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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS PROFESSOR: DÉCIO TERROR Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 4 (Regência Verbal e nominal) Olá, pessoal! Espero que vocês estejam entendendo bem a matéria. Qualquer dúvida, estou sempre visitando o fórum, ok? Vimos na aula 2 a estrutura da oração, reconhecendo os termos bási- cos e as subordinações substantiva e adjetiva. A aula 3 teve base nessa estrutura e, a partir dela, vimos a relação do verbo com o sujeito. Por isso trabalhamos a concordância verbal. Além dela, observamos a concordância nominal. Esta aula também possui a base da estrutura da oração. Vamos trabalhar desta vez a relação de transitividade entre o verbo e seu complemento e entre um nome e seu complemento. Assim, retomemos a estrutura da oração: 1. O candidato realizou a prova. VTD + OD 2. duvidou do gabarito. VTI + OI 3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI 4. tem certeza de sua aprovação. VTD + OD + CN 5. viajou. VI Quanto à regência, devemos observar a transitividade do verbo e do nome, daí entendermos que os objetos direto e indireto complementam o sentido do verbo (regência verbal) e o complemento nominal faz o mesmo relacionado ao nome (regência nominal). Agora veremos alguns verbos importantes quanto à necessidade ou não de preposição. sujeito predicado Regência verbal Regência nominal Predicado Verbal Português p/ Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil - AFRFB (teoria e questões comentadas)

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Aula 4

(Regência Verbal e nominal)

Olá, pessoal!

Espero que vocês estejam entendendo bem a matéria.

Qualquer dúvida, estou sempre visitando o fórum, ok?

Vimos na aula 2 a estrutura da oração, reconhecendo os termos bási-cos e as subordinações substantiva e adjetiva.

A aula 3 teve base nessa estrutura e, a partir dela, vimos a relação do verbo com o sujeito. Por isso trabalhamos a concordância verbal. Além dela, observamos a concordância nominal.

Esta aula também possui a base da estrutura da oração. Vamos trabalhar desta vez a relação de transitividade entre o verbo e seu complemento e entre um nome e seu complemento.

Assim, retomemos a estrutura da oração:

1. O candidato realizou a prova. VTD + OD

2. duvidou do gabarito. VTI + OI

3. enviou recursos à banca examinadora. VTDI + OD + OI

4. tem certeza de sua aprovação. VTD + OD + CN

5. viajou. VI

Quanto à regência, devemos observar a transitividade do verbo e do nome, daí entendermos que os objetos direto e indireto complementam o sentido do verbo (regência verbal) e o complemento nominal faz o mesmo relacionado ao nome (regência nominal).

Agora veremos alguns verbos importantes quanto à necessidade ou não de preposição.

sujeito predicado

Regência verbal

Regência nominal

Predicado Verbal

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Regência de verbos importantes

Agradar: transitivo direto, com o sentido de “fazer agrado”, “fazer carinho”. Ela agradou o filho.

Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “ser agradável”. O assunto não agradou ao homem.

Ajudar, satisfazer, presidir, preceder: transitivos diretos ou indiretos, com a preposição a.

Satisfiz as exigências. ou Satisfiz às exigências.

Amar, estimar, abençoar, louvar, parabenizar, detestar, odiar, adorar, visitar: transitivos diretos.

Estimo o colega. Adoro meu filho.

Aspirar: transitivo direto quando significa “sorver”, “inspirar”, “levar o ar aos pulmões”: Aspiramos o ar frio da manhã. Transitivo indireto, com a preposição a, quando significa “desejar”, “almejar”:

Ele aspira ao cargo.

Assistir: transitivo direto no sentido de “dar assistência”, “amparar”. O médico assistiu o paciente.

Mas também é aceito como transitivo indireto, com a preposição a, neste mesmo sentido: O médico assistiu ao paciente. Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “ver”, “presenciar”.

Meu filho assistiu ao jogo. Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “caber”, “competir”.

Esse direito assiste ao réu. Intransitivo, com a preposição em, com o sentido de “morar”.

Seu tio assistia em um sítio. (o termo grifado é o adjunto adverbial de lugar) Neste sentido, admite o advérbio “onde”: Este é o local onde assisto (onde moro).

Avisar, informar, prevenir, certificar, cientificar: são normalmente transitivos diretos e indiretos, admitindo duas construções.

Avisei o gerente do problema. Avisei-o do problema.

Avisei ao gerente o problema. Avisei-lhe o problema.

Avisei o gerente de que havia um problema. Avisei ao gerente que havia um problema.

Cuidado! Veja que tanto o objeto direto quanto o indireto podem ser expressos também por pronomes oblíquos átonos ou orações subordinadas substantivas.

Atender: transitivo direto, podendo ser também transitivo indireto no sentido de dar atenção a, receber alguém, seguir, acatar:

Não costuma atender os meus conselhos. O ministro atendeu os funcionários que o aguardavam.

Não atendeu a observação que lhe fizeram.

Transitivo indireto no sentido de responder, prestar auxílio a: Os bombeiros atenderam a muitos chamados.

O médico atendeu aos afogados na praia.

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Atribuir: transitivo direto e indireto: O professor atribuiu nota máxima aos alunos.

Caber: transitivo indireto, no sentido de ser compatível, pertencer: Cabe a você esperar pelo melhor.

Note que o sujeito é oracional e o objeto indireto é a pessoa: “a você”. Normalmente é encontrado nas provas na ordem invertida. Ordenando de maneira mais clara a oração, teremos:

Esperar pelo melhor cabe a você. (Isso cabe a você)

Pode ser também intransitivo, no sentido de ficar dentro ou ter cabimento: O ônibus coube naquela garagem.

Neste momento, não cabem palavras duras.

Os termos sublinhados são adjuntos adverbiais de lugar e tempo, respectivamente.

Chegar: intransitivo, no sentido de movimento a um destino, exigindo a preposição “a”. Com ideia de movimento de um lugar origem, usa-se a preposição “de”. Deve-se evitar a preposição “em”, muito usada na linguagem coloquial, mas não é admitida na norma culta.

Cheguei a Fortaleza. Cheguei de Fortaleza.

Esse verbo admite o advérbio “aonde” ou a locução “para onde”, não admitindo apenas “onde”.

Obs.: Os termos sublinhados são adjuntos adverbiais de lugar.

Transitivo indireto, quando transmite valor de limite: Seu estudo chegou ao extremo do entendimento.

Convir: transitivo indireto, no sentido de ser útil, proveitoso: Convém a todos lutar pela igualdade.

Note que o sujeito é oracional e o objeto indireto é a pessoa: “a todos”. Normalmente é encontrado nas provas na ordem invertida. Ordenando de maneira mais clara a oração, teremos:

Lutar pela igualdade convém a todos. (Isso convém a todos)

Pode ser também intransitivo, no sentido de ser conveniente:

Não convém essa atitude. (“essa atitude” é o sujeito)

Chamar: transitivo direto com o sentido de “convocar”. Chamei-o aqui.

Transitivo direto ou indireto, indiferentemente, com o sentido de “qualificar”, “apelidar”; nesse caso, terá um predicativo do objeto (direto ou indireto), introduzido ou não pela preposição de.

Chamei-o louco. Chamei-o de louco. Chamei-lhe louco. Chamei-lhe de louco.

A palavra louco, nos dois primeiros exemplos, é predicativo do objeto direto; nos dois últimos, predicativo do objeto indireto.

Custar: intransitivo, quando indica preço, valor.

Os óculos custaram oitocentos reais.

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Obs.: adjunto adverbial de preço ou valor: oitocentos reais.

Transitivo indireto, com a preposição a, significando “ser custoso”, “ser difícil”; com esse sentido, normalmente estará seguido de um infinitivo:

Custou ao aluno entender a explicação do professor.

Obs: “entender a explicação do professor” é sujeito oracional e “ao aluno” é o objeto indireto. (Isso custou ao aluno)

Esquecer, lembrar, recordar: transitivos diretos, sem os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos):

Ele esqueceu o livro. Lembrou a situação. Recordou o fato.

Transitivos indiretos com pronomes oblíquos átonos, exigindo preposição de.

Ele se esqueceu do livro. Lembrou-se da situação. Recordou-se do fato.

No sentido figurado, há ainda a possibilidade de o sujeito do verbo "esquecer" não ser uma pessoa, mas uma coisa:

Esqueceram-me as palavras de elogio.

Essa mesma regência vale para "lembrar", isto é, há na língua o registro de frases como "Não me lembrou esperá-la", em que "lembrar" significa "vir à lembrança". O sujeito de "lembrou" é "esperá-la", ou seja, esse fato (o ato de esperá-la) não me veio à lembrança.

Os verbos Lembrar e recordar também podem ser transitivos diretos e indiretos: Lembrei ao aluno o dia do teste.

Implicar: transitivo direto quando significa “pressupor”, “acarretar”. Seu estudo implicará aprovação.

Transitivo direto e indireto, com a preposição em, quando significa “envolver”. Implicaram o servidor no processo.

Transitivo indireto, com a preposição com, quando significa “demonstrar antipatia”, “perturbar”.

Sempre implicava com o vizinho.

Morar, residir, situar-se, estabelecer-se: pedem adjuntos adverbiais com a preposição em, e não a: Morava na Rua Onofre da Silva.

Cabe aqui observar que o vocábulo “onde” não pode receber preposição com este verbo. A estrutura “aonde moro” está errada gramaticalmente, o correto é: onde moro.

Namorar: transitivo direto: Ela namorou aquele artista.

Obedecer e desobedecer: transitivos indiretos, com a preposição a. Obedeço ao comando. Não desobedeçamos à lei.

Pedir, implorar, suplicar: transitivos diretos e indiretos, com a preposição a (mais raramente, para): Pediu ao dirigente uma solução. Só admitem a preposição para quando existe a palavra licença (ou sinônimos), clara ou oculta.

Ele pediu para sair. (ou seja: pediu licença para)

Perdoar e pagar: transitivos diretos, se o complemento é coisa. Perdoei o equívoco. Paguei o apartamento

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Transitivos indiretos, com a preposição a, se o complemento é pessoa. Perdoei ao amigo. Paguei ao empregado.

Pode aparecer os dois complementos, sendo o verbo transitivo direto e indireto: O Brasil pagou a dívida ao FMI.

O FMI perdoará a dívida aos países pobres.

Note que, se no último exemplo retirássemos a preposição “a” e inseríssemos a preposição de, o verbo passa a ser apenas transitivo direto e o termo preposicionado passa a ser o adjunto adnominal que caracteriza o núcleo deste termo. Veja:

O FMI perdoará a dívida dos países pobres. VTD + OD

Preferir: transitivo direto: Prefiro biscoitos. Transitivo direto e indireto, com a preposição a: Prefiro vinho a leite.

Cuidado, pois o verbo “preferir” não aceita palavras ou expressões de intensidade, nem do que ou que. Assim, está errada a construção como “Prefiro mais vinho do que leite”.

Presidir: transitivo direto ou indireto: O chefe presidiu a cerimônia. O chefe presidiu à cerimônia.

Proceder: intransitivo, com o sentido de “agir”: Ele procedeu bem. Intransitivo, com o sentido de “justificar-se”: Isso não procede. Intransitivo, com o sentido de “vir”, “originar-se”; pede a preposição de.

A balsa procedia de Belém.

Neste sentido, admite o advérbio “donde” ou a locução “de onde”: Venho de onde ficou minha infância. (=donde)

Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “realizar”, “dar andamento”: Ele procedeu ao inquérito.

Querer: transitivo direto, significando “desejar, ter intenção de, ordenar, fazer o favor de": Ele quer a verdade. Transitivo indireto, significando “gostar, ter afeição a alguém ou a alguma coisa". É normal o advérbio “bem” ficar subentendido ou explícito. Assim, é exigida a preposição a: A mãe quer muito ao filho. (...quer bem ao filho)

Referir-se: transitivo indireto, com a preposição a: O palestrante referiu-se ao problema.

Transitivo direto, no sentido narrar, contar: Ele referiu o ocorrido.

Responder: transitivo direto, em relação à própria resposta dada. Responderam que estavam bem.

Transitivo indireto, em relação à coisa ou pessoa que recebe a resposta. Respondi ao telegrama.

Às vezes, aparece como transitivo direto e indireto: Respondemos aos parentes que iríamos.

Simpatizar e antipatizar: transitivo indireto, regendo preposição com sem pronome oblíquo: Simpatizo com Madalena. A construção “Simpatizo-me com Madalena” está errada”, pois não pode haver pronome oblíquo átono.

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Visar: transitivo direto quando significa “pôr o visto”, “rubricar”: Ela visou as folhas.

Transitivo direto quando significa “mirar”: Visavam um ponto na parede. Transitivo indireto, com a preposição a, quando significa “pretender”, “almejar”: Visava à felicidade de todos.

Aqui não é aceito o pronome "lhe" como complemento, empregando-se, assim, as formas "a ele" e "a ela".

Algumas gramáticas aceitam a regência deste verbo na acepção de “pretender, almejar” como verbo transitivo direto, quando logo após houver um verbo no infinitivo. “O programa visa facilitar o acesso ao ensino gratuito.”

Observações importantes: a) Alguns verbos transitivos indiretos, mesmo pedindo a preposição a, não admitem o pronome lhe como objeto. Veja alguns importantes.

Assistiu ao filme. Assistiu-lhe. (errado) Assistiu a ele. (certo) Aspiro à promoção. Aspiro-lhe. (errado) Aspiro a ela. (certo) Visava ao concurso. Visava-lhe. (errado) Visava a ele. (certo) Aludi ao preconceito. Aludi-lhe. (errado) Aludi a ele. (certo) Anuiu ao pedido. Anuiu-lhe. (errado) Anuiu a ele. (certo) Procedeu ao inquérito. Procedeu-lhe. (errado) Procedeu a ele. (certo) Presidimos à reunião. Presidimos-lhe. (errado) Presidimos a ela. (certo)

b) Quando o complemento verbal é o mesmo para dois ou mais verbos, estes devem possuir a mesma regência verbal. Assim, construções como “Fui e voltei de Salvador” transmite erro gramatical. A regência do verbo “Fui” exige a preposição “a”, e a do verbo “voltei” exige preposição “de”. Portanto, deveremos corrigir para: “Fui a Salvador e voltei de lá” Veja outros casos:

Gostei e comprei o carro. Gostei do carro e o comprei. Conheci e não simpatizei com Carlos. Conheci Carlos e não simpatizei com ele.

Construção viciosa Construção gramaticalmente correta

Questão 1: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Portanto, para a democracia, publicar era próprio dos reinos, impérios, estados e, por fim, das repúblicas. Antítese de segredo, a publicidade atendia aos interesses de governantes ao informar e aos das pessoas em querer saber dos assuntos importantes.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A repetição da preposição a, em “aos interesses” (ℓ. 3), “ao informar” (ℓ. 3) e “aos das pessoas” (ℓ. 3, 4) indica que se trata de três complementos para o verbo ATENDER, pois no padrão culto da língua portuguesa é obrigatório o uso dessa preposição. Comentário: O verbo “atender” é transitivo indireto e o seu objeto indireto composto é “aos interesses” e “aos das pessoas”, termos que são ligados pela conjunção “e”.

Já a expressão “ao informar” é uma oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo.

Veja que a questão não fez menção à pontuação, mas, neste caso, o

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autor optou por deixar esta oração intercalada sem dupla vírgula, o que prejudica a clareza.

Antítese de segredo, a publicidade atendia aos interesses de governantes ao informar e aos das pessoas em querer saber dos assuntos importantes. Gabarito: E

Questão 2: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 A ideia de um Estado em ação implica ___(1)___ heterogeneidade, a luta de poder e o conflito de interesses mesmo dentro da burocracia estatal. Logo, analisar o Estado em ação significa levar em conta sua dinâmica interna, a partir das ações de diferentes sujeitos, ____(2)___ difícil recorrer, nesse nível, a modelos analíticos que ___(3)___ reduzam a um instrumento de classe, a gestor da ordem social, a promotor do desenvolvimento, ou a qualquer outra concepção que _____(4)_____ os inevitáveis antagonismos, tanto do Estado com a sociedade quanto internamente, ___(5)____ máquina estatal.

(Maria Cecília Londres Fonseca, O patrimônio em processo, p.46, comadaptações)

Assinale a opção em que, na sequência, os termos preenchem corretamente as lacunas do texto acima.

1 2 3 4 5 a) na torna lhe venha neutralizar na b) a tornando-se o neutralize na c) a tornando lhe neutralizam a d) na tornando o neutralizam a e) em tornando-se lhe neutralize a Comentário: A primeira lacuna deve ser preenchida apenas pelo artigo “a”, pois o verbo “implica” é transitivo direto. Assim, o objeto direto é “a heterogeneidade”. Dessa forma, eliminamos as alternativas (A), (D) e (E).

Na segunda lacuna, perceba que o predicativo “difícil” exige que o verbo de ligação seja “tornando-se”. Esse verbo, sem o pronome, é intransitivo com sentido de retornar: Ele tornou a casa de Maria. Também pode ser transitivo direto no sentido de transformar: Ele tornou o amigo uma pessoa de caráter.

Assim, já sabemos que a alternativa correta é a (B). Agora, vamos nos certificar, seguindo esta alternativa.

A terceira lacuna deve ser preenchida pelo pronome pessoal oblíquo átono “o”, o qual cumpre a função sintática de objeto direto. Veja que o verbo “reduzam” é transitivo direto e indireto, seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o termo plural “modelos analíticos”. O objeto indireto é o termo “a um instrumento de classe”. Assim, o termo que falta é o objeto direto “o”.

...modelos analíticos que o reduzam a um instrumento de classe... A quarta lacuna deve ser preenchida pelo verbo singular “neutralize”,

pois o seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o termo singular “qualquer outra concepção”. Esse verbo é transitivo direto e o termo “os inevitáveis antagonismos” é o objeto direto.

...qualquer outra concepção que neutralize os inevitáveis antagonismos...

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A quinta lacuna deve ser preenchida pela preposição “em” contraída com o artigo “a”, tendo em vista iniciar o adjunto adverbial de lugar “na máquina estatal”. Gabarito: B

Questão 3: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 As opções trazem propostas de continuidade ao trecho abaixo, diferentemente redigidas. Assinale a que contém erro de regência e/ou de concordância.

Como ninguém quer falar em aumento de impostos, todos se aferram à expressão mágica: reforma tributária. O tema evoca um país moderno, com distribuição mais justa dos valores arrecadados.

(Krieger, Gustavo. “Agenda necessária e agenda possível”,Correio Braziliense, 7/1/2008, p. 4)

a) Bonito na retórica. Quando o assunto chega à mesa de discussões, o clima muda. O governo federal não quer dividir seu caixa. Estados e Municípios sempre querem mais dinheiro.

b) É bonito até chegar à mesa de discussões. Aí ninguém quer perder. Ao contrário: todos lutam para aumentar sua fatia do bolo.

c) Tudo vai bem até o assunto chegar à mesa de discussões. União, Estados e Municípios se digladiam para não perderem nenhuma partezinha do que arrecadam. O que querem mesmo é ganhar mais.

d) Todos concordam até se sentarem na mesa de discussões, quando se inicia os mais acalorados debates. Ninguém quer perder. Estados e Municípios buscam aumentar seu quinhão na nova divisão do dinheiro arrecadado.

e) Falar em reforma tributária é bonito. O xis da questão é botá-la no papel, quando os interesses da União, Estados e Municípios se chocam na busca de uma fatia maior do bolo para cada um.

