Portugues 2

199
Finalidade da Análise Sintática Estuda as relações que as palavras estabelecem entre si (nas orações) e as relações que se estabelecem entre as orações (nos períodos). Assim, dependendo da "posição" que a palavra ou oração ocupa em um período, essa palavra terá uma função sintática. Tomemos como exemplo o substantivo "menino". Dependendo da relação que essa palavra estabelecer com as demais palavras da oração, terá uma função sintática. Ex.: O menino provocou o incêndio Sujeito (é o termo do qual se afirma alguma coisa) O bombeiro chefe repreendeu o menino Objeto direto (é complemento obrigatório do verbo repreender, que é um verbo transitivo direto)

Transcript of Portugues 2

Finalidade da Análise Sintática

Estuda as relações que as palavras estabelecem entre si (nas orações) e as relações que se estabelecem entre as orações (nos períodos). Assim, dependendo da "posição" que a palavra ou oração ocupa em um período, essa palavra terá uma função sintática.

Tomemos como exemplo o substantivo "menino". Dependendo da relação que essa palavra estabelecer com as demais palavras da oração, terá uma função sintática.

Ex.: O menino provocou o incêndio Sujeito (é o termo do qual se afirma alguma coisa)O bombeiro chefe repreendeu o menino Objeto direto (é complemento obrigatório do verbo repreender, que é um verbo transitivo direto)

Tomemos agora como exemplo, uma oração: "(que) os bombeiros dominem o fogo". Dependendo da relação que esta oração estabelece com a oração principal, terá uma função sintática.

É importante Oração principalque os bombeiros dominem o fogo Objeto direto da oração principal Por ser uma

oração, é chamada de Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

Obs.: Mais adiante serão estudadas mais detalhadamente as funções sintáticas das orações (Estudo do Período Composto)

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

Frase Qualquer comunicação feita por meio de palavras

Ex.: Fogo! (sem verbo)

Há um incêndio na mata. (com verbo)

Oração Frase formada em torno de um verbo

Ex.: Os bombeiros ainda não dominaram o incêndio.

Período É a frase organizada em uma ou mais orações.

DEPENDÊNCIA

Definição: uma oração independente é a que não exerce função sintática em outra, enquanto uma oração dependente é aquela que exerce função sintática em outra oração.

Pode ser:

Simples - quando constituído de uma só oração:

O casarão todo dormia.

Os bombeiros já apagaram o fogo.

Composto - quando formado de duas ou mais orações:

O senhor sabe, / são moças, / querem divertir-se.

O incêndio já foi dominado / mas os bombeiros / continuam no local, fazendo o rescaldo.

O período termina sempre por uma pausa bem definida, que se marca na escrita com ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, reticências e, algumas vezes, com dois pontos.

**************************************************************************************

I - Termos Essenciais da Oração

PERÍODO SIMPLES

Termos essenciais da oração

Sujeito: ser de quem (ou do que) se afirma algo.

Para não errar => únicas perguntas que podem ser feitas para se achar o sujeito:

Quem

ou + verbo na 3a pessoa do singular

O queA resposta dessa pergunta (e só dessa!) será o sujeito da oração.

Exemplo:Todos os alunos passaram no concurso.

Pergunta:Quem passou no concurso?

Verbo na 3a pessoa do singular

Resposta:

Todos os alunos = sujeito

TIPOS DE SUJEITO

a) Sujeito determinado simples: formado de um único núcleo, ou seja, de uma única palavra que comunica quem é o ser.

Núcleo

Ex.: Os alunos Estudaram muito para o concurso.

Suj. determinado simples

b) Sujeito determinado composto: formado por 2 ou mais núcleos.

Ex. Os alunos e o professor ficaram felizes com o resultado do concurso.

Sujeito determinado composto

c) Sujeito determinado oculto ou elíptico: o núcleo se encontra implícito na forma verbal ou no contexto.

Ex. Nós estudamos para o concurso.

Quem estudou para o concurso?

Estudamos para o concurso

O núcleo está implícito na forma verbal "estudamos"

Ex: Os alunos estudaram muito para o concurso e foram bem sucedidos.

No exemplo acima há duas orações

(porque existem 2 verbos)

Na primeira oração, o sujeito de "estudaram" é: os alunos. Na segunda oração, o sujeito de foram é "eles", implícito no contexto, pois já foi mencionado na oração anterior.

d) Sujeito indeterminado: ele existe, mas não se pode informar de quem se trata.

Maneiras de se indeterminar o sujeito

1o verbo na 3a pessoa do plural

Ex.: Estão pedindo dados sobre os alunos

Quem está pedindo dados sobre os alunos?

Resposta: existe alguém pedindo esses dados, mas não se pode determinar, com exatidão, quem é => sujeito indeterminado.

2o verbo na 3a pessoa do singular + SE (= índice de indeterminação do sujeito)

Ex.: Precisa - se de pessoas

competentes

Índice de indeterminação do sujeito

Ex.: Vive - se bem aqui

Índice de indeterminação do sujeito

Ex.: É - se muito ingênuo, muitas vezes, na vida

Índice de indeterminação do sujeito

Obs.:

O "se" é índice de indeterminação do sujeito só com verbos transitivos indiretos (1o exemplo),

intransitivos (2o exemplo) e verbos de ligação (3o exemplo).

Com verbos que pedem complemento direto não ocorre esse tipo de construção.

e) Oração sem sujeito

Ocorre:

Com verbos que indicam fenômeno da naturezaEx.: Choveu muito.

Já anoiteceu.

Obs.: Choveram palavrões durante o discurso

Sujeito determinado simples

Verbo usado no sentido figurado. Não indica fenômeno da natureza

Com os verbos ser, fazer, haver e estar dando idéia de tempo ou fenômeno da natureza.

Ex.: É tarde.

Faz muitos anos que eu o conheço.

Há meses que não o vejo.

Está calor.

Com o verbo haver com sentido de existir

Ex.: Havia um menino na sala.

Havia muitos alunos na sala.

Obs.: Todos os verbos das orações sem sujeito devem ficar na 3a pessoa do singular

PREDICADO

O estudo do predicado é o que realmente determina a boa formação de uma frase.

O predicado, é o termo da oração que contém o verbo. Não obstante o sujeito e o predicado serem termos essenciais da oração, há situações (com verbos impessoais) em que a oração não possui sujeito. Mas se a oração é estruturada em torno de um verbo e ele está contido no predicado, não é possível existir uma oração sem predicado.

Exemplos:

A todos foi entregue a folha do exame.

Sujeito: a folha do exame

Predicado: A todos foi entregue

O secretário Carlos viajou para Paris.

Sujeito: O secretário Carlos

Predicado: viajou para Paris.

Choveu torrencialmente na Bahia.

Sujeito: sem sujeito

Predicado: Choveu torrencialmente na Bahia.

Verbo quanto à predicação

Existem verbos que expressam AÇÃO. Esses são denominados de verbos significativos. Classificam-se em:

Verbos intransitivos Verbos transitivos

Verbo intransitivo

É aquele que expressa a idéia completa da ação, sem necessitar, no entanto, de um outro termo para completar o seu sentido, ou seja, sua ação não transita.

Exemplos com sujeito simples e verbo intransitivo:

O menino brinca.

O sol raiou.

As flores murcham.

Perceba que o verbo intransitivo sozinho poderá formar o predicado ou, ainda, aparecer acompanhado de palavras ou expressões indicativas de lugar, tempo, modo, intensidade etc.

Exemplo:

As flores desabrocham na primavera.

Verbo Transitivo

Como vimos acima, o verbo intransitivo é aquele que expressa a idéia completa de ação.

Já o verbo transitivo não expressa a idéia completa de ação. Necessita de outro termo para completar o seu sentido. Por isso a grafia "transitivo", isto é, a ação transita.

Portanto, para que a frase tenha um sentido completo, o verbo transitivo necessita do complemento verbal ou objeto.

Exemplos:

O povo viu o ladrão.

Sujeito simples: O povo

Verbo transitivo: viu

Complemento verbal ou objeto: o ladrão.

Os parlamentares necessitam de melhor remuneração.

Sujeito simples: Os parlamentares

Verbo transitivo: necessitam

Complemento verbal ou objeto: de melhor remuneração.

Agora um detalhe sutil para a correta formação de frases. O verbo transitivo divide-se em:

Transitivo direto Transitivo indireto

O verbo transitivo direto transita diretamente para o complemento - denominado de objeto direto - e não exige preposição.

Exemplos:

Derrubaram o muro de Berlim.

Sujeito indeterminado: ?

Verbo transitivo direto: Derrubaram

Objeto direto: o muro de Berlim.

Os banqueiros tiveram muito lucro.

Sujeito simples: Os banqueiros

Verbo transitivo direto: tiveram

Objeto direto: muito lucro.

Ouvimos música alegre.

Sujeito oculto (ou implícito): Nós

Verbo transitivo direto: ouvimos

Objeto direto: música alegre.

Já no verbo transitivo indireto a ação transita indiretamente para o complemento por intermédio de uma preposição. É o chamado objeto indireto.

Exemplos:

Eu acredito em Deus.

Sujeito simples: Eu

Verbo transitivo indireto: acredito

Objeto indireto: em Deus.

Preposição: em

Todos nós necessitamos de carinho e compreensão.

Sujeito simples: Todos nós

Verbo transitivo indireto: necessitamos

Objeto indireto: de carinho e compreensão.

Preposição: de

Não concordamos com Vossa Excelência!

Sujeito oculto (ou implícito): Nós

Verbo transitivo indireto: concordamos

Objeto indireto: com Vossa Excelência.

Preposição: com

Mas existe uma situação em que o verbo pode ser simultaneamente transitivo direto e indireto, isto é, apresentar dois complementos (objeto direto e indireto). Isso porque a ação contida no verbo transita para o complemento direta e indiretamente ao mesmo tempo.

Exemplos:

O secretário recebeu elogios da imprensa internacional.

Sujeito simples: O secretário

Verbo transitivo direto e indireto: recebeu

objeto direto: elogios

Objeto indireto: da imprensa internacional.

Preposição: de "+ artigo a"

Escrevi um texto para o "Jornal dos Amigos".

Sujeito oculto (ou implícito): Eu

Verbo transitivo direto e indireto: Escrevi

Objeto direto: um texto

Objeto indireto: para o "Jornal dos Amigos".

Preposição: para

Proporciono a você momentos de reflexão.

Sujeito oculto (ou implícito): Eu

Verbo transitivo direto e indireto: Proporciono

Objeto indireto: a você

Objeto direto: momentos de reflexão.

Preposição: a

Verbo de Ligação

É aquele que qualifica o sujeito no predicado. Os principais verbos de ligação são: ter, haver, ser, estar, ficar, permanecer, parecer, andar.

Exemplo:

O Brasil é um grande país.

Sujeito: O Brasil

Predicado: é um grande país.

Verbo de ligação (estado permanente): é

Característica do sujeito ou sua qualificação: um grande país.

os verbos de ligação expressam estado, ligando características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características) certos tipos de relações.

Exemplos:

João está triste.

Sujeito simples: João

Predicado: está triste.

Verbo de ligação (estado): está

Característica do sujeito: triste.

O diretor e o seu assistente pareciam contentes.

Sujeito composto: O diretor e o seu assistente

Predicado: pareciam contentes.

Verbo de ligação (estado aparente): pareciam

Característica do sujeito: contentes

Os verbos de ligação podem expressar:

Estado permanente: viver, ser

Estado transitório: estar, achar-se, andar, encontrar-se

Estado mutatório: Virar, ficar, tornar-se, fazer-se

Estado de continuidade: permanecer, continuar

Estado aparente: parecer

Observação: Exatamente porque o verbo de ligação qualifica o sujeito no predicado (nesse caso dá-se o nome de predicativo), na frase não pode haver a separação, por vírgula, do sujeito do predicado.

Tipos de predicado

NOMINAL

=> aquele cujo núcleo é um nome.

Características

- Possui como núcleo um nome (tudo o que não for verbo)

- Possui verbo de ligação (ser, estar, permanecer, ficar, continuar, parecer...)

- Possui uma qualidade (chamada predicativo do sujeito) que é atribuída ao sujeito através do verbo de ligação.

Ex. O barulho dos passos | permaneceu constante.

sujeito predicado nominal

Todos eles | permaneceram quietos

sujeito predicado nominal

A noite | estava estrelada

sujeito predicado nominal

Obs.: No predicado nominal ocorre: verbo de ligação + predicativo do sujeito.

VERBAL

=> aquele cujo núcleo é um verbo.

Características

O núcleo é um verbo (intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto)

Modo mais fácil de se descobrir se o predicado é verbal

Procurar, no predicado, se existe uma palavra que dá qualidade ao sujeito Se não existir essa palavra (predicativo do sujeito) é porque o verbo é o mais importante, é o

núcleo do predicado, que será chamado, por isso, de predicado verbal. Ex. O bebe | nasceu hoje cedo

sujeito predicado verbal

O barulho dos passos |atemorizou os presentes.

sujeito predicado verbal

Precisam | de você lá fora.

sujeito indeterminado predicado verbal

Obs.: No predicado verbal, o verbo é sempre transitivo ou intransitivo e nunca ocorre predicativo.

VERBAL -NOMINAL

=> aquele cujo núcleo é duplo:

um verbo e um nome.

Características

Possui verbo transitivo + predicativo do sujeito.

Ex. O recado | chegou atrasado à tesouraria.

sujeito predicado verbo-nominal

O aluno | chegou atrasado para o exame.

sujeito predicado verbo-nominal

Deve-se proceder da mesma forma para se classificar esse tipo de predicado:

1) Procura-se, no predicado, uma palavra que indique a qualidade do sujeito. Essa palavra (predicativo do sujeito) será um dos núcleos.

2) Verifica-se se o verbo da oração está na lista dos verbos de ligação. Se não estiver, esse verbo também será o núcleo do predicado.

Obs.: Nunca os verbos de ligação poderão ser núcleos, pois servirão apenas para ligar o predicativo do sujeito ao sujeito da oração. São vazios de significado.

Os demais verbos serão núcleos, pois sempre possuem uma mensagem (completa ou incompleta) que querem transmitir na situação da comunicação.

Obs.: No predicado verbo-nominal, o verbo é sempre transitivo ou intransitivo e sempre ocorre predicativo (do sujeito ou do objeto).

Resumindo:

Predicados

P.N. => Verbo de ligação + Predicativo do Sujeito

P.V.=> Verbo intransitivo

Verbo transitivo + Complemento Verbal

P.V.N=> Verbo intransitivo + Predicativo do Sujeito

Complemento Verbal Predicativo do Sujeito

PREDICAÇÃO VERBAL

1) Verbo Intransitivo

V.I.

* tem sentido completo

* não precisa de complemento verbal

Não transitivo =>Não transita na oração, procurando palavra(s) que complete(m) seu sentido.

Exemplo

Cheguei cedo

V.I

2) Verbo Transitivo Direto

* não tem sentido completo

* precisa de complemento verbal obrigatório chamado objeto direto (O.D)

Para se achar o O.D.

Acha-se o sujeito da oração = A resposta é o O.D

Sujeito + verbo da oração + quem?

ou

Sujeito + verbo da oração + o que?

V.T.D O.D.

Exemplos:

I) O professor usará apostilas no curso

O professor usará o que?

Sujeito Verbo como aparece na oração

Resposta: apostilas

O.D

II) (Eu) vi o professor no Shopping.

(Eu) vi quem no shopping?

Resposta: o professor

O.D.

Obs.: Objeto direto preposicionado

Algumas vezes o objeto direto pode vir precedido pela preposição a.

Exemplos:

Devemos amar a Deus acima de todas as coisas

V.T.D. O.D. Preposicionado

Ao tigre Venceu o leão

V.T.D. O.D. Preposicionado

Para não confundir o O.D. preposicionado com o O.I. basta trocá-lo pelo pronome oblíquo o, a, os, as (complementos verbais diretos)

* Devemos amá-Lo acima de todas as coisas

* O leão venceu-o.

3) Verbo Transitivo Indireto

* não tem sentido completo pede complemento verbal obrigatório, chamado objeto indireto (O.I.) que vem precedido de preposição.

Exemplo.

(Nós) Necessitamos de mais estudo

V.T.I O.I

Nós necessitamos de que?Resposta: de mais estudo

O.I.

4) Verbo Transitivo Direto e Indireto

*não tem sentido completo pede 2 complementos verbais obrigatórios: O.D. e O.I.

Exemplo

O professor entregou a apostila ao aluno

V.T.I O.I

O professor entregou o que?

Resposta: a apostila

O.D.

O professor entregou a quem?

Resposta: ao aluno

O.I.

Obs.: O O.I. completa sempre o verbo. Cuidado com as expressões iniciadas por preposição. Se essas expressões não estiverem completando o sentido de um verbo, não serão O.I.

Exemplos

Comprei a apostila do curso

Não é O.D.

Comeram todo o doce de abóbora

Não é O.D.

OBS: Objetos pleonásticos

Os objetos por motivos estilísticos (realce, ênfase, etc,) podem ser repetidos ou pleonásticos.

Exemplos

Vi-o, a ele sem dúvida

O.D. pleonástico (V. Ver = V.T.D.)

Perdôo-te a ti

O.D. pleonástico (V. Perdoar = V.T.I.)

Exercícios

1) É errada a análise da predicação verbal na letra:

a) Isso não me convém. (transitivo indireto)

b) Não lhe telefonarei amanhã. (transitivo indireto)

c) Saudaram-nos pela vitória. (transitivo indireto)

d) A verdade me constrangeu. (transitivo direto)

e) A inocente menina é bela como um anjo. (de ligação)

2) O termo em destaque é adjunto adnominal na letra:

a) O político conseguiu um emprego ao filho.

b) O Banco emprestou dinheiro àquela empresa:.

c) Eleonora, toda apaixonada, ajeitou os cabelos do noivo.

d) Paguei todas as minhas dívidas aos credores.

e) Deus perdoa todos os pecados ao mortais.

3) Assinale a frase em que o verbo estar não é verbo de ligação:

a) Estávamos totalmente desligados a esse tipo de problema.

b) Os alpinistas estavam esgotados ao chegarem ao chalé.

c) Tenho estado otimista, quanto à minha aprovação.

d) Estivemos conversando tranqüilos acerca de política.

e) Relativamente a esse assunto, estou muito preocupado com as conseqüências.

4) Assinale a letra que contenha predicativo do sujeito sem que haja verbo de ligação:

a) Cumprimentaram-se friamente.

b) Ser livre é não ser escravo.

c) A leitura é muito útil.

d) A menina sorria-se feliz.

e) O mentiroso precisa ter boa memória.

5) Assinale a letra em que há exemplo de verbo transitivo direto e indireto:

a) Fugiu com quantas pernas tinha.

b) Disparou com um raio para a toca.

c) Lá contou à mamãe as aventuras do passeio.

d) Observei muita coisa interessante.

e) Encontrei o irmão de Carolina.

6) Assinale a letra que não contenha predicativo do sujeito:

a) Tenho grande simpatia pelos homens abnegados.

b) Os homens são atormentados pelas doenças.

c) Sua dedicação ao trabalho é mesmo exagerada.

d) A atenção dos alunos às aulas é elogiável.

e) Durante o dia, a praça fica cheia de aposentados.

7) Assinale a oração que contenha objeto direto:

a) Precisamos de mais informações.

b) A resposta ao aluno não foi convincente.

c) O professor não quis responder ao aluno.

d) Muitos caminhos foram abertos pelos bandeirantes.

e) A enchente alagou a cidade.

8) O herdeiro, longe de compadecer-se, sorriu e, por esmola, atirou-lhe três grãos de milho. Os verbos grifados são, respectivamente:

a) transitivo indireto, intransitivo, transitivo indireto.

b) intransitivo, intransitivo, transitivo direto e indireto.

c) transitivo direto, intransitivo, transitivo direto e indireto.

d) intransitivo, intransitivo, transitivo direto.

e) intransitivo, transitivo indireto, transitivo direto.

9) Assinale a letra que contenha verbo de ligação:

a) Os viajantes chegaram cedo ao destino.

b) Demitiram o secretário da instituição.

c) Nomearam as novas ruas da cidade.

d) Compareceram todos atrasados à reunião.

e) Estava irritado com as brincadeiras

10) Assinale a letra que contenha verbo transitivo direto:

a) Já passa da hora do recreio.

b) Há importantes monumentos em Minas Gerais.

c) Devia existir um motivo sério, muito sério.

d) Nas discussões choveram desaforos.

e) propusemos reformas aos dirigentes.

Gabarito

1) C 2) C 3) D 4)D 5) C 6) A 7) E 8) B 9) E 10) B

II - Termos Acessórios da Oração

ADJUNTO ADVERBIAL

O adjunto adverbial é essencialmente um modificador de verbo, dando circunstância (idéia) de: lugar, tempo, modo, intensidade, afirmação, negação, dúvida, causa, companhia, etc.

Pode também intensificar um verbo, um adjetivo ou um advérbio.

É uma função desempenhada por advérbios ou locuções adverbiais.

verbo

Ex.:

Às 3 horas da tarde, todos saíram.

Adj. adverbial de tempo

(modifica o verbo sair, dando circunstância de tempo)

Ele corre muito.

Adj. adverbial de intensidade

(intensifica o verbo)

adjetivo

Ele é charmoso demais.

Adjunto adverbial de intensidade

(intensifica o adjetivo)

adv.

Acordei demasiadamente cedo.

Adjunto adverbial de intensidade

(intensifica o advérbio)

ADJUNTO ADNOMINAL

É o termo da oração que se refere diretamente a um substantivo, ligando-se a ele com ou sem preposição, e tem a função de determiná-lo ou caracterizá-lo.

Ex.:

Aquelas duas notícias trágicas não foram publicadas.

(adj. adn)(subst)(adj. adn.)

São as seguintes as classes gramaticais morfológicas que podem desempenhar a função de um adjunto adnominal.

Nome

a) artigo O menino saiu

adj. adn.

Nome

b) numeral Dois meninos saíram

adj. adn.

Nome

c) pronome adjetivo Meu pai saiu

adj. adn.

Obs.: O pronome adjetivo aparece sempre ao lado de um nome (como no exemplo dado).

Já o pronome substantivo substitui um nome, não pode, por isso, ser adjunto adnominal.

APOSTO Termo que explica, desenvolve ou resume um nome.

Geralmente vem separado por vírgulas, ou outro sinal de pontuação.

Exemplos:

Dr. Benevides, um famoso cirurgião, participará de um congresso nos EUA.

Aposto (explica quem é o Dr. Benevides)

Fui à feira e comprei muitas coisas: Frutas, verduras, legumes e cereais.

Aposto (desenvolve o termo coisas)

Frutas, verduras, legumes e cereais: tudo estava muito caro.

Aposto (resume: frutas, verduras, legumes e cereais)

VOCATIVO

Vocativo ("evocare" = chamar)

Elemento (de natureza exclamativa) empregado para chamar por alguém ou quando nos dirigimos a um ser (pessoa ou coisa).

É um termo à parte da oração e não exerce nenhuma função sintática.

Ex.: Deus! Oh, Deus! Onde estás que não respondes?

Vocativo (Castro Alves)

Maria, Venha aqui!

Vocativo

Exercícios

1- Nas fases seguintes aponte os apostos e os vocativos:

a) Meu velho amigo, não há mais nada em que se possa dizer.

b) Você, meu velho amigo, não tem nada para me dizer?

c) Ó meus sonhos, aonde fostes ?

d) Uma casa na encosta da montanha, meu maior sonho, evaporou-se com o confisco da poupança.

e) Não há mais nada há fazer, minha querida.

f) Tu, que não sabes o que fazes, diz: há lei nesta terra?

g) Um dia, meu bem, não haverá miséria.

h) Ele não deseja muita coisa: um emprego, uma casinha, uns trocados para viagem de vez em quando.

RESPOSTAS

1-

vocativo: meu velho amigo vocativo: você aposto do vocativo: meu velho amigo vocativo: ó meus sonhos aposto do vocativo: meu maior sonho vocativo: minha querida vocativo: tu vocativo: meu bem aposto do vocativo: um emprego, uma casinha, uns trocados para uma viagem de vez

em quando.

III - Termos Integrantes da Oração

Complemento Nominal (C.N.)

É o termo da oração que completa a significação transitiva de um nome. Esse nome pode ser representado por: um substantivo, um adjetivo, um advérbio.

Portanto, é o termo da oração que completa o sentido de um nome e sempre através de uma preposição.

Ex.: Todos fizeram a leitura do livro

substantivo C.N.

Permaneceremos fiéis a ele até a morte

Adjetivo C.N.

Ele agiu Favoravelmente aos alunos

Advérbio C.N.

Obs.: O complemento nominal sempre fará parte de um outro termo sintático, subordinando-se a um nome que pertence a esse termo.

Núcleo do sujeito Núcleo do predicativo

Ex.: A realização das obras é necessária à população

C.N C.N.

Sujeito Predicativo do sujeito

Obs.: O nome que precisa de um complemento nominal será sempre substantivo abstrato e a expressão que completar seu significado não expressará ação.

Ex.: Amor aos pais

Não são os pais que amam = não há ação = C.N.

Em: Amor de pai

É o pai que ama = há ação = adjunto adnom.

Complementos Verbais

São dois os complementos verbais: objeto direto e objeto indireto:

01) Objeto Direto

É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto, sem auxílio da preposição.

Ex.

As meninas costuraram as saias com jeitinho.

Denise comprou um computador para trabalhar.

02) Pronomes Oblíquos Átonos na função de objeto direto

Os pronomes oblíquos átonos que funcionam exclusivamente como objeto direto são:

O, A, OS, AS

Ex.

Procurei-o para pedir favores.

"Tio Palha felicitou-a" (Marcos Rey)

I.P.C.: Verbos transitivo direto, seguido de o, a, os, as:

Verbo terminado em vogal: Os pronomes não se modificam.

Verbo terminado em M, ÃO ou ÕE: Os pronomes se modificam para no, na, nos, nas.

Verbo terminado em R, S ou Z: Os pronomes se modificam para lo, la, los, las, e as terminações desaparecem.

Ex.

- Venderei as casas amanhã. = Venderei-as amahã.

- Os bombeiros encontraram as crianças = Os bombeiros encontraram-nas.

- Os professores irão corrigir os trabalhos. = Os professores irão corrigi-los.

03) Objeto Indireto

É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto, por meio de uma preposição.

Ex.

- Gosto muito de crianças

- Você acredita em seus amigos?

04) Pronomes Oblíquos Átonos na função de objeto indireto.

O pronome oblíquo átono que funciona exclusivamente como objeto indireto é: LHE, LHES.

Ex.

- Disse-lhe a verdade.

- Entreguei-lhe os resultados dos exames de vestibular.

I.P.C. Os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos) podem funcionar como objetos diretos ou objetos indiretos.

Ex. Eu te convido para a minha formatura.

A criança estendeu-me a mão.

Exercícios

1- Em cada grupo de frases, um mesmo verbo é utilizado com transitividade diferente.

Indique a transitividade verbal em cada oração.

a) Quem deve falar agora?

Não me falaste a verdade.

Sempre fala asneiras.

b) Só dois alunos faltaram ontem.

Faltou-me coragem naquele instante.

c) Alguns insetos transmitem doenças.

Transmita meus cumprimentos a seu irmão.

d) Ela vive a cantar.

É um poema que canta as glórias passadas do povo português.

Cantou suas mágoas a todos que o ouviam.

2- Classifique o termo destacado em cada uma das frases seguintes. Depois, substitua por um pronome oblíquo átono.

a) Falta seriedade a muitos homens públicos.

b) Diante da inevitável constatação, outra forma de entender a vida ocorreu ao respeitável poeta.

c) Muitos eleitores queriam demonstrar sua indignação.

d) Ouço música popular brasileira.

e) Comunico a todos meu pedido de demissão.

f) Comunico a todos meu pedido de demissão.

g) Paguei todos os meus débitos.

h) Paguei a todos os meus credores.

i) Apresentei nossas reivindicações ao presidente da comissão.

j) Apresentei nossas reivindicações ao presidente da comissão.

3. Compare cada par de frases e comente as diferenças de sentido existentes.

a) Comemos o pão.

Comemos do pão.

b) Como beber dessa bebida amarga?

Como beber essa bebida amarga?

c) Sacou a arma.

Sacou da arma.

4. Forme orações a partir dos elementos fornecidos em cada um dos itens seguintes.

Estabeleça as relações necessárias à obtenção de orações bem estruturadas.

a) Acontecer / fatos surpreendentes / Ihe / durante a viagem à Europa.

b) Haver / poucos problemas / no seminário de ontem.

c) Comunicar / a imprensa / novo preço dos combustíveis / ontem à noite.

d) Favorecer / as novas regras de exploração do solo / apenas alguns grupos empresariais.

e) Necessitar / investimento em educação pública / o país

f) Apresentar / propostas de alteração constitucional / vários deputados/ na sessão de

ontem / aos colegas.

RESPOSTAS

1.

a) intransitivo / transitivo direto e indireto / transitivo direto

b) intransitivo / transitivo indireto

c) transitivo direto / transitivo direto e indireto

d) intransitivo / transitivo direto / transitivo direto e indireto

2.

a) falta-lhes (objeto indireto)

b) ... ocorreu-lhe (objeto indireto)

c) ... demonstra-la (objeto direto)

d) ouço-a (objeto direto)

e) comunico-lhes (objeto indireto)

f) comunico-o (objeto direto)

g) paguei-os (objeto direto)

h) paguei-lhes (objeto indireto)

i) apresentei-as (objeto direto)

j) apresentei-lhe (objeto indireto)

3.

a) A primeira frase pode significar que se comeu todo o pão; a segunda significa que se comeu apenas parte dele.

b) A primeira frase significa que se deve beber apenas parte da bebida amarga; a segunda, que se pode bebê-la toda.

c) A segunda frase é mais enérgica que a primeira.

4.

a) Aconteceram-lhe fatos surpreendentes durante a \viagem à Europa.

b) Houve poucos problemas no seminário de ontem.

c) A imprensa comunicou o novo preço dos combustíveis ontem à noite.

d) As novas regras de exploração do solo favorecem apenas alguns grupos empresariais.

e) país necessita de investimentos cm educação pública.

f) Vários parlamentares apresentaram propostas de alteração constitucional aos colegas na sessão de ontem.

AGENTE da PASSIVA

É o termo que, na voz passiva, representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo.

Vejamos:

Voz ativa

O aluno fez a lição.

sujeito V.T.D. O.D.

Voz passiva

A lição foi feita pelo aluno.

Suj. paciente Verbo na voz passiva Agente da Passiva

(quem Pratica a ação na voz passiva)

Obs.: Somente os verbos transitivos diretos e transitivos diretos e indiretos podem ser transformados em voz passiva, pois é o O.D. da voz ativa que será o sujeito paciente da voz passiva.

Adjunto Adnominal

Junto Junto

PERÍODOS COMPOSTOS POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Quando termos da mesma função sintática são relacionados entre si, ocorre coordenação. Não há uma hierarquia entre esses termos, pois são sintaticamente equivalentes e entre sí independentes, uma não é complemento da outra.

Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas

Assindéticas: são as orações coordenadas que se ligam umas às outras por uma pausa, sem conjunção.Ex. Chegamos a casa, tiramos a roupa, banhamo-nos, fomos deitar.Trabalhou, sempre irá trabalhar.

Sindéticas: são as orações coordenadas introduzidas por uma conjunção.(syndeton é uma palavra de origem grega que significa "união").

As conjunções coordenativas são aquelas que dão nomes às orações coordenadas sindéticas.

São cinco as orações coordenadas, que são iniciadas por uma conjunção coordenativa.

Aditiva: Exprime uma relação de soma, de adição.Conjunções: e, nem, mas também, mas ainda. Estuda / e trabalha.Oração coordenada Oração coordenada assindética sindética aditivaO professor não somente elaborou exercícios como também uma extensa prova.Adversativa: exprime uma idéia contrária à da outra oração, uma oposição.Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo.A estrada era de terra / mas muito conservada. Oração coordenada Oração coordenada assindética sindética adversativaO professor elaborou um exercício simples, mas a prova foi bastante complexa.

Alternativa: Exprime idéia de opção, de escolha, de alternância.Conjunções: ou, ou...ou, ora... ora, quer... quer.Irei ao teatro / ou irei ao cinema.Oração coordenada Oração coordenada assindética sindética alternativaOu o professor elabora o exercício ou desiste de aplicar a prova.

Explicativa: Exprime uma explicação.Conjunções: porque, que, pois - antes do verbo.Tome um taxi / pois já está atrasado.Oração coordenada Oração coordenada assindética sindética explicativaO professor não elaborou a prova, porque ficou doente.

Conclusiva: Exprime uma conclusão da idéia contida na outra oração.Conjunções: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois - após o verbo ou entre vírgulas.Você não fez sua lição / deve, pois, faze-la agora.Oração coordenada Oração coordenada assindética sindética conclusivaO professor não elaborou a prova, logo não poderá aplicá-la na data planejada.

Orações Subordinadas substantivasPeríodo composto por subordinação: A oração que cumpre papel de um termo sintático de outra é subordinada. A oração que tem um de seus termos na forma de oração subordinada é a principal.

Ex.: Logo percebi / que ele não veria 1 2

1) Oração principal (formada pelo Adjunto Adverbial "logo", pelo sujeito oculto "eu" e pelo verbo transitivo direto "perceber", que na oração não vem acompanhado de seu objeto direto.2) É a oração subordinada porque a função sintática que estava faltando na oração principal (objeto direto do verbo perceber) aparece aí sob a forma de uma oração.

A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de - orações subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais.

Inicialmente estudaremos as orações subordinadas substantivas.

Orações Subordinadas Substantivas:

Geralmente iniciada por "que" (conjunção integrante), podendo também se iniciar com: "se", "onde", "quando", "como", etc. Tem valor de substantivo. Podem ser trocadas por isso

São seis as orações subordinadas substantivas, que são iniciadas por conjunção subordinativa integrante (que, se)

a) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal.Existem três estruturas de oração principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva:verbo de ligação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva.Ex. É necessário que façamos nossos deveres.

- verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva.- Verbo unipessoal só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir,constar, parecer, importar, interessar, suceder, acontecer.Ex. Convém que façamos nossos deveres.

- verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva.Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda.

b) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal.(sujeito) + VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta. Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante.

c) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal.(sujeito) + VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta.Ex. Lembro-me de que tu me amavas.

d) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da oração principal.(sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada substantiva completiva nominal.Ex. Tenho necessidade de que me elogiem.

e) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração subordinada substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vírgulas.oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva.

Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade.

f) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação da oração principal.(sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa.Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses.

I.P.C. As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras: Pronomes interrogativos (quem, que, qual...) Advérbios interrogativos (onde, como, quando...)Perguntou-se quando ele chegaria.Não sei onde coloquei minha carteira.

Oração Subordinada Adjetiva

Características da Oração Subordinada Adjetiva É iniciada por um pronome relativo, geralmente que (= o qual, a qual, os quais, as quais). Tem valor de adjetivo. Não pode ser trocada por isso.

As orações subordinadas adjetivas podem ser

a) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Os alunos que assistiram à aula não precisam fazer o trabalho.Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva Restritiva (pois limita os alunos, restringe os alunos: somente os que assistiram à aula é que não precisam fazer o trabalho).

b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

O homem, que se considera racional, às vezes age como um animal.Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva explicativa (não limita o homem; na verdade é uma idéia que já está contida no conceito de homem; aparece sempre entre vírgulas).

Oração Subordinada Adverbial

Tem valor de advérbio.

As Orações Subordinadas Adverbiais podem ser:

a) Causais: exprimem causa, motivo, razão.Não poderei votar / uma vez que não transferi meu título.

b) Comparativas: contêm um fato ou ser comparado a um fato ou ser mencionado na oração principal.Receba os convidados / como um bom anfitrião (recebe).

Atenção: Observe que o verbo da oração principal é o mesmo da oração adverbial.

c) Concessivas: exprimem um fato que se concede, que se admite.Embora seja muito tarde / visitarei, ainda hoje, um amigo.

d) Condicionais: exprimem uma condição, uma hipótese.Se você não me encontrar em casa, / deixe um recado com a minha mãe.

e) Conformativas: exprimem acordo ou conformidade de um fato com outro.Prepare tudo / como lhe ensinei.

Atenção: o verbo da oração principal não é o mesmo da oração adverbial conformativa (o que a diferencia da oração adverbial comparativa, como já vimos).

f) Consecutivas: exprimem uma consequência, um resultado.Ele é tão gordo, / que mal passa pela porta.

g) Finais: exprimem finalidade, objetivoVou estudar / para que eu passe no exame.

h) Proporcionais: denotam proporcionalidadeQuanto mais eu o vejo, mais o desejo.

i) Temporais: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na oração principal.Quando você chegou, / eu saí. Obs.: Para classificar a oração subordinada adverbial, basta obedecer à classificação das conjunções subordinativas que a iniciam.

Orações Reduzidas

Oração reduzida é aquela que possui o verbo numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Entre a oração principal e a oração reduzida não há conectivo.

Ex.: Não dispondo de muito tempo, pedimos ajuda para o trabalho. Oração subordinada causal reduzida de gerúndio (= porque não dispúnhamos de muito tempo)

A reunião feita pelos professores durou toda a tarde.Oração subordinada restritiva de particípio (= a reunião que os professores fizeram)

É inútil gritar.Oração subordinada subjetiva reduzida de infinitivo (= ...que se grite)

Exercícios

1- Na frase " Maria do Carmo tinha certeza de que estava para ser mãe" a oração em destaque é :a) Subordinada substantiva objetiva indiretab) Subordinada substantiva completiva nominal.c) Subordinada substantiva predicativa.d) Coordenada sindética conclusivae) Coordenada sindética explicativa

2- Qual o período em que há oração subordinada substantiva predicativa ?a) Meu desejo é que você passe nos exames vestibulares.b) Sou favorável a que o aprovem.c) Desejo-te isto que sejas feliz.d) O aluno que estuda consegue superar as dificuldades do vestibular.e) Lembre-se de que tudo passa neste mundo.

3- Marque a opção que contém oração subordinada substantiva completiva nominal:a) "Tanto eu como Pascoal tínhamos preço de que o patrão topasse Pedro Barqueiro nas ruas da cidade"

b) " Era preciso que ninguém desconfiasse do nosso conluio para prendermos o Pedro Barqueiro."c) "Para encurtar a história patrãozinho achamos Pedro Barqueiro no rancho que só tinha três divisões a sala, o quarto dele e a cozinha."d) " Quando chegamos, Pedro estava no terreiro debulhando milho que havia colhido em sua rocinha ali perto "e) "Pascoal me fez um sinalzinho, eu dei a volta e entrei pela porta do fundo para agarrar o Barqueiro pelas costas"

4- As orações subordinadas substantivas que aparecem nos períodos abaixo são todassubjetivas exceto:a) Decidiu-se que o período subiria de preço.b) É muito bom que o homem vez por outra reflita sobre sua vida.c) Ignoras quanto custou meu relógio?d) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.e) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião.

5- Na frase " Argumentei que não é justo que o padeiro ganhe festas" as orações introduzidas pela conjunção que são respectivamente :a) Ambas subordinadas substantivas objetivas diretasb) Ambas subordinadas subjetivasc) Subordinada substantiva objetiva direta e subordinada substantiva subjetiva.d) Subordinada objetiva direta e coordenada assindética .e) Subordinada substantiva objetiva e subordinada substantiva predicativa.

6- Em " É possível que comunicassem sobre política" a segunda oração é :a) Subordinada substantiva subjetiva.b) Subordinada adverbial predicativa.c) Subordinada substantiva predicativad) Principale) Subordinada substantiva objetiva direta.

7- A palavra se é conjunção subordinativa integrante (introduzindo oração subordinadasubstantiva objetiva direta) em qual das orações seguintes?a) Ele se morria de ciúmes pelo patrão.b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.c) O aluno fez-se passar por doutor.d) Precisa-se de pedreiros.e) Não sei se o vinho está bom.

8- " As cunnãs tinham ensinado para ele que o sagüi-açu não era sagüim não, chamavaelevador e era uma máquina ."Em relação à oração não destacada as orações em destaque são respectivamente :a) Subordinada substantiva objetiva direta coordenada assindética coordenada sindética aditiva.b) Subordinada adjetiva restritiva coordenada assindética -coordenada sindética aditiva.c) Subordinada substantiva objetiva direta subordinada substantiva objetiva direta coordenada sindética aditiva.d) Subordinada substantiva objetiva direta subordinada substantiva objetiva diretae) Subordinada substantiva subjetiva coordenada assindética coordenada sindética aditiva.

