PRODUÇÃO
-
Upload
andreleandro10 -
Category
Documents
-
view
213 -
download
1
description
Transcript of PRODUÇÃO
PRODUÇÃO
A produção é definida como a oferta de um produto (bem material) ou um serviço a comunidade.
A função de produção não compreende apenas as operações de fabricação e montagem de bens, mas
também as atividades de armazenagem, movimentação, planejamento, controle, manutenção, etc.
Os principais fatores que afetam a complexidade do controle da produção e os métodos usados
são: Projeto do Produto; Volume da Produção e Variedade de Produtos, Componentes e Materiais
usados.
1. Projeto
Uma importante característica do projeto do produto, que afeta o trabalho do controle da
produção, é se os produtos são “padrão” ou “especiais”.
Se os produtos são padrão ou, em outras palavras, são todos feitos de acordo com a mesma
especificação-padrão, o controle da produção é, normalmente, mais simples que em produtos especiais.
Uma vez que os produtos sejam padronizados, o controle da produção pode usar esses mesmos dados
todas as vezes que o produto é fabricado. Com produtos especiais, feitos de acordo com as
especificações dos clientes, ou especialmente projetados para diferentes clientes, a maioria dos dados de
produção é nova para cada ordem.
2. Volume da Produção
O segundo fator, com efeito, sensível sobre o controle da produção é o volume da produção. O
trabalho necessário para planejar, dirigir e controlar o suprimento de materiais para uma produção de dez
produtos por mês costuma ser quase o mesmo do que é necessário para uma produção de 1.000
unidades por mês. O que significa dizer que empresas detentoras de elevados volumes de produção
suportam sistemas administrativos mais complexos, uma vez que os custos fixos gerados por esses
sistemas são diluídos nos significativos volumes produzidos.
3. Variedades
Finalmente, o terceiro fator que afeta o controle da produção é a variedade de diferentes
produtos, componentes e materiais que devem ser produzidos.
Classificação Geral da Produção
De uma maneira geral, podem-se classificar as empresas industriais pelo tipo de produção
empregada em seus dois tipos básicos que se desdobram em três, a saber:
Na produção contínua, visualiza-se facilmente um único fluxo de transformação das matérias-
primas em produtos acabados.
Na produção intermitente, não se visualiza facilmente esse fluxo de produção único.
Na produção intermitente repetitiva, a fábrica produz artigos padronizados em lotes repetitivos,
os quais serão colocados em lojas de revendedores à disposição dos consumidores. Às vezes, um
Tipos de ProduçãoContínuaIntermitente Repetitiva
Sob encomenda
1
mesmo modelo de produto acabado é produzido ao longo de anos a fio, sofrendo apenas pequenas
alterações de forma, nesse ponto assemelhando-se à produção contínua.
Na produção sob encomenda a fábrica produz artigos especiais indicados pelo consumidor (no
caso um cliente) e somente inicia a produção depois de receber um pedido de compra.
ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL
Introdução
O PCP é uma função administrativa relacionada com o planejamento, direção e controle do
suprimento de materiais, peças e componentes e das atividades do processo de produção em uma
empresa.
O PCP (Programação e Controle da Produção) é o departamento responsável pela coordenação
dos vários departamentos da fábrica, com vistas ao bom atendimento das solicitações do Departamento
de Vendas que lhe são encaminhadas, cabendo-lhe providenciar que as mesmas sejam atendidas no
prazo e quantidade exigidas.
O PCP encarrega-se de emitir ordens, programar e movimentar as Ordens de Fabricação e
acompanhar a produção de um modo geral. As providências por ele solicitadas destinam-se ao
Departamento de Produção (Seções de Fabricação e Linhas de Montagem) e também ao Departamento
de Compras, ambos funcionando, portanto segundo informações do PCP.
O que se Espera do PCP
Nas unidades fabris encontram-se três pontos de vista: da Gerência Industrial, do Departamento
de Vendas e do Departamento de Produção.
A Gerência Industrial espera que o PCP mantenha pressão constante sobre a Produção,
Compras e outros Departamentos, a fim de que sejam cumpridos os planos de produção
preestabelecidos.
