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UNIVERSIDA PROGRAMA MESTRADO EM Produção de S ADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUC A DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOM M MELHORAMENTO GENÉTICO DE PLA PROF.: MÁRIO LIRA JUNIOR Sorgo (Sorghum bicolor L Aspectos Gerais Mestrando: Guilherme Recife – PE Novembro, 2010 CO MIA ANTAS L. Moench) e Matos Martins Diniz

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE PÓS

MESTRADO EM MELHORAMENTO GENÉTICO DE

Produção de Sorgo (

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

MESTRADO EM MELHORAMENTO GENÉTICO DE PLANTAS

PROF.: MÁRIO LIRA JUNIOR

Produção de Sorgo (Sorghum bicolor L. MoenchAspectos Gerais

Mestrando: Guilherme Matos Martins Diniz

Recife – PE Novembro, 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

PLANTAS

L. Moench)

Guilherme Matos Martins Diniz

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Guilherme Matos Martins Diniz

Produção de Sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) Aspectos Gerais

Recife – PE Novembro, 2010

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RESUMO

A cultura do sorgo é um produto da intervenção do homem a partir da domesticação da

espécie para atender suas necessidades ao longo dos séculos, se transformando numa

“extraordinária fábrica de energia”, de enorme utilidade em regiões muito quentes e muito

secas, onde o homem não consegue boas produtividades de grãos ou de forragem cultivando

outras espécies, como o milho. O sorgo é uma planta da família gramineae, do gênero

sorghum, e da espécie Sorghum bicolor L. Moench. Agronomicamente, os sorgos são

classificados em quatro grupos: granífero; forrageiro para silagem e/ou sacarino; forrageiro

para pastejo/corte; verde/fenação/cobertura morta e vassoura. A planta de sorgo se adapta a

uma gama de ambientes, principalmente sob condições de deficiência hídrica, desfavoráveis à

maioria dos outros cereais. Vale ressaltar que a presença de tanino no grão confere a ele

resistência ao ataque de pássaros, entretanto esta substancia é adstringente, acarretando ao

grão problemas de digestibilidade. O sorgo é uma planta C4, de dias curtos e com altas taxas

fotossintéticas. A área cultivada com sorgo no Brasil deu um salto extraordinário, a partir do

inicio dos anos 90. O Centro Oeste é a principal região de cultivo de sorgo granífero,

enquanto o Rio Grande do Sul e Minas Gerais, de sorgos forrageiros. A necessidade de

condições favoráveis ao crescimento da cultura esbarra em muitos fatores tais como a época

de semeadura que afeta o ciclo da cultura, pois seu atraso pode acarretar em antecipação dos

estádios fisiológicos da cultura, pragas, doenças, plantas daninhas dentre outros fatores que

acabam depreciando o produto com diminuição da produção. A escolha de cultivar mais

adequada é um aspecto fundamental para o estabelecimento de um sistema de produção mais

eficiente. A eficiência na escolha de materiais genéticos pode ser feita pela observação de um

conjunto de informações para a cultura dentro de cada região. Adaptação à região; potencial

produtivo; estabilidade de produção; tolerância a doenças (principalmente em plantio direto),

inclusive quanto à sanidade dos grãos; resistência ao acamamento de colmo e de raiz; ciclo;

características dos grãos – textura, coloração e teor de tanino dentre outras características.

Palavras chave: Sorghum bicolor L. Moench, Adaptação, tanino, deficiência hídrica

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SUMÁRIO

1. Introdução ......................................................................................................................... 4

2. Importância econômica ................................................................................................ 6

3. Aspectos gerais da cultura .......................................................................................... 8

3.1 Botânica e Morfologia ...................................................................................................... 8

3.2 Fenologia da planta de sorgo ............................................................................................ 9

3.3 Fatores que afetam o desenvolvimento da planta de sorgo ............................................ 11

4. Melhoramento genético .............................................................................................. 15

5. Considerações ................................................................................................................ 19

Referência bibliográfica ................................................................................................... 20

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4 1. Introdução

A origem do sorgo está provavelmente na África, embora algumas evidências

indiquem que possa ter havido duas regiões de dispersão independentes: África e Índia. A

domesticação do sorgo, segundo registros arqueológicos, deve ter acontecido por volta de

3000 AC, ao tempo em que a prática da domesticação e cultivo de outros cereais era

introduzida no Egito Antigo a partir da Etiópia. Na primeira década do século XX, sorgo foi

extensivamente cultivado nos EUA para produção de xarope ou melaço. As cultivares eram

de porte muito alto e tardias, com alguma semelhança fenotípica com os atuais sorgos

forrageiros para silagem. O porte avultado dessas cultivares não permitia sua utilização como

plantas graníferas porque a colheita, mesmo que fosse por processo manual, era muito difícil.

Além disso, o ciclo extremamente longo limitava seu cultivo às regiões no sul do país mais

próximas da linha do equador. Os primeiros colonizadores das Grandes Planícies do Oeste

Americano, então, selecionaram plantas dos tipos Milo e Kafir mais ajustadas à agricultura

que se modernizava e que eram muito mais tolerantes ao clima seco da região do que o milho.

Com o advento da mecanização na segunda década do século XX, novas seleções foram

sendo feitas a partir dos materiais originais, que acrescentaram mais valores às cultivares

como precocidade e porte cada vez mais baixos (EMBRAPA 2010).

