Material de Estudo – Tema 01 Curso de Desenvolvimento ... · anos começam a pesar e eu quero...

CURSO DE DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO CADERNO02/02 WILSONDACUNHA

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Material de Estudo – Tema 01

Curso de Desenvolvimento Mediúnico

Caderno 02/02

Continuação do Caderno 01

Regras morais e normas teóricas e práticas

Contém material da primeira e segunda etapa


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ÍNDICE

CONSIDERAÇÕESINICIAIS 4

ASVANTAGENSDOCURSO 5

TRATAMENTOESPIRITUAL 7

ACONDIÇÃODOALUNO 13

ASATIVIDADESDOPASSE 17

PRAPARAÇÃOPARAOEXERCÍCIOMEDIÚNICO 18

ASPECTOSDASCINCOFASESDOTRANSE 19

CADERNOB 22

1FASEPRIMEIRA–PERCEPÇÃODOSFLUIDOS 22

1.1FASEPRIMEIRA–MAPADASPROJEÇÕES 34

1.2FASEPRIMEIRA–MÉTODOPARAACONDUÇÃODOEXERCÍCIOPRÁTICO 36

CADERNOC 41

2FASESEGUNDA-APROXIMAÇÃO 41

2.1FASESEGUNDA–MÉTODOPARACONDUÇÃODOEXERCÍCIOPRÁTICO 46

CADERNOD 49

3FASETERCEIRA–OCONTATO 49

3.1FASETERCEIRA–MÉTODOPARACONDUÇÃODOEXERCÍCIOPRÁTICO 59

CADERNOE 62

4FASEQUARTA–OENVOLVIMENTO 62

4.1FASEQUARTA–MÉTODOPARACONDUÇÃODOEXERCICIOPRÁTICO 78

CADERNOF 85

5FASEQUINTA–AMANIFESTAÇÃO/COMUNICAÇÃO 85

DOSSIÊDEINFORMAÇÕES 85

5.1FASEQUINTA–PREÂMBULO 94


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GENERALIDADESQUANTOAOANIMISMO 102

ANIMISMOXMISTIFICAÇÃO 116

DOSSIÊDEINFORMAÇÕES 119

5.2FASEQUINTA–MÉTODOPARAACONDUÇÃODOEXERCÍCIOPRÁTICO 152

5.3FASEQUINTA–EXERCÍCIOPRÁTICO 158

CADERNOG 168

6SEGUNDAETAPA–OUTRASFACULDADES 168

6.1EXERCÍCIOPRÁTICODAVIDÊNCIALOCAL 195

6.2EXERCÍCIOPRÁTICODACLARIVIDÊNCIA 198

6.3EXERCÍCIOPRÁTICODAAUDIÇÃO 200

6.4EXERCÍCIOPRÁTICODAPSICOGRAFIA 204

6.5EXERCÍCIOPRÁTICODAPSICOMETRIA 210

CONSIDERAÇÕESFINAIS 215


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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

No caderno 01 (A) finalizamos a parte teórica e moral do Curso

de Desenvolvimento Mediúnico, com o coração mais evangelizado,

mais sensibilidade para o exercício da mediunidade e o intelecto mais

rico de informações.

Como podemos perceber estamos caminhando para os

exercícios das cinco fases, assim compreendido:

Primeira Etapa – Desenvolvimento da Psicofonia

FASE 01 Percepção dos Fluidos Generalidades

FASE 01 Percepção dos Fluidos Exercícios

FASE 02 Aproximação Preâmbulo

FASE 02 Aproximação Exercícios

FASE 03 Contato Preâmbulo

FASE 03 Contato Exercícios

FASE 04 Envolvimento Preâmbulo

FASE 04 Envolvimento Exercícios

FASE 05 A Manifestação/Comunicação Exercícios

Segunda Etapa – Demais Fenômenos Mediúnicos


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Em se tratando de mediunidade, não podemos entender como

algo matemático. Tivemos situações em que a mediunidade de

psicografia se manifestou logo na segunda etapa.

Quero registrar o motivo de me estender em informações: os

anos começam a pesar e eu quero deixar um dossiê de consulta,

esvaziar um pouco a minha mente e dizer a pessoa necessitada: “aqui

está, de forma minuciosa, o que você precisa entender em relação a

mediunidade e às responsabilidades que advém”.

Estamos em trânsito para a Era do homem espiritual, deixando

para trás o homem material, a caminho de um espiritismo mais

avançado. Além do mais, as coisas ditas logo caem no esquecimento e

não haveria um material mais robusto para consulta para mim e os

estudantes.

Meu desejo é que cada um se torne um multiplicador dessas

informações.

AS VANTAGENS DO CURSO

Em pouco tempo percebi duas vantagens em relação a duração

do curso – que é relativamente longo:

1. Aumentar o tempo de permanência no convívio com a casa

espírita, oportuniza ao estudante maior aquisição de equilíbrio

em seu psiquismo. Além da amizade e convivência entre todos,

pois a meta é transformar o grupo em uma equipe. Lembrando


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que o estar junto com as pessoas, não quer dizer pertencer à

equipe;

No entendimento espírita, uma equipe é como um feixe de varas

que por estarem unidas, é difícil de ser envergada pelos inimigos do

Cristianismo, assim como pelos nossos inimigos do passado.

Ao estudar e se tornar pessoas melhores, estamos levando

informações transformadoras aos desencarnados que se vinculam a

nós e outras pessoas por afinidade.

2. O aluno tem tempo suficiente para decidir se quer continuar ou

desistir do curso, antes dos exercícios práticos da mediunidade;

O sucesso no decorrer das cinco fases depende do aluno, já que

a equipe espiritual é disciplinada, não tem preguiça e não arruma

desculpas para não estar presente.

As “cinco fases” preenchem todas as necessidades do

desenvolvimento primário. Sendo que a Etapa Primeira e Etapa

Segunda, servem de aferição e definição para trabalhar em cada aluno

as suas possibilidades mediúnicas.

Faremos uma avaliação dos sintomas, anotando no mapa

demonstrativo das projeções e percepções, a natureza e localização

dos fluídicos sentidos pelo médium, via pontos de sensibilidades.

Cabe ao estudante assimilar com atenção esses detalhes e

informar ao dirigente. O qual deve definir a existência ou não da


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mediunidade de incorporação consciente e inconsciente a serem

trabalhadas nesse primeiro momento.

O primeiro momento é em torno da mediunidade de

incorporação, mas certos sintomas sinalizam fenômenos mediúnicos a

serem trabalhados na segunda etapa. Ou seja:

• Incorporação parcial para escrita telepática;

• Mediunidade com possibilidades de efeitos físicos, para atuar no

trabalho de cura, inserido no serviço do passe;

• Audição, vidência, psicografia, psicometria;

Se após a triagem destinada a primeira e segunda etapa do curso

for constatado que não há o compromisso com a mediunidade

ostensiva, nada impede o estudante de permanecer junto ao grupo,

mas fora da mesa, preparando-se na mediunidade do amor para uma

ajuda mais eficiente ao grupo mediúnico no porvir – como médium

de sustentação. O estudante também pode ser preparar para ajudar nos

dias de passe na sua Casa Espírita ou em reunião de desobsessão.

TRATAMENTO ESPIRITUAL

A título de informação:

Havendo excesso de passistas, a casa espírita pode fazer o que

fazemos: vários médiuns oferecem a sua contribuição a uma só

pessoa. Também pode-se criar outras frentes de serviço, como o

atendimento à distância.


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Esse atendimento só será possível se houver trabalhadores

dispostos e se a casa permitir. Havendo interesse, deve-se buscar

informações com grupos que possuem essa experiência, naturalmente

adaptando à sua Casa Espírita. Grupos que oferecem esse trabalho:

• Centro Espírita Tupyará – RJ.

• Congregação Espírita de Brasília – DF.

Nessa atividade surge uma frente de trabalho a ser utilizado

pelos médicos espirituais e pessoas de boa vontade sem mediunidade

ostensiva (audição, clarividência, psicofonia, psicografia, etc), mas

que possuem a mediunidade do amor.

Abaixo temos um modelo de uma solicitação para atendimento à

distância, cujo problema pode ser físico ou espiritual.

1. Enviar carta conforme modelo, abaixo:

Observações:

Ø Por favor, se possível, mandar junto à carta, envelope já selado e

preenchido com endereço para a resposta;

Ø Não enviar exames, radiografias ou fotografias;

Ø O atendimento é inteiramente gratuito;

Ø O atendimento destina-se a problemas físicos e espirituais;

Ø Não é permitido, por determinação espiritual, dar diagnóstico ou

consulta;

Ø Não autorizamos a ninguém a nos representar.


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MODELO DA CARTA

Nome: ..........................................................................

.................................................................Idade.............

Endereço: ......................................................................

Cidade: ................................Estado: ............CEP: .............

Descrição resumida do problema: .................................

........................................................................................

Em resposta a pessoa que solicitou atendimento à distância,

havendo indicação para operação fluídica à distância, será remetido a

orientação necessária conforme modelo abaixo:

“O irmão será operado fluidicamente no dia

....../..../2.01.....ás......hs. (hora do seu estado), pelo médico espiritual

Dr.: ............................

Os curativos serão feitos em 3 oportunidades, todas ............

feiras às .......... horas.”


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NOS DIAS ACIMA, OBSERVAR RIGOROSAMENTE OS

SEGUINTES PRECEITOS:

a. Alimentação: verduras, massas, cereais, ovos cozidos e frutas;

b. Abster-se de: sexo, fumo, bebidas alcoólicas, frituras, gordura e

carne de qualquer espécie:

c. Tomar banho mentalizando o valor da água, como elemento de

limpeza de energias perniciosas.

1. Quinze minutos antes da hora marcada, colocar sob toalha de

cor clara, na mesa de cabeceira, um copo com água filtrada

junto a uma garrafa de 1 litro.

A seguir, fazer uma prece a Jesus, a Maria Santíssima e ao

espírito Dr. Bezerra de Menezes, podendo invocar outros espíritos de

sua devoção e ao médico espiritual que vai fazer a cirurgia / operação

fluídica.

Nome do médico operador:...........................................................

2. Após a oração, beber a água do copo, deitar e cobrir-se com um

lençol. Aguardar com fé, permanecendo deitado pelo menos

(30) minutos.


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3. A partir do dia seguinte à operação, tomar diariamente (4)

cálices pequenos da água do litro de modo que só seja preciso

preenchê-lo nos dias dos curativos.

4. Caso a água esteja por terminar antes do dia do curativo,

preencha o necessário para IMPEDIR que o litro esvazie

totalmente.

5. A pessoa que quiser permanecer no quarto com o doente no dia

da operação e curativos deverá seguir os mesmos preceitos

contido na papeleta – conforme mostraremos no final dessas

instruções – permanecendo junto ao doente, fazendo sua prece.

6. No caso de o doente estar impossibilitado de cumprir o preceito

(hospitalizado por exemplo), um familiar ou amigo, NA

INTENÇÃO DO DOENTE, deverá APENAS ORAR,

mentalizando o enfermo e o local onde se encontra. Apenas será

colocado água para fluidificação durante a prece se o doente

estiver em condições de bebê-la.

7. No caso de o doente mudar de endereço, a operação e curativos

serão feitos no local em que o paciente se encontre. Não é

preciso comunicar-nos a mudança de endereço.


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8. Senhoras, durante o fluxo menstrual, NÃO farão a operação e

curativos, adiando-o (s) para o mesmo dia na semana seguinte,

entretanto a água continuará a ser tomada.

9. Se sua carta atrasar, considere como válido o mesmo dia da

semana seguinte para começar com a operação, seguindo com os

curativos nos dias ajustados, das semanas posteriores, nos

horários originalmente marcados.

10. Não interrompa o tratamento médico que esteja fazendo.

Naturalmente, se necessário fazer modificações, fica a critério

do grupo ou da Casa Espírita.

Eis o modelo de oração a BEZERRA DE MENEZES, o qual

tem sob sua responsabilidade muitos médicos desencarnados:

“Nós te rogamos, Pai de Infinita Bondade e Justiça, as graças

de Jesus Cristo através de Bezerra de Menezes e suas legiões de

companheiros. Que eles nos assistam Senhor, consolando os aflitos,

curando aqueles que se tornem merecedores, confortando aqueles

que tiveram suas provas e expiações a passar, esclarecendo aos que

desejarem conhecer a Verdade e assistindo a todos quantos apelam

ao Teu Infinito Amor.

Jesus, Divino Portador da Graça e da Verdade, estende Tuas

mãos dadivosas em socorro daqueles que te conhecem o Despenseiro


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Fiel e Prudente; faze-o, Divino Modelo, através de Tuas legiões

consoladoras, de Teus santos espíritos, a fim de que a Fé se eleve, a

Esperança aumente, a Bondade se expanda e o Amor triunfe sobre

todas as coisas.

Bezerra de Menezes, Apóstolo do Bem e da Paz, amigo dos

humildes e dos enfermos, movimentai as tuas falanges amigas em

benefício daqueles que sofrem, sejam males físicos ou espirituais.

Santos espíritos, dignos obreiros do Senhor derramai as graças e as

curas sobre a humanidade sofredora a fim de que as criaturas se

tornem amigas da Paz do Conhecimento, da Harmonia e do Perdão,

semeando pelo mundo os Divinos Exemplos de Jesus Cristo”.

A CONDIÇÃO DO ALUNO

Com referência aos alunos, voltamos a falar que uma coisa deve

ser entendida:

Se surgir algum aluno sem condições psicológicas para a prática

mediúnica, ou mesmo em relação ao passe, faremos todo empenho

necessário para ajudá-lo a superar tal situação. Oferecemos atenção

especial quando observamos o firme desejo do aluno em vencer a si

mesmo. Pedimos para que o aluno não abandone o convívio da casa.

Faremos como o médico que trata do doente e depois diz: Agora

você está em condições de trabalhar


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P. Para que serve um hospital?

R: A casa espírita é como um hospital com características

diferentes, mas que também está empenhada em restabelecer a saúde

das pessoas – principalmente a saúde psíquica.

Quanto ao colocar a atividade mediúnica no ombro de pessoas

com sistema psíquico muito comprometido, é falta de caridade e pode

ainda piorar a sua situação – é uma irresponsabilidade.

Também deve ser feita uma avaliação quanto a participação do

médium idoso nos trabalhos de desobsessão, para que a energia

desprendida não venha a comprometer seu físico e sua defesa

psíquica.

Estamos diante de uma situação em que o idoso deve ser sincero

consigo mesmo, avaliando sua fadiga física ou psíquica, observando

se a energia desprendida é recuperada após uma noite de sono ou se

demora mais.

Caso sinta necessidade, deve pedir ao dirigente da atividade

mediúnica que o utilize somente no apoio vibratório no decorrer da

atividade mediúnica, sem incorporação ou com incorporação de

vibração amena do seu mentor espiritual nas considerações no final

do trabalho.

Quanto ao trabalho do idoso no passe, diremos: trabalhar sim,

apenas com uma ressalva: o próprio idoso deve fazer a sua avaliação

física, definindo até onde poderá doar suas energias – se doará apenas

para algumas pessoas, a muitas, ou ficando sentado em prece, o que


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não deixa também de ser uma doação de energia, porém em menor

escala.

Quanto ao ser colocado na atividade do passe uma pessoa

necessitada de ajuste emocional motivada por sofrimentos morais, é

de muita valia e de muita ajuda ao seu restabelecimento. Pois o bem é

a moeda que quita os nossos débitos perante a lei de Deus. O trabalho

no bem é o poderoso remédio. Apenas pedimos encarecidamente para

que no momento do passe busquem na prece o esquecimento da

aflição, esqueçam suas dores e ofereça a caridade do amor aquele que

está em sua frente, assim como ao desencarnado doente, alojado lado

a lado do pecador.

A caridade exige de todos, o esquecimento de suas dores, para

ter condições de ajudar os mais sofridos.

Jesus do alto da cruz esqueceu suas dores e disse: Pai perdoa-os

eles não sabem o que fazem.

Vamos a uma diferenciação:

Estar com dificuldade emocional por sofrimentos aflitivos é

diferente de estar sistematicamente perturbado em seu psiquismo,

com apatia ou revolta. No passe tudo é energia e que energia esse

passista pode oferecer? É necessário uma franqueza pessoal, pois se

em minha frente está uma pessoa muito debilitada fisicamente, o que

vou doar? Essa pessoa poderá prejudicar ainda mais a sua situação

O passe é uma transfusão de energia, a exemplo da transfusão de

sangue. Numa transfusão de sangue o sangue não poder estar


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contaminado, assim como não pode estar contaminada a energia

transmitida pelo passe.

Já falamos da pessoa sofrida e do ser perturbado. Mas temos

outras situações a administrar:

Ø O questionador, extrovertido;

Ø O polêmico;

Ø O introspectivo.

Em todos os momentos do curso da mediunidade o aluno deve

evitar excessos nos três casos. Como? Conhecendo e vencendo a si

mesmo.

Vejamos:

1. O extrovertido equilibrado que a tudo pergunta ou questiona,

sem trazer ao grupo de estudo inquietação, está agindo

corretamente pelo fato da doutrina ser alicerçada na fé

racional e não na fé cega;

2. Ser contestador é criar para o grupo uma situação incomoda,

pois, contestar é diferente de questionar/perguntar;

3. O aluno excessivamente introspectivo não oportuniza ao

instrutor e aos seus colegas a possibilidade de conhecê-lo

para ajudar nas suas necessidades.


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O portador dessa característica introspectiva prejudica ou

bloqueia os impulsos da manifestação da entidade espiritual que não

encontra o canal mental desbloqueado.

P. Diante dessas observações o estudante deve abandonar os

estudos e a assistência da casa?

R. Jamais. Ninguém poderá dizer os benefícios que ele receberá.

Nem mesmo o dirigente sabe em que momento ele será intuído na

condução satisfatória que o caso exige.

Volto a perguntar:

P. Quem precisa do hospital?

R. Quem precisa é o doente. E o centro espírita é o hospital das

nossas almas.

AS ATIVIDADES DO PASSE

As atividades do passe que vocês participarão, fazem parte do

grupo de trabalho. Nessa atividade, os alunos estarão estudando e

preparando-se nos seguintes itens:

• Generalidades, entendimento moral ao passista;

• Exigências ao passista;

• Passista e seus cuidados na fadiga fluídica;

• Técnica do passe;

• Passes, suas utilizações e benefícios;


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• Água fluídica;

• Visita a enfermos;

• Terapia alternativa;

• Outras considerações;

• Chacras e plexos - centro de forças (canais que em

desequilíbrios são alavancas que conduz a enfermidade);

• Passe, informação ao passista e beneficiados;

PRAPARAÇÃO PARA O EXERCÍCIO MEDIÚNICO

Abertura, preparação: deve-se ensinar como realizar uma

concentração correta, a qual exige uma mente que atue do interior

para o exterior, colocando-a como objetivo o interesse do momento,

ou seja: sintonia com o Plano Espiritual durante todo o decorrer do

trabalho.

Sintonia não é elucubrações de palavras silenciosas, mas sim

mente elevada ao criador com leveza emocional, obtida via silêncio

interior, proporcionando ao médium um canal mental livre e

desobstruído.

Alimentação: no dia da reunião, deve-se alimentar levemente

nesse dia, buscar no decorrer do dia o equilíbrio de suas emoções e o

menor desgaste físico e mental.


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Enquanto não conseguir ambiente adequado, padrão vibratório

elevado e sintonia permanente, a sessão prática não deve ser aberta,

pela necessidade da participação da espiritualidade. Estas são as

condições mínimas de segurança e estabilidade que devem sempre

existir entre os dois planos, em qualquer atividade espírita bem

conduzida.

Somente, após essa preparação bem-feita, que garante a

harmonia e segurança, se deve avançar, nessa relação: plano físico

verso espiritual, e vice-versa.

ASPECTOS DAS CINCO FASES DO TRANSE

Tomando por base a incorporação:

Com a conclusão dos exercícios das cinco fases “percepção dos

fluídos, aproximação, o contato, o envolvimento e a manifestação”, o

aluno torna-se de fato um médium desenvolvido com a necessidade

de aprimoramento. Aqui cabe uma pergunta:

P. Ele se tornou apto, mas se alguém pedir para ele falar de si

mesmo em torno da mediunidade, o que será que ele dirá?

R. Ele poderá dizer entre tantas coisas o seguinte: O médium é

um elemento que não surgiu quando do advento da Doutrina Espírita.

Ele existe desde as épocas imemoriais. O médium, como o nome já

diz, é aquele que constitui o elo entre os dois planos: físico e

espiritual, sob múltiplos aspectos.


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Existem vários tipos de médiuns. Porém, os que incorporam os

sentimentos morais e técnicos da Doutrina Espírita permitindo o

contato com a problemática mediúnica são os que obtém sim,

condições de disciplinar a sua faculdade, através do estudo e da

orientação que recebem, tornando-se elemento utilíssimo, não

simplesmente para a Doutrina, mas, sobretudo à sociedade encarnada

e desencarnada que se encontra em conflitos, presas do sofrimento, da

dor, da desilusão e por último: útil para si mesmo.

Nesse momento de transição planetária, os corações cristãos,

não importando a religião, são os que dão suporte ao planejamento do

criador em torno do destino do planeta.

Os espíritas que conhecem os que os outros não conhecem,

tornam-se ferramentas excepcionais a serem usadas pela

espiritualidade superior. Entretanto, há os que, desconhecendo a

própria Doutrina dos Espíritos, emaranham-se nos labirintos da

mediunidade desorientada, sendo assim, levados aos “bastidores da

obsessão”. Infelizmente, a sua chegada à Doutrina, após dolorosa

peregrinação, dá-se de uma maneira compulsória, trazidos, quando

isto acontecer, pela necessidade do alívio e equilíbrio.

“Qual seria o médium que poderíamos considerar perfeito?

Queres perfeito? Que pena, pois bem sabes que não há perfeição

sobre a Terra. Se não fosse assim, não estarias nela.”


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Observe-se que a resposta dos Espíritos inclui o próprio

codificador como imperfeito. Então, que dizer dos médiuns que hoje

se julgam perfeitos e por esse motivo não estudam? Naturalmente

diremos que são: médiuns perturbados e não confiáveis.

Estamos chegando ao momento. Para que haja êxito nos nossos

exercícios, estes devem ser executados rigorosamente em pleno

acordo com o Plano Espiritual, mediante compromisso anteriormente

feito, entre dirigente e espiritualidade. Explicado isso, podemos passar

imediatamente à execução do trabalho, fase por fase, explicando, uma

a uma, com quantas repetições forem necessárias.

Solicito que os estudantes não esqueçam daqui para frente de

não apenas ler, mas sim de estudar a teoria de cada Fase do

Desenvolvimento, principalmente no dia em que acontecerá o

exercício prático, facilitando o entendimento e o acompanhamento.

Ao fazer isso, estará ajudando a si mesmo na identificação dos

sintomas em torno das projeções fluídicas, que devem ser informados

ao dirigente.

Observação: Por favor, se você é viciado no cigarro, ou na

bebida, dê um tempo para você mesmo e retorne ao grupo após ter

vencido essa situação.


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CADERNO B

1 FASE PRIMEIRA – PERCEPÇÃO DOS FLUIDOS

PREÂMBULO: Nessa situação, os fluídos são projetados pelos

instrutores espirituais de maneira a serem sentidos nos pontos

sensíveis, pontos específicos, os quais indicam a mediunidade da qual

o estudante é portador, ou seja: mediunidade/tarefa.

Não havendo sensibilidade indicativa de mediunidade ativa, esse

aluno poderá oferecer a sua contribuição nas atividades da casa na

área social, no passe, etc se houver interesse por parte do aluno.

Alguns poderão ser convidados pelo dirigente a fazer parte do grupo

de apoio vibracional nas reuniões mediúnicas.

(...) Somente os pontos programado pela espiritualidade serão

sentidos pelo estudante. Quanto aos médiuns que já trabalham

mediunicamente, percebemos que a projeção – reciclagem - que

deveria ser sentida unicamente nos pontos de sensibilidade – objetivo

da fase-primeira – avançam em sensações outras.

Caso outros sintomas sejam sentidos pelo estudante, é sinal de

desequilíbrio mediúnico, pois ao invés de sintonizar com o seu

instrutor espiritual, está fazendo sintonia com quem não deve.


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Qual o motivo?

Indisciplina psíquica e falta de sentimentos elevados.

Em qualquer fase do desenvolvimento mediúnico, se o médium

que desviar-se do objetivo, a causa está na falta de sintonia com o

mentor.

Quanto aos sintomas em pontos de sensibilidades que forem

identificados, devem ser informados ao dirigente, pois o mesmo

anotará no MAPA DEMONSTRATIVO DAS PROJEÇÕES,

destinado a cada aluno.

Quanto aos médiuns que já trabalham mediunicamente, no

decorrer de todas as fases oferecem ao dirigente o mecanismo de

corrigir erros de conduta, anteriormente adotadas.

Um exemplo de erro no curso de testes é quando o médium diz:

“estou sentindo a presença de um espírito choroso”.

O erro está no médium que deve atender o objetivo do momento

– que é: sintonizar-se somente com o seu instrutor, focando o objetivo

da atividade, que é o teste de sensibilidade no físico, nada mais. Com

a finalidade única de fornecer ao dirigente as informações para a

composição do MAPA DEMONSTRATIVO DAS PROJEÇÕES, que

representa o dossiê primeiro, a nortear os passos dos iniciantes ou

não.


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Sou obrigado a entender que Edgar Armond, para simplificar ou

atender a proposta das cinco fases, instituiu o critério técnico: pontos

de sensibilidades.

Lembrando que mais à frente dos nossos estudos iremos

conviver com o entendimento dessas expressões “chacra, plexo e

períspirito”.

Atenção estudantes e médiuns: percepção dos fluídos é o

princípio que norteará o médium por toda a sua vida mediúnica, na

eficácia da sua defesa, no seu dia-a-dia, no trabalho, na rua, ou outros

lugares, pelo fato de ensinar a identificar energias boas e com isso não

se deixar contaminar pelas prejudiciais. E aos que já trabalham

mediunicamente, funciona como verdadeiro afastamento dos espíritos

impostores que se vinculam ao psiquismo do médium.

O momento negativo nessa fase do estudo é quando o médium

que está em reciclagem ou exercitando o desenvolvimento mediúnico,

permite que hálitos mentais prejudiciais – não presentes na sala de

estudo – encontrem guarita em seu universo sensorial. Assim sendo,

todos devem ter uma só preocupação: preparar-se no decorrer do dia e

no momento da reunião com o grupo de Desenvolvimento Mediúnico,

sintonizando-se somente com o instrutor.

No momento do trabalho de desobsessão esse sintonizar-se com

hálitos mentais doentes deve ter entendimento inverso, passando da

“não aceitação” a “aceitação”, ou seja: quando vocês alunos estiveram


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trabalhando em uma reunião de desobsessão, o médium deve aceitar a

aproximação do espírito sofredor, impostor ou obsessor,

proporcionando sintonia necessária à manifestação mediúnica, para

que ele possa ser ajudado, sendo esse o objetivo do Consolador

Prometido por Jesus.

Fora da atividade de socorro aos espíritos doentes:

Quais os motivos da mente afinar-se com espíritos perniciosos – quer

nos momentos de estudo, ou no dia-a-dia da pessoa?

1. Mente carregada de lixos mentais;

2. Se permitindo ficar mais tempo deprimido ou aborrecido

do que o necessário;

3. Ausência de mente quieta e coração tranqüilo;

4. Ausência de vibrações mais saudáveis, mais luminosas e

mais suaves;

5. Ausência de conhecimento, que faz com que a

mediunidade se torne cega;

Como se defender:

1. O processo mediúnico passa pela nossa parte psíquica,

assim fica fácil entendermos o quanto é importante

também mantermos uma saúde mental em dia.


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2. A prece, a lembrança da figura terna de Jesus e a

vivência de sentimentos sublimes, representam agentes

de indução de circuitos mentais elevados.

Tenho sim preocupações em formar médiuns conscientes do

mecanismo da mediunidade, mas coloco em primeiro lugar o meu

desejo de formar personalidades que assimilem o universo saudável

entre encarnados e desencarnados.

Assim sendo busquemos alguns ensinamentos contidos no Livro

dos Espíritos:

Pergunta 459 - Os Espíritos podem conhecer nossos mais

secretos pensamentos?

Obteve como resposta: Frequentemente, eles conhecem aquilo

que quereis ocultar a vós mesmos; nem atos, nem pensamentos podem

lhes ser dissimulados.

Pergunta 464 - da mesma obra, Kardec perguntou aos seus

guias: Como distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom

ou mau Espírito?

Obteve como resposta: Estudai a coisa; os bons Espíritos não

aconselham senão o bem; cabe a vós distinção. “O homem,

moralizando-se adquire essa facilidade”. Essa é uma fórmula simples

e básica para acolhermos ou não as sugestões mentais dos espíritos

que nos rodeiam.


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O encarnado atrai o desencarnado pernicioso pelas suas

imperfeições e pelos seus vícios, seja na bebida, no cigarro, drogas ou

sexo em desequilíbrio - tudo é sintonia.

A esse respeito Kardec perguntou aos mentores espirituais:

Pergunta 467 – de O Livro dos Espíritos – Pode-se se libertar

da influência dos Espíritos que nos solicitam ao mal?

Seus mentores responderam: Sim, porque eles não se ligam

senão aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus

pensamentos.

Uma pessoa sadia mentalmente e equilibrada não é alvo desses

incômodos! Isso porque não existe sintonia e afinidade para a

aproximação dos espíritos perturbados.

Na pergunta 469 de O Livro dos Espíritos Kardec perguntou aos

mentores: Por que meios se pode neutralizar a influência dos maus

Espíritos?

A resposta foi: Fazendo o bem e colocando toda a confiança em

Deus, repelis a influência dos Espíritos inferiores e destruís o império

que eles querem tomar sobre vós. Evitai escutar as sugestões dos

Espíritos que suscitam em vós os maus pensamentos, sopram a

discórdia entre vós, - principalmente no meio familiar – e vos excitam

todas as más paixões. Desconfiai, sobretudo, daqueles que exaltam

vosso orgulho porque vos tomam por vossa fraqueza. Eis o porque de


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Jesus nos faz dizer na oração dominical: Senhor! Não nos deixeis

sucumbir à tentação, mas livrai-nos do mal.

Senhores alunos: Meditais! O primeiro passo já foi exposto, os

demais estarão sempre na dependência do nosso crescimento moral,

para que venhamos a ser o médico dos doentes encarnados e

desencarnado.

Retornemos ao estudo da Fase Primeira – Percepção dos

Fluídos:

Ao final de cada exercício prático, principalmente nessa fase

primeira, é necessário que o estudante relate ao dirigente quanto à

localização dos fluídos no seu organismo físico – conforme o mapa

solicita.

São essas informações que o dirigente necessita para identificar

de qual mediunidade o aluno é portador, a ser acompanhado

individualmente em todas as etapas da fase primeira e segunda.

À cada rodada de aula prática concluída, que se inicia da

esquerda do dirigente, terminando à sua direita, com dois minutos e

meio ou três dispensado a cada aluno, a luz será acesa para o devido

descanso e relato dos sintomas dos fluídos projetados e identificados,

necessários para composição do MAPA.

Não ultrapassando o tempo de duas horas, esse exercício poderá

ser repetido até três vezes. Havendo excesso de alunos, outro/s


29

grupo/s devem ser formados. Não havendo quantidade de alunos, o

exercício poderá ter o tempo reduzido.

