Portfolio @ Revista da Qualidade #31

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“A escola está, cada vez mais, a assumir o papel da família. Para além de dar instrução, acaba por ter uma missão preponderante na educação, pois, muitas vezes, tem de substituir os pais que não sabem ser pais”, sublinha ANTÓNIO TEIXEIRA, Director da Escola Secundária António Sérgio CERTIFICAÇÃO: A SUA IMPORTÂNCIA NA ACTUALIDADE EMPRESARIAL INSPECÇÕES DE GÁS: SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR MARÇO ‘11 | EDIÇÃO 31 ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO SEMANÁRIO ‘SOL’ (ANGOLA, MOÇAMBIQUE E CABO VERDE)

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“A escola está, cada vez mais, a assumir o papel da família. Para além de dar instrução, acaba por ter uma missão preponderante na educação, pois, muitas vezes, tem de substituir os pais que não sabem ser pais”,

sublinha ANTÓNIO TEIXEIRA, Director da Escola Secundária António Sérgio

CERTIFICAÇÃO: A SUA IMPORTÂNCIA NA ACTUALIDADE EMPRESARIAL

INSPECÇÕES DE GÁS: SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR

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A promoção do desenvolvimento sustentável do património fl orestal, numa lógica integrada de boas práticas de gestão, é uma aposta que tem vindo a ser seguida um pouco por todo o mundo ocidental. A proposta de valor apresentada pela Bureau Veritas Certifi cation assenta em certifi cações de reconhecimento internacional e constitui a base de uma aposta neste sector estruturante da Economia, como nos revela Ana Paula Pereira, Directora desta divisão da multinacional francesa.

BUREAU VERITAS

CERTIFICAÇÃO FLORESTAL: UM DESAFIO PELA GESTÃO RESPONSÁVEL

Foi sob o signo da sustentabi-lidade que a Bureau Veritas Certification, detentora de

largos pergaminhos na área da Cer-tificação, investiu na Certificação Florestal, uma área com potencial de crescimento, que se veio juntar ao seu vasto portfolio corporativo, a nível internacional. Nasceram, as-sim, no seio da empresa, dois Servi-ços de Certificação distintos, a partir de referenciais que já existiam – o FSC – Forest Stewardship Council e o PEFC – Programe for the En-dorsement of Forest Certification

(Programa para o Reconhecimento de Sistemas de Certificação Flores-tal). Estas certificações, aplicáveis a organizações ou agentes com res-ponsabilidade na gestão de áreas florestais, aportam toda a Cadeia de Responsabilidade, na qual se enqua-dram as indústrias ou agentes que transformam, processam e/ou ven-dem produtos florestais, instituindo um sistema de controlo. “Neste sen-tido, em termos de objectivos gerais, ambos os serviços concorrem pelo mesmo resultado final e estão vo-cacionados quer para a certificação

da gestão florestal, quer para a cer-tificação da cadeia de responsabili-dade”, explica Ana Paula Pereira. O que distingue, na prática, estes dois modelos, é que o FSC teve origem nos Estados Unidos da América, na Califórnia, e o PEFC nasceu na Eu-ropa. Numa base de complementari-dade, a Directora da Bureau Veritas Certification revela que foi desenvol-vida uma norma de certificação por-tuguesa, a NP 4406 – Sistemas de Gestão Florestal Sustentável, com contributos das normas ISO 9001 – Sistemas de Gestão da Qualidade e ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental. A Bureau Veritas Certification apre-senta, igualmente, serviços de certi-ficação transversais, disponibilizan-do, para além das normas ISO 9001 e ISO 14001, já referidas, a Certifi-cação OHSAS 18001 – Sistemas de Gestão da Saúde e Segurança. A oferta integrada no âmbito genérico da Certificação Florestal abrange, ainda, Serviços de Auditoria In-terna, Formação e Apoio Técnico. No sector da cortiça, onde Portugal assume a liderança mundial das ex-portações, a Bureau Veritas Certifi-cation é a entidade auditora para um referencial específico desenvolvido pela C. E. Liège – a Confederação Europeia da Cortiça, na base de um contrato internacional. “Certifica-mos, por ano, cerca de 280 empresas do ramo, em Portugal. Todo o traba-lho que seja feito em matéria de cer-tificação é positivo. É uma das nos-sas grandes referências, uma vez que Portugal regista o maior número de auditorias”, concretiza a Directora.

Importância, objectivos e investimentoA conjuntura internacional torna-se cada vez mais exigente e competi-tiva e surgem novas necessidades e oportunidades para o sector flores-tal. É imprescindível que este sector

demonstre capacidade para dar res-posta a este novo cenário e desenvol-va um processo de mudança de ati-tudes de gestão e melhoria contínua. “É preciso melhorar a organização, aumentar a produtividade, reduzir custos e adoptar políticas de gestão sustentável. A certificação pode ser a melhor via para alcançar estes ob-jectivos e promover esta mudança que o mercado global exige”, afirma Ana Paula Pereira, valorizando a tese de que “o objectivo da certifica-ção florestal é promover uma gestão responsável, garantindo a salvaguar-da das questões ambientais, sociais e económicas relacionadas com as áreas florestais”. Por um lado con-tribui para aumentar a consciência da sociedade em geral para os aspec-tos ambientais e modificar os seus comportamentos, por outro preten-de contribuir para a melhoria do ambiente e racionalizar a utilização dos recursos florestais.O sector florestal tem, hoje, uma importância económica a ter em conta, assegurando cerca de 2,5 por cento do Produto Interno Bruto e 3 por cento do emprego. Esta realida-de exige, consequentemente, uma estratégia concertada ao nível de orientações políticas e estratégicas, uma realidade que tem caminhado a par dos apoios financeiros e com a importância crescente do associati-vismo. Neste campo, a Directora da Bureau Veritas Certification enfati-za que actualmente estão registadas, como activas, 182 Organizações de Produtores Florestais, que se podem assumir como um parceiro no domí-nio da Certificação Florestal. A Certificação Florestal assume-se hoje como uma das melhores for-mas de combater a exploração des-medida das florestas e, ao mesmo tempo, de valorizar os produtos da fileira, essencialmente porque tem por objectivo promover uma gestão sustentável dos recursos na lógica