9- " Se ele confessou , não sei." A oração destacada é:a) Subordinada adverbial temporalb) Subordinada substantiva objetiva diretac) Subordinada substantiva objetiva indiretad) Subordinada substantiva supletivae) Subordinada substantiva predicativa

10- " A verdade é que a gente não sabia nada"Classifica -se a segunda oração como:

a) Subordinada substantiva objetiva diretab) Subordinada adverbial conformativac) Subordinada substantiva objetiva indiretad) Subordinada substantiva predicativae) Subordinada substantiva apositiva.

11- Leia atentamente a frase:" O presidente comunicou ao Ministro do Planejamento e ao Ministro da Indústria e Comércio, que não haverá expediente na segunda-feira próxima." Nesta frase a vírgula está separando erroneamente a oração principal e a oração:a) Subordinada substantiva objetiva indiretab) Subordinada adverbial temporalc) Coordenada Sindética adversativad) Subordinada substantiva objetiva diretae) Subordinada substantiva assindética modal.

12- Em " Queria que me ajudasses. "O trecho destacado pode ser substituído por:a) a sua ajudab) a vossa ajudac) a ajuda de vocêd) a ajuda delese) a tua ajuda.

13- " Lembro-me de que ele só usava camisas brancas."A oração destacada é:a) Subordinada substantiva completiva nominalb) Subordinada substantiva objetiva indiretac) Subordinada substantiva predicativad) Subordina substantiva subjetiva.e) Subordinada substantiva objetiva direta

Respostas

1- B 2- A 3- A 4- C 5- C6- A 7- E 8- A 9- B 10- D11- A 12- E 13- C ***** *****

NEXOS ORACIONAIS

Também conhecidos como articuladores ou conectores, tratam-se de pronomes, advérbios, locuções, conjunções, preposições e de quaisquer expressões que guardem a responsabilidade de vincular coerentemente orações e períodos num mesmo parágrafo, garantindo a unidade semântica deste.

Elementos de Ligação

Qualquer texto bem redigido deve apresentar, necessariamente, perfeita articulação de idéias. Para isso, é necessário promover o encadeamento semântico (significado, idéias) e o encadeamento sintático (mecanismos que ligam uma oração à outra). A coesão (elemento da frase A retomado na frase B) é obtida, principalmente, através dos elementos de ligação que proporcionam as relações necessárias à integração harmoniosa de orações e parágrafos em torno de um mesmo assunto (eixo temático). Arrolamos, a seguir, os elementos de ligação mais usuais empregados. Os itens seguintes encerram o significado de cada grupo de elementos de ligação.

Prioridade, relevância em primeiro lugar, antes de mais nada, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo.

Tempo (freqüência, duração, ordem, então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a

sucessão, anterioridade, pos-terioridade)

princípio, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, freqüentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, to.das as vezes que, cada vez que, apenas.

Semelhança, comparação, conformidade

igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, bem como, como se.

Condição, hipótese se, caso, eventualmente.

Adição, continuaçãoalém disso, (a)demais outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro lado, também e as conjunções aditivas (e, nem, não só ... mas também etc.).

Dúvida talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que

Certeza, ênfasede certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, semdúvida, inegavelmente, com toda a certeza.

Surpresa, imprevisto inesperadamente, inopinadamente, de súbito.,imprevistamente, surpreendentemente.

Ilustração, esclarecimento por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber.

Propósito, intenção, finalidade com o fim de, a fim de, com o propósito de.Lugar, proximidade,distância

perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais adiante, além, acolá, lá, ali, algumas preposições e os pronomes demonstrativos.

Resumo, recapitulação, conclusão em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira.

Causa e conseqüência, Explicação por conseqüência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, porque, porquanto, pois, que, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto, por conseguinte, logo, pois (posposto ao verbo), que (= porque).

Contraste, oposição, restrição, ressalva

pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que

Segundo Celso Cunha, certas palavras têm classificação à parte, por isso convém "dizer apenas palavra ou locução denotativa" de: a) inclusão: até, inclusive, mesmo, também etc. b) exclusão: apenas, exceto, salvo, senão, só, somente etc. c) designação: eis d) realce: cá, lá, é que, só etc. e) retificação: aliás, ou antes, isto é, ou melhor etc. f) situação: afinal, agora, então, mas etc.

Exemplo

Viver é perigoso, mas navegar é preciso

O mundo moderno fez da segurança sua maior obsessão. Nos países desenvolvidos tudo é calculado para reduzir a margem de risco ao mínimo, seja nas aplicações financeiras, nos negócios, nos contratos, nas cirurgias, nos automóveis, nos

aviões, nos bancos, nas casas, nas lojas, nas ruas, no trânsito, na conduta dos pedestres, tudo coberto e supervisionado pela informática 'da mais alta precisão. E, no entanto, as bolsas despencam, arrastando consigo países inteiros, os negócios fracassam, os aviões caem misteriosamente, os bancos, as casas, as pessoas são assaltadas, os circuitos de segurança falham. ( ... ) A preocupação exagerada com a segurança não evitou duas guerras mundiais devastadoras, nem eliminou bolsões vergonhosos de miséria num mundo cada vez mais rico, e muito menos impediu o surgimento dos Estados totalitários e autoritários. ( ... ) A vida humana não é possível sem certa margem de segurança (o conceito, as crenças SOCiaiS, a ciência, a lei, os paradigmas, a religião, a tecnologia etc.), mas os instrumentos de segurança não podem abafar nem paralisar a vida em sua espontaneidade e em seu impulso criador. Não são feitos para substituir a vida, e sim para assegurá-Ia. Em outras palavras: a segurança só tem sentido e valor como atributo da vida em movimento, da vida em expansão, em busca de novos horizontes; e perde o valor e o sentido quando degenera na malha de aço que cai sobre nossos ombros e trava por completo nossa liberdade de ação. ( ... ) Viver é perigoso porque - como ensina o filósofo Nietzsche - a vida nos é dada, mas não nos é dada feita. Temos nós mesmos de fazer nossa vida, a cada passo, a cada instante, escolhendo sempre a atitude, a idéia, a ação, a palavra adequada a cada situação, sob risco de perdição. O perigo mora dentro da vida, é intrínseco a ela, não sobrevém de fora, como parece. Viver é perigoso, mas navegar é preciso.

As palavras: "que" e "se"

A palavra Que PreposiçãoA palavra que será preposição, quando equivaler à preposição de em locuções verbais que tenham, como auxiliares, ter ou haver.Ex. Temos que estudar bastante.Tive que trazer todo o material.

Conjunção Coordenativa AditivaA palavra que será conjunção coordenativa aditiva, quando iniciar oração coordenada sindética aditiva; aparece sempre entre duas formas verbais iguais; tem valor bastante próximo da conjunção e.Ex. Estudava que estudava, mas não conseguia assimilar a matéria.

Conjunção Coordenativa ExplicativaA palavra que será conjunção coordenativa explicativa, quando iniciar oração coordenada sindética explicativa. Pode ser substituída por pois ou porque.Ex. Venha até aqui, que precisamos conversar.

Conjunção Coordenativa AdversativaA palavra que será conjunção coordenativa adversativa, quando iniciar oração coordenada sindética adversativa. Indica oposição, ressalva, apresentando valor equivalente a mas.Ex. Outra pessoa, que não eu, deveria cumprir essa tarefa.

Conjunção Subordinativa IntegranteA palavra que será conjunção subordinativa integrante, quando iniciar oração subordinada substantiva, ou seja, quando iniciar oração que exerça a função sintática de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto.Ex. Julgo que sua ascensão na empresa deu-se muito rapidamente. Oração que funciona como objeto direto (oração subordinada substantiva objetiva direta)

Conjunção Subordinativa ConsecutivaA palavra que será conjunção subordinativa consecutiva, quando iniciar oração subordinada

adverbial consecutiva; aparece, em geral, nas expressões tão... que, tanto... que, tamanho... que e tal... que.Ex. Ele se esforçou tanto, que acabou desmaiando.

Conjunção subordinativa ComparativaA palavra que será conjunção subordinativa comparativa, quando iniciar oração subordinada adverbial comparativa; aparece, em geral, nas expressões mais... que, menos... que.Ex. Ele é mais estudioso que os amigos.

A Palavra Se Conjunção Subordinativa IntegranteA palavra se será conjunção subordinativa integrante, quando iniciar oração subordinada substantiva, ou seja, oração que funcione como sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal ou aposto.

Ex. Não sei se todos terão condições de acompanhar a matéria. (Oração que funciona como OD)Sentiremos se vocês não comparecerem à solenidade. (Oração que funciona como OD)

Conjunção Subordinativa CondicionalA palavra se será conjunção subordinativa condicional, quando iniciar oração subordinada adverbial condicional, ou seja, quando iniciar oração que funcione como adjunto adverbial de condição.

Ex. Tudo estaria resolvido, se ele tivesse devolvido o dinheiro.

Conjunção Subordinativa CausalA palavra se será conjunção subordinativa causal, quando iniciar oração subordinada adverbial causal, ou seja, quando iniciar oração que funcione como adjunto adverbial de causa.

Ex. Se você sabia que eu não conseguiria, por que me deixou sozinho?

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Os adjetivos (que funcionam como adjuntos adnominais) concordam em gênero e número com o substantivo.Seus interesses pessoais só me prejudicam.

Os adjetivos, anteposto de dois ou mais substantivos devem concordar com o substantivo mais próximo.O hotel proporciona perfeito atendimento e localização.

Os adjetivos pospostos a dois ou mais substantivos podem concordar com o substantivo mais próximo ou com todos eles.O hotel proporciona atendimento e localização perfeita.O hotel proporciona atendimento e localização perfeitos.

Adjetivo com função de predicativo de um sujeito ou de um objeto composto pode concordar com os núcleos desses predicativos.Pai e filho são amigos.

Adjetivo com função de predicativo de sujeito anteposto a esse sujeito pode

concordar apenas com o núcleo mais próximo ou ficar no plural.É vergonhosa a fome e desemprego.São vergonhosos a fome e o desemprego

Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo, podem ocorrer as seguintes construções.Estudo as línguas japonesa e chinesa.Estudo a língua japonesa e chinesa.

Com numerais ordinais, anteposto a um único substantivo, podem ocorrer as seguintes construções.Encontrei os alunos da 5ª e 6ª série.Encontrei os alunos da 5ª e 6ª séries.

Próprio, mesmo, anexo, incluso, quite, obrigado concordam em gênero e número com substantivo ou Pronomes a que se referem.Elas mesmas farão as apresentações.Estamos quites.Seguem inclusas as notas fiscais .Seguem anexos os recibos,Ela lhe disse obrigada.Obs.: em anexo invariável Ex.: Seguem em anexo as notas fiscais.

Meia, bastante, como advérbio são invariáveis.Meia classe participará do campeonato.Bastante livros foram doados.

Meio, bastante como advérbio são invariáveis.Estou meio chateada.Eles são bastante gordos.

Substantivos desacompanhados de determinantes (artigos, pronomes, numerais) podem ter sentido genérico. Desse modo: é proibido, é bom, é necessário, é permitido não variam.É proibido entrada de pessoas estranhas.

Obs.: Se o substantivo for determinado, essas expressões são variáveis.É proibida a entrada de pessoas estranhas.

Alerta e haja vista são invariáveis.Ex.: Todos estão alerta. A situação e caótica. Haja vista o número de desempregados.A situação e caótica. Haja vista os altos índices de desemprego.

Exercícios

Preencha as lacunas corretamente assinalando o que se pede, marcando a letra:

01) Seguem _______várias propostas. Ouvi histórias as mais mirabolantes _________. A criança estava______ sonolenta.a) anexas, possíveis, meiob) anexas, possível, meioc) anexo, possíveis, meiad) anexo, possíveis, meia

02) Concordância errada:a) Tinha belos olhos e bocab) Todos se moviam cautelosamente, alertas ao perigo.c) Os braços e as mãos trêmulas erguiam-se para o céu.d) A terceira e a quarta séries tiveram bom índice de aprovação.

03) Assinale o erro:a) Compramos dois mil e quarenta folhas de papel especial.b) Comprei oitocentos gramas de pão.c) Fizemos uma observação na página trezentos e doisd) Você ainda reside na casa dois?

04) Segue a documentação ___________. Pedro está __________com a tesouraria. Os vigias estãosempre _________. Maria estava _________ encabulada.a) anexo, quites, alerta, meiob) anexo, quites, alertas, meiac) anexa, quite, alerta, meiod) anexa, quite, alertas, meio

Preencha as lacunas assinalando a alternativa

05) Achei o chefe e sua filha muito _______. Vão _______as listas do material. Suas Excelênciasestavam _______ de suas esposas.a) simpáticos, anexas, acompanhadasb) simpática, anexo, acompanhadac) simpáticos, anexas, acompanhadosd) simpáticas, anexo, acompanhados

06) Concordância incorreta:a) A nau ia afundando a olhos vistosb) Os tratados luso-brasileiros foram revogadosc) Comprei dois vestidos verde-limãod) Pintou paisagens as mais belas possível

07) Erro na utilização da palavra destacada.a) Estavam meio atônito com a notab) Faltava meio capítulo para o fimc) Ela ficou meia aborrecida contigod) Já passava de meio-dia e meia

08) Concordância injustificável:a) Foi necessária toda a documentação pedida para a matrículab) É bom ter muita cautela nesse casoc) É necessário habilidade para resolver este problemad) Na presente situação, é valido a justificativa trazida por ele

09) Erro de concordância:a) Os fatos falam por si sób) Ele estuda História e Mitologia Gregac) Estes produtos custam cada vez mais carod) Ela mesma nos agradeceu

10) Assinale a frase que contém erro:a) Os jogadores estavam meio fracosb) A moça estava toda de pretoc) Era um crime de leso-patriotismod) Rui conhece as línguas alemãs e japonesas

11) Assinale a frase que contém erro:a) A certidão e o recibo seguem hoje anexosb) Anexo vai a certidão e o reciboc) Anexo vai o recibo.d) Anexo vai o recibo e a certidão

12) Assinale a frase incorreta:a) Tinha as mãos e o rosto ensangüentadosb) Os tropeiros deixaram espalhados os arreios e as bagagensc) Conserve sempre limpos os pés e as mãosd) Acho plausível os seus argumentos

13) Assinale a frase que contém erro:a) Um e outro assunto selecionadob) Escolhestes má hora e local

c) Veja como são belos as rosas e os lírios!d) O pai e a mãe estrangeiros

14) Assinale a frase que contém erro:a) Dei aulas extras ao alunob) Eles andam por longes terrasc) Não a vejo há bastantes anosd) Notícia nenhuma da família

Para as questões de 15 a 20 assinale a concordância como se pede:

15) Incorreta:a) Aqueles fatos eram necessários.b) Escolheu péssima ocasião e dia.c) Escolheu bons momentos e hora para solicitar o aumento salarial.d) Aguardou o momento e a hora oportuna para falar.

16) Incorreta:a) Entrada é proibida.b) Cerveja é bom no verão.c) É permitido entrada de turistas.d) É proibida a saída de alunos.

17) Incorreta:a) A carta segue anexa ao processo.b) O ofício e o requerimento seguem em anexo.c) Remeti anexa a carta e o requerimento.d) Remeti anexo a carta e o requerimento.

18) Incorreto:a) Ela mesma fez o pedido.b) Ela fez mesmo o pedido.c) Ela fez o pedido mesmo.d) Ela mesmo fez o pedido.

19) Incorreta:a) Muito obrigada, disse a professora ao aluno.b) Os alunos ficaram quites com a tesouraria do curso.c) Os bombeiros, durante a seca, ficam alertas aos perigos.d) Houve bastante razões para faltarmos ontem.

20) Incorreta:a) Estive meio preocupada com o resultadob) São alunas bastantes estudiosasc) Estudava os idiomas francês e japonêsd) Aqueles dias foram bastantes para descansarmos

21) Assinale a alternativa correta:“Faz muitos anos que compramos uma caneta e um gramática __________ para estudar a língua e a literatura __________.a) volumosa, lusas- brasileirasb) volumosas, portuguesac) volumosos, portuguesasd) volumosa, portuguesa

22) Marque a alternativa cuja seqüência preencha adequadamente as lacunas do seguinte período:“Nós __________socorremos o rapaz e a moça __________.a) mesmas, bastante machucadosb) mesmo, bastantes machucadosc) mesmos, bastantes machucadosd) mesmo, bastante machucada

23) Todas as concordâncias nominais estão corretas, exceto:a) Seguem anexas as promissóriasb) Escolhemos má hora e lugar para a festac) A justiça declarou culpados o réu e sua cúmpliced) A moça usava vestidos azul-marinhos.

24) ”Os seus projetos são os _________elaborados, por isso garantem as verbas _________ para sua execução e evitam ______ - entendidos.”a) melhor, suficientes, maub) mais bem, suficientes, malc) mais bem, suficiente, mald) melhor, suficientes, mau

25) “Ainda ______ furiosa, mas com ________ violência, proferia injúrias ___________ paraescandalizar todos. “a) meia, menos, bastanteb) meio, menos, bastantec) meio, menos, bastantesd) meia, menas, bastantes

Respostas

01) A 02) B 03) A 04) C 05) C 06) D 07) C 08) D 09) A 10) D11) B 12) D 13) A 14) D 15) C 16) A 17) D 18) D 19) D 20) B21) B 22) A 23) D 24) B 25) C **** **** **** **** ****

CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra Geral

O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Nós compreendemos tudo

Sujeito Verbo1ª pessoa do plural 1ª pessoa do plural

Regra Básica para o Sujeito Composto

Sujeito composto anteposto ao verbo o verbo vai para o plural.

Exemplo: Ele e seu amigo conversam durante muito tempo S. composto verbo no plural.

Atenção para o sujeito composto formado por pessoas gramaticais diferentes:Teus amigos, tu e eu conversaremos ( = nós conversaremos) A 1ª pessoa prevalece sobre as demais

Tu e teus amigos conversareis ( = vós conversareis) A 2ª pessoa prevalece sobre a 3ª ouTu e teus amigos conversarão ( = vocês conversarão)(forma já legitimada por grande parte dos gramáticos)

Sujeito composto posposto ao verbo o verbo pode concordar com o sujeito próximo ou ir para o plural.

Pouco disse o prefeito e o vereador. ouPouco disseram o prefeito e o vereador

Sujeito composto posposto ao verbo, com idéia de reciprocidade o verbo vai para o plural.Olharam-se, com estranheza, gato e rato

Casos de Sujeito Simples que Merecem Destaque

Sujeito formado por expressão partitiva (parte de, uma porção de, a metade de, a maioria de, grande parte de) e coletivos, quando especificados + substantivo ou pronome no plural o verbo pode ficar no plural ou singular. A maioria das pessoas gostou/gostaram do espetáculo.Um bando de pássaros destruiu/destruíram a plantação.

Sujeito formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de) + numeral e substantivo o verbo concorda com o substantivo.

Mais de uma pessoa acertou na loto.(faz a concordância com "pessoa")Mais de cem pessoas acertaram na loto.(faz concordância com "pessoas")

Obs.: Quando a expressão mais de um estiver associada a verbos que exprimem reciprocidade, deverá ser empregado somente o plural.Mais de mil pessoas se abraçaram depois de sessão.

Nome próprio precedido de artigo o verbo vai para o plural. Nome próprio sem artigo o verbo fica no singular. As Minas Gerais são inesquecíveis.Minas Gerais é um estado brasileiro.

O sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural seguido de "de nós" ou "de vós" o verbo pode concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal. Quais de nós são/somos culpados?Alguns de vós sabiam/sabíeis já o fato.

Obs.: Se o pronome interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo deve permanecer no singular.Qual de nós é o culpado?

O sujeito é formado por expressão que indica porcentagem seguida de substantivo o verbo concorda com o substantivo.

25% do orçamento foi para obras públicas.70% dos entrevistados foram reprovados no teste.

Obs.: Se a expressão que indica porcentagem não for seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número.99% querem a emenda.1% é contra a emenda.

O sujeito é um pronome relativo o verbo concorda com o antecedente desse pronome.Fui eu que fiz as compras.Foste tu que fizeste as compras.Ainda existem pessoas que são incapazes de uma caridade.

Com a expressão um dos que o verbo vai para o plural.

Ele é um dos deputados que lutaram pela emenda.

O sujeito é o pronome relativo que o verbo fica na 3ª do singular ou concorda com o antecedente do pronome.Fui eu quem fez o bolo.Fui eu quem fiz o bolo.

Casos de Sujeito Composto que Merecem Destaque

Sujeito composto formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos o verbo vai para o plural ou singular.Descaso e desprezo marcam/marca sua conduta.

Sujeito composto formado por núcleos dispostos em gradação o verbo pode ir para o plural ou concordar com o último núcleo do sujeito.Ao seu lado, uma hora, um minuto, um segundo me bastam/basta.

Núcleos do sujeito composto unidos por ou ou nem o verbo fica no plural se o que se declara puder ser atribuído aos 2 núcleos ou fica no singular se o que se declara for atribuído a apenas um dos núcleos.Nem o aluno nem o professor acertaram a questão.(os dois erraram)Você ou ele será escolhido para o cargo.

Com a expressão um ou outro e nem um nem outro o verbo costuma ir para o singular ou pode ir para o plural.Um ou outro poderá/poderão fazer o trabalho.

Com a locução um e outro o plural de verbo é mais freqüente, embora também se use o singular.Um ou outro podem fazer o serviço.ouUm ou outro pode fazer o serviço.

O sujeito é formado por núcleos unidos por com o verbo pode ficar no plural (os 2 núcleos recebem um mesmo grau de importância) ou pode ficar no singular (enfatizando, assim, o 1º elemento).O pai com o filho saíram juntos.O pai com o filho consertou o carro (ênfase para o 1º elemento)

Núcleos do sujeito unidos por expressões como: não só ..., mas também; não só ... como também; não apenas ... mas também, e outros semelhantes o verbo, de preferência, fica no plural.

Não só ele como também você deverão realizar a tarefa.

Se os elementos de sujeito composto forem resumidos por um aposto é o verbo concorda com o aposto.Muros, árvores, carros, tudo, a enchente levou.

O verbo e a palavra se

Como já vimos, emprega-se o pronome se:

Como índice de indeterminação de sujeito (com verbos intransitivos, transitivos direto e indiretos) o verbo concorda com o sujeito.

3ª do singularPrecisa-se de empregados.

Como partícula apassivadora (com verbos intransitivos, transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos) o verbo concorda com o sujeito.

3ª sing. Suj. sing. Aluga-se uma casa na praia.

3ª plural Suj. Plural Alugam-se casas na praia.

Concordância com os verbos haver, fazer, ser .

Verbo Haver significado existir é impessoal e deve ficar na 3ª do singular.

Havia pessoas demais aliDeve haver soluções viáveis para o caso.

Fazer com idéia de tempo (cronológico ou meteorológico) permanece na 3ª do singular.Faz frio.Faz anos que não o vejo.

Obs.: Os verbos haver e fazer já foram estudados, quando vimos oração sem sujeitos.

Ser

Verbo ser entre substantivo comum no singular e substantivo comum no plural o verbo tende a ir para o plural ou poderá ficar no singular por uma questão de ênfase.

Sua cama são algumas tábuas retorcidas (tendência mais comum).

Verbo ser entre substantivo próprio e substantivo comum ou entre pronome pessoal e substantivo tende a concordar com o nome próprio e com o pronome.O professor aqui sou eu.Garrincha fez as incríveis diabruras com a bola.

Verbo ser entre substantivo e pronome não pessoal o verbo tende a concordar com o substantivo.Tudo eram flores em sua vida.

Nas expressões que indicam quantidade o verbo ser é invariável.Vinte quilos é muito.Dez minutos é pouco tempo.Quinhentos reais é pouco para as compras.

Nas indicações de tempo o verbo ser concorda com a expressão mais próxima.É uma horaSão três horas.Já é uma e dez.São cinco para as três.Hoje são dezoito de dezembro.(e: Hoje é (dia) dezoito de dezembro) pode estar elíptico

DAR, BATER + horas concordam com o sujeito expresso hora(s).

3ª pl. sujeito plural Deram onze horas no relógio.

3ª pl sujeito Bateram cinco horas da tarde no relógio. 3ª sing. Mas: O relógio deu onze horas.

3ª sing. O relógio da catedral vai bater duas horas.

Flexão do Infinitivo:

Impessoal: É proibido conversar com o motorista. (considere-se ao processo verbal)

Pessoal: É bom sairmos já (pessoal é atribui-se um agente ao processo verbal)

Infinitivo não flexionado Verbo assume valor substantivoDormir é bom

Infinitivo com valor imperativoDireita, volver

Quando o infinitivo é regido de preposição "de", complementa um adjetivo e assume valor passivo.Isso são ossos duros de roer (de serem roídos).

Quando o infinitivo é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo adjetivo ou verbo da oração anterior.Foram obrigados a ficar Estão dispostos a aceitarEu os convenci a aceitar

Quando o infinitivo = verbo principal de uma locução verbal.Queriam comparecer.Estão a dizer que fui eu?

Quando o infinitivo é empregado numa oração reduzida que complementa:Um verbo auxiliar causativo (deixar, mandar, fazer) ouUm verbo auxiliar sensitivo (ver, sentir, ouvir, perceber)Faça os ficar.Não os vi entrar.Deixaram-nos sair.

Obs.: Nas orações acima os pronomes oblíquos são sujeitos. (aparecem ao lado de um verbo causativo ou sensitivo e de um outro verbo no infinitivo).

Forma flexionada

Quando o sujeito for diferente do sujeito da oração anterior.Ouvi gritarem meu nome.Suponho derem eles os responsáveis.

É optativo quando a oração que complementa um auxiliar causativo ou sensitivo apresentam como sujeito um substantivo.Mande os meninos entrarem.

Quando o sujeito da oração reduzida de infinitivo for o mesmo da oração anterior flexionado ou não.Eles iriam a Brasília para apresentarem sua proposta.Ênfase no plural pouco recomendável.

V. parecerSing.Elas parecem querer. Elas [parece] quererem.

DICA DE CONCORDÂNCIA

Está certinha a frase: a) É proibida entrada. b) É proibido a entrada de estranhos. c) É proibido saída pela porta dos fundos. d) É proibido a falta de educação no recinto.

"Entrada é o substantivo. O adjetivo deveria concordar com ele. Ou não?" Há mais mistérios sobre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia, já dizia Shakespeare. Com essa expressão também. O x do quebra-cabeça é o artigo. Se o bichinho acompanhar o substantivo, proibido concorda com ele. Caso contrário, nada feito. O adjetivo fica no masculino e não abre. Compare: É proibida a saída pela porta dos fundos. É proibido saída pela porta dos fundos. *É proibida a falta de educação nas dependências desta empresa. É proibido falta de educação nas dependências desta empresa. É proibida a entrada de estranhos. É proibido entrada de estranhos.

resposta do teste: C

Exercícios

Para as questões de 01 a 32 seque o código abaixo. Assinale com “C” as alternativas corretas e com “I “ as incorretas:

01) ( ) À autora e à leitora do romance só interessam a verdade02) ( ) Tu e teu colega devereis comparecer ao tribunal03) ( ) Juro que tu e tua mulher me pagam04) ( ) Não quero que fique contra ela o pai e os amigos05) ( ) Casarás com a prima e sereis felizes para sempre06) ( ) Aflição, dores, tristezas, nada o fazia abandonar a luta07) ( ) A tranqüilidade e a calma transmite segurança ao público.08) ( ) Um grito, um gemido, um sussurro acordava a pobre mãe.09) ( ) A viúva com o resto da família mudaram-se para Santiago10) ( ) A riqueza ou o poder o livrou do processo

11) ( ) Alunos ou aluno farão a homenagem12) ( ) Ler e escrever provocam entusiasmo na juventude13) ( ) O jovem como o adulto têm os mesmos conflitos14) ( ) Um e outro vício nega os foros da natureza15) ( ) Mais de um atleta completaram o percurso da maratona16) ( ) Não serei eu um dos alunos que cruzaremos os braços17) ( ) O bando assaltou a joalheira e, depois, fugiram pelas ruas18) ( ) Um grande número de pessoas observavam os atores19) ( ) Os dez por cento da comissão desapareceu20) ( ) Quantos de nós será aprovado neste concurso?21) ( ) Os Lusíadas imortalizaram Camões22) ( ) Não mais viajaremos, haja visto os problemas23) ( ) Já não se fazem planos mirabolantes24) ( ) Fala-se de festas em que se assistem a filmes instrutivos25) ( ) A partir de agora, sou eu quem passa a transmitir o jogo26) ( ) Com certeza ainda faltam discutir todas as questões27) ( ) Faz muitos anos que não chovem flores em minha vida, mas houve casos de chover tomates. Basta apenas de problemas28) ( ) Tudo são apenas sonhos, pois o homem é suas cinzas29) ( ) São seis e meia da tarde e hoje é seis de março de 199930) ( ) Cem mil reais é menos do que preciso31) ( ) O herói és tu, embora a maioria sejam homens valorosos32) ( ) Mentiras era o que me pediam, sempre mentiras.

33) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: “Ainda não ............... soado as oito horas da noite, quando ................. à porta: ................ trêsviajantes em busca de abrigo.”a) havia – bateu - erab) havia – bateram – erac) havia – bateu - eramd) haviam – bateram - erame) haviam – bateu - eram

34) Assinale a opção correta quanto à concordância:a) Tinha soado seis horas e não havia viv’alma na rua.b) Talvez possam haver soluções adequadas para o problema.c) Os Estados Unidos venceu o Iraque no último confronto.d) Iremos de carro eu, tu e tua família.e) Não provém daí os males sofridos.

35) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da seguinte frase: “Correrias, atrasos, fiscalização, hospedagens, nada ..................... osturistas ..................... dos passeios”.a) faz, desistirb) fazem, desistiremc) faz, desistiremd) deve fazer, desistire) devem fazer, desistirem

36) Analise as opções abaixo quanto à concordância verbal e identifique a incorreta:a) Este documento é um dos que identifica a série de atribuições de cargo.b) A maioria das decisões anteriores desaprova tal procedimento.c) Admite-se que seja propício o estudo e a posterior avaliação.d) Vão fazer dez anos que eu não a vejo.

37) Por vezes, ................. algumas decisões alternativas, que ............... as própriascircunstâncias que ................ .a) tornam-se necessárias, é, impõeb) torna-se necessárias, são, impõec) tornam-se necessário, é, impõem

d) tornam-se necessárias, são, impõem

38) Assim que .................. quatro horas no relógio da igreja, mais de um aluno ................. .a) bateu, saiub) bateram, saíramc) baterão, sairád) bateu, saírame) bateram, saiu

39) ................ do escritório ele, o diretor e eu, em busca das últimas notícias do Plano e dos jornais que ..................... .a) Saíram, as publicavab) Saímos, a publicavamc) Saímos, os publicavad) Saíram, o publicavae) Saímos, as publicavam

40) ..................... muitos casos a ................... , porque a equipe continua reunida.a) Deve haver, resolverb) Devem haverem, ser resolvidosc) Devem haver, serem resolvidosd) Deve haver, ser resolvidoe) Deve haverem, resolver-se

41) .......... cinco anos que não se ................... mais estes aparelhos.a) Fazem, faz b) Faz, fazc) Fazem, fazem d) Faz, fazem

42) .................... ainda esperanças de que .............. alterações nessa situação, instaurada ............ tantos anos?a) Haverá, ocorra, fazb) Haverá, ocorram, fazc) Haverão, ocorram, fazemd) Haverão, ocorra, fazeme) Haverá, ocorram, fazem

Respostas

01) I 02) C 03) C 04) C 05) C 06) C 07) C 08) C 09) C 10) I11) I 12) I 13) C 14) C 15) I 16) I 17) C 18) C 19) I 20) I21) C 22) I 23) C 24) I 25) C 26) I 27) I 28) C 29) C 30) C31) C 32) C 33) D 34) D 35) C 36) D 37) D 38) E 39) E 40) A41) D 42) B *** *** *** *** *** *** *** ***

REGÊNCIA

Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente de outro.

A palavra que depende é chamada de termo regido e a palavra da qual outra depende é chamada de termo regente.

Ex.: A menina não gosta de jiló.

(regente) preposição (regido)

A regência pode ser nominal ou verbal.

REGÊNCIA NOMINAL

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo, ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.

Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência:

Observe:

Acesso a, em, para Gosto a, de, para, por, em

Acostumado a, com Inveja a, de

Amor a, de, para, para com Jeito de, para

Ânsia de, por Obediência a

Ansioso de, para, por Orgulhosos com, de, por

Apaixonado com, de, por Pronto a, para, em

Apto a, para Próximo a, de

Atenção a, para, sobre, com, para com Respeito a, de, por

Atencioso a, com, para com Feliz com, de, em ,por

Aversão a, em, para, por Contente com, de, em ,por

Digno de Aliado com, a

Estima a, por, de Simpatia a, para, com, por

Falta a, com, contra, para com Curioso de, por

Fértil de, em

REGÊNCIA VERBAL

É o estudo de relação que se estabelece entre os verbos e seu complementos.

DICA

A regência do verbo ir está do jeito que o professor gosta em:

a. Quando eu morrer, com certeza vou pro céu.

b. Vai pra Campos do Jordão no fim de semana?

c. Fui pro cinema, mas a fila estava muito grande.

d. Ele vai pra praia todas as manhãs.

Ir para quer dizer adeus: partir por longo tempo ou para ficar:

"Quando eu morrer, com certeza vou pro céu", escreveu Álvaro Moreyra. Vou para São Paulo. Lá, há mais oportunidades de trabalho. Quando me aposentar, vou para uma praia distante. Quero viver em contato com a natureza.

Ir a significa até logo, saída curta, pra voltar rapidinho:

Vou ao cinema. Paulo vai a Curitiba fazer uma consulta médica. Você vai a Campos do Jordão no fim de semana?

Exceção? Só três. As diferenças confirmam a regra.

O lugar onde se mora, trabalha ou estuda pede para:

Vou pra casa às 8h. Ele vai para a loja de ônibus. Vou para a universidade à tarde.

resposta do teste: A

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS

Assistir

No sentido de "presenciar", "estar presente", "ver", deve ser transitivo indireto.

No sentido de "assessorar", "acompanhar", "prestar socorro" é transitivo direto. O médico assiste seu paciente.

Assistimos o jogo pela tevê.

Obs.: Com o sentido de socorrer o verbo assistir admite também objeto indireto.

O sacerdote assistia aos doentes na sangrenta luta.

Com o sentido de "residir", "morar", "exerce um cargo em", intransitivo.

Ela assiste, atualmente, na secretaria da saúde.

Com sentido de "caber", "ser direito", é transitivo indireto.

Tais obrigações não assistem aos alunos.

Aspirar

No sentido de "sorver", "tragar", "respirar", é transitivo direto.

O aparelho aspirou todo o pó do carpete.

No sentido de "desejar", "pretender", é transitivo indireto.

Aspiro àquele cargo há anos.

Chegar

Deve-se dizer chegar a e não chegar em

"Cheguei à casa de minha mãe bem tarde.

Crer

No sentido de "acreditar", "dar como verdadeiro", é transitivo direto

Ex.: "Admito a possibilidade de milagres, creio os que a igreja manda crer".

No sentido de "ter fé", "ter confiança", é transitivo indireto.

É preciso crer na justiça.

No sentido de "julgar", "supor", é transitivo com predicativo do objeto.

Eu o creio (como) uma boa pessoa.

Obedecer e desobedecer

São transitivos indiretos.

Obedeço aos meus pais.

Obs.: Apesar de serem transitivos indiretos admitem a voz passiva analítica.

Meus pais são desobedecidos por mim.

Informar

Apresenta objeto direto de coisa e objeto indireto de pessoa.

Informe os preços das mercadorias aos clientes

O.D. O.I.

No período composto:

Informe aos clientes que os preços baixaram.

Informe-lhes que os preços baixaram.

Informe os clientes de que os preços baixaram.

Informe-os de que os preços baixaram.

Obs.: A mesma regência de informar cabe a avisar, certificar, notificar, prevenir.

Antipatizar, simpatizar

São verbos transitivos indiretos

Eu simpatizo com ele.

Não são verbos pronominais.

É incorreto dizer: Eu me simpatizo com ele.

Lembrar e esquecer

Lembrar admite 3 construções

O.D.

Eu lembrei o compromisso em cima da hora. (lembrar = recordar)

O.I.

Eu lembrei-me do compromisso em cima da hora. (lembra = recordar)

Sujeito

Lembrou-me agora aquele compromisso. (neste caso, o verbo tem o sentido de "ocorrer", "vir à mente" )

Com o verbo esquecer ocorre o mesmo:

O.D.

Esqueci o dinheiro.

O.I.

Esqueci-me do dinheiro.

Sujeito

Esqueceu-me o dinheiro da empregada.

Agradecer, perdoar, pagar

Esses verbos apresentam objeto indireto de coisa e objeto indireto de pessoa.

Agradeço sua colaboração. / Agradeço aos presentes.

Perdoei seus pecados. / Perdoei ao agressor.

Paguei as contas. / Paguei ao leiteiro.

Responder

É transitivo indireto.

Respondi a todas as perguntas.

Apesar de transitivo indireto, também admite voz passiva analítica.

Todas as perguntas foram respondidas por mim.

Agradar

No sentido de "fazer carinho", "acariciar", é transitivo direto.

O pai agradou o filho.

No sentido de "satisfazer", "ser agradável a", é transitivo indireto.

O cantor não agradou ao público.

Querer

No sentido de "desejar", "ter vontade de", é transitivo direto.

Queremos melhores condições de trabalho.

No sentido de "ter afeição", "amor" é transitivo indireto.

Quero muito aos meus pais.

Visar

No sentido de "mirar", "apontar", "pôr visto" ou "rubricar", é transitivo direto.

O arqueiro visou o alvo.

No sentido de "ter em vista", "ter como objeto", é transitivo indireto.

Ele visa a conquistar uma melhor posição social.

Preferir

No sentido de "gostar mais de", é transitivo direto e indireto.

Prefiro matemática a Português.

(É incorreta a construção: Prefiro matemática do que Português.)

(Não se deve também dizer: Prefiro mais... )

Gostar

No sentido de "experimentar", é transitivo direto.

Gostei o vinho chileno.

No sentido de "ter afeição a", é transitivo indireto.

Não gostei do que você fez.

Precisar

No sentido de "determinar com exatidão", é transitivo direto.

Precisei todos os prós e contras.

No sentido de "ter necessidade", é transitivo indireto

Não preciso do seu dinheiro para viver.

Ansiar

No sentido de "causar mal-estar", "angustiar", é transitivo direto.

O trabalho ansiava-o.

No sentido "desejar ardentemente" é transitivo indireto.

Ansiava pelo cargo há anos.

Namorar

É transitivo direto

Eu namorei Paulo durante dois anos.

(É incorreta a construção: Eu namorei com Paulo durante dois anos).

Nota

Sabemos que os pronomes pessoais do caso oblíquo que funcionam como objetos diretos são: o, a., os, as, (que podem assumir as formas lo, la, los, las, no, na, nos, nas, dependendo das formas verbais a que estão associados).

Já como objetos indiretos funcionam os pronomes lhe e lhes. Esses pronomes só acompanham os verbos transitivos diretos para indicar posse (funcionando, neste caso, como adjunto adnominal).

Ex.: Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto).

Chamar

No sentido de "convocar", "solicitar a atenção ou a presença de" (em voz alta , é transitivo direto).

Por favor, chame-o mais cedo amanhã.

Chamei-a várias vezes, mas ela não me ouviu.

No sentido de "dominar", "tachar", apelidar", pode ser transitivo direto ou indireto. Normalmente é usado com predicativo do sujeito, introduzido ou não pela preposição de.

A polícia chamou o homem mercenário / A polícia chamou-o mercenário.

A polícia chamou ao homem mercenário / A polícia chamou-lhe mercenário.

A polícia chamou o homem de mercenário / A polícia chamou-o de mercenário.

A torcida chamou ao jogador de mercenário / A torcida chamou-lhe de mercenário.

Implicar

No sentido de "ter como conseqüência", "acarretar" e transitivo direto.

Sua negligência implicou o cancelamento do projeto.

No sentido de "ter implicância", é transitivo indireto.

Ela implica muito comigo.

No sentido de "envolver", "comprometer", é transitivo direto e indireto.

Acabaram implicando o mordomo no crime.

Exercícios Sobre Regências Verbal e Nominal

Para o exercícios de 01 a 19, marcará com “C” as alternativas corretas e com “I “ as incorretas:

01) ( ) A greve geral não agradou os diretores.