Nessa etapa primeira, estaremos incluindo as projeções fluídicas

em torno da mediunidade de incorporação “parcial para escrita

telepática”.

Havendo indicativo de mediunidade de: audição, vidência,

psicografia, os exercícios para tais sensibilidades serão praticados

somente na segunda etapa.

O item “b” encontrado mais adiante a partir da fase três

complementará o item “a”. Porém, no momento a necessidade é

apenas em compreender parte do item “a”, a seguir descrito:

1.

a) Os instrutores espirituais estudam o organismo dos médiuns,

anotam os pontos sensíveis, medindo a sensibilidade de cada

um. Quando o dirigente encarnado solicitar a participação da

espiritualidade na parte que lhe compete, eles, que já estão a

postos, projetam o jato de fluído sobre o ponto em questão, os

sensitivos sentirão a projeção dos fluídos conduzidos na

direção planejada, que atendam especificamente às

necessidades para compor o MAPA.

Existindo no grupo um médium desenvolvido com capacidade

de audição, o mesmo poderá facilitar ao dirigente verificando a

existência de mediunidade tarefa e de qual fenômeno é portador.

Mesmo com essas informações, os exercícios não sofrerão alterações.


30

Nas fases primeira, segunda e terceira do exercício ao

Desenvolvimento, não deve acontecer incorporação ou manifestação

mediúnica. Nas exigências acima, estão incluídos os médiuns que

estão através desses exercícios corrigindo possíveis equívocos de

desenvolvimento deficiente no passado – médiuns em reciclagem.

Na fase quatro, quando os estudantes já estão mais a vontade,

sem os receios e medos, os médiuns em reciclagem, conhecedores das

atividades mediúnicas, podem aceitar o intercâmbio com os espíritos

sofredores e mesmo obsessores.

Por que aceitamos que no final dos testes, esses médiuns darem

passividades a sofredores e obsessores?

Para que os alunos possam ir convivendo com essa realidade de

logo mais, na qual irão exercer.

A todos, novatos ou não, constantemente estarão diante da

seguinte situação:

Exemplo:

O espírito, no momento do atendimento causou muita dor no

baixo ventre do médium, e mesmo após ser atendido, ainda o

incomoda: É claro, que os sintomas estão ligados as energias

absorvidas pelo períspirito do médium, manifestando-se no corpo

físico, o mal-estar momentâneo pode desaparecer com maior rapidez

se o médium for ajudado pelo passe dispersivo.


31

P. Essas energias doentes absorvidas pelo períspirito são uma

deficiência do médium?

R. Sim e não.

Quando ainda estudante é um erro.

Exemplo: O estudante diz “estou percebendo que uma jovem

está muito necessitada de ajuda, está chorando”.

Onde está o erro? Em não entender que o objetivo do momento

é outro e que o dever do estudante é o de estabelecer ligação fluídica

unicamente com o seu instrutor espiritual e não de absorver fluídos

doentes fora da sala mediúnica.

Esse espírito doente será atendido em seu pedido pela equipe

espiritual, mas no momento certo, pois ninguém ficará sem a

misericórdia divina.

Não havendo essa disciplina psíquica, outras situações

naturalmente encravadas na intimidade mediúnica – a qual chamamos

de pano de fundo – estará interferindo nos momentos impróprios, ao

objetivo do momento.

No acima exposto ficou claro que o estudante deverá estabelecer

sintonia somente com o seu instrutor no decorrer das fases primeira a

quarta. Mas como existem médiuns e médiuns, tivemos a seguinte

experiência:


32

Na fase quarta, aconteceu o que seria de rotina na quinta fase,

quando o instrutor espiritual sinalizou ao dirigente que determinado

aluno fosse liberado para cooperar mediunicamente, aliviando dores

de desencarnados sofredores trazido ao grupo pela espiritualidade,

como também servindo de aprendizado ao grupo de estudo que logo

mais estariam trabalhando na mediunidade.

Aos estudantes amanhã médiuns em atividade mediúnica, isso

pode parecer estranho, mas não é! Na atividade mediúnica, o médium

absorve fluidicamente parte do mal-estar do doente, possibilitando o

primeiro tratamento, ao espírito doente, na esperança de que com esse

gesto fraterno o espírito aceite o socorro que tanto necessita. O

médium em atividade mediúnica é o médico do desencarnado.

Para melhor entendimento relatamos o que ocorreu com Divaldo

Pereira Franco que, atendendo o espírito de uma senhora que faleceu

durante o parto, o fez sentir muita dor. “Foi dor do parto” Divaldo

disse.

Todo desconforto, cessa tão logo se conclua o atendimento. Se

necessário, o médium pode solicitar o passe dispersivo.

O médium, ao intelectualizar-se nos estudos do Mecanismo da

Mediunidade, transfere o aprendizado do físico ao seu espírito. Sendo

assim, seu psiquismo espiritual saberá utilizar no trabalho que

desenvolve do outro lado da vida; no decorrer do sono; ou no

exercício da mediunidade.


33

Complementando o que fui dito na página 29, em relação ao

item “a”, como nunca nesse momento ele é a bola da vez.

Vejamos:

P. Por que os instrutores espirituais, agem projetando os fluídos

nos pontos certos - pontos de sensibilidades?

R. O instrutor espiritual utiliza esse método na fase primeira

pela necessidade do dirigente conhecer de qual mediunidade o

estudante é portador ou não.

Quando a sensibilidade do portador da mediunidade-tarefa é de

fraca receptividade, entendemos ser necessário a ampliação da ação

fluídica, - pelo instrutor espiritual - até ser sentida pelo estudante via

“plexo”, “chacra” ou mesmo envolvendo o períspirito. Em uma

observação maior, esses três elementos estão interligados, mas

independentes.

Estabelecido os pontos sensíveis e registrados no MAPA DAS

PROJEÇÕES FLUÍDICAS, o dirigente do Curso tem em mãos o

roteiro de como ir conduzindo o estudante até concluir o seu

desenvolvimento mediúnico – mediunidade-tarefa.


34

1.1 FASE PRIMEIRA – MAPA DAS PROJEÇÕES

MAPA DAS PROJEÇÕES – PONTOS SENSÍVEIS UTILIZADOS PELOS INSTRUTORES

LOCAL LOCALIZAÇÃO NATUREZA DOS

FLUIDOS

REAÇÕES INTERPRETAÇÃO

1. Cérebro (lado

esquerdo)

Normalmente acima da orelha,

podendo averiguar-se do outro

lado quando a pedido do

dirigente – temos polaridades em

nosso organismo

Frio, calmante,

suave em

ondulações de vai e

vem

Sonolência,

vista turva,

pálpebras

pesadas

Ação sobre a pineal, mediunidade de

incorporação com possibilidade de

inconsciência

2. Bulbo raquidiano Parte do eixo cerebrospinal entre

e medula espinal e o cérebro

Quente, áspero

irritante em rajadas

refletindo-se na

cabeça e nos ombros

Mal-estar,

enjôo de

estômago,

falta de ar

Ação sobre o vago (estômago) com

fluídos pesados, sinal de

mediunidade de incorporação e

possibilidade de efeitos físicos, úteis

na tarefa do passe, em grupo de cura

3. Braço e mão Normalmente do lado dominante

(destro ou canhoto)

Leve em

ondulações,

descendo até as

mãos

Nenhuma Médium de incorporação parcial para

escrita telepática


35

É fundamental que todos os estudantes da fase primeira

permaneçam no grupo, porque vamos avançar para novos testes e

exercícios segunda fase, compreendendo: “vidência, audição,

psicografia ou até psicometria”.

P. Pode-se colocar no grupo de Desenvolvimento Mediúnico os

que são portadores de degeneração do tecido nervoso por efeito do

álcool, fumo, entorpecente, etc? Considerando que nesses casos a

sensibilidade está embotada, entorpecida e inoperante nos veículos

da ligação com a mente, através do cérebro.

R. Quando estamos doentes fisicamente, vamos ao médico e ele

nos diz: vamos tratar de você e quando estiver saudável você terá alta

e poderá trabalhar, antes não.

Observação: Esses exercícios da fase primeira, tem o poder de

despertar ou reeducar a sensibilidade embotada, pois há um grande

número de médiuns que trabalham constantemente só com fluídos

pesados, tornando-se por fim, insensíveis aos fluídos finos, leves,

utilizados neste método de Desenvolvimento Mediúnico – que visa à

formação de médiuns aptos a trabalhos em qualquer faixa vibracional.

Pode-se comparar essa situação com a do trabalhador braçal que

perde a sensibilidade nas mãos.

A capacidade de sentir os fluídos tecnicamente desenvolvidos

permite ao médium determinar no seu próprio organismo o ponto ou


36

pontos de incidência, segundo a natureza dos fluídos, selecionando-os

por categoria vibratória, entre os extremos do bom e do mau, do

benéfico e do maligno, do fino e do pesado, do excitante e do

sedativo, do quente e do frio, etc., podendo assim, com o correr do

tempo, formar para seu próprio uso, uma escala de valores fluídicos

de inegável utilidade na vida prática.

Essas informações, quando incorporadas na intimidade de cada

médium, permitirá também o aprendizado de defesa quanto aos

ataques contra ele desfechados pelos maus Espíritos. Assim como dos

fluídos dos ambientes malsãos, auxilia ainda a identificar os Espíritos

que se aproximam, distinguindo e classificando as vibrações lançadas

a certa distância, permitindo defesa em tempo hábil.

É bom registrar que os pontos de sensibilidade funcionam como

sentinelas do períspirito, como alarmes contra ataques exteriores -

principalmente mediúnicos –, devendo por isso, estar bem regulados.

1.2 FASE PRIMEIRA – MÉTODO PARA A CONDUÇÃO DO EXERCÍCIO PRÁTICO

Percepção dos fluídos:

• Em todos os exercícios práticos, em todas as fases, deve-se

iniciar com a prece de preparação do ambiente, servindo de

reflexão aos estudantes, quanto a fé e silêncio íntimo para a

obtenção das energias saudáveis, rogando a Deus a presença da


37

espiritualidade responsável pela etapa em questão - no caso:

projeção dos fluídos.

Lembrando que esse exercício não deverá ultrapassar os 90

minutos. É meu costume iniciar com a primeira pessoa a minha

esquerda até a última. O tempo para a projeção dos fluídos é

controlado por mim, onde começo a contar mentalmente de 01 a 25,

após esse tempo, vou, convocando o próximo estudante.

Logo mais, não precisarei fazer essa contagem mentalmente,

pois cada um dirá: já senti a projeção dos fluídos.

• Após completada as projeções dos fluídos pelos instrutores

espirituais, essa poderá ser repetida para todos se o tempo

permitir, ou repetir apenas para quem nada sentiu ou a sentiu

muito fraca.

• Fazer prece finalizando a atividade.

• Acender a luz e dar tempo para que cada aluno – um de cada vez

– faça o comentário da experiência vivida quanto aos sintomas e

locais em que as projeções foram sentidas. Dados que vão

robustecendo e definindo a composição do Mapa.

A quantidade de repetição do mesmo exercício dependerá da

necessidade da desintoxicação do psiquismo e da familiaridade

quanto a percepção e identificação desses fluídos, por parte dos

alunos.


38

Uma das dificuldades é a falta/ausência do aluno, o que

prejudica a dinâmica das aulas. Nessa situação, o grupo fica

prejudicado; pois se o dirigente repetir o teste para atender o aluno

que gosta de faltar, retarda o avanço dos demais alunos.

Na prática, outras realidades que prejudicam, vão aparecendo:

1. Os que faltam por necessidades;

2. Os que se apresentam com a mediunidade a flor da pele.

Sendo assim, podemos proceder como o sistema de saúde

precede com os doentes, dizendo: retornem daqui seis meses quando

estaremos iniciando novo grupo?

Eis a necessidade de adaptação que tivemos que fazer, assim

como faziam os professores do meu tempo ao separar:

- Turma “A”;

- Turma “B” e

- Turma “C”

Os mesmos, após avaliação podem decidir:

Pela necessidade de atender os quem chegam com necessidade

de receber o nosso acolhimento um tanto imediato, estabelecer: uma

parte do tempo para os primeiros exercícios e depois trabalhar com os

que já estão exercitando a incorporação. Sei que esse meu

procedimento dará margem de críticas.


39

Mas uma coisa é certa em minha intimidade: prefiro errar no

entendimento de muitos ao fazer o bem com segurança do que errar

pelo medo de fazer o bem.

Uma casa espírita – como já me expressei anteriormente – não

pode ser um SUS, dizendo: Meu amigo! Venha daqui quatro vezes

que nós vamos atender você. Atitudes assim é coisa de trabalhadores

preguiçosos.

E nessa ordem vou atendendo as necessidades de cada turma.

Para quem está mais avançado: aguarde o momento de oferecer a sua

participação, e nesse intervalo de tempo aproveite para reciclar o que

já aprendeu, assim como em prece oferecendo sustentação a atividade

preliminar.

Senhores alunos: Concentrar-se não é retesar os músculos e

mente e sim leveza de pensamento, sem formular idéias, mas o aluno,

sentindo essa necessidade, que faça o uso de palavras que sejam

construtivas como: paz, fé, esperança, podendo exalar sentimentos de

bondade, harmonia, fraternidade, tolerância e amor.

No momento do exercício, o aluno pode criar auto-sugestão de

idéias, não devendo dar atenção maior a isso, porque com o decorrer

dos exercícios, este fenômeno secundário será superado. A receita é:

sintonia com o seu instrutor espiritual.


40

Caso algum aluno necessite de ajuda, pelo fato de sentir que a sua

sensibilidade está muito baixa, sentindo dificuldade na captação das

projeções fluídicas; deve pedir ajuda ao dirigente para que a

espiritualidade faça a correção e se necessário faça a projeção em

algum plexo a exemplo do bulbo.

A prece final estabelece a finalização dessa reunião. Quanto ao

dirigente, em sua casa concluirá as anotações e análises das anotações

contidas no referido MAPA individual de cada aluno.

Lembrando: Esse curso aponta dois momentos a serem

entendidos pelo aluno e amanhã médium em atividade:

Primeiro: no período de treinamento, o aluno deve fechar-se

quanto a sugestões e projeções fluídicas oriundas de outras fontes e

fixar-se apenas nos objetivos da aula – que é projeção e assimilação

dos fluídos planejados pelo instrutor espiritual atuando em seu corpo

físico;

Segundo: quando em atividade mediúnica, não é fechar-se e sim

abrir-se, estabelecendo o elo de sintonia psíquica com o espírito

necessitado que vem em busca de ajuda, ou aqueles que são trazidos

pela espiritualidade em situações precárias em suas revoltas.


41

CADERNO C

2 FASE SEGUNDA - APROXIMAÇÃO

PREÂMBULO: Em torno da Aproximação e até a fase final –

quinta fase – com o médium já trabalhando, não temos como ficar

indiferentes, pois há pontos que devem ser considerados, auxiliando

os entendimentos do momento atual e dos que virão.

Normalmente, na vida comum, aproximam-se das pessoas

espíritos das mais diversas categorias: amigos, inimigos, conhecidos,

desconhecidos, sofredores, cobradores e mistificadores. Na condição

de médiuns de prova que ainda somos, o atrativo é maior, mesmo

quando desconhecemos a existência da mediunidade. Temos a noite

uma realidade comum - aproximam-se os espíritos encarnados

libertos pelo sono, presença essa que nem sempre é saudável.

Assim sendo, se faz necessário estudarmos o espiritismo e sua

metodologia estabelecida por Kardec, para que os médiuns caminhem

com segurança, não aceitando idéias e envolvimentos que venham à

distância ou não, a interferir em nossas vidas e na atividade de estudo

e prática do Desenvolvimento Mediúnico.

Vamos à finalidade dessa segunda fase, a “aproximação”:

Havendo algum desconforto, o motivo é a falta de sintonia com

o seu mentor. Não haverá qualquer desconforto quando o fenômeno é

de aproximação do instrutor espiritual.


42

P. Quais as causas que dificultam que o aluno se sintonize com

o objetivo do momento?

R. A causa principal está na deficiência moral refletindo no

organismo físico, que por sua vez afeta a aura. É nesse contexto que

tudo contribui para que essa pessoa funcione como um mata borrão,

aceitando sensações não adequadas ao momento, dificultando a

sintonia saudável que a aura necessita. Eis o pano de fundo

apresentando-se.

É interessante que daqui para frente, o estudante perceba que

existem diferenças claras entre o primeiro exercício e os outros que

virão.

Primeiro exercício: Projeção dos fluídos, onde o instrutor apenas

ofereceu seus fluídos, em uma relativa distância, com a finalidade de

ser livremente captado e identificado o local da sua ação, nos pontos

de sensibilidade percebidos e sentidos no físico.

Da segunda fase até a quarta e mesmo na quinta - o instrutor vai

lentamente provocando realidades a serem identificadas, sentidas e

aceitas.

Os que nada sentirem até a quarta fase, definitivamente não são

possuidores de mediunidade tarefa. Isso não significa que o mesmo

deva deixar o curso.


43

Esta fase “aproximação” é mais difícil que a primeira, porque

nesta, o instrutor espiritual não executa nenhuma ação direta sobre o

médium, simplesmente aproxima-se. É o momento em que o dirigente

avalia a sensibilidade do médium-estudante. Nessa situação, o

sensitivo deve procurar sentir o efeito dessa aproximação.

Vejam três situações que se apresentam ao estudante de

mediunidade – médium ativo no amanhã:

I. Na situação acima citada, ele deve deixar que essas energias

sejam sentidas, o máximo possível, na sua aproximação e no seu

afastamento.

II. Quando as aproximações forem de espíritos doentes, nas ruas,

locais públicos, no serviço, etc. não devem funcionar a exemplo

de esponja absorvente, devem os repelir.

III. Quando as aproximações forem sentidas nas reuniões

mediúnicas de socorro aos doentes, jamais se deve repelir e sim

sintonizar-se para oferecer condições de incorporação visando

proporcionar a ajuda.

Nesta fase de aproximação, a ação dos instrutores espirituais não

é percebida pelo estudante somente em certos pontos sensíveis, como

na primeira fase, mas pode ser percebida em todo o organismo.


44

Referente a fase primeira e a partir da fase segunda, podemos

observar duas situações:

Ø Fase primeira: o espírito está atuando em pontos de

sensibilidade, dentro da lei dos cincos sentidos, como sentir e

perceber, lançando de pequena distância o fluído;

Ø Fase segunda: o instrutor espiritual não executa nenhuma ação

direta sobre o médium. A energia do instrutor, ao aproximar-se,

invade a áurea do estudante, o qual deve perceber a sua

aproximação, assim como o seu afastamento, sentindo como se

algo dentro dele estivesse esvaziando-se – esvaziamento das

energias.

Aproximação é dizer: cabe unicamente ao aluno perceber a

presença do instrutor.

Havendo segurança de que, em nível espiritual, esse exercício

de aproximação foi feita com sucesso e mesmo assim o médium não a

percebeu, se conclui que sua sensibilidade é reduzida, devendo-se,

não obstante prosseguir para observar a sua reação na terceira fase.

P. Como entender que a aproximação foi feita em ordem no

Plano Espiritual e o estudante nada percebeu, mas teve sensibilidade

na fase primeira?


45

R. Quanto em relação aos demais alunos, o envolvimento deu-se

na simplicidade da assimilação dos fluídos de aproximação e no

momento do afastamento. Importante o estudante observar, assim

como o dirigente, o seguinte:

Entre outras situações, a principal é a seguinte: mente embotada,

ligada a outras correntes mentais, nociva a proposta do estudo do dia.

O aluno devia apenas: sentir a presença e afastamento do instrutor

espiritual, pois é somente isso que interessa nessa segunda fase.

Como vemos, esse método, do primeiro ao quinto exercício é

preciosa ferramenta, a qual detecta as deficiências do psiquismo

humano, mostrando como é acentuado a presença de lixos mentais em

nós outros – lixos esse que devemos ir extirpando através da reforma

íntima, melhorando os nossos sentimentos, entendendo que toda vez

que colocamos coisas saudáveis na nossa intimidade vamos

expulsando o que não é mais interessante.

É um poderoso mecanismo de identificação e correção do

ANIMISMO, engodo no meio espírita. Não tome essa informação ao

pé da letra, busque informações profundas no item em questão.

Caso na fase terceira o médium sinta bem o contato, a conclusão

é que tal falha na segunda fase deva ser atribuída a alguma

perturbação física ou espiritual, que deve desaparecer com o

tratamento via passes. Pode-se atribuir a embotamento da

sensibilidade por participar de fluídos pesados, sobretudo de terreiro.


46

Prosseguindo o desenvolvimento e o médium não sentindo o

envolvimento na quarta fase, então poderá afirmar que não existe

mediunidade tarefa para incorporação, mas somente mediunidade

imperceptível. Isso, não impede que o médium prossiga no grupo de

desenvolvimento, porque pode possuir ou revelar formas de

mediunidade, como por exemplo: vidência, audição e psicografia.

2.1 FASE SEGUNDA – MÉTODO PARA CONDUÇÃO DO EXERCÍCIO PRÁTICO

Aproximação:

Prece inicial, solicitando que os instrutores estejam a postos para

assumir a repetição da fase “percepção dos fluídos” e em seguida o

exercício de “aproximação”.

No exercício de “aproximação”, o dirigente solicita do instrutor

espiritual que a aproximação comece pelo primeiro estudante do lado

esquerdo do dirigente, aguardando por um determinado tempo a

informação do aluno referente ao afastamento do instrutor.

Caso tal aproximação não tenha sido bem sentida pelo

estudante, podemos solicitar do instrutor espiritual a repetição da

aproximação, ou aguardar o próximo exercício.


47

Caso o médium tenha sentido na primeira fase e não sente na

segunda, conclui-se: sensibilidade precária; inibição momentânea,

alternativa que após mais algumas experiências, serão possivelmente

eliminadas. Sempre na expectativa de que no decorrer das repetições

desse exercício o médium venha a ajustar-se.

O tempo utilizado a cada aluno é definido pelo instrutor

espiritual, ou seja:

1. Tempo de aproximação;

2. Tempo de afastamento.

Imediatamente após sentir o afastamento com o sintoma do

esvaziamento dos fluídos, o aluno deve comunicar ao dirigente, “já

passou”, para que o mesmo indique a próxima pessoa ao exercício.

Uma vez concluído o ciclo entre as pessoas da esquerda para a

direita, se o tempo permitir, pode-se repetir o mesmo exercício,

finalizando com uma prece e em seguida acendendo as luzes.

A partir dessa fase, pode-se autorizar que os médiuns que já

trabalham mediunicamente, e estão em fase de reciclagem, dêem

passividade ao seu mentor ou instrutor espiritual do curso, para breves

considerações.


48

P. Por que esse ajuste de sintonia com o mentor?

R. Pelo motivo de que a maioria dos médiuns que trabalham

com energias grosseiras, não terem sido treinados para estabelecer

sintonia vibratória com energias suáveis. Assim sendo, os mentores de

muitos médiuns não conseguem se manifestar.

P. Por que breve palavras?

R. É a forma de verificar se o médium tem algum grau de

animismo prejudicial. Se o dirigente pede breves palavras, como “boa

noite a todos, que Deus esteja com vocês (...)”, e o médium passa a

estender as palavras, é sinal que o espírito já deu a sua participação e

o médium vai dando continuidade por sua conta.

Estando os alunos familiarizados com o exercício em questão,

na semana seguinte, inicia-se a fase terceira: o contato.


49

CADERNO D 3 FASE TERCEIRA – O CONTATO

PREÂMBULO: Em torno do contato, nunca se esquecer da

prece, harmonizando o local e os alunos, para em seguida solicitar que

os instrutores espirituais assumam a tarefa do contato, assim que

solicitado.

Nessa fase terceira, após a solicitação, os operadores espirituais

se aproximam estabelecendo o (contato) via pontos de sensibilidades:

chacras, plexos, podendo abranger o períspirito.

Informação: quando encarnados, temo o períspirito como

intermediário, pois fica entre o espírito e o corpo físico do encarnado.

É importante termos o entendimento que esses exercícios de

contato, têm como meta principal preparar médiuns quanto aos

fenômenos de ordem mediúnica e não de sensibilidade de lucidez,

sem a participação espiritual, sintetizando: realidade presente nos

cinco sentidos da pessoa.

É interessante saber que à medida que exercícios práticos vão

avançando a atuação dos instrutores espirituais vão envolvendo cada

vez mais os pontos de sensibilidade, chegando ao ápice de interagir na


50

totalidade no corpo denso, via períspirito – eis o fenômeno da

mediunidade inconsciente.

P. Qual a necessidade de o médium conhecer tais sensações no

chacra e plexo?

R. Dependendo da ação do espírito sob determinado chacra ou

plexo, o médium sentirá uma momentânea manifestação de sua

mediunidade. O Contato é um dos mecanismos para que o estudante

conheça o princípio da mediunidade agindo em seu organismo.

P. Qual é a situação do médium quando a ação é via plexo?

R. Se observa que esse envolvimento via plexos, dependendo da

intensidade, pode ocasionar no físico do médium verdadeiro tremores,

chegando a repuxar em determinada musculatura do médium – pois a

área do plexo é enervada.

v Espíritos esclarecidos apresentam mais suavidade em sua ação;

v Quanto aos espíritos menos esclarecidos, pode ser percebido que

no início da passividade, gestam de repuxar a musculatura e em

muitas situações, pela característica do médium, refletem na

musculatura da face.

Assim é o meu entendimento quanto aos itens em questão:

Ponto de sensibilidade: com essas palavras quero entender que o

comandante Edgar Armond buscou uma forma simples de selecionar

e identificar pontos sensíveis que atendam as necessidades primárias


51

em torno da mediunidade de incorporação, e que possibilite ao

dirigente compor o Mapa individual de cada aluno.

Lembrando que esses três elementos: chacras, plexos e

períspirito, mesmo sendo individuais estão interligados e completam-

se no fenômeno da mediunidade.

Vejamos:

1. Chacras: são localizados nas energias do corpo etéreo;

2. Plexos: situa-se no físico da pessoa, concentração de nervos;

3. Períspirito: conjunto de energia com pequena dosagem de

cunho material, compondo assim o corpo espiritual.

O médium em plena atividade mediúnica não deve se esquecer

dos três elementos já citados e acrescentar a informação a seguir:

Quando esse conjunto se entrelaça para o exercício, no caso da

manifestação consciente, o corpo espiritual do médium se afasta um

pouco do corpo físico e a entidade se aproxima, transmitindo

telepaticamente o que pensa. Nessa comunicação telepática, o

médium reveste com as suas palavras o desejo do espírito – eis a

mediunidade consciente.

P. Como se deve entender: tomar de surpresa/assalto, o

períspirito do médium?


52

R. Entendemos que quando o médium tem envolvimento

repentino, essa surpresa não deve ser rotina na prática mediúnica.

Caso acidentalmente aconteça é dizer que o espírito comunicante

tomou de assalto o períspirito do médium.

Três exemplos:

v Um mentor repentinamente envolve o médium e pede vibração

urgente a uma panificadora que está sendo planejado que seja

assaltada com possibilidade de morte. Fato ocorrido, em uma

das nossas reuniões mediúnicas. Era um domingo à tarde e

fiquei sabendo que de fato essa panificadora trabalha aos

domingos;

v Um espírito repentinamente se apresenta pedindo socorro, em

desespero diz que policiais o querem matar. Ele não percebe que

já aconteceu e ele já desencarnou;

v Repentinamente o médium é envolvido por um espírito que pede

socorro de urgência, para evitar que determinado homem não

cometa o suicídio, se jogando na ponte do Rio Cuiabá em

Cuiabá-MT.

Tivemos informação que esse homem, foi tomado por mal-estar

e desmaiou, sendo conduzido por pessoas ao Pronto Socorro, não

consumando o suicídio.


53

No meu entender, a grande vantagem desse método das Cinco

Fases, é o estudante oferecer ao dirigente, - de imediato ou não – a

informação do sentir “projeção dos fluídos” nítidos ou ainda não. São

esses sintomas que indicam a existência da mediunidade-tarefa.

Quanto a métodos de desenvolvimento, nem sempre houve tais

cuidados. Os supostos médiuns com responsabilidade de trabalhar

mediunicamente eram colocados sentados na mesa junto de

excelentes médiuns em atividade e nesse convívio, iam ou não

desenvolvendo suas possibilidades mediúnicas.

Pela falta de educação mediúnica, às vezes tornavam-se

médiuns com trejeitos, sendo incompatível com a doutrina, por toda a

sua existência.

Algumas décadas passadas, sem estudos, mas na simplicidade

do amor, surgiram grandes médiuns, os quais ao perceberem tais

responsabilidades passam a aprimorar-se no exercício da reforma

íntima, estudando Kardec e logo mais as obras complementares.

Em nosso grupo, não havendo possibilidades mediúnicas

ostensiva, não há dispensa e sim lugar para atuar em outras

atividades:

1. Atuar na sustentação vibratória no momento da atividade da

reunião mediúnica;


54

2. Fazer o curso de passe e nos ajudar, exercendo a mediunidade

do amor. Lembrando que a mediunidade do amor é aquisição

pessoal;

3. Preparar-se para fazer palestra espírita se assim for o desejo;

4. Organizar-se e estudar o material de apoio fraterno e exercer

esse atendimento aos necessitados;

5. Formar equipe para implantação do Evangelho no Lar;

6. Havendo excesso de estudantes sem a mediunidade ostensiva,

estamos prontos para criar novas frentes de trabalho. Por

exemplo: atendimento vibracional ou atendendo à distância,

conforme exposto nesse nosso trabalho, em páginas anteriores.

Com essa exposição, quero dizer: das ovelhinhas que o pai me

confiou nenhuma será extraviada, por negligência de nossa parte.

A necessidade de estudar o espiritismo está inserida na dinâmica

dos novos tempos. É interessante frisar que o mundo espiritual,

avançando em sabedoria, envolve todo no nosso planeta e

principalmente o espiritismo, responsável pela relação entre o

material e o espiritual.

Nesse curso temos necessidade de formarmos médiuns que

atendam espíritos doentes de toda natureza e dê passividade a

mentores ou espíritos mais elevados.


55

Muitos médiuns de casas espíritas, muito bons no atendimento à

espíritos sofridos e revoltados, têm dificuldade de ser o medianeiro

quando se trata de espiritualidade superior.

Se o dirigente disser: “Dê passividade ao mentor para que o

mesmo faça as considerações finais para o encerramento do trabalho”,

poucos conseguem. Uma das causas é a falta de treinamento na

convivência com esses fluídos superiores, logo a falta de sintonia.

Nem todos os médiuns conseguem externar a mensagem do seu

mentor, mas atendem muito bem os espíritos sofridos e revoltados.

Observação importante: Se nesta fase de contato o médium já

assimilou a presença do instrutor, mas na fase anterior a conclusão

não aconteceu, é que a falha na fase segunda deve ser atribuída a

alguma perturbação, material ou espiritual, como também, pode-se

tratar de embotamento da sensibilidade pela frequência de atividade

mediúnica em trabalhos mediúnicos de fluídos pesados, sobretudo de

terreiro. Tal dificuldade provavelmente desaparecerá após o devido

tratamento através de passes.

