Poster Impacto da Avaliacao do Saresp

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Introdução APPLE, Michael W. Ideologia e currículo. São Porto Alegre, Artes Médicas, 2006. ________. Educação e poder. Porto Alegre, Artes Médicas, 1989. SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Trad. Ernani F. da F. Rosa. 3ª ed. Porto alegre: Artmed, 2000. _________ . Poderes instáveis em educação. Porto Alegre, Artes Médicas, Sul, 1999. SAUL, Ana Maria. Avaliação emancipatória: desafios à teoria e à prática de avaliação e reformulação de currículo (3ª ed.). São Paulo, Cortez, 1995. _________ . A construção do currículo na teoria e prática de Paulo Freire. In: APPLE, Michael W. & NÓVOA, António. (org.). Paulo Freire: política e pedagogia. Porto, Porto Editora, 1998a. OLIVEIRA, Z. M. R. Avaliação da aprendizagem e progressão continuada: bases para a construção de uma nova escola. Estudos em Avaliação Educacional, n. 18, p. 7-12, 1998. VIANNA, Heraldo. Avaliações nacionais em larga escala: análises e propostas. São Paulo: FCC, 2003. _________. A prática da avaliação educacional: algumas colocações metodológicas. In: Caderno de Pesquisa, São Paulo, n.68, Fundação Carlos Chagas, mai.1989. _________. Avaliação educacional e o avaliador. São Paulo: IBRASA, 2000. Como professor, desde 2002, sempre me incomodou uma realidade não tão nova que se apresenta: a avaliação e suas vicissitudes na realidade escolar do ponto de vista da aprendizagem e das políticas públicas à sua efetivação. Em 2008 foi estabelecido um ranking entre as escolas da SEESP (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) a partir do IDESP (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) que é um indicador de qualidade da Educação considerando o desempenho dos alunos nos exames do SARESP e o fluxo escolar estabelecendo metas para cada unidade escolar por segmento e para unidade como um todo. Esse ranking criou um grupo de escolas com baixo rendimento e que tem recebido vultosos investimentos financeiros além de uma maior atenção administrativa e pedagógica na efetivação do currículo e do conhecimento a fim de superar o baixo índice e alcançar as metas. Inquietou-me o fato de a avaliação da escola ser discutida sem um embasamento teórico, o que me levou a investigar o tema que apresento nesse trabalho. A intenção, portanto, é refletir sobre meu próprio contexto, gerando possíveis contribuições para o aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem. Problema, Objeto e Objetivos O problema central do presente trabalho é pesquisar o impacto de Políticas Públicas em Educação, em especial, resultante de ações decorrentes da avaliação externa do SARESP, no processo de desenvolvimento do Currículo. Objeto da pesquisa: Avaliação e Avaliação externa enquanto política pública para educação O objetivo é analisar a introdução da avaliação externa no âmbito das redes de ensino como um caminho para recriação da própria escola frente ao desenvolvimento da prática pedagógica e regulação do sistema, integrando e interagindo de forma contínua, conjuntamente com outras práticas Referencial Teórico Os vários modelos de avaliação remetem a um pensamento, sintetizado por Vianna (2000), que acredito ser muito atual e que, de certa forma, demonstra a complexidade encontrada nesse campo temático: “As várias áreas do conhecimento, especialmente as de estruturação mais recente, como é o caso da avaliação, estão sujeitas a disputas de natureza ideológica. A avaliação faz uso de diferentes modelos, frutos de concepções as mais diversas, e enfrenta complexos problemas metodológicos difíceis de consenso. Tudo isso traduz a intensa fermentação que existe em seu campo de atuação, o que é um sintoma bastante positivo, conforme Scriven (1973) (VIANNA, 2000, p.99).” O conceito de avaliação, de maneira geral, refere-se à ação de testar, medir ou atribuir valor a alguma coisa; apreciar ou estimar o merecimento de calcular, computar e conhecer a grandeza de; fazer uma apreciação. Como uma síntese desses sentidos Vianna (1989, p. 41) afirma que “avaliar é determinar o valor de alguma coisa para um determinado fim”. Vianna (1989, 2000) afirma