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ANLISE DE CONFIABILIDADE NA CRAVAO DE ESTACAS DE
CONCRETO PR-MOLDADO
EDIO SOARES PEREIRA JUNIOR
Dissertao apresentada ao Centro de Cinciase Tecnologia, da Universidade Estadual do
Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte
das exigncias para obteno do ttulo de
Mestre em Cincias de Engenharia no curso de
Geotecnia.
Orientador: Prof. Fernando Saboya Albuquerque Junior
Campos dos Goytacazes
Setembro de 2003
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A Deus e a minha famlia.
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Meus agradecimentos,
Ao Prof. Fernando Saboya Albuquerque Jnior, orientador da dissertao,
pelo apoio e a confiana depositada.
FAPERJ, pelo apoio financeiro prestado.
Aos meus pais pelo incentivo e apoio pesquisa realizada.
Deus, por conceder sade e fora necessrias para o desenvolvimento
deste trabalho.
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SUMRIO
LISTA DE ILUSTRAES...............................................................................................IIILISTA DE TABELAS........................................................................................................V
LISTA DE SMBOLOS....................................................................................................VI
Captulo 1. INTRODUO................................................................................................1
Captulo2. REVISO BIBLIOGRFICA........................... ................................................3
2.1. Introduo .................................................................................................................3
2.2. Anlises determinsticas........ ...................................................................................4
2.2.1. Descrio dos mtodos determinsticos de capacidade de
carga de fundaes profundas..........................................................................................4
2.2.2. Mtodos tericos.....................................................................................................6
2.2.2.1. Resistncia lateral (RL).........................................................................................7
2.2.2.2. Mtodo em termos de tenses efetivas...............................................................8
2.2.2.3. Mtodo em termos de tenses totais.................................................................11
2.2.2.4. Resistncia de ponta (RP)..................................................................................15
2.2.3. Mtodos semi-empricos.......................................................................................17
2.2.4. Mtodo de controle de capacidade de carga in situ....................................... .......22
2.3. Conceitos bsicos de probabilidade, estatstica e confiabilidade............................25
2.3.1. Anlise probabilstica............................................................................................25
2.3.1.1. Funo de probabilidade....................................................................................26
2.3.1.2. Caracterizao da densidade pelo mtodo dos
momentos.......................................................................................................................26
2.3.1.3. Densidade normal..............................................................................................27
2.3.2. Anlise estatstica.................................................................................................28
2.3.2.1. Anlise grfica da amostra.................................................................................29
2.3.2.2. Anlise aritmtica da amostra............................................................................30
2.3.3. Aspectos conceituais de anlise de confiabilidade...............................................31
I
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2.3.3.1. Aspectos conceituais da confiabilidade inerentes ao
fator de segurana..........................................................................................................31
2.3.4. Mtodo do Segundo Momento de Primeira Ordem..............................................35
2.3.5. Estimativa de Probabilidade de Fracasso.............................................................37
2.4. Risco admissvel......................................................................................................39
2.5. Aplicaes de estatstica, probabilidade e confiabilidade em
geotecnia.........................................................................................................................40
3. MONITORAO DAS ESTACAS E O ENSAIO SPT.................................................45
3.1. Introduo................................................................................................................45
3.2. Localizao..............................................................................................................45
3.3. Sondagens executadas............................................................................................45
3.4. Determinao do repique elstico e nega................................................................54
4. ANLISE DE CONFIABILIDADE EM FUNDAES PROFUNDAS...........................58
4.1. Introduo................................................................................................................58
4.2. Procedimentos da anlise de confiabilidade............................................................55
4.2.1. Anlise estatstica dos parmetros geotcnicos...................................................58
4.2.2. Anlises determinsticas.......................................................................................64
4.2.3. Anlises das varincias dos fatores de segurana...............................................65
4.2.3.1. Estudo da aproximao por difernas divididas...............................................65
4.2.4. Estimativa da confiabilidade associada probabilidade de ruptura.....................67
4.3. Interpretao dos resultados....................................................................................76
4.4. Avaliao dos fatores de segurana referentes confiabilidade
admissivel........................................................................................................................78
5. CONCLUSES E CONSIDERAES.......................................................................80
5.1. Concluses..............................................................................................................80
5.2. Consideraes.........................................................................................................81
5.3. Sugestes................................................................................................................81
Referncias Bibliogrficas...............................................................................................82
Anexo 1 Valores da funo distribuio acumulada normal........................................86
Anexo 2 Tabelas referentes simulao do parmetro C3e Nspt................................87
II
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LISTA DE ILUSTRAES
Figura 2.1 - Estaca carregada axialmente....................................................................6
Figura 2.2 Estado de tenses do solo adjacente estaca,(a) antesda instalao e (b) aps a instalao...........................................................................8
Figura 2.3 Fator de adeso (Tomlinson, 1957)....................................................12
Figura 2.4 Fator de Adeso (Kulhawy e Phoon 1993).........................................14
Figura 2.5 Superfcies de ruptura (vsic, 1967)......................................................16
Figura 2.6 Fatores de capacidade de carga, Nq (Vsic, 1975)................................16
Figura 2.7 Fator de correo de k para estacas metlicas tubulares cravadas
em areia......................................................................................................................21Figura 2.8 Fator de correo de k para estacas quadradas de concreto
cravadas em areia......................................................................................................22
Figura 2.9 - Repique elstico e Nega para um golpe.................................................24
Figura 2.10. Grfico de uma distribuio normal........................................................28
Figura 2.11 - Exemplo de um histograma de uma varivel aleatria.........................29
Figura 2.12. Relao x FSem funo do desvio padro ( DellAvanzi, 1995)........35
Figura 2.13. Comparao entre duas situaes com mdias e distribuiesde FS diferentes (Christian, 1992)..............................................................................38
Figura 2.14. Relao entre e para distribuio normal de FSPf
(Christian, 1992).........................................................................................................39
Figura 2.15. Valores usuais de probabilidade e conseqncias de ruptura
(Whitman, 1984).........................................................................................................40
Figura 2.16. Seo tpica do talude ( Sandroni e Sayo, 1992).................................41
Figura 3.1 Localizao geogrfica de Campos dos goytacazes.............................46Figura 3.2 Disposio das sondagens na rea da obra..........................................47
Figura 3.3 Perfil de sondagem................................................................................53
Figura 3.4 Perfil composto da sondagem................................................................54
Figura 3.5 - Medio do repique elstico e nega.......................................................55
Figura 3.6 - Representao da medida do repique elstico e nega...........................56
Figura 3.7 - Repique elstico e nega obtidos em um golpe do martelo.....................56
Figura 4.1 Aparelho medidor de repique.................................................................59Figura 4.2 - Fator de segurana x ndice de confiabilidade........................................69
III
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Figura 4.3 - Fator de segurana x ndice de confiabilidade para intervalos
de variao de C3.......................................................................................................74
Figura 4.4 - Fator de segurana x ndice de confiabilidade para
Nsptem torno da regio da obra.................................................................................77
Figura 4.5 - Porcentagem de influncia de cada parmetro na confiabilidade..........78
IV
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LISTA DE TABELAS