Outros dados: Há aqueles que as sentem bem até a terceira fase,

não evoluindo quanto às demais, essa é a indicação que o dirigente

tem em suas mãos pessoas com sensibilidades de efeitos físicos, ou

efeito telepático - seus espíritos são sensíveis e suas mentes capazes

de receptividade para os efeitos físicos à serviço do passe, assim

como efeitos telepáticos, indicador de possibilidades de psicografia

telepática/intuitiva,


56

De tudo que falamos até agora de mediunidade de incorporação

ou intuitiva, surgem duas situações distintas e importantes:

Primeiro: palestrante ou doutrinador, no momento da sua

atividade, deve abrir a sua mente e o seu subconsciente, deixando que

esses pensamentos – via intuição ou inspiração - aflorem e sejam

revestidos com as suas palavras, detalhando-as no momento da

palestra, ou no diálogo doutrinário. É o momento em que ambos,

encarnado e desencarnado, estão imbuídos no processo. Podemos

dizer que é o momento em que a pessoa utiliza o seu lado anímico de

maneira saudável.

Segundo: “Na incorporação o processo é inverso” - fecha-se o

subconsciente, evitando o animismo e deixe somente o espírito

verbalizar.

Voltemos ao enfoque da fase terceira “o contato”, convidando a

todos que utilizem como reflexão as palavras de Emmanuel.

Em qualquer estudo da mediunidade não podemos esquecer que

o pensamento vive na base de todos os fenômenos de sintonia na

esfera da alma.

A vela acesa arroja de si fótons ou força luminosa.

O cérebro exterioriza princípios inteligentes ou energia mental.


57

Na primeira, temos a chama.

No segundo, identificamos a ideia.

E, compreendendo-se no pensamento a primeira estação de

abordagem magnética em nossas relações uns com os outros, seja qual

for a mediunidade de alguém, é na vida íntima que palpita a condução

de todos os recursos psíquicos.

Vejamos:

Observa, pois, os próprios impulsos.

Desejando, sentes.

Sentindo, pensas.

Pensando, realizas.

Realizando, atrais.

Atraindo refletes.

Refletindo, entendes a própria influência, acrescida dos fatores

de indução do grupo com que te afinas. O pensamento é, portanto,

nosso cartão de visita.

Com ele, apresentamo-nos ao pé dos outros, conforme nossos

próprios desejos, a harmonia ou a perturbação, a saúde ou a doença, a

intolerância ou o entendimento, a luz dos construtores do bem ou a

sombra dos carregadores do mal.


58

Do exposto perguntamos aos estudantes: estão dispostos a

iniciar uma nova história, escrevendo diariamente e de forma

saudável as folhas em branco dos diários de suas vidas; oferecendo a

si mesmo o inicio da emancipação espiritual?

Quem não estiver preparado, imbuído dessa prioridade da sua

emancipação espiritual, deve aguardar novo estado psicológico,

preparando-se nos estudos teóricos, para em outro momento assumir

os exercícios e atividades práticas no Desenvolvimento da

Mediunidade.

Nessa fase terceira, é necessário que o estudante vá se

conscientizando da necessidade de ir percebendo e identificando no

dia-a-dia dos afazeres, energias impuras as quais acarretam sérias

perturbações espirituais e orgânicas, que o autocontrole pelo

conhecimento adquirido lhe permitirá defender-se, quer seja quando

diretos, quer seja quando venha de elementos astrais deletérios da

mais variada natureza.

É necessário dizer: quem sublima a sua mediunidade no serviço

do bem, tem ao seu lado espíritos superiores, que o defendem, já

quem não aceita, terá, sempre ao seu lado aqueles que estabelecem

uma ligação perniciosa permanente, o que chamamos de simbiose.


59

3.1 FASE TERCEIRA – MÉTODO PARA CONDUÇÃO DO EXERCÍCIO PRÁTICO

O contato:

O dirigente encarnado, faz a solicitação à espiritualidade

solicitando assistência para o trabalho do contato após a prece – que

pode ser feita por outra pessoa.

Não esquecer que:

Antes do exercício do contato, teremos a repetição das fases 1 e

2. Após concluídas essas fases, deve-se oferecer aos alunos um

pequeno tempo de relaxamento se necessário, mantendo o clima de

harmonia espiritual.

Agora sim, vamos ao exercício da fase três – o contato:

Nos contatos, verificar se os sintomas se deram fora dos pontos

de sensibilidade observados no primeiro dia via projeções dos fluídos

anotados no Mapa.

Como vemos, é um avanço no processo da preparação do

desenvolvimento e identificação diferenciada percebida pelo físico,

comparando com as fases anteriores (1) Projeção dos Fluídos e (2)

Aproximação.


60

Quando digo “fora dos pontos de sensibilidade”, deve-se

entender: ação despendida pelo instrutor espiritual, captado pelo

estudante, oriundo dos chacras, plexos e períspirito. Em nível de

períspirito, seria o mais correto se ocorresse a partir da fase quatro

com as energias manifestando-se em todo corpo físico.

Não havendo essa sensibilidade no curso normal do exercício

três, pode-se solicitar ao instrutor que refaça o procedimento,

aumentando a projeção, até ser sentida – se for o caso.

Havendo disponibilidade de tempo, esse exercício poderá ser

repetido mais que uma vez no dia.

Observação: A presença de médiuns com mediunidade já

desenvolvida, - em reciclagem - colaborando com o grupo, tem duas

razões:

Primeira: Esse método corrige algumas falhas na sua

mediunidade. Também solicitamos a sua cooperação no final dos

estudos da noite, para que o mesmo verbalize aos estudantes algumas

considerações oriundas da espiritualidade, ou socorro a espírito

sofredor para que, após o diálogo, ele tenha condições de ser

conduzido para o tratamento adequado a sua necessidade.

Segunda: Os estudantes vão tendo a oportunidade de perceber o

que representa um atendimento fraterno de ajuda a quem sofre.


61

Um alerta: nessa fase não é aceitável que determinado médium

quando ainda aluno, peça para dar passividade, alegando que

determinado espírito deseja falar.

Por que não?

Pelo fato da finalidade do momento ser outra: de treinamento.

Onde o dirigente tem o seu planejamento dentro desta finalidade. É

uma fase de estudo e não de realidades outras, sendo assim, não

podemos atropelar a ordem das coisas.

Após a fase cinco, com os médiuns já em atividades mediúnicas,

a tarefa do dirigente é inversa, ou seja: agora, o planejamento é

estabelecido pelo mundo espiritual.

Quanto a solicitação acima, o dirigente pode pedir ao espírito

necessitado que deseja falar aguarde o final dos estudos quando outro

médium, já desenvolvido, irá atender o irmão – com autorização da

espiritualidade.

Por que transferir o atendimento do estudante para o médium já

desenvolvido?

Pelo motivo de não ser esse o objetivo do momento, o momento

é de exercício de desenvolvimento e não de prática mediúnica.

Após encerrar os estudos, ter uma conversa de orientação com

todos os alunos.


62

CADERNO E

4 FASE QUARTA – O ENVOLVIMENTO

PREÂMBULO: A quarta fase, do envolvimento, é a preparação

que antecede a incorporação/manifestação.

Antecedendo a atividade concernente ao envolvimento, o grupo

será preparado com a prece, harmonizando o ambiente.

Após preparação, solicitar que os responsáveis espirituais

estejam a postos, para apresentarem-se no momento em que forem

solicitados. Os quais já estão entre nós, pois eles não se atrasam, são

disciplinados e equilibrados, ao contrário de nós outros – os

encarnados.

Como em todas as fases, a preparação vibratória em torno dos

médiuns/alunos passa a merecer maior atenção do dirigente, motivo

das repetições das fases anteriores. 1, 2 e 3.

Ou seja:

1. Percepção dos fluídos;

2. Percepção da aproximação;

3. Percepção, o contato;


63

Se eu tenho algo a pedir é paciência, ante a impaciência dos

médiuns em torno das repetições constantes das fases anteriores.

Essas repetições possivelmente se darão até a fase 05, repercutindo a

favor do médium por toda a sua vida mediúnica, não contando a

satisfação pessoal.

Deve-se recomendar que os médiuns, após o término do curso,

não retornem a costumeira acomodação, para que as faculdades

continuem a evoluir até se tornarem médiuns inspiradores da

confiança do Plano Espiritual. Quem tem mediunidade e abandona a

sua tarefa, sem dúvida retorna a vida espiritual com a falência moral.

Que os médiuns tenham em mente que estando em atividade

mediúnica, estarão beneficiando-se com a presença de espíritos bons e

amigos; já ao abandonar a prática mediúnica, terão em sua volta os

espíritos perturbadores.

É fácil observar que a partir desse exercício do “envolvimento”,

a manifestação na próxima fase de “manifestação/incorporação” será

grandemente facilitada, visto que com mais um pequeno passo, o

desenvolvimento estará satisfatoriamente iniciado, restando ao

médium, a partir daí, o exercício da aceitação constante de espíritos

sofredores e endurecidos, para o diálogo fraterno com dirigente da

reunião.


64

Observação: Esse roteiro estabelecido até aqui, é um roteiro de

disciplina e com frutos não percebidos por vocês. Roteiro esse

estabelecido de acordo com a sensibilidade de cada um, obedecendo à

disciplina da finalidade do momento e sem perceber colaborando sim

com espíritos sofredores através da doação de suas energias - assim eu

penso.

Dependendo da realidade da casa espírita, após um bom tempo

de treino, esses médiuns novatos poderão juntar-se ao grupo de

desobsessão. Lembrando que: antes da conclusão do curso do

Desenvolvimento Mediúnico, todos já concluíram o curso do passe e

estão em atividades no serviço do passe. É a nossa diretriz, afinal

somos uma equipe de trabalho.

Quando eu digo “juntar-se ao grupo de desobsessão”, me refiro

a participar em outro dia, pela necessidade de usar a sala de estudo

para que outros alunos possam iniciar o que vocês estão concluindo.

Naturalmente, tive a necessidade de fazer certas definições, mas

que cada dirigente e sua respectiva Casa Espírita, faça a sua adaptação

ou critérios pessoais.

No envolvimento, que é o objetivo desse momento, o estudante

deve observar a alteração sentida momentaneamente em sua mente e

no seu organismo físico, se está sendo produzindo maior ou menor

inconsciência no transe. Cada momento mediúnico tem a sua


65

característica, e assim sendo, o médium não deve assustar-se em

sentir um estranho estado de distanciamento de si mesmo, uma

sensação de desmaio, ou de um estranho crescimento motivado pela

exteriorização do seu períspirito em relação ao físico.

Lembrando que tal sensação é corriqueira em muitos momentos

para a maioria dos médiuns/estudantes, dependendo da sua

característica mediúnica, principalmente na fase seguinte.

Alunos, a fase a de envolvimento ainda não é o momento de

permitir passividade para o intercâmbio mediúnico. Estamos

chegando lá! Esse é o meu planejamento. Porém, na prática tive

surpresas, pois existe mediunidade e mediunidade: curvei-me à

realidade.

É necessário que o futuro médium entenda que o fluído, nesse

estágio do estudo, tenha a sua ação refletida em lugares diferentes do

seu organismo físico e mental. Sendo assim, é ainda comum no meio

dos médiuns em atividade e a esses eu digo: muitos são médiuns que

quase nada sabem sobre mediunidade e quase tudo ignoram do que se

passa com ele à hora do transe, tanto na sua intimidade, como na

superfície do seu corpo físico.

Médiuns! Conheça o seu corpo e seu psiquismo, não estamos

falando de coisas transcendentais, mas sim na base da patologia e

psicologia humana.


66

Não podemos desprezar que na mediunidade consciente a

dificuldade maior é a seguinte, vejamos:

Está no fato do médium não poder evitar os momentos que suas

idéias e pensamentos se misturam – em maior ou menor intensidade –

com as idéias do espírito comunicante. Esse fato será superado ao

longo da prática mediúnica. Mais adiante, oferecemos mais

informações a respeito disso.

Aos que sentem essa dificuldade e insegurança, eu digo:

Em qualquer situação, o homem que está em busca do

conhecimento pessoal, ou do conhecimento da profissão, ou do

compromisso assumido com a tarefa-mediúnica, sempre vai existir o

primeiro passo, a exemplo da criança.

Em qualquer situação, o primeiro passo sempre é o mais difícil,

mas as grandes realizações nascem sempre no primeiro passo.

Em mediunidade, dar o primeiro passo é não oferecer

descontinuidade ao alegar medo. Devemos ter medo é da falência

moral – chegar ao mundo espiritual e ser informado que teve em seus

ombros tal responsabilidade e que o seu grande erro foi o de ficar

estacionado, movido pelo medo oriundo da vaidade.

No exercício da mediunidade psicofonia-consciente,

principalmente no início, é natural que o médium pergunte a si

mesmo: “o que eu disse, foi algo pertinente aos meus conceitos do

dia-a-dia?”

Se a resposta for não, a preocupação não tem fundamento.


67

Médiuns! Não se pode esquecer que em qualquer manifestação

do fenômeno mediúnico, haverá um pequeno pano de fundo, em todos

os médiuns.

O fato é que mesmo assim, ele foi o medianeiro fiel, (com

algumas nuanças normais) como tradutor daquilo que o espírito

plasmava em sua mente. Facilmente, o médium deve perceber que

nesse caso ele não tinha registro em sua mente de nada do que foi

produzido.

Para que as coisas não se misturem na intimidade do médium é

interessante o seguinte cuidado:

É natural que o médium tenha interesse em ajudar determinada

pessoa, mas que não procure saber detalhes do problema antes da

ajuda espiritual, pelo fato de antecipadamente armazenar em sua

memória o registro da problemática.

Médiuns! Não esqueçam que na Terra, ainda não existe médium

perfeito. Quanto ao animismo, já comentamos anteriormente.

Aos que ficam parados por acomodações ou medo, a esses eu

apresento – Mateus, XXV, 14-30 “Parábola dos talentos, servo inútil”.

“Porque, é assim como um homem que, tendo de partir para

longe, chamou seus servos e lhes entregou os bens que possuía.

A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, de acordo

com a capacidade de cada um, e partiu sem mais demora. Foi-se o


68

que recebera cinco talentos, entrou a negociar com eles e ganhou

outros cincos.

O mesmo fez o que recebera dois e ganhou outros dois. Mas o

que apenas um havia recebido lá se foi com ele, cavou um buraco no

chão, e aí escondeu o dinheiro do senhor. Depois de muito tempo,

voltou o senhor daqueles servos e os chamou a conta.

Veio o que recebera cinco talentos e, apresentando-lhe outros

cinco, disse:

-Senhor tu me entregaste cinco talentos; aqui estão mais cinco

que ganhei.

Respondeu-lhe o seu Senhor:

-Muito bem, servo bom e fiel, fostes fiel em poucas coisas,

estabelecer-te-ei sobre muitas; entra na alegria do teu Senhor.

Veio em seguida o que recebera dois talentos e disse:

-Senhor, tu me entregaste dois talentos; aqui estão mais dois

que com eles ganhei.

Respondeu-lhe o seu Senhor:

-Muito bem, servo bom e fiel, pois que foste fiel em poucas

coisas, estabelecer-te-ei em muitas; entra na alegria do teu Senhor.

Veio por fim o que só um talento recebera e disse:

-Senhor, sei que é um homem severo, que ceifas onde não

semeaste e colhes onde não espalhaste. Temendo-te, fui-me e escondi

na terra o teu talento; aqui tens o que te pertence.

Seu senhor respondeu:


69

-Servo mal e preguiçoso, pois que sabias que ceifo onde não

semeei, que colho onde não espalhei, devias ter entregado o meu

dinheiro aos banqueiros e assim, à minha volta, eu receberia o que é

meu com juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao um que tem dez.

Porque ao que tem se dará e terá em abundância; e àquele que não

tem será tirado até o que pareça ter”.

Pouco entendimento existe em torno dessa parábola,

principalmente quando é dito: “Porque o que tem se dará e terá em

abundância; e àquele que não tem será tirado até o que pareça ter”.

Vamos facilitar o entendimento com o seguinte exemplo:

v Chico Xavier tinha muitos talentos em sua mediunidade e

muitos outros foram dados;

v O médium com um só talento que não trabalhar, até esse talento

será retirado.

o Ao primeiro acrescenta trabalho, progresso, amizade,

esperança e gratidão;

o Ao segundo, cultura e experiência;

o Ao terceiro, devolve intacto. Em vista do ocorrido, o

senhor ordena que se tire o conhecimento espírita;

Se o criador houve por bem ofertar-nos a luz do conhecimento

espírita, não podemos ocultá-lo com o receio de represálias e

dissabores.


70

O espírito X, no livro “Estante da Vida”, psicografado por F.C.

Xavier, interpreta a parábola nos seguintes termos:

Ao primeiro, o senhor dera dinheiro, poder, conforto,

habilidade e prestígio;

Ao segundo, inteligência e autoridade;

Ao terceiro, o conhecimento espírita.

Nessa fase do envolvimento, algum estudante poderá sentir de

forma muito acentuada o envolvimento do seu instrutor ou mentor,

não precisando necessariamente ser o de recebimento obrigatório de

Espíritos, por ser apenas um simples processo de detalhamento do

transe, para efeito de autocontrole mediúnico.

É a fase/momento de verificar a facilidade de sensibilidade do

estudante. Eu em particular dou oportunidade para que o estudante ou

estudantes, um por vez, iniciando a minha esquerda, venham a

estreitar a sintonia com o seu mentor ou instrutor, desaguando na fase

da manifestação com breves palavras de saudação.

Exemplo: boa noite, fiquem com Deus.

Quanto a passividade acima autorizada, eu a uso como hábil

ferramenta de identificação do animismo ao perceber que estão

excedendo no tempo e nos objetivos do momento, assim como, não

mais com o mesmo brilho inicial, naturalmente estamos diante de um

processo anímico a ser corrigido, principalmente em quem está

iniciando na mediunidade.


71

Como tenho feito desde a fase terceira, dou oportunidade ao

médium já desenvolvido que esteja estudando esse método com o

grupo, que a critério do dirigente espiritual, possa atender espíritos

sofredores e tenha a liberdade de verbalizar uma mensagem ao grupo

ou somente autorizar o encerramento do estudo.

Em todos os exercícios tenho comentado que são oportunidades

para que os médiuns-estudantes passem a identificar e selecionar para

si a característica fluídica desse ou daquele mentor no decorrer da sua

vida mediúnica. Assim, logo mais as características fluídicas dos

espíritos doentes. Eis a base da segurança mediúnica; conhecer quem

está próximo ou a comunicar-se.

Quanto ao dirigente que ele também tenha em vista o seguinte:

v No desenvolvimento primário, haverá médiuns sensíveis a

algumas fases e não sensíveis a outras, o que demonstra que a

sensibilidade mediúnica nem sempre é uniforme ou foi

embotada parcialmente por falta de desenvolvimento adequado

e harmonioso, motivado pelo próprio médium.

No envolvimento, o instrutor espiritual, procurará envolver

primeiramente a mente do médium, envolvendo em seguida – caso

possível – todo o períspirito, graduando sua ação segundo as

necessidades, diante do grau de afinidade fluídica que existir entre

ambos.


72

Como já dissemos, com um pequeno empurrão o aluno estará

vivenciando a manifestação e a comunicação – que são as mesmas

coisas.

Que os estudantes entendam que até agora, nada tem e terá de

desconhecido, mas que exige que o estudante repasse as fases já

conhecidas, como um elemento facilitador do exercício em questão -

o envolvimento.

Explicar aos médiuns que quanto mais intenso e integral for o

envolvimento, maior será o grau de inconsciência do transe, já nos

casos de incorporação simplesmente telepática parcial, o

envolvimento não passará do cérebro.

A falta de conhecimento doutrinário e o descaso pela reforma

íntima, são fatores que abrem portas bem amplas às influências

perniciosas, dificultando a filtragem da transmissão do espiritual para

o material. Como um espelho sujo que não reflete com fidelidade o

que lhe é projetado.

Essas entidades inferiores vão aos poucos envolvendo suas

vítimas, terminando muitas vezes por franca dominação, utilizando as

nossas próprias deficiências morais, jogando lenha onde já existe

fagulha.

Vejamos um dos exemplos mais simples:


73

-Eu trabalho demais, meu Deus a minha vida é uma loucura!!!

Um simples pensamento negativo como “o amor pelo meu

esposo, ou esposa, sinto que já passou, acabou!” ou “As pessoas não

gostam de mim!” ou “as pessoas só querem me orientar, mas como

sou vaidoso, entendo que elas só sabem interferir, essa interferência

entendo como criticas”.

Essa pessoa esquece que não são criticas e sim exposições de

experiências transadas e assim sendo nunca na sua intimidade dirão:

“preciso refletir em torno desse momento”.

Pensamentos como “Eu nasci somente para sofrer, como sofro

meu Deus!!!” ou “Errando dessa forma eu serei mandado embora do

emprego, meu Deus!!!”

A maioria das pessoas não conhece o que vocês estão

conhecendo nesse momento: caso determinada idéia torne-se

persistente, quando dizemos “eu não quero pensar, mas tal

pensamento não me sai da mente”.

Diga a si mesmo: eis o sinal vermelho, eis o alerta urgentíssimo,

eis a falta de vigilância, eis a aproximação espiritual prejudicial. O

remédio é passe, passe e passe e vigilância nos pensamentos.

Não pense que quem emite vibrações perniciosas, mesmo

silenciosamente, não alcança o outro, e que a energia emitida não

retorna ao emitente. É um perigo quando um dos conjugues venha a


74

pensar: “O melhor seria a separação”, eis a ideia negativa a agigantar-

se, sendo explorada pelos espíritos inferiores.

E como fica a situação de quem esta sendo traído?

Pobre homem pobre mulher, como nada fica escondido durante

o sono, principalmente no caso de uma traição, o espírito da pessoa

traída vai tomando conhecimento, e conseqüentemente perdendo o

seu equilíbrio psicológico, não consegue encontrar motivo que

justifique o seu desespero interior.

Lembrando que é melhor ser o sofredor do que o responsável

pelo sofrimento. Em qualquer situação lembrar quando Jesus disse:

“Orai e vigiai para não cair em tentação”.

Haverá quem diga: mas eu faço o Evangelho no Lar.

De fato, tem o costume de fazer o Evangelho em sua casa, mas

não aprendeu a incorporar os ensinamentos cristão em seu coração, no

seu mundo íntimo e fora da sua casa.

E agora José?

I. Sempre: orar e vigiar;

II. Buscar auxílio da Casa Espírita;

III. Reforma íntima, buscando conhecer a si mesmo e vencer

as dificuldades morais com altivez de sentimentos nobres.

IV. Perdoar para ser perdoado.

Do acima exposto, não posso deixar de registrar os exemplos de

quem venceu tais imperfeições:


75

Aristotelino Alves Praeiro, o conhecido Tenente Praeiro.

Fundador da Federação Espírita do Estado de Mato Grosso.

Homens assim, semeiam um rastro luminoso para os que

buscam o conhecer e vencer a si mesmo.

Divaldo Pereira Franco, agraciado com a cidadania mato-

grossense dirigiu-se aos presentes e olhando para o Tenente Praeiro

disse:

-Foi o desbravador altruísta, que padeceu o ridículo, a chacota, a

chalaça, a zombaria, mas não esfriou no ideal. Colocou em sua luta

constante o marco de uma nova era em nome do Cristo, que está

acima de todas as religiões, porque é o amor não amado e não pode

conter em lugar nenhum, porque ele é o continente e não o conteúdo.

Desejo repartir essas honrarias com a personalidade singular do

nosso querido Tenente Praeiro, este homem bom, doce e suave, cuja

presença é um atestado de Cristianismo entre nós.

Uns parênteses: Quero registrar o que escutei de um espírito,

amigo que conviveu conosco:

-Praeiro continua sendo a voz que acalma.

Praeiro sofreu alguma perseguição por ser líder espírita?

Ele mesmo deu resposta a essa pergunta falando assim:

“Felizmente nunca me senti ferido ou magoado com o menosprezo

das pessoas que, por desconhecerem o Espiritismo, nos colocassem à

margem, como pessoa anormal e nociva à sociedade.


76

Devido ao preconceito religioso, nas cidades antigas, onde

predominava o catolicismo nas décadas passadas, sempre sentia o

afastamento das pessoas com relação à minha família, mas sempre por

outro, lado as flores recebidas eram mais abundantes” (...) não me

considero o pioneiro, mas um simples voluntário que se incorporou ao

Exército de Jesus, com o desejo de auxiliar os semelhantes.

Encontrei a água cristalina do amor e matei a minha sede, a

partir daí, alimentei o desejo de que todos bebessem e fossem todos

felizes”.

Prof. Doralice: como a senhora definiria o seu pai?

Papai era uma pessoa paciente, tranqüila, reservada, jamais o

ouvimos falar alto, embravecido, porém era enérgico. Acho que a

única vez que vi tristeza nele foi no final da carreira militar. Mas ele

logo se recompôs, pois entregava tudo nas mãos de Deus. A vida do

Praeiro não cabe nesse espaço. Talvez no Livro da sua vida

“Peregrino da Terra do Pantanal”.

Médiuns! Antes de Médiuns, tornem-se Cristão a serviço do

Cristo. Motivo de introduzir nesse estudo mediúnico, material que os

ajude a incorporar sensibilidade moral no seu, no nosso mundo

íntimo.

Quando falo em sensibilidade moral, não podemos desejar ser

entendidos por amigos e familiares que navegam em outra faixa

vibratória.


77

Não basta adquirir o intelecto sem a razão do sentimento. Nós

somos a semelhança do avião que para o vôo ser satisfatório tem duas

asas, quanto a nós – uma asa para armazenar a inteligência e a outra

para armazenar o sentimento da razão, não o personalismo doente.

Voltando a falar da fase quatro - o envolvimento -, normalmente

se realiza, em dois sentidos:

o A graduação desses fluidos concernentes ao

envolvimento é responsabilidade dos instrutores

espirituais. Eles emitem vibrações ou radiações sob a

mente do médium, para facilitar a recepção telepática

consciente, envolvimento semi-inconsciente ou

recepção parcial. Essa preparação será finalizada na

próxima fase (5);

o Ou diretamente sobre os órgãos da sensibilidade

perispiritual onde a ação é por meio de fluidos

magnéticos. Não esquecer que essas graduações em

questão são destinadas ao treinamento do

Desenvolvimento Mediúnico e sendo assim, as suas

ações são via instrutores espirituais, não devendo,

pois, estabelecer relação alguma com as nossas

atividades mediúnicas de atendimento aos

sofredores.


78

O Estado do médium no fenômeno mediúnico de

semiconsciência, não deixa de ser uma incorporação parcial.

Havendo entre o médium e o espírito comunicante a

indispensável afinidade fluídica, o comunicante entra em contato com

o períspirito do médium e, por intermédio deste, atua sobre o corpo

físico, tomando controle dos órgãos vocais, o que já não acontece nos

processos de mediunidade consciente/lucidez.

Se o estado do médium no fenômeno mediúnico for de

inconsciência, o espírito necessita de outros procedimentos.

Procedimentos refletidos no médium:

v Turbamento mental e bloqueio momentâneo das zonas mais

profundas do consciente ou do subconsciente: reduzindo a

interferência do médium via desligamento dos centros de

volição.

Volição: ato pelo qual a vontade se determina a alguma coisa.

Volitar, o mesmo que esvoaçar, com esvaecimento, adormecimento

para em seguida transferir para os centros da sensibilidade, as

vibrações adequadas as alterações orgânicas funcionais

indispensáveis.

4.1 FASE QUARTA – MÉTODO PARA CONDUÇÃO DO EXERCICIO PRÁTICO

O envolvimento:


79

Primeiramente não esquecer, da prece de harmonização.

O processo de treinamento da fase do envolvimento (fase 4)

será mais demorado e mais dificultoso para os instrutores espirituais

pela necessidade de graduar o envolvimento segundo as

possibilidades do médium-aluno.

Vamos nos concentrar no aperfeiçoamento da fase (4) - o

envolvimento. Após alguns exercícios, o dirigente tem mais facilidade

em perceber se alguns médiuns já estão com o pé no processo

mediúnico de incorporação (fase 5).

Foi o que ocorreu com um deles, quando a espiritualidade

comentou que ele estava preparado, para em alguns momentos, na

parte final dos estudos, junto com os médiuns já desenvolvidos,

atender espíritos necessitados de ajuda.

Por razões compreensíveis, as palavras finais de encerramento

da atividade do dia têm ficado com os médiuns já desenvolvidos que

possuem mais experiência. A não ser que tenhamos surpresas

agradáveis, com novatos, portadores de bagagem prévia do mundo

espiritual.

Qual o motivo de utilizarmos o tempo disponível após os

estudos para atender espíritos doentes?

Assim procedendo, estamos oferecendo aos alunos o

entendimento dessa realidade de ajuda aos doentes, que será iniciado


80

na próxima fase (5), até o final da sua existência terrena – se assim ele

desejar.

Primeiro procedimento:

Somente iniciar o exercício da fase (4) após repetições das fases

1, 2 e 3.

Tais repetições consistem em:

• Fase 01 - Percepção dos fluídos: familiarizar-se cada

vez mais com os Pontos de Sensibilidade já conhecidos

pelo estudante. Projetados pelos instrutores espirituais;

• Fase 02 – Aproximação: a palavra por si só já define.

Essa fase não implica em ação do espírito em plexos,

chacras ou períspirito do estudante. O instrutor apenas

aproximou-se e nenhuma ação foi oferecida ao aluno.

Em outras palavras: aproximou-se apenas para fazer ser

sentido.

• Fase 03 - O Contato: nos contatos, serão verificados

pelos alunos se as projeções fluídicas foram por meio

dos chacras ou plexos (Pontos de Sensibilidade) e

dentro da normalidade, alcançando o períspirito.


81

Não estamos enfatizando situações em que o períspirito seja

tomado de surpresa. Caso aconteça acidentalmente, diremos:

aconteceu pela falta de sintonia com os instrutores espirituais, mas

não deve acontecer na fase de desenvolvimento mediúnico. Mesmo

sento através de médiuns experimentados. Deve haver disciplina,

entendendo que o objetivo do momento é outro.

Segundo procedimento:

Após executado os exercícios 1, 2 e 3, oferecer um pequeno

tempo de relaxamento se necessário, mantendo o ambiente em

permanente segurança vibratória.

Fase 04 – O Envolvimento:

Havendo o descanso, a luz deverá continuar apagada, mantendo-

se o equilíbrio vibratório e o dirigente reiniciará o exercício,

solicitando a presença dos instrutores para a condução da fase 4 – o

“envolvimento”

Esta fase não é de recebimento, por ser apenas um simples

processo de detalhamento do transe.

Encerrar a reunião com prece de agradecimento aos instrutores

espirituais e acender as luzes.

Depois conceder um pequeno descanso aos estudantes, fazendo

uma careação entre os médiuns quanto às alterações que se deram na


82

mente e no organismo físico, produzindo maior ou menos sensação de

inconsciência.

Caso alguém pergunte:

P. Eu senti uma pequena inconsciência, como entender tal

fenômeno?

R. O instrutor espiritual procura primeiramente envolver a

mente do médium, em seguida, todo o períspirito, conforme grau de

afinidade fluídica que existir entre ambos.

P. Eu senti maior inconsciência, como posso entender?

R. Explicar que o momento é de ajuste de sintonia, refletindo

no organismo físico do médium, para tornar-se realidade na próxima

fase (05).

Médiuns: quanto mais intenso e integral for o envolvimento,

maior será o grau de inconsciência no transe. Diferente no caso de

incorporação consciente/telepática ou parcial, onde o envolvimento

não passará do cérebro.

Diante do exposto, não se deve ficar assustado se sentir como

entrando num estado de distanciamento de si mesmo, uma sensação

de desmaio.

Tal sensação indica que o médium está entrando no processo de

desdobramento. Não confundir com sensação de vidência a distância

= clarividência.


83

P. Eu não sinto tal alteração na mente e no físico?

R. Se nessa fase nada for sentido, ou sentidas apenas nas fases

iniciais, o dirigente poderá afirmar que não existe mediunidade tarefa

de incorporação.