02) ( ) Você aspirava ao cargo? Sim, aspirava-lhe.

03) ( ) O residente assiste o cirurgião na operação

04) ( ) Não atenderam seu pedido por falta de amparo legal

05) ( ) Quero-a para esposa e companheira

06) ( ) Vamos proceder uma investigação minuciosa

07) ( ) Devemos visar, acima de tudo ao bem da família

08) ( ) Às vezes, chamavam- o tolo e arrogante

09) ( ) O pai custava sentir a revolta do filho

10) ( ) Já respondi todos os cartões

11) ( ) Supressão da liberdade implica, não raro, em violência

12) ( ) Lembrei-me que era tarde e corri

13) ( ) Avisei-o que os fiscais chegaram

14) ( ) Obedecia-lhe porque o respeitava

15) ( ) Aos amigos, perdoa-lhes todas as ofensas

16) ( ) Os guias ainda não foram pagos

17) ( ) À vida prefere a honra

18) ( ) Afinal, simpatizei-me com a proposta...

19) ( ) Lemos e gostamos muito de seus poemas

Para as questões de 20 a 22, assinale a alternativa, preenchendo as lacunas corretamente:

20) Obedeça- ___, estime-___ e ___ sempre que precisar

a) os – os- recorra a eles

b) lhes – os – recorra a eles

c) os – lhes – recorra-lhes

d) lhes – lhes – recorra-lhes

21) Os encargos ______nos obrigaram são aqueles _____o diretor se referiu

a) de que, que

b) a que, a que

c) a cujos, cujo

d) de que, de que

22) Alguns demonstram verdadeira aversão _______ exames, porque nunca se empenharam o suficiente _____ utilização do tempo ______ dispunham para o estudo

a) por, com, que

b) a, na, que

c) a, na, de que

d) com, na, que

23) Assinale a incorreta:

a) O trabalho ansiava o rapaz

b) O rapaz ansiava por trabalho

c) Você anseia uma vaga

d) Aquele espetáculo ansiava-o

24) Ansiava ____ encontrá-lo, a fim de ____ pelo sucesso:

a) por, cumprimentá-lo

b) por cumprimentar-lhe

c) em, cumprimentar-lhe

d) para cumprimentar-lhe

25) Assinale a substituição errada:

a) Aspiro o pó – Aspiro-o

b) Aspiro ao sucesso – Aspiro-lhe

c) Aspiro ao sucesso – Aspiro a ele

d) Aspiramos o ar – Aspiramo-lo

26) Assinale a substituição incorreta:

a) O médico assiste o doente – O médico assiste-o

b) O médico assiste ao doente – O médico assiste-lhe

c) O doente assiste ao programa – O doente assiste-lhe

d) O doente assiste ao programa – O doente assiste a ele

27) Assinale a opção em que o verbo ASSISTIR é empregado com o mesmo sentido que apresenta em :

“Não direi que assisti às alvoradas do Romantismo”:

a) Não se pode assistir indiferente a um ato de injustiça

b) Não assiste a você o direito de me julgar

c) É dever do médico assistir a todos os enfermos

d) Em sua administração, sempre foi assistido por bons conselheiros

28) Leia os períodos e selecione, depois, a opção correta:

1. O povo assistiu ao jogo? Sim, o povo assistiu a ele

2. O professor aspirava o cargo de diretor da escola

3. A enfermeira não assistiu o jogo porque assistia a um doente

4. Os que vestem roupas delicadas e finas são os que assistem nos palácios dos reis

a) Apenas os períodos 1 e 4 são corretos

b) Todos estão corretos

c) Apenas os períodos 2 e 3 são corretos

d) Apenas o 1º período é correto

29) Assinale a correta:

a) Custa-me descobrir qual a correta

b) Custei a resolver os problemas

c) Custei rever a matéria

d) Custou-me para explicar a ele

30) Assinale a incorreta:

a) Esqueceu-me a carteira

b) Eu me esqueci da carteira

c) Eu esqueci da carteira

d) Esqueceu-se a carteira

31) A menina ______olhos eu não esqueço, não me sai do pensamento:

a) de cujos os

b) cujos

c) cujos os

d) de cujos

32) Correlacione as orações:

1. Era uma grande data...

2. Leu o livro...

3. Ouviu o tiro...

( ) cujas páginas o encantaram

( ) de que nunca me esqueço

( ) sobre cujas páginas dormiu

( ) que nunca esqueço

( ) a que escapou

a) 2-1-2-1-3

b) 3-1-2-1-2

c) 2-1-2-2-3

d) 1-1-2-1-3

33) Preencha as lacunas:

1. A posição ____ visamos é nobre

2. Foram muitos os documentos _____visamos

3. Ninguém pode prescindir ______ ajuda de outrem

4. Sempre quis muito ____- seus filhos e estes também _____ querem muito

5.Seus modos nos se coadunam _____ os princípios de boa educação

A seqüência correta será:

a) que – a que – da – a – o - sob

b) a que – que – da – a – lhe - com

c) que – que – a - os – lhe - com

d) por que - de que - a - os – o - contra

34) Considere os períodos abaixo:

1. Fabiano preferiu ficar escondido do que renunciar à sua liberdade

2. Custou-lhe muito falar com Sinhá Vitória a respeito dos meninos

3. Agora os meninos tinham obrigação de obedecê-los

4. Sempre se lembraria que a seca a tudo esturricava

5. Jamais lhe perdoaria as humilhações recebidas

a) Corretos 1 e 4

b) Corretos 2 e 5

c) Corretos 2 e 3

d) Corretos 1 e 2

35) Assinale a incorreta:

a) Prefiro ficar aqui do que sair

b) Eles aspiram o ar puro do mar

c) Estas calças lhe servem bem

d) Todos querem bem a seus pais

36) Onde há erro de regência?

a) Esqueceram-lhe os compromissos

b) Nós lhe lembramos o compromisso

c) Eu esqueci dos compromissos

d) Não me lembram tais palavras

37) Que homem você viu? Este é o homem que eu vi.

1. Este é o menino ______ eu chamei

2. Este é o menino ______ eu vim

3. Este é o menino ______ eu assisti

4. Este é o menino ______ eu me esqueci

5. Este é o menino ______ eu esqueci

a) quem, com que, a que, de que, que

b) que, com que, que, quem de, que

c) que, com quem, a quem, de quem, que

d) que, que, a que, que, de que

38) Indique a frase correta:

a) Cheguei tarde a casa ontem

b) Resido à rua da Independência

c) Viso uma vida e um emprego melhor

d) Trouxe o livro que você se refere

39) Assinale a frase correta:

a) Devo interromper-lhe para fazer-lhe algumas perguntas

b) Não posso atendê-lo agora, mas agradeço-lhe a visita

c) Autorizei-lhe a sair agora mesmo

d) Se nossa conversa não lhe atrapalha, sua irritação é porque lhe impediram de entrar na sala

40) Assinale a frase incorreta:

a) Abraçou os amigos com carinho

b) Deus assiste os infelizes

c) Chamam ao diabo de cão

d) Esta é a primeira vez que o desobedeço, pois sempre lhe quis bem

41) Assinale a alternativa com erro, se houver:

a) Sabemos que o impediram de entrar na sala, mas informo-lhe que sua inscrição foi aceita

b) Só não o chamaram de santo e ainda lhe dizem que o amam

c) Avise o aluno de que a prova versará sobre todo o conteúdo

d) Todas estão corretas

42) Incorreta:

a) Informei-o de nossos planos

b) Informei-lhe nossos planos

c) Informei-lhe de nossos planos

d) Todas estão corretas

43) Incorreta:

a) Incumbiram-lhe das compras

b) Cientifiquei os candidatos das deliberações tomada

c) Não vou comparecer à reunião de hoje

d) Todas estão corretas

44) Incorreta:

a) O fiscal mora na Rua Santos Paiva

b) Jamais perdoou aos que fugiram

c) Sua falta implica rescisão de contrato

d) Todas estão corretas

45) Incorreta:

a) Ela presidiu aos exames finais

b) A secretária acedeu o convite

c) Queremos muito aos nossos mestres

d) Todas estão corretas

46) Incorreta:

a) Devemos, acima de tudo, visar ao bem do próximo

b) Não respondi, ainda, ao telegrama

c) Não lhe assiste tal direito

d) Todas estão corretas

47) Incorreta:

a) É dela a casa em que sempre vou

b) O resultado a que se chegou foi surpreendente

c) Esta é a chave com que abrirei o cofre

d) Todas estão corretas

48) Incorreta:

a) Abraçou-o

b) Encontrou-o

d) Obedeço-o

d) Respeito-o

49) Assinale a alternativa com erro de regência:

a) Alguns políticos têm hábitos com que não simpatizamos

b) Analise o fato a que o povo se insurgiu

c) Este é o líder por cuja causa lutaste?

d) Um novo Plano Econômico implicará reações imprevisíveis

Respostas Sobre Regências Verbal e Nominal:

01) I 02) I 03) C 04) C 05) C 06) I 07) C 08) I 09) I 10) I

11) I 12) I 13) I 14) I 15) C 16) C 17) C 18) C 19) I 20) B

21) B 22) C 23) C 24) A 25) B 26) C 27) A 28) A 29) A 30) C

31) B 32) A 33) B 34) B 35) A 36) C 37) C 38) A 39) B 40) D

41) D 42) C 43) A 44) D 45) B 46) D 47) A 48) C 49) B *****

A CRASE

Crase é a fusão, a sobreposição de dois as, comumente preposição e artigo feminino. a + a (s) = à(s)

I - CASOS EM QUE NÃO EXISTE ARTIGO, SENDO O " A" APENAS PREPOSIÇÃO.

1. Antes de palavra masculina:Voltamos a pé.

O artigo feminino não pode estar antes de palavra masculina.

2. Antes de artigo indefinido (um, uma):Entregou-se a uma pessoa leviana.Não pode haver, diante de um substantivo, ao mesmo tempo, um artigo definido (a) e um indefinido (uma).

Nota:Antes de uma poderá haver crase em duas hipóteses:a) quando "uma" for numeral, caso em que é possível substituí-lo por "duas":Ele chegou à uma hora.Ele chegou às duas hora.b) na expressão à uma , significando "ao mesmo tempo":Todos à uma começaram a vaiar.

3. Antes de verbo:Limita-se a cantar sambas.

Pode-se usar artigo antes de verbo (quando for substantivo), mas esse artigo será o masculino (Gosto de ouvir o cantar dos pássaros), nunca o feminino.

4. Antes de pronomes, exceto os possessivos (ver o item IV):Devo a ela minha aprovação. (pessoal reto)

Glória a ti, que soubeste vencer! (pessoal oblíquo)

Não me dirijo a qualquer pessoa. (indefinido)

Dedicou a vida a essa causa. (demonstrativo)

Solicito a V.Ex.ª um despacho favorável. (tratamento)

A quem te referes? (interrogativo)

Antes desses pronomes jamais aparece artigo.

Observação:Os pronomes de tratamento senhor, senhora e senhorita admitem artigo, podendo ser encarados, para efeito de crase, como palavras comuns.Antes de pronomes relativos pode haver crase.

5. Quando a palavra que vem após o a (preposição invariável) estiver no plural:Dedicava-se a causas nobres.Se houvesse o artigo, esse deveria concordar com "causas", e o s apareceria.

Muita atenção para este caso: trata-se de um a (preposição simples, sem s) e de uma palavra no plural (com s). Se tivéssemos escrito "Dedicava-se às causas nobres", a construção seria outra na forma e no sentido, e a solução é a do caso comum (item III).

6. Antes do sujeito:Chegou a hora de resolver isso.Ouvem-se, ao longe, as vozes dos animais.

Antes do sujeito, jamais haverá preposição.

II - CASO EM QUE NÃO EXISTE PREPOSIÇÃO, SENDO O "A(S)" APENAS ARTIGO

- Quando, antes do a(s), houver uma preposição:

Insurgiu-se contra as autoridades.Compareceu perante a comissão de inquérito.Houve desavenças entre as partes.O concerto foi marcado para as 21 horas.

As palavras contra, perante, entre e para, como já vimos, são preposições; não poderia haver outra, a preposição a, junto ao artigo.

Observação:Até, quando significa mesmo, ainda, é advérbio; por isso, pode haver crase depois dele:O bom leitor dá atenção até às vírgulas.

III - CASO COMUM DE CRASE

1. Quando é que, "sobre" a preposição, está o artigo, caracterizando a crase?Na prática, é muito simples fazer essa verificação; basta aplicar o seguinte artifício:Substitui-se a palavra feminina que estiver depois do a(s) por uma masculina, respeitando a estrutura da frase. Então:

a) se, no lugar do a(s), aparecer ao(s), haverá preposição e artigo; portanto, crase:Não foi à festa das amigas.(Não foi ao baile das amigas.)

Disse às amigas que estava resfriado.(Disse aos amigos que estava resfriado.)

As combinações ao e aos que aparecem nos artifícios provam a existência das contrações à e às (crase) nos exemplos.

b) se, no lugar do a(s), aparecer o(s), não haverá preposição e, evidentemente, não haverá crase:

Vendeu a casa em que morava.(Vendeu o prédio em que morava.)

Perdi as peças do jogo.(Perdi os dados do jogo.)

Os artigos o e os dos artifícios provam que a e as dos exemplos não passam também de simples artigos definidos.

c) se, ao substituir-se a palavra feminina por uma masculina, permanecer, antes desta, a, isso quer dizer que ele será apenas preposição.Escreveu o bilhete a máquina.(Escreveu o bilhete a lápis.)

Estávamos face a face.(Estávamos rosto a rosto.)

Observação: Como o artifício prova, essas expressões repetidas ("cara a cara", "boca a boca" etc.) jamais apresentam crase.

2. Outros exemplos com respectivos artifícios:- Escreveu à mãe, pedindo a grana de que precisava.(Escreveu ao pai, pedindo o dinheiro de que precisava.)

- Minha boa mãe, devo à senhora as maiores alegrias da vida.(Meu bom pai, devo ao senhor os maiores prêmios da vida.)

- À esquerda, navegava um barco a vela.(Ao lado, navegava um barco a vapor.)

- Andava às cegas à cata de amigas; por isso, só encontrou as infelizes.(Andava aos trambolhões ao encalço de amigos; por isso, só encontrou os infelizes.)

- Bebeu toda a cerveja, mas não aplacou a sede que, às vezes, lhe invadia a alma dilacerada.(Bebeu todo o vinho, mas não aplacou o sofrimento que, aos ensejos, lhe invadia o coração dilacerado.)

3. Às vezes, como no último exemplo, surge certa dificuldade para fazer a substituição, ou porque não se encontra uma palavra masculina que agrade, ou porque a expressão em que está o a(s) não tem similar com masculino.No primeiro caso, basta dizer que a palavra masculina não precisa guardar qualquer relação de sentido com a palavra feminina; o que interessa manter é a construção, a mesma estrutura frasal.

Por exemplo: "Dirigiu-se à feira."O artifício poderia ser: "Dirigiu-se ao mercado."Mas também poderia ser:"Dirigiu-se ao cinema", "Dirigiu-se ao encontro", "Dirigiu-se ao inferno."

No segundo caso, ou seja, quando não há similar com masculino, a solução é familiarizar-se com tais expressões, que não são muitas.

Eis as mais freqüentes:

à baila à gandaia à procura de às tontas à bessa à grande à regalada às vezes à bica à guisa de às apalpadelas à superfície à bruta à larga às avessas à testa de à busca de à luz de às boas à toa à cata de à maneira de às carradas à tona à custa de à mão às cegas à traiçãoà disposição à míngua às claras à unhaà espera de à mercê de às escondidas à vela solta à força à mostra às ocultas à vista à frente à parte às pressas à vontade

4- Em duas circunstâncias, a palavra feminina a substituir está subentendida:

a) Fui à Casa CamposRefere-se à Globo.

b) Estava vestido à polonesa.

Ainda há quem escreva à Vieira.

No primeiro caso, é uma palavra de natureza genérica ("empresa", "livraria", "companhia", "construtora", "oficina" etc.) a que pertence o nome próprio.Assim: Fui à empresa Casa CamposRefere-se à Livraria do Globo.

O artifício provaria:

Fui ao reduto Casa Campos.Refere-se ao livreiro do Globo.

No segundo caso, subentende-se a palavra "moda":

Estava vestido à moda polonesa.(Estava vestido ao jeito polones.)

Ainda há quem escreve à moda de Cardin.(Ainda há quem escreva ao estilo de Cardin.)

5. Crase antes de hora.Caso interessante ocorre quanto à crase antes de horas, não por ser realmente um caso à parte, mas pelos inúmeros ditos e até escritos estapafúrdios que sobre isso surgem. Na realidade, não há nada de novo a acrescentar. O que foi dito até aqui vale também para esse caso. Assim, antes de horas, pode ou não haver crase, bastando aplicar os mesmos recursos:Compareceu às 15 horas.(Compareceu aos 15 minutos.)

À 1 hora, irá ao encontro.(Ao 1º minuto, irá ao encontro.)

Virá daqui a duas horas.(Virá daqui a dois minutos.)

A prova estava marcada para as 10 horas.("Para" é preposição. Veja o Item II).

Os estabelecimentos deveriam abrir das 10 às 16 horas.(Os estabelecimentos deveriam abrir dos 10 aos 16 minutos.)

IV - CASOS FACULTATIVOS

1. Antes dos Pronomes PossessivosO emprego do artigo antes desses pronomes é facultativo.Por isso, diz-se que a crase antes deles é facultativa. É, mas em certa circunstância e nada mais.Comecemos por examinar estes exemplos:

a) Dirigiu-se humildemente a seu pai. b) Disse não dever nada a seus irmãos. c) Disse não dever nada a suas irmãs.

Pelas razões expostas no item I (1 e 5), em nenhuma dessas frases existe artigo, não se caracterizando, portanto, a crase. Se quisermos dispor da faculdade de usar os artigos, teremos:

a) Dirigiu-se humildemente ao seu pai.b) Disse não dever nada aos seus irmãos.

E, obrigatoriamente: c) Disse não dever nada às suas irmãs.

Na última frase, existe a preposição (quem deve, deve algo a alguém), e passou a existir o artigo, comprovado pelo s; portanto, existe a crase indicada.

Vejamos, agora, estes exemplos:

a) Por que vendeste a tua casa?b)Não me interessam as tuas angústias.

Aqui, a indicação da crase nem é facultativa nem é obrigatória: é proibida, porque não há preposição, mas apenas artigos facultativamente usados. Tanto que poderíamos escrever:

a) Por que vendeste tua casa?b) Não me interessam tuas angústias.

Examinemos, enfim, os exemplos seguintes:

a) Dirigiu-se humildemente a sua mãe.b) Dirigiu-se humildemente à sua mãe.

Ambos estão certos, porque existe a preposição (quem se dirige, dirige-se a alguém), e o artigo é facultativo, sendo facultativa a indicação de crase.

Conclusão:Para haver crase facultativa antes de possessivo, é preciso que ele esteja no feminino singular e que haja preposição. Nos demais casos, ou a crase é proibitiva ou é obrigatória.

2. Antes de Antropônimos (nomes de pessoas) FemininosSendo o uso do artigo facultativo antes dos nomes próprios de pessoas, é facultativo o uso da crase, bastando que o nome seja feminino e que haja preposição.

a) Pediu um empréstimo a Helena.b) Pediu um empréstimo à Helena,.

Evidentemente, sem preposição não se admite crase.

Vi a Helena no cinema.

Neste caso, o que se pode fazer é não usar o artigo, mas jamais indicar crase.

Vi Helena no cinema.

O artifício de substituir por nome masculino funciona aqui da seguinte maneira: surgindo a ou ao, a crase é facultativa; aparecendo o ou nada, é proibida.

V - CASO DOS TOPÔNIMOS (nomes de localidades)

Se o topônimo admite artigo feminino e houver preposição, haverá crase:Referiu-se à França.

Mas se o topônimo não admite artigo, de forma nenhuma haverá crase:Disse que iria a Paris.

O recurso para verificar se o nome da localidade admite ou não artigo é colocá-lo no início de uma frase qualquer, em função de sujeito. A França possui muitos monumentos famosos.A Bahia é a terra de Castro Alves.Paris é centro cultural.Santa Catarina progrediu muito.

França e Bahia admitem artigo; Paris e Santa Catarina rejeitam-no.

Observe bem que o fato de o nome da localidade admitir artigo não é a razão suficiente para a existência da crase;é imprescindível que haja também a preposição:Percorreu a Itália de automóvel.

Fazia à Itália os maiores elogios.

Itália admite artigo (A Itália exporta gente), mas só no segundo exemplo há também a preposição.Cumpre destacar que todo topônimo acompanhado de um elemento determinante admite artigo. Roma não admite artigo (Roma era dissoluta), porém, se colocarmos ao seu lado o determinante antiga ou dos césares etc., passará a aceitá-lo.A Roma antiga era dissoluta.A Roma dos césares era dissoluta.

Por conseguinte, há crase em frases como:Referiu-se à Roma antiga.Devemos muito à Roma dos césares.

VI - CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O PRONOME DEMONSTRATIVO A(S) ANTES DE QUE , QUEM , QUAL , QUAIS E DE.

Nada parece mais difícil aos leigos do que reconhecer a crase antes do que, quem, qual, quais (pronomes) e de (preposição). Isso é, todavia, talvez mais fácil do que nos outros casos. Bastará aplicar o mesmo artifício de substituição da palavra feminina por uma masculina, com a diferença de que, nesse caso, a palavra a ser substituída estará antes do a(s) e não depois.

Exemplos:1) A rua a que nos dirigimos é paralela à que te referes.(O rio a que nos dirigimos é paralelo ao que te referes.)

2) A casa de Maria é semelhante à que pretendo construir.(O lar de Maria é semelhante ao que pretendo construir.)

3) A reunião à qual não compareceste terminou cedo.(O encontro ao qual não compareceste terminou cedo.)

4) As obras recentemente iniciadas, às quais se destinou vultosa verba, serão concluídas antes do prazo.(Os prédios recentemente iniciados, aos quais se destinou vultosa verba, serão concluídos antes do prazo.)

5) A sabedoria de certos homens é igual à dos burros.(O saber de certos homens é igual ao dos burros.) Observações:1) No caso do que, ao aplicar o artifício, é preciso tomar cuidado para não substituí-lo por qual ou quais, pois isso dará solução errada. Esta é a obra a que me dedico.Artifício certo: Este é o livro a que me dedico.Artifício errado: Este é o livro ao qual me dedico.

2) O de pode estar combinado com outras classes, o que em nada altera a regra.Minha opinião é oposta à daqueles que fazem a guerra.(Meu parecer é oposto ao daqueles que fazem a guerra.)

3) Antes de quem, que entrou aqui por uma questão didática, nunca aparece crase.Esta é a moça a quem dedicou seus poemas.(Este é o povo a quem dedicou seus poemas.)

VII - CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM O A INICIAL DE AQUELE ( S ), AQUELA ( S ), AQUILO .

O pronome demonstrativo aquele e suas variantes pode contrair-se com a preposição: a + aquele(s) =àquele(s) a + aquela(s) =àquela(s) a + aquilo =àquilo.

Como verificar a existência dessa preposição nas frases?

É só substituir aquele(s), aquela(s) ou aquilo por este(s), esta(s) ou isto. Se, na substituição, aparecer um a, será a preposição, comprovando a existência da crase.

O que dizer àqueles que não escutam?(O que dizer a estes que não escutam?) Àquela que vencer daremos uma viagem.(A esta que vencer daremos uma viagem.) Referiu-se àquilo como coisa certa.(Referiu-se a isto como coisa certa.)

Se nada aparecer antes de este(s), esta(s) ou isto, não haverá crase "sobre" aquele(s) , aquela(s) ou aquilo.

Percorria aqueles caminhos com desenvoltura.(Percorria estes caminhos com desenvoltura.) Eram muito tristes aquelas cenas da guerra.(Eram muito tristes estas cenas de guerra.)Aquilo não era coisa que se fizesse.(Isto não era coisa que se fizesse.)

RESUMINDO

NÃO, ANTES DE Pronomes relativos (ex: eis a mulher a cuja empregada ajudamos) Verbos (ex: a fazer) Artigo indefinido (ex: a uma) Pronome pessoal (exs: a ela, a V.a) Pronome indefinido (a cada, a toda, a alguma, a nenhuma, a essa, a esta, a certa) Pronome interrogativo (ex: A qual?) Locuções repetidas (ex: gota a gota) Preposição (ex: ante a comissão) Terra # bordo (ex: o navio voltou a terra) Casa = residência (ex: voltei a casa)Obs: voltei à casa dos sonhos (com complemento = determinada) às sete horas / refiro-me às três candidatas (numeral determinado) não vejo bem a distância / ele estava à distância de dez metros (com complemento)

SIM, ANTES DE Locuções adverbiais femininas (exs: às vezes, à noite) Locuções conjuntivas femininas (ex: à medida que) Locuções prepositivas femininas (exs: em frente à grade, à procura de) Pronomes demonstrativos (ex: àquele, àquilo) Conjunção proporcional (à medida que, à proporção que) Horas (ex: às 13:00 horas) "À moda" (ex: à inglesa) Nome de lugar (ex: fui à Bahia)

Obs: vou a Roma (venho de Roma), vou à Itália (venho da Itália) resposta igual à que dei (determinada)

OPCIONAL Pronomes possessivos (ex: a/à sua, a/à dela)

Substantivos próprios (ex: a/à Sônia por: Virá daqui a um minuto (só preposição, sem artigo).

Exercícios de Fixação

Para as questões de 01 a 34, assinale com ”C” as frases corretas e com “I “as Incorretas:

01) ( ) A assistência às aulas é indispensável02) ( ) É expressamente proibida a entrada de pessoas estranhas03) ( ) Nunca te dirijas à pessoas despreparadas04) ( ) Não vai a festa nem a igreja: não vai a parte alguma05) ( ) Usarias um bigode à Salvador Dali?06) ( ) Notícias ruins vêm à jato, as boas à cavalo07) ( ) Esta novela nem se compara a que assistimos08) ( ) Não me referi a essas caixas, mas as que estão na sala09) ( ) Florianópolis possui muitas praias, as quais visitaremos10) ( ) Prefiro esta matéria a aquela que estudávamos11) ( ) Obedecerei àquilo que for determinado em lei12) ( ) O deputado foi a Grécia comprar vinho13) ( ) O professor foi a Taguatinga comprar pinga14) ( ) Vocês, caros alunos, ainda visitarão a Europa15) ( ) Gostaria de ir a Curitiba dos pinheirais16) ( ) Chegou a casa e logo se jogou na cama17) ( ) Jamais voltou à casa paterna18) ( ) Irei a cada de meus pais19) ( ) Os turistas foram à terra comprar flores20) ( ) Os marujos desconheciam à terra do capitão21) ( ) Acabarão chegando à terra dos piratas22) ( ) Será que aqueles astronautas voltarão a Terra?23) ( ) A polícia observava os manifestantes a distância24) ( ) Via-se, a distância de cem metros, uma pequena rocha25) ( ) Diga a Adriana que a estamos esperando26) ( ) Avisa a Adriana, minha filha, que amanhã teremos prova27) ( ) O diretor fez alusões a sua classe e não a minha28) ( ) O cônsul enviou vária cartas as suas filhas29) ( ) O conselheiro jamais perdoou a Dona Margarida30) ( ) Esta alameda frondosa vai até à chácara de meu pai31) ( ) Os meninos cheiravam a cola32) ( ) Eles viviam à toa, mas sempre à procura de dinheiro33) ( ) Enriqueciam a medida que os vizinhos se empobreciam34) ( ) Estamos esperando desde às oito horas da manhã

35) Nas manchetes a seguir, assinale a alternativa em que não ocorre crase:a) Cárter acusa Israel de criar obstáculos a pazb) Presidente sírio pede a ajuda do Parlamento par vencer a corrupçãoc) Itália pede a Alemanha extradição de nazistasd) Poço na bacia de Campos leva Petrobrás a maior jazida já descoberta

36) Assinale a alternativa com erro:a) Você já esteve em Roma? Eu irei logo a Romab) Refiro-me à Roma antiga, na qual viveu Césarc) Fui a Lisboa de meus avós, pois lá todas as coisas têm gosto da minha infânciad) Já não agrada ir a Brasília. A gasolina está muito cara

37) Marque a alternativa em que a crase é facultativa:a) Contei o caso à Mariab) Paguei o que devia à dona da lojac) Saiu às quinze horasd) Por desobedecer às regras do jogo, fui expulso

38) A crase está errada na alternativa:a) Fiz alusão à Roma antigab) Fazes referências à criaturas estranhasc) Saíram às pressasd) Obedecendo à ordem geral, compareceu ao desfile

39) Não ocorre crase:a) Pediu desculpas a S. Exªb) Assistiremos a missac) não o levaremos aqueles sombrios lugaresd) Lá estaremos as dezessete horas

40) ____noite, todos os operários voltaram ____ fábrica e só deixaram o serviço _____ uma hora da manhã:a) Há – à - àb) A – a - ac) À – à - àd) À – a - há

41) Assinale a alternativa em que a lacuna da primeira frase deve ser preenchida com a e a da Segunda com à:a)I. As moças não gostam de andar ___ cavalo.II. Ele percorreu o Brasil de ponta ___ pontab)I. Essa é a tua caneta, eu me refiro ____ minhaII. Ele quer as coisa ___ ferro e fogoc)I. Regresso ___ casa paterna tal qual filho pródigoII. Quem tem boca vai ___ Romad)I. Apresento minhas desculpas ___ Vossa ExcelênciaII O menino voltou ___ escola com novo ânimo

42) Preencha corretamente as lacunas:1. Apesar da insistência, não compareci ___ jantar2. Ganhou uma jóia semelhante ___ que lhe haviam roubado3. Naquele dia, não atendeu ___ nenhuma chamada4. Aludiu ___ outras obras do autora) aquele – à – a - àb) aquele – a – à - ac) àquele – à – à - ad) àquele – à – a – a

43) Preencha corretamente as lacunas:1. Dirigiu-se ___ cada um em particular2. Encostou a cabeça ___ parede3. Todos vão ___ festa4. Voltou apressado ___ casa do pai5. O carro estava ___ uma distância de 50 passosa) a – a – à – a – ab) a – à – a – a- àc) a – à – a – à - ad) à – a – a – à - a

44) “Ele foi ___ cidade; dirigiu-se ___ referida pensão e aí, pondo-se ___ vontade, pediu ___ criada um cozido ___ portuguesa”:a) à – à – a – a – àb) à – a – a – a – à

c) a – a – a – à – àd) à – à – à – à - à

45) “Agradeço ___ Vossa Senhoria ___ oportunidade para manifestar minha opinião ___ respeito.”a) à – a – àb) à – a – ac) a – a – àd) a – a – a

46) Muita atenção, observe os períodos abaixo:I. Sempre que ia à Rio Pardo, Maneco Terra costumava apresentar os seus cumprimentos à velha mãeII. Graças à sua formação, ele está sempre mais predisposto ao perdão do que à justiçaIII. Dedica-se com carinho à família, ao amanho da terra e às suas lavouras e plantaçõesIV. Solicito a V. Exº que dê permissão a esta funcionária para apresentar-se a nova repartiçãoV. Aspira, há muito, à nomeação para ao cargo a que tem direito adquirido e indiscutívelVI. A Aeronáutica colocou vários helicópteros à disposição, à fim de socorrer a todos os atingidos pelo terremotoA alternativa em que todos acentos indicadores da crase estão corretos é:a) II, II, V, VIb) II, III, V,c) II, IV.d) I, III

47) “____ esperança jamais _____ de acabar enquanto você tiver forças para vencer _____ decepções, energia para superar ____ dificuldades ____ que todos estamos sujeitos:a) A – há – as – as – ab) À – há – às – as – ac) A – a – as – as – ad) A – há – às – as – à

48) Assinale o período em que há 2 casos de crase:a) Chegando a casa, achou abertas as janelasb) Agradecia as colegas os elogios feitos a pesquisa que apresentac) Referindo-se a poesia romântica, fez comentários a respeito de Castro Alvesd) Indiferentes as queixas, ia respondendo a pergunta

49) Examinando as sentenças:- Refiro-me àquilo que discutimos- Chegamos à Argentina de madrugada- Ele era insensível à dor- Dedico minhas poesia à Rita Maraa) apenas uma está corretab) apenas duas estão corretasc) apenas três estão corretasd) todas estão corretas

50) É preciso completar com à:1. O deputado usou uma tática idêntica ___ que a oposição utilizara2. A máquina de votar reduz ___ zero o número de seções eleitorais3. Outros ataques se dirigem ___ técnica utilizada no filme4. O filme passa abruptamente de cenas na alta sociedade ___ execução de prisioneirosa) sim, não, sim, simb) não, não, não, nãoc) sim, sim, não, simd) não , sim, sim não

51) Qual a alternativa conveniente?1. Aquela é a moça ___ que aludi2. Visei a alcançar ___ função3. Os livros pertencem ao irmão e ___ irmã4. Chegando ___ estação, João levantou-sea) a – aquela – à - àb) a – àquela – à - ac) à – aquela – à - àd) à – àquela – à – à

52) Em que frase o “A” não recebeu o acento grave corretamente:a) O poeta chama ira à brutalidade, à violência da lutab) Quanto às iras impotentes, são as mesmas sempre desprezíveisc) À cólera se segue a aflição, que nos traz o arrependimentod) Acredito que à ira nada se atreve, sem que a alma o consinta

53) Em que frase o “A” deve receber o acento indicador da crase?a) Não me refiro aqui senão a catástrofes individuaisb) Assistiu a cena, sem que suas feições denotassem ressentimentoc) A que levam essas questões? A conhecer a ira, a conhecê-la bemd) Não se atente a um mal menor quando um maior nos ameaça

54) Complete as lacunas:1. Os convidados sentaram-se ___ mesa de jantar2. Compareci ___ cerimônia de posse do novo governador3. Não tendo podido ir ___ faculdade hoje, prometo assistir ____ todas as aulas amanhãa) à – a – a - àb) na – na – à - ac) à – à – à - ad) há – na – à – à

55) Não devemos atribuir ___ ciência ___ responsabilidade pelas páginas ruins que a humanidade venha ___ escrever:a) à – a - ab) a – à – àc) à – à - ad) a – à - a

56) A vida comunitária impõe ___ todas as pessoas certas restrições e obriga-nos a submeter ___ nossa vontade pessoal ___ vontade da maioria:a) a – a - àb) a – à – àc) à – à - ad) à – à - à

57) Preencha s lacunas:1. Daqui ___ duas hora, dou-lhe isto pronto2. Isto aconteceu ___ muitos anos3. Daí ___ dias encontrei-o soltoa) a – há - ab) à – a – àc) às – a - hád) a – a - a

58) Todas ___ Sexta-feira vamos ___ faculdade ___ pé, percorrendo a rua XV de ponta ___ponta:a) às – à – a - ab) às – à – à - ac) às – à – à - àd) as – à – a - a

59) Em que lacuna empregaríamos crase?a) Joana esteve, ___ noite, em minha casab) Voltei ___ casa muito tardec) O tribuno referia-se ___ quaisquer pessoad) Estamos na vila ___ vinte anos

60) “Estou ___ seu dispor ___ qualquer hora da tarde, ___ menos que surja algum imprevisto:a) a – à – àb) à – à – ac) à – à – àd) a – a – a

61) “Estava ___ voltas com um problema, mas planejava, daí ___ pouco, ir ___ casa do comendador:a) às – à - àb) às – à - ac) as - a - àd) às – a – à

62) “As questões apresentadas ___ alunas do terceiro ano eram semelhantes ___ que enviamos ___ sea) às – às - ab) às – às - àc) às – as - àd) as – as – à

63) ”Resistirei ___ pressão, pois estou prestes ___ transferir-me e devo evitar aborrecimentos ___ que confiaram em mim:a) à – a – àsb) a – à - àsc) à – à - àsd) a – a- às

64) Foi ___ conselho de amigos que se dirigiu ___ esse médico de quem ___ muito ouvira falar:a) à – à - háb) a – a - àc) a – à – àd) a – a - há

Respostas

01) C 02) C 03) I 04) C 05) C 06) I 07) I 08) I 09) C 10) I11) C 12) I 13) C 14) C 15) I 16) C 17) C 18) C 19) I 20) I21) C 22) I 23) C 24) I 25) C 26) I 27) I 28) I 29) C 30) C31) C 32) C 33) I 34) I 35) B 36) C 37) A 38) B 39) A 40) C41) D 42) D 43) C 44) D 45) D 46) B 47) A 48) B 49) D 50) A51) A 52) D 53) B 54) C 55) A 56) A 57) A 58) D 59) A 60) D61) D 62) B 63) A 64) D *** *** *** *** *** ***

PONTUAÇÃO

Emprega-se Vírgula ( , )

Entre as orações coordenadas assindéticas

Exemplo: Ele arregaçou as mangas, pegou a enxada, pôs-se a trabalhar.

Entre termos independentes entre si, não ligados por conjunção.Exemplo: O cinema, o teatro, a música, a dança ... nada o interessava.=

Nas intercalações, por cortarem o que está logicamente ligado.Exemplo: Essas pessoas, creio eu, não têm o menor escrúpulo.

Nas expressões: "isto é", "por exemplo", "ou melhor", "ou por outra", "ou seja", "quero dizer", "digo", "digo melhor".Exemplo: Isto é bom, ou melhor, é ótimo.

Entre as conjunções coordenativas, quando intercaladas.Exemplo: Eu, entretanto, nem sempre consigo o que quero.

Com vocativos, apostos, orações adjetivas explicativas, orações apositivas, quando intercaladas na sua principal.

Exemplos: Ele, o melhor médico da clínica, participará de um congresso Ele, que é o melhor médico da clínica, participará de um congresso.

Para separar as orações adverbiais, sobretudo quando iniciarem período ou quando estiverem intercaladas.Exemplo: Quando eu cheguei, ele já havia saído.

Para separar os adjuntos adverbiais, sobretudo quando estão na ordem inversa ou ficam entre dois verbos.Exemplo: Pudemos, finalmente, ficar sozinhos.

Para separar termos aos quais queremos dar realce.Exemplo: As telhas, levou-as o vento.

Para indicar que houve elipse de verbo.Exemplo: Ela foi para a praia e ele, para o campo.

Para separar os topônimos, nas datas.Exemplo: Ribeirão Preto, 16 de março de 1999.

Não se emprega Vírgula ( , )

Entre o sujeito e o verbo.Exemplos: Minha mãe, viajou. (incorreto). Minha mãe viajou. (correto).

Entre o verbo e seu complemento.Exemplos: Vimos, o filme. (incorreto) Vimos o filme. (correto)

Entre o substantivo e o adjunto adnominal.Exemplos: Meu bom, amigo não estava em casa. (incorreto) Meu bom amigo não estava em casa. (correto)

Como norma geral, antes da conjunção e.Exemplos: Fomos ao teatro, e voltamos para casa. (incorreto) Fomos ao teatro e voltamos para casa. (correto)

Obs.: Se depois do "e", o termo seguinte for pleonástico ou se o "e" for repetido enfaticamente, a vírgula se torna obrigatória.Exemplos:Neguei-o eu, e nego. (Rui Barbosa)E suspira, e geme, e sofre, e sua... (Olavo Bilac)

Com orações subordinadas substantivas, com exceção das apositivas que devem vir entre vírgulas (como já vimos). Se a subordinada substantiva estiver na ordem inversa, deverá ser separada por vírgula.Exemplo: Todos esperam que o Brasil vença a Copa do Mundo, todos esperam. (ordem inversa)

Quando o numeral se refere ao substantivo do qual é adjunto.Exemplos: Caixa Postal, 158 (incorreto) Caixa Postal 158 (correto) Casa, 35 (incorreto) Casa 35 (correto)

Ponto Final ( . )

Encerra o período e é o sinal que exige pausa mais longa.Exemplo: Não pudemos sair de casa, pois chovia demais.

É empregado também em abreviações.Exemplo: Sr., V. Exa., pág., etc.

Emprega-se Ponto e Vírgula ( ; )

Entre orações coordenadas que poderiam estar em períodos separados, mas que devem, por conveniência, permanecer no mesmo período por manterem unidade de sentido, ou por terem diversos aspectos em comum (o mesmo verbo, o mesmo sujeito, etc.) ou ainda, para separar enumerações longas dentro das quais existam vírgulas.

Exemplo: Os velhos, com suas reminiscências; os jovens, com seus sonhos; todos pareciam estar fora deste mundo.