Tabela2.1 Valores tpicos de coeficientes de variao em solos (Lee et al., 1983)..5
Tabela2.2- Valores para o fator para estacas escavadas.......................................10
Tabela 2.3 Valores para o fator para estacas cravadas.......................................10
Tabela 2.4 Relao entre os ngulos / (Potyondy, 1961)...................................11
Tabela 2.5 Fator de adeso .................................................................................13
Tabela 2.6 Fator caracterstico do do solo C (Decourt e Quaresma, 1978)............18
Tabela 2.7 Coeficientes k e (Aoki e Velloso, 1975).............................................20
Tabela 2.8 Coeficientes de transformao F1e F2 (Aoki e Velloso, 1975)..............20
Tabela 3.1 Valores do repique elstico e nega obtidos na cravao......................57
Tabela 3.2 Valor do Nsptmdio por camada............................................................57
Tabela 4.1 - Valores sugeridos para C3.....................................................................59
Tabela 4.2 Dados do repique elstico e nega da obra............................................60
Tabela 4.3 Anlise estatstica dos parmetros da obra..........................................61
Tabela 4.4 Anlise estatstica das sondagens em torno da obra............................62
Tabela 4 5 Intervalo de variao de C3 ..................................................................63
Tabela 4.6 Anlise estatstica na variao do parmetro C3...................................64Tabelas 4.7 a 4.13 Clculo de com parmetros da obra......................................69
Tabela 4.14 Fator de segurana e probabilidade de ruptura associada
ao ndice de confiabilidade.........................................................................................73
Tabela 4.15 Fator de segurana x ndice de confiabilidade....................................74
Tabela 4.16 Relao entre a varincia e o ndice de confiabilidade.......................76
V
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LISTA DE SIMBOLOS
AL rea do fuste da estaca........................................................................... 6
AP rea da ponta da estaca.................................................................6
B largura ou dimetro da seo transversal do fuste da estaca..15
C fator caracterstico do solo....................................................18
c coeso efetiva do solo.............................................................8
C1 constante emprica para determinao de .............................13
C2 Compresso elstica da estaca....................................................20
C3 Compresso elstica do solo................................................................. 20
Cov (X) coeficiente de variao............................................................................34
CPT ensaio de penetrao de cone (cone penetration test)
eo Fator de correo................................................................................... 20
ef Fator de correo....................................................................................20
E Mdulo de Yong da estaca......................................................................23
E[x] valor esperado.........................................................................................26
f(x) funo densidade de probabilidade........................................................25
F(t) funo de distribuio..............................................................................25
FS fator de segurana..................................................................................33
F1 coeficiente de transformao para a resistncia de ponta da estaca......19
F2 coeficiente de transformao para a resistncia lateral da estaca..........19
fs atrito lateral medido no cone....................................................................18
G(X) funo de desempenho...........................................................................31
k fator de correlao entre o tipo de solo e qc ...........................................19
K Repique Elstico......................................................................................20Ka coeficiente de empuxo ativo.......................................................................9
K0 coeficiente de empuxo no repouso.............................................................9
Kp coeficiente de empuxo passivo..................................................................9
L comprimento total da estaca....................................................................23
N Valor mdio do SPT ao longo da estaca.................................................20
NSPT ndice de resistncia a penetrao
Nc, Nq, Ng fatores de capacidade de carga...................................................15pa presso atmosfrica................................................................................14
VI
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Pf probabilidade de ruptura........................................................................32
qL resistncia lateral unitria de uma estaca.................................................6
qP resistncia de ponta unitria de uma estaca............................................6
R capacidade de resistncia.......................................................................68
_
R capacidade de resistncia mdia............................................................19
RL resistncia lateral de uma estaca............................................................15
RP resistncia de ponta de uma estaca........................................................15
Ru Resistncia ltima da Estaca..................................................................22
S Nega........................................................................................................22
S demanda de solicitao..........................................................................68
SPT ensaio padronizado de penetrao (standard penetration test)
s desvio padro da amostragem...............................................................30
S demanda de solicitao.........................................................................17
Su resistncia ao cisalhamento no-drenada..............................................12
_
S demanda de solicitao mdia...............................................................19
t(x) funo de freqncia..............................................................................28
T(x) funo de freqncia acumulada...........................................................29V[x] varincia da distribuio.........................................................................26
V[fs] varincia do fator de segurana.............................................................37
x varivel aleatria....................................................................................25
mdia da amostragem............................................................................29
Z varivel aleatria padronizada...............................................................27
fator de adeso lateral em termos de tenses totais.............................12
(%) fator de correlao entre o tipo de solo e a resistncia lateral...............19 fator de capacidade de carga lateral em termos de tenses efetivas..... 9
ndice de confiabilidade..........................................................................18
ngulo de atrito entre o solo e a estaca....................................................8
() funo densidade acumulada aferida em ...........................................37
ngulo de resistncia ao cisalhamento efetivo do solo..........................11
peso especfico aparente do solo...........................................................15
mdia da distribuio.............................................................................26G valor mdio da funo de desempenho.................................................31
VII
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h tenso efetiva horizontal..........................................................................8
v tenso efetiva vertical...............................................................................8
desvio padro..........................................................................................26
[x] desvio padro da distribuio..................................................................26G desvio padro da funo de desempenho..............................................31
R desvio padro da capacidade de resistncia..........................................33
S desvio padro da demanda de solicitao..............................................33
FS desvio padro do coeficiente de segurana............................................34
s tenso cisalhante.......................................................................................8
VIII
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RESUMO
As obras geotcnicas no geral tm sido estudadas tradicionalmente de forma
determinstica. Contudo a engenharia geotcnica lida com uma gama de materiais
com propriedades e parmetros altamente variveis e influenciados por diversos
fatores. Visando quantificar a variabilidade inerente s previses determinsticas,
conceitos de probabilidade e estatstica so utilizados como forma de racionalizar as
incertezas ocasionadas.
Neste mbito, torna-se possvel inferir sobre a confiabilidade dos resultados
apresentados pelos procedimentos convencionais e estimar o risco de insucesso
intrnseco ao projeto.
Desta maneira, este trabalho prope um estudo do controle de cravao de
estacas via repique elstico, enfocando aspectos probabilsticos das variveis
envolvidas no clculo da capacidade de carga de estacas pr-moldadas. Apresenta
um resumo com os conceitos bsicos de probabilidade e estatstica necessrios
para a compreenso do assunto. Desenvolve-se o Mtodo do Segundo Momento de
Primeira Ordem para quantificao da confiabilidade inerente ao desempenho de
fundaes.
Os clculos so apresentados com base no controle de cravao de estacas
de concreto pr-moldado, numa obra localizada na regio central de Campos dos
Goytacazes-RJ.
IX
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ABSTRACT
In general geotechnical analysis traditionally have been carried out in
deterministic way. However geotechnical engineering deals with materials whose
properties and parameters are strongly variables and influenced by several factors.
Aiming to quantify the variability inherent to the deterministic approach, probability
concepts are used as a tool to rationalize the associated uncertainties.
In this way, it is possible to infer over reliability of results obtained by using
conventional methods and estimate the intrinsic risk of failure.
