Prescrição e dispensação de antimicrobianos

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ALEXANDRA MONTEIRO GALVINO ELISANGELA FERREIRA SANTOS LUCIANE BALDISSERA MÁRCIA BASILIO TAMBURU RANDO PRESCRIÇÃO E DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS NA CIDADE DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS 2012 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

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ALEXANDRA MONTEIRO GALVINO ELISANGELA FERREIRA SANTOS

LUCIANE BALDISSERA MÁRCIA BASILIO TAMBURU RANDO

PRESCRIÇÃO E DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS

NA CIDADE DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS

2012

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

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ALEXANDRA MONTEIRO GALVINO ELISANGELA FERREIRA SANTOS

LUCIANE BALDISSERA MÁRCIA BASILIO TAMBURU RANDO

PRESCRIÇÃO E DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS NA CIDADE DE

FERNANDÓPOLIS

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca

Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia, da

Fundação Educacional de Fernandópolis, como exigência

parcial para obtenção do título de bacharel em Farmácia.

Orientador: Prof. MSc. Roney Eduardo Zaparoli

FERNANDÓPOLIS – SP

2012

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ALEXANDRA MONTEIRO GALVINO ELISÂNGELA FERREIRA SANTOS

LUCIANE BALDISSERA MÁRCIA BASILIO TAMBURU RANDO

PRESCRIÇÃO E DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS NA CIDADE DE

FERNANDÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como

requisito parcial para obtenção do título de bacharel

em Farmácia.

Aprovado em: __ de novembro de 20__.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Prof. MSc. Roney Eduardo Zaparoli

(orientador)

Prof. MSc. Ocimar de Castro

(Avaliador 1)

Prof. MSc. Reges Evandro Teruel

Barreto

(Avaliadora 2)

Prof. MSc. Roney Eduardo Zaparoli Presidente da Banca Examinadora

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Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus, pois

sem ele, nada seria possível, e nossos sonhos não

seriam concretizados.

E também às pessoas mais importantes de nossas

vidas: nossos pais, irmãos, esposos e namorados,

que confiaram no nosso potencial para esta

conquista. Não conquistaríamos nada se não

estivessem ao nosso lado. Obrigadas, por estarem

sempre presentes em todos os momentos, dando-

nos carinho, apoio, incentivo, determinação, fé, e

principalmente, o Amor de vocês.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter-me dado força nessa batalha

vencida.

A meu esposo, pela compreensão da minha ausência.

Aos meus pais, que lutaram e vibraram pela minha vitória.

Em especial, ao meu filho que, junto comigo, sofreu nesta reta final.

ALEXANDRA MONTEIRO GALVINO

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pois sem ele nada seria possível, por ter-me dado

força e fé para enfrentar as dificuldades encontradas no decorrer do caminho.

Em especial, a meus pais que, mesmo distantes, sempre acreditaram que eu

seria capaz, dando-me apoio para nunca desistir.

Ao meu esposo Helder, muito obrigada, porque sem ele já teria fraquejado;

pessoa que amo muito, pois ao seu lado percebi que sou capaz de lutar e vencer.

A minha amada e querida irmã Vânia, às vezes que chorei com medo de não

conseguir, ela sempre me acolheu e mostrou que não era tão difícil assim.

Por último, aos meus sogros, Oseias e Eliane, com quem aprendi muitas

coisas, uma delas é que a dificuldade vem para nos mostrar como a vida é bonita

depois da tempestade.

ELISANGELA DA SILVA FERREIRA DOS SANTOS

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AGRADECIMENTOS

Acima de tudo a Deus, o centro e o fundamento de tudo em minha vida, por

ter-me concedido força e discernimento ao longo dessa jornada.

De maneira especial, aos meus pais, que me deram tanto carinho e coragem,

apoiando-me sempre nos momentos de dificuldades. Pela confiança e pelo amor

que me fortalecem todos os dias.

Ao meu irmão, cunhada e sobrinho, pelo apoio e por terem acreditado em

mim.

Ao meu namorado, por estar sempre ao meu lado, pelo carinho, por ter-me

aturado nos momentos de estresse e pelo apoio nos momentos difíceis.

Também aos professores, pela paciência e ensinamentos que me conduziram

até aqui.

LUCIANE BALDISSERA

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AGRADECIMENTO

A Deus, Senhor da minha vida, pelo seu imenso amor e presença constante

em toda a minha caminhada.

A minha mãe, mulher esplêndida, meu exemplo de vida, que me incentivou e

sempre confiou na minha capacidade de superar obstáculos e vencer.

Ao meu esposo Fabrício, pelo amor, carinho, companheirismo e apoio

incondicional, principalmente durante os momentos de maior trabalho, dificuldades e

ausências.

Aos professores, pela orientação, empenho, diálogo e amizade.

MARCIA BASLIO TAMBURU RANDO

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Eu sei como ele conseguiu. Todos perguntaram: - Pode nos dizer como? - É simples, respondeu Einstein. - Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que não seria capaz.

Albert Einstein

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RESUMO

A descoberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, foi um dos acontecimentos mais marcantes da história da ciência, da medicina e da farmácia do século XX. Devido ao crescimento alarmante da resistência em todo o mundo, a OMS decidiu, em 2011, chamar a atenção para o avanço da resistência microbiana. As estratégias de combate ao crescimento da resistência bacteriana devem ser cen-tradas nas pessoas, começando pela vigilância epidemiológica da suscetibilidade bacteriana, pela adoção de boas práticas clínicas e de dispensação, pelo uso racional e, principalmente, pela sensibilização da população para o problema. A prescrição desses fármacos deve ocorrer apenas após cuidadosa revisão da relação custo-benefício. Diante disso, foi decretada a resolução n°20/11, que dispõe sobre o controle de medicamentos à base de antimicrobianos, na tentativa de diminuir o uso irracional de antimicrobianos. O presente estudo objetivou verificar o perfil da prescrição e dispensação de medicamentos antimicrobianos na cidade de Fernandópolis, de acordo com a dispensação de medicamentos genéricos, similares e referências. Para a realização desse estudo foi aplicado um questionário contendo questões importantes para investigar o conhecimento dos prescritores e farmacêuticos na cidade de Fernandópolis, no período de 10 à 20 de outubro de 2012, o questionário foi deixado nos consultórios de médicos e dentistas da cidade de Fernandópolis, e recolhido após dois dias. Os profissionais foram questionados sobre como é sua atuação na prescrição e dispensação de antimicrobiano e como é promovido o uso racional desses medicamentos. Os resultados desse estudo mostraram que falta orientação aos prescritores em relação ao medicamento genérico, uma vez que 60% relataram prescrever medicamentos de referência, baseados na eficácia e segurança que eles fornecem, embora apenas 16% relatarem não ter presenciado problemas relacionados ao uso dos medicamentos genéricos, já que acreditam no medicamento genérico, embora não confiem o suficiente para prescrevê-los; também foi observado que mesmo os profissionais entrevistados relatarem promover o uso racional de medicamentos, 72 % dos entrevistados ainda não tem o hábito de realizar TSA antes da prescrição do antimicrobiano, evidenciando assim a falta de conscientização sobre a resistência microbiana, bem como a falta de orientação ao usuário de medicamentos sobre o uso racional de antimicrobianos, já que mesmo os profissionais afirmarem que realizam à atenção farmacêutica, 16 % dos entrevistados ainda admitiram dispensar o medicamento sem a prescrição médica, fato este que colabora ainda mais para o aumento da resistência microbiana. De acordo com a pesquisa realizada também ficou evidente que é realizada a intercambialidade do medicamento referência, uma vez que 89% dos entrevistados afirmaram fazer a troca do medicamento referência pelo medicamento genérico, sendo levado em conta na hora da escolha do medicamento a sua eficácia , em 63% das situações e o custo, em 43% das situações.

Palavras-chave: Antimicrobiano. Uso racional de medicamentos. Prescrição. Dispensação. Medicamento genérico.

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ABSTRACT

The discovery of penicillin by Alexander Fleming in 1928 was one of the most remarkable events in the history of science, medicine and pharmacy of the twentieth century. Due to the alarming growth of resistance worldwide, WHO decided in 2011 to draw attention to the advancement of microbial resistance. Strategies to combat the growth of bacterial resistance should be centered in people, starting with epidemiological surveillance of bacterial susceptibility by adotion of good clinical practice and dispensation, and the rational use mainly by raising public awareness to the problem. The prescription of these drugs should occur only after careful review of cost-benefit. Before that, he was decreed to Resolution No. 20/11, which provides for the control of antimicrobial drugs based on in an attempt to decrease the irrational use of antimicrobials. The present study aimed to investigate the profile of prescription and dispensation of antimicrobials in the city of Fernandópolis, according to the dispensation of generic drugs, and similar references. To conduct this study was a questionnaire containing questions relevant to investigate the knowledge of prescribers and pharmacists in the city of Fernandópolis, from 10 to 20 October 2012, the questionnaire was left in the offices of doctors and dentists in the city of Fernandópolis and collected after two days. The professionals were asked about how their actions in prescribing and dispensing of antimicrobial and is promoted as the rational use of these medications. The results of this study showed that lack guidance to prescribers in relation to generic medicine, since 60% reported prescribing reference drugs based on efficacy and safety they provide, while only 16% reporting having seen no problems related to the use of medicines generic, since they believe in generic drug, while not trust enough to prescribe them, it was also observed that even the respondents reporting promote rational use of medicines, 72% of respondents do not have the habit of TSA before prescribing the antimicrobial, thus underlining the lack of awareness about antimicrobial resistance and the lack of guidance to the user of drugs on the rational use of antimicrobials, as even professionals assert that perform to pharmaceutical care, 16% of respondents still admitted dispense the drug without a prescription, a fact that contributes further to increased microbial resistance. According to the survey was also evident that interchangeability is held drug reference, since 89% of respondents said they make the switch from the reference drug generic drug, being taken into account when choosing the drug to be effective, in 63% of cases and cost in 43% of situations. Keywords: Antimicrobial. Rational use of medicines. Prescription. Dispensation. Generic drug.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Tipo de antimicrobiano mais prescrito na cidade de Fernandópolis 42

Gráfico 2 O que é levado em consideração na escolha do antimicrobiano a

ser prescrito? 43

Gráfico 3 Já teve complicações ao prescrever antimicrobianos genéricos? 44

Gráfico 4 O antimicrobiano de referência possui a mesma eficácia em

relação ao medicamento genérico? 45

Gráfico 5 Orientação sobre o uso racional de antimicrobiano 46

Gráfico 6 Realização de TSA antes da prescrição do antimicrobiano 47

Gráfico 7 Qual o tipo de antimicrobiano mais dispensado nas drogarias da

cidade de Fernandópolis 48

Gráfico 8 Sobre a prática de intercambialidade de antimicrobianos 49

Gráfico 9 A intercambialidade é realizada por qual tipo de medicamento? 49

Gráfico 10 O que é levado em consideração quando é feita a

intercambialidade de medicamentos? 50

Gráfico 11 Realização da atenção farmacêutica 51

Gráfico 12 Orientação sobre o uso racional de medicamentos 52

Gráfico 13 Conhecimento dos farmacêuticos sobre a legislação vigente 53

Gráfico 14 Opinião dos farmacêuticos sobre a legislação vigente 54

Gráfico 15 A dispensação de antimicrobianos é feita somente com prescrição. 55

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Linha do tempo da terapia antimicrobiana 20

