Princípios básicos do Behaviorismo e implicações educacionais e gestalt

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Princípios básicos do Behaviorismo e implicações educacionais. O behaviorismo na educação Nos anos 1960 e 1970, os interesses econômicos do Brasil voltavam-se para aexportação de produtos industrializados. A educação seria um fator de incremento da produtividade, pois a mão-de-obra escolarizada se tornaria mais quali¿cada. Na intenção de quali¿car a mão- de-obra especializada que trabalharia nas indústrias ede garantir a rapidez e a e¿ciência da escolarização, o tecnicismo passou a dominar ocampo educacional.As técnicas educacionais valorizadas neste período basearam-se nocomportamentalismo e nas estratégias de ensino propostas por Skinner. As máquinas deensinar e a instrução programada conquistaram prestígio. O condicionamento operantena escola foi largamente utilizado e o planejamento do ensino levava em consideraçãoos estímulos a serem aplicados no alunado para atingir objetivos determinados.Os behavioristas procuram estudar os aspectos objetivos,observáveis e mensuráveis da atividade psicológica, deixando delado aspectos subjetivos, considerados não mensuráveis. Por isso,seus partidários deixaram de lado o estudo da mente e voltaram-se para o estudo do comportamento.O estudo do comportamento animal é parte importante do behaviorismo. Ocomportamento dos animais não pode ser pesquisado por introspecção, já que osanimais, naturalmente, não podem narrar o que estão sentindo se questionados sobreisso. Para conhecer a psicologia animal, o método da observação, defendido pelos behavioristas, acabou sendo o caminho possível. Tal método foi também usado pelos pesquisadores para o estudo dos seres humanos.Para conhecer esta escola da Psicologia, é interessante evidenciar que, desde 1860, pesquisadores russos chamados de reÀexologistas, como I. M. Sechenov (1829-1905),Ivan P. Pavlov (1849-1936) e Vladimir Bechterev (1857-1927), já sustentavam que ocaminho adequado para estudar a aprendizagem era a investigação ¿siológica dosreÀexos. Desses pesquisadores, o que ¿cou mais conhecido foi Ivan Pavlov.Estudando secreções digestivas em seu laboratório, Pavlov observou eventosinteressantes que ocorriam com a salivação dos cães utilizados em seus experimentos e,a partir disso, passou a pesquisar o que chamou de r eÀexos*

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Princípios básicos do Behaviorismo e implicações educacionais.O behaviorismo na educação Nos anos 1960 e 1970, os interesses econômicos do Brasil voltavam-se para aexportação de produtos industrializados. A educação seria um fator de incremento da produtividade, pois a mão-de-obra escolarizada se tornaria mais quali¿cada. Na intenção de quali¿car a mão-de-obra especializada que trabalharia nas indústrias ede garantir a rapidez e a e¿ciência da escolarização, o tecnicismo passou a dominar ocampo educacional.As técnicas educacionais valorizadas neste período basearam-se nocomportamentalismo e nas estratégias de ensino propostas por Skinner. As máquinas deensinar e a instrução programada conquistaram prestígio. O condicionamento operantena escola foi largamente utilizado e o planejamento do ensino levava em consideraçãoos estímulos a serem aplicados no alunado para atingir objetivos determinados.Os behavioristas procuram estudar os aspectos objetivos,observáveis e mensuráveis da atividade psicológica, deixando delado aspectos subjetivos, considerados não mensuráveis. Por isso,seus partidários deixaram de lado o estudo da mente e voltaram-se para o estudo do comportamento.O estudo do comportamento animal é parte importante do behaviorismo. Ocomportamento dos animais não pode ser pesquisado por introspecção, já que osanimais, naturalmente, não podem narrar o que estão sentindo se questionados sobreisso. Para conhecer a psicologia animal, o método da observação, defendido pelos behavioristas, acabou sendo o caminho possível. Tal método foi também usado pelos pesquisadores para o estudo dos seres humanos.Para conhecer esta escola da Psicologia, é interessante evidenciar que, desde 1860, pesquisadores russos chamados de reÀexologistas, como I. M. Sechenov (1829-1905),Ivan P. Pavlov (1849-1936) e Vladimir Bechterev (1857-1927), já sustentavam que ocaminho adequado para estudar a aprendizagem era a investigação ¿siológica dosreÀexos. Desses pesquisadores, o que ¿cou mais conhecido foi Ivan Pavlov.Estudando secreções digestivas em seu laboratório, Pavlov observou eventosinteressantes que ocorriam com a salivação dos cães utilizados em seus experimentos e,a partir disso, passou a pesquisar o que chamou de r eÀexos*condicionados.