A moderna planta de sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) é um produto da intervenção

do homem onde, a partir da domesticação desta espécie por séculos, a submeteu a mudanças a

fim de atender as exigências e demandas do ser humano. O sorgo é uma “extraordinária

fábrica de energia”, de enorme utilidade em regiões muito quentes e muito secas, onde o

homem não consegue boas produtividades de grãos ou de forragem cultivando outras

espécies, como o milho. A grande eficiência da cultura do sorgo na conversão de água e

nutrientes absorvidos em fotoassimilados e esqueletos de carbono torna-o excepcionalmente

interessante para as regiões de alta temperatura e com restrição pluviométricas, sendo desta

forma mais adaptado a condições adversas do que outras culturas, como o milho por exemplo.

Agronomicamente, os sorgos são classificados em quatro grupos: granífero; forrageiro

para silagem e/ou sacarino; forrageiro para pastejo/corte; verde/fenação/cobertura morta e

vassoura. O primeiro grupo inclui tipos de porte baixo que são adaptados à colheita mecânica.

O segundo grupo inclui tipos de porte alto apropriados para silagem e/ou produção de açúcar

e álcool. O terceiro grupo inclui sorgos utilizados para pastejo, corte verde, fenação e

cobertura morta. O quarto grupo inclui tipos cujas panículas são confeccionadas vassouras.

Dos quatro grupos, o sorgo granífero é o que tem maior expressão econômica e está entre os

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5 cinco cereais mais cultivados em todo o mundo, ficando atrás do arroz, trigo, milho e cevada

(EMBRAPA 2009).

A planta de sorgo se adapta a uma gama de ambientes, principalmente sob condições

de deficiência hídrica, desfavoráveis à maioria dos outros cereais. Esta característica permite

que a cultura seja apta para desenvolvimento e expansão em regiões de cultivo com

distribuição irregular de chuvas e em sucessão a culturas de verão.

As informações disponíveis com respeito ao sorgo mostram essa cultura como uma

boa substituta do milho na produção agrícola e na alimentação animal. Mas aspectos culturais

que afetam o comportamento dos agentes do agronegócio do Brasil dificultam esta

substituição e geram problemas de mercado para o produto (EMBRAPA 2009).

A escolha de cultivar mais adequada é um aspecto fundamental para o estabelecimento

de um sistema de produção mais eficiente. A eficiência na escolha de materiais genéticos

pode ser feita pela observação de um conjunto de informações para a cultura dentro de cada

região. Adaptação à região; potencial produtivo; estabilidade de produção; tolerância a

doenças (principalmente em plantio direto), inclusive quanto à sanidade dos grãos; resistência

ao acamamento de colmo e de raiz; ciclo; características dos grãos – textura, coloração e teor

de tanino dentre outras características.

Com base nessas informações, as quais devem ser atualizadas periodicamente e de

acordo com as necessidades do agricultor, é possível selecionar o híbrido ou variedade mais

apropriados para um sistema de produção específico.

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6 2. Importância econômica

A área cultivada com sorgo no Brasil deu um salto extraordinário, a partir do inicio

dos anos 90. O Centro Oeste é a principal região de cultivo de sorgo granífero, enquanto o Rio

Grande do Sul e Minas Gerais, de sorgos forrageiros. O sorgo granífero é cultivado, sob três

sistemas de produção. No Rio Grande do Sul, planta-se sorgo na primavera e colhe-se no

outono. No Brasil Central, a semeadura é feita em sucessão às culturas de verão,

principalmente a soja. No nordeste, a cultura é plantada na estação das chuvas (TEIXEIRA &

TEIXEIRA, 2004).

Uma lavoura de sorgo forrageiro, já dispõe de certa tradição entre os agricultores, pois

apresenta uma elevada qualidade e produtividade, desde que tecnicamente bem manejada,

alcança produtividades médias de 50 toneladas de massa verde por hectare, havendo registros

de até 80 toneladas em experimentos conduzidos no estado de Goiás. O sorgo além de

apresentar boa qualidade e produtividade, pode ser usado o segundo corte ou rebrota para o

produtor sem apresentar custo, que pode alcançar uma média de 20 toneladas

(AGROSOFT.2010).

O desenvolvimento da cultura do sorgo no Brasil ocorre prioritariamente nas regiões

Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Devido a sua característica intrínseca de maior tolerância ao

déficit hídrico, tem sua potencialidade para o cultivo na região Nordeste onde atualmente é

cultivado principalmente por pequenos produtores em sistema consorciado. Nesta região, a

Bahia é o maior produtor com cerca de 75,7 toneladas por hectare e Pernambuco ocupa a

segunda posição com 10,7 toneladas por hectare para a produção de 2009 de acordo com

dados oficiais fornecidos pela Companhia Nacional de Abastecimento – (CONAB 2009). Um

grande aumento foi observado na produção dessa cultura no Brasil desde a sua provável

consolidação como lavoura em 1976, até os dias atuais.

Segundo APPS (2009), a área de cultivo de sorgo no Brasil, safra 2008/09 foi de

1.321.925 hectares, considerando os tipos graníferos e forrageiros juntos. Nesse levantamento

ficou evidenciado que trata-se apenas de híbridos comerciais de sorgo, considerando que para

cada 10 kg de sementes comercializadas, é contabilizado o plantio de um hectare. Os dados

fornecidos pelos índices econômicos e de produção de 1976 a 2009 indicam que no Brasil o

aumento em toneladas por hectare foi na ordem de 449,32%, na região Nordeste o percentual

de aumento da produção de sorgo foi de 2.092,54% e pontualmente em Pernambuco esse

percentual alcançou o patamar de 10.700% (CONAB, 2009). Ainda em Pernambuco, as áreas

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7 registradas de cultivo de sorgo foram 37.253, 22.720 e 21.164 hectares, para os anos agrícolas

de 2006, 2007 e 2008, respectivamente (Tabosa et al., 2008; IPA, 2008).

