma leguminosa arbustiva e arbórea de elevado potencial forrageiro

e valor nutritivo (Tabela 1) que pode ser utilizada na alimentação de ruminantes como

banco de proteína, onde os animais têm acesso a área durante curtos períodos do dia.

Esta espécie também pode ser fornecida como feno (folíolos + caules finos) e como

enriquecimento proteico de silagens.

Tabela 1. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro

(FDN) e digestibilidade in vitro da MS da Leucena.

Tipo de material

MS

(%)

PB

(%)

FDN

(%)

DIVMS

(%) FONTE

Feno 89 20 - - GURGEL et al. (1992)

Feno 93 24 65 48 ANDRADE (1994)*

Feno 93 28 - - VASCONCELOS et al. (1997)*

Feno de folhas 89,6 24 - - SOUZA e ESPÍNDOLA (1999)

Folha + Talo 89 19 60 - BARROS et al. (2003)

Folha + Ramos 27 32 76 - PIRES et al. (2006)

Folha - 19 26 - RUBANZA et al. (2007)

Feno 93 17 57 - POSSENTI et al. (2008)

In natura - 20 59 45 GAMA et al. (2009)

*Citados por Araújo et al. (2006)

Avaliando a Leucena no estado do Rio Grande do Norte, Lima (2009) afirma que

a produção de matéria seca (MS) comestível, varia de 2 a 8 t/ha/ano. Sugere-se que esta

variação da produção de MS comestível está relacionada aos diferentes espaçamentos

utilizados na formação da área plantada e ao uso ou não da irrigação. Miura et al. (2001)

também avaliaram a produção de Leucena na região semiárida do Nordeste, e

observaram que a produção média de quatro cortes (com intervalos de 120 dias) foi de

5.553 kg/ha de MS.

Além das características nutricionais e de produção forrageira, a Leucena tem sido

avaliada nas respostas em produção animal. Mtenga & Shoo (1990) utilizaram esta

leguminosa em diferentes níveis na alimentação de caprinos em confinamento e

observaram que os animais mantidos no tratamento que recebeu Leucena à vontade,

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tiveram ganho de peso 50% maior do que àqueles que receberam apenas a dieta base.

Ainda de acordo com resultados obtidos por esses autores, foi observado que os animais

alimentados com Leucena à vontade aumentaram o consumo de matéria seca total em

85%, quando comparados àqueles sem Leucena na dieta.

O aumento no consumo de matéria seca total foi observado por Gurgel et al.

(1992), que avaliando níveis crescentes de inclusão de Leucena na dieta de ovinos

Morada Nova verificaram que os animais alimentados com maior participação do feno

da leguminosa consumiram 17% mais matéria seca do que os animais que receberam

menor quantidade deste alimento.

Rubanza et al. (2007), que também avaliaram o uso de leguminosas forrageiras no

desempenho de caprinos, observaram que os animais suplementados com Leucena

tiveram maior ganho de peso (157 g/dia) em comparação aos animais suplementados

com duas espécies de Acácia (114 e 43 g/dia) e alimentados apenas com feno de

pastagem nativa, que neste caso perderam peso.

Na região semiárida do Nordeste, Guimarães Filho & Soares (1997) compararam

três grupos de bezerros desmamados durante 711 dias (dois períodos secos e dois

chuvosos) e observaram que o grupo de animais que foram suplementados com feno de

Leucena no período seco apresentaram maior ganho de peso e atingiram peso de abate

com pelo menos 14 meses de antecipação aos animais que não foram suplementados.

Em experimentos com bovinos, Manella et al. (2002) observaram um aumento no ganho

de peso vivo de 20% dos animais que tiveram acesso ao banco de proteína formado por

Leucena, em relação àqueles que não receberam suplementação.

Souza & Espíndola (1999) quando avaliaram o desempenho de ovinos mantidos

em pastagem de capim-buffel suplementados ou não com feno de Leucena, observaram

que na época seca, os animais suplementados com 500 gramas de feno por dia

obtiveram maior ganho de peso médio diário. Souza & Espíndola (2000) também

avaliaram o desempenho de ovinos mantidos em pastagem de capim-buffel com

diferentes taxas de lotação, porém com acesso ou não ao banco de proteína formado por

Leucena, e verificaram que foi possível elevar a taxa de lotação de 4 para 6 borregos/ha

sem haver diminuição no ganho de peso, aumentando assim a produtividade.

A Gliricídia também é uma leguminosa arbustiva e arbórea, que além de ser

bastante utilizada para produção de estacas, mourões, lenha e carvão, assim como a

Leucena, possui um elevado potencial forrageiro e valor nutritivo, principalmente em

termos de proteína bruta (Tabela 2), que também pode ser utilizado na forma de banco

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de proteína, ou fornecida no cocho na forma fresca, feno ou silagem, servindo como

suplemento proteico.

Tabela 2. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro

(FDN) e digestibilidade in vitro da MS da Gliricídia

Tipo de

material

MS

(%)

PB

(%)

FDN

(%)

DIVMS

(%) FONTE

Silagem - 23 16 (FB) 66 CARVALHO FILHO et al. (1997)

Folhas frescas 23 24 39 - SILVA (2005)

Folhas e brotos 23 24 39 - COSTA et al. (2009)

Folhas - 21 55 49 GAMA et al. (2009)

Apesar do elevado potencial forrageiro alguns trabalhos reportam o baixo

desempenho e consumo de matéria seca por caprinos e ovinos em relação à Gliricídia

(Karbo et al. 1993; Omokanye et al. 2001; Moreira et al. 2008). De acordo com

Omokanye et al. (2001) devido a presença de fatores antinutricionais como a cumarina,

pode haver rejeição do alimento e prejudicar o consumo deste pelos animais. Conhecer

melhor fatores como o momento ideal para a colheita da planta, que pode influenciar

nas concentrações dos fatores antinutricionais, assim como a exposição gradativa e

associada a volumosos de maior aceitabilidade pelos animais, como a Leucena, são

estratégias que podem favorecer o consumo de dietas que contenham Gliricídia

(Moreira et al. 2008).

Alguns trabalhos têm sido desenvolvidos e demonstram aceitabilidade e consumo

da Gliricídia por ovinos (Benneker & Vargas 1994; Días et al. 1995; Costa et al. 2009).

Além de ter observado que os ovinos aumentaram o consumo da dieta com a introdução

de Gliricídia, Costa et al. (2009) verificaram que os animais alimentados com a

leguminosa mais capim-elefante tiveram maior ganho de peso médio diário e ganho de

peso total do que os animais que consumiram exclusivamente capim-elefante.

Van Hao & Ledin (2001) avaliaram o desempenho de fêmeas caprinas

suplementadas com níveis crescentes de inclusão de Gliricídia na dieta (0, 30, 40 ou

50%), observaram que todas as dietas que continham Gliricídia resultaram em aumento

no consumo de matéria seca comparado à dieta sem a presença da leguminosa. Além

disso, os mesmos autores verificaram que os animais alimentados com a dieta que

continha 30% de Gliricídia, obtiveram o maior ganho de peso médio diário. Também

avaliando o consumo de matéria seca de fêmeas caprinas alimentadas com dieta basal

de feno de Chloris gayana, Ondienk et al. (1999) observaram que os animais

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alimentados com feno mais Gliricídia e feno mais Gliricídia e farelo de milho

apresentaram maiores consumos de matéria seca e ganho de peso em comparação aos

animais alimentados exclusivamente de feno e feno mais farelo de milho.

Quando se busca diminuir os efeitos negativos provocados pela estacionalidade

de forragens nos períodos críticos, ou então quando se deseja diminuir custos em

sistemas de produção que utilizam o regime de manejo intensivo, as leguminosas

forrageiras apresentam elevado potencial para fazer parte da dieta dos animais

ruminantes. Assim, pesquisas devem ser realizadas a fim de desenvolver tecnologias

que visem melhorar índices produtivos de sistemas de produção na região Nordeste,

com objetivo de tornar a atividade pecuária sustentável a curto, médio e longo prazo,

visando à permanência do homem no campo.

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2. CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA E VALOR NUTRITIVO DO

CAPIM-MASSAI SOB PASTEJO POR OVINOS SUPLEMENTADOS NA

ESTAÇÃO SECA

Trabalho submetido à revista:

BIOSCIENCE JOURNAL ISSN: 1981-3163

Página eletrônica: www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/

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Caracterização agronômica e valor nutritivo do capim-massai sob pastejo por 1

ovinos suplementados na estação seca 2

Agronomic characterization and nutritional value of massaigrass grazing by sheep 3

supplemented in dry season 4

Resumo: Objetivou-se avaliar as características agronômicas e o valor nutritivo do 5

capim-massai submetido ao pastejo por ovinos suplementados na estação seca. Os 6

tratamentos corresponderam a pastos de capim-massai submetidos ao pastejo com 7

lotação intermitente por ovinos suplementados com diferentes fontes de proteína. O 8

pasto foi avaliado quanto à altura e massa de forragem total no pré-pastejo em dois 9

estratos e verificada a estrutura do pasto a partir da separação manual dos constituintes 10

morfológicos em lâmina foliar, colmo e material morto. No pós-pastejo as avaliações 11

foram análogas às do pré-pastejo, porém sem estratificação. Amostras de forragem do 12

pré e pós-pastejo foram analisadas quanto à composição química de cada constituinte 13

morfológico. A altura do dossel forrageiro, tanto na condição de pré como de pós-14

pastejo, apresentaram decréscimo ao longo do período experimental. A massa de 15

forragem no estrato superior também diminuiu ao longo dos ciclos de pastejo. O estrato 16

inferior se manteve constante ao longo do período experimental, com média de 3073 17

kg/ha de MS. As lâminas foliares apresentaram teores de proteína bruta e digestibilidade 18

in vitro da matéria orgânica com média de 11 e 65%, respectivamente, no estrato 19

superior. O material morto apresentou elevados teores de lignina e fibra em detergente 20

neutro, demonstrando uma baixa qualidade nutricional em comparação aos outros 21

constituintes. O capim-massai é uma gramínea tropical com boa tolerância a períodos de 22

baixa precipitação, apresentando-se como alternativa de forragem em sistemas de 23

produção de ruminantes mantidos em pasto na região Nordeste. 24

Palavras-chave: colmo, forragem, Panicum maximum, pastagem, produção animal 25

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26

Introdução 26

A extensa área territorial brasileira ocupada por animais mantidos sob pastejo 27

coloca o país numa condição favorável de competitividade no agronegócio 28

internacional, tendo em vista o baixo custo de produção animal nestas condições e o 29

atendimento das necessidades nutricionais de algumas espécies e categorias de animais 30

(Brâncio et al., 2003; Pompeu et al., 2008; Santos et al., 2013). Porém, apesar disso, os 31

benefícios do elevado potencial de produção não são alcançados e os índices produtivos 32

e zootécnicos do país apresentam aumentos de produtividades modestos (Nascimento Jr. 33

et al., 2004), havendo necessidade de estudos acerca do adequado manejo das pastagens, 34

com objetivo de alcançar maior produção de forragem e produção animal. 35

A pastagem é configurada por um ecossistema complexo onde seus componentes 36

bióticos e abióticos interagem entre si de diferentes maneiras, e para a compreensão das 37

respostas das plantas ao pastejo, é fundamental que aspectos relacionados à sua 38

caracterização na condição de pasto sejam avaliados quando submetidos ao manejo de 39

pastagem. 40

Devido ao Brasil ser um país continental, as gramíneas forrageiras tropicais não 41

são submetidas a uma mesma condição de manejo nas diferentes regiões, 42

principalmente em função das condições edafoclimáticas de cada uma. Assim, a busca 43

incessante por espécies e ou cultivares que se adaptem às condições específicas, torna-44

se um desafio para os pesquisadores e demais profissionais que almejam viabilizar a 45

atividade pecuária na região Nordeste brasileira. Nesta, o período de estiagem pode 46

superar seis meses de duração (Souza & Espíndola, 2000) e a identificação de 47

forrageiras tolerantes a baixos índices pluviométricos é importante. 48

O Panicum maximum é uma espécie de gramínea forrageira com cultivares 49

bastante exigentes em umidade e fertilidade, necessitando em muitas ocasiões altos 50

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dispêndios com adubações e em alguns casos com irrigação. A cultivar Massai, além de 51

apresentar características comuns às outras cultivares de Panicum maximum como 52

elevada capacidade de suporte e valor nutritivo, tem apresentado maior resistência em 53

regiões de baixa precipitação. 54

Ademais, em sistemas de produção de ruminantes em que a fonte de forragem é 55

basicamente oriunda do pasto, a caracterização deste se faz necessária com o objetivo de 56

fornecer indicadores práticos para auxiliarem na tomada de decisão e assim obter 57

manejo adequado do pastejo e exploração sustentável das pastagens. Na Austrália, por 58

exemplo, utilizam-se dados quantitativos de massa de forragem no pré e pós-pastejo, 59

podendo ser expressas a partir da altura do dossel (Chapman et al., 2012). Isso 60

demonstra a importância de não se obter dados apenas referentes a fatores qualitativos 61

da forragem para otimizar o uso do pasto. 62

Gomide et al. (2009) afirmam que para o entendimento das respostas das espécies 63

forrageiras ao manejo do pastejo, a obtenção das características do pasto de maneira 64

apropriada é de grande utilidade, contribuindo assim para formar estratégias favoráveis 65

para a exploração adequada do potencial forrageiro. Para avaliar o quanto e como a 66

forragem está disponível, além das proporções dos constituintes morfológicos da 67

forragem, características usualmente mensuradas como altura, disponibilidade de 68

forragem e composição botânica (Brâncio et al., 2003), podem ser utilizadas na tomada 69

de decisão referente ao manejo de pastejo, uma vez que o consumo de forragem pode 70

ser influenciado de forma acentuada por variações no processo de pastejo, em 71

decorrência por exemplo da estrutura do dossel forrageiro (Euclides et al., 2009). 72