*Reflexo é o nome dado a comportamentos que disparam quando o indivíduo seencontra e determinadas situações. No bebê, por exemplo, o desconforto dispara ochoro. Nos animais em geral, a presença do alimento dispara a salivação.Em seu experimento mais famoso, demonstrou que um estímulo inicialmente neutro,como o som de uma campainha, que não está associado à salivação dos cães, poderia passar a produzir esta resposta se a campainha fosse tocada juntamente com aapresentação do alimento por repetidas vezes.O processo de associação da campainha (estímulo - S) à salivaçãoresposta - R) foi denominado condicionamento.John B. Watson (1878-1958) foi o principal divulgador do behaviorismo. Ele entendiaque se a observação objetiva era um método adequado para conhecer o comportamentoanimal, por que não utilizá-la com seres humanos?Para Watson, o processo de condicionamento, isto é, a associação de um estímuloinicialmente neutro a uma resposta, por meio do treinamento ou repetição, era a chave para a compreensão do comportamento. A a¿rmação a seguir é famosa, e foi feita por este pesquisador em um de seus livros ± O behaviorismo (1925):Dêem-me uma dúzia de crianças sadias e bem formadas e o

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mundo por mim especi¿cado dentro do qual criá-las, e garanto que tomarei umadelas ao acaso e treiná-la-ei para que se torne um especialista emqualquer tipo que eu escolha ± médico, advogado, dentista, comerciante, bem como mendigo ou ladrão, - quaisquer que sejam seus talentos,tendências, capacidade ou vocação. (apud WERTHEIMER, 1989, p.154).Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) foi o pesquisador behaviorista mais conhecido.Suas idéias, originadas no Behaviorismo clássico de Watson e nas pesquisas sobre condicionamento de Pavlov, aprimoraram o estudo do comportamento b, e estão vivasaté hoje.Skinner ultrapassou o condicionamento clássico, desenvolvendo o que chamou decondicionamento operante. O condicionamento clássico, como você pôde veri¿car estudando as idéias de Pavlov e de Watson, diz respeito à reprodução de respostasnaturais, como salivação ou medo, em situações que antes não produziam estas reações.A associação é feita diretamente entre estímulos e respostas, e nenhuma outra variável éincluída. No condicionamento operante, o comportamento do sujeito é modelado por suas conseqüências, que se constituem numa terceira variável, alémdo estímulo e da resposta.Você compreenderá melhor isso se entender o conceito de reforço.Reforço é tudo aquilo que aumenta a probabilidade de uma respostaassociada anteriormente a um estímulo acontecer novamente. É aconseqüência dos comportamentos, como as recompensas, por exemplo,que costuma fazer com que eles se repitam.Quando desejamos que um organismo tenha um comportamento que não lhe é peculiar,começamos por reforçar o desempenho que se aproxime do esperado, premiando-o.Posteriormente, premiam-se somente respostas mais especí¿cas e relacionadas aoobjetivo, deixando de lado as respostas próximas, porém não exatas.A premiação tende a funcionar muito bem. Prêmios são denominados, na teoria, dereforços positivos.Comportamentos indesejáveis tendem a extinguir-se quando não são premiados ouquando a conseqüência deles se apresenta como um estímulo aversivo, isto é, umcastigo ou punição. No condicionamento operante de Skinner, é possível também reforçar umcomportamento pela retirada de um estímulo aversivo da situação em questão. Aretirada de estímulos aversivos é chamada de reforço negativo. Esta retirada tambémaumenta a probabilidade de a resposta desejada ocorrer.Para chegar a estes conceitos, Skinner utilizou-se de experimentos que ¿caram famosos,realizados com ratos de laboratório em um equipamento que ganhou o nome de Caixade Skinner. Cada rato era colocado sozinho no interior da caixa, a qual era equipadacom um bebedouro acionável pelo experimentador ou pelo próprio rato, na medida emque pressionasse numa pequena barra existente no interior do equipamento.   