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Publicação de distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso www.spoftalmologia.pt EDIçãO DIáRIA 56.º Congresso Português de Oftalmologia 5 a 7 de dezembro 2013 Disponível em dispositivos Apple Em breve também para Android e Windows ACEDA à VERSãO DIGITAL Username: esferadasideias Password: cg14spo ENCONTRO DE EXPERIêNCIAS No Simpósio Luso-Brasileiro (entre as 14h30 e as 16h00), oftalmologistas dos dois países par- tilham experiências sobre a abordagem a diferentes patologias, desde a cirurgia da presbiopia na córnea à reabilitação visual em degenerescência macular da idade e maculopatia diabética. NA FILA DA FRENTE: Dr. Luís Cardoso, Dr.ª Angelina Meireles, Prof.ª Keila Monteiro de Carvalho e Prof. Milton Ruiz Alves NA FILA DE TRáS: Dr. João Filipe Silva, Dr.ª Isabel Lopes-Cardoso, Dr. Marco Rey de Faria, Prof. Paulo Torres, Prof. Mauro Nishi e Dr. Leonardo Reis PORTUGAL E BRASIL

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Publicação de distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso

www.spoftalmologia.pt

Edição diária 56.º Congresso Português de oftalmologia5 a 7 de dezembro 2013

Disponível em dispositivos AppleEm breve também para Android e Windows

AcEDA à vErsãoDigitAl Username: esferadasideias Password: cg14spo

Encontro dE ExpEriênciasNo Simpósio Luso-Brasileiro (entre as 14h30 e as 16h00), oftalmologistas dos dois países par-tilham experiências sobre a abordagem a diferentes patologias, desde a cirurgia da presbiopia na córnea à reabilitação visual em degenerescência macular da idade e maculopatia diabética.

na fila da frEntE: dr. luís cardoso, dr.ª angelina Meireles, prof.ª Keila Monteiro de carvalho e prof. Milton ruiz alves na fila dE trás: dr. João filipe silva, dr.ª isabel lopes-cardoso, dr. Marco rey de faria, prof. paulo torres, prof. Mauro nishi e dr. leonardo reis

portugal E Brasil

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os recentes avanços no âmbito do diagnóstico e da terapêutica das oclusões veno-sas da retina são o tema da palestra de abertura das sessões da manhã. a oradora é da dr.ª fernanda Vaz, oftalmologista no Centro Hospitalar de lisboa ocidental/ /Hospital de egas moniz, que fala na sala pégaso, entre as 8h30 e as 8h45.

dr.ª fErnanda vaz

As oclusões venosas constituem a se-gunda causa de patologia vascular re-

tiniana logo a seguir à retinopatia diabética. «Até 2009, as normas de orientação clínica no âmbito desta patologia regiam-se, es-sencialmente, pelos resultados de dois es-tudos: o Central Vein Occlusion Study e o Branch Vein Ccclusion Study, ambos com mais de 20 anos», refere Fernanda Vaz.

Entretanto, os resultados de diversos ensaios clínicos (ver tabelas) conduzi-ram à introdução de vários fármacos na prática clínica, «nomeadamente os anti-inflamatórios e os antiangiogénicos de administração intravítrea, que vieram mu-dar o paradigma de tratamento», sublinha a oradora.

Para esta mudança, contribuiu também o avanço tecnológico, nomeadamente

oClusões Venosas da retina

«ao nível dos exames complementares de diagnóstico, como a tomografia de coerência ótica, os novos equipamen-tos de imagem multimodal e, mais re-centemente, a angiografia widefield».

Entre estes e outros temas, a palestra de Fernanda Vaz também vai analisar algumas propostas de algoritmos para as diferentes formas de oclusão venosa da retina.

