6-PASTAGEM IRRIGADA

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 Comunicado Técnico 06 ISSN 2177-854X Agosto . 2010 Uberaba - MG Irrigação de Pastagens  Instruções Técnicas Responsáveis: André Luis Teixeira Fernandes; E-mail: [email protected] Engenheiro Agrônomo; Dr. em Engenharia de Água e Solo; Professor FAZU/UNIUBE Adilson de Paula Almeida Aguiar; E-mail: [email protected] Zootecnista; Especialista em Solos e Meio Ambiente; Professor FAZU Francisc Henrique Silva; E-mail: [email protected] Engenheiro Agrônomo; Especialista em Manejo da Pastagem; Professor FAZU/FACTHUS

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Comunicado Tcnico

06

ISSN 2177-854X Agosto . 2010 Uberaba - MG

Irrigao de Pastagens

Instrues TcnicasResponsveis: Andr Luis Teixeira Fernandes; E-mail: [email protected] Engenheiro Agrnomo; Dr. em Engenharia de gua e Solo; Professor FAZU/UNIUBE Adilson de Paula Almeida Aguiar; E-mail: [email protected] Zootecnista; Especialista em Solos e Meio Ambiente; Professor FAZU Francisc Henrique Silva; E-mail: [email protected] Engenheiro Agrnomo; Especialista em Manejo da Pastagem; Professor FAZU/FACTHUS

INTRODUO Para se alcanar maiores ndices de produtividade, alguns produtores rurais buscam alternativas para incrementar a produo de carne e leite na propriedade e, consequentemente, aumentam os seus lucros gerados. Com a irrigao das pastagens, o manejo da bovinocultura de corte e leite torna-se mais simples do que em um sistema tradicional de pastejo rotacionado. Sem as flutuaes na produo, devido a veranicos, o sistema torna-se mais estvel, em regies que no tem problemas de temperaturas e fotoperodo. A irrigao e a fertirrigao em pastagem so tcnicas cujas aplicaes vm crescendo no Brasil, possibilitando obter forrageiras de melhor valor nutricional e maiores ndices de produo de matria seca, alm de favorecer o manejo racional do sistema de produo animal. Segundo Dovrat (1993), em muitos pases, tcnicos e produtores inicialmente usaram a irrigao na tentativa de solucionar o problema da estacionalidade de produo das pastagens, que determinada pelo dficit dos fatores temperatura, luminosidade e gua. A irrigao da pastagem pode reduzir custos de produo e tempo de trabalho para alimentar o rebanho, comparada a outras alternativas de suplementao no outono-inverno, tais como a silagem e o feno, conforme Figura 1. Isso ocorre pela utilizao de menor rea, uso de gua de baixa qualidade e possibilidade de prolongar o perodo de pastejo durante a estao seca. Segundo Drumond, Aguiar (2005), em regies onde a temperatura no fator limitante, a irrigao pode ser uma alternativa para a produo intensiva de carne e leite em pequenas reas, sendo possvel reduzir custos de produo e de mo-de-obra. De acordo com Andrade (2000), a irrigao de espcies forrageiras deve ser a ltima etapa a ser cumprida num sistema de produo pecurio ou de agricultura-pecuria. Todos os demais cuidados relativos ao planejamento da propriedade, a gentica animal, o manejo do rebanho, a recuperao e a adubao das pastagens j devem ter sido tomados.

Figura 1 - Comparao de custos de produo de tonelada de matria seca Fonte: Adaptado de Drumond; Aguiar (2005)

PRODUO DE PASTAGENS EM CONDIES IRRIGADAS Aguiar; Silva (2002) mediram o acmulo de forragem de uma pastagem de capim Braquiaro adubada e irrigada em condies de campo (Tabela 1), na Fazenda Santa Oflia, localizada no municpio de Selvria, MS. Observaram que a participao da forragem acumulada na estao de inverno foi 61% da acumulada na estao de vero. A mdia de lotao foi de 6,89 UA ha , muito superior mdia brasileira.-1

Tabela 1 - Acmulo de matria seca (t ha ) estacional, anual e taxa de lotao em uma pastagem de capim Braquiaro adubada e irrigada para o ano pastoril 2001/2002, Selvria, MS.

-1

Legenda: MS - Matria Seca / UA - Unidade Animal Fonte: AGUIAR; SILVA (2002).

Aguiar (2002) apresenta dados importantes dos potenciais de produo de leite em diferentes sistemas de produo na Austrlia, de acordo com o nvel tecnolgico adotado (Tabela 2). O que chama a ateno nesses trabalhos realizados em outros pases que no comum encontrar dados de irrigao de pastagens para bovinos de corte. Isso contraria a realidade atual no Brasil diante da grande adoo da irrigao de pastagens pelos pecuaristas de gado de corte, sendo a maioria dos dados disponveis para os sistemas de produo de fazendas. Tabela 2 - Capacidade de carga e produo por hectare de vrios pastos sem suplementao na Austrlia.