Ana Paula Pereira, Directora da Bureau Veritas Certifi cation

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de uma cadeia de valor, a montante e a jusante da entidade certificada. “Os referenciais de certificação foram desenvolvidos tendo em vista o cumprimento dos requisitos legais aplicáveis, o respeito pelos direitos dos trabalhadores, a redução do impacto ambiental das ac-tividades desenvolvidas por cada organização, bem como a identificação e a gestão ade-quada das áreas florestais”, explica Ana Paula Pereira. Um ponto fulcral, apontado pela Di-rectora, é que a Certificação Flo-restal, confere aos titulares uma garantia de conformidade com os referenciais aplicáveis, promo-vendo desta forma uma imagem de credibilidade, conferida por uma entidade externa independente. “A certificação assume-se, assim, como uma estratégia de afirmação de uma imagem renovada e altamente quali-ficada do sector florestal português,

junto dos mercados externos, tendo em vis-ta o incremento das exportações”, destaca.No Ano Internacional das Florestas, que vivemos em 2011, a Directora da Bureau Veritas Certification con-sidera que é fundamental apostar na

sensibilização da gestão sustentável das florestas e da sua certificação, como ferramenta de valorização a prazo. “O futuro passa pela união, na óptica do as-sociativismo. Sem uma abordagem organizada e concertada não pode haver resultados globais, porque a responsabilidade ambiental é uma

realidade legislada, mas verifica-se um distanciamento em termos teóricos e práticos. As certifica-ções levam ao cumprimento da legislação, assumindo objecti-vos comuns, em termos de ino-vação e de competitividade, por exemplo, ao nível de pro-jectos de I&D”, destaca. Em jeito de mensagem final, Ana Paula Pereira é peremptória: “Não podemos esquecer que a floresta ocupa 37 por cen-to do território nacional e, por isso, constitui um dos nossos recursos naturais mais importantes e que é

fundamental preservar. O desenvolvimento tecnológico e a industrialização levaram à destrui-ção de grande parte do património florestal e é urgente a inversão desta tendência. Todas as acções que pos-sam ser promovidas neste sentido serão fundamentais para alertar a consciência da sociedade e mudar atitudes”.

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Nascida no ano 2000 como spin-off de um departamento de telemarketing do Banco Espírito Santo, a CONTACT capitalizou na sua estrutura interna o investimento que havia sido anteriormente concretizado em recursos humanos e técnicos, assumindo a revenda de serviços especializados para o mercado genérico. João Ruas, Director do Departamento de Desenvolvimento Organizacional e Qualidade, conta-nos os desafi os de uma empresa de sucesso que foi certifi cada no ano passado segundo a norma NP EN ISO 9001:2008 e tem projectos inovadores no horizonte.

CONTACT

CONTACTOS QUE O LIGAM AO SUCESSO

João Ruas, Director do Departamento de Desenvolvimento Organizacional e Qualidade

Quando a CONTACT surgiu no mercado, há cerca de 11 anos, começou por operar com clientes

internos do Grupo Banco Espírito Santo, que constitui ainda hoje a sua estrutura accionista. “A nossa ambição natural foi ir conseguindo crescer, angariar novo ne-gócio e novos clientes fora do Grupo BES. Neste momento, estamos a cumprir esse objectivo e o crescimento tem sido muito significativo. Registámos, no ano passa-do, cerca de 80 por cento do volume de negócios fora do Grupo BES, fazendo o turn-around entre o peso dos nossos clien-tes ‘internos’ versus os clientes externos”, evoca João Ruas, naturalmente satisfeito pelo facto de a CONTACT trabalhar de uma forma transversal com praticamente todas as áreas de actividade que se supor-tam em serviços de Call e Contact Center, com a Banca e área Seguradora a ocupar inicialmente um lugar de destaque. “Alar-gámos depois o negócio às actividades mais tradicionais, como as TELCO e as Utilities, bem como ao Estado, uma área com um enorme potencial de crescimen-to”, acrescenta o director da CONTACT. “Paralelamente, conseguimos cativar e começar a captar outros clientes nas áre-as financeira e seguradora e esse era um enorme desafio, enquanto empresa mar-cadamente identificada com o universo accionista GBES. Conseguimo-lo, uma vez que demonstrámos inequivocamen-te ao mercado a nossa total integridade, transparência, independência e confiden-cialidade na gestão dessas operações”, reitera.A CONTACT presta serviços core, com-postos pelas áreas tradicionais da Gestão de Vendas (acções comerciais) e Gestão de Clientes (servicing), aos quais se juntam a Consultoria e Auditoria – uma área que se assume como um importante meio de diagnóstico de necessidades. Presente em três sites operacionais – Lisboa, Caldas da Rainha e Porto, a CONTACT emprega mais de 2000 colaboradores, metade dos quais só na capital. “Somos uma empre-sa com valores muito presentes – Integri-dade, Transparência, Acção, Sucesso e Responsabilidade Social – e assumimo-nos como um dos mais bem prepara-

dos especialistas na venda telefónica de produtos e serviços”, congratula-se João Ruas, apontando o segredo do sucesso: “Uma forma de nos termos imposto no mercado teve muito que ver com a capa-cidade herdada do BES no dinamismo da acção comercial, da venda”. A oferta de serviços da CONTACT alargou-se, assim, de uma vertente tradicional (servi-cing, telemarketing e inquéritos) – para áreas de vendas, de back-office e tratamento de dados, configurando um tipo de serviço ‘chave na mão’, que pode agregar, por exemplo, a logística para recolha e gestão de documentos, pronta a responder a um vasto portfolio de diferentes necessidades dos cerca de 70 actuais clientes.Questionado sobre o posicionamento da CONTACT em termos de inovação tec-nológica, essencial ao desenvolvimento deste ramo de negócio, o director do de-partamento de Desenvolvimento Organi-zacional e Qualidade considera que a tec-nologia depende sobretudo dos parceiros/fornecedores e do próprio estado da arte. “Privilegiamos as parcerias com os nossos fornecedores, comunicamos as tendências identificadas, ao nível dos sistemas e do mercado, no sentido de melhorar a gestão

