PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem...

57
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS EM PROJETOS DE RESTAURAÇÃO NA MATA ATLÂNTICA: CONSEQUÊNCIAS PARA A ADAPTAÇÃO À MUDANÇA CLIMÁTICA- INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE MAIARA SANTOS MENDES ORIENTADOR: Prof.: Bernardo Baeta Neves Strassburg CO-ORIENTADOR: Agnieszka Ewa Latawiec 2016

Transcript of PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem...

Page 1: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS EM PROJETOS DE RESTAURAÇÃO NA

MATA ATLÂNTICA: CONSEQUÊNCIAS PARA A ADAPTAÇÃO À MUDANÇA CLIMÁTICA-

INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

MAIARA SANTOS MENDES

ORIENTADOR: Prof.: Bernardo Baeta Neves Strassburg

CO-ORIENTADOR: Agnieszka Ewa Latawiec

2016

Page 2: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

RESUMO

O presente trabalho buscou realizar uma revisão sistemática da literatura com a finalidade de se

avaliar as lacunas de dados acerca da relação entre o solo-restauração em áreas do Bioma Mata

Atlântica. É possível observar a falta de trabalhos científicos comparando ou mesmo relacionando

a prática de restauração ecológica com as propriedades físicas e químicas do solo. Em se tratando

de projetos de restauração a ênfase normalmente é da dada na estrutura da vegetação

(composição e estrutura), sendo o solo ainda pouco pesquisado e não incluído, com frequência

nos modelos, mas mesmo assim é um dos fatores de fundamental importância para o sucesso da

restauração. Foram revisados 95 teses em Português e 57 artigos focados na restauração da

Mata Atlântica e descobriu-se que apenas 41% dos estudos (62 de 152) relataram quaisquer

dados sobre o solo. Do total de artigos e teses que apresentaram informações sobre variáveis de

solo (62), 44 apresentaram informações sobre pH, 41 apresentaram informações sobre potássio,

40 trabalhos apresentaram informações sobre fósforo, 37 apresentaram informações sobre

alumínio, 34 apresentaram informações sobre carbono, 26 apresentaram informações sobre argila

, 26 apresentaram informações sobre silte, 20 apresentaram informações sobre areia, 22 trabalhos

apresentaram informações sobre nitrogênio, 17 apresentaram informações sobre CTC, 11

trabalhos apresentaram informações sobre fauna edáfica, 9 trabalhos apresentaram informações

sobre a relação C/N, 7 trabalhos apresentaram informações sobre ferro, 4 apresentaram

informações sobre retenção de água no solo e 2 trabalhos apresentaram informações sobre o

banco de sementes do solo. A maioria dos trabalhos (60%) não tinha nenhum dado sobre área da

referência impossibilitando ou dificultando uma avaliação adequada dos resultados da restauração

e seus impactos nos serviços ecossistêmicos. Além disso, 17 dos 62 trabalhos não mencionaram

a idade da restauração. Esse trabalho destaca a lacuna que existe dentro dos projetos de

restauração em relação das análises de solo e mostra importância de incluir análise do solo dentro

dos projetos de restauração.

Palavras-chave: Mata Atlântica; Restauração; Relação solo-restauração; Revisão sistemática

Page 3: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

SUMÁRIO

1. Introdução

1.1. Mudanças globais de uso e cobertura da terra.......................................7

1.2. Desmatamento no Brasil ........................................................................9

1.3. Mata Atlântica.........................................................................................11

1.4. Restauração Florestal.............................................................................13

1.5. Relação entre floresta e solo..................................................................15

1.6. Indicadores da qualidade do solo...........................................................17

1.7. Importância da relação solo-paisagem para a Geografia.......................20

1.8. Justificativa e objetivos...........................................................................21

2. Procedimentos metodológicos

2.1 Revisão Sistemática................................................................................22

3. Resultados e discussões

3.1 Revisão sistemática da literatura..............................................................24

4. Considerações finais.......................................................................................40

5. Referências bibliográficas...............................................................................41

6. Anexos............................................................................................................

Page 4: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mudança anual na área florestal por país. Fonte: FAO,2010. Disponível em:

http://www.fao.org/docrep/013/i1757e/i1757e.pdf...........................................................................8

Figura 2: Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica 2013-2014. Fonte: SOS Mata Atlântica..................................................................................................................................12 Figura 3: Ciclo da movimentação dos nutrientes em um solo sob floresta...............................16 Erro! Fonte de referência não encontrada...21 Figura 5: Descrição de como é feito o processo de revisão sistemática. Fonte: (adaptado Sampaio & Mancini M C, 2007)...............................................................................................23Figura 5: Descrição de como é feito o processo de revisão sistemática. Fonte: (adaptado Sampaio & Mancini M C, 2007). Figura 6: Quantidade de artigos, teses e dissertações revisadas...........................................25 Figura 7: Lei do mínimo. Fonte: Lepsch, 2010.........................................................................27 Figura 8: Localização das principais ocorrências de Latossolos no Brasil. Fonte: IBGE,2007 adaptado

de Atlas nacional do Brasil (2000)................................................................................................31 Figura 9: Localização da área de estudo, o bioma Mata Atlântica. As áreas em verde claro são referentes aos remanescentes de Mata Atlântica, os pontos são referentes a localização de cada trabalho avaliado. Os pontos na cor vermelha são referentes aos trabalhos em que foi identificada uma área de referência (AF) e os pontos na cor preta são referentes a trabalhos em que não foi identificada

uma área de referência.34

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Relação entre os indicadores de solo escolhidos e sua relação com a qualidade do solo.........................................................................................................................................18 Tabela 2: As demandas atuais dos solos, segundo as necessidades humanas e conservação dos ecossistemas (adaptado de Lepsch, 2010):).....................................................................19 Tabela 3: Indicadores de solo extraídos das teses e artigos.......................................................24

Tabela 4: Indicadores de floresta extraídos das teses e artigos.................................................24

Tabela 5: Quantidade de teses e artigos com área de referência..............................................36

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Quantidade de teses e artigos que apresentam dados sobre solo........................26 Gráfico 2: Quantidade e variáveis de solo disponíveis nos estudos.......................................26 Gráfico 3: Quantidade de teses e artigos que possuem dados sobre floresta.......................28 Gráfico 4: Quantidade de variáveis que apareceram nas revisões........................................29 Gráfico 5: Quantidade de teses e artigos que possuem dados sobre as classes de solo.....29 Gráfico 6: Principais classes de solos encontradas na revisão..............................................30 Gráfico 7: Quantidade de artigos e teses que possuem dados sobre a localização das áreas de restauração........................................................................................................................32 Gráfico 8: Localização das áreas de restauração..................................................................33 Gráfico 9: Teses e artigos que apresentaram dados sobre a idade da restauração..............34 Gráfico 10: Diferentes idades de restauração........................................................................35 Gráfico 11: Quantidade de teses e artigos que apresentaram informações sobre a idade dos experimentos.36 Gráfico 12: Quantidade de trabalhos que disponibilizaram informações sobre idade dos experimentos com a área de referencia.................................................................................37 Gráfico 13: Quantidade de teses e artigos que possuem dados de coleta de solo nos trabalhos com área de referência...........................................................................................37 Gráfico 14: Informações sobre quando foi realizada a coleta de solos nos trabalhos com área de referência..................................................................................................................38

Page 5: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

Gráfico 15: Teses e artigos que apresentaram variáveis de solo...........................................38

Gráfico 16: Informações sobre as variáveis de solo nos trabalhos com área de referência..39 Gráfico 17: Quantidade de artigos e teses nos trabalhos com área de referência.................39

Gráfico 18: Quantidade de variáveis de solo que aparecem nos artigos e teses com área de referência...............................................................................................................................40

Page 6: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

7

1 – INTRODUÇÃO

1.1 Mudanças globais de uso e cobertura da terra

Uma vasta proporção da superfície terrestre tem sido alterada por atividades de

uso da terra, seja em mudanças das práticas de manejo das áreas existentes ou pela

conversão de paisagens naturais (Foley et al., 2005). Práticas de uso da terra têm

desempenhado um papel na mudança global do ciclo do carbono, sendo que ambos

afetam regional e globalmente o clima, através das alterações na energia da superfície

com maior incidência de radiação solar líquida e calor latente e variações do balanço

hídrico (Foley et al., 2005; Lambin & Geist, 2006; Latawiec & Strassburg, 2014).

As transformações no meio ambiente contribuíram para o desenvolvimento

econômico e para o bem-estar humano, entretanto houve uma intensificação dos

distúrbios nos ecossistemas terrestres1. Os processos naturais responsáveis pelo

equilíbrio sistêmico do ambiente foram profundamente afetados (Brancalion et al.,

2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de

apoio à biodiversidade, ciclagem de nutrientes, mudanças climáticas, recursos hídricos,

alimentação, combustível (Millenium Ecosystem Assessment, 2003) e são determinados

justamente pelas mudanças de uso e cobertura da terra, fatores sócio-econômicos

dentre outros ( Latawiec & Strassburg, 2014, Metzger et al., 2006). Dessa forma, quando

ocorrem modificações na superfície, as funções dos ecossistemas podem ficar

desreguladas.

A emergência de estudos sobre mudanças de uso e cobertura da terra e o

reconhecimento de que existem relações muldimensionais entre o local e global

demonstraram como essa ciência tem um caráter interdisciplinar ( Latawiec &

Strassburg, 2014; Côrtes & D’Antona, 2014). Esse campo do saber é cada vez mais

amplo, pois não analisa somente as causas do desmatamento, buscando também em

suas pesquisas, inserir fatores como: emissões de gases de efeito estufa, perda de

biodiversidade, degradação dos solos, dentre outros (Lambin & Geist, 2006; Latawiec &

Strassburg, 2014).

Ao longo de várias décadas pesquisas tem indicado que os diferentes usos da

terra ao redor do globo têm contribuído para a degradação do meio ambiente (Foley et

al., 2005). Os mesmos autores citaram alguns exemplos de mudanças de uso e

cobertura da terra que provocam impactos, sendo esses: (1) desmatamento, (2)

sobrepastoreio, (3) má gestão agrícola, (4) urbanização que levam à degradação física

1 Ecossistema é formado por um conjunto de interações entre os seres vivos (bióticos) e o meio abiótico

além das relações destes com o meio e entre si.

