PRODUÇÂO DE TEXTO : GENERO E-MAIL · em apostila para acompanhamento diário dos alunos. ... O...
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PRODUÇÂO DE TEXTO : GENERO E-MAIL
Autora: Susi Helena Monteiro Vieira Campanhã1
Orientadora:Fernanda Brener2
Resumo Este trabalho relata uma pesquisa sobre a utilização de uma sequência didática, fundamentada nos conceitos teóricos do Interacionismo socio-discursivo, que utiliza o gênero textual E-mail no ensino de Língua Inglesa em uma escola da rede pública. Foi estudada a implementação desta abordagem didática durante dezoito horas/aula no Colégio Estadual Vicente Rijo, da cidade de Londrina, com alunos do segundo ano do Ensino Médio, com idades entre quinze e dezoito anos e utilizou, como recursos didáticos específicos, um caderno individual com a sequência didática e um laboratório de computação. Através da produção avaliativa final dos alunos, que foi bem sucedida, podemos inferir que a sequência didática pesquisada é viável e eficaz e pode, efetivamente, ser aplicada durante as aulas. Destacamos a importância do trabalho com gêneros textuais e ressaltamos que o processo utilizado neste estudo pode ser estendido por todos os professores envolvidos no Ensino de Língua Estrangeira como uma nova forma de ensino e aprendizagem.
Palavras Chaves: Ensino de língua Estrangeira. Gênero textual. Leitura. E-mail
1 Introdução
O trabalho de pesquisa sobre a sequência didática está vinculado ao
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) do Estado do Paraná. O
programa é voltado a professores de educação básica, integrado às atividades de
Formação Continuada em Educação no Estado do Paraná, através de ações teórico-
práticas orientadas, que resultam numa produção de material didático, seguida de
uma implantação na escola pública para intervenção pedagógica. O programa
disponibiliza apoio pedagógico e meios tecnológicos para que os participantes
obtenham resultados com uma visão mais produtiva e consciente na prática escolar.
Seu objetivo é que os professores participem e adquiram subsídios teórico-
pedagógicos e reestruturem a sua prática na sala de aula no processo de
escolarização (PARANÁ, 2008)
Nos últimos anos tem havido um crescente interesse em relação ao
estudo de gêneros no contexto de sala de aula (RICHARDS, 1998; ALMEIDA FILHO,
1.Pós graduada pela Universidade de Londrina, professora rede pública Colégio Vicente Rijo
2. Professora Mestra no Departamento de Línguas Estrangeira Moderna da Universidade de Londrina
2
2000; CRISTÓVÃO, 2004). Muito se tem discutido a respeito de como trabalhar
textos e gêneros nas escolas (DOLZ, SCHNEUWLY, 1998). Essas pesquisas
disponibilizam aos professores referenciais teórico-metodológicos que subsidiam o
ensino da Língua Estrangeira às instituições públicas estaduais.
Encontra-se nas salas de aula uma forte resistência dos educandos
em relação à leitura e produção de texto, principalmente em Língua Estrangeira. O
caminho para estudar gêneros através do E-mail pareceu fornecer a solução para o
problema. A decisão de trabalhar gênero é um grande desafio tanto para professores
quanto para alunos, embora atualmente haja um crescente interesse na aplicação de
gêneros textuais em concursos, provas, vestibulares e em nossas diretrizes
curriculares.
O objetivo deste trabalho é a produção do gênero E-mail com a
utilização do computador, e da criação de um endereço eletrônico através da
aplicação de sequência didática. O uso de E-mail como forma de comunicação
sócio-cultural pode levar o aluno a refletir quanto à sua produção escrita, uma vez
que, possivelmente, o correio eletrônico seja o meio de comunicação mais utilizado
na sociedade atual.
Tal pesquisa visa contribuir para a melhoria da qualidade de ensino,
utilizando produções de textos e gênero como referência. Espera-se participar de
momentos em que se possa encorajar o aluno a pensar, a trabalhar e a conhecer
novas culturas, possibilitando um relacionamento respeitoso, num processo ativo e
participativo. Decorrente desta noção, o professor deve incorporar gêneros como
sua prática de ensino, pois acredita-se que seja o caminho para que o ensino e a
aprendizagem de língua estrangeira na sala de aula torne-se significativo e que
tenha uso e função social.
Para a execução do projeto, foi apresentada uma sequência didática
contendo as atividades elaboradas de acordo com a teoria abordada, transformada
em apostila para acompanhamento diário dos alunos.
Foi escolhida uma turma de 2º ano do Ensino Médio. Cada aluno
recebeu seu caderno com a sequência, material autêntico de E-mails e atividades
com espaço para serem executadas. O educando participou igualmente de aulas no
laboratório de informática. A sequência foi dividida em cinco partes, chamadas de
STEPS. Durante 18 aulas, os alunos tiveram oportunidade de conhecer gênero
através do E-mail, fazendo uso do computador na sua produção.
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Procurou-se trabalhar com os alunos de forma a levá-los a entender
os passos da sequência didática organizados em como ler e escrever E-mails. Ao
final da sequência, os alunos foram capazes de ler e produzir E-mails no
computador.
O presente artigo narra a implantação da sequência, observando e
refletindo sobre cada passo das 18 horas/aulas na escola e a produção final.
2 Fundamentação Teórica
Comunicar-se em Língua Estrangeira, segundo as Diretrizes
Curriculares da Educação Básica (PARANÁ, 2008) constituiu-se em prioridade na
Rede Pública Estadual, desde a década de 1970. Contudo, professores e a
Secretaria de Estado da Educação reconhecem os desafios de tal objetivo.
Nesse sentido, buscam constantemente fundamentos teórico-
metodológicos para subsidiar, efetivamente, o ensino de língua estrangeira no
processo de escolarização. Para tanto, basta que se observe o número de cursos
oferecidos pela SEED, durante todo o ano, visando aprimorar e incentivar novos
eventos, tais como oficinas descentralizadas, capacitação de professores, grupos de
trabalho em rede (GTR), estudos a distância (EaD) etc.
