Problema "Em sentido geral, um problema é uma questão que mostra uma situação necessitada de...
Transcript of Problema "Em sentido geral, um problema é uma questão que mostra uma situação necessitada de...
Problema
"Em sentido geral, um problema é uma questão que mostra uma situação necessitada de discussão, investigação, decisão ou solução." (KERLINGER, 1980, p. 35).
Três critérios
• Forma interrogativa• Relação entre variáveis.• Testagem empírica.
Variáveis
Variável é um símbolo ao qual são atribuídos valores ou números. (KERLINGER, 1980).
Variáveis
Tudo que muda, aumenta ou diminui ao longo do tempo...tudo que varia (REBER, 1995).
Identificação das variáveis
• Variáveis independentes• Variáveis dependentes• Variáveis de controle• Variáveis moderadoras• Variáveis intervenientes
Variável independente
Fator que é mensurado, manipulado ou selecionado para determinar sua relação com o fenômeno observado.
Variável dependente
Fator que é observado e mensurado para
determinar o efeito da variável independente.
Variável dependente
Fator que aparece, desaparece ou varia à
medida que se introduz, remove ou varia a variável
independente.
Dependente e Independente
Em termos de uma relação de causa e efeito, a variável independente seria a causa
e a variável dependente seria o efeito.
Variável moderadora
Independente secundária selecionada para determinar se afeta a relação entre as variáveis independente e
dependente.
Variável de controle
Variável controlada ou neutralizada para evitar efeito moderador na relação entre
independente e dependente.
Variável de controle
Como é impossível estudar todas as variáveis ao mesmo tempo, algumas são controladas para neutralizar seu efeito sobre o
fenômeno observado.
Variável interveniente
É abstrata. Não pode ser manipulada para ver se
afeta a variável dependente.
Variável interveniente
Não pode ser medida ou manipulada. Seu efeito é
inferido através dos efeitos na independente e moderadora.
Descobrir a interveniente
O que na variável independente causará o
resultado previsto?
Descobrir a dependente
O que acontece com Y se X aumentar ou diminuir?
Y é a variável dependente.
Descobrir a de controle
• A variável à qual se pode aplicar a
palavra “mesma” é aquela cujos efeitos
foram anulados.
Problemas
O clima organizacional afeta o desempenho administrativo?
Problemas
O treino em uma função mental melhora a futura
aprendizagem dessa função mental?
Problemas
Se as pessoas são frustradas, elas se tornam agressivas?
Há relação entre a frustração e a agressividade?
Problemas
Todos podem ser convertidos em hipóteses "se...então"
Se variável independente (frustração)
Então variável dependente (agressividade)
Hipótese
Conjectura sobre a relação entre duas ou mais variáveis.
Resposta provisória para o problema da pesquisa.
Definição operacional
Atribui significados a uma variável. Especifica as atividades necessárias
para medir ou manipular a variável.
Definição operacional
Identifica os critérios observáveis daquilo que está
sendo definido.Distingue-se da definição de dicionário, que identifica algo
em termos de conceitos.
Exemplo
Fome - resultado da privação de alimento durante 24 horas. É
fácil determinar se há fome, pois basta saber quando foi a última
vez que a pessoa comeu.
Problema de pesquisa
Definição do problema
Formulação de hipóteses
Identificação de varíaveis
Problema de pesquisa
O conflito aumenta ou diminui a eficiência das
organizações? (FREDERIKSEN; JENSEN; BEATON, 1968 apud
KERLINGER, 1980, p. 36)
Identificação das variáveis
• Variável independente: conflito
• Variável dependente: eficiência das organizações
Hipóteses
1 O conflito aumenta a eficiência das organizações.
2 O conflito diminui a eficiência das organizações
0 O conflito não tem relação com a eficiência das organizações
Definição das variáveis
O que significa conflito neste estudo?
O que se entende por eficiência das organizações neste estudo?
Problema
A criança que é recompensada, enquanto
aprende a ler, tende a aumentar a realização na
leitura?
Identificação das variáveis
Independente: recompensa
Dependente: realização em leitura
Controle: crianças de baixo NSE
Definição das variáveis
• Variável independente
Recompensa maciça - elogios a intervalos regulares de 30 segundos quando a criança
exercitar a leitura.
Definição das variáveis
Realização na leitura - capacidade de ler um trecho novo de 10 linhas com um
mínimo de 25 acertos. NSE baixo - renda familiar igual ou
inferior a dois salários mínimos mensais.