O último relatório publicado pelo USDA - Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos, consolidou a produção mundial de sorgo - Safra 2009/10, em 59,5 milhões de

toneladas, ante ao consumo de 61,9 milhões de toneladas. É estimada neste relatório que a

Safra 2010/11 alcance uma produção de 64,3 milhões de toneladas, que representa incremento

de 8,0% se comparada à safra deste ano. Este aumento se deve a expansão de área, destinada

ao cultivo deste cereal, na Índia, Nigéria e Sudão. Já o consumo deverá ser de 63,6 milhões de

toneladas, equivalente a 2,7% a mais que o atual.

No último relatório divulgado pela Conab - "12º Levantamento de Avaliação da Safra

de Grãos 2009/10", os números apresentados mostram que a área cultivada, em comparação à

safra do ano passado, poderá ser reduzida em 17,5%, passando para 697,8 mil hectares. A

produtividade deverá crescer 1,8% e alcançar 2.328 kg/ha. Quanto à produção, estima-se

redução média de 16,1% ou (310,7 mil toneladas), saindo de 1.934,9 para 1.624,2 milhões de

toneladas. Neste levantamento, foram consolidados os números da área e da produção de

sorgo-safra 2009/10. No quadro de suprimento nacional, destaca-se a produção desta safra,

que apresentou redução de 16,1%, se comparada à safra do ano passado. Contudo, segundo o

INMET - Instituto Nacional de Meteorologia, é provável que este ano no Brasil, ocorra o

fenômeno La Niña. Caso a assertiva seja verdadeira, haverá recuo na semeadura de alguns

produtos, especialmente (milho - 2ª safra - concorrente do sorgo) por conta do encurtamento

na janela para plantio. Neste contexto, poderá haver recuperação da área a ser cultivada com

sorgo na safra 2010/11, uma vez que esta cultura se adapta melhor às condições de estresse

hídrico, fato que deverá incrementar a produção deste cereal de modo que alcance o patamar

da safra passada.

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8 3. Aspectos gerais da cultura

3.1 Botânica e Morfologia

O sorgo é uma planta da família gramineae, do gênero sorghum, e da espécie

Sorghum bicolor L. Moench. Sua estrutura radicular é composta por raízes que por possuir

sílica na endoderme, grande quantidade de pêlos absorventes e altos índices de lignificação de

periciclo, confere a cultura maior tolerância a seca do que as demais. O caule por sua vez é

dividido em nós e entrenós e folhas ao longo de toda a planta, Sua inflorescência é uma

panícula e seu fruto é uma cariopse ou grão seco. Compreende espécies anuais e espécies

vivazes. Atinge 1 a 4 metros de altura, tendo vários caules por pé (afilhamento), em que cada

um dos quais tem uma influencia terminal do tipo paniculado. Uma espiga séssil, fértil,

acompanhada por duas espigetas estéreis pedunculadas que caracterizam o gênero.

Vale ressaltar que a presença de tanino no grão confere a ele resistência ao ataque de

pássaros, entretanto esta substancia é adstringente, acarretando ao grão problemas de

digestibilidade (VON PINHO E VASCONCELOS, 2002).

Devido ao fato de não apresentar uma proteção para sementes, como, por exemplo, a

palha de milho ou as glumas do trigo e da cevada, a planta de sorgo produz vários compostos

fenólicos, os quais servem como uma defesa química contra pássaros, patógenos e outros

competidores. Toda planta de sorgo possui aproximadamente os mesmos níveis de proteína,

amido, lipídios etc., porém vários compostos fenólicos podem ocorrer ou não. Entre esses

compostos, destaca-se o tanino condensado, o qual tem ação antinutricional (MAGALHAES

et al., 2000).

A presença do tanino no grão de sorgo depende da constituição genética do material.

Os genótipos que possuem os genes dominantes B1 e B2 são considerados sorgo com

presença de tanino. O tanino no sorgo tem causado bastante controvérsia, uma vez que, apesar

de algumas vantagens agronômicas, como resistência a pássaros e doenças do grão, ele causa

problemas na digestão dos animais, pelo fato de formarem complexos com proteínas e, assim,

diminuírem a sua palatabilidade e digestibilidade (RODRIGUEZ et al., 1999).

A presença da testa é fator determinante da presença de tanino em sorgo. Existem duas

classes de taninos: hidrolizáveis e condensados. Não há evidências da presença de grandes

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9 quantidades de tanino hidrolizável no sorgo. Já o tanino condensado é aquele que é

encontrado em materiais de sorgo resistentes a pássaros (EMBRAPA 2009).

Outro composto existente no sorgo é a durrina, um glicosídeo cianogênico que em

altas concentrações pode provocar morte em animais e seres humanos. Esse fator tem

prejudicado muito o cultivo e a comercialização do sorgo frente aos outros cereais.

3.2 Fenologia da planta de sorgo

O sorgo é uma planta C4, de dias curtos e com altas taxas fotossintéticas. Em sua

grande maioria, os materiais genéticos de sorgo requerem temperaturas superiores a 21 ºC

para um bom crescimento e desenvolvimento. A planta de sorgo pode ser cultivada numa

ampla faixa de condições de solo desde déficit até excesso por tolerar mais, o déficit de água e

o excesso de umidade no solo, do que a maioria dos outros cereais. Durante a primeira fase de

crescimento da cultura, que vai da germinação até a iniciação da panícula (EC1) é muito

importante que a germinação, emergência e estabelecimento da plântula, ocorram em menor

tempo possível uma vez que a planta possui tamanho reduzido e tem um crescimento inicial

lento e um controle ineficiente de plantas daninhas nesta fase pode reduzir seriamente o

rendimento de grãos.

