Principais Doenças do Feijoeiro. Principais doenças que ocorrem no feijoeiro em Minas Gerais....
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Principais Doenças do Feijoeiro
Principais doenças que ocorrem no feijoeiro em
Minas Gerais.
Mancha-angular
Agente causal - Phaseoriopsis griseola
– Até alguns anos atrás, esta doença não tinha
nenhuma importância, ocorrendo somente no fim
do ciclo da cultura.
- Porém, fatores como ampliação do período de
plantio, ocorrência do hospedeiro e de restos
culturais durante grande parte do ano, introdução
da irrigação e o uso de sementes contaminadas
tornaram o ambiente favorável ao
desenvolvimento do fungo.
- Tornou-se a doença mais importante da cultura no
Estado de Minas Gerais atualmente.
Sintomas:
Folha: lesões com formas geométricas, na forma de
ângulos, devido à restrição do crescimento do
fungo no interior dos tecidos pelas nervuras da
folha.
Ataque é muito severo: observam-se lesões
emendadas umas às outras, o que leva a uma
perda de área fotossintetizante (coloração
amarela), caindo prematuramente.
Phaseoriopsis griseola
Hastes: lesões são alongadas
Vagens: lesões em forma circular, sem depressão.
Sementes de plantas infectadas: tamanho e peso
reduzidos.
Sobrevivência:
-Sementes
- Restos culturais
Disseminado:
- Vento
- Água de chuva, respingos de água no solo, daí a
importância do cuidado na irrigação.
- Temperaturas entre 16 e 28 °C são ideais para o
surgimento da doença.
Controle:
- conjunto de práticas de manejo,
- uso de sementes,
- adubação correta,
- rotação de culturas,
- remoção de restos culturais,
- controle químico,
- cultivares resistentes.
Antracnose
Agente causal: Colletotrichum lindemunthianum
-Ocorre em regiões de alta umidade e a
temperatura média.
- Em locais de temperaturas mais levadas e com
menos umidade, a doença não ocorre com tanta
intensidade.
Sintomas
Vagens: lesões circulares, de coloração marrom a
escura e, dependendo do estágio da infecção, com
depressões no centro dessas lesões por vezes, uma
massa de esporos de cor rosada.
Folhas: parte inferior, lesões necróticas, de cor
marrom escuras nas nervuras.
Folhas de feijoeiro com sintomas de antracnose (A). Sementes sadias (em cima) e sementes contaminadas com C. lindemunthianum (em baixo) (B). Vagens com sintomas típicos de antracnose (C).
Ataque severo: lesões necróticas, de cor marrom
escuras nas nervuras na face superior da folha,
desenvolvendo também uma região clorótica e as
folhas tendem a curvar-se para baixo, podendo
ainda a área necrótica estender-se por todo o
tecido foliar.
Caule e Pecíolos: lesões alongadas escuras e
podem exibir depressões.
Plantas que originaram de sementes
contaminadas: emergirem apresentam plântulas
com o cotilédone contendo lesões marrons que
variam de claro a escuro, podendo ser até negras.
Temperaturas: entre 13 a 27 °C, com alta umidade.
Sintomas da doença: surgem cerca de seis dias
após o fungo ser inoculado na planta.
Controle:
- práticas culturais,
- sementes sadias,
- cultivares resistentes,
- controle químico.
- sementes sadias
- controle químico.
Ferrugem
Agente causal: Uromyces appendiculatus
- É mais problemática no plantio da seca (verão-
outono).
- Sua distribuição é ampla, embora mais comum
em regiões tropicais úmidas.
Sintomas
Folhas: manchas esbranquiçadas que
depois, evoluem para pontuações de cor amarela
com elevações no centro.
- Posteriormente essas pontuações aumentam de
tamanho até que se rompem e formem o que é
conhecido por pústula, que é o tecido da folha
elevado como se fosse um “vulcão”.
- No seu centro encontra-se intensa esporulação
de cor pardo-avermelhada à marrom.
- Essas pústulas são o sintoma típico da ferrugem
do feijoeiro.
Uromyces appendiculatus
Disseminação: vento, homem, implementos
agrícolas e pelos animais.
Temperaturas: entre 16 e 25 °C.
Temperaturas elevadas acima de 35 °C tendem a
inibir a ocorrência da doença.
Controle:
-Uso de cultivares resistentes,
- Rotação de cultura,
- Remoção de restos culturais,
- Época de plantio,
- Controle químico.
Mancha de alternaria
Agente Causal: Alternaria alternata, A. brassica f.
sp. phaseoli, A. brassicicola
– Esta doença tem causado perdas consideráveis na
Zona da Mata mineira e em regiões de plantio de
feijão irrigado.
Sintoma: manchas pequenas e irregulares nas
folhas e vagens, geralmente de cor pardo
avermelhado e bordo escuro.