Figura 2 Relação entre fármaco, microrganismo e paciente 25

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BPC Boas práticas clínica

BPFC Boas práticas de fabricação e controle de qualidade

BPL Boas práticas de laboratório

CFF Conselho Federal de Farmácia

DCI Denominação comum internacional

DCM Denominação comum brasileira

DNA Ácido desoxirribonucleico

FDA Food and Drugs Administration

MG Minas Gerais

MRSA Staphylococcus aureus resistentes à meticilina

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

PABA Ácido para-aminobenzoico

PLP Proteínas ligadoras de penicilina

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

RNA Ácido ribonucleico

RS Rio Grande do Sul

SC Santa Catarina

SINITOX Sistema nacional de informações tóxico-farmacológicas

TSA Antibiograma

WHO World Health Organization

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 16

1 A HISTÓRIA E O SURGIMENTO DOS ANTIMICROBIANOS .................... 18

1.1 Antibióticos, quimioterápicos e antimicrobianos: a nomenclatura e

sua história .................................................................................................... 21

1.2 Resistência microbiana .......................................................................... 22

1.3 Uso racional de antimicrobianos........................................................... 24

1.4 Bioequivalência e biodisponibilidade farmacêutica ............................ 26

1.5 Classificação dos antimicrobianos ....................................................... 29

1.5.1 Classes farmacológicas dos antimicrobianos .............................. 29

1.6 Beta-lactâmicos ...................................................................................... 30

1.8 Tetraciclinas e anfenicóis ...................................................................... 31

1.8.1 Tetraciclinas ................................................................................ 32

1.8.2 Cloranfenicol ............................................................................... 32

1.9 Quinolonas .............................................................................................. 32

1.10 Glicopeptídios ....................................................................................... 33

1.11 Nitroimidazólicos .................................................................................. 34

1.12 Oxazolidinonas ..................................................................................... 35

1.13 Macrolídeos ........................................................................................... 35

1.14 Sulfonamidas ........................................................................................ 36

1.15 Lincosaminas ........................................................................................ 37

1.16 Polipeptídeos ........................................................................................ 37

1.17 Polimixinas ............................................................................................ 38

1.17.1 Gramicidina ............................................................................... 38

1.17.2 Rifamicina.................................................................................. 38

2 OBJETIVOS ................................................................................................ 39

2.1 Objetivo geral .......................................................................................... 39

2.2 Objetivos específicos ............................................................................. 39

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3 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 40

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 41

4.1 Respostas dos prescritores. .................................................................. 41

4.2 Respostas dos dispensadores (Farmacêuticos)................................. 47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 55

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 58

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIOS ............................................................... 65

INTRODUÇÃO

A humanidade sempre foi vítima de pandemias de cólera, peste, gripe, febre

tifoide, tuberculose e outras doenças infecciosas ao longo da história, doenças que,

muitas vezes, se tornavam as principais causas de óbito. Patologias como infecção

e ouvido, pele e garganta, frequentemente, resultavam em surdez, morte ou

sequelas devido às complicações, diante disso surgiram os antimicrobianos, que são

uma classe de fármacos consumida frequentemente e que podem ser obtidos

através de compostos naturais e sintéticos, e são capazes de impedir o crescimento

(bacteriostáticos) ou causar a morte de bactérias (bactericidas) (BRASIL, 2007;

OMS, 2012).

Os antimicrobianos são uma classe de fármacos consumida frequentemente.

Tais fármacos podem ser obtidos através de compostos naturais e sintéticos,

capazes de impedir o crescimento (bacteriostáticos) ou causar a morte de bactérias

(bactericidas) (BRASIL, 2007). .

A descoberta da penicilina abriu o caminho para novos investimentos

científicos e, com isso, houve o surgimento de novos antimicrobianos.

Mesmo com o surgimento de vacinas e antimicrobianos eficazes, os micro-

organismos continuam ganhando a batalha na guerra contra as infecções. Esses

ainda acarretam expressiva morbimortalidade, especialmente em países em

desenvolvimento. Um dos principais motivos para essa situação é o crescimento da

resistência microbiana, que tende a aumentar com o uso indiscriminado de

antibióticos. Trata-se de um problema que afeta a saúde individual e coletiva e traz

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17

grande preocupação a todos os profissionais envolvidos na assistência à saúde

(WHANNMACHER, 2004).

Devido ao crescimento alarmante da resistência em todo o mundo, a OMS

decidiu, em 2011, chamar a atenção para o avanço da resistência microbiana. Com

a campanha “Sem ação hoje, não há cura amanhã”, convocou governos,

formuladores de planejamento e de políticas de saúde, autoridades sanitárias,

prescritores, farmacêuticos, representantes da indústria de medicamentos, pacientes

e o público em geral para pensar sobre o combate à resistência antimicrobiana, a

assumir sua responsabilidade, a agir e desenvolver práticas para prevenir e conter a

situação (MOGATO; DEY, 2012).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, em 28 de

outubro de 2010, no Diário Oficial da União, a Resolução RDC nº 44, de 26 de

outubro de 2010, em que determinou o controle de medicamentos à base de

substâncias classificadas como antimicrobianos. Essa norma, posteriormente, foi

substituída pela RDC n° 20 de 05/05/11, que dispõe sobre o controle de

medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso

sob prescrição, isolado ou em associações. Para que essa medida tenha sucesso, é

preciso que todos os profissionais de saúde responsáveis por esse processo

estejam envolvidos. É necessário estabelecer não apenas mecanismos de controle,

mas também disponibilizar informações adequadas para a sociedade e os

profissionais de saúde (WHANNMACHER, 2004).

O objetivo deste trabalho foi verificar o perfil da prescrição e dispensação de

antimicrobianos de acordo com a dispensação de medicamentos genéricos, similar e

referência, como é, e se é realizada a intercambialidade dos medicamentos

genéricos, similar e de referência e a atenção farmacêutica; como é promovido uso

racional de antimicrobianos. Também foi verificado o conhecimento e aceitação da

legislação vigente pelos profissionais de saúde diante da resolução n. 20/11, que

dispõe sobe o controle da dispensação de medicamentos à base de antimicrobianos.

Para isso, foi aplicado um questionário contendo questões importantes para

investigar o conhecimento dos prescritores e farmacêuticos da cidade de

Fernandópolis, no período de 10 à 20 de outubro de 2012, o questionário foi deixado

nos consultórios de médicos e dentistas da cidade de Fernandópolis, e recolhido

após dois dias e este continha questões sobre a atuação desses profissionais na

prescrição e dispensação de antimicrobiano.

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1 A HISTÓRIA E O SURGIMENTO DOS ANTIMICROBIANOS

Os antimicrobianos foram, inicialmente, definidos como substâncias

químicas produzidas por várias espécies de microrganismos, vegetais e animais,

que impedem o crescimento de outros. A síntese de antibióticos de origem

semissintética e sintética, porém, foi beneficiada pelo desenvolvimento da indústria

farmacêutica. Os antimicrobianos diferem entre si quanto às propriedades químicas,

seus espectros e mecanismos e ação e são classificados quimicamente como:

derivados de aminoácidos, açúcares, acetatos, propionatos entre outros (TAVARES,

1990).

Os antimicrobianos são uma classe de fármacos utilizados frequentemente

em hospitais e na comunidade. Essa classe de fármacos são os únicos agentes

farmacológicos que não afetam somente aos pacientes que fazem o uso desses

medicamentos, mas também interferem, de forma significativa, o ambiente hospitalar

por alteração da ecologia microbiana (BRASIL, 2007).

Segundo Guimarães e Momesso (2010), os antimicrobianos são compostos

naturais ou sintéticos capazes de impedir o crescimento ou causar a morte de

fungos ou bactérias. Podem ser classificados como bactericidas, quando causam a

morte, ou bacteriostáticos, quando promovem a inibição do crescimento bacteriano.

Em 1910, Paul Ehrlich desenvolveu o primeiro antimicrobiano de origem

sintética, o salvarsan, utilizado no tratamento da sífilis. Entretanto, o grande marco

no tratamento das infecções bacterianas ocorreu com a descoberta da penicilina, por

Alexander Fleming, no final da década de 20. Passariam, porém, mais de dez anos

para que a penicilina fosse introduzida como agente terapêutico. Nesse período,

Gerhard Domagk verificou que o corante vermelho prontosil apresentava atividade in

vivo contra infecções causadas por espécies de Streptococcus. O prontosil (pró-

fármaco) originou uma nova classe de antibióticos sintéticos: as sulfas ou

sulfonamidas, que constituem a primeira classe de agentes efetivos contra infecções

sistêmicas, sendo introduzidas no início dos anos 40. A descoberta da penicilina por

Alexander Fleming, em 1928, foi um dos acontecimentos mais marcantes da história

da ciência, da medicina e da farmácia do século XX. Conjugaram-se a inovação

científica com os benefícios em saúde pública e, consequentemente, os ganhos no

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19

plano da economia civilizacional podem afirmar que a descoberta da penicilina foi

conquista mais relevante da história do século XX; assim, não foi mais um fármaco

novo nem mais um acontecimento científico isolado (PEREIRA, 2005).

A descoberta da penicilina abriu o caminho para novos investimentos

científicos e o domínio da antibioticoterapia e, com isso, surgiram novos antibióticos.

Entre 1940 e 1960, vários antibióticos foram descobertos pela triagem de produtos

naturais microbianos, sendo a maioria deles eficazes para tratamento de bactérias

gram-positivas: beta-lactâmicos (cefalosporina), aminoglicosídeos (estreptomicina),

tetraciclina (clortetraciclina), macrolídeos (eritromicina), peptídeos (vancomicina) e

outros (cloranfenicol, rifamicina B, clindamicina e polimixina B). Nesse período,

apenas três derivados sintéticos foram introduzidos no mercado: isoniazida,

trimetoprima e metronidazol (GUIMARAES; MOMESSO, 2010; PEREIRA, 2005).

Entre 1960 e 1980, foram lançados no mercado antibióticos semi-sintéticos

eficazes para o tratamento de bactérias gram-positivas e gram-negativas,

semelhantes aos antibióticos naturais já existentes. A maioria desses fármacos foi

obtida a partir de protótipos naturais antimicrobianos, como derivados beta-

lactâmicos (análogos à penicilina e cefalosporina, ácido clavulânico, azetreonam),

análogos à tetraciclina, derivados aminoglicosídicos (gentamicina, tobramicina,

amicacina) (FERNANDES, 2006).