Tendo em vista que não existem dados acerca de como os estádios iniciais da cultura

podem afetar o rendimento, é lógico pensar que um estande numeroso, com rápida formação

de folhas e sistema radicular tornará aquela cultura apta a enfrentar possíveis estresses

ambientais durante o seu ciclo (EMBRAPA 2009).

Na fase (EC2) que vai desde a iniciação da panícula até o florescimento, vários

processos de crescimento, se afetados, poderão comprometer o rendimento dentre estes

desenvolvimento da área foliar, sistema radicular, acumulação de matéria seca e o

estabelecimento de um número potencial de sementes. De todos citados anteriormente talvez

o último tópico seja o mais critico uma vez que, um maior número de grãos tem sido

geralmente o mais importante componente de produção associado ao aumento de rendimento

em sorgo. Na fase de crescimento (EC3) que vai da floração a maturação fisiológica os fatores

considerados mais importantes são aqueles relacionados ao enchimento de grãos. Durante as

três etapas de crescimento, a fotossíntese, o particionamento de fotoassimilados e a divisão e

expansão celular devem estar ajustados visando um bom rendimento da cultura. É lógico

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10 pensar que o rendimento final é função tanto da duração do período de enchimento de grãos

como da taxa de acumulação de matéria seca diária. (EMBRAPA 2009)

È de fundamental importância o entendimento sobre o momento em que as plantas de

sorgo passam da fase vegetativa para a reprodutiva para se entender as variações na sua

produção. Após finalizar o estágio de juvenilidade, quando a planta é insensível ao

fotoperíodo, inicia-se a fase indutiva ao florescimento (Karande et al. 1996, Alagarswamy et

al. 1998, Craufurd & Qi 2001), na qual ela é sensível a esse fator climático. Nesta fase, sob

fotoperíodos indutivos, as plantas de sorgo passam por mudanças fisiológicas no meristema

apical, caracterizada pela iniciação do meristema floral.

A resistência a seca é uma característica complexa, pois envolve simultaneamente

aspectos de morfologia, fisiologia e bioquímica. Existem três mecanismos relacionados à

seca: resistência, tolerância e escape. O sorgo parece apresentar duas características: escape e

tolerância. O escape através de um sistema radicular profundo e ramificado o qual é eficiente

na extração de água do solo. Já a tolerância está relacionada ao nível bioquímico. A planta

diminui o metabolismo, murcha (hiberna) e tem um poder extraordinário de recuperação

quando o estresse é interrompido. Um dos fatores que mais complica a seleção para tolerância

a seca num programa de melhoramento de plantas é a falta de uma característica clara

(marcador) para medir o grau no qual o genótipo é considerado tolerante ou susceptível ao

estresse de seca. Medidas fisiológicas tais como: potencial de água na folha e ajustamento

osmótico não correlacionam com diferenças em rendimento sob estresse. Este fato pode levar,

freqüentemente, a uma situação no qual materiais mais susceptíveis, porém com potencial

produtivo maior supere materiais genéticos considerados resistentes, mas com potencial

produtivo mais baixo em condições de estresse hídrico. Para evitar situações semelhantes a

esta, a pesquisa tem concentrado esforços em estudar estresse hídrico durante o enchimento

de grãos, e tem sugerido utilizar a "porcentagem de trilhamento" como melhor característica a

ser utilizada em programas de seleção de genótipos tolerantes a seca. Esta taxa é a relação

entre a massa do grão/massa total da panícula (EMBRAPA 2009).

Segundo Tabosa et al., 2008 vale salientar que a cultura do sorgo é recomendada para

o semi-árido por se comportar como estratégica e alternativa, em face de suas características

xerofílicas, o que provavelmente confere ao sorgo características de resistência ao estresse

hídrico.

Por outro lado, é importante frisar que a produção de milho em Pernambuco é obtida

de cerca de 300 mil hectares anuais, atingindo um total de 150 a 200 mil toneladas. Esse valor

atende apenas a demanda de 20-25 % da avicultura estadual, o que obriga colocar o estado de

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11 Pernambuco na qualidade de importador de grãos, de outras partes do país e do exterior. Além

disso, o grão do sorgo (desde que não taninoso) poderá substituir o milho em sua totalidade na

formulação de rações para aves (TABOSA et al., 2002).

Na realidade, a cultura do sorgo não veio para substituir o milho, e sim somar-se a

esse, desde que espacialmente zoneado, sob o ponto de vista edáfico e climático. Assim, o

zoneamento de risco climático (Brasil, 2009), Varejão-Sila & Barros (2001) e o zoneamento

agroecológico de Pernambuco (Embrapa Solos/UEP, 2001), indicam para Pernambuco uma

área potencial de sorgo da ordem de um milhão de hectares, sendo destes, 300 mil hectares de

aptidão plena, sem nenhum impedimento de ordem climática e edáfica. Nesse contexto o

sorgo vem demonstrando ser de grande importância para os agricultores locais deste estado.

Técnicas em biologia molecular vêm facilitar a escolha de cultivares mais propícias

aos agricultores de acordo com as características abióticas da sua micro-região. Assim, é

possível aumentar a produtividade local favorecendo também a adoção de técnicas que visem

melhorar a qualidade morfofisiológica dos acessos.

