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91 JUNHO/2010 CRESCER ideias para curtir ainda mais os nove meses e o pós-parto Com o nascimento do bebê, vão-se os quilos a mais que você ganhou na gravidez. Quem já não ouviu essa promessa? Mas isso não é realidade para todas as mulheres – ainda que você fique na dúvida toda vez que uma celebridade aparece linda (e magra) menos de um mês depois do parto. Uma nova pes- quisa da Universidade de Granada (Espanha) mostra que, em vez de perder peso no pós-parto, 94% das mulheres ganham quilos a mais. Sim, durante a fase de amamentação você precisa consumir 300 calorias extras, só que as novas mães acabam comendo muito mais do que o necessário. Bastaria comer duas colheres a mais de arroz e tomar dois copos de leite todo dia. Mas dá para fazer mais. Se é seu primeiro filho, não compre guloseimas. Vai ser bom para você e para a alimentação dele. Se você já tiver um, coloque os alimentos mais calóricos em um armá- rio (bem no alto, para a tentação ser menor). FONTE: CLEVERTON CESAR SPAUTZ, OBSTETRA DA PARANÁ CLÍNICAS (PN) FOTO: JAIME GRILL/CORBIS SEU CORPO DE VOLTA Por Thais Lazzeri Reportagem Bruna Menegueço e Fernanda Carpegiani

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91j u n h o / 2 0 1 0 c r e s c e r

ideias para curtir ainda mais os nove meses e o pós-parto

com o nascimento do bebê, vão-se os quilos a mais que você ganhou na gravidez. Quem já não ouviu essa promessa? Mas isso não é realidade para todas as mulheres – ainda que você fique na dúvida toda vez que uma celebridade aparece linda (e magra) menos de um mês depois do parto. Uma nova pes-quisa da Universidade de Granada (Espanha) mostra que, em vez de perder peso no pós-parto, 94% das mulheres ganham quilos a mais. Sim, durante a fase de amamentação você precisa consumir 300 calorias extras, só que as novas mães acabam comendo muito mais do que o necessário. Bastaria comer duas colheres a mais de arroz e tomar dois copos de leite todo dia. Mas dá para fazer mais. Se é seu primeiro filho, não compre guloseimas. Vai ser bom para você e para a alimentação dele. Se você já tiver um, coloque os alimentos mais calóricos em um armá-rio (bem no alto, para a tentação ser menor). Fonte: cleverton cesar spautz, obstetra da paraná clínicas (pn)

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por thais lazzerireportagem bruna menegueço e Fernanda carpegiani

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no siteda crescer

Dicas deprodutos para

fazer essamaquiagem

Pré-natal

Pesquisas mostram que algumas reco-mendações podem mudar para gestan-tes. Eduardo Cordioli, ginecologista eobstetra do Hospital Albert Einstein,adiantou três delas à CRESCER:

PARto Com fóRCEPS: A anestesiaaumenta as chances de usar o fór-ceps e, assim, lesionar o períneo (re-gião que começa na parte de baixoda vulva e vai até o ânus). o vácuoextrator, um novo aparelho, poderiaimpedir que isso aconteça, já que aspeças se desmontam quando o médi-co faz a pressão limite para tirar obebê.

PRé-EClâmPSiA: o diagnóstico ho-je é feito no terceiro trimestre. Um no-vo teste de sangue, ainda em pesqui-sa, indicaria se a mulher tem chancesde desenvolver a doença. Vai ser rea-lidade entre cinco e dez anos.

DiAbEtES: aplicar insulina é a ma-neira que se trata o diabetes na ges-tação. Estudos mostram que as picadi-nhas poderiam ser substituídas porum remédio via oral. ia ser mais fácil.

A causa ainda é desconhecida, mas

a insuficiência ovariana primária é

um problema grave e pode causar

infertilidade. os principais sintomas

são a interrupção da menstruação

e da ovulação com sinais de

menopausa precoce. A boa notícia é

que pesquisadores norte-americanos

descobriram que cerca de 73% das

mulheres com esse problema ainda têm

desenvolvimento folicular, ou seja, elas

podem engravidar com tratamentos. e

mais: 10% das mulheres engravidaram

inesperadamente. “Para o futuro, existe

a expectativa de tratamento com

células-tronco ovarianas”, diz Abner

Lobão neto, ginecologista e obstetra.

novos estudos

Mais chancespara engravidar

truquesPArA AfinAr o rosto

não tem jeito. o seu rosto vai inchar, ainda que um pouquinho, no terceiro trimestre. Al-

gumas pinceladas podem fazer maravilhas. confira as dicas do maquiador erick santos:

Pré-maquiagem: primeiro passe um produto para preparar a pele para receber a

maguiagem. eles tiram o brilho e reduz o tamanho dos poros.

maçã do rosto e queixo: a regra é clássica. Para esconder, basta escurecer. faça

um biquinho com os lábios. A parte que saltar da maçã do rosto deve ser pincelada com

um dos dois produtos nessa tonalidade. Passe também bem rente ao queixo. depois, na

parte de cima da maçã do rosto, retoque com um blush rosa-claro para dar um brilho.

