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Primal Times Comitê de Imprensa
Diretor
Ígor Passarini
Diretores Assistentes
Fabrício Lima e Maria Carolinna Camilo
Colaboradores
Leticia Rezende, Nathália Caroline Costa, Natalia Barcelos e Lúcio Chagas
Núcleo Impresso
Editores: Marcus Celestino e Lucas A. Kruse
Diagramadores: Mateus Maciel e Juliana Gusman
Fotógrafos: Igor Noze; André Correia e Ana Luísa Santos
Repórteres Especiais: Alexandre Oliveira e Juliana Silveira
Repórteres: Isabelle Rêda, Rafael Bonanno, Paula Moraes, Thiago Vidigal, Lucas
Borges David, Camilla Fiorini, Nayara Oliveira, Juliana Castellii, Roberto
Barcelos, Gilvan Meireles, André Castro, Eliza Dinah, Bárbara Souto, Ana Clara
Carvalho e Julia Magalhães
Núcleo Web
Editor: Renan Pacheco
Repórteres: Ana Paula Cerqueira; Lara Coimbra e Ana Luiza Conti
Editora de fotografia: Júlia Mascarenhas
Núcleo TV
Âncoras: Bruno Costa e Nathalia Cassiolato
Repórteres: Carolina Simões, Mariana Almeida e Camila Saraiva
Editores de Vídeo: Thiago Antunes e Jamilly Vidigal
Correspondentes Internacionais: Gabrielle Assis e Mariana Xavier
Caros Repórteres,
Sejam bem vindos ao comitê de imprensa. Os senhores estão prestes a
entrar em contato com o Jornalismo internacional e vão experimentar os desafios da
produção de um jornal diário. Meu nome é Ígor Passarini e sou aluno do 8º período
de jornalismo da PUC Minas. Este é o quarto MINIONU que participo, em 2011 fui
repórter, em 2012 ocupei a função de coordenador midiático e desde 2013 sou o
diretor do comitê.
Durante os quatro dias de evento vocês terão a oportunidade de vivenciar o
ambiente de uma redação, uma tarefa árdua, mas gratificante. O fazer jornalístico
exige dedicação: A pressão do deadline (tempo limite para entrega da matéria), a
apuração bem feita, a escolha do gancho (informação que transforma um fato em
notícia), são alguns dos fatores presentes no cotidiano de um repórter. Cabe ao
jornalista informar os fatos, sempre de maneira objetiva, separando fatos de
opiniões.
Este guia funcionará como um manual. Foram colocadas informações sobre o
Jornalismo e também as normas de escrita que utilizaremos no Primal Times.
Qualquer dúvida que tiverem é só entrar em contato comigo pelo email
[email protected] ou pelo facebook.com/ipassarini , será um prazer ajudá-los. Não
deixem de curtir a nossa página facebook.com/jornalprimaltimes . Mais que
integrantes do comitê de imprensa, somos uma equipe. Boa leitura e bom trabalho a
todos!
Atenciosamente,
Ígor Passarini
SUMÁRIO
1 O JORNALISMO ...................................................................................................... 5 2 ONU E O JORNALISMO ......................................................................................... 6 3 O PRIMAL TIMES .................................................................................................... 6 4 O JORNAL IMPRESSO ........................................................................................... 7 5 ANTES DE SAIR PARA APURAR ........................................................................... 8 6 OS TIPOS DE TEXTO JORNALÍSTICO .................................................................. 9 7 A ENTREVISTA ...................................................................................................... 10 8 COMO ESCREVER PARA UM JORNAL? ............................................................ 11
8.1 O Título ............................................................................................................... 11
8.2 O Lead ................................................................................................................ 11
8.3 Declarações ....................................................................................................... 13 8.4 Linguagem ......................................................................................................... 13 9 EXEMPLOS PRÁTICOS PARA O MOMENTO DE ESCREVER ........................... 14 10 A ATITUDE DO PROFISSIONAL JORNALISTA ................................................. 15 11 PADRÕES E CONVENÇÕES .............................................................................. 15
11.1 Datas ................................................................................................................. 16
11.2 Dinheiro ............................................................................................................ 16
11.3 Hora e tempo .................................................................................................... 16
11.4 Idade ................................................................................................................. 16
11.5 Identificação de personagens ........................................................................ 17
11.6 Palavras estrangeiras...................................................................................... 17
11.7 Nomes e sobrenomes ..................................................................................... 17
11.8 Números ........................................................................................................... 17 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19
1 O JORNALISMO
“O jornalismo é a profissão que envolve uma série de atividades que
visam levar a informação ao público. Compreende desde a pesquisa de fatos
até a produção e edição do texto” (ERBOLATO, 1985). O jornalismo, porém não
se limita a captar e divulgar informações. Dentro deste campo de trabalho é
necessário conhecer e diferenciar três aspectos para entendermos melhor o
jornalismo. A Imprensa, que trata da divulgação periódica de notícias, e é feita
normalmente por meio dos veículos de comunicação (jornais, revistas, televisão,
internet e rádio), a empresa jornalística que é a estrutura econômica destinada à
comercialização do material jornalístico, e o jornalismo em si, conjunto de técnicas,
saber e ética voltado para a captação de informações. Ao longo dos séculos, o
jornalismo foi passando por mudanças relacionadas principalmente ao texto e aos
meios em que se transmitiam a notícia, mas desde a origem da profissão a essência
de transmissão de notícias permanece.