3.3 Fatores que afetam o desenvolvimento da planta de sorgo

Comparado com outros cereais o sorgo requer menos água para se desenvolver,

sendo que, seu período mais crítico à falta de água é o florescimento. Segundo santos et

al.,(1996), planta de sorgo se adapta a vários ambientes, principalmente a condições hídricas

desfavoráveis e, portanto, a cultura esta apta a se desenvolver em regiões em que a

distribuição de chuvas é irregular.

A necessidade de condições favoráveis ao crescimento da cultura esbarra em

muitos fatores tais como a época de semeadura que afeta o ciclo da cultura, pois seu atraso

pode acarretar em antecipação dos estádios fisiológicos da cultura depreciando o produto com

diminuição da produção (MACHADO et al. 1987).

Em condições não estressantes, a fotossíntese é afetada pela quantidade de luz

fotossinteticamente ativa, proporção desta luz interceptada pela estrutura do dossel e pela

distribuição ao longo do dossel. O efeito do sombreamento no sorgo, com a consequente

redução da fotossíntese, tem um efeito menor quando acontece no Estádio de Crescimento

(EC1) do que quando no Estádio de Crescimento 2 (EC2) e (EC3). Isto pode ser explicado

pela maior atividade metabólica da planta nesses dois estádios. Além da maior atividade, a

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12 demanda por fotoassimilados também é maior, portanto requer da planta uma taxa

fotossintética alta para satisfazer os órgãos reprodutivos em crescimento. Muito embora o

sombreamento vá sempre resultar numa redução de crescimento da cultura, em proporção

direta a redução da radiação, o efeito final no rendimento de grãos pode ser pequeno.

(EMBRAPA 2009)

Por ser de origem tropical, o sorgo é sensível a baixas temperaturas noturnas. A

temperatura ótima para crescimento está por volta de 33-34ºC. Acima de 38ºC e abaixo de

16ºC, a produtividade decresce. Baixas temperaturas causam redução na área foliar,

perfilhamento, altura, acumulação de matéria seca e um atraso na data de floração. Isto

acontece devido a uma redução da síntese de clorofila, especialmente nas folhas que se

formam primeiro na planta jovem, com conseqüente redução da fotossíntese.

Os efeitos da temperatura durante Estádio de Crescimento-2 se manifestam no

número de grãos por panícula, afetando diretamente o rendimento final de grãos.

Temperaturas mais altas geralmente tendem a antecipar a antese, assim como pode causar

aborto floral. A temperatura baixa afeta o desenvolvimento da panícula, principalmente por

seu efeito sobre a esterilidade das espiguetas. A sensibilidade a temperaturas baixas é maior

durante a meiose (EMBRAPA 2009).

Com relação à necessidade de água, luz e temperatura, o sorgo se diferencia muito

das outras culturas, pois necessita de pouca água. O requerimento nutricional varia

diretamente com o potencial de produção. Espera-se que as exigências nutricionais da planta

aumentem de acordo com as taxas de produtividade, e que a maior exigência do sorgo refere-

se a nitrogênio e potássio, seguindo-se cálcio, magnésio e fósforo. Devido ao fato de culturas

com maiores rendimentos extraírem e exportarem maiores quantidades de nutrientes e,

portanto, necessitarem de doses diferentes de fertilizantes, nas recomendações oficiais de

adubação para a cultura do sorgo no Brasil as doses dos nutrientes são segmentadas conforme

a produtividade esperada. Isso se aplica mais apropriadamente a nutrientes como nitrogênio e

potássio, extraídos em grandes quantidades, mas também é valido para o fósforo e, de certo

modo, para o enxofre. O conceito é menos importante para o cálcio e o magnésio, cujos teores

nos solos, com a acidez adequadamente corrigida, devem ser suficientes para culturas de

sorgo com altas produtividades (EMBRAPA 2010).

Um dos aspectos do cultivo do sorgo que o produtor deve estar atento é para a

ocorrência de pragas e doenças. Desde o plantio até a colheita, várias espécies de insetos e

patógenos podem estar associadas à cultura, entretanto, apenas algumas são expressivas e

somente poucas causam dano econômico. Deste modo, é importante visitar periodicamente a

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13 lavoura para identificar as espécies que são nocivas e adotar medidas de controle quando

necessário, pois a ocorrência da praga na lavoura nem sempre se relaciona ao nível de dano

econômico e viabilizando o nível mínimo de controle esse fator varia com a população.

Fatores como vigor da planta, susceptibilidade da cultivar, estádio de desenvolvimento,

umidade do solo, período do ano e abundância de inimigos naturais são igualmente

importantes. Para facilitar o controle é necessária uma periodicidade no acompanhamento do

ciclo da cultura. Buscar informações sobre o histórico da área é de suma importância para um

controle mais eficaz de pragas e doenças (EMBRAPA 2009).

Entre as pragas mais comuns, as de solo são as lagartas elasmo, lagarta rosca e as

formigas. Já na parte aérea destacamos a Lagarta do cartucho (Spodoptera

frugiperda) Existem duas espécies de pulgão que atacam o sorgo, sendo eles, o pulgão do

milho (Rhopalosiphum maidis) e o pulgão verde ou o pulgão do trigo (Schizaphis graminum).

O pulgão verde apresenta maior importância econômica que o pulgão do milho. As Moscas

do sorgo são pequenas moscas de coloração alaranjadas e asas transparentes, medindo cerca

de 2 mm. Seus ovos são colocados no interior das flores, e as larvas resultantes se alimentam

dos grãos do sorgo em formação, em consequência as panículas ficam chochas e a queda na

produção poderá ser significativa. As principais doenças do Sorgo no Brasil, de significado

econômico são a podridão das sementes e doenças das plântulas que podem afetar a

germinação, o desenvolvimento inicial e reduzir o stand. Doenças foliares como Antracnose,

Ferrugem, Vírus do mosaico da cana de açúcar, míldio do Sorgo tem grande importância para

cultura. Também podem aparecer doenças do colmo como a podridão de Macrophomina e a

podridão vermelha do colmo (EMBRAPA 2010).