Entre 1980 e 2000, as principais ferramentas utilizadas para a busca de

novos antibióticos foram a genômica e as triagens de coleções de compostos.

Houve, porém, uma redução significativa na identificação de novos protótipos

antimicrobianos, ao mesmo tempo em que ocorreu um aumento na incidência da

resistência bacteriana. Esse período foi marcado pela modificação do mercado de

antimicrobianos e pela introdução da classe das fluoroquinolonas sintéticas na

metade dos anos 80, desenvolvidas a partir do ácido nalidixico. Alguns

antimicrobianos baseados em protótipos naturais, como imipenem (derivado beta-

lactâmico) e análogos à eritromicina (derivado macrolídeo), também foram lançados

no mercado no mesmo período (GUIMARAES; MOMESSO, 2010).

Com o processo de obtenção de novas penicilinas, como a meticilina e a

oxacilina, foi gerado um período de intervalo, e as indústrias farmacêuticas

investiram em outras classes de medicamentos mais lucrativos. Isso fez com que

surgissem bactérias multirresistentes, impulsionando as indústrias farmacêuticas a

realizarem novas pesquisas com antimicrobiano. Esses estímulos vêm da grande

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necessidade da descoberta de novos fármacos para o tratamento de infecções

causadas por cepas multirresistentes (FERREIRA, 2011).

Assim, a produção de antimicrobianos sintetizados em laboratório, incluindo

fármacos como as oxazolidinonas (ex.: linezolide) e os lipopeptídeos (ex.:

daptomicina) tem sido estimulada, possibilitando o tratamento de infecções

causadas pelas chamadas superbactérias (FERREIRA, 2011).

Peças fundamentais da vida moderna, os antibióticos são responsáveis pelo

aumento da expectativa e melhora na qualidade de vida da população mundial.

Ao mesmo tempo, porém, eles trazem o risco à resistência bacteriana.

Figura 1 Linha do tempo da terapêutica antimicrobiana. Fonte: Fiol, 2004.

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1.1 Antibióticos, quimioterápicos e antimicrobianos: a nomenclatura e sua história

A nomenclatura permite a utilização de diversos termos para a nomeação

dos medicamentos utilizados no combate às infecções causadas por

microrganismos. Comumente são empregados nomes como “antibióticos”,

“quimioterápicos” e “antimicrobianos”, cabendo uma breve reflexão sobre sua

origem.

As expressões antimicrobianas e anti-infecciosas denotam todas as drogas

usadas contra agentes infecciosos (SILVA, 2006).

No início do século XX, Paul Ehrlich designou o termo “quimioterapia” para

descrever o uso de substâncias químicas sintéticas utilizadas na destruição de

agentes infecciosos. Frequentemente, o termo quimioterapia tem sido usado em um

sentido mais amplo, designando a utilização de substâncias química no tratamento

de quaisquer doenças, inclusive doenças de origem não infecciosa, tais como as

doenças reumáticas e endócrinas (TAVARES, 2010).

Os termos antibiótico e quimioterápico são usados como sinônimos. Devido

a isso, Tavares (1989) recomenda a utilização do termo quimioterapia para a

utilização sistêmica de substâncias de estrutura química definida, sintetizadas ou

extraídas de vegetais, para o combate específico de agentes patogênicos vivos, com

o mínimo de efeitos tóxicos para o hospedeiro (SILVA, 2006).

Modernamente, o termo quimioterapia é empregado também na terapêutica

antineoplásica, baseado na analogia de que as células neoplásicas se comportam

como um verdadeiro parasita, e os medicamentos utilizados para o controle do

câncer possuem ação seletiva contra as células tumorais (RANG et al., 2007).

Em 1942, Waksman utilizou a palavra “antibiótico”, dando nomes às

substâncias elaboradas por bactérias e fungos, capazes de agir como tóxicos

seletivos sobre outros microrganismos, em pequenas concentrações. Benedict e

Langlyke, em 1947, designaram o termo antibiótico para nomear o composto

químico derivado de qualquer organismo vivo (seres vivos em geral, tanto plantas

quanto animais), ou produzido por ele, capaz de inibir os processos vitais dos

microrganismos em baixas concentrações (KOROLKOVAS; BURCKHALTER, 1988).

Na prática, o termo antibiótico denomina os fármacos de origem natural

(incluindo análogos e derivados) produzidos por seres vivos (fungos ou bactérias em

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22

sua maioria) e eliminados no meio ambiente. Já o termo quimioterapia tem sido

utilizado como sinônimo de agentes que destroem ou inibem o crescimento das

células cancerígenas, devendo ser evitado para referir-se ao tratamento anti-

infeccioso. Comumente, opta-se pelo uso do termo “antimicrobiano”, pois representa

os fármacos que têm a capacidade de inibir o crescimento ou matar microrganismos

causadores de infecções, podendo ser naturais ou sintéticos (TAVARES, 2010).

O quimioterápico ou antibiótico bacteriostático não destrói a bactéria, porém,

inibe a sua multiplicação. Com a suspensão desse tipo de droga, a bactéria volta a

crescer, portanto seu efeito é reversível. Já os quimioterápicos ou antibióticos

bactericidas exercem efeito letal e irreversível sobre as bactérias sensíveis (SILVA,

2006).

1.2 Resistência microbiana

Desde 1970, não foi descoberta qualquer classe de antimicrobiano, contudo

a população conta com um arsenal de mais de 150 compostos. O desenvolvimento

de novos fármacos pode levar de dez a vinte anos, inclusive para esses serem

lançados no mercado, porém, a vida útil de um antimicrobiano pode ser reduzida

devido à resistência microbiana (OMS, 2000).

A resistência microbiana não é um fenômeno recente. Desde o início foi

encarada como uma curiosidade cientifica, porém, tem-se tornado uma ameaça à

eficácia do tratamento terapêutico (OMS, 2001).

O aumento da resistência microbiana se dá devido ao abuso, mau uso e

distribuição dos antimicrobianos em níveis inferiores aos recomendados em manuais

terapêuticos, bem como às más condições de higiene, fluxo contínuo de viajantes,

aumento de pacientes imunocomprometidos e demora no diagnóstico das infecções

bacterianas (GUIMARÃES; MOMESSO, 2010).

O aumento da procura de antimicrobianos por pacientes pode ser resultado

da propaganda que também favorece o desenvolvimento de resistência. Em estudo

realizado na Europa em 1977, os médicos citaram pressão dos pacientes como a

razão número um para que eles prescrevessem os antibióticos errados. Nos Estados

Unidos, 95% dos médicos entrevistados tinham atendido, nos seis meses anteriores,

a média de sete pacientes que pediram medicamentos específicos em razão de

Page 23: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

23

publicidade: 70% deles admitiram que houvesse pressão do paciente, forçando-os a

prescreverem medicamentos que poderiam ter evitado (OMS, 2001).

O período necessário para a ocorrência da resistência microbiana mostra-se

surpreendentemente curto para muitos fármacos, enfatizando a imensa capacidade

de adaptação dos micro-organismos a ambientes hostis, artificialmente criados pelo

homem. Essas razões deveriam soar como um sinal de alerta para a necessidade

de se promover emprego terapêutico mais racional desses insumos; o que tem

ocorrido, na verdade, é exatamente o oposto. Em alguns países, por exemplo,

alguns antimicrobianos são utilizados sem receita médica em até dois terços das

ocasiões. Mesmo quando formalmente prescritos, sua indicação pode ser

desnecessária em ate 50% dos casos (WANNMACHER, 2004; OLIVEIRA, 2005).

O consumo desmedido de antimicrobianos não possui uma evidência clara,

mas acredita-se que diversos fatores contribuam de forma crucial, tais como a

expectativa do paciente em receber tratamento eficaz, o tempo cada vez mais curto

das consultas médicas devido à demanda elevada e baixa remuneração, o medo de

litígio e as pressões da indústria farmacêutica e dos planos de saúde para redução

do número de reconsultas e de pedidos de exames diagnósticos (WANNMACHER,

2004).

A falta de informação de muitos profissionais faz com que estes encarem o

risco de indução de resistência como algo essencialmente teórico ou pouco

provável. Assim, a promoção do uso racional de antimicrobianos é fundamental, já

que infecções causadas por bactérias comunitárias resistentes são de mais difícil

tratamento e se associam a maior morbidade (DANDOLINI, 2012).

Cada vez mais se têm provas de que o mau uso de antimicrobianos é o

principal responsável pela seleção de resistência. O prescritor que trabalha no setor

de atenção primária à saúde lida, também, com infecções de menor gravidade, que

nem sempre são de etiologia bacteriana (por exemplo, infecções respiratórias altas

de origem viral em crianças), não necessitando de antimicrobianos, ou normalmente

se curam facilmente com antibióticos mais comuns e com menor potencial de

indução de resistência. A prescrição de antibióticos deve fundamentar-se em real

indicação, e sua seleção deve levar em conta os malefícios do emprego inadequado

desses fármacos (ZIMERMAM, 2010; BRASIL, 2007).

Algumas observações evidenciam que o uso de antimicrobianos é a principal

força motora para desenvolvimento da resistência bacteriana como, por exemplo, o

Page 24: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

24

fato de as taxas de resistência à antimicrobianos serem maiores quando o consumo

desses fármacos é mais intenso, ocorrendo frequentemente o surgimento da

resistência durante o curso da terapia e, consequentemente, a falha da terapêutica

empregada, universalmente correlacionada entre a comercialização de novos

agentes e o posterior desenvolvimento de resistência microbiana aos mesmos, as

vezes, após curto período de sua introdução no mercado (ZIMERMAM, 2010).

As estratégias baseadas em menor uso de antimicrobianos podem ser

fundamentais para prevenir o surgimento de mais resistência microbiana, mesmo

não sendo o suficiente para combater a resistência microbiana já estabelecida.

Devido a esse fato, medidas nacionais destinadas a maior controle de uso desses

fármacos deveriam ser desenvolvidas e amplamente implantadas. Políticas

poderiam ser construídas, levando em consideração os problemas particulares

encontrados em diferentes locais do território nacional. As entidades governamentais

e a mídia também constituem peças fundamentais no processo de reeducação e

conscientização da população para se evitar o consumo excessivo de

antimicrobianos, tanto por automedicação quanto por pressões desnecessárias

sobre os profissionais da saúde (ZIMERMAM, 2010; MACHADO, 2004).

1.3 Uso racional de antimicrobianos

É real o risco de a resistência microbiana levar a humanidade de volta à era

pré-antibiótica, em um mundo de mortes prematuras e enfermidades crônicas (OMS,

2011).