“[...] ao longo de séculos, durante os quais viajantes, cronistas,
correspondentes, gazeteiros e membros do baixo clero transmitiam
informações e opiniões através de relatos orais, cartas particulares, cartas de
notícias e gazetas a mão, reproduzidas por copistas.” (RIBEIRO JUNIOR, 1994).
Foi a partir das grandes revoluções na Europa, principalmente a Revolução
Industrial no Século VIII, que o envolvimento político e comercial com o jornalismo
se consolidou, formando as primeiras empresas jornalísticas. A função se aliou à
tipografia, para a impressão dos jornais, e à distribuição por meio dos correios para
garantir uma das características da imprensa: a regularidade das publicações. Com
as inovações tecnológicas que aconteceram nos últimos séculos, novos meios de
comunicação foram criados e o jornalismo se adequou a cada um deles. No entanto,
a função básica do jornalista permaneceu. Em cada veículo, o jornalismo sofreu
adaptações e os jornalistas trabalharam no desenvolvimento de técnicas para
conseguir transmitir as notícias da melhor maneira possível. No Comitê de
Imprensa, os participantes terão contato com o jornalismo impresso. É importante
então, que os repórteres compreendam a organização e a maneira de se redigir um
texto para uma edição impressa de jornal, assunto do qual trataremos mais a frente.
2 ONU E O JORNALISMO
Desde a criação das Nações Unidas, após a Segunda Guerra Mundial, a
instituição possui relação com o campo da comunicação. Uma das primeiras ações
da ONU nesse sentido foi a criação dos Centros de Informação em 1946. Os
Centros de Informação são escritórios que possuem a função de permitir aos povos
de todo o mundo conhecer as atividades realizadas nas Nações Unidas. Para isso,
são publicadas informações atualizadas sobre a instituição e organizados seminários
e foros de discussões sobre os assuntos políticos, econômicos e sociais que dizem
respeito à ONU.
Os Centros estão presentes em 60 países de todos os continentes, e são
considerados o elo entre a ONU, a imprensa local e os organismos não
governamentais parceiros. Na Secretaria Geral das Nações Unidas, o departamento
que centraliza todas as ações de informações é o DIP (Department of Public
Information), localizado em Nova York. Além disso, cada agência e representação da
ONU em todo o mundo possui dinâmica própria com relação à comunicação e ao
trato com a Imprensa. Isso se faz por meio de seus respectivos assessores de
comunicação/imprensa.
3 O PRIMAL TIMES
O Primal Times é o jornal do comitê de imprensa do MINIONU e também a
forma carinhosa como o nosso comitê é conhecido. Ele existe na forma impressa
desde a 2ª edição da simulação e nos últimos anos ganhou vida em outras
plataformas como Web e TV. O trabalho de cobertura do evento é feito por
repórteres do Ensino Médio, em uma simulação do cotidiano de uma redação, sob a
coordenação de alunos dos cursos de Jornalismo e Relações Internacionais da PUC
Minas. A publicação tem papel importante no MINIONU, e exerce diversas funções
na simulação. Todas elas convergem para o objetivo principal do jornalismo que é
informar. As matérias que serão publicadas podem ser divididas em três categorias:
• As que vão falar do evento em si, mostrando os participantes e as questões
práticas relacionadas ao MINI ONU, deixando claro que se refere a uma simulação
de comitês da ONU e de outras organizações internacionais;
• As matérias que irão mostrar o andamento das discussões em cada um dos
comitês;
• E aquelas que funcionarão como um combustível para as discussões.