Boca: deixe o gloss de férias em casa e aposte nos batons tons de boca ou os que

são um pouco mais escuros. eles vão fazer sucesso no inverno.

cílios: agora que sua maquiagem está perfeita, e o volume do seu rosto parece me-

nor, use um rímel para dar volume e alongar – e deixar seu olhar mais expressivo.

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barriga Redonda, barriga Pontuda, de Ana Paula Brasil

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As resPostAs PArA todos os Mitos e crendices dA GrAvideZ

se coçar a barriga, vai ter estrias? Mentira. Pode coçar à vontade. o que causa o

aparecimento das estrias é o aumento do volume da massa do corpo.

A barriga do segundo filho é sempre maior? não é regra, mas é possível. o útero

pode estar menos rígido, e a parede abdominal e a pele, mais elásticas.

comer do fundo da panela prejudica o parto? Mentira. não acredite nisso.

Aproveite a panela de brigadeiro – mas sem exagerar.

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coMo orGAniZAr os novos GAstos que vocÊ vAi ter

decoração do quarto: você não precisa comprar tudo novo. você pode dar uma

repaginada numa cômoda antiga de alguém da família ou de um antiquário.

chá de bebê: opte por um chá de fraldas – lembrando que, em uma conta básica,

você vai gastar cerca de r$ 3.500 em fraldas até seu filho completar dois anos.

carrinho: os preços são muito variados. o indispensável é ter um com travel

system – vem com bebê conforto, que também serve de cadeirinha para o carro.

Lidar com a gravidez no trabalho

não foi fácil para a norte-

americana Lisa Belkin, jornalista

da revista The New York Times,

que escreveu no blog Motherlode

como foi desgastante esperar

três meses para comunicar sua

primeira gestação aos chefes,

que estavam ausentes no

período. ela conta que gastava

tanta energia fingindo não estar

grávida que mal curtiu o primeiro

trimestre. Mas, qual é a melhor

hora para falar sobre a gravidez

no trabalho? “Para nós, médicos,

o ideal é que seja dito o quanto

antes, mas uma referência para

a mulher pode ser o início dos

batimentos cardíacos, que ocorre

por volta dos dois meses”, diz o

ginecologista jonathas soares,

diretor clínico do Projeto Alfa

de reprodução Assistida. Além

do seu bem-estar, que vem em

primeiro lugar, avalie a relação

com seus superiores, seu status

no trabalho e seus objetivos

profissionais. o mais importante

é estar tranquila quando

decidir falar sobre o assunto.

Será meninoou menina?

...que seriAdifÍciLfALAr PArAo Meu chefeque estouGrÁvidA

me contou...ninguém

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2 Livros + 6 dicAs

se coçar a barriga, vai ter estrias? Mentira. Pode coçar à vontade. o que causa o

2 Livros + 6 dicAs

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P: como aliviar a tosse seca alérgica? estou na sé-

tima semana. Simone merli, Por e-mail

Dr.Inalação com soro fisiológico para umidificara faringe ou usar spray com própolis e mel

podem ajudar a combater o sintoma enquanto vocêaguarda a consulta do pré-natal. O ideal é que a ges-tante não utilize qualquer remédio entre seis e oitosemanas, momento crítico no processo de formaçãodo embrião. Nenhuma medicação deve ser utilizadasem prescrição médica durante toda a gravidez. Omédico vai realizar um exame clínico para avaliar anecessidade de tratamento da tosse e diagnosticar aorigem. Tosse seca é um sintoma comum a diferentesproblemas como infecções respiratórias ou bronquitecrônica, com tratamentos completamente diferentes.