Dados nacionais e mundiais mostram como é numerosa a quantidade de

prescrições inadequadas desses medicamentos, além do uso sem prescrição

médica. O uso em pediatria (ate 10 anos de idade) atinge cerca de 30% da utilização

humana. A maioria dessas prescrições tem por objetivo a profilaxia ou a utilização,

consciente ou não, em infecções de etiologia viral, propriedades que esses fármacos

sabidamente não possuem. O uso desmedido e sem justificativa, associado ao uso

veterinário e agropecuário, tem levado a situações cada vez mais críticas em virtude

da seleção de micro-organismos multirresistentes. A literatura é farta em apontar

dados que mostram relação direta entre o uso e os índices de resistência bacteriana,

ou seja, quanto mais utilizado, maiores são os índices de resistência ao fármaco e,

portanto, menor sua eficácia. Países que adotaram restrições e maior controle para

Page 25: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

25

o uso desses medicamentos observaram maior eficácia dos antimicrobianos. O uso

racional e adequado é indispensável para a manutenção da atividade dessa valiosa

classe terapêutica (MS, 2010).

O conhecimento dos diferentes mecanismos de resistência, bem como sua

interpretação clínica-laboratorial é essencial para o sucesso da terapêutica

apropriada (MS, 2001).

A figura abaixo, mostra que o sucesso da terapêutica antimicrobiana

depende de 3 elementos básicos que relacionam-se, são eles: fármaco, hospedeiro

e microrganismo. Durante a escolha do antimicrobiano o médico deve levar em

conta a sensibilidade que o microrganismo tem diante de um determinado fármaco,

deve se atentar ainda a patologia causada pelo microrganismo ao hospedeiro e o

conhecimento da farmacocinética do antimicrobiano. Se esses pontos não forem

cuidadosamente avaliados, o resultado do tratamento escolhido pode ser

comprometido. Fatores relacionados com os microrganismos compreendem sua

identificação e a sensibilidade que possui sobre determinado fármaco. Ao

hospedeiro relaciona-se sua condição imunológica, idade, função hepática e renal,

possibilidade de gravidez e ainda o local da infecção, já ao fármaco é necessário o

conhecimento das propriedades farmacocinéticas como: seu mecanismo de ação e

toxicidade seletiva (BRASIL, 2010).

Figura 2 Relação entre fármaco, microrganismo e paciente. Fonte: Fiol, 2004.

Page 26: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

26

A Resolução 44/10 do CFF, no artigo 3º, prolata: “A atuação do farmacêutico

é requisito essencial para a dispensação de antimicrobianos ao paciente usuário,

sendo esta uma atividade privativa e que deve constar de orientações sobre o

correto uso desses medicamentos”.

E mais: a resolução prevê que, no ato da dispensação de qualquer

antimicrobiano, o farmacêutico explique, clara e detalhadamente, ao paciente o

benefício do tratamento e se certifique de que ele (o paciente) não apresenta

dúvidas a respeito do motivo da prescrição, contraindicações e precauções,

posologia (dosagem, dose, forma farmacêutica, técnica, via e horários de

administração), modo de ação, reações adversas e interações, duração do

tratamento, condições de conservação, guarda e descarte. A Resolução observa

que o farmacêutico, no ato da dispensação de antimicrobianos, leve em conta que a

educação e orientação ao paciente usuário são fundamentais, não só para a adesão

ao tratamento, como para a minimização de ocorrências de resistência bacteriana

(PHARMACIA BRASILEIRA, 2011).

1.4 Bioequivalência e biodisponibilidade farmacêutica

Segundo a ANVISA (BRASIL, 2006):

A equivalência farmacêutica entre dois medicamentos relaciona-se à comprovação de que ambos contêm o mesmo fármaco (mesma base, sal ou éster da mesma molécula terapeuticamente ativa), na mesma dosagem e forma farmacêutica, o que pode ser avaliado por meio de testes in vitro. Além dos estudos in vitro, são necessários também estudos de biodisponibilidade e de bioequivalência que comprovem a eficácia e a segurança do medicamento. A biodisponibilidade de um fármaco é a quantidade e velocidade na qual o princípio ativo é absorvido e se torna disponível no seu sítio de ação.

Após a expiração da patente de um medicamento de referência, os

laboratórios e as indústrias farmacêuticas que produzem genéricos solicitam

autorização para produzirem cópias desse medicamento de referência. Nenhum

genérico pode ser introduzido no mercado antes que os órgãos reguladores, Food

and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos e a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil, estabeleçam que o medicamento genérico

possua a mesma eficácia e eficiência que o medicamento de referência, com base

Page 27: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

27

em uma série de critérios, entre eles, um teste de bioequivalência. Considerar que

um medicamento genérico é bioequivalente a um medicamento de referência é

afirmar que eles terão efeitos terapêuticos equivalentes (LOPES, 2010).

Para que um medicamento seja registrado como genérico, a legislação

brasileira estabelece que seja necessária a comprovação de sua equivalência

farmacêutica e bioequivalência em relação ao medicamento de referência indicado

pela ANVISA (BRASIL, 2003).

O medicamento de referência é aquele inovador, cuja biodisponibilidade foi

determinada durante o processo de desenvolvimento do fármaco e teve sua eficácia

e segurança comprovadas por meio de ensaios clínicos, antes mesmo da obtenção

do registro junto ao órgão federal para comercialização (STORPIRTIS et al.,2004).

Em 1999, com o intuito de assegurar a oferta de medicamentos de qualidade

e de baixo custo ao mercado e de fomentar o acesso da população a esses

produtos, foram estabelecidos os medicamentos genéricos, proporcionando ainda

sua intercambiabilidade com o medicamento de referência, que é assegurada

através de testes de equivalência farmacêutica e de bioequivalência (QUENTAL,

2006).

De acordo com a ANVISA (BRASIL, 2007), o medicamento genérico é

similar a um produto de referência, que pode ser intercambiável e geralmente

produzido após a expiração ou a renúncia da proteção patentária ou de outros

direitos de exclusividade, sendo necessárias ainda a comprovação de sua eficácia,

segurança e qualidade.

Para que um laboratório possa produzir um medicamento genérico, ele deve

investir no desenvolvimento farmacotécnico do produto, que deve cumprir as

mesmas especificações in vitro em relação ao medicamento de referência. A

formulação e o processo de fabricação não precisam ser os mesmos, porque cada

laboratório possuí diferentes equipamentos e fornecedores de matérias-primas,

entretanto essas diferenças não podem comprometer a biodisponibilidade entre os

medicamentos (BRASIL, 2003).

O teste de bioequivalência é realizado em voluntários sadios, de acordo com

as Boas Práticas de Clínica (BPC) e de Laboratório (BPL); o teste é fundamental

para assegurar que dois medicamentos que comprovaram a equivalência

farmacêutica apresentaram o mesmo resultado no organismo em relação à

Page 28: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

28

biodisponibilidade, comprovada a partir da quantidade absorvida do fármaco e da

velocidade do processo de absorção (STORPIRTIS, 2004; STORPIRTIS, 1999).

De acordo com a definição legal:

Medicamento similar é aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca. (BRASIL, 2012)

Existem dois tipos de medicamentos similares no mercado brasileiro

atualmente: aqueles cujos registros já estão de acordo com a nova legislação e

aqueles que ainda estão no processo de adequação, que ocorre por ocasião da

renovação do registro sanitário. Até 2014, estima-se que os critérios de adequação

serão atendidos pelos fabricantes de medicamentos genéricos (STORPIRTIS et al.,

2008).

O similar que for aprovado no teste de biodisponibilidade relativa poderá ser

considerado bi-equivalente ao respectivo medicamento de referência. Porém, não

será intercambiável, por questões legais, a menos que a legislação seja futuramente

alterada. A intercambialidade, de acordo com a atual regulamentação técnica, é

prevista apenas para o genérico bioequivalente ao medicamento de referência,

sendo exigida sua comercialização com o nome genérico de acordo com a

denominação comum brasileira (DCB) ou, na sua falta, com a denominação comum

internacional (DCI) (STORPIRTIS; BUENO, 2009).

Até 2014, deverá ocorrer a adequação de todos os medicamentos similares

no Brasil. Por essa razão, a ANVISA adotou o termo biodisponibilidade relativa,

podendo diferenciar. Assim, os similares já existentes dos genéricos intercambiáveis,

cujo termo bioequivalência está consagrado e aceito internacionalmente. É

importante destacar que houve um contexto social e político que favoreceu as

mudanças das regulamentações técnicas já mencionadas (STORPIRTIS, 2008).

Page 29: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

29

1.5 Classificação dos antimicrobianos

Os antimicrobianos são classificados de acordo com os seguintes critérios:

estrutura química, mecanismo de ação, tipos dos microrganismos-alvo, espectro de

atividade, tipo de ação, fontes de origem e organelas celulares atingidas (SILVA,

2006).

1.5.1 Classes farmacológicas dos antimicrobianos

Segundo Silva (2006), mencionam-se:

Sulfamidas

- Sulfanilamida, trimetropina - sulfametoxazol e sulfadiazina

Lincosaminas

- Lincomicina e Clindamicina.

Quinolonas

- ácido nalidíxico, norfloxacino, ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino,

ofloxacino e gatifloxacino.

Beta-lactâmicos

- Penicilinas: benzi penicilinas, ampicilina, amoxicilina e oxacilina

- Cefalosporinas: cefazolina, cefalexina, cefadroxil, cefaclor, ceftriaxona

- Carbapenêmicos: imipinem e meropenem

- Monopenêmicos: Aztreonam.

- Inibidores da beta-lactamase: sulbactam e ácido clavulânico

Tetraciclinas

- Tetraciclinas, oxitetracicllina, minociclina e doxiclina

Anfenicóis

- Cloranfenicol

Aminoglicosídeos

- Estreptomicina, gentamicina, neomicina, tobramicina e amicacina

Macrolídeos

- Eritromicina, azitromicina e claritromicina

Polipeptídios

- Bacitracina, polimixinas

Glicopeptídeos

Page 30: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

30

- Vancomicina e teicoplanina

Oxozolidona

- Linezolida

Nitroimidazóis

- Metronidazol.

Derivados azólicos

- Miconazol, fluconazol, cetoconazol e clotrimazol

Outros

- Rifamicina e gramicidina.

1.6 Beta-lactâmicos

O grupo de antimicrobianos pertencentes à classe denominada de ß-

lactâmicos possui em comum, no seu núcleo estrutural, o anel ß-lactâmico, que

confere aos fármacos dessa classe atividade bactericida. Conforme a característica

da cadeia lateral, definem-se seu espectro de ação e suas propriedades

farmacológicas. Pertencem a esse grupo: penicilinas, cefalosporinas, carbapenens,

monobactans (BRASIL, 2007).