Figura 1.7 ± Caixa de Skinner Fonte: http://www.str.com.br Mas como ensinar o rato a pressionar a barra?A estratégia era deixá-lo privado de água, isto é, com sede, antes da realização doexperimento. Em seguida, buscava-se treinar o rato para pressionar a barra. A água lheera oferecida cada vez que este realizava comportamentos que se aproximavam da pressão à barra. Mais adiante, a água era oferecida ao rato somente se ele pressionasse a barra de fato. Observando as conseqüências de seus comportamentos anteriores, o rato passava a pressionar a barra com mais freqüência do que antes.Este tipo de método, chamado de reforçamento, é muito usado com os alunos naeducação. Aliás, dentre os behavioristas, o trabalho de Skinner é o que tem maisimplicações educacionais.Bazzo e Carvalho Neto (2003, p. 7) escrevem que, para

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Skinner:as raízes dos problemas humanos mais relevantes e desa¿adores estariam na formaequivocada, ine¿ciente e amadora com que o comportamento humano é tratado por aqueles que teriam a função de compreender e regular as relações humanas. Dessemodo, ter à disposição uma tecnologia biológica e¿caz de controle da natalidade (uma pílula anticoncepcional, por exemplo), permitindo potencialmente um planejamentofamiliar racional, seria inútil se não houvesse uma tecnologia comportamentalequivalente para tornar mais provável que as pessoas adotassem tais controles e passassem efetivamente a se planejar para ter ¿ lhos. Para criar um espaço de reÀexãodessa natureza (pensando as possibilidades, a natureza e as conseqüências de umaciência do comportamento), Skinner criou uma ¿losofia de uma ciência docomportamento, conhecida como Behaviorismo.A abordagem de Skinner teve profundo impacto nas tecnologias de ensino,especialmente no que se refere à instrução programada. O sujeito que se submete a estetipo de instrução vai passando por etapas curtas de exposição a conteúdos com grau dedi¿culdade crescente. Recebe o conteúdo, responde exercícios e veri¿ca os resultadosobtidos com suas respostas para, só então, passar à etapa seguinte. O resultado das respostas, positivo ou negativo, funciona como incentivo para continuar o estudo, isto é,um reforço positivo. O objetivo é levar o aluno a acumular o maior número possível derespostas corretas em seu ³repertório´. É o material instrucional que orienta todo o processo de aprendizagem, e não o interesse ou a atividade do aluno, ou ascaracterísticas do conteúdo, entre tantas outras possibilidades.Os professores costumam, tradicionalmente, utilizar punições para modelar ocomportamento dos sujeitos. Com a instrução programada, vai se tornandodesnecessário utilizar estímulos aversivos ou punições para levar o aluno adesenvolver o comportamento desejado, pois ele mesmo vai modelando suasrespostas de acordo com o que é solicitado pelo material instrucional. O planejamento do professor torna-se fundamental para o sucesso do processo deensino e aprendizagem.A instrução programada pode ser realizada por meio das chamadas máquinas de ensinar. Nelas, são apresentadas ¿chas com sentenças que contêm lacunas a serem preenchidascom a resposta correta. O conteúdo das ¿chas pode ser apresentado também em programas de computador.Site :http://www.ufrgs.br/faced/slomp/maquina%2Dde%2Densinar/ Em entrevista dada a uma revista brasileira, em 1974, Skinner de¿niu sua máquina deensinar da seguinte maneira:Minha ³máquina de ensinar´ consiste, muito simplesmente, em programar omaterial didático de maneira que o estudante seja recompensado pelos seusesforços