operacional e a oferta de funcionalidades e serviços. Olhamos muito a inovação para dentro, como algo que nos instiga a revisi-tar os nossos próprios processos internos e a nossa organização”, afirma João Ruas, ciente de que “é sempre possível evoluir ainda mais, mas caminhando a par da evolução da tecnologia, que tem disponi-bilizado ferramentas determinantes para o sucesso desta actividade ao longo dos últi-mos 20 anos. É uma actividade em cons-tante mudança, mas é inquestionável que está sempre associada à componente tec-nológica, que nos orienta as tendências e nos encaminha para as necessidades dos próprios clientes”.

Desafi os da Certifi caçãoA CONTACT, certificada no ano pas-sado segundo a norma NP EN ISO 9001:2008, num tempo recorde de nove meses, cumpriu os objectivos da certi-ficação, respondendo a dois aspectos essenciais da sua área de negócio: “Por um lado, garantir, através da obtenção do selo de qualidade, a participação em todos os concursos públicos ou privados e, por outro, a excelente oportunidade e mais-valia de capitalizar e estruturar, em

termos organizativos, o conhecimento e as práticas adquiridas ao longo de dez anos de existência”, como revela João Ruas. “O processo de certificação trouxe-nos a possibilidade de criar um Sistema de Gestão da Qualida-de que no fundo consubstanciasse e estruturasse formalmente aquilo que já fazíamos, as nossas práti-cas habituais. No entanto, sempre estivemos cientes que tínhamos de manter a nossa agilidade, como sinónimo de competitividade”, acrescenta, enunciando como objecti-vos chave da certificação a satisfação e fidelização dos clientes, proporcionar uma maior notoriedade da imagem da CONTACT, a diversificação do negócio em termos de âmbito e presença, bem como garantir uma confiança acrescida nos processos produtivos, de planeamen-to e fornecimento do serviço. À criação de uma equipa multidisciplinar de auditores internos, composta por colaboradores de várias áreas da empresa, a CONTACT alargou igualmente a sua certificação junto da ENAC – Entidad Nacional de Acreditación, que tutela as acreditações em Espanha, assumindo uma vocação internacional.“Os projectos futuros passam por crescer, solidificando e sustentando o Sistema de Gestão da Qualidade per si, que não é es-tanque, e criando melhorias contínuas no serviço prestado”, reitera, a finalizar, João Ruas, antevendo que “num futuro mais ou menos próximo, na medida em que as novas áreas de negócio forem ganhando mercado, as grandes apostas em termos de Qualidade passam pela certificação dos serviços de venda de formação com-portamental, na qual somos especialistas, e de venda de software as a Service (SaaS), neste caso segundo a norma ISO 27001 - Sistema de Gestão da Segurança da In-formação”.

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Corolário de toda uma vida ligada ao sector do gás, a área da inspecção, corporizada na GASMED, é para José Eliseu, sócio-gerente e nosso entrevistado, para além de um mercado emergente, uma evolução na hierarquia da qualidade, depois da vasta experiência profi ssional conquistada nos domínios técnico e comercial.

GASMED

DESAFIOS DA COMPETITIVIDADE EM NOME DA SEGURANÇA

Uma oportunidade de negó-cio e um desafio nascido em 1999, à luz de um mer-

cado muito recente e competitivo, a GASMED é uma empresa de ins-pecções de gás, que opera em todos os segmentos, em prol da seguran-ça dos consumidores. Idealizada na base de um profundo conheci-mento dos seus sócios na área dos combustíveis gasosos e líquidos, “a GASMED tem a particularidade de, comparativamente com outras empresas, admitir no seu quadro de pessoal apenas pessoas oriun-das da área da instalação”, afirma José Eliseu, considerando que, por analogia com os automóveis, o perfil ideal de um inspector de um centro de inspecção automóvel é o de um bom mecânico. Foi ao lon-go dos últimos 20 anos da História do gás, que tem sido publicado a maior parte do articulado legal e regulamentar do sector, com consi-deráveis melhorias desde a criação da figura da entidade instaladora que, à época, pretendeu separar as águas entre os profissionais e os

amadores e que culminou em 1999 com a criação do estatuto das Enti-dades Inspectoras, complementada pela Portaria 362/2000, que define os procedimentos aplicáveis às ins-pecções das instalações de gás. No entanto, José Eliseu aponta que o sector tem sofrido com a falta de acção fiscalizadora. “Quando não há fiscalização, por muito boa le-gislação que exista, e nós neste mo-mento, temo-la mas as pessoas não cumprem. Só passou a haver uma actividade fiscalizadora, no sector terciário, desde o aparecimento da ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, em 2005”, refere.

Particularidades de um mercado tripartidoO mercado está dividido nos sec-tores doméstico, industrial (sector terciário - serviços) e fabril e a legis-lação define, claramente, quando é que as inspecções têm de ser re-alizadas (ver caixa). O processo de nascimento e de vida útil de uma instalação de gás tem de ser sempre acompanhado, sob um plano de manutenção preconizado nas ins-pecções iniciais e periódicas. Uma das graves omissões da legislação - apesar de exigente e muito rigo-rosa - é que incide apenas no gás canalizado, natural e propano, não contemplando o uso de garrafas de gás nos consumos domésticos, fac-to que certamente tem potenciado muitos acidentes. Sabendo que a origem dos principais problemas se prende com a carência de manuten-

ção, falta de cuidado na utilização e desconhecimento do consumidor, José Eliseu garante que os técnicos da GASMED assumem um papel pedagógico junto dos consumido-res, com carácter preventivo.