P: Tive um aborto completo da quarta para a quinta

semana. uso um medicamento para ovular e quero

tentar de novo. Mas tenho medo de que possa dar problema.

o que devo fazer? carolina S. neveS, rio De janeiro, rj

Dr.Não existe problema em retomar o uso logoapós um aborto espontâneo, mas você tam-

bém pode aguardar um pouco, dois ou três mesesapós o retorno das menstruações normais, parareiniciar o tratamento. Assim seu útero estará bemrecuperado e emocionalmente você irá se sentir me-lhor. De toda maneria, essa decisão cabe ao seu mé-dico e a você. A estratégia de induzir a ovulação commedicamentos deve ser sempre precedida por uma

investigação médica especializada sobre as possíveiscausas de infertilidade, incluindo a avaliação do par-ceiro. O fato de ter engravidado logo no primeiro ci-clo da medicação é uma excelente notícia, pois indicaboa reserva funcional dos ovários e maior chance deengravidar novamente.

P: Tenho lúpus e faço tratamento com ciclosporina.

existe algum problema se eu engravidar agora?

Patricia Pimentel alveS ribeiro, atibaia, SP

Dr.Os poucos estudos publicados sobre os efeitosda ciclosporina na gravidez geralmente envol-

vem mulheres que realizaram transplantes renaisou cardíacos e engravidaram logo a seguir. Os dadossugerem que o remédio cruza facilmente a placentae passa para o feto, mas não causa malformações oudanos específicos. Geralmente, o tratamento do lupúsna gravidez utiliza ácido acetil salicílico ou heparina.

P: Tenho medo do parto. sou alérgica à maioria

dos medicamentos. só uso paracetamol. existe

algum risco? miriam bernardeS, São vicente, SP

Dr.O paracetamol é um excelente analgésicopara as gestantes. Resolve a maioria dos des-

confortos, como dores nas costas e na região do bai-xo ventre, sem maiores riscos para o bebê. É tambémum antitérmico eficiente para tratar os sintomas degripes e resfriados. Durante o parto normal ou ce-sariana os médicos geralmente optam por anestesiaperidural ou raque, que utilizam anestésicos locaisassociados a derivados de morfina, com excelenteresultado. Não tenha medo do parto, converse como seu médico sobre as suas preocupações e tambémcom o anestesista da equipe para relatar o seu histó-rico médico, identificando os medicamentos que jáprovocaram alguma reação alérgica no passado.

Pergunte tudo

Escrevapara Crescer/Dr. Taborda

Cartas:Av. jaguaré,1485, ceP

05346-902,são Paulo, sP.

E-mail:wtaborda.colunista@

edglobo.com.br

dr.TABordA

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Wladimir Taborda Médico ginecologista, obstetra e doutor em Medicina pelaUniversidade Federal de São Paulo. Autor do livro “A Bíblia da Gravidez” Fo

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“A quele 1o de julho já era um dia para se come-morar: meu marido fazia aniversário e o Bra-

sil enfrentaria a França em uma das partidas da Copado Mundo de 2006. Nós somos fanáticos por futebole a Alemanha, onde morávamos na época, era o paísque sediava da Copa. O clima era esse. Como aindafaltavam 15 dias para o meu segundo bebê nascer –meu filho mais velho tinha 5 anos –, saímos os três, apé, para almoçar, devidamente uniformizados. Maseu não veria o jogo daquele dia.

No restaurante, comecei a sentir um certo des-conforto. A barriga endureceu. No banheiro, perce-bi um sangramento. Como na minha primeira ges-tação a bolsa estourou, tudo aquilo era novidade.Resolvemos então passar na maternidade. Chegandolá, a hebamme (uma espécie de doula que toda ges-tante na Alemanha precisa ter) me preparou parafazer um exame de toque. Antes dela começar, fuilogo contando: ‘Minha filha não pode nascer hojeporque tem jogo do Brasil!’ Estava muito animada equeria ver a partida. A hebamme então fez o toque erespondeu: ‘A senhora não vai assistir à partida, não’.A mala da maternidade estava pronta, mas em casa.Por sorte, minha mãe, que tinha chegado do Brasildois dias antes, levou tudo para o hospital.

De lá, fui para uma sala especial onde seria omeu parto. Havia uma cama imensa, confortável.Meu marido, minha mãe e meu filho ficaram comi-

go até quase a hora H. Quando vi que as contraçõesestavam fortes demais, pedi para que ela levasse oVictor para a sala de recreação. Ele ainda estava coma camiseta da Seleção Brasileira.

Do momento em que cheguei ao hospital até o nas-cimento da Sofia foram apenas quatro horas e meia.Meu marido ajudou o tempo todo. Quando Sofia nas-ceu, veio direto para o meu peito. A hebamme pediuque meu marido cortasse o cordão umbilical da So-fia. Era um presente de aniversário.

