Pré renascimento
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Pré-Renascimento
Desde o século XIII, surgem manifestações precursoras do espírito humanista
que marcará o Renascimento. O processo de depuração da teologia se deve a
Santo Tomás de Aquino, cuja filosofia incorpora conceitos de Aristóteles;
Francesco Petrarca, no Cancioneiro, glorifica o amor na sua poesia lírica e fixa
a forma do soneto; Dante Alighieri faz a síntese da alma medieval com o
espírito novo; Giovanni Boccaccio, no Decamerão, faz impiedosa radiografia
da sociedade de seu tempo. Outros nomes importantes nessa fase de transição:
os poetas franceses Guilherme de Orleãs, de delicado lirismo, e François
Villon, cujo Grande testamento é um amargo testemunho sobre a condição
humana nessa época; e Geoffrey Chaucer, cujos Contos de Canterbury, em
versos, sintetizam os costumes e a cultura ingleses do século XV.
Dante Alighieri (1265-1321) nasce em Florença e por questões políticas é
obrigado a se exilar, morrendo em Ravena. Em Sobre a língua do povo, escrita
em latim para os eruditos da época, Dante defende o uso do italiano nas obras
poéticas. E é nessa língua que ele escreve a Divina Comédia, considerada a
primeira obra da literatura italiana. Esse relato, de uma viagem imaginária
pelo inferno, purgatório e paraíso, é uma alegoria do percurso do homem em
busca de si mesmo.
Giovanni Boccaccio (1313-1375) é filho de um mercador da região da
Toscana, Itália. Seu pai o faz estudar em Nápoles e Florença. Boccaccio lê os
clássicos latinos e escreve poesias. Decamerão, escrito em prosa, traz cem
histórias curtas contadas por três moças e sete rapazes que se refugiam no
campo para fugir da peste negra. Nas histórias se chocam os valores cristãos e
o espírito libertino, sinais da transição para o renascimento.
Renascimento.
Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística
e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou
Renascença.
As características principais deste período são as seguintes:
● Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época
renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e
humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;
● As qualidades mais valorizadas no ser humano passam a ser a
inteligência, o conhecimento e o dom artístico;
● Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em
Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o
principal personagem (antropocentrismo).
● A razão e a natureza passam a ser valorizados com grande intensidade.
O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar
métodos experimentais e de observação da natureza e universo.
Renascimento Cultural
Durante os séculos XIV e XV as cidades italianas como, por exemplo,
Gênova, Veneza e Florença, passam a acumular grandes riquezas provenientes
do comércio. Estes ricos comerciantes começam a investir nas artes,
aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é
conhecida como o berço do Renascimento. Porém, este movimento cultural
não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus
como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França e Países Baixos.
Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:
● Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura,
pintura e escultura.
● Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina.
● Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).
● Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.
Na área científica podemos mencionar a importância dos estudos de
astronomia do polonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária
idéia do heliocentrismo (teoria que defendia que o Sol estava no centro do
sistema solar).Copérnico também estudou os movimentos das estrelas.
Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos
ópticos, além de construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este
cientista também defendeu a idéia de que a Terra girava em torno do Sol. Este
motivo fez com que Galileu fosse perseguido, preso e condenado pela Igreja
Católica, que considerava esta idéia como sendo uma heresia. Galileu teve que
desmentir suas idéias para fugir da fogueira.
Contexto Histórico
As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o
comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do
século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente,
muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com
isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção
artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.
Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira
aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato,
tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se
tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam.
Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem pinturas
(retratos) e esculturas junto aos artistas.
Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período,
dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística.
Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um
expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou
a ser conhecida como o berço do Renascimento.
O Renascimento, movimento artístico, científico e literário que floresceu na
Europa entre o período corresponde à Baixa Idade Média e início da Idade
Moderna (do século XIV ao XVI). Os humanistas valorizavam os temas em
torno do homem e a busca de conhecimentos e inspiração nas obras da
antigüidade clássica.
Os humanistas consideravam a Idade Média um período de "Trevas
Culturais", por terem sido esquecidos os modelos da cultura greco-latina. O
pensamento medieval, dominado pela religião, cede lugar a uma cultura
voltada para os valores do indivíduo. Os artistas, inspirando-se uma vez mais
no legado clássico grego, buscam as dimensões ideais da figura humana e a
representação fiel da realidade. Embora grandes admiradores da cultura
clássica, os artistas e intelectuais do Renascimento, adquirindo maior
confiança na sua própria capacidade, não se limitaram a imitar os modelos
antigos passaram a buscar inspiração na natureza que os cercava.