Page 7: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

8

e química do solo causado pela erosão da água e do vento, (5) perda, fragmentação e

modificação de habitats e declínio da biodiversidade e a exploração de espécies nativas,

(6) salinização e aumento de sódio no solo, contribuintes significativos da degradação

da terra e perda da produção da agricultura (Foley et al.,2005; FAO,2009; Latawiec &

Strassburg,2014).

Sendo assim, nota-se que os processos de mudanças no uso e ocupação da

terra provocam grandes alterações globais e locais que impactam diretamente os

serviços ecossistêmicos e o bem-estar da sociedade. Nota-se que qualquer alteração

no ambiente provoca alterações no ciclo sistêmico dos ecossistemas e dessa maneira

deve-se buscar uma melhor forma de manejar às áreas que são impactadas.

Desmatamento resultou em uma das principais mudanças globais da cobertura

da terra (Figura 1). Ao redor do mundo tem ocorrido o processo de redução das florestas

naturais, como resultado, sobretudo, do corte de árvores para fins comerciais,

devastação de terras para agropecuária, incêndios e até mesmo fenômenos naturais

(Foley et al., 2005). Os humanos, ao longo da história, sempre se beneficiaram por meio

da retirada de árvores para usos na construção de habitações, fonte de energia, além

de tornar a terra disponível para a agricultura (Arraes et al., 2012). A utilização das terras

era feita sem levar em consideração as alterações que essas mudanças na terra iriam

trazer para o meio ambiente.

Figura 1: Mudança anual na área florestal por país. Fonte: FAO,2010. Disponível em: http://www.fao.org/docrep/013/i1757e/i1757e.pdf

Page 8: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

9

Atualmente, as florestas tropicais representam o legado de períodos sucessivos

de colonização, exploração, cultivo, abandono e recrescimento, moldados por

ocupações humanas, transformações culturais, catástrofes naturais e mudanças

climáticas (Chazdon, 2012).

Para Geist & Lambin (2001) são diversos os fatores que levaram à redução das

florestas tropicais, e consequentemente, levaram à degradação ambiental, tais como:

(I) a interação entre a expansão agrícola, (II) crescimento populacional e a construção

de estradas, (III) o comércio de madeiras, governança pública, e que podem relacionar-

se de maneira diferente, dependendo da dinâmica espacial e temporal de cada região.

A intensificação do desmatamento em escala global aumentou a partir dos anos

1970, sendo que a mudança mais significativa ocorreu em 1990, devido ao alcance

geográfico do fenômeno e o seu ritmo (FAO; Lambin et al., 2001).

Gibbs et al. (2010) mostraram que com o crescimento populacional e o aumento

da demanda por produtos agrícolas tais como: ração, alimentos e combustíveis são um

dos principais motivos que contribuíram para a expansão de pastagens e terras de

cultivo na maior parte dos países em desenvolvimento. Descobriram também que entre

os anos 1980 e 2000, nos trópicos, mais de 55% das novas terras agrícolas surgiram

por meio da derrubada das florestas intactas e que 28 % surgiram de florestas

perturbadas.

A difusão e o desenvolvimento da agricultura desempenharam um impacto

profundo sobre a composição e estrutura das florestas tropicais (Chazon, 2012). Em

regiões do Equador, Peru, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Guianas, África do Sul e em

toda a bacia amazônica brasileira as atividades humanas produziram mudanças na

hidrologia da paisagem e nas propriedades do solo (Woods et al., 2009).

Em função dos altos níveis de desmatamento, as florestas secundárias vêm se

tornando um componente cada vez mais importantes da paisagem tropical, pois

apresentam grande potencial para fornecer serviços ambientais, como a preservação

da biodiversidade, a manutenção da qualidade da água, a proteção dos solos e a

regulação climática (Machado, 2011).

1.2 Desmatamento no Brasil

O Brasil é um dos países que possui a maior floresta mundial e é de extrema

relevância a manutenção do debate sobre os fatores e causas ligados ao desmatamento

Page 9: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

10

no país. São muitos os trabalhos científicos abordando o tema e muitas vezes

relacionam os fatores de busca pelo crescimento econômico como o maior

desencadeador da degradação ambiental, além da expansão da fronteira agrícola,

construção de estradas e aumento da densidade populacional que contribuem para a

redução das matas (Arraes et al., 2012).

Arraes et al., (2012) buscou contribuir e fornecer respostas ao debate sobre a

degradação no Brasil, principalmente na região amazônica, formulando modelo com

aplicação empírica que incorporou os possíveis fatores político-socioeconômicos e

demográficos determinantes nessa região. E também buscaram determinar os efeitos

de fatores socioeconômicos, bem como a eficácia da ação governamental sobre o

desmatamento e estabelecer cenários probabilísticos de comparações como verificado

em países desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos.

No final dos anos 1990 o país possuía, aproximadamente, 550 milhões de

hectares de florestas nativas, correspondendo a 65% do território nacional (MMA, 2000

apud Soares & Motta, 2010). Dessas áreas, 2/3 eram de Floresta Amazônica e o

restante correspondia aos remanescentes de Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado e

ecossistemas associados (Braga, 2006). Ibama (2010) mostrou que as áreas

desmatadas do Cerrado, Mata Atlântica e Floresta Amazônica somam juntas 2,5

milhões de hectares, quase 30% do território brasileiro.

Para se preservar o meio ambiente algumas práticas tem sido adotadas com

base na implantação de políticas que visem o desenvolvimento sustentável, através do

fortalecimento do comércio de carbono (CHOMITZ, 2007) melhora das políticas e

aplicações de leis (com apoio dos sistemas mensais de alerta de desmatamento por

satélite) que diminuam em parte as taxas de desmatamento no Brasil (WRI,2014).

O Ministério do Meio Ambiente instituiu o Programa de Monitoramento Ambiental

dos Biomas Brasileiros, por meio da Portaria nº 365 de 27 de novembro de 2015, para

mostrar a importância do monitoramento sistemático da cobertura florestal para as

ações de combate e prevenção do desmatamento. O Programa tem como objetivos

monitorar e mapear a vegetação, focando no mapeamento e monitoramento do

desmatamento, incluindo suas taxas, a avaliação da cobertura e uso da terra, o

monitoramento das queimadas e a restauração da vegetação e extração seletiva. O

Programa possui caráter permanente e está estruturado em 3 fases: a primeira, no

período de 2016 e 2017, visa consolidar o monitoramento da Amazônia e a

implementação e consolidação do monitoramento do Cerrado. Na segunda fase (2017

e 2018) ocorrerá a implementação e consolidação do monitoramento da Mata Atlântica,

Page 10: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

11

e na terceira fase (2017-2018) será realizada a implementação e consolidação do

monitoramento para a Caatinga, Pampa e Pantanal.

Hansen et al. (2013) confirmam que os esforços brasileiros para reduzir o

desmatamento, que por muito tempo foi o responsável pela maior perda de cobertura

tropical, obteve êxito significativo. A queda brasileira de desmatamento foi a maior entre

todos os países: de 40 mil km² ao ano no período 2003-2004, a perda de floresta passou

para 20 mil km² ao ano em 2010-2011.

A principal causa pelos desmatamentos no Brasil é a busca pelo

desenvolvimento econômico imediato, que acaba por desprezar possíveis

desenvolvimentos ecológicos e sociais.

1.3 Mata Atlântica

O longo período de atividades agropecuárias, especialmente da cana-de-açúcar

e do café, juntamente com o uso regular da mecanização intensiva e do fogo

contribuíram para modificação da cobertura da Mata Atlântica (Gama-Rodrigues et al.,

2008; Santos et al., 2006). A redução da cobertura se deve por um longo processo

histórico de intervenção antrópica, que vai desde o descobrimento do Brasil, com a

exploração de madeiras de alto potencial de produção, e estendendo-se ao longo dos

séculos com vários ciclos de desenvolvimento econômico, até os dias atuais com a

ocupação agropastoril, industrial e urbana desenfreada (Azevedo, 2012). Esses

processos de alteração das áreas decorrente de ações antrópicas trazem diversas

consequências para os ecossistemas como foi apresentado no tópico 1.1 do presente

trabalho.

Na Mata Atlântica, o processo de fragmentação é devastador para os

ecossistemas. Costuma acontecer geralmente devido à conversão de áreas em que

antes haviam florestas em áreas agrícolas, industriais e urbanas. Extensas áreas hoje

são cobertas por pastagens, em sua maioria manejadas inadequadamente, ou mesmo

abandonadas, significando uma drástica redução na fertilidade do solo ( Aide et al.,

1996) e também comprometendo a capacidade de resiliência natural dessas áreas. De

acordo com os planos do governo brasileiro, quase 6 milhões de hectares de Mata

Atlântica serão reflorestados.

A paisagem que nos é dada hoje é resultado de transformações do ambiente no

passado, ou seja, o histórico de uso e cobertura da terra influenciaram no nível de

conservação ou degradação dos ambientes (Svorc & Oliveira, 2012). Em se tratando do

Bioma Mata Atlântica, onde o processo de ocupação histórica é mais antigo em

Page 11: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

12

comparação com os demais biomas brasileiros, os elevados níveis de degradação e

fragmentação ambiental alteraram profundamente a estrutura e o funcionamento de

seus ecossistemas, comprometendo a resiliência natural dos mesmos (Brancalion et al.,

2010). A retirada da cobertura florestal e a implantação das culturas, aliadas às práticas

de manejo inadequadas, podem modificar as propriedades biológicas, físicas e químicas

dos solos, rompendo o equilíbrio dinâmico dos ecossistemas (Centurion et al., 2001

apud Machado, 2011).

O Bioma Mata Atlântica possui entre 12 e 16% da mata original (Ribeiro et al.

2009) e essa redução do maciço florestal resultou em diversas perdas de biodiversidade

através da fragmentação de habitats, além de potencializar perdas de processos

biológicos, provisão de serviços ecossistêmicos como também elevou o grau de

degradação dos solos (Gama-Rodrigues et al., 2008 & Correia et al., 2015). O elevado

número de espécies vegetais com alto valor econômico e a sua localização em solos de

boa fertilidade para a agricultura e pecuária favoreceram o seu desmatamento

(Machado, 2011).