Para separar os considerados de um decreto ou sentença, ou de diversos itens enumerados de uma lei, decreto, regulamento, relatório, etc.

Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fim:a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais grupos que compõem a comunidade;

b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem;c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional;d) ...................................;e) ...................................;f) ...................................;g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça.

Empregam-se dois pontos para anunciar e introduzir uma citação ou uma enumeração, ou um esclarecimento.

Exemplos: a) - Então, ele disse - Não quero mais ver você. b) - Fui à feira e comprei: frutas, verduras, legumes e cereais.

Para simplificar ou encurtar a frase, quando o segundo elemento estabelece situação de igualdade com o primeiro, ou quando o segundo elemento contém o efeito, a conclusão, a finalidade, etc. que se pretende ressaltar.

Exemplo: Aconteceu o esperado: O Corínthians é campeão!

Emprega-se Ponto de Interrogação ( ? )

Após a palavra, a frase ou a oração que incluem pergunta direta.Exemplo: Quantos anos você tem?

Obs.: Nas perguntas indiretas não se pode empregar ponto de interrogação.Exemplo: Ele lhe perguntou quantos anos ele tinha.

Emprega-se ponto de exclamação ( ! )

Após qualquer palavra, frase ou oração de caráter exclamativo, indicando surpresa, admiração, entusiasmo, desprezo, ironia, chamamento, súplica, dor, alegria, etc.

Exemplos: Fica, por favor! Nossa!

Reticências ( ... )

Indicam interrupção da frase, que, muitas vezes, é de caráter subjetivo, demonstrando: hesitação, ansiedade, surpresa, dúvida.Exemplo: Posso fazer. Não sei bem ... Será que posso mesmo? ...

São empregadas em citações:Exemplo: No trecho do texto: "... que a situação financeira deixada pelo Estado ...", qual é a função sintática de "situação financeira"?

Emprega-se Travessão ( - )

Para indicar a fala da personagem.Exemplo: Ele gritou a plenos pulmões:

Elisa!

Para separar as explicações ou intervenções do autor situadas no meio da fala da personagem (nesse caso, são empregados dois travessões):

Para destacar expressões ou frases explicativas ou apositivas.Exemplo: E ele - que não era nenhum bobo - aceitou prontamente a oferta.

Empregam-se Aspas ( " " )

No início e no final de uma citação textual.Exemplos: "É a sua vida que eu quero bordar na minha Como se eu fosse o passo e você fosse a linha". (Gilberto Gil)

Para destacar palavras ou expressões.Exemplo: Ele era um bom homem. Homem com "h" maiúsculo.

Nos títulos de obras artísticas ou científicas:Exemplo: "Senhora" é um livro de José de Alencar.

Empregam- se os Parênteses ( )

Com palavras, frases orações ou períodos que têm, simplesmente, caráter explicativo - intercalado e que pronunciamos em um tom mais baixo.Exemplo: E nós (por que não dizer?) ficamos impotentes diante da situação.

Nos nomes de autores, obras, capítulos, etc., nas citações feitas.Exemplos: "Reproduzidos no bordado A casa, a estrada, a correnteza. O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza"(Gil, Gilberto, In: Extra, CD Warner Music Brasil, 1983)

COLCHETES ( [ ] )

Possuem a mesma função que os parênteses, porém seu uso está restrito aos dicionários.

ASTERISCO ( * )

Usa-se para remeter a leitura ao pé da página, no lugar de um nome que não queira mencionar,

PARÁGRAFO ( § )

É usado para indicar um item num texto, num decreto, etc.

DICA - PONTUAÇÃO

O ponto está certinho na frase:

a) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda.. b) Na feira, comprei laranjas, bananas, peras, abacaxis, etc..

c) Comprei os móveis na Loja Isa Ltda. d) Vi carros, lojas, ônibus, etc....

A última palavra da frase é uma abreviatura. Ela, por natureza, tem ponto. Eis a questão: usa-se outro ponto para indicar o fim do período? Não. No caso, um vale por dois: Vi os móveis nas Lojas Carmel Ltda. Na feira, comprei laranjas, bananas, peras, abacaxis, etc.

resposta do teste: C

Exercícios

01) Assinale a letra que corresponde ao único período de pontuação corretaa) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião ficou mais animadab) Pouco depois quando chagaram outras pessoas a reunião ficou mais animadac) Pouco depois, quando chegaram outras pessoa, a reunião ficou mais animada.d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas, a reunião ficou mais animada

02) Idem ao anterior:a) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que eu venho.b) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone, que eu venhoc) Precisando de mim procure-me, ou, telefone, melhor que eu venhod) Precisando, de mim, telefone-me, ou melhor, procure-me que eu venho

03) Assinale a pontuação errada:a) Falei com ele com tanta segurança, que nem discordou de mim.b) Porque falei com ela, para mim não há mais dúvidasc) Falei com ela que eu, estaria aqui cedo hoje se tudo corresse bem.d) Falei ao chefe que, se o plano corresse bem, estaríamos salvos

04) Dadas as sentenças:1. Quase todos os habitantes daquela região pantanosa e afastada da civilização morrem de malária.2. Pedra, que rola, não cria limo3. Muitas pessoas observavam com interesse, o eclipse solar- Deduzimos que:a) apenas a nº 1 está corretab) apenas a nº 2 está corretac) apenas a nº 3 está corretad) todas estão corretas

Para as questões de 24 a 36, assinale o único item correto em relação à pontuação:

05) Correto:a) Não nego que, ao avistar, a cidade natal tive uma boa sensaçãob) Não nego, que ao avistar a cidade natal tive, uma boa sensaçãoc) Não nego; que ao avistar a cidade natal, tive uma boa sensação.d) Todos estão incorretos

06) Correto:a) Os rapazes continuaram a bradar e a rir, e, Rubião foi andando, com o mesmo coro atrás de sib) Os rapazes continuaram a bradar, e a rir, e Rubião foi andando, com o mesmo coro, atrás de sic) Os rapazes continuaram a bradar e a rir, e Rubião foi andando com o mesmo coro atrás de si.d) Todos estão incorretos

07) Correto:a) A dor suspendeu por um pouco, as tenazes; um sorriso alumiou o rosto da enferma, sobre o qual, amorte batia a asa eternab) A dor suspendeu por um pouco as tenazes; um sorriso alumiou o rosto da enferma, sobre o qual amorte batia a asa eterna.c) A dor suspendeu por um pouco, as tenazes, um sorriso alumiou o rosto da enferma; sobre o qual amorte batia a asa eternad) Todos estão corretos

08) Correto:a) Longa, foi a agonia longa e cruel, de uma crueldade minuciosa, fria, repisada; que me encheu de dore estupefação. Era a primeira vez, que eu via morrer alguémb) Longa foi a agonia, longa e cruel, de uma crueldade minuciosa; fria; repisada; que me encheu de dore estupefação. Era a primeira vez que eu via morrer alguémc) Longa foi a agonia, longa e cruel, de uma crueldade minuciosa, fria, repisada, que me encheu de dor eestupefação. Era a primeira vez que eu via morrer alguém.d) Todas estão incorretas

09) Correto:a) Chegando à vila, tive a má notícia do coronel. Era homem insuportável, estúrdio, exigente, ninguém oaturava, nem os próprios amigos.b) Chegando à vila tive más notícias do coronel,. Era homem insuportável, estúrdio, exigente, ninguém oaturava, nem os próprios amigosc) Chegando à vila, tive más notícias do coronel. Era homem insuportável; estúrdio; exigente; ninguém oaturava; nem os próprios amigosd) Todos estão corretos

10) Assinale o item correto:a) Ouvimos passos no corredor, era D. Fortunata. Capitu compôs-se depressa; tão depressa que,quando a mãe apontou à porta, ela abanava a cabeça e ria.b) Ouvimos passos no corredor; era D. Fortunata. Capitu, compôs-se depressa, tão depressa, quequando a mãe apontou à porta, ela abanava a cabeça e riac) Ouvimos passos no corredor; era D. Fortunata. Capitu compôs-se depressa, tão depressa que: quandoa mãe apontou à porta, ela abanava a cabeça e riad) Todos estão corretos.

11) Assinale o item correto:a) Começou porém, um resumo. No fim de dez minutos, a comadre não entendia nada, tãodesconcertados eram os fatos e os conceitos; mais cinco minutos; entrou a sentir medob) Começou, porém, um resumo. No fim de dez minutos, a comadre não entendia nada, tãodesconcertados eram os fatos e os conceitos; mais cinco minutos, entrou a sentir medo.c) Começou, porém, um resumo. No fim, de dez minutos, a comadre não entendia nada; tãodesconcertados eram os fatos e os conceitos, mais cinco minutos, entrou, a sentir medod) Todos estão incorretos

12) Assinale o item correto:a) A cara, ficou séria porque a morte é séria,; dois minutos de agonia, um trejeito horrível, e estava

assinada a abdicaçãob) A cara ficou séria: porque a morte é séria; dois minutos de agonia, um trejeito horrível, e estavaassinada a abdicação.c) A cara ficou séria, porque a morte é séria; dois minutos de agonia, um trejeito horrível, e estavaassinada a abdicaçãod) Todos estão corretos

13) Assinale o item incorreto:a) Tudo era matéria às curiosidades de Capitu. Caso houve, porém, no qual não sei se aprendeu ouensinou, ou se fez ambas as coisas, como eu.b) Tudo era matéria às curiosidades de Capitu. Caso houve, porém, no qual não sei se aprendeu, ouensinou, ou se fez ambas as coisas como eu.c) Tudo era matéria às curiosidades de Capitu. Caso houve porém, no qual não sei, se aprendeu ouensinou, ou se fez ambas as coisas como eu.d) Todos estão incorretos

14) Assinale o item correto:a) A primeira idéia foi retirar-me logo cedo, a pretexto de ter meu irmão doente; e, na verdade,recebera carta dele, alguns dias antes, dizendo-me que se sentia mal.b) A primeira idéia foi retirar-me, logo cedo, a pretexto de ter meu irmão doente; e na verdade receberacarta dele, alguns dias antes, dizendo-me, que se sentia mal.c) A primeira idéia, foi retirar-me logo cedo, a pretexto de ter meu irmão doente, e, na verdade receberacarta dele, alguns dias antes, dizendo-me que se sentia mal.d) Todos estão incorretosPara as questões de 983 a 985, assinale o item correto em relação ao emprego dos sinais de pontuação.

15) Correto:a) Um jornal, é lido por muita gente, em muitos lugares; o que ele diz precisa interessar, se não a todos,pelo menos a certo número de pessoas.b) Um jornal é lido por muita gente em muitos lugares, o que ele diz, precisa interessar se não a todospelo menos a certo número de pessoas.c) Um jornal é lido por muita gente, em muitos lugares; o que ele diz precisa interessar, se não a todos,pelo menos a certo número de pessoas.d) Todos estão incorretos

16) Está correto:a) Salta o primeiro espirro mais outro; outro mais, com a picada leve na garganta, e corre àfarmácia, para tomar a injeção antigripal; que o mantenha de pé, pois você, como São Paulo, não podepararb) Salta o primeiro espirro, mais outro; outro mais, com a picada leve na garganta, e corre à farmáciapara tomar a injeção antigripal que o mantenha de pé, pois você, como São Paulo, não pode pararc) Salta o primeiro espirro, mais outro; outro mais; com a picada leve na garganta e você corre àfarmácia, para tomar a injeção antigripal, que o mantenha de pé, pois você, como São Paulo, não podeparar

d) Todos estão incorretos

17) Assinale o item correto:a) As mães ensinam que é feio escutar conversa dos outros; mas, com os coletivos entupidos de gente,somos forçados a isso; e acabamos nos interessando, pelo que não é de nossa contab) As mães ensinam, que é feio escutar conversa de outros; mas com os coletivos entupidos de gente,somos forçados a isso, e acabamos nos interessando pelo que não é de nossa contac) As mães ensinam que é feio escutar conversa de outros; mas, com os coletivos entupidos de gente,somos forçados a isso, e acabamos nos interessando pelo que não é de nossa conta.d) Todos estão corretos

18) Em um dos períodos abaixo, há uma vírgula usada erradamente no lugar do ponto-e-vírgula.Assinale-o:a) Avançamos pela praia, que já não era como a outra. Os pés afundavam na arei fofa, canavial não sevia, só coqueirob) As crianças estavam alvoroçadas e correram para o jardim, o palhaço já tinha chegado e,alegremente, pusera-se a cantar.c) Às vezes, eu quero chamar sua atenção para esse problema, ele, porém, não permite que se toqueno assunto.d) Sempre fiel a seus princípios, o velho indígena recusou a ajuda dos missionários, convocou osguerreiros e decidiram partir dali.

19) Assinale a alternativa em que a Segunda frase não corrige adequadamente a primeira:a) 1.A Volkswagen do Brasil está concedendo férias coletivas, de vinte dias a funcionários de suas fábricas. 2. A Volkswagen do Brasil está concedendo férias coletivas de vinte dias a funcionários de suas fábricas.b) 1. A Academia de Artes e Ciências Cinematográfica de Hollywood adiou para hoje à noite, a cerimôniade entrega dos prêmios Oscar 2.A Academia de Artes e Ciências Cinematográfica de Hollywood, adiou para hoje à noite, a cerimônia de entrega dos prêmios Oscar.c) 1. A entidade internacional promove a cada dois anos, um congresso 2. A entidade internacional promove, a cada dois anos, um congressod) 1. Os soldados da Polícia Militar da Bahia, voltam hoje aos quartéis. 2. Os soldados da Polícia Militar da Bahia voltam hoje aos quartéis

20) Assinale a alternativa em que a Segunda alternativa esteja corretamente pontuada:a) 1. Samuel beija a mão da dama com uma elegância perfeita 2. Com uma elegância perfeita, Samuel, beija a mão da dama.b) 1. Um verdadeiro tesouro foi encontrado no cofre de um banco em Paris. 2. No cofre de um banco em Paris foi encontrado um verdadeiro tesouroc) 1. O Brasil conseguiu uma Segunda vitória nos bastidores do Mundial 2. O Brasil conseguiu, nos bastidores do Mundial uma Segunda vitóriad) 1. Os estudantes explicaram o motivo do protesto durante a reunião. 2. Durante a reunião, os estudantes explicaram o motivo do protesto.

Respostas

01) C 02) A 03) C 04) A 05) D 06) C 07) B 08) C 09) A 10) A11) B 12) B 13) C 14) A 15) C 16) D 17) C 18) C 19) B 20) D

TEXTOA Estruturação dos Textos

Existe uma forma já consagrada para a organização ou estruturação de texto. Consiste em estruturar o material de que dispomos em três momentos principais: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

1) INTRODUÇÃO: é o ponto de partida do texto. Por isso, deve apresentar de maneira clara o assunto a ser tratado e também delimitar as questões referentes a esse assunto que serão abordadas. Dessa forma, a introdução encaminha o leitor, estabelecendo para ele a orientação adotada para o desenvolvimento do texto. Atua, assim, como uma espécie de "roteiro".

2) DESENVOLVIMENTO: é a parte do texto em que idéias, conceitos, informações e argumentos de que você dispõe serão desenvolvidos, de forma organizada e criteriosa. O desenvolvimento deve nascer da introdução: nesta, apontam-se questões relativas ao assunto que será abordado; naquele, essas questões devem ser desenroladas e avaliadas, sempre por partes, de maneira gradual e progressiva. A introdução já anuncia o desenvolvimento, que retoma, ampliando e desdobrando, o que lá foi colocado de modo sucinto. No desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa exposição da idéia.

3) CONCLUSÃO: é a parte final do texto, um resumo  claro de tudo o que já foi dito. Além desse resumo, que retoma e condensa o conteúdo anterior do texto, a conclusão deve expor claramente uma avaliação final do assunto discutido. Nessa parte, também se podem fazer propostas de ação. Observe que cada uma dessas três partes que compõem o texto dissertativo se relaciona com as outras, preparando-as ou retomando-as. O texto se tece acrescentando àquilo que já foi dito o que se vai dizer.

Embora genéricas, as observações que acabamos de fazer contribuem para seu melhor desempenho como produtor de textos dissertativos, na medida em que sistematizam orientações sempre validas. Cabe a você ampliá-las, torná-las práticas, questioná-las, superá-las.

Tema e Título

Muitas vezes, há uma certa confusão entre o tema e o título, provocando problemas no resultado final. O tema compreende o assunto proposto para discussão, o assunto que vai ser abordado, enquanto o título é uma palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo discutido. Preferencialmente, deve-se dar o título após a elaboração do texto.

Cada vez mais, os vestibulares e concursos públicos têm fornecido o tema por meio de citações, poemas, fragmentos de textos em prosa, painéis figurativos etc. Nesse caso específico, o título a ser dado deve ser coerente com a proposta exigida e com o texto produzido, o que mais uma vez confirma a boa estratégia de apenas titular o que já está finalizado e sempre depois de uma comparação cuidadosa com a proposta exigida, utilizando-o como moldura. São raros os que propõem o título da redação, mas, se isso acontecer, ele não pode ser mudado, por menos que se concorde com ele ou goste dele.

Esteticamente, o título deve ser centralizado, sem nenhum outro destaque, e a redação deve ser iniciada depois de ser pulada uma linha a partir dele.

Veja um exemplo.

Proposta – Desenvolver um texto que discuta o seguinte provérbio: Em terra de cegos, quem tem um olho é rei.

Tema possível – O poder que nasce de saber além da maioria das pessoas, num grupo social.

Títulos possíveis- O poder de ver- Ver e dominar- Visão, conhecimento e poder- Ver além da maioria- O conhecimento que leva ao poderetc.

Ponto de Vista do AutorÉ um texto destinado a uma pessoa para transmitir informações, relatos, notícias, etc.Encontramos essa modalidade manifesta em poemas, músicas, crônicas, contos. O texto sugere ao leitor um diálogo real, com tonalidade informativa. Os textos podem ser familiares, didáticos, doutrinários ou comerciais e oficiais como: memorandum, circular, informação, oferecimento, crédito, petição, requerimento, ofício, despacho, convite, entre outras.A função é, prioritariamente, de transmitir informações, estabelecendo uma interlocução, por escrito, entre remetente e destinatário.

Argumentação     A palavra ARGUMENTO tem uma origem curiosa: vem do latim ARGUMENTUM, que tem o tema ARGU , cujo sentido primeiro é "fazer brilhar", "iluminar", a mesma raiz de "argênteo", "argúcia", "arguto".

Portanto, é o desenvolvimento de um raciocínio com o fim de defender ou repudiar uma tese ou ponto de vista, para convencer um leitor, um oponente, um interlocutor circunstancial ou a nós próprios.          A argumentação desenvolve-se em função de um destinatário, que influencia direta ou indiretamente a forma como evoluem os argumentos propostos. Argumentamos para persuadir alguém que, à partida, não partilha os mesmos pontos de vista ou as mesmas convicções que nós possuímos. Sem ferir a atenção do destinatário da argumentação, esta jamais poderá ser efetiva. É, pois, condição necessária o estabelecimento de um acordo que em nenhum caso pode ser tácito. A argumentação não é um ato de persuasão meramente psicológica de um auditório ou pessoa.          A argumentação não se confunde com a demonstração: enquanto esta não exige um auditório para ser concretizada ou construída, aquela depende dele para se concretizar plenamente. A argumentação é, por definição, diálogo de idéias entre dois sujeitos; a demonstração é, pelo contrário, um exercício racional monologado ou impessoal. No primeiro caso, prevalece uma relação entre um Eu e o Outro a quem se tenta influenciar de algum modo; no segundo caso, subsiste a relação de um Eu com as leis da lógica, sendo o próprio sujeito o primeiro a ter de ser convencido das teses a demonstrar (só em circunstâncias especiais a demonstração exige um auditório, como na defesa de uma tese acadêmica, por exemplo).

Na situação comum, quem argumenta deve ter um certo conhecimento do auditório ou pessoa a quem se dirige. Quanto maior for esse conhecimento maiores serão as probabilidades de êxito das teses defendidas. O perfil do destinatário da argumentação tem de ser previamente estudado ou ponderado, já que as qualidades oratórias do arguente, por si só, não são suficientes, sobretudo se o discurso for entendido de forma autotélica.

Toda a argumentação pressupõe, portanto, um ajustamento às características do seu destinatário último. Por exemplo, se o público for composto por pessoas com uma formação

cultural e literária geral e não especializada, a melhor estratégia de comunicação será a de recorrer a lugares-comuns que possam ser reconhecidos por todos. O senso comum, nesta situação, é mais importante do que o alarde de erudição sem eco. As homilias públicas utilizam muito este tipo de estratégia, apelando a valores universais (o bem, a justiça, a liberdade, a fé,…) que todos facilmente aceitam em qualquer argumentação.

A argumentação não age sobre evidências. O que é evidente não necessita nem de demonstração nem de apresentação de argumentos a favor ou contra.

Argumentar é procurar coerência onde existe dúvida, é descortinar sentido num paradoxo, mas também pode ser dar sentido a uma absurdidade ou a uma contradição. No discurso argumentativo, não se pode assumir que uma verdade, seja contingente ou necessária, jamais possua um oposto. Não devemos confundir contestação com destruição arbitrária das idéias de um texto. Se as premissas da argumentação estiverem erradas, ela será sempre falaciosa.

Se na argumentação não se pode garantir a certeza absoluta de uma tese, nada nos impede de tentar convencer um grupo ou uma pessoa do contrário. Contudo, toda a argumentação deve fundar-se no razoável e não admitir a arbitrariedade das posições. A determinação do que é razoável numa argumentação é tanto da responsabilidade do arguente como da pessoa ou grupo de pessoas, cabendo a este a confirmação final de toda a razoabilidade das teses propostas. Além disso, exige-se que a razoabilidade seja combinada com a total coesão dos argumentos. Terá sempre de existir uma grande solidariedade entre esses argumentos razoáveis e as convicções do público. Para atingir o fim da razoabilidade pode, em qualquer caso, o arguente utilizar figuras de retórica ou outros artifícios de linguagem e composição que acompanham, regra geral, todo o texto argumentativo. A diversidade dos argumentos apresentados é essencial para o mesmo fim. Pode, neste caso, o arguente socorrer-se de argumentos analógicos, de argumentos de autoridade, de argumentos a pari (com proposições semelhantes), de argumentos a fortiori (de uma proposição já validada para uma outra ainda mais evidente), ou de argumentos a contrario (de uma proposição já validada para a rejeição do seu contrário).         Diversos tipos de  texto podem ser classificados como argumentativos. Simplificando, podemos distinguir o científico, o filosófico e o crítico-literário.

Assim sendo, talvez não se caracterizaria em exagero afirmarmos que falar e escrever é argumentar.

     Num texto argumentativo, distinguem-se três componentes: a tese, os argumentos e as estratégias argumentativas.

     TESE, ou proposição, é a idéia que defendemos, necessariamente polêmica, pois a argumentação implica divergência de opinião.

     Os argumentos de um texto são facilmente localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta por quê? (Ex.: o autor é contra a pena de morte (tese). Porque ... (argumentos).

     As ESTRATÉGIAS não se confundem com os ARGUMENTOS. Esses, como se disse, respondem à pergunta por quê (o autor defende uma tese tal PORQUE ... - e aí vêm os argumentos).

     ESTRATÉGIAS argumentativas são todos os recursos (verbais e não-verbais) utilizados para envolver o leitor/ouvinte, para impressioná-lo, para convencê-lo melhor, para persuadi-lo mais facilmente, para gerar credibilidade, etc.

     Os exemplos a seguir poderão dar melhor idéia acerca do que estamos falando.

     A CLAREZA do texto - para citar um primeiro exemplo - é uma estratégia argumentativa na medida em que, em sendo claro, o leitor/ouvinte poderá entender, e entendo, poderá concordar

com o que está sendo exposto. Portanto, para conquistar o leitor/ouvinte, quem fala ou escreve vai procurar por todos os meios ser claro, isto é, utilizar-se da ESTRATÉGIA da clareza. A CLAREZA não é, pois, um argumento, mas é um meio (estratégia) imprescindível, para obter adesão das mentes, dos espíritos.

     O emprego da LINGUAGEM CULTA FORMAL deve ser visto como algo muito es-tra-té-gi-co em muitos tipos de texto. Com tal emprego, afirmamos nossa autoridade (= "Eu sei escrever. Eu domino a língua! Eu sou culto!") e com isso reforçamos, damos maior credibilidade ao nosso texto. Imagine, estão, um advogado escrevendo mal ... ("Ele não sabe nem escrever! Seus conhecimentos jurídicos também devem ser precários!").

     Em outros contextos, o emprego da LINGUAGEM FORMAL e até mesmo POPULAR poderá ser estratégico, pois, com isso, consegue-se mais facilmente atingir o ouvinte/leitor de classes menos favorecidas.

     O TÍTULO ou o INÍCIO do texto (escrito/falado) devem ser utilizados como estratégias para captar a atenção do ouvinte/leitor imediatamente. De nada valem nossos argumentos se não são ouvidos/lidos.

     A utilização de vários argumentos, sua disposição ao longo do texto, o ataque às fontes adversárias, as antecipações ou prolepses (quando o escritor/orador prevê a argumentação do adversário e responde-a), a qualificação das fontes, a utilização da ironia, da linguagem agressiva, da repetição, das perguntas retóricas, das exclamações, etc. são alguns outros exemplos de estratégias.

A estrutura de um texto argumentativo

A argumentação formal Proposição (tese): afirmativa suficientemente definida e limitada; não deve conter em si

mesma nenhum argumento. Análise da proposição ou tese: definição do sentido da proposição ou de alguns de seus

termos, a fim de evitar mal-entendidos. Formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados estatísticos, testemunhos, etc. Conclusão.

A argumentação informal

     A argumentação informal apresenta os seguintes estágios: Citação da tese adversária Argumentos da tese adversária Introdução da tese a ser defendida Argumentos da tese a ser defendida Conclusão

    Observe o texto abaixo:

Vida ou Morte

(Introdução) A grande produção de armas nucleares, com seu incrível potencial destrutivo, criou uma situação ímpar na história da humanidade: pela primeira vez, os homens têm nas mãos o poder de extinguir totalmente a sua própria raça da face do planeta.

(Desenvolvimento) A capacidade de destruição das novas armas é tão grande que, se fossem usadas num conflito mundial, as conseqüências de apenas algumas explosões seriam tão extensas que haveria forte possibilidade de se chegar ao aniquilamento total da espécie humana. Não haveria como sobreviver a um conflito dessa natureza, pois todas as regiões seriam rapidamente atingidas pelos efeitos mortíferos das explosões.

(Conclusão) Só resta, pois, ao homem uma saída: mudar essa situação desistindo da corrida armamentista e desviando para fins pacíficos os imensos recursos econômicos envolvidos

nessa empreitada suicida. Ou os homens aprendem a conviver em paz , em escala mundial, ou simplesmente não haverá mais convivência de espécie alguma, daqui a algum tempo.

(Texto adaptado do artigo "Paz e corrida armamentista" in Douglas Tufano)

Na introdução, o autor apresenta o tema (desenvolvimento científico levou o homem a produzir bombas que possibilitam a destruição total da humanidade), no desenvolvimento, ele expõe os argumentos que apóiam a sua afirmação inicial e na conclusão, conclui o seu pensamento inicial, com base nos argumentos.

Numa dissertação, podem-se construir frases de sentido geral ou de sentido específico, particular. Às vezes, uma afirmação de sentido geral pode não ser inaceitável, mas se for particularizada torna-se aceitável. Exemplo: É proibido entrar nesta sala (sentido geral) É proibido entrar nesta sala sem autorização. (sentido específico)

Exercícios Faça as especificações das afirmações, tornando-as aceitáveis.a- A liberdade é perigosa.b- Caminhar faz mal ao coração.c- Assistir a televisão é prejudicial à criança.d- Conduzir motocicleta é proibido.

Quando o autor se preocupa principalmente em expor suas idéias a respeito do tema abordado, fica claro que seu objetivo é fazer com que o leitor concorde com ele. Nesse caso, tem-se a dissertação argumentativa Para que a argumentação seja eficiente, o raciocínio deve ser exposto de maneira lógica, clara e coerente.

O autor de uma dissertação deve ter sempre em mente, as possíveis reações do leitor e por isso, devem-se considerar todas as possíveis contra-argumentações, a fim de que possa " cercar" o leitor no sentido de evitar possíveis desmentidos da tese que se está defendendo. As evidências são o melhor argumento.

Construindo o Texto

Imagine que você queira dissertar o seguinte tema: "O mundo moderno caminha atualmente para sua própria destruição."

Sua primeira providência deve ser copiar este tema em uma folha de rascunho e fazer a pergunta: POR QUÊ?Ao iniciar sua reflexão sobre o tema proposto e sobre uma possível resposta para a questão, procure recordar-se do que já leu ou ouviu a respeito dele. É quase certo que você tenha ao menos uma noção acerca de qualquer tema que lhe vier a ser apresentado.O ideal, para que sua dissertação explore suficientemente o assunto, é que você obtenha duas ou três respostas para a questão formulada. Essas respostas chamam-se possibilidade, é pensar que o mundo pode vir a destruir-se por causa dos inúmeros conflitos internacionais que têm ocorrido nos últimos tempos. Assim, já teríamos o primeiro argumento:

1. Tem havido inúmeros conflitosinternacionais.

Pensando um pouco mais sobre o porquê de estarmos à beira da destruição, podem ocorrer-nos mais dois argumentos: o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico, e permanece o perigo de uma catástrofe nuclear. Viu como é fácil? Os argumentos selecionados são exaustivamente noticiados por qualquer meio de comunicação.Dessa maneira, obtemos o seguinte quadro:

TEMA: "O mundo moderno caminha atualmente parasua própria destruição."

Por 1. Tem havido inúmeros conflitosinternacionais.

2. O meio ambiente encontra-se ameaçadopor sério desequilíbrio ecológico.

Quê? 3. Permanece o perigo de uma catástrofenuclear.

Você pode encontrar outros argumentos além desses apresentados acima que justifiquem a afirmação proposta pelo tema. A única exigência é que eles se relacionem com o assunto sobre o qual está escrevendo.Uma vez estabelecido o tema e três argumentos, você já dispõe do necessário para, agora, na folha definitiva, começar a redigir sua dissertação. Ela deverá constar de três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão.Vamos, agora, redigir o primeiro parágrafo, ou seja, a introdução, baseando-nos no quadro da página anterior. Para compô-la, basta que você copie o tema e a ele acrescente os três argumentos, assim como aparecem no quadro. Veja como poderia ser:

TemaO mundo moderno caminha atualmente para

sua própria destruição.

Argumento 1Pois tem havido inúmeros conflitos internacionais, o meio

ambiente encontra-se

Argumento 2Ameaçado por sério desequilíbrio ecológico e, além

dos mais

Argumento 3Permanece o perigo de uma catástrofe nuclear.

Observe que, na introdução, os argumentos são apenas mencionados. Neste primeiro parágrafo informamos o assunto de que a dissertação vai tratar. Cada argumento será convenientemente desenvolvido nos parágrafos seguintes.Repare nas palavras "pois" e "além do mais", colocadas neste texto para ligar as diferentes partes da introdução. São elas que reúnem o tema aos argumentos. Depois de terminado o parágrafo da introdução, você deverá passar para o desenvolvimento, explicando cada um dos argumentos expostos acima.Assim, no próximo parágrafo, escreva tudo que souber sobre o fato que tem havido inúmeros conflitos internacionais.

Nestas últimas décadas, temos assistido, com certapreocupação, aos inúmeros conflitos internacionais quese sucedem. Muitos trazem na memória a tristelembrança das guerras do Vietnã e da Coréia, as quaisprovocaram grande extermínio. Em nossos dias,testemunhamos conflitos no Oriente Médio que,envolvendo as grandes potências internacionais,poderiam conduzir-nos a um confronto mundial deproporções incalculáveis.

Como você pode perceber, convém, vez por outra, lançar mão de certos exemplos para comprovar suas afirmações.No parágrafo seguinte, desenvolve-se o segundo argumento:

Outra ameaça constante é o desequilíbrio ecológico,provocado pela ambição desmedida de alguns, quepromovem desmatamentos desordenados e poluem aságuas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meioambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por setransformar em um local inabitável.

Note a presença de uma expressão "outra ameaça constante...", no início do parágrafo, que estabelece a ligação com o parágrafo anterior. Ela deve ser colocada para evidenciar o fato de que os parágrafos se relacionam entre si.Falemos agora do terceiro argumento:

Além disso, enfrentaremos sério perigo relativo àutilização de energia atômica. Quer pelos acidentes que jáocorreram e podem acontecer novamente nas usinasnucleares, quer por eventual confronto em uma guerramundial, dificilmente poderíamos sobreviver diante dopoder avassalador desses sofisticados armamentos.

Observe a expressão "além disso...", colocada no início desse parágrafo. Ela é o elemento de ligação com o parágrafo anterior do desenvolvimento. Estabelece a conexão entre os argumentos apresentados.

A conclusão

Para que sua dissertação fique completa, basta apenas elaborar um único parágrafo, que se denomina conclusão. Para isso, é preciso que analisemos suas partes constitutivas.A conclusão pode-se iniciar-se com uma expressão que remeta ao que foi dito nos parágrafos anteriores (expressão inicial). A ela deve seguir-se uma reafirmação do tema proposto no início da redação. No final do parágrafo, é interessante colocar uma observação, fazendo um comentário sobre os fatos mencionados ao longo da dissertação.Com base nesta orientação, já podemos redigir o parágrafo final, ou seja, a conclusão.

Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar napossibilidade

Expressão inicial

de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio. Reafirmação do Tema É desejo de todos nós que algo Comentário final

possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, parapodermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por serpacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras

Observação:

Caso você deseje, é possível que a conclusão seja formada apenas pelo comentário final, dispensando o início, constituído pela expressão inicial e reafirmação do tema. Eles atuam apenas como reforço, como ênfase ao problema abordado.

Agora, reunindo todos os parágrafos escritos, temos a dissertação completa acrescida de um título. Veja:

DESTRUIÇÃO: A AMEAÇA CONSTANTE

O mundo moderno caminha atualmente para sua própria destruição, pois tem havido inúmeros conflitos internacionais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico e, além do mais, permanece o perigo de uma catástrofe nuclear. Nessas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos inúmeros conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias testemunhamos conflitos no Oriente Médio que, envolvendo as grandes potências internacionais, poderiam conduzir-nos a um confronto mundial de proporções incalculáveis. Outra ameaça constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em um local inabitável.

Além disso, enfrentamos sério perigo relativo à utilização de energia atômica. Quer pelos acidentes que já ocorreram e podem acontecer novamente nas usinas nucleares, quer por eventual confronto em uma guerra mundial, dificilmente poderíamos sobreviver diante do poder avassalador desses sofisticados armamentos.Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na possibilidade de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio. É desejo de todos nós que algo possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, para podermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.

Caso você deseje uma dissertação um pouco menor, basta usar dois argumentos ao invés de três.

Observação:Você pode substituir essa expressão inicial utilizada na sua conclusão por qualquer outra equivalente. Aqui estão algumas sugestões.

Dessa forma...Sendo assim...Em vista dos argumentos apresentados...Em virtude do que foi mencionado...Assim...Levando-se em conta o que foi conversado...Por todas essas idéias apresentadas...Tendo em vista os aspectos apresentados...Por tudo isso...Dado o exposto...

Sugestões para iniciar sua dissertação.

Para iniciar a sua dissertaçãoFala-se muito atualmente sobre...Provável que...Acredita-se que...

Enumeração da análise do problemaDeve-se analisar primeiramente...É preciso analisar que...A primeira observação se refere ...

Para insistir no problemaObserva-se também que...Nota-se, por outro lado, que...Não podemos esquecer que...É necessário frisar também que...

ConclusãoAssim sendo...Dessa forma...

Concluindo...Nesse sentido...

Coerência e Coesão

Os Concursos Públicos e Vestibulares têm exigido em suas provas de português o domínio dos recursos de coesão sintático semânticos, isto é, dos operadores responsáveis pela articulação do texto (conjunções, preposições, pronomes relativos, pronomes demonstrativos), enfim, de tudo o que leve à correta leitura e à clareza da expressão escrita.

Em certa prova de vestibular, foi transcrito trecho de matéria publicada em jornal, na qual o redator tentou, sem sucesso, construir um circulo vicioso. Dizia o texto: "Gera-se, assim, o circulo vicioso do pessimismo. As coisas não andam porque ninguém confia no governo. E porque ninguém confia no governo as coisas não andam".

O concursando deveria identificar o equivoco da construção, fazer a sua correção e explicar o motivo da confusão.

A estrutura circular pressupõe uma inversão das relações de causa e efeito. Se a causa é o que provoca uma ação, o efeito é o que decorre dela, motivo pelo qual a causa sempre antecede o efeito.

A conjunção "porque" indica idéia de causa; introduz, portanto, uma oração subordinada adverbial causal. Quando a causa aparece na oração subordinada, o efeito está na oração principal do período (e vice-versa).

"As coisas não andam (oração principal) efeito porque ninguém confia no governo (oração subordinada) causa".

Um círculo se fecharia se a conjunção causal "porque" passasse para a outra oração. Assim: E, porque as coisas não andam, ninguém confia no governo.

Facilmente cometemos o engano de que foi vítima o jornalista. Ele inverteu a ordem das orações, mas não inverteu a relação de causa e efeito. Há muitos anos, uma conhecida marca de biscoitos lançou campanha publicitária cujo mote era um círculo vicioso.

O biscoito "vendia mais" porque estava sempre "fresquinho" e estava sempre "fresquinho" porque "vendia mais". O que era a causa de "vender mais" passava a ser o efeito. Basta transportar a conjunção causal para a outra oração, e está composto o círculo vicioso.

Outra questão envolvendo coerência trazia a transcrição do seguinte trecho, também jornalístico: "As Forças Armadas brasileiras já estão treinando 3.000 soldados para atuar no Haiti ( ... ). A ONU solicitou o envio de tropas ao Brasil e a mais quatro paises, disse o presidente (. .. )".

A expressão "ao Brasil e a mais quatro paises" pode ser lida como complemento nominal de "envio", o que provoca a incoerência, ou como objeto indireto de "solicitou", certamente o sentido pretendido (solicitou ao Brasil e a mais ... o envio ... ) Nesse caso, a ordem dos termos era o fator responsável pela coerência.

Coerência

Observe o texto que segue:

Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade, perdeu a direção, O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim,

salvou-lhe a vida.

Esse texto, uma redação escolar, apresenta uma incoerência: o menino era tão fraco que quase não podia carregar a cesta de amendoins, como conseguiu carregar um homem corpulento até o carro?

Quando se fala em redação, sempre se aponta a coerência das idéias como uma qualidade indispensável para qualquer tipo de texto. Mas nem todos explicitam de maneira clara em que consiste essa coerência, sobre a qual tanto se insiste, e como se pode consegui-Ia.

Coerência deve ser entendida como unidade do texto. Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo. No texto coerente, não há nenhuma parte que não se solidarize com as demais. Todos os elementos do texto devem ser coerentes. Vamos mostrar apenas três dos níveis em que a coerência deve ser observada:

1) coerência narrativa; 2) coerência figurativa; 3) coerência argumentativa.

Vamos partir de exemplos de incoerências, mais simples de perceber, para mostrar o que é coerência.

Coerência narrativa

É incoerente narrar uma história em que alguém está descendo uma ladeira num carro sem freios, que pára imediatamente, depois de ser brecado, quando uma criança lhe corta a frente.

A estrutura narrativa tem quatro fases distintas (manipulação, competência, performance e sanção).

Resumidamente, vamos relembrar que manipulação é a fase em que alguém é induzido a querer ou dever realizar uma ação; competência, a fase em que esse alguém adquire um poder ou um saber para realizar aquilo que ele quer ou deve; performance, a fase em que de fato se realiza a ação; sanção, a fase em que se recebe a recompensa ou o castigo por aquilo que se realizou.

Essas quatro fases se pressupõem, isto é, a posterior depende da anterior. Assim, por exemplo, um sujeito só pode fazer alguma coisa (performance) se souber ou puder faze-Ia (competência). Constitui, portanto, uma incoerência narrativa relatar uma ação realizada por um sujeito que não tinha competência para realiza-Ia.

A titulo de exemplo, vamos citar um desses equívocos cometidos em redação, relatado pela Prof. Diana Luz Pessoa de Barros num livro sobre redação no vestibular:

Lá dentro havia uma fumaça formada pela maconha e essa fumaça não deixava que nós víssemos qualquer pessoa, pois ela era muito intensa.

