PREÇOS DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL - ORPLANA - Organização de Plantadores de … · 2017-05-09 ·...

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SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 CEP 13405 -125 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690 E-mail: [email protected] SITE: www.orplana.com.br 1 N° 01 - 10 de Janeiro de 2011 PREÇOS DO AÇÚCAR CAI E PREÇOS DO ETANOL ANIDRO E HIDRATADO MANTEM ALTA POSIÇÃO: Semana de 03 a 07/01/2011 1. Preços médios do açúcar e do etanol levantados pela ESALQ/CEPEA PRODUTO SEMANA VARIAÇÃO 27 a 30/12/10 03 a 07/01/2011 R$ % R$ R$/kg ATR R$ R$/kg ATR ABMI R$/saco 76,23 0,7097 76,17 0,7092 -0,06 -0,07 EAC R$/m3 1225,90 0,4313 1244,40 0,4378 18,50 1,51 EHC R$/m3 1108,20 0,4069 1115,10 0,4094 6,90 0,62 EHI R$/m3 1098,00 0,4032 1129,60 0,4148 31,60 2,88 Dólar R$ 1,6807 1,6839 0,0032 0,19 2. Preço líquido do açúcar ao produtor PRODUTO 27 a 30/12/10 03 a 07/01/2011 VARIAÇÃO R$/t R$/saco R$/t R$/saco R$/t R$/saco % ABMI 1251,78 62,59 1250,91 62,55 -0,87 -0,04 -0,07 O preço do açúcar apresenta no mês de Janeiro uma queda de 0,3% (R$ 4,27/t) e na safra apresenta uma alta de 13,4% (R$ 147,50/t ou R$ 7,38/saco). Figura 1. Comportamento dos preços do açúcar de mercado interno (ABMI) e externo, (ABME e AVHP) nos meses de abril a Dezembro de 2010 e os projetados para o mês de Janeiro de 2011 - SAFRA 2010/2011 10 20 30 40 50 60 70 80 ABMI AVHP ABME A B R I L A B R I L M A I O M A I O M A I O J U N H O J U N H O J U N H O J U L H O J U L H O J U L H O A G O S T O A G O S T O A G O S T O S E T E M B R O S E T E M B R O S E T E M B R O O U T U B R O O U T U B R O O U T U B R O N O V E M B R O N O V E M B R O N O V E M B R O D E Z E M B R O D E Z E M B R O D E Z E M B R O J A N E I R O J A N E I R O J A N E I R O R$ POR SACO DE AÇÚCAR TIPOS DE AÇÚCAR

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SEDE/ESCRITÓRIO TÉCNICO: Av. Dona Maria Elisa, 283 – CEP 13405 -125 Piracicaba/SP - Fone (019) 3423-3690

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N° 01 - 10 de Janeiro de 2011

PREÇOS DO AÇÚCAR CAI E PREÇOS DO ETANOL ANIDRO E HIDRATADO

MANTEM ALTA

POSIÇÃO: Semana de 03 a 07/01/2011

1. Preços médios do açúcar e do etanol levantados pela ESALQ/CEPEA

PRODUTO

SEMANA VARIAÇÃO

27 a 30/12/10 03 a 07/01/2011 R$ % R$ R$/kg

ATR R$ R$/kg

ATR

ABMI – R$/saco 76,23 0,7097 76,17 0,7092 -0,06 -0,07

EAC – R$/m3 1225,90 0,4313 1244,40 0,4378 18,50 1,51

EHC – R$/m3 1108,20 0,4069 1115,10 0,4094 6,90 0,62

EHI – R$/m3 1098,00 0,4032 1129,60 0,4148 31,60 2,88

Dólar – R$ 1,6807 1,6839 0,0032 0,19

2. Preço líquido do açúcar ao produtor

PRODUTO 27 a 30/12/10 03 a 07/01/2011 VARIAÇÃO

R$/t R$/saco R$/t R$/saco R$/t R$/saco %

ABMI 1251,78 62,59 1250,91 62,55 -0,87 -0,04 -0,07

O preço do açúcar apresenta no mês de Janeiro uma queda de 0,3% (R$

4,27/t) e na safra apresenta uma alta de 13,4% (R$ 147,50/t ou R$ 7,38/saco).

Figura 1. Comportamento dos preços do açúcar de mercado interno (ABMI) e externo, (ABME e AVHP) nos meses de abril a Dezembro de 2010

e os projetados para o mês de Janeiro de 2011 - SAFRA 2010/2011

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TIPOS DE AÇÚCAR

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3. Preços líquidos do etanol anidro carburante (EAC), do etanol hidratado carburante (EHC) e industrial (EHI), ao produtor

A Tabela apresentada abaixo mostra a variação dos preços líquidos do etanol na primeira

semana do mês de Janeiro - Safra 2010/2011.