Thus, this work proposes a study regarding the control of pile driving by the
elastic rebound method, focusing specifically probabilistic aspects of the variables
involved in the bearing capacity prediction of driven piles. This work also presents a
brief discussion regarding basic concepts of statistics and probability, which are
considered important to the understanding of the subject. It is also shown the
formulation of First Order Second Moment for the assessment of reliability of the
deep foundation.
Results are presented based on controlling of pre-cast pile driving in a building
construction work in Campos dos Goytacazes, RJ, Brazil.
X
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Captulo 1
INTRODUO
As obras geotcnicas no geral tm sido estudadas tradicionalmente de forma
determinstica. Contudo, atravs de estudos, constatou-se que a engenharia
geotcnica lida com uma gama de materiais com propriedades e parmetros
altamente variveis e influenciados por diversos fatores. Estas variaes podem ser
observadas atravs da grande disperso nos resultados de ensaios ou pelas
diferenas apresentadas entre o desempenho prtico das obras com valores
previstos por ensaios de laboratrio e de campo. Visando quantificar a variabilidade
inerente s previses determinsticas, introduziram-se no meio geotcnico, conceitos
de probabilidade e estatstica. Neste mbito, tornou-se possvel inferir sobre a
confiabilidade dos resultados apresentados pelos procedimentos convencionais e
estimar o risco de insucesso intrnseco ao projeto.
Como maneira de racionalizar as incertezas e deixar subjetividade pessoal
em plano secundrio, conceitos de probabilidade e estatstica foram sendo
introduzidos gradativamente no meio geotcnico a partir da dcada de 80. No
entanto, as anlises probabilsticas devem ser aplicadas em conjunto com as
anlises determinsticas, inferindo sobre a confiabilidade desta ltima, como forma
de contribuio e no como forma de substituio. O estudo da confiabilidade
fornece meios de se avaliarem os efeitos combinados das incertezas dos parmetros
envolvidos no clculo, oferecendo um suplemento til nas anlises convencionais.
O principal propsito deste presente estudo portanto, fornecer um estudo
do controle de cravao das estacas baseado no repique elstico, enfocando
aspectos probabilsticos das variveis envolvidas no clculo da capacidade de carga
de estacas pr-moldadas e uma avaliao da compatibilidade atravs do mtodo
FOSM.
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Captulo 1 Introduo 2
Desta maneira, visando uma compreenso mais simplificada, o trabalho se
subdividiu da seguinte forma:
Captulo 1 - Introduo
Captulo 2 - Apresenta uma reviso bibliogrfica dos mtodos determinsticos
usualmente utilizados na obteno da capacidade de carga de estacas, e
tambm do mtodo de controle de capacidade de carga via repique elstico.
E, por fim, faz uma descrio sucinta dos aspectos conceituais de
probabilidade, estatstica e confiabilidade e o desenvolvimento do mtodo
segundo momento de primeira ordem.
Captulo 3 - Para aplicar os conceitos de confiabilidade e probabilidade em
uma configurao bem documentada, so apresentados neste captulo
informaes gerais sobre a campanha experimental realizada, em torno dos
resultados do ensaio SPT, nega e repique elstico.
Captulo 4 - Apresentam-se anlises de confiabilidade associadas ao controle
da capacidade de carga in situ das fundaes pelo mtodo baseado no
repique elstico descrito no captulo 2. Neste ensejo, so contemplados
alguns fatores que influenciam a quantificao da confiabilidade e, finalmente,
so feitas consideraes sobre a adoo de fatores de segurana.
Captulo 5 Concluses e consideraes pertinentes ao trabalho.
Referncias Bibliogrficas.
Anexos
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Captulo 2
REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 - Introduo
Este captulo se subdividiu em quatro partes bsicas. Na primeira, apresenta-
se uma breve reviso sobre os procedimentos determinsticos usualmente utilizados
na prtica de fundaes e, ainda, do controle de cravao via repique elstico
necessrios para a verificao dos critrios de capacidade de carga e pertinentes ao
projeto geotcnico de fundaes profundas.
Na segunda parte, so demonstrados conceitos bsicos de probabilidade e
estatstica fundamentais para compreenso das metodologias de anlise de
confiabilidade comumente utilizadas no meio geotcnico. Na seqncia apresenta-
se os aspectos conceituais de confiabilidade e o mtodo do Segundo Momento de
Primeira Ordem, amplamente utilizado em anlises probabilsticas.
Na terceira parte, apresenta-se o complemento da anlise de confiabilidade,
que se constitui na estimativa da probabilidade de fracasso inerente ao projeto.
Neste mbito, so feitas algumas consideraes sobre o risco admissvel.
Finalmente, na quarta parte, contemplam-se alguns trabalhos que utilizaram
conceitos de estatstica, probabilidade e confiabilidade que, adaptados, vieram
constituir a metodologia adotada no presente trabalho.
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 4
2.2 - Anlises Determinsticas
Na engenharia em geral, as anlises determinsticas so realizadas
considerando todos parmetros e propriedades com valores fixos. Em geotecnia de
fundaes, as anlises determinsticas procuram viabilizar, economicamente, a
aplicao de cargas estruturais ao terreno, sem que ocorram deformaes
excessivas. No projeto, existem critrios que devem ser considerados e satisfeitos
separadamente; um deles margem de segurana quanto ruptura por perda de
capacidade de suporte.
Neste mbito, apresentam-se alguns mtodos determinsticos tradicionais,
utilizados nas estimativas de capacidade de suporte de fundaes profundas.
2.2.1 - Descrio dos mtodos determinsticos de capacidade de carga de
fundaes profundas
Apesar de muito difundido no meio geotcnico, o dimensionamento de
fundaes em estaca ainda preserva diversos princpios empricos. Uma das
grandes dificuldades na previso do comportamento de estacas est relacionada
com a avaliao dos parmetros do solo que podem ser estimados em ensaios de
laboratrio ou de campo. Existem inmeras correlaes que procuram determinar de
forma emprica os parmetros geotcnicos a partir de ensaios de campo. Essas
formulaes no possuem nenhum fundamento terico e so totalmente empricas,
mas so ferramentas de grande valor quando no h possibilidade de realizar-se
ensaios de laboratrio, o que comum na prtica de fundaes em estacas.
Portanto, com relao aos parmetros geotcnicos, eles tambm apresentam errose incertezas, necessitando tambm de um tratamento estatstico.
Atravs de anlises estatsticas realizadas por vrios pesquisadores, em
diferentes tipos de solos, Lee et al., (1983) reuniram valores tpicos de coeficientes
de variao de diversos parmetros do solo, como mostrado na Tabela 2.1.