Comentário: Veja que a questão apontou que nós devemos observar apenas a flexão dos verbos ou nomes (concordância) e o uso de preposição ou não (regência).

A alternativa (D) é a errada, pois o adjunto adverbial de lugar deve receber a preposição “a”, e não “em”, pois se entende que ninguém vai se sentar em cima da mesa, mas junto a ela. Assim, o correto é “se sentarem à mesa de discussões”.

Além disso, o verbo “inicia” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e o termo “os mais acalorados debates” é o sujeito paciente, o qual leva o verbo ao plural (“quando se iniciam os mais acalorados debates”). Veja:

Todos concordam até se sentarem à mesa de discussões, quando se iniciam os mais acalorados debates. Ninguém quer perder. Estados e Municípios buscam aumentar seu quinhão na nova divisão do dinheiro arrecadado.

A alternativa (A) está correta. Veja que o verbo “chega” exige a preposição “a” e o substantivo “mesa” admite o artigo “a”. Assim, houve crase.

A alternativa (B) está correta. Veja que o texto está em sua or-dem normal. Assim, fica fácil perceber que está correto.

A alternativa (C) está correta. Note que os verbos “digladiam”, “perderem”, “arrecadam” e “querem” flexionam no plural para concordarem

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com “União, Estados e Municípios”. A alternativa (E) está correta. Note que o verbo “botar” é transitivo

direto, por isso o pronome “-la” está sendo empregado, o qual retoma a expressão “reforma tributária”. Gabarito: D

Questão 4: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: A história das ideias e, mais especificamente, a história da ciência nos revelam, entretanto, que os períodos de crise são extremamente férteis porque abrem novas possibilidades ao pensamento. Nesse sentido, eles permitem o surgimento de alternativas aos modos de pensar anteriores.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Apesar de o substantivo “possibilidades” (ℓ. 3) admitir a preposição de na regência de seus complementos, a organização do texto impede a substituição de “ao pensamento” (ℓ.3) por do pensamento, pois os argumentos se tornariam incoerentes. Comentário: Primeiro, vamos verificar a estrutura “os períodos de crise são extremamente férteis porque abrem novas possibilidades ao pensamento.” Nela, percebemos que não é o substantivo “possibilidades” que exige o complemento “ao pensamento”; é o verbo “abre”, que é transitivo direto e indireto. Assim, o termo “novas possibilidades” é o objeto direto e “ao pensamento” é o objeto indireto.

Esse é o erro da questão. A segunda afirmação, de que a organização do texto impede a substituição de “ao pensamento” por do pensamento, pois os argumentos se tornariam incoerentes, está correta. Note que o objeto indireto, neste caso, deve ser iniciado somente pela preposição “a”. Gabarito: E

Questão 5: Auditor-Fiscal do Trabalho - 2010 Fragmento do texto: Ela tem de assegurar aos que buscam a proteção dos planos de saúde a cobertura mais completa possível, o que inclui as novas tecnologias na área de medicina.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)A expressão “aos que buscam a proteção dos planos de saúde” (ℓ. 1 e 2) tem, no período, a função de objeto direto. Comentário: A afirmativa está errada, pois a locução verbal “tem de assegurar” é transitiva direta e indireta, o objeto direto é o termo “a cobertura mais completa possível” e a expressão “aos que buscam a proteção dos planos de saúde” apresenta o objeto indireto “aos” (que é uma combinação da preposição “a” com o pronome demonstrativo “os”) e a oração subordinada adjetiva restritiva “que buscam a proteção dos planos de saúde”. Gabarito: E

Vimos os complementos verbais e praticamos um pouco. Agora, vamos relembrar o complemento nominal com alguns exercícios.

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Complemento nominal: Determinados substantivos, adjetivos e advérbios se fazem acompanhar de complementos, os quais são chamados de complementos nominais e são introduzidos por preposição.

Note abaixo que o substantivo “leitura” dá nome à ação de “ler”. Como é natural o verbo ser transitivo, esse substantivo também fica transitivo.

Você leu o texto. sujeito VTD objeto direto

Predicado verbal

Você fez uma boa leitura do texto. sujeito VTD objeto direto complemento

nominal Predicado verbal

Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto)

Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal)

A banca ESAF normalmente não pergunta, por exemplo, se “do momento” é complemento nominal; ela pergunta se a preposição “de” é exigida pelo verbo “tirou” ou pelo substantivo “proveito”. A preposição “de”, em contração com o artigo “o”, é exigida pelo substantivo “proveito”, por isso a expressão “do momento” completa o sentido desse substantivo.

Vimos, então, que, quando um nome exige complemento, ocorre a Regência Nominal. Na forma como é cobrada na prova, muitas vezes essa regência é resolvida pelo contexto, não necessitando preocupar-se em decorar quais preposições são exigidas por determinados nomes.

Abaixo foi elencada uma relação de alguns substantivos, adjetivos e advérbios que exigem preposição, iniciando um complemento nominal. Não a decore, apenas perceba as tantas possibilidades de substituição de uma preposição por outra. Assim, o que vale na hora da prova é o bom senso e a percepção do contexto.

Substantivos admiração a, por amizade a, por, com amor a, por aversão a, para, por atentado a, contra bacharel em capacidade de, para devoção a, para, com, por, para com doutor em dúvida acerca de, em, sobre empenho de, em, por falta a, com, para horror a impaciência com inclinação a, para, por medo a, de obediência a ojeriza a, por proeminência sobre respeito a, com, para com, por

Adjetivos acessível a contíguo a generoso com acostumado a, com contrário a grato a, por afável com, para com curioso de, por hábil em agradável a descontente com habituado a alheio a, de desejoso de idêntico a

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análogo a diferente de impróprio para ansioso de, para, por entendido em indeciso em apto a, para equivalente a insensível a ávido de escasso de liberal com benéfico a essencial a, para natural de capaz de, para fácil de necessário a compatível com fanático por nocivo a contemporâneo a, de favorável a paralelo a parco em, de propício a semelhante a passível de próximo a, de sensível a preferível a relacionado com sito em prejudicial a relativo a suspeito de prestes a satisfeito com, de, em, por vazio de

Advérbios longe de perto de

Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados:

paralela a, paralelamente a; relativa a, relativamente a.

Questão 6: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Fragmento do texto: Consiste a justiça social no justo equilíbrio entre dois princípios: a liberdade política, no mais alto grau possível, e a igualdade nas oportunidades abertas a todos, para que cada um realize seu potencial, nos campos do trabalho, da economia, da educação, da saúde e da segurança social.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A repetição da preposição de antes de “economia” (ℓ.4), “educação”(ℓ.4) “saúde”(ℓ.4) e “segurança”(ℓ.4) indica que esses são termos que complementam “nos campos”(ℓ.4,5); e, por essa razão, também o uso do singular, no campo, manteria o texto coeso e gramaticalmente correto. Comentário: Veja que os termos preposicionados fazem parte do adjunto adnominal composto e se ligam ao substantivo “campos”: “...nos campos do trabalho, da economia, da educação, da saúde e da segurança social.”

Assim, pode-se transpor o termo para o singular “no campo”. Dessa forma, a palavra “campo” ficará subentendida antes de cada termo preposicionado. Veja:

“...no campo do trabalho, da economia, da educação, da saúde e da segurança social.”

A questão é simples, mas quem se deteve ao sentido da palavra “complementam” e o papel do complemento nominal na oração poderia ter ficado na dúvida.

A banca, ao afirmar que os termos complementam “campos”, quis mostrar apenas a relação de subordinação que há entre o termo composto e este substantivo. Não se quis afirmar que o termo composto seria o complemento nominal, pois sabemos que quem completa o sentido de um nome é o complemento nominal; o adjunto adnominal apenas o caracteriza.

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Muita gente à época contestou o gabarito e a saída da banca foi afirmar que ali se quis apenas mostrar a relação de subordinação. Assim, todo cuidado é pouco. Gabarito: C

Questão 7: Analista-Tributário da Receita Federal - 2010 Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto adaptado do Jornal do Brasil, Editorial, 7/10/2009.

Vários, e de distintos naipes, foram os questionamentos __1__ construção do IDH como tal. Por que não mortalidade infantil de crianças abaixo de 5 anos de idade em vez de expectativa de vida? Por que não incluir outros indicadores, tais como nível de pobreza, déficit habitacional, acesso __2__ água potável e saneamento básico? Por que não acrescentar outras dimensões relacionadas __3__ meio ambiente (que afeta o padrão de vida desta e das próximas gerações), aos direitos civis e políticos, __4__ segurança pessoal e no trabalho, __5__ facilidade de locomoção? Qual a confiabilidade dos dados fornecidos por quase duas centenas de países? Há uma escassez de informação em relação __6__ maioria das dimensões sugeridas para uma comparação internacional, sem contar __7__ confiabilidade dos dados.

1 2 3 4 5 6 7 a) à a ao à à à a b) da à com o com a da com a da c) a na pelo da na da à d) na da no na de a uma e) pela de a em com a pela com a

Comentário: Sempre que há lacunas a serem preenchidas, cada uma deve ser observada e descartada, de acordo com a alternativa. Isso só pode ocorrer quando há plena certeza de incorreção a partir de cada alternativa, como o que segue.

A primeira lacuna cabe em quase todas as alternativas, pois o substantivo “questionamentos” pode reger a preposição “a”, “de”, “em”, “por”, enquanto o substantivo “construção”, contextualmente, necessita do artigo “a”, pois esse substantivo está especificado, por isso ocorre crase.

Assim, até poderíamos eliminar a alternativa (C), porém não é conveniente, pois poderíamos ter dúvida se realmente o substantivo posterior é antecedido ou não do artigo “a”; e, na hora da prova, isso pode trazer grande prejuízo. Então, por segurança, quando há substantivo singular, evite eliminar alternativa por falta do acento indicativo de crase. Aguarde mais outro vício gramatical para eliminar. Na próxima aula, falaremos um pouco mais sobre isso.

Perceba que na lacuna 2 o substantivo “acesso” exige preposição “a”, com isso eliminamos seguramente as alternativas (C), (D) e (E). O substantivo “água” não pode receber o artigo “a”, por isso não há crase. Isso é confirmado porque o substantivo “saneamento” não possui artigo definido “o”. Como esse substantivo está coordenado com o substantivo “água”, este também não receberá artigo definido “a”, por isso não há crase. Porém, como falado acima, não é recomendado eliminar alternativa por motivo ou não de

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crase, quando há substantivo singular, o ideal é esperar algum outro prob-lema gramatical.

As lacunas 3, 4 e 5 fazem parte do complemento nominal composto, que deve receber a preposição “a”, exigida pelo adjetivo “relacionadas”. Veja que isso fica claro porque o complemento nominal possui quatro núcleos, sendo o segundo deles já iniciado pela preposição “a” (aos direitos civis). Por isso, obrigatoriamente as lacunas só podem ser completadas pela preposição “a”. Veja o esquema:

ao meio ambiente (que afeta o padrão de vida desta e das próximas gerações),

relacionadas aos direitos civis e políticos, à segurança pessoal e no tra-balho, à facilidade de locomoção?

Portanto, elimina-se a alternativa (B), restando a (A) como correta.

Vamos confirmar as demais lacunas? A sexta lacuna é preenchida pela crase, pois “relação” exige preposição

“a” e “maioria” admite o artigo “a”.

A sétima lacuna é preenchida pelo artigo “a”, pois o verbo “contar” é transitivo direto e o objeto direto “a confiabilidade dos dados” é iniciado pelo artigo “a”. Gabarito: A

Orações subordinadas substantivas

Vimos as orações subordinadas substantivas na aula 2. Agora basta recordarmos essas orações com função sintática de objeto direto, objeto indireto e complemento nominal, haja vista a regência.

A oração subordinada substantiva objetiva direta não recebe preposição, pois o verbo da oração principal é transitivo direto. Essa oração parte de um objeto direto. Veja que a primeira frase possui apenas um verbo, então há um período simples. Com a inserção de um verbo no objeto direto, passou-se a uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

Peço sua atenção. VTD + OD

Peço que você se atente a mim. Or Pcp + oração sub substantiva objetiva direta.

Da mesma forma ocorre com a oração subordinada substantiva objetiva indireta. O verbo da oração principal é transitivo indireto, por isso exigiu objeto indireto.

Lembre-se de sua participação no evento. VTD + OI

Lembre-se de que você participará do evento. Or Pcp + oração sub substantiva objetiva indireta.

Falta apenas relembrarmos a oração subordinada substantiva com-pletiva nominal, a qual é exigida por um nome da oração principal.

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Tenho certeza de sua aprovação. VTD + OD + CN

Tenho certeza de que você será aprovado. Or Pcp + oração sub substantiva completiva nominal.

Agora vamos ver como isso é cobrado em prova!

Questão 8: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Uma nova rodada de programas federais de incentivo __1__ setores ainda afetados pela crise está na praça. Entre medidas lançadas e prometidas para logo, o objetivo é amparar as empresas menores, a agropecuária e o segmento que produz máquinas e equipamentos, os chamados bens de capital.Como a capacidade do governo federal de abrir mão de receita tributária — a fim de dar incentivos econômicos pontuais — chegou __2__ limite da responsabilidade fiscal, o recomendável __3__, a partir de agora, deixe de recorrer __4__ mecanismo. Os minipacotes em tela, __5__ ainda falte informação sobre alguns deles, parecem respeitar essas limitações. Optam pelo incentivo ao crédito bancário. Apesar da volta paulatina dos empréstimos __6__pessoas físicas, depois do tombo de setembro do ano passado, as operações com micro e pequenas empresas continuam restritas e caras.

(Folha de S. Paulo, Editorial, 23/06/2009)1 2 3 4 5 6

a) a ao é que a esse embora às b) para os ao mesmo nesse todavia das c) com os no portanto por esse no entanto para as d) pelos em embora com esse conquanto com as e) nos com o então desse porém a Comentário: Na primeira lacuna, perceba que o substantivo “incentivo” exige uma preposição que vai iniciar o complemento nominal. Cabem apenas as preposições “a” ou “para”. Assim, eliminamos as alternativas (C), (D) e (E).

A segunda lacuna será preenchida pela preposição “a”, pois o verbo “chegou” exige tal preposição.

A terceira lacuna só pode ser preenchida pelo verbo de ligação “é” e a conjunção integrante “que”. Assim, teremos, na oração principal, o sujeito “o recomendável” e o verbo de ligação “é”, fazendo com que o predicativo seja a oração subordinada substantiva predicativa “que, a partir de agora, deixe de recorrer a esse mecanismo”. Dessa forma, já sabemos que a alternativa correta é a (A) e percebemos que está correto o preenchimento da lacuna 4 com a expressão “a esse”.

Seguindo esta alternativa, note que tanto a conjunção “embora”, quanto a contração “às” estão corretos. (O trabalho com crase será mais especificado na próxima aula) Gabarito: A

Questão 9: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Assinale a opção que completa corretamente a sequência de lacunas no texto abaixo.

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A crise financeira e econômica nos induz ____(1)_____ a Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) sem mais tardar. Não conseguiremos reduzir a pobreza e construir sociedades mais equitativas, duradouras e focalizadas na paz se _____(2)_____ os indivíduos, em todas as épocas da vida, com conhecimentos, competências, valores que _____(3)_____ permitam informar-se e tomar decisões de maneira responsável. Uma educação de qualidade que facilite a tomada de consciência, a abertura, a solidariedade e a responsabilidade deve fazer parte de qualquer resposta à atual crise mundial. Mas, acima de tudo, é necessário que os dirigentes e os tomadores de decisão _____(4)______ as condições indispensáveis a fim de que a educação se oriente para a construção de uma maior equidade entre as sociedades.

(Eduardo Araia, Educar para salvar a Terra. Revista Planeta, julho de 2009,p.76, com adaptações)

1 2 3 4 a) a aplicação dotamos os estabeleçam b) à aplicação não dotamos os estabelecessem c) a aplicar dotarmos lhes estabelecem d) a aplicarmos não dotamos lhe estabelecessem e) a aplicar não dotarmos lhes estabeleçam Comentário: Na lacuna 1, perceba que deve haver um verbo transitivo direto, pois o termo “a Educação” não está preposicionado, sendo o objeto direto. Assim, devemos eliminar as alternativas (A) e (B).

Veja que o verbo deve ser o infinitivo impessoal, pois o pronome oblíquo átono “nos” é apenas o objeto direto e não tem força para levar o verbo a se flexionar. Vimos na aula de período composto, especificamente na oração subordinada substantiva objetiva direta, o caso do sujeito acusativo. Dê uma olhadinha novamente e perceba que podemos transformar esta oração reduzida em desenvolvida:

A crise financeira e econômica nos induz a que apliquemos a Educação...

Neste caso, percebemos que o verbo “apliquemos” pôde se flexionar fazendo referência ao sujeito oculto “nós”. Assim, eliminamos a alternativa (D).

Na lacuna 2, a conjunção “se” marca uma condição no futuro. Assim, força que o verbo se flexione no tempo futuro do subjuntivo (dotarmos). Isso será reforçado na aula de verbo.

No contexto em que se encontra, percebemos a necessidade do advérbio de negação “não”. Veja: Não conseguiremos reduzir a pobreza e construir sociedades mais equitativas, duradouras e focalizadas na paz se não dotarmos os indivíduos, em todas as épocas da vida, com conhecimentos, competências, valores...

Dessa forma, já sabemos que a alternativa correta é a (E). Assim, seguiremos sua sequência, para a confirmação.

A lacuna 3 deve ser preenchida pelo pronome “lhes”, pois o verbo “permitam” é transitivo direto e indireto, o sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o substantivo “valores”, o objeto direto é composto e oracional (“informar-se e tomar decisões de maneira responsável”) e assim o objeto

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indireto é o pronome “lhes”. Veja:

...valores que lhes permitam informar-se e tomar decisões... sujeito + OI + VTDI + oração subordinada substantiva objetiva direta

A lacuna 4 deve ser preenchida pelo verbo “estabeleçam”. Gabarito: E

Questão 10: Ministério da Integração Nacional – 2012 - nível superior

Assinale a opção que, ao preencher a lacuna do texto, provoca erro gramatical.Em comparações internacionais, os países latino-americanos em geral, e mais particularmente o Brasil, _____(a)_____ pela elevada desigualdade da distribuição da renda. A explicação dessa desigualdade ______(b)_______ na formação e evolução econômico-social dessas antigas colônias de Portugal e Espanha. Um aspecto fundamental foi, sem dúvida, a elevada concentração da posse da terra, especialmente quando a economia desses países tinha como núcleo a produção e exportação de produtos primários. No livro intitulado Um projeto para o Brasil, publicado em 1968, Celso Furtado discute como a elevada desigualdade da distribuição da renda no país condiciona um perfil da demanda global que inibe o crescimento econômico. Ele mostra como a tendência estrutural _____(c)_____ da renda favorece o subemprego característico das economias subdesenvolvidas. Assinala que a concentração da renda causa uma grande diversificação das formas de consumo de grupos privilegiados. Isso _____(d)_____ indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, mas as dimensões reduzidas do mercado de cada produto impedem o aproveitamento das economias de escala, fazendo _____(e)_____estas indústrias operem com custos relativamente altos.