O Departamento de Vendas está principalmente preocupado com o consumidor – gostaria de ter
a sua disposição, para pronta entrega, os melhores produtos do mercado, apresentados através de uma
enorme variedade de modelos e todos ao menor preço possível. Quer passar pedidos mais recentes na
frente de outros já programados.
O Departamento de Produção está preocupado com a eficiência da produção – a produtividade.
O de fabricar lotes enormes de produtos idênticos com o menor número de modelos possível. Deseja do
PCP programas os mais estáveis possíveis e informações com a máxima antecedência. Deseja, também,
que o PCP não deixe faltar os elementos necessários à produção.
Cabe ao PCP buscar um estado de equilíbrio entre os diversos pontos de vista, para dar
condições de eficiência à empresa como um todo.
Funções do PCP
Um conceito muito importante para as atividades de curto prazo do PCP, são: “puxar” e
“empurrar” a produção.
Empurrar a produção significa emitir ordens periodicamente, para atender ao PMP (Plano Mestre
da Produção), através de ordens de compra, de fabricação e de montagem.
2
Puxar a produção significa não produzir até que o cliente (interno ou externo) solicite a produção
de um determinado item. Neste caso, a programação da produção usa as informações do PMP para
emitir ordens apenas para o último estágio do processo produtivo, assim como para dimensionar a
quantidade de estoques em processo para os demais setores. A medida em que o cliente de um processo
necessita de itens, ele recorre aos estoques do fornecedor, acionando diretamente este processo para
que os itens consumidos sejam fabricados e reponham os estoques.
Em sua forma mais complexa, o PCP exerce cinco funções a fim de cumprir sua missão:
- Gestão de estoques;
- Emissão de ordens;
- Programação de ordens de fabricação;
- Movimentação de ordens;
- Acompanhamento da produção.
A Gestão de Estoques é a função através da qual o PCP mantém a produção abastecida de
matérias-primas, peças, acessórios, materiais auxiliar etc.
A Emissão de Ordens consiste na preparação do Programa de Produção e na tomada de
providências para se ter, a tempo, todos os itens necessários a esse programa, tais como: matérias-
primas, peças compradas, peças fabricadas e produtos acabados.
A Movimentação das Ordens de Fabricação fornece as informações do que foi fabricado e, nos
PCPs mais complexos toma todas as providências para fabricar: retirada de matérias-primas, liberação
das Ordens de Fabricação, contagem das peças, transferências e entrega das peças produzidas etc.
A Programação de Ordens de Fabricação, uma verdadeira verificação de viabilidade do
atendimento das Ordens de Fabricação, significa a função de preestabelecer a ocasião em que serão
executadas as operações de fabricação pelas quais passarão as peças.
O Acompanhamento da Produção consiste da comparação do que foi programado com o que foi
produzido e a ação de corrigir ou fazer corrigir a anomalia entre os dois.
PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
Estratégia de Produção
Uma estratégia produtiva consiste na definição de um conjunto de políticas, no âmbito da função de
produção, que dá sustento à posição competitiva da unidade de negócios da empresa. A estratégia
produtiva deve especificar como a produção suportará uma vantagem competitiva, e como
complementará e apoiará as demais estratégias funcionais.
Critérios Estratégicos da Produção
O objetivo da estratégia de produção é fornecer à empresa um conjunto de características
produtivas que dêem suporte à obtenção de vantagens competitivas a longo prazo. O ponto de partida
para isto consiste em estabelecer quais critérios, ou parâmetros de desempenho são relevantes para a
empresa e que prioridades relativas devem ser dadas a eles. Esses critérios deverão refletir as
necessidades dos clientes que se buscam atingir para um determinado produto de maneira a mantê-los
fiéis à empresa.
3
De forma geral, os principais critérios de desempenho nos quais a produção deve agir são
colocados em quatro grupos: custo, qualidade, desempenho de entregas e flexibilidade.
Critérios Descrição
Custo Produzir bens/serviços a um custo mais baixo que a concorrência.