Normalmente, as matérias são de cunho internacional e de interesse a
comitês específicos, auxiliando, assim, o debate e as atividades dos delegados e
mesa diretora. No trabalho para o jornal, os repórteres atuarão em duplas e terão
como primeira e principal função cobrir o comitê que será destinado a eles.
A partir deste ano, os delegados do comitê de imprensa também irão produzir
entrevistas para o Primal Times News, o primeiro telejornal produzido nestes 15
anos de simulação. Estas entrevistas serão orientadas durante o evento por alunos
de jornalismo que já tem experiência em televisão.
O mais importante ao escrever para o PRIMAL TIMES é ter em vista o
público alvo do jornal, que é majoritariamente composto por alunos do ensino
médio, como você, que participam como delegados. As matérias precisam ter
linguagem e assuntos que atendam aos interesses dos participantes, e ao mesmo
tempo, atender as perspectivas da linha editorial do jornal.
4 O JORNAL IMPRESSO
A principal função atribuída aos participantes do Comitê de Imprensa será a
de repórter do Jornal PRIMAL TIMES. Para que realizem esta tarefa, devem
compreender algumas características e preceitos que regem o trabalho do repórter e
do jornalismo impresso.
Primeiramente, é necessário seguir a linha editorial do jornal. A linha editorial
é o recorte que o veículo faz para produzir informações, isto é, o conjunto de valores
e ideias que vão reger o conteúdo do jornal. A linha editorial pode ser entendida
como o “ponto de vista” do veículo. O PRIMAL TIMES tem a missão de cobrir as
discussões dos comitês de forma transparente. A verdade e qualidade da informação
são nossos maiores compromissos.
Compreendida a linha editorial, é necessário entender como funciona a
redação de um jornal. Dentro de um veículo, o jornalista pode exercer funções
referentes à apuração (coleta de informações), à redação (organização das
informações em texto) e à edição (seleção e hierarquização das informações no
produto final). Os cargos referentes à apuração são os trabalhos do próprio repórter,
do apurador e do pauteiro ou produtor. Estes últimos trabalham nos bastidores da
matéria, definindo temas e indicando diretrizes para o repórter. Os relacionados à
redação são redatores, articulistas, colunistas, críticos e o revisor. Finalmente, os
vinculados à edição são os de editor-chefe, editor de caderno e subeditor. Dentro da
redação, ainda existe o trabalho do fotógrafo, do ilustrador e do diagramador. Na
redação do jornal PRIMAL TIMES não existirão todos esses cargos. Lá estarão
presentes:
Editor-chefe - encarregado de supervisionar a confecção do jornal, seguindo as
orientações da direção. Também organiza trabalhos relacionados à edição,
preparando as matérias e selecionando os assuntos que serão desenvolvidos, com
maior ou menos espaço no jornal.
Subeditor - participa e assessora o editor nas mesmas funções.
Repórter - cumpre a determinação de colher noticias e informações, e redige a
matéria que será publicada. Também cabe ao repórter sugerir fotos, imagens e
títulos para sua matéria, além de adequar o seu texto ao espaço disponível a ela.
Repórter especial - irá produzir reportagens sobre assuntos externos aos comitês e
ajudar os editores na revisão de matérias no final do dia.
Fotógrafo - responsável por apurar e mostrar as informações por meio da fotografia.
Diagramador - aquele a quem compete planejar e executar, em jornais e revistas, a
distribuição gráfica de matérias, fotografias, ou ilustrações de caráter jornalístico,
para fins da publicação. Para escrever em um jornal é necessário seguir alguns
cuidados e preceitos que irão facilitar o entendimento para quem lê as noticias. Este
trabalho acontece antes mesmo do repórter ir colher as informações.