Atualmente, pesquisas são desenvolvidas na tentativa de renovar as
propostas e obter-se um aprendizado mais efetivo (PEZENTE, 2005; CRISTÓVÃO,
2010; BRONCKART, 1999). Estas pesquisas, notadamente, disponibilizam para os
professores, referenciais teórico-metodológicos que subsidiam o ensino da Língua
Estrangeira, no processo de escolarização, da rede pública. Permite, por
conseguinte, que o professor esteja continuamente atualizado, preparado e atento
às novas perspectivas e idéias.
A noção de gênero textual em que se baseia este artigo, deriva do
interacionismo sócio-discursivo (ISD) de autores como Bronckart (1999), Machado
(2002), Schneuwly e Dolz (2004). Esta teoria evidencia que, cada vez mais, há
necessidade de se fornecer “ferramentas” para o ensino. Desta forma, ao fazer uso
de uma nova prática, o professor fornecerá condições para que o aluno se expresse,
interaja e aja adequadamente com a linguagem, em diferentes situações.
No ISD as propriedades das condutas humanas resultam de um
processo de socialização que possibilita, em especial, o desenvolvimento da
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linguagem e de suas capacidades reflexivas, manifestadas através dos gêneros
textuais (CRISTOVÃO, 2006). Trata-se de uma teoria que concebe as condutas
humanas como “ações situadas cujas propriedades estruturais e funcionais são,
antes de mais nada, um produto da socialização.” (BRONCKART, 1999, p. 13).
As ações são mediadoras do social e interagem com determinado
valor e conceitos. Isto porque, gêneros textuais são formas variadas de enunciados
que expressam e possibilitam a comunicação com o mundo. Para Bronckart (2003
p.137),
Os textos são produtos da linguagem em funcionamento permanente nas funções sociais em função de seus objetivos, interesses e questões específicas, essas formações elaboram diferentes espécies de textos que apresentam características relativamente estáveis, justificando-se que sejam chamados de gênero de texto.
Nesse sentido, os gêneros textuais apresentam características
sócio-comunicativas, definidas por estilo, função, composição, conteúdo e canal.
São imagens e escritas que expressam algo, como em artigos, receitas, e-mails etc.
O uso dos gêneros textuais é uma inovação no ensino de língua
inglesa, através dos quais, os alunos podem compreender melhor as constituições e
funções de diferentes situações.
De igual forma, permite uma maior comunicação e ação no mundo
onde o aluno pode ver e ler gêneros autênticos, escrever e produzir um texto escrito
ou oral, onde a capacidade de leitura e escrita é aplicada e mobilizada. A esse
respeito, Marcuschi (2005, p. 35) assinala que “[...] o trabalho com gêneros textuais
é uma extraordinária maneira de se lidar com a língua em seus mais diversos
aspectos no dia a dia”.
Considerando que os alunos ainda não tenham conhecimento sobre
gênero através do ISD, eles estarão desenvolvendo a produção e as capacidades de
leitura e escrita de que precisam, para interpretarem e comunicarem-se através
deles. Desta forma, é importante que o aluno descubra novas perspectivas de
comunicação usando os gêneros textuais. Assinalam Schneuwly e Dolz (1999, p. 6)
que “é através dos gêneros que as práticas de linguagem encarnam-se nas
atividades dos aprendizes”.
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Os gêneros de texto são formas relativamente estáveis e variáveis.
“Estudar o funcionamento da linguagem como práticas sociais significa analisar as
diferenciações e variações, em função de sistemas de categorizações sociais á
disposição dos sujeitos observados.” (SCHNEUWLY; DOLZ, 1999, p. 5). A cada dia
que passa nos deparamos com novas organizações pedagógicas. A sociedade
mundial tem mudado a cada ano, dessa forma os gêneros textuais podem ser
organizados de forma adequada possibilitando uma comunicação ampla e eficaz e
as escolas podem acompanhar auxiliando os alunos.
É impossível comunicar-se sem que haja algum gênero; assim
como, é necessário o uso de um texto para se comunicar verbalmente. Os textos
aparecem sempre de alguma forma como gênero textual, por isso torna-se
necessário maior compreensão dos textos para melhor conhecimento e
funcionamento de sua produção.
O trabalho com o gênero textual favorece a escrita e a leitura. Dentro
da elaboração de textos, existem as escolhas onde se combinam as capacidades de
ação do ISD. É importante considerar que nem sempre os alunos estão preparados
para entender e desenvolver essas produções, onde envolvem as estruturas,
organizações gramaticais e as próprias capacidades de ação. Em virtude dessas
considerações, e seguindo-se as orientações da Secretaria de Estado da Educação,
é necessário que se ofereçam meios para que o aluno consiga atingir os objetivos
definidos ao materializar seu pensamento, produzindo textos, conforme o gênero
aplicado dentro da esfera escolhida (PARANÁ, 2008).
Desta forma, os alunos adquirem conhecimento cultural, social e
utilitário. Sob esse aspecto, valoriza-se o compromisso da educação dentro da
escola, provendo os meios necessários para que o aluno assimile os conteúdos,
como também, aprenda o processo de sua produção e suas tendências e as coloque
em prática, tornando-se crítico e conhecedor de seu trabalho.
São muitas as variáveis a serem consideradas quando se trata de
Ensino Médio – alunos mais críticos e exigentes, salas numerosas, heterogêneas e
que precisam de conhecimento prático. Segundo Damianovic (2006, p. 5) deve-se
“oferecer ao aluno a possibilidade de repensar suas atitudes em relação ao processo
de escolha das ações de linguagem a serem feitas em seus momentos de lazer,
trabalho ou estudo.”
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Com o adolescente, é necessário usar linguagem própria e obter um
resultado adequado. Na opinião de Bronckart (1999, p. 103) “[...] o adolescente
precisa de sustentação presente no seu dia a dia, é preciso se enquadrar em um
processo de socialização muitas vezes, integrando-se em seu universo”.