O atlas elaborado pela Fundação SOS Mata Atlântica (SOS,2016) e o Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontaram que o desmatamento de 18.267

hectares (ha), ou 183 Km², de remanescentes florestais nos 17 Estados da Mata

Atlântica no período de 2013 a 2014 (Figura 2), o que equivale a 18 mil campos de

futebol, constituindo, porém, uma queda de 24% em relação ao período anterior (2012-

2013), que registrou 23.948 ha.

Figura 2: Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica 2013-2014. Fonte: SOS Mata Atlântica

Page 12: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

13

1.4 Restauração florestal

Devido ao aumento do desmatamento, degradação ambiental e perda dos

serviços ecossistêmicos fornecidos pelas florestas surgiram metas globais e nacionais

de restauração florestal. Por exemplo, Bonn Challenge estabelece meta para restaurar

150 milhões de hectares de ecossistemas perturbados até 2020 e a Iniciativa 20x20

pretende restaurar 20 milhões de hectares até 2020 (Crouzeilles et al., 2016). No nível

nacional, de acordo com PLANAVEG, aproximadamente 12,5 milhões de hectares da

Mata Atlântica deverão ser restaurados, regenerados e replantados pelo governo

brasileiro nos próximos 20 anos. Outro plano para restauração nacional é o Pacto Mata

Atlântica, que tem como objetivo viabilizar a restauração florestal de 15 milhões de

hectares até o ano de 2050.

Aspectos muito importantes como – a escassez de água e proteção das matas

– sempre foram tratados na administração real no Brasil Colônia e Império (Belloto et

al., 2010). No caso da população carioca, a necessidade de água para a população foi

um fator decisivo para que ocorresse a desapropriação das terras das bacias

hidrográficas dos rios que abasteciam a cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de

recompor a vegetação original devastada pelo extrativismo e pelas plantações de café

(Kageyama & Castro,1989 apud Belloto et al., 2010). Ações de restauração tiveram

início em 1862, na atual Floresta Nacional da Tijuca, município do Rio de Janeiro, tendo

em vista a regularização do abastecimento público de água e visando a preservação

das nascentes (Pacto pela Restauração da Mata Atlântica).

No Brasil o reflorestamento ocorre devido a diferentes finalidades e em diversos

níveis. Esta prática é incentivada por conta de políticas governamentais, o que torna

comum instituições, órgãos governamentais, empresas, dentre outros praticarem esta

ação. O Novo Código Florestal, por meio da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012,

oriunda do Projeto de Lei nº1.876/99 é a lei que regula a proteção sobre a vegetação

nativa.

A World Wide Fund For Nature (WWF-Brasil) é um exemplo de organização não-

governamental que encoraja empresas na recuperação da natureza, além de proteger

áreas naturais e é um exemplo de projeto de reflorestamento. A SOS Mata Atlântica

apoia projetos e mobilizações além de ter trabalhos que propõem o reflorestamento por

meio da disponibilidade de informações.

Estratégias de adequação ambiental através da recuperação de áreas

degradadas, tanto em áreas particulares (APP’s e Reserva Legal) e propriedades

públicas (Unidades de Conservação), como em grandes empresas pressionadas pela

Page 13: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

14

legislação ambiental nos biomas brasileiros são fundamentais para recuperação

florestal. Com a falta de cobertura vegetal a funcionalidade dos serviços ambientais

acaba danificada e são necessárias medidas para reverter essa situação.

Segundo Barbosa et al (2006) a grande lacuna, atualmente, nesta área do

conhecimento refere-se ao estabelecimento de parâmetros de monitoramento e de

avaliação dos projetos de reflorestamento heterogêneos capazes de verificar sua

qualidade, assim como indicar a capacidade de resiliência das áreas.

Atualmente existem vários modelos capazes de serem utilizados em projetos de

repovoamento vegetal, seja pelo plantio de espécies arbóreas que ocorrem em

ecossistemas naturais, buscando a recuperação dos solos e também de algumas

funções ecológicas das florestas (Rodrigues & Gandolfi 2000 apud Barbosa et al 2006).

Barbosa (1999) diz que esses modelos, em geral, fazem levantamentos

fitossociológicos e florísticos prévios, além de:

“ Elaborar estudos da biologia reprodutiva e da ecofisiologia das

espécies e de seu comportamento em banco de sementes, em

viveiros e em campo, o que, em conjunto com um melhor

conhecimento de solos, microclimas, sucessão secundária e

fitogeografia, deve favorecer a auto renovação da floresta

implantada”.

Ainda são necessárias pesquisas que envolvam aspectos que possam garantir

o sucesso dos reflorestamentos com perpetuação da floresta no tempo. Pesquisar sobre

a dinâmica dos reflorestamentos heterogêneos com espécies nativas é fundamental

para agilizar os processos de restauração/regeneração natural, buscando diminuir o

esforço com processo de recuperação de áreas degradadas, em especial aqueles

relacionados com interações fauna e flora.

Muitos projetos de recuperação e restauração de ecossistemas degradados são

desenvolvidos, com objetivo de aumentar a cobertura florestal e reduzir a fragmentação

de florestas.

Respeitando as especificidades regionais (clima, temperatura, tipos de solos) das

espécies, desde o início do processo de recuperação, cria-se assim um ambiente rico

em espécies nativas. Para o início desse processo a área deve possuir um potencial em

atrair uma fauna de agentes dispersores que, vindo de áreas próximas, trazem novas

sementes e aceleram o processo de recuperação do ambiente degradado e dê

condições para uma autoperpetuação (Rodrigues & Gandolfi,1996). Os projetos de

Page 14: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

15

restauração, normalmente, utilizam diferentes metodologias e partem também de

diferentes objetivos.

Os modelos de recuperação ambiental ainda são limitados ao âmbito da ciência

e da situação a ser recuperada, sendo que a aplicação dos projetos muitas vezes é

restringida por conta dos elevados custos de implantação e manutenção, havendo a

necessidade de um maior envolvimento da pesquisa científica para desenvolver

tecnologias mais baratas e acessíveis (Kageyama, 2003). Barbosa et al (2006) diz que

os maiores financiadores de projetos de recuperação ambiental são concessionárias de

energia ou água e empresas mineradoras, ou construtoras de rodovias, que são

obrigados pela lei a recuperar danos ambientes decorrentes de suas atividades.

A necessidade de se estabelecer florestas com maior diversidade é uma das

principais preocupações ao se implantar projetos de recuperação ambiental, além de se

aliar a restauração florestal com a conservação da biodiversidade.

Chazdon (2012) ressalta que a manutenção contínua de tratamentos

experimentais e um monitoramento cuidadoso, são essenciais para o sucesso dos

projetos de reflorestamento, tanto nas áreas tratadas como das não tratadas, para se

determinar se esses tratamentos, de fato, conduzem aos resultados ecológicos

desejados.

Por serem financiados a curto prazo muitos projetos de recuperação ambiental

não têm um programa de monitoramento bem planejado, sendo entregue a

responsabilidade a grupos comunitários para mão de obra voluntária ou porque há

carência de conhecimento da equipe e os voluntários (Kanowski et al., 2010 apud

Chazdon, 2012).

As principais limitações ao reflorestamento ao redor do mundo são as questões

sociais (políticas, econômicas e comportamentais) que ocorrem devido a problemas

técnicos que ainda impede que esforços de reflorestamento sejam feitos em diferentes

áreas (Kettle et al., 2011 apud Chazdon,2012).

1.5 Relação entre floresta e solo

A estrutura da floresta exerce funções importantes na conservação da água e do

solo. As raízes das plantas em conjunto com a serapilheira atuam absorvendo a água

das chuvas, conduzindo-a para as camadas inferiores do solo através da porosidade

que se forma pela presença das raízes e pela dinâmica dos organismos vivos do solo,

até chegar ao lençol freático, a partir do qual ocorre um reabastecimento gradual dos

cursos d'água (Schumacher & Hoppe., 1999). Já o solo funciona como reservatório e

Page 15: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

16

fixador para as raízes, mantendo os caules das plantas eretos e fixos, e as raízes retiram

água com nutrientes (Lepsch, 2010).

Figura 3: Ciclo da movimentação dos nutrientes em um solo sob floresta. Fonte: UNESP

Dessa maneira, a cobertura vegetal, especialmente as florestas, contribui de

maneira decisiva na proteção dos solos, protegendo também as matas ciliares as quais

são responsáveis pela manutenção da qualidade da água. A manutenção da qualidade

da água em microbacias agrícolas depende da presença da mata ciliar. Esse efeito

benéfico é devido à absorção de nutrientes do escoamento subsuperficial pelo

ecossistema ripário.

Normalmente a preocupação está em se estudar os nutrientes dos solos, já estes

são os responsáveis por fazer os vegetais nascerem, crescerem e frutificarem,

mantendo assim a sobrevivência da vida na Terra (Lepsch, 2010). Além de consumirem

gás carbônico, oxigênio e água, as plantas retiram do solo dezesseis elementos

essenciais à vida. Seis desses nutrientes são absorvidos em grandes quantidades e são

chamados de macronutrientes, são esses: fósforo, nitrogênio, cálcio, potássio, cálcio,

magnésio e enxofre. Os nutrientes restantes são igualmente essenciais, porém são

absorvidos em menores quantidades e são denominados de micronutrientes (cloro,

cobre, ferro, boro, manganês, níquel, cobalto, zinco, sódio e molibdênio). Todos os

elementos nutrientes devem estar presentes no solo em quantidades, formas e

ambiente adequados para que haja um crescimento eficaz dos vegetais.

Page 16: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

17

Apesar do fato que restauração florestal tem sido muito desenvolvida e obteve

muitos avanços de conhecimento nos últimos anos, existe a necessidade de se

desenvolver outros estudos que busquem compreender as lacunas de conhecimento e

que assim promovam um maior sucesso na conservação da biodiversidade e nos

projetos de restauração (Barbosa et al., 2006).