Entretanto, o aluno deve permanecer nos estudos aguardando a

segunda etapa. Nada acontecendo, permaneça no trabalho do passe e

outras atividades da casa. Jamais se desvinculando da Seara espírita.


84


85

CADERNO F

5 FASE QUINTA – A MANIFESTAÇÃO/COMUNICAÇÃO DOSSIÊ DE INFORMAÇÕES Essa parte contém um dossiê de informações antecedendo a

parte prática manifestação/comunicação. Nesse dossiê, expresso o

meu desejo: que nenhum dos alunos venha a dizer “afastei-me da

prática mediúnica pela falta de informações”.

PREÂMBULO: Estamos caminhando para a conclusão do

processo de desenvolvimento mediúnico e nada mais justo do que

uma prece de agradecimento pela atenção dos instrutores espirituais,

aqui envolvidos, e que nós, no silêncio da prece possamos cooperar.

ORAÇÃO DO MÉDIUM FIEL:

Prece ditada pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda.

“Senhor da Vida!

Fazei de mim instrumento da vossa misericórdia, a fim de que

eu possa contribuir em favor da sociedade na qual me movimento,

oferecendo os recursos espirituais que estejam ao meu alcance.

Iluminai a minha consciência e guiai os meus sentimentos de

forma que me possa transformar em ponte espiritual para que os

irmãos desencarnados em sofrimento, por meu intermédio, recebam

os esclarecimentos necessários à sua libertação.


86

Concedei-me a bênção da misericórdia e da compaixão, para

que a sublime luz da caridade se esparsa do meu amor, beneficiando

os corações amargurados e os espíritos que se encontram em

desalinho, nas trevas invisíveis da revolta e do desespero.

Favorecei-me com o discernimento para melhor compreender e

atender os compromissos que por mim se encontram firmados desde

antes do berço, não me desviando, em momento algum, dos deveres

de elevação e de paz.

Amparai-me a fragilidade moral, fornecendo-me energias

benéficas, portadoras de ternura e de carinho, a fim de poder superar

as provas do caminho, tomado de agradecimento por tudo e sem

resíduo ou mágoas de qualquer natureza.

Ajudai-me, na difícil escalada evolutiva em face das amarras

vigorosas que me atam à retaguarda, de onde me ressumam os

problemas não resolvidos.

Alçai-me aos paramos da imarcescível luz que necessito,

vencendo as sombras teimosas que me ameaçam o avanço.

Auxiliai-me na docilidade, dando-me coragem para exercer

bondade, concedendo-me nobreza para melhor compreender,

ensejando-me clareza na aceitação das ocorrências e favorecendo-me

com a couraça da fé para não desanimar nem temer.

Propicia-me, sabedoria para distinguir o que devo fazer daquilo

que não me é lícito, realizar. De modo a evitar no futuro conflitos

desnecessários ou impedimento injustificável.


87

Vós que sois a Vida, tende misericórdia do vosso fâmulo, que se

encontra disposto a servir, mas teme equivocar-se, repetindo os

calamitosos delitos do passado.

(...) Facultaste-me a oportunidade de trabalhar na

mediunidade, porque, através do olvido de mim mesmo, dos

interesses mesquinhos a que me apego, possa deixar-me diminuir as

imposições do ego enfermo, para facultar a outros espíritos a

oportunidade de reabilitação e de reconstrução do mundo íntimo,

crescendo no rumo da sociedade feliz do amanhã.

Honrado pelo tesouro da mediunidade, favorecei-me com a

simplicidade interior, com a abnegação necessária e o entusiasmo

sem alarde, na obra do amor a que dais continuidade através dos

tempos.

Reconhecendo-me portador de debilidade no que se refere às

forças morais para tão grave realização, qual é o ministério de amor

e de luz, em vós busco os recursos de sustentação e as diretrizes de

segurança para seguir com devotamento e humildade até o fim.

Senhor da Vida!

Ponho-me sob a vossa proteção, deixando que se faça em mim

segundo a vossa vontade, e não a minha própria.”

(...) Mediunidade é faculdade da alma, que se reveste de células

no corpo, a fim de permitir a decodificação da onda do pensamento

procedente de outra dimensão, para torná-la entendimento objetivo.


88

Todos somos instrumentos das forças com as quais estamos em

sintonia. Todos somos médiuns, dentro do campo mental que nos é

próprio, associando-nos às energias edificantes, se o nosso

pensamento flui na direção da vida superior, ou das forças

perturbadoras e deprimentes, se ainda nos escravizamos às sombras

da vida primitiva ou torturada.

(...) A mediunidade é problema dos mais sugestivos na

atualidade do mundo. Aproxima-se o homem terreno da era do

Espírito, sob a luz da Religião Cósmica do Amor e da sabedoria e,

decerto, precisa cooperação, a fim de que as lhe habite o

entendimento.

(...) Mediunidade = O médium é improdutivo se intensificar a

movimentação da energia sem disciplinar os seus impulsos, jamais

esquecer que sois o espelho que não pode ser sepultar na lama, pois

assim sendo não reflete o esplendor do sol. Mediunidade por si só não

basta.

P. Gostaríamos de maior esclarecimento quanto ao mandado

mediúnico.

R. Para tal resposta, transcrevo na íntegra as informações

contidas no Livro “Nos Domínios da Mediunidade”:

“(...) Apresento-lhes agora nossa irmã Celina, devotada

companheira de nosso ministério espiritual. Já atravessou meio

século de existência física, conquistando significativas vitórias em


89

suas batalhas morais. Viúva há quase vinte anos, dedicou-se aos

filhos, com admirável denodo, varando estradas espinhosas e dias

escuros de renúncia. Suportou de forma heroica o assédio de

compacta legiões de ignorância e miséria que rodeavam o esposo,

com quem se consorciara em tarefa de sacrifício.

Conheceu de perto a perseguição de gênios infernais, e não se

rendeu. Lutando por muitos anos para atender de modo

irrepreensível às obrigações que o mundo lhe assinalava, acrisolou

as faculdades medianímicas, aperfeiçoando-as nas chamadas do

sofrimento moral, como se aprimoram as peças de ferro sob a ação

do fogo e da bigorna. Ela não é simples instrumento de fenômenos

psíquicos.

É abnegada servidora na construção de valores do espírito. A

clarividência e a clariaudiência, a incorporação sonambúlica e o

desdobramento da personalidade são estados em que ingressa, na

mesma espontaneidade com que respira, guardando noção de suas

responsabilidades e representando, por isso, valiosa colaboradora de

nossas realizações... Realmente ao lado da irmã sob nossa vista,

fruímos deliciosas sensações de paz e reconforto.”

Esse item tem a finalidade de acrescentar entendimentos outros

que se fazem necessário devido ao desprezo em nossos dias, de Casas

Espíritas que não socorrem a pessoa portadora de mediunidade que já

manifesta incorporação espontânea. Quando socorrem, ficam no

limite do passe e longos anos de estudo.


90

Mas como estudar se a sua mente está em desequilíbrio? Estudar

incorporação? Esse médium já tem em sua intimidade a mediunidade

natural.

P. Nesse caso, como a casa espírita deve proceder?

R. Oferecendo apoio imediato, oferecendo socorro via passe e

desobsessão através do grupo mediúnico. Após ter recebido os

primeiros socorros, dentro de uma avaliação, poderá assistir a reunião

mediúnica sentada fora da mesa, sem incorporação. Lembrando que

cada caso é um caso. Agora com a pessoa um tanto mais equilibrada,

pode-se proporcionar os estudos para o desenvolvimento mediúnico e

simultaneamente os estudos atinentes.

P. Por que assistir algumas reuniões mediúnica dentro das

possibilidades?

R. Observo na prática que dizer a alguém que tem que trabalhar

mediunicamente é sinônimo de pavor. O que é isso meu Deus!

Tivemos uma senhora que recebia passe em sua casa espírita por mais

de dez anos, com mediunidade aflorada e pavor quanto a exercer a

mediunidade. Após assistir algumas reuniões mediúnicas conosco,

perdeu o medo e tornou-se médium de incorporação.

Casas espíritas, devemos ter, o máximo de cuidado, mas

entender que cada caso é um caso. Muito portadores de mediunidade

que nos batem a porta, trazem conhecimento sob incorporação que


91

desconhecemos. A mediunidade em nossos dias é uma verdadeira

epidemia.

Se não bastasse, os orgulhosos da doutrina, afirmam

deselegantemente, aos médiuns perturbados: O médium é dono da sua

mediunidade.

Sim, é verdade, da mesma forma que somos o comandante do

nosso corpo físico, quando estamos com saúde. E sem saúde o que

somos?

Ah!, se Chico Xavier retornasse entre nós com santa

mediunidade, ele iria por muitos anos ficar sentado nos bancos de

estudo. Pasmem! Eles não percebem que muitos desses médiuns

viajores do tempo trazem muita bagagem e se não bastasse, muito

estudo feito antes de se reencarnar.

Como desprezam a contribuição da mediunidade, ou seja: a

diversidade do sexto sentido inerente ao ser humano.

Para melhor elucidação do acima, busquemos nas palavras de

Jesus, quando anunciou: O Consolador Prometido - descrito pelo

apóstolo João, 14:15 a 17 e 26.

“Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu Rogarei ao

Pai e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique

eternamente convosco: O Espírito de Verdade que o mundo não pode

receber, porque não vê absolutamente o não conhece. Mas quanto a

vós, (espíritas) conhecê-lo-eis porque ficará convosco e estará em

vós.


92

Porém, o Consolador que é o santo Espírito que meu Pai

enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará

recordar tudo o que vos tenho dito” – acrescento: que ficaram no

esquecimento.

Assim sendo, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do

Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o

homem saiba de onde ele vem, para onde ele vai e porquê está na

Terra.

Instruções dos Espíritos:

“Venho como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos

a verdade e dissipar as trevas - entre os dois planos. Escutai-me. O

Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar

aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade”.

P. Do acima exposto, podemos definir que sem o interesse e

aproveitamento da mediunidade, as Casas Espíritas que não investem

na lapidação do mecanismo da mediunidade não estão cumprindo

com a razão maior, ou seja: facilitar o Cristianismo de Jesus na sua

relação entre o céu e a Terra?

R. Sim. Estou afirmando, e tenho como base na mediunidade

que nos informa: tirai a mediunidade do espiritismo e ele (o

espiritismo) desaparece.


93

Nada mais restando do que os pontos de vista e limites do

homem para o próprio homem. Criando nada mais que uma nova

teologia, materialista.

“Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos,

este o segundo. No cristianismo encontram-se todas as verdades”; e

o espiritismo é o cristianismo redivivo. São de origem humana os

erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgais o

nada, vozes vos clamam. – O Espírito da Verdade, Paris, 1.860.

Pasmem! Como não acolher imediatamente os portadores –

principalmente – de mediunidade ostensiva? Educando-os com obras

básicas e complementares, tão desprezadas em muitas casas espíritas.

Deixem de colocar essa dádiva a serviço de Jesus. Se assim não for, a

Casa Espírita não estará cumprindo com o seu dever.

Um esclarecimento: Muitas informações foram transferidas de

outros cadernos para esse caderno, pela necessidade de entendimento

– motivo das repetições.

Os exercícios a serem feitos na primeira etapa dessa quinta fase

são os abaixo mencionados:

v Incorporação-consciente-telepática;

v Incorporação semi-cosciente;

v Incorporação-inconsciente;

v Incorporação-parcial, inspiração e intuição.


94

Não estranhem não incluir nessa etapa primeira que se finda,

outros fenômenos mediúnicos a serem abordados na segunda etapa:

a. Psicografia-mecânica;

b. Psicografia semi-mecânica;

c. Psicografia-inconsciente;

d. Psicografia-consciente telepática;

e. Psicografia auditiva;

f. Psicometria;

g. Vidência/clarividência;

h. Audição.

5.1 FASE QUINTA – PREÂMBULO

Retornemos a primeira etapa da quinta fase

(comunicação/manifestação).

Esta quinta fase só deverá ser efetivada após treinamento

intenso das quatro fases anteriores.

É nesse período que após autorização, a

manifestação/comunicação se faz mais presente nas interferências do

subconsciente do médium e suas emoções naturais.

Por favor médiuns, não se castrem, o início da caminhada é

assim mesmo, não aceitem o fantasma do medo, pois não será nessa

existência que alcançarão a perfeição. Busquemos a perfeição

relativa.


95

Quanto aos médiuns que expressam passividade com relativa

desenvoltura, também realizarão estes exercícios práticos da primeira

e da segunda etapa para não se enferrujarem.

Existindo mediunidade ostensiva, todos podem externar a

manifestação. Como sempre, iniciando pelo lado esquerdo do

dirigente, utilizando mais ou menos o mesmo tempo – falando rápidas

palavras. Eis a disciplina que obriga o médium a esperar a sua vez,

não aceitando a manifestação antes de hora mesmo sentindo o

envolvimento.

Acreditamos não termos dificuldades na conclusão da quinta

fase (incorporação=manifestação), uma vez que todos estão

envolvidos fluidicamente pela fase quatro.

Na aplicação deste processo de desenvolvimento mediúnico, os

maiores óbices a transpor de início são os que vêm da incompreensão

do próprio médium em relação ao valor do método, seus resultados e

a paciência que devem demonstrar, sujeitando-se as suas monótonas

repetições.

Porém, após concluída a quinta e última fase, estaremos então a

colher os frutos.

Vamos a algumas outras particularidades em torno de

mediunidade e médium.

É desnecessário dizer que desde o início, o médium deve

eliminar os vícios, como o fumo, o álcool, alimentação excessiva

carnívora e sexualismo exagerado, principalmente nos dias de reunião


96

mediúnica. A disciplina só será conseguida quando se assume o

desejo da reforma íntima.

Os conhecimentos adquiridos até aqui, facilitaram aos médiuns

– novatos ou não – penetrar com mais facilidade nos detalhes do

transe mediúnico, inclusive de correções nos defeitos, hábitos antigos,

assim como contribuir para melhorar o transe e autocontrole

mediúnico.

Aos estudantes, fica fácil perceber que no desenvolvimento

primário, ao levar os médiuns através das quatro primeiras fases, a

passagem da quarta fase (envolvimento) para a quinta fase

(incorporação/ manifestação) será grandemente facilitada – desde que

eles realmente possuam mediunidade em condições de

desenvolvimento – podendo-se mesmo observar naquele ponto que,

com mais um pequeno passo, o desenvolvimento estará

satisfatoriamente iniciado, restando ao médium, a partir daí, o

exercício constante em grupo de doutrinação de sofredores,

conduzindo-os ao aprimoramento de suas faculdades.

O exercício da mediunidade somente deve ser exercida na sua

Casa Espírita.

O dirigente do trabalho também deve ter em vista o seguinte:

No desenvolvimento primário, haverá médiuns sensíveis a

algumas fases e não sensíveis a outras, o que demonstra que a

sensibilidade mediúnica nem sempre é uniforme ou foi embotada

parcialmente por falta de desenvolvimento adequado e harmonioso.


97

Os choques pesados provocados no organismo do médium que

não exercita esse convívio mediúnico com o seu mentor, a exemplo

dos que desenvolvem o mediunismo via Umbanda, podemos

comparar com o lavrador no contato com ferramentas pesadas a ter

seu tato embotado.

É comum os médiuns reagirem bem à última fase ou às duas

últimas, falhando, entretanto em relação às anteriores, o que provém

da falta de educação em nível de sintonia.

Os médiuns não devem se sentirem diminuídos com a falta de

sensibilidade às diferentes etapas do transe ou por não receberem

manifestação alguma, pois isso é natural aos que começam, e, com o

tempo e a repetição dos exercícios, as falhas desaparecerão – desde

que haja realmente mediunidade a desenvolver.

Havendo o entendimento prévio entre os dois planos e eficiência

de sintonia, o processo dará sempre bom resultado.

Todos – novatos ou não – independente de qual for a

característica mediúnica, devem submeter-se ao crivo das cinco fases

para desenvolver e aprimorar a sensibilidade. Assim como todos

devem participar da segunda etapa.

Com esse método, colocamos o médium muito a vontade e

seguro de si mesmo quanto à presença do Espírito comunicante, sua

aproximação, seus contatos e envolvimentos, visando a incorporação

parcial ou total.


98

Mas, quanto à comunicação, em si mesma, haverá a mesma

segurança?

Infelizmente não. O ponto crucial do problema e sua maior

dificuldade está no fato do médium não poder evitar, desde logo, que

suas ideias e pensamentos se misturem, em maior ou menor extensão,

com as ideias e pensamentos do Espírito comunicante.

Repetindo o que dissemos em páginas anteriores: O médium

deve evitar que pessoas necessitadas comentem detalhes do seu

problema e sim dizer apenas que está precisando de ajuda. Esse

cuidado livra o médium da necessidade de questionar-se na

transmissão telepática (mediunidade consciente) “será que essa idéia é

minha? Ou coloquei algo, fruto da informação anteriormente

recebida? Será que não ofereci livre trânsito do que vem diretamente

do espírito?”

Eis o que já dissemos: nessa situação mediúnica, o dever do

médium é fechar a sua mente, oferecendo livre trânsito do que vem

diretamente do espírito.

Devemos sempre estar fixados no seguinte entendimento, nessa

relação médium e espírito comunicante:

Ø Espírito: estação transmissora;

Ø Médium: estação receptora.


99

Com esses cuidados, aos poucos o médium irá desenvolvendo a

afinidade vibratória entre ele e o Espírito, formando uma barreira que

impedirá a entrada na mente do médium de elementos estranhos,

venham eles de fora ou do subconsciente do médium e ao mesmo

tempo permite ao Espírito comunicante, boa margem de segurança

para realizar a sua tarefa de instrutor.

Eis novamente a repetição de informação, para atender esse

momento.

Nas comunicações telepáticas simples = intuição, inspiração

parcial de menor responsabilidade como por exemplo: palestras

doutrinárias, doutrinação de sofredores, comunicações escritas etc. é

vantagem para o Espírito comunicante a cooperação mais pessoal da

mente do médium, oferecendo ao espírito a abertura mental para que

ele – o médium – complete as ideias recebidas, detalhando-as e

desenvolvendo nos limites convenientes. Aqui o processo é o de abrir

a mente.

Exemplo 01: Como se vê, em determinado momento deve-se

fechar a interferência da mente, mantendo-a limpa para receber e

transmitir com autenticidade o que vem do outro lado.

Exemplo 02: Em outro momento deve-se abrir a mente para o

espírito, em uma recíproca cooperação entre os dois planos.


100

Para facilitar o entendimento e sua preparação quanto às

dificuldades do processo do desenvolvimento mediúnico, Edgard

Armond idealizou um processo simples, mas inédito, que é o

seguinte:

Mesmo que o exercício seja da quinta fase, manifestação, deve-

se levar os médiuns da fase primeira até a quarta fase (o

envolvimento), paralisando o processo nesta etapa, onde todos devem

ficar em completo silêncio a fim de descansar se necessário.

Aguardando então a ordem para avançar em direção a

manifestação.

Após confirmação, anunciar que todos vão avançar para a quinta

fase da manifestação, nesse momento devem se concentrar -

concentração não é retenção emocional e sim leveza - deixando assim

a manifestação a critério dos dirigentes espirituais, explicando porém,

que a manifestação não é de tempo livre e que os espíritos

comunicantes se limitarão a uma saudação rápida, em duas ou três

palavras, por exemplo: Graças a Deus, Paz a todos, Deus abençoe, ou

outra expressão saudável, com o médium encerrando a manifestação.

Deve-se esclarecer que aquilo que eles poderiam dizer em uma

comunicação livre, não teria para o caso nenhuma importância,

porque o que visa no momento é o exercício da disciplina, aceitando a

manifestação, mas encerrando-a, ou seja: esse médium tornando-se o

comandante da sua mediunidade. Enfim adquirindo educação

mediúnica.


101

Essa disciplina que adotamos é útil para quem está iniciando o

exercício da mediunidade e para que não aconteça – sobretudo com

médiuns que em diversas casas espíritas já recebiam comunicações –

que até mesmo a simples aproximação de qualquer entidade, faça com

que o médium, por conta própria, desencadeia a comunicação, que

neste caso, como é fácil de compreender, vem toda do subconsciente

em uma reação em cadeia. É bom observarmos que falamos de

simples aproximação.

Importante: Chegamos ao momento em que cada médium, está

habilitado a caminhar com os seus passos iniciais, assumindo a sua

característica mediúnica “Carisma da Mediunidade”, concernente ao

fenômeno de incorporação, onde cada um, tem o seu valor e a sua

responsabilidade.

Parabéns! Parabéns! - utilizem o dom da mediunidade como

ferramenta de trabalho na caridade. Mediunidade do amor, essa é

conquista pessoal.

Eis, o momento dos médiuns de incorporação, habilitados na

etapa primeira, juntarem-se na atividade mediúnica com os demais

médiuns que trabalhavam no final dos estudos práticos.

Se alguma coisa posso pedir ao responsável pela sua equipe é

que não tome este estudo ao pé da letra, como se aqui esteja uma

norma. Não pensem que não tive que me adaptar a situações que se

apresentam!


102

Exemplo: havendo falta de sala, pode-se estabelecer um sábado

sim, outro não, atividade da primeira etapa e da mesma forma um

sábado sim outro não, para as atividades da segunda etapa, com a

participação de todos os elementos do grupo – eis a integração para o

aprendizado.

Agora depende de vocês, do incorporar nas suas intimidades do

dossiê de informações, lembrando que médiuns sem sentimento é

como um instrumento musical desafinado no contexto de uma

orquestra/transcendental.

GENERALIDADES QUANTO AO ANIMISMO

Pode acontecer que no final de uma mensagem, quando não há

mais participação do espírito – que ao terminar a sua mensagem,

afasta-se – o subconsciente do médium dê continuidade à mensagem,

sem o brilho e conteúdo – essa é a dica que não pode passar

despercebida pelo dirigente.

É sabido que a própria consciência, quando alterada – seja

levemente ou muito – no decorrer de um transe mediúnico, dificulta

que o médium perceba se está exercendo o animismo ou não, assim

como o grau desse animismo.

Embora seja difícil perceber incialmente, ao intelectualizar-se,

estudar e armazenar em seu psiquismo os conhecimentos adquiridos,

sem dúvida estará oferecendo treinamento ao seu espírito para que

facilite o fenômeno da mediunidade, pois ele saberá como proceder.


103

Ø É muito importante que o médium tenha humildade caso seja

informado que está se excedendo através animismo.

Não tome ao pé da letra o que vamos acrescentar em torno do

animismo, pois são colocações com a finalidade de reflexão:

O dirigente de uma reunião mediúnica pode estranhar, mas não

deve considerar animismo a maneira que determinado espírito inicia e

encerra suas comunicações – sempre do mesmo modo.

Pois da mesma forma há professores que abrem e encerram suas

aulas sempre de determinada maneira, usando sistematicamente as

mesmas frases, o desencarnado continua a ser o homem que foi – o

qual poderá mudar ou não a sua maneira de agir e pensar.

Como exemplo, cito a forma que determinado espírito e médico

muito conhecido em nosso estado Mato Grosso, desencarnado há bom

tempo, tornou-se conhecido no grupo do qual pertencia por

apresentar-se sempre dessa maneira: “Estou mais uma vez trazendo

pedrinhas do mundo espiritual, contribuindo na construção da

muralha, dessa obra”.

É muito comum taxarem de animismo ou mesmo mistificação

uma comunicação, podendo alegar que o médium emprega palavras e

termos pessoais que constantemente usa e, às vezes, de forma

sistemática e invariável.

Mas já dissemos que as palavras, o modo de coordená-las e o

estilo do médium quando em atividade mediúnica, naturalmente


104

devem ser seus mesmos; não há nada de estranhar. O médium

consciente tem o dever de revestir os pensamentos do espírito com as

suas palavras, até pelo fato do fenômeno ser telepático.

Até aqui eu devo ter essa aceitação, mas quando se percebe que

o espírito encerrou a sua participação e o médium continua falando –

mesmo que seja com sabedoria – o fenômeno é de animismo.

O dirigente sente que a qualidade e tom a voz passa a ser

diferente. Não diremos que é algo prejudicial, mas é definitivamente

algo a ser corrigido no médium, pois em geral ele não percebe que sua

participação final foi anímica, mas cria uma situação constrangedora

no grupo.

P. Como o médium pode vencer o animismo?

R. Estudando o fenômeno da mediunidade, conhecendo o seu

psiquismo e seus conflitos psicológicos. Quando se estuda, estamos

transferindo ao nosso espírito a forma dele se comportar nesses

momentos.

Outra coisa que criticam é quando o médium comete erros ao

pronunciar determinada palavra ou concordância verbal e etc. Isso

tudo é muito natural, porque nem todos os médiuns são cultos.

Além disso, no caso da mediunidade consciente-telepática, que é

quando o médium está em plena consciência – fenômeno de lucidez –

como ele vai conseguir com fidelidade transmitir o que o espírito


105

projeta em seus pensamentos? Nesse caso, quem fala é o médium e

não o Espírito.

Já no fenômeno de inconsciência, é o espírito que fala. Não

vamos tomar ao pé da letra o entendimento “é o espírito que fala”.

Pois nos dizeres acima surge à necessidade de uma pergunta:

P. Se somente as ideias são dos espíritos e não as palavras,

como entender quando o médium fala no linguajar africano ou se

expressa de forma mesclada - português com nagô, ou em outra

língua?

R. É fácil, os amigos devem ter percebido que essa resposta foi

respondida em parte quando me referi ao fenômeno de lucidez, que

nem sempre é tão consciente em certos momentos, pois nessa nossa

experiência, o médium pode ter tido uma existência na África,

portanto, por ter sido africana, no momento da aproximação do

desencarnado africano, abriu-se uma janela psíquica e o miasma

linguístico do passado aflorou. Como vemos, o espírito projetou

apenas idéia.

Ø Não estou falando do atavismo dos médiuns de terreiro.

Os guias/mentores não se preocupam em eliminar o animismo

dos seus médiuns, pois o que importa é que estes progridam

espiritualmente.

Como os médiuns devem caminhar com os seus próprios pés e

progredir sempre, os guias estão sempre a lhes oferecer oportunidades


106

de produzir coisas próprias e mostrar o que valem. Se o pai fizer as

lições da escola aos filhos, esses dificilmente irão aprender.

Por isso, os médiuns devem se esforçar constantemente em

melhorar seu padrão de conhecimento, sua cultura doutrinária e

qualidades morais, para que o que produzam mereça o endosso dos

mentores espirituais.

Na fase de treinamento da mediunidade, na incerteza das

impressões telepáticas – idéias e pensamentos – o estudante pode

pedir confirmação e se, mesmo assim permanecer em dúvida, pode

recorrer ao espírito comunicante, o qual pode dar outras confirmações

além das ondas telepáticas que são as normalmente utilizadas nas

comunicações, essa nova confirmação pode ser por meio de descargas

fluídicas para atestar a sua presença.

Percebendo a descarga, o médium pode ter certeza de que o que

recebeu é do espírito e não de seu próprio subconsciente, porque o

médium não tem possibilidades de projetar para si mesmo essas

descargas fluídicas.

Nessa fase, o aluno está se dirigindo ao instrutor buscando

segurança no período de aprendizado. É necessário entender que esse

deve ser de uso do aluno na fase do aprimoramento da mediunidade e

não nos trabalhos práticos, quando atendendo sofredores. Até porque,

não deve funcionar, pois no trabalho prático, são em maioria espíritos

sofredores que não tem lealdade nem conhecimento desse processo.


107

P. O médium, ao sentir fluído suave e desejando ditar palavras

bonitas, mas sentindo insegurança, pode utilizar as instruções acima

comentadas?

R. Sim, até porque o fluído projetado pelos espíritos funciona

como mecanismo de identificação. Eis a prudência que deve

acompanhar o médium na fase de desenvolvimento e no decorrer da

sua atividade mediúnica.

Em qualquer situação, o médium não deve acomodar-se,

lembrando que: o fluído é a Carteira de Identidade pela qual os

espíritos, querendo ou não, são identificados.

É pela natureza dos fluídos sentidos que o médium pode

identificar a presença de energias boas ou más do mundo invisível.

Essa identificação será a ferramenta de defesa quando os fluídos

forem perniciosos.

Ø Os maus fluídos afetam o plexo-vago – localizado na região do

estômago.

Ø Os fluídos bons são sentidos no plexo do coração, trazem

sensação de bem-estar, suavidade e leveza.

Quanto mais esclarecido for a pessoa, mais facilmente observará

as imperfeições que possui, dando-se conta de que necessita ampliar o

esforço a fim de as superar.


108

A relação com os espíritos com frequência equilibrada faculta a

percepção da lei dos fluidos, mediante a qual torna-se factível a

identificação dos comunicantes, em decorrência das sensações e das

emoções experimentadas.

Cada comunicante é portador de vibrações especiais, assim

como ocorre na Terra, caracterizando-se cada qual por determinados

hábitos e mesmo pelos seus condicionamentos.

Nessa fase final do curso de desenvolvimento mediúnico

manifestação/comunicação, o médium deve dar trânsito livre ao que

vem diretamente do espírito e fechando a mente para o animismo -

filtrando mais cuidadosamente o que vem da mente e do espírito, para

separar uma coisa da outra.

Uma coisa é o universo psíquico do Espírito desencarnado;

Outra coisa é o universo psíquico da alma encanada.

Mas como evitar o animismo?

Estabelecendo uma sintonia satisfatória entre a mente do

médium e mente do Espírito, sendo que o médium deve manter a sua

mente limpa e livre, o máximo possível, para receber o que vem do

espírito.


109

Relembrando o que foi dito:

o Espírito: estação transmissora;

o Médium: estação receptora.

As repetições de algumas informações têm como finalidade,

atender necessidades de conhecimento pertinente a outros momentos.

Para facilitar o entendimento: o médium, ao se conhecer, saberá

diferenciar e sentir que determinado pensamento não é seu e que

aquele mundo de emoções e realidades não tem nenhuma relação com

o seu mundo íntimo no seu cotidiano. Portanto, deve ser do espírito –

não esquecer que estamos falando de mediunidade consciente.

Ocioso será dizer que desde logo se deve recomendar aos

médiuns a eliminação dos vícios, bem como dos hábitos tão

deprimentes como o de bater o pé e as mãos e fazer gestos dramáticos

no decorrer da atividade mediúnica. Pode acontecer, mas, devemos

frear – situação um pouco mais difícil para o médium em

desdobramento.

Usei o termo “devemos frear”, mas que nem sempre poderemos

levar ao pé da letra.

Vejamos um caso atípico:

Chico Xavier, em determinada reunião de amigos, permitiu que

um preto velho saudoso da sua filha Aninha, o levantasse da cadeira e

de joelhos beijasse as mãos das pessoas ali presentes solicitando ajuda


110

para encontrar a sua querida filha. Um espírito iluminado apresentou-

se e convidou o pai saudoso a ir até onde sua filha estava.

Com esse exemplo de Chico, devemos perceber o quanto temos

que aprender: ele não freou, mas foi o comandante.

Para alcançar esse desiderato do saber eu digo: leiam, leiam e

aproveitem todo o tempo disponível para a leitura doutrinária, pois

quando o mundo lhe aposentar como se aposenta um animal após

puxar por longos anos a carroça e o tempo encurtando-se, aja como

compensação o inventário espiritual registrando: Ele se instruiu,

aproveitando as restritas horas de folga, não malbaratou o tempo.