“Fazer o que ainda não foi feito”A finalizar, o sócio-gerente da GASMED, José Eliseu, considera que “é desejável que o Director-Geral de Energia, José Perdigoto, faça o que os seus antecessores, nos últimos dez anos, não fizeram, ou seja, contribua de forma decisiva para a solução e não para o proble-

ma. Acreditamos que tenha capaci-dade para o fazer. É desejável que a DGEG se aproxime dos agentes do sector com isenção, avalie e re-conheça a qualidade das Empresas por si tuteladas, reflicta sobre a legislação e corrija as distorções e erros que existem. Este mercado, para além de complicado por na-tureza, está a viver tempos difíceis, por isso pretendemos continuar a marcar a diferença, potenciar a nos-sa competitividade, angariar novos clientes, mantendo fidelizados os existentes”.

José Eliseu, Sócio-Gerente

De acordo com a Portaria 362/2000 as instalações de gás devem serinspeccionadas sempre que ocorra uma das seguintes situações:a) Alterações no traçado, na secção ou na natureza da tubagem, nas partes comuns ou no interior dos fogos;b) Fuga de gás combustível;c) Novo contrato de fornecimento de gás combustível.

As inspecções periódicas devem ser feitas de acordo com o disposto no artigo 13.º do DL 521/99, com a seguinte periodicidade:Dois anos para as instalações de gás afectas à indústria turística e de restauração, a escolas, a hospitais e outros serviços de saúde, a quartéis e a quaisquer estabelecimentos públicos ou particulares com capacidade superior a 250 pessoas;Três anos, para instalações industriais com consumos anuais superiores a 50 mil metros cúbicos de gás natural, ou equivalente noutro gás com-bustível;Cinco anos, para instalações de gás executadas há mais de 20 anos e que não tenham sido objecto de remodelação.

CONCEITO DE DEFEITOS CRÍTICOS E NÃO-CRÍTICOSDefeitos Críticos – Aqueles que exigem reparação imediata e suspensão do fornecimento de gás.Defeitos Não-críticos – Defeitos que não põem em causa a segurança ime-diata do consumidor e que têm um prazo de 90 dias para ser reparados.

INSPECÇÕES A INSTALAÇÕES DE GÁS

LER NA ÍNTEGRA EM WWW.QUALIDADEONLINE.COM

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Nascida há sete anos em Setúbal, sob o signo da Independência, do Rigor e da Objectividade, a SETINSP é uma empresa da área das inspecções de gás, que be-neficiou largamente da experiência profissional do seu fundador e sócio-gerente, Carlos Ferreira, no domínio das instalações deste sector dos combustíveis.

SETINSP

UMA RELAÇÃO DE CONFIANÇA

Carlos Ferreira, Sócio-Gerente da SETINSP

“Trabalhava há alguns anos nesta área e fui ad-quirindo a experiência

e os conhecimentos necessários, avaliando onde podia chegar e de que forma, materializando a cria-ção da SETINSP em 2004”, evoca Carlos Ferreira. O sócio-gerente da SETINSP realça um importante aspecto que esteve na base do seu empreendimento - o facto de co-nhecer todos os colaboradores que constituíram desde logo o grupo de trabalho inicial e uma grande par-te das que haveriam de se juntar à equipa. “Havia uma primazia, em termos de potencialidades e de con-fiança mútua, que se tem vindo a

revelar como uma mais-valia para a SETINSP e para o consumidor”, revela Carlos Ferreira, fazendo um balanço muito positivo dos sete anos de actividade. O crescimento sustentado, na base da qualidade do serviço, tem colocado a SETINSP nas rotas do Sul, fazendo com que a empresa se desdobre da sede em Setúbal para o Algarve e de Lisboa para o Alentejo, uma realidade para que muito têm contribuído a filial lisboeta, no Prior Velho, e a algarvia, em Boliqueime. “Como somos uma empresa familiar, deci-dimos que, para já, não queremos crescer mais. Tenho uma grande responsabilidade social sobre todos

os colaboradores, que são fantásti-cos”, assegura o sócio-gerente. Norteada, à semelhança de todos os or-ganismos análogos da inspecção de gás, pela acreditação do IPAC – Instituto Por-tuguês de Acreditação, bem como pela DGEG – Direcção-Geral de Energia e Geologia, a SETINSP presta serviços em toda a linha, no mercado residen-cial, no industrial (serviços) e no fabril (indústria transformadora). “Somos um das entidades inspectoras com menos re-clamações na DGEG. Vamos continuar a seguir o nosso rumo, norteados pelo rigor e na atitude de prevenção que de-senvolvemos desde a abordagem inicial”, congratula-se Carlos Ferreira, apontando que a fidelização dos clientes tem sido a chave do sucesso da SETINSP, na base de uma cadeia integrada de serviços. O sócio-gerente considera que a legislação e as normas são adequadas ao exercício da actividade, o que tem permitido, inclusi-vamente, reduzir o número de acidentes, mas ressalva que há sempre situações que podem ser aprimoradas, apesar dos avan-ços verificados ao longo dos últimos anos. “Até 2003, por exemplo, não era exigível a inspecção à ventilação e às condutas de exaustão, o que hoje já acontece, a bem da verificação da existência de monóxido de carbono. Hoje, tudo o que é importan-te numa inspecção é verificado, embora em termos de procedimentos ainda haja margem para melhorar”, refere, anotan-do a falta de fiscalização como um aspec-to negativo de um sector que tem de se legitimar constantemente pela segurança. “Apesar de a legislação existir, sentimos que hoje as entidades precisam de um