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 5
Parmetro do Solo (x) Faixa usual cov (x)% * Valor recomendado cov
(x)%
Peso Espe. Aparente 1 a 10 3
Teor de Umidade 6 a 63 15ndice de Vazios e 13 a 42 25
Limite de Liquidez LL 2 a 48 10
Limite de Plasticidade LP 9 a 29 15
Coefi. de Compressibilidade Cc 18 a 73 30
Mdulo de Yong E 2 a 42 30
Coefi. de permeabilidade K 200 a 300 300
Coeficiente de Adensamento Cv 25 a 100 50Resistncia no Drenada Su 20 a 50 30
ngulo de Atrito (areias) 5 a 15 10
ngulo de Atrito (argilas) 12 a 56 30
* Cov(x) = s/x
Tabela2.1 Valores tpicos de coeficientes de variao em solos (Lee et al., 1983)
Na fundao por estacas, parte da carga transmitida ao solo por meio doatrito da superfcie do fuste e o terreno e, parte, pela reao de ponta, que a
resistncia que o solo oferece penetrao dessa ponta em sua massa. Portanto, a
metodologia convencional de anlise da capacidade de suporte de fundaes
profundas consiste na soma de duas parcelas de resistncia, a resistncia de ponta
(RP) e a resistncia lateral (RL), como ilustrado na Figura 2.1. Pode ainda ocorrer,
quando no h resistncia de ponta, que toda a carga seja transmitida por atrito
lateral ao solo, diz-se ento que a fundao por estacas flutuantes; em casocontrrio, trata-se de uma fundao por estacas de reao de ponta. Essas duas
parcelas no so completamente independentes. A interao entre elas depende de
um grande nmero de fatores, como o estado de tenses atuantes, o tipo de solo e a
forma da estaca. Porm, no se conhece uma anlise que defina a extenso dessa
interao satisfatoriamente.
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 6
Q
P
RL RLh h
Rp
p
Figura 2.1 - Estaca carregada axialmente
A resistncia lateral e de ponta de uma estaca so expressas como:
RL= ALqL (2.1)
RP= APqP (2.2)
onde;AL a rea lateral;
qL a resistncia lateral por unidade de rea;
AP a rea da base;
qP a resistncia de ponta por unidade de rea.
Para determinao da resistncia unitria lateral e de ponta existem mtodos
tericos e empricos. Alguns desses mtodos so apresentados superficialmenteneste captulo.
2.2.2 - Mtodos tericos
A base dos mtodos tericos considerar o problema como um caso de
cisalhamento simples entre a estaca e o solo ao seu redor. Nesses mtodos preciso analisar os parmetros de resistncia ao cisalhamento dos materiais
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 7
envolvidos e o estado de tenses ao qual esto submetidos. Consideraes a
respeito do efeito de instalao da estaca so feitas, em geral, atravs de fatores de
corre
ado de
tense
anlise usada depender principalmente
do tipo
. As vantagens e desvantagens de cada uma delas sero
discutidas mais adiante.
.2.2.1 Resistncia lateral (RL)
so de estacas
escavadas, a perturbao pequena em relao a estacas cravadas.
o empricos.
Durante a instalao da estaca, o solo ao seu redor sofre uma considervel
perturbao provocando deformaes cisalhantes tanto na ponta da estaca quanto
ao longo do seu fuste. Ocorre tambm uma compresso do solo abaixo da ponta da
estaca e seu deslocamento para os lados. Esse processo ocasiona uma
remoldagem do material em torno da estaca, levando a uma mudana no est
s e dependendo do tipo de solo, pode haver gerao de poro-presso.
No caso de materiais coesivos, no incio do carregamento o solo ao redor da
estaca encontra-se numa condio no-drenada devido a poro-presso gerada pela
instalao da estaca. Neste momento o problema considerado de carregamento
no-drenado. Com o passar do tempo ocorre a dissipao da poro-presso. Neste
momento o problema passa a ser considerado de carregamento drenado. Assim,
torna-se possvel analisar o problema em termos de tenses totais ou em termos de
tenses efetivas. A escolha de qual ser a
de material envolvido no problema.
Para problemas que envolvem materiais granulares utilizada a anlise em
termos de tenses efetivas. No caso de materiais coesivos possvel a utilizao
dos dois tipos de anlises
2
Os processos de instalao das estacas causam alterao no estado detenses na regio prxima interface solo e estaca (FIGURA 2.2). A variao da
tenso efetiva vertical muito pequena, e por isso acaba sendo negligenciada.
Porm a variao da tenso efetiva horizontal deve ser avaliada a partir de
consideraes a respeito do mtodo de instalao da estaca. No ca
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 8
adjacente estaca,(a) antes
da instalao e (b) aps a instalao.
.2.2.2 - Mtodo em termos de tenses efetivas
ra de Mohr-
Coulomb, a resistncia lateral unitria (qL) pode ser considerada como:
qL= f (c+ htan) (2.3)
;
o
es devem ser feitas para o uso do mtodo
em termo de tenses efetivas, tais como:
1. nte a instalao totalmente
Estaca
v
ho ho h h
vo sv
(a) (b)
svo
Elementode solo
Elementode solo
Figura 2.2 Estado de tenses do solo
2
Em geral, o mtodo terico em termos de tenses efetivas utilizado para a
avaliao do atrito lateral de estacas em materiais granulares. Mas, tambm
possvel o uso dessa metodologia no caso de materiais coesivos. Porm,
complexa a determinao do estado de tenses efetivas para esses tipos de
materiais. Numa condio drenada, considerando o critrio de ruptu
onde;
c a coeso efetiva;
ha tenso efetiva horizontal atuante no fuste
ngulo de atrito entre a estaca e o solo.
A partir disso, algumas considera
O excesso de poro-presso gerado dura
dissipado antes do carregamento da estaca;
-
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 9
2. O carregamento ocorre em condio drenada, uma vez que a zona que sofre
3. instalao, costuma-se assumir que
o solo passa a no possuir coeso efetiva. Assim sendo, o atrito lateral ao
4. Assume-se que a tenso efetiva horizontal (h) proporcional tenso efetiva
vertica
Essa ltima considerao possivelmente a mais questionvel, mas serve
como p
qL= K vtan = v (2.5)
K o coeficiente de empuxo lateral;
o f
a. Tanto pode ser estimado
teorica
xo passivo (KP). J a escavao de um fuste causa um alvio de
tense
maior distoro em torno do fuste relativamente fina;
Devido ao amalgamento ocasionado pela
longo do fuste pode ser expresso como
qL= f (htan ) (2.4)
l (v), (sobrecarga das camadas sobrejacentes);
onto de partida. Dessa maneira a Equao (2.4) torna-se;
onde;
ator de capacidade de carga.
Essa formulao tambm conhecida como mtodo . Sendo que o fator
adimensional e depende da avaliao do estado de tenses, da compressibilidade
do solo, das dimenses da estaca e de sua form
mente atravs dos princpios da mecnica dos solos como tambm pode ser
determinado a partir de dados de provas de cargas.
Para a determinao terica assume-se que funo do coeficiente de
empuxo que representa o estado de tenses de campo. Partindo-se da idia que
antes da instalao da estaca existia uma condio geosttica, pode-se dizer que a
cravao de uma estaca levaria a uma condio intermediria entre a condio K0e
a condio de empu
s que pode levar ao estabelecimento de uma condio prxima condio de
empuxo ativo (Ka).
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 10
Vrias propostas para o valor de so encontradas na literatura, tanto para
estacas escavadas quanto para cravadas em diversos materiais, como mostrado nas
Tabelas (2.2) e (2.3).