Com base no exposto, objetivou-se avaliar características agronômicas e o valor 73

nutritivo do capim-massai submetido ao pastejo por ovinos suplementados na estação 74

seca. 75

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28

Material e Métodos 76

O experimento foi conduzido na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências 77

Agrárias (UAECA) localizada na Escola Agrícola de Jundiaí, Campus de Macaíba da 78

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em Macaíba RN, na área 79

experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN, apresentando 80

como coordenadas geográficas 5° 53’ 34’’ de latitude Sul, 35° 21’ 50’’ de longitude 81

Oeste e a 50 metros de altitude. 82

A fertilidade do solo (Neossolo Quartzarênico) foi obtida a partir de análise 83

química e com base nos resultados (Tabela 1) foram aplicados 50 kg.ha-1

de P2O5 na 84

forma de Superfosfato Simples com o objetivo de elevar o teor de fósforo entre 8 e 12 85

mg.(dm3)-1

. A pastagem foi implantada no primeiro semestre de 2011, em sistema de 86

semeadura convencional em linhas com distribuição de sementes e adubo (P2O5). Um 87

mês antes do início do experimento, o pasto foi irrigado e adubado com aplicação de 50 88

kg.ha-1

de N na forma de sulfato de amônia a fim de simular o final do período chuvoso, 89

acumular forragem para a condução do trabalho e manter os módulos da pastagem 90

semelhantes. 91

92 Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental nas camadas 0-20 e 20-93

40 cm. 94

Camadas

(cm)

P K Na pH

Ca Mg Al H+Al V (%)

mg.(dm³)-1

Cmolc.(dm³)-1

0-20 7,0 75,0 27,0 6,1 1,2 0,5 0,0 1,6 55,7

20-40 4,0 124,0 29,0 5,3 1,6 0,8 0,1 2,3 55,3

95

A área total de pastagem foi de 0,96 ha, dividida em quatro módulos, cada um 96

com área de 0,24 ha, subdivididos em seis piquetes de 0,04 ha cada. Os tratamentos 97

corresponderam a pastos de capim-massai submetidos ao pastejo por ovinos 98

suplementados com diferentes fontes de proteína: 99

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29

M – pastagem de capim-massai + mistura múltipla (tratamento testemunha); 100

MFS – M + suplementação com farelo de soja + mistura múltipla; 101

ML – M + suplementação com feno de Leucena + mistura múltipla; 102

MG – M + suplementação com feno de Gliricídia + mistura múltipla. 103

O período experimental foi de novembro de 2012 a abril de 2013 (168 dias), 104

época caracterizada pela baixa precipitação na região (Figura 1). Os dados de 105

temperatura foram obtidos através de banco de dados do INMET e para controle das 106

chuvas foram coletados dados do pluviômetro instalado na área. 107

108

109 Figura 1. Precipitação e temperatura de janeiro de 2012 a dezembro de 2013. 110 111

O método de pastejo utilizado foi com lotação intermitente, tendo período fixo de 112

ocupação (7 dias) e descanso (35 dias), ocorrendo assim quatro ciclos de pastejo no 113

período experimental. Em cada ciclo de pastejo, foram realizadas três coletas de 114

forragem e altura do pasto no pré-pastejo (1º, 15º e 29º dia de cada ciclo) e três coletas 115

no pós-pastejo (8º, 22º e 36º dia de cada ciclo). 116

Como agentes desfolhadores foram utilizados seis ovinos por módulo, machos 117

inteiros, com genótipo ½ Santa Inês x ½ SPRD (sem padrão racial definido), peso vivo 118

médio inicial de 16,2 kg e idade média inicial de três meses. Estes animais permaneciam 119

no pasto no período diurno (7:30h às 16:30h) quando após esse período eram recolhidos 120

à um aprisco coberto para serem suplementados e permanecerem o período noturno. As 121

27

127

57 43

96

208

135

32 19 13

0 0 15

71

38

224

307

185 201

95

39

5 21

0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

0

50

100

150

200

250

300

350

Jan

Fev

Mar

Ab

r

Mai

Jun

Jul

Ag

o

Set

Ou

t

No

v

Dez Jan

Fev

Mar

Ab

r

Mai

Jun

Jul

Ag

o

Set

Ou

t

No

v

Dez

P (mm)

T (ºC)

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30

baias possuíam uma área de 9 m2 e eram providos de comedouro, bebedouro e saleiro 122

(para oferta da mistura múltipla ad libitum). 123

A altura do pasto foi determinada utilizando-se uma régua de um metro, graduada 124

em centímetros, sendo medidos 40 pontos representativos por piquete avaliado. A altura 125

do dossel em cada ponto foi correspondente à altura média da curvatura das folhas em 126

torno da régua. Essas leituras foram tomadas no pré-pastejo, imediatamente antes da 127

entrada dos animais e no pós-pastejo, após a saída dos animais do piquete. 128

Para o monitoramento das características estruturais do pasto, a massa total de 129

forragem (MTF) na condição de pré-pastejo foi estimada por meio de corte estratificado 130

da forragem contida no interior de quatro áreas representativas em três piquetes de cada 131

módulo. Para isso foi utilizado um quadrado de 0,5 m² de área, com suporte de 15 cm de 132

altura. Em cada ponto de amostragem foram cortadas duas amostras, uma a partir da 133

altura máxima do pasto até 15 cm (estrato maior que 15 cm) e o outro corte realizado ao 134

nível do solo (estrato 0 – 15 cm), totalizando oito amostras por piquete, sendo estas 135

identificadas e pesadas para obtenção do peso verde. Para avaliação da massa seca de 136

forragem, aproximadamente 50% da massa verde colhida de cada amostra foi 137

acondicionada em sacos de papel e secas em estufa de ventilação forçada de ar a 55 ºC 138

por 72 horas, quando foram novamente pesadas. A massa de forragem total de cada 139

amostra foi estimada por meio da soma da massa dos dois estratos. Para avaliação dos 140

componentes morfológicos do pasto no pré pastejo, as oito amostras coletadas (depois 141

de retirada as subamostras para determinação da massa seca) constituíram quatro 142

amostras compostas (duas para cada estrato). As amostras compostas foram separadas 143

manualmente em lâmina foliar, colmo (colmo + bainha) e material morto. A coleta de 144

forragem no pós-pastejo e a avaliação dos componentes morfológicos aconteceram de 145

maneira análoga, porém sem a estratificação das amostras. 146

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31

As amostras dos constituintes morfológicos do pré e pós-pastejo foram moídas no 147

Laboratório de Nutrição Animal da UFRN e analisadas na Embrapa – Centro Nacional 148

de Pesquisa em Gado de Corte (CNPGC), em Campo Grande-MS, utilizando-se o 149

sistema de Espectrofotometria de Reflectância no Infravermelho Proximal (NIRS), 150

estimando-se os teores de matéria orgânica, proteína bruta, fibra em detergente neutro, 151

fibra em detergente ácido, digestibilidade in vitro da matéria orgânica e lignina. 152

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos 153

e três repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias 154

comparadas pelo teste de Tukey adotando-se nível de 5% de significância, utilizando-se 155

o procedimento “General Linear Model” disponível no SAS Institute (1993), para os 156

dados do pré-pastejo foi utilizado o seguinte modelo estatístico: 157

Yijk = µ + Si + αi + Cj + (CS)ij + βij + Ek + (ES)ik + (EC)jk + (ESC)ijk + ∞ijk 158

em que, Yijk = valor observado no suplemento i, ciclo j e estrato k; µ = efeito média 159

geral; Si = efeito do suplemento i, i = mist. múltipla, farelo de soja, Leucena, Gliricídia; 160

αi = erro aleatório atribuído a cada observação i; Cj = efeito do ciclo j, j =1 – 4; (CS)ij = 161

efeito da interação entre suplemento e ciclo; βij = erro aleatório atribuído a cada 162

observação ij; Ek = efeito do estrato k, k= 0-25 e 25-50 cm; (ES)ki = efeito da interação 163

entre estrato e suplemento; (EC)kj = efeito da interação entre estrato e ciclo; (ESC)ijk = 164

efeito da interação entre estrato, suplemento e ciclo; ∞ijk = erro aleatório atribuído a 165

cada observação ijk. 166

O modelo estatístico utilizado para os dados do pós-pastejo foi: 167

Yij = µ + Si + αi + Cj + (CS)ij + βij 168

em que, Yij = valor observado no suplemento i e ciclo j; µ = efeito média geral; Si = 169

efeito do suplemento i, i = mist. múltipla, farelo de soja, Leucena, Gliricídia; αi = erro 170

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aleatório atribuído a cada observação i; Cj = efeito do ciclo j, j =1 – 4; (CS)ij = efeito da 171

interação entre suplemento e ciclo; βij = erro aleatório atribuído a cada observação ij. 172

Resultados e Discussão 173

A altura do dossel forrageiro na condição de pré-pastejo apresentou efeito de 174

tratamento (P = 0,0376), no qual os pastos ocupados pelos ovinos suplementados com 175

feno de Gliricídia apresentaram altura inferior àqueles ocupados por animais 176

suplementados apenas com mistura múltipla (Figura 2A). Também foi observado efeito 177

de ciclo para altura de entrada (P = 0,0001), que diminuiu ao longo do experimento, 178

apresentando um decréscimo de aproximadamente 41% do primeiro para o quarto ciclo 179

de pastejo (Figura 2B). Na condição de pós-pastejo, observou-se efeito de tratamento (P 180

= 0,0264) e de ciclo (P = 0,0001), (Figuras 2C e 2D). Não houve interação entre 181

tratamento e ciclo para esta variável no pré e no pós-pastejo (P = 0,8983 e P = 0,7922, 182

respectivamente). 183

184

185

186

187

188

189

190

191

192

193

Figura 2. Altura do dossel no pré-pastejo com efeito de tratamentos (A) e ciclos (B), e 194 altura do dossel no pós-pastejo com efeito de tratamentos (C) e ciclos (D). 195

196

(B) (A)

(D) (C)

Médias seguidas por letras distintas diferem entre si (P<0,05).

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No pós-pastejo, o pasto submetido ao pastejo por ovinos suplementados com 197

farelo de soja apresentou menor altura em relação ao piquete ocupado por animais 198

suplementados apenas com mistura múltipla. Houve redução mais acentuada na altura 199

do dossel forrageiro do pasto ocupado por ovinos suplementados com farelo de soja no 200

pré-pastejo (7,5 cm). O comportamento observado ao longo dos ciclos de pastejo foi 201

semelhante nas condições de pré e pós-pastejo, porém o decréscimo apresentado no pós-202

pastejo foi maior, com valor de 55% do primeiro para o quarto ciclo de pastejo. 203

A altura do pasto no terceiro e quarto ciclo foi inferior ao preconizado por Lopes 204

(2012), no qual a meta do resíduo pós-pastejo era de 15 cm, altura suficiente para que o 205

índice de área foliar (IAF) fosse de 1,5. De acordo com Lemaire (1997), a recuperação 206

do IAF é determinada pela velocidade e capacidade de crescimento e surgimento de 207

novas folhas, evento esse diretamente relacionado com a quantidade disponível de 208

reservas orgânicas da planta. Salienta-se que após o pastejo, a planta necessita alocar 209

reservas de carbono para garantir a sua sobrevivência. Neste experimento observou-se 210

que a altura de 14,1 cm no resíduo do terceiro ciclo pode ter comprometido o 211

crescimento das plantas, tendo em vista que mesmo com a precipitação de 109 mm 212

entre os meses de fevereiro e março, o pasto após 35 dias de descanso aumentou apenas 213

4 cm de altura (18,1 cm na altura pré-pastejo do quarto ciclo), chegando a atingir 12,1 214

cm no resíduo do ciclo seguinte. Ressalta-se que apesar de o mês de abril ter 215

apresentado elevada precipitação, 92% desta ocorreu após o final do experimento. 216

A massa de forragem total na condição de pré-pastejo apresentou efeito de ciclo e 217

de estrato (P < 0,0001 para ambos), observando-se que o estrato acima dos 15 cm 218

apresentou MFT sempre inferior ao estrato 0-15 cm (Figura 3). A MFT diminuiu do 219

primeiro para o quarto ciclo de pastejo de 1900 para 903 kg.ha-1

de MS, comportamento 220

não observado no estrato inferior, que se manteve constante ao longo do período 221

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experimental com média de 3073 kg.ha-1

de MS. Este fato demonstra que houve 222

interação entre ciclo e estrato (P = 0,0001). 223

De acordo com Lopes et al. (2011), a maior MFT está relacionada a densidade 224

populacional de perfilhos que é alta nesta cultivar. Na mesma região, porém em estação 225

climática distinta, Emerenciano Neto et al. (2013) observaram que em pastos de capim-226

massai na condição de pré-pastejo e amostragem estratificada, os valores de MFT foram 227

maiores no estrato inferior em comparação ao superior. Trabalho conduzido com pastos 228

de capim-tanzânia na região Centro-Oeste do Brasil, Difante et al. (2009) constataram 229

que a massa de forragem no estrato entre zero e 25 cm apresentou valor 22% maior que 230

a soma dos estratos 25-50 e >50 cm. 231

232

233

Figura 3. Massa de forragem total por ciclo de pastejo em pasto de capim-massai na 234 condição de pré-pastejo nos estratos acima de 15 cm (>15) e abaixo de 15 cm (0-235 15). 236

237

Não foi observado efeito de tratamento (P = 0,4399) para a quantidade de massa 238

de forragem no pré-pastejo entre os tratamentos. Isso pode ser justificado pelo fato de 239

que antes do início do experimento a pastagem foi adubada e irrigada para que 240

acumulasse forragem e mantivesse condições homogêneas entre as características do 241

Ab

ABb

Bb Bb

Aa Aa

Aa

Aa

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

1 2 3 4

kg/h

a d

e M

S

Ciclos

>15

0-15

Colunas seguidas por letras maiúsculas distintas diferem (P<0,05) entre os ciclos para o

mesmo estrato; colunas seguidas por letras minúsculas distintas diferem (P<0,05) entre

os estratos para o mesmo ciclo.