acompanhamento mais rigoroso, que incida, nomeadamente, nos técnicos que estão na rua, para garantir o cumprimen-to dos procedimentos normalizados”, acrescenta Carlos Ferreira. Sobre a possibilidade de a Lei passar a obrigar o segmento residencial a fazer inspecções em intervalos de cinco anos, independentemente da idade do edifício, o que, actualmente, só se aplica cumpri-dos 20 anos de utilização inicial ininter-rupta e sem intervenções, o sócio-gerente da SETINSP, considera que é uma área sensível e aguarda decisões legislativas. O sector terciário, esse, é fiscalizado em lar-ga escala pela ASAE e é obrigado a ter o certificado de inspecção actualizado. No entanto, Carlos Ferreira aponta o exem-plo dos consumidores mais informados tomarem a iniciativa do pedido de ins-pecção periódica: “Hoje as pessoas já nos procuram para a inspecção, até porque esse é um procedimento que vai entrando na rotina, na base do seguimento admi-nistrativo dos processos. O nosso sistema informático emite, inclusivamente, a nota de inspecção, cerca de três meses antes da data limite regulamentar, que é encami-nhada para o endereço dos clientes, aju-dando-os a estabelecer o agendamento”. Um dos projectos a cumprir, previsto no objecto social da empresa, é a aposta no domínio da fiscalização, ao nível do acom-panhamento de obras. “Temos algumas parcerias para potenciar, ainda este ano, embora o core-business da SETINSP este-ja centrado nas inspecções de gás, onde desejamos continuar a apostar na base da qualidade, da segurança e da inovação”, reitera, a finalizar, Carlos Ferreira.

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“No vinho está a verdade” afi rmou Plínio, ilustre naturalista romano, nos primeiros anos da era cristã. E a verdade é que se Plínio conhecesse os distintos vin-hos que aqui nar-ramos, sentiria uma paixão tão verdadeira como a que evocou - o prazer de os beber.

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Herdeira de uma longa tradição de engarrafamento, iniciada em 1964 pela mão de experientes vitivinicultores, a SIVIPA esteve à frente no seu tempo, ao ter voltado a página do advento dos vinhos a barril e dos engarrafonados, há quase cinquenta anos. É esta História de vanguarda que nos relata Filipe Cardoso, Administrador e Enólogo da empresa.

SIVIPA – Sociedade Vinícola De Palmela, S.A.

A FORÇA E O PODER DA INOVAÇÃO

Filipe Cardoso, Administrador e Enólogo

Foi sob inspiração cooperati-vista, mas revestindo a forma de uma sociedade por quotas,

que a SIVIPA nasceu no ano de 1964, para proporcionar o engar-rafamento em escala das colheitas dos seus fundadores. Dependendo da quantidade que cada um pro-duzisse, eram atribuídas quotas proporcionais na sociedade, um modelo de sucesso que perdurou durante vários anos. “Nessa época foi vendido muito vinho, mas a em-presa foi mudando, e, no início da década de 1990, a SIVIPA transfor-mou-se numa sociedade anónima, transformando o modelo produti-vo que nem sempre permitia uma homogeneização dos lotes. Entrou para o capital social da empresa uma família que está ligada à pro-dução de uvas e de vinhos em Pal-mela, há muitas gerações, a Casa Cardoso, da qual eu sou um dos descendentes”, evoca Filipe Cardo-so, explicando que a produtora fa-miliar assegurou, com os seus 400

hectares, uma homogeneidade dos vinhos, em termos globais. Virou-se uma página na vida da empresa e, a partir daí, a SIVIPA começou a entrar no mercado dos vinhos de qualidade, com gamas transversais de vinhos - Certificados, Regionais, D.O. (Denominação de Origem) e Moscatéis de Setúbal, entre outros. “Começámos a apostar numa reno-vação completa da linha de vinhos e da imagem, a concorrer aos con-cursos e, dentro dos vinhos de qua-lidade, a ter vinhos premium, de uma qualidade mais alta, capaz de competir com os melhores vinhos do mundo”, revela Filipe Cardoso, administrador e enólogo da SIVI-PA há três anos, ciente de que a inovação foi um aspecto fundamen-tal na afirmação da identidade cor-porativa junto dos mercados. No último ano, a empresa intensificou a aposta na internacionalização, exportando, neste momento, para a Suíça, Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra, Holanda e Brasil.

“Renovámos quase todas as mar-cas de vinho já existentes e criámos novas insígnias. A linha Ameias, composta por monovarietais – Ara-gonês, Cabernet-Sauvignon, Syrah e Touriga Nacional - foi criada no ano passado e teve muito sucesso, conquistando quinze medalhas no espaço de um ano, de entre elas quatro de Ouro. O Ameias Syrah é um vinho de grande qualidade que, no ano passado, ganhou três medalhas de ouro, uma de prata, e várias recomendações de compra, não só na imprensa nacional, mas também na estrangeira”, congra-tula-se Filipe Cardoso, não só pelo reconhecimento, mas também pela criatividade do design estampado nas garrafas de Ameias, que não têm rótulo. “No ano passado certi-ficámo-nos pela norma ISO 22000, que referencia o Sistema de Gestão da Segurança Alimentar, aportan-do confiança para o consumidor, ao monitorizar todos os pontos crí-ticos desde a vinha até à garrafa”,

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* De salientar que as medalhas de ouro ganhas no concurso Muscats du Monde, consideraram os dois moscatéis

da SIVIPA (Roxo 2007 e Moscatel de Setúbal 2007) entre os 30 melhores moscatéis do mundo.

Medalhas Ganhas no Ano de 2010

acrescenta o administrador e enólo-go da SIVIPA, na óptica da melho-ria contínua da qualidade.A SIVIPA detém alguns produtos que são um autêntico cartão-de-visita, principalmente o Moscatel de Setúbal. A empresa começou a crescer há três anos, muito ala-vancada pela aposta estratégica no Moscatel de Setúbal, onde ganhou muita quota de mercado na grande distribuição, juntamente com ou-tros vinhos. “O sucesso assentou não só no Moscatel de Setúbal, mas também no Moscatel Roxo, um produto mais raro e distintivo. No ano passado ganhámos cinco medalhas de ouro com o Moscatel Roxo, em Bordéus, Paris, Londres, no concurso internacional Muscats du Monde, a par com o Moscatel de Setúbal DOC 2007, e no concurso de vinhos da região”, afirma Filipe Cardoso.