Os fármacos pertencentes a essa classe agem interferindo na síntese de

peptideoglicano, responsável pela integridade da parede celular bacteriana, inibindo

a ligação cruzada das cadeias laterais responsáveis pela estrutura da parede celular

da bactéria (CLIVE et al., 2004).

Indicação clinica: pneumonias, otites, sinusites, faringites, infecções cutânea,

meningites bacterianas, infecções do aparelho reprodutor, sepse, piodermites,

endocardites bacterianas, profilaxia (BRASIL, 2007).

1.7 Aminoglicosídeos

Essa classe de antimicrobianos é parte importante do arsenal fármaco-

terapêutico desde a década de 1940. O poder terapêutico dos fármacos

pertencentes a essa classe contrasta com efeitos adversos significativos e com o

surgimento de fatores de resistência que puseram à prova sua real eficácia (SILVA,

2006).

Page 31: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

31

O primeiro aminoglicosídio obtido foi a estreptomicina, a partir do

fungo Streptomyces griséus, em 1944. As principais drogas utilizadas, atualmente,

além da estreptomicina, são: gentamicina, tobramicina, neomicina, amicacina,

netilmicina, paramomicina e espectinomicina (BRASIL, 2007).

Devido à elevada toxicidade desses fármacos, foram desenvolvidos novos

antimicrobianos, menos tóxicos, com isso o uso dos aminoglicosídios tem sido

questionado. No entanto, por sua comprovada eficácia, eles continuam sendo

largamente utilizados, especialmente no tratamento de pacientes hospitalizados com

infecções graves causadas por bactérias gram-negativas aeróbicas (FUCHS;

WANNMACHER; FERREIRA; 2006).

O termo aminoglicosídio resulta de ligações glicosídicas entre o anel

aminociclitol, que é a estrutura essencial do fármaco, e dois ou mais grupamentos

amino ou amino açúcares. A estrutura dos aminoglicosídios possui agentes que

penetram a célula bacteriana através de um sistema de transporte dependente de

oxigênio, inexistente nas bactérias anaeróbicas e nos estreptococos. Assim,

estreptococos e anaeróbicos são resistentes aos aminoglicosídios. Uma vez na

célula bacteriana, os aminoglicosídeos ligam-se irreversivelmente á subunidade 30S

nos ribossomos, inibindo a síntese proteica (SILVA, 2006).

Indicação clinica: infecções bacterianas externas dos olhos, conjuntivites,

infecções bacterianas da pele e mucosas, piodermites, furúnculos, endocardites,

infecções sistêmicas severas devido a microrganismos gram-negativos e outros

(NEOMICINA, 2011).

1.8 Tetraciclinas e anfenicóis

As tetracilcinas e os anfenicóis surgiram no final da década de 1940, tendo

espectro parcialmente compartilhado e mecanismo de ação similar. Eles

representam importante avanço em relação à penicilina e estreptomicina, suas

antecessoras, devido a seus espectros de ação que abrangeram muitos

microrganismos a elas naturalmente resistentes. Com isso, os fármacos

pertencentes a essa classe se tornaram os primeiros antimicrobianos de amplo

espectro, vantagem discutível atualmente, pois a taxa de resistência de muitos

microrganismos, originalmente sensíveis, aumentou muito (FUCHS;

WANNMACHER; FERREIRA, 2006).

Page 32: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

32

1.8.1 Tetraciclinas

Os antimicrobianos, pertencentes à classe das tetraciclinas, possuem ação

bacteriostática, dependendo das concentrações terapêuticas, e amplo espectro.

Seu mecanismo de ação deve-se à capacidade de essas drogas se ligarem à

subunidade 30S dos ribossomos microbianos, bloqueando a ligação da RNA

aminoacil transferase e inibindo a síntese de proteínas, pois impede a adição de

novos aminoácidos na cadeia polipeptídica em formação (SILVA, 2006).

Indicação clínica: atuam contra a Helicobacter pylori, linfogranuloma

venéreo (C. Trachamatis), periodontites, requetsioses, leptospirose e infecções do

trato urinário (CLORIDRATO DE OXITETRACICLINA, 2011).

1.8.2 Cloranfenicol

Isolado originalmente do Streptomyces venezuelae, em 1948, o cloranfenicol

é um antimicrobiano da classe dos anfenicóis, de amplo espectro e altamente efetivo

(SILVA, 2006).

O cloranfenicol é um fármaco antimicrobiano de espectro relativamente

amplo e bacteriostático, que se liga reversivelmente à subunidade ribossômica 50S,

impedindo a síntese proteica (CLIVE et al, 2004).

Indicação clínica: febre tifoide, requitsioses, infecções por clamídias e

micoplasmas, meningites por S. penumoniae e N. meningintidies; atuam contra

microorganismos resistentes à vancomicina, infecção ocular e salmonelose

(CLORANFENICOL, 2011).

1.9 Quinolonas

Os antimicrobianos pertencentes à classe das quinolonas são fármacos

sintéticos que possuem um núcleo com dois anéis fusionados de seis membros. A

primeira droga descoberta dessa classe foi o ácido nalidíxico, que tem uso clínico

limitado em função da relativa inatividade e do rápido surgimento de resistência. A

adição de um átomo de flúor na posição seis do núcleo da quinolona potencializou a

atividade contras as bactérias gram-negativas, surgindo, dessa forma, uma nova

geração de drogas, conhecidas por fluoroquinolonas (CLIVE et al, 2004).

Page 33: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

33

A criação de fármacos mais recentes, como levofloxacina, gatifloxacina,

moxifloxacina e gemifloxacina, denominadas de as novas quinolonas, representou

importantes avanços terapêuticos e permitiu a obtenção de compostos de maior

atividade bacteriana, espectro de ação mais amplo e menor incidência de efeitos

colaterais (SIlVA, 2006).

As quinolonas têm como mecanismo de ação à inibição da atividade da DNA

girase ou topoisomerase II, enzima essencial à sobrevivência bacteriana,

determinando assim a morte das bactérias (BRASIL, 2007).

Indicação clínica: os fármacos antimicrobianos pertencentes à classe das

quinolonas possuem ação terapêutica no tratamento de infecções do trato urinário;

prostatites, infecções gastrintestinais e abdominais e infecções ósseas e dos tecidos

moles (GOODMAN; GILMAN, 2006).

1.10 Glicopeptídios

Os glicopeptídeos têm sua estrutura formada por açúcares e aminoácidos,

sendo drogas de alto peso molecular (CLIVE et al., 2004).

Diversos fármacos glicopeptídeos estão em fase de pesquisa clínica e ainda

não estão disponíveis no mercado nacional. Os principais representantes desse

grupo são: vancomicina e teicoplanina (BRASL, 2007)

Em 1958, a vancomicina foi introduzida para uso clínico, mas sua utilização

em maior escala se iniciou nos anos 80, devido ao surgimento de infecções por

estafilococos resistentes à oxacilina. É um antibiótico bactericida de espectro estreito

que, devido à sua toxicidade, foi relegado como antibiótico de reserva, porém, com o

avanço das pesquisas, as preparações atuais são altamente purificadas e parecem

menos tóxicas do que as preparações antigas (BRASIL, 2007; SILVA, 2006).

A teicoplanina tem espectro de ação parecido com a vancomicina, mas

alguns microrganismos resistentes a uma podem ser sensíveis à outra (FUCHS;

WANNMACHER; FERREIRA, 2006).

Apesar da semelhança química com a vancomicina, a teicoplanina

apresenta importantes diferenças responsáveis pelas propriedades físicas e

químicas peculiares. Ela possui maior lipossolubilidade que a vancomicina,

proporcionando uma rápida e excelente penetração nos tecidos e em fagócitos

(SILVA, 2006).

Page 34: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

34

Essa classe de antimicrobianos apresenta um múltiplo mecanismo de ação,

inibindo a síntese do peptideoglicano, além de alterar a permeabilidade da

membrana citoplasmática e interferir na síntese de RNA citoplasmático. Dessa

forma, inibe a síntese da parede celular bacteriana (BRASIL, 2007).

Indicação clínica: endocardite bacteriana (prevenção e tratamento), infecção

articular, infecções graves por estafilococos em pacientes que não podem receber

penicilinas ou cefalosporinas, infecção óssea, septicemia bacterianas, pneumonias e

infecção da pele e tecidos moles (CLORIDRATO DE VANCOMICINA, 2011).

1.11 Nitroimidazólicos

Os fármacos pertencentes a essa classe de antimicrobianos são

predominantemente bactericidas, com atividade microbiana restrita aos anaeróbicos

estritos e certos protozoários, possuindo uma boa absorção (CLIVE et al., 2004).

O principal representante dessa classe de fármacos é o metronidazol, que

foi introduzido em 1959 para o tratamento da tricomoníase vaginal. Sendo um

bactericida potente, o metronidazol, possui excelente atividade contra bactérias

anaeróbicas estritas (cocos gram-positivos, bacilos gram-negativos, bacilos gram-

positivos) e certos protozoários como amebíase, tricomoníase e giardíase (BRASIL,

2007).

Quanto ao seu mecanismo de ação os nitroimidazólicos agem inibindo a

síntese do DNA bacteriano, impedindo assim a síntese enzimática das bactérias

(BRASIL, 2007).

Indicação clínica: tricomoníase vaginal, infecções por bactérias anaeróbicas

e profilaxia e tratamento de infecções cirúrgicas (METRONIDAZOL, 2011).

Page 35: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

35

1.12 Oxazolidinonas

As oxazodilinonas são a classe mais recente de antimicrobianos para

utilização em seres humanos, sendo inteiramente sintéticos. Os fármacos

pertencentes a essa classe de antimicrobianos atuam na fase tardia da síntese

proteica, tendo um efeito bacteriostático sobre a célula bacteriana (CLIVE et al.,

2004; CAIERÃO, 2004).

Devido ao alto custo, o único representante dessa classe de antimicrobianos

é a linezolida, sendo o único membro da classe a ser comercializado. Esse fármaco

possui excelente atividade contra cocos gram-positivos, não apresentando atividade

contra bactérias gram-negativas (BRASIL, 2007).

A linezolida está disponível, atualmente, em formulação oral e intravenosa e,

em função de seu mecanismo singular de ação, não existe resistência cruzada com

outra classe de antibióticos (CLIVE et al., 2004).

O mecanismo de ação das oxazolidinonas é por inibição da síntese de

proteínas das bactérias por ligação à fração 50S dos ribossomas (FUCHS;

WANNMACHER; FERREIRA, 2006).

Indicação clínica: infecção por enterococos (resistentes à vancomicina),

pneumonia hospitalar e susceptíveis a grasm-positivos e S. penumoniae e infecções

de pele e tecidos moles (LINEZOLIDA, 2008).