-Posteriormente, evoluem para lesões maiores,
circulares, apresentando anéis concêntricos nas
lesões foliares, em algumas circunstâncias, as
regiões desses anéis concêntricos secam e caem,
deixando assim um furo no centro das lesões nas
folhas.
Temperatura: entre 16 e 20 °C
Alta Umidade.
Controle:
-Semente sadia
- Deve-se também colher as sementes assim que as
plantas entrarem em processo de
maturação, devendo estas serem secas
rapidamente e armazenadas em locais ventilados e
com temperaturas baixas.
- Recomenda-se evitar o plantio do feijão em
sistema de plantio direto após milho ou sorgo.
Alternaria alternata
Mofo branco
Agente causal- Sclerotinia sclerotiorum
- Atualmente, é a doença mais destrutiva do
feijoeiro em áreas irrigadas no Brasil.
- O plantio adensado da cultura favorece o
aumento da incidência da doença, devido à
barreira que as folhas fazem à entrada de luz solar
e por dificultar a aeração das plantas.
- Picão, carrapicho (plantas hospedeiras).
Sintomas:
- Reboleiras
- Hastes, folhas e vagens: manchas encharcadas,
seguidas por uma espécie de massa branca e de
aspecto cotonoso, que são as estruturas do fungo.
Estrutura de resistência (sobrevivência) de S. sclerotiorum, escleródios (A). Sintomas do mofo branco em vagens de feijoeiro (B).
- Progride até que as plantas murchem, evoluindo
após para tecidos secos e quebradiços.
- Nessa fase é possível ver pequenas estruturas,
“bolinhas”, duras que são estruturas fúngicas
chamadas de escleródios, por meio dessas é que o
fungo sobrevive por até oito anos no solo.
Temperatura: 5 a 30 °C,
Umidade: é fator essencial para a sua ocorrência,
por isso é grande a sua ocorrência em áreas
irrigadas.
Controle:
-uso de sementes sadias,
- limpeza dos implementos,
- evitar tráfego de pessoas, carros e animais em
áreas contaminadas.
- rotação de culturas com gramíneas
- destruição de restos culturais.
- evite plantios adensados, para proporcionar à
planta melhor aeração,
- uso de fungicidas.
Crestamento bacteriano
Agente causal - Xanthomonas axonopodis pv.
phaseoli
- É uma doença que ocorre na cultura do feijoeiro,
principalmente em regiões úmidas e quentes.
- No Brasil, é problemática em todos os estados da
Região Sul, Sudeste e centro-Oeste, principalmente
no plantio das águas.
Folhas: inicialmente aparecem pequenas manchas
em que o tecido tem aspecto encharcado e
translúcido.
-Essas manchas evoluem para lesões de coloração
pardas com bordos amarelados, tornando o
tecido quebradiço.
Caule e nas vagens: as lesões podem ser
deprimidas e encharcadas que, por vezes, têm
coloração avermelhada.
-Em ataques severos, há intensa desfolha.
Sementes doentes: têm aspecto enrugado e com
escurecimento de tecido na região do hilo.
Favorecida: alta temperatura e umidade.
Disseminação e sobrevivência:a semente, onde as
bactérias podem permanecer vivas por até 15 anos.
Folhas de feijoeiro com sintomas típicos de crestamento bacteriano (A) e (B). Sementes sadias (esquerda) e sementes contaminadas com X. axonopodis pv. phaseoli (direita) (C).
Controle:
- deve ter mais o aspecto preventivo, pois não
existe nenhum produto químico de eficiência
comprovada para o controle da doença.
- uso de sementes livres do patógeno.
- evitar o plantio, sempre que possível, em
campos que já tenham ocorrido a doença.
- uso de cultivares resistentes.
Mosaico dourado do feijoeiro
Agente causal: Bean golden mosaic virus (BGMV)
– É a principal doença causada por vírus na cultura
do feijoeiro.
-Foi relatada pela primeira vez no Brasil em 1965,
sendo considerada doença de pouca importância.
Em Minas Gerais, a doença é muito importante na
região do Triângulo Mineiro.
- No início da década de 1990, o problema com o
BGMV se agravou-se com a chegada do biótipo B
da mosca-branca, que é mais eficiente na
transmissão do vírus.
Sintomas: dependem do estágio em que a planta é
infectada.
- Ocorre no início do ciclo da cultura, os primeiros
trifolíolos apresentam-se encarquilhados, com
clorose nas nervuras.
- Com o desenvolvimento das folhas, as cloroses
internervurais passam a manchas amareladas
brilhantes, formando um mosaico.
- As plantas também sofrem redução no
crescimento, tornando-se menor que plantas
sadias, e apresentando nanismo.
Plantas com sintomas típicos do mosaico-dourado (A). Detalhes do sintoma de mosaico dourado (B).
Controle:
- uso de cultivares resistentes ou tolerantes
- época de plantio
- uso de inseticidas no controle do vetor reduzem
a incidência do BGMV, mas não proporcionam um
controle satisfatório.