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pasto para todos os tratamentos, fazendo com que a fonte de variação fosse os 242

suplementos proteicos. 243

Apesar do estrato acima de 15 cm ter apresentado valor inferior de MFT em 244

relação ao estrato abaixo de 15 cm, sua composição morfológica torna-o potencialmente 245

disponível ao consumo de forragem pelo animal. Independentemente do ciclo de 246

pastejo, a porcentagem de participação de lâmina foliar na composição do pasto foi 247

superior. Além disso, não foi observado colmo no estrato acima de 15 cm e a 248

porcentagem de material morto foi sempre superior no estrato 0-15 cm (Tabela 2). 249

250 Tabela 2. Porcentagem de lâmina foliar, colmo e material morto no pasto de capim-251

massai na condição de pré-pastejo. 252

ESTRATO CICLO

1 2 3 4

Porcentagem de lâmina foliar (CV=24,3%)

>15 74,1Aa

49,3Ba

45,1Ba

77,0Aa

0-15 15,4Ab

6,4Ab

7,3Ab

12,3Ab

Porcentagem de colmo (CV=39,7%)

>15 0,0Ab

0,0Ab

0,0Ab

0,0Ab

0-15 18,5Aa

19,2Aa

11,4Ba

11,5Ba

Porcentagem de material morto (CV=11,6%)

>15 25,9Bb

50,7Ab

54,9Ab

23,1Bb

0-15 65,9Aa

74,7Aa

81,4Aa

76,0Aa

Valores seguidos por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 253 Valores seguidos por letras minúsculas distintas na coluna diferem (P<0,05) para cada 254 variável. 255 256

A não participação de colmo no estrato acima de 15 cm pode ser justificada pelo 257

fato de que antes do período experimental, a área foi mantida sob pastejo intensivo, o 258

pasto submetido à desfolhações severas por ovinos adultos e a precipitação no ano de 259

2012 foi abaixo da média da região em comparação aos últimos anos, o que não 260

favoreceu ao crescimento das plantas e consequentemente foi obtido baixo acúmulo de 261

forragem para o período seco. Soma-se a estes fatores o fenômeno da plasticidade 262

fenotípica das plantas. Segundo Da Silva et al. (2008), as práticas de manejo adotadas 263

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determinam uma resposta estrutural e morfológica da planta, condicionando assim 264

estratégias de resistência das espécies à desfolhação. Ainda de acordo com estes autores, 265

as alterações na arquitetura da planta e do dossel, provocadas pela desfolhação, podem 266

resultar em modificações no desenvolvimento, crescimento e morfogênese das plantas 267

forrageiras, resultando nos padrões de produção de forragem e consequentemente no 268

desempenho animal. 269

As porcentagens de material morto no estrato 0-15 cm nos ciclos 2 e 4 corroboram 270

com os resultados obtidos por Fernandes et al. (2012a), no qual estes autores 271

observaram que o capim-massai apresentou aproximadamente 75% de material 272

senescente. Observou-se que a proporção de material morto diminuiu do terceiro para o 273

quarto ciclo de pastejo no estrato acima de 15 cm e que a porcentagem de lâminas 274

foliares apresentou comportamento inverso. Isso pode ser justificado pela precipitação 275

dos meses de fevereiro e março, que apesar de insuficiente para aumentar a massa de 276

forragem total nos dois últimos ciclos, foi capaz de provocar respostas quanto à 277

estrutura do dossel e das plantas. 278

Na condição de pós-pastejo, foi observado efeito de tratamento apenas no 279

primeiro ciclo de pastejo (P = 0,0137), no qual os piquetes ocupados por animais 280

suplementados com feno de Leucena e farelo de soja apresentaram menor massa de 281

forragem total em comparação ao pasto mantido sob pastejo por ovinos suplementados 282

apenas com mistura múltipla (Figura 4). Também foram verificados efeitos de ciclo (P 283

< 0,0001) e interação entre ciclo e tratamento (P = 0,0114). 284

Os menores valores de MFT observados nos tratamentos com suplementação de 285

feno de Leucena e farelo de soja em relação aos suplementados apenas com mistura 286

múltipla no primeiro ciclo de pastejo, estão relacionados à influência da fonte de 287

proteína verdadeira destes alimentos no consumo de MS do pasto pelos animais. O 288

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pasto mantido com ovinos suplementados com feno de Gliricídia apresentou MFT 289

intermediária entre os tratamentos. Uma possível explicação é o fato de o consumo 290

deste suplemento ter sido inferior ao consumo de feno de Leucena e farelo de soja no 291

primeiro ciclo de pastejo (dados não publicados), e desta forma essa fonte de proteína 292

pode não ter proporcionado a mesma resposta no consumo de MS do pasto. 293

294

295 296

297

Figura 4. Massa de forragem total por tratamento e ciclo de pastejo em pasto de capim-298 massai na condição de pós-pastejo. 299

300

Não foram observadas diferenças entre os tratamentos no segundo, terceiro e 301

quarto ciclo de pastejo (P = 0,2824, P = 0,4099 e P = 0,2675, respectivamente). Este 302

resultado justifica-se pela sensibilidade do consumo em resposta a quantidade de massa 303

de forragem (Reis & Da Silva, 2006), ou seja, a diminuição da MFT ao longo do 304

período experimental pode ter feito com que esta característica tenha sido determinante 305

no consumo de MS pelos ovinos. Ainda de acordo com Reis & Da Silva (2006), o 306

consumo de forragem de animais em pastejo apresenta um comportamento assintótico, 307

caracterizado por uma curva em que na fase inicial ascendente, caracterizado por fatores 308

Aa

Ba ABa

Ba Ab

Aab Ab Ab

Ab

Aab Ab

Ab Ac Ab

Ab Aab

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

M ML MG MFS

kg/h

a d

e M

S

Tratamentos

1

2

3

4

Colunas seguidas por letras maiúsculas distintas diferem (P<0,05) entre os tratamentos para o

mesmo ciclo.

Colunas seguidas por letras minúsculas distintas diferem (P<0,05) entre os ciclos para o mesmo

tratamento.

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não-nutricionais ou comportamentais, parece ser o fator de maior relevância a restringir 309

o consumo. 310

O efeito de ciclo observado na MFT pós-pastejo assemelha-se à do pré-pastejo, no 311

qual esta característica apresentou valores decrescentes, apresentado 40% menos 312

forragem no quarto ciclo de pastejo em comparação ao primeiro. Os valores de massa 313

de forragem no pós-pastejo deste experimento estão próximos aos observados por 314

Euclides et al. (2008) para o capim-massai na estação seca e superiores aos encontrados 315

pelos mesmos autores em relação ao capim-mombaça. 316

Foi observado efeito de ciclo para as porcentagens de participação de lâmina 317

foliar, colmo e material morto (P < 0,0001, P = 0,0401 e P < 0,0001, respectivamente) 318

na MFT no pós-pastejo (Tabela 3). A porcentagem de lâmina foliar diminuiu 319

aproximadamente 85% do primeiro para o quarto ciclo de pastejo, enquanto a 320

porcentagem de material morto apresentou comportamento inversamente proporcional. 321

A porcentagem de colmo apresentou diferença apenas entre o primeiro e o terceiro ciclo 322

de pastejo. 323

324

Tabela 3. Porcentagem de lâmina foliar (PLF), colmo (PCO) e material morto (PMM) 325

no pasto de capim-massai na condição de pós-pastejo. 326

Constituintes Ciclos *

CV(%) 1 2 3 4

PLF 21,5a 4,2

b 2,8

b 3,3

b 69,8

PCOL 9,9a 7,3

ab 6,2

b 7,2

ab 40,3

PMM 68,7b 88,5

a 91,1

a 89,6

a 7,9

Valores seguidos por letras distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 327 *Coeficiente de variação. 328

329

A participação de colmo na estrutura do pasto obtida neste trabalho é menor do 330

que o apresentado por Vargas Júnior et al. (2013) no pós-pastejo em pasto de capim-331

massai na época seca, porém o método de pastejo adotado pelos autores foi com lotação 332

contínua. A menor porcentagem de lâmina foliar em relação ao material morto no pós-333

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pastejo é justificável, tendo em vista a preferência dos ovinos em consumir este 334

constituinte morfológico. Não foram observados efeitos de tratamento nem interação 335

ciclo x tratamento para nenhuma das variáveis de composição morfológica no pós-336

pastejo. 337

Nos resultados de composição química da lâmina foliar no pré-pastejo, foi 338

verificada interação estrato x ciclo para as variáveis de PB e DIVMO (P = 0,0315 e P = 339

0,0163, respectivamente). Para as variáveis de FDN e LIG, houve efeito apenas de ciclo 340

(P < 0,0001 para ambas), no qual os valores diminuíram do primeiro para o quarto ciclo 341

de pastejo (Tabela 4). 342

343 Tabela 4. Porcentagem de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), 344

digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina (LIG) na 345 lâmina foliar de capim-massai em dois estratos na condição de pré-pastejo. 346

ESTRATO CICLOS

Média 1 2 3 4

PB (CV=5,2%)

>15 9,34Ba

8,27Ba

13,57Aa

12,66Aa

-

0-15 8,51Bb

8,00Ba

12,62Ab

11,42Ab

-

Média - - - -

FDN (CV=1,5%)

>15 72,13 72,51 70,22 65,78 70,16a

0-15 72,01 73,27 70,11 66,51 70,47a

Média 72,07A 72,89

A 70,17

B 66,15

C

DIVMO (CV=3,2%)

>15 61,63Ba

57,89Ba

73,16Aa

69,92Aa

-

0-15 60,12Ba

58,77Ba

72,65Aa

66,78ABb

-

Média - - - -

LIG (CV=11,0%)

>15 5,4 5,61 3,78 3,87 4,66a

0-15 5,58 5,77 3,95 3,85 4,79a

Média 5,49A 5,69

A 3,87

B 3,86

B

Valores seguidos por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 347 Valores seguidos por letras minúsculas distintas na coluna diferem (P<0,05) para cada 348 variável. 349 350

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40

No geral, as lâminas foliares do estrato acima de 15 cm apresentaram maior teor 351

de PB, enquanto que para a DIVMO esta superioridade foi observada no quarto ciclo de 352

pastejo. Isso pode indicar uma superioridade no valor nutritivo da forragem no estrato 353

acima de 15 cm, justificando a afirmação de Hodgson (1990) de que a forragem 354

presente nos estratos superiores do pasto devem ser consumidas preferencialmente por 355

animais de elevada performance e altos requerimentos nutricionais. 356

A DIVMO e a PB da lâmina foliar apresentaram valores próximos e até superiores 357

quando comparada a outras cultivares de Panicum maximum. Porém ressalta-se a 358

importância de aspectos relacionados às estruturas anatômicas desse constituinte que 359

influenciam diretamente na resistência para a redução de partículas pelo processo de 360

mastigação e ruminação do animal, que por sua vez podem ter sido destruídas pela 361

moagem das amostras. Comparando por meio de estudo anatômico e biológico na 362

lâmina foliar das cultivares Tanzânia, Mombaça e Massai, Lempp et al. (2000) 363

verificaram maior presença da estrutura girder I na cultivar Massai. Segundo Paciullo 364

(2002) esta estrutura dificulta o desprendimento da epiderme do restante da folha, 365

promovendo uma maior resistência aos danos mecânicos e químicos. 366

Os teores de FDN e LIG diminuíram do primeiro e segundo ciclo para o terceiro e 367

quarto ciclo de pastejo, enquanto a PB e a DIVMO apresentaram comportamento 368

contrário nos dois estratos. Esta melhora no valor nutritivo das lâminas foliares pode ser 369

justificada pela ocorrência de chuvas nos meses de fevereiro e março, ocasionando uma 370

resposta das plantas quanto à rebrotação. 371

Houve efeito de ciclo para a PB, FDN, DIVMO e LIG do colmo (P = 0,0001, P < 372

0,0001, P = 0,0014 e P < 0,0001, respectivamente) no pré-pastejo, em que, no geral, 373

tiveram um comportamento semelhante ao observado nas lâminas foliares (Tabela 5). 374