Meu colega foi à cozinha me deixando sozinho, fiquei encostado na parede da sala e fiquei observando as pessoas que lá estavam. Na festa havia pessoas de todos os tipos: ruivas, brancas, pretas, amarelas, altas, baixas, etc.

Nesse caso, o sujeito não podia ver e viu, O texto tornar-se-ia coerente se o narrador dissesse que ficara encostado à parede imaginando as pessoas que estavam por detrás da cortina de fumaça.

Outros casos de incoerência narrativa podem ocorrer. Se, por exemplo, um personagem adquire um objeto de outro, é claro que esse outro deixou de possuí-lo. Assim, é incoerente relatar, numa certa altura da narrativa, que roubaram de uma senhora um valiosíssimo colar de pérolas e, numa passagem posterior, sem dizer que ela o tenha recuperado, referir-se ao

mesmo colar envolvendo o pescoço da mesma senhora numa recepção de gala.

Um outro tipo de incoerência narrativa pode ocorrer em relação à caracterização dos personagens e às ações atribuídas a eles.

No percurso da narrativa, os personagens são descritos como possuidores de certas qualidades (alto, baixo, frágil, forte), atribuem-se a eles certos estados de alma (colérico, corajoso, tímido, introvertido, apático, combativo). Essas qualidades e estados de alma podem combinar-se ou repelir-se. Alguns comportamentos dos personagens são compatíveis ou incompatíveis com determinados traços de sua personalidade.

A preocupação com a coerência e a unidade do texto pressupõe que se conjuguem apropriadamente esses elementos.

Se na narrativa aparecem indicadores de que um personagem é tímido, frágil e introvertido, seria incoerente atribuir a esse mesmo personagem o papel de líder e agitador dos foliões por ocasião de uma festa pública. Obviamente, a incoerência deixaria de existir se algum dado novo justificasse a transformação do referido personagem. Uma bebedeira, por exemplo, poderia desencadear essa mudança.

Muitos outros casos de incoerência desse tipo podem ser apontados.

Dizer, por exemplo, que um personagem foi a uma partida de futebol, sem nenhum entusiasmo, pois já esperava ver um mau jogo, e, posteriormente, afirmar que esse mesmo personagem saiu do estádio decepcionado com o mau futebol apresentado é incoerente. Quem não espera nada não pode decepcionar-se.

É incoerente ainda dizer que alguém é totalmente indiferente em relação a uma pessoa e caiu em prantos quando soube que ela casou-se e viajou para o exterior.

As incoerências podem ser utilizadas para mostrar a dupla face de um mesmo personagem, mas esse expediente precisa ficar esclarecido de algum modo no decorrer do texto.

Coerência figurativa

Suponhamos que se deseje figurativizar o tema "despreocupação". Podem-se usar figuras como "pessoas deitadas à beira de uma piscina", "drinques gelados", "passeios pelos shoppings". Não caberia, no entanto, na figurativização desse tema, a utilização de figuras como "pessoas indo apressadas para o trabalho", "fábricas funcionando a pleno vapor".

Por coerência figurativa entende-se a articulação harmônica das figuras do texto, com base na relação de significado que mantêm entre si. As várias figuras que ocorrem num texto devem articular-se de maneira coerente para constituir um único bloco temático. A ruptura dessa coerência pode produzir efeitos desconcertantes. Todas as figuras que pertencem ao mesmo tema devem pertencer ao mesmo universo de significado.

Suponhamos, a título de exemplo, que se pretenda figurativizar o tema do requinte e da sofisticação para caracterizar um certo personagem. Para ser coerente, é necessário que todas as figuras encaminhem para o tema do requinte. Pode-se citar, ao descrever sua casa: a lareira, o tapete persa, os cristais da Boêmia, a porcelana de Sévres, o doberman ressonando no tapete, um quadro de Portinari e outras figuras do mesmo campo de significado. Constituiria incoerência figurativa gritante incluir nesse conjunto de elementos Agnaldo Timóteo cantando na vitrola um bolero sentimentalóide. Essa ruptura se justificaria se a intenção fosse o humor, a piada, a ridicularização, ou mostrar o paradoxo de que o requinte é apenas exterior.

Sem essas intenções definidas de denunciar o paradoxo ou de ridicularizar, as figuras pertencentes a um mesmo tema devem articular-se harmoniosamente.

Um último exemplo.

Suponhamos que se queira mostrar a vida no Pólo Norte. Podem-se para isso usar figuras como "neve", "pessoas vestidas com roupas de pele", "renas", "trenós". Não se podem, porém, utilizar figuras como "palmeiras", "cactos", "camelos", "estradas poeirentas".

Coerência argumentativa

Quando se defende o ponto de vista de que o homem deve buscar o amor e a amizade, não se pode dizer em seguida que não se deve confiar em ninguém e que por isso é melhor viver isolado.

Num esquema de argumentação, joga-se com certos pressupostos ou certos dados e deles se fazem inferências ou se tiram conclusões que estejam verdadeiramente implicados nos elementos lançados como base do raciocínio que se quer montar. Se os pressupostos ou os dados de base não permitem tirar as conclusões que foram tiradas, comete-se a incoerência de nível argumentativo.

Se o texto parte da premissa de que todos são iguais perante a lei, cai na incoerência se defender posteriormente o privilégio de algumas categorias profissionais não estarem obrigadas a pagar imposto de renda.

O argumentador pode até defender essas regalias, mas não pode partir da premissa de que todos são iguais perante a lei.

Assim também é incoerente defender ponto de vista contrário a qualquer tipo de violência e ser favorável à pena de morte, a não ser que não se considere a ação de matar como uma ação violenta.

Coesão

Coesão textual (1)

Quando lemos com atenção um texto bem construído, não nos perdemos por entre os enunciados que o constituem, nem perdemos a noção de conjunto. Com efeito, é possível perceber a conexão existente entre os vários segmentos de um texto e compreender que todos estão interligados entre si.

A título de exemplificação do que foi dito, observe-se o texto que vem a seguir:

É sabido que o sistema do Império Romano dependia da escravidão, sobretudo para a produção agrícola. É sabido ainda que a população escrava era recrutada principalmente entre prisioneiros de guerra.

Em vista disso, a pacificação das fronteiras fez diminuir consideravelmente a população escrava.

Como o sistema não podia prescindir da mão-de-obra escrava, foi necessário encontrar outra forma de manter inalterada essa população.

Corno se pode observar, os enunciados desse texto não estão amontoados caoticamente, mas estritamente interligados entre si: ao se ler, percebe-se que há conexão entre cada uma das partes.

A essa conexão interna entre os vários enunciados presentes no texto dá-se o nome de coesão. Diz-se, pois, que um texto tem coesão· quando seus vários enunciados estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles.

A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas relações de sentido são manifestadas sobretudo por certa categoria de palavras, as quais são chamadas conectivos ou elementos de coesão. Sua função no texto é exatamente a de pôr em evidência as várias

relações de sentido que existem entre os enunciados.

No caso do texto citado acima, pode-se observar a função de alguns desses elementos de coesão. A palavra ainda no primeiro parágrafo ( É sabido ainda que" ... ) serve para dar continuidade ao que foi dito anteriormente e acrescentar um outro dado: que o recrutamento de escravos era feito junto dos prisioneiros de guerra.

O segundo parágrafo inicia-se com a expressão em vista disso, que estabelece urna relação de implicação causal entre o dado anterior e o que vem a seguir: a pacificação das fronteiras diminui o fornecimento de escravos porque estes eram recrutados principalmente entre os prisioneiros de guerra.

O terceiro parágrafo inicia-se pelo conectivo como, que manifesta uma outra relação causal, isto é: foi necessário encontrar outra forma de fornecimento de escravos porque o sistema não podia prescindir deles.

São várias as palavras que, num texto, assumem a função de conectivo ou de elemento de coesão:

- as preposições: a, de, para, com, por, etc.; - as conjunções: que, para que, quando, embora, mas, e, ou, etc.; - os pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, etc.; - os advérbios: aqui, ai, lá. assim, etc.

O uso adequado desses elementos de coesão confere unidade ao texto e contribui consideravelmente para a expressão clara das idéias. O uso inadequado sempre tem efeitos perturbadores, tornando certas passagens incompreensíveis.

Para dar idéia da importância desses elementos na construção das frases e do texto, vamos comentar sua funcionalidade em algumas situações concretas da língua e mostrar como o seu mau emprego pode perturbar a compreensão.

A coesão no período composto

O período composto, como o nome indica, é constituído de várias orações, que, se não estiverem estruturadas com coesão, de acordo com as regras do sistema Iingüístico, produzem um sentido obscuro, quando não, incompreensível.

O período que segue é plenamente compreensível porque os elementos de coesão estão bem empregados:

Se estas indústrias são poluentes, devem abandonar a cidade, para que as boas condições de vida sejam preservadas.

Esse período consta de três orações, e a oração principal é: devem abandonar a cidade; antes da principal vem uma oração que estabelece a condição que vai determinar a obrigação de as indústrias abandonarem a cidade (o conectivo, no caso, é a conjunção se); depois da oração principal segue uma terceira oração, que indica a finalidade que se quer atingir com a expulsão das indústrias poluentes (o conectivo é a conjunção para que).

Muitas vezes, nas suas redações, os alunos constroem períodos incompreensíveis, por descuidarem dos princípios de coesão. Não é raro, por exemplo, ocorrerem períodos desprovidos da oração principal, corno nos exemplos que seguem:

O homem que tenta mostrar a todos que a corrida armamentista que se trava entre as grandes potências é uma loucura.

Ao dizer que todo o desejo de que os amigos viessem à sua festa desaparecera, uma vez que seu pai se opusera à realização.

No primeiro período temos:

1) o homem; 2) que tenta mostrar a todos: oração subordinada adjetiva; 3) que a corrida armamentista é uma loucura: oração subordinada substantiva objetiva direta; 4) que se trava entre as grandes potências: oração subordinada adjetiva.

A segunda oração está subordinada àquela que seria a primeira, referindo-se ao termo homem; a terceira é subordinada à segunda; a quarta à terceira. A primeira oração está incompleta. Falta-lhe o predicado. O aluno colocou o termo a que se refere a segunda oração, começou uma sucessão de inserções e "esqueceu-se" de desenvolver a idéia principal.

No segundo período, só ocorrem orações subordinadas. Ora, todos sabemos que uma oração subordinada pressupõe a presença de uma principal.

A escrita não exige que os períodos sejam longos e complexos, mas que sejam completos e que as partes estejam absolutamente conectadas entre si.

Para evitar deslizes como o apontado, graves porque o período fica incompreensível, não é preciso analisar sintaticamente cada período que se constrói. Basta usar a intuição lingüística que todos os falantes possuem e reler o que se escreveu, preocupado com verificar se tem sentido aquilo que acabou de ser redigido.

Ao escrever, devemos ter claro o que pretendemos dizer e, uma vez escrito o enunciado, devemos avaliar se o que foi escrito corresponde aquilo que queríamos dizer. A escolha do conectivo adequado é importante, já que é ele que determina a direção que se pretende dar ao texto, é ele que manifesta as diferentes relações entre os enunciados.

Coesão textual (2)

Nesta lição, dando continuidade à anterior, vamos ainda tratar da coesão do texto e do uso dos elementos lingüísticos adequados para estabelecer conexões entre os vários enunciados do texto.

O papel dos elementos de coesão

Consideramos como elementos de coesão todas as palavras ou expressões que servem para estabelecer elos, para criar relações entre segmentos do discurso tais como: então, portanto, já que, com efeito, porque, ora, mas, assim, daí, ai, dessa forma, isto é, embora e tantas outras.

O que se coloca como mais importante no uso desses elementos de coesão é que cada um deles tem um valor típico. Além de ligarem partes do discurso, estabelecem entre elas um certo tipo de relação semântica: causa, finalidade, conclusão, contradição, condição, etc. Dessa forma, cada elemento de coesão manifesta um tipo de relação distinta. Ao escrever, deve-se ter o cuidado de usar o elemento apropriado para exprimir o tipo de relação que se quer estabelecer.

O porém, por exemplo, presta-se para manifestar uma relação de contradição: usado entre dois enunciados ou entre dois segmentos do texto, manifesta que um contraria o outro. Observe-se o exemplo que segue:

Israel possui um solo árido e pouco apropriado à agricultura, porém chega a exportar certos produtos agrícolas. No caso, faz sentido o uso do porém, já que entre os dois segmentos ligados existe uma contradição. Seria descabido permutar o porém pelo porque, que serve para indicar causa. De fato, a exportação de produtos agrícolas não pode ser vista como a causa de Israel ter um solo árido.

Muitas pessoas, ao redigir, não atentam para as diferentes relações que os elementos de coesão manifestam e acabam empregando-os mal, criando, com isso, paradoxos semânticos.

Esses elementos não são formas vazias que podem ser substituídas entre si, sem nenhuma conseqüência. Pelo contrário, são formas lingüísticas portadoras de significado e exatamente por isso não se prestam para ser usadas sem critério. A coesão do texto é afetada quando se usa o elemento de coesão inadequado.

Vejamos, a titulo de exemplo, as relações que alguns elementos de coesão estabelecem:

a) assim, desse modo: têm um valor exemplificativo e complementar. A seqüência introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes.

O Governador resolveu não comprometer-se com nenhuma das facções em disputa pela liderança do partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer uma que venha a vencer.

b) e: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito antes; indica uma progressão semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo. Se não acrescentar nada, constitui pura repetição e deve ser evitada. Ao dizer:

Este trator serve para arar a terra e para fazer colheitas. O e introduz um segmento que acrescenta uma informação nova. Por isso seu uso é apropriado. Mas, ao dizer:

Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar. O segmento introduzido pelo e não adiciona nenhuma informação nova. Trata-se, portanto, de um uso inadequado.

c) ainda: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão, ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer.

O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém lembrar, ainda, que os serviços públicos são extremamente deficientes.

d) aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento contrário.

Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo inflacionário diminui consideravelmente seu poder de compra, além de tudo são considerados como renda e taxados com impostos.

e) isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introduzem esclarecimentos, retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente.

Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu não comprometimento com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade.

f) mas, porém, contudo e outros conectivos adversativos: marcam oposição entre dois enunciados ou dois segmentos do texto. Não se podem ligar, com esses relatores, segmentos que não se opõem. Às vezes, a oposição se faz entre significados implícitos no texto.

Choveu na semana passada, mas não o suficiente para se começar o plantio.

g) embora, ainda que, mesmo que: são relatares que estabelecem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento. Trata-se de um expediente de argumentação muito vigoroso: sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.

Observe-se o exemplo:

Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos confortáveis, pés velozes como o raio, olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o problema das injustiças.

Como se nota, mesmo concedendo ou admitindo as grandes vantagens da técnica e da ciência, afirma-se uma desvantagem maior.

O uso do embora e conectivos do mesmo sentido pressupõe uma relação de contradição, que, se não houver, deixa o enunciado descabido. Exemplo:

Embora o Brasil possua um solo fértil e imensas áreas de terras plantáveis, vamos resolver o problema da fome.

h) Certos elementos de coesão servem para estabelecer gradação entre os componentes de uma certa escala. Alguns, como mesmo, até, até mesmo, situam alguma coisa no topo da escala; outros, como ao menos, pelo menos, no mínimo, situam-na no plano mais baixo.

O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante, até mesmo do futuro e da morte. ouÉ preciso garantir ao homem seu bem-estar: o lazer. a cultura. a liberdade, ou, no mínimo, a moradia. o alimento e a saúde.

Para encerrar essas considerações sobre o uso dos elementos de coesão, convêm dizer que, às vezes, cria-se o paradoxo semântico provocando determinados efeitos de sentido. Pode-se conseguir, por exemplo, um efeito de humor ou de ironia ou revelar preconceitos estabelecendo-se uma relação de contradição entre dois segmentos que, usualmente, não são vistos como contraditórios. Sirva de exemplo uma passagem como esta:

Ela é mulher, mas é capaz.

Como se nota, o mas passa a estabelecer uma relação de contradição entre ser mulher e ser capaz. Essa relação revela humor ou preconceito do enunciador. Nos dois casos, no entanto, pressupõe-se que as mulheres não sejam capazes.

É claro que o uso desses paradoxos deve ser feito com cuidado e dentro de um contexto que não dê margem a ambigüidades:

A retomada ou a antecipação de termos

Observe o trecho que segue:

José e Renato, apesar de serem gêmeos, são muito diferentes. Por exemplo, este é calmo, aquele é explosivo.

O termo este retoma o nome próprio "Renato", enquanto aquele faz a mesma coisa com a palavra "José". "Este" e "aquele" são chamados anafóricos.

Anafórico, genericamente, pode ser definido como uma palavra ou expressão que serve para retomar um termo já expresso no texto, ou também para antecipar termos que virão depois. São anafóricos, por exemplo, os pronomes demonstrativos (este, esse, aquele), os pronomes relativos (que, o qual, onde, cujo), advérbios e expressões adverbiais (então, dessa feita, acima, atrás), etc.

Quando um elemento anafórico está empregado num contexto tal que pode referir-se a dois termos antecedentes distintos, isso provoca ambigüidade e constitui uma ruptura de coesão. Na escrita, é preciso tomar cuidado para que o leitor perceba claramente a que termo se refere o elemento anafórico.

São anafóricos:

pronomes demonstrativos: este, esse, aquele pronomes relativos que, o qual, onde, cujo; advérbios e expressões adverbiais: então, dessa feita, acima, atrás.

Eis alguns exemplos de ambigüidade por causa do uso dos anafóricos:

O PT entrou em desacordo com o PMDB por causa de sua proposta de aumento de salário. No caso, sua pode estar se referindo à proposta do PT ou à do PMDB

Para desfazer a ambigüidade, apela-se para outras formas de construção da frase, como, por exemplo: A proposta de aumento de salário formulada pelo PT provocou desacordo com o PMDB.

O uso do pronome relativo pode também provocar ambigüidade, como na frase que segue: Via ao longe o sol e a floresta, que tingia a paisagem com suas variadas cores. No caso, o pronome que pode estar se referindo a sol ou a floresta.

Há frases das redações escolares em que simplesmente não há coesão nenhuma. E o que ocorre nesta frase, citada pela Prof. Maria Tereza Fraga no seu livro sobre redação no vestibular:

Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sinceridade de quem as escreveu. Como se vê, o enunciado fica desconexo porque o pronome o qual não recupera antecedente algum.

Um argumento cínico

(1) Certamente nunca terá faltado aos sonegadores de todos os tempos e lugares o confortável pretexto de que o seu dinheiro não deve ir parar nas mãos de administradores incompetentes e desonestos. (2) Como pretexto, a invocação é insuperável e tem mesmo a core os traços do mais acendrado civismo. (3) Como argumento, no entanto, é cínica e improcedente. (4) Cínica porque a sonegação, que nesse caso se pratica não é compensada por qualquer sacrifício ou contribuição que atenda à necessidade de recursos imanente a todos os erários, sejam eles bem ou mal administrados, (5) Ora, sem recursos obtidos da comunidade não há policiamento, não há transportes, não há escolas ou hospitais. (6) E sem serviços públicos essenciais, não há Estado e não pode haver sociedade política. (7) Improcedente porque a sonegação, longe de fazer melhores os maus governos, estimula-os à prepotência e ao arbítrio, além de agravar a carga tributária dos que não querem e dos que, mesmo querendo, não têm como dela fugir - os que vivem de salário, por exemplo. (8) Antes, é preciso pagar, até mesmo para que não faltem legitimidade e força moral às denúncias de malversação (9) É muito cômodo, mas não deixa de ser, no fundo, uma hipocrisia, reclamar contra o mau uso dos dinheiros públicos para cuja formação não tenhamos colaborado. (10) Ou não tenhamos colaborado na proporção da nossa renda.

VI LLELA, João Baptista. Veja, 25 set. 1985.

Os períodos estão numerados. (Comentários)

1° período: o autor começa a desmontar o argumento dos sonegadores através da expressão "confortável pretexto".

2° período: o autor admite como pretexto a justificativa dos sonegadores.

3° período: o conectivo "no entanto" introduz uma argumentação contrária, dizendo que a justificativa é cínica e improcedente.

4° período: através do conectivo "porque" ele diz a causa pela qual considera cínico o argumento dos sonegadores,

5° período: o conectivo "ora" dá início a uma argumentação contrária à idéia de que o Estado

possa sobreviver sem arrecadar impostos e sem se prover de recursos,

6° período - o conectivo "e" introduz um segmento que adiciona um argumento ao que se afirmou no período anterior.

7° período - depois de demonstrar que o argumento dos sonegadores é cínico, o autor passa a demonstrar que é também improcedente, o que já foi afirmado no terceiro período. É usado o conectivo "porque" para isso. Mais adiante o conectivo "além de" introduz um argumento a mais a favor da improcedência da sonegação.

8° período - o autor usa dois conectivos: "antes" e "até mesmo" que reforçam sua argumentação.

9º período - o conectivo "mas" estabelece a contradição das duas argumentações (dos sonegadores e do autor).

10º período - o conectivo "ou" inicia uma passagem que contém uma alternativa que caracteriza ainda a atitude hipócrita dos sonegadores.

Referênciação

As referências bibliográficas devem estar de acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A bibliografia final deve seguir o seguinte padrão:a) Autor - último sobrenome com letra maiúscula, separado da vírgula dos outros prenomes; (ponto e dois espaços ou travessão)b) Título - sublinhar ou colocar em itálico; (ponto)c) Anotador ou tradutor -(ponto) d) Número da edição - se for a primeira , não se indica. Algarismo arábico, ponto, ed.(vírgula)e) Casa publicadora - nome da casa (vírgula)f) Ano da Publicação - em algarismo arábico (ponto)g) Número de páginas ou volumes - em algarismos arábicos (ponto) Abrevia-se p. e não pag. ou pg.h) Ilustrações - se necessário (ponto)i) Série ou coleções - em algarismos arábicos, entre parênteses (ponto)

TIPOLOGIA TEXTUAL

Comunicar-se com eficiência parece, a princípio, algo fácil e simples a qualquer indivíduo.No entanto durante esse processo realizado automaticamente, não se questiona a seqüência de passos a percorrer para que se consiga realizar o complexo ato de comunicação por meio da língua.

Classificação dos Tipos TextuaisAs diferentes tipologias textuais existentes, são classificadas da seguinte maneira:1) as que consideram as características textuais internas dos textos (ou formais);2) as que consideram os traços textuais exteriores aos textos (ou funcionais);3) as que conciliam traços internos e externos ao texto (formais e funcionais).

Classificação funcionalA classificação atende a critérios funcionais, de acordo com as funções que os textos desempenham em relação ao leitor: informar, explicar ou orientar. Propõe-se, então, três categorias básicas:a) jornalismo informativo: notícia, reportagem, história de interesse humano, informação pela imagem;b) jornalismo interpretativo: reportagem em profundidade;c) jornalismo opinativo: editorial, artigo, crônica, opinião ilustrada, opinião do leitor.Acrescentando alguns elementos, reduz-se essa classificação a duas categorias:

a) jornalismo informativo: nota, notícia, reportagem, entrevista

b) jornalismo operativo: editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura, carta

Evidencia-se a proximidade que há entre gênero e tipos textuais. Os tipos textuais, assim, não se limitam especificamente ao literário, ao jornalístico, ao técnico ou ao científico: são, na verdade, modelos gerais, que são escolhidos, adaptados e readaptados de acordo com cada função especifica que exercem na comunicação.

Classificação formal e funcional

Uma das grandes dificuldades encontradas nas classificações de tipos textuais decorre da não diferenciação entre os planos ou níveis de análise, para uma classificação dos tipos textuais-discursivos em níveis.

a) Primeiro nível: estruturas discursivas.São estruturas discursivas disponíveis na língua, e, portanto, pertencentes ao plano das potencialidades da língua, tradicionalmente identificadas como gêneros de discurso:- estrutura narrativa [predicados de ação; ligação temporal];- estrutura descritiva [predicados estáveis, ou equilibrados, em torno de entidades];- estruturas de tipo expositivo/argumentativo [proposições, construções sintáticas complexas (subordinação) e construções, ou arquitetações hipotéticas];- estruturas procedurais [organizações seqüenciais nas quais a referência a pessoa tem menos interesse que o processo em si (daí a ocorrência de sujeitos genéricos ou da impessoalidade); o verbo se apresenta no modo dos diretivos, o imperativo, o futuro ou o infinitivo; é comum o uso de orações independentes];- estrutura expressiva [predicados com verbos de opinião, avaliativos, ou subjetivos, em que predomina a primeira pessoa];- estruturas dialógicas [identificadas pela alternância das pessoas do discurso envolvidas, podendo, porém, ser reproduzidas em certas formas da escrita].

b) Segundo nível: uso das estruturas discursivas em situações reais de comunicação.

São possibilidades de uso de estruturas que aparecem sob organizações típicas associadas às diversas atividades desenvolvidas pelos indivíduos, como, por exemplo, a estória, a piada, o editorial.

c) Terceiro nível: função ou propósito comunicativo com que dada unidade discursiva é empregada, sua força ilocucionária, ou a variedade de eventos comunicativos a que se associa.

Gêneros:

Primários, Secundários e Estilo

O gênero primário é caracterizado por tipos de enunciado espontâneos e naturais, que ocorrem na imediatez da fala.

O gênero secundário, por tipos de enunciados da fala aprimorados por meio da escrita.

No que se refere ao estilo é possível fazer algumas observações:

Quando escrevemos, devemos criar um estilo próprio para valorizar o nosso trabalho. Sem nos alongarmos no assunto, sugerimos aqui apenas três qualidades fundamentais do estilo: clareza, concisão e originalidade.

A Clareza é a expressão de um pensamento. Para que ela ocorra, é necessário: pontuar corretamente, evitar construção de frases com palavras em ordem inversa e evitar períodos longos, com muitas orações intercaladas.

Exemplo:

"Meu tio, que chegou hoje, o qual é diretor de marketing de uma multinacional, trouxe-me boas notícias, mas eu não as contarei a ninguém, enquanto morar aqui, porque isso, estou certo, me prejudicaria, por muito tempo, na minha repartição." Melhor seria: "Meu tio, chegado hoje, é diretor de marketing de uma multinacional. Trouxe-me boas notícias, que a ninguém contarei. Divulgando-as, isso me prejudicaria, por muito tempo, na repartição. Disso estou certo."

A Concisão é a arte de encerrar um pensamento com o menor uso possível de palavra. Para que haja concisão, é necessário: evitar um número excessivo de adjetivos, principalmente sinônimos, para cada substantivo (manhã, linda, radiosa e magnífica); evitar palavras inúteis ou redundantes (atualmente, nos dias de hoje, o homem atual ...); evitar, sempre que possível, o emprego de dois ou mais verbos juntos (vi que estava sofrendo).

A originalidade, para ser conseguida, é preciso que não se empreguem lugares-comuns ou chavões, evitando a repetição de frases vulgares, usadas constantemente pela gente inculta: (chorou um mar de lágrimas; vem surgindo o astro-rei; seus cabelos cor de prata).

Tipos Textuais como "ferramenta"

Quando um indivíduo utiliza a linguagem, sempre o faz por meio de um tipo de texto ainda que inconscientemente. A escolha de um tipo é um dos passos a ser seguidos no processo de comunicação.Por isso, os tipos textuais podem ser uma ferramenta que está à disposição do indivíduo, sendo-lhe facultado a escolha da melhor maneira que lhe convier para, no processo de comunicação, servir-lhe de esteio na sua expressão lingüística. Utilizar-se de um tipo textual como uma estrutura básica normalmente usada em uma determinada situação o torna uma valiosa "ferramenta" (ou "instrumento") que o indivíduo procura, guia e controla para poder expressar a função primordial da linguagem que é atingir uma comunicação, em maior ou menor grau, argumentativa, ou seja, uma comunicação cujo objetivo é integralmente alcançado e concretizado.

Narração / Descrição / Descrição e Narração / Dissertação

Narração

A narração se caracteriza, essencialmente, pelo dinâmico, pela ação. Sempre é realizada sobre fatos de caráter dinâmico, onde o verbo predomina.É o relato das circunstâncias de um fato. Todo relato de fatos envolve: - um narrador na 1° ou 3° pessoa; - apresentação dos fatos em ordem cronológica ou de importância das circunstâncias que o envolveram. A caracterização é a fala dos personagens.O narrador é aquele através do qual a história nos chega; por isso, acaba por impor condições para o desenvolvimento dos demais elementos narrativos. Sabemos que, por exemplo, um narrador-personagem (aquele que narra em primeira pessoa e está, de alguma maneira, envolvido na história que conta) não tem, a princípio, acesso ao mundo interior das outras personagens, não possui um conhecimento pleno sobre a totalidade dos seres que participam de sua história. Se por acaso, um narrador personagem passar mais informações que as possíveis para o seu "foco", o leitor pode, imediatamente, desconfiar da veracidade do narrado, questionar o narrador (a não ser que o personagem tenha sido construído como um mentiroso salafrário...) e, mais ainda, apontar um problema de incoerência textual.Todo assunto deve ter começo (prólogo), meio (trama) e fim (epílogo).

Quando o narrador está em 1° pessoa ele narra sua própria estória, tornando-se o centro das atenções. Ex: "Eu quisera ser poeta, Ou compositor de hino, E num linguajar cristalino, Só fazer versos perfeitos, Porém, eu tenho esse defeito.

Quando o narrador está em 3° pessoa, ele relata a estória de outra pessoa ou coisa, estando

completamente fora da estória, servindo apenas como interlocutor. Ex: "Os romeiros sobem a ladeira, cheia de espinhos, cheia de pedras. Sobem a ladeira que levam a Deus, e vão cantando louvores pelo caminho.".

A ordem dos fatos em toda a estória se desenrola em duas coordenadas: tempo e espaço.- tempo: pode ser cronológico, quando os fatos são narrados na mesma ordem em que eles se dão no mundo real e há uma narrativa linear (com/meio/fim); ou psicológico, quando nós nos envolvemos em um tempo que flui dentro de nós independentemente do relógio. Para a personagem, um minuto pode parecer uma eternidade ou uma vida eterna pode ser sentida num instante.Uma outra característica que merece ser destacada é a que diz respeito ao próprio ritmo da narrativa.Sabemos que os acontecimentos podem ser narrados conforme uma estruturação de temporalidade seqüencial (os fatos seguem-se uns aos outros, na medida em que aconteceram, ou acontecem) ou rompendo-se essa estruturação através de flashbacks (retrospectivas) e de flashforwards (antecipações).- espaço pode ser:físico; lugar material (externo), onde se passam os fatos: rua, casa, cidade, etc.; social; aglomerado de pessoas com objetivos comuns, ou seja, onde os indivíduos se congregam para fins sociais: cinema, sala de aula, baile.

Discurso direto e indireto

O discurso direto identifica-se com a fala dos personagens, quando o narrador está falando e transfere suas falas às personagens, nesse momento as personagens assumem o fio da narrativa. Ocorre a introdução do verbo dizer e outros sinônimos, e dos sinais específicos de pontuação (:-).Ex: O menino disse: - Hoje não quero ir à escola.A mãe retrucou: - Não posso aceitar que você não vá.

No discurso indireto, só o narrador fala pelos personagens. Os sinais de pontuação são trocados pela conjunção que, conservando-se o verbo dizer ou seus sinônimos.Ex: O menino disse que não queria ir à escola, a mão retrucou que não poderia aceitar que ele não fosse.

Na passagem do discurso direto para o indireto, os verbos que estão no presente vão para o passado, os que estão no passado vão para o mais-que-perfeito, "isto aqui" vira "aquilo lá" e "esta" vira "aquela". Na passagem do indireto para o direto, fazemos o caminho contrário.

Veja alguns exemplos:Do direto para o indireto:- A chuva veio logo, disse ele. Ele disse que a chuva vinha logo.

- Estas memórias vão dar o que falar - admitia esfregando as mãos contentes, ao reler esses lances inéditos.Admitia esfregando as mãos contentes, ao reler aqueles lances inéditos, que aquelas memórias iam dar o que falar.

Do indireto para o direto:O marido perguntou se Diva queria café no quarto. O marido perguntou:- Quer café no quarto, Diva ?

Rodrigo perguntou se tu falaste com o Dr. Brandão. Rodrigo perguntou:- Falaste com o Dr. Brandão ?

Policarpo Quaresma me perguntou como ia a família.

Policarpo Quaresma me perguntou:- Como vai a família ?

Verbos de elocução

Observe o verbo grifado: O pai chamou Carlinhos e perguntou:- Quem quebrou o vidro, meu filho ?

Observe :

A) O pedreiro disse que estava à disposição.B). O pedreiro disse: Estou à disposição.

Transformamos: A - discurso indireto em B - discurso direto . Faça o mesmo:

Observe:

A) Intrigado o pai perguntou ao filho: Você viu ontem uma carteira em cima desta mesa ?

B) Intrigado, o pai perguntou ao filho se ele vira, no dia anterior, uma carteira em cima daquela mesa.

Transformamos: A - discurso direto em B - discurso indireto.

O narrador empregou o verbo perguntar para indicar a personagem a que pertence a fala. Denomina-se verbo de elocução (verbos dicendi).

Veja agora uma relação dos principais verbos de elocução:

dizer (afirmar, declarar) exclamar (gritar, bradar)perguntar (indagar, interrogar) pedir (solicitar, rogar)responder ( retrucar, replicar) exortar (aconselhar)contestar (negar, objetar) ordenar (mandar, determinar)

Além desses verbos de sentido geral, existem outros, mais amplos. Veja alguns:

sussurar cochichar sugerir soluçarmurmurar segredar comentar proporbalbuciar esclarecer convidar cumprimentarrepetir estranhar insistir prosseguircontinuar ajuntar acrescentar concordarconsentir anuir intervir repetirrosnar berrar protestar contrapordesculpar justificar-se suspirar rir, etc.

Pontuação no discurso direto

A fala da personagem, no discurso direto, deve vir disposta em parágrafo e introduzida por travessão.Virou-se para o pai e aconselhou: Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado.

Os verbos de elocução são pontuados de acordo com sua posição.

1a posição - antes da fala - separa-se por dois pontos:

O pai chamou Pedrinho e perguntou: Quem quebrou o vidro, meu filho ?

2a posição - depois da fala - separa-se por travessão ou vírgula :Agora você se chama Teresinha, disse me beijando a face.Agora você se chama Teresinha - disse me beijando a face.

3a posição - no meio da fala - separa-se por travessão ou vírgula: A Sociedade - afirmava Simão - tem obrigação de fazer o enterro. Nesse dia , observou Luís Garcia sorrindo levemente, há de ser tão sincera como hoje.

(Machado de Assis)

Numa narrativa, nem sempre os verbos de elocução estão expressos. Costuma-se omiti-los principalmente em falas curtas ou para traduzir tensão psicológica das personagens.

Utilização do discurso direto na produção de um texto.

Seleção das falas mais significativas, isto é, as falas pertinentes ao conflito básico vivido pelas personagens. Não se deve ter a pretensão de retratar fielmente a realidade, relatando tudo o que as personagens poderiam ter dito.

Adequação das falas ao nível cultural das personagens e principalmente ao registro lingüístico. Discurso indireto

Estabelece-se o discurso indireto, quando o narrador, em vez de deixar a personagem falar, reproduz com suas palavras o que foi dito, Exemplo:Chamou um moleque e bradou-lhe que fosse à casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não estivesse em casa, perguntasse onde podia ser encontrado (...)

( Machado de Assis)

Se o narrador reproduzisse diretamente a fala da personagem, a construção do texto seria assim:Chamou um moleque e bradou-lhe:Vá a casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não estiver em casa, pergunte onde pode ser encontrado.

No discurso indireto, também podem estar presentes verbos dicendi, mas seguidos de orações substantivas, geralmente iniciadas com a conjunção que ou se.

Na passagem do discurso direto para o indireto ou vice-versa, importa observar algumas transformações importantes:

discurso direto: primeira pessoa Eles perguntaram: - O que devemos fazer? 1) Discurso indireto: terceira pessoa 2) Eles perguntaram o que deviam fazer.

discurso direto: imperativoO professor ordenou: - Façam o exercício!1) Discurso indireto: pretérito imperfeito do subjuntivo2) O professor ordenou que fizéssemos o exercício.

discurso direto: futuro do presenteA enfermeira explicou: - Com o medicamento, a criança dormirá calmamente

discurso indireto: futuro do pretéritoA enfermeira explicou que, com o medicamento, a criança dormiria calmamente.

discurso direto: presente do indicativoEla me perguntou: - A quem devo entregar o trabalho?1) Discurso indireto : pretérito imperfeito do indicativo2) Ela me perguntou a quem devia entregar o trabalho.

discurso direto: pretérito perfeitoEle disse: - Estive na escola e falei com o diretor.Discurso indireto: pretérito mais-que-perfeitoEle disse que estivera na escola e falara com o diretor.

Discurso indireto livre

Às vezes, no entanto, as falas do narrador e da personagem parecem confundir-se numa só, sem que se saiba claramente a quem elas pertencem, Trata-se, neste caso, do discurso indireto livre. Observe, por exemplo, esta passagem de Graciliano Ramos, extraída do romance Vidas secas:

O suor umedeceu-lhe as mãos duras. Então? Suando com medo de uma peste que se escondia tremendo?

Note que a primeira frase pertence ao narrador, porém as interrogações são da personagem; entretanto, não há indicações dessa mudança através de verbos dicendi, o que exclui também as conjunções integrantes. Assim, a narrativa se torna mais fluente, aproximando mais narrador e personagem.

Monólogo

O monólogo, constitui, fundamentalmente, o registro das divagações interiores. Pode ser uma narrativa ou um simples relato, o qual pode ter a forma de um acontecimento determinado ou de análise do acontecimento, das relações lógicas ou causais aí implicadas.O monólogo é sempre, apesar do termo, uma linguagem dirigida a um interlocutor vivo; as reações deste permitem a correção no curso da alocução. Em alguns casos, o monólogo pode passar a ser uma forma encoberta de linguagem coloquial e ser regulada de fora. As duas formas também possuem, além dos meios de codificação verbais, uma série de elementos expressivos complementares ou "marcadores" (prosódicos, mímica e gestos expressivos), que pontuam diferentemente recursos sintáticos que podem ser semelhantes ou idênticos. Além disto, as duas formas permitem, em certa medida, que a estrutura gramatical da enunciação fique incompleta (elipse), de tal forma que o monólogo se aproxime estruturalmente do diálogo.

O texto apresenta o registro de um monólogo do narrador-personagem. Leia-o atentamente.

Alguns dias depois achava-me no banheiro, nu, fumando, fantasiando maluqueiras, o que sempre me acontece. Fico assim duas horas, sentado no cimento. Tomo uma xícara de café às seis horas e entro no banheiro. Saio às oito. Visto-me à pressa e corro para a repartição. Enquanto estou ali fumando, nu, as pernas estiradas, dão-se grandes revoluções na minha vida. Faço um livro notável, um romance. Os jornais gritam, uns me atacam, outros me defendem. O diretor olha-me com raiva, mas sei perfeitamente que aquilo é ciúme e não me incomodo. Vou crescer muito. Quando o homem me repreender por causa da informação errada, compreenderei que se zanga porque o meu livro é comentado nas cidades grandes. E ouvirei as censuras resignado. Um sujeito me dirá:

Meus parabéns, seu Silva. O senhor escreveu uma obra excelente. Está aqui a opinião dos críticos.Muito obrigado, doutor.

Abro a torneira, molho os pés. Às vezes passo uma semana compondo esse livro que vai ter grande êxito e acaba traduzido em línguas distantes. Mas isto me enerva. Ando no mundo da lua . Quando saio de casa, não vejo os conhecidos. Chego atrasado à repartição. Escrevo omitindo palavras, e se alguém me fala, acontece-me responder verdadeiros contra-sensos. Para limitar-me às práticas ordinárias, necessito esforço enorme, e isto é doloroso. Não

consigo voltar a ser o Luís da Silva de todos os dias. Olham-me surpreendidos: naturalmente digo tolices, sinto que tenho um ar apalermado. Tento reprimir estas crises de megalomania, luto desesperadamente para afastá-las. Não me dão prazer: excitam-me e abatem-me. Felizmente passam-se meses sem que isto me apareça.De ordinário fico no banheiro, sentado, sem pensar, ou pensando em muitas coisas diversas umas das outras, com os pés na água, fumando, perfeitamente Luís da Silva. Uma formiga que surge traz-me quantidade enorme de recordações, tudo quanto li em almanaques sobre insetos. Agora não há nenhum livro traduzido, nenhuma vaidade. Olho a formiga. Quando ela vai entrar no formigueiro, trago-a para perto de mim, faço no chão um círculo com o dedo molhado, deixo-a numa ilha, sem poder escapulir-se. Observo-a e penso nos costumes dela, que vi nos almanaques.