A conversão de florestas pode resultar em alterações nas propriedades do solo

e na vegetação (Moraes, 2005). Porém, não se sabe muito a respeito dos impactos

causados pelo desmatamento sobre os parâmetros de fertilidade do solo,

principalmente no Bioma Mata Atlântica. Alguns estudos mostram por exemplo que os

níveis de matéria orgânica e de nitrogênio pioram quando ocorre desmatamento, já os

teores de cátions trocáveis melhoram (Hauser et al.,2004 apud Moraes, 2005).

Embora existam várias iniciativas que estão sendo desenvolvidas, pouco se

sabe sobre os efeitos do processo de restauração nas características químicas e físicas

do solo. Além disso, poucos são os estudos que investigam o efeito do solo sobre a

restauração e vice-versa, como os serviços de ecossistema impactam a restauração do

solo.

Poucos são os trabalhos que buscam mostrar os processos de recuperação dos

atributos físicos e químicos de solo quando uma área é submetida ao processo de

restauração. Para avaliar se os projetos de restauração florestal são viáveis é de

fundamental importância o monitoramento da qualidade ambiental (Rocha et al., 2015).

1.6. Indicadores da qualidade de solo

Segundo a Soil Science Society of America (1997) o conceito de qualidade do

solo é definido como a capacidade de um tipo específico de solo manter a qualidade

ambiental e promover a saúde de animais e plantas, e também, regular os ecossistemas

naturais ou manejados para manter a produtividade biológica. A avaliação dos solos,

através de indicadores de qualidade são fundamentais pois permite analisar diretamente

a qualidade ambiental.

Os indicadores de qualidade podem ser mensurados e seus atributos podem ser

monitorados de diversas formas, através de: sensoriamento remoto, acompanhamento

em observações de campo, coleta de amostras, seleção de dados pré-existentes ou

pela conjunção de todos esses métodos (Arshad &Martin, 2002).

No caso de qualidade do solo Vezzani & Mielniczuk (2009) fazem uma revisão da literatura

acerca do conceito e dizem que a “ qualidade do solo é a integração das propriedades biológicas,

físicas e químicas do solo, que o habilita a exercer suas funções na plenitude”. Em outras palavras,

o conceito de qualidade do solo pode ser entendido como a capacidade de melhorar a qualidade

Page 17: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

18

ambiental, contribuir para a saúde das plantas, animais e humana, além de sustentar a produtividade

biológica (Brady & Weil, 2002).

O resultado da degradação da qualidade do solo se a crescente quebra de macro

agregados, perda de matéria orgânica e reduções na comunidade microbiana, causadas

por desmatamentos, queimadas, erosão intensa e preparo do solo (Islam & Weill, 2000)

A qualidade de um solo, segundo Larson & Pierce (1991), deve ser levada em

conta suas dimensões físicas, biológicas e químicas, de maneira que: I) regula a

distribuição da água no meio ambiente, II) é um meio de crescimento das plantas, III)

atenua a formação e degradação de produtos danosos ao meio ambiente.

De acordo com Bending et al., (2004) quando é considerado o impacto do

manejo na qualidade do solo, os indicadores devem detalhar os importantes processos

ecológicos no solo de modo que uma série de análises bioquímicas e microbiológicas

possa ser usada na avaliação deste (Tabela 1). Os atributos físicos do solo podem ser

divididos em mecânicos (porosidade, densidade do solo, textura e agregação), zona de

enraizamento (temperatura do solo e profundidade efetiva de enraizamento) e

hidrológicos (taxa de infiltração e capacidade de água disponível) (Arshad & Martin,

2002). Os atributos químicos incluem o pH, capacidade de troca catiônica (CTC),

saturação por bases, matéria orgânica do solo (MOS) e nutrientes totais e disponíveis

(Lal,1999 apud Coutinho,2012).

Tabela 1: Relação entre os indicadores de solo escolhidos e sua relação com a qualidade do solo.

Indicadores Relação com a qualidade do solo

Físicos

Granulometria Tamanho das partículas Capacidade de retenção de água Armazenamento e disponibilidade de água para as plantas

Químicos

pH Disponibilidade de nutrientes e a presença de elementos tóxicos

Teor de N, P, K Disponibilidade de nutrientes

Carbono Melhora a estrutura física pela maior agregação, maior porosidade, melhor infiltração e armazenamento de água

Alumínio Quando ultrapassa percentagens toleradas na CTC do solo causa problemas no sistema radicular das plantas

Ferro Atua na fixação do nitrogênio, desenvolvimento do tronco e raízes

CTC Retenção de cátions, além da relação com estrutura e consistência dos solos

Sendo assim para o melhor entendimento de como está qualidade do solo em determinada

área é necessário a seleção de atributos do solo ou indicadores de solo. Gomes (2006) afirma

que os indicadores do solo a serem analisados podem ser físicos e químicos.

Page 18: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

19

Santana & Fialho (1999) ao buscarem mostrar os indicadores de qualidade do

solo, apresentaram algumas funções básicas que os solos desempenham para o meio

ambiente, sendo esses: (I) fornece a matriz física, o ambiente químico e a atmosfera

biológica para água, nutrientes, ar e troca de calor para os organismos vivos; (II) controle

da distribuição da irrigação ou água da chuva de maneira que as águas escorram

superficialmente, armazene, drene ou infiltre para o fundo do solo; (III) atuam como um

filtro para proteger a qualidade do ar, água, além de outros recursos; (IV) regula a

atividade biológica, e isso afeta o desenvolvimento das plantas, decomposição de

matéria orgânica e reciclagem de nutrientes (

Tabela 2).

Tabela 2: As demandas atuais dos solos, segundo as necessidades humanas e conservação dos ecossistemas (adaptado de Lepsch, 2010):

Demandas Atuais dos solos

Necessidades Humanas Conservação dos ecossistemas

Segurança de Alimentos

Qualidade da água

Urbanização

Biodiversidade Controle de

desertificação

Mitigação de mudanças climáticas

Fibras Purificação Habitação Reserva de pool

genético Melhoria da qualidade do solo

Redução de N2O

Produção Agrícola

Recarga do aquífero

Recreação

Adaptação das espécies

Sequestro de carbono

Alimentação do gado Filtração

Disposição de

resíduos Conservação da natureza

Restauração do ecossistema

Oxidação de CH4

Qualidade do alimento

Infraestrutura

Sendo assim, a qualidade do solo não pode ser medida diretamente pois possui

uma complexidade de estados funcionais, contudo por ser compreendida através das

propriedades dos solos denominadas como propriedades indicadoras da qualidade do

solo. Os estudos sobre a avaliação dos atributos físicos, químicos e biológicos na

qualidade do solo são fundamentais no entendimento da sustentabilidade e

funcionalidade dos solos em diversas condições de uso (Coutinho, 2012). Além de que

os atributos edáficos podem também ser indicadoras quanto aos impactos de uso e

manejo do solo provendo informações para se controlar a degradação ambiental.

1.7 Importância da relação solo-paisagem para a Geografia

Quando se busca estudos detalhados dos atributos do solo, levantamentos dos

solos e seu mapeamento é importante utilizar as relações solo-paisagem como uma

Page 19: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

20

ferramenta que auxilie na associação entre os atributos topográficos (declividade e

inclinação do terreno, curvatura e orientação da superfície terrestre) e as diferentes

classes dos solos que são úteis para previsão dos tipos de solos nas paisagens

(Campos et al., 2006).

São muitos os trabalhos que buscaram definições acerca da relação solo-

paisagem. Para Carré & McBratney (2005), a relação solo-paisagem, refere-se ao

somatório entre a paisagem e o solo definidos no espaço e no tempo, ou seja, é a união

dos atributos da paisagem e do solo e a interação entre ambos. No entanto, para

Pennock & Veldkamp (2006), o solo é um corpo natural tridimensional e dinâmico, que

está inserido na paisagem e paisagem é a combinação entre as feições da superfície

da terra e os componentes da subsuperfície. Sendo assim a relação solo-paisagem

procura demonstrar a interconexão entre as duas variáveis.

As utilizações de modelos de paisagem são necessárias para as aplicações dos

estudos das relações solo-paisagem, porque buscam estudar e compreender as

relações entre as condições do solo e a topografia. O comportamento dos atributos do

solo é dominado pelos componentes da paisagem, sendo eles, declividade, curvatura e

altitude do terreno que levam à mudanças nos processos pedogenéticos (Thompson et

al.,2006).

Essa relação solo-paisagem permite um melhor entendimento dos solos na

paisagem por dois aspectos: (i) vislumbrar a variabilidade espaço-temporal dos atributos

do solo e (ii) permite visualizar os processos dinâmicos, por exemplo, transporte de água

e sedimentos (Sommer, 2006). Além disso, de acordo com Minasny e McBratney (1999

e 2001) os modelos solo-paisagem ajudam a entender a origem do solo, não somente

pela relação formação e erosão do solo, como também porque incorporam os processos

dinâmicos do fluxo de água e transporte de materiais orgânicos e minerais.

Para os cientistas o solo é considerado um “ corpo natural da superfície terrestre,

alterada e biologicamente modelada, e que sustentando ou sendo capaz de sustentar

as plantas”. É composto de organismos vivos, matéria orgânica, compostos minerais de

diferentes tamanhos (areia, silte, argila) e poros (ocupados por ar e água) (Santana &

Fialho., 1999). Todos esses componentes do solo possuem uma interdependência.

Page 20: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

21

Figura 4: Amostras de solo e unidade de mapeamento. Disponível em: www.ebah.com.br

O solo é parte integrante da paisagem e muitas vezes ele é omitido nas análises

de restauração ecológica. A parte acima do solo (florestas, construções) – os aspectos

visíveis são muito mais atrativos. Deve-se ter em mente que o solo é a base de tudo, é

fonte de nutrientes, base da floresta, da agricultura e de todos os usos da Terra. Enfim

o solo é um componente muito importante na paisagem.