Sabia que…… a SIVIPA tem um tesouro com

muita personalidade? Chama-se Personalidades do Ano 2000 a iniciativa que a SIVIPA criou em finais da década de 1990, associando o prestígio de vinhos de carácter a diversas figuras pú-blicas. Envelhecidas até hoje numa barrica que pode ser vista na sede da SIVIPA, as garrafas conservam, religiosamente, a tira com o autó-grafo dos signatários.

Enoturismoe projectos futurosIntegrada na Rota dos Vinhos da Península de Setúbal e benefician-do do dinamismo da Casa Mãe, ao nível logístico e de divulgação, a SIVIPA nasceu, segundo o seu administrador e enólogo, Filipe Cardoso, numa “região abençoa-da”, entre duas cidades grandes, Lisboa e Setúbal, garante 70 por cento do consumo anual da pro-dução. “Temos algumas estraté-gias de futuro para desenvolver a componente turística, quer na

Adega do Piloto, quer na Adega da Serra, onde está centrada a produção dos vinhos que engarra-famos. Cada vez mais as pessoas procuram a produção local e as criações típicas, o que nos dá mar-

gem para potenciar sinergias entre os nossos vinhos e as marcas dis-tintivas de uma região que está no bom caminho e tem tudo para dar certo”, deseja, a finalizar, o nosso entrevistado.

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Aliar o melhor da produção própria à rica gastronomia regional da Península de Setúbal é um convite irresistível que a Adega Cooperativa de Palmela lança aos melhores apreciadores. Os que já conhecem as virtuosidades de um tão feliz casamento e os que hão-de se apaixonar pela fusão dos vinhos com os sabores de uma terra abençoada.

ADEGA COOPERATIVA DE PALMELA

REINVENTANDO A TRADIÇÃO

Fundada em 1955, com 50 associa-dos e com uma produção de um milhão de quilos, a Adega Coo-

perativa de Palmela tem vindo a crescer, paulatinamente, mas com a confiança de quem sabe o que faz, acolhendo, no presente, perto de 300 associados e mil hectares de vinhas, que garantem, anu-almente, de entre oito a dez milhões de quilos de uvas e cerca de sete milhões de

litros de vinho. “Esta realidade permite-nos obter alguma escala de produção, no sentido de obtermos um melhor preço e melhores condições negociais, visto que no perfil dos nossos associados domina a pequena propriedade”, destaca Luís Miguel da Silva, enólogo e gerente. Ca-pitalizando uma grande importância na região, pelos sócios e suas famílias, pelos colaboradores e pelo carácter em-blemático da produção vitivinícola que gera, a Adega Cooperativa de Palmela é um agente económico incontornável da Península de Setúbal, uma região conotada com a produção de vinhos de qualidade. “Nós, enquanto Adega Cooperativa de Palmela, também que-remos ter esse lugar e estamos a fazer por isso. Começámos, recentemente, a reestruturar uma série de marcas, desde

a imagem ao perfil do vinho, passando pela filosofia subjacente à produção do vinho. Este ajuste permite ter vinhos mais adequados, mais próximos do consumidor e mais apetecíveis. Só dessa forma conseguimos dar o salto”, assegu-ra. Ao assumir a particularidade de se apresentar no mercado com uma boa relação qualidade/preço, na opinião do enólogo e gerente, a Região da Península de Setúbal tem, a seu ver, uma série de atractivos em termos naturais e culturais, onde pontua a gastronomia, uma arte que bem se conjuga com os vinhos pro-duzidos. “Trabalhamos, diariamente, no sentido de juntar o melhor de vários mundos, numa base de reinvenção e de sustentabilidade. Temos uma filosofia muito bem definida. Sabemos o que queremos de cada vinho e o que é que queremos alcançar. Temos de ter numa mesa o vinho mais consensual possível. O que se procura é que o vinho seja fácil, que seja uma boa companhia da iguaria e que não haja sobreposições”, atesta Luís Miguel da Silva. “Temos apostado muito na qualidade, desde a gama de entrada à gama de topo, principalmente a partir do Vale dos Barris, centrada num padrão de qualidade muito constante”, acrescenta o enólogo e gerente. Defendendo que “o grande investimen-to é emocional”, Luís Miguel da Silva defende que a estratégia de afirmação das marcas no mercado nacional e no internacional passa pela retenção e fide-lização de consumidores. “A grande dis-tribuição é uma ferramenta imprescindí-vel nos dias de hoje para podermos fazer chegar o nosso vinho ao consumidor. Neste campo, o indicador qualidade/ preço tem sido o grande trunfo da nossa região”, assegura Américo de Sousa, di-rector comercial, numa opinião corrobo-rada pelo enólogo e gerente, que marca um olhar sobre o mercado nacional. A aposta nos mercados externos tem vin-do a crescer. A Alemanha ocupa o lugar cimeiro das exportações, seguida de In-glaterra, Brasil e Holanda.

Um marco de mudançaLuís Miguel da Silva conta que o actual ciclo de renovação da Adega Cooperati-

va de Palmela se iniciou há relativamen-te pouco tempo. A Direcção e o técnico anterior saíram quase em simultâneo e passaram o testemunho aos actuais titulares. “Iniciei a minha actividade na adega como Presidente da direcção e depois, pela impossibilidade estatutária de acumular os cargos, passei a ser Enó-logo e Gerente”, explica Luís Miguel da Silva, acrescentando: “A equipa é nova e a motivação é contagiante, o que é um excelente sinal perante os desafios que se nos colocam. Todos nós acreditamos muito neste projecto, crendo que vamos no sentido certo. Esta juventude dá-nos força para ter dinamismo. Somos um grupo coeso e muito participativo, que aporta ideias de vários quadrantes”. Ciente de que o turismo é uma excelente ferramenta de promoção dos vinhos da Adega Cooperativa de Palmela, Luís Miguel da Silva, defende a continuida-de da articulação com a Rota dos Vi-nhos da Península de Setúbal, porque, tal como refere, “as pessoas gostam de nos visitar pela História e, ao sabermos receber, brindando-as com uma prova dos nossos produtos no final, elas saem daqui satisfeitas, que é o mais importan-te”.