375

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41

Tabela 5. Porcentagem de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), 376

digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina (LIG) no 377 colmo de capim-massai na condição de pré-pastejo. 378

Variáveis Ciclos *

CV(%) 1 2 3 4

PB 6,0bc

5,3c 7,4

a 6,8

ab 14,7

FDN 71,2a 70,5

a 71,0

a 67,2

b 2,6

DIVMO 58,8ab

57,2b 59,4

a 60,8

a 3,3

LIG 5,9a 5,8

a 5,4

a 4,2

b 12,0

Valores seguidos por letras distintas na linha diferem (P<0,05) entre si. 379 *Coeficiente de variação. 380

381

Os valores de PB e LIG do colmo estão próximos aos apresentados por Stabile et 382

al. (2010) para o capim-massai cortado aos 60 dias. Os teores de FDN e PB 383

apresentaram valores semelhantes aos reportados por Gomes et al. (2010). 384

Verificou-se interação entre estrato e ciclo para os teores de PB, FDN, DIVMO e 385

LIG (P < 0,0001, P = 0,0007, P = 0,0007 e P <0,0001, respectivamente) para o material 386

morto na condição de pré-pastejo (Tabela 6). 387

388

Tabela 6. Teores (%) de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), 389

digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina (LIG) no 390

material morto de capim-massai em dois estratos na condição de pré-pastejo. 391

ESTRATO CICLO

1 2 3 4

PB (CV=6,8%)

>15 4,20Bb

4,10Ba

4,55Ba

6,71Aa

0-15 4,53ABa

4,25Ba

4,41ABa

5,46Ab

FDN (CV=2,4%)

>15 73,13Bb

73,14Bb

76,02Aa

72,39Ba

0-15 77,20Aa

76,25Aa

76,39Aa

72,84Ba

DIVMO (CV=4,6%)

>15 39,40ABa

40,36ABa

38,87Ba

43,36Aa

0-15 33,90Ab

34,12Ab

35,10Ab

36,59Ab

LIG (CV=1,6%)

>15 6,99Ab

6,38Ab

6,98Ab

7,37Ab

0-15 8,89Aa

8,43Aa

8,65Aa

8,59Aa

Valores seguidos por letras maiúsculas distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 392 Valores seguidos por letras minúsculas distintas na coluna diferem (P<0,05) para cada 393

variável. 394

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42

395

O valor nutritivo do material morto foi o menor dentre os constituintes 396

morfológicos do dossel forrageiro. Porém, foram ligeiramente superiores aos 397

observados por Fernandes et al. (2012b), mesmo estes autores tendo avaliado a planta 398

inteira. Um dos fatores que justificam esse resultado foi o preparo da área antes do 399

início do experimento com aplicação de 50 kg.ha-1

de N. 400

Os conteúdos de PB, FDN, DIVMO e LIG (Tabela 7) variaram de acordo com o 401

ciclo de pastejo nos constituintes morfológicos na condição de pós-pastejo (P < 0,05). 402

403 Tabela 7. Teores (%) de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), 404

digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina (LIG) dos 405 componentes morfológicos na condição de pós-pastejo. 406

Variáveis

Ciclos de pastejo *CV(%) 1 2 3 4

Lâmina foliar

PB 7,7b 7,9

b 13,1

a 9,0

ab 30,5

FDN 72,6a 73,4

a 70,3

a 69,8

a 3,8

DIVMO 57,1b 57,0

b 67,2

a 57,6

b 9,5

LIG 5,6a 5,8

a 5,6

a 5,7

a 19,1

Colmo

PB 5,9b 6,1

b 9,1

a 7,2

ab 24,9

FDN 72,2a 72,6

a 71,0

ab 68,5

b 3,0

DIVMO 56,4a 55,9

a 56,7

a 55,6

a 7,9

LIG 5,9a 6,3

a 6,3

a 5,7

a 20,9

Material morto

PB 4,0b 4,1

b 4,4

b 5,4

a 14,1

FDN 76,1ab

76,9a 77,6

a 74,1

b 2,4

DIVMO 36,8a 34,7

ab 32,6

b 36,1

a 7,0

LIG 7,9b 8,1

b 9,1

a 8,9

a 6,4

Valores seguidos por letras distintas na linha diferem (P<0,05). 407 *Coeficiente de variação. 408

409

Verificou-se, a exemplo do pré-pastejo, que o material morto apresentou o menor 410

valor nutritivo dentre os constituintes morfológicos no pós-pastejo. A baixa qualidade 411

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43

nutricional do pasto após a saída dos animais se justifica pelas altas proporções de 412

material morto em sua estrutura, aproximadamente 90%, nos ciclos 2, 3 e 4 (Tabela 3). 413

Conclusões 414

O capim-massai é uma forrageira tropical com tolerância a precipitação de 150 415

mm por 5,5 meses, apresentando-se como alternativa de forragem em sistemas de 416

produção de ovinos suplementados na região Nordeste. A utilização de alternativas 417

suplementares não alterou o valor nutritivo do capim-massai, que apresenta satisfatório 418

valor nutritivo nas lâminas foliares, mesmo em períodos de restrição hídrica. 419

Agradecimentos 420

Ao CNPq/INSA e a CAPES pela concessão de bolsas de estudo e financiamento 421

do projeto. Aos integrantes do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN 422

pela colaboração na condução do experimento. À EMBRAPA Gado de Corte pelas 423

análises laboratoriais. 424

Abstract: This study aimed to evaluate the agronomic characteristics and nutritional 425

value of massaigrass subjected to grazing by sheep supplemented in the dry season. The 426

treatments consisted of pastures of massaigrass subjected to grazing with intermittent 427

stocking by sheep supplemented with different protein sources. The pasture was 428

assessed for height and forage mass of two strata in pre-grazing and verified the 429

structure of the pasture from the manual separation of morphological constituents in 430

leaf, stem and dead material. In the post-grazing assessments were similar to those of 431

pre-grazing, but without stratification. Forage samples of pre and post-grazing were 432

analyzed for chemical composition of each morphological constituent. The height of the 433

sward, in pre and post-grazing, showed a decrease throughout the experimental period. 434

Forage mass in the upper strata also decreased throughout the experimental period. The 435

lower stratum remained constant throughout the experimental period , with an average 436

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44

of 3073 kg.ha-1

of DM. The leaf showed crude protein and in vitro digestibility of 437

organic matter with a mean of 11 and 65 %, respectively, in the upper stratum. The dead 438

material presented high levels of lignin and neutral detergent fiber, demonstrating a low 439

nutritional value compared to the other constituents. The massaigrass is a tropical grass 440

with good tolerance to periods of low rainfall, presenting itself as an alternative forage 441

in ruminant production on pasture systems in the Northeast. 442

Key-words: animal production, forage, Panicum maximum, pasture, stem 443

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48

3. EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA NO DESEMPENHO E

PRODUTIVIDADE DE OVINOS DE CORTE EM CAPIM-MASSAI NA

ÉPOCA SECA

Trabalho submetido à revista:

ARQUIVO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

ISSN: 1678-4162

Página eletrônica: www.abmvz.org.br

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49

Efeito da suplementação proteica no desempenho e produtividade de ovinos de

corte em capim-massai na época seca1

Leonardo Santana Fernandes2*

; Gelson dos Santos Difante2 1

1Financiado pelo CNPq/INSA 2

2Programa de Pós-Graduação em Produção Animal – UFRN – Macaíba, RN. 3

*[email protected] 4

5

Resumo: Objetivou-se avaliar o efeito da suplementação proteica no desempenho e 6

produtividade de ovinos de corte em pastos de capim-massai na estação seca. Os 7

tratamentos corresponderam a quatro grupos de animais suplementados com mistura 8

múltipla, feno de Leucena, feno de Gliricídia e farelo de soja. O pasto foi avaliado 9

quanto à altura e massa de forragem total no pré-pastejo em dois estratos e verificada a 10

estrutura do pasto a partir da separação manual dos constituintes morfológicos em 11

lâmina foliar, colmo e material morto. No pós-pastejo as avaliações foram análogas às 12

do pré-pastejo, porém sem estratificação. Amostras de forragem na condição de pré-13

pastejo foram analisadas quanto à composição química de cada constituinte 14

morfológico. Para as avaliações de desempenho e produção animal foram calculados o 15

ganho de peso vivo médio diário, taxa de lotação (UA, animais de 25 kg.ha-1

) e ganho 16

de peso vivo total (kg.ha-1

de PV produzido), por ciclo de pastejo. A altura do dossel 17

forrageiro, tanto no pré como no pós-pastejo, apresentou decréscimo ao longo do 18

período experimental. A massa de forragem no estrato superior também diminuiu ao 19

longo dos ciclos de pastejo. Foi observado média de 10,5% de proteína bruta na lâmina 20

foliar do capim-massai. O desempenho animal médio entre os tratamentos foi de 57 21

g.dia-1

, considerado satisfatório para época do ano e quantidade de suplemento ofertada. 22

A taxa de lotação não variou entre os tratamentos, porém aumentou ao longo do período 23

experimental, atingindo valor médio de 24,5 UA.ha-1

no quarto ciclo de pastejo. Nos 24

dois primeiros ciclos de pastejo, os ganhos de peso vivo total dos animais 25

suplementados com fenos de Leucena e Gliricídia foram superiores aos animais 26

suplementados apenas com mistura múltipla. A utilização de fenos de Leucena e 27

Gliricídia para a suplementação proteica de ovinos mantidos em pasto de capim-massai 28

apresenta-se como uma alternativa em sistemas de produção de ovinos de corte. 29

Palavras-chave: farelo de soja, Gliricidia sepium, Leucaena leucocephala, mistura 30

múltipla, Panicum maximum 31

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50

Abstract: Aimed to evaluate the effect of protein supplementation on the performance 32

and productivity of sheep of meat grazing massaigrass in the dry season. The treatments 33

consisted of four groups of animals supplemented with multiple mixture, hay of 34

Leucena, hay of Gliricidia and soybean meal. The pasture was assessed for the height 35

and forage mass in two strata on the pre-grazing and verified the structure of pasture 36

from the manual separation of morphological constituents in leaf blade, stem and dead 37

material. In the post-grazing assessments were similar to those of pre-grazing, but 38

without stratification. Forage samples provided pre-grazing were analyzed for chemical 39

composition of each morphological constituent. For performance evaluations and 40

animal production were calculated gain of daily live weight, stocking rate (AU animals 41

of 25 kg.ha-1

) and total live weight gain (kg.ha-1

of BW produced), per grazing cycle. 42

The sward’s height, at pre and post-grazing, showed a decrease throughout the 43

experimental period. The forage mass in the upper strata also decreased throughout the 44

experimental period. It was observed average of 10.5 % crude protein in the leaf of 45

massaigrass. The average animal performance between treatments was 57 g.day-1

, 46

considered satisfactory for the season of the year and amount of supplement offered. 47

Stocking rate did not differ among treatments, but increased throughout the 48

experimental period, reaching a mean value of 24.5 UA.ha-1

in the fourth grazing cycle. 49

In the first two grazing cycles, gains in total live weight of animals supplemented with 50

hay of Leucena and Gliricidia were superior to animals supplemented only with 51

multiple mixture. The use of hay of Leucena and Gliricidia for protein supplementation 52

of sheep on pasture of massaigrass presents itself as an alternative in production of 53

sheep of meat systems. 54

Key-words: Gliricidia sepium, Leucaena leucocephala, multiple mixture, Panicum 55

maximum, soybean meal 56

57

Introdução 58

A utilização de forrageiras tropicais nos sistemas de produção animal vem sendo 59

cada vez mais empregada e estudada devido às suas características como elevada 60

produção de biomassa por unidade de área e valor nutritivo da forragem. Apesar de 61

possuir 158,75 milhões de hectares de pastagens, sendo 63,9% deste total ocupada por 62

pastagem cultivada (IBGE, 2007), os índices zootécnicos do rebanho brasileiro ainda 63

são insatisfatórios, havendo necessidade de estudos acerca do adequado manejo das 64

pastagens, com objetivo de alcançar maior produção de forragem e produção animal. 65

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O Panicum maximum é uma das espécies de gramíneas tropicais mais utilizadas 66

em sistemas de produção de ruminantes no país, devido ao seu valor nutritivo, produção 67

de biomassa, capacidade de suporte e desempenho animal, elevada aceitabilidade pelos 68

animais e não apresenta princípios tóxicos ou antinutricionais (Barbosa et al., 2003; 69

Cândido et al., 2005; Cândido et al., 2006; Difante et al., 2009; Difante et al., 2010). 70

Porém, sabe-se que na região tropical do Brasil há um dinamismo na quantidade e na 71

qualidade dos pastos ao longo do ano, em decorrência principalmente da instabilidade 72

das condições climáticas, havendo assim uma abundância de forragem na estação 73

chuvosa e carência desta na estação seca. A partir disso, observa-se uma variação no 74

crescimento dos animais, bem como na produção destes de acordo com a estação, o que 75

tende a causar prejuízos econômicos ao produtor rural, uma vez que os animais 76

demoram mais a serem abatidos, ocasionando flutuações na oferta de produtos de 77

origem animal (Souza e Espíndola, 1999). 78

A proteína é o nutriente que mais afeta o desempenho animal na estação seca, 79

mesmo havendo fibra potencialmente digestível na forragem, portanto a utilização de 80

suplementos para animais em pasto pode elevar o desempenho destes (Reis et al., 2009). 81