Um conceito amplo de planta daninha é dado por SHAW (1982), que as enquadra

como "toda e qualquer planta que ocorre onde não é desejada". Um conceito mais voltado às

atividades agropecuárias é exaltado na definição proposta por BLANCO (1972) que define

como planta daninha, "toda e qualquer planta que germine espontaneamente em áreas de

interesse humano e que, de alguma forma, interfira prejudicialmente nas atividades

agropecuárias do homem”.

Essas plantas infestantes interferem na capacidade que a cultura tem de se

desenvolver de maneira sadia e vigorosa. Pode-se dizer que quanto maior for o período de

convivência das plantas daninhas com a cultura, maiores serão os danos causados por ela. Isto

dependerá do ciclo da cultura e da época em que a mesma foi implantada.

É mais comumente estudado o período a partir do plantio ou da emergência em

que a cultura deve ser mantida livre da presença da comunidade infestante para que a

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14 produção não seja afetada quantitativa e/ou qualitativamente. Na prática este deve ser o

período em que as capinas ou o poder residual do herbicida devem cobrir. E interessante

esclarecer o significado deste período em termos de interferência: as espécies daninhas que

emergirem neste período, em determinada época do ciclo da cultura, terão atingido tal estádio

de desenvolvimento que promoverão uma interferência, sobre a planta cultivada, capaz de

reduzir significativamente sua produtividade econômica. Por isso, é chamado por PITELLI &

DURIGAM (1984) de período total de prevenção da interferência (PTPI), após o qual, a

própria cultura, através, principalmente, de sombreamento, controla e impede o crescimento

das plantas daninhas. Assim, toda e qualquer prática cultural que incremente o crescimento

inicial da cultura pode contribuir para um decréscimo no período total de prevenção da

interferência, permitindo menos cultivos ou uso de herbicidas de melhor poder residual.

O período em que a lavoura necessita ficar mantida livre da infestação de

invasoras, sob ameaça de comprometimento da produtividade, é conhecido como Período

Crítico de Prevenção à Interferência – PCPI. A determinação do período crítico pode ser feita

considerando-se os estádios fenológicos dos genótipos ou em períodos de tempo (Chhokar &

Balyan, 1999; Amador-Ramírez, 2002). Para o sorgo, o estádio fenológico da cultura é

normalmente adotado, pois o número de dias após a emergência é variável em função de uma

série de fatores, tanto biótico como abióticos (LARCHER, 2000).

Como qualquer outra planta cultivada, a cultura do sorgo necessita de tratos

culturais, entre eles podemos destacar o manejo de plantas daninhas. Essas plantas

consideradas invasoras podem competir com cultura do sorgo por recursos como água,

nutrientes e luminosidade, chegando a causar prejuízos na ordem de 35 a 70% na

produtividade, justificando seu controle. É importante lembrar que a competição das plantas

daninhas com a cultura de interesse pode variar em função da espécie, da densidade e da flora

daninha presente na área.

A prática de capina manual poderia ser alternativa viável no combate das plantas

daninhas na cultura do sorgo em áreas de pequenos produtores, onde se dá preferência à

utilização dos recursos já existentes na propriedade (KATHIRESAN, 2007).

O manejo integrado de plantas daninhas combina as diversas práticas de controle,

sendo as mais importantes as capinas e os métodos mecânicos ou químicos, feitas no

momento adequado (Freitas et al., 2004). Dentro do controle integrado de plantas daninhas

existe o uso de herbicidas químicos, porém seu uso pode ter reações aleloquimicas dentro da

cultura do sorgo. O que se observa nos trabalhos é que a seletividade dos produtos utilizados

para o controle de plantas daninhas na cultura do sorgo é de essencial importância; apesar de

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15 ser uma cultura que possui grande número de substâncias aleloquímicas sofrendo muito com

o efeito dos produtos químicos, apresentando sintomas de fitotoxidade, chegando a índices de

72,5% de fitotoxidez, causando danos à produção (FRANÇA, 2006).

Para o sorgo deve-se levar em consideração seu ciclo reduzido em relação a outras

culturas, o que pode acarretar em prejuízos no desenvolvimento da cultura se esse controle

não for feito na época certa podendo assim possibilitar o aparecimento e estabelecimento de

daninhas acarretando em decréscimo no desenvolvimento da cultura.

Assim a competição torna-se obsoleta tendo em vista que, com o estabelecimento

da cultura haverá diminuição da eficiência de utilização de luz solar, água e nutrientes por

parte das invasoras inviabilizando seu crescimento e dispersão.

4. Melhoramento genético

Países como México, Nigéria, Índia, EUA e Sudão que são os maiores produtores de

sorgo no mundo, responsável por 66% da produção mundial de sorgo, investem muito em

programas de melhoramento da cultura de sorgo em todo o mundo, através de pesquisas,

estudos, bancos de germoplasma, visando produzir cultivares que possuam maiores valores

nutricionais, melhor qualidade e desenvolvimento. As primeiras pesquisas realizadas no

programa de melhoramento do sorgo foram feitas pelos EUA, baseando largamente na seleção

de mutações e cruzamentos naturais, em meados de 1914, dando inicio a todos os programas

de melhoramento da cultura do sorgo em todo o mundo (MAXIAGRO.2010).