a avaliação educacional é, portanto, um termo que abrange a avaliação de vários fenômenos, processos e atividades no campo da educação, mas isso não implica que as avaliações tenham sempre o mesmo enfoque. Em decorrência dessa reflexão, um problema importante que se coloca diz respeito ao tratamento dos resultados divulgados na escola e, portanto, interessa pesquisar como os docentes lidam com os mesmos, pois de nada adianta promover automaticamente o aluno e sim providenciar as condições necessárias à apropriação, pelo educando, das “aprendizagens essenciais, com o domínio de habilidades e atitudes de busca de novas informações e conhecimentos” (Oliveira, 1998, p. 9). O currículo tem assim, papel importante nesse panorama de uma nova sociedade reconhecida como: “sociedade do conhecimento, sobretudo em consequência da informatização e globalização das telecomunicações a ela associados, onde predomina muito mais a informação e não os conhecimentos já que estes estocam as informações, dando andamento a uma Revolução da Informação” (GADOTTI, 2006 p. 6) O professor é um “mediador do conhecimento diante do aluno” (Gadotti, 2000 p. 8). Sacristán (2000, p. 16), é referência para a discussão e elucidação sobre o currículo. Discute que o currículo cumpre sua função como “expressão do projeto de cultura e socialização, realizado através de seus conteúdos, de seu formato e das práticas que cria em torno de si. Tudo isso se produz ao mesmo tempo: conteúdos (culturais ou intelectuais e formativos), códigos pedagógicos e ações práticas através dos quais se expressam e modelam conteúdos e formas”. Conforme aponta Abramowicz (2007) “Autores como Guadilla (1995), Apple (1982, 1989, 2003) e Lima (2000), dentre outros, vêm constatando em seus estudos e pesquisas que, em meio às pressões do cenário de mercado e como resultado das contradições geradas pelo capital no processo de globalização, surgem movimentos de resistência e luta pela cidadania, pela democracia radical, expressas em práticas sociais, entre elas as gestões de feitio democrático” (p. 27). Metodologia A metodologia de investigação terá abordagem qualitativa e serão utilizados procedimentos de análise de documentos, entrevistas e questionários, para estudo de caso. O trabalho de campo será desenvolvido em duas escolas públicas da cidade de São Paulo, na Diretoria de Ensino Região Sul 3. A escolha dessa Diretoria se deu pelo fato desta se configurar na maior Diretoria de Ensino da Capital e por oferecer realidades díspares na gestão do currículo com realidades culturais, econômicas, tecnológicas e políticas por vezes divergentes. As duas escolas serão selecionadas considerando o seu baixo índice e suas metas do IDESP e ações de acompanhamento definidas pela Secretaria da Educação para essas escolas.A análise tem a intenção, também, de examinar como um mesmo plano de trabalho pode refletir práticas diferentes. Neste trabalho privilegiaremos o ponto de vista docente para analisar o problema da avaliação externa e reflexão sobre as ações resultantes desta na prática e desenvolvimento do currículo da escola como representante de uma rede de ensino. Os procedimentos que se pretende adotar são: pesquisa bibliográfica; análise da literatura e de experiências sobre o tema. Serão aplicados questionários com questões objetivas e dissertativas, aos professores das escolas pesquisadas. Os procedimentos metodológicos da pesquisa serão desenvolvidos em cinco fase que se interpenetram: 1.Levantamento da bibliografia referente à Avaliação, Currículo e Políticas Públicas; 2.Análise do plano de ações das escolas: 3.Realização de entrevistas semi-estruturadas e aplicação de questionários aos professores ; 4.Análise dos resultados de avaliação nas unidades escolares pesquisadas e 5.Redação do relatório da pesquisa. Expectativas de resultado Por tratar-se de uma pesquisa em início, esperamos que contribua na reflexão sobre os aspectos da avaliação no na promoção de políticas públicas efetivas, que garantam a qualidade que buscamos na educação formal de nossos jovens Referências Bibliográficas (Iniciais) Palavras Chave Avaliação, Currículo, Políticas Públicas.