Porém o custo com suplementação pode comprometer a estratégia e por isso sua 82

utilização deve ser realizada de maneira planejada, no qual a busca por alimentos 83

alternativos pode minimizar e ou melhorar os efeitos da falta de chuvas. 84

A avaliação de diferentes fontes de suplementos alimentares adaptadas às 85

condições edafoclimáticas da região torna-se indispensável para identificar as respostas 86

dos materiais, que possibilitarão a exploração econômica das potencialidades do 87

semiárido brasileiro, por meio da otimização da produtividade e consequentemente a 88

sustentabilidade, a competitividade e a remuneração dos produtores. Neste contexto, a 89

produção e utilização de leguminosas como a Leucena e a Gliricídia pode melhorar os 90

índices econômicos da propriedade, incrementando mais rentabilidade ao produtor. 91

Desta forma, objetivou-se com este experimento avaliar o efeito da suplementação 92

proteica no desempenho e produtividade de ovinos de corte em pastos de capim-massai 93

na estação seca. 94

Material e Métodos 95

O experimento foi conduzido na Unidade Acadêmica Especializada em Ciências 96

Agrárias (UAECA) localizada na Escola Agrícola de Jundiaí, Campus de Macaíba da 97

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, em Macaíba RN, na área 98

experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN, as 99

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coordenadas geográficas são 5° 53’ 34’’ de latitude Sul, 35° 21’ 50’’ de longitude Oeste 100

e a 50 metros de altitude. 101

A fertilidade do solo (Neossolo Quartzarênico) foi obtida a partir de análise 102

química e com base nos resultados (Tab. 1) foram aplicados 50 kg.ha-1

de P2O5 na 103

forma de Superfosfato Simples com o objetivo de elevar o teor de fósforo entre 8 e 12 104

mg.(dm3)-1

. A pastagem foi implantada no primeiro semestre de 2011, em sistema de 105

semeadura convencional em linhas com distribuição de sementes e adubo (P2O5). Um 106

mês antes do início do experimento, o pasto foi irrigado e adubado com aplicação de 50 107

kg.ha-1

de N na forma de sulfato de amônia a fim de simular o final do período chuvoso, 108

acumular forragem para a condução do trabalho e manter os módulos da pastagem 109

semelhantes. 110

111

Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental nas camadas 0-20 e 20-112

40 cm. 113

Camadas

(cm)

P K Na pH

Ca Mg Al H+Al V (%)

mg/dm³ cmolc/dm³

0-20 7,0 75,0 27,0 6,1 1,2 0,5 0,0 1,6 55,7

20-40 4,0 124,0 29,0 5,3 1,6 0,8 0,1 2,3 55,3

114

A área total de pastagem foi de 0,96 ha, dividida em quatro módulos, cada um 115

com área de 0,24 ha, subdivididos em seis piquetes de 0,04 ha cada. Os tratamentos 116

corresponderam a pastos de capim-massai submetidos ao pastejo por ovinos 117

suplementados com diferentes fontes de proteína: 118

M – pastagem de capim-massai + mistura múltipla; 119

MFS – M + suplementação com farelo de soja + mistura múltipla; 120

ML – M + suplementação com feno de Leucena + mistura múltipla; 121

MG – M + suplementação com feno de Gliricídia + mistura múltipla. 122

A suplementação foi ofertada de modo a atender 23% das necessidades em 123

proteína bruta dos ovinos, calculada de acordo com dados do NRC (2007). Foi realizada 124

análise química dos suplementos no laboratório de nutrição animal da UFRN (Tab. 2), 125

no qual foram estimados os valores de matéria seca, matéria mineral, proteína bruta e 126

lignina de acordo com metodologias descritas por Silva e Queiroz (2002). Para 127

determinação dos teores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente 128

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ácido (FDA) foi empregada a metodologia descrita por Van Soest (1991) e adaptada de 129

acordo com as recomendações do fabricante ANKON® TECNOLOGY. 130

131

Tabela 2. Análise química dos fenos de leguminosas utilizados como suplemento e 132

composição da mistura múltipla. 133

Variável (%) Feno de

Leucena

Feno de

Gliricídia

Farelo

de soja

Mistura múltipla

Composição (matéria natural)

Matéria seca 89,4 83,3 89,6

Matéria mineral 9,5 10,9 6,7 Milho grão moído

Uréia pecuária *Ovinofós com monensina®

25%

20%

55%

Proteína bruta 20,8 17,4 46,3

FDN 49,0 39,8 15,9

FDA 30,1 28,8 9,7

Lignina 16,7 12,2 1,6 *Composição (por kg do produto): Na-147,0 g; Ca-120,0 g; P-87,0 g; S-18,0 g; Zn-134

3800,0 mg; Fe-18000,0 mg; Mn-1300,0 mg; monensina sódica-1300,0 mg; F-870,0 mg; 135

Cu-590,0 mg; Mo-300,0 mg; I-80,0 mg; Co-40,0 mg; Cr-20,0 mg; Se-15,0 mg. 136

137

Os animais permaneciam em pastejo durante o dia (das 7:30h às 16:30h), quando 138

após esse período eram recolhidos à um aprisco coberto para serem suplementados e 139

permanecerem o período noturno. As baias possuíam uma área de 9 m2 e eram providos 140

de comedouro, bebedouro e saleiro (para oferta da mistura múltipla ad libitum). 141

Foram utilizados ovinos com genótipo ½ Santa Inês x ½ SPRD (sem padrão racial 142

definido), machos inteiros com peso vivo médio inicial de 16,2 kg e idade média de três 143

meses. Foram utilizados seis ovinos por módulo de pastejo, totalizando 24 animais 144

sendo estes pesados semanalmente para realização do ajuste da quantidade de 145

suplemento a ser fornecida, tendo em vista que as necessidades nutricionais dos animais 146

modificavam de acordo com o peso vivo. 147

O período experimental foi de novembro de 2012 a abril de 2013 (168 dias), 148

época caracterizada pela baixa precipitação na região (Fig. 1). Apesar do mês de abril 149

ter apresentado elevada precipitação, 92% desta ocorreu após o final do experimento. 150

Os dados de temperatura foram obtidos através de banco de dados do Instituto Nacional 151

de Meteorologia (INMET) e para controle das chuvas foram coletados dados do 152

pluviômetro instalado na área. 153

154

155

156

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157 Figura 1. Precipitação e temperatura de janeiro de 2012 a dezembro de 2013. 158

159

O método de pastejo utilizado foi com lotação intermitente, tendo período fixo de 160

ocupação (7 dias) e descanso (35 dias), ocorrendo assim quatro ciclos de pastejo no 161

período experimental. Em cada ciclo de pastejo, foram realizadas três coletas de 162

forragem e altura do pasto no pré-pastejo (1º, 15º e 29º dia de cada ciclo) e três coletas 163

no pós-pastejo (8º, 22º e 36º dia de cada ciclo). 164

Foram realizadas avaliações no pasto no pré e pós pastejo para as variáveis de 165

altura do dossel, massa de forragem total e porcentagem de participação dos 166

constituintes morfológicos. Foi determinado o valor nutritivo dos constituintes 167

morfológicos na condição de pré-pastejo. 168

A altura do pasto foi determinada utilizando-se uma régua de um metro, graduada 169

em centímetros, sendo medidos 40 pontos representativos por piquete avaliado. A altura 170

do dossel em cada ponto foi correspondente à altura média da curvatura das folhas em 171

torno da régua. Essas leituras foram tomadas no pré-pastejo, imediatamente antes da 172

entrada dos animais e no pós-pastejo, após a saída dos animais do piquete. 173

Para o monitoramento das características estruturais do pasto, a massa total de 174

forragem (MTF) na condição de pré-pastejo foi estimada por meio de corte estratificado 175

da forragem contida no interior de quatro áreas representativas em três piquetes de cada 176

módulo. Para isso foi utilizado um quadrado de 0,5 m² de área, com suporte de 15 cm de 177

altura. Em cada ponto de amostragem foram cortadas duas amostras, uma a partir da 178

altura máxima do pasto até 15 cm (estrato maior que 15 cm) e o outro corte realizado ao 179

nível do solo (estrato 0 – 15 cm), totalizando oito amostras por piquete, sendo estas 180

identificadas e pesadas para obtenção do peso verde das amostras. Para avaliação da 181

massa seca de forragem, cada amostra foi subamostrada em aproximadamente 50% do 182

peso verde colhido, acondicionadas em sacos de papel e secas em estufa de ventilação 183

27

127

57 43

96

208

135

32 19 13

0 0 15

71

38

224

307

185 201

95

39

5 21

0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

0

50

100

150

200

250

300

350

Jan

Fev

Mar

Ab

r

Mai

Jun

Jul

Ag

o

Set

Ou

t

No

v

Dez Jan

Fev

Mar

Ab

r

Mai

Jun

Jul

Ag

o

Set

Ou

t

No

v

Dez

P (mm)

T (ºC)

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forçada de ar a 55 ºC por 72 horas, quando foram novamente pesadas. A massa de 184

forragem total de cada amostra foi estimada por meio da soma da massa dos dois 185

estratos. Para avaliação dos componentes morfológicos do pasto no pré pastejo, as oito 186

amostras coletadas (depois de retirada as subamostras para determinação da massa seca) 187

constituíram quatro amostras compostas (duas para cada estrato). As amostras 188

compostas foram separadas manualmente em lâmina foliar, colmo (colmo + bainha) e 189

material morto. A coleta de forragem no pós-pastejo e a avaliação dos componentes 190

morfológicos aconteceram de maneira análoga, porém sem a estratificação das 191

amostras. 192

O acúmulo de forragem foi calculado pela diferença entre as massas de forragem 193

no pré-pastejo atual e pós-pastejo anterior de cada piquete. As taxas de acúmulo de 194

forragem (kg.ha-1

.dia de MS) foram calculadas dividindo-se o acúmulo de forragem 195

pelo número de dias correspondente ao período de descanso. 196

As amostras dos constituintes morfológicos do pré-pastejo foram moídas no 197

Laboratório de Nutrição Animal da UFRN e analisadas na EMBRAPA – Centro 198

Nacional de Pesquisa em Gado de Corte (CNPGC), em Campo Grande/MS, utilizando-199

se o sistema de Espectrofotometria de Reflectância no Infravermelho Proximal (NIRS), 200

estimando-se os teores proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), 201

digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina (LIG). 202

Os animais foram pesados no início do experimento e ao final de cada ciclo de 203

pastejo para a obtenção do ganho de peso vivo médio diário (GMD, kg.animal-1

.dia), 204

calculado pela diferença de peso dos animais entre as pesagens, dividida pelo número de 205

dias de cada ciclo. 206

O ganho de peso vivo total (GPT) por hectare (kg.ha-1

de PV produzido) foi 207

obtido multiplicando-se o GMD dos animais pela quantidade de unidade animal (UA, 208

correspondente a um ovino de 25 kg por hectare) em cada ciclo de pastejo. 209

A taxa de lotação por ciclo de pastejo (UA.ha-1

) foi calculada como produto do 210

peso médio dos animais pelo número de dias que permaneceram no módulo, de acordo 211

com Petersen e Lucas Jr. (1968). 212

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro 213

tratamentos, três repetições para as avaliações do pasto (piquetes) e seis repetições 214

(animais) para as avaliações de desempenho e produtividade animal. Os dados foram 215

submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey 216

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adotando-se nível de 5% de significância, utilizando-se o procedimento “General Linear 217

Model” disponível no SAS Institute (1993). 218

Resultados e Discussão 219

As alturas do pasto no pré e pós-pastejo apresentaram efeito de ciclo (P < 0,0001) 220

e diminuíram ao longo do período experimental, no qual o terceiro e quarto ciclos de 221

pastejo apresentaram menor altura em comparação aos dois primeiros ciclos. A massa 222

de forragem no estrato acima dos 15 cm e a massa de forragem no resíduo apresentaram 223

comportamento semelhante ao observado na altura do dossel (Tab. 3). 224

225

Tabela 3. Altura do dossel no pré e pós-pastejo (cm), massa de forragem total (MFT) no 226

pré e pós-pastejo (kg.ha-1

de MS), taxa de acúmulo de matéria seca (kg.ha-1

.dia 227

de MS) e composição morfológica da massa de forragem (%) de pastos de 228

capim-massai na estação seca. 229

Variável Ciclos *

CV(%) 1 2 3 4

Altura do dossel pré-pastejo 30,8a 25,8

b 21,1

c 18,1

c 12,4

Altura do dossel pós-pastejo 26,7a 18,9

b 14,1

c 12,1

c 12,7

MFT no pré-pastejo >15 cm 1900,6a 1566,3

ab 975,8

b 903,4

b 15,6

MFT no pré-pastejo 0-15 cm 3241,0a 3027,7

a 2781,7

a 3243,6

a 15,6

MFT no pós-pastejo 2851,9a 2010,3

b 1911,2

b 1720,2

b 13,2

Taxa de acúmulo de MS 48,8a 49,9

a 67,6

a - 45,3

Lâmina foliar >15 cm 74,1a 49,3

b 45,1

b 77,0

a 24,3

Lâmina foliar 0-15 cm 15,4a 6,4

a 7,3

a 12,3

a 24,3

Colmo 0-15 cm 18,5a 19,2

a 11,4

b 11,5

b 39,7

Material morto >15 cm 25,9b 50,7

a 54,9

a 23,1

b 11,6

Material morto 0-15 cm 65,9a 74,7

a 81,4

a 76,0

a 11,6

Valores seguidos por letras distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 230 *Coeficiente de variação. 231