1.13 Macrolídeos

Os antimicrobianos pertencentes à classe dos macrolídeos são

quimicamente constituídos por um anel macrocíclico de lactona, ao qual se ligam um

ou mais açúcares. Pertencem a este grupo a azitromicina, claritromicina,

eritromicina, espiramicina, miocamicina, roxitromicina etc. O espectro de ação

desses fármacos é semelhante, diferindo apenas na potência contra alguns

microrganismos (BRASIL, 2007).

A droga percursora dessa classe é a eritromicina, que possui boa atividade

contra os Streptococcus pneumoniae suscetíveis à penicilina e contra a Moxarella

catarrhalis, mas ação limitada contra o Haemophillus influenzae. Os fármacos

macrolídeos, como a claritromicina e azitromicina, apresentam melhor atividade

contra o Haemophillus influenzae, melhor tolerabilidade gástrica e meia vida mais

Page 36: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

36

prolongada, possibilitando a administração em duas doses diárias para a

claritromicina e em dose única para a azitromicina, ao invés das quatro doses da

eritromicina. Devido à facilidade posológica à melhor tolerabilidade, houve aumento

do consumo crescente dessas drogas em diversos países (LABRO, 2001; GILIO,

2003).

Os fármacos dessa classe de antimicrobianos ligam-se, irreversivelmente, à

subunidade 50S do ribossomo e bloqueiam a síntese proteica das bactérias(CLIVE

et al., 2004).

Indicação clínica: os fármacos pertencentes a essa classe de

antimicrobianos são usados em infecções do trato respiratório como pneumonia,

exacerbação bacteriana aguda de bronquite crônica, sinusite aguda, otites médias,

tonsilites e faringites (GUIMARÃES; MOMESSO, 2010).

1.14 Sulfonamidas

As sulfonamidas são antimicrobianos eficazes que representam o primeiro

grupo de agentes utilizados para o tratamento de infecções bacterianas. O termo

sulfonamidas, ou simplesmente sulfas, é frequentemente empregado como

denominação genérica dos derivados da sulfanilamida, cuja estrutura é similar à do

ácido para amino benzoico (SILVA, 2006).

Em 1935, a sulfacrisoidina foi o primeiro agente antimicrobiano dessa classe

a ser utilizado clinicamente, marcando o início da nova era da quimioterapia

antimicrobiana. A classe das sulfonamidas compreende seis drogas principais:

sulfanilamida, sulfisoxazol, sulfacetamida, ácido para-amino benzoico, sulfadiazina e

sulfametoxazol, sendo as duas últimas de maior importância clínica (BRASIL, 2007).

Os fármacos pertencentes a essa classe de antimicrobianos bloqueiam,

competitivamente, a enzima bacteriana responsável pela incorporação de PABA e

ácido diidropteróico, fator essencial ao crescimento celular; impedindo a síntese do

DNA da bactéria (SILVA, 2006; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2006).

Os últimos 20 anos, devido ao progresso da antibioticoterapia, assistiram à

redução do emprego de sulfas no tratamento de algumas infecções ambulatoriais e,

atualmente, essa classe de antimicrobianos não se constitui primeira escola para

qualquer infecção bacteriana (SILVA, 2006).

Page 37: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

37

Indicação clínica: bronquite crônica, infecções genitais, infecção renal,

infecções do trato respiratório e prevenção da toxoplasmose (SULFAMETOXAZOL +

TRIMETOPRIMA, 2012).

1.15 Lincosaminas

Como constituintes desse grupo de antibacterianos, têm-se a clindamicina e

a lincomicina, que possuem farmacodinâmica similar à dos macrolídeos, embora

com estrutura química muito diferente. A lincomicina foi isolada em 1962, a partir

do Streptomyces lincolmensis. Posteriormente, modificações químicas produziram a

clindamicina, com espectro de ação bem mais amplo e com melhor absorção oral

(WANNMACKER, 1998).

As lincosaminas são bacteriostáticas se ligam à subunidadade 50S dos

ribossomos e inibem a síntese proteica bacteriana (BRASIL, 2007).

Indicação clínica: infecções do trato genito-urinário, infecção articular,

infecção da pele e dos tecidos moles, osteomelite, septicemia (CLORIDRATO DE

CLINDAMICINA, 2011).

1.16 Polipeptídeos

A bacitracina é um representante dos polipeptídios. Esse fármaco foi

descoberto em 1945 e, até 1960, a bacitracina foi utilizada sistemicamente no

tratamento de infecções estafilocócicas graves. Atualmente, devido à sua

nefrotoxidade e ao desenvolvimento de novos antimicrobianos, a bacitracina

somente é indicada para uso tópico, pois, quando usada localmente, não provoca,

praticamente, efeitos adversos. A bacitracina tem como mecanismo de ação a

interferência na biossíntese da parede celular bacteriana (SILVA, 2006).

Indicação clinica: tratamento e prevenção de infecções na pele (pequenos

cortes, feridas, queimaduras ou escoriações), piodermites, infecções da mucosa

nasal, otite externa e outros (SULFATO DE NEOMICINA+BACITRACINA, 2012).

Page 38: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

38

1.17 Polimixinas

Os fármacos que representam esse grupo são antimicrobianos produzidos

pelo Bacillus polymyxa, que vive no solo. Esses fármacos caracterizam-se como

bactericidas e têm como mecanismo de ação inibição da síntese da parede celular

bacteriana (SILVA, 2006).

1.17.1 Gramicidina

A origem da gramicidina se deu em 1939, quando Dubos isolou um

antibiótico do Bacillus brevis, que passou a ser chamado de tirotricina.

Posteriormente, observou-se que se tratava da mistura de dois antibióticos, a

gramicidina e tirocidina. Devido à sua alta toxicidade por via sistêmica, a gramicidina

só é indicada para uso local. Quanto ao seu mecanismos de ação, a gramicidina age

através da alteração da membrana citoplasmática da bactéria (SILVA, 2006).

Indicação clinica: manifestações inflamatórias e pruriginosas de dermatoses

(GRAMICIDINA, 2012).

1.17.2 Rifamicina

A rifamicina é um fármaco semissintético derivado da rifamicina B, produto

natural híbrido de policetídeos e peptídeos não ribossomos. É o único fármaco em

uso clínico que bloqueia a transcrição bacteriana. Tem como alvo a inibição da

síntese de RNA. Atualmente, a rifamicina é utilizada clinicamente como parte da

combinação de fármacos empregados no tratamento da tuberculose (GUIMARÃES;

MOMESSO, 2010).

Indicação clínica: tratamento de ferimentos e feridas infectadas,

queimaduras, furúnculos, piodermites, dermatoses infectadas, úlceras varicosas,

pós-flebíticas, ateroscleróticas e diabéticas; dermatites eczematóides, curativos de

feridas pós-cirúrgicas infectadas (adenites, panarícios, supurações de parede

(RIFAMICINA, 2011).

Page 39: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

39

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Verificar o perfil da prescrição e dispensação de medicamentos

antimicrobianos na cidade de Fernandópolis.

2.2 Objetivos específicos

Determinação do perfil da prescrição e dispensação de antimicrobiano

mediante a:

a) dispensação e intercambialidade de medicamentos genéricos, similares e

referências.

b) Atenção farmacêutica;

c) Uso racional de antimicrobiano;

d) Conhecimento e aceitação da legislação vigente, que dispõe do controle

da dispensação de medicamentos à base de antimicrobianos, por parte de

prescritores e farmacêuticos;

Page 40: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

40

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Aplicou-se uma pesquisa exploratória, através de entrevistas padronizadas a

partir de um questionário com perguntas simples e objetivas sobre a atuação dos

profissionais de saúde da cidade de Fernandópolis na prescrição e dispensação de

antimicrobiano.

A pesquisa foi aplicada durante 10 dias no período de 10 à 20 de outubro de

2012, participaram da pesquisa 32 profissionais prescritores (médicos e dentistas) e

30 dispensadores (farmacêuticos).

Os questionários continham questões de múltipla escolha, que permitiam

que o entrevistado respondesse mais de uma alternativa em algumas questões, e

foram deixados nos consultórios de médicos e dentistas e recolhidos após um prazo

de dois dias.

Page 41: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

41

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Respostas dos prescritores.

Gráfico 1Tipo de antimicrobiano mais prescrito na cidade de Fernandópolis.

Fonte: Elaboração própria.

De acordo com o gráfico 1 da pesquisa realizada na cidade de

Fernandópolis (SP), 60% dos profissionais entrevistados optam por prescrever o

medicamento antimicrobiano de referência, 34% pelo genérico e apenas 6% optam

pelo medicamento similar.

Dados diferentes foram encontrados na região de Belo horizonte (MG), onde

64% dos profissionais entrevistados optam por prescrever antimicrobianos na forma

genérica (ABRANTES et al., 2007).

34%

6%

60%

GENÉRICO

SIMILAR

REFERÊNCIA

Page 42: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

42

Gráfico 2 O que é levado em consideração na escolha do antimicrobiano a ser prescrito.

Fonte: Elaboração própria.

Conforme ao gráfico 2, em relação ao que se leva em consideração ao

prescrever o medicamento, os entrevistados consideram como fator importante na

escolha do antimicrobiano a ser prescrito a eficácia em 81% dos casos do

prescrição , segurança em segundo lugar com 41% das opiniões, e sendo o custo

também um fator de relevância com 31% da preferência dos entrevistados na hora

da escolha do medicamento.

Um estudo realizado na região norte de Florianópolis (SC) levanta que a

marca é um elemento de identificação cultural do produto: existem produtos ou

serviços que são vendidos simplesmente porque a marca é tradicional no mercado,

justificando, assim, o motivo das prescrições dos medicamentos de referência de

laboratórios consolidados no mercado farmacêutico (COBRA, 1992).

81%

31% 41%

22%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

EFICÁCIA CUSTO SEGURANÇA LABORATÓRIOFARMACÊUTICO

Q

U

A

N

T

I

D

A

D

E

Page 43: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

43

Gráfico 3 Já teve complicações ao prescrever antimicrobiano genérico.

Fonte: Elaboração própria.

Segundo o gráfico 3 da pesquisa realizada, 84% dos entrevistados não

relataram complicações ao prescrever medicamentos antimicrobianos genéricos. Um

estudo realizado por Bermudez (1994) aponta como nítida a produção de

medicamentos genéricos, que representa uma tendência observada tanto em países

desenvolvidos como em países em desenvolvimento, uma vez que possuem a

mesma bioequivalência e biodisponibilidade dos medicamentos de referência, não

acarretando complicações ao paciente usuário. A não utilização dos medicamentos

genéricos se deve ao fato de as indústrias multinacionais no Brasil fazerem críticas e

restrições ao decreto dos genéricos, alegando problemas com sua qualidade.

16%

84%

SIM

NÃO

Page 44: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

44

Gráfico 4 Respostas dos prescritores quando indagados se o antimicrobiano genérico possui a mesma eficácia dos antimicrobianos de referência.