Figura 2. Comparação entre os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI), expresso em preço do etanol anidro, e os do Etanol de todos os

tipos, nos meses de abril a Dezembro de 2010 e os projetados para o mês

de Janeiro de 2011 - SAFRA 2010/2011

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4. Mercado Futuro No mercado externo (mercado futuro), os preços da Bolsa de Nova York

(demerara) e os preços da Bolsa de Londres (refinado), fecharam a semana de 03

a 07/01/2011, novamente em queda; a cotação do dólar fechou a semana novamente em queda e o Indicador de Preço do Etanol Hidratado Paulínia (SP) –

ESALQ/BVMF fechou a semana em alta, em relação à semana anterior (27 a

30/12/10). O açúcar de mercado interno continua sem cotação na BM&F.

VARIAÇÃO EAC EHC EHI

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No Mês

Na Safra 40,6 44,9 46,5

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ATIVIDADES DA SEMANA

Dia 07 – A Assessoria Técnica e o Assessor da Diretoria participaram de

Reunião dos representantes da ORPLANA no Grupo III da CANATEC, para tratar

de assuntos relacionados com a revisão do sistema de remuneração da cana-de-açúcar, na ORPLANA, em Piracicaba.

Dia 07 – O Presidente, a Vice-Presidenta e o Diretor Tesoureiro estiveram reunidos para tratar de assuntos de interesse da entidade.

NOTÍCIAS DA SEMANA

Produtores de cana temem perder ainda mais terreno

Em 2010, as vendas caíram 3,86% de abril até 1º de dezembro.

Entre 2005 e 2009, mais de cem novas usinas de açúcar e álcool entraram em operação no país. O boom de investimentos totalizou aportes da ordem de US$

20 bilhões, segundo a União da Indústria da cana-de-açúcar (UNICA) e ajudou a colocar o setor produtor de derivados da cana-de-açúcar em novo patamar no

contexto energético brasileiro.

Nesta década, a participação do petróleo e seus derivados na matriz brasileira de energia diminuiu cerca de oito pontos percentuais, de acordo com

levantamento da Unica: passou de 45,5%, em 2000, para 37,9%, em 2009. Ao fim desse período cerca de 18% da energia consumida no país já provinha de derivados

da cana-de-açúcar. Essa ascensão, em boa parte, é explicada pelo largo uso de carros FLEX, que

permitem que o consumidor opte por etanol ou gasolina, conforme o preço lhe convier. Esse modelo contribuiu para que o consumo de etanol, que em 2000 não

chegava a representar metade do consumo de gasolina, superasse a demanda do

combustível fóssil pela primeira vez, em 2009. Apesar do forte fluxo de investimentos, ainda há incertezas sobre se esse

ganho de participação da cana na matriz vai perdurar. Em 2010, por exemplo, as vendas de etanol caíram 3,86% de abril até 1º de

dezembro, e a participação das usinas nos leilões de biomassa também vem declinando.

Parte desse movimento de relativa retração no ritmo de crescimento do setor se explica pelo forte movimento de consolidação em curso. Nos últimos dois

anos, segundo dados do Itaú BBA, cerca de 120 milhões de toneladas de

capacidade de moagem de cana foram negociados e trocaram de mãos. O movimento foi decisivo na entrada de capital estrangeiro no setor, que passou a

deter 25% da capacidade instalada no Centro-Sul, ante 6% de cinco anos atrás. A consolidação trouxe profissionalismo na gestão e contribuiu para robustez

financeira do setor, que vinha de um período de crise. Mas também está trazendo um longo período de baixos investimentos em aumento da capacidade instalada - o

setor ainda está na fase de "digerir" os ativos incorporados. Antes da crise mundial se tornar aguda, em 2008, as usinas, que já vinham

de uma safra de preços baixos para etanol e açúcar, passaram a entrar no

vermelho, pois vinha justamente de uma forte fase de alavancagem.

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Em apresentação feita em novembro na Conferência da Datagro, em São Paulo, Alexandre Figlioni, diretor do Itaú BBA, informou que uma parcela

importante de usinas já saiu da crise, e estariam aptas a investir. Mas não é o que está ocorrendo, pelo menos por enquanto. Em 2010, foram

raros os projetos de usinas novas que começaram a ser executados. No total, nove

usinas foram concluídas e entraram em operação no Centro-Sul na safra 2010/11, ante 19 em 2009/10 e 30 em 2008/09. Para 2011, estão sendo esperadas entre

três e quatro novas unidades, segundo a Unica. O Presidente da Associação das usinas, Marcos Jank, também não vê apetite

de indústrias de açúcar e álcool em investir em novos projetos. Isso porque, de acordo com ele, ainda há uma preocupante instabilidade das políticas públicas para

o etanol e para a bioeletricidade. Para Jank, a retomada dos investimentos em expansão dependerá do nível

de segurança que a indústria terá para voltar a gastar. "Os custos de produção

estão altos, em patamares que neste ano foram suportados pelos preços recordes do açúcar - e que não vão durar para sempre" (Valor, 17/12/10).