(Adaptado de Rodolfo Hoffmann, Distribuição de renda e crescimentoeconômico http://www.scielo.br/scielo.php - acesso em 11/12/2011)

a) destacam-se b) teria de ser procurada c) à concentração d) beneficia às e) com que Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o verbo “destacam-se” está coerente com os argumentos e concorda com o núcleo do sujeito, o qual é plural: “países”.

A alternativa (B) está correta, pois a locução verbal “teria de ser procurada” está coerente com os argumentos e mantém a correta concordância com o núcleo do sujeito, o qual é feminino e singular: “explicação”.

A alternativa (C) está correta, pois o substantivo “tendência” rege a preposição “a” e o substantivo “concentração” admite o artigo “a”. Assim, há crase.

A alternativa (D) é a errada, pois o verbo “beneficia” é transitivo direto e não pode ser seguido de preposição. Assim, deve-se retirar o acento indicativo de crase, pois o vocábulo “a” é apenas um artigo (Isso beneficia as indústrias).

A alternativa (E) está correta, pois o verbo “fazendo” é transitivo direto, mas, quando é seguido de um complemento oracional, admite a inserção da preposição “com”. Assim, a oração subsequente é a subordinada substantiva

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objetiva direta, a qual, neste caso, pode ser preposicionada. Veja:

“...fazendo com que estas indústrias operem com custos relativamente altos.”

“...fazendo que estas indústrias operem com custos relativamente altos.” Gabarito: D

Regência com pronomes relativos

Como visto na aula 2, o pronome relativo é uma palavra que inicia as orações subordinadas adjetivas e pode estar antecedido de preposição. Isso depende do verbo da oração adjetiva e da função sintática do pronome relativo. Por isso é importante visualizarmos quais são os pronomes relativos mais empregados.

que: retoma coisa ou pessoa o/a qual: retoma coisa ou pessoa quem: retoma pessoa cujo: relação de posse onde: retoma lugar quando: retoma tempo

Agora, aplicaremos nos períodos esses pronomes relativos para termos a noção de suas funções sintáticas.

Sujeito:

O homem, que é um ser racional, aprende com seus erros. oração subordinada adjetiva

oração principal

Sempre se deve partir do verbo para entender a função sintática dos termos. Assim, há o verbo de ligação “é”, o predicativo “um ser racional”; logo, falta o sujeito, que é o pronome relativo “que”. Onde se lê “que”, entende-se “homem”, então se pode ter a seguinte estrutura:

O homem é um ser social. Como se pode substituir “que” por “o qual” e suas variações,

dependendo da palavra que foi retomada, teremos: O homem, o qual é um ser racional, aprende com seus erros.

Abaixo serão listadas outras funções do pronome relativo e suas possibilidades de substituição:

Objeto direto: Esta é a casa que amamos.

a qual amamos. OD VTD

Objeto indireto: Esta é a casa de que gostamos. (de + a qual) da qual gostamos. OI VTI

Objeto indireto: Esta é a casa a que nos referimos. (a + a qual)

à qual nos referimos. OI VTI

Complemento nominal: Esta é a casa a que fizemos referência. (a + a qual) à qual fizemos referência. CN VTD + OD

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Na função de adjunto adverbial, o pronome relativo “que” deve ser preposicionado tendo em vista transmitir os seus valores circunstanciais, normalmente os de tempo e lugar. Quando transmite valor de lugar, pode também ser substituído pelo pronome relativo “onde”.

A preposição “em” é de rigor quando o verbo intransitivo transmite processo estático (Estar em algum lugar, nascer em algum lugar). Porém, se transmitir lugar de destino, regerá preposição “a” (vai a algum lugar, vai para algum lugar); se transmitir lugar de origem, regerá a preposição “de” (vir de algum lugar). Pode ainda, na ideia de desenvolvimento do deslocamento, ser regido pela preposição “por” (passar por algum lugar). Veja:

Adjunto adverbial de lugar (estático: com preposição “em”): Esta é a casa onde moramos.

em que moramos. (em + a qual)

na qual moramos. Adj Adv. lugar VI

Adjunto adverbial de lugar (destino: com preposição “a”): Esta é a casa aonde chegamos.

a que chegamos. (a + a qual)

à qual chegamos. Adj Adv. lugar VI

Adjunto adverbial de lugar (destino: com preposição “para”): Esta é a casa para onde vamos.

--------------- (para + a qual)

para a qual vamos. Adj Adv. lugar VI

Observação: Não se usa pronome relativo “que” antecedido de preposição com duas ou mais sílabas. Deve-se transformá-lo em “o qual” e suas variações.

Assim, temos “mediante o qual”, “perante o qual”, “segundo o qual”, “conforme o qual”, “sobre o qual”, “para o qual” etc.

Adjunto adverbial de lugar (origem: com preposição “de”):

Esta é a casa de onde viemos. (ou donde) de que viemos

(de + a qual) da qual viemos.

Adj Adv. lugar VI

Observação: Soa mais agradável a construção “da qual”, mas “de que” também está correta.

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Adjunto adverbial de lugar (desenvolvimento do trajeto: com preposição “por”):

Esta é a casa por onde passamos. por que passamos

(por + a qual) pela qual passamos.

Adj Adv. lugar VI

Perceba que o pronome relativo “onde” deve ser usado unicamente como adjunto adverbial de lugar. Evite construções viciosas como:

Vivemos uma época onde o consumismo fala mais alto. (errado)

Neste caso, o pronome relativo está retomando o substantivo “época”, com valor de tempo. Assim, é conveniente ser substituído por “quando”, “em que” ou “na qual”.

Vivemos uma época quando o consumismo fala mais alto. Vivemos uma época em que o consumismo fala mais alto. Vivemos uma época na qual o consumismo fala mais alto.

O pronome relativo cujo transmite valor de posse e tem característica bem peculiar. Entendamos o seu uso culto da seguinte forma:

substantivo ___ cujo substantivo

substantivo ___ cujo substantivo

substantivo ___ cujo substantivo

substantivo ___ cujo substantivo

de

1. Posiciona-se entre substantivos, fazendo subentender a preposição “de” (valor de posse).

de

2. Ao se ler “cujo”, entende-se “de” + substantivo anterior.

sujeito, OD, OI, CN, adj adv

de

3. O pronome “cujo” + o substantivo posterior formam um termo da oração. Se forem objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial, serão preposicionados.

de

núcleo

4. O substantivo posterior é o núcleo do termo, e o pronome relativo “cujo” é o adjunto adnominal, por isso se flexiona de acordo com o núcleo.

sujeito, OD, OI, CN, adj adv

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Veja a aplicação disso:

O filme cujo artista foi premiado não fez sucesso.

O artista do filme foi premiado. sujeito

O filme cuja sinopse li não fez sucesso.

Li a sinopse do filme. objeto direto

O filme de cuja sinopse não gostei não fez sucesso.

Não gostei da sinopse do filme. objeto indireto

O filme a cuja sinopse fiz alusão não fez sucesso.

Fiz alusão à sinopse do filme. complemento nominal

Estive ontem na praça em cujo centro foi montado um grande circo.

Um grande circo foi montado no centro da praça. adjunto adverbial de lugar

Importante: não se pode inserir artigo ou pronome após o pronome relativo “cujo” e suas variações. É vício de linguagem construções do tipo:

“A casa cujo o teto caiu foi reformada.” (errado) “A casa cujo teto caiu foi reformada.” (certo) “A empresa cujos aqueles funcionários reuniram-se ontem deflagrará a greve.” (errado) “A empresa cujos funcionários reuniram-se ontem deflagrará a greve.” (certo)

adjunto adverbial de lugar

de

objeto direto

de

sujeito

de

objeto indireto

de

complemento nominal

de

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Antes de passarmos para as questões de prova, é importante observarmos a diferença entre a regência da oração subordinada substantiva e oração subordinada adjetiva. Quando há preposição antecedendo oração adjetiva, é um verbo ou um nome posterior que a exige. Quando há preposição antes da oração substantiva, é o verbo ou nome anterior que a exige.

Confirme isso neste exercício e na aula 2. Assim, sublinhe a oração subordinada e diga se é substantiva ou adjetiva. a) Importante é aquilo de que não se pode fugir. b) É importante que você busque seus objetivos. c) Urge que o Brasil distribua melhor a renda. d) Convém que ele venha. e) A mim convém aquilo de que gostas. f) Consideraram que o trabalho foi ruim. g) Consideraram o trabalho que teve maior nota. h) Eles necessitaram de que nós os ajudássemos. i) Eles necessitaram da ajuda à qual nos referimos. j) Eles tiveram necessidade de que os ajudassem. k) Eles tiveram necessidades as quais nunca tivemos. l) A verdade é que precisamos muito de estudo. m) Verdade é aquilo de que o Brasil sempre necessitou na política.

Agora veja as respostas. a) Importante é aquilo de que não se pode fugir. (oração subordinada adjetiva – “de que” é objeto indireto)

b) É importante que você busque seus objetivos. (oração subordinada substantiva subjetiva)

c) Urge que o Brasil distribua melhor a renda. (oração subordinada substantiva subjetiva)

d) Convém que ele venha. (oração subordinada substantiva subjetiva)

e) A mim convém aquilo de que gostas. (oração subordinada adjetiva – “de que” é objeto indireto)

f) Consideraram que o trabalho foi ruim. (oração subordinada substantiva objetiva direta)

g) Consideraram o trabalho que teve maior nota. (oração subordinada adjetiva – “que” é sujeito)

h) Eles necessitaram de que nós os ajudássemos. (oração subordinada substantiva objetiva indireta)

i) Eles necessitaram da ajuda à qual nos referimos. (oração subordinada adjetiva – “à qual” é objeto indireto)

j) Eles tiveram necessidade de que os ajudassem. (oração subordinada substantiva completiva nominal)

k) Eles tiveram necessidades as quais nunca tivemos. (oração subordinada adjetiva – “as quais” é objeto direto)

l) A verdade é que precisamos muito de estudo. (oração subordinada substantiva predicativa)

m) Verdade é aquilo de que o Brasil sempre necessitou na política. (oração subordinada adjetiva – “de que” é objeto indireto)

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Agora, vamos à regência nas orações adjetivas. Verifique se as frases estão corretas.

a) As pessoas a quais sempre obedeci são extremamente falsas. b) A mala cujo a chave perdi está no guarda-volumes. c) O caso o qual estamos estudando ocorreu em São Paulo. d) A empresa cujos os funcionários conversei ontem deflagrarão a greve. e) Os funcionários da empresa de quem se falou ontem deflagrarão a greve. f) Os funcionários da empresa com o qual conversei ontem deflagrarão a

greve. g) Vivemos uma época muito difícil, onde a violência impera. h) A cidade onde nasci fica no Vale do Paraíba. i) A casa em que cheguei era magnífica. j) O jogo ao qual assisti foi disputadíssimo. k) A vendedora que discuti foi muito mal-educada. l) Os relatórios do caso que aspiro desapareceu da pasta. m) Renato encontrou as irmãs de quem confiamos. n) A pessoa a quem eles dedicaram a vitória também foram vencedores. o) A empresa perante cujo gerente testemunhei faliu. p) A causa pela qual luto é nobilíssima. q) O poeta sobre cujos livros conversamos ontem está em Londrina. r) Os livros a cujas páginas me referi esclarecem complexos tópicos. s) O bairro por onde caminhei não proporciona segurança. t) O bairro aonde moro não proporciona segurança.

Agora, veja as frases já corrigidas.

a) As pessoas às quais sempre obedeci são extremamente falsas. b) A mala cuja chave perdi está no guarda-volumes. c) O caso o qual estamos estudando ocorreu em São Paulo. d) A empresa com cujos funcionários conversei ontem deflagrará a greve. e) Os funcionários da empresa de quem se falou ontem deflagrarão a greve. f) Os funcionários da empresa com os quais conversei ontem deflagrarão a

greve. g) Vivemos uma época muito difícil, em que a violência impera. h) A cidade onde nasci fica no Vale do Paraíba. i) A casa a que cheguei era magnífica. j) O jogo ao qual assisti foi disputadíssimo. k) A vendedora com quem discuti foi muito mal-educada. l) Os relatórios do caso a que aspiro desapareceram da pasta. m) Renato encontrou as irmãs em quem confiamos. n) A pessoa a quem eles dedicaram a vitória também foi vencedora. o) A empresa perante cujo gerente testemunhei faliu. p) A causa pela qual luto é nobilíssima. q) O poeta sobre cujos livros conversamos ontem está em Londrina. r) Os livros a cujas páginas me referi esclarecem complexos tópicos. s) O bairro por onde caminhei não proporciona segurança. t) O bairro onde moro não proporciona segurança.

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Agora, vamos às questões!

Questão 11: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2010 Fragmento do texto: Depois de termos vivido um longo período em que prevaleceu a ilusão da racionalidade intrínseca aos mercados financeiros, hoje há novamente o reconhecimento das fragilidades e dos riscos sistêmicos associados a seu funcionamento.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)A substituição de “em que”(ℓ.1) por no qual mantém a correção gramatical e as informações originais do período. Comentário: A afirmativa está correta. Note que o pronome relativo “que” retoma o substantivo “período”, que é masculino e singular, por isso pode ser substituído por “o qual”. Como o pronome “que” está antecedido da preposição “em”, a junção de “em” e “o qual” resulta em “no qual”. Gabarito: C

Questão 12: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFPFragmento do texto: É importante notar que a taxa de juros anual média de 141,12% é escandalosa para o Brasil, cuja inflação anual é estimada em torno de 6,5%.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cuja”(ℓ. 2) por pela qual. Comentário: Note que o pronome relativo “cuja” liga dois substantivos transmitindo o valor de posse entre eles. Além disso, o termo “cuja inflação anual” é o sujeito da locução verbal “é estimada”. Assim, não pode ser preposicionado. Por tudo isso, não pode haver a substituição pela expressão “pela qual”. Gabarito: E

Questão 13: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: O comportamento da multidão explica-se por algo como o processo de mesmerização coletiva, em que a autonomia da vontade submerge diante da vontade de obedecer dirigida ao líder sugestionador.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A alteração proposta para a estrutura linguística do texto provoca erro gramatical e/ou incoerência textual. Substituição do pronome em “em que a autonomia” por pronome com artigo, escrevendo-se no qual a autonomia. Comentário: Contextualmente, percebemos que o pronome relativo “que” pode retomar tanto a expressão “mesmerização coletiva”, quanto o substantivo “processo”.

Assim, pode ele ser substituído pela expressão “o qual”. Como há preposição “em” antes deste pronome, haverá a contração “no qual”.

Portanto, a substituição está correta e não traz prejuízo gramatical, nem prejudica a coerência dos argumentos.

Como a questão afirmou que esta substituição implicaria prejuízo gramatical e incoerência, está errada. Gabarito: E

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Questão 14: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFPFragmento do texto: É certo que houve expansão da frota, tanto de carros, como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviária a que o país parece assistir de braços cruzados.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)O emprego da preposição “a” em “a que o país parece...”(ℓ.3) justifica-se pela regência de “assistir”. Comentário: Na oração subordinada adjetiva restritiva “a que o país parece assistir de braços cruzados”, há a locução verbal transitiva indireta “parece assistir”. A regência verbal é determinada pelo verbo “assistir”, que se encontra no sentido de observar, ver. Assim exige a preposição “a”, ocorrendo o objeto indireto “a que”. Gabarito: C

Questão 15: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Fragmento do texto: O ocidente europeu no período medievo foi um mundo onde o poder estava dividido e sempre instável, sendo exercido de forma independente pelos chamados senhores feudais, geralmente possuidores de grandes extensões de terras.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeitam-se as relações entre os argumentos e provoca-se erro gramatical ao substituir “onde”(ℓ.2) por em que. Comentário: Primeiramente, observe que o vocábulo “onde” é um pronome relativo que inicia a oração subordinada adjetiva restritiva “onde o poder estava dividido”. Para ter certeza de que seja o pronome relativo, basta substituí-lo pela expressão “em que”. Justamente isso foi cobrado na questão. Esse pronome relativo sempre poderá ser substituído pela expressão “em que”. Como foi dito que essa substituição provocaria erro gramatical, a questão está errada. Gabarito: E

Questão 16: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Fragmento do texto: Erroneamente identificado como sendo somente uma porção de terra, na verdade o feudo podia assumir vários aspectos, como, por exemplo, uma ponte ou uma estrada onde se cobrava pedágio.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeitam-se as relações entre os argumentos e provoca-se erro gramatical ao substituir “onde”(ℓ.3) por a qual. Comentário: Devemos, primeiro, observar se realmente há pronome relativo. A oração “onde se cobrava pedágio” é subordinada adjetiva restritiva e é iniciada pelo pronome relativo “onde”, o qual cumpre a função sintática de adjunto adverbial de lugar. Sempre que temos esse pronome relativo, podemos substituí-lo por “em que”.

O termo retomado pelo pronome relativo é “estrada”, o vocábulo “que” pode ser substituído pela expressão “a qual”. Já que o termo “em que” possui preposição “em”, o resultado é “na qual”.

Veja:

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...uma ponte ou uma estrada onde se cobrava pedágio.

...uma ponte ou uma estrada em que se cobrava pedágio.

...uma ponte ou uma estrada na qual se cobrava pedágio.

Assim, a substituição de “onde” por “a qual” está errada. Como a questão afirmou que essa substituição implicaria erro gramatical, está correta. Gabarito: C

Questão 17: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Frag-mento do texto: Se o Estado propicia segurança, educação, saúde, trabalho, previdência, moradia e transporte, o indivíduo tem as condições mínimas para atingir a felicidade, a que todos os homens tendem.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a seguinte substituição no texto: “a que”(ℓ.3) por a qual. Comentário: Na oração subordinada adjetiva explicativa “a que todos os homens tendem”, o sujeito é o termo “todos os homens”, o verbo “tendem” é transitivo indireto e exige a preposição “a”. Assim, “a que” é o objeto indireto.

O pronome relativo “que” retoma o substantivo “felicidade”, por isso pode ser substituído pela expressão “a qual”. Porém, o objeto indireto é iniciado pela preposição “a”. Assim, a preposição “a” mais a expressão “a qual” resulta na expressão com crase “à qual”.

Como a questão afirmou que haveria erro gramatical com aquela substituição, está correta. Gabarito: C

Questão 18: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 1

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Com o advento do Estado Social e Democrático de Direito, ganhou força a tese que defende a necessidade de interpretar a relação jurídica tributária de forma contextualizada com o valor constitucional da solidariedade social. Isso não significa, porém, que a busca da solidariedade social prevalecerá sempre sobre todas as demais normas constitucionais, pois sempre existirão situações em que restará configurada a supremacia de outros valores, também positivados no texto constitucional.

A solidariedade de que trata a Constituição, no entanto, é a solidariedade genérica, referente à sociedade como um todo, em oposição à solidariedade de grupos sociais homogêneos, a qual se refere a direitos e deveres de um grupo social específico. Por força da solidariedade genérica, é lógico concluir que cabe a cada cidadão brasileiro dar a sua contribuição para o financiamento do “Estado Social e Tributário de Direito”.

Infelizmente, é um fato cultural e histórico o contribuinte ver na arrecadação dos tributos uma “subtração”, em vez de uma contribuição a um Erário comum. Diante disso, o tema da solidariedade é fundamental, porque leva a uma reflexão sobre as razões pelas quais se pagam tributos, ou porque deva existir uma lealdade tributária.