Graciliano Ramos. Angústia.

Descrição

O ato de descrever requer alguns fatores básicos, como: percepção, análise, classificação. Descrever é traduzir em palavras, minuciosamente, um determinado objeto. A natureza da descrição é estática. Não se faz à base da ação, mas sim à base do estado do objeto. Todo o trabalho descritivo deve ser precedido de um levantamento de dados por parte do observador do objeto.Pode ser definida também como a definição de um objeto ou pessoa, através da exploração dos aspectos que caracterizam esse objeto ou pessoa. Ex: " ... um cara gordo, bem gordo, com a barriga saindo fora da cinta, paletozão largo, chapéu, e um revólver pequeno no coldre ... ".

Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro, pescoço de Hércules, punho de quebrar um coco com um murro: era a força tranqüila, o pulso de chumbo. O outro, franzino, um palmo mais baixo que o português, pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a força nervosa; era o arrebatamento que tudo desbarata no sobressalto do primeiro instante. Um, sólido e resistente; o outro, ligeiro e destemido; mas ambos corajosos.

Nesse texto, extraído do romance O cortiço, Aluísio Azevedo selecionou determinados detalhes das personagens suficientes para caracterizar e sugerir ao leitor a força bruta de Jerônimo e a agilidade de Firmo. As demais características físicas que compõem essas personagens (olhos, rosto, cabelo, peito, pernas, etc.) são articuladas pela imaginação do leitor. Podemos dizer que o autor, diante da realidade física ou psicológica que está sendo descrita, coloca apenas as peças fundamentais de um quebra-cabeça, deixando as demais peças para serem preenchidas pela imaginação do leitor.

A descrição como enriquecimento da narração

A descrição constitui um excelente recurso a ser utilizado dentro de um texto narrativo. Podemos dizer inclusive que será ela a responsável pela vitalidade e expressividade da narrativa. Ela consegue criar toda a atmosfera dramática e afetiva do texto e é através dela que o narrador penetra na alma da personagem. Observe, no texto seguinte, a presença da descrição dentro da narrativa.

Maria Irma escutou-me, séria. A boquinha era quase linear; os olhos tinham fundo, fogo, luz e mistério, e tonteava-me ainda mais o negrume encapelado dos cabelos. Quando eu ia repetir meu amor pela terceira vez, ela, com voz tênue como cascata de orvalho, de folha em flor e flor em folha, respondeu-me:

- Em todos os outros que me disseram isso, eu acreditei... Só em você é que eu não posso, não consigo acreditar...

Guimarães Rosa, Minha gente

Esse trecho perderá toda a atmosfera psicológica se omitirmos os trechos descritivos:

Maria Irma escutou-me. Quando eu ia repetir meu amor pela terceira vez, ela respondeu-me:

- Em todos os outros que me disseram isso, eu acreditei... Só em você é que eu não posso, não consigo acreditar...

1- Fornecemos, a seguir, alguns trechos descritivos.

Com base nos aspectos selecionados pelo autor, informe qual a impressão básica que cada um deles transmite:

(1) beleza (3) ironia (5) bisbilhotice(2) sensualidade (4) introspecção

a) Mas a repolhuda moça não se conformava com aquela desgraça. Vivia triste. As banhas cresciam-lhe cada vez mais; estava vermelha; cansava por cinco passos. Era um desgosto sério! Recorria a vinagre; dava-se a longos exercícios pela varanda; mas qual ! - as enxúndias aumentavam sempre. Lindoca estava cada vez mais redonda, mais boleada; estremecia cada vez mais com o seu peso; os olhos desapareciam-lhe na abundância das bochechas; o seu nariz parecia um lombinho; as suas costas, uma almofada. Bufava."

Aluísio Azevedo, O mulato.

b) Olívia era atraente, tinha uns olhos quentes, uma boca vermelha de lábios cheios.Érico Veríssimo, Olhai os lírios do campo.

c) Chegando à rua, arrependi-me de ter saído. A baronesa era uma das pessoas que mais desconfiavam de nós. Cinqüenta e cinco anos, que pareciam quarenta, macia, risonha, vestígios de beleza, porte elegante e maneiras finas. Não falava muito nem sempre; possuía a grande arte de escutar os outros, espiando-os; reclinava-se então na cadeira, desembainhava um olhar afiado e comprido, e deixava-se estar. Os outros, não sabendo o que era, falavam, olhavam, gesticulavam, ao tempo que ela olhava só, ora fixa, ora móbil, levando a astúcia ao ponto de olhar às vezes para dentro de si, porque deixava cair as pálpebras; mas, como as pestanas eram rótulas, o olhar continuava o seu ofício, remexendo a alma e a vida dos outros.

Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.

d) As senhoras casadas eram bonitas; a mesma solteira não devia ter sido feia, aos vinte e cinco anos; mas Sofia primava entre todas elas.Não seria tudo o que o nosso amigo sentia, mas era muito. Era daquela casta de mulheres que o tempo, como um escultor vagaroso, não acaba logo, e vai polindo ao passar dos longos dias. Essas esculturas lentas são miraculosas; Sofia rastejava os vinte e oito anos; estava mais bela que aos vinte e sete; era de supor que só aos trinta desse o escultor os últimos retoques, se não quisesse prolongar ainda o trabalho, por dois ou três anos.Os olhos, por exemplo, não são os mesmos da estrada de ferro, quando o nosso Rubião falava com a Palha, e eles iam sublinhando a conversação... Agora, parecem mais negros, e já não sublinham nada; compõem logo as cousas, por si mesmos, em letra vistosa e gorda, e não é uma linha nem duas, são capítulos inteiros. A boca parece mais fresca. Ombros, mãos, braços, são melhores, e ela ainda os faz ótimos por meio de atitudes e gestos escolhidos. Uma feição que a dona nunca pôde suportar, - cousa que o próprio Rubião achou a princípio que destoava do resto da cara, - o excesso de sobrancelhas, - isso mesmo, sem ter diminuído, como que lhe dá ao todo um aspecto mui particular.Traja bem; comprime a cintura e o tronco no corpinho de lã fina cor de castanha, obra simples, e traz nas orelhas duas pérolas verdadeiras - mimo que o nosso Rubião lhe deu pela Páscoa.

Machado de Assis, Quincas Borba

e) Tinha quinze anos e não era bonita. Mas por dentro da magreza, a vastidão quase magestosa em que se movia como dentro de uma meditação. E dentro da nebulosidade algo precioso. Que não se espreguiçava, não se comprometia, não se contaminava. Que era intenso como uma jóia. Ela.

Clarice Lispector, Laços de família.

2- Destaque, no texto abaixo, as passagens descritivas.

a) Inesperadamente reaparece o Silvino muito branco, com as suíças mais pretas, pelo contraste do medo.

Raul Pompéia, O Ateneu

b) Fechei-me no quarto. Pela janela aberta entrava um cheiro de mato misantropo. Debrucei-me.

Noite sem lua, concha sem pérola. Só silhueta de árvores. E um vaga-lume lanterneiro, que riscou um psiu de luz.

Guimarães Rosa, Sagarana

c) Sentada em uma mesa, a velha cafetina. Pintura pesada, boca vermelha, cabelo oxigenado, carnes moles.

Leonor Maria A . de Carvalho, aluna

d) Vieram tomar o menino da Senhora. Séria, mãe, moça dos olhos grandes, nem sequer era formosa; o filho, abaixo de ano, requeria seus afagos. Não deviam cumprir essa ação, para o marido, homem forçoso. Ela procedera mal, ele estava do lado da honra.

Guimarães Rosa, Tutaméia.

e) Enfim, num morrer de mês, voltei ao São Martinho. Entrei modificado, sério, de poucas falas. Evitei falar com Dona Lúcia. Foi até bom que Naninha mostrasse interesse por mim. Moça limpa, sem um dedal de pecado. Se a mulher de Frederico viesse com imposições, falando em passeios pelos matos, eu era muito Eduardo de Sá Meneses de mandar que comprasse um espelho.

José Cândido de Carvalho, Olha para o céu, Frederico

3- Acrescente ao texto narrativo frases descritivas, na seqüência que você julgar adequada.

Trecho narrativo:

Uma tarde me chegou uma cabrocha me pedindo esmola para a mãe doente. Dei dois mil-réis. Voltou no outro dia, para falar não sei de quê.

Frases descritivas:a) Tinha os olhos claros e umas feições admiráveis.b) O corpo era bem-feito.c) Pequena.d) Os olhos, de um verde desmaiado, mas muito suja.e) Mexia com os quartos, quando andava.

4- Releia o texto "d" da 1a questão.O que o autor quis dizer com:

a) "Sofia rastejava os vinte e oito anos".b) "Era daquela casta de mulheres que o tempo..."c) "...era de supor que só aos trinta desse o escultor os últimos retoques..."

5- Qual o objeto de cada uma das descrições a seguir ?

Sublinhe as palavras que identificam os objetos , as noções ou os personagens descritos.

a) "Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, braços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa-de-meia esburacada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia estar morto. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abandonado."

(Fernando Sabino)

b) "Na noite de S. João, a fogueira armada em pirâmide apontando para alguma estrela; galhos, gravetos, e folhas amparadas por toras mais grossas. Por baixo de tudo, bolas de alcatrão e um leve cheiro de álcool antigo (se lhes parecer possível)."

(Gustavo Bernardo)

c) "Era um menino. Nem bonito nem feio; tem boca, orelhas, sexo e nariz no seu devido lugar, cinco dedos em cada mão e em cada pé. Realizou a grande temeridade de nascer e saiu-se bem da empreitada. Já enfrentou dez minutos de vida. Ainda traz consigo, nos olhinhos esgazeados, um resto de eternidade."

( Fernando Sabino )

Respostas/ Gabarito1-a- (3) b- (2) c- (5) d- (1) e- (4)

2-a) Muito branco, com as suíças pretas, pelo contraste do medo.b) Noite sem lua, concha sem pérola. Só silhueta de árvores. E um vaga-lume lanterneiro que riscou um psiu de luz.c) Pintura pesada, boca vermelha, cabelo oxigenado, carnes moles.d) Séria, mãe; moça de olhos grandes, nem sequer era formosa; abaixo de anoe) modificado, sério de poucas falas. Moça limpa, sem um dedal de pecado.

3-Esse exercício admite várias soluções aceitáveis.

4- (com)a) Sofia contava aproximadamente os 28 anos. (classe)b) Era daquela linhagem de mulheres que o tempo...c) ...era de supor que só aos trinta atingiria o auge de sua beleza...

5-Somente não sublinhe:a) ..."para se defender contra o frio da noite. ... como podia estar morto. ... abandonado sobre a calçada. Um..."b)..."Na noite de S. João, a ...(se lhes parecer possível)"c) "Realizou a grande temeridade de nascer e saiu-se muito bem da empreitada. Já enfrentou dez minutos de vida".

Descrição e Narração

Para que fique claro a diferença entre narração e descrição, vamos destacar dois momentos do texto:

A) Jerônimo, esbravecido pelo insulto, cresceu para o adversário com um soco armado; o cabra, porém, deixou-se cair de costas, a perna direita levantada; e o soco passou por cima, varando o espaço, enquanto o português apanhava no ventre um pontapé desesperado.

B) Os instrumentos calaram-se logo. Fez-se um profundo silêncio. Ninguém se mexeu do lugar em que estava. E, no meio da grande roda, iluminados amplamente pelo capitoso luar de abril, os dois homens, perfilados defronte um do outro, olhavam-se em desafio.

Nesses dois trechos, o narrador transmite aspectos da realidade. Há, porém, uma diferença na maneira como esses aspectos são captados.

No texto A, o autor captou determinados aspectos da realidade em seu dinamismo, transmitindo ao leitor a progressão dos fatos em seu desenvolvimento temporal. Essa forma de apresentar a realidade denomina-se narração.

No texto B, os aspectos da realidade captados pelo narrador acontecem ao mesmo tempo, são simultâneos. Não há entre eles qualquer marca temporal que indique progressão. Essa forma de apresentar a realidade denomina-se descrição.A descrição capta a simultaneidade dos fatos e aspectos que compõe a realidade.Poderíamos dizer que a narração está para o cinema, assim como a descrição está para a fotografia.

1 - Informe, nos trechos seguintes, o processo utilizado pelo narrador: narração ou descrição.

a) O outro erguera-se logo e, mal se tinha equilibrado, já uma rasteira o tombava para a direita, enquanto da esquerda ele recebia uma tapona na orelha. Furioso, desferiu novo soco, mas o capoeira deu para trás um salto de gato e o português sentiu um pontapé nos queixos.

b) Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro, pescoço de Hércules, punho de quebrar um coco com um murro: era a força tranqüila, o pulso de chumbo. O outro, franzino, um palmo mais baixo que o português, pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a força nervosa; era o arrebatamento que tudo desbarata no sobressalto do primeiro instante. Um, sólido e resistente; o outro, ligeiro e destemido; mas ambos corajosos.

c) Piedade berrava, reclamando polícia; tinha levado um troca-queixos do marido, porque insistia em tirá-lo da luta. As janelas do Miranda acumulavam-se de gente. Ouviam-se apitos, soprados com desespero.

d) Mas, lá pelo meio do pagode, a baiana caíra na imprudência de derrear-se toda sobre o português e soprar-lhe um segredo, requebrando os olhos. Firmo, de um salto, aprumou-se então defronte dele, medindo-o de alto a baixo com um olhar provocador e atrevido.

2 - Numa descrição, a ordenação dos fatos não é um fator determinante, por não haver entre eles progressividade. Você encontrará em cada item a seguir um conjunto de aspectos. Ordene-os na seqüência que julgar adequada e componha um texto descritivo.

a) Os olhos do gato riscam no escuro, verdes, demoníacos.b) A ladeira faz uma curva.c) As casas, velhas, tortas, desalinhadas, dormem.d) Os passos ecoam, sinistros, secos, vagarosos.e) Nenhuma janela acesa, nenhuma luz pelas frinchas.f) Os lampiões silvam.

Respostas / Gabarito:1-a) narração b) descrição c) descrição d) narração

2- Deve se aceitar qualquer seqüência, destacando-se:a) o aspecto que se pretende enfatizar b) o ritmo da seqüência de fatos

Dissertação

Consiste em tratar com desenvolvimento um ponto doutrinário. Para dissertar sobre algum assunto, é necessário planejamento e elaboração. Nem sempre exige pesquisas especializadas ou leituras profundas.

Na dissertação propriamente dita, não se verifica, como na narração, progressão temporal entre as frases e, na maioria das vezes, o objeto da dissertação é abstraído do tempo e do espaço .Comumentemente, em provas de concursos ou nos exames vestibulares a dissertação exigida versa sobre tema genérico a respeito do qual uma pessoa mais ou menos informada possa escrever, desde que seja possuidora de alguns conhecimentos básicos. Dentre eles, destacam-se dois fundamentais: conhecimento sobre o tema e habilidade de expressão escrita.- conhecimento sobre o tema: Ao ler o tema exigido, a primeira coisa a fazer é elaborar um plano que dará segurança ao redator e firmeza sobre o que vai dissertar. É preferível escolher poucas idéias e bem argumentá-las a simplesmente constatar uma série de idéias sem argumentações coerentes. Seja qual for o tema, o espírito crítico do redator, quando evidenciado, deve revelar expressividade e inteligência.- habilidade de escrita:O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: uma frase contendo a idéia principal (frase nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal idéia.

Exemplo: " A televisão mostra uma realidade idealizada (idéia central) porque oculta os problemas sociais realmente graves. (idéia secundária)

1- Exercício Desenvolva as idéias apresentadas, construindo frases adequadas:

a- Muitas pessoas que vivem em grandes cidades sonham com a vida no campo porque...b- O jornal pode ser um excelente meio de conscientização das pessoas, a não ser que ...c- As mulheres vêm conquistando um espaço cada vez maior na vida social e política de

muitos países, no entanto...d- Muitas pessoas propõem a pena de morte como medida para conter a violência; outras,

porém, ...e- Muita gente acha que arte é dispensável, mas ...f- Devemos lutar para a preservação do meio ambiente, pois ...g- O lazer é necessário ao homem, no entanto...h- Muitos são contra as pesquisas espaciais, porque ...i- Geralmente os alunos acham dificuldade em elaborar uma dissertação, pois ...

2- Exercício Com base no exemplo, desenvolva as frases apresentadas, colocando argumentos que apoiem

as idéias expressas:

Exemplo:

idéia central - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente.

Desenvolvimento - A poluição atmosférica deve ser combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo daquelas que sofrem de problemas respiratórios.

a- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado muita gente ao vício.b- A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação criados pelo homem.c- A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades e hoje parece claro que esse

problema não pode ser resolvido apenas pela polícia.d- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise atualmente.e- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a sociedade brasileira.

Compreensão global do textoTextoA palavra texto vem do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Essa origem aponta

a idéia de que texto resulta de um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter-relacionado, um todo coeso e coerente.

Os concursos, de uma forma geral, apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.

As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.

Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

Como Ler e Entender Bem um TextoO homem usa a língua porque vive em comunidades, nas quais tem necessidade de se comunicar, de estabelecer relações dos mais variados tipos, de obter deles reações ou comportamentos, interagindo socialmente por meio do seu discurso.

Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura.

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Da teoria à prática

ONU alerta para crescimento populacional

“Em 2050, a população mundial poderá ter crescido para 10,9 bilhões de pessoas. Esse aumento de 6,1 bilhões – 78,7% sobre o número atual de habitantes- pode se tornar realidade, caso as mulheres continuem sem acesso à educação e à saúde, segundo o relatório Estudo da População Mundial 2001, divulgado recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU).

No entanto, se a população feminina tiver direito à saúde reprodutiva, incluindo o direito de planejar a quantidade de filhos que pretende ter, o crescimento populacional esperado no período pode cair para 52%, chegando a 9,3 bilhões de pessoas em 2050.De qualquer forma, a previsão para as condições de vida da população não é atraente. A totalidade do aumento da população vai se dar nos países em desenvolvimento, intensificando a batalha que já travam contra a pobreza.Os 49 países menos desenvolvidos – que já são os mais afetados pela degradação do solo e da água e pela escassez de alimentos – terão três vezes mais habitantes do que têm hoje. Esses países são também os que enfrentam maiores dificuldades para fornecer serviços básicos a seus habitantes.”

O Estado de S. Paulo, 8 nov.2001

1º Passo: a identificação do temaO título do texto lido pode ser considerado uma boa “pista” para o tema focalizado: “crescimento populacional”. Os parágrafos lidos confirmam que o texto desenvolve, realmente, esse tema.

2º Passo: a síntese do textoA Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou os resultados de um estudo que prevê um crescimento superior a 78% da população mundial até o ano de 2050. Esse crescimento está condicionado ao acesso das mulheres à educação e à saúde. Caso esse acesso seja garantido, o percentual de crescimento pode cair para 52%. As populações dos países em desenvolvimento serão as que mais vão crescer até 2050. Atualmente esses países já enfrentam grandes dificuldades para garantir condições básicas de vida a seus habitantes.

3º Passo: organizar as próprias idéias em relação ao textoEsse é um procedimento necessariamente individual. Pense um pouco sobre o que você já ouviu falar sobre crescimento populacional. Ele provoca algum tipo de problema? Qual? É gerado por alguma causa específica? Pense nas respostas para essas questões e procure articulá-las com as informações obtidas no texto.

4º Passo: estabelecer relações entre as informações obtidasO texto refere-se a um crescimento populacional possível, mas não obrigatório. A principal condição para evitá-lo é garantir que as mulheres sejam educadas e tenham orientação e atendimento médico. Isso sugere que o ponto central do problema está relacionado ao planejamento familiar.

5º Passo: interpretar os dados e fatosOs países em desenvolvimento serão os mais afetados por um crescimento populacional desordenado, pois muitas pessoas já vivem em condições de pobreza extrema e não têm acesso à educação e saúde.

6º Passo: elaborar hipóteses explicativasA única forma de evitar o círculo vicioso da pobreza – alto número de filhos – pobreza maior – é atuar, agora, na educação das mulheres. Se elas souberem como (e tiverem os meios para) evitar muitos filhos, o crescimento populacional ocorrerá de modo menos acelerado. Caso o aumento da população seja contido, a condição de vida das pessoas também pode melhorar. Os países em desenvolvimento deveriam entender o “recado” transmitido pelo estudo da ONU e começar imediatamente a tentar reverter esse quadro de miséria.

Vamos praticar!!

Texto I A Fome

Cerca de 20 milhões de crianças e mais 20 milhões de adultos morrem anualmente de fome e subnutrição. A informação é do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a

Agricultura e Alimentação (FAO). Edouard Salema, segundo o qual, se observássemos um minuto de silêncio por cada pessoa que morreu no ano passado por causas relacionadas com a fome, estaríamos em pé, calados, ainda depois de acabado o século... Ele citou, entre a lista de paradoxos que o panorama econômico mundial oferece, o fato de que os gastos militares de todo o mundo aumentaram em proporções colossais, e sua quantia foi superior em 20 vezes ao total de assistência oficial ao desenvolvimento. O custo de um só porta-aviões nuclear, disse ele, é superior ao Produto Nacional Bruto (PNB) de 53 países. Os países em desenvolvimento gastam anualmente com importação de armas o equivalente a suas importações totais de alimentos

(A Tarde: Salvador)

1) Marque a opção incorreta sobre a primeira frase:a) A expressão cerca de indica quantidade aproximada.b) Fome e subnutrição indicam o modo de morrer de crianças e adultos.c) Anualmente corresponde a todo ano.d) A intenção da frase é informar e surpreender o leitor.

2) O texto cita a fonte de informação porque...a) O tema é importante.b) é obrigação de todo jornalista fazer isso.c) quer provocar sensacionalismo.d) quer dar autoridade ao que afirma.

3) FAO é a sigla que não corresponde às palavras que a antecedem porque...a) o jornalista cometeu um equívoco.b) é uma abreviatura, não uma sigla.c) corresponde a outra língua.d) refere-se a uma entidade diferente.

4) “...segundo o qual...” – Neste segmento há idéia de: a) proporcionalidadeb) consequênciac) conformidaded) causalidade

5) “...se observássemos um minuto de silêncio...” – Este segmento representa:a) concessãob) condiçãoc) finalidaded) proporção

6) “... um minuto de silêncio...” – o item a seguir não é do mesmo tipo do destaque:a) morrem anualmente de fomeb) entre a lista de paradoxosc) o PNB de 53 paísesd) gastos militares de todo o mundo

7) No texto o jornalista:a) opina utilizando–se das palavras do diretor-geral da ONU.b) registra palavras do diretor-geral da ONU.c) cria uma relação do custo da fome com o dos gastos militares.d) mostra que o mercado mundial lucra com a miséria de muitos.

8) É informação clara no texto:a) os gastos militares são superiores aos gastos coma fome.b) o combate à fome é impossível pelos altos gastos que exige.c) a construção do porta-aviões deve ser alterada.d) o diretor-geral da ONU declara alguns absurdos.

Gabarito

01 - B 02 - D 03 - C 04 - C 05 - B 06 - A 07 - B 08 - D

Texto II

A RIO-SÃO PAULO TEM 61 ANOS.

Jornal dos Transportes – julho de 1969.

A primeira viagem de automóvel entre o Rio e São Paulo foi realizada em 876 horas. O herói da façanha foi o Conde Lesdain, que trouxe da França o seu carro “Brassiler”. A viagem teve início às cinco horas do dia 7 de março de 1908, há portanto, 61 anos, e terminou às 17,24h de 12 de abril, percorrendo os mesmos caminhos do Século XVIII.Depois da duplicação da Rodovia Presidente Dutra, feito expressivo da nossa engenharia, que exigiu a maior concentração de máquinas rodoviárias jamais verificada entre nós, o percurso entre as duas principais cidades brasileiras pode ser coberto em seis horas apenas.Com a duplicação, o movimento diário da estrada elevou-se a duzentos mil veículos. O índice de acidentes, por outro lado, também aumentou, porque as novas pistas de mão única favorecem a imprudência dos motoristas, principalmente nos fins de semana.A imprudência dos motoristas é observada por toda parte. Nas rodovias, porém, assume proporções alarmantes. Ao contrário do que muitos imaginam, dirigir nas estradas não é tarefa das mais fáceis, porque, além de perícia e habilidade, exige contínua e redobrada atenção, em função da velocidade e da distância a percorrer.[....] As estatísticas demonstram que o número de mortos e feridos em desastres rodoviários na maioria dos países industrializados é, hoje em dia, maior que o de qualquer outro tipo de acidentes, como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, onde, nas suas magníficas estradas, registram-se os mais elevados índices. A solução, portanto, é atender rapidamente os feridos, no próprio local do acidente, quando necessário, para salvar o maior número de vítimas. Foi observado, em relação à nossa principal rodovia, que, graças a medidas postas em prática, tem diminuído o número de mortes, embora o de desastres continue em escala crescente.

1. “A primeira viagem de automóvel entre o Rio e São Paulo foi realizada em 876 horas”; o item abaixo em que a reescritura dessa frase inicial do texto ALTERA o seu sentido original é: Foi realizada em 876 horas a primeira viagem de automóvel entre o Rio e São Paulo; Entre o Rio e São Paulo, a primeira viagem de automóvel foi realizada em 876 horas; 876 horas foi o tempo de duração da primeira viagem de automóvel que foi realizada entre o Rio e São Paulo; Realizou-se em 876 horas a primeira viagem de automóvel que foi realizada entre o Rio e São Paulo; A primeira viagem de automóvel, em 876 horas, realizou-se entre o Rio e São Paulo.

2. Ao utilizar o vocábulo “façanha”, dizendo que o Conde Lesdain foi “o herói da façanha”, o autor do texto quer destacar:b) as dificuldades enfrentadas na viagem; c) o valor histórico do feito; d) um fato inexpressivo; e) as qualidades da estrada; f) a duração da viagem inicial.

3. Sabendo que os numerais ordinais são classes de palavras que indicam uma sucessão, o item abaixo que mostra um exemplo de numeral de valor ordinal é:A. 61 anos; B. Século XVIII; C. 876 horas; D. cinco horas; E. às 17,24 h.

4. “876 horas”, “às cinco horas”, “às 17,24h”; a observação correta sobre um desses segmentos do texto é:A. “876 horas” poderia ser abreviado em “876hs.”; B. “às cinco horas” poderia ser abreviado em “às 5hs.”; C. “às 17,24h” tem a forma abreviada incorretamente; D. em “876 horas”, o vocábulo “horas” não deve ser abreviado; E. em “às cinco horas”, o vocábulo “horas” não pode ser abreviado.

5. “A viagem teve início...”; o segmento “teve início” pode ser corretamente substituído por “começou” ou “principiou”; o item abaixo em que o segmento sublinhado NÃO apresenta uma substituição adequada é:A. o problema teve solução = solucionou; B. a viagem teve fim = terminou; C. o conde teve disposição = dispôs-se a; D. o conde teve prazer em viajar = gostou de; E. os carros têm obrigação de parar nos sinais = devem.

6. “o conde trouxe da França o seu carro “Brassiler”; a reescritura dessa frase (substituiu-se nela o pronome relativo pelo antecedente) que apresenta uma forma INADEQUADA é:A. o conde trouxe o seu carro “Brassiler” da França; B. da França é que o conde trouxe o seu carro “Brassiler”; C. o seu carro “Brassiler” foi trazido da França pelo conde; D. Foi trazido da França pelo conde o seu carro “Brassiler”; E. o carro “Brassiler”, o conde o trouxe da França.

7. “A viagem teve início às cinco horas do dia 7 de março de 1908, há portanto, 61 anos”; a conclusão presente nesse segmento do texto:A. leva em consideração o valor histórico do feito; A. apresenta cálculo equivocado no número de anos; B. tem como ponto de referência a data da publicação do artigo; C. valoriza o trabalho do governo na construção de estradas; D. destaca a rápida passagem de tempo de uma obra grandiosa.

8. No início do segundo parágrafo, é dito que houve “duplicação” da Rodovia Presidente Dutra; o termo entre aspas significa que:E. a rodovia teve duplicada a sua extensão; A. o tráfego de veículos teve seu movimento duplicado; B. houve a construção de uma nova rodovia entre as duas cidades; C. dividiram o movimento de veículos em duas mãos de direção; D. houve ampliação do número de vias em cada mão de direção.

9. Pelo que é dito no segundo parágrafo, a redução do tempo de duração da viagem entre as cidades do Rio e São Paulo deve-se à(ao):E. duplicação da rodovia; A. engenharia brasileira; B. concentração de máquinas; C. trabalho realizado pelo conde; D. aproximação entre as duas cidades.

10. “Com a duplicação,...”; o conector “com” só NÃO pode ser substituído de forma adequada por:E. a partir de; A. por causa de; B. em razão de; C. apesar de; D. depois de.

11. Segundo o que nos é dito no terceiro parágrafo, o número de acidentes aumentou porque:

E. houve aumento de motoristas imprudentes nos fins de semana; A. as estradas de mão única fazem aumentar a velocidade dos veículos; B. quanto maior o tráfego de veículos, maior é o número de acidentes; C. a imprudência dos motoristas aumenta nos fins de semana; D. houve progresso tecnológico na velocidade dos automóveis.

12. O fato de relacionar o aumento de acidentes a fins de semana traz implícita a idéia de que:E. os motoristas de fins de semana não estão habituados às estradas; A. as estradas têm maior movimento nos fins de semana; B. nos fins de semana há menor fiscalização nas estradas; C. todos os motoristas de fins de semana abusam da bebida; D. muitos motoristas de fins de semana não possuem habilitação legal.

13. “...por toda parte” é semanticamente diferente de “por toda a parte”; o item em que o emprego do artigo muda substancialmente o sentido do segmento é:E. meu país construiu estradas / o meu país construiu estradas; A. Lula foi eleito presidente / o Lula foi eleito presidente; B. servir a francesa / servir à francesa; C. ler em livros importados / ler nos livros importados; D. graças a investimentos estatais / graças aos investimentos estatais.

14. “A imprudência dos motoristas é observada por toda parte”; esta frase, na voz ativa, apresenta a forma:E. Observa-se a imprudência dos motoristas por toda parte; A. Toda parte observa a imprudência dos motoristas; B. Por toda parte se observa a imprudência dos motoristas; C. Observam a imprudência dos motoristas por toda parte; D. Por toda parte é observada a imprudência dos motoristas.

15. “A imprudência dos motoristas é observada por toda parte. Nas rodovias, porém, assume proporções alarmantes”; a mesma idéia veiculada nos segmentos destacados pode ser observada em:E. apesar de assumir proporções alarmantes nas rodovias, a imprudência dos motoristas pode ser observada em toda parte; A. já que assume proporções alarmantes nas rodovias, a imprudência dos motoristas pode ser observada em toda parte; B. a imprudência dos motoristas pode ser observada em toda parte, portanto, assume proporções alarmantes nas rodovias; C. a fim de assumir proporções alarmantes nas rodovias, a imprudência dos motoristas é observada em toda parte; D. quando assume proporções alarmantes nas rodovias, a imprudência dos motoristas em toda parte pode ser observada.

16. “As estatísticas demonstram que o número de mortos e feridos em desastres rodoviários na maioria dos países industrializados é, hoje em dia, maior que o de qualquer outro tipo de acidentes”; infere-se desse segmento do texto que:E. nos países não industrializados, o número de mortos e feridos em acidentes rodoviários é igual ao dos outros tipos de acidentes; A. outros tipos de acidentes, antes da industrialização, não causavam tantas mortes quanto agora; B. os países industrializados mostram diferenças na relação entre mortos e feridos em acidentes rodoviários e em outros tipos de acidentes; C. sempre que cresce a industrialização de um país, cresce o número de mortos e feridos em acidentes rodoviários em relação a outros tipos de acidentes; D. futuramente a relação entre mortos e feridos em acidentes rodoviários e em outros tipos de acidentes será ainda maior.

17. “...onde, nas suas magníficas estradas, registram-se os mais elevados índices”; a relação entre os dois segmentos desse fragmento do texto é bem expressa em:

E. embora as suas magníficas estradas, registram-se os mais elevados índices; A. por causa de suas magníficas estradas, registram-se os mais elevados índices; B. em vista de suas magníficas estradas, registram-se os mais elevados índices; C. depois de suas magníficas estradas, registram-se os mais elevados índices; D. a partir de suas magníficas estradas, registram-se os mais elevados índices.

18. A frase que NÃO apresenta qualquer exemplo de comparativo ou superlativo é:E. “atender rapidamente os feridos”; A. “registram-se os mais elevados índices”; B. “para salvar o maior número de vítimas”; C. “dirigir nas estradas não é tarefa das mais fáceis”; D. “exigiu a maior concentração de máquinas rodoviárias”.

19. Segundo o que se depreende da leitura global do texto, sua principal motivação é:E. comemorar o aniversário da Rodovia Presidente Dutra; A. chamar a atenção para a duplicação da Rodovia Presidente Dutra; B. condenar o progresso sem as necessárias medidas de proteção; C. alertar para o perigo de acidentes nas estradas; D. elogiar a redução de mortos e feridos em nossas estradas.

20. “percorrendo os mesmos caminhos do Século XVIII”; o comentário correto sobre esse segmento do texto é:E. o número romano, neste caso, deve ser lido como ordinal; A. a forma do gerúndio “percorrendo” equivale a “quando percorreu”; B. a forma desenvolvida da forma verbal reduzida é “após percorrer”; C. a forma passiva correspondente a “percorrendo” é “tendo percorrido”; D. “mesmos”, no contexto da frase, mostram valor de identidade.

GABARITO

01: E. 02: A 03: B 04: D 05: A 06: C 07: C 08: D 09: A 10: D11: C 12: A 13: C 14: D 15: A 16: C 17: A 18: A 19: D 20: E

Texto III

RELATÓRIOJorge Miguel

Senhor Superintendente,

Tendo sido designado por Vossa Senhoria para apurar as denúncias de irregularidades ocorridas no aeroporto de Marília, submeto à apreciação de Vossa Senhoria o relatório das diligências que nesse sentido efetuei.No dia 23 de julho de 1988 dirigi-me ao senhor Raimundo Alves Correia, encarregado do aeroporto daquela cidade, para que permitisse fosse interrogado o funcionário João Romão, acusado de ter furtado uma máquina de escrever Olivetti n. 146.801, pertencente ao patrimônio do aeroporto. O acusado relatou-nos que realmente havia levado a máquina para casa na sexta-feira - 18 de março de 1988 - apenas para executar alguma tarefa de caráter particular. Não a devolveu na segunda-feira, dia 21 de março, porque faltou ao serviço por motivo de doença.Quando retornou ao serviço dia 28 de março, devolveu a máquina. A doença do acusado está comprovada pelo atestado que segue anexo ao presente relatório; a devolução da máquina no dia 28 de março foi confirmada pelo senhor Raimundo Alves Correia.Do exposto conclui-se que me parece infundada a acusação. Não houve vontade de subtrair a máquina, mas apenas negligência do acusado em levar para casa um bem público para executar tarefa particular. Foi irresponsável.Não cometeu qualquer ato criminoso. Não me convence seja necessário impor-se a instauração de processo administrativo. O funcionário deve ser repreendido pela negligência que cometeu. É o que me cumpre levar ao conhecimento de Vossa Senhoria.Aproveito a oportunidade para apresentar-lhe protestos de minha distinta consideração.

São Paulo, 25 de julho de 1988 Cláudio da Costa

01. A finalidade principal do texto é:a) orientar o superior na tomada de uma decisão;b) documentar oficialmente um ato irregular;c) discutir um tema polêmico;d) fornecer dados para uma investigação;e) indicar funcionários passíveis de punição.

02. Não consta(m) do relatório lido:a) o cargo da autoridade a quem é dirigido;b) o relato dos fatos ocorridos;c) uma preocupação literária do autor;d) as conclusões dos fatos analisados;e) uma fórmula de cortesia final.

03. “Tendo sido designado por Vossa Senhoria...”; esta oração inicial do texto tem valor:a) concessivo;b) temporal;c) conclusivo;d) causal;e) consecutivo.

04. O estilo burocrático se caracteriza, entre outras coisas, pelo emprego de palavras desnecessárias; no primeiro parágrafo do texto são exemplos desse caso:a) denúncias; ocorridas; apreciação;b) ocorridas; apreciação; relatório;c) apreciação; relatório; nesse sentido;d) relatório; denúncias; ocorridas;e) nesse sentido; ocorridas; apreciação.

05. As datas presentes no texto têm a finalidade textual de:a) mostrar a evolução dos acontecimentos;b) documentar os fatos citados;c) criar a falsa impressão de verdade;d) valorizar o trabalho do autor do relatório;e) facilitar a leitura do relatório.

06. “... que se anexa ao presente relatório.” ; o item abaixo em que a concordância do vocábulo anexo está correta é:a) Vai anexa o atestado médico;b) Vão anexo o atestado e a foto do funcionário;c) Estão em anexas as fotografias pedidas;d) Está em anexo a declaração do réu;e) Está anexo os documentos solicitados.

07. O plural do verbo e do pronome em “dirigi-me” é:a) dirigi-nos;b) dirugimos-nos;c) dirigimos-me;d) dirigis-nos;e) dirigimo-nos.

08. “...me parece infundada a acusação.”; o adjetivo sublinhado corresponde semanticamente a:a) sem fundos;b) sem fundações;c) sem fundamento;d) sem finalidade;e) sem fingimento.

09. “Não cometeu qualquer ato criminoso.”; este segmento do texto corresponde a uma:a) conclusão à que chegou o autor do relatório;b) alegação do acusado de roubo;c) opinião do chefe do funcionário acusado;d) opinião do superintendente;e) decisão do juiz encarregado do caso.

10. “...seja necessário impor-se a instauração de processo administrativo.”; o verbo sublinhado, em forma reduzida, corresponde, em forma desenvolvida, a:a) que seja imposta;b) que se impusesse;c) que se imponham;d) que se impunha;e) que se impusessem.

11. “É o que me cumpre levar ao conhecimento...”; o verbo sublinhado tem por sinônimo correto:a) compreende;b) cabe;c) obriga;d) capacita;e) solicita.

12. Consideração tem por plural considerações; o vocábulo abaixo que faz o plural da mesma forma é:a) cidadão;b) escrivão;c) irmão;d) chapelão;e) ademão.

13. “... que realmente havia levado a máquina para casa...”; a forma verbal sublinhada equivale a:a) levava;b) levou;c) leva;d) levara;e) levasse.

14. A única irregularidade existente nos fatos narrados é:a) a ausência prolongada do funcionário;b) na não devolução da máquina de escrever;c) usar-se um bem público em tarefas particulares;d) não prevenir o chefe sobre ter levado a máquina;e) a intenção de roubar um bem público.

GABARITO

01. A 02. C 03. D 04. E 05. B 06. D 07. E08. C 09. A 10. A 11. B 12. D 13. D 14. C

Texto IV

ORDEM DE SERVIÇO Nº 01 – DRH

O Chefe Geral do Departamento de Recursos Humanos, no uso de suas atribuições legais e CONSIDERANDO que o regulamento interno admite que sejam relevadas até três faltas do funcionário durante o mês, motivadas por doença comprovada mediante apresentação imediata do atestado médico;

CONSIDERANDO a necessidade de haver controle rigoroso com relação às faltas do funcionário até 03 (três) dias, justificadas mediante a utilização de atestados médicos emitidos por profissionais particulares e/ou SAS;CONSIDERANDO, ainda, o dever funcional imposto ao funcionário de se submeter à inspeção médica sempre que for determinado pela autoridade competente, até como forma de assegurar melhores condições de saúde dos funcionários pertencentes ao Quadro de Pessoal dessa Empresa;

RESOLVE:RECOMENDAR aos chefes de Departamento, sempre que lhes forem apresentados atestados médicos particulares para justificar até três ausências no período de um mês, ou que excederem o limite de 09 (nove) ao ano, que adotem providências para que seja o funcionário encaminhado à Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional, para submeter-se à inspeção e avaliação de suas condições de saúde. 01. De acordo com o texto, é correto afirmar:a) O funcionário tem assegurado o direito de faltar ao serviço, sem necessidade de comprovação, três vezes por mês.b) Os funcionários deverão ser encaminhados à Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional da empresa toda vez que justificar faltas apresentando atestados médicos emitidos por profissionais particulares ou SAS.c) Os chefes de Departamento têm até três dias para apurar com rigor as faltas de funcionários.d) Deverão ser encaminhados à Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional os funcionários que apresentarem três atestados médicos no período de um mês e os que apresentarem mais de nove faltas durante o ano.e) A finalidade do chefe do Departamento de Recursos Humanos é informar os chefes de departamento sobre os direitos dos funcionários de poderem faltar três dias por mês.