Campos (2012) elabora uma revisão bibliográfica com o objetivo de conceituar

e discutir os aspectos da relação solo-paisagem, bem como sua evolução no Brasil e no

mundo e suas aplicações aos estudos de solos. Para compreender o comportamento

dos atributos do solo, a aplicação de modelos de paisagem são uma alternativa

relevante nos estudos das relações de solo-paisagem, porque permite entender o solo

como um corpo natural, ao mesmo tempo que inter-relaciona as possíveis causas de

variação (Campos,2012).

1.8. Justificativa e objetivos

Apesar de existirem alguns estudos demonstrando a importância dos solos

dentro do processo de restauração ecológica, o solo continua sendo pouco pesquisado

e não costuma ser incluído quando considerados os vários modelos de restauração.

Os objetivos do presente estudo são: (i) elaborar uma revisão sistemática da

literatura sobre restauração e solo no bioma Mata Atlântica, (ii) verificar se existe lacuna

dos dados do solo dentro dos projetos de restauração e, se for o caso, para quais

indicadores de solo e floresta. O objetivo final é destacar a importância para incluir

análises de solo dentro dos projetos da restauração para cientistas, tomadores de

decisões e todos atores envolvidos em restauração.

2 – Procedimentos Metodológicos

Page 21: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

22

2.1 Revisão Sistemática

A partir da revisão bibliográfica foi elaborada uma revisão sistemática da literatura

que consistia em uma revisão estruturada para responder a uma pergunta científica:

quais variáveis de solo aparecem com mais frequência na literatura? Gil (2007) diz que

é possível resgatar informações de base em material já elaborado em teses,

dissertações, artigos e livros, e complementa falando que com a pesquisa bibliográfica

é possível se familiarizar com a problemática e desenvolver as ideias. Quando se tratam

de pesquisas de caráter avançado, em que são exigidas originalidade na contribuição,

a revisão bibliográfica deve ser feita de forma bastante rigorosa (Castro,2001). E esse

fato é reforçado a seguir por Webster et al.,(2002):

“Por isso, conduzi-la de forma sistemática e rigorosa, contribui para o

desenvolvimento de uma base sólida de conhecimento, facilitando o

desenvolvimento da teoria em áreas onde já existem pesquisas, e também,

identificando áreas onde há oportunidades para novas pesquisas”.

Segundo Castro (2001) esta permitirá que outros pesquisadores possam fazer uso

desses resultados com maior confiabilidade, possibilitando reutilizar estudos já

finalizados, focando apenas no tópico em que se deseja pesquisar de forma sintetizada.

Adotando uma forma sistemática é possível obter um maior rigor e melhores níveis de

confiabilidade em uma revisão sistemática.

Deve ser clara a importância do estudo de revisão sistemática pois muitas vezes

é com ela que são feitos o desenvolvimento de projetos, pois são identificados os

métodos de pesquisa utilizados em determinada área e determinam muitas vezes o

direcionamento de investigações futuras.

Além de utilizar métodos sistemáticos para selecionar, avaliar e identificar

criticamente os estudos, e dessa maneira coletar e analisar os dados destes estudos

que foram incorporados na revisão (Castro, 2001) (Figura 5).

Page 22: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

23

Figura 5: Descrição de como é feito o processo de revisão sistemática. Fonte: (adaptado Sampaio & Mancini M C, 2007).

Coleta de dados

Uma revisão da literatura foi realizada sobre tema solo e reflorestamento no

Bioma Mata Atlântica. As buscas pelos estudos foram realizadas nos sites Web of

Science, Scopus, Scielo, Capes e Google Acadêmico. Para compor o banco de dados

foram utilizados artigos e teses. Para esta revisão foram utilizadas palavras chaves tanto

em português como em inglês, tais como: Restauração & solo, regeneração natural &

solo, Restauração ecológica & Mata Atlântica, Mata Atlântica & Restauração & Solo,

Restoration & Soil, Natural Regeneration & Soil, Ecological restoration & Soil, Atlantic

Forest & Restoration & Soil. Após a leitura do título, resumo e quando houvesse

necessidade do artigo ou tese completa, foram selecionados critérios para inclusão dos

estudos na tabela da base de dados, tais como: (i) estudos sobre restauração em que

variáveis de solo eram disponibilizadas, (ii) a área de estudo deveria ser localizada no

bioma Mata Atlântica.

A partir desse levantamento foram selecionados indicadores de solo e de floresta

para compor a base de dados. A partir dos artigos e teses selecionados, foram

Web of Science, Scopus, Scielo, Capes e Google

Acadêmico

Palavras-chave utilizadas na revisão: Restauração & solo, regeneração natural & solo,

restauração ecológica e Mata atlântica, Mata Atlântica&

Restauração & Solo, Restoration & Soil, Natural regeneration &

Soil, Ecological restoration & soil, Atlantic Forest & restoration& soil

Quais variáveis de solo costumam aparecer nos

trabalhos de restauração

ecológica?

(i) Estudos sobre restauração ecológica em que indicadores de solo fossem analisadas fossem analisadas, (ii) local de estudo no bioma Mata Atlântica

Após leitura do título, resumo e quando houvesse

necessidade da tese ou artigo completo

Page 23: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

24

levantadas as seguintes informações: i) latitude e longitude, ii) Tipo de restauração (ativa

ou passiva), ii) indicadores de qualidade do solo (ex. carbono, pH, nitrogênio, fósforo,

potássio, alumínio, ferro, valores da razão entre carbono e nitrogênio, capacidade de

troca de cátions, pH, granulometria, retenção de água no solo e fauna edáfica)(Tabela

3), iii) indicadores de floresta (ex. espécies, área basal, riqueza de espécies,

diversidade, altura, idade, total da área restaurada) (Tabela 4), iv) valores quantitativos

para esses indicadores nas áreas restauradas e referência.

Tabela 3: Indicadores de solo extraídos das teses e artigos

Indicadores de solo

Carbono pH

Nitrogênio Fósforo Potássio

Retenção de água CTC

Alumínio Ferro C/N

Granulometria Fauna do solo

Banco de sementes

Tabela 4: Indicadores de floresta extraídos das teses e artigos

Indicadores de Floresta

Espécies

Área basal

Riqueza de espécies

Diversidade

Altura

Restauração Ativa

Restauração Passiva

Idade

Total de área restaurada

3. Resultados e discussões

3.1 Revisão sistemática da literatura

O principal interesse da pesquisa estava em quantificar todas as variáveis

selecionadas de solo e floresta encontradas nos trabalhos para identificar se existe

lacunas dos dados sobre a relação entre solo-restauração. Para evitar dados

duplicados, caso o artigo fosse derivado de uma tese ou dissertação seriam levados em

consideração apenas os dados presentes nos artigos, pois passaram por mudanças

Page 24: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

25

antes da publicação e os dados costumam estar mais atualizados. Foram revisados 95

teses em Português e 57 artigos focados na restauração da Mata Atlântica, apenas

40,79% dos estudos (62 de 152) relataram quaisquer dados sobre o solo. O total de

teses e artigos foi de 66, mas 4 teses foram descartadas pois haviam sido publicadas e

já se encontravam na tabela de revisão dos artigos, sendo assim apenas 62 estudos

foram incorporados na revisão (Figura 6).

Figura 6: Quantidade de artigos, teses e dissertações revisadas

Variáveis de Solo

Na revisão estruturada da literatura a quantidade de teses que aboradaram a

temática de restauração na Mata Atlântica que realizaram coleta e análise da fertilidade

do solo foi de 32 (dos 95), enquanto que a quantidade de artigos (português e inglês)

foi de 30 (dos 57) ( Gráfico 1).

(152)

Page 25: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

26

Gráfico 1: Quantidade de teses e artigos que apresentam dados sobre solo

Do total de artigos e teses que apresentaram informações sobre variáveis de

solo, 44 apresentaram informações sobre pH, 41 apresentaram informações sobre

potássio, 40 trabalhos apresentaram informações sobre fósforo, 37 apresentaram

informações sobre alumínio, 34 apresentaram informações sobre carbono, 26

apresentaram informações sobre argila , 26 apresentaram informações sobre silte , 20

apresentaram informações sobre areia, 22 trabalhos apresentaram informações sobre

nitrogênio,17 apresentaram informações sobre CTC, 11 trabalhos apresentaram

informações sobre fauna edáfica, 9 trabalhos apresentaram informações sobre a

relação C/N, 7 trabalhos apresentaram informações sobre ferro, 4 apresentaram

informações sobre retenção de água no solo e 2 trabalhos apresentaram informações

sobre o banco de sementes do solo (Gráfico 2).

Gráfico 2: Quantidade e variáveis de solo disponíveis nos estudos

52%48%

Variáveis de solo

Teses

Artigos =30

=32

2 47 9 11

1720 22

26 26

3437

40 4144

05

101520253035404550

Variáveis de Solo

Page 26: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

27

A importância de fazer a análise do pH está em serem fornecidas informações

sobre as condições químicas gerais do solo. Por isso sua análise aparece

frequentemente nos estudos.

A quantidade de nutrientes que a planta absorve do meio ambiente é o que gera

a classificação entre macronutrientes e micronutrientes. Todos os elementos são

necessários para o metabolismo vegetal e para a produtividade das culturas, pois a

produtividade será limitada pelo nutriente que estiver em menor disponibilidade, mesmo

que todos os demais estejam presentes em quantidades adequadas ‘ Lei do Mínimo’

(Lepsch,2010) (Figura 7).

Figura 7: Lei do mínimo. Fonte: Lepsch, 2010.

Devido a sua participação insubstituível em processos metabólicos que ocorrem

no citoplasma das células das plantas, os nutrientes acabam se tornando elementos

essenciais (Lepsch, 2010). O nitrogênio é utilizado pela planta para fabricar aminoácidos

e, a partir desses, enzimas, proteínas e diversos compostos secundários. Como

praticamente todos os processos metabólicos das plantas são realizados por enzimas,

por ser responsável pelos processos metabólicos das plantas a deficiência de N afetará

todo o metabolismo vegetal. O fósforo é utilizado em processos de produção,

transferência e armazenamento de energia metabólica. O cálcio tem importantes

funções na estruturação e funcionamento das membranas, o magnésio é utilizado para

compor a molécula de clorofila e assim por diante.