Dilma enquadrará usineiros após alta de preços

Apesar de exaltar e defender o etanol em seu discurso de posse, a

presidente Dilma Rousseff inicia o mandato insatisfeita com a disparada dos preços

do hidratado nos postos e deve cobrar os usineiros sobre o desequilíbrio no mercado do combustível. Antes mesmo de assumir o cargo, Dilma pediu ao ministro

da Agricultura, Wagner Rossi, uma postura firme na discussão com os empresários

do setor, atitude que ela teve à época em que foi ministra das Minas e Energia e da Casa Civil.

Rossi disse à Agência Estado que, assim que possível, o governo chamará os usineiros para avaliar os motivos da alta dos preços do etanol hidratado, utilizado

nos veículos FLEX FUEL. "Vou conversar com o setor e quero expressar que o governo não está satisfeito", disse o ministro. De acordo com o Centro de Estudos

Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/USP), o preço médio do litro hidratado em dezembro ficou em R$ 1,0751 nas usinas de São Paulo, alta de 7,4% sobre o

R$ 1,0010 de novembro. Com o reajuste chegando aos consumidores, a gasolina

ganhou competitividade sobre o etanol nos postos da maioria do País. Entre as medidas para pressionar a queda nos preços do hidratado, o

governo cobrará a oferta de estoques que foram financiados com os mais de R$ 2 bilhões liberados pelo setor público no ano passado. O governo financiou a

estocagem justamente para enxugar a oferta durante a safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul, quando o produto é abundante, e os preços ficassem estáveis. A ideia é

que o volume seja colocado no mercado durante a entressafra, que começou em dezembro.

Ainda de acordo com Rossi, "o governo tem uma preocupação com a

incapacidade do setor produtivo de manter preços estáveis", e com o fato de, nas entressafras, os consumidores de etanol com veículos FLEX FUEL migrarem para a

gasolina. Isso ocorre quando os preços do hidratado superam os 70% do valor do combustível de petróleo e torna o álcool menos competitivo, como agora. "Sei que

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há uma variação normal no mercado, mas no caso específico do etanol de cana-de-açúcar isso é levado ao extremo", disse o ministro.

A União da Indústria de cana-de-açúcar (UNICA) informou que existe um contato periódico entre técnicos da entidade e do Ministério da Agricultura e que

eles serão mantidos em 2011, no governo Dilma. Sobre a possível reunião com o

governo em relação ao preço do etanol, a Unica informou que não irá comentá-la. (Agência Estado 03/01/2011).

Com fim de safra, usinas desaceleram moagem na primeira

quinzena de dezembro

São Paulo, 04 de janeiro de 2011 – O volume de cana-de-açúcar processado

pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do País totalizou 8,70 milhões de toneladas na primeira quinzena de dezembro, uma redução de 45,37% em relação

ao mesmo período da safra anterior, e de 52,98% comparativamente aos últimos

15 dias de novembro de 2010. Esta diminuição progressiva da moagem é decorrência da queda contínua do

número de usinas em operação. Até o dia 15 de dezembro de 2010, a estimativa é de que 60 usinas devem prosseguir suas atividades até o final daquele mês. Na

safra anterior este número era de aproximadamente 220 unidades. “A safra 2010/2011 está praticamente encerrada e qualquer aumento da

moagem nos períodos subseqüentes será apenas residual,” avalia Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA).

No acumulado da safra até o dia 15 de dezembro, a moagem somou 552,48

milhões de toneladas, 7,21% acima do valor registrado em igual período de 2009. Estas cifras ratificam o que a UNICA já expôs publicamente no final de novembro,

de que a quantidade de cana-de-açúcar moída nesta safra ficará abaixo das 560 milhões de toneladas.

“As condições climáticas desfavoráveis à colheita nesse final de safra, e a conseqüente redução da produtividade agrícola do canavial em função da estiagem

no período de maio a setembro, explicam esta forte retração da moagem, a qual já era esperada,” acrescenta Antonio de Padua.

Qualidade da matéria-prima

Apesar da diminuição acentuada na moagem quinzenal em dezembro, a quantidade de produtos disponíveis à produção de açúcar e etanol acumulada entre

abril, início da safra, até 15 de dezembro foi 15,49% superior à observada no mesmo período de 2009. Este fato decorre do aumento da disponibilidade de

Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana em 2010 em relação ao ano anterior, quando o excesso de chuvas prejudicou demasiadamente a qualidade

da matéria-prima. Neste mesmo período, de abril a 15 dezembro, a quantidade de ATR por

tonelada de matéria-prima atingiu 141,34 kg, 10,14 kg acima do apurado em igual

momento de 2009. Nos primeiros 15 dias de dezembro, a concentração de ATR alcançou 121,64 kg por tonelada de cana-de-açúcar, redução de 7,93% em relação

à quinzena anterior.