Tratamento Duração da doença

Média de letras

% de doentes a ganhar 15L

Variação da EFC

BVOS LASER --- 5 (3A) 65 (10L/3A) ---

SCORE Triamcinolona 4 8 27 274

GENEVA Dexametasona 8 10 30 (60 dias) 208

BRAVO Ranibizumab 3 18 61 345

Rosenfeld et al. Bevacizumab 3 15 53 205

VIBRANT Aflibercept//LASER 3 17/7 53/27 280/128

Estudos rEfErEntEs à oclusão vEnosa dE raMo

Tratamento Duração da doença

Média de letras-1 A

% de doentes a ganhar 15L

Variação da EFC

CVOS LASER --- --- --- ---

SCORE Triamcinolona 4 m 8 27 274

GENEVA Dexametasona 8 m 10 30 (60 dias) 208

CRUISE Ranibizumab 3 m 14 51 477

Epstein et al. Bevacizumab 2 m 16 60 435

COPERNICUS e GALILEU Aflibercept 3 m 16/17 55/60 424/413

Estudos rEfErEntEs à oclusão da vEia cEntral da rEtina

No final da Conferência Cunha-Vaz, o Prof. Manuel Sobrinho Simões, diretor do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, foi distin-guido pela excelência do seu contributo para a Sociedade Portuguesa de Oftal-mologia. O diploma foi-lhe entregue pelos Profs. Paulo Torres e José Cunha-Vaz.

O Congresso é uma oportunidade única de partilha de saber e de cumpli-cidade, que também visa o estreitar de amizades e o convívio entre pares.

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oCt para todos os oftalmologistasentre as 8h30 e as 10h45, decorre, na sala gemini i, o curso «oCt – segmento posterior». dos princípios básicos à discussão de casos clínicos, o progra-ma desta formação destina-se a todos os oftalmologistas.

«Método não invasivo e quase ins-tantâneo, que permite prever e

avaliar o resultado de todos os atos cirúr-gicos, sendo frequente, por exemplo, no pré-operatório da cirurgia da catarata.» Por todas estas razões, «a tomografia de coerência ótica [OCT, na sigla em inglês] interessa a todos os oftalmologistas», defendem as coordenadoras do Curso «OCT – segmento posterior», a Dr.ª Mun Faria e a Dr.ª Filomena Pinto.

Esta formação está estruturada de modo a que os princípios básicos da execução da OCT sejam compreensí-veis para os oftalmologistas que iniciam agora ou para os que já dominam a téc-nica. Exemplo disso é o módulo «Hands on OCT», no qual o Dr. Evangelos Tsiroukis, oftalmologista no Institut Català de Re-tina, em Barcelona, vai explanar, com recurso a meios audiovisuais, a execu-ção «ao vivo» de cada um dos passos da técnica.

«Terminology and Methodology in OCT» é outro dos temas a abordar por Evangelos Tsiroukis, que «vai referir a nova classificação de cada uma das ca-

madas da retina, de uma forma sistemá-tica e didática». Segue-se a participação da Dr.ª Susana Penas, oftalmologista no Centro Hospitalar de São João, no Porto, com o tema «Para além do óbvio», que vai esmiuçar o valor preditivo da OCT na avaliação macular.

A patologia da interface vitreorreti-niana, «com imagens que só por si são diagnósticas», como afirmam as coorde-nadoras deste curso, vai ser explorada pela Dr.ª Sandra Barrão, oftalmologista no Instituto Oftalmológico Dr. Gama Pinto, em Lisboa. Por sua vez, a Dr.ª Filomena Pinto vai falar sobre aspetos pouco referi-dos nesta área, mas que «têm uma im-

portância fundamental no diagnóstico das lesões pigmentadas na retina».

O curso conta ainda com a participa-ção da Prof.ª Zofia Michalewska, oftal-mologista na Jasne Blonia Eye Clinic, em Rojna, Polónia, que apresentará os temas «Lamellar macular hole» e «Going deeper – what can be revealed with swept source OCT». Como adiantam as coordenadoras do curso, «são dois temas de difícil diag-nóstico e muito controversos – a diferen-ça entre buraco lamelar e pseudoburaco, bem como o estudo da coroideia associado a algumas patologias da retina». Nesta formação, haverá ainda tempo para a dis-cussão de casos clínicos.

drs. Mun faria, filomena pinto, Evangelos tsiroukis, sandra Barão e susana penas. Está ausente na foto a prof.ª zofia Michalewska

vanessa pais

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dez oftalmologistas nacionais abordam as diversas patologias envolvidas na inflamação do segmento anterior, na sessão «uveítes after lunch», que decorre entre as 14h30 as 16h30, na sala Vega.