Para o Brasil, é estrategicamente importante ter uma área ocupada com sorgo para a

garantia do abastecimento de grãos. A produção brasileira de grãos depende quase que

exclusivamente da precipitação pluviométrica. Em anos com a ocorrência de condições

desfavoráveis, normalmente há déficit na produção de grãos e o sorgo, sendo uma cultura de

vocação para cultivo em condições adversas de clima e de solo, poderia reduzir o impacto

desse fator no abastecimento de grãos. Nesse sentido, varias empresas juntamente com a

Embrapa Milho e Sorgo vem desenvolvendo trabalhos de pesquisa visando à introdução, à

adaptação e ao desenvolvimento de cultivares, principalmente de sorgo granífero e forrageiro

com alto potencial de rendimento e tolerância a condições de estresses bióticos e abióticos.

Esses trabalhos têm possibilitado a obtenção e o lançamento de cultivares com valores

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16 agregados que permitem a melhoria do desempenho da cultura nas condições predominantes

de cultivo das regiões produtoras (PORTAL DO AGRONEGOCIO 2010).

No Brasil a Embrapa Milho e Sorgo vem realizando trabalhos de pesquisa visando à

introdução, à adaptação e ao desenvolvimento de cultivares, principalmente de sorgo

granífero, forrageiro e sacarino com alto rendimento e tolerância a condições de estresses

bióticos e abióticos. Esses trabalhos têm possibilitado a obtenção e o lançamento de cultivares

com valores agregados que permitem a melhoria do desempenho da cultura nas condições

predominantes de cultivo das regiões produtoras (EMBRAPA 2010).

Banco Ativo de Germoplasma - Todo o trabalho de melhoramento genético começa no

BAG (Banco Ativo de Germoplasma), que é uma grande coleção de acessos genéticos e

objetiva manter, conhecer e usar a diversidade genética das culturas agrícolas. É no BAG que

os pesquisadores selecionam os acessos que, cruzados seguidas vezes e acompanhados os

cruzamentos no campo, constituirão novas cultivares. Atualmente, o BAG mantido e

preservado pela Embrapa Milho e Sorgo possui cerca de 7.200 acessos de sorgo sendo

responsável em desenvolver e disponibilizar para o mercado sementes de híbridos e

variedades de sorgo. Ao todo, foram lançadas em 30 anos um total de cultivares 55 de sorgo

(EMBRAPA 2010).

A escolha da cultivar adequada para a produção de sorgo é de fundamental

importância para incremento na produtividade da cultura sendo que, a eficiência na escolha

dos cultivares destas deve-se a observação de vários fatores baseados em cada região que

proporcionalizarão um aumento na produção da cultura. Informações como potencial

produtivo, resistência a pragas e doenças e adaptação a altas densidades populacionais são

critérios que devem ser levados em consideração na escolha da cultivar.

Vale ressaltar que o sorgo vem passando por modificações ao longo do tempo

viabilizando sua comercialização, e que a maioria do sorgo comercializado e semeado no

Brasil já se caracteriza por ser sem tanino, sendo que apenas 4% do sorgo semeado são com

tanino (TSUNECHIRO et al., 2002).

O sorgo forrageiro surge com grandes avanços na parte de melhoramento, tendo em

vista que se trata de uma cultura de fácil manuseio e de alta produtividade. Esses segmentos

podem se tornar, em pouco tempo, o grande mercado consumidor de forragem e de grãos de

sorgo e poderão contribuir decisivamente para a consolidação da cultura no mundo. Em todo

o mundo a combinação de potencial genético e o uso de práticas de cultivo como fertilização

adequada; controle de doenças, insetos e plantas daninhas; manejo da água de irrigação;

zoneamento agroclimático e altas populações de plantas têm propiciado altos rendimentos de

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17 grãos e forragem em regiões e condições ambientais desfavoráveis para a maioria dos cereais.

(EMBRAPA.2010).

A cultura do sorgo forrageiro tem contribuído substancialmente, no que se refere à

oferta de volumosos, principalmente na época de escassez, para os rebanhos da região semi-

árida. Inserido neste contexto, o Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA tem trabalhado

na busca de materiais genéticos cada vez mais eficientes, quanto à tolerância aos fatores

ambientais inerentes a essa região, tais como: estresse hídrico e salino, ataque de pragas e

doenças, entre outros (IPA 2007).

Dentro dos materiais utilizados os mais freqüentes são híbridos simples devido a sua

ampla estabilidade e adaptabilidade de produção; contudo, são mais exigentes em condições

edafoclimáticas. Atualmente existem cerca de vinte e seis híbridos oriundos de empresas do

setor público e privado possibilitando ao produtor escolher a cultivar que se adapta a condição

de cada região (EMBRAPA 2009).

Através dessas pesquisas, feitas pela Embrapa Milho e Sorgo desenvolvem-se híbridos

de sorgo para atender à demanda dos produtores rurais por forragem e silagem de alta

qualidade. As opções são os híbridos BRS 610, BRS 701, BRS 700, BRS 601 e as variedades

BRS 506 e BRS Ponta Negra. Três cultivares de sorgo sacarino foram lançadas pela Empresa

na década de 1980 (a variedade BRS 506 e os híbridos BRS 601 – que ainda permanece no

mercado – e o BRS 602). A cultivar BR 506 tem apresentado um maior rendimento de álcool

por hectare, sendo também insensíveis ao fotoperiodismo. Todas essas cultivares são bastante

produtivos e apresentam rendimento de aproximadamente quatro mil litros por hectare de

etanol em um período de três meses e meio, onde é o tempo gasto para completar o seu ciclo

(AGROSOFT 2010).

