Portugal Na Segunda Metade Do Século XIX

15
Portugal na segunda metade do século XIX Modernização do País Na primeira metade do séc. XIX o reino estava pobre e desorganizado por vários fatores como a independência do Brasil, as invasões Francesas e a guerra civil. Na segunda metade do século Portugal, finalmente com os governos liberais, começou a recuperar do atraso em relação aos outros países europeus fazendo leis para desenvolver e modernizar o país. Modernização da agricultura O governo quis logo incentivar a agricultura. Acabaram portanto os impostos e obrigações a que os agricultores cumpriam. Dividiram-se as terras. Algumas medidas: -Tiraram as terras ao clero e à nobreza e passaram a ser vendidas aos burgueses. -Acabou o direito de morgadio. -Dividiram os terrenos incultos. Assim sendo a área cultivada aumentou. A utilização de novos métodos de cultivo fez a agricultura modernizar-se. Com novas máquinas agrícolas os proprietários mais ricos facilitavam a sua vida. Com elas também aumentaram a produção com menor número de trabalhadores. Aumentou o cultivo de arroz, batata, feijão e milho que contribuíram para a redução das doenças. A fruta e o Vinho eram exportados. Desenvolvimento da exploração mineira

description

resumo

Transcript of Portugal Na Segunda Metade Do Século XIX

Portugal na segunda metade do sculo XIX

Modernizao do PasNa primeira metade do sc. XIX o reino estava pobre e desorganizado por vrios fatores como a independncia do Brasil, as invasesFrancesas e a guerra civil.Na segunda metade do sculo Portugal, finalmente com os governos liberais, comeou a recuperar do atraso em relao aos outros pases europeus fazendo leis para desenvolver e modernizar o pas.Modernizao da agriculturaO governo quis logo incentivar a agricultura. Acabaram portanto os impostos e obrigaes a que os agricultores cumpriam. Dividiram-se as terras.

Algumas medidas:-Tiraram as terras ao clero e nobreza e passaram a ser vendidas aos burgueses.-Acabou o direito de morgadio.-Dividiram os terrenos incultos.

Assim sendo a rea cultivada aumentou.A utilizao de novos mtodos de cultivo fez a agricultura modernizar-se.Com novas mquinas agrcolas os proprietrios mais ricos facilitavam a sua vida.Com elas tambm aumentaram a produo com menor nmero de trabalhadores.Aumentou o cultivo de arroz, batata, feijo e milho que contriburam para a reduo das doenas. A fruta e o Vinho eram exportados.Desenvolvimento da explorao mineiraAexplorao mineira era muito baixa e Portugal gastava dinheiro com a importao de cobre, ferro e outros minerais. Para no desperdiar os recursos minerais que j estavam no pas o governo distribuiu mais ou menos 600 licenas a empresas particulares para explorarem minas. Os minerais mais procurados eram o cobre, o ferro e o carvo. Em volta das minas cresceram povoaes pois mudavam-se para l procura de empregos.Os tneis eram estreitos, por essa razo era frequente contratarem-se crianas.O carvo tornou-se muito valioso no sculo XIX pois passou a ser a principal fonte de energia. Usava-se principalmentepara produzir o gs, para o aquecimento, para a iluminao e em mquinas a vapor.Mesmo com a explorao mineira, Portugal continuou a ter queimportar carvo, ferro e mquinas.Metalrgica-Empresa que trabalha e purifica minerais.Metalomecnica-Empresa que fabrica peas atravs dos metais purificados que vm da metalrgicaA modernizao da indstriaNo sculo XIX comearam-se a utilizar mquinas movidas com a fora da gua, vento, animais ou do homem. Pretendia-se produzir mais e melhor com as mquinas. Masa grande revoluo eram as mquinas a vapor, utilizadas pela primeira vez em Portugal em 1835.Produo industrial:-Maiores quantidades em menos tempo com a ajuda de mquinas.Produo artesanal-Produo demorada com a ajuda de utenslios simples e a fora humana.Principais indstrias nesta poca:

tecelagemfiaovesturioqumicacaladometalurgiachapelariaconservascimentometalomecnicasvidrotabacoComearam a surgir as fbricas. Os operrios especializavam-se numa determinada tarefa.As principais zonas industriais da poca em Portugal eram a do Porto e a de Lisboa.