Ao longo deste ano, foi preocupação do Grupo Português de Inflamação

Ocular (GPIO) apresentar um programa científico apelativo e útil à maioria dos oftalmologistas. A aposta foi seguida no sentido de uma abordagem formativa mais generalista e abrangente.

Nesta linha, o GPIO organiza agora, neste Congresso Português de Oftalmolo-gia, a sessão «Uveítes after lunch». «Con-tamos com a colaboração de dez espe-cialistas nacionais na área da inflamação ocular, que, com a sua experiência e re-conhecida capacidade de comunicação, vão apresentar as diversas entidades

patológicas envolvidas na inflamação do segmento anterior», refere o Dr. Pau-lo Mesquita Marques, coordenador do GPIO, que partilha a coordenação desta sessão com o Prof. Rui Proença.

Após uma introdução de Paulo Mesquita Marques, serão abordadas as principais etiologias infeciosas, pelo Drs. Pedro Rodrigues, Luís Figueira e Marta Macedo. De seguida, a Dr.ª Sofia Fonseca falará sobre as uveítes não infeciosas predomi-nantemente oculares. Já as uveítes não infeciosas associadas a doença sistémica serão alvo de análise pelos Drs. Vasco Miranda, Marta Guedes e Vanda Nogueira.

Segue-se a intervenção da Dr.ª Olga Berens sobre as síndromes mascaradas e, antes da discussão final, o Prof. Rui Proença aborda o diagnóstico e a terapêutica das uveítes do segmento anterior.

drs. vasco Miranda, luís figueira, sofia fonseca, olga Berens, prof. rui proença, drs. paulo Mesquita Marques, vanda nogueira, Marta guedes, Marta Macedo e pedro rodrigues

«Os medicamentos off-label, tendo in-dicação diferente da que consta no

resumo das características do medicamento e uma finalidade que extravasa o âmbito das indicações aprovadas, não violam, contudo, qualquer lei nacional ou europeia», realça a Dr.ª Leonor Almeida, oftalmologista no Cen-tro Hospitalar de Lisboa Norte/Hospital de Santa Maria e coordenadora do curso.

Ao Infarmed não compete pronunciar-se sobre a utilização destes medicamentos, en-tendendo esta autoridade que são adequa-dos ao doente. Porém, conforme sublinha Leonor Almeida, «a responsabilidade primá-

ria pertence sempre ao médico, que deve aceitar as consequências da sua utilização».

O princípio da liberdade terapêutica do Código Deontológico da Ordem dos Médi-cos ensina que os médicos têm o direito de prescrever o que se afigurar melhor para o doente. Por outro lado, o Code of Fede-ral Regulations dos EUA exige estudos controlados, da mesma forma que a Food and Drug Administration obriga a relatórios para a utilização dos medicamentos.

«Apesar de tudo isto, o clínico que expe-rimente uma terapêutica insuficientemente convalidada, não integrando protocolos de tratamento médico, embora com casos de sucesso, corre o risco de ser condenado por ofensas corporais», alerta Leonor Almeida.

Quais são então as repercussões do uso de fármacos off-label? Para responder a esta questão, o curso conta com a partici-pação do Dr. André Dias Pereira, investiga-dor no Centro de Direito Biomédico e profes-sor assistente na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

O impacto das restrições financeiras em Oftalmologia é outro dos tópicos em foco. As medidas a adotar para assegu-rar um acesso equitativo aos cuidados de saúde serão discutidas pela Prof.ª Ana Sofia Carvalho, diretora do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portu-guesa e consultora do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

«É necessário debatermos a pertinên-cia de usar medicamentos cujas vanta-gens incluem um preço baixo com equi-valência de resultados. O uso off-label é admitido por várias sociedades médicas e acrescenta um apoio suplementar, mas sem dados de eficácia e segurança a longo prazo», nota Leonor Almeida. Para debater a relação custo/benefício/ /utilidade da prescrição off-label e fazer a análise destes fatores na gestão clínica, o curso recebe ainda a Prof.ª Maria do Céu Machado, diretora clínica do Centro Hospitalar de Lisboa Norte/Hospital de Santa Maria.