Fonte: Elaboração própria.

Quanto à opinião dos entrevistados sobre a mesma eficiência do

medicamento genérico em relação ao medicamento referência, pelo gráfico 4, 66%

disseram acreditar que o medicamento genérico possui a mesma eficácia do

medicamento referência, e apenas 34% não acreditam na eficácia do medicamento

genérico.

Segundo a legislação brasileira, o medicamento genérico é produzido de

acordo com as Boas Práticas de Fabricação e Controle de Qualidade (BPFC) e

fornece as bases técnicas e científicas para a intercambialidade entre o genérico e

seu medicamento de referência, uma vez que, nesse caso, ambos podem ser

considerados equivalentes terapêuticos, ou seja, medicamentos que apresentam a

mesma eficácia clínica e o mesmo potencial para gerar efeitos adversos

(STORPIRTIS, 1999).

66%

34%

SIM

NÃO

Page 45: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

45

Gráfico 5 Orienta sobre o uso racional de antimicrobiano.

Fonte: Elaboração própria.

De acordo com o gráfico 5 da pesquisa, 100% dos entrevistados orientam

sobre o uso racional de antimicrobianos. Segundo Abrantes (2007), essa prática

exercida pelos prescritores é muito importante na promoção do uso racional de

medicamentos, de modo que a análise de seus hábitos de prescrição proporciona o

conhecimento de aspectos da qualidade da terapia.

100%

0%

SIM

NÃO

Page 46: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

46

Gráfico 6 Realização de TSA antes da prescrição do antimicrobiano.

Fonte: Elaboração própria.

Pelo gráfico 6 da pesquisa realizada, 72% dos entrevistados relataram não

realizar antibiograma antes da prescrição do antimicrobiano, contra 28% que

responderam realizar o exame antes da prescrição de antimicrobianos.

Os dados obtidos na pesquisa sugerem interesse, pois pesquisadores

recomendam o uso de um antimicrobiano posterior à realização de um antibiograma,

racionalizando, assim, o uso de medicamentos; descreve também que a não

identificação do patógeno pode mascarar o diagnóstico e causar toxicidade grave,

bem como selecionar microrganismos resistentes (BRASIL, 2001).

Um estudo anteriormente realizado na cidade de Fernandópolis mostra que

a escolha do fármaco para o tratamento de diagnósticos estabelecidos nem sempre

são os adequados, e ressalta que vários antimicrobianos são prescritos sem real

necessidade ou indicação. E que essas situações são decorrentes da falta de

padrão nas prescrições de antimicrobianos e da necessidade de atualização e

educação continuada por parte dos prescritores, principalmente para combater o

aumento dos índices de resistência a antimicrobianos (BARRETO, 2011).

28%

72%

SIM

NÃO

Page 47: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

47

4.2 Respostas dos dispensadores (Farmacêuticos)

Gráfico 7 Tipo de antimicrobiano mais dispensado nas drogarias da cidade de Fernandópolis.

Fonte: Elaboração própria.

O tipo de antimicrobianos mais dispensados nas drogarias da cidade de

Fernandópolis foi o genérico com 70% das opiniões dos profissionais entrevistados,

segundo mostra o gráfico 7 da pesquisa.

É importante destacar que houve um contexto social e político favorável às

mudanças causadas pelas recomendações técnicas dos medicamentos genéricos

(ARAÚJO et al., 2010).

No Brasil, como na Europa e nos Estados Unidos, a política de incentivo ao

registro e ao uso de genéricos tem-se mostrado eficaz na regulação dos preços dos

medicamentos: favorece o direito de escolha do consumidor e, ao mesmo tempo,

fornece uma alternativa aos profissionais de não prescreverem apenas pelos nomes

comerciais impostos por multinacionais farmacêuticas (DIAS; ROMANO-LIEBER,

2006; ANTUNES; MAGALHÃES, 2008).

70%

10% 20%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

GENÉRICO SIMILAR REFERÊNCIA

Q

U

A

N

T

I

D

A

D

E

Page 48: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

48

Gráfico 8 Prática de intercambialidade de antimicrobianos pelos dispensadores.

Fonte: Elaboração própria.

Gráfico 9 Tipo de medicamento para realizar a intercambialidade com o medicamento prescrito.

Fonte: Elaboração própria.

Segundo os dados dos gráficos 8 e 9, 90% dos dispensadores

(farmacêuticos) entrevistados praticam a intercambialidade entre medicamentos;

89% preferem fazer a intercambialidade pelo medicamento genérico, e 11% optam

por fazer pelo medicamento de referência.

Estudos apontam que a aprovação de um medicamento genérico se dá por

testes de bioequivalência, possibilitando a intercambialidade entre o genérico

especifico da empresa X com o medicamento de referência. Apesar disso, a entrada

90%

10%

SIM

NÃO

89%

11%

GENÉRICO

REFERÊNCIA

Page 49: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

49

no mercado de novas moléculas para mesmos fins terapêuticos, acompanhada de

grande publicidade, interfere no processo decisório do prescritor, assim como

práticas de bonificações da indústria para venda nos balcões das farmácias

repercutem na decisão pela dispensação de determinado medicamento (RUMEL;

NISHIOKA; SANTOS, 2006).

Gráfico 10 Fatores levados em consideração na intercambiliade de medicamentos.

Fonte: Elaboração própria.

Na pesquisa realizada, a eficácia foi um dos fatores predominantes para se

fazer a intercambialidade dos medicamentos genéricos pelo de referência,

alcançando 10, 3% das opiniões dos entrevistados, conforme mostra o gráfico; 43%

dos profissionais levam em consideração o custo, 13% consideram que a segurança

também é um fator primordial, seguido do laboratório farmacêutico e indicação

clínica como fatores para se fazer a intercambialidade de medicamento.

A inclusão do medicamento genérico no Brasil objetiva o aumento do acesso

da população a medicamentos eficazes, seguros e de qualidade a preços reduzidos

(VALENTE; STORPITIS, 2001).

Uma pesquisa realizada em 2002, com médicos de todo país, mostra que

84% dos profissionais aprovam a eficácia terapêutica dos genéricos e 95% levam

63%

43%

13% 13% 13%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%Q

U

A

N

T

I

D

A

D

E

S

Page 50: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

50

em consideração o preço do medicamento no momento da prescrição (OPAS,

2003).

Gráfico 11 Realização da atenção farmacêutica.

Fonte: Elaboração própria.

A pesquisa realizada, segundo o gráfico 11, mostrou que 100% dos

entrevistados praticam a atenção farmacêutica na dispensação de antimicrobianos.

Dentro desse novo contexto da prática farmacêutica no qual a preocupação

com o bem-estar do paciente passa a ser a viga mestra das ações, o farmacêutico

assume papel fundamental, somando seus esforços aos dos outros profissionais de

saúde e aos da comunidade para a promoção da saúde. O farmacêutico volta a

cumprir o seu papel perante a sociedade, co-responsabilizando-se pelo bem-estar

do paciente e trabalhando para que este não tenha sua qualidade de vida

comprometida por um problema evitável decorrente de uma terapia farmacológica

(VIEIRA, 2007).

100%

0%

SIM

NÃO

Page 51: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

51

Gráfico 12 Orientação sobre o uso racional de medicamentos.

Fonte: Elaboração própria.

Segundo o gráfico, da pesquisa realizada, 12,97% dos entrevistados

afirmaram que orientam o paciente sobre o uso racional de antimicrobianos, e

apenas uma pequena porcentagem (3%) relataram não orientar seus pacientes.

Os dados sobre o uso racional de medicamentos no Brasil são preocupantes

e mostram que 2/3 das internações ocorridas no país tem como origem o uso

incorreto dos medicamentos. Estatísticas da Fundação Osvaldo Cruz revelam que

os medicamentos respondem por 27% das intoxicações no Brasil e 16% dos casos

de mortes por intoxicações são causados por fármaco(SINITOX, 2002).

Em um estudo realizado na cidade de Fernandópolis em 2011, mostrou que

falta informações ao paciente sobre a prescrição do antimicrobiano e que

informações essenciais sobre o uso do medicamento deixam de ser passadas ao

paciente, ficando evidente assim que a população necessita de informação e que a

ocorrência de campanhas educativas poderiam contribuir para a eficácia da

terapêutica antimicrobiana, diminuindo assim os níveis de resistência antimicrobiana

(BARRETO, 2011).

97%

3%

SIM

NÃO

Page 52: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

52

Gráfico 13 Conhecimento dos farmacêuticos sobre a legislação vigente.

Fonte: Elaboração própria.

O gráfico 13 mostra que 100% dos entrevistados afirmaram conhecer a

legislação vigente sobre a dispensação de antimicrobiano.

Um estudo realizado por Azevedo e Oliveira (2012) na cidade de Salvador –

BA, apontou que a legislação vigente que dispõe do controle de medicamentos a

base de antimicrobianos, influenciou positivamente para a redução do uso irracional

de antimicrobianos dispensados naquela região, mostrando que essa medida de

controle é uma importante ferramenta para evitar a automedicação e promover o uso

racional de antimicrobianos.

100%

0%

SIM

NÃO

Page 53: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

53

Gráfico 14 Opinião dos farmacêuticos sobre a legislação vigente.

Fonte: Elaboração própria.

O gráfico 14 da pesquisa revela que a nova legislação de antimicrobianos

não tem muita aceitação por parte dos profissionais farmacêuticos: 43% opinaram

que a legislação é regular, 13% excelente, 7% péssima, 4% boa e 3% ruim.

A RDC 20/11 (BRASIL, 2011) dispõe de regras que visam acabar com a

venda ilegal de antimicrobianos sem prescrição no país, promover o uso racional de

medicamento e contribuir para o combate à resistência bacteriana, evitando, assim,

os riscos da automedicação.

13%

4%

43%

3% 7% EXCELENTE

BOA

REGULAR

RUIM

PÉSSIMA

Page 54: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

54

Gráfico 15 A dispensação de antimicrobiano é feita somente com prescrição.

Fonte: Elaboração própria.

Pelo gráfico 15 da pesquisa realizada, 84% dos profissionais entrevistados

fazem a dispensação de antimicrobianos apenas com apresentação de prescrição

medica, mas 16% afirmaram que dispensam antimicrobianos sem prescrição.

Segundo a OMS (2001), 2/3 dos antibióticos são utilizados sem prescrição

médica em muitos países, e 75% das prescrições contendo antibióticos são

errôneas; com isso, cresce cada vez mais a resistência microbiana causadora de

enfermidades.

84%

16%

SIM

NÃO

Page 55: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

55

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a OMS, as práticas, intervenções e políticas de saúde apenas são

efetivas se corretamente implementadas e controladas.