não no ¿m do curso ou de seus estudos ± o que é causa de baixa produtividade ±, mas em cada uma das etapas de sua aprendizagem. Isto é, aoaprender uma lição, o aluno não é recompensado pelos seus esforços um mêsdepois, quando recebe a nota X, mas enquanto está trabalhando na lição. Se umaluno pode ver a resposta de um problema matemático apenas quando terminoude resolvê-lo, ele é estimulado por vários fatores: o triunfo de ter resolvido o problema corretamente ou o descobrimento da resposta correta. Se ele ¿caesperando a nota do professor, que deve ter um valor punitivo, ele não temverdadeiras razões positivas para se interessas por problemas matemáticos. Éfundamental entender que o organismo humano, em relação com o seucomportamento, é reforçado pela sua capacidade de efetividade. (SKINNER,1974)Assim, você pôde concluir que, para o behaviorismo, a aprendizagem se refere amudanças observáveis no comportamento das pessoas, causadas unilateralmente pelaação sobre elas do

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ambiente material e social. São as mudanças de comportamento, ouaprendizagens acumuladas, que correspondem ao desenvolvimento do sujeito. Assim,nesta teoria, aprendizagem e desenvolvimento são termos sinônimos, pois se referem aomesmo processo coordenado por agentes externos ao sujeito, estudante ou aprendiz. Skinner é criticado até hoje por sua visão ambientalista da aprendizagem. Ascríticas tomam a proposta de Skinner de modelagem do comportamento comoalgo autoritário, que desconsidera o que se passa na mente do aprendiz, impondoa ele o desenvolvimento dos comportamentos socialmente valorizados. Istoretiraria do sujeito a sua liberdade de escolha.Aos críticos, em um texto muito importante publicado em 1971, Skinner responde que aliberdade é um mito, e que cabe à sociedade planejar, controlar e conduzir ocomportamento, como alternativa para manutenção da qualidade de vida. Por causadestas idéias e da contribuição que elas deram para o ensino tecnicista no Brasil,Skinner ¿cou associado ao posicionamento político de direita.A concepção comportamentalista do desenvolvimento e da aprendizagem está muitoligada à teoria behaviorista, pois compreende a aprendizagem como um processo peloqual o comportamento dos indivíduos é modi¿cado pelos estímulos recebidos do meioem que está inserido. Este passa a produzir respostas, isto é, a se comportar, de acordocom os incentivos que recebe, os quais podem ser planejados a ¿m de reforçar ocomportamento considerado adequado para cada situação.Para o behaviorismo, é a organização das condições externas que determina ocomportamento dos sujeitos.Entre as tantas frases ouvidas no cotidiano que podem ilustrar esse pensamento, podemos pinçar as seguintes: ³é de pequenino que se torce o pepino´, ³o conteúdoentrou (ou não entrou) na cabecinha dele ,́ ³você vai escrever esta palavra repetidasvezes até aprender´, entre outras. Lendo estas frases, você percebe que nelas é dada umagrande importância ao ambiente externo, e nenhuma importância à atividade do sujeito, para a modi¿cação do seu comportamento. Nas práticas pedagógicas comportamentalistas, a ênfase é dada ao planejamento e àorganização das condições em que se dará a aprendizagem, sendo estes os aspectoscentrais do processo. O papel do professor é organizar a seqüência do ensino, programando-o de modo a atender aos objetivos que almeja alcançar em termos derespostas dos alunos. O objetivo das situações de aprendizagem, nesta concepção, éfazer com que os alunos reproduzam respostas consideradas corretas para as questõesapresentadas pelos professores. O professor deve escolher os reforçadores positivos enegativos que serão utilizados com o objetivo de estimular os alunos a produziremrespostas adequadas.  3Psicologia da Gestalt e implicações na aprendizagem.Gestaltismo - Enfatiza a percepção ao invés da resposta. A resposta é consideradacomo o sinal de que aprendizagem ocorreu e não como parte integral do processo. Nãoenfatiza a seqüência estímulo-resposta, mas o contexto ou campo no qual o estímuloocorre e o insight tem origem, quando a relação entre estímulo e o campo é percebida pelo aprendiz.A escola gestaltista da Psicologia deu grande relevo ao estudo sistemático da percepção.Contribuiu para aprofundar o conhecimento sobre o papel da percepção na organizaçãoda aprendizagem. Foi uma reação à visão associacionista, presente no estruturalismo e,de outro modo, no funcionalismo e no behaviorismo.As teorias associacionistas vêem os fenômenos psicológicos