Confesso que durante o trabalho de parto fiqueipensando no jogo. Será que a Seleção Brasileira ven-ceu? Como Sofia chegou no fim da tarde e às 20 ho-ras ninguém pode permanecer na maternidade, dor-mi sem saber o resultado. No dia seguinte, acordeipensando no jogo. A equipe médica comentava so-bre a Copa – a Alemanha tinha sido desclassificada.Despretenciosamente, perguntei sobre o Brasil. Umaenfermeira logo respodeu: ‘Ah, perdeu também’. Fi-quei chocada (risos): como alguém dá uma notíciatão ruim, daquele jeito, para alguém que acabou deter um bebê? Para nossa família, mandamos umamensagem que resumia a correria do dia anterior:“Perdemos a Copa mas ganhamos a Sofia”.

Esse ano vai ser bem mais fácil acompanhar os jogos.Voltamos a morar no Brasil, estamos preparadíssimospara vibrar com nossos conterrâneos e minha torcidaganhou mais um integrante, Henrique.”

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Depoimento a thais lazzeri

Gisele lánGarosoares é mãe

de Victor,9 Anos, de sofia,

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Histórias de parto

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Sim, é bem difícil falarabertamente com oobstetra sobre assuntosque você tenta esconderaté da sua sombra, como adependência de drogas. Mascontar o que acontece nasua vida é importante paranão colocar a saúde do seubebê em risco. Aqui, históriasde mulheres que tinhamalgum vício ao engravidar,o que fazer se você estiverem uma dessas situaçõese como superar o medo decontar tudo ao seu médico

Se você planeja engravidar ou se já conseguiu, sabeque o seu obstetra, além de um check-up comple-to, vai precisar de algumas informações sobre o seupassado e os seus hábitos que são importantes pa-ra cuidar melhor da sua gestação e do bebê. E vo-cê também quer perguntar tudo. Afinal, quantaspreocupações inéditas não aparecem? Até a tintado cabelo causa dúvidas. Mas, e quando algumascoisas (muito) importantes não são contadas? E

quando há segredos como uma história ligada a bebidas, drogas oufumo? Deixar de falar com o médico sobre isso pode colocar em riscoa sua saúde e a do seu filho. E não dá para dizer que fumar cinco ci-garros por dia, por exemplo, é um vício mais leve do que consumir omaço inteiro ou achar que beber um pouquinho a mais não fará malao bebê. “O uso crônico de drogas e álcool pode gerar problemas co-mo malformações fetais e insuficiência placentária”, diz Luís Fernan-do Aguiar, obstetra do Hospital Albert Einstein (SP).

Todos esses vícios podem fazer mal para vocês dois e o melhorcaminho para tentar se livrar deles, como você já imagina, é con-versar com o médico, sem medo de preconceitos ou de ser julgada.Todo mundo sabe que não é fácil falar abertamente sobre essas in-quietações em nenhum momento da vida, mas agora você tem umestímulo a mais (e o mais importante) para tentar: o seu filho. En-contre uma brecha para tocar no assunto – pode ser o resultado deum exame, queixas que levem o médico a fazer a pergunta que vo-cê quer ouvir (como fadiga em excesso por conta do cigarro quandovocê sobe um lance de escada curto) – ou vá direto ao ponto: colo-que o maço de cigarro em cima da mesa dele, e pronto! Mas, se pa-ra você é difícil encarar o olhar do obstetra, mande um e-mail con-tanto tudo, assim você não sente aquela pressão. Isso vai

Mergulhadaemsegredos

Por chantal Brissac

Problemas que você não conta

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Problemas que você não conta

BeBidas alcoólicasQuando a comerciante Silmara Dias*, 29 anos, en-

gravidou, sentiu uma alegria tão grande que o dese-jo maior era um só: zerar a sua história e recomeçarcomo se nada tivesse acontecido. Ela era usuária crô-nica de álcool havia dez anos. “Como planejava pararcom a bebida, achei que não tinha por que contar pa-ra o médico”, diz. O que a fez confessar seu ponto fra-co foram os primeiros exames de sangue e de urinado pré-natal, que indicaram diabetes e problemas norim. “Foi o que me salvou, porque sozinha eu não te-ria conseguido. A partir da conversa, ele me alertousobre os riscos e eu, que tomava duas doses de vod-ca por dia, consegui, com a ajuda dele, da terapia ede reuniões em Alcoólicos Anônimos, a passar todaa gravidez sem tocar no copo. O Mateus nasceu sau-dável, embora com baixo peso. Nunca mais coloqueinem um bombom de licor na boca.”