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Introdução Introdução

APPLE, Michael W. Ideologia e currículo. São Porto Alegre, Artes Médicas, 2006. ________. Educação e poder. Porto Alegre, Artes Médicas, 1989.SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Trad. Ernani F. da F. Rosa. 3ª ed. Porto alegre: Artmed, 2000._________ . Poderes instáveis em educação. Porto Alegre, Artes Médicas, Sul, 1999.SAUL, Ana Maria. Avaliação emancipatória: desafios à teoria e à prática de avaliação e reformulação de currículo (3ª ed.). São Paulo, Cortez, 1995. _________ . A construção do currículo na teoria e prática de Paulo Freire . In: APPLE, Michael W. & NÓVOA, António. (org.). Paulo Freire: política e pedagogia. Porto, Porto Editora, 1998a.OLIVEIRA, Z. M. R. Avaliação da aprendizagem e progressão continuada: bases para a construção de uma nova escola. Estudos em Avaliação Educacional, n. 18, p. 7-12, 1998.VIANNA, Heraldo. Avaliações nacionais em larga escala: análises e propostas. São Paulo: FCC, 2003. _________. A prática da avaliação educacional: algumas colocações metodológicas. In: Caderno de Pesquisa, São Paulo, n.68, Fundação Carlos Chagas, mai.1989. _________. Avaliação educacional e o avaliador. São Paulo: IBRASA, 2000.

Como professor, desde 2002, sempre me incomodou uma realidade não tão nova que se apresenta: a avaliação e suas vicissitudes na realidade escolar do ponto de vista da aprendizagem e das políticas públicas à sua efetivação.Em 2008 foi estabelecido um ranking entre as escolas da SEESP (Secretaria de Educação do Estado de São Paulo) a partir do IDESP (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) que é um indicador de qualidade da Educação considerando o desempenho dos alunos nos exames do SARESP e o fluxo escolar estabelecendo metas para cada unidade escolar por segmento e para unidade como um todo. Esse ranking criou um grupo de escolas com baixo rendimento e que tem recebido vultosos investimentos financeiros além de uma maior atenção administrativa e pedagógica na efetivação do currículo e do conhecimento a fim de superar o baixo índice e alcançar as metas. Inquietou-me o fato de a avaliação da escola ser discutida sem um embasamento teórico, o que me levou a investigar o tema que apresento nesse trabalho.A intenção, portanto, é refletir sobre meu próprio contexto, gerando possíveis contribuições para o aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem.

Problema, Objeto e ObjetivosProblema, Objeto e Objetivos

O problema central do presente trabalho é pesquisar o impacto de Políticas Públicas

em Educação, em especial, resultante de ações decorrentes da avaliação externa do

SARESP, no processo de desenvolvimento do Currículo.

Objeto da pesquisa: Avaliação e Avaliação externa enquanto política pública para

educação

O objetivo é analisar a introdução da avaliação externa no âmbito das redes de ensino

como um caminho para recriação da própria escola frente ao desenvolvimento da prática

pedagógica e regulação do sistema, integrando e interagindo de forma contínua,

conjuntamente com outras práticas

Referencial Teórico Referencial Teórico

Os vários modelos de avaliação remetem a um pensamento, sintetizado por Vianna (2000), que

acredito ser muito atual e que, de certa forma, demonstra a complexidade encontrada nesse campo

temático:

“As várias áreas do conhecimento, especialmente as de estruturação mais recente, como é o caso da avaliação, estão sujeitas a disputas de natureza ideológica. A avaliação faz uso de diferentes modelos, frutos de concepções as mais diversas, e enfrenta complexos problemas metodológicos difíceis de consenso. Tudo isso traduz a intensa fermentação que existe em seu campo de atuação, o que é um sintoma bastante positivo, conforme Scriven (1973) (VIANNA, 2000, p.99).”

O conceito de avaliação, de maneira geral, refere-se à ação de testar, medir ou atribuir valor a alguma

coisa; apreciar ou estimar o merecimento de calcular, computar e conhecer a grandeza de; fazer uma

apreciação. Como uma síntese desses sentidos Vianna (1989, p. 41) afirma que “avaliar é determinar

o valor de alguma coisa para um determinado fim”.