02. O termo “relevadas”, em destaque no texto, pode ser substituído, sem perda do sentido, por:a) perdoadas.b) punidas.c) confirmadas.d) impostas.e) reexaminadas.

Gabarito

01. D 02. A

Texto V

EcologiaUm estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental (IPAM) e da Universidade Federal do Pará (UFPA), financiado pelo Banco Mundial (BIRD) com recursos do G-7, revelou que de 7.000 a 10.000 km² de Floresta Amazônica queimam a cada ano sem que os incêndios sejam captados por satélites. Como as copas das árvores permanecem verdes enquanto a mata pega fogo, a área aparece como intacta. Esse tipo de queimada ocorre porque o corte seletivo de madeira abre fendas na mata através das quais os raios solares penetram até chegar ao chão coberto de folhas secas e restos florestais de alta combustão.Segundo um relatório da Fundação SOS Mata Atlântica, a cobertura vegetal desse tipo está reduzida a apenas 7% da área original e próxima da extinção. Só entre 1990 e 1995, a floresta perdeu mais de oito milhões de hectares. O Rio de Janeiro ficou em primeiro lugar entre os estados mais desmatados, com cerca de 140.000 hectares derrubados em cinco anos. Um dos resultados desse desmatamento foi a ameaça a algumas espécies de animais. Uma lista elaborada por pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) mencionou 257 espécies ameaçadas de extinção, entre elas a onça-pintada, o mico-leão-dourado, o mono-carvoeiro e a preguiça-de-coleira.

São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1999, p. 216 (com adaptações).

01- Considerando as idéias do texto, assinale a opção correta.a) A preservação da Floresta Amazônica interessa apenas ao governo e ao povo brasileiros.b) Os recursos tecnológicos atuais permitem que todos os incêndios ocorridos na Amazônia sejam captados pelos satélites.c) Todos os incêndios ocorridos na Floresta Amazônica têm sido iniciados pelo homem.d) Ao longo dos anos, a Mata Atlântica perdeu 93% de sua extensão original.e) O estado em que a Mata Atlântica tem sido mais bem preservada é o Rio de Janeiro.

02 - Haverá alteração nas relações de significação do texto caso se substituaa) “recursos” por verba.b) “seletivo” por aleatório.c) “fendas” por brechas.d) “coberto” por forrado.e) “da extinção” por do extermínio.

03 - Com relação ao emprego e à grafia de palavras no texto, julgue os itens seguintes.I - Por extenso, a área “10.000 km²” deve ser assim grafada: dez mil kilômetros quadrados.II - Do ponto de vista silábico, os vocábulos a seguir estão todos corretamente divididos: “en-quan-to”, “der-ru-ba-dos”, “des-ma-ta-men-to” e “ex-tin-ção”.III - O vocábulo “intacta” pode ser grafado como intata, sem que se incorra em erro.IV - O plural da palavra composta “onça-pintada” é onças-pintadas. V - As abreviaturas que aparecem entre parênteses no texto são chamadas siglas.A quantidade de itens certos é igual a:a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.

Gabarito

01. D 02. B 03. D

Texto VI

01 - Sobre a linguagem do texto e o público a quem se destina, é correto afirmar.I. A linguagem é técnica e, por isso, o texto é dirigido aos profissionais de saúde dos municípios.II. O texto apresenta linguagem acessível e busca esclarecer a população de modo geral sobre a leptospirose.III. Com linguagem rebuscada e sem recursos didáticos, o texto privilegia a classe política encarregada do setor da saúde.IV. Dirigido àquelas pessoas em situação de risco ou não, o texto é objetivo e sintético.Assinale a alternativa correta.a) Somente as afirmativas I e II são corretas.b) Somente as afirmativas I e III são corretas.c) Somente as afirmativas II e IV são corretas.d) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

02 - O texto exclui:a) Formas de contaminação.

b) Recomendações para o não-contágio.c) Sintomatologia.d) Definição da doença.e) Tratamento farmacológico.

03 - A partir da frase “É uma doença infecciosa, causada por uma bactéria eliminada na urina do rato que se mistura nas águas de enchentes, valetas, lagoas e cavas que penetra na pele.”Assinale a alternativa que contém a sua correta reescrita.a) É uma doença infecciosa, causada por uma bactéria eliminada na urina do rato a qual se mistura nas águas de enchentes, valetas, lagoas e cavas e que penetra na pele.b) É uma doença infecciosa, causada por uma bactéria eliminada na urina do rato o qual se mistura nas águas de enchentes, valetas, lagoas e cavas as quais penetram na pele.c) É uma doença infecciosa, causada por uma bactéria eliminada na urina do rato o qual se mistura nas águas de enchentes, valetas, lagoas e cavas e o qual penetra na pele.d) É uma doença infecciosa, causada por uma bactéria eliminada na urina do rato: este se mistura nas águas de enchentes, valetas, lagoas e cavas e penetra na pele.e) É uma doença infecciosa, causada por uma bactéria eliminada na urina do rato cujo se mistura nas águas de enchentes, valetas, lagoas e cavas e cujas penetram na pele.

10) Na seção “O que você pode fazer?”, o pronome “isso” é empregado duas vezes.Assinale a alternativa correta quanto a esse uso.a) Na sua primeira ocorrência, o pronome “isso” remete à frase anterior e pode ser substituído por ela sem causar prejuízo ao sentido original.b) A primeira ocorrência desse pronome aponta que ele está substituindo o termo imediatamente anterior: “rios”.c) Na segunda vez em que o pronome é usado, ele retoma a frase anterior para orientar as pessoas sobre como atrair os ratos à noite.d) O pronome “isso”, no penúltimo item da seção, resume todas as recomendações enumeradas na referida seção do folheto.e) O pronome “isso”, na primeira ocasião em que é empregado, retoma o ato descrito e condenado pelo folheto explicativo.

Gabarito

01. D 02. B 03. D 04 - E

Texto VII

Leia o texto a seguir e responda às questões de 01 a 05.

Colisão entre trens mata 24 e fere 135 em Los Angeles

Ao menos 24 pessoas morreram e 135 ficaram feridas – 85 gravemente – na colisão de um trem de passageiros da Metrolink, que serve o sul da Califórnia, com outro de carga, segundo funcionários do Corpo de Bombeiros de Los Angeles. O acidente aconteceu às 4h30 da manhã de ontem (horário local), no vale de São Francisco, norte da cidade. O número de mortos pode aumentar com o andamento das buscas nos destroços.A porta-voz da Metrolink, Denise Tyrell, disse que aproximadamente 350 pessoas estavam no trem, que corria sobre os mesmos trilhos que o de carga, em direção oposta. Segundo ela, a tragédia ocorreu porque o condutor do trem de passageiros não obedeceu a um aviso de sinal vermelho.

(Adaptado de Caderno Mundo, Folha de São Paulo, 14 set. 2008, p. A28.)

01) Considere o título “Colisão entre trens mata 24 e fere 135 em Los Angeles”.Assinale a alternativa que substitui corretamente o termo grifado, sem alterar o sentido do texto.a) Competição.b) Acidente.

c) Corrida.d) Estudo.e) Socorro.

02) Com base no texto, é correto afirmar que a colisão dos trens ocorreua) durante uma comemoração.b) em um feriado.c) no Centro de Los Angeles.d) em Fernando de Noronha.e) durante a madrugada.

03) Com base no texto, é correto afirmar:a) Não houve vítimas fatais.b) Houve mortos, mas não feridos.c) O número de vítimas fatais pode ser maior que 24.d) Só houve feridos, sem mortes.e) Todos os passageiros morreram.

04) Com base no texto, é correto afirmar que os trens que colidirama) estavam em trilhos diferentes.b) não conseguiram atravessar uma ponte.c) estavam sem condutor.d) vinham de direções opostas.e) estavam vazios.

05) Com base no texto, é correto afirmar que o motivo da colisão foia) pane no motor.b) falha humana.c) incêndio na locomotiva.d) excesso de carga.e) excesso de passageiros.

Gabarito

01 - B 02 - E 03 - C 04 - D 05 - B

Texto VIII

Use o texto abaixo para responder às questões de 1 a 10.

A ortografia tem por objetivo definir as normas segundo as quais as palavras devem ser escritas a fim de serem consideradas corretas. No entanto, nem sempre essas normas conseguem explicitar as regularidades, deixando para as exceções as irregularidades do sistema.Para perceber a dimensão do problema, acompanhe o seguinte raciocínio: a regra preceitua que depois da sílaba inicial “en” usa-se a letra “x”. Exemplos: enxoval, enxaqueca, enxugar, enxame. E como se enquadra a palavra “enchente”, que se grafa com “ch” e não com “x”? Daí que, para grafar corretamente as palavras, não há necessidade de a pessoa mergulhar na imensidão das regras, de decorar listas, tarefa esta completamente inútil se não vier acompanhada do sentimento de que esse estudo vai ajudar no seu crescimento lingüístico. Assim, para evitar as gafes de ortografia, deve-se ter sempre um dicionário ao lado.

(Revista Discutindo a Língua Portuguesa – Ano 2 nº 11. P. 14)

01. Entende-se da leitura quea) o objetivo da ortografia é que a pessoa mergulhe nos estudos para melhor aprender.b) embora existam as regras ortográficas, o sistema tem irregularidades apresentadas nas exceções.c) é indispensável perceber a dimensão do problema acompanhando o raciocínio do texto.d) o crescimento lingüístico de alguém depende muito da necessidade que a pessoa tem de estudar.

e) o dicionário ajuda muito, mas não determina como uma palavra é, de fato, grafada.

02. Segundo o texto, um conselho para quem quer aprender a escrever correto, é:a) As palavras devem ser escritas a fim de serem consideradas corretas.b) Acompanhar o raciocínio do texto.c) A necessidade de a pessoa mergulhar na imensidão das regras.d) Se não vier acompanhada do sentimento, a leitura não adianta.e) Ter sempre um dicionário em mãos.

03. Para compreender com clareza um texto faz-se necessário, às vezes, saber o significado das palavras com as quais a idéia se constrói. Neste texto, a palavra “preceitua” significaa) antecede.b) julga.c) prescreve.d) precede.e) lei.

04. O texto dialoga com quem o lê. Uma das formas verbais que mostra essa conversa éa) devem ser.b) perceber.c) usa-se.d) acompanhe.e) mergulhar.

05. Os dois-pontos empregados em “Exemplos: enxoval, enxaqueca, enxugar, enxame.”, serviram para introduzir umaa) explicação.b) citação.c) mudança de interlocutor.d) isolar palavras estranhas.e) oração.

Gabarito

01 - B 02 - D 03 - A 04 - E 05 - C

Texto IX

CAMPANHA DO GOVERNO CHINÊS - adaptadoGilberto Scofield Jt.

De olho nos milhões de chineses que começam a ganhar o mundo como turistas todos os anos - e dentro do próprio território chinês – o Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) lançou ontem uma campanha para melhorar os hábitos dos turistas chineses em viagens dentro e fora do país.A campanha, em alguns pontos, se assemelha às lições de “pode e não pode” dadas às crianças nos jardins de infância chineses. Ou seja: não escarre em público, especialmente de forma escandalosa; não jogue lixo no chão; não fume em locais fechados; não faça barulho ou converse aos berros; não grite no celular e lave as mãos antes das refeições e após ir ao banheiro.“O comportamento do turista chinês ainda não é compatível com a força econômica do país e seu cada vez maior status internacional”, diz a circular do PCC.

01. O governo chinês se refere ao governo da China; a alternativa em que o adjetivo pátrio correspondente ao país está ERRADO é:a) Rússia = russob) Itália = italianoc) México = mexicanod) Canadá = canadense

r) Alemanha - alemanense

02. O título do texto fala de uma “campanha” que é destinada a:a) acostumar os chineses a viver em países estranhos.b) criticar os chineses por suas atitudes mal-educadas.c) orientar os chineses sobre como viajar para o exterior.d) ensinar aos chineses como se comportar bem durante suas viagens.e) alertar os chineses sobre os perigos de viajar para países estrangeiros.

03. As preocupações demonstradas pelo governo chinês com a campanha poderiam ser classificadas como preocupações:a) econômicasb) educativasc) religiosasd) materiaise) políticas

04. Entre as recomendações do governo chinês, aquela que se relaciona mais com a saúde do que com a higiene é:a) não fumar em locais fechados.b) não escarrar em público.c) não jogar lixo no chão.d) não gritar no celular.e) não fazer barulho.

05. As recomendações abaixo relacionadas diretamente à higiene são:a) não conversar aos berros / não gritar no celular.b) não fumar em locais fechados / não fazer barulho.c) não escarrar em público / não jogar lixo no chão.d) lavar as mãos antes das refeições / não fazer barulho.e) lavar as mãos após ir ao banheiro / não fumar em locais fechados.

06. “viagens dentro e fora do país”; as viagens dentro do país e as viagens fora do país poderiam ser denominadas, respectivamente, de turismo:a) nacional e internacional.b) externo e internacional.c) interior e nacional.d) externo e interno.e) exterior e interior.

07. “De olho nos milhões de chineses que começam a ganhar o mundo...”; ao dizer que os chineses “começam a ganhar o mundo”, o autor do texto quer dizer que os chineses começam a:a) ter televisão em casa e, assim, observar outros países.b) corresponder-se com outros habitantes do mundo.c) ganhar dinheiro com o comércio internacional.d) conhecer profundamente o próprio país.e) visitar outros países.

08. A expressão “todos os anos”, em “começam a ganhar o mundo como turistas todos os anos”, equivale a:a) diariamenteb) anualmentec) mensalmented) semanalmentee) quinzenalmente

09. “lançou ontem uma campanha para melhorar os hábitos...”; a palavra “para” indica:a) meiob) modo

c) direçãod) condiçãoe) finalidade

10. A alternativa em que o antônimo apontado para a palavra destacada NÃO está correto é:a) “de forma escandalosa” = discreta.b) “para melhorar os hábitos” = piorar.c) “com a força econômica” = fraqueza.d) “maior status internacional” = melhor.e) “não fume em locais fechados” = abertos.

11. A alternativa em que a relação entre substantivo e verbo NÃO está certa é:a) lixo - lixarb) olho - olharc) grito - gritard) viagem - viajare) hábito - habituar

12. A palavra cujas sílabas NÃO estão separadas corretamente é:a) con-di-men-tob) pas-sa-gemc) pa-ra-le-lod) via-geme) pe-ri-go

13. De acordo com o sentido do texto, a alternativa em que os termos destacados NÃO representam idéias contrárias é:a) “pode e não pode”.b) “não faça barulho ou converse”.c) “em viagens dentro e fora do país”.d) “antes das refeições e após ir ao banheiro”.e) “ganhar o mundo e dentro do próprio território chinês”.

14. “Ou seja: não escarre em público,...”; a expressão “ou seja” indica uma:a) correçãob) condiçãoc) explicaçãod) conclusãoe) comparação

15. A palavra “indiscreta” equivale a “não discreta”. A alternativa em que o mesmo tipo de correspondência está ERRADO é:a) incapaz = não capazb) inadequado = não quadradoc) inconsciente = não consciented) analfabeto = não alfabetizadoe) incompetente = não competente

16. A expressão “milhões de chineses” indica uma:a) medidab) situaçãoc) qualidaded) quantidadee) característica

17. “turistas chineses em viagens”; a forma singular desse segmento do texto é:a) turista chinês em viagensb) turistas chinês em viagemc) turista chinês em viagem

d) turista chineses em viagense) turistas chineses em viagem

18. A ordem que NÃO tem o seu oposto dito de forma correta é:a) não faça barulho / faça ruídob) não grite no celular / fale baixo no celularc) não converse aos berros / converse em voz baixad) não jogue lixo no chão / jogue lixo nas cestas de lixoe) não fume em locais fechados / só fume em locais abertos

Gabarito:

01- E 02 - D 03 - B 04 - A 05 - C 06 - A 07 - E 08 - B 09 - E 10 - D11- A 12 - D 13 - B 14 - C 15 - B 16 - D 17 - C 18 - A ***** *****

Texto X

Em 1952, inspirado nas descrições do viajante Hans Staden, o alemão De Bry desenhou as cerimônias de canibalismo de índios brasileiros. São documentos de alto valor histórico (...)Porém não podem ser vistos como retratos exatos: o artista, sob influência do Renascimento, mitigou a violência antropofágica com imagens idealizadas de índios, que ganharam traços e corpos esbeltos de europeus. As índias ficaram rechonchudas como as divas sensuais do pintor holandês Rubens. No século XX, o pintor brasileiro Portinari trabalhou o mesmo tema. Utilizando formas densas, rudes e nada idealizadas, Portinari evitou o ângulo do colonizador e procurou não fazer julgamentos. A Antropologia persegue a mesma coisa: investigar, descrever e interpretar as culturas em toda a sua diversidade desconcertante. Assim, ela é capaz de revelar que o canibalismo é uma experiência simbólica e transcendental - jamais alimentar.Até os anos 50, waris e kaxinawás comiam pedaços dos corpos dos seus mortos. Ainda hoje, os ianomâmis misturam as cinzas dos amigos no purê de banana. Ao observar esses rituais, a Antropologia aprendeu que, na antropofagia que chegou ao século XX, o que há é um ato amoroso e religioso, destinado a ajudar a alma do morto a alcançar o céu. A SUPER, ao contar toda a história a você, pretende superar os olhares preconceituosos, ampliar o conhecimento que os brasileiros têm do Brasil e estimular o respeito às culturas indígenas. Você vai ver que o canibalismo, para os índios, é tão digno quanto a eucaristia para os católicos. É sagrado.

(adaptado de: Superinteressante)

Considere as seguintes informações sobre o texto:I - Segundo o próprio autor do texto, a revista tem como único objetivo tornar o leitor mais informado acerca da história dos índios brasileiros.II - Este texto introduz um artigo jornalístico sobre o canibalismo entre índios brasileiros.III - Um dos principais assuntos do texto é a história da arte no Brasil.Quais são corretas?a) Apenas Ib) Apenas IIc) Apenas IIId) Apenas I e IIIe) Apenas II e III

Resposta correta: B

Comentários:A afirmação I usa a palavra único, e você deve ter muito cuidado com essa palavrinha, geralmente ela traz uma armadilha. A afirmação reduz o texto, que vai bem além de ter como único objetivo informar sobre a história dos índios. Aliás, não é a história dos índios, mas sim da antropofagia deles. A afirmação III está erradíssima, pois a história da arte está longe de ser um dos assuntos principais do texto.

Essas afirmações da banca merecem algumas observações. Em primeiro lugar, a afirmação I diz: "Segundo o próprio autor do texto". Mas quem é esse autor, tendo em vista que se trata de editorial? Não há um autor expresso. A afirmação II, considerada como certa, traz uma imprecisão. O texto não introduz um artigo jornalístico. Como vimos, artigo é bem diferente. O editorial introduz matéria ou reportagem, nunca um artigo. Percebe-se aqui que os professores que elaboraram o texto desconhecem a tipologia e a nomenclatura textual do moderno jornalismo.

Texto XINo Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitavam a concentração de escravos de uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.Essa política, a multiplicidade lingüística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram da África dificultaram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.Os negros, porém, ao longo de todo o período colonial, tentaram superar a diversidade de culturas que os dividia, juntando fragmentos das mesmas mediante procedimentos diversos, entre eles a formação de quilombos e a realização de batuques e calundus. (...)As autoridades procuraram evitar a formação desses núcleos solidários, quer destruindo os quilombos, que causavam pavor aos agentes da Coroa - e, de resto, aos proprietários de escravos em geral -, quer reprimindo os batuques e os calundus promovidos pelos negros. Sob a identidade cultural, poderiam gerar uma consciência danosa para a ordem colonial. Por isso, capitães-do-mato, o Juízo Eclesiástico e, com menos empenho, a Inquisição foram colocados em seu encalço.Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas - e indígenas - como um mal necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, ainda, alguns clérigos aprenderam as línguas africanas, como um jesuíta na Bahia e o padre Vieira, ambos no Seiscentos. Outras pessoas, por se envolverem no tráfico negreiro ou viverem na África - como Matias Moreira, residente em Angola no final do Quinhentos -, devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.

Questão 1)Qual das alternativas abaixo é a correta:

A) Os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos de mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.B) A política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros, de fato, impediu a formação de núcleos solidários.C) A única forma que os negros encontraram para impedir essa ação dos portugueses foi formando quilombos e realizando batuques e calundus.D) A Inquisição não se empenhou em reprimir a cultura dos negros, porque estava ocupada com ações maiores.E) Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns senhores e entre alguns clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.

(Adaptado de: VILLALTA, Luiz Carlos. O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura. In: MELLO e SOUZA. História da Vida Privada no Brasil)

Análise e Resposta

A) Observe o advérbio totalmente. Além disso, o texto usa o verbo evitar, a afirmação utiliza impedir. Eles são semanticamente bem distintos. Logo, a afirmação exagera, extrapola o texto. Cuidado com os advérbios.B) A afirmativa b diz apenas a multiplicidade cultural dos negros. No texto, foram a multiplicidade e as hostilidades recíprocas. Portanto, a afirmativa b reduz a verdade do texto.C) Na afirmativa, há a expressão a única forma, e o texto usa entre eles. Novamente, temos uma redução, uma diminuição da verdade textual.D) O texto não explica a falta de empenho da Inquisição, dessa maneira a afirmação não está no texto. Trata-se de um acréscimo à realidade textual.

E) Resposta Correta.

Questão 2) Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta de acordo com o texto.

A) Sendo a cultura negra um mal necessário para a manutenção dos escravos, sua eliminação foi um erro das autoridades coloniais portuguesas.B) Os religiosos eram autoritários, obrigando os escravos negros a se converterem ao catolicismo europeu e a abandonarem sua religião de origem. C) As autoridades portuguesas conduziam a política escravagista de modo que africanos de uma mesma origem não permanecessem juntos. D) As línguas africanas foram eliminadas no Brasil colonial, tendo os escravos preservado apenas alguns traços culturais, como sua religião. E) A identidade cultural africana, representada pelos batuques e calundus, causava danos às pessoas de origem européia.

Análise e Resposta

A) O texto não classifica como erro das autoridades coloniais. Essa é uma inferência que o leitor poderá fazer por sua conta e risco.B) O autoritarismo era dos proprietários de escravos e das autoridades. Busca-se aqui confundir o aluno dizendo que era o autoritarismo dos religiosos. Há uma troca, uma inversão das afirmações do texto. C) Resposta Correta: Essa afirmação está no texto.D) A afirmação contradiz o que está no texto. As línguas africanas foram, inclusive, aprendidas por alguns clérigos.E) A afirmação exagera a verdade textual. O autor não chega a tanto. Se você chegar a essa conclusão é por sua conta e risco.

Texto XIIMarque a alternativa correta, segundo o texto a seguir.O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas teorias se impõem com base na evidência racional. Afastados os entraves da religião desde o século 17, o conhecimento vem florescendo de maneira livre, contínua.Um pequeno livro agora publicado no Brasil mostra que nem sempre é assim. Escrito na juventude (1924) pelo romancista francês Louis-Ferdinand Céline, A Vida e a Obra de Semmelweis relata aquele que é um dos episódios mais lúgubres no crônica da estupidez humana e talvez a pior mancha na história da medicina.Ignác Semmelweis foi o descobridor da assepsia. Médico húngaro trabalhando num hospital de Viena, constatou que a mortalidade entre as parturientes, então um verdadeiro flagelo, era diferente nas duas alas da maternidade. Numa delas, os partos eram realizados por estudantes; na outra, por parteiras.Não se conhecia a ação dos microorganismos, e a febre puerperal era atribuída às causas mais estapafúrdias. Em 1846, um colega de Semmelweis se cortou enquanto dissecava um cadáver, contraiu uma infecção e morreu. Semmelweis imaginou que o contágio estivesse associado à manipulação de tecidos nas aulas de anatomia.Mandou instalar pias na ala dos estudantes e tornou obrigatório lavar as mãos com cloreto de cal. No mês seguinte, a mortalidade entre as mulheres caiu para 0,2%! Mais incrível é o que aconteceu em seguida. Os dados de Semmelweis foram desmentidos, ele foi exonerado, e as pias - atribuídas à superstição -, arrancadas.Nos dez anos seguintes, Semmelweis tentou alertar os médicos em toda a Europa, sem sucesso. A Academia de Paris rejeitou seu método em 1858. Semmelweis enlouqueceu e foi internado. Em 1865, invadiu uma sala de dissecação, feriu-se com o bisturi e morreu infeccionado. Pouco depois, Pasteur provou que ele estava certo. Para o leitor da nossa época, o interessante é que Semmelweis foi vítima de um obscurantismo científico. Como nota o tradutor italiano no prefácio agregado à edição brasileira, qualquer xamã de alguma cultura dita primitiva isolaria cadáveres e úteros por meio de rituais de purificação. No científico século 19, isso parecia crendice.

(Adaptado de: FRIAS FILHO, Otávio. Ciência e superstição)

Questão 1) A) O avanço do conhecimento sempre será por um processo linear, do contrário não será avanço.B) O episódio de Semmelweis é indiscutivelmente a pior mancha na história da medicina.C) O livro de Céline prova que nem sempre a racionalidade preponderava no cientificismo.D) A ala dos estudantes apresentava menores problemas de contágio.E) A rejeição aos métodos de Semmelweis ocorreu em função da inveja comum ao meio.

Vocabulário Inexorável - inabalável - inflexívelLúgubre - triste - sombrio - sinistroEstapafúrdia - extravagante - excêntrico - esdrúxulo -Obscurantismo - oposição ao conhecimento - política de fazer algo para impedir o esclarecimento das massas

Análise e Resposta

Atente para este texto: trata-se de um artigo jornalístico. Observe como ele atende às características assinaladas na tipologia textual do jornalismo.

A) Observe que o texto usa o advérbio normalmente, mas a afirmação emprega sempre, mudando a verdade do texto.B) Novamente, se compararmos com o texto, veremos que o autor afirma que o episódio talvez seja a pior mancha da história. Na afirmação, foi usado o advérbio indiscutivelmente acrescido de a pior mancha. Trata-se de um exagero, um acréscimo à realidade do texto.C) Resposta Correta: O texto afirma que nem sempre o avanço do conhecimento é um processo linear.D) A ala dos estudantes apresentava maiores problemas de contágio, pois as pias foram instaladas lá, justamente para lavar as mãos dos estudantes que trabalhavam na dissecação de cadáveres.E) A inveja não é abordada pelo texto, portanto trata-se de uma exterioridade. Você, pode achar verdadeiro, mas a conclusão será pessoal

Questão 2)Com base no texto, assinale a alternativa correta.

A) Em relação aos povos primitivos, a Europa do século passado praticava uma medicina atrasada.B) A comunidade científica sempre deixa de reconhecer o valor de uma descoberta.C) A higiene das mãos com cloreto de cal reduziu moderadamente a incidência de febre puerperal.D) Semmelweis feriu-se com o bisturi infectado porque queria provar a importância de sua descoberta.E) Ignorar a redução nas estatísticas obituárias resultante da introdução da assepsia foi uma grande estupidez.

Análise e Resposta

Estamos diante de questões de inferências. As alternativas corretas não estão propriamente no texto, mas poderemos chegar facilmente a elas, ou seja, o autor nos autoriza a concluir por elas.

A) O autor não classifica de atrasada a medicina européia da época.B) Novamente o advérbio colocado para trair a atenção do aluno: sempre. Trata-se de um acréscimo, de um exagero.C) Não foi moderadamente. De novo o advérbio. Veja como as armadilhas são sempre as mesmas. Se você as conhecer, ficará bem mais fácil chegar à resposta correta.D) O texto simplesmente diz que ele se feriu. Não dá as causas.

E) Resposta Correta: Foi de fato uma estupidez. Essa é uma conclusão possível do texto. Observe que o autor declara: "Mais incrível é o que aconteceu em seguida".

Questão 3)A partir da leitura do texto, é possível concluir que:

A) O livro A Vida e a Obra de Semmelweis recebeu recentemente uma cuidadosa tradução para o italiano.B) A teoria de Semmelweis foi rejeitada porque propunha a existência de microorganismos, que não podia ser provada cientificamente.C) a nacionalidade húngara do médico pode ter sido um empecilho para sua aceitação na Europa do século passado.D) Semmelweis foi execrado pelos seus pares porque transformou a assepsia numa obsessão.E) Semmelweis enlouqueceu em conseqüência da rejeição de sua descoberta.

Análise e Resposta

A) O livro foi recentemente publicado no Brasil.B) Os microorganismos eram desconhecidos à época. Essa alternativa é perigosa, pode confundir o aluno.C) Não há referência sobre essa afirmação. Os motivos, como já vimos, foram outros.D) Semmelweis foi execrado por ter sido desmentido e por suas descobertas serem atribuídas à superstição.E) Resposta Correta: Pode-se, tranqüilamente chegar a esse conclusão.

Questão 4)

Supondo que o leitor não saiba o significado da palavra xamã, o processo mais eficiente para buscar no próprio texto uma indicação que elucide a dúvida consistirá em:

A) Considerar que a palavra encontra sua referência na cultura italiana, já que foi empregada pelo tradutor da obra para o italiano.B) Observar o contexto sintático em que ela ocorre: depois de pronome indefinido e antes de preposição.C) Relacionar o seu significado às palavras leitor e prefácio.D) Relacionar o seu significado às expressões cultura dita primitiva e rituais de purificação.E) relacionar a palavra a outras que tenham a mesma terminação, como iansã, romã e anã.

Análise e Resposta

Todas as provas DE CONCURSOS PÚBLICOS ou VESTIBULARES trazem questões de vocabulário. Empiricamente, você, candidato, quando não sabe o significado de uma palavra, busca o contexto. Cuidado! Não é o contexto sintático. Saber se uma palavra exerce a função de sujeito ou de objeto não define o seu valor semântico. Não confunda semântica com sintaxe. Xamã está no campo de ação de palavras dessa cultura primitiva. A resposta correta, portanto, é D. Atente para a alternativa E: dá a nítida impressão de bom humor. A banca também se diverte. O que anã e romã tem em comum com xamã? Gozação.

Texto XIII

Os testes a seguir estão baseadas no seguinte texto:

01 Lá pela metade do século 21, já não 02 haverá superpopulação humana, como 03 hoje. Os governos de todo o mundo - 04 presumivelmente, todos democráticos - 05 poderão incentivar as pessoas à reprodu- 06 ção. E será melhor que o façam com as 07 melhores pessoas. A eugenia humana - 08 isto é, a escolha dos melhores exemplares 09 para a reprodução, de modo a aprimorar a 10 média da espécie, como já se fez com ca- 11 valos - encontrará o

período ideal para 12 sair da prancheta dos cientistas para a vi- 13 da real. Pessoas selecionadas por suas 14 características genéticas serão emprega-15 das do estado. O funcionalismo público te-16 rá uma nova categoria: a dos reprodutores.17 Este exercício de futurologia foi apresen-18 tado seriamente pelo professor do Institu-19 to de Biociências da USP Osvaldo Frota-20 Pessoa, em palestra no colóquio Brasil-Ale-21 manha - Ética e Genética, quarta-feira à 22 noite. [...] Nas conferências de segunda e 23 terça, a eugenia foi citada como um perigo 24 das novas tecnologias, uma idéia que não 25 é cientificamente - e muito menos etica- 26 mente - defensável.

(TEIXEIRA, Jerônimo. Brasileiro apresenta a visão do horror)

Questão 1)Considere as seguintes afirmações sobre a posição do autor com relação ao assunto de que trata o texto.

I. O autor do texto é favorável à eugenia como solução para a futura queda no crescimento demográfico, como indica o primeiro parágrafo.II. O autor trata as idéias do professor Osvaldo Frota-Pessoa com certa ironia, como demonstra o uso da palavra seriamente na linha 18.III. Ao relatar posições contraditórias por parte dos cientistas com relação à eugenia humana, o autor revela que esta é uma concepção controversa.

Quais estão corretas?A) Apenas I.B) Apenas II.C) Apenas III.D) Apenas II e III.E) I, II e III.

Análise e Resposta

Normalmente em provas de Concursos e Vestibulares é solicitado do concursando este tipo de informação: saber de quem é a opinião. Muitas vezes, como é este o caso, o autor apenas expressa o ponto de vista de outra pessoa.

A resposta correta é D.

Questão 2)Assinale a alternativa que está de acordo com o texto.

A) Segundo lemos na primeira frase do texto, vivemos num mundo em que o número de pessoas é considerado excessivo. B) Como se conclui da leitura do primeiro parágrafo, a escolha dos melhores seres humanos para a reprodução, através da eugenia, causará uma queda na população mundial. C) A partir da leitura do segundo parágrafo do texto, concluímos que a especialidade do professor Frota-Pessoa é a futurologia. D) De acordo com o significado global do último parágrafo, o maior perigo das novas tecnologias é a ética. E) A eugenia humana, ao tornar os reprodutores candidatos a funcionários públicos, constituirá uma oportunidade de trabalho apenas para homens.

Análise e Resposta

A) Resposta Correta: Hoje existe superpopulação. B) A causa da queda da população não foi revelada no texto. C) Esta conclusão é falsa. O tal professor fez apenas um exercício de futurologia. Novamente a banca tenta iludir e confundir você. Cuidado! D) Aqui temos uma troca: o maior perigo das novas tecnologias não é a ética, mas sim a

eugenia. E) Em absoluto o texto afirma que são os homens: aborda as pessoas em geral. Além disso, também não faz afirmações sobre o mercado de trabalho.

Questão 3)Considere as seguintes afirmações sobre a eugenia humana:

I. O uso restritivo da palavra humana (linha 07), no texto, indica que a palavra eugenia (linha 07) não se refere apenas à reprodução humana, mas à reprodução de qualquer espécie. II. Pelos princípios expostos no texto, o vigor físico e a inteligência serão os critérios de eugenia a partir dos quais será feita a seleção dos melhores exemplares. III. Conforme o texto, a eugenia humana já existe na forma de projeto científico.

Quais estão corretas? A) Apenas I.B) Apenas II.C) Apenas I e III.D) Apenas II e III.E) I, II e III.

Análise e RespostaO uso restritivo de humana diz exatamente isto: humana. Logo, não se estende a outras espécies. Resposta Correta: D

Texto XIV

Os testes a seguir estão baseadas no seguinte texto:

O peso original volta depois das dietas 01 O corpo humano, mesmo submetido 02 ao sacrifício de uma dieta alimentar 03 rígida, tem tendência a voltar ao peso 04 inicial determinado por um equilíbrio 05 interno, segundo recente estudo reali- 06 zado por cientistas norte-americanos. 07 Depois do aumento de alguns quilos 08 supérfluos, o metabolismo buscará 09 eliminar o peso excessivo. 10 O corpo dispõe de um equilíbrio que 11 tenta manter seu peso em um nível 12 constante, que varia em função de 13 cada indivíduo. O estudo sugere que 14 conservar o peso do corpo é um fenô- 15 meno biológico, não apenas uma ati- 16 vidade voluntária. O corpo ajusta seu 17 metabolismo em resposta a aumentos 18 ou perdas de peso. Dessa forma, 19 depois de cada dieta restrita, o metabo- 20 lismo queimará menos calorias do que 21 antes. Uma pessoa que perdeu recente- 22 mente pouco peso vai consumir menos 23 calorias que uma pessoa do mesmo 24 peso que sempre foi magra. A pesquisa 25 conclui que emagrecer não é impossí- 26 vel, mas muito difícil e requer o consu- 27 mo do número exato de calorias quei- 28 madas. Ou seja, uma alimentação mo- 29 derada e uma atividade física estável a 30 longo prazo.

(Zero Hora, encarte VIDA, 06/05/1995)

Questão 1)Segundo o texto, é correto afirmar:

A) Uma dieta alimentar rígida determina o equilíbrio interno do peso corpóreo.B) O equilíbrio interno é um fenômeno biológico.C) Conservar o peso não depende somente da vontade individual.D) O ajuste de peso significa queima de calorias.E) O número exato de calorias queimadas vincula-se a uma dieta.

Análise e RespostaAntes de mais nada, observe que o texto é um editorial de um caderno de Zero Hora. Portanto,

não há um autor em especial declarado.

A) O texto busca exatamente mostrar o contrário.B) Conservar o peso é um fenômeno biológico. Temos, de novo, uma inversão com o objetivo de confundir o aluno.C) Resposta Correta: Existem outros fatores.D) Essa afirmação não está no texto.E) O número exato de calorias queimadas depende de outros fatores.

Questão 2)Das opções abaixo, todas podem substituir, sem prejuízo ao texto, a palavra rígida (l. 03),

A) menos rigorosaB) austeraC) severaD) íntegraE) séria

Análise e RespostaEsse tipo de questão é muito comum: ele propõe a substituição de palavras. Em alguns Concursos ou Vestibulares, em vez de uma, aparecem três palavras, tornando o exercício mais trabalhoso. A palavra rígida só não pode ser substituída por íntegra, que vem de integridade, honestidade.

Significação Contextual de Palavras e Expressões

A semântica é responsável pelo sentido do texto. Não devemos pensar que o significado de uma mensagem se dê apenas no uso das palavras e na sintaxe. Depende também do sentido que o uso de determinada palavra pode estabelecer no texto. Nesse sentido, o uso devido de determinadas expressões e palavras garante ao texto uma melhor compreensão, pois a escolha das palavras deve ocorrer não apenas nas relações sintáticas que ela exercerá na tessitura, mas nas relações de sentido que ela pode exercer na superfície textual. Portanto, atribuir um valor semântico a alguma coisa é dar-lhe significado em um contexto.

Literal e Contextual

Significação Literal: Quando a palavra está no seu significado verdadeiro, isto é, que possui o valor do dicionário, dizemos que possui o significado literal.

Ele era um garoto estranho ( = menino )

Às vezes, a palavra foge de seu verdadeiro significado; então devemos escolher a palavra que melhor se associa a ela.

Exemplo:Carlos morre de amor por Ana (= gosta)

Significação Contextual.

Quando a ênfase era dada à lingüística, que excluía os atos individuais da fala, alguns gramáticos já alertavam sobre a importância do significado das palavras dentro de um contexto.

Usa-se o contexto para:

Compreender Palavras: Asa do pássaro / asa do bule

Compreender Sintagmas:Ele colocou o carro à venda. (= fazer negócio)

Vou até a venda (= mercearia) Compreender Frases:

Perdi meu molho de chavesGosto de macarrão com muito molho.

Dentro dessa definição ampla, pertence ao domínio da semântica tanto a preocupação com determinar o significado dos elementos constituintes das palavras (prefixo, radical, sufixo) como o das palavras no seu todo e ainda o de frases inteiras.

Diz-se, por exemplo, que o verbo haver é sinônimo de existir numa frase como "Há flores sem perfume." Isso quer dizer que seus significados se equivalem. Pode-se também dizer que uma frase passiva como “A praça foi ocupada pelos peregrinos.” é semanticamente equivalente à sua correspondente na voz ativa "Peregrinos ocuparam a praça."

Dentre os conceitos de semântica indispensáveis para qualquer texto, relacionam-se os seguintes:

Sinônimos: formas lingüísticas que apresentam o mesmo significado (coragem/deste mar; rápido/ligeiro/lépido).

Antônimos: formas lingüísticas de significado oposto (progredir x regredir; bom x mau).

Polissemia: propriedade que a mesma palavra tem de assumir significados diferentes. - Luísa bate a porta. (fechar) - Antônio bate o carro no poste. (trombar) O sino bate três vezes. (soar) - O coração bate rápido. (pulsar) Obs.: o significado especifico assumido pela palavra dentro do contexto lingüística em que ela aparece é denominado significação contextual.

Ambigüidade: possibilidade de interpretar de maneiras diferentes a mesma palavra ou frase. Ministro falará da crise no Cana/17.

Nessa frase não é possível saber se a expressão "no Cana117" se refere a "falará" ("falará no Canal 17" , sobre uma crise que a frase não especifica) ou a "crise" ("crise no Canal 17", sobre a qual o ministro falará num lugar não mencionado pela frase).

Para resolver a ambigüidade, optando pela primeira interpretação, basta mudar a ordem dos termos na frase:

No Cana/17, ministro falará da crise.

Optando pela segunda interpretação, a melhor solução é deixar clara a relação entre os termos, lançando mão de outro recurso diferente da mudança de posição das palavras, como, por exemplo: Ministro falará da crise que atinge o Cana/17.