Hipóteses
1 A recompensa aumenta a realização na leitura.
2 A recompensa diminui a realização na leitura.
0 A recompensa não tem relação com a realização na leitura.
Hipótese nula
Poderá ser rejeitada se os resultados permitirem concluir que as diferenças encontradas são bastante grandes para se
acreditar que sejam reais.
Finalidade da ciência
Segundo Augusto Comte, pai do positivismo:
• Saber para prever
• Prever para poder
Roberta Jung Marcon
A INFLUÊNCIA DAS EXPECTATIVAS DOS
PROFESSORES NA AVALIAÇÃO DOS ALUNOS ADULTOS
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAPSICOLOGIA ESCOLAR
Porto Alegre, julho de 2002
As expectativas dos professores influenciam a
avaliação dos alunos?
• Descrença nas capacidades de os alunos aprenderem
• Ritmo de aprendizagem diferente• Educador possui preconceitos
• Discussão sobre práticas educativas inclusivas, mais justas e solidárias.
HIPÓTESES
A) Os sentimentos e expectativas influenciam na avaliação
B) Os sentimentos e expectativas não influenciam na avaliação
C) Os sentimentos e expectativas não têm relação
com a avaliação.
OBJETIVOS
• Identificar sentimentos positivos, negativos e de
indiferença• Verificar a influência destes
na avaliação dos alunos• Comparar as profecias com
as notas finais
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
• Consciência da pluralidade cultural
•Respeito pelas diferenças
• Superação de preconceitos
•Descrença na capacidade do aluno adulto aprender.
(ALVES,1995)
• Expectativas podem funcionar como profecias auto-realizadoras
• Influenciam no desempenho do aluno
• Os professores acompanham e se dedicam mais aos alunos capazes
• Verbalizam mais as expectativas.
(ROSENTHAL; JACOBSON,1988)
• Preconceitos afetam o desempenho dos alunos
• Fracasso escolar vinculado aos sentimentos dos professores
• As expressões dos educadores aumentam as desigualdades e
excluem os indesejáveis
• Ensino comprometido.
(ODORIZZI,1990)
• Relações de afeto no ato de aprender
• Promover auto-conhecimento e auto-estima
• Saber lidar com as dificuldades, angústias e conflitos do educando
• Cuidado com atitudes e postura profissional
(SILVA, 2000)
• Avaliação x poder
• Oprimido x opressor
• Professor fonte x aluno tábula rasa
• Avaliação: vontades, desejos, expectativas, emoções e
intenções
(GUARESCHI, 1990)
•MÉTODO
Pesquisa: quantitativa
População:11 professores do Ensino Médio de uma Escola de Supletivo -
POA
Instrumento: questionário de múltipla escolha tipo inventário contendo nome dos alunos e características positivas
e negativas
Procedimentos: dados coletados através do instrumento,
tabulados e apresentados por gráficos e tabelas
Ética: foi assegurado sigilo e anonimato aos participantes
RESULTADOS
Nº DE ALUNOS PESQUISADOS
20%
80%
Nº de alunos evadidos Nº de alunos pesquisados
FIGURA 1
GÊNERO DOS ALUNOS
56%
44%
Nº de alunos do sexo feminino
Nº de alunos do sexo masculino
FIGURA 2
GÊNERO DOS ENTREVISTADOS
Nº de profº entrevistados do sexo masculino
Nº prof.º entrevistados do sexo feminino
FIGURA 3
Nº PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS POR ALUNO
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
Nº DE ALUNOS
Nº D
E PO
NT
OS
Nº pontos positivos
Nº pontosnegativos
FIGURA 4
NOTAS DOS ALUNOS
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,01 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
ALUNOS
NO
TAS
Nota
FIGURA 5
PONTOS POSITIVOS E A RELAÇÃO COM AS NOTAS
-
20,040,0
60,080,0
100,0
0 1 2 3 4 5 6 7
INTERVALO DE % PONTOS POSITIVOS
NO
TA
S
Média Nota
FIGURA 6
PONTOS NEGATIVOS E A RELAÇÃO COM AS NOTAS
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
0 1 2 3 4 5
INTERVALO % PONTOS NEGATIVOS
NO
TA
S
Média Notas
FIGURA 7
DISCUSSÃO • Atitudes influenciam no rendimento do
aluno (ALVES,1995)
• Os alunos assinalados com mais atitudes positivas obtiveram notas mais altas (ROSENTHAL;JACBSON,1988)
• Profecias auto-realizadoras
• Educador que confia, acredita nas potencialidades contribui para melhor
rendimento do aluno (SILVA,2000)
CONCLUSÃO• As expectativas e os sentimentos dos
professores influenciaram na avaliação dos alunos
• Quanto maior o número de sentimentos positivos maior a nota
• Maior o número de sentimentos negativos menor a nota
• Profecias têm efeito no desempenho do aluno
• Reflexão e discussão dos resultados, pois o educador precisa tomar
consciência de seus atos
• Preconceitos e crenças não podem interferir no rendimento do aluno
• Provocar os educadores a buscar práticas educativas mais justas
• Sugestão: verificar a influência das expectativas em relação aos alunos
evadidos.