Com relação à região nordeste do Brasil houve um avanço nas pesquisas de cultivares

de sorgo destacando 10 principais cultivares de sorgo granífero, que representam a evolução

dos trabalhos de melhoramento. O processo de seleção empregado foi ora direcionado para

esta ou aquela característica, conforme se configurava a demanda e/ou exigência da região,

época, finalidade ou mesmo natureza do produto final, etc. Neste âmbito, importância foi dada

aos seguintes pontos: cultivares graníferas de porte baixo (visando colheita mecanizada do

grão); cultivares taninosas (visando reduzir o ataque de pássaros); cultivares de porte alto

(visando o aproveitamento do restolho); cultivares de baixo tanino no grão (visando o

aproveitamento para confecção de produtos destinados à alimentação humana e também para

uso na avicultura). Destes materiais, destacou-se a cultivar IPA-7301011 (de elevado

potencial de produção e sem tanino no grão) que só no estado de Pernambuco, foi cultivado

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18 nos anos 80, área de 10-15 mil hectares. Atualmente esta cultivar ainda é utilizada pelos

agricultores da região tendo elevado potencial produtivo. Além disto, estima-se que na região

Nordeste, esta cultivar representa cerca de 80% do sorgo granífero cultivado. No momento,

este material é bastante cultivado em outras unidades da federação, em sucessão à cultura da

soja, como é o caso de algumas áreas de Mato Grosso, Maranhão e Piauí (IPA 2007).

Quanto ao sorgo forrageiro, foram obtidos 15 materiais que representam a evolução do

programa de melhoramento. Os materiais introduzidos no início da programação de pesquisa

(IPA-7301218 e IPA-7301158), ainda hoje são usados como fonte de genes, visando açúcar

no colmo e resistência ao acamamento. Deste modo, utilizou-se a cultivar IPA-7301218 x

cultivares sacarinas tradicionais para a obtenção do material forrageiro IPA 467-4-2. Este

material consiste de uma variedade de elevado potencial de produção, sendo a variedade mais

comercializada na região Nordeste e avaliada como promissora no Vale do Itajaí-SC

(Almeida et al., 1993). Além deste, a cultivar IPA - SF-25, obtida do cruzamento entre IPA-

7301218 x IPA 7301158, de colmo semi-sacarino apresenta-se como mais promissora do que

a IPA-467-4-2, face ao reduzido percentual de acamamento verificado. Também se encontra

em fase de liberação, o material IPA-02-03-01, resultante do cruzamento entre duas linhas

graníferas - IPA - 7301011 x IPA 7300206, que segregou para forragem, onde apresentou

porte elevado e grande produção de biomassa. Finalmente, completando os 15 materiais em

referência, evidencia-se a coleção EH: 1,4, 8 e 12, desenvolvidas para tolerância/resistência

ao estresse hídrico. Além disto, apresentam elevada eficiência de uso de água, quando

comparadas a outros materiais forrageiros. Destes materiais, está sendo implementada à

produção de semente básica.

Com a demanda por biocombustíveis renováveis tem-se expandido rapidamente nos

últimos anos, à Embrapa milho e sorgo estão desenvolvendo na área de melhoramento

genético de sorgo, uma cultivar de sorgo sacarino para a produção de etanol, sendo desde

então uma ótima opção. A Embrapa Milho e Sorgo possui um programa de desenvolvimento

de cultivares de sorgo sacarino desde a época do Pró-Álcool, programa que previa a

substituição dos combustíveis veiculares derivados do petróleo por álcool, financiado pelo

governo a partir de 1975 devido à crise do petróleo em 1973.

Hoje já está disponível no mercado, cultivares de sorgo sacarino que estão sendo

testadas pela Embrapa Milho e Sorgo em diversas regiões brasileiras, sendo estas variedades

bastante produtivas e apresentando produtividade em torno de 50 toneladas por hectare de

biomassa verde em seu ciclo e boa disponibilidade de folhas (IPA 2007).

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19

Atualmente, segundo o Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura,

em 2010, encontram-se em seus registros seis cultivares do instituto agronômico do

Pernambuco-IPA sendo elas IPA 02-03-01(2000), IPA 467-4-2 (1998), IPA 7301011 (1998),

IPA 8602502 (2000), IPA SF-25 (2000) que são oriundas de (Sorghum spp) e IPA Sudan

4202 (2007) oriunda de (Sorghum sudanense (Piper) Stapf), demonstrando a importância do

IPA na pesquisa do sorgo na região nordeste.

5. Considerações

A EMBRAPA é a empresa que mais investe no melhoramento da cultura do sorgo,

através de pesquisas, lançando novas cultivares. Isso demonstra que as contribuições do setor

público para o oferecimento de cultivares de sorgo com potencial genético vem cada vez mais

sendo viabilizadas gerando benefícios para a produção de sorgo no Brasil.

O IPA por sua vez não fica obstante aos grandes feitos da EMBRAPA sendo também

um referencial na obtenção de cultivares de sorgo com excelentes médias de produtividade.

Isso demonstra que a região nordeste do Brasil desponta como grande potencial para a

produção de sorgo em escalas cada vez maiores, pois, a viabilidade de condições de solo e

clima necessários para cultura é atingida com êxito pela região.

As contribuições dos setores público e privado, no oferecimento de cultivares

adaptadas às condições de plantio e de alto potencial de produção têm possibilitado

incrementos significativos na produtividade média nacional, com reflexos no aumento da

oferta de grãos, na competitividade e na geração de renda.

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