O potássio é indispensável para a formação e o amadurecimento dos frutos,

aumenta a rigidez dos tecidos e a resistência das plantas às pragas favorecendo o

desenvolvimento do sistema radicular.

Page 27: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

28

O carbono aparece em 5º lugar e deveria aparecer com mais frequência nos

estudos pois está ligado diretamente com às questões de mudanças climáticas. Os

ecossistemas florestais além de estocarem uma parte do carbono sequestrado da

atmosfera na serapilheira e no sub-bosque por meio de seus tecidos são também a

melhor fonte de sumidouro de carbono e funcionam para controlar as mudanças

climáticas (Miranda, 2008). Além disso o carbono é importante para melhorar a estrutura

física do solo pela melhor agregação, maior porosidade, armazenamento de água e

melhor infiltração. As plantas, nessas condições, têm a possibilidade de produzir

sistemas radiculares abundantes e com raízes profundas conferindo vantagem na busca

por água e nutrientes, através das camadas mais profundas do solo.

É importante também analisar a granulometria do solo, pois nos trabalhos

revisados apenas 20 trabalhos mencionaram que os solos eram arenosos. Essa

informação é importante pois os solos arenosos apresentam menor disponibilidade de

água ao longo do perfil e não são todos os tipos de planta que são adaptadas a escassez

de água.

Variáveis de Floresta

Ao todo foram 27 teses e 21 artigos (total=48) que apresentaram informações

sobre as variáveis de florestas em seus estudos (Gráfico 3).

Gráfico 3: Quantidade de teses e artigos que possuem dados sobre floresta

Do total 30 estudos eram de restauração ativa (plantio) e 20 eram de restauração

passiva (regeneração natural). Dos 48 estudos sobre restauração na Mata Atlântica em

que as várias de floresta: 48 apresentaram informações sobre os tipos de espécies, 46

eram outras variáveis, 40 informavam sobre riqueza de espécies, 31 relataram sobre o

total da área restaurada, 30 eram restauração ativa, 27 apresentaram informações sobre

altura, 22 apresentaram informações sobre a área basal, 20 eram de restauração

passiva e 20 trabalhos apresentaram informações sobre diversidade. Outras variáveis

56%

44%

Variáveis de Floresta

Teses

Artigos

=27

=21

Page 28: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

29

foram designadas para identificar análises que não foram consideradas para este

trabalho como: ciclagem de nutrientes na serapilheira, banco de sementes do solo, além

de outras variáveis de solo como magnésio, cálcio, troca de bases, etc (Gráfico 4).

Gráfico 4: Quantidade de variáveis que apareceram nas revisões

Classes de Solos

No total 46 estudos apresentaram informações sobre as classes de solos em

que os experimentos foram realizados, sendo 22 apresentados nas teses e dissertações

e 24 nos artigos (Gráfico 5).

Gráfico 5: Quantidade de teses e artigos que possuem dados sobre as classes de solo

20 20 22 27 30 3140

46 48

0

10

20

30

40

50

60

Variáveis de Floresta

Classes de Solos

Teses

Artigos

=22

=24

Total= 46

47,83%

52,17%

Page 29: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

30

Do total de 46 trabalhos a metade foi composta por trabalhos realizados em

Latossolos, 22 trabalhos em Argissolos, 14 trabalhos em Cambissolos, 5 trabalhos em

Nitossolos,4 trabalhos em Gleissolos, 4 trabalhos em Neossolos (Gráfico 6).

Gráfico 6: Principais classes de solos encontradas na revisão

Os Latossolos são solos profundos, de boa drenagem e intemperizados. Os da

sub-ordem vermelho-amarelos estão situados em muitas áreas que antes eram

ocupados pelo bioma Mata Atlântica. Os Latossolos têm a maior representação

geográfica no Brasil (Figura 8) e ocupam cerca de 300 milhões de hectares,

correspondendo a aproximadamente ¼ dos Latossolos do mundo (Lepsch, 2010).

Ocorrem em praticamente todas as regiões, e são diferenciados pelos teores de óxido

de ferro e também pela sua coloração, distinguindo a sua separação em quatro classes

ao nível de subordem no Sistema brasileiro de classificação de solos (1999).

23

22

14

5

44 1

Tipos de Solos

Latossolos

Argissolos

Cambissolos

Nitossolos

Gleissolos

Neossolos

Regossolo

Page 30: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

31

Figura 8: Localização das principais ocorrências de Latossolos no Brasil. Fonte: IBGE,2007 adaptado de Atlas nacional do Brasil (2000).

Argissolos juntamente com os Latossolos, são os solos mais expressivos do

Brasil, ocorrendo em praticamente todas as regiões (IBGE,2007). Os solos desta classe

têm como característica marcante um aumento de argila do horizonte superficial A para

o subsuperficial B textural (Bt), geralmente acompanhado de boa diferenciação também

de cores e outras características. As cores do horizonte Bt variam de acinzentadas a

avermelhadas e as do horizonte A, são sempre mais escurecidas.

Os Cambissolos ocorrem disseminados em todas as regiões do Brasil,

preferencialmente em regiões serranas e apresentam grande variação na profundidade,

ocorrendo desde solos profundos a rasos, e também apresentam grande variabilidade

em relação às demais características. A drenagem varia de acentuada a imperfeita e

podem apresentar qualquer tipo de horizonte A sobre um horizonte B incipiente (Bi),

também de cores diversas. Muitas vezes são pedregosos, cascalhentos e mesmo

rochosos (IBGE,2007).

Os Nitossolos são caracterizados pela presença de um horizonte B nítico, que é

um horizonte subsuperficial com moderado ou forte desenvolvimento estrutural do tipo

prismas ou blocos e com a superfície dos agregados reluzentes, relacionadas a

Page 31: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

32

cerosidade ou superfícies de compressão. Têm textura argilosa ou muito argilosa e a

diferença textural é inexpressiva (IBGE, 2007).

Gleissolos ocorrem em praticamente todas as regiões brasileiras, ocupando

principalmente as planícies de inundação de rios e córregos.São solos característicos

de áreas sujeitas a alagamentos ( ilhas, margens de rios, grandes planícies, etc.) ou

alagadas (IBGE, 2007). Apresentam cores acinzentadas, azuladas ou esverdeadas,

dentro de 50cm da superfície. Podem ser de alta ou baixa fertilidade natural e têm nas

condições de má drenagem a sua maior limitação de uso.

Os Neossolos ocorrem em praticamente todas as regiões do país, embora sem

constituir representatividade espacial expressiva, ou seja, ocorrem de forma dispersa

em ambientes específicos, como é o caso das planícies à margem de rios e córregos

(Neossolos Flúvicos) e nos relevos muito acidentados de morrarias e serras (Neossolos

Litólicos)( IBGE,2007). Os Neossolos Quartzarênicos, tem muita expressão no Brasil,

são comuns na região litorânea e em alguns estados do Nordeste, ocupam também

grandes concentrações em alguns estados do Centro-Oeste e Norte, como Mato

Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins (IBGE, 2007). Os Neossolos Regolíticos, são

encontrados em alguns pontos da região serrana do Sudeste, e têm maiores

concentrações nas zonas do semi-árido.

Localização das áreas de restauração

Todos os trabalhos apresentaram informações sobre a localização das áreas de estudo

(Gráfico 7).

Gráfico 7: Quantidade de artigos e teses que possuem dados sobre a localização das áreas de restauração

A maior parte dos estudos sobre restauração encontrados foram realizados no

Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Cabe ressaltar que a área de localização de

dois trabalhos ocorreu em área de transição entre Mata Atlântica e Cerrado. E foram

considerados para este trabalho apenas os dados realizados na Mata Atlântica. 19

52%48%

Localização das áreas de restauração

Teses=32

=30Total =

Page 32: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

33

trabalhos foram realizados no Rio de Janeiro, 17 trabalhos foram realizados em São

Paulo, 9 trabalhos foram realizados em Minas Gerais, 7 trabalhos foram realizados no

Espírito Santo, 4 trabalhos foram realizados em Santa Catarina e 2 trabalhos foram

realizados na divisa Mato Grosso do Sul/Paraná (Gráfico 8).

Gráfico 8: Localização das áreas de restauração

Dos 62 trabalhos avaliados na revisão sistemática da literatura, 6 não

disponibilizaram informações sobre as coordenadas das áreas de estudo. O total de

pontos distribuídos no mapa (Figura 9) foi de 115, pois em alguns trabalhos há mais de

uma área de estudo.

19

17

9

7

4

25 1

Localização das áreas de restauração

Rio de Janeiro

São Paulo

Minas Gerais

Espírito Santo

Santa Catarina

Divisa -Mato Grosso do Sul/Paraná

=19

=17

=9

=7

=4

=2

Page 33: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

34

Figura 9: Localização da área de estudo, o bioma Mata Atlântica. As áreas em verde claro são referentes aos remanescentes de Mata Atlântica, os pontos são referentes a localização de cada trabalho avaliado. Os pontos na cor vermelha são referentes aos trabalhos em que foi identificada uma área de referência (AF) e os pontos na cor preta são referentes a trabalhos em que não foi identificada uma área de referência.

Nota-se que a maior parte dos estudos de restauração-solo estão concentrados

no Sudeste do Brasil.

Idade da restauração

O total de trabalhos que apresentaram informações sobre a idade da restauração

ou regeneração natural foi de 45 artigos e teses, sendo que 21 teses e 24 artigos

disponibilizaram dados (Gráfico 9).

Gráfico 9: Teses e artigos que apresentaram dados sobre a idade da restauração

47%

53%

Idade do experimento

Artigos

Teses

=24

=21

Page 34: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

35

Os dados sobre a idade de regeneração ou restauração foram separados em

categorias envolvendo diferentes idades. Do total de 45 trabalhos, 17 apresentaram

idades entre 6 a 10 anos, 14 eram maiores que 21 anos, 10 trabalhos só mencionaram

o ano em que foi implementado o projeto, em 9 trabalhos a idade era inferior a 5 anos,

8 trabalhos possuíam entre 11 a 15 anos, 7 trabalhos possuíam entre 16 a 20 anos e 7

trabalhos a idade era maior que 50 anos (Gráfico 10). É possível que o número total de

trabalhos ultrapasse o total mencionado (45) pois muitas vezes em um único estudo

ocorra mais de uma área com projeto.