Denotação e Conotação

Estes dois conceitos são muito fáceis de entender se lembrarmos que duas partes distintas, mas interdependentes, constituem o signo linguístico: o significante ou plano da expressão - uma parte perceptível, constituída de sons - e o significado ou plano do conteúdo - a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que ouvimos, percebemos um conjunto de sons ( o significante), que nos faz lembrar de um conceito (o significado).

A denotação é justamente o resultado da união existente entre o significante e o significado, ou entre o plano da expressão e o plano do conteúdo. A conotação resulta do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da palavra, isto é, um outro plano de conteúdo pode ser combinado ao plano da expressão. Este outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou positivos, reações psíquicas que um signo evoca.

Portanto, o sentido conotativo difere de uma cultura para outra, de uma classe social para outra, de uma época a outra. Por exemplo, as palavras senhora, esposa, mulher denotam praticamente a mesma coisa, mas têm conteúdos conotativos diversos, principalmente se pensarmos no prestígio que cada uma delas evoca.

Desta maneira, podemos dizer que os sentidos das palavras compreendem duas ordens: referencial ou denotativa e afetiva ou conotativa.

A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em "estado de dicionário"

Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.

Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras realidades por associações que ela provoca

O quadro abaixo sintetiza as diferenças fundamentais entre denotação e conotação:

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO

palavra com significação restrita palavra com significação ampla

palavra com sentido comum do dicionário palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum

palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo

linguagem comum linguagem rica e expressiva

g) Exemplos de conotação e denotação (textos 1 e 2)

Para exemplificar, de maneira simples e clara, estes dois conceitos, vamos tomar a palavra cão: terá um sentido denotativo quando designar o animal mamífero quadrúpede canino; terá um sentido conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa sem caráter ou extremamente servil.(Otto M.Garcia, 1973)

Nas receitas abaixo, as palavras têm, na primeira, um sentido objetivo, explícito, constante; foram usadas denotativamente. Na segunda, apresentam múltiplos sentidos, foram usadas conotativamente. Observa-se que os verbos que ocorrem tanto em uma quanto em outra - dissolver, cortar, juntar, servir, retirar, reservar - são aqueles que costumam ocorrer nas receitas; entretanto, o que faz a diferença são as palavras com as quais os verbos combinam, combinações esperadas no texto 1, combinações inusitadas no texto 2.

TEXTO IBolo de arroz3 xícaras de arroz 1 colher (sopa) de manteiga 1 gema 1 frango 1 cebola picada 1colher (sopa) de molho inglês 1colher (sopa) de farinha de trigo 1 xícara de creme de leite salsa picadinhaPrepare o arroz branco, bem solto. Ao mesmo tempo, faça o frango ao molho, bem temperado e saboroso. Quando pronto, retire os pedaços, desosse e desfie. Reserve. Quando o arroz estiver pronto, junte a gema, a manteiga, coloque numa forma de buraco e leve ao forno. No caldo que sobrou do frango, junte a cebola, o molho inglês, a farinha de trigo e leve ao fogo para engrossar. Retire do fogo e junte o creme de leite. Vire o arroz, já assado, num prato. Coloque o frango no meio e despeje por cima o molho. Sirva quente.(Terezinha Terra)

TEXTO IIReceitaIngredientes2 conflitos de gerações 4 esperanças perdidas 3 litros de sangue fervido 5 sonhos eróticos 2 canções dos beatlesModo de prepararDissolva os sonhos eróticos nos dois litros de sangue fervido e deixe gelar seu coração.Leve a mistura ao fogo, adicionando dois conflitos de gerações às esperanças perdidas.Corte tudo em pedacinhos e repita com as canções dos beatles o mesmo processo usado com os sonhos eróticos, mas desta vez deixe ferver um pouco mais e mexa até dissolver.Parte do sangue pode ser substituído por suco de groselha, mas os resultados não serão os mesmos.Sirva o poema simples ou com ilusões. (Nicolas Behr)

h) Exemplo de texto denotativo (texto 3)

Os textos informativos (científicos e jornalísticos), por serem, em geral, objetivos, prendem-se ao sentido denotativo das palavras. Vejamos o texto abaixo, em que a linguagem está estruturada em expressões comuns, com um sentido único.

Texto 3 - texto técnico-científico

Canibalismo entre insetosSeres que nascem na cabeça de outros e que consomem progressivamente o corpo destes até aniquilá-los, ao atingir o estágio adulto. ... Esse é um enredo que mais parece de ficção científica. No entanto, acontece desde a pré-história, tendo como protagonistas as vespas de certas espécies e as paquinhas, e é um exemplo da curiosa relação dos “inimigos naturais”, aproveitada pelo homem no controle biológico de pragas, para substituir com muitas vantagens os inseticidas químicos.(Revista Ciência Hoje, nº 104, outubro de 1994, Rio, SBPC)

c) Exemplo de texto conotativo (texto 4)

Além dos poetas, os humoristas e os publicitários fazem um amplo uso das palavras no seu sentido conotativo, o que contribui para que os anúncios despertem a atenção dos prováveis consumidores e para que o dito humorístico atinja o seu objetivo de fazer rir, às vezes até com uma certa dose de ironia. Por exemplo, na propaganda de um “shopping”, foi usada a seguinte frase: Texto 4 - propaganda

O Rio Design Center acaba de ganhar um novo piso.Marmoleumo piso natural(Revista Veja Rio, maio/junho,96)

O anúncio tem aí um duplo sentido, pois transmite duas informações:

F. O Rio Design Center ganhou uma nova loja - PAVIMENTO SUPERIOR -onde estão à venda pisos especiais; G. Nesta loja é possível encontrar o material para piso, importado da Holanda, que se chama Marmoleum.

Na frase que fecha o anúncio, desfaz-se a ambiguidade: "Venha até a (ao invés de o) Pavimento Superior e confira esta e outras novidades de revestimentos para pisos". Mas a frase de abertura faz pensar em outros sentidos: o centro comercial ganhou um novo andar, um novo pavimento, ou ganhou um revestimento novo em todo o seu piso, em todo o seu chão.

d) Exemplo de conotação Os provérbios ou ditos populares são também um outro exemplo de exploração da linguagem no seu uso conotativo. Assim, "Quem está na chuva é para se molhar" equivale a "/Quando alguém opta por uma determinada experiência, deve assumir todas as regras e consequências decorrentes dessa experiência". Do mesmo modo, "Casa de ferreiro, espeto de pau" significa O que a pessoa faz fora de casa, para os outros, não faz em casa, para si mesma. A respeito de conotação, Othon M. Garcia (1973) observa: "Conotação implica, portanto, em relação à coisa designada, um estado de espírito, uma opinião, um juízo, um sentimento, que variam conforme a experiência, o temperamento, a sensibilidade, a cultura e os hábitos do falante ou ouvinte, do autor ou leitor. Conotação é, assim, uma espécie de emanação semântica, possível graças à faculdade que nos permite relacionar coisas análogas ou semelhadas. Esse é, em essência, o traço característico do processo metafórico, pois metaforização é conotação".

Veja uma questão de semântica de estilo tradicional:

Em "Volta-se de um amor, escreve um humorista, a palavra destacada possui o sufixo "ista", que significa a) ação ou resultado dela b) estado. c) ocupação, ofício. d) modo de proceder. e) doutrina ou sistema.

(Resposta.: C)

Agora, veja uma questão de semântica típica de uma prova inovadora:

A notícia e o comentário a seguir deixam claro que nem sempre podemos nos limitar á interpretação literal (isto é, "ao pé da letra") das palavras:

Demora“O Ministério da Saúde calcula que em janeiro já poderá deflagrar o programa emergencial de saúde para os ianomanis, em Rondônia. Até lá os mosquitos transmis-sores da malária estão proibidos de picar os índios.”

(Folha de S. Paulo, "Painel")

a) Identifique e transcreva a passagem que, no texto. Não deve ser interpretada literalmente.

R.: "Até lá os mosquitos transmissores da malária estão proibidos de picar os índios"

b) Explique por que a inclusão dessa passagem deixa clara a posição crítica e irônica do jornal com relação aos prazos propostos pelo Ministério da Saúde para começar a resolver o problema da malária entre os índios.

R.: A ironia consiste na significação absurda de decretar uma proibição aos mosquitos picar os índios até janeiro. O jornal toma essa posição crítica e irônica porque, se o programa de saúde para os ianomanis era emergencial, ele deveria ser aplicado imediatamente, já que não é

possível controlar por meio de decreto o ataque de mosquitos.

Devemos, então, ter maior rigor e precisão na escolha dos vocábulos quando vamos utilizar a linguagem escrita, já que o destinatário não está presente no momento da comunicação.

Você já imaginou a confusão que causaria uma comunicação no "Diário Oficial" dizendo que "as datas de um concurso para o Ministério Público foram ratificadas" (confirmadas), se a intenção fosse comunicar aos interessados que houvera "retificação" (modificação) do calendário previsto? Certamente milhares de pessoas se mobilizariam em vão.

A escolha inadequada do vocabulário pode trazer muitos problemas a um texto, tornando passagens incompreensíveis ou mesmo permitindo interpretações errôneas como no exemplo acima, onde se trocou uma palavra por outra. Pode ocorrer inadequação ainda por uma falsa associação de sentidos (como usar "florescente" em lugar de "fluorescente") ou pelo desconhecimento do verdadeiro sentido da palavra.

Existem, em nossa língua, muitas palavras e expressões que dão margem a confusão, podendo, muitas vezes, serem tomadas por outras semelhantes.

Vejamos algumas das expressões que são semelhantes apenas na forma:

Há pouco / a pouco Paulo saiu há pouco. (ação passada = faz pouco tempo) Paulo virá daqui a pouco. (ação futura) Há pouco arroz na geladeira ( = existe)

Ao encontro de / de encontro a Os governantes deveriam ir ao encontro das necessidades do povo. (conformidade, acordo). Os aumento inflacionários vêm de encontro a nossas expectativas. (oposição, conflito).

Senão / se não - Se não chover, irei à praia. (= Caso não chova) - Apresse-se, senão perderemos a festa. (= caso contrário) - Não fazia nada, senão chorar. (=exceto, a não ser) - Não estou aqui senão para ajudá-Io (= a não ser) - Havia apenas um senão no texto. (= falha, defeito)

Nenhum / nem um Quando falamos, essas duas expressões soam praticamente da mesma forma. Ao escreve-Ias, porém, devemos observar certas distinções: - Entrou na casa sem que nenhum morador o notasse. (antônimo de algum) - Nem um morador do prédio o cumprimenta. (= nem um sequer, nem um único, opõe-se a muitos).

Vejamos, agora, algumas palavras e expressões usadas inadequadamente:

Como por exemplo Não há necessidade de usarmos juntas as duas expressões, pois como já implica a idéia de que se vai apresentar um exemplo. Portanto, já que elas são equivalentes, não convém que andem juntas.

Que nem Esta é uma expressão própria da oralidade. Na linguagem escrita, nas orações comparativas, substitua-a por como ou igual a.

- Você é igual a mim. (E não "é que nem eu") - É inteligente como o pai. (E não "que nem o pai")

Por causa que Nunca use essa expressão. Use porque, antecedendo orações, ou por causa de, antecedendo termos da oração.

- Não saí por causa da chuva. (E não "por causa de que chovia")

Afim / a fim de A expressão estar a fim de, no sentido de desejar, estar com vontade de, só deve figurar em textos que usam a linguagem coloquial ou na linguagem falada. - Estou a fim de sair. Na linguagem formal, usa-se afim (= semelhante / ou a fim de (= para). - Procurei-o a fim de conseguir o emprego.

Entenda o valor semântico das conjunções

"(...) E assim, quando mais tarde me procure / Quem sabe a morte, Eu possa me dizer do amor (que tive): / Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure."

(Vinícius de Moraes)

Esse é um dos mais conhecidos e apreciados poemas de Vinícius, que possui uma emotividade sem igual na literatura brasileira. A inadequação gramatical desses versos está na utilização da expressão "posto que" com o valor semântico de causa. O poeta espera que o amor não seja imortal, já que é chama, percebeu?

O problema é que "POSTO QUE" tem valor concessivo, ou seja, indica oposição, fatores contrários, tem o mesmo valor de "apesar de que, embora, mesmo que, ainda que, mesmo que", e não de "porque, já que, visto que". Então o verso deveria ter sido construído assim: "Que não seja imortal, já que é chama", ou "porque é chama" ou ainda "visto que é chama".

Muitas são as expressões e as palavras que causam dúvidas ou apresentam problemas semânticos ao estudante. Vejamos algumas delas:

A conjunção "COMO" pode ter três valores semânticos: causa, comparação e conformidade. Veja os exemplos:

Na frase "Como estivesse chovendo, não saí de casa", ela indica causa, pois poderia ser substituída por "já que";

Em "Faço o trabalho como o regulamento prescreve", indica conformidade, pois poderia ser substituída por "conforme";

Em "Ele age como o pai", indica comparação, pois poderia ser substituída por "igual a".

A conjunção "SE", além de ser condicional, pode ser causal ou iniciar oração subordinada substantiva com função de sujeito ou de objeto direto, sendo denominada, nesse último caso de conjunção integrante.

Exemplos:

Na frase "Se você estudar, conseguirá seu intento", ela indica condição, pois poderia ser substituída por "caso";

Em "Se você sabia que era proibido entrar lá, por que não me avisou?", indica causa, pois poderia ser substituída por "já que";

Em "Não sei se ficarei lá muito tempo", há uma conjunção integrante, pois "se ficarei lá muito tempo " funciona como objeto direto do verbo "saber".

O VERBO NO INFINITIVO antecedido de preposição inicia orações com os seguintes valores semânticos: causa, tempo, finalidade e condição.

Com a preposição "por", a indicação será de causa ( "Por estar acamado, não irei à reunião");

Com "para", de finalidade ("Elas vieram para conversar"); Com "ao", de tempo ("Ao chegar ao colégio, encontrei meu amigo");

Com "a", de condição ("A continuar assim, você não conseguirá seu intento").

Julgue se: “C = certo” ou “E = errado”

1) Na frase "A invenção do microprocessador, em 1971, é considerada por muitos como uma segunda Revolução Industrial da História da humanidade" a parte grifada tem o mesmo valor semântico que em "Os chips atuam como o centro dinâmico dos computadores e de alguns artigos eletrônicos". 2) Na frase "Eu não quero conversar com você posto que me ofendeu ontem" a parte grifada tem o mesmo valor semântico que em "Eu não quero conversar com você ainda que me peça desculpas". 3) Na frase "Se já estava tudo preparado para a festa, por que ela foi adiada?" a parte grifada tem o mesmo valor semântico que em "Se tudo for preparado com antecedência, não há com que se preocupar". 4) Na frase "A família do trabalhador que morreu ao cair de um andaime não receberá qualquer auxílio, pois ele não estava registrado", a parte grifada indica causa. 5) Na frase "A julgar pela rapidez com que a tecnologia evolui, a invasão dos computadores aos lares está apenas começando", a parte grifada indica condição. 6) Na frase "Eu não vi se o gol fora convertido com o jogador em posição irregular", a palavra grifada é denominada conjunção integrante, pois a oração iniciada por ela funciona como objeto direto do verbo "ver".. 7) Na frase "Para alcançares teus objetivos, esforça-te bastante", a parte grifada tem o mesmo valor semântico que em "Alguns candidatos agem inescrupulosamente para obter os votos necessários". 8) Na frase "Prosseguiu a viagem, mesmo estando cansado", a parte grifada tem o mesmo valor semântico que em "Atenderemos seu pedido, posto que chegou atrasado". 9) Na frase "Como ele faltou à palavra, julgo-me livre para agir" a parte grifada tem o mesmo valor semântico que em "Como o operário, deve o patrão ser protegido pelo governo". 10) Na frase "Já que você não quer, deixaremos todos de ir" a parte grifada tem o mesmo valor semântico que em "Por você não querer, deixaremos todos de ir".

11) A frase “Os índios que estavam nus não puderam entrar no Congresso” indica que todos os índios daquele determinado universo estavam nus.

12) A frase “... comprimem-se um milhão e meio de brasileiros, provenientes de quase todas as unidades da Federação” tem o mesmo valor semântico que a frase “... comprimem-se um milhão e meio de brasileiros, que provieram de quase todas as unidades da Federação”, pois em ambas a qualidade é explicativa, ou seja, esclarece o sentido do substantivo, denotando uma qualidade essencial dele.

13) Em “O presidente, que sempre foi gentilíssimo, acolheu-o afavelmente”, há uma oração que funciona como aposto explicativo, iniciada por pronome relativo, cujo nome é oração subordinada adjetiva restritiva.

14) Em “Da Argentina só sei uma coisa: que é país da América do Sul”, há uma oração que funciona como aposto explicativo, cujo nome é oração subordinada substantiva apositiva. Ela não é iniciada por pronome relativo, e sim por conjunção integrante.

15) As frases “Os homens, que têm seu preço, são facilmente corrompidos” e “Os homens que têm seu preço são facilmente corrompidos” têm o mesmo valor semântico, ou seja, as vírgulas não alteram o sentido da frase.

16) Em “Os funcionários da secretária com quem entrei em contato virão amanhã” há o valor semântico de que somente os funcionários da secretaria com quem entrei em contato virão amanhã, os outros não.

17) Em “Os funcionários da secretária, com quem entrei em contato, virão amanhã ” há o valor semântico de que entrei em contato com todos os funcionários da secretaria e que todos eles virão amanhã.

18) Em “As pesquisas que foram realizadas por nossos cientistas tiveram repercussão internacional”, a oração destacada denomina-se subordinada adjetiva restritiva.

19) Em “O motorista, agitado, não conseguia fazer-se entender”, a palavra “agitado” é um adjetivo restritivo que funciona como predicativo do sujeito.

20) Em “O motorista agitado não consegui fazer-se entender”, há a denotação de que havia outros motoristas além daquele que estava agitado.

Respostas:Questões Resp. Justificativa01 Certa Ambas indicam comparação

02 Errada O correto é que a primeira indica causa, então não poderia ser construída com “posto que”, e sim com “já que, visto que, porque...”; a segunda indica concessão.

03 Errada A primeira indica causa; a segunda, condição.

04 Errada Indica tempo. A frase está inadequadamente construída, pois deveria indicar causa, sendo assim construída: “A família do trabalhador que morreu por ter caído.”

05 Certa Poderia ser substituída por “Se julgarmos pela rapidez...”

06 Certa A frase está correta.

07 Certa Ambas indicam finalidade

08 Certa “posto que” indica oposição, fatores contrários, então: “Mesmo que tenha chegado atrasado, atenderemos seu pedido”

09 Errada A primeira indica causa; a segunda, comparação.

10 Certa Ambas indicam causa

11 Errada A oração “que estavam nus”, sem vírgulas, é adjetiva restritiva e indica que somente os índios que estavam nus não puderam entrar no Congresso, os que não estavam nus puderam.

12 Certa Na primeira há o adjetivo explicativo “proveniente”; na segunda, a oração subordinada adjetiva explicativa “que provieram...”

13 Errada O nome da oração que funciona como aposto explicativo, iniciada por pronome relativo, é oração subordinada adjetiva explicativa.

14 Certa

15 Errada A primeira significa que todos os homens são facilmente corrompidos, pois todos eles têm seu preço; já a segunda significa que somente os homens que têm seu preço são facilmente corrompidos, os outros não.

16 Certa A ausência de vírgulas na oração adjetiva “com quem entrei em contato”' torna-a adjetiva restritiva, portanto ela limita, restringe os funcionários.

17 Certa As vírgulas indicam a existência de oração subordinada adjetiva explicativa, o que indica que entrei em contato com todos eles.

18 Certa A ausência de vírgulas na oração adjetiva “que foram realizadas por nossos cientistas” torna-a adjetiva restritiva, portanto ela limita, restringe as pesquisas.

19 Certa O adjetivo restritivo colocado entre vírgulas após o substantivo qualificado por ele sempre funciona como predicativo.

20 Certa Pois o adjetivo “agitado” é restritivo.

Informações literais e inferências possíveisDiversos fatores são apontados como responsáveis pelas dificuldades experimentadas na compreensão de textos: decodificação ineficiente, nível de complexidade sintática das sentenças, limitações de vocabulário, falta de conhecimento específico, memória de trabalho limitada, deficiência no processo inferencial e falhas nas estratégias de monitoramento. Observa-se que essas dificuldades se manifestam ao nível da palavra (decodificação, vocabulário), ao nível da sentença (sintaxe) e ao nível do texto - ou fala - (inferências, monitoramento, estrutura do texto, metacognição).

A compreensão é um processo de construção de significados a partir da integração de informações literais e inferenciais.

As informações literais são aquelas que envolvem a identificação e reprodução de informações contidas no texto (ou fala), sem exigir qualquer tipo de envolvimento do leitor (ou interlocutor), com o significado que pode ser gerado a partir da sua interação com o texto (ou fala).

As Inferenciais, são aquelas que recorrem à integração de informações no próprio texto (ou fala) e à relação dessas informações com o conhecimento de mundo do leitor (ou interlocutor), possibilitando-o atribuir sentido ao texto lido (ou fala), já que exige dele o trabalho de relacionar todas essas informações.

Estudos diretamente voltados para as inferências examinam como elas são geradas e como se classificam e a relação delas com outros fatores, como memória, monitoramento e conhecimento sobre a estrutura do texto (ou fala).

É possível afirmar que estabelecer inferências é um processo mental de alto nível, responsável pela formação de sentidos e pela construção de uma representação mental coerente do texto (ou fala). Ao estabelecer inferências, o leitor (ou interlocutor), tanto integra as diferentes proposições do texto (ou fala) como também preenche as lacunas deixadas pelo produtor do texto, lançando mão de seu conhecimento de mundo.

Yuill e Oakhill (1991) e Cain e Oakhill (2004), com base em uma série de investigações, traçaram um perfil de estudantes com problemas de compreensão, mostrando que eles têm dificuldades em: (1) construir uma representação mental organizada e coerente do texto (ou fala); (2) reter o significado, tendendo a memorizar representações baseadas nas frases e nas palavras literais do texto (ou fala); (3) integrar as informações entre as partes do texto (ou fala); (4) monitorar a compreensão; e (5) usar informação relevante para fazer inferências.

A “Teoria do Ato de Fala” como definida por Austin (1962) e Searle (1969), afirma que uma mensagem verbal é raramente uma mera transmissão literal e direta de informação. Ela exprime também a intenção do interlocutor. Estes atos de fala podem ser ‘diretos’ quando dizem “Feche a janela’’, por exemplo. Mas, no uso diário, são menos freqüentes do que os ‘indiretos’, quando a intenção do interlocutor não está explícita. Por exemplo, se o interlocutor diz ”está frio aqui!’’ não o faz para que quem o escuta diga “realmente está frio aqui !’’ e sim,

para que feche a janela que está próxima.

Deste modo, a compreensão de um ato de fala não literal exige ao mesmo tempo (a) o processamento do que é explicitamente dito e (b) a capacidade de ir além deste significado literal para perceber a intenção do interlocutor no contexto dado. Em outras palavras, quem escuta deve ser capaz de, simultaneamente, compreender o significado literal e não literal da mensagem, o que o interlocutor diz e o que pretende dizer. Assim, devemos usar informações contextuais para entender a intenção do interlocutor e fazer pressuposições e predições.

O modelo explicativo sobre a dimensão indireta de atos de fala indiretos inclui a Teoria do Ato de Fala e certos princípios gerais de conversação. De fato, o interlocutor que deseja realizar um ato de fala não literal tem como objetivo fazer com que quem o escute entenda sua mensagem usando:- a habilidade de quem o escuta para entender as condições de sucesso e satisfação do ato de fala literal;- conhecimento mútuo de certos fatos do cenário e de contextos da conversação para onde quer dirigir a atenção de quem o escuta;- a capacidade de quem o escuta em fazer inferências baseadas na hipótese de que o interlocutor está atendo-se a certas máximas de conversação no contexto de declaração. A estratégia de inferência consiste em, primeiramente, estabelecer que o objetivo ilógico diverge do objetivo literal e, em segundo lugar, descobrir qual é o objetivo ilógico.

As máximas de conversação (Grice, 1975) são baseadas no princípio cooperativo que diz: “Faça sua contribuição conforme necessário, no estágio em que ocorrer, pelo objetivo aceito, ou direção da conversa em que está engajado”. Existem quatro máximas da conversação definidas a seguir:- Máxima de quantidade: “Não dê nem mais nem menos informação do que é necessário”.- Máxima da qualidade: “Tente fazer sua contribuição dizendo algo verdadeiro”, “Não diga o que acredita ser falso”, “Não diga algo sobre o qual não tem evidências suficientes”.- Máxima da relação: “Seja relevante”.- Máxima de modo/maneira: “Seja perspicaz” (nada de ambigüidades e obscuridades, seja breve e mantenha uma ordem).

Em outras palavras, se fornecemos mais ou menos informações do que é necessário, se dizemos algo que sabemos ou acreditamos estar errado, se dizemos algo que é irrelevante ao assunto da conversação, se falamos de modo obscuro, ambíguo ou confuso, isto se constitui em um comportamento não cooperativo.

Toda a conversação pressupõe uma aceitação destas regras. A interpretação de quem escuta ou lê, segue estas regras tacitamente. Uma destas regras é assumidamente violada, quando o interlocutor tem uma razão específica X para tal violação e porque sabe que quem o escuta ou lê é capaz de identificar X como a causa de sua violação. Grice (1975) define este tipo de inferência como “implicações conversacionais”. A partir das afirmações acima se conclui que a violação de uma máxima é (e não pode deixar de sê-lo) dependente do contexto.Segundo Searle, um ato de fala indireto ocorre quando o interlocutor quer dizer alguma coisa além do que realmente diz, em outras palavras, quando faz dois atos distintos com apenas uma única frase. Deste modo “está frio aqui!” significa “feche a janela! ” e “digo que está frio aqui”. Considerando esta definição e os princípios de conversação de Grice, nesse trabalho, definimos quatro categorias de estímulos que seguem:

- violações da máxima de relação e violações da máxima de quantidade (L diz p e quer dizer exatamente q)- solicitação indireta (L diz p e quer dizer exatamente p + q)- afirmativas irônicas (L diz p e o que quer exatamente é dizer não p, em outras palavras, quer dizer exatamente o oposto de P no contexto de declaração)- atos diretos de discurso (L diz p e quer exatamente dizer p)

Ponto de vista do autorO ponto de vista consiste  não apenas na posição física do observador, mas também na sua atitude, na sua predisposição afetiva em face do objeto a ser  descrito. Desta forma, existe o ponto de vista físico e o ponto de vista mental.

a) Ponto de vista físico

É a perspectiva que o observador tem do objeto; pode determinar a ordem na enumeração dos pormenores significativos. Enquanto uma fotografia ou uma tela apresentam o objeto de uma só vez, a  descrição apresenta-o progressivamente, detalhe por detalhe, levando o leitor a combinar impressões isoladas para formar uma  imagem unificada. Por esse motivo, os detalhes não são todos  apresentados num único período, mas pouco a pouco, para que o  leitor, associando-os, interligando-os, possa compor a imagem que faz do objeto da descrição.

Observamos e percebemos com todos os sentidos, não apenas com os olhos. Por isso, informações a respeito de ruídos, cheiros,  sensações tácteis são importantes num texto descritivo, dependendo da intenção comunicativa.

Outro fator importante diz respeito à ordem de apresentação dos detalhes.

Texto  - Trecho de conversa informal (entrevista) "Vamos ver. Bom, a sala tem forma de ele, apesar de não ser grande, né, dá dois ambientes perfeitamente separados. O primeiro ambiente da sala de estar tem um sofá forrado de couro, uma forração verde, as almofadas verdes, ladeado com duas mesinhas de mármore, abajur, um quadro, reprodução de Van Gogh. Em frente tem uma mesinha de      mármore e em frente a esta mesa e portanto defronte do sofá tem um estrado com almofadas areia, o aparelho de som, um baú preto. À esquerda desse estrado há uma televisão enorme, horrorosa, depois há em frente à televisão duas poltroninhas vermelhas de jacarandá e aí      termina o primeiro ambiente. Depois então no outro, no alongamento da sala há uma mesa grande com seis cadeiras com um abajur em cima, um abajur vermelho. A sala é toda pintadinha de branco ..."      Comentário sobre o texto Neste trecho da entrevista, a informante descreve a sala, nomeando as peças que compõem os dois ambientes, reproduzidos numa sequência bem organizada. A localização da mobília é fornecida por meio de diversas expressões de lugar, como em frente, defronte, à esquerda, em cima, que ajudam a imaginar com clareza a distribuição espacial. Há uma preocupação da informante em fazer o nosso olhar percorrer a sala, dando os detalhes por meio das cores (verde, areia, preto, vermelhas), do tamanho (televisão enorme, poltroninhas, mesinhas, sala pintadinha). É também interessante observar que essa informante deixa transparecer as suas impressões pessoais, como, por exemplo, ao usar o adjetivo horrorosa, para falar da televisão e pintadinha, no diminutivo, referindo-se com carinho à sua sala de estar e de jantar.  b) ponto de vista mental ou psicológico

A descrição pode ser apresentada de modo a manifestar uma impressão pessoal, uma interpretação do objeto. A simpatia ou antipatia do observador pode resultar em imagens bastante diferenciadas do mesmo objeto. Deste ponto de vista, dois tipos de descrição podem ocorrer: a objetiva e a subjetiva.

A descrição objetiva, também chamada realista, é a descrição exata, dimensional. Os detalhes não se diluem, pelo contrário, destacam-se nítidos em forma, cor, peso, tamanho, cheiro, etc. Este tipo de descrição pode ser encontrado em textos literários de intenção realista (por exemplo, em Euclides da Cunha, Eça de Queiroz, Flaubert, Zola), enquanto em textos não-literários (técnicos e científicos),  a descrição subjetiva reflete o estado de espírito do observador, as suas preferências. Isto faz com que veja apenas o que quer ou pensa ver e não o que está para ser visto. O resultado dessa descrição é uma imagem vaga, diluída, nebulosa, como os quadros impressionistas do fim do século passado. É uma descrição em que predomina a conotação. Ao descrever um determinado ser, tendemos sempre a acentuar alguns aspectos, de acordo

com a reação que esse ser provoca em nós. Ao enfatizar tais aspectos, corremos o risco de acentuar qualidades negativas ou positivas. Mesmo usando a linguagem científica, que é imparcial, a tarefa de descrever objetivamente é bastante difícil.     Apesar dessa dificuldade, podemos atingir um grau satisfatório de imparcialidade se nos tornarmos conscientes dos sentimentos favoráveis ou desfavoráveis que as coisas podem provocar em nós. A consciência disso habilitar-nos-á a confrontar e equilibrar os julgamentos favoráveis ou desfavoráveis.      Um bom exercício consiste em fazer dois levantamentos sobre a coisa que queremos descrever: o primeiro, contendo características tendentes a enfatizar aspectos positivos; o segundo, a enfatizar aspectos negativos.

Alguns erros mais cometidos na língua portuguesa;Há dez anos atrásHá e atrás indicam passado na frase. Use apenas: "Há dez anos" ou "Dez anos atrás".Fazem cinco anosFazer quando exprime tempo, é impessoal. Faz cinco anos, Fazia dois séculos, Faz quinze dias.Aluga-se casasO verbo concorda com o sujeito. Alugam-se casas, Fazem-se consertos, Procuram-se empregados, É assim que se evitam acidentes.Houveram muitos acidentesHaver (VTD) como existir, é invariável. Houve muitos acidentes, Havia muitas pessoas, Deve haver muitos casos.Existe muitas esperanças.Existir (VI), bastar, faltar, restar e sobrar admitem verbalmente o plural. Existem muitas esperanças, Bastariam dois dias, Faltavam poucas peças, Restaram alguns objetos, Sobravam idéias.

Para não esquecer

1. Abaixo-assinado é o documento. Abaixo assinado, sem hífen, nomeia o indivíduo que assinou um documento; 2. Acidente é fato imprevisto. Incidente é pequeno episódio; 3. Acontecer. Usar acontecer somente quando o fato suceder de repente, tipo acidente. Em vez da expressão "a manifestação aconteceu ontem", prefira "ocorreu ontem". No sentido de haver, realizar-se, ocorrer, suceder, não substitua por acontecer; 4. À custa e não "às custas"; 5. Aficionado. Assim mesmo, com um só "c"; 6. Afim é semelhante (afinidade). A fim de é o mesmo que com a finalidade de, com o objetivo de; 7. A meu ver. E não "ao meu ver"; 8. Aonde. Só use aonde com verbos que indicam movimento: aonde ele vai? Verbos parados: onde. Onde ele está?; 9. Ao invés é ao contrário. Em vez de é em substituição;10. A par do problema (por dentro). Se estiver ao par, estará emparelhado; 11. Apóstrofo e não "apóstrofe"; 12. Ar-condicionado plural ares-condicionados, mas prefira aparelhos de ar-condicionado. O mesmo para ar-refrigerado; 13. Ascender é subir. Acender é pôr fogo; 14. Asterisco e não "asterístico";

15. Aterissar ou aterrizar. Ambas as formas estão corretas; 16. Barra. Usar barra somente em expressões matemáticas: 2/3, 3/4. Em textos, use traço: Ligação Brasil-Venezuela. Em data, quando for o caso, use ponto: 17.07.2002. Em cifras, vírgula: 2,5 milhões; 17. "Bem", o prefixo, pede hífen sempre que precede palavra com vida autônoma: bem-

aventurado, bem-estar; 18. Beneficente e não "beneficiente"; 19. Bimestral é de dois em dois meses. Bimensal é duas vezes por mês; 20. Boa-noite, o cumprimento, leva hífen. Ele me deu boa-noite e foi dormir. O mesmo para bom-dia; 21. Casas geminadas e nunca casas "germinadas"; 22. Cabeçalho sim. "Cabeçário" não existe; 23. Cinqüenta e não "cincoenta". Mas cota ou quota; cociente ou quociente; 24. Círculo vicioso. "Ciclo" vicioso não; 25. Chegou a Brasília (e não em). Chegou ao Rio (e não no); 26. Comprimento dá medida; cumprimento dá as mãos; 27. Concerto musical. Conserto de máquinas; 28. Consenso é conformidade de idéias. Mas não existe na forma verbal: "consensar" ou "consensado"; 29. Convalescença e não "convalescência"; 30. Corroborar não é colaborar. É confirmar; 31. Coser de costurar. Cozer de cozinhar; 32. Crase. Nunca antes de masculino e nem de verbo. Distância determinada leva crase: ficou à distância de 5 metros. Caso contrário, não: manteve-se a distância. À Terra, só se for planeta: O astronauta voltou à Terra; 33. De encontro a. Quem vai "de encontro a" bate de frente, entra em conflito. Vá "ao encontro de" se quiser somar, concordar, contribuir; 34. De forma que, de maneira que, de modo que. Sempre no singular; 35. Desapercebido é desprevenido. Use despercebido quando quiser dizer sem ser notado; 36. Descarrilar e descarrilhar. Ambas as formas estão corretas; 37. Descrição é de descrever. Discrição é de discreto; 38. Descriminar é inocentar. Discriminar é distinguir; 39. Destratar é insultar. Distratar é descumprir; 40. Dia-a-dia (com hífen) significa cotidiano (o dia-a-dia do trabalhador). Dia a dia é apenas todos os dias (ela trabalhava dia a dia); 41. Divisa divide estados. Fronteira, países. Cidades têm limites; 42. Dois pontos. Após dois pontos, não use maiúscula. A não ser que em seguida se inicie uma citação, ou que venha um nome próprio; 43. Em alto e bom som. E não em alto e bom "tom"; 44. Eminente é o mesmo que nobre. Iminente está prestes a acontecer (imediato); 45. Empecilho e não impecilho; 46. Entre mim e você. Nunca entre "eu" e alguém. Entre outras coisas ou dentre outras coisas. Ambas as formas estão corretas; 47. Espectador assiste ao espetáculo. Expectador aguarda por algo; 48. "Esse", "essa", no texto, é o que já passou. "Este", "esta" está acontecendo, ou por vir; 49. Estadia. Navios, assim como outros meios de transporte, têm estadia (no porto, no hangar, etc.). Pessoas têm estada em navios, hotéis, cidades, etc.;

50. Estado de Mato Grosso; 51. Faz quatro anos. Nunca "fazem" quatro anos; 52. Flagrante é evidente. Fragrante é perfumado; 53. Ganho e não ganhado. Gasto e não gastado. Pago e não pagado; 54. Haja vista. Sempre no feminino e singular; 55. Hífen. Sempre utilize hífen nos cargos de nomes compostos como secretário-geral, diretor-presidente, etc.; 56. História em vez de estória, em qualquer caso; 57. Houve, há, haverá, havia, haveria casos. Houve situações. Houve aplausos. Com o verbo sempre no singular; 58. Item e itens não levam acento. Hífen leva, mas hifens não leva; 59. Independentemente de e não "independente de"; 60. Infligir é aplicar pena, castigo. Infringir é transgredir;61. "Inter", o prefixo, só pede hífen antes de palavra iniciada por "h" ou " r ";62. Interveio e não interviu. Interveio é separar, se meter no meio. "Interviu" não existe; 63. "Intitular" (com "i") quando quiser dar título;

64. Ipsis litteris. Em latim quer dizer "com as mesmas palavras". Entretanto, prefira "literalmente";65. "Mal", o prefixo, só provoca hífen antes de palavra iniciada por vogal ou "h"; 66. Mandato é de prefeito, presidente, etc. Mandado é recurso judicial; 67. Mau contrário de bom. Mal contrário de bem; 68. "Meio", quando substantivo, concorda: meia garrafa. "Meio", quando advérbio, não concorda: meio nervosa; 69. Meio ambiente não tem hífen; 70. Menos. Nunca, jamais menas; 71. Microrregião. Assim mesmo, com "r" dobrado e tudo junto; 72. "Não", como prefixo, pede hífen: não-fumante, não-ficção; 73. Obrigado varia em gênero com a pessoa. Muito obrigada, disse a moça. Obrigado, agradeceu ele; 74. Persuasão se escreve assim, mas se pronuncia assim: "perssuazão". Subsídio assim se escreve e se pronuncia: "subssídio" e não "subzídio" (basta reparar que ninguém diz "subzerviente" ou "subzolo");75. "Pra mim fazer", "pra mim dizer". Jamais. O certo é para eu fazer, para eu dizer;76. Precursor (um "s" só);77. Prefere-se uma coisa "a" outra e não "do que" outra; 78. Prefixos do tipo: bi, tri, tetra, penta, hexa não levam hífen. Brasil pentacampeão;79. Privilégio e não "previlégio"; 80. Pôr, com acento, é verbo. Sem acento, é preposição; 81. Porcentagem ou percentagem (porcentual ou percentual). Ambas as formas estão corretas. 80% votaram. 80% do eleitorado votou. 1% votou; 82. "Quite" varia em número: a empresa está quite com seus fornecedores. As empresas estão quites...; 83. Raios-X. Assim como está escrito; 84. Ribeirinhos no masculino. Mas população ribeirinha;85. Se não ou senão? "Se não" somente se puder ser substituído por "caso"; 86. Sem-terra, sem-teto, sem-vergonha, com hífen, sempre no singular;87. Sentido conotativo é sentido figurado. Sentido denotativo é o real;88. Sessão de cinema. Cessão de direitos. Seção de trabalho; 89. "Socio", o prefixo, dispensa hífen e o acento. Sociocultural, sociologia, etc. Mas se vem só, pede acento: sócio;90. "Sub", o prefixo, só provoca hífen antes de palavras iniciadas por "r". E em pouquíssimas iniciadas por "b": sub-base; 91. Tampouco é também não. Tão pouco é muito pouco;

92. Terraplenar ou terraplanar. Ambas as formas são aceitas; 93. Telefonema. O telefonema (substantivo masculino);94. "Todo mundo", sem artigo, significa todos. "Todo o mundo", com o artigo, quer dizer o mundo todo; "toda a empresa" é todo mundo da empresa. "Toda empresa" é toda e qualquer empresa, portanto, qualquer empresa; 95. Traslado e não translado; 96. TV em cores. Transmissão em cores; 97. "Ultra", o prefixo, pede hífen antes de palavras iniciadas com "h", "r", "s" e vogais; 98. Usufruir pede regência direta. Usufruiu bons momentos. Assim como desfrutou bons momentos; 99. Viagem (substantivo) é jornada, passeio. Viajem é tempo do verbo viajar; 100. Vir plural vêm. Ver plural vêem. No futuro: quando eu te vir (e não quando eu te ver).