Concernente ao animismo, de forma não exata e sim

simplificada, acrescentamos mais um entendimento:

O que você expressou no momento da passividade, pode

facilmente ter tido influência em relação a acontecimentos do seu dia-

a-dia.

Observem a particularidade interessante de um caso de

animismo:

Naquele dia, o médium com sensibilidade muito introspectiva,

silenciosamente escutou uma música que o levou a um grau de

nostalgia, saudade inexplicável. Chega o fim do dia e ele vai à sua

reunião mediúnica.

Pode acontecer do espírito do médium, ao desdobrar-se, reviver

momentos do seu passado, arquivado no inconsciente. Chegando a


111

noite, estando cheio de saudade, verbaliza diante do grupo mediúnico

o que está na intimidade da sua alma.

Assim acontecendo, qual deve ser o comportamento do

dirigente, se com muita intuição souber identificar animismo?

Atender da mesma forma que se atende as necessidades de um

desencarnado.

Afinal, o médium não deixa de ser um espírito só por estar

encarnado. Porém, uma disciplina infeliz que for imposta, uma

palavra em falso, um processo hipnótico ao espírito encarnado, é

muito prejudicial.

Se não bastasse, o médium não tem noção de quem está se

comunicando, pois todos nós somos viajores do tempo em constantes

reencontros conosco mesmo, sem perceber.

A solução é sempre a mesma: estudando e preparando-se aos

poucos, o estudante da mediunidade irá formando uma barreira que

impedirá a entrada em sua mente de elementos estranhos, oriundos do

subconsciente e, ao mesmo tempo, permitindo ao Espírito

comunicante boa margem de liberdade na sua manifestação, sem

interferir na comunicação.

Existem animismos e animismos.


112

P. O animismo é um mal?

R. Como resposta, digo não! Porém, merece atenção e ajuda do

dirigente e do grupo, assim eu penso, principalmente quando tal

bloqueio vem de longa data.

Um bom trabalho de regressão, – quando do exercício

mediúnico – muito bem planejado e alicerçado em algumas

particularidades do momento da manifestação anímica, pode

cuidadosamente ir desbloqueando certos condicionamentos psíquicos,

colocando-os no seu devido lugar.

Tarefa a ser desenvolvida e conduzida via espiritualidade, com

ajuda do dirigente quanto ao diálogo, com a finalidade de desbloquear

o psiquismo de ideias fixas, alojadas no inconsciente. Ver livro:

“Muitos Mestres e Muitas Vidas”, de um psicólogo americano, não

espírita.

P. Quando o animismo é um bem?

R. É só pensar que sem o animismo que representa o psiquismo,

não teríamos a mediunidade. É nesse momento que

psiquismo/animismo se fundem. Nunca esquecer que o fator principal

do animismo está na intimidade psicológica do médium. Portanto, que

ele examine o seu procedimento psicológico no decorrer do seu dia-a-

dia na vida comum, aí terá o entendimento. Não estou falando de

processo existencial.

Um exemplo simples:


113

Em uma roda de pessoas, só ele quer falar, quer sempre ser o

primeiro a falar! Estende-se muito no falar! Quem não deixa o outro

falar, atropela o desencarnado da mesma forma que atropela o

encarnado.

Nas demonstrações de animismo perseverante, podemos dizer

ao médium:

Armazenar em seu psiquismo o estudo e treinamento, até tornar-

se um atleta do Cristo, conseqüentemente comandante da sua

mediunidade. Quem coloca coisas sadias em sua mente, vai

eliminando os lixos mentais.

Animismo – Revista Espírita junho 2.014:

André Luiz (...) “o conjunto dos fenômenos psíquicos

produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente do médium

em ação.

O médium inclinado ao animismo é um vaso defeituoso que

pode ser consertado e restituído ao serviço se receber o devido

auxílio na Casa Espírita, e, de acordo com esclarecimentos do

espírito Áulus, trata-se de uma pessoa que deve ser tratada com a

mesma atenção que ministramos aos sofredores que se comunicam.

É também um espírito imortal, solicitando-nos concurso e

entendimento para que se lhe restabeleça a harmonia.

Importa considerar, porém, que a participação do médium nas

mensagens mediúnicas é fato natural, até desejável nos casos de

descontrole produzido por certos desencarnados, condição que


114

poderia tumultuar a reunião ou tentar contra a seriedade.” No meu

entendimento: nesse caso o médium que é inclinado ao animismo,

quebra as inverdades que o espírito rebelde deseja dizer.

A questão do chamado médium anímico, propriamente dito é

bem diversa do simples controle usualmente presente nos ditados

mediúnicos. Orientadores e dirigentes encarnados, devem manter-se

atentos ao acentuado grau de interferência do médium nas idéias

transmitidas pelos espíritos, especialmente quando o signatário da

mensagem é uma entidade venerável. O médium é considerado

anímico sempre que extrapolar os limites do que é em geral,

razoavelmente esperado, devido à escassa afinidade estabelecida com

o Espírito comunicante.

Não é demais destacar que essa afinidade é fundamental na

adequada transmissão e recepção da mensagem mediúnica (...) porque

se não houver afinidades entre eles, médium e espírito, pode alterar as

respostas e assimilá-las às suas próprias idéias e inclinações. Porém

não, exerce influência sobre os Espíritos comunicantes, autores das

respostas, é apenas um mau intérprete.

Perante tal panorama, a pergunta que se faz é exatamente a

mesma que Allan Kardec sabiamente dirigiu aos orientadores da

Codificação, e que consta em “O Livro dos Médiuns”:

Como distinguir se o Espírito que responde é do médium ou outro?


115

Eis a resposta transmitida que deve merecer apurada reflexão

dos estudiosos espíritas:

Pela natureza das comunicações. Estudai as circunstâncias e a

linguagem e distinguireis. (...) É por isso que vos digo: estudai e

observai.

Mais adiante na mesma obra, um dos orientadores da falange do

Espírito de Verdade, enfatiza: ainda mais uma vez repito: (...) Estudai

longamente e meditai.

Outra característica do médium anímico é que, em geral, não se

detectam erros ou desvios doutrinários significativos em sua produção

mediúnica, uma vez que ele – o médium – possui embasamento

doutrinário espírita. Mas, se nos dispusermos pacientemente a analisar

a construção frasal, o teor das idéias, o grau de moralidade e as

características pessoais, entre outros critérios, da entidade que assina a

mensagem, é possível perceber a marcante influência anímica.

O fundamental é o médium aceitar com humildade, quando

informado que está se excedendo no animismo.

Companheiros! Há muito ainda que se aprender, principalmente

quando já entendemos que sem o coração, a filosofia e a ciência

espírita incorporada na nossa intimidade tudo ficará na periferia do

nosso ser. Os mais novatos entendem que já sabem tudo.

O yoga é um poderoso coadjuvante do médium-espírita, pelo

fato de organizar os fragmentos mentais.


116

ANIMISMO x MISTIFICAÇÃO

Animismo é diferente de espíritos mistificadores/mentirosos,

por serem diferentes surgem duas situações:

Primeira: Identificar o animismo e informar ao médium não é

fácil para o dirigente, mesmo quando a comunicação seja em

particular.

Segunda: Identificar o espírito mistificador/mentiroso é mais

fácil, pelo fato acontecer de forma muito clara, em geral, no exato

momento da reunião mediúnica, e nesse mesmo momento, o dirigente

deve aplicar a disciplina.

Nada de melindre do médium, o mesmo deve entender que

quem está mentindo é o espírito e não o médium.

Nos dois casos, dar ciência ao médium, acarreta a mesma

densidade de melindres?

Naturalmente, ele fica triste em sentir que esteve equivocado no

primeiro caso e no segundo por permitir que fosse enganado.

“Permitir ser enganado” deságua na seguinte realidade: O médium

ainda não consegue identificar a verdade mental do espírito.

Espírito mentiroso/mistificador: na expressão máxima diremos

que é o espírito do médium que se deixa enganar.

Uma pergunta: em relação ao espírito mentiroso o dirigente

deve dar solução de imediato ou não?


117

Sim e não. Dependendo da situação, eu costumo conforme a

realidade, adotar a seguinte prudência:

Ir para casa e pedir à espiritualidade que tudo se resolva na

próxima reunião com segurança, sem atrito e sem melindres. O

sucesso acontece quando o doutrinador na próxima reunião tem a

confirmação da sua suspeita.

Quando eu disse sim e não, vejam o motivo:

Imagine um dirigente orgulhoso querendo aproveitar o momento

para desmascarar o espírito pelo fato dele dizer que é Jesus, e o

espírito não está mentindo - o seu nome de fato é Jesus da Silva, nome

de batismo.

No caso da mistificação, retiramos a informação dessa mesma

revista o Reformador junho 2.014.

Definindo a mistificação: é uma informação bem diferente da

anterior. Mistificar é fazer alguém crer em uma mentira ou em algo

falso, abusando de sua credulidade: enganar; ludibriar; iludir.

Representa um dos escolhos mais desagradável da prática mediúnica,

pois reporta à imperfeição moral do médium e/ou do Espírito

comunicante.

A mistificação na prática mediúnica resulta da estreita sintonia

estabelecida entre o comunicante espiritual e o médium que, por

assimilarem: interesses, gostos e inclinações comuns, passam a viver


118

em regime de mútua convivência. Nestas condições, agem quase

sempre em conjunto, apresentando teorias absurdas, miscigenadas

com ensinamentos corretos. Inescrupulosos, não vacilam em pôr na

boca de Espíritos sérios e respeitados informações que não resistem a

uma breve análise.

Vemos, assim, que toda mistificação tem como base

imperfeições espirituais significativas (orgulho, vaidade, egoísmo,

prepotência, preconceito etc.) e comportamento viciosos, fatores

determinantes que conduzem os encarnados e desencarnados, a sérios

desajustes psíquicos e mentais, ao longo do tempo.

A astúcia dos espíritos mistificadores, algumas vezes chega a

ultrapassar tudo o que se possa imaginar.

A arte com que apontam suas baterias e combinam os meios de

persuasão, seria uma coisa curiosa se eles nunca passassem dos

simples gracejos; porém, as mistificações podem ter consequências

desagradáveis para os que não tomem precauções. Entre os meios que

esses Espíritos empregam, devem colocar-se na primeira linha, como

os mais frequentes, os que têm por fim tentar a cobiça (...).

Devem, além disso, considerar-se suspeitas, logo à primeira

vista, as predições com época determinada, assim como todas as

indicações precisas, relativas a interesses materiais (...) Que ninguém

jamais se deixe deslumbrar pelos nomes que os Espíritos tomam para

dar aparência de verdade à suas palavras; que desconfie das teorias e


119

sistemas científicos ousados e, enfim, de tudo o que se afaste do

objetivo moral das manifestações.

Os médiuns mistificadores em estado de obsessão apresentam

maior perturbação psíquica, mental e psicológica. Devem ser

afastados das reuniões mediúnicas e, igualmente, auxiliados.

Médiuns anímicos, mistificadores e obsedados são mais comuns

do que se supõe à primeira vista e no caso das psicografias de

mensagem apócrifa e suspeita.

DOSSIÊ DE INFORMAÇÕES

Incluo nesse dossiê de informações, conceito-moral, o desejo de

alcançar a intimidade dos médiuns, pois médium sem sentimento é

como um instrumento musical desafinado no contexto de uma

orquestra, e no caso: orquestra transcendental.

Senhores médiuns, tenho me angustiado sim, por presenciar

médiuns do nosso grupo, com mediunidade promissora, desistirem do

compromisso assumido. Faltou a mediunidade do amor a servir na

tarefa do Cristo.

Ouçam as palavras daquele que esteve com o Cristo -

Emmanuel:

P. Qual seria a verdadeira definição de mediunidade?


120

R. A mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda a

carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador,

atualmente em curso na Terra.

(...) A missão mediúnica, se tem os seus percalços e as suas lutas

dolorosas, é uma das mais belas oportunidades de progresso e de

redenção concedida por Deus aos seus filhos.

(...) Sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do

Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição

moral da criatura terrena, enriquecendo todos os valores no capítulo

da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos

princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo.

(Emanuel, O consolador).

(...) Médium seja o sal na Terra movido pelos seus sacrifícios

cristãos e adoça tua alma na realização do amor, esforçando-te pela

tua melhora pessoal sem te fazeres fiscal.

(...) Ser médium não é simplesmente fazer-se veículo de

fenômeno que transcendem a alheia compreensão.

(...) Médium, não exija severas disciplinas para com você

mesmo, assim como com os que caminham junto de ti.

(...) Médium, chegastes, ao corpo físico, não obstante apoiado

pela excelsa mercê, para um empreendimento de elevação pessoal, e

saíras dele com as aquisições que adquirirás.


121

(...) Na faculdade mediúnica está a possibilidade de servir,

compreendendo-se que semelhante faculdade é característica de todas

as criaturas. Acontece, porém, que o homem espera habitualmente

pelas entidades protetoras em horas de prova e sofrimento, para

arremessar-se ao estudo e ao trabalho quase sempre com extremas

dificuldades de aproveitamento das lições que o visitam, quando o

nosso dever mais simples é o de seguir, em paz, ao encontro da

Espiritualidade Superior, movimentando a nossa própria iniciativa, no

terreno firme do bem.

(...) Tarefa mediúnica no fundo, é a consagração do trabalhador

ao ministério do bem.

(...) Ser medianeiro das forças elevadas que governam a vida é

sintonizar-se com a onda renovadora do Evangelho, que instituiu o

“amemo-nos uns aos outros” qual Jesus se dedicou a nós, em todos os

dias da vida - (Emmanuel.

(...) Médium quer dizer intérprete, intermediário, medianeiro. É

dar utilidade à prova nessa vida, transformando-nos em socorro e

bênção para os demais, é ser médium do Eterno Bem, sob a inspiração

de Jesus Cristo, privilégio que cada um de nós pode usufruir,

conquistar. (Emmanuel)

P. É justo considerarmos todos os homens médiuns?

R. Todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais

variadas posições evolutivas, e esse atributo do Espírito representa


122

ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro,

quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas

verão alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos

(mediunidade é a presença do sexto sentidos).

Como podemos entender quando se afirma que todos somos

médiuns - não estou falando de mediunidade ostensiva.

Vejamos: Estou saindo de casa para ir em primeiro lugar ao

banco tal e depois a tal compromisso.

Nesse percurso, determinado desencarnado palpiteiro, sopra no

ouvido dizendo: é melhor deixar o banco por último. Eis o efeito

mediúnico em determinado grau telepático, quando a aceitação da

sugestão ou não é de cunho pessoal.

Assim como existem homens palpiteiros, existem também os

palpiteiros desencarnados, a serviço de cartomantes.

Do assunto acima exposto, transcrevo na íntegra o registro do

espírito André Luiz, extraído do livro “Nos Domínios da

Mediunidade”:

E na grande romagem, todos somos instrumentos das forças com

as quais estamos em sintonia. Todos somos médiuns, dentro do

campo mental que nos é próprio, associando-nos às energias

edificantes, se o nosso pensamento flui na direção da vida superior, ou

das forças perturbadoras e deprimentes, se ainda nos escravizamos às

sombras da vida primitiva torturada. Cada médium com a sua mente,


123

assim sendo, a mediunidade é problema dos mais sugestivos na

atualidade do mundo. Aproxima-se o homem terreno da Era do

Espírito, sob a luz da Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria e,

decerto, precisa de cooperação, a fim de que se lhe habilite o

entendimento.

Cada criatura, com os sentimentos que lhe caracterizam a vida

íntima emite raios (energias) específicos e vive na onda espiritual com

que se identifica.

Assim exposto fica fácil dizermos: Sem noção de

responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo

(da ciência e filosofia espírita) e sem esforço perseverante em nossa

própria lapidação moral, é impraticável a peregrinação libertadora

para os cimos da vida. Cada mente com os seus raios, personalizando

observações e interpretações.

Sintetizando:

O futuro pertence ao Espírito! Estando encarnados ou não,

querendo ou não, somos espíritos.

E meditando no amanhã da coletividade terrestre, André Luiz

organizou o livro “Nos Domínios da Mediunidade”, compreendendo a

importância, cada vez maior, no intercâmbio espiritual entre as

criaturas.

O socorro espírita prossegue e Jesus é sempre o modelo em

todas as situações. Quem sentir o alcance do que vamos transcrever,


124

saberá entender que a Doutrina Espírita é o Consolador Prometido por

Jesus, inserido na Bíblia.

O médium, em sua atividade fraterna, oferece ao espírito doente

o socorro terapêutico. Nesse choque anímico, o espírito transfere ao

médium, pesada carga de fluídos deletérios que o dominam e

infelicitam, enquanto se renovam por aqueles exteriorizados pelo

sensitivo, beneficiando-se de imediato. E porque o médium pode

eliminar essas energias enfermiças com facilidade, através da

sudorese de outros mecanismos orgânicos.

O médium na tarefa do amor trabalho, nunca estabelece limite.

(...) Aquela pessoa apresentava a área genética dominada por

verdadeiros vibriões criados pela dissolução moral. O médico

desencarnado aproximou-se do doente encarnado e fixando-lhe o

centro genésico, no qual se hospedavam duas entidades deformadas,

pôs-se a aplicar uma energia especial em movimento anti-horário,

como se estivesse desparafusando o tentáculo de cada uma delas que

se fixavam, especificamente, nas gônadas “Glândulas reprodutora,

ou ovário”.

Aprofundando os conhecimentos:

(...) nosso irmão Anacleto vem sendo vítima da própria incúria,

por não ter resistido aos impulsos submetidos a sua fé espiritual, mas

não superados. Com a viuvez e a solidão, para as quais não estava


125

preparado, abriu espaço para os devaneios mentais (...) passa então

a ser assediado por sectários do rabino Elizchim bem Sadoc. Ele

próprio, desde que foi desmascarado em encontro passado com os

mensageiros do senhor, prometeu lutar contra os cristãos novos – os

espíritas, casas espíritas.

(...) Anacleto procurou várias instituições dedicadas à prática e

à vivencia do Espiritismo, elegendo esta em razão do seu elevado

programa cristão e sua vinculação ao Pobrezinho de Assis (...) os

passes de libertação de fluídos maléficos e portadores de benefícios

foram aplicados em clima de legítima solidariedade.

Assim procediam os cristãos primitivos, nas catacumbas, nos

recintos humildes em que reuniam, evocando a proteção de Jesus.

Logo que o infeliz Eliachin tome conhecimento do

restabelecimento físico, mental e moral de Anacleto, levantará com as

suas hostes maléficas para investir contra, massivamente, todos que

aqui mourejam, e especialmente aquele que lhe concedeu abertura

emocional. (...) Como sucedera em outras ocasiões de lutas entre as

forças do Cristo e os perversos adversários da luz, verdadeira tropa

de assalto armava o cerco, numa tentativa de isolar o recinto físico

da Casa Espírita, impedindo auxílio que viessem de fora. (...) a

batalha final foi a do amor, com Dr. Bezerra a frente, apagando as

labaredas do ódio.


126

Eis o grande desafio. Sem qualquer dúvida, a fim de que o

mundo se transforme, é necessário que haja modificações do ser

humano para melhor, por ser a celula-máter da sociedade.

Enquanto mantiver a enfermidade espiritual resultante do atraso

evolutivo, nenhuma força externa conseguirá alterar a marcha do

planeta enquanto os seus habitantes se recusarem à transformação

interior.

Os momentos que vivemos são de esforço auto-iluminativo,

graças às revelações que descem à Terra com maior frequência e às

informações seguras em torno do processo de mudança, oferecendo a

visão do futuro que a todos nos espera.

Cada um deve preparar-se para acompanhar a marcha do

progresso, integrando a legião dos construtores do novo período da

humanidade.

Meus prezados amigos: sejamos um soldado raso a servir essa

legião dos construtores. O que necessitamos sim é dar o primeiro

passo.

Entre os espíritas, no momento, deve ser maior a contribuição

renovadora, porque estão informados das ocorrências imposta pela lei,

que já não podem ser postergadas. Anunciado por Jesus, esse período

de transição, tanto como referendado pelo Apocalipse, narrado por

João Evangelista e os profetas que se manifestaram a esse respeito ao

longo da história, chega o momento de cumprir-se os divinos


127

desígnios que reserva para a Terra generosa o destino regenerador,

sem as marcas do sofrimento na sua feição punitiva e desesperadora.

As forças do mal, porém, teimam em manter o quadro atual de

desolação, ao lado dos abusos de toda ordem, porque pretendem

continuar explorando psiquicamente os incautos que se lhes vinculam

através dos hábitos doentios em que se comprazem na ilusão material.

Médiuns ousam!

A mediunidade a serviço de Jesus tem sido instrumento precioso

para que as informações seguras em torno da vida e da imortalidade.

Pasmem! Como tem espíritas que desprezam as obras que vem

complementando, jamais alterando a base que sempre será a de

Kardec. Despertem os que dormem ou negam-se a entender o

fenômeno da grande mudança, devendo ser arrastada pela força do

exílio que já esta ocorrendo, conduzindo-os a outra dimensão

inelutável para aprender a respeitar as leis soberanas.

A esses eu pergunto: os livros psicografados por Chico, Divaldo

e muitos outros, oriundos dos espíritos espíritas, foram engodos?

Perda de tempo?


128

Recado aos médiuns:

I. Médium irritado.................... torna a mediunidade azeda;

II. Médium preguiçoso.................. torna a mediunidade inútil;

III. Médium mentiroso..................torna a mediunidade doente;

IV. Médium vaidoso.....................torna a mediunidade impura;

V. Médium dedicado................ torna a mediunidade um canal

ininterrupto;

VI. Médium sincero ..................torna a mediunidade cristalina;

VII. Médium humilde..................torna a mediunidade grandiosa.

Existem médiuns e mediunidade:

A segunda é sempre neutra aguardando a ação moral do

medianeiro para transformá-la num instrumento de socorro e trabalho

ou num instrumento de sofrimento.

Meus amigos médiuns: a mediunidade com o Cristo pode ser a

sua “tabua de salvação”. Agarre-se a ela e agradeça a Deus a

oportunidade de servir aos dois planos da vida.

No exercício da mediunidade, não seja um robô programado

para “receber” espíritos. Em primeiro lugar seja o médium do amor.

Entregue-se de “corpo e alma”, sinta prazer em ser médium, sinta

prazer em dar passividade a um irmão que sofre, receba-o como se

fosse um ente querido necessitado dos seus préstimos.


129

Jesus é o médico de nossas almas; Médium! Seja o enfermeiro;

Ame a mediunidade! Apresente-se sempre bem-disposto e alegre para

os momentos do intercâmbio.

Se a mediunidade é um peso em seus ombros, se a exerce por

obrigação, é melhor repensar se vale a pena ser médium nessas

condições. Mas, lembro-o: em qualquer opção a mediunidade estará

impregnada em suas entranhas espiritual.

O enfrentamento com as trevas. Eis a ajuda que a espiritualidade

necessita de cada um de nós.

Tenho dito que o mundo espiritual é dinâmico, e por ser

dinâmico, não despreza as energias dos encarnados. Estar encarnado é

ser possuidor de energias grosseiras da matéria – energias

ectoplasmáticas disponibilizadas à espiritualidade superior,

facilitando os mensageiros do Cristo no socorro aos doentes.

Doentes esse que são movidos pelo endurecimento dos sentidos,

rebeldes em potencial, maldoso/s ao extremo, e se não bastasse,

quando acham oportuno, utilizam o som do shofar – um chifre de

cordeiro soprado com vigor, utilizados pelos hebreus desde recuados

períodos durante a batalha – que no caso em questão, se tocado

produz significativo mal estar pela carga vibratória que exteriorizava.

“Nos cultos religiosos é tocado após a leitura do Torá e é considerado

um dos mais antigos instrumentos de sopro que se conhece. Na noite


130

de hoje o nosso socorro é ao antigo rabino Eliachim bem Sadoc, velho

combatente do Cristianismo de Jesus...

Médiuns! Médiuns! Médiuns! Conheça a si mesmo! Conheça a

sua responsabilidade! Não deixem para amanhã, pois somos os

trabalhadores da última hora em nossa última oportunidade!!!.

Voltemos a falar do rabino:

As horas transcorriam calma, enquanto a noite avançada.

Iniciando-se a madrugada, quando os membros da sociedade se

encontravam adormecidos, os diligentes trabalhadores de nossa

esfera dirigiram-se a algumas residências a fim de reconduzirem os

convidados para a reunião especial que logo se iniciaria.

Além dos dois médiuns já conhecidos e dos dialogadores, nosso

irmão Anacleto, que fora o desencadeador do processo grave em

curso.

A pouco e pouco, foram chegando os companheiros

adormecidos, logo despertados, que passam a tomar conhecimento do

programa estabelecido para aquele momento.

Todos nós temos essa possibilidade de servir a espiritualidade

maior e para tal a Doutrina Consoladora colocada na bíblia. Vem ao

nosso encontro arejando o entendimento via Karde e obras

complementares, pois nem Jesus e nem Kardec pode dizer tudo à sua

época a não ser de forma sintética.


131

Às 2h, todos nos encontrávamos a postos, qual ocorre em uma

atividade normal de natureza mediúnica em qualquer sociedade

espírita, quando o nosso mentor nos explicou:

-Pensamos que logo mais, deveremos ter entre nós o rabino, ora

inteirado de todas as providências defensivas de nossa instituição.

Sentindo-se agredido, logo surgirá, à frente de sua tropa, desafiando-

nos a um enfrentamento mediante armas da maldade e da destruição

a que está acostumado.

Não terminada a frase e ouvimos uma voz estridente que vinha

de fora, aumentada por aparelhos especiais, convidando nosso

mentor a que saísse, a fim de enfrentar as consequências do seu ato

de revide contra as forças de salvação da humanidade, conforme

denominavam, ironicamente.

A balbúrdia que nos chegava à audição era ensurdecedora. As

vezes em desespero misturam-se aos instrumentos tribais de que se

utilizavam, incluindo o som continuado do shofar, qual ocorria nos

combates de épocas recuadas, que provocavam pânico nos

adversários...

A voz estridula e com carregado acento hebraico repetia o

convite, culminando com vitupérios e agressividade, destacando-se a

palavra de covarde, associada à mansuetude de Jesus.

Ouvimos toda a provocação e o benfeitor permanecia em paz,

concentrado, sem demonstrar qualquer reação. “Que os

trabalhadores do Cristo entendam que as religiões Cristãs e muito


132

mais o espiritismo, representam a lado do bem e do mal,

principalmente nesse momento de transição do planeta”.

A sua coragem e a dos seguidores do “desafiante”, somente se

manifesta mediante a traição, a usança de métodos bárbaros e infame

da Santa Inquisição.

Gargalhadas ofensivas estrugiam no ar e choviam ápodos de

toda parte.

Irradiando vibrações de compaixão que se distendiam além da

sala na direção do ofensor, Dr. Bezerra mantinha-se aparentemente

impassível ao desafio - eis o exemplo da mediunidade do amor.

Nesse momento a voz estentórea anunciou:

-Se o cordeiro não enfrenta o desafio, o lobo entre para devorar

o rebanho.

Houve um silêncio repentino, logo seguido de ordens e sons

estranhos, semelhantes aos antigos carros de guerra avançando em

combate...

Pedindo que nos concentrássemos profundamente, o mentor

ampliou-nos a capacidade de visão e pudemos notar que verdadeiro

exército de seres esquisitos, avançavam em formação de luta.

Mentalmente, nosso protetor sugeriu a Hermano que liberasse

as defesas da entrada, e, à medida que avançava a tropa da ofensiva,

atrás, em um carro de construção ridícula, algo fantasmagórica e,

simultaneamente militar, estava o rabino cercado de alguns dos seus

mais eminentes comandados.


133

A sua estratégia consistia em fazer penetrar as defesas em

número expressivo de belicosos, após o que ele também e os seus

chefes se apresentaram com toda a agressividade, como se ainda

estivesse na Terra, tal alucinação eu os tomava por inteiro.

Vimos que o primeiro grupo adentrou pela sala de conferência,

logo seguido do cortejo que conduzia o chefe.

Nesse momento, Dr. Bezerra transmitiu ao diretor da instituição

a ordem para que fosse fechado o acesso e reforçada novamente as

defesas, enquanto os canhões da torre de vigia disparavam dardos

em quantidade, impondo recuo ao restante dos invasores.

O importante era que o Rabino, desta vez, estava dentro das

defesas da instituição com os melhores combatentes.

Notamos movimentação expressiva dos trabalhadores

espirituais.

Em ordem, acercaram-se dos limites da sala e como se a mesma

fosse construída por módulos, empurraram, calmamente, as

divisórias, ampliando-a de forma que várias dependências se

transformassem em um imenso recinto, agora repleto pelos invasores

em fúria selvagem e os servidores do bem que nos encontramos na

parte oposta à entrada, em concentração e em harmonia - eis a

participação de desencarnados e médiuns encarnados. Todos

servidores do bem.

Os invasores exalavam emanações morbosas que exteriorizam

odor pestilento como de cadáveres insepultos.


134

Cães e lobos, alimárias diversas, resguardavam o grupo

agressor, enquanto alguns comandantes exacerbados gritavam

ordens desconexas num desequilíbrio total.

Logo depois do que poderíamos chamar como batalhão suicida,

por vir a frente, encontraram o Rabino e seus chefes, igualmente

desequilibrados e paramentados como se estivessem num combate

ancestral do seu povo, misturando os hábitos religiosos com os

guerreiros.

A nuvem escura que os cobria, oriunda das emanações

psíquicas dos transviados era expeça, ameaçadora, que se fazia

reabsorvida pelos mesmos, mais o intoxicando (...). Em breve tempo,

somente se destacava a estranha aparelhagem que conduzia o chefe e

seu grupo de comando. (...) Aproximando do furioso invasor, Dr.

Bezerra de Menezes convidou-o a um diálogo fraternal (...).

Como dialogar com o inimigo? Aqui venho para combater, não

para parlamentar. O meu desejo é o da extinção dos infames

destruidores da fé Judaica, arvorados em possuidores da verdade,

tenho como Messias um vagabundo que ameaçando a hegemonia do

império romano e a doutrina de Moisés, foi, com justiça, crucificado

como bandido que o era. (...) Dr. Bezerra, sem nenhuma reação

negativa, redargüiu:

-Não serei eu quem irá parlamentar com o nobre amigo, porque

reconheço a própria pequenez e a falta de mérito para esse momento

de alta significação para muitos de nós.


135

Aguardemos que uma voz mais autorizada venha ter conosco

em nome d’Aquele que o irmão repele veementemente. Nesse

momento, a claridade ambiente foi intensificada, e descendo em

nossa direção surgiu o Espírito de Francisco de Assis, vestido com a

simplicidade dos seus hábitos medievais, irradiando especial

luminosidade. (...)

A medida que o apóstolo da pobreza alcançou nosso grupo,

exclamações de júbilo, de surpresa de emoção inesperada surgiram

de todos os lados. O momento revestiu-se de profundo aprendizado e

felicidade aos médiuns encarnados em desdobramento e para os

desencarnados.

(...) Preservando a distância que foi automaticamente

estabelecida, o visitante sublime distendeu as mãos habituadas a

caridade e a misericórdia e, com voz inolvidável, disse-lhe:

-Louvado seja o senhor de todas as coisas, inclusiva pelo

sofrimento e pelo desespero dos que se apresentaram como infelizes e

especialmente daqueles que o renegaram!...

A doutrina dos homens tem seguido não é dele, mas a das

paixões humanas. Ele que abençoou a cruz da vergonha, tornando-a

asas angélicas de libertação, jamais concordaria com qualquer

atitude que ferisse os seus postulados de amor indiscriminado,

especialmente aos “gentios” que somos nós, porque os seus não o

quiseram, não os receberam, não o aceitaram...