Fonte: AGUIAR; SILVA (2002).

Aguiar (2002) cita que em outro experimento realizado na Fazenda Escola da Fazu em Uberaba, com capim Tifton 85, ocorreu diferena significativa entre os tratamentos irrigado e sequeiro ao longo de um ano, exceto no inverno. A diferena foi devido a maior produo de forragem nas estaes de primavera, vero e outono, quando as condies climticas permitiram uma resposta da planta irrigao. Entretanto,

quando ocorreu reduo da temperatura, ou seja, no inverno, no houve diferena entre os tratamentos irrigado e sequeiro (Tabela 3). Tabela 3 - Massa de forragem (kg de MS ha ) em pastagem irrigada e pastagem no irrigada de Tifton 85, submetido a manejo intensivo do pastejo, Uberaba, MG.-1

Fonte: AGUIAR; SILVA (2002).

SISTEMAS DE IRRIGAO PARA PASTAGEM A maioria dos sistemas de irrigao disponveis poderia ser utilizada para irrigar espcies forrageiras. Porm, na prtica, vrios fatores limitam esta generalizao, como custos de investimento e operao do sistema, disponibilidade de mo de obra para operao, topografia, solo, clima, espcie forrageira, presena do animal e questo cultural. No Brasil, a maioria dos projetos de irrigao de pastagem est sendo realizada por asperso, com o uso de piv central, asperso em malha e, em menor escala, asperso convencional com canho e autopropelido. Asperso em malha Tem como caractersticas principais a utilizao de tubos de PVC de baixo dimetro, que constituem as linhas laterais que, ao contrrio da asperso convencional, so interligadas em malha; baixo consumo de energia; adaptao a qualquer tipo de terreno; possibilidade de diviso da rea em vrias subreas; facilidade de operao e manuteno; possibilidade de fertirrigao e baixo custo de instalao (entre R$ 3.000,00 a R$ 4.000,00) e manuteno, conforme Figuras 2 e 3 (DRUMOND; FERNANDES, 2001).

Figura 2 - Asperso em malha com aspersor pequeno

Figura 3 - Asperso em malha com mini-canho

Nas Figuras 4 e 5 podem ser vistos exemplos de pastagem com irrigao:

Figura 4

Figura 5

Piv central o equipamento mais utilizado na irrigao de pastagem, devido s facilidades de instalao, manejo e fertirrigao. Alm disso, este sistema permitiu a automao de todo o processo. Tem custo de instalao de R$ 4.000,00 a R$ 5.000,00. A diviso da rea em piquetes tem sido realizada de formas diferentes. Algumas favorecem o manejo da pastagem e dos animais e outras favorecem o manejo da irrigao e da fertirrigao. realmente difcil encontrar uma maneira que favorea as duas situaes. A mais utilizada a forma de pizza (Figura 6), pois dentre outras coisas, favorece em muito o processo de fertirrigao. A rea de lazer pode ser feita no centro ou na periferia do Piv. Quando instalada no centro, tm-se observado problemas de compactao na regio de estreitamento e formao de grande quantidade de lama na ocasio de uma chuva. A vantagem a facilidade construo, manejo, distribuio de bebedouros e cochos de sal mineral, conforme Figuras 6 e 7 (DRUMOND; AGUIAR, 2005).

Figura 6 - Diviso em pizza, com rea de lazer no centro do Piv (Fonte Valley).

Figura 7 - Exemplo de pastagem irrigada com piv central.

CONCLUSES A tcnica de irrigar pastagens possibilita uma melhoria na qualidade da forragem e um aumento significativo na produo de matria seca por rea, com consequente acrscimo na taxa de lotao (UA/ha), proporcionando a obteno de ndices satisfatrios de lucratividade, tornando a atividade altamente competitiva no agronegcio nacional.

REFERNCIAS BORGES, A.L.; ACCIOLY, A.M. de A. Amostragem do solo para recomendao de calagem e adubao. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 2007. 4p. (Comunicado Tcnico, 122). BRASIL. SECRETARIA DE APOIO RURAL E COOPERATIVISMO. Amostragem e anlise do solo: calagem, adubao, semente. Braslia:MAPA/SARC, 2002. 34p. CANTARUTTI, R.B.; ALVAREZ, V.H.; RIBEIRO, A. C. Amostragem do solo. In: RIBEIRO, A.C.; GUIMARES, P.T.G.; ALVAREZ, V.H. Recomendao para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5 Aproximao. Viosa-MG: UFV, 1999. p.13-20.

O sucesso do seu negcio depende de uma boa orientao tcnica.

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