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(Daniel Prochalski, Solidariedade social e tributação.http://jus2.uol.com.br/Doutrina/texto, acesso em 9/6/2010, com adaptações)

Com relação ao emprego do pronome relativo, mantêm-se a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto ao usar

a) por que em lugar de “pelas quais”(ℓ.19). b) na qual em lugar de “em que”(ℓ.6). c) que em lugar de “de que”(ℓ.9). d) a que em lugar de “a qual”(ℓ.11). e) em que em lugar de “que”(ℓ.2). Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois a expressão “pelas quais” inicia a oração subordinada adjetiva restritiva “pelas quais se pagam tributos”. Essa expressão é feminina e plural, porque retoma o substantivo “razões”. Ela é o resultado da combinação da preposição “por” com o pronome relativo “que”. Como este pronome relativo pode ser substituído por “as quais”, a contração da preposição “por” com o artigo “as” gera a palavra “pelas”, temos como resultado “pelas quais”. A questão pediu o inverso: a substituição da expressão “pelas quais” por “por que”. Isso está corretíssimo. Veja:

...as razões pelas quais se pagam tributos... ...as razões por que se pagam tributos...

A alternativa (B) está errada, pois o pronome relativo “que” retoma o substantivo plural e feminino “situações”. Assim, a substituição correta seria “nas quais”. Veja:

...situações em que restará configurada a supremacia de outros valores... ...situações nas quais restará configurada a supremacia de outros valores...

A alternativa (C) está errada, pois o verbo “trata” é transitivo indireto, o sujeito é o termo “a Constituição” e o objeto indireto é o termo “de que”. Como a alternativa retirou a preposição “de”, está errada. Veja:

A solidariedade de que trata a Constituição... OI + VTI + sujeito

A alternativa (D) está errada, pois a expressão pronominal “a qual” cumpre a função sintática de sujeito, o verbo “refere-se” é transitivo indireto e o termo “a direitos e deveres de um grupo social específico” é o objeto indireto. Por ser o sujeito, a expressão “a qual” poderia ser substituída apenas pelo pronome relativo “que” (sem preposição). Veja:

...solidariedade (...) a qual se refere a direitos... ...solidariedade (...) que se refere a direitos...

A alternativa (E) está errada, pois o pronome relativo “que” está na função de sujeito, o verbo “defende” é transitivo direto e o termo “necessidade” é o objeto direto. Como está nesta função, não é preposicionado. Assim, pode ser substituído apenas por “a qual”. Veja:

...a tese que defende a necessidade... ...a tese a qual defende a necessidade...

Gabarito: A

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A partir daqui, você notará muitas questões que cobram a regência, juntamente com outros temas também muito importantes.

Questão 19: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2012 Não dá para fazer reforma mantendo a mesma estrutura tributária, sem corrigir um sistema de que (a) se transformou num monstro justamente por que (b) rombos momentaneos (c) superaram a racionalidade fiscal desde os tempos da ditadura militar. Para falar mais claro, nos últimos 40 anos um imposto era criado sempre que o Orçamento federal abria um novo rombo, gerado por suscessivos (d) governos que gastavam mais do que podiam. Assim nasceram (e) o PIS-Cofins federal, as nove taxas embutidas nas contas de luz, a taxa de incêndio municipal e por aí vai.

(Suely Caldas, “Falsos remédios”. Folha de S. Paulo, 1/5/2012http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html)

Assinale a letra correspondente à expressão inteiramente correta.

a) de que b) por que c) momentaneos d) suscessivos e) nasceram Comentário: A alternativa (A) está errada, pois, na oração subordinada adjetiva restritiva “de que se transformou num monstro justamente...”, a preposição “de” está excedente, tendo em vista que o pronome relativo “que” é o sujeito, e sabemos que sujeito não pode ser preposicionado.

A alternativa (B) está errada, pois deve haver a conjunção causal “porque”, e não a expressão “por que”.

As alternativas (C) e (D) estão erradas, porque a correta grafia é “momentâneos” e “sucessivos”.

A alternativa (E) é a correta, pois o verbo “nasceram” concorda com o sujeito composto posposto “o PIS-Cofins federal, as nove taxas embutidas nas contas de luz, a taxa de incêndio municipal”. Gabarito: E

Questão 20: Ministério da Integração Nacional – 2012 - nível superior 1

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Garantir a plena mobilidade de pessoas, bens e serviços será crucial para o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no mundo. O planejamento urbano não pode ser separado da política habitacional ou de mobilidade. Em última instância, uma importante decisão política deve ser tomada em relação ao modelo de cidade em que queremos viver e ao destino dos investimentos públicos em mobilidade. Construir mais infraestrutura viária só consegue aliviar congestionamentos temporariamente. Nenhuma cidade do mundo conseguiu resolver os desafios da mobilidade construindo mais ou maiores avenidas. Existe consenso entre especialistas de que aumentar a densidade habitacional ao redor dos grandes eixos de transporte público, bem como ampliar os investimentos no modelo que realmente pode chegar a todos os cantos da cidade - os corredores de ônibus -, será a chave do sucesso para qualquer cidade que almeja ser líder global.

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(adaptado de Adalberto Maluf Filho, A eficiência operacional pela superfície é chave para o futuro.http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16470 - acesso em 29/12/2011)

Assinale a opção que interpreta de maneira incorreta o uso das estrutur-as linguísticas no texto.

a) Considerando que o uso do presente do indicativo também preservaria a correção gramatical do texto, a opção pelo futuro do presente em “será” (ℓ.1) indica que a argumentação focaliza situações futuras.

b) A relação semântica entre as ideias do texto mostra que o termo “em que” (ℓ.5) corresponde a onde.

c) O emprego da preposição a antes de “o destino” (ℓ.5,6) indica que esse termo complementa a expressão “em relação” (ℓ.5), assim como “o modelo” (ℓ.5) também a complementa.

d) A presença do travessão depois de “ônibus” (ℓ.13) torna desnecessário o uso da vírgula; por isso, sua omissão manteria a correção gramatical do texto.

e) O valor semântico que o gerúndio assume em “construindo” (ℓ.9) corresponde ao valor da expressão porque construiu.

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o presente do indicativo sinalizaria no texto um fundamento: A garantia da plena mobilidade de pessoas, bens e serviços é a base para o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no mundo. Assim, estaria também correta e de acordo com os argumentos do texto.

Com o uso do futuro do presente no texto, o autor enfatiza que essa garantia é algo a ser conquistado, para que haja desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no mundo. Compare:

“Garantir a plena mobilidade de pessoas, bens e serviços é crucial para o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no mundo.”

“Garantir a plena mobilidade de pessoas, bens e serviços será crucial para o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no mundo.”

A alternativa (B) está correta, pois o pronome relativo “que” retoma um lugar (“cidade”) e está antecipado da preposição “em”, a qual marca lugar estático. Assim, pode haver a substituição pelo pronome relativo “onde”. Veja:

“...cidade em que queremos viver...” “...cidade onde queremos viver...”

A alternativa (C) está correta, pois as expressões “ao modelo de cidade” e “ao destino dos investimentos públicos em mobilidade” estão coordenadas pela conjunção “e” e são exigidas pelo substantivo “relação”. Assim, tais expressões são o complemento nominal composto. Veja:

“Em última instância, uma importante decisão política deve ser tomada em relação ao modelo de cidade em que queremos viver e ao destino dos investimentos públicos em mobilidade.”

A alternativa (D) é a errada, pois o duplo travessão que isola o aposto explicativo “os corredores de ônibus” não tem relação com a vírgula seguinte. Esta vírgula fecha o termo intercalado iniciado com vírgula antes da expressão “bem como”. Assim, tanto o segundo travessão, quanto a segunda vírgula são

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obrigatórios. Veja:

“Existe consenso entre especialistas de que aumentar a densidade habitacional ao redor dos grandes eixos de transporte público, bem como ampliar os investimentos no modelo que realmente pode chegar a todos os cantos da cidade - os corredores de ônibus -, será a chave do sucesso para qualquer cidade que almeja ser líder global.”

A alternativa (E) está correta. Basta realizar a substituição, para perceber que a oração “construindo mais ou maiores avenidas” é subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio. Compare:

“Construir mais infraestrutura viária só consegue aliviar congestionamentos temporariamente. Nenhuma cidade do mundo conseguiu resolver os desafios da mobilidade construindo mais ou maiores avenidas.”

“Construir mais infraestrutura viária só consegue aliviar congestionamentos temporariamente. Nenhuma cidade do mundo conseguiu resolver os desafios da mobilidade porque construiu mais ou maiores avenidas.” Gabarito: D

Questão 21: CGU – 2012 – Analista de Finanças e Controle Assinale a opção que completa corretamente a sequência de lacunas no texto abaixo.

Inicialmente, é necessário considerar __(1)__ o crescimento da oferta de crédito deve ocorrer sempre de maneira sustentada e sem aumento __(2)__ riscos sistêmicos. A recente crise do subprime nos EUA e os problemas fiscais na zona do euro são evidências claríssimas dos riscos do excesso de alavancagem e da imprudência na concessão de crédito __(3)__ bancos. Medidas do governo para forçar os bancos – públicos ou privados – a __(4)__ mais com taxas artificialmente baixas __(5)__ levar à formação de bolhas no mercado de crédito __(6)__ consequências imprevisíveis para a estabilidade financeira sistêmica.

(Adaptado de Gustavo Loyola, Baixar “spreads” exige medidas sutentáveis. OEstado de São Paulo, 21 de abril de 2012)

(1) (2) (3) (4) (5) (6)

a) que dos pelos emprestarem podem com

b) de que dos em emprestar pode com

c) em que a pelos emprestar podendo por

d) que nos dos emprestassem podem por

e) de que a dos emprestarem podendo pelas

Comentário: A lacuna (1) deve ser preenchida pela conjunção integrante “que”, a qual inicia a oração subordinada substantiva objetiva direta “o crescimento da oferta de crédito deve ocorrer sempre de maneira sustentada e sem aumento __ riscos sistêmicos”, pois o verbo “considerar” é transitivo direto. Assim, excluímos as alternativas (B), (C) e (E).

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A lacuna (2) deve ser preenchida pela contração “dos”, tendo em vista que o substantivo “aumento” rege a preposição “de”. Assim, excluímos a alternativa (D) e a correta é a (A). Mas você poderia ter ficado na dúvida quanto à possibilidade de inserção da contração “nos”. Por isso, sempre devemos confirmar.

A lacuna (3) pode ser preenchida tanto pela contração “pelos”, quanto por “dos”, pois entendemos que são os bancos que concedem o crédito.

A lacuna (4) deve ser preenchida pelo infinitivo flexionado no plural “emprestarem”, por iniciar uma oração subordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo e por fazer referência ao termo plural “os bancos– públicos ou privados –”. Assim, se você estava na dúvida, agora tem certeza de que a alternativa (A) é a correta.

A lacuna (5) deve ser preenchida pelo verbo plural “podem”, tendo em vista que seu sujeito é o termo plural “Medidas do governo”.

A lacuna (6) deve ser preenchida pela preposição “com” por iniciar o adjunto adverbial de modo “com consequências imprevisíveis para a estabilidade financeira sistêmica”. Gabarito: A

Questão 22: Analista-Tributário da Receita Federal - 2010 Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

O IDH é um índice que, pela simplicidade, se (1) disseminou mundialmente, tornando-se (2) um parâmetro de avaliação de políticas públicas na área social, o que não é pouco, levando-se em consideração que há respaldo científico. No entanto, para além das filigranas metodológicas, é preciso não se perder (3) de vista o ponto fundamental do IDH, que é medir a qualidade de vida para além de indicadores econômicos. Nesse sentido, ele é uma bem-sucedida alternativa ideológica do indicador puro e simples do Produto Interno Bruto, no qual (4) pode camuflar o real nível de bem-estar da maioria da população. Com o IDH, medir desenvolvimento humano passou a ser tão ou mais importante que aferir (5) o mero, e às vezes enganador, desenvolvimento econômico.

(Jornal do Brasil, Editorial, 7/10/2009, adaptado.)

a) (1) b) (2) c) (3) d) (4) e) (5) Comentário: A alternativa (A) está correta. O verbo “disseminou” é transitivo direto e o pronome “se” é apassivador, fazendo com que o sujeito paciente seja “que”, o qual retoma “índice”. Para que tenhamos certeza de que há pronome apassivador, devemos transformar a voz passiva sintética em analítica: foi disseminado.

Não se pode condenar o posicionamento desse pronome átono após a vírgula. Na realidade, há dupla vírgula isolando o termo “pela simplicidade”. Isso não caracteriza o pronome como iniciador de frase ou oração. Assim, tal colocação é admitida. O tema colocação pronominal será visto em aulas

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posteriores. A alternativa (B) está correta. Normalmente, o verbo “tornar” é

intransitivo e só passa a verbo de ligação quando recebe a parte integrante “se”. Por isso, “tornando-se” está correto gramaticalmente. A alternativa (C) está correta. O verbo “perder” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e “o ponto fundamental do IDH” é sujeito paciente. Para confirmar, devemos transformar voz passiva sintética em analítica: não ser perdido de vista. Veja que o advérbio “não” é palavra atrativa, por isso tal pronome está posicionado antes do verbo. O tema colocação pronominal será visto em aulas posteriores.

A alternativa (D) é a errada. Deve-se retirar a preposição “em” da expressão “no qual”, pois esse termo deve ser o sujeito da oração. Esse pronome relativo retoma “indicador puro e simples do Produto Interno Bruto”. Assim, o correto seria:

“Nesse sentido, ele é uma bem-sucedida alternativa ideológica do indicador puro e simples do Produto Interno Bruto, o qual pode camuflar o real nível de bem-estar da maioria da população.”

A alternativa (E) está correta. Perceba que a banca quer que o candidato diferencie auferir de “aferir”. Note que o contexto pede o sentido de medição, precisão; por isso está correto o emprego de “aferir”. Se tivesse no sentido de receber, ganhar, o ideal seria auferir. Gabarito: D

Questão 23: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2012 Assinale o trecho de relatório contábil que se apresenta inteiramente correto quanto ao emprego do padrão formal escrito da língua portuguesa.

a) A crédito desta conta vem sendo contabilizada mensalmente a importância de R$10.628,75. Indagamos ao setor contábil sobre os referidos valores, que ao longo do ano soma-se mais de cem mil reais. No entanto, não nos foi fornecida nenhuma explicação.

b) Alertamos que, a falta de controles internos e da conciliação contábil da conta podem propiciar fraudes e desvios de valores, pois funcionários que têm conhecimento do fato podem utilizá-lo para fins de desfalques.

c) Alertamos que empréstimos feitos a funcionários não firmados mediante contrato, e sem cláusula de cobrança de encargos financeiros, poderão ser considerados pelo fisco como adiantamentos salariais e tributados na fonte, na ocasião da liberação dos recursos.

d) Recomendamos ampliar as atenções sobre os adiantamentos pendentes de longa data, haja visto, que, desta forma, eles se caracterizam como empréstimo, sendo necessário, daqui por diante, a elaboração de contratos com previsão de cobrança de encargos financeiros.

e) Entre as adições ao ativo fixo da companhia, persiste situação comentada em nosso relatório anterior onde se constatou valores que se caracterizam como despesa operacional invez de custo de aquisição ou desenvolvimento de bens permanentes.

(http://pt.scribd.com/doc/55427164/Modelo-Relatorio-Auditoria-Contabil,com adaptações)

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Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o núcleo do sujeito “crédito” força o artigo e a locução verbal para o masculino: “O crédito...vem sendo contabilizado”.

Perceba também que o objeto direto “a importância de R$10.628,75” impede o uso da locução verbal da voz passiva, a qual deve ser transformada em “vem contabilizando”.

A locução adverbial intercalada “ao longo do ano” pode ser entendida como pequena extensão, por isso se admite a omissão da dupla vírgula.

Não cabe o pronome apassivador “se”, pois há sujeito (o pronome relativo “que”) e o objeto direto “mais de cem mil reais”. O crédito desta conta vem contabilizando mensalmente a importância de R$10.628,75. Indagamos ao setor contábil sobre os referidos valores, que ao longo do ano soma mais de cem mil reais. No entanto, não nos foi fornecida nenhuma explicação.

A alternativa (B) está errada, pois não pode haver vírgula após a conjunção integrante “que” (Alertamos que a falta...).

A locução verbal “podem propiciar” deve se flexionar no singular, pois o núcleo do sujeito é “falta”. Note que o termo composto “de controles internos e da conciliação...” é o adjunto adnominal, o qual não interfere na concordância.

O pronome pessoal oblíquo átono em “utilizá-lo” está retomando o substantivo “fato”. Alertamos que a falta de controles internos e da conciliação contábil da conta pode propiciar fraudes e desvios de valores, pois funcionários que têm conhecimento do fato podem utilizá-lo para fins de desfalques.

A alternativa (C) é a correta. Você poderia ter ficado na dúvida quanto à dupla vírgula intercalando a expressão “e sem cláusula de cobrança de encargos financeiros”. Tal expressão é um comentário à parte do autor, por isso as vírgulas estão corretas. A última vírgula da frase é facultativa, pois inicia um adjunto adverbial em final de oração.

Alertamos que empréstimos feitos a funcionários não firmados mediante contrato, e sem cláusula de cobrança de encargos financeiros, poderão ser considerados pelo fisco como adiantamentos salariais e tributados na fonte, na ocasião da liberação dos recursos.

A alternativa (D) está errada, pois a locução conjuntiva de causa é “haja vista que”, não admitindo vírgula interna e possuindo palavra feminina. A expressão adverbial intercalada “desta forma” está corretamente posicionada entre vírgulas. O verbo “caracterizam” deve ser flexionado no subjuntivo “caracterizem” a fim de transmitir possibilidade, e não certeza de que algo já esteja ocorrendo.

O predicado nominal “sendo necessário” deve se flexionar no feminino a fim de concordar com o sujeito “a elaboração”. Note que o artigo feminino “a” impõe tal flexão.

Recomendamos ampliar as atenções sobre os adiantamentos pendentes de longa data, haja vista que, desta forma, eles se caracterizem como empréstimo, sendo necessária, daqui por diante, a elaboração de contratos com previsão de cobrança de encargos financeiros.

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A alternativa (E) está errada, pois o verbo “constatou” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e o sujeito paciente plural “valores” força a flexão verbal ao plural: “se constataram”. O vocábulo “invez” não existe. Neste contexto, cabe a expressão “em vez de”.

Entre as adições ao ativo fixo da companhia, persiste situação comentada em nosso relatório anterior onde se constataram valores que se caracterizam como despesa operacional em vez de custo de aquisição ou desenvolvimento de bens permanentes. Gabarito: C

Questão 24: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2012 Assinale o segmento de texto que foi transcrito com total correção gramatical.

a) Na administração do Estado, em seus vários níveis, está presente o destino que se dão aos impostos, que nada mais é do que bens privados transferidos obrigatoriamente para a esfera estatal.

b) Logo, é normal que se coloque questões atinentes à moralidade na gestão desses recursos, que devem – ou deveriam – estar destinados à melhoria das condições de vida dos cidadãos.

c) Espetáculos de imoralidade de parte dos políticos e de seus partidos são percebidos como desvios de recursos privados, que tiveram destinação eticamente indevida.

d) Não surpreende de que, em pesquisas de opinião sobre prefeitos, a honestidade, o ter palavra, o cumprir promessas tenha surgido como qualidades requeridas do homem público.

e) Ter princípios são considerados essenciais. Política sem valores equivale a um cheque em branco dado a governantes e parlamentares no uso dos recursos públicos.