Referncia MaterialFatorMcClelland (1974) 0,15 a 0,35 (compresso)
0,10 a 0,24 (trao)Areias com predominncia
de slica
Meyerhof (1976)Areias com predominncia
de slica0,44 para = 280,75 para = 351,2 para = 37
Stas e Kulhawy (1984)
(K/K0 /)/depende dos materiais
na interface (entre 0,5 a 1,0)k/k0 depende do mtodo de
instalao (entre 0,5 a 2,0)
Areias com predominncia) . k0. tan (.de slica
Poulos (1978) 0,10 Areias calcrias nocimentadas
0,05 a
Burland (1973) (1-sen).tan.(OCR)0,5 Argilas
LuOCR .4,0
onde uL=2,215+L
tan'
1
'1
+
sen
sen
Flaate e Selnes (1977)
2,2152 +L
Argilas
Parry e Swain (1977) Argilas NA
Tabela 2.2- Valores para o fator p vada
Referncia
ara estacas esca s
Fator Material,10 para = 33,20 para = 35
para = 3F.tan (- 5)
(compresso)de slica
Poulos (1988) 0,5 a 0,8pa a
Areias calcrias nocimentadasra qL= 60 a 100 K
K.tanmenor que K0ou
(1+K0)(k/k0).K0.tan(./)
Meyerhof (1976) 000,35 7
Areias com predominnciade slica
Kraft e Lyons (1974)Onde F = 0,7
F = 0,5 (trao)
Areias com Predominncia
Fleming et al. (1985)K 0,5
Argilas
Stas e Kulhawy (1984)/depende dos
materiais na interface
0
1,0)
Argilas
(entre 0,5 a 1,0)K/K depende do mtodode instalao (entre 2/3 a
Tabela 2.3 Valores para o fator para estacas cravadas.
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 11
Quanto ao ngulo de atrito entre o solo/estaca (), ele pode ser considerado
como aproximadamente igual ao valor de (Tomlinson, 1957; Burland, 1973; entre
outros). Ou ainda, pode-se assumir que proporcional a , como a proposio de
Meyer izou uma sriede ensaios de cisalhamento direto com diversos materiais e solo (TABELA 2.4).
=2/3 (+ 5) (2.6)
Material da estaca Areia seca Areia saturada
hof (1959) expressa pela Equao (2.6). Potyondy (1961) real
Acabamento daSuperfcie
Ao Lisa (polida)
spera (oxidadas)
0,54
0,76
0,64
0,80Madeira Paralela s fibrasNormal s fibras
0,760,88
0,850,89
Concreto Lisa (forma metlica) 0,76spera (forma de madeira)
Rugosa (sem forma)0,880,98
0,800,880,90
do material da estaca podendo ser
onsiderado como igual ao ngulo de resistncia ao cisalhamento efetivo residual
res). Segundo Coyle e Castello (1981), a diferena entre as proposies de
.
onsiderado que durante o carregamento existir gerao de poro-
presso. Desta forma, a resistncia lateral considerada uma funo da resistncia
ao cisa ca representada
quao;
Tabela 2.4 Relao entre os ngulos / (Potyondy, 1961)
Vesic (1977) apresentou uma aproximao diferente para considerando queo solo localizado na interface entre a massa de solo e a estaca estaria num estado
de ruptura. Como conseqncia o ngulo de atrito entre a estaca e o solo, , seria
independente das propriedades iniciais do solo e
c
(
Potyondy e Vsic no aparenta ser significante
2.2.2.3 - Mtodo em termos de tenses totais
A capacidade de carga da estaca deve ser estimada com base em tenses
totais se for c
lhamento no-drenado do (s) material (is) em torno da esta
pela e
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 12
qL= Su (2.7)
L: resistncia lateral mdia ao longo do fuste da estaca;
o f
e o fator de adeso varia entre 0,3 e 0,6 para estacas
instala
at cerca de 0,33
para a e
mero de ensaios, tem sido possvel determinar faixas de valores de para tipos
particulares de estacas em diversas condies de carregamento.
Tomlinson (1957) sugeriu algumas propostas de , mostrada na Figura 2.3.
onde
q
ator de adeso entre o solo e a estaca;Su a resistncia ao cisalhamento no-drenada dos solos.
O fator de adeso introduzido para a correo da influncia dos fatores
como a resistncia ao cisalhamento da argila, o mtodo de instalao da estaca, a
tenso de sobreadensamento e o tipo de estaca. Os primeiros estudos de Skempton
(1959) mostram qu
das na argila de Londres. Sua determinao feita pela correlao entre
provas de carga e dados de resistncia no-drenada, determinada em laboratrio ou
ensaios de campo.
Dependendo do solo e do tipo de estaca, o valor de pode variar de 1 a
pouco mais que 1 para argilas normalmente adensadas moles
rgilas rijas a duras fortemente sobreadensadas. Com base em um grand
n
755025
1,25
100 125 150
1,00
0,75
0
0,50
0,25
Curva mdiapara todas as
estacas
curva mdiapara estacasde concreto
Su (Kpa)
Fator
deAdeso
Figura 2.3 Fator de adeso (Tomlinson, 1957)
Para estacas cravadas em argila, McClelland (1974) apresentou uma coleo
de vrios grficos de fator de adeso em funo da resistncia no drenada, obtida
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 13
por vrios autores. Estas curvas mostram que o fator de adeso decresce com o
aumento da resistncia da argila, tanto para estacas escavadas como cravadas. Em
todos os casos, h uma larga disperso na variao observada do fator de adeso
com a res -drenada. N esto in de
encontrados por outros autores.
ia Su= 50 (Kpa) Su= 150 (kpa)
istncia no a Tabela 2.5 dicados valores
ReferncPeck (1958) 0,90 0,45Woodward & Boitano (1961) 0,86 0,32Kerisel (1961) 0,72 0,35Tomlinson (1970) 0,72 0,25
Randolph e Murphy (1985) estimaram valores de a partir de provas de
carga em estacas cravadas baseados na relao mdia de resistncia in situ.
Baseando-se numa anlise de regresso linear desses dados foi estabelecido que
=
Tabela 2.5 Fator de adeso
( ) 25,0'/
5,0
vuS
1
'
v
uS
quando (2.8)
e
( )'/
5,0
S v
S
5,0vu
= quando 1'
>u
(2.9)
Estas observaes parecem concordar bem com Sladen (1992) que sugere a
seguinte relao para a avaliao de :
45,0
1 '
= vC
uS
(2.10)
onde
viamente definido.
C1 uma constante emprica,
ve Suso como pre
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 14
Para estacas escavadas, C1situa-se em torno de 0,4 a 0,5. As informaes
tornam-se mais escassas para o valor de para estacas escavadas em comparao
a estacas cravadas.
Kulhawy e Phoon (1993) propem a seguinte correlao (Equao 2.11) para
baseada em 127 casos estudados de estacas escavadas com provas de carga
levadas ruptura em a
rgila (FIGURA 2.4).