Qualidade Produzir bens/serviços com desempenho de qualidade melhor que a
concorência.
Desempenho de Entrega Ter confiabilidade e velocidade nos prazos de entrega dos
bens/serviços melhores que a concorrência.
Flexibilidade Ser capaz de reagir de forma rápida a eventos repentinos e
inesperados
Atualmente, estão sendo considerados como critérios de desempenho desejáveis nos sistemas de
produção, além dos quatro básicos citados, a inovatividade e a não-agressão ao meio ambiente. A
inovatividade corresponde à capacidade de o sistema produtivo introduzir de forma rápida em seu
processo produtivo nova gama de bens e/ou serviços. A não agressão ao meio ambiente, como o próprio
nome indica, consiste em se ter um sistema de produção integrado ao meio ambiente. Já existem ações
concretas de toda a sociedade nesse sentido, visando informar aos consumidores quais empresas são
“amigas do meio ambiente””, com objetivo de pressionar as empresas nessa direção.
Alguns Conceitos Estratégicos de ProduçãoAtualmente, as empresas vivem momentos de grandes transformações e pressões competitivas,
forçando uma mudança na visão convencional dos sistemas produtivos. O nível de qualidade e
produtividade alcançado pelas empresas ditas de çlasse mundial” veio propor uma nova forma de
conduzir os negócios. Nesse sentido, apresenta-se a seguir, de forma resumida, os dois principais
conceitos que surgiram como propostas de posicionamento estratégico das empresas pela valorização da
produção.
A filosofia JIT/TQC, oriunda das empresas japonesas, e a integração das atividades do sistema produtivo,
via informatização, pelo CIM.
Filosofia JIT/TQC
Esta filosofia surgiu no Japão na década de 60, sendo aplicada inicialmente na Toyota Motors
Company. Aos poucos, os princípios gerais dessa filosofia foram se consolidando, e seus conceitos
difundidos para o ramo de autopeças e eletrônica, em que o Japão passou a ser reconhecido como
padrão de excelência. Nos anos 80, com o avanço da economia japonesa, a filosofia JIT/TQC passou a
receber maior atenção dos estudiosos em sistemas de produção e a filosofia foi universalizada e
implantada com sucesso no mundo ocidental.
Como a preocupação está centrada nas questões estratégicas dos sistemas produtivos,
apresenta-se apenas os principais conceitos estratégicos da filosofia JIT/TQC, que em sua forma
operacional são desmembradas em técnicas específicas, resumidas na Tabela 3.3.
Tabela 3.3 Conceitos e Técnicas da filosofia JIT/TQC
4
Filosofia JIT/TQC
Satisfazer as necessidades dos clientes
Eliminar desperdícios
Melhorar continuamente
Envolver totalmente as pessoas
Organização e visibilidade
JIT TQC
Produção focalizada Produção orientada para o cliente
Produção puxada Lucro pelo domínio da Qualidade
Redução de lead times Agir com base em fatos
Fabricação de pequenos lotes Controle do processo
Redução de setups Responsabilidade na fonte
Manutenção preventiva Controle a montante segundo o fluxo de produção
Polivalência Operações a prova de falha
Integração interna e externa Padronização
etc. Etc.
Satisfazer as necessidades dos clientes: significa entender e responder aos anseios dos clientes,
fornecendo produtos de qualidade no momento em que for solicitado. Entenda-se por clientes os
participantes internos e externos da cadeia produtiva da empresa.
Reduzir os custos internos dos clientes;
Produzir pequenos lotes com qualidade;
Ser flexível;
Reduzir os estoques do cliente;
Projetar em conjunto com o cliente;
etc..
Eliminar desperdícios: significa analisar todas as atividades realizadas no sistema de produção e
eliminar aquelas que não agregam valor ao produto. A eliminação de tudo o que não agrega valor ao
produto implica, inicialmente, identificar o que acrescenta valor para o cliente do produto e, em seguida, o
que não acrescenta valor. Uma classificação de desperdícios bastante usada é a proposta por Shingo
(1996), que identifica as seguintes sete categorias.