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Açúcar e etanol A proporção de matéria-prima destinada à produção de açúcar atingiu

44,88% no acumulado desde o início desta safra, contra 43,39% registrados no mesmo período de 2009. Como resultado, a produção de açúcar aumentou em

19,46%, totalizando 33,39 milhões de toneladas de abril até 15 de dezembro de

2010, ante 27,95 milhões de toneladas verificadas em igual período do ano anterior.

Já a produção de etanol alcançou 25,13 bilhões de litros, sendo 17,78 bilhões de litros de etanol hidratado – alta de 8,51% em relação à safra 2009/2010

- e 7,35 bilhões de litros de etanol anidro – crescimento de 22,80% relativamente à safra passada. Para o diretor da UNICA, estes números garantem a segurança no

abastecimento, mesmo havendo uma forte migração de consumo nos veículos FLEX de etanol hidratado para gasolina do tipo “c”, ou comum. “Isto ocorre em função

do ajuste natural entre a oferta e a demanda de etanol, e lembrando que se

mantém o nível de mistura atual do produto à gasolina, de 25%,” explica. No comparativo quinzenal, 35,62% do total de cana moída durante os

primeiros 15 dias de dezembro destinou-se à fabricação de açúcar. Neste período, a produção somou apenas 359,32 mil toneladas, recuo de 30,04% sobre 2009.

Verifica-se esta tendência de queda também para a produção de etanol: o volume produzido na primeira quinzena de dezembro atingiu 396,94 milhões de litros, dos

quais 137,99 milhões de litros de etanol anidro, e 258,95 milhões de litros de etanol hidratado.

Vendas de etanol

O volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somou 1,12 bilhão de litros na primeira quinzena de dezembro, alta de

5,30% no comparativo com o mesmo período da safra 2009/2010. Deste total, 71,45 milhões de litros destinaram-se à exportação, e 1,05 bilhão de litros ao

mercado doméstico. Em relação às vendas domésticas de etanol hidratado, somaram 755,28

milhões de litros nos 15 primeiros dias de dezembro, volume praticamente estável relativamente aos 774,26 milhões de litros comercializados na quinzena anterior.

Contudo, este montante é significativo na medida em que os preços do produto

permaneceram competitivos frente aos da gasolina do tipo “c” em seis estados (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Tocantins) durante o

período. Já as vendas internas de etanol anidro somaram 293,78 milhões de litros na

primeira quinzena de dezembro, contra 294,41 milhões de litros nos últimos 15 dias de novembro. No acumulado desde o início de abril, o volume total comercializado

do produto alcançou 5,14 bilhões de litros, dos quais 91,78% direcionaram-se ao abastecimento do mercado doméstico, contra 4,98 bilhões de litros registrados no

mesmo período de 2009.

Quanto às vendas acumuladas de etanol hidratado, apresentaram ligeira retração de 5,56%, somando 13,74 bilhões de litros vendidos entre abril até 15 de

dezembro de 2010. Como resultado, o montante total de etanol comercializado pelas unidades da região Centro-Sul alcançou 18,88 bilhões de litros, 3,33%

inferior ao observado em 2009.

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COSAN e SHELL deverão unir operações a partir de abril Grupo

muda de sede e inicia nova etapa em seus negócios.

A JOINT VENTURE formada entre COSAN e SHELL para a criação da terceira maior distribuidora de combustíveis do Brasil deverá ter o início de suas operações

a partir de abril, apurou o Valor. Ontem, a companhia informou ao mercado que

recebeu a liberação incondicional da Comissão Européia para a formação da parceria.

Esse aval era considerado extremamente importante para que as duas companhias pudessem formalizar a união, anunciada em fevereiro de 2010. A

JOINT VENTURE ainda está em análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), o que não suspende o início da integração das empresas,

informou a COSAN por meio de um comunicado. A expectativa é de que as duas empresas finalizem esse processo até o fim

do primeiro semestre. Fontes familiarizadas com a operação afirmaram que o

processo está adiantado e que a operação conjunta deverá ter início a partir de abril.

A companhia contratou o executivo Luís Rapparini, ex-Souza Cruz, para o cargo de principal executivo financeiro (CFO, Chief Financial Officer, na sigla em

inglês), da nova empresa. A distribuidora vai ser comandada pelo ex-presidente da SHELL no Brasil, o executivo Vasco Dias.

Nos próximos meses, a COSAN se prepara para ocupar um novo prédio não muito longe de sua atual sede, na Itaim (capital paulista). Esse mesmo edifício

abrigará os executivos da parceria.

A mudança de endereço, que deverá comportar o novo tamanho do grupo, também é simbólica; significa uma nova etapa da companhia, que diversificou seus

negócios nos últimos cinco anos, não se limitando a sua principal atividade, a produção de açúcar e álcool, para se tornar uma das maiores distribuidoras de

combustíveis do país (atrás da BR Distribuidora, da Petrobras e Grupo ULTRA); e diversificando sua atuação, com negócios no segmento de terras, logística e varejo.