Transportes e comunicaes:Inicio do Sec. XIX, os transportes e comunicaes estavam pouco desenvolvidos, a populao de Portugal vivia isolada pois:-a rede de estradas eram pouca e de m qualidade;-transportes antiquados;-o tempo de viagem longo;Como consequncia viajava-se pouco, as viagens eram cansativas e demoradas.Numa atitude de modernizao e mudanaFontes Pereira de Melo, Ministro de D. MariaII, D. Pedro V e D.Lus I, procurou desenvolver a rea dos transportes e comunicaes, uma vez que desta forma abria a possibilidade de:Circulao de pessoas e mercadoriasde forma mais rpida, barata e segura. Possibilidade de troca de ideias.Por outro lado este aspecto contribuia para o desenvolvimento da agricultura, industria e comrcio (desenvolvimento das actividades econmicas).Assim:Em 1849, iniciou-se a construo de uma rede de estradas.Em 40 anos, a rede de estradas teve um grande aumento. Construo de tneis, viadutos e novas pontesDiligncia ou "mala-posta"Construo de linhas de caminho-de-ferro (primeira viagem de comboio foi de Lisboa-carregado em 28 de Outubro de 1856).Abertura Europa com o inicio doSUD-EXPRESSem 1887.Modernizao da orientao na navegao maritima (construo de faris ao longo da costa).Em 1895, comea a circulao em Portugal de automveis.

Inovao na rea dos Meios de Comunicaes:

Jornais:A Gazeta de Lisboa nasceu em 1641 (o segundo dirio, mais antigo na Europa).Este foi o primeiro jornal portugus, a ser publicado com alguma regularidade.

Contudo, a verdadeira implementao na imprensa portuguesa, s se efectiva no sculo XIX. Foi impulsionada pela revoluo liberal de1820.A liberdade de imprensa permitiu um grande aumento no nmero de publicaes, sobretudo jornais. Todos estes jornais e revistas eram um estmulo produo literria. Grandes escritores estrearam-se com artigos, novelas e romances nos folhetins dos jornais dirios.Tambm se tornou moda a realizao de conferncias e a fundao de clubes culturais. Havia o culto pela arte de bem escrever e bem falar.Reorganizao dos Correios -Selos Postais:Portugal aderiu ao sistema de colocao de selos nas cartas, postais e encomendas, no reinado de D. Maria II. Os primeiros selos portugueses comearam a circular em 1de Julho de 1853, com as taxas de 5 e de 25 ris, respetivamente castanho avermelhado e azul esverdeado. Pouco depois, ainda no mesmo ms, foram emitidas as taxas de 50 e 100 ris, em verde e em lils. Apresentam, todos, a efgie (cabea, rosto) da Rainha D. Maria II e foram gravados por Francisco Borja Freire.

Telefone e telegrafo:

Em meados do sculo XIX, vo aparecer, por todo o lado, postes de telgrafo eltrico, que seguem de perto o percurso do caminho-de-ferro. Em conjunto, estes dois novos elementos que marcam a paisagem esto ao servio de um novo ritmo de vida prprio da burguesia capitalista.Em Portugal, a introduo da rede ferroviria foi muito mais lenta do que a do telgrafo. Em 1856 era inaugurada a primeira rede oficial de telgrafo, que fazia a ligao entre o Terreiro do Pao e as Cortes e entre o Palcio das Necessidades e Sintra. A 20 de Julho do ano seguinte (1857), este servio de telgrafo foi aberto ao pblico. Os utentes podiam utilizar este instrumento para comunicar, por exemplo, com o pas vizinho.Em Portugal as primeiras experincias de telefone iniciaram-se em 24 de Novembro de 1877, ligando Carcavelos Central do Cabo em Lisboa.A primeira rede telefnica pblica foi inaugurada em Lisboa a 26 de Abril de 1882 pela Edison Gower Bell Telephone Company of Europe Ltd que tinha a concesso atribuda desde 13 de Janeiro de 1882

A Populao PortuguesaRecenseamento e crescimento da populao

Comevoluo da populao portuguesa e as mudanas ocorridas ao longo da nossa histria (guerras, colonizao, emigrao, migrao, doenas e outras), surgiu a necessidade de conhecer melhor quantoseram e como e onnde viviam.Por outro lado para planear amodernizaodo pas,era necessrio saber concretamente o nmero de habitantes do pas, as suas actividades e como estavam distribudas a propriedade e a populao.