5,0
5,0
=
u
a
S
P (2.11)
onde, Pa a presso atmosfrica (aproximadamente 100 kPa para simplificao em
lugar de 101,4 kPa) e Su a resistncia ao cisalhamento no-drenada, obtida
travs do ensaio triaxial consolidado hidrostaticamente no-drenado. Baseados nos
dados das provas de carga, esta relao foi julgada como sendo prxima a outras
relaes para estacas cravadas.
a
Adeso (Kulhawy e Phoon 1993)Figura 2.4 Fator de
-
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 15
2.2.2.4
formulao mais geral para a determinao de resistncia de ponta unitria
(qP)
qP= BN+ cNc+ vNq (2.12)
da estaca;
a) na cota da ponta da estaca;
o peso especfico aparente do solo;
N, Nc
confinante do solo. Nenhuma teoria considera a
resist
o caso de materiais granulares o primeiro e segundo termo da Equao
(2.8) s
Vsic (1967) mostra uma srie de proposies para o valor de Nqem funo
da superfcie de ruptura (FIGURA 2.5) e do ngulo de atrito do material (FIGURA
2.6).
- Resistncia de ponta (RP)
A
a expresso:
onde
qPresistncia de ponta da estaca;
B a menor dimenso
v a tenso efetiva vertical (sobrecarg
c a coeso do solo;
e Nqso os fatores de carga.
Na maioria das teorias encontradas, os parmetros bsicos, alm da
geometria da estaca, o , o qual usado para determinar o fator de capacidade de
carga, Nq, e a tenso efetiva
ncia lateral do solo ao longo do fuste, ou uma possvel interdependncia entre
a resistncia lateral e de ponta.
N
o negligenciados e a equao torna-se ento
qP= vNq (2.13)
-
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 16
Prandtl Debeer Berezantsev and Bishop, Hil andRessner Jky Yaroshenko MottCaquot Meyerhof Vsic SkemptonBuisman Yassim
Terzaghi GibsonFigura 2.5 Superfcies de ruptura (Vsic, 1967)
Figura 2.6 Fatores de capacidade de carga, Nq (Vsic, 1967)
-
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 17
Como mostram as figuras (2.5) e (2.6), evidente que existem grandes
variaes entre uma teoria e outra, o que leva concluso de que o mecanismo de
ruptura ainda no bem compreendido.
Para solos coesivos a Equao 2.12 reduzida para
qP= NcSu (2.14)
O valor do fator Nc, em geral, considerado 9,0 e Su a resistncia no
drenada da argila abaixo da base da estaca.
2.2.3 - Mtodos semi-empricos
Os mtodos semi-empricos esto baseados em relaes diretas entre os
resultados de ensaios de campo com as parcelas de resistncia e dependem de
ajustes com dados de provas de carga. Os mtodos semi-empricos brasileiros mais
conhecidos certamente so os mtodos apresentados por Aoki e Velloso (1975) e o
de Dcourt e Quaresma (1978, 1982).
Mtodos que relacionam diretamente o nmero de golpes do SPT com o atrito
lateral so muito difundidos por sua simplicidade. Porm, o uso dessas metodologias
deve ser realizado com cautela, uma vez que est baseada em experincias
regionais. So apresentadas da forma
qL= A + B . NSPT (2.15)
onde A e B so constantes que dependem dos dados do solo e do tipo de estaca
que deram origem formulao.
O mtodo de Dcourt e Quaresma foi desenvolvido com base na experincia
dos autores e resultados de provas de carga. Essas provas de carga foram
realizadas em estacas pr-moldadas de concreto, porm no foram levadas
ruptura e utilizou-se a carga de ruptura convencional correspondente a um recalque
de 10% do dimetro da estaca.
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 18
A resistncia lateral unitria apresentada como uma funo apenas do
nmero de golpes do SPT mdio ao longo do fuste (Equao 2.16). No h
nenhuma considerao a respeito do tipo solo ou do tipo de estaca.
qL
+ 13
10 2N
= (2.16)
onde
qL expresso em kPa,
N2 o valor mdio do N ao longo do fuste.
Sendo que os valores N devem estar no intervalo 3 N 50, valores maiores
que 50 devem ser igualados a 50 e valores menores que 3 devem ser igualados a 3.
Para a resistncia unitria de ponta j houve uma considerao do tipo de
solo onde a estaca se apia atravs do fator caracterstico do solo C (TABELA 2.6).
qP= C . N1(kpa) (2.17)
onde N1 a mdia de 3 valores correspondentes ao N na ponta da estaca (Nn),
imediatamente superior (Nn+1) e imediatamente inferior (Nn-1).
3
111
+ ++= nnnNNN
N (2.18)
Tipo de Solo C (Kpa)Argilas 120Siltes Argilosos 200Siltes Arenosos 250Areias 400
Tabela 2.6 Fator caracterstico do do solo C (Decourt e Quaresma, 1978)
Devido ao desenvolvimento contnuo da mecnica dos solos e engenharia de
fundaes, uma necessidade na melhoria da diversidade e qualidade de ensaios de
campo para a caracterizao do subsolo tornou-se imprescindvel. Cientes dessa
necessidade, os estudiosos concentraram-se no desenvolvimento de ensaios que
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 19
representassem de maneira mais coerente as caractersticas do substrato. Dentre os
ensaios desenvolvidos, destaca-se o ensaio de penetrao de cone (Dutch
Sounding Test), idealizado na Holanda na dcada de 1930 por Barentsen e Boonstra
(1936). O princpio do ensaio de cone consiste na cravao no terreno de uma
ponteira cnica a uma velocidade constante. Apesar dos procedimentos de ensaio
serem padronizados, h diferenas entre os equipamentos, que podem ser
classificados em cone mecnico, cone eltrico e piezocone. Os principais atrativos
do ensaio so o registro contnuo da resistncia penetrao, fornecendo uma
descrio detalhada da estratigrafia do subsolo, informao essencial composio
de custos de um projeto de fundaes, e a eliminao de qualquer influncia do
operador nas medidas do ensaio, atrito lateral fs e resistncia de ponta qc. Desde
ento, inmeros mtodos vem sendo desenvolvidos para a determinao do atrito
lateral unitrio (qL) e da resistncia de ponta unitria (qP) a partir dos resultados de
resistncia de ponta (qc) e/ou do atrito lateral (fs). A maioria desses mtodos procura
determinar fatores redutores para a resistncia de ponta (qc) e assim determinar as
duas parcelas de resistncia. Essa aplicao de fatores de reduo deve-se a uma
combinao de influncias como o efeito de escala, o efeito da velocidade de
carregamento, as diferenas nas tcnicas de instalao, as variaes no valor dos
deslocamentos de solo, entre outras, Briaud (1988). So poucos os mtodos que
utilizam os valores de atrito lateral medidos no ensaio de cone (fs), como Nottingham
(1975).
A metodologia desenvolvida por Aoki e Velloso (1975) est baseada em
resultados de ensaios de penetrao de cone em diversos solos brasileiros. Os
autores tambm sugerem a adaptao do mtodo para o uso de valores de NSPT. As
Equaes 2.19 e 2.20 foram estabelecidas para as resistncias unitria de ponta e
lateral, respectivamente. Para considerar a influncia do tipo de estaca os autoresanalisaram provas de carga em alguns tipos de estacas e estabeleceram os
coeficientes de transformao F1e F2(TABELA 2.8).
qp1
1
1
.