A cada dia, o professor surpreende-se com as narrativas de seus
alunos sobre os fatos vivenciados, fora ou dentro da sala de aula. Partindo desse
pressuposto, Bonini (2001 apud CRISTOVÃO; NASCIMENTO, 2004, p. 21) afirma
que, “[...] ao selecionarmos os gêneros a serem trabalhados na escola devemos
permitir ao aluno que usem uma linguagem condizente com sua realidade e com
seus objetivos pessoais”. Ou seja, é importante estipular determinados gêneros ou
textos que estejam coerentes, com a vivência, maturidade e realidade do aluno.
Publicações atuais mostram a aplicação desta abordagem de
ensino, baseada em gêneros, como é o caso dos autores Cristovão e Nascimento
(2004, p.19). Para elas, “a aprendizagem de línguas (materna e estrangeira) deve
incorporar em sua prática o ensino sistemático das capacidades de linguagem que
cada gênero envolve”.
Por meio deste princípio, propôs-se uma unidade didática, cujas
atividades tiveram como objetivo ensinar um determinado gênero, desenvolvendo as
capacidades de linguagem, envolvidas na produção de leitura e escrita de textos.
Em consonância com essa proposta, Cristovão (2007, p. 14) afirma que [...] quanto
ao tema escolhido para desenvolvimento das atividades com o gênero em sala de
aula, ele deve ser suficientemente interessante e permitir a emergência de posições
das capacidades dos alunos.
O emprego da teoria dos gêneros proporciona melhor
desenvolvimento da leitura, da expressão oral e a escrita. Observa-se que um
depende do outro, portanto, é necessário após a leitura do texto, verificar a
sequência didática e considerar as capacidades abordadas (BRONCKART, 1999
apud CRISTOVÃO, 2007, p.13; DOLZ; SCHNEUWLY, 1998) classifica as
capacidades em três tipos: de ação, discursivas e linguístico-discursivas.
A capacidade de ação evidencia a relação direta com o gênero, o
social e a vivência do dia a dia. Produz, compreende e interpreta. É um conjunto
organizado de enunciados orais e escritos. O sujeito precisa adaptar-se as
características do contexto e do referente (SCHNEUWLY; DOLZ, 1999).
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Por sua vez, a capacidade discursiva encontra-se presente na
linguagem. Diz respeito as escolhas relacionadas com a estrutura que o discurso
pode ter. Permite portanto, a escolha do tipo de discurso (gênero) e suas sequências
textuais, além da elaboração de conteúdos.
A capacidade linguística acha-se presente no sistema da língua, ou
seja, suas estruturas, mecanismo estrutural (verbo, oração, período, expressão,
itens lexicais etc.).
Em linhas gerais, o professor deve planejar as atividades conforme o
perfil da turma e seus objetivos. O importante é trabalhar a leitura e a escrita dentro
do contexto da língua e do gênero escolhido. À guisa de exemplo, cita-se a internet
onde é necessário apresentar vocabulários, expressões pertinentes a realidade
encontrada no meio tecnológico (CRISTOVÃO, 2007).
Assim, trabalhar com as capacidades em gênero textual, envolve
vários aspectos. Segundo Cristovão (2007, p.107) é necessário “superar grandes
obstáculos para transpor aquilo que a literatura científica lhes propõe para a prática
didática”. Convém ressaltar, que os gêneros precisam ser adaptados e
reorganizados para uma nova abordagem. Deve-se mostrar ao aluno a noção de
gêneros discursivos e suas funções e, por conseguinte, envolvê-los na leitura, onde
poderão definir os gêneros e determinar a forma mais adequada para a sua
compreensão.
Ao identificar palavras durante a leitura, poderão ter conhecimento
de sua organização textual, formas sintáticas, morfológicas etc. A partir da leitura e
sua análise inicia-se, então, a escrita e sua produção. Como explica (TEIXEIRA,
2009, p. 565) “[...] devemos apresentar gênero textual E-mail na escola como uma
possibilidade de despertar o interesse pela escrita numa situação real”, onde o aluno
possa se envolver com a escrita e o produto final.
O Gênero E-mail (Eletronic mail) ou correio eletrônico, segundo
escreve Paiva (2004, p. 68) “[...] é um novo canal de mediação de gêneros já
conhecidos que agrega características de bilhete, carta, informalidade, rapidez e tem
a possibilidade de colocar em contato pessoas geograficamente distantes.” Em
linhas gerais, o E-mail possui características de carta, mas também, pode ser usado
para recados, circulares, notícias de jornais etc. Sua escrita é bem peculiar, rápida,
geralmente informal, podendo aparecer abreviações, apelidos e o uso de uma
símbolos próprios como emoticons e acrônimos.
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O E-mail tem se tornado uma constante, alterando a vida das
pessoas que, através dele, interagem social e culturalmente. Além da comunicação
e facilidade de escrita, tem ajudado no dia a dia e na educação, de forma geral.
Além do que, oferece possibilidades no domínio da língua inglesa, podendo ser
enviado a todas as partes do mundo favorecendo o contato entre culturas distintas.
Contudo, deve ser usado como instrumento educacional, onde o professor deve
trabalhar com ética, visando a formação do cidadão, discernindo o social e o virtual.
O gênero textual E-mail é um instrumento comunicativo, dentro da
realidade atual e de acesso fácil, pois a maioria dos alunos possui computador,
celular ou outros equipamentos eletrônicos, presentes, inclusive, na escola que
frequenta. A esse respeito, explica Teixeira (2009, p. 566) “[...] podemos esclarecer
sobre a importância do saber produzir um texto com as suas especificidades do
gênero e a função social do mesmo”.