Desperdício de superprodução;
Desperdício de espera;
Desperdício de movimentação e transporte;
Desperdício da função processamento;
Desperdício de estoques;
Desperdício de movimentos improdutivos;
Desperdício de produtos defeituosos.
Melhorar continuamente (Kaizen): este princípio significa que nenhum dia deve passar-se sem
que a empresa melhore sua posição competitiva. Todos na empresa são responsáveis por isto, e devem
trabalhar nesse sentido. Dessa forma, um problema, ou um erro, acontecido dentro do sistema deve ser
5
visto como uma oportunidade de melhoramento. É importante estabelecer metas bastante otimistas,
mesmo que inatingíveis, como forma de direcionar o incremento de produtividade.
Zero de defeito;
Zero de estoque;
Zero de movimentação;
Zero de lead time;
Zero de tempos de setups;
Lotes unitários;
etc.
Envolver totalmente as pessoas: praticamente todos os aspectos relacionados à filosofia
JIT/TQC requerem envolvimento total das pessoas. Mudanças de atitude em termos humanos são
solicitadas por toda a empresa, principalmente nos níveis gerenciais. A gerência deve travar um
compromisso pela participação das pessoas, desenvolvendo treinamentos contínuos em atividades de
equipes de trabalho, com o devido aporte financeiro. É importante deixar claro que as pessoas, e não a
tecnologia, são a prioridade número um da empresa.
Organização e visibilidade: a organização e a visibilidade do ambiente de trabalho é um requisito
fundamental da filosofia JIT/TQC. É o início da luta contra os desperdícios e a base para a motivação das
pessoas. A organização do ambiente de trabalho passa pela reformulação dos layouts convencionais,
pela definição de locais específicos para armazenagem de materiais em processo e ferramentas, e pela
própria postura dos funcionários ao seguirem os padrões de higiene e segurança. A organização leva ao
benefício da visibilidade dos problemas, de forma que qualquer situação anormal seja óbvia.
Sistema CIM
A manufatura integrada por computador, ou sistema CIM (Computer Integrated Manufacturing),
surgiu como conceito na década de 50, associado ao controle numérico de máquinas ferramentas.
Porém, somente em meados da década de 80, com o desenvolvimento de softwares e hardwares mais
potentes, o sistema CIM tornou-se viável.
O sistema CIM visa integrar o planejamento e o controle das atividades de um sistema de
produção, suportado por uma rede de sistemas computacionais, formada basicamente por computadores,
softwares, banco de dados e controladores programáveis. Usando as informações contidas nesse banco
de dados, conjugadas com softwares e hardwares, o sistema CIM pode coordenar as atividades técnicas
e operacionais necessárias ao sistema de produção, e manter registros de dados.
O sistema CIM envolve o uso de uma série de tecnologias que produzem ferramentas de auxílio às
atividades de planejamento e implementação do sistema de produção.
Ferramentas técnicas de auxílio ao planejamento e implementação da produção:CAE – Engenharia Auxiliada por Computador: como o próprio nome indica, consiste em
empregar um sistema computacional para desenvolver e avaliar as especificações funcionais de produtos,
peças componentes e processos de fabricação.
CAD – Projeto Auxiliado por Computador: é um sistema computacional empregado para a
elaboração de desenhos, lista de materiais e outros conjuntos de instruções para as atividades de
produção, como uma base de dados gráfica de peças, desenhos, simulação gráfica interativa,
armazenamento e aceso a documentos, edição de documentos técnicos etc.
CAPP – Planejamento de Processo Auxiliado por Computador: este sistema computacional está
encarregado de gerar o fluxo produtivo das peças e componentes dentro do sistema de produção,
6
conhecido como roteiro de produção. Normalmente, as peças são catalogadas em famílias, agrupadas
por suas características similares de fabricação, permitindo o desenvolvimento de planos padrões de
processo para cada família.
CAM – Manufatura Auxiliada por Computador: desenvolve as atividades de geração, transmissão
e controle de execução de programas de comando numéricos aplicados a máquinas-ferramenta e robôs,
sistemas de manipulação de materiais, inspeção e teste da produção.
7