5 ANTES DE SAIR PARA APURAR
Antes de sair para apurar um fato e escrever uma matéria o repórter recebe a
pauta. A pauta pode ser uma ordem para cobrir um acontecimento ou entrevistar
alguém. É importante perceber a pauta como um ponto de partida, uma proposta que
possui indicações de fontes e sugestões de como a matéria será desenvolvida. A
pauta não pode ser rígida e inibidora, o repórter não pode ser um mero cumpridor de
pautas. Normalmente a pauta possui as orientações básicas para o repórter, como a
ideia da matéria, e quais fontes ele pode ouvir. Com a pauta na mão, o repórter deve
transformá-la em um plano de ação. Primeiro, ele deve se informar sobre o tema,
saber quem precisa entrevistar e o que deve saber de cada pessoa, e também
quando deve estar com o trabalho pronto. O segundo passo é a apuração. Este
ponto é essencial para o sucesso de uma matéria. É pela apuração que todas as
informações chegam até as redações jornalísticas. Esta atividade está ligada à
investigação da notícia, através de entrevistas e análise de documentos, dados ou
fontes oficiais. Obviamente, um bom texto é sinal de qualidade jornalística, mas ele
só é alcançado se o repórter conseguiu reunir uma boa apuração dos fatos e uma
interpretação correta do que foi investigado.
6 OS TIPOS DE TEXTO JORNALÍSTICO
Tradicional - O esquema tradicional de organização do texto jornalístico é o
chamado de pirâmide invertida. O início da matéria é alimentado com os fatos mais
importantes (especialmente no primeiro parágrafo, também chamado de Lead), e os
conteúdos dos parágrafos que seguem o lead vão decrescendo de acordo com o
grau de importância.
Matéria original e suíte - Suítes são matérias que surgem a partir de uma matéria já
noticiada. São consequências do fato ou repercussões do mesmo. Importante: a
suíte deve recordar elementos da matéria original, para que quem não leu a primeira
matéria entenda o assunto que está sendo tratado.
Narrativo - É realçado o comportamento dos personagens e não somente o fato
noticiado em si. Ela obedece a certa ordem cronológica.
Explicativo - Os elementos da história são explicados com maiores detalhes.
Opinativo - É abordado um determinado ponto de vista sobre o assunto. As
matérias opinativas são publicadas nos editoriais (espaço reservado para a opinião
da própria ‘empresa jornal’) e nos espaços reservado aos colunistas.
Reportagem - são matérias maiores e mais completas. As ideias das grandes
reportagens se originam da realidade e geram uma grande demanda de investigação
jornalística.
Perfil - reportagens sobre uma pessoa. Perfis são escritos para descrever ou revelar
algo sobre uma pessoa, não para exaltar ou denegrir a sua imagem.
7 A ENTREVISTA
Consideramos entrevista as informações que são prestadas ao jornal por
meio das respostas dadas às perguntas feitas pelo repórter. Todo mundo que
concede uma entrevista acredita que aquilo que ele disse é realmente muito
importante. Cabe ao jornalista distinguir o que é verdadeiramente importante e
relevante para sua matéria, além de confirmar se o autor da declaração tem
autoridade para falar sobre aquele assunto. Alguns tipos de entrevista:
Coletiva - ocorre quando uma ou mais pessoas falam a diversos jornalistas na
mesma ocasião.
De grupo - Várias pessoas falam a diversos jornalistas. Ex.: campeões olímpicos
brasileiros durante desembarque no aeroporto.
Personalidade - entrevista que vai mostrar os hábitos e pensamentos de uma
pessoa, ouvindo-a e falando, se necessário com seus conhecidos e amigos.
De rotina - tem por finalidade fornecer ao repórter elementos sobre ocorrências do
dia-a-dia. As pessoas se referem a um desastre, incêndio, ou outro fato, mas nem
sempre tem seu nome citado.
Opinativa - Entrevistas obtidas de pessoas que se destacam pelos seus
conhecimentos em determinadas áreas.
Pingue-pongue - perguntas e respostas em sequencia. Esta fórmula garante maior
fidelidade ao pensamento do entrevistado e maior facilidade de leitura.
Regra para todas as entrevistas:
Pesquisar o assunto e preparar questionário com perguntas breves e diretas.
O repórter deve estar pronto para fazer novas perguntas, seja para insistir quando as
respostas forem evasivas, seja para explorar pontos mencionados mais não
inteiramente esclarecidos.
8 COMO ESCREVER PARA UM JORNAL?
Em uma palavra: depressa. A notícia escrita deve ser precisa e interessante,
capaz de ser entendida por qualquer pessoa. O texto jornalístico requer fidelidade a
três requisitos: exatidão, clareza e concisão.