Para isso fizeram-se as primeiras contagenspoucos rigorosas porque se fazia acontagem do nmero de fogos (casas) e no de pessoas.

Na segunda metade do sculo XIX, os numeramentos foram substitudos pelorecenseamento ou censo- contagem do nmero de habitantes.Os recenseamentos so mais seguros.

Oprimeiro foi feito em 1864 no reinado de D. Lus I. A partir de 1890, foi feito de 10 em 10 anos.

Crescimento e distribuio populacional.O Litoral Norte de Portugal era mais povoado do que o Interior e sul do Pas porque,tinha um clima ameno, solos frteis e maior quantidade de portos martimos,facilidade de comunicaes.A populao concentrava-se volta das cidades: Porto / Lisboa.

Oaumento dos trabalhadores agrcolas sem emprego fez com que a populao fugisse do campo para a cidade procura de emprego e melhores condies de vida -xodo rural"

Verificou-se um aumento da populao devido:- Melhoria na alimentao; - Desenvolvimento da Medicina; - No ocorrncia de guerras; - Melhores condies de higiene nas cidades.

OEnsino

Com as reformas do ensino pretendia-se que os jovens tivessem acesso a conhecimentos prticos e uteis para utilizarem ao longo da sua vida ativa:oAbriram-se escolas primrias (1 livro: CartilhaMaternal);oo ensino primrio tornou-se obrigatrio e gratuitooNas principais cidades foram criados liceus;oForam criadas escolas tcnicas;oCriaram-se novos cursos universitrios.Contudo, nem todos frequentavam a escola, principalmente no campo.Defesa dos direitos humanos:Abolio da pena de morte para os crimes civis - 1867Extino da escravatura em todos os domnios portugueses 1869.

A vida quotidiana na segunda metade do sec XIX

Alteraes na sociedade:Nobreza: perdeu regalias, passou a pagar impostos e no pode mais exigir ao povo que trabalhe para ele sem nada em troca.Clero: perdeu regalias; parte das suas terras passaram para o governo.Burguesia: comeou a ser a classe mais importante, passou a fazer parte de alguns cargos do governo e enriqueceu com o comrcio e com a industria.Povo: passou a ter os mesmos deveres e direitos perante a lei, apesar de continuarem a viver mal.

A vida quotidiana nos campos:

Atividades:Agricultura e criao de gado.Alimentao:Simples e feita base dos produtos que cultivavam ou podiam adquirir com mais facilidade.Compunha-se de: po, azeitonas, sardinha, carne de porco e sopa de legumes frescos ou secos. O arroz e a batata tambm faziam parte da alimentao. Doces e carne, de vaca ou de aves, s em dias festivos. Cada regio possua os seus pratos tpicos.

Vesturio:Variava conforme a regio, o respectivo clima e ainda os trabalhos que realizavam.

Habitao:O tipo de casas tambm variava conforme a sua localizao, o clima e os materiais de construo existentes na zona.;De um modo geral, os interiores eram simples e modestos.

Divertimentos:Estavam relacionados com as festas religiosas e com os trabalhos agrcolas (vindimas, ceifas, desfolhadas);Durante as festas do santo padroeiro de cada povoao faziam-se procisses, romarias, feiras e o povo divertia-se com bailes e jogos tpicos da sua regio;As crianas divertiam-se com os brinquedos que elas prprias construam;Os homens encontravam-se e conversavam nas tabernas;As mulheres trocavam as novidades do dia-adia enquanto lavavam a roupa nas ribeiras

A vida quotidiana nas cidadesNo sculo XIX verificou-se um grande aumento populacional, sendo as cidades mais populosas Lisboa e Porto.Nas cidades viviam os burgueses (comerciantes, industriais, advogados, mdicos, professores), mas a maioria da populao pertencia s classes populares (operrios da indstria e construo civil, empregados de balco, criados nas casas de pessoas ricas e da classe mdia).Os vendedores ambulantes abasteciam as cidades ao venderem os seus produtos (utilizavam umpregoespecifico para cada produto.Ex: Eh! Chicharro fresco!