Luís Miguel da Silva, Enólogo-Gerente, e

Américo de Sousa, Director Comercial

- Entrada de Gama – Muito polivalente Pedras Negras- Regional Terras do SadoVale dos Barris - Branco (Moscatel), Tinto (Castelão), Rosé, Syrah- D.O. PalmelaTinto (Castelão – Selecção das melhores uvas) e Branco (Fernão Pires)Lançamento até ao fi nal do ano de 2011 de um topo de gama – Palmela Reserva.- D.O. SetúbalMoscatel corrente (2008), Moscatel Reserva (1981)Lançamento: Moscatel da colheita de 2005- Licoroso Abafado Pedras Negras- Aguardentes BagaceiraVínica Envelhecida

OS VINHOS DA ADEGA

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>>RQ31 // SECTOR VINÍCOLA EM PORTUGAL

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Fomos à Quinta do Anjo, às portas de Palmela, conhecer a Casa Agrícola Horácio Simões, onde estivemos à conversa com Pedro Simões, gerente, e Luís Simões, enólogo, dois irmãos que corporizam a quarta geração da centenária adega, criada pelo bisavô, José Carvalho Simões, em 1910.

CASA AGRÍCOLA HORÁCIO SIMÕES

UM LEGADO DE HISTÓRIA E TRADIÇÃO

Do longínquo ano da imple-mentação da República veio o sonho e a visão de um ho-

mem, José Carvalho Simões, de empreender um projecto ligado aos vinhos, num tempo em que o néctar era, sobretudo, vendido a granel. Na linha das sucessivas heranças, evoca Pedro Simões, o legado foi seguido pelo avô, que continua a dar o seu contributo, e, hoje em dia, é com o irmão Luís Simões e com o pai que o gerente orienta os des-tinos da Casa Agrícola Horácio Si-mões. “Há cerca de 15 anos come-çámos a engarrafar, aproveitando o facto de estarmos quase a terminar os nossos estudos na área agríco-la, numa época em que decidimos continuar o projecto da família”, recorda. Luís Simões, formado em Beja, terminou o curso de Enologia em Itália e o Mestrado, na mesma área, em Évora. “É bom conhecer outras realidades, nomeadamente em Espanha, França e Itália”, afir-ma o enólogo, defendendo a impor-tância do dinamismo e da formação num sector tão competitivo como o vinícola.“Começámos com os Vinhos Regio-nais e com a Denominação de Ori-gem (D.O.) Setúbal, o Moscatel de Setúbal. Posteriormente, apareceu o Moscatel Roxo, que foi uma grande aposta nossa. Seguiram-se todos os Vinhos D.O. que apareceram e que vão surgindo, passo a passo, porque a casa é pequena e os desafios não podem ser todos lançados de uma só vez”, revela Luís Simões. Cartão-

de-visita de uma região que já ocupa o terceiro lugar de vendas a nível nacional, o Moscatel de Setúbal é visto, segundo o enólogo como um produto distintivo, que adquire ca-racterísticas próprias na zona onde a Casa Agrícola Horácio Simões está inserida. “Os Moscatéis produ-zidos nos terrenos argilo-calcários diferenciam-se da produção dos solos arenosos. Defendemos que o verdadeiro Moscatel se produz no eixo Palmela – Azeitão, com as in-fluências da Serra da Arrábida e das vertentes voltadas para Norte, que lhe conferem mais frescura, mais compostos aromáticos e mais con-centração”, enuncia.

Os desafi os do enoturismoA Casa Agrícola Horácio Simões criou, há cinco anos, a Loja Afini-dades, que alia o melhor do vinho ao melhor da produção gastronó-mica local - pão tradicional, vendi-do ao final do dia, a que se juntam queijos, doces iguarias e outros re-galos. “Transformámos a zona das caldeiras num espaço dedicado ao enoturismo e à venda de produtos

regionais. Era uma ideia que estava na nossa mente há algum tempo, porque notámos que havia uma certa dificuldade, por parte dos pro-dutores, em produzirem e promove-rem de forma independente os seus produtos”, afirma Pedro Simões.

O reconhecimentoda qualidadeLuís Simões, mostra-se notoriamen-te satisfeito pela crítica dos melhores apreciadores, quer em Portugal, quer no Estrangeiro. A Aguardente de Vinho Velha Quintessence foi consi-derada A Melhor de 2010 segundo a Revista de Vinhos. Também no ano passado, o Moscatel de Setúbal foi agraciado com o título de Melhor Moscatel e Melhor Vinho da Região.

O Reserva Tinto foi, igualmente, re-conhecido como O Melhor da Re-gião e O Melhor Vinho Tinto da Re-gião, respectivamente. Pedro Simões destaca ainda o facto de o vinho da marca Vinha Val’ dos Alhos (D.O. Palmela) ter sido considerado o me-lhor da região pela revista DECO Proteste, o que trouxe mais-valias na divulgação junto dos consumidores. “Em termos internacionais, alcançá-mos em Londres, no ano passado, três Medalhas de Ouro”, congratula-se o enólogo, referindo que a parti-cipação em concursos internacionais se centra no Reino Unido e em Fran-ça, mercados onde a empresa está presente.