VALIDADE INTERNA
Verdade
Exatidão
O estudo mede o que se propõe medir?
VALIDADE EXTERNA
Generalização: em que extensão os resultados desse
estudo são comparáveis e transferíveis?
FIDEDIGNIDADE INTERNA
ObjetividadeOs mesmos métodos
fornecem consenso no mesmo estudo?
FIDEDIGNIDADE INTERNA
Vários pesquisadores, empregando os mesmos
métodos obtêm sempre os mesmos resultados no mesmo
estudo?
FIDEDIGNIDADE EXTERNA
Previsão, replicação Os mesmos métodos
consistentemente empregados obtêm os mesmos resultados em
outros estudos?
ReferênciasKERLINGER, Fred. Metodologia da pesquisa em ciências sociais. São Paulo: EPU, 1980.REBER, Arthur. Dictionary of Psychology. 2nd.ed. New York: Penguin, 1995. TUCKMAN, Bruce. Conducting Educational Research. New York: Harcourt, Brace Jovanovich, 1972.
Manipulando a variável independente
Um experimento
“é um estudo no qual uma ou mais variáveis independentes são manipuladas e no qual a
influência de todas ou quase todas as variáveis relevantes possíveis não pertinentes ao problema da investigação é reduzida a um
mínimo” (KERLINGER, 1980, p.125)
Pesquisa experimental
“O experimento científico é uma das maiores invenções de todos os tempos. É também a fonte mais segura de conhecimentos e de compreensão dos fenômenos naturais, outras coisas mantidas
constantes” (KERLINGER, 1980, p. 123-124).
Pigmalião na sala de aula
Robert Rosenthal e Lenore Jacobson (1968) testaram a hipótese de que as
expectativas das professoras influenciam o desenvolvimento dos
alunos
Pigmalião: delineamento
Antes depois com dois grupos: com pré-teste, pós-teste e
manipulação da variável independente entre os dois testes
Pigmalião: pré-teste
No fim do ano letivo, aplicaram testes de inteligência em 18
turmas de nível sócio-econômico baixo
Grupo experimental
No início do ano letivo seguinte convocaram as professoras e lhes apresentaram listas com nomes de 20% dos alunos de
suas novas turmas
Tratamento experimental
Afirmaram que esse grupo teria grande desenvolvimento intelectual durante o
ano letivo porque teria obtido altos escores nos testes de inteligência realizados no fim do ano anterior
Pigmalião: grupo de controle
Quanto aos restantes (80% ), eram alunos“normais” e em nada se
destacariam durante o ano letivo, quer positiva ou negativamente
Pigmalião na sala de aula:pós-teste
No final do ano letivo, os pesquisadores reaplicaram a bateria de testes nos
mesmos alunos. O que foi constatado então?
Pigmalião:Resultado
Os alunos que tinham sido indicados como tendo potencial para “explodir”
intelectualmente, apresentaram ganhos notáveis em quociente de inteligência em relação aos demais (grupo de controle)
Pigmalião na sala de aula: Conclusão
Assim comprovaram hipótese do estudo de que há uma profecia “auto-realizadora” nas
escolas: as crianças, que são consideradas a priori “perdedoras”, tendem a fracassar
Pigmalião
Repercussões
Esses resultado causaram muita polêmica, pois mostraram que as expectativas das professoras
influenciam o desempenho escolar da criança
ROSENTHAL, Robert, JACOBSON, Lenore. Pygmalion in the Classroom. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1968
Referências
ROSENTHAL, Robert; JACOBSON, Lenore. Pygmalion in the Classroom. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1968
ROSENTHAL, Robert; JACOBSON, Lenore. Profecias auto-realizadoras na sala de aula: as expectativas dos professores como determinantes não intencionais da competência intelectual. In: PATTO, Maria Helena. Introdução à psicologia escolar. 2.ed. São Paulo: T. A.Queiroz, 1991. p. 258-295.