Gráfico 10: Diferentes idades de restauração

Dos 62 trabalhos inseridos na tabela de revisão apenas 45 mencionaram a idade

dos experimentos, ou seja, 17 trabalhos sequer mencionaram a idade. O que acaba

dificultando algum pesquisador ou estudante que esteja interessado em replicar o

trabalho.

Trabalhos com área de referência/controle

Dos 62 estudos que compuseram a base de dados deste trabalho, apenas 25

estudos fizeram comparação entre a área de estudo e uma área de referência/controle

(Tabela 5). Segundo Society for Ecological Restoration (SER, 2004) área de referência

seria aquela que ocorre na mesma vertente, zona e próximo ao projeto de restauração

e dessa maneira estará exposta a perturbações naturais parecidas com as das áreas

em restauração. Área de referência pode ser tanto positiva quanto negativa. A positiva

é caracterizada normalmente por florestas bem desenvolvidas, em estágios de

vegetação bem avançados em que os ambiente se auto-regula por si só. A referência

negativa é aquela representada por áreas degradadas, pastos sujos, etc. Os estudos

que têm área de referência procuram comparar os resultados tanto da estrutura da

7 7 8 9 1014

17

0

5

10

15

20

entre 16 a20 anos

> 50 anos entre 11 a15 anos

< 5 anos Somente oano citado

> 21 anos entre 6 a10 anos

Idade do experimento

Page 35: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

36

vegetação ou dos solos das áreas que estão estudando com a área que se pretende

chegar.

Tabela 5: Quantidade de teses e artigos com área de referência

Teses Artigos

Positivo 10 11 Negativo 2 2 Total 12 13

A presença de dados sobre a área em restauração e a área de referência

possibilita comparar dados entre as duas áreas e verificar quais variáveis responderam

melhor a restauração e o impacto disso no sucesso da restauração.

Idade dos experimentos nos trabalhos com área de referência

No total de 17 trabalhos, apenas 35% da teses apresentaram informações sobre

a idade dos experimentos enquanto que 65% dos artigos mencionaram essas

informações que significa que artigos são mais rigorosos em relação desse critério.

Gráfico 11: Quantidade de teses e artigos que apresentaram informações sobre a idade dos

experimentos.

No total de 17 trabalhos que mencionaram a idade dos experimentos, 10

trabalhos tinham idade entre 5 a 10 anos, 7 eram maiores que 20 anos, 5 trabalhos

tinham idade menor do que 5 anos, 2 trabalhos mencionaram somente o ano, 2 estudos

tinham idade entre 10 a 15 anos, 1 trabalho tinha entre 15 a 20 anos (Gráfico 12).

35%

65%

Idade dos experimentos

Teses Artigos

Page 36: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

37

Gráfico 12: Quantidade de trabalhos que disponibilizaram informações sobre idade dos experimentos com a área de referencia

Coleta de solo nos trabalhos com área de referência

O total de trabalhos com área de referência que possuíam informações sobre

coleta de solo foi de 13. Sendo esse total de 5 teses e 8 artigos (Gráfico 13).

Gráfico 13: Quantidade de teses e artigos que possuem dados de coleta de solo nos trabalhos com área de referência

As informações sobre coleta de solo foram separadas segundo categorias que

especificavam quando a coleta foi realizada. A categoria informações sobre solo é

aquela em que disponibilizaram informações, mas não se sabe ao certo em que

momento do experimento foi feita a coleta e nessa categoria apenas 4 trabalhos foram

disponibilizadas informações, 3 trabalhos realizaram coletas várias vezes ou durante o

experimento, 3 trabalhos não foi especificado, 2 trabalhos tiveram coleta no início do

experimento e 1 trabalho teve sua coleta realizada no fim do experimento (Gráfico 14).

12 2

3

5

7

10

0

2

4

6

8

10

12

entre 15 a20 anos

entre 10 a15 anos

Somente oano

> 50 anos < 5 anos > 20 anos entre 5 a 10anos

Idade dos experimentos

38%

62%

Coleta de Solo

Teses Artigos

Page 37: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

38

Gráfico 14: Informações sobre quando foi realizada a coleta de solos nos trabalhos com área de referência

Variáveis de solo nos trabalhos com área de referência

O total de trabalhos que apresentaram informações sobre variáveis de solo foi

de 17. Sendo esse total representado por 6 teses (35%) e 11 artigos (65%) (Gráfico 15).

Gráfico 15: Teses e artigos que apresentaram variáveis de solo

Do total de teses e artigos que disponibilizaram informações sobre solo o fósforo

e o pH são as variáveis mais apareceram nos trabalhos, estando presente cada um em

14 trabalhos. 13 trabalhos apresentaram informações sobre carbono, 12 trabalhos

apresentaram dados sobre potássio, 11 trabalhos apresentaram informações sobre a

textura do solo (argila, silte e areia),11 trabalhos apresentaram informações sobre

nitrogênio,8 trabalhos disponibilizaram dados sobre alumínio, 5 apresentaram

informações sobre a fauna edáfica, 4 trabalhos apresentaram informações sobre CTC,

3 trabalhos apresentaram informações sobre ferro e 1 trabalho apresentou informações

sobre retenção de água do solo (Gráfico 16).

00.5

11.5

22.5

33.5

44.5

Coleta de solos

Informação sobre a data dacoleta

Quantas tem no inicio

Coleta no fim

Várias vezes/durante

Não especificado

35%

65%

Variáveis de Solo

Teses Artigos

Page 38: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

39

Gráfico 16: Informações sobre as variáveis de solo nos trabalhos com área de referência

Os estudos com área de referência apresentaram os indicadores de solo em um

nível melhor do que em uma área desmatada ou degradada. São melhores e eles

medem carbono e areia como indicadores importantes do contrário como visto

anteriormente. Existe mudança na ordem da frequência dos indicadores dependendo

se o estudo possui área de referência.

Variáveis de floresta nos trabalhos com área de referência

As teses e os artigos com área de referência que apresentaram dados sobre

variáveis de floresta foi de 20, sendo 8 teses e 12 artigos. Levando-se em conta que o

total de trabalhos com área controle é de 25 estudos (Gráfico 17).

Gráfico 17: Quantidade de artigos e teses nos trabalhos com área de referência

Levando-se em consideração o total de 20 trabalhos que apresentaram informações

sobre floresta, as variáveis que receberam destaque foram: os tipos de floresta, riqueza

de espécies, tipo de restauração entre outros (Gráfico 18).

1

34

5

8

11 1112

1314 14

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Variáveis de solo

29%

71%

Variáveis de Floresta

Teses Artigos

Page 39: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

40

Gráfico 18: Quantidade de variáveis de solo que aparecem nos artigos e teses com área

de referência

Do total, 19 trabalhos apresentaram informações sobre o tipo de floresta, 16

apresentaram informações sobre riqueza de espécies, 15 trabalhos apresentaram

informações sobre tipos de espécies, 14 apresentaram informações sobre as idades da

restauração ou regeneração, 10 trabalhos apresentaram informações sobre altura da

estrutura arbórea, 11 trabalhos possuíam informações sobre o total da área que foi

restaurada, trabalhos com restauração ativa foi de 16 e restauração passiva foi de 6

trabalhos.

4. Considerações Finais

Os resultados desse trabalho mostraram uma lacuna de dados sobre o solo

dentro dos projetos de restauração. Apenas 41% (62 de 152) dos estudos resgatados

da revisão da literatura relacionados a restauração tinham qualquer dado de solo. A

maioria dos estudos identificou pH e macronutrientes porém características importantes

do solo como capacidade de retenção de água ou capacidade de troca de cátions foram

raramente caracterizadas. Interessante que ordem desses indicadores mudou em

estudos com área de referência identificada (por exemplo mais estudos tinham carbono

como indicador).

Identificar as lacunas permite que outros pesquisadores possam explorar mais

essa área do saber. No entanto, esses dados são fundamentais do ponto de vista da

análise apropriada de prestação de serviços ambientais, tais como: carbono e água.

Além de verificar a lacuna de dado, será realizado futuramente a partir dos resultados

uma meta-análise sobre os impactos do solo sobre a restauração usando indicadores

como pH do solo, capacidade de troca catiônica e macronutrientes.

67 7

1011

1415

16 16

19

02468

101214161820

Variáveis de Floresta

Page 40: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

41

É necessário também destacar necessidade para incorporar análise do solo nos

projetos de restauração, pois muitas vezes esses projetos falham por causa da

inadequação as condições locais. Poderiam ser estabelecidos, com esses estudos,

padrões regionalizados tornando o solo um indicador aplicado a sustentabilidade dos

ecossistemas florestais, tanto nos aspectos do manejo sustentável como nos da

restauração de áreas degradadas (Rocha et al., 2015).

Devido à crescente globalização e facilidade de acesso à tecnologia boas revisões

sistemáticas são recursos de extrema importância. Esses estudos ajudam a sintetizar a

evidência disponível na literatura sobre uma intervenção, podendo auxiliar

pesquisadores no seu cotidiano de trabalho e profissionais de diversas áreas. Através

desse estudo foi possível observar que existem lacunas nos dados de sobre trabalhos

com a temática solo-restauração na Mata Atlântica, levando em consideração que

muitos trabalhos não mencionam ou relacionam o solo em seus trabalhos de

restauração. Portanto os resultados desse trabalho podem ter implicações não só para

todos os atores que trabalham com projetos de restauração mas também no contexto

mais amplo de geografia, mudanças de paisagem e uso mais sustentável da terra.

5.Referências Bibliográficas

AIDE,T.M.;ZIMMERMAN,J.K.;ROSARIO,M.; MARCANO,H.. Forest recovery in

abandoned cattle pastures along an elevational gradient in northeastern Puerto

Rico. Biotropica,28: 537-548. 1996.

ARSHAD, M.A.; MARTIN, S. Identifying critical limits for soil quality indicators in agro-

ecosystems. Agriculture, Ecosystems and Environment, v.88, p. 153–160, 2002.