Em 2008, a companhia adquiriu os ativos da Esso, que pertenciam à inglesa ExxonMobil, marcando sua estréia nesse segmento. A expectativa é de que a marca

Esso desapareça e prevaleça o nome SHELL nos postos.

A nova empresa formada a partir da JOINT VENTURE poderá abrir capital no futuro, mas ainda não há planos nesse sentido no curto prazo, informou a mesma

fonte ao Valor. "Isso vai depender da necessidade de captação futura, mas esse assunto ainda nem está em discussão."

A COSAN abriu seu capital no fim de 2005, em 18 de novembro. Desde então seus papéis acumulam valorização de 84,95%, segundo informações do Valor

Data. No mesmo período, o índice Ibovespa acumula aumento de 126,19%. Nos últimos 12 meses, as ações do grupo subiram 11,97%, enquanto o Ibovespa teve

elevação de 0,39% (Valor, 5/1/11).

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ETANOL/CEPEA: Preços se recuperam, mas ficam entre os 5

menores em 11 anos

CEPEA, 5 – Em 2010, os preços de etanol, tanto anidro quanto hidratado, tiveram um comportamento sazonal menos acentuado que no ano-safra anterior.

Em maio de 2009, o preço do hidratado atingiu o valor mínimo de R$ 0,6419/litro e

o do anidro, de R$ 0,7426/l (valores deflacionados pelo IGP-M de novembro/10). Em 2010, os mínimos foram observados em junho, sendo de R$ 0,7535/l no caso

do hidratado e de R$ 0,8654/l no do anidro – todos os valores são líquidos de impostos e de frete, referentes ao mercado paulista – dados do CEPEA.

Comparando-se a média de preços dos meses de abril a novembro de 2010

com a do mesmo período de 2009, constata-se aumento de 7% para o hidratado e de 8,7% no caso do anidro, em termos reais, conforme dados do CEPEA. Para o

hidratado, as médias do período de abril a novembro foram de R$ 0,81543/l e de

R$ 0,87278/l em 2009 e em 2010, respectivamente. O valor de R$ 0,87278/litro está entre as cinco menores médias dos últimos 11 anos (série deflacionada),

apesar do aumento observado sobre o ano anterior. No caso do anidro, a média de 2010, de R$ 1,01553/l, também ficou entre as cinco menores médias dos últimos

11 anos. No ano-safra 2010/11, 55% da cana da região Centro-Sul foi utilizada na

fabricação de etanol, percentual ligeiramente inferior aos 56,3% de 2009/10 – posição até primeiro de dezembro divulgada pela UNICA (União da Indústria de

cana-de-açúcar). Apesar da rentabilidade do açúcar ter sido, durante todo o ano-

safra, superior à do etanol (independente do tipo), a alocação da cana entre os dois produtos mudou pouco em relação à prevista no início do ano-safra 2010/11

(56,7% para etanol). Segundo a UNICA, a produção de etanol anidro e hidratado cresceu 24,61 e

10,19%, respectivamente, em relação ao período correspondente do ano-safra anterior (abril a novembro). A produção total de etanol atingiu 24,72 milhões de

m3, sendo que, deste montante, 17,51 milhões de m3 referem-se a hidratado e 7,21 milhões de m3 a anidro.

As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul, do

início de abril ao final de novembro, somaram 17,75 milhões de m3 também segundo dados da UNICA, o que representa diminuição de 3,86% no comparativo

com o mesmo período do ano passado. Essa queda deveu-se, principalmente, ao menor volume exportado – redução de 40,42%. Só não foi maior porque houve

aumento tanto do consumo de etanol anidro, puxado pelo crescimento das vendas de gasolina C, quanto do mercado de “outros fins”, incluindo o uso do produto na

indústria petroquímica. Neste contexto, citam-se os casos do eteno e do polietileno verde, os quais têm sido cada vez mais olhados sob a ótica de sustentabilidade. A

UNICA estima que as vendas de etanol “outros fins” deve fechar a safra com

crescimento superior a 50% relativamente ao último ano. Do montante de etanol (total) direcionado ao mercado doméstico, 11,84

milhões de m3 referem-se ao hidratado e 7,21 milhões de m3 ao anidro. As exportações totalizaram apenas 1,5 milhão de m3.