232

A taxa de acúmulo de forragem se manteve constante (P = 0,1822), apresentando 233

valores abaixo dos obtidos por Emerenciano Neto et al. (2013) em pasto de capim-234

massai, porém salienta-se que esses autores conduziram experimento no período das 235

águas. Euclides et al. (2008) observaram valores de taxa de acúmulo de matéria seca 236

verde de aproximadamente 20 kg.ha-1

.dia de MS no período seco. A taxa de acúmulo de 237

forragem é bastante sensível às variações climáticas, principalmente na maior parte da 238

região semiárida do Nordeste do país, tendo em vista que as temperaturas geralmente 239

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permanecem elevadas e baixas precipitações pluviais já podem promover respostas 240

quantitativas e qualitativas na pastagem. 241

No estrato acima de 15 cm a porcentagem de lâmina foliar no primeiro e quarto 242

ciclos de pastejo foram superiores aos observados no segundo e terceiro ciclos. 243

Comportamento inverso foi observado para a porcentagem de material morto neste 244

estrato (Tab. 3). As precipitações ocorridas nos meses de março e abril justificaram a 245

melhora na estrutura do pasto do terceiro para o quarto ciclo de pastejo, porém não foi 246

suficiente para elevar a quantidade de massa de forragem. 247

Foi observado efeito de ciclo (P > 0,05) para o valor nutritivo da forragem (Tab. 248

4), tendo os teores de PB e DIVMO da lâmina foliar aumentado do primeiro para o 249

quarto ciclo de pastejo. 250

251

Tabela 4. Teores de proteína bruta, fibra em detergente neutro (FDN), digestibilidade in 252

vitro da matéria orgânica (DIVMO) e lignina dos componentes morfológicos 253

da massa de forragem pré-pastejo do pasto de capim-massai na estação seca 254

Variável Ciclo *

CV(%) 1 2 3 4

Lâmina foliar

Proteína bruta 8,9b 8,1

b 13,1

a 12,0

a 5,2

FDN 72,1a 73,0

a 70,2

b 66,2

c 1,5

DIVMO 60,9b 58,3

b 72,9

a 68,4

a 3,2

Lignina 5,5a 5,7

a 3,9

b 3,9

b 11,0

Colmo

Proteína bruta 6,0bc

5,3c 7,4

a 6,8

ab 14,7

FDN 71,2a 70,5

a 71,0

a 67,2

b 2,6

DIVMO 58,8ab

57,2b 59,4

a 60,8

a 3,3

Lignina 5,9a 5,8

a 5,4

a 4,2

b 12,0

Material morto

Proteína bruta 4,4b 4,2

b 4,5

b 6,0

a 6,8

FDN 75,2ab

74,8b 76,2

a 72,6

c 2,4

DIVMO 36,5b 37,1

ab 37,1

ab 39,3

a 4,6

Lignina 7,9a 7,4

a 7,8

a 8,0

a 1,6

Valores seguidos por letras distintas na linha diferem entre si (P<0,05). 255 *Coeficiente de variação. 256

257

O aumento dos teores de PB e DIVMO ao longo do período experimental explica-258

se pelo estágio de maturação das plantas. Nos dois primeiros ciclos de pastejo não 259

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houve chuvas e as lâminas foliares presentes na estrutura do pasto eram oriundas do 260

acúmulo de forragem anterior ao período experimental. No período referente ao terceiro 261

e quarto ciclo de pastejo, houve uma resposta do pasto quanto à modificação de sua 262

estrutura em decorrência das precipitações e consequentemente o surgimento de lâminas 263

foliares novas, com valor nutritivo mais elevado. 264

Os animais suplementados com feno de leguminosas apresentaram ganho 265

semelhante aos animais suplementados com farelo de soja no primeiro, segundo e 266

quarto ciclos de pastejo. No terceiro ciclo, os animais suplementados com feno de 267

Leucena e os do tratamento suplementados apenas com mistura múltipla apresentaram 268

maior GMD em relação aos animais dos outros dois tratamentos (Tab. 5). 269

270

Tabela 5. Ganho de peso vivo médio diário (kg.dia-1

), taxa de lotação (animais de 25 271

kg.ha-1

) e ganho de peso vivo total (kg.ha-1

de PV produzido) de ovinos em 272

pasto de capim-massai suplementados com diferentes fontes proteicas. 273

Ciclo de pastejo Tratamentos

Média M ML MG MFS

Ganho médio diário (CV=21,4%)

1 0,079Ba

0,098ABa

0,094ABa

0,108Aa

-

2 0,001Bb

0,016ABd

0,016ABc

0,030Ac

-

3 0,073Aa

0,074Ab

0,031Bc

0,048Bbc

-

4 0,062ABa

0,043Bc

0,071Ab

0,062ABb

-

Média 0,054A 0,057

A 0,053

A 0,062

A

Taxa de lotação (CV=4,2%)

1 17,7 17,3 17,6 18,1 17,7c

2 19,4 19,4 19,6 20,8 19,8b

3 20,2 20,4 20,3 22,2 20,8b

4 25,2 23,9 22,9 26,1 24,5a

Média 20,6A 20,3

A 20,1

A 21,8

A

Ganho de peso vivo total (CV=6,4%)

1 58,6Cb

71,1Ba

69,7Ba

82,1Aa

-

2 1,2Cc

13,0Bd

13,6Bc

26,4Ad

-

3 61,9Aab

63,6Ab

26,1Cb

44,5Bc

-

4 65,9Aa

43,3Bc

68,3Aa

67,9Ab

-

Média - - - -

Valores seguidos por letras minúsculas distintas, na coluna, diferem entre si (P<0,05) 274 para cada variável; valores seguidos por letras maiúsculas distintas, na linha, diferem 275 entre si (P<0,05). 276

277

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Mtenga e Shoo (1990) trabalharam com níveis de suplementação de feno de 278

Leucena e observaram que os animais responderam em ganho de peso à medida que o 279

nível de suplementação aumentava. Ash (1990) observaram que os animais aumentaram 280

o consumo de matéria seca total quando suplementados com Gliricídia, tendo como 281

dieta basal feno de gramínea do gênero Panicum. Porém o desempenho obtido neste 282

trabalho não apresentou grandes variações entre os tratamentos e a média de ganho dos 283

animais suplementados com os fenos de leguminosas, nos quatro ciclos de pastejo, não 284

diferiram dos demais tratamentos (P = 0,2239). 285

Os resultados obtidos para o GMD dos animais suplementados com feno de 286

Leucena foram inferiores aos encontrados por Combellas et al. (1999), que avaliaram o 287

desempenho de ovinos alimentados com capim-elefante à vontade e suplementados com 288

Leucena. Também foram menores os ganhos dos animais suplementados com feno de 289

Gliricídia deste experimento em comparação aos obtidos por Costa et al. (2009), que 290

chegaram a observar GMD de 0,100 kg.dia-1

.animal em ovinos alimentados com capim-291

elefante e suplementados em 4% do peso vivo com folhagem fresca de Gliricídia. 292

Os ganhos modestos obtidos podem estar relacionados às características 293

estruturais e a baixa massa de lâminas foliares do pasto. De acordo com Hodgson 294

(1990), há uma relação muito próxima entre o consumo de nutriente e o desempenho 295

dos animais mantidos sob pastejo, porém, variações na estrutura do dossel forrageiro 296

também influenciam o consumo de forragem e desempenho animal de maneira similar. 297

Da Silva et al. (2008) reforça essa ideia ao afirmar que a suplementação proteica só se 298

mostra eficiente quando há disponibilidade de matéria seca, e caso isso não ocorra, a 299

suplementação energética também é necessária. Segundo Reis e Da Silva (2006) os 300

fatores não-nutricionais (massa de forragem, massa de forragem verde, altura do pasto e 301

oferta de forragem, por exemplo) parecem ser os fatores que mais influenciam na 302

restrição do consumo de matéria seca pelo animal. 303

Apesar de não terem sido observados ganhos diários elevados, os resultados de 304

taxa de lotação e ganho de peso vivo total por hectare se mostraram promissores para a 305

produção de ovinos suplementados mantidos em pastos de capim-massai. Não foi 306

observado efeito de tratamento (P = 0,0626) e interação entre tratamento e ciclo de 307

pastejo (P = 0,2275) para a taxa de lotação, havendo apenas efeito de ciclo (P < 0,0001), 308

em que observou-se um aumento de aproximadamente 38% na taxa de lotação do 309

primeiro para o quarto ciclo de pastejo. Houve efeito de tratamento (P = 0,0030) para o 310

ganho de peso vivo total. No primeiro e segundo ciclo de pastejo, quando a massa de 311

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forragem no estrato acima de 15 cm era superior, os ganhos por hectare dos animais 312

suplementados com o feno de leguminosas foi superior aos animais suplementados 313

apenas com mistura múltipla (Tab. 5). 314

Ao final do experimento os animais apresentaram peso vivo próximo aos 25 kg, 315

tendo os animais suplementados com farelo de soja apresentado valor levemente 316

superior aos demais (26,5 kg) (Fig. 2). 317

318

319 Figura 2. Evolução do peso vivo dos animais no período experimental. 320

321

A evolução do peso vivo seguiu comportamento semelhante entre os tratamentos, 322

porém observou-se que ao final do segundo ciclo de pastejo (84° dia) os animais 323

suplementados com farelo de soja apresentaram os maiores pesos, enquanto os animais 324

suplementados apenas com mistura múltipla apresentaram os menores pesos e os 325

suplementados com fenos de leguminosas apresentaram pesos intermediários. 326

Conclusões 327

A utilização de fenos de Leucena e Gliricídia para a suplementação proteica de 328

ovinos mantidos em pasto de capim-massai apresenta-se como uma alternativa em 329

sistemas de produção de ovinos de corte, tendo em vista os ganhos individuais próximos 330

aos animais suplementados com farelo de soja. 331

Quando há disponibilidade de matéria seca suficiente no pasto, a produtividade de 332

ovinos suplementados com fenos de Leucena e Gliricídia é maior do que os animais 333

suplementados apenas com mistura múltipla. 334

335

336

15

20

25

30

0 42 84 126 168

Kg

Dia

M

ML

MG

MFS

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Agradecimentos 337

Ao CNPq/INSA e a CAPES pela concessão de bolsas de estudo e financiamento 338

do projeto. Aos integrantes do Grupo de Estudos em Forragicultura (GEFOR) da UFRN 339

pela colaboração na condução do experimento. À EMBRAPA Gado de Corte pelas 340

análises laboratoriais. 341

Referências 342

ASH, J.A. The effect of supplementation with leaves from the leguminous trees 343

Sesbania grandiflora, Albizia chinensis and Gliricidia sepium on the intake and 344

digestibility of Guinea grass hay by goats. Animal Feed Science and Technology. 345

v.28, p.225-232, 1990. 346

BARBOSA, C.M.P.; BUENO, M.S.; CUNHA, E.A. et al. Consumo voluntário e ganho 347

de peso de borregas das raças Santa Inês, Suffolk e Ile de France, em pastejo 348

rotacionado sobre Panicum maximum jacq. cvs Aruana ou Tanzânia. Boletim de 349

Indústria Animal. Nova Odessa, SP, v.60, n.1, p.55- 62, 2003. 350

CÂNDIDO, M.J.D.; ALEXANDRINO, E.; GOMIDE, C.A.M. et al. Período de 351

Descanso, Valor Nutritivo e Desempenho Animal em Pastagem de Panicum 352

maximum cv. Mombaça sob Lotação Intermitente. Revista Brasileira de Zootecnia. 353

v.34, n.5, p.1459-1467, 2005. 354

CÂNDIDO, M.J.D.; SILVA, R.G.; NEIVA, J.M.N. et al. Fluxo de biomassa em capim-355

tanzânia pastejado por ovinos sob três períodos de descanso. Revista Brasileira de 356

Zootecnia. v.35, n.6, p.2234-2242, 2006. 357

COMBELLAS, J.; RÍOS, L.; OSEA, A. et al. Efecto de la suplementación com follaje 358

de leguminosas sobre la ganancia em peso de corderas recibiendo uma dieta basal 359

de pasto de corte. Revista de la Facultad de Agronomía. v.16, n.2, p.211-216, 360

1999. 361

COSTA, B.M.; SANTOS, I.C.V.; OLIVEIRA, G.J.C. et al. Avaliação de folhas de 362

Gliricidia sepium (Jacq.) walp por ovinos. Archivos de Zootecnia. v.58, n., p.33-363