as implicações ético-jurídicas da prescrição de medicamentos off-label estão em destaque no curso «bioética e responsabilidade médica em oftalmologia», que decorre na sala gemini ii, entre as 9h30 e as 11h00.

prof.ª Maria do céu Machado e dr.ª leonor almeida. ausentes na foto o dr. andré dias pereira e a prof.ª ana sofia carvalho

ÉtiCa ClíniCa na presCrição off-label

inês Melo

…Em 2014, o GPIO pretende manter o modelo de reunião conjunta com o Gru-po Português de Retina e Vítreo.

…Esta reunião será integrada no 14th EVRS (European VitreoRetinal Society) Meeting, de 4 a 7 de setembro, no Centro de Congressos da Alfândega, no Porto.

a saber...

inflamação do sEgmEnto antErior Em análisE

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novidadEs na abordagEm do glauComao diagnóstico e o tratamento do glaucoma infantil e juvenil e as novas técnicas cirúrgicas, incluindo as minimamente invasivas, estão em destaque nas três con-ferências que decorrem entre as 11h30 e as 13h00, na sala gemini. em discurso direto, os palestrantes adiantam as principais ideias que pretendem transmitir.

«Nunca houve tanto interesse na cirurgia do glaucoma como atual-

mente. Estagnada durante muitas décadas, esta cirurgia está a ser rejuvenescida pela introdução de novas tecnologias. Cada um destes novos métodos surge com a pro-messa de maior segurança e eficiência cirúrgica face ao eterno gold standard – a trabeculectomia.

Porém, as promessas não correspon-dem exatamente à realidade científica. A maioria destas tecnologias está ainda em fases iniciais de ensaios clínicos, com evi-dente escassez de estudos de revisão que possam justificar um lugar na atividade diá-ria dos cirurgiões de glaucoma e dos oftal-mologistas gerais.

Na verdade, atualmente, é extremamente

difícil fazer avaliações precisas sobre a uti-lidade destes novos dispositivos. Na minha conferência, vou abordar as novidades dis-poníveis no mercado e tentar promover a discussão em torno da literatura atual. Além disso, vou especular sobre as tendências futuras e possíveis posicionamentos destes métodos na expansão do armamentário do cirurgião oftalmológico.»

novas tECnologias na Cirurgia

«Nos últimos anos, a cirurgia do glau-coma passou por uma revolução es-

petacular. A cirurgia tradicional, que quase não evoluiu desde meados do século XX, foi substituída pelo grupo de novos dispositivos que aumentam consideravelmente o leque de opções em termos de abordagens cirúr-gicas para os doentes com glaucoma.

De uma forma geral, estes novos dis-positivos foram apelidados de cirurgia mi-nimamente invasiva do glaucoma. Todos eles têm como objetivo reduzir a pressão intraocular (PIO) com a menor taxa pos-sível de complicações, superando neste aspeto a cirurgia tradicional, independen-

temente de serem associados à utilização de antimetabolitos.

Entre os novos dispositivos, alguns vi-sam derivar o humor aquoso através da malha trabecular diretamente para o canal de Schlemm, enquanto outros derivam o humor aquoso para o espaço supracoroidal. Ambas as abordagens permitem atingir re-duções consideráveis da PIO, bem como da necessidade de tratamentos médicos adicio-nais. O efeito destas abordagens está agora a receber o aval de estudos de longo prazo, que confirmam a sua eficácia e segurança.

Neste momento, estamos apenas no iní-cio da procura de técnicas cirúrgicas mais

eficientes e seguras, que podem ser trans-mitidas às próximas gerações de oftalmo-logistas. Estes terão de cuidar de uma po-pulação com uma esperança média de vida cada vez mais longa, em que a incidência do glaucoma irá, sem dúvida, aumentar signifi-cativamente.