8.1 O Título
O título de uma matéria normalmente é definido pelo editor durante o
fechamento da edição (estrutura do jornal que será enviado para a diagramação e,
em seguida, para a impressão). Ele deve ser claro, objetivo e demonstrar de forma
curta e simples sobre o que o texto tratará. O subtítulo é comumente conhecido
como bigode e serve para auxiliar o título no acréscimo de alguma informação que
seja importante para chamar a atenção do leitor à notícia relatada.
8.2 O Lead
O termo lead pode ser considerado o guia da matéria, são as primeiras linhas
de um texto jornalístico. A função do lead é exatamente esta: guiar o leitor e atraí-lo
para o texto, mostrando a notícia e identificando os personagens. “As primeiras
palavras da noticia deveriam dizer quem fez o quê, como, onde, quando e por
quê. Exemplo clássico: João mordeu cachorro ontem na Avenida Rio Branco
porque tinha fome” (GARCIA, 2003).
Quem? – Personagens
Que?- Fato
Quando? - Data
Onde? - Local
Porque? - Motivo
Como? - Modo
Esta formula não precisa ser uma regra para ser utilizada sempre, deve-se
levar em conta que um bom lead é aquele que faz o leitor continuar a ler o texto.
Quanto mais importante e extraordinário for o fato, mais se impõe a economia de
palavras no lead. Um lead NÃO deve:
• Ser vago e impreciso;
• Ser cheio de detalhes que escondem a importância do fato principal.
Ex.: ”Dois meses depois de terem sido mantidos como reféns durante quase três
horas por dois assaltantes que invadiram um prédio na Avenida Paulo Frontin, no
Rio Comprido, os irmãos Antonio Marcos Quintana Novo, de 15 anos, e Thalita, de
13, continuam sitiados pelo medo”; não é direto como: “Dois meses depois de serem
mantidos como reféns por dois assaltantes durante quase três horas, dois irmão de
15 e 13 anos continuam sitiados pelo medo”.
• Preferir o abstrato ao concreto - ”Foi aprovada ontem a nova política salarial” é
inferior a “os salários serão aumentados em 30%”.
• Não sair do lugar - Não começar o texto por comentários banais que não trazem a
verdadeira notícia, os chamados “nariz de cera”.
Ex.: Não começar com comentários do gênero “ninguém esperava que (...)” ou “foi
um dia diferente para (...)”.
• Começar com algum comentário e só identificar o autor da interpretação em outro
parágrafo. Muitas pessoas costumam ler só o primeiro parágrafo. Por isso, podem
acreditar que a opinião expressa é uma afirmação do próprio jornal.
8.3 Declarações
Ao transcrever ou mostrar a fala de algum entrevistado em uma matéria é
fundamental respeitar o contexto e a intenção de quem falou. Estes são verbos
declaratórios que podem ser usados em declarações:
Ex: Para o professor de piano Juscelino Silva é um prazer ensinar as pessoas. “A
música tem uma coisa muito legal que é a socialização”, afirma.
Dizer - está sempre certo; é melhor abusar dele do que usar outro verbo
inadequadamente.
Acentuar, destacar - isola um fato ou argumento para mostra sua importância.
Admitir - tem sentido de confessar, revelar com relutância, a contragosto; é
importante saber se o entrevistado admitiu espontaneamente ou em resposta a uma
pergunta.
Afirmar - sugere opinião, tomada de posição;
Declarar - é um afirmar mais solene.
Ameaçar - não é prometer dramaticamente, a ameaça envolve necessariamente
uma ação contra alguém.
Argumentar - tentar convencer; alegar é argumentar com intenção de defesa.
Disparar - comentar d forma incisiva, cortante.
Garantir - dar certeza absoluta, assegurar sob forma de palavra. Garantir é algo que
é ou está, se a referência é algo que vai ser, o verbo adequado é prometer.
Informar - relatar fatos. Diferente de comentar (opinar sobre os fatos)
Lembrar - só pode ser usado quando há referencia a fato passado e já conhecido.
8.4 Linguagem
A linguagem jornalística deve aproximar-se da linguagem utilizada no
cotidiano, escolhendo sempre palavras simples e expressões diretas. Mas sem
deixar de utilizar a norma culta da língua. Os modismos e os maneirismos verbais
existem em todas as áreas, mas não devem ser utilizados em um jornal se estiver
além da compreensão do leitor médio do veículo. Nunca use palavras que não são
empregadas em uma conversação comum. Os jornais não estão interessados em
aumentar o vocabulário do povo, mas, simplesmente, em transmitir uma informação.