41, 2009. 364

DA SILVA, Sila Carneiro; NASCIMENTO JÚNIOR, Domício; EUCLIDES, Valéria 365

Batista Pacheco. Pastagens: Conceitos básicos, Produção e Manejo. 1. ed. 366

Viçosa: Suprema, 2008. 115p. 367

DIFANTE, G.S.; EUCLIDES, V.P.B.; NASCIMENTO JÚNIOR, D. et al. Desempenho 368

e conversão alimentar de novilhos de corte em capim-tanzânia submetido a duas 369

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62

intensidades de pastejo sob lotação rotativa. Revista Brasileira de Zootecnia. v.39, 370

n.1, p.33-41, 2010. 371

DIFANTE, G.S.; NASCIMENTO JÚNIOR, D.; EUCLIDES, V.P.B. et al. Sward 372

structure and nutritive value of tanzania guineagrass subjected to rotational stocking 373

managements. Revista Brasileira de Zootecnia. v.38, n.1, p.9-19, 2009. 374

EMERENCIANO NETO, J.V.; DIFANTE, G.S.; MONTAGNER, D.B. et al. 375

Características estruturais do dossel e acúmulo de forragem em gramíneas tropicais, 376

sob lotação intermitente e pastejada por ovinos. Bioscience Journal. v.29, n.4, 377

p.962-973, 2013. 378

EUCLIDES, V.P.B.; MACEDO, M.C.; ZIMMER, A.H. et al. Avaliação dos capins 379

mombaça e massai sob pastejo. Revista Brasileira de Zootecnia. v.37, n.1, p.18-380

26, 2008. 381

HODGSON, J. Grazing Management: Science into practice. New York: John Wiley 382

& Sons, 1990. 203p. 383

IBGE, 2007 - IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: 384

<http:/www.ibge.gov.br>. Acesso em: 02/10/2013. 385

MTENGA, L.A.; SHOO, R.A. Growth Rate, Feed Intake and Feed Utilization of Small 386

East African Goats Supplemented with Leucaena leucocephala. Small Ruminant 387

Research. v.3, n., p.9-18, 1990. 388

NRC, National Research Council. Nutrients requirements of sheep. Washington: 389

National Academies Press, 2007. 362p. 390

PETERSEN, R.G.; LUCAS Jr., H.L. Computing methods for the evaluation of pastures 391

by means of animal response. Agronomy Journal, v.60, p.682- 687, 1968. 392

REIS, R.A.; DA SILVA, S.C. Consumo de forragens. In: BERCHIELLI, T.T.; PIRES, 393

A.V.; OLIVEIRA, S.G. (Eds.) Nutrição de Ruminantes. Jaboticabal: Funep, 2006. 394

p.79-109. 395

REIS, R.A.; RUGGIERI, A.C.; CASAGRANDE, D.R. et al. Suplementação da dieta de 396

bovinos de corte como estratégia do manejo das pastagens. Revista Brasileira de 397

Zootecnia. v.38, p.147-159, 2009 (supl. especial). 398

SAS INSTITUTE SAS/STAT. User’s guide statistics, versão 6, 4.ed., Cary, USA 399

v.1,2, 1993. 400

SOUZA, A.A.; ESPÍNDOLA, G.B. Efeito da Suplementação com Feno de Leucena 401

(Leucaena leucocephala (Lam) de Wit) durante a Estação Seca sobre o 402

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63

Desenvolvimento Ponderal de Ovinos. Revista Brasileira de Zootecnia. v.28, n.6, 403

p.1424-1429, 1999. 404

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64

Anexo I. Regras para submissão no Bioscience Journal

(Disponível em: www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/)

Todas as colaborações devem ser enviadas por meio do Sistema Eletrônico de

ditoração de Revista – SEER, endereço:

http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/login.

No momento da submissão on line, o autor principal deverá enviar um ofício

assinado por todos os autores, solicitando a submissão do artigo e a sua possível

publicação, exclusivamente nesta revista. O oficio deverá conter dados pessoais de

todos os autores (títulos, endereço para correspondência, e-mail e Instituição a que está

ligado - modelo do ofício em: "Sobre"). O ofício deverá ser digitalizado e transferido,

no momento da submissão, em "documentos suplementares".

Para artigos com autoria múltipla, é necessário informar a ordem de apresentação

dos autores e declaração de cada um autorizando a publicação.

Os projetos de pesquisa que envolvam a participação de seres humanos, deverão

ser encaminhados juntamente com a aprovação do Comitê de Ética.

A redação deve primar por clareza, brevidade e concisão, digitadas em fonte

Times New Roman, tamanho 12, em espaço duplo e com margem de, no mínimo, 2 cm

e linhas numeradas.

Os trabalhos devem ser apresentados sem identificação de autores, inclusive os

anexos, fotos e gravuras.

O artigo será encaminhado a três (03) revisores da área, no menor tempo possível,

sem a identificação dos autores e, será considerado aprovado com 02 pareceres

favoráveis.

Os originais serão publicados em português, inglês ou espanhol.

A revista se reserva o direito de efetuar nos originais alterações de ordem

normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua,

respeitando, porém, o estilo dos autores. As provas finais não serão enviadas aos

autores.

Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista Bioscience Journal,

ficando sua reimpressão, total ou parcial, sujeita à autorização expressa da direção da

revista. Deve ser consignada a fonte de publicação original.

Não serão fornecidas separatas. Os artigos estarão disponíveis para impressão, no

formato PDF, no endereço eletrônico da revista.

Será cobrada taxa de publicação, no valor de R$ 40,00 (quarenta reais) por página

publicada, dos trabalhos aprovados, submetidos a partir de 05 de março de 2013 (A

forma de pagamento será informada posteriormente).

Após a avaliação e aprovação do artigo, a revista classificará as colaborações de

acordo com as seguintes seções:

1. Artigos originais - Artigos que apresentem contribuição inteiramente nova ao

conhecimento e permitam que outros investigadores, baseados no texto escrito, possam

julgar as conclusões, verificar a exatidão das análises e deduções do autor e repetir a

investigação se assim o desejarem. Incluem-se aqui os resumos e teses. Devem conter:

Título em português e inglês, Resumo (de 200 a 400 palavras), Palavras-chave,

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65

Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão(opcional),

Agradecimentos, Abstract (de 200 a 400 palavras), , Keywords, Referências. Os

trabalhos não devem exceder a 20 páginas, incluídos os anexos.

2. Artigos de Revisão - Serão aceitos para submissão, apenas a convite do editor. As

revisões devem abordar temas de interesse, atualizados. Devem conter: Título em

português e inglês, Resumo, Palavras-chave, Texto, Conclusão(opcional),

Agradecimentos (caso necessário), Abstract, Keywords, Referências. Os trabalhos não

devem exceder a 30 páginas, incluídos os anexos e as Referências Bibliográficas.

3. Relato de caso(s) - Artigos predominantemente clínicos, de alta relevância e

atualidade, relatos de achados na área clinica e básica. Devem conter: Título em

português e inglês, Resumo, Palavras-chave, Introdução, Relato do caso, Discussão,

Conclusão(opcional), Agradecimentos (caso necessário), Abstract, Keywords,

Referências. Os trabalhos não devem exceder 10 páginas, incluídos os anexos.

4. Comunicação - Artigo não original, demonstrando a experiência de um grupo ou de

um serviço, abrangendo preferencialmente ensino, pesquisa, políticas de saúde e

exercício profissional. Deve conter: Título em português e inglês, Resumo, Palavras-

chave, Introdução, Conteúdo, Agradecimentos (caso necessário), Abstract, Keywords,

Referências . Os trabalhos não devem exceder 10 páginas, incluídos os anexos.

5. Notas prévias - Pequenas informações que apesar de conterem novos dados, ainda

não permitem ao leitor, pela provisoriedade do texto, definir a conclusão. Devem

conter: Título em português e inglês, Resumo, Palavras-chave, Texto, Abstract,

Keywords, Referências . Os trabalhos não devem exceder a 5 páginas, incluídos os

anexos.

6. Editoriais - Colaborações solicitadas a especialistas de áreas afins, indicados pela

Comissão Editorial, visando analisar um tema de atualidade. Devem conter: Título em

português e inglês, Autor, Palavras-chave, Texto (português e inglês), Keywords,

Referências (caso necessário). Os trabalhos não devem exceder a 2 páginas, incluídos os

anexos.

Apresentação dos Trabalhos

Formato: Todas as colaborações devem ser enviadas por meio do Sistema

Eletrônico de Editoração de Revista – SEER, endereço:

www.biosciencejournal.ufu.br/submissions.php.

O texto deve estar gravado em extensão RTF (Rich Text Format) ou em formato

Microsoft Word (2003). Os metadados deverão ser obrigatoriamente preenchidos com o

título do trabalho, nome(s) do(s) autor(es), último grau acadêmico, instituição que

trabalha, endereço postal, telefone, fax e e-mail.

O texto será escrito cordialmente, com intercalação de tabelas e figuras, já

inseridas no texto, em quantidade mínima necessária para a sua compreensão.

No corpo do trabalho não deverá constar os nomes dos autores, que deverão ser

encaminhados em folha separada, com dados pessoais (títulos, endereço para

correspondência, e-mail e Instituição a que está ligado), como medida de sigilo.

Título do trabalho: O título deve ser breve e suficientemente específico e

descritivo, contendo as palavras-chave que representem o conteúdo do texto separadas

por ponto, ambos acompanhados de sua tradução para o inglês.

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66

Resumo: Deve ser elaborado um resumo informativo com cerca de 200 a 400

palavras, incluindo objetivo, método, resultado, conclusão, acompanhado de sua

tradução para o inglês. Ambos devem ter, no máximo, 800 palavras.

Palavras-chave: As palavras-chave e keywords não devem repetir palavras do

título, devendo-se incluir o nome científico das espécies estudadas. As palavras devem

ser separadas por ponto e iniciadas com letra maiúscula. Os autores devem apresentar de

3 a 6 termos, considerando que um termo pode ser composto de duas ou mais palavras.

Agradecimentos: Agradecimentos a auxílios recebidos para a elaboração do

trabalho deverão ser mencionados no final do artigo, antes das referências.

Notas: Notas contidas no artigo devem ser indicadas com um asterisco

imediatamente depois da frase a que diz respeito. As notas deverão vir no rodapé da

página correspondente. Excepcionalmente poderão ser adotados números para as notas

junto com asteriscos em uma mesma página, e nesse caso as notas com asteriscos

antecedem as notas com número, não importando a ordem dessas notas no texto.

Apêndices: Apêndices podem ser empregados no caso de listagens extensivas,

estatísticas e outros elementos de suporte.

Figuras e tabelas: Fotografias nítidas(preto e branco ou colorida), gráficos e

tabelas em preto e branco (estritamente indispensáveis à clareza do texto) serão aceitos,

e deverão ser assinalados, no texto, pelo seu número de ordem, nos locais onde devem

ser intercalados. Se as ilustrações enviadas já tiverem sido publicadas, mencionar a

fonte.

Os manuscritos mesmo apresentando relevância científica e estarem

metodologicamente corretos poderão ser recusados se apresentados de forma

desorganizada e fora das normas da Bioscience Journal. Manuscritos bem escritos e

apresentados de acordo com as normas são revisados com mais rapidez e, também,

exigindo menos esforço dos revisores. Antes da submissão, recomenda-se uma consulta

aos últimos trabalhos publicados pela Bioscience Journal.

Trabalhos que tenham sido consultados e mencionados no texto são da

responsabilidade do autor.

Informação oriunda de comunicação pessoal, trabalhos em andamento e os não-

publicados não devem ser incluídos na lista de referências, mas indicados em nota de

rodapé da página em que forem citados.

Referências: NBR 6023/2002. A exatidão e adequação das referências a trabalhos

que tenham sido consultados e mencionados no texto são da responsabilidade do autor.

Informação oriunda de comunicação pessoal, trabalhos em andamento e os não

publicados não devem ser incluídos na lista de referências, mas indicados em nota de

rodapé da página onde forem citados.

As referências incluídas no final de cada artigo devem ser escritas em folhas

separadas do texto principal, em ordem alfabética de acordo com as normas da ABNT

NBR-6023, ago. 2002. Na lista de Referências, no final do artigo, todos os autores

devem ser mencionados. Não é permitido o uso da expressão et al.

Observar os exemplos das referências abaixo:

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67

Livro no todo:

GRAZIANI, Mário. Cirurgia buco-maxilo-facial. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 1976. 676 p.

Capítulo de livro sem autoria própria:

PERRINS, C. M. Social systems. In: ______. Avian ecology. Glasgow: Blackie, 1983.

cap. 2, p. 7-32.

Capítulo de livro com autoria própria:

GETTY, R. The Gross and microscopic ocurrence and distribution of spontaneous

atherosclerosis in the arteries of swine. In: ROBERT JUNIOR.; A., ATRAUSS, R.

(Ed.). Comparative atherosclerosis. New York: Harper & Row, 1965. p. 11-20.

Monografias, Dissertações e Teses:

CORRALES, Edith Alba Lua Segovia. Verificação dos efeitos genotóxicos dos agentes

antineoplásicos citrato de tamoxifen e paclitaxel. 1997. 84 f. Dissertação (Mestrado em

Genética e Bioquímica) – Curso de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica,

Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 1997.

Trabalhos apresentados em eventos: Congressos, Seminários, Reuniões...