O propósito da comunicação pode variar muito conforme o grau de
intimidade entre os interlocutores. Segundo Paiva (2004), o E-mail tem exercido forte
influência nas relações humanas, cidadania e na educação, além do dia a dia. O E-
mail na sala de aula faz com que se desperte mais o interesse pelo inglês, uma vez
que há interação de nacionalidades, isto porque, precisa-se aprender a interagir com
as pessoas de outra cultura em língua estrangeira. Como usuários terão que
aprender a fazer uso dos meios tecnológicos (endereços, servidores, enviar e
receber mensagens etc.). As mensagens são redigidas e enviadas simultaneamente,
exigindo que o aluno seja rápido para pensar e agir. “[...] o E-mail gerou uma
revolução nas relações humanas, especialmente na área educacional, e merece ser
mais estudado.” (PAIVA, 2004, p. 68). Portanto, é preciso que o professor esteja
aberto às novas mudanças e atento a esse novo gênero.
Dessa forma, no contexto escolar, espera-se que o aluno consiga
fazer sua produção conforme o gênero mencionado, agir e interagir de forma
consciente e reflexiva, utilizando a língua inglesa, independente de sua língua
materna.
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3 Análise de Dados
Trabalhar com gênero é lembrar que o mesmo se trata de “um
mecanismo fundamental de socialização, de inserção prática nas atividades
comunicativas humanas.” (BRONCKART 1999, p. 103). As atividades na sala de
aula permitiram aos alunos perceber a importância dos gêneros não só no contexto
escolar, mas também como importante ferramenta para suprir suas necessidades
comunicativas atuais, auxiliando-os e integrando-os no processo de socialização.
Percebeu-se uma certa resistência por parte de alguns educandos, atitude atribuída
à falta de maturidade ou ao desconhecimento dos objetivos do projeto. Surgiram
alguns questionamentos, tais como:“vai valer nota?”,“é obrigado a fazer?”, “tem que
fazer pesquisa?....”(sic), respondidos a contento.
Os alunos não estavam envolvidos com a proposta de ensino, sendo
necessário, portanto, explicitá-la. Verificou-se que os alunos não valorizam o
processo de aquisição de conhecimento, e há falta de consciência acerca da
necessidade do aprendizado, que não é considerado importante para muitos deles.
Imaturidade também é um fator que deve ser levado em conta, devido a diferenças
de idade, nível social e cultural de cada um.
É necessário levar os alunos a interagir e a conhecer mais essa
abordagem, fazendo com que se envolvam e tomem consciência sobre as
operações de linguagem. Dessa forma, terão oportunidade de serem protagonistas e
desenvolver as capacidades de linguagem (ação, discursiva e linguístico-discursiva)
e poderão produzir as atividades com maior reflexão e disposição.
Um dos objetivos de se trabalhar com computador foi o de levar o
aluno a fazer a interação entre o gênero e seu uso; além disso, o de possibilitar
maior oportunidade de participação social, respondendo adequadamente em relação
ao gênero textual com o qual terá que lidar no futuro. Isso criou uma grande
expectativa, pois todos se empolgaram, perguntando como seriam divididos os
computadores, ou se poderiam ouvir músicas no laboratório. O elemento motivador,
naquele momento, mostrou ser a música e não a sequência didática. É vedado ao
aluno o uso de aparelhos tecnológicos na escola, embora se perceba um grande
interesse pela manipulação dos mesmos; assim, a fim de atender aos anseios dos
educandos, foi liberada a atividade musical no último dia de aula no laboratório.
Houve manifestação de entusiasmo quando souberam que estariam
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fora da sala de aula em algumas ocasiões. Infelizmente, em função do grande
número de alunos em cada sala, o espaço não é suficiente para acomodar
adequadamente a todos, fato que provoca constantes pedidos para junção de
carteiras ou variação na disposição das mesmas. Daí, o interesse em trabalhar fora
de sala de aula. O laboratório tem sido um lugar almejado pelos alunos, e seria
interessante que a escola dispusesse de mais máquinas (há 30 computadores para
um total de quase 4.000 alunos). É um assunto que precisaria ser tratado com mais
atenção mas que ora não é o foco desta pesquisa.
Os alunos receberam o material didático e foram esclarecidos os
objetivos almejados com a abordagem dos temas, assim como a duração das aulas.
Tal instrumento pedagógico foi elaborado para melhor acompanhamento do
professor e cumprimento das atividades dos alunos. Trata-se de uma obra ilustrada,
com exercícios em Inglês e Português, apresentando toda a parte de vocabulário
técnico do computador e suas funções. Os alunos receberam o material e houve
manifestação de contentamento e surpresa, seguidos de perguntas como: Quem
fez?...Foi você mesmo professora?...Quanto tempo levou para ser concluído?...Que
imagens legais... etc.(sic). Os alunos não estão acostumados a receber material
diferenciado ou produção feita pelo próprio professor. A curiosidade e o respeito
foram notórios, apesar do mesmo fazer parte da implantação do projeto. Isso remete
à imagem que os alunos fazem do professor como mero transmissor e não como
produtor de conhecimento.
O conteúdo da sequência didática foi marcado por ampla exploração
do gênero E-mail com material autêntico e variado, quando os alunos tiveram a
curiosidade na identificação do que seria E-mail tão logo abriram o caderno. Foi
apresentado aos alunos o objetivo do gênero E-mail, e como faríamos todo o
processo do trabalho e também as atividades. Os exercícios preparados foram
desenvolvidos através das capacidades de ação, discursivas e linguístico-
discursivas, relatadas nas etapas abaixo.
No início das atividades em sala, trabalhou-se a contextualização.
Perguntas como: What is E-mail? (o que é E-mail? ),What do you know about it?(o
que você conhece sobre E-mail?), Have you ever thought about what those five
words mean? (você já pensou a respeito do significado dessas cinco letras?). Isso
criou uma agitação, pois tudo foi feito em inglês, e eles não estavam acostumados a
escutar o professor falando inglês. Foi necessário fazer uso da língua portuguesa,
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mesclada ao inglês, até ter certeza de que todos estavam entendendo. Os alunos
não compreendiam, houve risos e conversas paralelas. Foi preciso mudar a
linguagem, sendo mais firme com os alunos. Expliquei a necessidade de estarem
atentos para compreenderem; continuei então a falar em inglês, mas percebi que
teria que agir diferente em relação a eles nas próximas aulas.