F
NK
F
qc == (2.19)
onde;
N1 o nmero de golpes na ponta da estaca;
K o fator de correlao entre o tipo de solo e qc(Tabela 2.7);F1 o coeficiente de transformao para a resistncia de ponta da estaca (tabela2.8)
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 20
Para a resistncia unitria lateral (qL), a correlao estabelecida a partir da
resistncia de ponta medida no cone expressa por
qL2
2..F
NK= (2.20)
onde
N2 o nmero de golpes mdio ao longo do fuste da estaca;
F2 o coeficiente de transformao para a resistncia lateral (Tabela 2.8);
(%) o fator de correlao entre o tipo de solo e a resistncia lateral (Tabela 2.7).
Tipo de solo K (Mpa) (%)Areias 1,00 1,4Areia Siltosa 0,80 2,0Areia Silto argilosa 0,70 2,4Areia argilosa 0,60 3,0Areia argilo siltosa 0,50 2,8Silte 0,40 3,0Silte arenoso 0,55 2,2Silte arenoso argiloso 0,45 2,8Silte argiloso 0,23 3,4Silte argilo siltoso 0,25 3,0
Argila 0,20 6,0Argila arenosa 0,35 2,4Argila areno siltosa 0,30 2,8Argila siltosa 0,22 4,0Argila silto arenosa 0,33 3,0
Tabela 2.7 Coeficientes k e (Aoki e Velloso, 1975)
Tipo de estaca F1 F2Franki 2,50 5,0
Metlica 1,75 3,5Pr-moldada 1,75 3,5Escavada 3,50 7,0
Tabela 2.8 Coeficientes de transformao F1e F2 (Aoki e Velloso, 1975)
O mtodo de Nottingham (1975), apresentado pela equao 2.21, baseado
em detalhados estudos de provas de carga instrumentadas. Utiliza um fator de
correo K para considerao de diversos efeitos como a forma da seo
transversal, relao D/B, o material da estaca e o tipo de cone utilizado no ensaio
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 21
experimental de campo. O mtodo ainda pouco difundido por utilizar a medida de
atrito lateral no fuste do cone para determinao da resistncia lateral da estaca.
==
+=L
Bd
B
d
SSSSs AKfAKfBdF
8
8
08
(2.21)
onde
k o fator de correo (figura 2.7 e 2.8);
fs o atrito lateral medido no cone;
B a dimenso da seo transversal da estaca;
L o comprimento da estaca;As rea lateral da estaca.
1,00
10
3,02,0
20
5
30
25
15
K
D/B
Os pontos que somostrados so apenaspara correlao comcone eltrico
cone mecnico
cone eltrico
estacas cravadas
Figura 2.7 - Fator de correo dek para estacas metlicastubulares cravadas em areia.
-
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2,01,0
10
0
30
0
20
K
D/B
cone eltrico
cone mecnico
(a) estaca com fuste liso.
2,01,0
10
0
30
0
20
K
D/B
cone eltrico
conemecnico
3,0
(b) estaca com fuste rugoso
Figura 2.8 Fator de correo de k para estacas quadradas de concretocravadas em areia.
2.2 4 Mtodo de controle de capacidade de carga in situ
Tradicionalmente o controle da capacidade de carga de estacas durante a
cravao, feito adotando-se o valor da nega (deslocamento permanente, quegeralmente corresponde mdia dos 10 ltimos golpes do sistema de cravao), que
interpretada luz das chamadas frmulas dinmicas de cravao.
Vrias crticas vm sendo feitas aplicao destas frmulas, e dentre elas
pode-se destacar a incompatibilidade da teoria do choque de Newton de dois corpos
para simular o fenmeno de cravao das estacas e tambm no fato da variao da
resistncia do solo durante a cravao (cicatrizao e relaxao).
No incio da dcada de 80, a tcnica de monitorao da cravao de estacas
comeou a se expandir em termos de pesquisa, desenvolvimento de equipamentos e
interpretao de dados de cravao pela teoria da equao da onda. Assim a
observao sistemtica dos resultados obtidos com a instrumentao da cravao
aliada ao relato dos japoneses Yokoyama e Kusakabe (1985), vem demonstrando
uma tendncia de mudana na determinao da resistncia ltima de uma estaca
cravada de concreto. Portanto, uma substituio do controle de cravao in situ
baseado na nega, pelo controle de cravao baseado no repique elstico.
Da mesma forma que os mtodos empricos tradicionais de estimativa de
capacidade de carga, os mtodos de capacidade de carga in situesto baseados em
-
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 23
relaes direta com resultados de prova de carga e de ensaios de campo, como o
ensaio de cone e o ensaio SPT. Portanto, o uso dessas metodologias deve ser
realizado com cautela, uma vez que ainda esto baseadas em experincias ainda
restritas.
Uto et al., (1985), propuseram uma frmula dinmica de clculo de
capacidade de carga in situ para estacas cravadas, que recomendada pela
Specification for Bridge Substurcture Design (1980) representada pela Equao
(2.22).
Ru =( )
fe
NlU
Le
CCsEA ..
..2
.2..
0
23 +++
(2.22)
onde;
Ru = Resistncia ltima da Estaca (tf)
A = rea da seco transversal da estaca (m2)
E = Mdulo de Yong da estaca (tf/m2)
l = Comprimento cravado da Estaca (m)
U = Permetro da Estaca
L= Comprimento total da estaca(m)
S= Nega para um golpe do pilo(m)
N= Valor mdio do SPT ao longo da estaca
K = (C2+C3) = Repique Elstico (m)
C2= Compresso elstica (repique) da estaca (m)
C3= Compresso elstica (repique) do solo (m)
O valor de K = C2+ C3 determinado atravs de medidas do repique elstico
durante a cravao da estaca, de acordo com a Figura (2.9)
-
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Figura 2.9 - Repique elstico e Nega para um golpe
eo = 2 x 3 , WH = Peso do martelo (tf) e WP = Peso da Estaca (tf)2WP
WH
ef = eficincia do martelo (fator de correo) = 2,5
De acordo com Chellis (1951), a parcela C2devido s deformaes elsticas
da estaca valeria:
C2=EA
lRu
7,0 (2.23)
Portanto;
Rul
EAC
7,02 (2.24)
Desta maneira, a capacidade de carga ltima Ru diretamente proporcional
ao valor de C2, e C3quake dado em funo do tipo de solo.
Diante da experincia de controle em algumas centenas de estacas pr-
moldadas de concreto, concluiu-se que a frmula de Chellis, em muitos casos,
conduz a cargas mobilizadas superiores s reais para estacas com comprimentos
cravados menores ou iguais a 20m, que vo diminuindo medida que os
comprimentos das estacas se aproximam da fronteira dos 20m; a partir de 20m h
uma tendncia de Chellis subestimar as cargas mobilizadas.
-
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Na aplicao de Uto observou-se o oposto: h uma tendncia de Uto
subestimar as cargas mobilizadas para estacas com comprimentos menores ou
iguais a 20m e superestimar a partir deste valor.