(Dennis L. Rosenfield, “Ausência de princípios”, O Estado de São Paulo, 16/07/2012 ,com adaptações. http://avaranda.blogspot.com.br/2012/07/

ausencia-de-principios-denis-lerrer.html) (http://pt.scribd.com/doc/55427164/Modelo-Relatorio-Auditoria-Contabil,

com adaptações)Comentário: A alternativa (A) está errada, pois o verbo “dão” deve se flexionar no singular, pois o sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o substantivo singular “destino”.

O verbo “é” deve ser flexionado no plural, pois seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o substantivo plural “impostos”.

As duas primeiras vírgulas estão corretas, porque estão separando expressões adverbiais, e a terceira vírgula está correta, porque inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa. Veja:

Na administração do Estado, em seus vários níveis, está presente o destino que se dá aos impostos, que nada mais são do que bens privados transferidos obrigatoriamente para a esfera estatal.

A alternativa (B) está errada, pois o verbo “coloque” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e o sujeito paciente plural “questões” força o verbo ao plural: “se coloquem”.

A primeira vírgula separa a conjunção coordenativa conclusiva e a

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segunda inicia uma oração subordinada adjetiva explicativa. O duplo travessão marca um comentário à parte do autor. Logo, é normal que se coloquem questões atinentes à moralidade na gestão desses recursos, que devem – ou deveriam – estar destinados à melhoria das condições de vida dos cidadãos.

A alternativa (C) é a correta. Note que a vírgula foi usada para iniciar uma oração subordinada adjetiva explicativa. Espetáculos de imoralidade de parte dos políticos e de seus partidos são percebidos como desvios de recursos privados, que tiveram destinação eticamente indevida.

A alternativa (D) está errada, pois não cabe preposição antes de sujeito, e você deve notar que o verbo “surpreende” é intransitivo e o sujeito é a oração “que, em pesquisas de opinião sobre prefeitos, a honestidade, o ter palavra, o cumprir promessas tenha surgido como qualidades requeridas do homem público”, isto é, oração subordinada substantiva subjetiva (isso não surpreende).

Além disso, dentro desta oração substantiva, o sujeito composto “a honestidade, o ter palavra, o cumprir promessas” força a locução verbal ao plural: “tenham surgido”. Note que os verbos “ter” e “cumprir” foram substantivados pela inserção do artigo “o”, por isso não são mais entendidos como orações, mas como núcleos do sujeito composto.

O adjunto adverbial intercalado “em pesquisas de opinião sobre prefeitos” está corretamente entre vírgulas.

Não surpreende que, em pesquisas de opinião sobre prefeitos, a honestidade, o ter palavra, o cumprir promessas tenham surgido como qualidades requeridas do homem público.

A alternativa (E) está errada, pois o sujeito oracional “Ter princípi-os” força o predicado ao singular: “é considerado essencial”.

Ter princípios é considerado essencial. Política sem valores equivale a um cheque em branco dado a governantes e parlamentares no uso dos recursos públicos. Gabarito: C

Questão 25: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial do Valor Econômico de 29/3/2012. Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramatic-almente incorreta. a) Parece cada vez mais claro que a tendência de valorização do real vai durar

um bom tempo. Há demanda futura garantida para as commodities que o país exporta e enormes possibilidades de novos negócios.

b) Toda a estrutura de defesa comercial deveria ser aperfeiçoada e acelerada para barrar a concorrência desleal. Os instrumentos disponíveis para isso não têm sido usados intensamente como seria necessário. Resta, porém, a competitividade.

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c) A bonança encontrou o país com uma carga de impostos maior do que a de competidores emergentes do mesmo porte, gargalos enormes na infraestrutura e, ainda por cima, uma taxa de juros astronômica — a conhecida conspiração de custos contra as empresas nacionais.

d) A valorização agravou problemas crônicos, em detrimento da indústria. A licença para se proteger que o Brasil pede agora já existe de alguma forma e ela deveria se voltar prioritariamente contra a China, cuja mágica de formação dos preços dos bens exportados é poderosa.

e) O investimento externo direto mudou de patamar. Até o ano passado eles cobriam praticamente o deficit em conta corrente, ao que limitava o efeito, para explicação da valorização da moeda, de tsunamis monetários e capitais especulativos.

Comentário: A alternativa (E) é a errada, pois o pronome demonstrativo “o” é empregado como aposto recapitulativo, ele retoma toda a informação anterior e é seguido do pronome relativo “que” na função de sujeito. Por causa disso, não se admite a preposição “a”.

Além disso, o pronome “eles” deve se flexionar no singular, por fazer referência a “investimento externo direto”. Assim, também o verbo deve se flexionar no singular (“ele cobria”).

Observação: as palavras “deficit" e “tsunamis”, no texto original, estão sendo empregadas em itálico, o que tem o mesmo valor de aspas, indicando palavras de origem estrangeira e por isso não são acentuadas.

Vale observar que o termo “para explicação da valorização da moeda” é um adjunto adverbial de finalidade, por isso está separado por dupla vírgula.

“O investimento externo direto mudou de patamar. Até o ano passado ele cobria praticamente o deficit em conta corrente, o que limitava o efeito, para explicação da valorização da moeda, de tsunamis monetários e capitais especulativos.”

A alternativa (A) está correta. Veja que a estrutura dos períodos é curta, deixando o texto mais claro.

A alternativa (B) está correta. Note que o sujeito plural “Os instrumentos disponíveis” leva a locução verbal “têm sido usados” ao plural.

A alternativa (C) está correta. Veja que há vírgula que separa o primeiro do segundo termo da enumeração (“com uma carga de impostos maior do que a de competidores emergentes do mesmo porte, gargalos enormes na infraestrutura”). A conjunção “e” adicionou o último termo desta enumeração (“e, ainda por cima, uma taxa de juros astronômica”). Note neste termo a expressão intercalada “ainda por cima”.

A expressão iniciada pelo travessão é um comentário explicativo do autor.

A alternativa (D) está correta. Veja a vírgula empregada antes da estrutura adverbial “em detrimento da indústria”. A outra vírgula inicia a oração subordinada adjetiva explicativa “cuja mágica de formação dos preços dos bens exportados é poderosa”. Gabarito: E

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Questão 26: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial de O Globo de 20/3/2012. Assinale a opção que respeita as exigências gramaticais da norma culta na sua transcrição.

a) Em geral, quando a economia está em trajetória de crescimento, multiplicam-se as condições para os ganhos de produtividade, pela facilidade de se concretizarem investimentos. Mas não é algo que caia do céu. Sem esforço e determinação, a produtividade não avança.

b) Mas há também os fatores que não dependem diretamente dos agentes econômicos, como o ambiente institucional para a realização de negócios, a infraestrutura de uso comum, as prioridades e a execução da política econômica, o que se refletem no crédito e na carga tributária.

c) São vários os fatores que contribuem para os saltos de produtividade. Alguns relacionados do processo produtivo, como à inovação, a melhoria da gestão dos recursos disponíveis, a atualização tecnológica, a motivação dos que produzem, a utilização dos insumos (bens e serviços) mais adequados para se chegarem ao resultado final.

d) Com uma taxa de investimento relativamente baixa cuja proporção do Produto Interno Bruto (PIB), pouco acima dos 19%, o Brasil conseguiu avançar socialmente sem um crescimento econômico tão forte.

e) A estabilidade monetária abriu caminhos para ganhos de produtividade que tornou factíveis tais avanços, mas é preciso definir prioridades claras nos gastos públicos.

Comentário: A alternativa (A) é a correta. A oração subordinada adverbial temporal “quando a economia está em trajetória de crescimento” está intercalada, por isso se encontra entre vírgulas.

Além disso, note que o verbo “multiplicam” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador. Com isso o sujeito paciente e plural “as condições” força esse verbo ao plural.

As expressões “pela facilidade de” e “Sem esforço e determinação” são adjuntos adverbiais de causa e condição, respectivamente. Por isso, podem ser iniciadas por vírgula.

A alternativa (B) está errada, pois o verbo “refletem” deve se flexionar no singular, tendo em vista que seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma o pronome demonstrativo singular “o”:

Mas há também os fatores que não dependem diretamente dos agentes econômicos, como o ambiente institucional para a realização de negócios, a infraestrutura de uso comum, as prioridades e a execução da política econômica, o que se reflete no crédito e na carga tributária.

A alternativa (C) está errada, pois o adjetivo “relacionados” exige a preposição “a”. Além disso, a conjunção “como” não admite ser seguida de preposição “a”. Assim, não pode haver crase em “como à inovação”.

O verbo “chegar” é transitivo indireto, o pronome “se” é o índice de indeterminação do sujeito, por isso o verbo deve se flexionar no singular:

São vários os fatores que contribuem para os saltos de produtividade. Alguns relacionados ao processo produtivo, como a inovação, a melhoria da gestão dos recursos disponíveis, a atualização tecnológica, a motivação dos que

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produzem, a utilização dos insumos (bens e serviços) mais adequados para se chegar ao resultado final.

A alternativa (D) está errada, pois devemos substituir o pronome relativo “cujo” pela preposição “com”, tendo em vista que o termo posterior não é uma oração adjetiva, mas sim um adjunto adverbial de modo coordenado ao anterior. Assim, devemos inserir uma vírgula após “baixa” e retirar a vírgula após “(PIB)”:

Com uma taxa de investimento relativamente baixa, com uma proporção do Produto Interno Bruto (PIB) pouco acima dos 19%, o Brasil conseguiu avançar socialmente sem um crescimento econômico tão forte.

A alternativa (E) está errada, pois o pronome relativo “que” retoma o termo plural “ganhos”, o que força o verbo “tornou” a flexionar-se no plural:

A estabilidade monetária abriu caminhos para ganhos de produtividade que tornaram factíveis tais avanços, mas é preciso definir prioridades claras nos gastos públicos. Gabarito: A

Questão 27: Auditor-Fiscal do Trabalho - 2010 Com base na norma gramatical da língua escrita, analise as propostas de alteração do texto abaixo e, a seguir, assinale a opção incorreta. 1

5

A civilização industrial leva à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual, mas, ao mesmo tempo, liberta os homens das piores formas de servidão, do peso do trabalho alienante, tornando possível imaginar um mundo de homens livres que conseguirão a “liberdade do impulso criativo” – este é o verdadeiro objetivo da reconstrução social. Por meio do aumento dos padrões de conforto e acesso à informação, essa civilização cria condições favoráveis para desafiar radicalmente os velhos laços de autoridade.

a) No trecho “à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual” (ℓ. 1 e 2), substituir “à” por “a” e suprimir “ao”.

b) Substituir o trecho “tornando possível imaginar” (ℓ. 3 e 4) por “no qual possibilita imaginarem-se”.

c) Substituir o segmento “um mundo de homens livres que conseguirão” (ℓ. 4) por “um mundo cujos homens livres conquistarão”.

d) Na linha 7, inserir o adjetivo “industrial” após o substantivo “civilização”.

e) Substituir o segmento “para desafiar” (ℓ. 7 e 8) por “para que se desafiem”.Comentário: A alternativa (A) está correta e se deve observar o uso de termos paralelos.

É normal o autor querer manter o paralelismo por motivo de clareza. Com isso há repetição de preposição e, em algumas vezes, há repetição de preposição em contração com o artigo. Veja um exemplo criado pelo professor:

1. Gosto de futebol e de vôlei. (repetição da preposição “de” por paralelismo)

O autor pode optar por retirar a segunda preposição, para evitar repetição de palavra. Veja:

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2. Gosto de futebol e vôlei. Neste caso, continua correta gramaticalmente a construção e o autor

apenas evitou a repetição da preposição “de”, omitindo-a.

Pode haver, também, o paralelismo com a contração de preposição mais artigo. Mas se deve notar que, quando a preposição recebeu artigo, havendo a contração do primeiro, consequentemente, o segundo receberá também a contração, logicamente se admitir artigo, como ocorre abaixo:

3. Gosto do futebol de domingo e do vôlei feminino. Podem ocorrer, em determinados textos, elementos coordenados em que

somente o primeiro recebe artigo (pois o autor o quer especificar) e o segundo dos termos encontra-se sem artigo, tendo em vista ser tomado de valor generalizado:

4. Gosto do futebol de domingo e de vôlei. Neste caso, não pode ocorrer a omissão da segunda preposição (Gosto

do futebol de domingo e vôlei.), pois haverá incorreção da norma culta.

Agora, observemos o que a banca pediu nesta alternativa: A construção original está de acordo com o exemplo 3, dado acima:

“A civilização industrial leva à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual”

A reconstrução feita pela alternativa está de acordo com o exemplo 2, dado acima (os dois substantivos estão sem artigo):

A civilização industrial leva a concentração de poder e declínio da liberdade individual,

A alternativa (B) é a errada. Primeiramente, vamos confrontar os termos:

“A civilização industrial leva à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual, mas, ao mesmo tempo, liberta os homens das piores formas de servidão, do peso do trabalho alienante, tornando possível imaginar um mundo de homens livres que conseguirão a “liberdade do impulso criativo” – este é o verdadeiro objetivo da reconstrução social.” “A civilização industrial leva à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual, mas, ao mesmo tempo, liberta os homens das piores formas de servidão, do peso do trabalho alienante, no qual possibilita imaginarem-se um mundo de homens livres que conseguirão a “liberdade do impulso criativo” – este é o verdadeiro objetivo da reconstrução social.”

A oração reduzida de gerúndio “tornando possível imaginar um mundo de homens livres” transmite um resultado, consequência. Assim, pode receber conectivos desses valores semânticos (portanto, por conseguinte, de modo que etc) e de adição (e), desde que o verbo seja conjugado no presente do indicativo (“torna”).

Além disso, o verbo “imaginar” é transitivo direto e o pronome “se” é apassivador. Assim, tal verbo não poderia se flexionar no plural, porque seu sujeito paciente seria “um mundo de homens livres”, cujo núcleo é singular.

O uso de oração subordinada adjetiva, como sugeriu a alternativa,

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também não seria o ideal, pois “quebraria” o paralelismo das orações anteriores. Veja uma solução possível:

A civilização industrial leva à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual, mas, ao mesmo tempo, liberta os homens das piores formas de servidão, do peso do trabalho alienante, e torna possível imaginar um mundo de homens livres que conseguirão a “liberdade do impulso criativo”.

A alternativa (C) está correta. Observe pelo quadro abaixo a possibilidade da substituição, pois houve apenas mudança sintática, permanecendo a coerência nos argumentos:

imaginar um mundo de homens livres que conseguirão a “liberdade do impulso criativo” VTD + objeto direto suj + VTD + objeto direto

oração principal oração subordinada adjetiva restritiva

imaginar um mundo cujos homens livres conquistarão a “liberdade do impulso criativo” VTD + OD sujeito + VTD + objeto direto

oração principal oração subordinada adjetiva restritiva

A alternativa (D) está correta, pois o termo “essa civilização” (linha 7) retoma “civilização industrial”, constante na linha 1. Portanto, é perfeitamente possível inserir o adjetivo “industrial” após esse substantivo.

A alternativa (E) está correta, pois ocorreu apenas a transposição de uma oração que era reduzida de infinitivo (sem conjunção e com verbo no infinitivo) para desenvolvida (com a locução conjuntiva “para que”, forçando o verbo a se flexionar no presente do subjuntivo: desafiem).

Tal verbo se flexionou no plural, por ser transitivo direto, o pronome ser apassivador e o sujeito paciente ser plural (“os velhos laços de autoridade”). Confronte: “...essa civilização cria condições favoráveis para desafiar radicalmente os velhos laços de autoridade” “...essa civilização cria condições favoráveis para que se desafiem radicalmente os velhos laços de autoridade” Gabarito: B

Questão 28: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2010 Assinale a opção correta em relação ao texto. 1

5

10

O número de brasileiros com acesso à internet em sua residência vem crescendo em ritmo cada vez mais veloz. No início do ano passado, o Brasil tinha 14 milhões de usuários residenciais da rede mundial de computadores. Em fevereiro de 2008, os internautas residenciais do País somavam 22 milhões de pessoas – mais 8 milhões, ou 57%. Esses números tornam a internet o segundo meio de comunicação mais abrangente do Brasil, atrás apenas da televisão. Chegou-se a dizer que esse é um meio elitizado, utilizado apenas pelas classes A e B. Mas uma pesquisa mostra que as classes C e D utilizam amplamente a internet. No ano passado, os brasileiros compraram mais computadores (10,5 milhões de unidades) do que televisores. As vendas continuam a crescer em 2008, o que justifica previsões de que, no fim do ano, haverá 45 milhões de internautas no País.

(Texto de O Estado de S. Paulo, 9/4/2008)

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a) A eliminação de “do” em “do que televisores” (ℓ.11) mantém a correção gramatical do período.

b) Em “Chegou-se” (ℓ. 7), o “-se” indica voz passiva. c) O termo “Mas” (ℓ.8) insere no texto uma relação de comparação. d) O emprego de sinal indicativo de crase em “à internet” (ℓ.1) justifica-se

pela regência de “brasileiros”. e) A presença de preposição em “previsões de que” (ℓ.12) decorre da regên-

cia de “justifica”. Comentário: A alternativa (A) é a correta. Quando há comparação de superioridade ou inferioridade, a palavra “do” é facultativa, não interferindo no sentido e mantendo a correção gramatical.

A alternativa (B) está errada. O verbo “chegou”, neste contexto, é transitivo indireto. Com isso o pronome “se” é índice de indeterminação do sujeito. Veja que a banca induziu que pensássemos tal pronome como apassivador, o qual é empregado para indicar voz passiva, mas lembre-se de que o pronome apassivador se liga a verbo transitivo direto ou a transitivo direto e indireto. Nunca haverá pronome apassivador com verbo transitivo indireto, como ocorreu com “chegou”.

A alternativa (C) está errada, pois a conjunção “mas” é coordenativa adversativa, portanto transmite oposição (e não comparação).

A alternativa (D) está errada, pois a expressão “à internet” é complemento nominal, ligando-se ao substantivo “acesso” (e não a “brasileiros”).

A alternativa (E) está errada, pois a palavra “que” é conjunção integrante, a qual inicia oração subordinada substantiva completiva nominal. A preposição, então, é exigida pelo substantivo “previsões”. Como sabemos que a oração subordinada substantiva é aquela que pode ser substituída pelo pronome isso, temos como critério (para ratificar esse entendimento) a seguinte estrutura: previsões disso.

Gabarito: A

Questão 29: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2010 Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo.

O tema espinhoso da conferência de dezembro em Copenhague será a redução de emissões __1__ desmatamento e degradação de florestas, conhecida como Redd (ao apodrecer ou queimar, a madeira lança CO2 no ar). Redd é uma maneira barata de reduzir emissões, __2__ restringe só atividades predatórias, como a pecuária extensiva de baixa rentabilidade. O Brasil poderia obter bons recursos no mercado mundial de carbono, pois vem reduzindo o desflorestamento. Brasília, contudo, aceita apenas doações voluntárias __3__ compensação pelo desmatamento evitado. Resiste __4__ converter o ativo em créditos negociáveis, argumentando que países ricos se safariam de suas obrigações pagando pouco pelo “direito de poluir” (créditos de carbono Redd que inundariam o mercado). Para impedir o desvio, bastaria acordar um teto para os créditos Redd. Por exemplo, 10% do total de reduções. Para usufruir desse mercado, o Brasil precisaria recalcular quanto produz, hoje, de poluição __5__ desmatamento.