No texto jornalístico, a frase deve ser curta. Mais de uma frase intercalada em
um mesmo período dificulta o entendimento.
Regra Prática - evitar, no mesmo período mais de um mas (ou equivalentes) ou
mais de um que. As informações em uma mesma frase não podem ser ligadas
gratuitamente, os dados informados têm que ter uma lógica entre si.
9 EXEMPLOS PRÁTICOS PARA O MOMENTO DE ESCREVER
Muito cuidado com os adjetivos. Há armadilhas a serem evitadas: o uso de
um adjetivo desnecessário, que nada informa, e de um adjetivo impreciso, que passa
ao leitor uma mensagem diferente daquela imaginada pelo autor. Termos como
alguns, vários, diversos e similares são frequentemente inúteis. Se o jornalista não
sabe de quantos deputados está falando, tanto faz escrever “alguns deputados
discursaram a favor” como “deputados discursaram a favor”.
Grande, pequeno, muito e pouco podem ser imprecisos: gaúchos e
nordestinos talvez não pensem a mesma coisa quando alguém lhes fala de um
grande calor ou um grande frio (GARCIA, 2003).
É saudável ter medo das grandes generalizações se não há certeza absoluta.
Quanto mais profundamente a noticia afetar o dia-a-dia do leitor, mais detalhado
deverá ser o texto. Ao escrever, use formas inventivas, mas que não se afastem do
universo do leitor. Ex.: A quadrilha foi condenada, ao todo, a 374 anos de prisão. É
uma operação matemática sem qualquer correspondência com a realidade.
Informações irrelevantes e óbvias não devem ocupar espaço. A informação
como a de que “os parentes da criança falecida estão tristíssimos” é dispensável. O
enfoque a ser dado à notícia depende quase sempre de seu impacto na comunidade
e segundo o numero de pessoas afetadas pelo acontecimento. A cobertura de
alguma inauguração de um órgão ou serviço público deve ser sobre aquilo vai ser
oferecido à comunidade e não sobre o que fizeram ou disseram às autoridades
presentes.
Em princípio o jornalista é testemunha, não personagem. O depoimento na
primeira pessoa não deve ser utilizado. Só se justifica nas raras ocasiões em que o
repórter acidentalmente teve papel de destaque no episódio.
10 A ATITUDE DO PROFISSIONAL JORNALISTA
O repórter precisa querer saber de tudo e ter a obstinação de querer saber
certo. Ele deve saber perguntar ao entrevistado com eficiência e fazer certas
perguntas a si mesmo: “O que ouvi esgota o assunto? Satisfaz a curiosidade do
leitor? Eu entendi tudo? Tenho certeza sobre os números, a grafia dos nomes
próprios? Devo ouvir outras pessoas para completar a informação ou conferi-la? O
repórter precisa ter certeza dos fatos com os quais trabalha. Antes de escrever, é
importante que o repórter faça um relato fiel do que trouxe da rua ao seu chefe. Essa
notícia oral ajudará a determinar o destino da noticia escrita, em termos de espaço e
destaque. É indispensável para o planejamento da edição. Usar a memória também
é ajuda substancial na hora de escrever: ela é um filtro natural, que retém o que
realmente importa e despreza o irrelevante.
Importante - é sempre melhor confessar ignorância ao entrevistado do que, mais
tarde ao chefe na redação. E a observação é fundamental. O repórter observador
pode enriquecer seu texto com detalhes que irão ajudar o leitor a entender melhor a
notícia.
11 PADRÕES E CONVENÇÕES
Padrões e convenções são adotados por todos os jornais para que consigam
construir um padrão para a linguagem jornalística e a grafia do texto.
Palavras iniciadas com letras maiúsculas só devem ser usadas quando são
indispensáveis (nomes próprios – pessoas, locais, empresas)
• Quando as palavras "prefeitura", "fundação", "banco", "associação", "salão",
"universidade", "clínica" etc. aparecem no texto depois de terem seus nomes citados,
devem ser grafadas com caixa baixa (ex.: O reitor da UFMG está pedindo mais
verbas para a universidade).
• Cursos universitários ou áreas profissionais devem ser grafados com caixa alta e
baixa (ex.: Medicina, Jornalismo, Física etc).
11.1 Datas
• O dia deve ser grafado com algarismos, o mês por extenso e o ano em algarismos,
de forma completa (Ex. 5 de setembro de 1983).