Como você sabe, o consumo de álcool é prejudicialtanto para a mãe quanto para o bebê e não há quan-

tidade segura. “A substância atravessa facilmente aplacenta e pode causar vários danos ao feto, sendo aSíndrome Alcoólica Fetal (SAF), que causa retardomental, um dos mais sérios”, afirma Patrícia Hoch-graf, psiquiatra, coordenadora do programa de aten-ção à mulher dependente química do Instituto de Psi-quiatria do Hospital das Clínicas (SP).

Antes, os médicos pensavam que a SAF ocorriaapenas entre mães que consumiam álcool de formapesada. Mas pesquisas mostraram que ela pode ocor-rer mesmo se a grávida tomar pequenas doses. Acre-dita-se que a síndrome e outros transtornos ligadosà bebida afetem cerca de 40 mil crianças em todo omundo – mais do que a Síndrome de Down, segun-do a National Organization on Fetal Alcohol Syndro-me, dos Estados Unidos. A estimativa é de que um emcada cinco casos de crianças com deficiência mentalno mundo seja causado pelo álcool ingerido duran-te a gestação.

Esse é apenas um dos problemas. Soma-se a elebaixo peso ao nascer, alterações cardíacas, neuroló-gicas (hiperatividade, impulsividade, problemas coma visão espacial) e faciais. Também não é incomuma associação dessas alterações com autismo. O pe-diatra Hermann Grinfeld, que pesquisa há mais de40 anos os efeitos do consumo de álcool na gravidez,afirma que problemas como dificuldades de aprendi-zado, memorização e atenção podem repercutir pa-ra a vida toda.

Como tratar: Segundo os médicos, a única saída éparar o álcool imediatamente. Pode ser útil o apoiode um psicoterapeuta ou a adesão a um grupo, comoo Alcoólicos Anônimos. Medicamentos não são reco-mendados, mas, dependendo do caso, o obstetra po-de recomendar o uso de antidepressivos.

FumoTodo mundo já sabe de cor os malefícios que o cigar-

ro pode causar – quem não se lembra das fotos estam-padas no maço de cigarro, mostrando bebês prematu-

“eu, que tomava DuasDoses De voDca Por Dia,consegui, com a ajuDaDeLe (o oBstetra), DateraPia e De aLcoóLicosanônimos, a Passar toDagraviDez sem tocarno coPo. nunca maiscoLoquei nem um BomBomDe Licor na Boca.”Silmara DiaS*, Mãe de MAteuS, foi

AlCoólAtrA por dez AnoS

trazer tranquilidade e garantir uma gestação maissaudável, porque o médico vai ajudar você a lidarcom o problema e a encontrar uma saída. Aqui, ossegredos mais difíceis de contar e os problemasque, quando não tratados, eles podem causar du-rante a gravidez.

ros? Além da criança nascer antes do tempo, ela podeter doenças cardíacas, respiratórias e até retardo men-tal. Uma nova pesquisa norte-americana mostrou quecrianças cujas mães fumaram durante a gravidez têmmais problemas de sono durante os primeiros 12 anosde vida. É por isso que a maioria dos médicos é radical e *o

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diz que a melhor opção é parar de fumar por completo,de preferência, antes de engravidar. “Um único cigarrotem 4.500 substâncias nocivas que são assimiladas pelofeto, já que a placenta não consegue barrar a passagemde moléculas como a nicotina”, afirma Jaqueline SholzIssa, cardiologista, coordenadora do Ambulatório deTratamento de Tabagismo do Instituto do Coração daFaculdade de Medicina da USP (Incor-SP).

A esteticista Anette Pires*, de 38 anos, não contouao obstetra que fumava um maço por dia. “Fiquei en-vergonhada, me sentia uma péssima mãe. Só que foipior porque não tive a chance de fazer um tratamen-to e tentar parar”. A filha, Laura*, nasceu com baixopeso e hoje, aos 6 anos, sofre com infecções respira-tórias e bronquite asmática.