Esperamos que, com estas novas técni-cas, o tratamento cirúrgico minimamente in-vasivo seja aplicado em estádios iniciais do glaucoma, em vez de ser o último recurso, depois de todas as combinações de trata-mentos médicos, quando a visão e a quali-dade de vida dos doentes já foram irreversi-velmente danificadas.»

Cirurgia minimamEntE invasivaprof. JosÉ MartinEz dE la casa | Professor de oftalmologia na universidad Complutense de madrid

glauComa infantil E juvEnil

«Apesar de a prevalência do glau-coma congénito juvenil ser baixa,

esta é uma patologia que, pela sua gra-vidade e tratamento específico, deve ser conhecida. Nesta conferência, vou ana-lisar as formas de apresentação desta patologia, os critérios de diagnóstico e as terapêuticas mais adequadas.

Sobre a genética do glaucoma congé-nito, importa referir que as mutações do gene CYP1B1 são as mais frequentes na população europeia e estão também as-sociadas às formas mais graves da doen-ça. A deteção destas mutações tem uma grande utilidade, tanto para o diagnóstico precoce, como para a possibilidade de

oferecer aconselhamento genético aos afetados.

Em relação ao diagnóstico, muitas ve-zes, a suspeita de glaucoma congénito parte do pediatra ou dos pais. O lacrime-jar e a fobia à luz são sintomas-chave. Perante a suspeita, aconselha-se a reali-zação de um exame sob anestesia geral. Os sinais típicos são o edema da córnea, as estrias de Haab, o alongamento da córnea e do comprimento axial.

A pressão intraocular é um parâmetro importante, mas pode ser afetado pela anestesia geral, por isso, é aconselhá-vel manter o mesmo padrão. A análise da evolução destes parâmetros é muito

importante. Na maioria dos casos, é pos-sível realizar fotografias do nervo ótico ou outras técnicas de análise do nervo ótico/ /camada de fibras nervosas, bem como campimetrias, a partir dos 4/5 anos.

Quanto ao tratamento do glaucoma congénito, este é sempre cirúrgico, sen-do a cirurgia angular a eleita no glaucoma congénito primário. A trabeculectomia é a segunda linha de tratamento e os implan-tes valvulares devem ser utilizados como a terceira linha. O tratamento médico com análogos de prostaglandinas, betabloquea-dores ou inibidores da anidrase carbónica é geralmente seguro, mas deve ser usado como terapêutica complementar.»

prof. Julián garcia fEiJóo | diretor do departamento de oftalmologia do Hospital Clinico san Carlos, em madrid

dr. tarEK shaarawy | diretor da unidade de glaucoma dos Hôpitaux universitaires de genève, na suíça

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«o que é que o oftalmologista geral deve saber sobre retina» é o tema que abre as sessões desta tarde, entre as 14h30 e as 14h45, na sala pégaso. a palestra é da responsabilidade do dr. José pita negrão, coordenador da unidade de oftalmologia do Hospital Cuf descobertas, que nesta entrevista desvenda alguns dos temas em destaque.

Quais as ideias-chave desta palestra?Vou percorrer a componente médica e ci-rúrgica relacionada com a retina. Abordarei as principais patologias vasculares, como a degenerescência macular da idade [DMI], a retinopatia diabética e as oclusões veno-sas, referindo todas as armas terapêuticas que o oftalmologista deve dominar. No âm-bito da retina cirúrgica, vou falar sobre as indicações cirúrgicas das várias patologias e sobre as indicações de referenciação. É fundamental transmitir a ideia de que um oftalmologista geral pode ir até onde achar que tem competência. Este limite é muito in-dividual e estabelecido apenas pelo próprio.

A importância da referenciação é incon-tornável nesta palestra?Claro que sim! Muitas vezes, é importante serem os experts a fazerem a sua apre-ciação. Frequentemente, surgem-nos do-entes com a indicação de outros médicos de que não há solução para o seu proble-ma. Embora possa existir uma alternativa, por vezes, já se perdeu o timing de uma possível solução. Todos queremos tratar o melhor possível os nossos doentes, mas, quando consideramos que não somos

competentes em determinada área, deve-mos referenciar. Essa é a grande vanta-gem do verdadeiro trabalho de equipa.