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Mostrando grande capacidade de gerenciamento da produção, as usinas, durante o correr da safra, desidrataram o hidratado, visando garantir regularidade

no abastecimento no mercado de gasolina C. Segundo pesquisadores do CEPEA, o incremento na produção e a queda nas exportações de etanol permitiram que um

volume maior do produto fosse direcionado para o atendimento do mercado

interno. Segundo a ANFAVEA, no período de janeiro a novembro de 2010, as vendas

de automóveis e comerciais leves no Brasil foram de 3,037 milhões de unidades, aumento de 7,71% em relação ao mesmo período de 2009; desse total, as de FLEX

representaram 87%. Em 2009, no mesmo período, as vendas de FLEX representaram 89%. As vendas de FLEX aumentaram em 5,27%, relativamente ao

ano de 2009, enquanto às de veículos movidos a gasolina aumentaram 25% e a de movidos a diesel, 30%. Em termos absolutos, as variações foram de 49.182

unidades a mais a gasolina, 36.694 a mais a diesel e acréscimo de 131.634 no total

de veículos FLEX. A UNICA estima, com dados da ANFAVEA, que a frota de FLEX representa atualmente cerca de 46% do total de veículos e comerciais leves.

Segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), de abril a outubro de 2010 foram vendidos nos postos da região

Centro-Sul 8,33 milhões de m3 de etanol hidratado. No mesmo período de 2009, haviam sido 8,77 milhões de m3, observando-se, assim, queda de 5%. Já no caso

da gasolina C, foram comercializados, de abril a outubro, 11,25 milhões de m3 em 2009 e 12,7 milhões de m3 em 2010, aumento de 12,94%.

Quando se olham os dados das sub-regiões do Centro-Sul (Centro-Oeste,

Sudeste e Sul) divulgados pela Agência, observa-se que houve aumento nas vendas de gasolina C e queda nas de etanol hidratado combustível em todas elas.

Por sua vez, focando-se a análise em estados do Centro/Sul, tem-se aumento de consumo de etanol hidratado no Paraná (20,5%); Goiás (13,6%) e

Mato Grosso (6,9%) e queda em todos os demais estados (MG, SP, RJ, ES, MS, SC, RS) – os preços maiores neste ano, relativamente ao anterior, levaram à perda de

competitividade do etanol frente à gasolina em alguns estados do Centro-Sul ao longo da safra. À medida que a frota FLEX cresce, também aumenta o grau de

substituição entre o combustível fóssil e o renovável.

Curiosamente, no estado de São Paulo, maior produtor nacional, houve uma pequena redução do consumo de etanol hidratado (-1%) relativamente ao ano

anterior, considerando-se o período de abril a novembro. Isso ocorreu mesmo com o preço competitivo em relação ao da gasolina ao longo de toda a safra – toma-se

como base o diferencial de rendimento de 70% – e de ter havido aumento da frota FLEX.

Diante desses dados, algumas questões são suscitadas: os maiores preços do etanol neste ano, relativamente ao passado, poderiam ter levado a um menor

uso da mistura “rabo de galo”, motivando a queda do consumo de hidratado e

aumento do consumo de gasolina C? Se isso ocorreu, o efeito é suficientemente grande para compensar o crescimento esperado em função do aumento da frota

FLEX? Outros fatores poderiam estar contribuindo para a queda do consumo de etanol, como o aumento do uso do GNV (muito freqüente em táxis) pela queda de

seu preço? Por último, questiona-se se o diferencial de rendimento da gasolina e etanol hidratado tido em consideração pelos proprietários dos carros FLEX na hora

de abastecer é mesmo 70%.

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O ano se encerra com recuperação dos preços para o segmento de etanol – no comparativo com os três anos-safra anteriores – e com perspectivas de que a

variação sazonal continue diminuindo, o que reflete a reestruturação do setor em curso nos últimos anos. Com isso, deve ser garantida também a remuneração da

atividade.

Em dezembro, o Indicador CEPEA/ESALQ mensal do anidro foi de R$ 1,2018/litro, ligeiro aumento de 1,4% sobre o de novembro. Para o hidratado, a

média foi de R$ 1,0751/litro, alta de 7,4% frente ao período anterior.

Indicadores Semanais de ÁLCOOL CEPEA/ESALQ - SP

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

1,1

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9

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0

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R$/

litr

o

ValorVistaAnidro ValorVistaHComb

À vista, sem frete, sem impostos - valores nominais

Fonte: Cepea/ Esalq

AÇÚCAR/CEPEA: Demanda favorece ano de novos recordes de

preços CEPEA, 5 – Em 2010, o mercado de açúcar foi marcado por fortes altas de

preços, tanto no mercado doméstico como no internacional. Segundo pesquisadores do CEPEA, uma das principais causas das reações expressivas foi a redução dos

estoques mundiais, que têm baixado desde 2008, quando houve déficit expressivo.

No ano seguinte, um novo déficit agravou a situação dos estoques e os preços internacionais começaram a reagir com altas acentuadas que atraíram

especuladores. Em resposta aos preços favoráveis, grandes produtores aumentaram a área

plantada, de forma que a expectativa era de que, em 2010, o mercado voltasse a ter algum equilíbrio entre oferta e demanda, em termos agregados. No entanto,

quebra de safra em produtores importantes por fatores climáticos (excesso de chuva em alguns casos e estiagem em outros) trouxe de volta a instabilidade.