Diante dos fatos analisados pelo presente estudo, verifica-se que a lei dos

genéricos ainda não é completamente esclarecida pela classe médica, bem como a

RDC 20/11 não é bem aceita pelos farmacêuticos.

A prescrição, dispensação e utilização de antibióticos têm sido foco de

discussão dos profissionais e dos órgãos regulamentadores de saúde no mundo

todo, o que se deve ao impacto da utilização desses produtos na saúde individual,

coletiva e no meio ambiente. Oferecer educação continuada aos prescritores e

dispensadores, bem como favorecer a interlocução entre eles, além de buscar apoio

dos órgãos regulamentadores e fiscalizadores das ações em saúde, e fornecer

informações aos usuários de medicamentos sobre os riscos inerentes ao uso de

antimicrobianos podem ser estratégias para reduzir a resistência microbiana e

preservar a eficácia dos antibióticos disponíveis.

Nos últimos anos, também tem sido realizada a inclusão de temas

importantes e de debates com as principais agências mundiais, visando atualizar e

ampliar as normatizações dos testes necessários ao cumprimento dos requisitos de

equivalência farmacêutica, bioequivalência, biodisponibilidade do medicamento

genérico, com a finalidade de se promover o aumento da aceitação do medicamento

genérico pela classe médica.

Um trabalho de conscientização da população deve ser realizado, pois outro

aspecto que mostra a não aderência à política de genéricos é o baixo índice de

solicitação por parte da população para que o médico o prescreva.

Outro aspecto importante na implantação da política dos medicamentos

genéricos e promoção do uso racional de antimicrobianos deve ser a

conscientização dos grandes laboratórios farmacêuticos, para que visem à eficácia

do medicamento, mesmo que isso venha a reduzir os lucros.

A melhora da saúde publica no Brasil e a diminuição do tempo de espera

pelas consultas médicas permitiria ao paciente um acesso rápido à prescrição

medica, contendo o medicamento adequado e eficaz para a sua patologia,

Page 56: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

56

diminuindo o índice de automedicação e, consequentemente, favorecendo o uso

racional de medicamentos.

No que diz respeito à função do farmacêutico no ato dispensação do

medicamento genérico, a adesão e conscientização desse profissional quanto à

legislação que dispõe do controle de medicamento à base de antimicrobianos seriam

de fundamental importância.

Page 57: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

57

6 Conclusão

O presente estudo permitiu verificar o padrão das prescrições de

antimicrobianos, bem como a dispensação desses medicamentos na cidade de

Fernandópolis.

De acordo com o estudo realizado pode ser observado que devido a

implantação da política de genéricos no Brasil, os consumidores passaram a contar

com a oportunidade de comprar medicamentos a preços mais acessíveis, com

garantia de qualidade, segurança, eficácia, pode-se realizar a intercambialidade

com os medicamentos de referência.

Nas condições que o presente trabalho foi realizado pode ser observado que

existe falta de orientação aos prescritores em relação à eficácia do medicamento

genérico, uma vez que 60% relataram prescrever medicamentos de referência,

baseados na eficácia e segurança que eles fornecem; mesmo esses profissionais

afirmarem que acreditam no medicamento genérico, embora não confiem o

suficiente para prescrevê-los.

Fica evidenciado de acordo com a pesquisa realizada, que mesmo os

profissionais prescritores afirmarem promover o uso racional de antimicrobiano,

ainda não se habituaram a utilizar antibiograma antes da prescrição do

medicamento, desfavorecendo o uso racional de antimicrobianos e favorecendo o

aumento da resistência microbiana .

Quanto ao conhecimento da RDC 20/11, que dispõe sobre controle de

medicamentos à base de antimicrobiano, os farmacêuticos, apesar de serem

favoráveis à legislação, demonstram insatisfação devido a alguns profissionais

serem resistentes às adequações solicitadas; tais profissionais insistem, ainda, em

dispensar antimicrobianos sem prescrição médica, alegando que a legislação é falha

em alguns pontos, pois muitos prescritores desconhecem a lei, e a saúde publica

ainda é carente no país.

Com base na pesquisa efetuada, os profissionais farmacêuticos admitiram

realizar a atenção farmacêutica e promover o uso racional de antimicrobianos;

todavia, sabe-se que o índice de automedicação é grande pela população devido a

alguns profissionais ainda dispensarem medicamento sem prescrição, não

realizando a atenção farmacêutica e não orientando sobre o uso abusivo desses

medicamentos e suas complicações geradas pelo uso indiscriminado.

Page 58: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

58

REFERÊNCIAS

ABRANTES, P. M. et al. Avaliação da qualidade das prescrições de antibióticos dispensados em unidades publicadas de Saúde de Belo Horizonte (MG). Cdd. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 23(3), p. 95-104, jan. 2007. ANTUNES, A.; MAGALHÃES, J. L. (orgs.). Oportunidades em medicamentos genéricos - a indústria farmacêutica brasileira. Rio de Janeiro : Interciência, 2008. ARAÚJO, L. V.: ALBUQUERQUE, K. T.; KATO, K. C.; SILVEIRA, G. S.; MACIEL, N.R.; SPÓSITO, P. A. et al. Medicamentos genéricos no Brasil: panorama histórico e legislação. Rev. Panam Salud Publica, 28(6), p. 480-92, 2010. AZEVEDO, L.F., OLIVEIRA, A.S.Uso indiscriminado de antimicrobianos e redução da dispensação. Disponível em: < http: // portal.saude.gov.br /portal /arquivos/ pdf/ Poster82.pdf>. Acesso em: 30 de dez. de 2012. BARRETO, R.E.T. Perfil de utilização de antimicrobianos em usuários o sistema único de saúde de uma cidade do interior paulista. Tese de mestrado. UNISO - Universidade de Sorocaba. Sorocaba – SP, 2011. BERMUDEZ, J. Medicamentos genéricos: uma alternativa para o mercado brasileiro. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 10(3), p. 368-378, jul./set. 1994. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Curso online: Uso racional de antimicrobianos para prescritores. Modulo 3 - Resistência microbiana: mecanismos e impacto clinico. Anvisa/OPAS. Disponível em: <www.anvisa.gov.br/serviçosaúde/ controle/rederm/cursos/ rm_controle /opas-web/ modúlo3/mec-enzimático.html>. Acesso em: 02 set. 2012. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução nº 20/2011. Dispõe do controle de medicamentos a base de antimicrobianos. Lex : Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2011a. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (MS). Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário terapêutico nacional 2010: Rename, 2010. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2010b.

Page 59: Prescrição e dispensação de antimicrobianos

59

______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. RDC n. 44, de 26 de outubro de 2010. Dispõe sobre o controle de medicamentos a base de substâncias classificadas como antimicrobianos de uso sob prescrição médica, isoladas ou em associação e dá outras providências. Lex : Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2010a. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução - RDC n. 16, de 02 de março de 2007. Aprova o Regulamento Técnico para Medicamentos Genéricos. Diário Oficial da União, Brasília (DF), 2007. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução RE N. 898, de 29 de maio de 2003. Guia para planejamento e realização da etapa estatística de estudos de biodisponibilidade relativa e bioequivalência. Brasília (DF) : Diário Oficial da União, 2003. BRASIL. Ministério da Saúde. Unidade de Controle de Infecção em Serviços de Saúde. Consenso sobre o uso racional de antimicrobianos. Brasília (DF), 2001. 36p. BUENO, M. M.; STORPIRTS, S. Aspectos regulatórios e perspectivas para o registro e o pós-registro de medicamentos genéricos e similares no Brasil. In: STORPIRTIS, S.; GONÇALVES, J. E.; CHIANN, C.; GAI, M.N. Biofarmacotécnica Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2009. p. 231–43. CLORANFENICOL: comprimidos. Farmacêutico responsável Marco Aurélio Limirio G. Filho – CRF 3.524. Anápolis (GO) : Neoquímica, 2011. Bula de remédio. COBRA, M. Administração de marketing. 2. ed. São Paulo : Atlas, 1992. 800p. CLORIDRATO DE VANCOMICINA: ampola. Farmacêutico Responsável Sônia Albano Badaró CRF – SP 19.258. São Paulo : Roche, 2011. Bula de remédio. CLIVE, P.; CURTIS, M.; SUTTER, M.; WALKER, M.; HOFFMAN, B. Farmacologia integrada. 2. ed. São Paulo : Manole, 2004. CLORIDRATO DE OXITETRACICLINA: cápsulas. Farmacêutica responsável Raquel Oppermann CRF – SP 36.144. São Paulo : Pfizer, 2011. Bula de remédio.

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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIOS

PRESCRITORES

1- Que tipo de antimicrobiano o Sr (a) mais prescreve?

Genérico Similar Referência

2- O que o Sr. (a) leva em consideração ao prescrever um medicamento genérico,

referência ou similar?

Eficácia Custo

Propaganda/marketing Segurança

Laboratório farmacêutico Outros – quais:

3- Já teve alguma complicação ao prescrever algum antimicrobiano genérico?

Sim

Não

- se sim qual? 4- O Sr. (a) acha que o medicamento genérico possui a mesma atividade que o medicamento referência?

Sim

Não

5- O Sr. (a) costuma orientar o paciente sobre o uso racional do antimicrobiano?

Sim

Não .

Porque?_______________________________________________________

____

Se sim, como faz:____________________________________________________________

6- O Sr. (a) costuma pedir antibiograma antes de prescrever algum antimicrobiano?

Sim

não

Afirmo que as informações acima fornecidas são verdadeiras, sendo de meu conhecimento também que as informações coletadas neste questionário não serão divulgadas publicamente, bem como ficando garantido o anonimato das mesmas. -----------------------------------------

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FARMACÊUTICOS

1- Que tipo de antimicrobiano o Sr. (a) mais dispensa?

Genérico Similar Referência

2- O Sr.(a) orienta sobre uma possível troca de medicamentos prescritos pela referência ou genérico?

Sim Não

Se sim, por qual medicamento costuma fazer a troca Generico Referência

3- Quanto a intercambialidade o que o Sr. (a) leva em consideração ?

Eficácia Custo Indicação Clínica

Propaganda/marketing Segurança

Laboratório farmacêutico Outros – quais: 4- O Sr. (a) presta a atenção farmacêutica na dispensação de antimicrobianos?

Sim Não

5- O Sr. (a) orienta o paciente sobre o uso racional de medicamentos?

Sim Não

6- O Sr. (a) tem conhecimento da legislação vigente sobre os antimicrobianos?

Sim Não

7- O Sr. (a) dispensa antimicrobianos somente com prescrição?

Sim Não

- Se sim Diga o que acha da nova legislação sobre antimicrobianos:

Excelente Boa Regular Ruim

Péssima Afirmo que as informações acima fornecidas são verdadeiras, sendo de meu conhecimento também que as informações coletadas neste questionário não serão divulgadas publicamente, bem como ficando garantido o anonimato das mesmas. -----------------------------------------