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(Folha de S. Paulo, Editorial, 31/8/2009)

1 2 3 4 5 a) do porque de à no b) por pois como a com o c) com o embora em por em d) em mas por ao pelo e) no já que na de contra o Comentário: Neste tipo de questão, devem-se eliminar as lacunas que completam erradamente o texto e com isso vamos eliminando as alternativas. Mas, cuidado! Deve-se eliminar somente quando houver certeza.

Na lacuna (1), ainda não temos o sentido exato do conectivo, por isso normalmente ficamos inseguros para eliminar alguma alternativa. Veja que cabem os vocábulos “do”, “por”, “com o” diante do substantivo “desmatamento”, tendo em vista subentendermos a expressão “de gases” após “emissões”: “...a redução de emissões (de gases) do desmatamento” (restrição) “...a redução de emissões (de gases) por desmatamento” (por causa de) “...a redução de emissões (de gases) com o desmatamento” (por causa de) “...a redução de emissões (de gases) no desmatamento” (durante)

Veja que o contexto não permite o uso da preposição “em”, sem artigo. Assim, podemos eliminar a alternativa (D).

Na lacuna (2), note que há uma explicação, por isso as conjunções “porque”, “pois” e “já que” estão corretas; e as conjunções “embora” e “mas” estão erradas. Assim, eliminamos também a alternativa (C).

Na lacuna (3), não cabe a preposição “de”. Cabem as preposições “em” e “por”, além do advérbio “como”. Veja:

“...aceita doações voluntárias em/na compensação...”. “...aceita doações voluntárias por compensação...”.

“...aceita doações voluntárias como compensação...”

A contração “na” não é perfeitamente coesa ao trecho, mas devemos ter certeza antes de eliminarmos a alternativa. Como a preposição “em” se encontra na alternativa (C), a qual já foi eliminada, devemos excluir somente a alternativa (A).

Na lacuna (4), O verbo “Resiste” é transitivo indireto e exige a preposição “a” (Resiste a isso). Assim, eliminamos a alternativa (E) e a resposta correta seria a alternativa (B).

Veja que a oração “a converter o ativo em créditos negociáveis” é subordinada substantiva objetiva indireta (reduzida de infinitivo). Isso confirma o uso da preposição “a”, exigida pelo verbo.

Para confirmar tal alternativa, veja que a lacuna (5) deve ser preenchida por “com”:

“Para usufruir desse mercado, o Brasil precisaria recalcular quanto produz, hoje, de poluição com o desmatamento.” Gabarito: B

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Questão 30: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2010 Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de Valor Econômico. Assinale a opção que apresenta erro de sintaxe. a) Pela primeira vez desde a década de 1970, uma onda de fome se espalha

por vários pontos do globo simultaneamente. Os protestos não ocorrem apenas na miserável África, mas atingem o Vietnã e as Filipinas, na Ásia, as ex-províncias soviéticas, como o Cazaquistão, e os países latinoamericanos, como o México.

b) Ao contrário das crises de anos anteriores, não há nenhuma grande quebra de safra provocada por desastres climáticos de grandes proporções — a única exceção atual é o trigo. Desta vez, os próprios preços se abatem sobre os miseráveis e remediados dos países em desenvolvimento com a força de calamidades naturais.

c) A reação dos governos diante da pressão de massas esfomeadas na rua, ou diante da possibilidade de tê-las em futuro próximo, foi a suspensão das exportações, a redução das tarifas de importação, o subsídio direto ao consumo ou o controle de preços.

d) As previsões de inflação média dos países emergentes subiram para algo em torno de 7% este ano. Quando examinada a inflação específica dos alimentos, os índices pulam para os dois dígitos. O trigo aumentou 77% no ano passado e o caso do arroz é dramático para os pobres da Ásia: ele mais que dobrou de preço no ano.

e) A instabilidade econômica criada com a crise das hipotecas nos EUA somase agora princípios de instabilidade política em boa parte do planeta, fruto de uma situação que tem tudo para se tornar explosiva. A alta dos preços dos alimentos é forte e disseminada à ponto de elevar os índices de inflação em todo o mundo.

Comentário: Erro de sintaxe é basicamente problemas em concordância, regência ou pontuação. Para isso, você deve atentar quanto ao verbo da oração e com isso identificar seu sujeito e complementos, para saber se há algum desvio da flexão das palavras (concordância), inserção ou retirada de preposição (regência) e se há ou não vírgula entre os termos principais.

As alternativas de (A) a (D) não apresentam dificuldades de concordância ou regência. Por isso, basicamente há comentários de pontuação.

A alternativa (A) está correta. A vírgula após “1970” ocorre por antecipação de adjunto adverbial de tempo. A vírgula antes de “mas” ocorre porque sinaliza início de oração coordenada sindética adversativa. As vírgulas em “na Ásia” intercalam adjunto adverbial de lugar, em “como o Cazaquistão” intercalam o termo exemplificativo. A vírgula em “como o México” marca o início de outro termo exemplificativo.

“Pela primeira vez desde a década de 1970, uma onda de fome se espalha por vários pontos do globo simultaneamente. Os protestos não ocorrem apenas na miserável África, mas atingem o Vietnã e as Filipinas, na Ásia, as ex-províncias soviéticas, como o Cazaquistão, e os países latino-americanos, como o México.”

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A alternativa (B) está correta. As vírgulas ocorreram por anteposição de estrutura adverbial; além do uso do travessão, que sinaliza trecho com comentário do autor, o qual transmite contraste.

“Ao contrário das crises de anos anteriores, não há nenhuma grande quebra de safra provocada por desastres climáticos de grandes proporções — a única exceção atual é o trigo. Desta vez, os próprios preços se abatem sobre os miseráveis e remediados dos países em desenvolvimento com a força de calamidades naturais.”

A alternativa (C) está correta. A dupla vírgula marca a expressão intercalada ou parentética. Essa expressão é chamada de comentário do autor e pode ser separada também por travessões ou parênteses. As outras vírgulas dividem termos de uma enumeração.

“A reação dos governos diante da pressão de massas esfomeadas na rua, ou diante da possibilidade de tê-las em futuro próximo, foi a suspensão das exportações, a redução das tarifas de importação, o subsídio direto ao consumo ou o controle de preços.”

A alternativa (D) está correta. A vírgula marca antecipação de oração adverbial e os dois-pontos sinalizam uma explicação.

“As previsões de inflação média dos países emergentes subiram para algo em torno de 7% este ano. Quando examinada a inflação específica dos alimentos, os índices pulam para os dois dígitos. O trigo aumentou 77% no ano passado e o caso do arroz é dramático para os pobres da Ásia: ele mais que dobrou de preço no ano.”

A alternativa (E) é a errada, por problemas na regência (uso das preposições) e na crase.

O verbo “soma” deve se flexionar no plural; por ser transitivo direto e indireto, o pronome “se” é apassivador, seu sujeito paciente é o termo plural “princípios de instabilidade política” e o objeto indireto é “A instabilidade econômica”, o qual deve receber crase, pois se inicia com preposição “a” e o substantivo “instabilidade” é antecipado do artigo “a”.

Não pode haver crase antes do substantivo masculino “ponto”. Segue a estrutura já corrigida:

“À instabilidade econômica criada com a crise das hipotecas nos EUA somam-se agora princípios de instabilidade política em boa parte do planeta, fruto de uma situação que tem tudo para se tornar explosiva. A alta dos preços dos alimentos é forte e disseminada a ponto de elevar os índices de inflação em todo o mundo.” Gabarito: E

Questão 31: Analista-Tributário da Receita Federal - 2010 Assinale o trecho do texto adaptado de Maria Rita Kehl (O tempo e o cão: a atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo, 2009) em que, na transcrição, foram plenamente atendidas as regras de concordância e regência da norma escrita formal da Língua Portuguesa.

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a) Paradoxalmente, as mesmas inovações tecnológicas destinadas a nos poupar o tempo de certas tarefas manuais e aumentar o tempo ocioso vem produzindo um sentimento crescente de encurtamento à temporalidade. Tal sentimento talvez esteja relacionado com o encolhimento da duração.

b) A vivência contemporânea da temporalidade é dominada por um subproduto das ideologias da produtividade, às quais reza que se devem aproveitar, ao máximo, cada momento da vida.

c) Desligado do frágil fio que ata o presente à experiência passada, voltado, sofregamente, para o futuro, o indivíduo sofre com o encurtamento da duração. Assim, desvalorizam-se o tempo vivido e o saber que sustenta os atos significativos da existência.

d) Segundo Bergson, a duração se mede pela sensação de continuidade entre o instante presente, o passado imediato e o futuro próximos; no entanto, nada indica que o registro psíquico dessas duas formas do tempo que alongam o presente devam limitar-se em curtos períodos antes e depois do brevíssimo instante.

e) Talvez a medida do transcorrer do tempo não individual não se assemelhe com o desenrolar de um fio, mas do tecer de uma rede que abriga e embala um grande número de pessoas ligado entre si pela experiência.

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a locução verbal “vem produzindo” deve concordar com o núcleo do sujeito “inovações”, por isso deve se flexionar no plural: vêm produzindo. O substantivo “encurtamento” rege preposição de. Por isso, o correto seria encurtamento da temporalidade. Veja também que o adjetivo “relacionado” rege a preposição “a”.

“Paradoxalmente, as mesmas inovações tecnológicas destinadas a nos poupar o tempo de certas tarefas manuais e aumentar o tempo ocioso vêm produzindo um sentimento crescente de encurtamento da temporalidade. Tal sentimento talvez esteja relacionado ao encolhimento da duração.”

A alternativa (B) está errada. Entende-se que as ideologias da produtividade rezam que se deve aproveitar ao máximo cada momento da vida. Assim, o pronome relativo é o sujeito e devemos retirar o acento indicativo de crase em “às quais”. O verbo que se refere a esse sujeito deve se flexionar no plural (rezam). A locução verbal “devem aproveitar” deve se flexionar no singular, por ser transitiva direta, possuir o pronome apassivador “se” e seu sujeito paciente ser “cada momento da vida”.

“A vivência contemporânea da temporalidade é dominada por um subproduto das ideologias da produtividade, as quais rezam que se deve aproveitar, ao máximo, cada momento da vida.”

A alternativa (C) é a correta. O verbo “ata” é transitivo direto e indireto, o objeto direto é “o presente” e o objeto indireto está iniciado pela preposição “a”. Como o substantivo “experiência” admite o artigo “a”, ocorre crase em “à experiência passada”. O verbo “desvalorizam” é transitivo direto e há presença do pronome apassivador “se”, por isso o sujeito composto paciente é “o tempo vivido e o saber”, fazendo com que o verbo se flexione no plural.

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“Desligado do frágil fio que ata o presente à experiência passada, voltado, sofregamente, para o futuro, o indivíduo sofre com o encurtamento da duração. Assim, desvalorizam-se o tempo vivido e o saber que sustenta os atos significativos da existência.”

A alternativa (D) está errada. O adjetivo “próximos” se refere apenas a “futuro”, por isso deve se flexionar no singular. Perceba que cada núcleo tem seu respectivo adjunto adnominal: “o instante presente, o passado imediato e o futuro próximo”. Além disso, o verbo “devam” deve se flexionar no singular para concordar com o sujeito “o registro dessas duas formas do tempo”, cujo núcleo está no singular. Assim, o correto seria deva. O verbo “alongam” está corretamente empregado no plural, pois seu sujeito é o pronome relativo “que”, o qual retoma “formas”.

Quanto à regência, o verbo “limitar-se” rege preposição “a”.

“Segundo Bergson, a duração se mede pela sensação de continuidade entre o instante presente, o passado imediato e o futuro próximo; no entanto, nada indica que o registro psíquico dessas duas formas do tempo que alongam o presente deva limitar-se a curtos períodos antes e depois do brevíssimo instante.”

A alternativa (E) está errada, pois o verbo assemelhar-se exige preposição “a”. Veja que os núcleos do objeto indireto composto são ligados pela conjunção coordenativa adversativa “mas”. Assim, tais núcleos estão paralelos e não devem ser iniciados por preposições diferentes. Dessa forma, devemos inserir a preposição “a” diante de “desenrolar” e de “tecer”. Veja:

“Talvez a medida do transcorrer do tempo não individual não se assemelhe ao desenrolar de um fio, mas ao tecer de uma rede que abriga e embala um grande número de pessoas ligado entre si pela experiência.”

Perceba que o vocábulo “ligado” está corretamente flexionado no gênero masculino e no singular, concordando com o vocábulo “número”, mas, por motivo enfático, poderia também concordar com “pessoas” (ligadas). Gabarito: C

Questão 32: Técnico de Suporte em Infraestrutura de Transportes DNIT - 2013 Assinale a opção em que, na sequência, os termos preenchem corretamente as lacunas do texto abaixo.

Os holandeses são tão fanáticos ___(1)___ bicicletas que quase metade dos trajetos diários do país são feitos pedalando. O número de bicicletas é maior ___(2)___ a população local, ___(3)___ mais de 16 milhões de habitantes. Nada mais lógico, então, que lançar, ___(4)___ um ônibus escolar, uma bicicleta que aproveita a energia sem limites das crianças de 4 a 12 anos: ___(5) ___ oito lugares para os pequenos pedalarem, um para o adulto responsável e dois para caronas (para os menores), a bicicleta amarela conta ainda com um motor para subidas mais íngremes. Dessa maneira, assuntos importantes, ___(6)___ sustentabilidade, saúde e trabalho em equipe são abordados já na ida para o colégio, sem esquecer a diversão de pedalar com a turma.

(Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117)

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(1) (2) (3) (4) (5) (6) a) com do que com em de como b) por com de como de com c) com do que de em com sobre d) sobre entre de em para com e) por que com como com como Comentário: A lacuna 1 deve ser preenchida pela preposição “por”, tendo em vista que o substantivo “fanáticos” a exige. Assim, devemos excluir as alternativas (A), (C) e (D).

A lacuna 2 deve ser preenchida por uma expressão comparativa. Vimos na aula de sintaxe do período que a oração subordinada adverbial comparativa pode ter o vocábulo “do” subentendido (“maior do que” ou “maior que”). Assim, eliminamos também a alternativa (B) e já sabemos que a alternativa (E) é a correta. Para termos certeza disso, basta agora inserir todos os vocábulos desta alternativa nas lacunas. Acompanhe:

Os holandeses são tão fanáticos por bicicletas que quase metade dos trajetos diários do país são feitos pedalando. O número de bicicletas é maior que a população local, com mais de 16 milhões de habitantes. Nada mais lógico, então, que lançar, como um ônibus escolar, uma bicicleta que aproveita a energia sem limites das crianças de 4 a 12 anos: com oito lugares para os pequenos pedalarem, um para o adulto responsável e dois para caronas (para os menores), a bicicleta amarela conta ainda com um motor para subidas mais íngremes. Dessa maneira, assuntos importantes, como sustentabilidade, saúde e trabalho em equipe são abordados já na ida para o colégio, sem esquecer a diversão de pedalar com a turma. Gabarito: E

Questão 33: Analista em Infraestrutura de Transportes - DNIT- 2013 1

5

10

15

A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar. Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a tudo aquilo que remete a obrigações e castigos... a tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o extra-ordinário, como o próprio nome indica, é fora do comum e, exatamente por isso, pode ser inventado e criado por meio de artifícios e mecanismos próprios. Cada um desses lados, tal como as duas faces de uma mesma moeda, permite “esquecer” o outro. No entanto, tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando ver a sua “alma” ou o seu coração.

(Damatta, Roberto Augusto. O que faz o brasil Brasil? Rio de Janeiro: Ed.Rocco Ltda., 1984, p. 68, Adaptado).

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Considerando o emprego facultativo de preposição, assinale a opção em que está correta a inserção dessa categoria gramatical.

a) “que, vulgarmente, se denomina de tradição, ou de cultura” (ℓ.1) b) “é marcada por momentos em que permitem alternâncias” (ℓ. 2 e 3) c) “aquilo em que foi vivenciado como crise” (ℓ.4) d) “a tudo a que se é obrigado a realizar” (ℓ.11) e) “deixando de ver a sua 'alma' ou o seu coração” (ℓ. 17) Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois o verbo “denominar” tem o mesmo sentido e a mesma regência do verbo “chamar”, na acepção de dar nome. Neste caso, o verbo “denomina” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador, o pronome relativo “que” é o sujeito paciente e o termo “tradição, ou cultura” é o predicativo do sujeito.

Assim como ocorre com o verbo “chamar”, no sentido de dar nome, o predicativo pode ser preposicionado. Veja:

A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura sujeito paciente P.AP. + VTD + predicativo do sujeito paciente

A memória social, que, vulgarmente, se denomina de tradição, ou de cultura sujeito paciente P.AP. + VTD + predicativo do sujeito paciente

A alternativa (B) está errada, pois há uma oração subordinada adjetiva restritiva, em que o verbo “permitem” é transitivo direto, o termo “alternâncias” é o objeto direto e o pronome relativo “que” é o sujeito e retoma o substantivo plural “momentos”, por isso o verbo se encontra no plural (momentos permitem alternâncias). Assim, o pronome relativo “que” não pode ser precedido de preposição, pois ocupa a função de sujeito.

A alternativa (C) está errada, pois novamente há uma oração subordinada adjetiva restritiva, em que a locução verbal “foi vivenciado” tem como sujeito o pronome relativo “que”, pois entendemos que aquilo foi vivenciado como crise. Por isso, o pronome relativo “que” não pode ser precedido de preposição.

A alternativa (D) está errada, pois novamente há uma oração subordinada adjetiva restritiva, em que o predicado nominal “é obrigado” tem como sujeito o pronome relativo “que”, pois entendemos que tudo se é obrigado a realizar. Por isso, o pronome relativo “que” não pode ser precedido de preposição.

A alternativa (E) está errada. Este é um caso interessante de regência verbal. O verbo “deixar”, no texto, é transitivo direto e significa permitir, consentir. Com a inserção da preposição “de”, tal verbo passa a ser transitivo indireto e a ter o sentido de cessar, desistir, evitar. Assim, a inserção da preposição faz mudar o sentido, por isso não se pode dizer que o seu uso é facultativo, como pede a questão.

Compare os dois empregos:

No entanto, tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando ver a sua “alma” ou o seu coração.

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No entanto, tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando de ver a sua “alma” ou o seu coração. Gabarito: A

Agora, vamos trabalhar algumas questões de temas anteriores para revisar!!!!!

Questões cumulativas de revisão

Questão 34: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: Preocupados com o mau desempenho recente das exportações do Brasil para os Estados Unidos, exportadores e especialistas em comércio exterior prevêem um período de maiores dificuldades para os próximos meses.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “prevêem”(ℓ. 3) está no plural para concordar com “Estados Unidos”. Comentário: Primeiramente, observe que o verbo “prevêem” está acentuado porque esta prova foi realizada antes da Reforma Ortográfica. A partir de janeiro de 2009, o hiato com “oo” e “ee” não recebe acento gráfico.