Demonstrando a sua misericórdia, ofereceu as mãos em socorro

à mulher equivocada, à adúltera condenada pela lei, aos leprosos do


136

corpo e da alma, sem olvidar de atender aos representantes do

Sinédrio que o buscavam no silêncio da noite, assim como os

poderosos do mundo que dele necessitavam.

Sem nenhuma jactância, transformou-se em caminho de

redenção para todos que estejam saturados do mundo e cansados das

suas ilusões, amparando-os com ternura e afeição.

Também ao irmão Rabino ele oferece as mãos marcadas pelos

cravos da cruz aplicados pelo Sinédrio que o impôs ao governante

romano, rogando perdão para aqueles que o martirizaram nos dias

da ignorância que já vão longe...

Não medindo distância nem temendo a reação enganosa dos

dominadores terrestres ele permanece acima de todas as

governanças, e presunçosas, autoridade, pedindo que todos,

avancemos na sua direção, porque ele nos espera como um fardo leve

a um jugo suave...

Esse é o momento de libertação que soa para o querido irmão

enganado pela soberba humana e pela equivocada postura de

dominador, que incapaz de dominar as próprias paixões.

Adiar esta oportunidade é escrever um doloroso capítulo na sua

experiência infeliz por longos séculos.

Mesmo o irmão lobo, assim como as irmãs aves submeteram-se,

à sua voz. Não será, portanto o irmão Rabino., conhecedor das leis

espirituais, que pensa e que ama, quem se escusará a recebê-lo neste

momento...


137

Ia prosseguir no seu sublime convite, quando os sons

extravagantes aumentaram e o invasor inclemente arremeteu com

grosseria, expressando-se de maneira chula e imprópria.

-(...) posso compreender a sua dor, porque também nós, um dia

vimo-nos diante dessa alternativa: Deus ou o mundo! Nosso próprio

genitor denunciou-nos ao bispo da cidade, como filho dementado,

rebelde e extravagante que somente lhe proporcionava prejuízos,

porque optara pelos infelizes. (...) Naquele momento decisivo, como

num relâmpago, pudemos ver Jesus perguntando:

-Quem é meu pai, minha mãe, quem são meus irmãos, senão

aqueles que fazem a vontade de Deus, e decidimos ser irmão menor.

Renunciamos ao fausto, ao apoio paterno e despimo-nos de

tudo que a ele pertencia, envolvendo-me em um manto retirado de

uma lata de lixo...

Tudo quanto é do mundo, no mundo fica somente nos

acompanhando o que é de Deus e dele procede.

Não recalcitre, contra o aguilhão, aferrando-se às atitudes

perversas daqueles que o maltrataram, iludidos pelo mundo

mentiroso falsamente, representantes de Jesus.

O ouvinte explodiu num urro de desespero e ódio, retorcendo-se

vitimado pelas dores morais e evocativas da fogueira que lhe

consumira o corpo, no já distante século XV.

-Nunca me esquecerei - trovejou, espumando de ira, jamais

perdoarei, mesmo que me venha consumir nas chamas eternas do

inferno. Odeio esse desordeiro Jesus e os seus asseclas, é nesse exílio


138

espontâneo que eu me organizo com as forças da vingança,

preferindo aqui permanecer com as suas malícias e crueldade,

desassossego e paixão pelo prazer.

-Não me venha, pois, com as suas lamúrias, falando-me de

humildade e de desprendimento, que não entendo o que significam...

Ó Deus de Israel poderoso e vingador é, o que tenho como modelo e

que me determinou o comportamento que venho assumindo, a fim de

submeter pela chibata e ferocidade os gentios miseráveis que, desde a

Criação, estão apartados da sua eleição...

-Que engano cruel de raciocínio, serve-lhe de apoio ao

pensamento enfermo! Como pode a Terra, tão rica de concessões e

beleza, nesse Universo de harmonia, haver sido criada para a

desgraça do ser mais elevado que a habita que é o de natureza

humana?! Como pode a Paternidade divina ser destrutiva, desde que

é a Causa de tudo quanto existe.

(...) O Pai, que Jesus nos trouxe, é todo amor e misericórdia,

sendo que a rebeldia que procede da inteligência humana ainda em

fase de desenvolvimento, tem sido a geratriz do sofrimento que o fará

entender o significado da vida e dos códigos soberanos do equilíbrio

e da ordem (...)

As palavras eram repassadas de uma ternura infinita e

escoavam na sala como uma especial melodia de amor,

sensibilizando os ouvintes amolentados, extasiados que se iam

acalmando.


139

As turbas haviam silenciado, ouvindo-se, vez que outra, o som

terrível do shofar.

No desespero que o acometeu, o sofrido Rabino impôs:

-Tudo são palavras sem significado. Aqui estou sitiado, traído

mais uma vez, havendo tombado na armadilha soez que me

prepararam. Vim para a luta e não para ser aprisionado e, assim,

mudar de opinião, sob a injunção das suas forças de opressão.

“Exijo que me seja franqueadas as portas de saída, para que

retorne ao campo de ação com os meus seguidores “.

Serenamente o Sol de Assis, repassado pela memória o que

faria Jesus em circunstância idêntica, esclareceu:

-Na condição em que o meu irmão se encontra não há como

impor condições. Ninguém o traiu ou sequer programou-lhe

armadilha, desde que foi você quem veio com as suas tropas

ameaçadoras, sitiando a Casa do Senhor e ameaçando as vidas que

aqui se reúnem para o festival do Amor. Adentrou-se,

espontaneamente, havendo mandado o grupo de frente para preparar

o campo onde a sua altivez devesse imperar.

Também conheci de perto a guerra, nos dias em que estive na

Terra, e como a minha talha é contra os inimigos internos e não os de

fora, cai nas mãos daqueles que eu supunha meus adversários, e fui

encarcerado, experimentando o opróbrio que me preparou para o

chamado do Senhor... Posteriormente, para que eu pudesse amar os

irmãos da cidade onde fui reduzido ao que realmente sou: nada!


140

Foi ali no entanto, que o meu Senhor me liberou e me concedeu

a honra de servi-lo.

Não lhe parece que ocorre o mesmo em relação ao amigo, que

não é combatente, embora cultive a guerra, mas necessitado de luz e

de compreensão.

Após um breve silêncio no diálogo, interrompido pelo vozerio

externo e pelo clamor dos que se encontravam acompanhando o chefe

indefeso e violento, asseverou com firmeza:

-As portas do Lar de Jesus estão abertas de par em par e as

defesas estarão diminuídas, permitindo que o irmão recue que volva a

sua região de domínio. Fortalecendo-se no mal que se nutre, assim

prosseguindo até o momento em que o renascimento no corpo físico o

arrebate ao proscênio terrestre, sem apoio, sem lucidez, na loucura

ou na hibernação, na paralisia ou na mutilação...

“Abram-se as portas de acesso a esse recinto “ - determinou

com a mesma meiguice de voz.

Houve um estarrecimento decorrente da atitude inesperada que

a todos nos embaraçou.

Logo vimos abrir-se a defesa fluídica envolvente e que

guardava a instituição.

Lá fora, fez-se uma gritaria infernal, apupos e agressões de

todo tipo ecoaram no ar.

O invasor, apresentando a indumentária ridícula com todos os

impositivos da ortodoxia de que se revestia como religioso

intolerante, olhou com fúria o Mensageiro do Amor, deu meia-volta,


141

abriu-se uma passagem no grupo que o assessorava e ele avançou

caminhando, ostensivamente demonstrando vitória.

Antes, porém de alcançar a aduana da porta, um cone de luz

que descia do Infinito envolveu o infeliz, que se sentiu estremecer,

enquanto uma voz de incomparável beleza, o interrogou:

-Para onde segues meu filho?! Que te fizeste a ti mesmo?! Só há

um caminho a seguir, que é o do amor.

Simultaneamente condensou-se em forma humana, belo Espírito

que avançou em sua direção, vindo do lado externo e distendeu os

braços solicitando:

-Eliachim, meu filho! Há quanto tempos nos separamos um do

outro? Venho buscar-te, porque não há céu para mãe alguma cujo

filho padeça nas labaredas da infelicidade. Não compliques mais o

teu destino. Sou eu, tua mãe Sara, que também foi martirizada

contigo, mas perdoou aqueles que nos tentaram aniquilar sem os

conseguir.

O impetuoso Rabino deteve-se deslumbrado ante o

acontecimento espiritual incomum e, sem forças para resistir à

energia que se desprendia da entidade maternal, caiu de joelhos,

urrando de dor selvagem que o destroçava interiormente.

-Senhora eu sou um desgraçado que Elohim esqueceu,

conseguiu informar em angustia inenarrável - Ninguém me ama, e

eu, senhora fiz do ódio o meu licor de preferências, embriagando-me

cada vez mais e esperando a consumação.

Meu filho querido!


142

A nobre senhora aproximou-se do doente e o envolveu em

ternura indescritível abraçando-o, ajoelhada ao seu lado, como

somente as mães o sabem fazer. Nesse momento, expressivo número

daqueles que o acompanhavam, vendo a rendição do chefe,

igualmente suplicou apoio e passou a ser atendido pelos cavaleiros

templários, eu também, como todos nós, tinham lágrimas da emoção

de júbilo e de gratidão aos céus. (...) Dr. Bezerra e nós outros

acompanhávamos os acontecimentos tomados de profunda emoção.

(...) Logo mais, adormecido nos braços maternos, Eliachim bem

Sadoc, foi transferido para um lugar especial no local em que se

realizavam as reuniões mediúnicas. Reuniões mediúnicas, médiuns

eis a grandeza de suas tarefas.

Conclusão:

1. Sem qualquer dúvida, o espiritismo veio a Terra com a

missão de restaurar a doutrina de Jesus e o médium é o

intermediário entre o Céu e a Terra, quer na vigília quer no

sono;

2. A Terra é uma cópia infiel, das cidades que existem no

mundo espiritual;

3. Enganam-se quem pensa que os espíritos do bem ficam na

espiritualidade cantando musicas sacras;

4. Enganam-se quem pensa que no mundo espiritual, não existe

uma sociedade organizada – estamos falando das cidades


143

com moradores que trabalham em benefício da humanidade,

ajudando Jesus;

5. Todo médium, a serviço do bem, tem numa existência o peso

de duas existências;

6. Médiuns, Médiuns, no dia da reunião mediúnica, alimente-se

pouco, jamais o vício da bebida, do cigarro, nesse dia

abstenha-se da carne, procure descansar o necessário,

fisicamente e mentalmente.

7. Prepare-se, sempre antes de dormir (...). Entendam os

motivos entres tanto para eu falar: Médiuns, médiuns, ...

Senhores alunos:os senhores estão estudando o desenvolvimento

da mediunidade, desconhecendo que tem em seus ombros, a tarefa de

ajudar Jesus a concluir na Terra, as atividades da “Era do Consolador

Prometido” , conforme registro Bíblico.

Entendam também, que o acima exposto foi também um

momento de mediunidade desses médiuns de Jesus. Pela falta de amor

nos corações, acabando a curiosidade, o aluno/médium perde o

estímulo de abandonam a Mediunidade Tarefa. Pensem, ainda é

tempo de tomar a sua decisão.

Estamos expondo “outro exemplo”, entre tantos, em que o

médium como enfermeiro dos doentes, encarnados ou não, tem

condição de ajudar Jesus e seus mensageiros do bem.


144

Vejamos:

“O relógio da parede da sociedade espírita assinalava 1h30 da

madrugada, quando nos reunimos na sala mediúnica, onde já se

encontravam em desdobramento parcial, pelo sono a respeitável

senhora Celestina, o irmão Marcelo e reduzido grupo de

cooperadores, assistidos pelo devotado Hermano, acompanhado pelo

membro da nossa equipe.

Nesse momento, Philippe adentrou-se conduzindo

carinhosamente Martina (encarnada) adormecida.

Assumindo os lugares correspondentes à mesa, os membros do

trabalho mediúnico, a paciente foi colocada em cadeira confortável

próxima do dirigente de reunião.

Dr. Bezerra acercou-se da jovem portadora de muita beleza

física e despertou-a suavemente.

Ao ver-se no recinto estranho, observou os espíritos presentes e

interrogou:

-Penso que me encontro no país dos sonhos, não é verdade?

-De certo modo, minha filha (...) - respondeu o generoso guia

– entretanto, você se encontra no país da realidade onde todos

nascemos, vivemos viajamos à Terra em aprendizado e para onde

retornamos.

Ela sorriu algo desajeitada e deixou-se penetrar pelas vibrações

ambientais.

Embora a vinculação perispiritual da mãezinha em processo de

reencarnação, a senhora foi conduzida até a filha, que estremeceu e


145

desejou afastar-se, sendo impedida pelo nosso irmão Peritinga, e lhe

falou suavemente para que ficasse tranqüila.

-É um fantasma, porque minha mãe já morreu (...)

-Exatamente, ela está de volta para recuperar-se.

-E de todo o mal que lhe fez? Eu a detesto, agora que

compreendo o abismo a qual fui atirada por ela e seus conselhos de

beleza e de sedução...

A senhora se encontrava visivelmente comovida, chorou com

equilíbrio e recebendo a resposta agressiva de desespero da filha.

-Ela reconhece o erro cometido - prosseguiu ele – e deseja

repará-lo, direito que lhe é concedido a todos, conforme está

acontecendo com você mesma, que hoje recebeu grandes benefícios

dos Céus, favorecendo-a com amor e ajuda indispensável para ser

feliz. Permita o retorno da sua mãe.

-Não entendo nada disso (...)

Com o desejo de oferecer informações, despertar sentimentos, e

meios que sirva de arquivo em seu psiquismo, transcrevo uma

mensagem aos médiuns extraída do Livro” Emmanuel, Emmanue”l.

Venho exortar a quantos se entregam na Terra à missão da

mediunidade, afirmando-lhes que, ainda em vossa época, esse é o

ponto da renúncia, da abnegação e dos sacrifícios espontâneos.

Acrescento: O médium em sua atividade Cristã, semeia sementes de

rosas a florir para toda eternidade.

Faz-se mister, que todos os Espíritos, vindos ao planeta com a

incumbência de operar nos labores mediúnicos, compreendam a


146

extensão dos seus sagrados deveres para a obtenção do êxito no seu

elevado e nobre trabalho.

Médiuns! A vossa tarefa deve ser encarada como um santo

sacerdócio; a vossa responsabilidade é grande, pela fração da certeza

que nos foi outorgada, e muito se pedira aos que muito receberam.

Acrescento: nesse momento todos nós, os trabalhadores espíritas,

somos os trabalhadores da última hora.

Faz-se portanto, necessário que busque cumprir, com severidade

e nobreza, as vossas obrigações, mantendo as vossas próprias mãos as

flores da esperança em uma felicidade superior, que ainda não

conseguimos alcançar!

Médium, não esmoreça, em relação aos conflitos psíquicos e

achaques físicos. O Apostolo João tinha dores de cabeça terríveis,

assim como Francisco de Assis. Entendam que o nosso corpo fisco

não está pronto, e tem necessidades de adquirir no seu DNA, se assim

posso dizer, valores a serem colocados a disposição do Cristo no

porvir da humanidade numa nova estada nossa nesse planeta Terra.

Chico Xavier nunca teve saúde física perfeita. Durante mais de

vinte anos ele vinha sofrendo com a angina que muito o perturbava.

Sofreu com as dores em uma das vistas, até a sua morte, fui

submetido a cirurgia de próstata, cirurgia de um tumor. Leiam “Vidas

de Chico Xavier”.

Divaldo Pereira Franco muito sofreu no período que antecedeu a

sua emancipação mediúnica. Após participar dos trabalhos


147

mediúnicos ele saia do Centro e caminhava até se cansar para poder

retornar para sua casa com possibilidade de dormir. Certa feita

hipnotizado que foi, caminhou em direção do mar pensando em ir

sempre a frente – até se afogar. Certa feita hospedou-se num hotel,

acordando e vendo o foco tomando o espaço do quarto, correu para a

janela para se jogar, foi quando um amigo que dormia numa das

camas ao lado da janela segurou Divaldo pelas pernas.

Médiuns, leiam o livro “Paulo e Estevão”, e nós ficaremos

envergonhados ao perceber que ainda não sofremos e já estamos tão

desanimados. Jesus utiliza de psicologia profunda para alçar o nosso

despertar de consciência.

É assim que ele ama os filhos diletos. Por esse motivo é que

Jesus tem poucos amigos conforme palavras de Madre Teresa

D’Avila.

Foi necessário esforço de aprendizado para chegarmos ao

entendimento de que a aquisição e uso do sexto sentido, não mais

estejam na curiosidade de participar do fenômeno da mediunidade e

sim o de utilizar para o aperfeiçoamento dessa ferramenta de trabalho

na caridade, atendendo os anseios de Jesus quando disse:

-Se vós me amais, guardai meus mandamentos; e eu pedirei ao

meu Pai, e ele vos enviará outro consolador, a fim de que permaneça

eternamente convosco; o Espírito da Verdade que o mundo não pode

receber, porque não vê e não conhece. Mas quando a vós, conhecê-

lo-eis porque permanecerá convosco e estará em vós. Mas o


148

consolador que é Santo-Espírito, que meu Pai enviará em meu nome,

vos ensinará todas as coisas e vos fará relembrar todo que eu vos

tenho dito, (João cap. XIV, v. 15,16,17 e 26.

Eis aqui o espiritismo. Eis o consolador prometido. Eis a bonita

tarefa dos portadores da mediunidade ostensiva. Eis a bendita

mediunidade do amor, a mais útil para nós outros. Eis a tarefa do

médium – mediador entre o Céu e a Terra.

Sem a mediunidade colocada a serviço de Jesus não teríamos

material para preparar esse compêndio.

Pensai nas consequências dos vossos mínimos atos, porquanto é

preciso que renunciemos à própria personalidade doentia, aos desejos

e aspirações excessivas para que a nossa felicidade se concretize.

Em tempo:

• O preconceito na mediunidade tem sido um problema: médiuns

homens que se recusam a dar passividade a espírito feminino.

• O espírito Odilon assim se expressou no livro “Do Outro Lado

do Espelho”: 90% dos casos com os quais lidei no Sanatório,

inclusive obsessão, estavam ligados ao sexo.

• O médium é um feixe de emoções que influenciam na sintonia.

É muito comum as pessoas dirigirem-se a médium iniciante e

dizer serem o seu mentor ou o seu guia. Como forma de se expressar,


149

é totalmente válida, mas, é necessário entender que primeiramente são

os espíritos de menor condições, de elevação espiritual que tem a

responsabilidade de desenvolver a mediunidade nas pessoas, e após

concluído o seu desenvolvimento, os mais evoluídos vão se

apresentando. Entendo ser mais correto dizer: o seu amigo espiritual.

Quanto aos médiuns missionários da mediunidade, a esses

diremos: o seu mentor, o seu dirigente espiritual, o seu guia, pois

diante da responsabilidade que tem em seus ombros o mundo maior

oferece um guia para estar ao seu lado, e de onde mesmo estando

distante, com ele haverá a ligação permanente.

O subconsciente armazena as nossas impressões sobre o

passado, expectativa sobre o futuro, frustrações, desejos, ilusões,

decepções e nossa identificação com o mundo em termos de

percepção animal e instintiva. O consciente é o principio tipicamente

humano em nós, que vincula céu e terra, como erguer-se e cair, ou

seja: dá um passo à frente e outro para trás, pensa que é divino e as

vezes, nos comportamos como se irracional.

Eis o ABC do fenômeno da mediunidade, guia fiel dos médiuns,

desprezada, na maioria das vezes, por eles. “As vibrações das forças

mentais são as mais sutis e, conseqüentemente, as mais poderosas que

existem” Charles Haanel – Joana de Angelis, grupo de estudo de

Psicologia Espírita.


150

Os pensamentos são magnéticos, e os pensamentos tem uma

frequência. Quando você pensa, emite para o Universo pensamentos

que atraem magneticamente todas as coisas semelhantes que estejam

na mesma frequência. Tudo o que é emitido retorna à fonte. E essa

fonte é você.

Pensa assim: nós, sabemos que a torre de uma emissora de

televisão transmite através de uma frequência, que é transformada em

imagens em seu televisor.

Na verdade, a maioria de nós não entende como isso funciona,

mas sabemos que cada canal tem uma frequência e, quando

sintonizamos naquela frequência, as imagens aparecem em nosso

televisor. Escolhemos a frequência selecionando o canal, e então

recebemos as imagens que ele transmite. Se quisermos ver imagens

diferentes do nosso televisor, mudamos de canal e sintonizamos outra

frequência.

Você é uma torre de transmissão humana e é mais poderoso do

que qualquer torre de televisão criada na Terra. E a mais poderosa

torre de transmissão do Universo. A transmissão que se propaga de

você cria vida e o mundo. Sua frequência vai além de cidades, países,

e do mundo. Ela repercute por todo o Universo. E você transmite essa

frequência com seus pensamentos!

As imagens que você recebe da transmissão de seus

pensamentos não estão em uma tela de TV em sua sala, mas elas são

imagens da sua vida!


151

Seus pensamentos criam uma frequência e atraem coisas

semelhantes à essa mesma frequência, que em seguida lhe são

transmitidas de volta como as imagens de sua vida ou da sua “ligação

mental fora do enfoque dos estudos ou dos trabalhos mediúnicos”. Se

você quer muda algo em sua vida, mude de canal e de frequência

através de uma mudança em seus pensamentos. Não esquecendo que

as vibrações da mente são as mais sutis e, consequentemente, as mais

poderosas que existem.

Abaixo uma mensagem que recebi:

Quanto a essa imagem, faço o seguinte comentário: meus

amigos, em espiritismo não deve haver elogios, devemos ter muito

cuidado e cautela, pois o elogio age como a casca de banana para

fazer o trabalhador orgulhoso escorregar.


152

5.2 FASE QUINTA – MÉTODO PARA A CONDUÇÃO DO EXERCÍCIO PRÁTICO

Manifestação e comunicação - quinta fase da etapa primeira.

Observar a necessidade de uma pequena pausa, após os testes

recapitulados, ou seja: da primeira a quarta fase. Fases estas de

ajustamento psíquico que norteará a mediunidade da pessoa por toda

sua vida.

Lembrando que o tempo de estudo e prática não deve ultrapassar

de 120 minutos. Podendo terminar antes.

Quais serão esses fenômenos a serem recapitulados?

• Fenômeno mediúnico de inconsciência;

• Fenômeno mediúnico de semi-consciência;

• Fenômeno mediúnico consciente;

• Fenômeno mediúnico sem transe/parcial.

• Exercício de incorporação.

P. Como podemos entender fenômeno mediúnico sem transe?

R. Não tem incorporação, é uma ação espiritual parcial,

telepática, para ser utilizada nesse caso na escrita telepática. Não se

pode confundir com o fenômeno de audição em que a pessoa escuta e

vai escrevendo o que escutou.


153

P. Podemos entender que o exposto acima é uma ação anímica

com participação sutil do mundo espiritual?

R. De forma generalizada, diremos: Fica claro então que

podemos estar sendo inspirados por nossos benfeitores espirituais e

nem sequer termos consciência disso.

Captamos as idéias que eles nos transmitem e as reproduzimos

em nosso campo mental de acordo com o nosso arcabouço

psicológico, para então a exteriorizarmos por meio dessa linguagem e

entendimento próprio. Isso é muito comum de acontecer com os

palestrantes, que muitas vezes nem percebem estar sob a influência

dos guias espirituais.

Voltando a falar do fenômeno de incorporação: Nesse período

de incorporação/manifestação, caso o aluno tenha insegurança no

momento de transmitir o que chegou a ele via ondas telepáticas do

instrutor espiritual, ele pode recorrer ao mesmo pedindo confirmação

do que está pensando, permanecendo a dúvida que ao invés de ondas

telepáticas que são normalmente utilizadas nas comunicações, tal

confirmação seja por meio de descargas fluídicas, percebendo a

descarga pode o médium ter certeza de que o que recebeu é do

espírito instrutor é verdadeiro.

Do acima exposto uma coisa fica bem entendida - jamais essa

confirmação, via descarga fluídica seria produzida pelo subconsciente

do médium, porque ele não tem possibilidades de projetar para si


154

mesmo essas descargas fluídicas, nessa fase o aluno esta se dirigindo

ao instrutor buscando segurança no período de aprendizado.

Uma coisa deve ser entendida quanto ao uso dessa técnica para a

tal insegurança: somente recorrer ao instrutor no período do teste do

seu desenvolvimento mediúnico. Em outros momentos, com o

médium trabalhando normalmente e estabelecida a sintonia com o

mentor, poderá pedir certas informações via suas possibilidades

mediúnicas.

Não pretender ter resposta idônea quando o envolvimento é via

espíritos inferiores, pois eles possuem sabedoria e sinceridade para

atender tal técnica?

Ao verificarmos no decorrer da convivência o potencial

mediúnico de alguns alunos, após repetições de exercícios, tenho

antecipado, com bons resultados nessa fase quatro, o que muitos

entendem que deveria acontecer estritamente na fase cinco, ou seja:

manifestação e saudação do mentor espiritual, com curtas palavras

exemplo: boa noite fiquem com Deus.

Em espiritismo não podemos ter atavismos, pois existem

médiuns que retornam à vida física com muita bagagem mediúnica, é

o caso de Regina, sua experiência pessoal narrada nos Livros:

Diversidade dos Carismas.

Tivemos experiência com um desses alunos que antes de

terminar a fase quatro, a espiritualidade nos solicitou que o mesmo

desse, passividade, a sofredores como fazemos com os médiuns já


155

desenvolvidos em processo de reciclagem. Sempre no final dos

estudos. A mesma situação encontramos, em médiuns portadores do

fenômeno de psicografia.

Qual foi a solução? Enquanto atendemos os espíritos através de

médiuns com tais possibilidades, na parte final dos estudos, esse

médium portador de sensibilidade de psicografia, vai psicografando.

Quanto aos demais alunos, portadores de menor recurso

mediúnico no momento, que fiquem em silêncio, vibrando e

aprendendo para utilizarem o aprendizado no decorrer logo mais na

fase cinco.

Lembrando que o aluno que acusou sensibilidade em algumas

das fases anteriores e nada sentindo nos exercícios da fase quatro, não

é portador de mediunidade de incorporação, mas conforme teste no

início do curso sabemos das possibilidades de efeitos físicos na

atividade do passe.

Entretanto, deve permanecer junto ao grupo, aguardando os

exercícios da ETAPA SEGUNDA como aprendizado, ou acontecendo

sensibilidade mediúnica nessa referida etapa, lembrando que

espiritismo não é ciência exata.

Nada acontecendo em todas as etapas, ou havendo sensações

esparsas, convidamos os mesmos ao exercício da mediunidade do

amor, como já estão fazendo. Doando o que lhe é mais sagrado, suas

energias no serviço do passe.


156

Tenho falado muito em disciplina ao aluno quanto ao tempo

disponível à manifestação do instrutor. Para tal disciplina devemos ter

o seguinte entendimento: no primeiro instante aquilo que os espíritos

poderiam dizer numa comunicação livre, não teria para o caso

nenhuma importância, porque o que visa no momento é o exercício-

treinamento da disciplina do médium, aceitando a manifestação, e ele

mesmo encerrando quando o espírito esta se afastando. Caso o

espírito tenha se afastado e o médium, continue se expressando, fica

patente a presença do animismo.

Essa disciplina adotada é útil para quem está iniciando na

mediunidade, evitando o que acontece com muitos médiuns, já

desenvolvidos em diversas Casas Espíritas, onde às vezes, até mesmo

à simples aproximação de qualquer entidade o médium por conta

própria desencadeia a comunicação, que nesse caso, como é fácil de

compreender, vem toda do subconsciente numa reação em cadeia.

Após muitas repetições dos exercícios, diremos:

Chegou à hora de todos utilizarem as suas experiências,

ajudando a si mesmo, nessa quinta fase, em que as portas se abrem

para a emancipação do Desenvolvimento da mediunidade em que

cada aluno se tornou portador.

Cada aluno agradecido ao seu instrutor, permita que o mesmo

externe a sua saudação, agora com mais liberdade de tempo;

Que cada aluno, na próxima aula venha com o coração

agradecido por aquele que teve tanta paciência com o seu


157

desenvolvimento, permitindo mais tempo para a sua mensagem, seus

conselhos.

Havendo disponibilidade de tempo, após a participação dos

instrutores e seus alunos, vamos ao atendimento dos sofredores

desencarnados, que serão cada vez mais o motivo da nossa atenção.

Como viemos fazendo, os médiuns já desenvolvidos com a

incumbência das palavras de encerramento das atividades do dia e

suas considerações.

Daqui para frente, nada mais resta ao grupo a não ser

aprendizado, aprendizado, trabalho, trabalho, trabalho.

Um alerta a vocês que chegaram ate aqui: uma das causas

principais de abandono da prática mediúnica é quando passa a

perceber que os atendimentos a sofredores passam a ser coisa de

rotina, e não mais curiosidade como antes.

Sim, até porque os problemas dos homens são quase sempre

parecidos, mas que não esqueçam que a cada atendimento é para

espíritos diferentes, com problemas parecidos ou não.

Senhores médiuns: a característica da sua mediunidade-tarefa

será conhecida com o teste a seguir: teste prova de classificação dos

fenômenos mediúnicos.


158

5.3 FASE QUINTA – EXERCÍCIO PRÁTICO

Fase quinta, primeira etapa: Incorporação/manifestação

Chegou o momento desejado por todos, vamos ao encontro

determinante da prática da mediunidade de forma educada que

estabelecerá o futuro dessa fase primeira: fenômenos de incorporação,

ainda com necessidade de recapitulações de todas as quatro fases

anteriores.

Agora sim; realizar provas na sequência que permita classificar

os médiuns em:

• Inconsciente;

• Semi-consciente;

• Consciente, sim, mas não absoluto;

• Consciente, sem TRANSE.

O primeiro exercício-teste - da inconsciência:

Exercício que norteia a seguinte situação:

O grau de integração maior ou menor de inconsciência no

decorrer do transe, pelo fato de ser o espírito quem fala e não o

médium e pelo fato dele agir diretamente sobre a sensibilidade

perispiritual do médium por meio de fluidos magnéticos. Mesmo

assim, há possibilidade do médium, identificar o transmissor, seu


159

estado psicológico e autenticar a transmissão, no decorrer da

comunicação ou fleches na memória após concluída a comunicação.

Esclarecimento adicional: nesse momento, o espírito se

sobrepõe para adequar-se à vibração do médium, estabelecendo-se

então sintonia vibratória em todo o organismo. Eis o caminho para a

incorporação inconsciente.

Somente depois de tudo isso é possível ao agente espiritual

utilizar os órgãos da fonação do médium – faringe, laringe, cordas

vocais, movimentar músculos e nervos, contraindo-se ou distendendo

–se – para produzir, pintura, frases e falar como desejar, fazer o corpo

do médium andar e executar cirurgias. Eis o ápice, da incorporação-de

inconsciência plena.

Nota: caso o dirigente sinta necessidade de informações mais

esclarecedoras quanto as pessoas que se enquadram de fato no

fenômeno de mediunidade inconsciente, pedir para que a

espiritualidade projetem fluidos específicos “sobre a glândula pineal”

a qual define a mediunidade de incorporação com possibilidade de

inconsciência. Ver Mapa demonstrativo das projeções.

Como proceder nesse teste?