NOVIS, Jorge Augusto. Extensão das ações de saúde na área rural. In: CONFERÊNCIA

NACIONAL DE SAÚDE, 7., 1980, Brasília. Anais... Brasília: Centro de Documentação

do Ministério da Saúde, 1980. p. 37-43.

Artigos de periódicos:

COHEN, B. I.; CONDOS, S.; DEUTSCH, A. S.; MUSIKANT, B. L. La fuerza de

fractura de tres tipos de materiales para el muñon en combinacion com tres espigas

endodontiacales distintas. R. Cent. C. Biomed. Univ. Fed. Uberlândia, Uberlândia, v.

13, n. 1, p. 69-76, dez. 1997.

Obs.: Quanto ao título de periódicos, deve-se adotar um único padrão. Na lista de

Referências todos os títulos de periódicos devem vir abreviados ou todos por extenso e,

em negrito.

Nota:

Quando se tratar de documento eletrônico, deve-se fazer a referência normal,

acrescentando-se ao final informações sobre a descrição do meio ou suporte.

Exemplo:

Capitulo de livro com autoria própria disponível em CD-ROM:

FAUSTO, A. I. da F.; CERVINI, R. (Org.). O trabalho e a rua. In: BIBLIOTECA

nacional dos direitos da criança. Porto Alegre: Associação dos Juizes do Rio Grande do

Sul, 1995. 1 CD-ROM.

Artigo de periódicos em meio eletrônico:

ROCHA-BARREIRA, C. A. Caracterização da gônada e ciclo reprodutivo da Collisella

subrugosa (Gastropoda: Acmaeidae) no Nordeste do Brasil. Brazilian Journal of

Biology, São Carlos, v. 62, n. 4b, nov. 2002. Disponível em: Acesso em: 20 abr. 2003.

Recomendações: Recomenda-se que se observem as normas da ABNT referentes

à apresentação de artigos em publicações periódicas (NBR 6023/2002), apresentação de

citações em documentos (NBR 10.520/2002), apresentação de originais (NBR 12256),

norma para datar (NBR 5892), numeração progressiva das seções de um documento

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(6024/2003) e resumos (NBR 6028/2003), bem como a norma de apresentação tabular

do IBGE.

NORMAS PARA ELABORAÇÃO DE FIGURAS

1. As figuras podem ser feitas em softwares de preferência dos autores (Excel, Sigma

Plot, etc.), devendo ser inseridas e enviadas em formato TIFF ou JPG com resolução

mínima de 300 dpi.

2. As figuras deverão ter largura máxima de 8,0 cm ou 16,0 cm.

3. Os títulos e a escala dos eixos x e y deverão ser em Times New Roman tamanho 11.

As linhas dos eixos e demais linhas (e.g., curvas de regressão) deverão ter espessura de

0,3 mm. Todas as informações contidas no interior da figura (e.g., equações, legendas)

deverão ser em Times New Roman tamanho 10 ou no mínimo 8. São dispensáveis as

bordas, direita e superior, em gráficos.

4. Todas as figuras deverão ser inseridas convenientemente no texto logo após a sua

chamada, consecutivamente e em números arábicos. As figuras deverão ser inseridas no

texto por meio do comando “Inserir→Imagem/Figura→Arquivo”.

5. As figuras podem ser constituídas por múltiplos gráficos, tanto na horizontal como na

vertical, respeitando a largura máxima de 16,0 cm e 8,0 cm, respectivamente. Quando se

tratar de figuras com vários gráficos, os mesmos deverão ser identificados por letras (A,

B, C, D) em maiúsculo entre parênteses, fonte Times New Roman tamanho 11.

Transferência de Direitos Autorais:

Todas as pessoas relacionadas como autores devem assinar a Transferência de

Direitos Autorais: “Declaro que, em caso de aceitação do artigo, a Bioscience Journal

passa a ter os direitos autorais a ele referentes, que se tornarão propriedade exclusiva da

Revista, vedado a qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outra parte ou

meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização

seja solicitada e, se obtida, farei constar o competente agradecimento à Revista.

Assinaturas do(s) autor(es) Data ___/___/____

As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva

responsabilidade.

Declaração de Responsabilidade:

Todas as pessoas relacionadas como autores devem assinar a declaração de

responsabilidade nos termos abaixo:

- Certifico que participei da concepção do trabalho para tornar pública minha

responsabilidade pelo seu conteúdo, não omitindo quaisquer ligações ou acordos de

financiamento entre os autores e companhias que possam ter interesse na publicação

deste artigo;

- Certifico que o manuscrito é original e que o trabalho, em parte ou na íntegra, ou

qualquer outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, de minha autoria, não

foi enviado a outra Revista e não o será, enquanto sua publicação estiver sendo

considerada pela Bioscience Journal, quer seja no formato impresso ou no eletrônico.

Endereço para envio de trabalhos:

http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/login

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Anexo II. Regras para submissão no Arquivo Brasileiro de

Medicina Veterinária e Zootecnia (Disponível em: www.abmvz.org.br)

Artigo científico É o relato completo de um trabalho experimental. Baseia-se na premissa de que os

resultados são posteriores ao planejamento da pesquisa.

Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Filiação, Resumo,

Abstract, Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão (ou Resultados e

Discussão), Conclusões, Agradecimentos (quando houver) e Referências.

O número de páginas não deve exceder a 15, incluindo tabelas e figuras.

O número de Referências não deve exceder a 30.

Formatação do texto

O texto não deve conter subitens em qualquer das seções do

artigo e deve ser

apresentado em Microsoft Word, em formato A4, com margem

3cm (superior,

inferior, direita e esquerda), em fonte Times New Roman

tamanho 12 e em espaçamento entrelinhas 1,5, em todas as

páginas e seções do artigo (do título às referências), com linhas

numeradas.

Não usar rodapé. Referências a empresas e produtos, por

exemplo, devem vir, obrigatoriamente, entre parêntesis no corpo

do texto na seguinte ordem: nome do produto, substância,

empresa e país.

Seções de um artigo

Título: Em português e em inglês. Deve contemplar a essência do artigo

e não ultrapassar 150 dígitos.

Autores e Filiação: Os nomes dos autores são colocados abaixo do

título, com identificação da instituição a que pertencem. O autor para

correspondência e seu e-mail devem ser indicados com asterisco.

Nota:

1. o texto do artigo em Word deve conter o nome dos autores e

filiação;

2. o texto do artigo em pdf não deve conter o nome dos autores e

filiação.

Resumo e Abstract: Deve ser o mesmo apresentado no cadastro

contendo até 2000 dígitos incluindo os espaços, em um só parágrafo.

Não repetir o título e não acrescentar revisão de literatura. Incluir os

principais resultados numéricos, citando-os sem explicá-los, quando for

o caso. Cada frase deve conter uma informação. Atenção especial às

conclusões.

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Palavras-chave e Keywords: No máximo cinco.

Introdução: Explanação concisa, na qual são estabelecidos brevemente

o problema, sua pertinência e relevância e os objetivos do trabalho.

Deve conter poucas referências, suficientes para balizá-la.

Material e Métodos: Citar o desenho experimental, o material

envolvido, a descrição dos métodos usados ou referenciar corretamente

os métodos já publicados. Nos trabalhos que envolvam animais e/ou

organismos geneticamente modificados deverá constar,

obrigatoriamente, o número do protocolo de aprovação do Comitê de

Bioética e/ou de Biossegurança, quando for o caso.

Resultados: Apresentar clara e objetivamente os resultados

encontrados.

Tabela:Conjunto de dados alfanuméricos ordenados em linhas e

colunas. Usar linhas horizontais na separação dos cabeçalhos e no final

da tabela. O título da tabela recebe inicialmente a palavra Tabela,

seguida pelo número de ordem em algarismo arábico e ponto (ex.:

Tabela 1.). No texto a tabela deve ser referida como Tab seguida de

ponto e do número de ordem (ex.: Tab. 1), mesmo quando se referir a

várias tabelas (ex.: Tab. 1, 2 e 3). Pode ser apresentada em espaçamento

simples e fonte de tamanho menor que 12 (o menor tamanho aceito é 8).

A legenda da Tabela deve conter apenas o indispensável para o seu

entendimento. As tabelas devem ser, obrigatoriamente, inseridas no

corpo do texto preferencialmente após a sua primeira citação.

Figura: Compreende qualquer ilustração que apresente linhas e pontos:

desenho, fotografia, gráfico, fluxograma, esquema, etc. A legenda

recebe inicialmente a palavra Figura, seguida do número de ordem em

algarismo arábico e ponto (ex.: Figura 1.) e é referida no texto como Fig

seguida de ponto e do número de ordem (ex.: Fig.1), mesmo se referir a

mais de uma figura (ex.: Fig. 1, 2 e 3). Além de inseridas no corpo do

texto, fotografias e desenhos devem também ser enviadas no formato

jpg com alta qualidade, em um arquivo zipado, anexado no campo

próprio de submissão na tela de registro do artigo. As figuras devem ser,

obrigatoriamente, inseridas no corpo do texto preferencialmente após a

sua primeira citação.

Nota:

Toda tabela e/ou figura que já tenha sido publicada deve conter, abaixo

da legenda, informação sobre a fonte (autor, autorização de uso, data) e

a correspondente referência deve figurar nas Referências.

Discussão: Discutir somente os resultados obtidos no trabalho. (Obs.:

As seções Resultados e Discussão poderão ser apresentadas em

conjunto a juízo do autor, sem prejudicar qualquer das partes e sem

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subitens).

Conclusões: As conclusões devem apoiar-se nos resultados da pesquisa

executada e serem apresentadas de forma objetiva, sem revisão de

literatura, discussão, repetição de resultados e especulações.

Agradecimentos: Não obrigatório. Devem ser concisamente

expressados.

Referências: As referências devem ser relacionadas em ordem

alfabética, dando-se preferência a artigos publicados em revistas

nacionais e internacionais, indexadas. Livros e teses devem ser

referenciados o mínimo possível, portanto, somente quando

indispensáveis. São adotadas as normas gerais ABNT, adaptadas para o

ABMVZ conforme exemplos:

Como referenciar:

1. Citações no texto

A indicação da fonte entre parênteses sucede à citação para evitar

interrupção na sequência do texto, conforme exemplos:

autoria única: (Silva, 1971) ou Silva (1971); (Anuário...,

1987/88) ou Anuário... (1987/88)

ü dois autores: (Lopes e Moreno, 1974) ou Lopes e Moreno

(1974)

mais de dois autores: (Ferguson et al., 1979) ou Ferguson et al.

(1979)

mais de um artigo citado: Dunne (1967); Silva (1971); Ferguson

et al. (1979) ou (Dunne, 1967; Silva, 1971; Ferguson et al.,

1979), sempre em ordem cronológica ascendente e alfabética de

autores para artigos do mesmo ano.

Citação de citação: Todo esforço deve ser empreendido para se

consultar o documento original. Em situações excepcionais pode-se

reproduzir a informação já citada por outros autores. No texto, citar o

sobrenome do autor do documento não consultado com o ano de

publicação, seguido da expressão citado por e o sobrenome do autor e

ano do documento consultado. Nas Referências, deve-se incluir apenas

a fonte consultada.

Comunicação pessoal: Não fazem parte das Referências. Na citação

coloca- se o sobrenome do autor, a data da comunicação, nome da

Instituição à qual o autor é vinculado.

2. Periódicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3

autores et al.):

ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. v.48, p.351, 1987-88.

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FERGUSON, J.A.; REEVES, W.C.; HARDY, J.L. Studies on immunity

to alphaviruses in foals. Am. J. Vet. Res., v.40, p.5-10, 1979.

HOLENWEGER, J.A.; TAGLE, R.; WASERMAN, A. et al. Anestesia

general del canino. Not. Med. Vet., n.1, p.13-20, 1984.

3. Publicação avulsa (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores

citar 3 autores et al.):

DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967.

981p.

LOPES, C.A.M.; MORENO, G. Aspectos bacteriológicos de ostras,

mariscos e mexilhões. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE

MEDICINA VETERINÁRIA, 14., 1974, São Paulo. Anais... São Paulo:

[s.n.] 1974. p.97. (Resumo).

MORRIL, C.C. Infecciones por clostridios. In: DUNNE, H.W. (Ed).

Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. p.400-415.

NUTRIENT requirements of swine. 6.ed. Washington: National

Academy of Sciences, 1968. 69p.

SOUZA, C.F.A. Produtividade, qualidade e rendimentos de carcaça e

de carne em bovinos de corte. 1999. 44f. Dissertação (Mestrado em

Medicina Veterinária) – Escola de Veterinária, Universidade Federal de

Minas Gerais, Belo Horizonte.

4. Documentos eletrônicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4

autores citar 3 autores et al.):

QUALITY food from animals for a global market. Washington:

Association of American Veterinary Medical College, 1995. Disponível

em: <http://www.org/critca16.htm>. Acessado em: 27 abr. 2000.

JONHNSON, T. Indigenous people are now more cambative, organized.

Miami Herald, 1994. Disponível em:

<http://www.summit.fiu.edu/MiamiHerld-Summit-RelatedArticles/>.

Acessado em: 5 dez. 1994.

Nota:

Artigos que não estejam rigorosamente dentro das normas acima

não serão aceitos para avaliação.

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Autor" artigos em diligência e/ou "Aguardando liberação do

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