Perguntas e comentários foram surgindo à medida que as atividades
iam sendo desenvolvidas. Foi surpreendente o fato que eles tirem tão pouco
conhecimento sobre a função do E-mail, suas finalidades e termos técnicos próprios
ao gênero em foco. Parecia que sabiam digitar, mas sem saber o que significava
cada palavra, principalmente as em Inglês. A necessidade de usar os meios de
comunicação ou tecnológicos para os alunos, não visa o conhecimento real do uso,
ou a forma de manusear o equipamento, mas a troca de informação sócio-cultural
entre colegas e no mundo todo. Para os alunos, o importante é ter o equipamento e
fazer uso sem se importar em como fazê-lo. A realidade desta escola pública ainda é
precária em se tratando de laboratório aberto aos alunos. Infelizmente os alunos que
não têm acesso a computador (*) não têm forma de aprender a manuseá-lo.
Foi-lhes explicado que teriam como objetivos desenvolver a
habilidade de leitura, escrita, conhecer mais sobre a internet como meio de
comunicação, tomar ciência do gênero e suas funções e produzir E-mails com o uso
do computador. Logo em seguida, iniciou-se a segunda fase (Step Two) com a
capacidade de ação.
Perguntei aos alunos: Have you ever read E-mails? (você já leu
algum E-mail?) What kind?( de que tipo?), Have you ever sent any E-mail?(você já
lenviou algum E-mail?). Dessa vez, escrevi as questões no quadro, pois me pareceu
que eles poderiam entender melhor ao visualizar as palavras que seriam parecidas
com Português, não sendo necessário traduzir. A resposta foi bem mais animadora.
Alguns alunos disseram já estarem acostumados, outros que possuíam vários
servidores, e outros ainda que já tinham visto, mas nunca escrito. A aula seguiu
tranquila com a participação de todos. Verificou-se que os alunos não estavam
acostumados a escutar enunciados e, Língua Estrangeira. É necessário introduzir a
prática de falar em inglês no dia a dia, conforme os conteúdos básicos que
pertencem ás práticas da oralidade (PARANÁ, 2008, p. 76), cabe ao professor
introduzir a língua, tornando parte de sua rotina.
Foi interessante acompanhar os alunos analisando os E-mails
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autênticos e os servidores apresentados que não eram conhecidos, pois são usados
nos Estados Unidos e África do Sul, surpreendendo mesmo os alunos familiarizados
com o uso de computadores. A partir desse momento, acredito que o interesse
mudou, principalmente quando um aluno disse: “Puxa, achei que seria uma coisa
chata que já estou cansado de ver, e no entanto tem um monte de coisa que a gente
não sabe (sic)”. Houve manifestação de outros rindo e dizendo a mesma coisa.
Nesse momento, novas informações foram oportunizadas, mostrando que as várias
partes do mundo podem se diferenciar em alguma coisa, mas que não impedem que
haja contato social nem cultural.
Foi uma grande abertura, os alunos ficaram entusiasmados em
contatar pessoas de outros países, imaginando encontrar novas descobertas
culturais. Isso aprofunda a justificativa de todo o processo em trabalhar gênero E-
mail descrito nas diretrizes:
Um dos objetivos da disciplina de Língua Estrangeira Moderna é que os envolvidos no processo pedagógico façam uso da língua que estão aprendendo em situações significativas, relevantes, isto é que não se limitem ao exercício de uma mera prática de formas linguísticas descontextualizadas. Trata-se da inclusão social do aluno numa sociedade reconhecidamente diversa e complexa através do comprometimento mútuo (PARANÁ, 2008, p. 57).
Ao prosseguir com as atividades, começaram a surgir as palavras do
cabeçalho do E-mail em Inglês: FROM, TO, DATE, SUBJECT. Alguns conheciam os
nomes, mas outros não se manifestaram. A curiosidade e a descoberta. Muitos
foram os questionamentos apresentados no caderno. Atividades de reflexão, como
por exemplo: Who has access to them?(quem tem acesso?) What kind of social
engagement do they allow?( que tipo de relacionamento eles permitem?) Why is it
produced, does it has a function?( por que é realizado? tem função? Which one?(
quais?). A medida que se faziam as perguntas, os alunos iam respondendo aquilo
que pensavam. O tempo foi curto, eles tinham muitas perguntas a serem feitas.
Também foram respondidas as atividades de reflexão no caderno após todas as
informações debatidas.
Todas as informações apresentadas em sala de aula neste STEP
foram desenvolvidas mostrando a visão do gênero E-mail. Quem pode participar ou
produzir, como se inicia, também o propósito de ser ensinado a quem não conhecia,
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facilitou o ensino com suas especificidades. Acredito que a importância desse
gênero para sala de aula não apenas possibilita o trabalho com um gênero digital
que a cada dia tem se popularizado em nossa sociedade, mas também oportuniza
discussão sobre alguns aspectos da vida dos alunos tais como: “E quem não tem
computador, tem jeito de escrever isso também? Só pode ser em Inglês? Então vou
ter que estudar mais inglês pra poder escrever E-mail? Isso criou momentos de
reflexão sobre as capacidades reflexivas em relação ao social e a si mesmo, levando
o aluno a pensar e a se apropriar de seus conhecimentos. Uma nova possibilidade
se criou, dando oportunidade aos alunos agirem em outras situações de
comunicação específica alcançando seus objetivos, desenvolvendo suas
capacidades críticas, participativas através do uso de E-mail.
Dando inicio ao STEP 3, trabalhou-se a capacidade discursiva. É a
organização do E-mail que oferece a infraestrutura bem como sua elaboração e
permitiu ao aluno a sua produção.
As informações foram dadas acompanhando a organização da
atividade do caderno. Os alunos relacionaram os greetings, dates, numbers e outros
elementos dentro do E-mail. Conforme se apresentavam os elementos, as dúvidas
eram sanadas.