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comoresultantes da soma de pequenas sensações, reações, percepções, enfim,de um somatório de partes que se combinam de maneira mecânica.Para os psicólogos da Gestalt, não se pode analisar os fenômenos mentais ecomportamentais em elementos pré-determinados arbitrariamente, pois o todo psicológico é mais do que a soma de suas partes. Assim, os fenômenos psicológicosmerecem ser compreendidos em sua totalidade.O conceito de Gestalt, forma ou estrutura foi expresso como um conjunto decoisas que se prendem, se apóiam e se determinam reciprocamente.(...) Gestaltsigni¿ca um padrão ou todo organizado, ao invés de uma soma de partes. Amaneira de ser de cada parte depende da estrutura do conjunto e das leis que oregem (CAMPOS, 1997, p. 32).A Psicologia da Gestalt é representada historicamente pelos pesquisadores Wertheimer,Kohler e Ko ka. Wertheimer pesquisou os processos de percepção visual. Eledemonstrou a idéia de que o todo é mais do que a soma das partes nos fenômenos psicológicos por meio de experimentos como o que segue.

Você pode interpretá-la como um triângulo. No entanto, não há nada em cada um dos pontos que remeta a tal ¿gura geométrica. É a relação entre os pontos, estabelecida peloobservador, que leva a essa percepção total. Wolfgang Kohler (1887-1967) concentrou-se no estudo do desenvolvimento da inteligência e da aprendizagem. Estudouchimpanzés em situações de resolução de problemas práticos e dos resultados obtidoscom esses animais derivou idéias sobre a aprendizagem humana.Para Kohler, não é otreino ou o hábito, como proposto pelo funcionalismo de William James, nem ocondicionamento, como proposto pelo behaviorismo, que explica a aprendizagem, massim o fenômeno do insight.O insight é o momento em que o campo perceptivo se reorganiza frente aum conhecimento novo. Nesse fenômeno, o animal compreende asrelações entre as partes da situação-problema que lhe é apresentada, aodar-se conta do todo, e age em conformidade com as relações percebidas. Nos seres humanos, o insight provoca a sensação agradável da descobertarepentina da solução de um problema.A Psicologia da Gestalt defende que o funcionamento psicológicoapresenta propriedades semelhantes às do funcionamento cerebral.Qualquer estado de consciência tem propriedades estruturais semelhantesno córtex. Se vemos um quadrado, haveria uma parte topologicamenteigual formada de quatro lados no córtex visual.(ENGELMANN, 1978, p.17).Para os gestaltistas, os estímulos não atingem o córtex cerebral de modo isolado. Pelocontrário, o cérebro é que os organiza em formas que os inter-relacionam, sendo que aforma a ser percebida depende das características do cérebro em

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questão e não dosestímulos recebidos.O olhar do observador, neste caso, é mais importante do que ascaracterísticas do estímulo. Assim, quando falamos em percepção oucompreensão de uma situação-problema, haveria uma propensão dosujeito para perceber as ¿guras ou situações desta ou daquela forma.É por isso que a Psicologia da Gestalt é apontada como apriorista, ouinatista, na medida em que características inatas do cérebrodeterminariam as diferenças individuais de percepção, de aprendizagem ede resolução de problemas.Os autores da Psicologia que pesquisam as teorias da aprendizagem na atualidade citamas idéias da Psicologia da Gestalt para situar seu próprio ponto de vista. Ela éapresentada como apriorista, pois, para esta linha de pesquisa, os aspectos maisimportantes para que ocorra a aprendizagem pré-existem no sujeito e se manifestarãoquando acontecer o insight.