Vianna (1989, 2000) afirma a avaliação educacional é, portanto, um termo que abrange a

avaliação de vários fenômenos, processos e atividades no campo da educação, mas isso não

implica que as avaliações tenham sempre o mesmo enfoque.

Em decorrência dessa reflexão, um problema importante que se coloca diz respeito ao tratamento dos

resultados divulgados na escola e, portanto, interessa pesquisar como os docentes lidam com os

mesmos, pois de nada adianta promover automaticamente o aluno e sim providenciar as condições

necessárias à apropriação, pelo educando, das “aprendizagens essenciais, com o domínio de habilidades

e atitudes de busca de novas informações e conhecimentos” (Oliveira, 1998, p. 9).

O currículo tem assim, papel importante nesse panorama de uma nova sociedade reconhecida como:“sociedade do conhecimento, sobretudo em consequência da informatização e globalização das telecomunicações a ela associados, onde predomina muito mais a informação e não os conhecimentos já que estes estocam as informações, dando andamento a uma Revolução da Informação” (GADOTTI, 2006 p. 6)

O professor é um “mediador do conhecimento diante do aluno” (Gadotti, 2000 p. 8). Sacristán (2000,

p. 16), é referência para a discussão e elucidação sobre o currículo. Discute que o currículo cumpre

sua função como “expressão do projeto de cultura e socialização, realizado através de seus conteúdos, de seu formato e das práticas que cria em torno de si. Tudo isso se produz ao mesmo tempo: conteúdos (culturais ou intelectuais e formativos), códigos pedagógicos e ações práticas através dos quais se expressam e modelam conteúdos e formas”.

Conforme aponta Abramowicz (2007) “Autores como Guadilla (1995), Apple (1982, 1989, 2003) e Lima (2000), dentre outros, vêm constatando em seus estudos e pesquisas que, em meio às pressões do cenário de mercado e como resultado das contradições geradas pelo capital no processo de globalização, surgem movimentos de resistência e luta pela cidadania, pela democracia radical, expressas em práticas sociais, entre elas as gestões de feitio democrático” (p. 27).

MetodologiaMetodologia

A metodologia de investigação terá abordagem qualitativa e serão utilizados procedimentos de análise de documentos, entrevistas e questionários, para estudo de caso.  O trabalho de campo será desenvolvido em duas escolas públicas da cidade de São Paulo, na Diretoria de Ensino Região Sul 3. A escolha dessa Diretoria se deu pelo fato desta se configurar na maior Diretoria de Ensino da Capital e por oferecer realidades díspares na gestão do currículo com realidades culturais, econômicas, tecnológicas e políticas por vezes divergentes. As duas escolas serão selecionadas considerando o seu baixo índice e suas metas do IDESP e ações de acompanhamento definidas pela Secretaria da Educação para essas escolas.A análise tem a intenção, também, de examinar como um mesmo plano de trabalho pode refletir práticas diferentes. Neste trabalho privilegiaremos o ponto de vista docente para analisar o problema da avaliação externa e reflexão sobre as ações resultantes desta na prática e desenvolvimento do currículo da escola como representante de uma rede de ensino. Os procedimentos que se pretende adotar são: pesquisa bibliográfica; análise da literatura e de experiências sobre o tema. Serão aplicados questionários com questões objetivas e dissertativas, aos professores das escolas pesquisadas.Os procedimentos metodológicos da pesquisa serão desenvolvidos em cinco fase que se interpenetram:1.Levantamento da bibliografia referente à Avaliação, Currículo e Políticas Públicas; 2.Análise do plano de ações das escolas:3.Realização de entrevistas semi-estruturadas e aplicação de questionários aos professores ; 4.Análise dos resultados de avaliação nas unidades escolares pesquisadas e5.Redação do relatório da pesquisa.

Expectativas de resultadoExpectativas de resultado

Por tratar-se de uma pesquisa em início, esperamos que contribua na

reflexão sobre os aspectos da avaliação no na promoção de políticas

públicas efetivas, que garantam a qualidade que buscamos na educação

formal de nossos jovens

Referências Bibliográficas (Iniciais)

Referências Bibliográficas (Iniciais)

Palavras Chave Palavras Chave

Avaliação, Currículo, Políticas Públicas.