Iniciar com os que tenham demonstrado sensibilidades ao

fenômeno em questão, mandando que se concentrem para ajustar-se

ao envolvimento do dirigente espiritual. Na sequência da esquerda


160

para a direita preparar-se para receber, um de cada vez, aguardando a

palavra via mentor, a dizer “estou presente”.

Constatado a presença do mentor em cada um dos envolvidos,

ele - o dirigente – apresenta verbalmente um Tema estranho à

doutrina, ou no mínimo um pouco usual para o médium discorrer

sobre ele.

Após exercido esse teste de “inconsciência” com o médium em

transe, há necessidade de após pequeno intervalo, solicitar que os

mesmos, dessa vez sem transe, mas em plena “consciência”, venham

a discorrer sobre o mesmo tema, como puder.

Por meio desses dois testes se constata o grau real de

inconsciência, ao comparar as diferenças apresentadas nos dois

momentos.

É interessante gravar esses dois momentos com a finalidade de

que o médium possa perceber a diferença do primeiro teste em relação

ao segundo.

P. Como identificar a diferença do primeiro teste em relação ao

segundo?

R.1 No teste primeiro de inconsciência, é o espírito quem fala

sobre o tema e não o médium. Assim sendo, as idéias formuladas, o

modo de apresentá-las, o estilo, etc. fornecerão elementos de

classificação em relação ao nível de inconsciência.

R.2 No teste-segundo, sem transe, quem fala é o médium e não

o Espírito, instrutor.


161

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES:

Quero aproveitar a oportunidade para lembrar que no decorrer

da vida mediúnica o fenômeno de inconsciência pode desdobrar-se

em:

Transe-sonambúlico: é quando o espírito comunicante fala e tem

a liberdade de tomar objetos, levantar-se, sentar-se, locomover-se de

um lugar para o outro, executar cirurgias. Mesmo assim, temos que

entender que o espírito do médium permanece sendo o comandante do

seu físico.

O fenômeno em questão acontece quando o espírito do médium

permite ou quando ele não é o comandante da sua mediunidade, pela

falta de educação mediúnica. O assunto merece maior estudo.

Utilizando o termo desdobramento-sonambúlico, podemos

acrescentar que o médium nessa situação, tem o seu ser perispiritual

exteriorizado do seu físico, entregando-o ao comando do espírito

comunicante pela confiança estabelecida.

O transe sonambúlico em médiuns que normalmente são

conscientes, tem a seguinte finalidade naquele momento: é o

momento no qual o espírito busca eliminar a interferência do médium

para que ele possa expressar-se livremente com exatidão a sua

comunicação verbal, ou em algumas ações.

Nessa situação, as comunicações revestem-se de garantias,

fidelidade e segurança, porque o espírito transmite suas idéias e

pensamentos diretamente, usando de suas próprias palavras, sem


162

necessidade da intermediação como no caso do fenômeno mediúnico

consciente, semi-consciente, os quais sempre apresentam pequena

interferência, que prefiro chamar de pano de fundo, oriundo do

psiquismo do médium.

Transe-letárgico: é quando o espírito comunicante fala, mas o

corpo do médium permanece imóvel, com ou sem rigidez.

Entendo ser muito útil que ao estudar os fenômenos de vidência

/clarividência e clariaudiência na segunda etapa, pois é uma outra

maneira de ajustar-se ao entendimento maior em relação ao fenômeno

de desdobramento.

O segundo exercício teste - de semiconsciência:

Avalia o grau de lembrança, lucidez, interpretação e transmissão

mediúnica após a manifestação.

Para se obter esse resultado, deve-se adotar o mesmo método do

teste primeiro: pedir para que a espiritualidade projete fluidos

específicos “sobre a glândula pineal” em dosagem que possa definir a

mediunidade de semiconsciência, observando o desembaraço maior

ou menor do médium na dissertação sobre o tema.

Ou, determinando a profundidade da semiconsciência,

demonstrando sinais como;

• Lembrança e lucidez mediúnica, após a manifestação.


163

É natural o médium encontrar alguma dificuldade em lembrar

maiores detalhes.

O terceiro exercício teste – do fenômeno consciente:

Avaliação do grau de consciência, desembaraço e densidade de

inspiração. Eu em particular sou favorável ao termo: intercâmbio

telepático.

Acreditamos que para a realização desse fenômeno de

consciência, o qual tem ramificação com os de efeitos físicos, os

instrutores espirituais projetam fluídos com ação sobre o vago.

Finalmente apura-se o aproveitamento do médium consciente com

pequenas modificações no sistema de condução do teste:

• Solicitando que todos se concentrem e dar-se no momento

um tema não trivial, aguardando as manifestações

individuais.

Aqueles que discorrerem com mais desembaraço, serão os

melhores classificados e os que não o seguiram, serão postos a provas

individuais para se apurarem a causa do insucesso. Se necessário,

consultar a espiritualidade através de médiuns com mais experiência.

Nesse teste, os fluídos e suas graduações são administrados

pelos instrutores espirituais e assim sendo o nosso entendimento deve

ser:


164

• Tanto o médium como o Espírito fazem o que pode,

cumprem os seus deveres nos limites de suas

possibilidades individuais; mas o que importa saber na

prova é se a ideia central, inicial, transmitida pelo Espírito

e não por um “espírito doente” sobre a mente do médium,

não será modificada, não perdendo o seu brilho, com perca

de autenticidade.

Lembrando de que a mediunidade consciente/telepática é aquela

que mais permite transferências dos fatores sub-conscientes do

médium (animismo).

Não importa, é sabido que entram na transmissão elementos

“pano de fundo” oriundo do próprio médium, já que é da sua própria

capacidade individual que se aguarda a melhor ou pior maneira de

veicular a idéia do Espírito comunicante.

É interessante lembrarmos que a denominação, “mediunidade

consciente” não é absoluta, uma vez que haverá, sempre, um estado

de consciência alterada, motivo de inserirmos no entendimento de

mediunidade consciente-lucidez os fenômenos secundários:

1. Mediunidade parcial, intuitiva e de inspiração eu incluo no

fenômeno mediúnico SEM TRANSE.

São fenômenos secundários onde em condições normais, o

médium e pessoas comuns não percebem que o seu psiquismo está

sendo envolvido.


165

Em se tratando do fenômeno mediúnico SEM TRANSE, a

espiritualidade assim procede:

2. Vibrações ou radiações espirituais sobre a mente do médium,

para facilitar a recepção telepática na obtenção de fenômenos

mediúnicos conscientes.

É interessante lembrar que a denominação consciente não é

absoluta pela presença de alteração no sistema nervoso do médium.

Parte final da etapa primeira:

Apenas levando a efeito alguns retoques, em seguida, o início de

uma nova caminhada que não findará após o desencarne. A

mediunidade, também é exercida no outro lado da vida. Como podem

perceber, arrumei uma profissão para vocês. Ah, Ah, Ah.,

Quando digo “esses retoques”, refiro-me a recapitulação dos

exercícios fases 01, 02, 03 e 04.

Agora podemos avançar para a fase final: eis o momento de

liberar os médiuns para as manifestações/comunicação:

Com palavras rápidas de saudação de livre escolha do espírito

instrutor e o médium tendo a responsabilidade de quietar-se ao sentir

o afastamento do espírito. Caso o médium continue a expressar-se,

estamos diante do animismo a ser superado.


166

Repetir em outras oportunidades tal procedimento até que se

obtenha a necessária flexibilidade mediúnica, em receber e transmitir

com segurança e fidelidade o que é apresentado pela espiritualidade.

Aqui está o futuro mediúnico da pessoa e sua satisfação:

Os que assim se comportaram estão inseridos nas palavras de

Jesus: “Os que preservarem-se até o fim, serão salvos”.

Desenvolvidos estão, o aprimoramento virá no decorrer das

Reuniões Mediúnicas. Quanto e quem deve ser trazido e socorrido

pelo médium, é critério da espiritualidade. Ele se coloca a disposição,

sem desejo de forçar, pois o fenômeno tem que acontecer

normalmente.

Para segurança do médium em relação ao espírito comunicante,

nunca evocar um desencarnado, buscando saber notícias dele, pois um

espírito mentiroso que estiver nas imediações pode apresentar-se em

nome da pessoa evocada. Podemos pedir ao mentor notícias do ser

querido, ou ele mesmo se apresentar espontaneamente. Eis um

mecanismo seguro para não sermos enganados.

Meus irmãos: Mediunidade não é algo linear em relação ao

fenômeno da mediunidade, pelo fato de não existir dois médiuns

iguais, insiro uma situação vivida por Chico Xavier:


167

O Centro Espírita Luiz Gonzaga aguardava a chegada de Chico

Xavier para o início da reunião. Gente por todos os lados, Chico

caminhava vagarosamente em direção à mesa, atendendo, falando e

orientando quem necessitava de auxílio.

Uma senhora, identificando-se como sendo de Salvador, Bahia

com expressando aflição, aproximou-se e disse:

-Chico: preciso de sua orientação. Sou médium de

incorporação, mas só se comunicam por meu intermédio espíritos

sofredores, que gritam, choram, fazem barulho! Sou criticada por

alguns companheiros! Já não suporto mais esse sofrimento! Algumas

vezes penso em abandonar o trabalho mediúnico. O que me diz

Chico?

-Minha irmã, você deve considerar-se muito feliz, porque Jesus

também, viveu com sofredores de todos os matizes. Você, portanto,

está em boa companhia – na companhia de Jesus.

Ufa! Fim da parte primeira!


168

CADERNO G

6 SEGUNDA ETAPA – OUTRAS FACULDADES

Generalidades – principalmente quanto a vidência – de forma

esparsa e observações que se encaixam em outras sensibilidades

mediúnicas.

Senhores alunos do fenômeno da vidência local – vidência é

sem transe. O portador dessa sensibilidade tem maiores possibilidades

de ser enganado pelo fato de ver e assim acreditar em tudo que vê.

Tanto nessa mediunidade como na audição, no primeiro momento,

não tem como identificar, dependendo do amadurecimento mediúnico

do médium, quando consegue perceber que o que vê está correto – ou

não –, da mesma forma quanto ao escutar as vozes do além.

A faculdade de ver coisas ou espíritos, quando de forma

educada e disciplinada – sem querer alcançar vôos mais altos sem ter

adquirido a devida experiência – e usada com ética e discrição, é

elemento muito aceito pelos dirigentes da reunião espírita. Contudo,

quando se torna veículo de exibição em uma exaltação mediúnica, é

sempre sinal de perigo. Para mais informações, consultar o livro

“Bastidores da Mediunidade”.

Os videntes devem estar sempre prevenidos contra os espíritos

que se transformam ardilosamente em várias personalidades, seja


169

mudando de vestuário ou de aparência. Cabe ao dirigente ajudar na

interpretação das vidências.

Aos videntes, compete distinguir a categoria dos Espíritos via

atitudes, conforme afirma Aurélio A. Valente – FEB. Eu penso um

pouco diferente, ou seja: quanto aos fluídos, só o médium pode

avaliar e comentar, do mais, deve sim dividir as demais

responsabilidades com o dirigente - acredito ser o mais prudente.

O perigo está em acreditar que tudo está dentro da normalidade,

não querendo saber se aquilo que é mostrado não se trata de um

engodo. Em muitos momentos, deve-se registrar o que foi mostrado e

depois com calma e prece, esperar a resposta intuitivamente.

Saibam que espíritos brincalhões e irresponsáveis podem

apresentar-se com determinada aparência e, ao ser questionado pelo

vidente, ele faz como o camaleão que vai tomando outras aparências.

Cuidado médiuns, não criem segurança em demasia em torno do

fenômeno em questão. Refiram-se sempre a prece e pensamentos em

seu mentor.

Vidência com menor profundidade:

Há videntes que vêem bem, porém, não conseguem distinguir,

separar as coisas, misturam tudo, o essencial e o secundário, o real

com o imaginário, o que vem de fora, com o que vem do

subconsciente.


170

Vamos ao exemplo entre três médiuns videntes de diferentes

recursos psíquicos, buscando observar a intimidade mental ou

aparência do desencarnado no decorrer de determinada reunião

mediúnica:

a. O primeiro de pouco recurso: caso veja o espírito, o verá

sem nitidez, como através de uma vidraça embaraçada;

b. O segundo, de capacidade média: verá o espírito, com

mais detalhes, podendo até descrever a indumentária, as

cores e a fisionomia;

c. O terceiro, de capacidade superior: verá sua aura escura,

no caso, com suas estrias, fluídos de ligação maléfica com

o obsedado.

Esse médium tem condições ideais para penetrar no pensamento

e intenções, inteirando-se das suas mentiras. Nesse caso, o

entendimento quanto ao fenômeno pede estar nas palavras de Kardec,

em “O Livro dos Médiuns”: “Salvo algumas exceções, o médium

exprime o pensamento dos espíritos”.

Informação aditiva:

Quando o fenômeno ganha em desenvolvimento e nitidez,

poderá ler palavras ou frases inteiras, também projetadas no

momento. Após desenvolvida de forma satisfatória, ajudará o

dirigente nas reuniões mediúnicas em muitos momentos.


171

Capacidade superior:

Os médiuns ainda em desenvolvimento, assim identificados,

serão convidados ao exercício de avaliação do seu potencial

mediúnico quanto à vidência local, ou seja: consiste em exame da

aura da pessoa encarnada, podendo até identificar se existe algum

bloqueio de energia em determinado chacra.

Outro teste que pode ser feito é pedir que se concentre para ver a

pouca distância um objeto qualquer a ser mostrado para exame da

aura - eis o caminho da psicometria.

Por último, com anuência da pessoa ou pessoas, tentar um

exame direto e interno do organismo físico. Principalmente em uma

pessoa fisicamente doente. Médium com esse recurso, jamais poderá

receitar remédio para que a casa espírita não seja processada.

Havendo a identificação de determinada doença, deve-se encaminhar

a pessoa ao médico.

Para um trabalho dessa envergadura será necessário que o

médium aceite a trilhar o caminho da disciplina.

Duas coisas importantes devem ser observadas pelo médium de

vidência local:

3. Na vidência local, conseqüentemente sem transe, no estado de

lucidez, deve-se cooperar com o dirigente da reunião mediúnica,

quando solicitado, ou quanto o momento exigir. Que o médium

por ver aquilo que o dirigente não vê, não venha a promover-se


172

a dirigente, criando muitas interrupções no decorrer dos

trabalhos.

Como cooperar?

A cooperação apresenta-se de muitas maneiras e a cada reunião

mediúnica, novo aprendizado surge, motivo de deixarmos algumas

informações servindo como comparação para que o mesmo possa

adaptar-se, em outras situações.

É muito difícil a tarefa do vidente/clarividente, pois é aquele que

vê mil coisas, mas sem obrigações de a tudo informar ao dirigente.

Com mais experiência, saberá ser sucinto quando solicitado; ou

quando o momento exigir.

O acima exposto é polemico, em virtude da necessidade do

equilíbrio que o médium deva adquirir durante a reunião mediúnica, e

assim sendo, muitas Casas Espíritas adotam como disciplina em seus

trabalhos mediúnicos o silêncio do médium-vidente – a não ser

quando o dirigente pede a sua cooperação.

Essa imposição não me agrada, pois, disciplinar é uma coisa, já

castrar as possibilidades mediúnicas de um médium é desumano. Nem

tanto ao céu nem tanto a Terra, cada caso é um caso.

Não podemos esquecer que não existem dois médiuns iguais nos

fenômenos diversos da mediunidade.

Em nosso grupo mediúnico temos esses extremos: um é mais

expansivo, atropela, o outro observa e é mais calado, em alguns


173

momentos oferecendo informações ao dirigente no momento certo e

de forma objetiva e sucinta.

Uma coisa é certa: toda disciplina, toda harmonia exercida pela

Casa Espírita dentro da naturalidade, preserva os médiuns das

investidas de espíritos que pretendem se manifestar em outras

palavras.

Se um grupo de desencarnados descomprometidos com a

verdade, é sabedor que o médium vidente está de portas abertas para

se fazer visto, - ou ouvidos pela audição - com o aval do dirigente,

passam a disputar a atenção. Tais assédios são perturbadores ao

psiquismo desse médium.

Do exposto, equivale dizer que o dirigente deve aliviar esse

médium, que a tudo aceita e que a tudo tem curiosidade.

Pobre dirigente, ao procurar reconstruir a saúde mediúnica desse

médium e segurança espiritual do grupo, vai percebendo que vão

apresentando-se silenciosamente os que entendem saber tudo de

espiritismo. Esse, vão fomentando que o dirigente é muito exigente e

assim vão abrindo brechas aos espíritos inferiores irem criando a

politicagem a corroer a estabilidade do grupo.

Vivenciamos essa situação, muito dolorida para mim, como

dirigente.

Iniciou-se assim o “disse me disse”, culminando com a

comunicação do afastamento desses componentes do grupo. Quatro

ao todo.


174

Com o afastamento a paz voltou ao grupo.

Nesse caso, os inimigos espirituais sutilmente aproveitaram a

seguinte brecha:

Percebendo a queda da produtividade, comentávamos: gente,

preste atenção, o nosso grupo não está produzindo como de costume,

vamos voltar a estudar.

Foi a brecha que os inimigos espirituais encontraram.

Sutilmente, as palavras “voltar a estudar”, teve o seguinte

entendimento:

Chegamos à conclusão que devemos estudar mais, assim sendo,

vamos nos afastar das reuniões mediúnicas.

Não falei em abandonar a tarefa mediúnica e sim estudar não de

forma sistematizada, isso fizeram por alguns anos. E sim, entender

que o espírita atuante deve estudar sempre, criando cada vez mais

valores psíquicos saudáveis. Os espíritos-espíritas continuam

estudando.

É um desastre quando se sentem preparados e aí sim surge a

acomodação.

Afrouxados as sintonias com os mentores espirituais, esses elos

se enfraquecem, contribuindo com o afastamento das atividades. Era

necessário apenas um empurrão e isso os inimigos fazem com muita

maestria.

Voltemos ao assunto:


175

O médium vidente deve fazer a sua avaliação quanto à

informação que faz ou pretende fazer no decorrer da reunião

mediúnica.

Como vemos, é fácil entender que o médium no exercício

vidência-local, apreciado no momento, necessita de muito treino, na

aquisição do equilíbrio. Já pensaram se os mentores espirituais

fossem em nome dos seus desejos e da boa informação, interferir a

todo instante oferecendo justas informações, ou corrigindo as

deficiências de nós, os dirigentes?

Já pensaram se numa sala de aula um aluno de QI elevado,

conhecendo muito bem a aula do professor e tomando a palavra for

expondo o seu conhecimento?

É uma ajuda importante, mas prejudicial à harmonia que ali

deveria reinar!

Com o desejo de ajudar os portadores de vidência, oferecemos

uma linha de raciocínio para que selecionem os seus valores e

utilizem em relação ao bom andamento das atividades mediúnicas,

onde estão vinculados.

Vejamos, uma reunião mediúnica é composta de duas

realidades, se assim podemos classificar:

Primeira: quanto aos encarnados, a responsabilidade maior é

oferecer o choque anímico ao desencarnado, assim como o diálogo

fraterno como ferramenta de mudança do pensamento condicionado,


176

oferecendo ajuda nas dores morais e reflexos de dores físicas – eis a

tarefa principal dos encarnados.

Segunda: o trabalho maior fica a cargo da sabedoria da equipe

espiritual, pois o nosso é somente de primeiros socorros. O Hospital é

do outro lado da vida – nas cidades espirituais.

Toda interrupção tem que ser bem avaliada, pelo fato de que se

a mesma não se encaixar bem quanto ao momento, desviará a

concentração do grupo – movida pela justa curiosidade – exigindo do

dirigente uma nova harmonização.

Não estou me referindo a quando determinada interferência

venha por intermédio de espírito de envergadura moral movido pela

necessidade de ajudar o dirigente naquele momento de difícil diálogo

com o espírito altamente rebelde. Como vemos, tivemos sim, uma

interrupção saudável, alterando sim a harmonização, mas para melhor.

Quero aproveitar o momento para registrar que é meu costume,

não de forma corriqueira, pedir ajuda quando necessário!

Do que já foi exposto, existem situações, nas quais percebemos

que o médium, no exercício do animismo, ou mediunidade parcial,

quer dar a sua cota de ajuda, as vezes muito útil em sua observação,

portanto aceita com ressalva: para que o médium não venha a viciar-

se no seu animismo.


177

Um aspecto muito importante a ser longamente observado:

Animismo: essa questão é muito vinculada aos médiuns de

psicofonia, mas existem também nos fenômenos de vidência, podendo

ser positivo em algumas situações, geralmente consideradas de efeito

negativo.

Procuro não exercer entendimento ortodoxo, pois o fenômeno

deve ser analisado no momento e nas suas respectivas circunstancias.

Vejamos, se tal animismo for através de um médium que tenha

sido o Emanuel, hoje reencarnado?

Em matéria de animismo, a coisa fica mais complicada se

pensarmos: quer esteja encarnado ou desencarnado, o sábio é sempre

sábio.

Vamos a um exemplo: Determinado médium é uma pessoa sem

nível escolar, mas na existência passada foi um grande médico

portador dessa sabedoria. E pela necessidade, ele dita determinada

receita médica ou psicografa envolvido por processo anímico. E agora

José?

Devemos ter em mente uma coisa: a doutrina espírita não pode

ser algo engessado, pois cada caso é um caso.

Voltemos a falar da mediunidade de vidência. De acordo com o

livro “Diretrizes de Segurança”:


178

P. Que utilidade tem a mediunidade de vidência?

R. A utilidade é a de desvelar os painéis do mundo espiritual,

sabendo observá-lo e, melhor ainda, mantendo discrição no traduzi-lo,

para não a transformar num informativo de leviandade.

P. Qual a colaboração que um médium vidente pode dar no

transcurso de uma reunião mediúnica?

R. Fazendo observações, anotando pontos capitais e

colaborando com o dirigente, para que ele esteja informado dos

espíritos que serão atendidos (não é uma interrupção, é informação no

momento oportuno).

Exemplos:

“Muitos suicidas, muitos revoltados, muitos doentes, muitos

mutilados, muitos religiosos, muitos cientistas, muitos que pereceram

tragicamente, muitos estudantes observando o nosso trabalho, muitas

crianças para serem ajudadas, etc.”.

Uma ressalva: quanto a informação “muitos suicidas, muitos

mutilados”, não dar ênfases na voz e na vibração. Se estivéssemos no

meio de um desses grupos, ficaríamos satisfeitos de nos ver tão

expostos as vibrações dos componentes do grupo.

Por que dois médiuns enxergam, ao mesmo tempo, quadros

diferentes?


179

Pelo fato das percepções visuais estarem em faixa vibratória,

que oscilam de acordo com o grau de adiantamento do espírito do

médium. Um registra uma faixa na qual se manifestam os espíritos, e

outro registra faixas diversas.

Ocorre também que no meio dos videntes, existe o clarividente,

quando o aluno abandona os testes na fase de vidência local o

dirigente fica sem conhecer a existência ou não da sua capacidade de

clarividência.

Se não bastasse o fato de não levar a sério os testes e a

imaginação indisciplinada, elabora construções e imagens que ele não

sabe traduzir, perturbando-se com aquilo que capta.

P. Podem, simultaneamente, dois médiuns videntes referindo-se

à mesma entidade, fazer descrições diferentes a serem verificadas?

R. Seria o mesmo que duas pessoas de Graus de cultura

diferentes descrevendo a mesma tela. Cada uma informará os detalhes

que lhe chamem a atenção e capacidade descritiva. Mas o conjunto

geral é o mesmo.

Médiuns em geral: estudem, estudem, conheça o seu físico e o

seu lado psicológico para avaliar os sintomas e saber interpretá-los.


180

Vidência pode se tornar direta ou indireta, isto é, mental ou

objetiva, transferida ou não para o plano material – eis o motivo da

realidade do animismo sadio, também em mediunidade de vidência.

Melhor explicando:

Vidência direta-mental: quando o médium vê quadros, cenas ou

entidades espirituais diretamente como se fosse com os próprios olhos

físicos;

Vidência indireta, ou objetiva: quando a visão parece se dar,

simplesmente dentro do cérebro;

No primeiro caso, a vidência pode ser denominada “transferida”

para o nosso plano.

No segundo caso, deve-se entender que não foi transferida e

assim sendo, o médium vê somente com os olhos do períspirito.

Como vemos, o fenômeno de vidência está inserido nos nossos cinco

sentidos muito mais do que imaginamos. Eis algo de anímico, pois

mediúnico de fato é quando acontece em nível do sexto sentidos.

Tudo que vem via cinco sentidos, trata-se de efeito anímico – se

o psiquismo do médium for saudável. Eis a necessidade do médium,

avaliar o seu grau de tensões da vida moderna e seu grau de

equilíbrio, assim como grau do personalismo.


181

Em se tratando de mediunidade de vidência, muitos dos

sensitivos acreditam se tratar de coisa simples, afirmando: Para mim

tudo é normal, tão simples, e com isso talvez queira dizer “por que

estudar?”

Tão simples que não precisa estudar?

Mesmo após toda a nossa exposição, se é tão simples acrescento

um pouco mais de dificuldade, extraído da experiência pessoal da

médium Regina no livro “Diversidade dos Carismas”:

P. Pode-se entender por animismo tudo aquilo que está contido

nos cinco sentidos e que não possui a participação de desencarnado,

ou seja: O espírito do médium falando, muito simples, assim dizendo?

R. Sim, porém, com a possibilidade de serem adicionados outros

componentes no momento em que o desencarnado marca a sua

presença com fleches, mensagens intuitivas, ou seja: uma participação

parcial. Eis o momento do entendimento do fenômeno misto. Misto =

parte do médium, parte do espírito.

O que pretendo deixar bem marcado é que pode haver, e com

frequência há mesmo, um componente mediúnico em muitos

fenômenos anímicos.


182

Podendo ser:

v Facilmente identificado, quando o sensitivo vê, ouve e

conversa mentalmente com os espíritos durante o

desenrolar dos fenômenos anímicos ou;

v Mais difícil, quando percebe, entretanto, não vê.

Observamos que no segundo caso acima, a conversa é mental,

não escutada via audição ou na intimidade da cabeça.

Como vemos, se o médium se afasta dos testes e do diálogo com

o dirigente, como saber se naquela situação o fenômeno foi mental?

Se o médium não estudar e não expor a sua realidade mediúnica

para o entendimento junto com o dirigente, o mesmo não pode

adivinhar. Mais uma vez repito: médium conheça o seu físico e o seu

psiquismo.

Tudo que dominamos pode ser entendido como simples, mas

não podemos desprezar a prudência.

Prudência de Chico Xavier ao dizer: aqui entre nós, vemos uma

pessoa aparentando cinquenta anos, de cor clara, cabelos longos,

com muitos fios de cabelos brancos, que se diz chamar (...). Então a

pessoa emocionada diz: é minha mãe. Chico não dizia aqui está a sua

mãe. Era a prudência, para não ser enganado pela vidência.

Repetindo o que já foi exposto no inicio desse caderno, em “O

Livros dos Médiuns”: salvo algumas exceções o médium exprime o

pensamento dos espíritos.


183

Devemos entender que qualquer irradiação é o átomo, ou seja:

parte dele em agitação a manifestar-se em raios ou ondas, de acordo

com quem emite. Os átomos lançam de si ondas que produzem calor,

som, luz e raios gama através de inúmeras combinações. No caso da

mediunidade toda vez que encarnados e desencarnados vibrem na

mesma direção se estará criando ondas.

Abro um parêntese: diante do acima exposto, em muitas

ocasiões, o dirigente fica incomodado em observar, que apenas com

aproximação de determinado espírito, ele por conta própria com a

participação do seu psiquismo desencadeia um processo que se

assemelha ao estado de incorporação.

Completando os ensinamentos de Kardec:

Onda sonora: quando numa fase que se emite, quer entre

encarnados e desencarnados criam-se ondas sonoras e elas se

apresentam. O filme espírita “E a Vida Continua” (...) – Evelina e

Ernesto comentam: aqui nós convivemos com o som que vira

imagens.

Motivo de Kardec afirmar que a linguagem dos espíritos é o

pensamento. São essas ondas sonoras descodificadas pelo cérebro,

que produz a mediunidade auditiva.


184

Onda calorífica: ao acendermos uma lâmpada estaremos

exteriorizando ondas luminosas. O médium em sintonia e

descodificando-a tal onda, ele estabelece a mediunidade de vidência

local, vidência à distância/clarividência, avançando um pouco mais

estamos diante do fenômeno da psicometria.

Onda elétrica: façamos funcionar um rádio e encontraremos

ondas elétricas.

São essas ondas elétricas que chegam aos médiuns de vidência,

desde o princípio da sua mediunidade, como projeções de luzes

brancas, luzes coloridas. Podem ser também sinais, quadros e

símbolos projetados pelos instrutores espirituais.

Lembrando que o homem encarnado e desencarnado, quando as

suas vibrações estejam abaixo de 35 a 40 por segundo, ele

movimenta-se no império do infra-som, ou seja: essas ondas existem

sem serem assimiladas. Em sua volta, tudo está em silêncio – André

Luiz no livro “Mecanismo da Mediunidade”.

Em relação a mediunidade diremos:

A energia atômica no caso da mediunidade, uma vez que em

andamento, sua assimilação e descodificação passa a ser patrimônio

da mente do sensitivo, para tal patrimônio físico necessário se torna

que haja finidade de sintonia. Experiência que se gradua no campo

mental que lhe é característico.


185

Acrescento: O sonho é em geral um processo codificado, e

quando se consegue descodificar, se tem o entendimento.

Tivemos essa experiência em sonho que muito me amargurou.

Ao movimentar o meu pé, pisei na cabeça de uma cobra e fui

mordido, sem consequência a não ser um sangramento entre dois

dedos, logo estancado.

Minha filha Mariane também pisou em outra ou na mesma

cobra, sem sangramento.

Em literatura não espírita, se comenta que sonhar com cobra é

sinal de traição, perigo ou situação desagradável. Alguns dias depois

do sonho, minha filha sem o desejo de ir, vai com o seu marido ao Rio

de Janeiro, assistir o carnaval.

Em nossa reunião mediúnica, determinado espírito perturbador

apresentou-se comentando que tinha conseguido estabelecer o

desentendimento entre o casal.

Aproveitando o momento, perguntei: qual o significado do meu

pé sangrar e de minha filha não?

Resposta: “você assimilou as dificuldades e destilou no seu

psiquismo ela não assimilou e armazenou na sua intimidade” – eis um

exemplo ainda profundo que podemos expor quanto a palavra

descodificar.


186

Médium, conheça o seu psicológico, isso ajudará a entender em

sua intimidade o fenômeno que você vivencia. Pense e exercite esse

entendimento que não é tão fácil, como parece.

Leiam, releiam, estudem e estudem. Incorporem tais

informações na intimidade do ser.

Em nossa casa espírita, estabelecemos que desde o primeiro dia

de aula todos participem, até médiuns desenvolvidos em reciclagem

das etapas primeira e segunda.

Esse foi o planejamento inicial, mas vocês verão que surgem

situações que devemos nos adaptar com a realidade, foi o que

aconteceu.

Verificando que no grupo em questão, alguns alunos do

exercício de incorporação - etapa primeira - foram ficando para trás e

outros avançando, surgiu a necessidade de no mesmo dia e horário

dividir em duas turmas, movido por falta de sala:

Turma “A”, continuar com as repetições dos exercícios

“desenvolvimento mediúnico de incorporação”. Quanto aos demais

elementos do grupo, que fiquem vibrando por quem está repetindo os

exercícios. Que por sua vez fará o mesmo quando a Turma “B”

estiver em atividade, recebendo espíritos doentes.