Antes de começarmos com o E-mail que seria analisado, os alunos
tiveram oportunidade de manusear o computador. Esta etapa não seria apresentada
no laboratório, entretanto nos foi concedida esta oportunidade. Assim que sentaram
frente a frente ao computador, as reações foram as mais diversas. Uns queriam
brincar, outros queriam entrar no facebook, outros nem mesmo sabiam como ligar o
aparelho. Foi preciso suspender o conteúdo programado para aquela aula e
trabalhar esse processo. Os alunos não estão acostumados a sair da sala de aula.
Houve necessidade de reflexão em relação a essas atitudes. Foi necessário intervir
com firmeza até faz fazê-los entender que tínhamos um objetivo definido. A
imaturidade era um fato real dentro desta turma.
A aula foi um pouco dispersa, cada aluno desconhecia alguma coisa.
Uns não sabiam vocabulário, outros desconheciam como manusear o computador,
ou mesmo como abrir o painel e ficaram agitados ao ver que a estrutura do quadro
E-mail estava em Inglês. Não sei se foi uma boa idéia levá-los tão cedo ao
laboratório; entretanto, apesar de levar mais tempo do que dispúnhamos, os alunos
saíram satisfeitos com o primeiro encontro com o computador em uma aula de
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inglês. A aula foi muito difícil, em função do encontro conturbado. Acredito que os
alunos precisavam dessa oportunidade no laboratório; no entanto, seria interessante
que eles tivessem um pouco mais familiarizados antes de trabalhar o projeto. Para
tanto, seria necessário mais tempo, o que não seria possível na época.
Cada parte do quadro do E-mail foi apresentado, assim como Send,
Attach a File, Bcc, Cc, etc, sempre usando o termo em inglês, mas depois passando
a tradução quando não entendiam, mesmo após mostrar o quadro da tela. Alguns
realmente tinham dificuldade, pois era a primeira vez que faziam essa atividade. De
qualquer forma, gostaram muito.
De volta à sala de aula, tiveram contato com o E-mail a ser
trabalhado. Houve manifestação de desagrado em função do tamanho do E-mail,
que era muito longo. Também a dificuldade em trabalhar com o E-mail em virtude do
desconhecimento dos alunos quanto ao vocabulário, estruturas e elementos, que
faziam parte do cabeçalho, corpo e anexos dos E-mails.
Iniciou-se com os elementos básicos como: greetings, dates,
numbers, expressions, cities and vocabularies. Foi apresentada a organização de
um E-mail. Uma série de informações básicas eram desconhecidas, assim como:
colocar endereço antes de começar a escrever, ter datas e hora marcada no
cabeçalho. Foram muitas informações além do E-mail apresentado ter sido muito
longo, isso cansou um pouco os alunos. Também reclamaram dizendo que era muito
difícil entender. Deve-se levar em consideração que os alunos associam a
dificuldade de compreensão com a falta de conhecimento de vocabulário da língua
estrangeira com o desconhecimento do texto, no caso o E-mail. Contudo, a
orientação das atividades escolares através do desenvolvimento da leitura crítica
também pode ser entendida como uma forma de levar o aluno a agir, formar opiniões
e decisões. Tomada a consciência, os alunos continuaram as atividades que foram
concluídas posteriormente.
As perguntas das atividades foram feitas em português, conforme
estava na sequência didática. Elas variavam desde as mais simples, como: Onde se
encontra o destinatário (início, meio, fim); Como vem reproduzido?; Que tipo de E-
mail é esse? , até as perguntas em inglês como: “What does“ Hugs and Kisses mean
?” (o que significa abraços e beijos?). Os alunos demoraram para responder.
Fizeram muitas perguntas entre eles e para o professor, mas com bom êxito ao final
das atividades, conseguindo executá-las no caderno no tempo devido.
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Muitos alunos haviam faltado no dia anterior e queriam saber o que
tinha acontecido, ficaram bravos porque não foram ao laboratório e queriam ir nessa
aula. Isso foi um problema enfrentado, uma vez que não há como repor aula para
quem falta e, com isso, ficaram com aquela parte da aula perdida. Muitos apenas
copiavam do colega sem mesmo saber o que estavam fazendo. Não tinha como
trabalhar com eles, pois do contrário levaria muito mais tempo para a implantação do
Projeto.
Um ponto desfavorável quanto à sequência didática é quanto ao
tempo que tivemos para a implementação. Cada detalhe é planejado. Todavia, há
sempre imprevistos durante a execução do trabalho. É difícil explorar as
capacidades discursivas com cada aluno. As preocupações e dificuldades divergem
de um para o outro. Cada aluno tem sua proficiência ou dificuldade, interesse ou
desinteresse. De qualquer forma, o tempo é o grande problema que se enfrenta.
Cada escola tem seu calendário minuciosamente elaborado e calculado; no entanto,
imprevistos acontecem devido a reuniões, paralisações escolares, assuntos técnicos
e mesmo a falta dos alunos em dias de chuva por exemplo. O ideal seria contar com
tempo ilimitado, no entanto não há liberdade para uma.
Uma outra limitação significativa que afeta a implementação da
sequência é a infra-estrutura da escola, pois os alunos que faltaram não puderam
fazer uso do computador, já que não é permitido usarem o laboratório de informática
sem prévia reserva do professor e nem sem a sua presença. É uma questão
burocrática da escola que diz respeito tanto a conservação das máquinas, quanto a
regulamentação do acesso ao laboratório. Como já foi mencionado, só há um
laboratório de informática com um número reduzido de computadores para um
grande contingente de alunos. Considerando a recente presença da tecnologia no
dia-a-dia, parece lógico esperar que a escola forneça situações e instrumentos para
que nossos alunos possam se preparar para a vida na sociedade atual.