O autoconhecimento assume então um papel fundamental…Se um oftalmologista geral quiser de-senvolver os seus conhecimentos sobre retina, é impreterível a diferenciação e o domínio de outras áreas. Porém, isto não significa que não possa tratar o doente até ao limite das suas capacidades. Esta é uma questão subjetiva e pessoal, mas para a qual devemos todos estar sensibi-lizados. É neste contexto que defendo a necessidade termos armas que possam avaliar a nossa competência. Nesta co-municação, vou falar acerca das novas metodologias terapêuticas, dos novos diagnósticos de imagem e de tudo o que nos pode defender. A subespecialização é isso mesmo: treino específico, que já foi bastante mitigado pelo poder da imagem.

A subespecialização é necessária?A subespecialização é um caminho, so-bretudo para os oftalmologistas. Cada vez mais, estamos organizados numa lógica

dr. JosÉ pita nEgrão

«Quando consideramos que não somos competentes em determinada área, devemos referenciar»

de departamentos científicos e, como tal, a boa referenciação deve acompanhar esta forma de organização. O resultado será a diminuição dos erros e a melhoria das res-postas que o doente procura.

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a melhoria da gestão do sistema de saúde é apenas uma das necessidades comuns ao brasil e a portugal. em entrevista, o prof. milton ruiz alves, presidente do Conselho brasileiro de oftalmologia, desenvolve esta e outras ideias que vai apresentar no simpósio luso-brasileiro (entre as 14h30 e as 16h30, na sala gemini). vanessa pais

dEsafios da oftalMologia portuguEsa E BrasilEira

De 3 a 6 de setembro de 2014 decorre, em Recife, no Brasil, o II Congresso de Oftalmologia de Língua Portuguesa, juntamente com o XXI Congresso Brasileiro de Prevenção da Cegueira e Reabilitação Visual. «Esperamos que ambos os congres-sos contribuam para uma maior convergência de interesses nas áreas do ensino, da pesquisa e da política de saúde ocular», afirma o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Prof. Milton Ruiz Alves.

ii Congresso de oftalmologia de língua portuguesa

COORDENADORES: Profs. Paulo Torres e Milton Ruiz Alves«Efeitos da poluição na superfície ocular externa» Prof. Milton Ruiz Alves (Brasil)«Cirurgia da presbiopia na córnea: possibilidades e limitações» Dr. Luís Cardoso «Técnicas de Biologia Molecular para o diagnóstico da ceratite herpética» Prof. Mauro Nishi (Brasil) «Lacorrinostomia» Dr. Leonardo Reis (Brasil)«Tratamento médico do glaucoma: prática clínica e controvérsias» Dr. João Filipe Silva«Canaloplastia após 3-5 anos de experiência: o que dizer?» Dr.ª Isabel Lopes-Cardoso«Catarata polar posterior» Dr. Marco Rey de Faria (Brasil)«Reabilitação visual em DMI e maculo-patia diabética» Prof.ª Keila Monteiro de Carvalho (Brasil)«Prevenção da PVR pós-trauma ocular aberto» Dr.ª Angelina Meireles

simpósio luso-brasileiro Que desafios enfrenta a comunidade oftalmológica brasileira?O Brasil está a passar por um momento agudo de crise política no Sistema Único de Saúde, precipitado pela falta de gestão responsável do Ministério da Saúde e pela má distribuição geográfica dos profissio-nais, inclusive dos oftalmologistas. Por ou-tro lado, entre nós, a optometria não é uma profissão regulamentada.

Em que medida é benéfica a aproxima-ção entre Brasil e Portugal na área da Oftalmologia?Estreitando relações, podemos trocar expe-riências nas áreas que nos são mais sen-síveis e, também, no campo da inovação tecnológica, com a vantagem do idioma comum. Por outro lado, Portugal continua a ser a «porta de entrada» dos brasileiros

para a Europa e tem facilitado o nosso aces-so ao aperfeiçoamento científico em muitas áreas, inclusive nas ciências da visão. Temos todos muito a ganhar e devemos trabalhar para que a aproximação seja efe-tiva, por exemplo, através dos Simpósios Luso-Brasileiros de Oftalmologia.