Edições Limitadas- Quintessence - Aguardente de Vinho Velha - Excellent – Moscatel Roxo, muito raro, que resulta dos 1500 litros dos melhores anos da década de 90 e das melhores barricas.Ex-líbris- Moscatel Roxo datado- Moscatel de Setúbal - 10 Anos Superior (1999)-Moscatel de Setúbal datado D.O. Palmela- Vinha Val’ dos Alhos Tinto - Vinha Val’ dos Alhos Branco (Lançamento em 2011) Vinhos Regionais Terras do Sado- Branco, Tinto e Rosé Vinhos de Mesa -Bag-in-box

AS MARCAS DA CASA

Luís Simões, Enólogo e Pedro Simões, Gerente

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Page 11: Portfolio @ Revista da Qualidade #31

>> RQ31 // CENTENÁRIO DO CRÉDITO AGRÍCOLA

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Foi em 1911 que foi dado o primeiro passo rumo a uma história repleta de sucessos, com altos e baixos, como qualquer outra história de vida. Cem anos de Crédito Agrícola, cem anos a acompanhar os seus clientes, tratando pelo nome próprio cada um deles.

Crédito Agrícola de Alcanhões

«JUNTOS, SOMOS MAIS»

Nuno Fazenda, CA de Alcanhões

Próximo de si. É desta forma que identifico o Crédito Agrícola, como um banco próximo das pes-

soas, como banco que responde às neces-sidades concretas de regiões outrora es-quecidas por outras entidades bancárias. Nuno Fazenda, presidente do Crédito Agrícola de Alcanhões, responde direc-tamente a este meu ideal, mostrando que a proximidade é, sem dúvida, a essência do Crédito Agrícola. “Esta instituição nasceu no seio do povo. Nasceu no in-terior e nas zonas mais rurais e só depois cresceu para as zonas urbanas. Estamos onde outros nunca estiveram porque não conseguem imaginar a sua actividade sem rentabilidade”. Assim, a Responsa-bilidade Social, no Crédito Agrícola, não é apenas uma bandeira, é uma realidade. “Orgulhamo-nos em manter parcerias com diversos agentes dinamizadores das

comunidades locais que acabam, com este apoio e parceria, levar a cabo activi-dades que dinamizem as populações e façam desenvolver toda a localidade”.

Cem anosA História do Crédito Agrícola é impar e repleta de estórias. “A nossa história orgulha-nos e, ao longo destes cem anos, tivemos um percurso emotivo, complica-do por vezes, mas nunca abandonamos a nossa filosofia”. Para Nuno Fazenda, o Crédito Agrícola passou por três fases distintas ao longo da sua história: de 1911-1930, 1930-1974 e a fase pós 1974. E foi no período do estado Novo, com a repres-são dos movimentos corporativos e asso-ciativos, que esta instituição sentiu mais dificuldades, “abrandando inclusive o seu crescimento”. Mas o que importa lembrar não são as dificuldades, são os sucessos.

O que importa recordar é que o Crédito Agrícola foi surgindo, nas localidades, como resposta às necessidades específicas dessa comunidade. Assim, podemos di-

zer que o Crédito Agrícola, ao longos dos seus cem anos de história, acompanhou o próprio desenvolvimento da sociedade, apoiando-a nos seus sonhos e estendendo a mão nos seus pesadelos. Alcanhões não foi excepção e, no momento em que esta localidade passou de extremamente rural para um pouco desenvolvida, com o apa-recimento de alguma indústria e serviços, o Crédito Agrícola instalou-se, apoiando a evolução desta localidade. Apesar de continuar a apoiar o sector agrícola, hoje este sector representa ape-nas 25 por cento das receitas globais do Grupo. Hoje, esta insituição adaptou-se, reorganizaou-se e sentiu-se à vontade para apresentar produtos e serviços ambicio-sos e inovadores, indo de encontro ao que o mercado, actualmente, necessita. Hoje, e desde há cem anos, o Crédito Agrícola é, verdadeiramente, o seu parceiro.

Crédito Agrícola | Centenário 1911-2011

O ADMIRÁVEL MUNDO DO COOPERATIVISMO

Nascido no advento da Repú-blica, em 1911, sob inspiração das tradições mutualistas ini-

ciadas pela Rainha D. Leonor, havia mais de 400 anos, o Crédito Agrícola brotou na sociedade como uma insti-tuição solidária, voltada, por vocação, para a dinamização do sector primário da Economia. Às portas dos Anos 20, a sua orgânica foi regulamentada, lan-çando as bases das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo. Na sequência da crise económica e financeira que abriu a década de 30 e apesar dos esforços de alargamento

protagonizados por inúmeros agricul-tores, nos anos anteriores, o Crédito Agrícola perdeu massa crítica, passan-do para a tutela do Estado, através da Caixa Geral de Depósitos. A missão do Crédito Agrícola beneficiou no pe-ríodo posterior ao 25 de Abril de 1974 de um movimento de autonomia e ex-pansão, à semelhança do que já havia acontecido às congéneres europeias, que tem vindo a projectar a imagem da instituição até ao presente. Da criação da FENACAM – Federa-ção Nacional das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, em 1978, à valoriza-

ção do portfolio de produtos financeiros nos anos 90, passando pela imple-mentação da Caixa Central, no ano de 1984, o Crédito Agrícola reforçou a imagem de uma instituição sólida e unificada. Fiel às origens, mas ciente de que o futuro passa pela diversifica-ção da oferta, o Crédito Agrícola, assu-miu, desde há cinco anos, um novo po-sicionamento no mercado. Agregou, à matriz iminentemente rural, uma nova realidade urbana, no sentido de captar novos clientes, e adoptou uma nova as-sinatura corporativa – “Juntos Somos Mais”.

O Centenário, comemorado este ano, a 1 de Março, marca a História inde-lével de uma instituição que atravessou o desafiante Século XX, assumindo-se como um pilar de apoio ao desenvolvi-mento socioeconómico do nosso país e às actividades diárias de milhares de empreendedores que, de outra forma, não teriam acesso ao crédito. É esta característica única que, norteada pelos princípios motivacionais da Sustentabi-lidade, Coesão e da Responsabilidade Social, faz do Crédito Agrícola muito mais do que um banco - um catalisador da vontade de mudança.