Ao iniciarmos as atividades com emoticons e abreviaturas,
diferenciando o E-mail do formal (comercial, publicação cientifica...) do informal onde
podemos fazer uso de uma linguagem bem mais coloquial, um aluno comentou: “que
é bem mais fácil entender esse tipo de E-mail do que o profissional por causa das
palavras de tratamento e que eles são muito diferentes.” Os alunos não estão
acostumados a usar nome de tratamento ou vocabulário mais formal. O uso de gírias
e acrônimos devido a sites como MSN, Facebook, Twitter, permite uma linguagem
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muito informal, regional e até mundial, onde as pessoas não usam a língua com
suas estruturas gramaticais. Para eles, o importante é se comunicar usando os
recursos próprios de suas crenças e modismo. A indiferença pela língua materna é
preocupante, levando os alunos a esquecerem quando estão usando a própria
língua ou uma segunda língua. Verifica-se em suas escritas e no linguajar cotidiano,
dentro e fora da sala de aula.
Após a leitura silenciosa, depois de levantados todos os dados,
passamos então para as atividades em grupos, onde os alunos fizeram uma lista de
emoticons ou acrônimos. Foi muito divertido e útil, eles escreveram em uma cartolina
e expuseram nos corredores da escola, com o título: Are you able to create any?
TRY SOME. (você é capaz de criar algum? Tente). Os alunos tiveram a
oportunidade de realizar atividades escritas e orais, fazendo uso constantemente da
língua para explicarem os significados do que haviam escrito.
Ao iniciarmos o STEP 4 da capacidade linguístico-discursiva, os
alunos já haviam estado muitas vezes em contato com o material, sendo que mais
da metade das atividades já tinham sido executadas. Eles comentavam que estava
passando rápido e que as outras salas também queriam fazer o mesmo trabalho.
Expliquei que o projeto pedia apenas uma turma para implementação, mas nada
impedia que no ano seguinte isso pudesse ser implantado também. Estavam
ansiosos para chegar o momento que estariam no computador. Podemos perceber
que a interação com o computador associada à percepção da aplicação prática do
exercício foi um elemento motivador da aprendizagem. Nesse contexto, a produção
escrita em língua inglesa tornou-se significativa.
As atividades linguísticos-discursivas basearam-se em expressões,
formas verbais, pronomes, adjetivos, estruturas gramaticais, além do vocabulário.
Foram usados os E-mails apresentados e lidos para as tarefas escritas, em
atividades como: “complete os espaços em branco”, “assinale a alternativa correta”,
“relacione as colunas”. As expressões foram trabalhadas, assim como o vocabulário
técnico do E-mail, para que os alunos pudessem deles, fazer uso posteriormente em
suas atividades. Muitas das expressões foram reconhecidas por alguns alunos
através de músicas que ouviram, assim como: “didn’t work out, stay out of trouble,
take care of, I wish all the best”, foi muito gratificante ver os alunos participando,
interessados, durante a aula.
Também faziam anotações em partes do caderno de algumas frases
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que lhes interessavam, assim como: “It is so good to hear from you! Keep in touch!
Come to see me again! I miss you so much”. Imagina-se que façam uso de tais
expressões em seus próprios E-mails mais tarde. Nesse momento os alunos
aproveitaram para pensar mais em suas produções textuais, em que seria
necessário o uso desses itens para se expressarem, passarem informações ou pedir
informações, ou seja, para uma comunicação escrita efetiva dentro de um grupo
social. Desse modo, a atividade corrobora o que afirma Cristovão (2007 p.139) “Os
textos são produtos de atividade e são produzidos dependendo das necessidades,
interesses e condições dos grupos sociais.” A organização de um texto deve ser feita
de um modo que as necessidades sociais sejam atendidas conforme as capacidades
de linguagem de quem está escrevendo. No caso dos alunos, eles possuem suas
necessidades sociais e emocionais. O uso do E-mail é mais do que um meio
pedagógico em forma de gênero textual, é uma forma eficaz de aprender a língua
estrangeira, de promover maior interação entre os alunos e comunidade de
crescimento pessoal, de atividade lúdica e, claro, de intercâmbio sócio-cultural com
outros países, através do computador e meios tecnológicos.
STEP 5. Estas atividades foram divididas em três partes:
Atividade 1 - Nesta etapa os alunos já tinham estado no computador
aproximadamente três vezes. Estavam se preparando para fazer a atividade
avaliativa final. Fizemos uma divisão em grupos de três ou quatro. Eles tinham as
perguntas no caderno e apenas foram trocando idéias sobre todo o processo.
Perguntas como: Quem poderia escrever E-mails? Que tipo de linguagem usaria?
Qual a organização? Qual a relevância em nossos dias? Qual o objetivo? No final
eles fizeram uma observação daquilo que mais acharam importante durante o
processo. Cada um escreveu no espaço que havia no caderno. Não houve tempo de
cada um compartilhar o que havia escrito, mas pode-se observar que quase todos os
alunos tinham uma opinião a respeito. Uma aluna afirmou: “foi uma forma legal de se
divertir e aprender inglês, queria que fosse sempre assim”. (sic). Isso demonstra a
realização pessoal da aluna, contribuindo para a valorização da implantação da
sequência didática.
Atividade 2. Os alunos estavam cada um em um computador. Cada
um escreveu seu endereço eletrônico e foi dado o endereço da escola para os E-
mails serem enviados. Foram expostas três alternativas de situação, dentro as quais
deveriam escolher apenas uma e, assim, partirem para a produção. A exigência foi a
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de escrever em Inglês. Embora os alunos soubessem com antecedências de que
deveriam usar a língua inglesa, alguns solicitaram o emprego da língua portuguesa.
Eles tiveram uma hora e quinze minutos para desenvolverem a atividade. A maioria
terminou em menos de uma hora, mas dois alunos ficaram até o final do tempo. Na
oportunidade não encontraram nenhum problema em ligar o computador ou
preencher os espaços do cabeçalho. A dificuldade foi na hora de escrever, por
questões de vocabulário. Assim muitos pediram dicionário, cujo manuseio foi
permitido.