Assim, de acordo com Filho e Abreu (1989), visando obter um equilbrio entre
esses dois mtodos a determinao da resistncia ltima in situ de uma estaca
cravada tomada como a mdia aritmtica das formulaes feitas por Uto et al., e
Chellis.
2.3 - Conceitos bsicos de probabilidade, estatstica e confiabilidade
Apresentam-se a seguir, de forma sucinta, os conceitos bsicos de
probabilidade e estatstica necessrios para a compreenso dos aspectos
conceituais de anlise de confiabilidade.
2.3.1 - Anlise probabilstica
A anlise probabilstica pode ser entendida como o estudo sobre a previso
comportamental de uma determinada experincia. A caracterstica de interesse de
uma experincia que assume valores diferentes e no previsveis como resposta
denominada de varivel aleatria. A varivel aleatria pode ser considerada discreta,
quando assume apenas certos valores especficos, ou contnua, quando pode
assumir qualquer valor dentro de um intervalo. Em uma experincia, o conjunto de
todas as respostas denominado de espao amostral. Em geral, o espao amostral
dito discreto se possui um nmero contvel de elementos. Se os elementos de umespao amostral constituem um contnuo (por exemplo, todos os pontos de uma reta
ou plano) o espao amostral dito contnuo. A caracterizao de um espao
amostral em discreto ou contnuo determinada atravs do tipo de varivel aleatria
em questo. Qualquer subconjunto de um espao amostral definido como evento,
enquanto que o conjunto de todas as observaes realizadas denominado de
populao.
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2.3.1.1 - Funo de probabilidade
Sendo x uma varivel aleatria contnua qualquer, o comportamento
probabilstico do fenmeno aleatrio pode ser descrito por uma funo matemtica
conhecida por funo densidade de probabilidade f(x). Objetivamente, a funo
densidade de probabilidade descreve a forma da curva de distribuio da
probabilidade de ocorrncia de cada valor da varivel aleatria. Dentre as formas
mais usuais, podem-se citar as distribuies normal ou gaussiana, lognormal, gama
e beta, entre outras.
Para a estimativa da probabilidade de ocorrncia da varivel aleatria (x)ser
menor ou igual a um certo valort, utiliza-se a funo de distribuio F(t)definida por:
( ) ( )dxxftFtxP t == ][ (2.25)
A estimativa da probabilidade de ocorrncia da varivel x em um certo
intervalo [a, b], dada por:
( ) ( ) ( )==
^
Figura 2.10. Grfico de uma distribuio normal
Devido ao fato da Equao (2.30) no poder ser integrada de uma forma
fechada entre um intervalo qualquer, as probabilidades relacionadas distribuio
normal so obtidas a partir de integrao numrica, sendo os resultados dispostos
em forma de tabelas especiais padronizadas para uma densidade normal com mdia
= 0 e desvio padro = 1 (ANEXO 1).
Substituindo na Equao (2.30) os valores de e utilizados para
padronizao (Equaes (2.27) e (2.29), respectivamente), a probabilidade de umavarivel aleatria (x)ser menor ou igual a Z dada por:
( ) dteZF zt
=2
2
1
2
1
(2.31)
onde Z uma varivel aleatria padronizada definida por:
[ ]xx
Z
= (2.32)
2.3.2. Anlise estatstica
O tratamento estatstico est relacionado anlise de uma coleo de
observaes, denominada amostra ou conjunto amostral, que visa caracterizar um
-
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fenmeno aleatrio de interesse e no prever o comportamento do fenmeno em si
(anlise probabilstica). O tratamento do conjunto amostral pode ser realizado a
partir de anlise grfica ou aritmtica. A anlise grfica da amostra compreende a
classificao da varivel aleatria segundo a sua freqncia de valores assumidos e
a montagem de um grfico freqncia x valor, denominado histograma (FIGURA
2.11). A anlise aritmtica da amostra realizada atravs da determinao de
parmetros estatsticos que visam caracterizar a distribuio.
2.3.2.1. Anlise grfica da amostra
Dado um histograma, o comportamento de uma varivel aleatria xem uma
amostra pode ser caracterizado pela sua funo de freqncia t(x). A funo de
freqncia entendida como a funo matemtica que descreve a freqncia de
valores assumidos pela varivel aleatria no mbito amostral, ou seja, a funo
que melhor caracteriza a forma do histograma da varivel aleatria. A funo de
freqncia anloga funo de densidade de probabilidade f(x) da populao
correspondente, embora estas funes sejam conceitualmente diferentes. A
populao da varivel aleatria possui uma funo densidade de probabilidade
definida, mas caso sejam realizadas diversas amostragens desta mesma populao,
pode-se encontrar diversas funes de freqncia diferentes entre si.
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 120
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
Valor da Varivel Aleatria
Frequn
cia
Figura 2.11 - Exemplo de um histograma de uma varivel aleatria
-
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Um complemento da anlise grfica a definio da funo de freqncia
acumulada T(x), anloga funo de distribuio da populao F(x). Em termos
matemticos, escreve-se:
( ) ( )
=xy
ytxT (2.33)
onde x e y so variveis discretas. A funo de freqncia acumulada pode ser
interpretada como a soma das freqncias relativas de todos os valores menores ou
iguais a x.
2.3.2.2. Anlise aritmtica da amostra
Os parmetros mais comumente utilizados so a mdia amostral (mdia
aritmtica) e a varincia amostral. A mdia amostral de uma varivel aleatria x
definida por:
=
=n
i
ixn
x1
1 (2.34)
Deve-se atentar para a diferena entre a mdia amostral e a mdia da
distribuio de probabilidade (). Enquanto a primeira relaciona os valores de um
determinado conjunto de observaes, a segunda indica a mdia de toda a
populao do fenmeno aleatrio.A varincia amostral relaciona-se com os quadrados dos desvios da varivel x
em relao mdia x , sendo definida por:
=
=
n
t
i
n
xxs
1
22
1
)( (2.35)
O desvio padro amostral definido como a raiz quadrada da varincia. Em
termos matemticos temos:
-
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( )=
=
n
t
i
n
xxS
1
2
1 (2.36)
2.3.3 Aspectos conceituais de anlise de confiabilidade
A quantificao da confiabilidade obtida atravs da utilizao de uma
relao entre os estados que limitam o insucesso e o sucesso associados previso
comportamental de uma determinada varivel aleatria. Apresentam-se a seguir, os
aspectos conceituais de confiabilidade, correspondente a varivel aleatria fator de
segurana.
2.3.3.1. Aspectos conceituais da confiabilidade inerente ao fator de segurana
A relao entre os estados que limitam o sucesso e o insucesso definida
como a diferena entre as densidades de probabilidade da capacidade de
resistncia (R)e da demanda de solicitao (S).Matematicamente tem-se:
G(X) = R S (2.37)
onde G(X) uma funo que descreve o desempenho da diferena R - S, e X o
vetor de parmetros necessrios para clculo de G(X). A funo de desempenho
pode ser subdividida em uma regio segura (G(X) > 0)e uma regio instvel (G(X)