Como tratar: Adesivos e gomas de mascar têm subs-tâncias nocivas para o feto, assim como medicamen-tos, e por isso não podem ser usados durante a gesta-ção. Procure apoio especializado ou peça ajuda à suafamília. Se seu companheiro também fuma, pode serum projeto a dois parar, ou ele pode passar a fumar fo-ra de casa e quando você não está por perto.

drogasVeronica Miller, 45 anos, usou drogas pesadas du-

rante toda a gestação. Mas ela nem imaginava que issopoderia acontecer quando se casou, há 12 anos, com um

“não contei ao méDico.Fiquei envergonhaDa, mesentia uma Péssima mãe.só que Foi Pior Porquenão tive a chance DeFazer um tratamentoe tentar Parar. minhaFiLha, De 6 anos,soFre com ProBLemasresPiratórios.”anette pireS*, Mãe de lAurA*,

fuMAvA uM MAço de CigArroS por diA

inglês e foi morar em Birmingham (Inglaterra). Os pro-blemas conjugais logo apareceram, a saudade da famí-lia que ficou no Brasil cresceu e ela teve uma depressãocrônica. Esse conjunto de fatores a levaram a começar ausarmaconhaecocaína,alémdeálcool.Nocomeço,era“recreativo”, como ela diz. Depois, não conseguia maisparar. Nesse período, engravidou, mas não disse nadaao médico. “Minha dependência e o meu desesperoforam aumentando. Meu casamento acabou e vim aoBrasil ter o bebê. Aí já era tarde.” John, 7 anos, nasceuprematuro, teve falta de oxigenação e ficou na UTI por30 dias. “Com seis meses, ele não tinha sustentação nopescoço e o neurologista diagnosticou um tipo de au-tismo. Ele teve dificuldade para falar e andar. Hoje faztratamento com fonoaudiólogo, psicólogo e fisiotera-peuta. Eu me arrependo de não ter procurado ajuda.”

Provavelmente a maconha seja a substância ilícitamais utilizada na gestação. Pelo fato de ela ser usadaem conjunto com outras drogas, ainda é difícil deter-minar as consequências diretas sobre o feto. Já o con-sumo de cocaína pode causar deslocamento prema-turo da placenta, além de outras complicações para amãe, como hipertensão arterial, taquicardia e arrit-mia. O bebê pode ter malformação cardiovascular edo sistema nervoso central.

O uso do crack também cresceu entre as mulhe-res. Por um ano, a Clínica Pública de Recuperaçãode Dependentes Químicos de São Bernardo do Cam-po (SP), por exemplo, registrou 233 casos de depen-dência, sendo 18% de mulheres (não há dados de ges-tantes). Essa droga é devastadora e deixa sequelas nocérebro da gestante e do bebê, como transtornos emo-cionais e depressão.

Como tratar: Não há um tratamento específico,mas o médico pode avaliar a relação risco e bene-fício e indicar medicamentos, como antidepressi-vos, que podem ajudar a controlar a ansiedade dagrávida dependente. O que pode auxiliar, segundoespecialistas, é a adesão a grupos de apoio (Narcó-ticos Anônimos, por exemplo) e recursos comoacupuntura e terapia.

fonte: Dartiu Xavier Da siLveira,Psiquiatra Da universiDaDe FeDeraL Desão PauLo; Laura BernarDi, ginecoLogistae oBstetra; Patrícia hochgraF, PsiquiatraDo hosPitaL Das cLínicas (sP); aLessanDraDiehL, Psiquiatra e Diretora Da cLínicaPúBLica De recuPeração De DePenDentesquímicos De são BernarDo Do camPo (sP)

no siteda crescerA importância

da relaçãoentre médicoe paciente

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A caminhada é a melhor pedida na gestação, tanto para

Sigaemfrente

Por Paula Brandão fotos claus LehmanProdução Fátima santos

moda + esportes

quem quer começar uma atividade física quanto paraas mulheres que já fazem exercícios. Veja como se

planejar e manter o ritmo a cada trimestre

“Você pratica alguma atividade física?”A pergunta, que você provavelmente já ouviu emalgum outro momento da vida, vai ser feita de no-vo, sim, numa das primeiras consultas com o obs-tetra. E seja a resposta positiva ou não, provavel-mente, ele vai sugerir que você faça caminhada.Afinal, andar é um dos exercícios mais indicadospara as gestantes, sejam elas sedentárias ou atletas.Com tantas novas preocupações e mudanças físi-cas e hormonais (que podem incluir desde enjoosaté sonolência), porém, a tentação de deixar todo equalquer esporte de lado é grande. Resista! As grá-vidas que se mantêm ativas evitam o aparecimen-to de doenças como hipertensão, diabetes gesta-cional e depressão. E os benefícios se estendem aobebê também. Pesquisadores das universidades deAuckland e do norte do Arizona (EUA) revelaramque filhos de gestantes que fazem pelo menos 40minutos de exercícios semanais nascem com pe-so normal, ou seja, evitam complicações no partopor causa do sobrepeso. O estudo se soma a evidên-cias cada vez maiores de que até o desenvolvimentoneurológico da criança pode ser melhor.