Baseado nas reações dos alunos, verificou-se que eles queriam
entender mais a língua estrangeira, conhecer mais vocabulário e expressões, saber
mais os termos técnicos do computador e toda a formação digital. Alguns alunos
manifestaram-se dizendo que iriam estudar Língua Inglesa em escolas de línguas e
computação. A escola tem o papel de informar, revelar e ensinar os alunos
capacitando-os e incentivando-os em sua formação, naquilo que lhe é devido. Com
um pouco de esforço, temos a oportunidade de motivar os alunos a aprenderem
língua estrangeira.
Atividade 3. Check your score: Na aula seguinte, os alunos
responderam a um questionário sobre seu conhecimento a respeito de todo o
processo. Ao final, cada um pôde compartilhar os resultados com seus colegas. A
folha era para ser destacada e entregue; junto a ela, foi anexada uma autoavaliação
não exigida para devolução, mas incentivada a ser feita. Nela, os alunos escreveram
o que acharam das dezoito aulas e o que aprenderam com todo o processo. Para
minha alegria, muitos alunos a fizeram; e seguem alguns dos relatórios recebidos.
Aluno Um: “foi muito interessante esse projeto, pois ensinou como se faz um E-mail passo a passo. Como se começa, seu desenvolvimento, o que pode se utilizar para enviar um E-mail. E para aqueles que não tinha acesso ao computador, teve essa chance, e até criaram um E-mail para eles se comunicar através dele.”(sic). Aluno Dois. “Foi muito legal o projeto que a professora aplicou para a sala. Foi divertido o passo a passo até chegar no E-mail. Eu aprendi muitos coisas neste projeto, eu queria que todos os outros professores aplicasse (sic) um trabalho desse jeito também.” Aluno Três: “Foi muito interessante, eu já sabia sobre E-mail mas foi bem interessante aprender tudo em inglês, é um pouco complicado, mas aprendi como enviar, etc. Nunca tinha visto E-mail em inglês, foi bem interessante porque os costumes deles são bem diferentes dos
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nossos, eles não tem o costume de mandar beijos no final do E-mail, já o brasileiro tem esse costume”. Aluno Quatro: “Neste novo sistema de ensino, aprendi sobre a importância do E-mail, aprendemos alguma gírias, modos formais e informais de escrever e-mails. Gostei da experiência, teve um pouco de dificuldade no começo mais depois tive uma boa explicação. É algo divertido de aprender, pois se trata de um assunto fácil e já usado no nosso dia a dia.”(sic) Aluno Cinco: “Os trabalhos realizados; eu achei muito interessante porque isso no futuro pode ajudar agente: podemos usar para vender coisa para as firmas nos EUA por e-mail; podemos se comunicar com parentes e todo o mundo, etc”. (sic)
O trabalho didático realizado nessa escola mostrou que mesmo não
tendo o desenvolvimento nas proporções desejadas, disponibilizou espaço para que
os alunos tivessem oportunidades de desenvolver suas atividades de forma crítica e
social. O estudo de gênero permitiu que os alunos conhecessem a teoria e um
pouco a prática. Não houve tempo de os alunos experimentarem uma situação de
comunicação que envolvesse outras pessoas além deles mesmos, e o professor,
assim como trocarem E-mails entre eles e a comunidade ou pela internet que os
levassem a uma postura mais crítica diante de tal procedimento.
Para tanto, conclui-se que a sequência didática oferece espaço para
uma leitura crítica, social e cultural, mas que depende de políticas educacionais,
metodológicas, financeiras e principalmente, de uma escola não tão tradicional. Hoje
em dia, é imprescindível o acesso a internet. Há necessidade de uma abertura que
permita ao aluno ter acesso a um laboratório de informática, onde ele possa fazer
pesquisa, atividades escolares, e ter momentos de descobertas neste mundo digital
durante o período de aula, no intervalo ou no contraturno.
Segundo as diretrizes (PARANÁ, 2008, p. 76), o professor tem a
liberdade de escolher aquilo que seja mais significativo para seus alunos. É
necessário selecionar os conteúdos e o gênero escolhido, mas se faz necessário
que o governo proporcione novos equipamentos, assim como salas de informática
para o sucesso do aprendizado.
4 Considerações Finais
Ao comparar a produção inicial em relação à produção final após o
término das atividades, conclui-se que os alunos conseguiram produzir E-mail,
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utilizando as estruturas próprias em inglês, assim como também puderam entender a
finalidade de trabalhar com gênero e suas esferas.
O aluno precisa ser incentivado a trabalhar com gênero,
considerando que o domínio desse conhecimento possibilita e representa um grande
avanço no processo do aprendizado de Língua Estrangeira.
O professor deve despertar interesse para o ensino de E-mail na
escola através de materiais originais e autênticos, semelhantes aos utilizados na
sequência didática do presente trabalho. Deve, igualmente, incentivar o uso da
internet como ferramenta para aprofundar seus conhecimentos e obter novas
descobertas. Sugiro, no entanto, que o professor enfatize o lado cultural da internet,
utilizando-a com responsabilidade em relação aos efeitos sociais e ideológicos.
A atividade com gênero pode ser amplamente aplicada no Ensino
Médio. De acordo com a análise já relatada, os alunos demonstraram interesse e
aprendizado no que concerne ao conteúdo, podendo ser aplicada sem restrição. O
enfoque entretanto deve ser mais para o Ensino Médio, uma vez que os alunos já
possuem uma estrutura mais adequada de acordo com as capacidades linguístico-
discursivas.
Quanto ao material da sequência didática, o mesmo foi de grande
relevância para maior conhecimento acerca do assunto proposto nesse projeto, o
que resultou em produções textuais adequadas, observando-se os elementos
estruturais do gênero em estudo. Os alunos puderam exercitar a Língua Inglesa de
uma forma inédita, com atividades que fazem parte de seu cotidiano, percebendo
que, por meio do estudo do gênero E-mail, é possível interagir com pessoas do
mundo todo e, dessa forma, enriquecer não só aos interlocutores, mas também a
sua forma de ver a vida .
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