Alimentao:oA burguesia e a nobreza tinham uma alimentao abundante e variada. Faziam quatro refeies dirias (pequeno-almoo, almoo, jantar e ceia), apreciavam pratos de carne e deliciavam-se com as sobremesas.oO povo das cidades alimentava-se de po, legumes, toucinho e sardinhas.

Divertimentos:As pessoas da cidade reuniam-se em cafs e clubes, jantares, festas e bailes;Iam pera, ao teatro, ao circo, s touradas e no final do sculo ao cinema;Frequentavam os grandes jardins, como: o Passeio Pblico e o Jardim Zoolgico, em Lisboa, e o jardim de S. Lzaro, no Porto, onde conviviam, ouviam msica tocada pelas bandas, assistiam a representaes teatrais e ao lanamento de fogo de artifcio

Vesturio:O vesturio usado pelas classes mais ricas seguia a moda de Frana e da Gr-Bretanha.

Mudana e modernidade nas cidades:

- Mais higiene nas ruas e nas casas;- gua canalizada;- Ampliaram-se as redes de esgotos;- Servio de recolha do lixo;- Iluminao das ruas;- Abriram-se ruas e avenidas pavimentadas;- Desenvolveram-se os transportes pblicos: americano e chora

Habitao:Os mais ricos construram luxuosas residncias;A classe mdia vivia em andares mais ou menos espaosos.Os mais pobres habitavam em bairros miserveis e superlotados, sem esgotos nem gua potvel, sem higiene nem segurana. No Porto chamavam-se ilhas e em Lisboa ptios ou vilas.

Resumindo:O dia-dia do campons:No sculo XIX, a vida quotidiana dos camponeses era , como sempre foi, dura e difcil.A agricultura e a criao de gado continuavam a ser as principais actividades da gente do campo.O campons e a sua famlia viviam numa casinha, onde a cozinha com lareira era a principal diviso.A sua alimentao era muito pouco variada. A base de uma refeio era o po de milho ou de centeio, sopa e vinho. Tambm se comiam batatas, azeitonas, uma sardinha salgada ou um pouco de gordura de porco.O vesturio do povo variava conforme o clima e os trabalhos de cada regio.Os divertimentos de que povo gostava estavam muito ligados a certos trabalhos e s festas da igreja: a ida feira e s desfolhadas, assistir s corridas de touros, participar nas procisses e romarias eram os mais apreciados.O dia-a-dia nas cidadesNas grandes cidades do sculo XIX viviam diferentes grupos sociais:Burguesia: industriais, banqueiros, mdicos, professores viviam muito bem;Nobreza;viviam do rendimentos das suas terras;Classes populares: viviam mal, desempenhavam profisses e servios.

So criados vrios servios pblicos: Companhia das guas e Correios Recolha de lixoEsgotos

A modernizao das cidades .Na 2 metade do sculo XIX , Lisboa e Porto tiveram um grande crescimento e modernizaram-se:AvenidasRuas pavimentadas / passeiosOs jardins foram arranjadosNovos edifcios pblicos: mercados, tribunais, teatros, escolas

Iluminao pblicaBombeiros / policiamento de ruasAparecem os 1 transportes pblicos colectivos americano chora

A vida na cidade torna-se mais cmoda, segura e saudvel.

A luta do operrio:

Os operrios tinham uma vida dificil:Trabalhavam 12 horas por dia,Recebiam salrio baixo,O salario das mulheres era metade do dos homens.Por isso os operrios comearam a organizar greves contra os salrios e as condies a que os patres os submetia.Com estas greves a populao comeou a perceber que podia lutar pelos seus direitos.