Note que a questão é simples, esse verbo tem como sujeito o termo plural “exportadores e especialistas em comércio exterior”. Gabarito: E

Questão 35: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: Preocupados com o mau desempenho recente das exportações do Brasil para os Estados Unidos, exportadores e especialistas em comércio exterior prevêem um período de maiores dificuldades para os próximos meses. O desaquecimento da economia americana é a causa mais óbvia que apontam de um menor crescimento das compras no Brasil.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “apontam”(ℓ. 5) está no plural para concordar com “próximos meses”. Comentário: Note que o verbo “prevêem” está acentuado porque esta prova foi realizada antes da Reforma Ortográfica. A partir de janeiro de 2009, o hiato com “oo” e “ee” não recebe acento gráfico.

O verbo “apontam” está flexionado no plural, porque se refere ao termo “exportadores e especialistas em comércio exterior”. Este é o caso do sujeito elíptico, pois essa expressão é sujeito determinado simples do verbo “prevêem” e está subentendido (elíptico) nesta oração. Gabarito: E

Questão 36: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: O favoritismo do Partido Democrata também é citado por alguns exportadores como um fator que pode dificultar as exportações brasileiras, pois os democratas são considerados mais conservadores do que seus rivais republicanos em matéria de comércio exterior — o que, ressalve-se, nem sempre foi comprovado na prática.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “do que seus rivais”(ℓ. 3, 4) a eliminação de “do” prejudica a cor-reção gramatical do período. Comentário: Note que, na estrutura “os democratas são considerados mais conservadores do que seus rivais republicanos em matéria de comércio exterior”, há uma comparação de superioridade. Por esse motivo, o uso do vocábulo “do” é facultativo. Assim, pode ser retirado sem prejuízo gramatical.

Cuidado! A questão está errada, porque afirmou que prejudica a correção gramatical. Gabarito: E

Questão 37: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Exatamente na medida em que não mais podemos identificar um paradigma dominante em nosso contexto de pensamento – referência básica para nossos projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e mesmo estéticos – é que nos caracterizamos como vivendo uma crise de paradigmas, e até mesmo uma crise da própria necessidade e possibilidade de um paradigma hegemônico.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A retirada da preposição “em”, antes do pronome “que” (ℓ.1), preservaria o respeito às regras gramaticais, com a vantagem de tornar o texto mais objetivo e simplificar as relações semânticas. Comentário: A questão tentou induzir o candidato ao erro. O vocábulo “que” não é um pronome, ele faz parte da locução conjuntiva adverbial causal “na medida em que”, a qual não admite a supressão da preposição “em”. Por isso, a afirmativa está errada. Gabarito: E

O que devo tomar nota como mais importante? • Objeto direto “o, a, os, as”; objeto indireto “lhe, lhes”. • Estrutura VTD + OD; VTI + OI; VTDI + OD + OI; VI. • Diferenciar as funções sintáticas do pronome relativo. • Diferenciar orações subordinadas substantivas das adjetivas. • Cuidado com os pronomes relativos “cujo” e “onde”.

Grande abraço!!! Professor Terror

Lista de questões

Questão 1: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Portanto, para a democracia, publicar era próprio dos reinos, impérios, estados e, por fim, das repúblicas. Antítese de segredo, a publicidade atendia aos interesses de governantes ao informar e aos das pessoas em querer saber dos assuntos importantes.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A repetição da preposição a, em “aos interesses” (ℓ. 3), “ao informar” (ℓ. 3) e “aos das pessoas” (ℓ. 3, 4) indica que se trata de três complementos para o verbo ATENDER, pois no padrão culto da língua portuguesa é obrigatório o uso dessa preposição.

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Questão 2: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 A ideia de um Estado em ação implica ___(1)___ heterogeneidade, a luta de poder e o conflito de interesses mesmo dentro da burocracia estatal. Logo, analisar o Estado em ação significa levar em conta sua dinâmica interna, a partir das ações de diferentes sujeitos, ____(2)___ difícil recorrer, nesse nível, a modelos analíticos que ___(3)___ reduzam a um instrumento de classe, a gestor da ordem social, a promotor do desenvolvimento, ou a qualquer outra concepção que _____(4)_____ os inevitáveis antagonismos, tanto do Estado com a sociedade quanto internamente, ___(5)____ máquina estatal.

(Maria Cecília Londres Fonseca, O patrimônio em processo, p.46, comadaptações)

Assinale a opção em que, na sequência, os termos preenchem corretamente as lacunas do texto acima.

1 2 3 4 5 a) na torna lhe venha neutralizar na b) a tornando-se o neutralize na c) a tornando lhe neutralizam a d) na tornando o neutralizam a e) em tornando-se lhe neutralize a

Questão 3: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 As opções trazem propostas de continuidade ao trecho abaixo, diferentemente redigidas. Assinale a que contém erro de regência e/ou de concordância.

Como ninguém quer falar em aumento de impostos, todos se aferram à expressão mágica: reforma tributária. O tema evoca um país moderno, com distribuição mais justa dos valores arrecadados.

(Krieger, Gustavo. “Agenda necessária e agenda possível”,Correio Braziliense, 7/1/2008, p. 4)

a) Bonito na retórica. Quando o assunto chega à mesa de discussões, o clima muda. O governo federal não quer dividir seu caixa. Estados e Municípios sempre querem mais dinheiro.

b) É bonito até chegar à mesa de discussões. Aí ninguém quer perder. Ao contrário: todos lutam para aumentar sua fatia do bolo.

c) Tudo vai bem até o assunto chegar à mesa de discussões. União, Estados e Municípios se digladiam para não perderem nenhuma partezinha do que arrecadam. O que querem mesmo é ganhar mais.

d) Todos concordam até se sentarem na mesa de discussões, quando se inicia os mais acalorados debates. Ninguém quer perder. Estados e Municípios buscam aumentar seu quinhão na nova divisão do dinheiro arrecadado.

e) Falar em reforma tributária é bonito. O xis da questão é botá-la no papel, quando os interesses da União, Estados e Municípios se chocam na busca de uma fatia maior do bolo para cada um.

Questão 4: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: A história das ideias e, mais especificamente, a história da ciência nos revelam, entretanto, que os períodos de crise são extremamente férteis porque abrem novas possibilidades ao pensamento.

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Nesse sentido, eles permitem o surgimento de alternativas aos modos de pensar anteriores.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Apesar de o substantivo “possibilidades” (ℓ. 3) admitir a preposição de na regência de seus complementos, a organização do texto impede a substituição de “ao pensamento” (ℓ.3) por do pensamento, pois os argumentos se tornariam incoerentes.

Questão 5: Auditor-Fiscal do Trabalho - 2010 Fragmento do texto: Ela tem de assegurar aos que buscam a proteção dos planos de saúde a cobertura mais completa possível, o que inclui as novas tecnologias na área de medicina.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)A expressão “aos que buscam a proteção dos planos de saúde” (ℓ. 1 e 2) tem, no período, a função de objeto direto.

Questão 6: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Fragmento do texto: Consiste a justiça social no justo equilíbrio entre dois princípios: a liberdade política, no mais alto grau possível, e a igualdade nas oportunidades abertas a todos, para que cada um realize seu potencial, nos campos do trabalho, da economia, da educação, da saúde e da segurança social.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A repetição da preposição de antes de “economia” (ℓ.4), “educação”(ℓ.4) “saúde”(ℓ.4) e “segurança”(ℓ.4) indica que esses são termos que complementam “nos campos”(ℓ.4,5); e, por essa razão, também o uso do singular, no campo, manteria o texto coeso e gramaticalmente correto.

Questão 7: Analista-Tributário da Receita Federal - 2010 Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto adaptado do Jornal do Brasil, Editorial, 7/10/2009.

Vários, e de distintos naipes, foram os questionamentos __1__ construção do IDH como tal. Por que não mortalidade infantil de crianças abaixo de 5 anos de idade em vez de expectativa de vida? Por que não incluir outros indicadores, tais como nível de pobreza, déficit habitacional, acesso __2__ água potável e saneamento básico? Por que não acrescentar outras dimensões relacionadas __3__ meio ambiente (que afeta o padrão de vida desta e das próximas gerações), aos direitos civis e políticos, __4__ segurança pessoal e no trabalho, __5__ facilidade de locomoção? Qual a confiabilidade dos dados fornecidos por quase duas centenas de países? Há uma escassez de informação em relação __6__ maioria das dimensões sugeridas para uma comparação internacional, sem contar __7__ confiabilidade dos dados.

1 2 3 4 5 6 7 a) à a ao à à à a b) da à com o com a da com a da c) a na pelo da na da à d) na da no na de a uma e) pela de a em com a pela com a

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Questão 8: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.

Uma nova rodada de programas federais de incentivo __1__ setores ainda afetados pela crise está na praça. Entre medidas lançadas e prometidas para logo, o objetivo é amparar as empresas menores, a agropecuária e o segmento que produz máquinas e equipamentos, os chamados bens de capital. Como a capacidade do governo federal de abrir mão de receita tributária — a fim de dar incentivos econômicos pontuais — chegou __2__ limite da responsabilidade fiscal, o recomendável __3__, a partir de agora, deixe de recorrer __4__ mecanismo. Os minipacotes em tela, __5__ ainda falte informação sobre alguns deles, parecem respeitar essas limitações. Optam pelo incentivo ao crédito bancário. Apesar da volta paulatina dos empréstimos __6__pessoas físicas, depois do tombo de setembro do ano passado, as operações com micro e pequenas empresas continuam restritas e caras.

(Folha de S. Paulo, Editorial, 23/06/2009)1 2 3 4 5 6

a) a ao é que a esse embora às b) para os ao mesmo nesse todavia das c) com os no portanto por esse no entanto para as d) pelos em embora com esse conquanto com as e) nos com o então desse porém a

Questão 9: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Assinale a opção que completa corretamente a sequência de lacunas no texto abaixo.

A crise financeira e econômica nos induz ____(1)_____ a Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) sem mais tardar. Não conseguiremos reduzir a pobreza e construir sociedades mais equitativas, duradouras e focalizadas na paz se _____(2)_____ os indivíduos, em todas as épocas da vida, com conhecimentos, competências, valores que _____(3)_____ permitam informar-se e tomar decisões de maneira responsável. Uma educação de qualidade que facilite a tomada de consciência, a abertura, a solidariedade e a responsabilidade deve fazer parte de qualquer resposta à atual crise mundial. Mas, acima de tudo, é necessário que os dirigentes e os tomadores de decisão _____(4)______ as condições indispensáveis a fim de que a educação se oriente para a construção de uma maior equidade entre as sociedades.

(Eduardo Araia, Educar para salvar a Terra. Revista Planeta, julho de 2009,p.76, com adaptações)

1 2 3 4 a) a aplicação dotamos os estabeleçam b) à aplicação não dotamos os estabelecessem c) a aplicar dotarmos lhes estabelecem d) a aplicarmos não dotamos lhe estabelecessem e) a aplicar não dotarmos lhes estabeleçam

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Questão 10: Ministério da Integração Nacional – 2012 - nível superior Assinale a opção que, ao preencher a lacuna do texto, provoca erro gramatical.Em comparações internacionais, os países latino-americanos em geral, e mais particularmente o Brasil, _____(a)_____ pela elevada desigualdade da distribuição da renda. A explicação dessa desigualdade ______(b)_______ na formação e evolução econômico-social dessas antigas colônias de Portugal e Espanha. Um aspecto fundamental foi, sem dúvida, a elevada concentração da posse da terra, especialmente quando a economia desses países tinha como núcleo a produção e exportação de produtos primários. No livro intitulado Um projeto para o Brasil, publicado em 1968, Celso Furtado discute como a elevada desigualdade da distribuição da renda no país condiciona um perfil da demanda global que inibe o crescimento econômico. Ele mostra como a tendência estrutural _____(c)_____ da renda favorece o subemprego característico das economias subdesenvolvidas. Assinala que a concentração da renda causa uma grande diversificação das formas de consumo de grupos privilegiados. Isso _____(d)_____ indústrias produtoras de bens de consumo duráveis, mas as dimensões reduzidas do mercado de cada produto impedem o aproveitamento das economias de escala, fazendo _____(e)_____estas indústrias operem com custos relativamente altos.

(Adaptado de Rodolfo Hoffmann, Distribuição de renda e crescimentoeconômico http://www.scielo.br/scielo.php - acesso em 11/12/2011)

a) destacam-se b) teria de ser procurada c) à concentração d) beneficia às e) com que

Questão 11: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2010 Fragmento do texto: Depois de termos vivido um longo período em que prevaleceu a ilusão da racionalidade intrínseca aos mercados financeiros, hoje há novamente o reconhecimento das fragilidades e dos riscos sistêmicos associados a seu funcionamento.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)A substituição de “em que”(ℓ.1) por no qual mantém a correção gramatical e as informações originais do período.

Questão 12: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFPFragmento do texto: É importante notar que a taxa de juros anual média de 141,12% é escandalosa para o Brasil, cuja inflação anual é estimada em torno de 6,5%.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cuja”(ℓ. 2) por pela qual.

Questão 13: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: O comportamento da multidão explica-se por algo como o processo de mesmerização coletiva, em que a autonomia da vontade submerge diante da vontade de obedecer dirigida ao líder sugestionador.

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Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A alteração proposta para a estrutura linguística do texto provoca erro gramatical e/ou incoerência textual. Substituição do pronome em “em que a autonomia” por pronome com artigo, escrevendo-se no qual a autonomia.

Questão 14: Secretaria da Fazenda-SP ─ 2009 ─ Analista POFPFragmento do texto: É certo que houve expansão da frota, tanto de carros, como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviária a que o país parece assistir de braços cruzados.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E)O emprego da preposição “a” em “a que o país parece...”(ℓ.3) justifica-se pela regência de “assistir”.

Questão 15: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Fragmento do texto: O ocidente europeu no período medievo foi um mundo onde o poder estava dividido e sempre instável, sendo exercido de forma independente pelos chamados senhores feudais, geralmente possuidores de grandes extensões de terras.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeitam-se as relações entre os argumentos e provoca-se erro gramatical ao substituir “onde”(ℓ.2) por em que.

Questão 16: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Fragmento do texto: Erroneamente identificado como sendo somente uma porção de terra, na verdade o feudo podia assumir vários aspectos, como, por exemplo, uma ponte ou uma estrada onde se cobrava pedágio.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Desrespeitam-se as relações entre os argumentos e provoca-se erro gramatical ao substituir “onde”(ℓ.3) por a qual.

Questão 17: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 Fragmento do texto: Se o Estado propicia segurança, educação, saúde, trabalho, previdência, moradia e transporte, o indivíduo tem as condições mínimas para atingir a felicidade, a que todos os homens tendem.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Provoca-se erro gramatical e incoerência textual ao fazer a seguinte substituição no texto: “a que”(ℓ.3) por a qual.

Questão 18: Fiscal de Rendas do Município do Rio de janeiro 2010 1

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Com o advento do Estado Social e Democrático de Direito, ganhou força a tese que defende a necessidade de interpretar a relação jurídica tributária de forma contextualizada com o valor constitucional da solidariedade social. Isso não significa, porém, que a busca da solidariedade social prevalecerá sempre sobre todas as demais normas constitucionais, pois sempre existirão situações em que restará

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configurada a supremacia de outros valores, também positivados no texto constitucional.

A solidariedade de que trata a Constituição, no entanto, é a solidariedade genérica, referente à sociedade como um todo, em oposição à solidariedade de grupos sociais homogêneos, a qual se refere a direitos e deveres de um grupo social específico. Por força da solidariedade genérica, é lógico concluir que cabe a cada cidadão brasileiro dar a sua contribuição para o financiamento do “Estado Social e Tributário de Direito”.

Infelizmente, é um fato cultural e histórico o contribuinte ver na arrecadação dos tributos uma “subtração”, em vez de uma contribuição a um Erário comum. Diante disso, o tema da solidariedade é fundamental, porque leva a uma reflexão sobre as razões pelas quais se pagam tributos, ou porque deva existir uma lealdade tributária.

(Daniel Prochalski, Solidariedade social e tributação.http://jus2.uol.com.br/Doutrina/texto, acesso em 9/6/2010, com adaptações)

Com relação ao emprego do pronome relativo, mantêm-se a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto ao usar

a) por que em lugar de “pelas quais”(ℓ.19). b) na qual em lugar de “em que”(ℓ.6). c) que em lugar de “de que”(ℓ.9). d) a que em lugar de “a qual”(ℓ.11). e) em que em lugar de “que”(ℓ.2).

Questão 19: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2012 Não dá para fazer reforma mantendo a mesma estrutura tributária, sem corrigir um sistema de que (a) se transformou num monstro justamente por que (b) rombos momentaneos (c) superaram a racionalidade fiscal desde os tempos da ditadura militar. Para falar mais claro, nos últimos 40 anos um imposto era criado sempre que o Orçamento federal abria um novo rombo, gerado por suscessivos (d) governos que gastavam mais do que podiam. Assim nasceram (e) o PISCofins federal, as nove taxas embutidas nas contas de luz, a taxa de incêndio municipal e por aí vai.

(Suely Caldas, “Falsos remédios”. Folha de S. Paulo, 1/5/2012http://arquivoetc.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html)

Assinale a letra correspondente à expressão inteiramente correta.

a) de que b) por que c) momentaneos d) suscessivos e) nasceram

Questão 20: Ministério da Integração Nacional – 2012 - nível superior 1 Garantir a plena mobilidade de pessoas, bens e serviços será crucial para

o desenvolvimento econômico e social de qualquer cidade no mundo. O planejamento urbano não pode ser separado da política habitacional ou de

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mobilidade. Em última instância, uma importante decisão política deve ser tomada em relação ao modelo de cidade em que queremos viver e ao destino dos investimentos públicos em mobilidade. Construir mais infraestrutura viária só consegue aliviar congestionamentos temporariamente. Nenhuma cidade do mundo conseguiu resolver os desafios da mobilidade construindo mais ou maiores avenidas. Existe consenso entre especialistas de que aumentar a densidade habitacional ao redor dos grandes eixos de transporte público, bem como ampliar os investimentos no modelo que realmente pode chegar a todos os cantos da cidade - os corredores de ônibus -, será a chave do sucesso para qualquer cidade que almeja ser líder global.

(adaptado de Adalberto Maluf Filho, A eficiência operacional pela superfície é chave para o futuro.http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/16470 - acesso em 29/12/2011)

Assinale a opção que interpreta de maneira incorreta o uso das estrutur-as linguísticas no texto.

a) Considerando que o uso do presente do indicativo também preservaria a correção gramatical do texto, a opção pelo futuro do presente em “será” (ℓ.1) indica que a argumentação focaliza situações futuras.

b) A relação semântica entre as ideias do texto mostra que o termo “em que” (ℓ.5) corresponde a onde.

c) O emprego da preposição a antes de “o destino” (ℓ.5,6) indica que esse termo complementa a expressão “em relação” (ℓ.5), assim como “o modelo” (ℓ.5) também a complementa.

d) A presença do travessão depois de “ônibus” (ℓ.13) torna desnecessário o uso da vírgula; por isso, sua omissão manteria a correção gramatical do texto.

e) O valor semântico que o gerúndio assume em “construindo” (ℓ.9) corresponde ao valor da expressão porque construiu.

Questão 21: CGU – 2012 – Analista de Finanças e Controle Assinale a opção que completa corretamente a sequência de lacunas no texto abaixo.