• Datas festivas, cívicas e religiosas devem ser grafadas com caixa alta (Ex. Natal,
Carnaval, Páscoa, Quaresma, Semana Santa, Sexta-feira da Paixão).
11.2 Dinheiro
• Valores em Real devem ser grafados com R$, seguido de um espaço e os
algarismos (Ex. R$ 37).
• Se o valor for redondo, não é necessário colocar vírgula e os zeros dos centavos.
• Se o valor for superior a mil e redondo, deve-se seguir a mesma regra dos
números em geral (Ex. R$ 59 mil).
• Quando o valor for superior a mil e não for redondo, deve-se colocar um ponto
separando o milhar da centena (Ex: Ela gastou R$ 4.587).
• Se o valor for maior que mil e a centena for redonda, usar vírgula (Ex. R$ 3,7
milhões)
11.3 Hora e tempo
• Para grafar o horário, usa-se somente o ‘h’ para horas (Ex. 6h30, 12h59).
• Já para tempo, não há abreviações (Ex. “Depois de quatro horas esperando na
fila...”).
11.4 Idade
• A idade dos personagens só deve ser citada quando for um dado relevante no
contexto da matéria, isto é, acrescente ao entendimento do leitor. Nesse caso, deve
ser colocada entre vírgulas e seguida de "anos" (Ex. "Rachilda Halbmeyer, 42 anos,
é caloura de psicologia da PUC Minas...").
• A idade deve ser colocada sempre em forma de algarismo, mesmo que o número
estiver entre zero e dez.
11.5 Identificação de personagens
• Quando o personagem não puder ser identificado, como em matérias sobre
alcoólatras, o melhor é colocar as iniciais do nome (Ex. “A estudante L.D.R.
começou a beber por influência dos amigos...”).
11.6 Palavras estrangeiras
• Palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico (Ex. "Marcel é fã do rapper
americano Eminem...").
• A regra vale para qualquer expressão estrangeira, mesmo que já faça parte do
vocabulário cotidiano (Ex. "Um jovem que sempre sonhou em ser advogado e foi
office-boy da PUC Minas pelo convênio com a Cruz Vermelha.").
• Nomes estrangeiros (bandas, artistas, lugares, bares, movimentos etc.) não devem
ser grafados em itálico.
11.7 Nomes e sobrenomes
• Para repetir nomes de pessoas já citados, o correto é usar o último sobrenome, no
caso de personagens homens, e apenas o primeiro nome, em caso de mulheres (Ex.
"Elierverton dos Santos não concorda com a proibição de nomes artísticos (...). De
acordo com Santos..." ou "Janaína Costa trabalha durante o dia (...). Segundo,
Janaína...").
• Uma exceção é quando a matéria tem duas fontes masculinas com o mesmo
sobrenome, como ‘Silva’, que é muito comum. Nesses casos, pode-se usar o
primeiro nome dos personagens.
11.8 Números
• Números entre zero e dez devem ser escritos por extenso. A partir do número 11,
devem ser usados algarismos.
• Números ordinários seguem a mesma regra. Do "primeiro" ao "décimo" se escreve
por extenso. A partir daí, grafa-se "11°", "32°", "59°".
• A exceção é de números redondos acima de mil, que devem ser escritos,
"2 mil", "10 milhões" etc.
• Quando um número acima de mil não for redondo, deve ser usado um ponto entre
a centena e o milhar (Ex. "O programa atendeu, no primeiro semestre letivo deste
ano, 91.758 crianças.").
• Idades devem ser sempre grafadas com algarismos, mesmo que seja entre 0 e 10
anos.
REFERÊNCIAS
ERBOLATO, Mário. Dicionário de Propaganda e Jornalismo: Legislação, termos
técnicos e definição de cargos e funções. 1985.
FOLHA DE S. PAULO. Manual de redação. São Paulo: Publifolha, 2002.
GARCIA, Luiz. O Globo: Manual de redação e estilo. 28 ed. São Paulo: Globo,
2003
RIBEIRO JUNIOR, Jorge Cláudio Noel. Sempre alerta: condições e contradições
do trabalho jornalístico. São Paulo: Olho d’Água, Brasiliense, 1994.
PÁGINAS DA INTERNET
Department of Public Information Non-Governmental Organization – DPI-NGO.
Disponível em http://www.un.org/dpi/ngosection/index.asp
Centro de Informação das Nações Unidas – Rio de Janeiro. Disponível em
http://unicrio.org.br/