Outros fatores, não menos importantes, que agitaram os preços foram as condições

macroeconômicas que provocaram oscilação do dólar, levando investidores a alternar sua participação no mercado e acarretando incremento geral nos preços de

commodities, não apenas do açúcar. A produção e as exportações brasileiras evidenciaram o papel de destaque

do Brasil no mercado mundial de açúcar. A safra brasileira de cana, apesar de superior à passada, ficou abaixo da expectativa inicial do setor, acentuando os

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aumentos de preços internacionais praticamente a cada divulgação de safra feita pela Unica.

As expectativas com relação à safra da Índia, que começou a ser colhida em outubro, são de recuperação do equilíbrio interno, podendo resultar até mesmo em

pequeno superávit. Assim, a participação indiana no mercado internacional não

deve ser suficientemente expressiva para alterar a situação que se configurou. A conjunção de escassez da commodity com baixos estoques e dificuldade

em prever quando o mercado poderá voltar à normalidade fizeram com que o ano de 2010 ficasse marcado por novas e fortes altas de preços, batendo recordes nos

mercados internos e externos. No Brasil, conforme dados do CEPEA, o ano começou com preços bem

elevados, acima dos R$ 70,00/saca de 50 kg, próximos aos praticados em dezembro. Com a desvalorização das bolsas internacionais e início da colheita

2010/11 na região Centro-Sul, usinas não conseguiram manter tais patamares e

voltaram a vender açúcar cristal de boa qualidade na casa dos R$ 40,00 (o menor valor do ano, de R$ 39,99/sc, foi observado no dia 6 de julho).

Entre maio e agosto, pico de safra, os preços ficaram entre R$ 40,00 e R$

50,00, porém já revertendo a tendência baixista. Segundo pesquisadores do CEPEA, neste período, o setor açucareiro se deparou com problemas logísticos e filas

enormes para embarque de açúcar devido à forte demanda internacional, além do consumo interno também aquecido. A disputa entre consumidores internos e

externos inflacionou os preços da commodity, que também tiveram ajuda da forte

valorização das cotações futuras – impulsionadas pela oferta baixa no curto e médio prazo, alta demanda e crescimento da safra brasileira abaixo do esperado.

A partir de setembro, os preços avançaram em direção à máxima de R$ 76,20 em 22 de dezembro, também valor recorde (termos nominais). Do menor

valor (início de julho) para o maior (final de dezembro), houve valorização de expressivos 90,55%. Em termos reais (IGP-M), a média de fevereiro/10, R$

75,94/sc, é a maior do histórico CEPEA, iniciado em 1996. Batendo recordes de trinta anos, a Bolsa de Nova York (ICE Futures),

principal referência internacional para o mercado de açúcar, chegou a 33,98

centavos de dólar por libra-peso no dia 23 de dezembro. No início do ano, a cotação até chegou ao redor de 29 centavos de dólar, mas foi a partir de novembro que ela

rompeu a barreira dos 30 centavos e seguiu avançando até o patamar atual. Bem diferente das previsões iniciais sobre a safra da região Centro-Sul

brasileira, que chegavam a 570-590 milhões de toneladas de cana moída, de acordo com a Unica, a safra 2010/11 não deve chegar a 560 milhões. De 1º de abril a 1º

de dezembro, a moagem somava 543,68 milhões de toneladas de cana (aumento de 8,86% sobre 2009/10), resultando em produção de 33,02 milhões de toneladas

de açúcar (elevação de 24,61%).

Segundo dados da SECEX, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 17,7 milhões de toneladas de abril a dezembro de 2010, 37% a mais que no

mesmo período de 2009 (12,9 milhões). Paralelamente às exportações aquecidas, o ritmo da economia brasileira

também estimulou a demanda interna. Nesse contexto, mesmo com a produção nacional crescendo, compradores tiveram dificuldade de adquirir açúcar, a menos

que aceitassem os fortes reajustes que se sucedem.

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Ao longo de 2010, a remuneração proporcionada pelo açúcar esteve sempre acima da obtida com o etanol, segundo cálculos do CEPEA. A menor vantagem do

açúcar frente tanto ao anidro como ao hidratado foi vista na primeira quinzena de julho, época em que o açúcar estava nos menores níveis de preço da safra. Naquele

período, o açúcar cristal considerado para o Indicador CEPEA/ESALQ remunerou em

média 32% a mais que o etanol anidro e 43% a mais que o hidratado – Indicadores CEPEA/ESALQ, todos referentes ao estado de SP. Do final de março até final de

abril, no entanto, a vantagem do açúcar sobre o anidro havia chegado a 130% e, em relação ao hidratado, a 155%.

Analisando-se a comercialização do açúcar no mercado doméstico (estado de SP) e no exterior (referência Euronext Liffe – contrato no. 5), em 32 semanas de

um total de 50, a venda doméstica remunerou mais que a exportação, com a vantagem variando de 1% a 67%.