Esse movimento, cujo berço foi a Itália, teve em Florença e Roma seus dois
centros mais importantes.
E pode ser dividido em Duocento (1200 a 1299), Trecento (1300 a 1399),
Quattrocento (1400 a 1499) e Cinquecento (1500 a 1599).
IMPRESSIONISMO
O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou
profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século
XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas,
que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os
resultados que caracterizaram a pintura impressionista.
Principais características da pintura:
* A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a
luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam
constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
* As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do
ser humano para representar imagens.
* As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual
que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam
representá-las no passado.
* Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das
cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma
impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro tão
valorizado pelos pintores barrocos.
* As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na
paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em
pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as
várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser
técnica para se óptica.
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi
numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de 1874. Mas o público
e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois ainda se mantinham
fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.
Claude Monet - incessante pesquisador da luz e seus efeitos pintou vários motivos em diversas horas do dia, a fim de estudar as mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade.
Auguste Renoir foi o pintor impressionista que ganhou maior popularidade e chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o corpo feminino com formas puras e isentas de
erotismo e sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas.
Edgar Degas sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadros são interiores e a luz é artificial. Sua grande preocupação era flagrar um instante da vida das pessoas, aprender um momento do movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados
DADAÍSMO
Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se
tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados
para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a
Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça,
eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra.
Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a
incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes
em evitar a destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta
acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan num dicionário alemão-
francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil
"cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte
que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra.
Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas
o resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos
por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a
incoerência, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto
contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra.
Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo
artista francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado
de consumo popular, tratado como objeto de arte por opção do artista.
O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.
Características principais do dadaísmo:
- Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma nova forma e dentro
de um contexto artístico;
- Irreverência artística;
- Combate às formas de arte institucionalizadas;
- Crítica ao capitalismo e ao consumismo;
- Ênfase no absurdo e nos temas e conteúdos sem lógica;
- Uso de vários formatos de expressão (objetos do cotidiano, sons, fotografias,
poesias, músicas, jornais, etc.) na composição das obras de artes plásticas;
- Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação aos
acontecimentos políticos do mundo.
Nega totalmente:
a razão;
a arte tradicional;
a literatura tradicional;
- Proclama:
a espontaneidade;
o acaso;
a dúvida absoluta;
o primado dúvida absoluta;
o primado do instinto, do inconsciente, do radicalismo e do individualismo;
- O único princípio programático admitido é a incoerência;
Curiosidade - Receita para fazer um poema dadaísta:
1. Pegue num jornal.
2. Pegue numa tesoura.
3. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu
poema.
4. Recorte o artigo.
5. Recorte em seguida, com atenção, algumas palavras que formam esse
artigo e meta-as num saco.
6. Agite suavemente.
7. Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
8. Copie, precisamente, na ordem em que elas são tiradas do saco.
9. O poema está concluido.
Principais artistas:
Marcel Duchamp (1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos como a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas.
O experimentalismo e a provocação o conduziram a idéias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem um título, adquiriam a condição de objeto de arte.
Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), inventou mecanismos ópticos.
Man Ray (1890-1976, americano, nome real Emmanuel Radnitzky) – A pintura, seu primeiro quadro (1913) é cubista, assim como o cinema, quatro curta-metragens produzidos na década de 40, sempre andaram a reboque da grande paixão que Man Ray tinha pela fotografia. Era um experimentalista por excelência. Mesmo sem deixar a sua paixão de lado, funda, em 1915, a primeira revista dadaísta dos Estados Unidos, The Ridgefield Gazook, e, em 1921, participa da primeira Exposição Surrealista de Fotos, em Paris. E, tentando enquadrar a fotografia na categoria de arte, escreve, em 1937, o livro Fotografia não é Arte?
Fazia, assim, uma provocação tipicamente dadaísta à sociedade da época. Man Ray trabalhou, a exemplo da arte pictórica do século IX, em três gêneros: natureza morta, paisagem e retrato. Lidando com os princípios básicos da fotografia, ele inova, busca relevo, a terceira dimensão e, para alcançar isso, começa a usar a raio grafia, uma técnica em que objetos são colocados sobre o papel fotográfico em um quarto escuro e expostos à luz sem utilização da câmera.
Man Ray foi, na verdade, o grande defensor da fotografia como arte, uma espécie de artesão conceitual, sempre brincando com uma consciência por trás
das coisas em busca da metáfora e não simplesmente jogando elementos.
Bibliografia:
HAUSER, Arnold. História Social da Arte e da Literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2009.