Inicialmente, é necessário considerar __(1)__ o crescimento da oferta de crédito deve ocorrer sempre de maneira sustentada e sem aumento __(2)__ riscos sistêmicos. A recente crise do subprime nos EUA e os problemas fiscais na zona do euro são evidências claríssimas dos riscos do excesso de alavancagem e da imprudência na concessão de crédito __(3)__ bancos. Medidas do governo para forçar os bancos – públicos ou privados – a __(4)__ mais com taxas artificialmente baixas __(5)__ levar à formação de bolhas no mercado de crédito __(6)__ consequências imprevisíveis para a estabilidade financeira sistêmica.

(Adaptado de Gustavo Loyola, Baixar “spreads” exige medidas sutentáveis. OEstado de São Paulo, 21 de abril de 2012)

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(1) (2) (3) (4) (5) (6)

a) que dos pelos emprestarem podem com

b) de que dos em emprestar pode com

c) em que a pelos emprestar podendo por

d) que nos dos emprestassem podem por

e) de que a dos emprestarem podendo pelas

Questão 22: Analista-Tributário da Receita Federal - 2010 Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

O IDH é um índice que, pela simplicidade, se (1) disseminou mundialmente, tornando-se (2) um parâmetro de avaliação de políticas públicas na área social, o que não é pouco, levando-se em consideração que há respaldo científico. No entanto, para além das filigranas metodológicas, é preciso não se perder (3) de vista o ponto fundamental do IDH, que é medir a qualidade de vida para além de indicadores econômicos. Nesse sentido, ele é uma bem-sucedida alternativa ideológica do indicador puro e simples do Produto Interno Bruto, no qual (4) pode camuflar o real nível de bem-estar da maioria da população. Com o IDH, medir desenvolvimento humano passou a ser tão ou mais importante que aferir (5) o mero, e às vezes enganador, desenvolvimento econômico.

(Jornal do Brasil, Editorial, 7/10/2009, adaptado.)

a) (1) b) (2) c) (3) d) (4) e) (5)

Questão 23: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2012 Assinale o trecho de relatório contábil que se apresenta inteiramente correto quanto ao emprego do padrão formal escrito da língua portuguesa.

a) A crédito desta conta vem sendo contabilizada mensalmente a importância de R$10.628,75. Indagamos ao setor contábil sobre os referidos valores, que ao longo do ano soma-se mais de cem mil reais. No entanto, não nos foi fornecida nenhuma explicação.

b) Alertamos que, a falta de controles internos e da conciliação contábil da conta podem propiciar fraudes e desvios de valores, pois funcionários que têm conhecimento do fato podem utilizá-lo para fins de desfalques.

c) Alertamos que empréstimos feitos a funcionários não firmados mediante contrato, e sem cláusula de cobrança de encargos financeiros, poderão ser considerados pelo fisco como adiantamentos salariais e tributados na fonte, na ocasião da liberação dos recursos.

d) Recomendamos ampliar as atenções sobre os adiantamentos pendentes de longa data, haja visto, que, desta forma, eles se caracterizam como

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empréstimo, sendo necessário, daqui por diante, a elaboração de con-tratos com previsão de cobrança de encargos financeiros.

e) Entre as adições ao ativo fixo da companhia, persiste situação comentada em nosso relatório anterior onde se constatou valores que se caracterizam como despesa operacional invez de custo de aquisição ou desenvolvimento de bens permanentes.

(http://pt.scribd.com/doc/55427164/Modelo-Relatorio-Auditoria-Contabil,com adaptações)

Questão 24: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2012 Assinale o segmento de texto que foi transcrito com total correção gramatical.

a) Na administração do Estado, em seus vários níveis, está presente o destino que se dão aos impostos, que nada mais é do que bens privados transferidos obrigatoriamente para a esfera estatal.

b) Logo, é normal que se coloque questões atinentes à moralidade na gestão desses recursos, que devem – ou deveriam – estar destinados à melhoria das condições de vida dos cidadãos.

c) Espetáculos de imoralidade de parte dos políticos e de seus partidos são percebidos como desvios de recursos privados, que tiveram destinação eticamente indevida.

d) Não surpreende de que, em pesquisas de opinião sobre prefeitos, a honestidade, o ter palavra, o cumprir promessas tenha surgido como qualidades requeridas do homem público.

e) Ter princípios são considerados essenciais. Política sem valores equivale a um cheque em branco dado a governantes e parlamentares no uso dos recursos públicos.

(Dennis L. Rosenfield, “Ausência de princípios”, O Estado de São Paulo, 16/07/2012 ,com adaptações. http://avaranda.blogspot.com.br/2012/07/

ausencia-de-principios-denis-lerrer.html) (http://pt.scribd.com/doc/55427164/Modelo-Relatorio-Auditoria-Contabil,

com adaptações)

Questão 25: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior Os trechos a seguir compõem um texto adaptado do Editorial do Valor Econômico de 29/3/2012.

Assinale a opção em que o fragmento foi transcrito de forma gramatic-almente incorreta.

a) Parece cada vez mais claro que a tendência de valorização do real vai durar um bom tempo. Há demanda futura garantida para as commodities que o país exporta e enormes possibilidades de novos negócios.

b) Toda a estrutura de defesa comercial deveria ser aperfeiçoada e acelerada para barrar a concorrência desleal. Os instrumentos disponíveis para isso não têm sido usados intensamente como seria necessário. Resta, porém, a competitividade.

c) A bonança encontrou o país com uma carga de impostos maior do que a de competidores emergentes do mesmo porte, gargalos enormes na infraestrutura e, ainda por cima, uma taxa de juros astronômica — a conhecida conspiração de custos contra as empresas nacionais.

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d) A valorização agravou problemas crônicos, em detrimento da indústria. A licença para se proteger que o Brasil pede agora já existe de alguma forma e ela deveria se voltar prioritariamente contra a China, cuja mágica de formação dos preços dos bens exportados é poderosa.

e) O investimento externo direto mudou de patamar. Até o ano passado eles cobriam praticamente o deficit em conta corrente, ao que limitava o efeito, para explicação da valorização da moeda, de tsunamis monetários e capitais especulativos.

Questão 26: ACE/MDIC-2012 - Analista de Comércio Exterior Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial de O Globo de 20/3/2012. Assinale a opção que respeita as exigências gramaticais da norma culta na sua transcrição. a) Em geral, quando a economia está em trajetória de crescimento,

multiplicam-se as condições para os ganhos de produtividade, pela facilidade de se concretizarem investimentos. Mas não é algo que caia do céu. Sem esforço e determinação, a produtividade não avança.

b) Mas há também os fatores que não dependem diretamente dos agentes econômicos, como o ambiente institucional para a realização de negócios, a infraestrutura de uso comum, as prioridades e a execução da política econômica, o que se refletem no crédito e na carga tributária.

c) São vários os fatores que contribuem para os saltos de produtividade. Alguns relacionados do processo produtivo, como à inovação, a melhoria da gestão dos recursos disponíveis, a atualização tecnológica, a motivação dos que produzem, a utilização dos insumos (bens e serviços) mais adequados para se chegarem ao resultado final.

d) Com uma taxa de investimento relativamente baixa cuja proporção do Produto Interno Bruto (PIB), pouco acima dos 19%, o Brasil conseguiu avançar socialmente sem um crescimento econômico tão forte.

e) A estabilidade monetária abriu caminhos para ganhos de produtividade que tornou factíveis tais avanços, mas é preciso definir prioridades claras nos gastos públicos.

Questão 27: Auditor-Fiscal do Trabalho - 2010 Com base na norma gramatical da língua escrita, analise as propostas de alteração do texto abaixo e, a seguir, assinale a opção incorreta. 1

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A civilização industrial leva à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual, mas, ao mesmo tempo, liberta os homens das piores formas de servidão, do peso do trabalho alienante, tornando possível imaginar um mundo de homens livres que conseguirão a “liberdade do impulso criativo” – este é o verdadeiro objetivo da reconstrução social. Por meio do aumento dos padrões de conforto e acesso à informação, essa civilização cria condições favoráveis para desafiar radicalmente os velhos laços de autoridade.

a) No trecho “à concentração de poder e ao declínio da liberdade individual” (ℓ. 1 e 2), substituir “à” por “a” e suprimir “ao”.

b) Substituir o trecho “tornando possível imaginar” (ℓ. 3 e 4) por “no qual possibilita imaginarem-se”.

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c) Substituir o segmento “um mundo de homens livres que conseguirão” (ℓ. 4) por “um mundo cujos homens livres conquistarão”.

d) Na linha 7, inserir o adjetivo “industrial” após o substantivo “civilização”.

e) Substituir o segmento “para desafiar” (ℓ. 7 e 8) por “para que se desafiem”.

Questão 28: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2010 Assinale a opção correta em relação ao texto. 1

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O número de brasileiros com acesso à internet em sua residência vem crescendo em ritmo cada vez mais veloz. No início do ano passado, o Brasil tinha 14 milhões de usuários residenciais da rede mundial de computadores. Em fevereiro de 2008, os internautas residenciais do País somavam 22 milhões de pessoas – mais 8 milhões, ou 57%. Esses números tornam a internet o segundo meio de comunicação mais abrangente do Brasil, atrás apenas da televisão. Chegou-se a dizer que esse é um meio elitizado, utilizado apenas pelas classes A e B. Mas uma pesquisa mostra que as classes C e D utilizam amplamente a internet. No ano passado, os brasileiros compraram mais computadores (10,5 milhões de unidades) do que televisores. As vendas continuam a crescer em 2008, o que justifica previsões de que, no fim do ano, haverá 45 milhões de internautas no País.

(Texto de O Estado de S. Paulo, 9/4/2008)a) A eliminação de “do” em “do que televisores” (ℓ.11) mantém a correção

gramatical do período. b) Em “Chegou-se” (ℓ. 7), o “-se” indica voz passiva. c) O termo “Mas” (ℓ.8) insere no texto uma relação de comparação. d) O emprego de sinal indicativo de crase em “à internet” (ℓ.1) justifica-se

pela regência de “brasileiros”. e) A presença de preposição em “previsões de que” (ℓ.12) decorre da regên-

cia de “justifica”.

Questão 29: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2010 Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo.

O tema espinhoso da conferência de dezembro em Copenhague será a redução de emissões __1__ desmatamento e degradação de florestas, conhecida como Redd (ao apodrecer ou queimar, a madeira lança CO2 no ar). Redd é uma maneira barata de reduzir emissões, __2__ restringe só atividades predatórias, como a pecuária extensiva de baixa rentabilidade. O Brasil poderia obter bons recursos no mercado mundial de carbono, pois vem reduzindo o desflorestamento. Brasília, contudo, aceita apenas doações voluntárias __3__ compensação pelo desmatamento evitado. Resiste __4__ converter o ativo em créditos negociáveis, argumentando que países ricos se safariam de suas obrigações pagando pouco pelo “direito de poluir” (créditos de carbono Redd que inundariam o mercado). Para impedir o desvio, bastaria acordar um teto para os créditos Redd. Por exemplo, 10% do total de reduções. Para usufruir desse mercado, o Brasil precisaria recalcular quanto produz, hoje, de poluição __5__ desmatamento.

(Folha de S. Paulo, Editorial, 31/8/2009)

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1 2 3 4 5 a) do porque de à no b) por pois como a com o c) com o embora em por em d) em mas por ao pelo e) no já que na de contra o

Questão 30: Auditor-Fiscal da Receita Federal - 2010 Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de Valor Econômico. Assinale a opção que apresenta erro de sintaxe. a) Pela primeira vez desde a década de 1970, uma onda de fome se espalha

por vários pontos do globo simultaneamente. Os protestos não ocorrem apenas na miserável África, mas atingem o Vietnã e as Filipinas, na Ásia, as ex-províncias soviéticas, como o Cazaquistão, e os países latinoamericanos, como o México.

b) Ao contrário das crises de anos anteriores, não há nenhuma grande quebra de safra provocada por desastres climáticos de grandes proporções — a única exceção atual é o trigo. Desta vez, os próprios preços se abatem sobre os miseráveis e remediados dos países em desenvolvimento com a força de calamidades naturais.

c) A reação dos governos diante da pressão de massas esfomeadas na rua, ou diante da possibilidade de tê-las em futuro próximo, foi a suspensão das exportações, a redução das tarifas de importação, o subsídio direto ao consumo ou o controle de preços.

d) As previsões de inflação média dos países emergentes subiram para algo em torno de 7% este ano. Quando examinada a inflação específica dos alimentos, os índices pulam para os dois dígitos. O trigo aumentou 77% no ano passado e o caso do arroz é dramático para os pobres da Ásia: ele mais que dobrou de preço no ano.

e) A instabilidade econômica criada com a crise das hipotecas nos EUA somase agora princípios de instabilidade política em boa parte do planeta, fruto de uma situação que tem tudo para se tornar explosiva. A alta dos preços dos alimentos é forte e disseminada à ponto de elevar os índices de inflação em todo o mundo.

Questão 31: Analista-Tributário da Receita Federal - 2010 Assinale o trecho do texto adaptado de Maria Rita Kehl (O tempo e o cão: a atualidade das depressões. São Paulo: Boitempo, 2009) em que, na transcrição, foram plenamente atendidas as regras de concordância e regência da norma escrita formal da Língua Portuguesa.

a) Paradoxalmente, as mesmas inovações tecnológicas destinadas a nos poupar o tempo de certas tarefas manuais e aumentar o tempo ocioso vem produzindo um sentimento crescente de encurtamento à temporalidade. Tal sentimento talvez esteja relacionado com o encolhimento da duração.

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b) A vivência contemporânea da temporalidade é dominada por um subproduto das ideologias da produtividade, às quais reza que se devem aproveitar, ao máximo, cada momento da vida.

c) Desligado do frágil fio que ata o presente à experiência passada, voltado, sofregamente, para o futuro, o indivíduo sofre com o encurtamento da duração. Assim, desvalorizam-se o tempo vivido e o saber que sustenta os atos significativos da existência.

d) Segundo Bergson, a duração se mede pela sensação de continuidade entre o instante presente, o passado imediato e o futuro próximos; no entanto, nada indica que o registro psíquico dessas duas formas do tempo que alongam o presente devam limitar-se em curtos períodos antes e depois do brevíssimo instante.

e) Talvez a medida do transcorrer do tempo não individual não se assemelhe com o desenrolar de um fio, mas do tecer de uma rede que abriga e embala um grande número de pessoas ligado entre si pela experiência.

Questão 32: Técnico de Suporte em Infraestrutura de Transportes DNIT - 2013 Assinale a opção em que, na sequência, os termos preenchem corretamente as lacunas do texto abaixo.

Os holandeses são tão fanáticos ___(1)___ bicicletas que quase metade dos trajetos diários do país são feitos pedalando. O número de bicicletas é maior ___(2)___ a população local, ___(3)___ mais de 16 milhões de habitantes. Nada mais lógico, então, que lançar, ___(4)___ um ônibus escolar, uma bicicleta que aproveita a energia sem limites das crianças de 4 a 12 anos: ___(5) ___ oito lugares para os pequenos pedalarem, um para o adulto responsável e dois para caronas (para os menores), a bicicleta amarela conta ainda com um motor para subidas mais íngremes. Dessa maneira, assuntos importantes, ___(6)___ sustentabilidade, saúde e trabalho em equipe são abordados já na ida para o colégio, sem esquecer a diversão de pedalar com a turma.

(Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117)

(1) (2) (3) (4) (5) (6) a) com do que com em de como b) por com de como de com c) com do que de em com sobre d) sobre entre de em para com e) por que com como com como

Questão 33: Analista em Infraestrutura de Transportes - DNIT- 2013 1

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A memória social, que, vulgarmente, se denomina tradição, ou cultura, é sempre feita de uma história com H maiúsculo e é marcada por momentos que permitem alternâncias certas entre o que foi concebido e vivido como rotineiro e habitual e aquilo que foi vivenciado como crise, acidente, festa ou milagre. Isso se deve ao fato de o homem ser o único animal que se constrói pela lembrança, pela recordação e pela saudade e se desconstrói pelo esquecimento e pelo modo ativo com que consegue deixar de lembrar.

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Na sociedade brasileira, como em muitas outras, o rotineiro é sempre equacionado ao trabalho ou a tudo aquilo que remete a obrigações e castigos... a tudo que se é obrigado a realizar, ao passo que o extra-ordinário, como o próprio nome indica, é fora do comum e, exatamente por isso, pode ser inventado e criado por meio de artifícios e mecanismos próprios. Cada um desses lados, tal como as duas faces de uma mesma moeda, permite “esquecer” o outro. No entanto, tanto a festa quanto a rotina são modos que a sociedade tem de exprimir-se, de atualizar-se concretamente, deixando ver a sua “alma” ou o seu coração.

(Damatta, Roberto Augusto. O que faz o brasil Brasil? Rio de Janeiro: Ed.Rocco Ltda., 1984, p. 68, Adaptado).

Considerando o emprego facultativo de preposição, assinale a opção em que está correta a inserção dessa categoria gramatical.

a) “que, vulgarmente, se denomina de tradição, ou de cultura” (ℓ.1) b) “é marcada por momentos em que permitem alternâncias” (ℓ. 2 e 3) c) “aquilo em que foi vivenciado como crise” (ℓ.4) d) “a tudo a que se é obrigado a realizar” (ℓ.11) e) “deixando de ver a sua 'alma' ou o seu coração” (ℓ. 17)

Questão 34: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: Preocupados com o mau desempenho recente das exportações do Brasil para os Estados Unidos, exportadores e especialistas em comércio exterior prevêem um período de maiores dificuldades para os próximos meses.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “prevêem”(ℓ. 3) está no plural para concordar com “Estados Unidos”.

Questão 35: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: Preocupados com o mau desempenho recente das exportações do Brasil para os Estados Unidos, exportadores e especialistas em comércio exterior prevêem um período de maiores dificuldades para os próximos meses. O desaquecimento da economia americana é a causa mais óbvia que apontam de um menor crescimento das compras no Brasil.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A forma verbal “apontam”(ℓ. 5) está no plural para concordar com “próximos meses”.

Questão 36: Analista de Finanças e Controle - CGU 2008 Fragmento do texto: O favoritismo do Partido Democrata também é citado por alguns exportadores como um fator que pode dificultar as exportações brasileiras, pois os democratas são considerados mais conservadores do que seus rivais republicanos em matéria de comércio exterior — o que, ressalvese, nem sempre foi comprovado na prática.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) Em “do que seus rivais”(ℓ. 3, 4) a eliminação de “do” prejudica a cor-reção gramatical do período.

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PORTUGUÊS P/ AFRFB – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS PROFESSOR: DÉCIO TERROR

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Questão 37: MPOG 2009 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental Fragmento do texto: Exatamente na medida em que não mais podemos identificar um paradigma dominante em nosso contexto de pensamento – referência básica para nossos projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e mesmo estéticos – é que nos caracterizamos como vivendo uma crise de paradigmas, e até mesmo uma crise da própria necessidade e possibilidade de um paradigma hegemônico.

Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) A retirada da preposição “em”, antes do pronome “que” (ℓ.1), preservaria o respeito às regras gramaticais, com a vantagem de tornar o texto mais objetivo e simplificar as relações semânticas.

GABARITO

1 E 2 B 3 D 4 E 5 E 6 C 7 A 8 A 9 E 10 D 11 C 12 E 13 E 14 C 15 E 16 C 17 C 18 A 19 E 20 D 21 A 22 D 23 C 24 C 25 E 26 A 27 B 28 A 29 B 30 E 31 C 32 E 33 A 34 E 35 E 36 E 37 E