É importante alertar: se você era uma sedentáriaconvicta antes de engravidar, é bom que não se arris-que em exercícios pesados. Prefira caminhada, yoga,alongamento etc. No país, segundo um estudo do Mi-nistério da Saúde divulgado em abril deste ano, ape-nas 14,7% dos adultos fazem atividades físicas com aregularidade necessária. Por isso, se você vai começara praticar agora, é importante respeitar seus limites. Jáa corrida é indicada apenas para quem já era adepta daatividade e, ainda assim, com orientação médica.

Para ajudar você nessa nova fase, CRESCER prepa-rou, com a ajuda de especialistas, um plano de exercí-cios para iniciantes, intermediárias e avançadas, divi-didos por trimestre. Também mostramos os cuidadosque você precisa ter para praticá-los, da escolha do tê-nis à alimentação.

Se você nunca sentiu aquela sensação de bem-estar(impagável) que bate quando a gente está no fim do per-curso, prepare-se. Esse estado de espírito está relaciona-do a liberação de endorfina. Além de fazer você se sen-tir mais animada, esse hormônio torna seu fiho maisresistente aos efeitos colaterais do estresse. Corra paraas próximas páginas!

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InIcIanTeS

10TRIMESTRE

20TRIMESTRE

30TRIMESTRE

caminhada caminhada e corrida(alternadas nos dias)

InTeRMedIáRIaS(para mulheres que se exercitavam

entre duas e três vezes por semana)

se você era sedentária antes de engravidar,

busque uma orientação profissional para

seguir um programa individualizado.

com as mudanças gestacionais, mesmo

um aumento de 5 minutos pode

tornar a atividade mais intensa.

Plano: 2 a 3 vezes na semana(em dias intercalados)iniciar com 10 minutos e aumentar

5 minutos a cada duas semanas, até

chegar a, no máximo, 20 minutos.

como as náuseas e os desconfortos já passaram,

você pode aumentar o treino. Faça um dia a

mais por semana até chegar a seis – e por dois

dias tente caminhadas mais longas. exemplo:

Plano: até 6 dias na semanasegunda - 15 minutos

terça – 30 minutos

Quarta – 15 minutos

Quinta – 25 minutos

sexta – 30 minutos

sábado - 15 minutos

Plano: de 4 até 6 vezes na semanacom o avançar da gravidez, você pode

sentir mais cansaço. Por isso o tempo

de caminhada (e a quantidade de vezes

que você pratica) pode ser mantido ou

reduzido (até pela metade) para que a

atividade seja confortável para você.

Plano: 6 vezes na semanase você estiver bem e disposta, faça entre 30

a 40 minutos de exercícios – um dia caminhada

e o outro de corrida. mas mantenha o ritmo.

Plano: de 4 até 6 vezes na semanaVeja se não é preciso reduzir a distância e

a velocidade. caminhe mais, corra menos.

Faça entre 20 e 30 minutos de exercícios.

se você corria ou fazia caminhada por

cerca de 60 minutos, a duração de treino

deve ser reduzida em 30% a 50%.

Para quem corria:

Plano: 2 a 3 vezes na semanaseg – 30 minutos de caminhada

Qua – 20 minutos de corrida

sex – 30 minutos de caminhada

Para quem fazia caminhada:

Plano: 2 a 3 vezes na semanaVocê pode praticar por até três vezes. Veja

se consegue aumentar um pouco o ritmo.

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caminhada e corrida(alternadas nos dias)

aVanÇadaS(para mulheres que já corriam

grandes distâncias todos os dias)

Plano: 6 vezes por semanaFaça entre 35 e 45 minutos, sempre

intercalando. Você pode aumentar o ritmo se

sentir que aguenta. deixe a caminhada mais

longa, com até 60 minutos, para o sábado ou o

domingo, quando você está mais descansada.

Plano: 6 vezes por semanaagora o ritmo vai depender do conforto que

você sentir. Pratique entre 30 e 40 minutos.

Você pode reduzir a quantidade dos treinos

de corrida e aumentar as caminhadas.

reduza em até 40% o tempo dos treinos de

corrida que você fazia. Pratique, no máximo,

de 30 a 40 minutos. desista de planos

mirabolantes de fitness. desacelere, mesmo.