P. Em que momento, após a formação do grupo surge a turma

“B”?

R. Quando a espiritualidade nos alertou de que alguns elementos

ainda em exercício de incorporação poderiam juntar-se com os


187

médiuns que trabalham mediunicamente para darem passividade no

final dos estudos proporcionando o entendimento do que representa

para os necessitados essa doutrina consoladora – esse apoio fraterno.

Cada Casa Espírita em consonância com a quantidade de alunos

que faça as adaptações que forem necessárias.

Meus irmãos, eu pensava que já tinha feito algumas definições,

em termo organizacional, definindo turma “a”, turma “b”, mas sou

surpreendido com a verdadeira procura de ajuda de pessoas em que a

mediunidade está a flor da pele. Devo me comportar como o SUS, em

que o médium diz: venha daqui seis meses, para iniciarmos o

atendimento. Prefiro errar fazendo o bem. Acolho oferecendo um dia

na semana para estudo do livro dos médiuns e incorporo a pessoa ao

grupo, para o exercício primeiro, fase primeira: “projeção de fluídos e

identificação”, em seguida a pessoa sai da mesa e continuo as

atividades com os alunos “a” e “b”.

Informações complementares a respeito da vidência:

É importante que o médium vidente, conheça as nuanças da sua

mediunidade, mas que não venha a ser excessivamente exigente

consigo mesmo, principalmente nos primeiros passos do

desenvolvimento mediúnico.


188

Relato extraído do livro “Aqueles que Amam”:

(...) Cheguei perto dela e tentei lhe falar. Laurita percebeu a

minha presença, porém espantou-se e indagou:

-Quem é você? Que faz aqui? É do bem?

-Sim sou do bem - respondi, -Amo você?

-Alegro-me por me escutar. Sou seu pai!

-Papai?! Não é mesmo! Pior que me engana? Que faz aqui?

Por que está tomando a aparência de meu pai?

Quando ela disse isso, as três entidades ficaram em alerta e

olharam para todos os lados e uma para outra.

-Laurita, minha filha - insisti - , sou seu pai! Aqui estou para

visitá-la juntamente com Leonor. Por que me repele?

-Você não é meu pai! Não gosto que me engane. Papai! Papai!

Lourenço, ajude-me! Afaste este enganador daqui!

O desencarnado que se fazia passar por mim (pai) aproximou-

se como que colando a ela, que suspirou aliviada, sentindo-se

protegida. Afastei-me preocupado e Leonor esclareceu:

-Ela está acostumada com ele, gosta desse espírito;

-Como ele consegue tornar seu períspirito igual ao meu? -

perguntei.

-Desencarnados que sabem, fazem isso com certa facilidade,

tomam a aparência que querem e infelizmente se passam por outros

desencarnados.

-Os médiuns devem conhecer os desencarnados pelos fluído,

pois esses não são modificados. Os bons vibram o bem. Mas esse


189

desencarnado não é mau, sabe que engana e que está errado, porém

por comodidade ou por não saber como agir certo, continua

enganando.

Os encarnados que não querem ser enganados devem estar

alerta, vibrar no bem e no agir corretamente e não querer que

determinado espírito, seja ele quem for, seja seu companheiro, guia

ou protetor. Os médiuns devem fazer sua parte e deixar que os

trabalhados do bem se encarreguem de determinar um desencarnado

para seu companheiro.

Dois apartes:

v Sabedor dessas dificuldades em torno no médium, as primeiras

aulas desse curso abordam o assunto da identificação dos

fluídos, defendendo o médium da possibilidade de desenvolver

mediunidade com espírito, que na verdade o próprio médium

adota como mentor, e dessa forma o terá a tira colo até o final da

sua vida mediúnica. E quem diz que não continua a permanecer

junto por vibrarem na mesma faixa?

v Quanto aos médiuns iniciantes, eles estudam e ficam

angustiados pelas constantes repetições - é falta de humildade.

No começo caminham com vigilância, mas ao sentir-se seguros,

abandonam a vigilância e os problemas se apresentam.


190

A respeito da “Identidade dos Espírito” conforme consta no

“Livro dos Médiuns”, capítulo XXIV: a questão de identidade dos

Espíritos que se comunicam nas denominadas sessões práticas de

Espiritismo - nos diversos fenômenos da mediunidade - é uma das

mais difíceis de provar, porque não podemos exigir a Cédula de

identidade dos mesmos. Nem mesmo um vidente pode ter a certeza de

que está se comunicando seja aquela que se apresenta com a

fisionomia conhecida pelo vidente, pois o Espírito, manipulando os

fluidos perispiríticos, pode modificá-los de conformidade com os seus

desejos, embora tais condições sejam transitórias. Assim sendo, o que

interessa para o dirigente dos trabalhos é o conteúdo da mensagem

transmitida, o momento em que é exposto, via existência diversa de

mediunidade.

Um aparte: um mecanismo que me tem trazido bons resultados é

fazer o espírito perceber que o dirigente não esta aceitando tal

mentira. Eles, que não gostam de serem desmascarado, fazem questão

de não mais se apresentarem.

Mas, será que mesmo nas mensagens há uma garantia de não

sermos enganados? Pois os Espíritos podem usar de um linguajar de

fundo moral, falando de Deus, caridade e em tudo que não contrarie

os princípios cristãos e no, entanto trata-se de um fascinador que

esteja nos preparando uma cilada?


191

Kardec nos ensina que um Espírito inferior, embora seja

instruído, nunca poderá nos enganar todo tempo, porquanto mais cedo

ou mais tarde ele se denunciará. O perigo é aceitarmos os engodos.

Caindo em alguma falha, quem é estudioso da ciência e filosofia

espírita perceberá, da mesma forma que um homem de bem

observando aquela pessoa perceberá que há falsidade. Entendo que

em um grupo na busca do estudo a lapidação em torno da verdade,

oferece muita segurança nessa relação material e espiritual.

Exemplo: determinado espírito apresentou-se dizendo tratar-se

de Joana Dark. Imediatamente dissemos: minha irmã, você pode

querer enganar a nós, mas não engana a si mesma. Calcula se

fossemos orgulhos, estaríamos pedindo bênçãos e deixando que os

nossos passos fossem dirigidos, por ela. Cego guiando cegos, caindo

todos no buraco.

A encenação nunca é a realidade, portanto, não poderá ser

interpretada por todo tempo sem nenhum erro, por pequeno que seja.

O importante é que o dirigente analise as mensagens com todo rigor e

toda vez que houver qualquer dúvida, questione o comunicante no

momento. Se for um mistificador, ele não suportará a arguição e se

denunciará – irritando-se.


192

Quais são as características de uma mensagem proveniente de

Espírito Superior?

Em tese são as seguintes: Não profetizam acontecimentos com

data determinada; não diz futilidade, é sucinto e objetivo; trata

principalmente de assuntos instrutivos, jamais utiliza vocabulário

agressivo ou obsceno, não se apresentar com nomes bizarros - um

exemplo verídico: sou Pomba, Rola Sereia.

Um Espírito Superior, ao invés de ficar contrariando, incentiva o

dirigente a que façam perguntas e exponham as suas dúvidas a

respeito do que está sendo tratado.

Eis aqui algumas das observações relacionadas por Kardec nas

dezenove páginas do capítulo mencionado e que nos dão uma

orientação segura, para não sermos enganados pelos mistificadores.

Principalmente aquela que devemos estar sempre alertas e

analisar com rigor, todas as comunicações, mesmo que sejam dos

guias protetores.

Os nomes veneráveis que possam usar, também são motivos

para ficarmos atentos, para não cairmos nas possíveis armadilhas, pois

os Espíritos Superiores não se preocupam com os nomes que tiveram

na Terra e quase sempre preferem se conservar anônimos, utilizando

pseudônimos, tais como: Um Espírito amigo, um protetor, etc.


193

Informações que a todos interessam:

Uma das questões pouco comentadas nos estudos espíritas é a da

idade dos Espíritos, quanto aos que eles representam fisicamente. O

que acontece com uma criança ao desencarnar?

Será que ela permanecerá sempre como criança, fisicamente, ou

envelhecerá como acontece com os encarnados? Tais dúvidas pairam

igualmente quanto à velhice. Será que um velho ficará sempre como

ancião ou remoça?

A literatura espírita nos fala a respeito, dizendo-nos que o corpo

perispiritual modificar-se-á segundo a vontade do Espírito, por tratar-

se de um corpo fluídico, portanto passível de modificações. Mas tais

alterações dependem das condições evolutivas do Espírito, pois uma

pessoa ignorante e sem condições superiores, por falta de méritos

desconhecerá a possibilidade de se libertar das aparências físicas

desagradáveis que ainda possui e muitas vezes pioradas.

Geralmente, a meia idade é a mais procurada, embora existam

Espíritos elevados que prefiram apresentarem-se como velhos;

anciães lúcidos, imponentes, que impressionem pela aparência

patriarcal. Outros preferem fixar-se na aparência física que possuíam

na reencarnação que mais evoluíram, seja “de um negro escravo” ou

na aparência “indigina” onde vivenciaram que exercitaram a

humildade.

Entretanto, nada é fixo nesse campo, pois o Espírito poderá

apresentar-se em outras ocasiões com fisionomia diferente. Emanuel

identifica-se mais comumente como Públio Lêntulos, mas também


194

mostra-se como Padre Manoel da Nóbrega, ou ainda como o escravo

Nestório. É possível que ele tenha outro aspecto fisionômico no plano

espiritual, muito mais formoso, pois o Espírito quanto mais evolui,

mais belo será, em virtude da própria condição que atingiu.

André Luiz fala-nos de uma senhora que ao tornar-se visível a

um obsessor, este ajoelha-se perante a mesma, julgando-se estar na

presença da mãe de Jesus, tal a beleza angelical que sua fisionomia

denotava. O mesmo André Luiz nos fala também em seu livro “E a

Vida Continua” que um senhor se tornou mais jovem, enquanto que

sua companheira envelheceu, a fim de tornarem-se da mesma idade

física, evitando assim a desigualdade indesejável no caso de Espíritos

afins, que desejam viver em comum.

Temos ainda no livro “A Nova Revelação” de Conan Doyle, a

informação de que a maioria dos Espíritos procura exibir-se com uma

aparência de idade mediana, desde que possuam tais possibilidades,

porquanto essa idade é tão jovem que represente imaturidade nem tão

velha que signifique senilidade. É a idade do equilíbrio e da

responsabilidade.

Quanto as crianças, elas vão amadurecendo normalmente, com

exceção dos Espíritos mais evoluídos que podem alterar a sua

condição física no (momento que podem alterar a sua condição)

quando quiserem, porquanto se emancipam rapidamente de todos os

problemas materiais, embora estes casos sejam raros, porque um

Espírito elevado não reencarna para ficar poucos anos na carne.


195

Em sínteses, portanto, os corpos espirituais são modificáveis ao

bel prazer dos Espíritos, desde que eles possuam essas condições.

Caso contrário, apresentar-se-ão como eram na última encarnação,

com as suas idades e suas deficiências físicas, até que possam libertar-

se de tais problemas e exibir-se, na idade ideal adquirindo cada vez

mais, aquelas condições deslumbrantes que caracterizam os Espíritos

Superiores quando à beleza e respeitabilidade, impossível de

descrever. O vocabulário das criaturas encarnadas é pobre para falar

das coisas do plano superiores.

6.1 EXERCÍCIO PRÁTICO DA VIDÊNCIA LOCAL

Exercício prático da Vidência Local

Procedimento:

Aconselho aos estudantes rever as nuanças com muito zelo

concernente a vidência local, antes de iniciar esse exercício.

Vidência é visão local, sem transe, fenômeno de lucidez,

caracterizada pela visão, olho da alma, onde o médium vê no local,

entidades desencarnadas, com aparência humana ou animalesca.

Entendo que quando ele vê no local, projeções de cores, luzes,

símbolos, quadros etc., são projeções vindas até o local, não

esquecendo as ondas elétricas, que em princípio é fruto vibratório da

mente do médium. Eis o motivo de repetir: aí se encontram as

nuanças da mediunidade.


196

Exercício de Teste:

É o momento de o dirigente solicitar que os médiuns nos quais

foram identificados os fenômenos de vidência-local que se

concentrem, e eles – os instrutores espirituais – projetem luzes, com

densidade média para apurar o grau de vidência de cada aluno, que a

princípio deve ser vista por todos os possuidores dessa faixa de

densidade. Essas luzes podem ser vista por alguns em branco e preto e

por outros em cores.

Iniciando o Teste:

Inicialmente, se pedirá a projeção de luz idêntica para todos, em

seguida, a projeção de determinado quadro para todos, na densidade

média, para apurar o grau de vidência de cada aluno, que a princípio

deve ser vista por todos que tenham a capacidade de absorver essa

densidade.

Logo iremos perceber que a realidade não é mais a mesma para

todos e sim, aqueles que puder absorver a sintonia em densidade de

nível superior, pois, será vista por uns e não por todos, ou vista de

forma diferente, com maior ou menos nitidez ou detalhes em ângulos

e aspecto diferente, segundo a capacidade de cada um.

Como as projeções em muitos momentos são simbólicas e

codificadas, o vidente pode solicitar - mentalmente – que a

espiritualidade ofereça projeções indicativas para a interpretação, ou

mesmo informação verbal, via médium portador de mediunidade

psicofonia já desenvolvida, colaborando com o médium. Nunca


197

esquecendo outros recursos do próprio médium a serem usados pelos

instrutores, como audição.

Senhores médium de vidência, havendo paciência e treino, o

médium poderá penetrar na mente do transmissor quando sentir que a

interpretação das visões simbólicas é difícil para interpretar de qual a

idéia presidiu. Devemos entender que nem sempre o espírito

comunicante tem a capacidade imaginativa ou poder mental.

Entendo que o médium que penetrar na mente do transmissor já

passou da fase de desenvolvimento, naturalmente muitas outras

experiências terá, podendo desempenhar normalmente sua atividade

mediúnica, em grupo da Casa, em níveis mais elevados.

Repetir esse teste quantas vezes forem necessárias, até o

médium estar familiarizado com os fenômenos projetados. Essas

repetições podem cansar, mas oportuniza que o dirigente perceba em

que situação o animismo-saudável se apresenta no médium. Afinal

vidência local é sem transe, e sim de lucidez.


198

6.2 EXERCÍCIO PRÁTICO DA CLARIVIDÊNCIA

Procedimento para o exercício de Clarividência:

Informações adicionais:

O assunto clarividência e outros fenômenos são de difíceis

entendimentos conforme relatamos em caderno anterior. Senti muita

dificuldade quando buscava entendimentos em experiências pessoais

de valorosos médiuns. Naturalmente falam da sua realidade e eu

pretendo dizer de forma generalizada, para que todos possam

entender.

Clarividência, pela necessidade de definir, diremos: na

clarividência a visão do médium vai até o local, à distancia, quanto

na vidência a visão é local.

Existem diferenças entre elas?

Nos dois casos não podemos desprezar as informações de

Kardec:

Princípio formulado por Allan Kardec de que “médium é pessoa

que pode servir de intermediário entre o espírito e os homens, não há

como deixar de concluir que somente há fenômenos mediúnicos

quando entra em ação essa estrutura básica, na qual figuram o espírito

desencarnado e os seres desencarnados.


199

Exercício Prático:

Vamos ao exercício prático do Desenvolvimento da

Clarividência. Entendo que é uma forma avançada e complexa em

comparação com a vidência-local que é definitivamente anímica,

lúcida e sem transe.

Da minha parte não estou usando a palavra “definitivamente”,

pois não podemos esquecer da ação parcial de um espírito, atuando no

sensitivo, vidente.

Vamos ao exercício de Clarividência:

Iniciar com a prece de preparação do ambiente.

Em seguida convém que a espiritualidade comece com a

indicação de alvos mais próximos, iguais para todos; depois paisagens

e seus detalhes, ampliando os alvos e as localizações gradativamente.

Importante registrarmos que dirigentes e médiuns não interfiram

com projeções, mentais pessoais, criando interferências.

Chegou o momento do dirigente, avançar. Nessa situação, os

instrutores espirituais formam os condutos de visão ou as ligações

fluídicas com imagens ou quadros distantes que, da mesma forma

poderão ser vistos e observados com leveza de atenção pelos que

tiverem sensibilidade.

Tal fenômeno oferece: Cenas, paisagens, projeções e entidades

em lugares distantes quase sempre por interferência de Espíritos


200

desencarnados; protetores, instrutores, amigos espirituais, nessa fase

de preparação do médium.

Repetir esses exercícios até que cada médium se sinta

familiarizado.

6.3 EXERCÍCIO PRÁTICO DA AUDIÇÃO

Exercício Prática da Audição:

Informações Adicionais a respeito da Mediunidade Auditiva:

O médium de capacidade auditiva está incluso nos portadores de

fenômeno de lucidez. E assim sendo, tem o pé no fenômeno de visão,

pela aproximação das glândulas cerebrais – assim entendo.

É bom saber que o médium de audição age em estado de

consciência, caso o fenômeno avance ele estará espiritualmente e em

outras bases na semiconsciência e inconsciência.

É a faculdade mediante a qual o médium ouve vozes proferidas

pelos espíritos e sons produzidos por estes, bem como outros sons

ligados à própria vida da natureza.

A possibilidade de despertar o fenômeno de audição é quase

certa no médium que já despertou vidência, visto serem faculdades

que mutuamente se completam.

Assim como sucede com as imagens na vidência, as vozes e os

sons reboam às vezes dentro do cérebro do médium e outras vezes são


201

ouvidas exteriormente, de mais longe ou de mais perto, segundo a

capacidade de audição que o médium manifestar.

No primeiro caso, o espírito que fala, transmite as palavras ou o

som e as ondas sonoras não atravessam a cortina fluídica de proteção,

que separa o períspirito do corpo físico; tais impressões não são

transmitidas aos órgãos dos sentidos físicos e por isso, é que o

médium tem a impressão de que ouve dentro do cérebro.

No segundo caso, as impressões sonoras são transmitidas

através da cortina fluídica, atinge os órgãos dos sentidos e caem no

campo da consciência física; afetam os nervos sensoriais da audição,

mesmo sem passar pelo tímpano, simplesmente pela indução.

E ainda pode suceder que o espírito emissor dos sons ou vozes

aja diretamente sobre a atmosfera ambiente, materializando-os, ou

melhor, condensando-os, mais ou menos intensamente, a ponto de

poder ferir o tímpano do ouvido físico, para provocar uma audição

direta – encontramos esse fenômeno em texto Bíblico.

O mais comum é o primeiro caso, isto é, a permanência dos sons

no campo da atividade perispiritual, sem atravessar a cortina fluídica

de separação entre físico e períspirito.

O médium auditivo tanto pode captar ondas sonoras, provinda

de espíritos desencarnados que deliberadamente as transmitem, como

quaisquer rumores, vozes, palavras e até mesmo conversações

inteiras, provinda do mundo etéreo, mesmo quando não sejam

emitidas deliberadamente para seu conhecimento.


202

Aberto seu campo auditivo para esse mundo referido, o médium

poderá, captar muitas coisas do que nele se passa, de forma mais ou

menos perfeita, segundo sua própria capacidade de audição.

Do que foi exposto fica entendido que o fenômeno da visão está

ligado, ao fenômeno da audição. Mudando-se o que deve ser mudado,

fazendo-se as modificações necessárias “Mutatis Mutantis”.

Assim sendo muda-se apenas o seguinte:

o Na vidência local, solicitamos que os médiuns se

concentrasse para ver quadros, paisagens e entidades

espirituais no local;

o Na vidência à distancia/clarividência, para ver

paisagens, projeções e entidades em lugares

distantes.

Na condução do exercício em questão, – vidência X audiência –

o dirigente e médium devem levar em consideração apenas uma

modificação:

Ø Na vidência, o mundo espiritual deve projetar ao médium

vibrações e o seu aparelho visual psíquico captando-a e

transformando em imagens.

Prezados amigos: No meu entendimento, para melhor

compreensão das palavras Mutatis Mutantis – mudando o que deve

ser mudado é necessário ver que na vidência a informação é “aparelho

visual psíquico”.


203

v Na audição, deve ser projetado ao médium vibrações e o seu

aparelho auditivo psíquico captando-a e transformando em sons

(vozes) - médium auditivo pode ver livro dos Médiuns, cap. 19,

item 166.

Teste Prático:

O médium concentra-se, o dirigente do trabalho fará o seguinte

pedido:

O irmão que se compromete com a doutrina de Jesus em

desenvolver o nosso irmão (fulano) pode ditar-lhe que ele repetirá

suas palavras.

Com o decorrer dos exercícios, o médium irá ouvindo os

espíritos; reconhecendo a voz de cada um e poderá reconhecer e

conversar com muitos; poderá conversar com eles, dirigindo

perguntas pelo pensamento às quais eles respondem se forem

perguntas sérias.

Concluído os estudos, é preciso ter o cuidado de não dar ouvidos

a irmãos inferiores. Insinuam-se com graçolas ou palavras vaidosas e,

quando percebem que o médium se compraz em ouvi-los, tornam-se

companheiros irritantes e difíceis de serem evitados.

Repetir o teste quantas vezes forem necessárias.


204

6.4 EXERCÍCIO PRÁTICO DA PSICOGRAFIA

Procedimento do exercício prática da Psicografia:

No início do exercício do Desenvolvimento da Psicografia,

papel, caneta e material apropriado para os testes preliminares devem

ser fornecidos para saber se são portadores do fenômeno. Assim como

o nível da sensibilidade:

Médiuns de psicografia inconsciente: produzindo a escrita

mecânica ou;

Médiuns de psicografia consciente: movidos por agentes

telepáticos, isto é, médiuns que conscientemente recebem idéias e

pensamentos dos espíritos encarnados ou desencarnados e em

seguida, ao invés de transmitirem falando, como na incorporação,

fazem escrevendo, havendo, portanto, simples caso de incorporação

parcial – e porque não entender também ser semi-incorporação.

Aqui surge a pergunta: os candidatos estão todos juntos e assim

sendo, como saber quem é inconsciente ou consciente?

Eis o motivo de algumas exigências. O teste indicará a

característica do fenômeno.

Relembrando o já exposto:

1. Vidência à distância é igual à clarividência.

2. Desdobramento é estar lá.


205

Mesmo assim definindo, existem nuanças, como já foi exposto.

Essa mediunidade exige:

v Primeiramente aptidão física;

v Circuito mental fechado;

v Capacidade de concentração;

v Quietude no dia a dia da sua vida;

v Grande domínio sobre si mesmo;

v Espontâneo equilíbrio de sentimentos;

v Acentuado amor aos semelhantes;

v Alta compreensão da vida;

v Fé vigorosa.

Para o aprimoramento do acima exposto: evangelizar-se,

exercício de meditação que tem a eficácia de reunir os fragmentos de

emoção em um todo harmonioso.

Procurar eliminar reflexo condicionado prejudiciais, como,

também, identificar e não aceitar interferências mentais. Entendem

porque tenho dito que o futuro promissor do médium nasce desde o

início dos nossos estudos?


206

Vamos ver quatro croquis:

1. Circuito mental fechado:

2. Circuito mental aberto:


207

3. Esquema do circuito fechado:

4. Esquema do circuito aberto:

Como veremos, mediunidade é eletricidade a exemplo de um

motor elétrico. Se um fio estiver desconectado, desajustado,

oferecendo perca de energia, o motor elétrico perde a potência.

É dessa forma que a mediunidade perde a potencia, a conexão

fluídica com o médium.


208

Um exemplo: o médium em atividade mediúnica sente

insegurança no atendimento ao espírito revoltado, vacila e assim

perde a conexão, logo, o espírito se afasta deixando médium e

dirigente falando sozinho.

Teste prático da Psicografia Inconsciente:

Coloca-se ao lado de cada candidato, um livro, revista ou

qualquer coisa escrita e pede que se concentre para escrever ao

mesmo tempo em que está lendo o que está ao seu lado. Prestando

atenção na leitura e não no que escreve.

Este processo imediatamente determina a natureza da

mediunidade, podendo-se dizer que, em cem (100) médiuns que se

dizem psicógrafo, talvez um ou dois sejam de fato - nessa estatística

se está considerando mediunidade psicografia inconsciente.

O teste em questão, deve provar de forma concludente, quase

que na totalidade, que são médiuns de valor relativo e comum e não

da escrita mecânica – muito mais rara e eficiente na reprodução exata

do estilo, caráter moral e intelectual do espírito comunicante.

Este tipo de mediunidade exige cuidados especiais, e só deve ser

exercido por pessoa sã na moral, no físico e no psiquismo, para não

ser utilizada por espíritos mal-intencionados, transformando o

médium em um simples mecanismo de efeito físicos.


209

Em resumo, na verdadeira psicografia, quem escreve é o

Espírito comunicante, e não o médium e, por isso, o médium não pode

ler e escrever ao mesmo tempo.

Terminado esse teste - que não é eliminatório, - o trabalho deve

prosseguir da mesma maneira por muitas sessões consecutivas, os

médiuns lendo e escrevendo ao mesmo tempo. Se verá que a maioria

daqueles que escreviam antes, agora somente traçam rabiscos, sem o

menor significado, a não ser o treinamento muscular de

maneabilidade do médium por parte do Espírito que quer escrever,

até, que com o tempo, e perseverança e frases, muitos deles consigam

conquistar a verdadeira psicografia – muito mais autênticas e valiosas,

da qual se achavam afastados, muitas vezes justamente por falta de

treinamento e orientação adequada.

O ponto máximo de incorporação é quando o espírito

comunicante consegue a completa insensibilidade do braço do

médium, porque assim este não oferece resistência alguma e a

comunicação pode durar longo tempo, sem que haja cansaço para o

médium.

Chegamos ao momento de sabermos que de fato estamos diante

de médium de psicografia: inconsciente e consciente.

Finalmente, após inúmeros exercícios, elimina-se a leitura

obrigatória e todos passarão a escrever livremente para que o instrutor

possa verificar os resultados alcançados e as possibilidades de cada

um no trabalho permanente – após o término do curso.


210

Pedimos que o entendimento a respeito da escrita telepática,

assim como na mediunidade expressa em palavras – auditiva - por

meio telepático, não sejam aqui subestimadas, mas muito ao

contrário.

6.5 EXERCÍCIO PRÁTICO DA PSICOMETRIA

Exercício prática da Psicometria:

A psicometria é uma simples modalidade de vidência e não uma

faculdade. Tem por base a impregnação da áurea de cada objeto, ou

ser, de fatos ou acontecimentos do pretérito, com os quais esteve o

objeto ou a pessoa em contato.

Essa impregnação é indelével, com todos os fatos,

acontecimentos e movimento físico no Universo. Foi assim tivemos

dados das consequências da erupção do Vulcão Vesúvio.

O médium, posto em presença do objeto da pessoa – pedra

vulcânica – concentra-se e vê as cenas passadas cronologicamente. É

assim que uma mãe pode saber se o seu filho desaparecido está

encarnado ou desencarnado.


211

Informações adicionais:

P. Qual a relação em psicometria e clarividência?

R. Na psicometria o sensitivo usa a influência deixada no objeto

para entrar em relação com sub-consciente da pessoa. Se falecida, o

sensitivo entrará em contato com o espírito.

P. Na psicometria os objetos apresentados não são estimulantes

psicológicos das faculdades do sensitivo. Como aos que usam a bola

de cristal?

R. No caso da clarividência utilizadas por quiromancia,

cartomancia, bola de cristal, os diversos objetos, servem para suscitar

o estado psicológico favorável ao desembaraço das faculdades do sub-

consciente. Em atendimento a consulente, a consulente é o elemento

de ligação consulente X sensitivo.

É necessário entender que mediunidade passa pela eletricidade,

manipulada conscientemente ou inconscientemente. Essa eletricidade,

nada mais é que vibração no éter por meios físicos (eletrônicos) ou

mental (pessoa).

Vamos a outro entendimento quanto ao psicômetra, nas palavras

de Martins Peralva:

O processo pelo qual é possível o psicômetra entrar em relação

com os fatos remotos ou próximos, pode ser explicado de duas

maneiras:


212

• Uma parte dos fatos é impressões retiradas da própria aura

do objeto;

• Outra parte é recolhida da subconsciência do seu possuidor

mediante relação telepática que o objeto psicografado

estabelece com o médium.

Não tem importância que o possuidor esteja encarnado ou

desencarnado. O Psicômetra recolherá do seu subconsciente, esteja

onde estiver, as impressões e sentimentos com que gravou, no objeto,

a própria vida.

Ernesto Bozzano demonstra que não são apenas as pessoas os

únicos seres psicometráveis.

Além do elemento humano, temos:

b) Os animais;

c) Os vegetais;

d) Objetos inanimados, etc, etc,

O filósofo italiano menciona, na obra citada, extraordinários

fenômenos de psicometria por meio do contato com a pena de um

pombo, o galho de uma árvore, um pedaço de carvão ou de barro.

Um aparte: É nessa dinâmica que o espiritismo nos proporciona

o sentir da fé racional em torno da grandeza do criador, fé racional e

não alicerçada em rituais e dogmas.


213

Poder-se-á indagar: e se o objeto psicometrado teve no curso dos

anos, diversos possuidores? Com a vida de qual deles o médium

entrará em relação?

Explica Ernesto Bozzano com irresistível lógica, que o médium

entrará em relação com os fatos ligados àquele (possuidor) cujo fluído

se evidenciar mais ativo em relação com o sensitivo.

A esse aspecto do fenômeno psicométrico, Bozzano denominou

de “afinidade eletiva”. Pela psicometria o médium revela o passado,

conhece o presente, desvenda o futuro.

O conhecimento da psicometria faz-nos pensar

conseqüentemente nos seguintes imperativos:

1. Não nos apegarmos em demasia aos bens materiais;

2. Combatermos o egoísmo que assinala a nossa vida, com a

conseqüente diminuição das exigências impostas a

familiares, amigos e conhecidos.

Um exemplo: no livro “Nos Domínio da Mediunidade”, no

estudo da psicometria, temos o episódio de uma jovem que há cerca

de 300 anos, acompanha um espelho a ela ofertado – possivelmente

estando hoje num museu ou na casa de colecionador – por um rapaz

em 1.700.

É importante observar que não chegaremos ao ápice de ser um

psicometra em uma só existência. Teremos que irmos adquirindo e


214

incorporando em nosso psiquismo espiritual a sabedoria saudável,

através do nascer, morrer e continuar vivendo.

Registramos que as vibrações oferecidas ao médium de

psicometria via, objeto de uso pessoal do encarnado ou desencarnado,

servem apenas para desencadear a ponte entre um e o outro.

P. Em que momento, entre tantos, que essa varredura psíquica

pode ajudar determinada pessoa?

R. Exemplo: Saber notícias de um desaparecido.

É bom lembrar que o objeto psicometrado, poderá ter outras

vibrações, sofrendo influências discordantes.

Não podemos esquecer que no exercício ou logo mais na

prática, não se tem apenas o psicômetra, mas sim inteligências

desencarnadas que se lhe incorporam à onda mental, oferecendo todos

os avisos e instruções.

Consultar livro “Animismo e Espiritismo” de Ernesto Bozzano.


215

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aos estudiosos do espiritismo, fiz o que estava em minha

capacidade, que outros mais abalizados no entendimento melhorem o

que deve ser melhorado, corrigindo o que deva ser corrigido.

Quanto aos ortodoxos, que me perdoem. Prefiro errar fazendo, do que

não errar por nada fazer.

Hoje, depois de bons anos, refazendo, acrescentando acredito ter

chegado ao meu limite de capacidade.

Cuiabá, MT, Brasil.

Wilson da Cunha.

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