Qual será o contributo do Brasil no Simpósio Luso-Brasileiro, que decorre hoje à tarde?Os nossos palestrantes são, principalmente, membros das diretorias das nossas socie-dades oftalmológicas mais representativas, como o Conselho Brasileiro de Oftalmolo-gia e a Sociedade Brasileira de Oftalmo-logia. Portanto, os participantes do Con-gresso podem esperar que vamos fazer um retrato do estado atual da Oftalmologia brasileira.

à frEntE: dr.ª isabel lopes-cardoso, dr. luís cardoso, dr.ª angelina Meireles, prof. Milton ruiz alves e prof.ª Keila Monteiro de carvalho atrás: dr. João filipe silva, prof. paulo torres, dr. Marco rey de faria, prof. Mauro nishi e dr. leonardo reis

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fiCHa tÉCniCa

Propriedade: Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

Campo Pequeno, 2-13.º • 1000 - 078 LisboaTel.: (+351) 217 820 443 • Fax: (+351) 217 820 445

[email protected] • www.spoftalmologia.pt

Nota: Os textos desta publicação estão escritos segundo as regras do novo Acordo Ortográfico

Edição: Esfera das Ideias, Produção de Conteúdos Av. Almirante Reis, n.º 114, 4.º E • 1150 - 023 Lisboa • Tel.: (+351) 219 172 [email protected] • www.esferadasideias.ptDireção: Madalena Barbosa ([email protected]) Gestor de projetos: Tiago Mota ([email protected]) Redação: Inês Melo, Luís Garcia e Vanessa Pais Fotografia: Luciano Reis • Design: Fillipe ChambelColaboração: Cláudia Pinto

Patrocinadores do jornal:

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Irving Berlin, Cole Porter, George Gershwin, Leonard Bernstein e Kurt Vile são alguns dos compositores americanos do século XX, cujo trabalho o grupo Medici Ensemble vai interpretar no Concer-to de Encerramento deste 56.º Congresso, que decorre a partir das 20h00, no Hotel Tivoli Victoria, antes do jantar com entrega de prémios. «Os oftalmologistas podem esperar deste concerto, um momento alegre e de boa disposição», promete o Dr. Pedro Cardoso, porta-voz do grupo e ortopedista no Centro Hospitalar do Porto/Hospital de Santo António.

Também os restantes elementos deste ensemble são médicos - o Dr. Rui Soares da Costa, cirurgião geral no Centro Hospitalar de São João, no Porto, e as Dr.as Luísa Vilarinho e Deolinda Resende, ambas especialistas de Medicina Geral e Familiar. Estes médicos conheceram-se no Conservatório de Música do Porto, no Curso de Canto e, em 1995, formaram o grupo Medici Ensemble, atuando desde então em vários eventos.

O reportório varia consoante o público. «Fugimos de composi-

ções muito “pesadas”, pois pensamos sempre no que o público gostaria de ouvir», afirma Pedro Cardoso. E garante: «Este é um hobby que dá muito trabalho. Não basta apenas ter voz para can-tar. É preciso trabalhar individualmente e ensaiar em grupo.»

mediCi ensemble atuam antes do Jantar de enCerramento

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Titanics e Avatars CirúrgicosDas 17h00 às 18h00 - 60 min.Sessão de filmes, sala Gemini

(2013)

Produção: Isabel Prieto

Realização:Marco Antonio Rey de Faria Javier MendicuteDavid MartinsFrancisco LoureiroJoaquim MiraJoão Paulo CunhaManuel Castro Neves

Esta é a história dos filmes cirúrgicos que pontuaram a carreira de sete conceituados oftalmologistas nacionais e internacionais. Titanics e Avatars Cirúrgicos conduz-nos por um mundo tortuoso de complicações intraoperatórias e casos clínicos de difícil resolução. Com estreia marcada para as 17h00, na sala Gemini, a sessão é também um retrato das últimas inovações na prática cirúrgica dos oftalmologistas. A não perder!

SINOPSE

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Cartaz concebido por Isabel Prieto

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