No dia 30 de dezembro, o Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado

de São Paulo) fechou a R$ 76,32/saca de 50 kg, ligeira alta de 1,01% no acumulado do mês.

Evolução do Indicador do AÇÚCAR CRISTAL CEPEA / ESALQ (SP)

15

20

25

30

35

40

45

50

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70

75

80

j f m a m j j a s o n d

R$/s

c 5

0kg

2007 2008 2009 2010

À vista, com impostos, posto usina - valores nominais

Fonte: Cepea/ Esalq

Secretaria da Saúde alerta sobre de corte de cana

Estudo da Secretaria de Saúde de São Paulo retrata o quanto é repetitiva e

exaustiva a rotina diária do cortador de cana-de-açúcar nas lavouras do estado, maior produtor mundial. Os dados apontam que cada trabalhador tem postura

incorreta e perde cerca de oito litros de água por dia para cortar, em média, 12 toneladas de cana. O estudo aponta que não há sombra nos canaviais e que o

cortador não se hidrata. O trabalhador já leva de casa a água para consumo na lavoura e depois reabastece nos reservatórios dos ônibus, quando possível. Mas,

segundo a Secretaria de Saúde, "esses reservatórios não são refrigerados,

apresentam péssimas condições de armazenamento e higiene". (DCI 06/01/2011).

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Governo vai exigir melhorias para cortador Mesmo com o avanço da colheita da cana-de-açúcar mecanizada, o corte

manual ainda permanece nas grandes lavouras paulistas, com condições de trabalho ruins e que colocam em risco a saúde dos trabalhadores. A situação foi

apontada em um estudo inédito do setor, realizado pela Secretaria de Estado da Saúde desde o ano 2007.

O governo irá nortear regulamentação em todo o Estado, este ano, a fim de melhorar as condições sanitárias no trabalho dos profissionais do setor. (Folha da

Região 06/01/2011).

Forma de pagamento é o grande entrave, diz socióloga A forma de pagamento efetuada pelos empregadores aos cortadores de cana

ainda é o principal problema para a categoria, na avaliação da socióloga da UNESP

(Universidade Estadual Paulista) de Araraquara, Maria Aparecida de Moraes Silva. De acordo com ela, o processo de degradação da saúde do trabalhador rural

tem aumentado, principalmente pelo fato da exigência de produtividade ter crescido.

"A situação tem piorado muito. Enquanto os empregadores continuarem a pagar por produtividade, mais a saúde desses trabalhadores será prejudicada."

Em média, os trabalhadores cortam entre 10 e 12 toneladas por dia e recebem de R$ 2,50 a R$ 3 para cada tonelada colhida. "Eles se esforçam demais

para cortar bastante. O mais indicado é acabar com esse pagamento por produção

e estabelecer um salário de acordo com dispêndio de energia e de força do trabalhador."

O padre Antônio Peres, da Pastoral do Migrante de Guariba, disse acreditar que a forma de pagamento é um dos principais causadores dos problemas de saúde

enfrentados pelos cortadores. "Temos casos de trabalhadores que cortaram num único dia cerca de 20 toneladas de cana. É um esforço além do que qualquer corpo

pode agüentar por muito tempo." O problema, segundo ele, "é que o setor sucroalcooleiro prefere a desordem

da casa. "Eles miram muito mais na lucratividade e no mercado do que nas pessoas

que prestam o serviço a eles." A socióloga disse que está fazendo um estudo com pessoas que trabalharam

nos canaviais por 20 anos e que a saúde desses cortadores de cana está muito prejudicada.

"Reclamam de dores na coluna, nas mãos, nos pés e nos joelhos. Até problemas na fala foram constatados, por passarem muitas horas curvados e as

cordas vocais terem encurtado" (Folha de S. Paulo, 6/1/11).

Mecanização e fim da queima devem reduzir problemas Com a mecanização e o fim da queima da cana-de-açúcar que deve

acontecer até 2017-, os problemas relacionados ao trabalho dos cortadores devem diminuir consideravelmente. É o que diz o representante da UNICA (União da

Indústria da cana-de-açúcar) na região de Ribeirão Preto, Sérgio Prado.

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"O grande objetivo é treinar esse pessoal que está no campo para a mecanização, já que o corte manual está a caminho da extinção. Com isso, as

condições de trabalho e a saúde dos trabalhadores devem melhorar." Ainda segundo Prado, há alguns anos os empregadores já têm atuado pelas

melhorias do trabalho dos cortadores. "No ano passado foi assinado um

compromisso nacional da melhoria nas condições de trabalho no corte de cana. As empresas têm feito esforço para cumprir as normas", disse.

Sobre as mudanças na forma de pagamento, Prado diz que não há indicativo para que isso seja efetivado. "Não há interesse de empresas ou trabalhadores em

mudar" (Folha de S. Paulo, 6/1/11).