Plano: 3 a 5 vezes na semana

seg – 40 minutos de caminhada

ter – 20 a 30 minutos de corrida ou caminhada

Qui – 40 minutos de caminhada

sex – 20 a 30 minutos de corrida ou caminhada

Você pode praticar exercícios

até o oitavo mês se fizer tudo

direitinho. e isso inclui estar

acompanhada por um especialista,

ter o aval do seu médico e ficar

comprometida com uma série de

cuidados, como manter uma boa

alimentação.

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se você for corredora,evite parar um treino

bruscamente. o organismotem um mecanismo naturalde defesa que pode levara uma queda de pressão e

até a um desmaio.

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FrequênciA cArdíAcA: há um aumentosignificativo do fluxo de sangue, o que exige mais vi-gor do coração. E não descuide da pressão.o que mudar: use um frequencímetro (que mede aquantidade de batimentos. Muitos médicos limitama intensidade do treino a 140 batimentos cardíacos,no máximo, por minuto). de qualquer maneira, con-sulte seu médico. Para evitar problemas com a pres-são, modere o consumo de sal.

reFlexos: a sensação de viver em slow motioné sua companheira de todos os dias? De fato, os re-flexos ficam mais lentos, o que significa que vocênão terá as reações rápidas o suficiente para se pro-teger numa queda, por exemplo.o que mudar: prefira percursos asfaltados que vocêconheça. Esqueça a ideia de correr em pista de terra.“A partir do sexto mês é interessante que a gestante dêpreferência às esteiras, terrenos acidentados são um pe-rigo”, afirma Cristina de Carvalho, coordenadora MaisMulher Consultoria Esportiva.

TemperATurA: ela vai estar mais alta.o que mudar: preste atenção no calor que você sentedurante os exercícios para não passar por algum malestar e até desmaiar durante o treino. Evite horáriosem que o sol está a pino e beba muita água.

HidrATAção: você vai precisar consumir maislíquido (cerca de 250ml a mais).o que mudar: significa esvaziar um squeeze de águaa mais do que o costume.

AlimenTAção: comer coisas pesadas e dedifícil digestão antes e durante o treino geradesconforto gástrico, assim como comidas gor-durosas e proteínas.o que mudar: antes do exercício consuma uma fontede carboidrato, como pão integral. Após o exercício, setiver fome e de acordo com a recomendação do seumédico, tome um pequeno lanche com fontes de pro-teína (queijo branco e peito de peru, por exemplo),uma de carboidrato e um suco. Se sentir tontura du-rante o treino pare devagar, e não bruscamente, ecoma uma fonte de carboidrato ou fruta.

Lembra quando você passava a mão num par de tê-nis e simplesmente ia caminhar, sem nenhuma preocu-pação? Nem sonhe em fazer isso agora. “Os exercíciospara a grávida necessitam de maior planejamento, jáque acontecem mudanças fisiológicas e biomecânicas”,afirma Gizele Monteiro, professora de educação físicada Método Mais Vida (SP), programa de exercícios foca-do em gestantes. Veja o que merece sua atenção:

impAcTo: os quilos a mais que você vai ganhar,somados ao inchaço, vão aumentar o impacto da ati-vidade sobre os joelhos, coluna e quadril.o que mudar: tenha um supertênis, um modelo ideialpara seu tipo de pisada e com amortecimento perfeito(seus pés estarão inchados também!). Antes de esco-lher um novo par, veja qual é o seu tipo de pisada. Seé pronada (a parte de fora do calcanhar, aquela con-trária da parte mais próxima da outra perna, toca ochão, o pé inicia uma rotação para dentro e a pisadatermina no dedão), se é supinada (o contrário da pro-nada: o calcanhar toca o solo e inicia uma rotação pa-ra fora e a pisada termina no dedinho) e a normal (aparte externa do calcanhar toca o solo, o pé incia umarotação discreta para dentro e a pisada termina coma ponta do pé inteira tocando o chão). Algumas lojaspossuem aparelhos que dão esta resposta, mas valeconsultar um ortopedista.

musculATurA: os hormônios relaxina e pro-gesterona causam uma espécie de frouxidão dos mús-culos e ligamentos para que o corpo se torne maiselástico. O saldo, para quem pratica atividade física,no entanto, é uma maior fragilidade muscular. Embom português: ficam mais suscetíveis a sofrer umalesão séria, como romper um ligamento de joelho,caso não haja preparação adequada.o que mudar: se você corre, precisa fortale-cer a musculatura por meio de exercícios loca-lizados ou musculação. Outro conselho que va-le para qualquer gestante é se manter em dia comas sessões de alongamento, assim seu corpo seprepara para suportar o impacto da atividade.

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