Azevedo, A.D. Composição florista e estoque de carbono em áreas de recuperação da

Mata Atlântica na bacia do rio Guapiaçu, Cachoeiras de Macacu,RJ. Seropédica, 2012.

176p. Dissertação ( Pós Graduação em Ciências Ambientais e Florestais) – Instituto de

Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Albuquerque e Arraes, R. De, Mariano, F. Z., & Simonassi, A. G. (2012). Causas do desmatamento no Brasil e seu ordenamento no contexto mundial. Revista de Economia E Sociologia Rural, 50(1), 119–140. http://doi.org/10.1590/S0103-20032012000100007

BARBOSA, L. M. Implantação de mata ciliar. In: Simposio Mata Ciliar: Ciência e Tecnologia, 1999, Belo Horizonte. Trabalhos. Belo Horizonte: 1999, p. 111-35.

BELLOTO,A.; VIANI, R.A.G; NAVE, A.G; GANDOLFI,S; RODRIGUES, R.R. Monitoramento das áreas restauradas como ferramenta para avaliação da

Page 41: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

42

efetividade das ações de restauração e para redefinição metodológica. In: RODRIGUES, R.R.; BRANCALION, P.H.S.; ISERNHAGEN, I (Org.). Pacto pela restauração da Mata Atlântica: Referencial dos conceitos e ações de restauração florestal. São Paulo: LERF/ESALQ e Instituto BioAtlântica, 2010, cap. 3, p. 132-150.

BENDING, G.D.; TURNER, M.K.; RAYNS, F.; MARX, M.C.; WOOD, M. Microbial and biochemical soil quality indicators and their potential for differentiating areas under contrasting agricultural management regimes, Soil Biology & Biochemistry v.36, p. 1785– 179, 2004.

Bonn Challenge. Disponível em:< www.bonnchallenge.org.> Acesso em 25 de novembro de 2016.

Brady NC, Weil RR. The Nature and properties of soils. 13. ed. New Jersey: Prentice

Hall Upper Saddle River; 2002.

BRAGA, Ricardo Augusto Pessoa. Avaliação dos instrumentos de políticas públicas na conservação integrada de florestas e águas, com estudo de caso na bacia do Corumbataí – SP. Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). São Paulo, Brasil, 2006.

BRANCALION,P.H.S.; GANDOLFI, S. RODRIGUES, R.R. Uma visão ecossistêmica do

processo de restauração ecológica. In: RODRIGUES, R.R.; BRANCALION, P.H.S.;

ISERNHAGEN, I (Org.). Pacto pela restauração da Mata Atlântica: Referencial dos

conceitos e ações de restauração florestal. São Paulo: LERF/ESALQ e Instituto

BioAtlântica, 2010, cap. 1.8, p. 82-89.

Campos, M. C. C. (2012). Relações solo-paisagem: conceitos, evolução e aplicações /

Soil-landscape relationships: concepts, developments and applications. Revista

Ambiência, 8(3), 963–982. http://doi.org/10.5777/ambiencia.2012.05.01rb

CARRÉ, F.; MCBRATNEY, A. B. Digital terron mapping. Geoderma, v.128, p.340–353,

2005

Castro, A.A., 2001. Revisão Sistemática e Meta-análise. Metodologia.org, 3(1), pp.1–

11. Available at: http://metodologia.org/wp-content/uploads/2010/08/meta1.PDF.

CENTURION, J.F.; CARDOSO, J.P.; NATALE, W. Physical and chemical properties of

an oxisol in different agroecosystems. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e

Ambiental, v. 5, p. 416-424, 2001

Conboy,K . Agility from first principles: reconstructing the concept of agility in information

system development. Information System Research, v.20, n.3, pp.329-354,2009.

CHAZDON, R. Regeneração de florestas tropicais. Boletim do Museu Paraense Emílio

Goeldi, Bélem, PA, v. 7, n. 3, p. 195-218, 2012.

Page 42: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

43

CHOMITZ, K. M. Em desacordo? Expansão Agrícola, Redução da Pobreza e Meio

Ambiente nas Florestas Tropicais. Relatório do Banco Mundial, 2007. Disponível em:

<http://siteresources.worldbank.org/INTTROPICALFOREST/Resources/2463822/PTpt

_ Main_Low_with_cover_portuguese.pdf> Acesso em: 16 de dezembro de 2016.

Côrtes, J. C., & D’Antona, Á. de O. (2014). Dinâmicas no uso e cobertura da terra:

perspectivas e desafios da Demografia. Revista Brasileira de Estatística

Populacional, 31(1), 191–210. http://doi.org/10.1590/S0102-30982014000100011

Crouzeilles,R., Curran,M., Ferreira., M.S., Lindenmayer,D.B., Grelle,C.E.V.,& Rey Benayas ,J.M. (2016). A global meta-analysis on the ecological drivers of forest restoration success. Nature Communications, 7( May) ,11666. http://doi.org/10.1038/ncomms11666

DEAN, W. A ferro e fogo: a história e a devastação da mata atlântica brasileira. Companhia das Letras, São Paulo, SP. 483p. 1996.

PLANAVEG. Plano nacional de recuperação da vegetação nativa. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80049/Planaveg/PLANAVEG_20-11-14.pdf> Acesso em 10 de dezembro de 2016.

D’Andréa AF, Silva MLN, Curi N, Siqueira JO, Carneiro MAC. Atributos biológicos

indicadores da qualidade do solo em sistemas de manejo na região do cerrado no sul

do estado de Goiás. Revista Brasileira de Ciencia do Solo 2002; 26(4): 913-923.

http://dx.doi.org/10.1590/S0100- 06832002000400008.

Gibbs, H. K., A. S. Ruesch, F. Achard, M. K. Clayton, P. Holmgren, N. Ramankutty, and

J. A. Foley 2010. Tropical forests were the primary sources of new agricultural land in

the 1980s and 1990s. Proceedings of the National Academy of Science of USA

107:16732–16737.

SER, Society for ecological restoration. Disponível em:< http://www.ser.org/about/mission-vision >.

DOBSON,A.P.; BRADSHAW,A.D.; BAKER,A.J.M. Hopes for the future: restoration ecology and conservation biology. Science, v.277, p.515-522, 1997.

Hauser, S.; Gang, E.; Norgrove, L.; a Birang, M.. Decomposition of plant

material as na indicator of ecosystem disturbance in tropical land use

system. Geoderma. 2004. (no prelo)

High-Resolution Global Maps of 21st-Century Forest Cover Change Science 15 Nov 2013: Vol. 342, Issue 6160, pp. 850-853 DOI: 10.1126/science.1244693

Page 43: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

44

Initiative 20x20.World Resources Institute. Disponível em:<www.wri.org/our-

work/project/initiative-20x20/about- initiative-20x20#project-tabs. > Acesso em 25 de

novembro de 2016.

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA) - Ministério do Meio Ambiente. Brasília-DF, Brasil, 2010. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/recursos-florestais/areas-tematicas/Acesso em: 20 mar. 2010

Islam KR, Weil RR. Land use effects on soil quality in a tropical forest ecosystem of Bangladesh. Agricultural Ecosysistem Enviroment 2000; 79(1): 9-16. http://dx.doi. org/10.1016/S0167-8809(99)00145-0.

KAGEYAMA, P.Y. Reflexos e potenciais da resolução SMA-21 de 21/11/2001 na conservação da biodiversidade específica e genética. 2003p. 7-12. In: Seminário Temático sobre Recuperação de Áreas Degradadas: Avanços obtidos e perspectivas futuras. Anais... São Paulo,165p

KANOWSKI, J., C. P. CATTERALL, K. FREEBODY & D. A. HARRISON, 2010. Monitoring revegetation projects in rainforest landscapes. Toolkit Version 3. Cairns, Australia, Reef and Rainforest Research Cente Limited. Disponível em: http://www.rrrc.org.au/publications/ biodiversity_monitoring2.html

KETTLE, C. J., 2010. Ecological considerations for using dipterocarps for restoration of lowland rainforest in Southeast Asia. Biodiversity and Conservation 19(4): 1137-1151.

Lambin E.F., Geist, H. (2006) Land-use and land-cover change. Local Processes and

Global Impacts. Springer-Verlag Berlin Heidelberg.

LAMBIN, E. et al. The causes of land-use and land-cover change: moving beyond the myths. Global Environmental Change: Human and Policy Dimensions, v. 11, n. 4, p. 261-269, 2001

Machado, D.L. Atributos indicadores da dinâmica sucessional em fragmento de Mata Atlântica na Região do Médio Vale do Paraíba do Sul, Pinheiral, Rio de Janeiro. Seropédica,2011. 119p. Dissertação (Pós graduação em Ciências Ambientais e Florestais) -Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - MMA. Programa Nacional de Florestas - PNF. Secretaria de Biodiversidade e Florestas - SBF. Diretoria do Programa Nacional de Florestas - DIFLOR. Brasília, Brasil, 2000.

PENNOCK, D.J.; VELDKAMP, A. Advances in landscape-scale soil research. Geoderma, v.133, p.1-5, 2006.

MYERS,N.; MITTERMEIER, R.A.; MITTERMEIER, C.G.; DA FONSECA, G.A.B.; KENT, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403:853-858. 2000.

RODRIGUES,R.R.; BRANCOLIN,P.H.S.; ISERNHAGEN,I. Pacto pela restauração da Mata Atlântica: referencial dos conceitos e ações de restauração florestal. LERF/ESALQ: Instituto BioAtlântica, São Paulo,SP. 266p. 2009.

Page 44: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

45

RODRIGUES, R.R.; GANDOLFI,F. Reposição de florestas nativas: princípios gerais e subsídios para uma definição metodológica. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, v.2, n.1, p.4-15, 1996.

RODRIGUES, R.R. & GALDOLFI, S. Conceitos, Tendências e Ações para a Recuperação de Florestas Ciliares. In: Matas Ciliares: Conservação e Recuperação. São Paulo: Universidade de São Paulo: FAPESP, 2000. cap.15.

LATAWIEC, Agnieszka Ewa; STRASSBURG, Bernardo BN. Land-Use Impacts on

Ecosystem Services. Sustainability Science and Technology: An Introduction, p. 79,

2014.

Foley J.A., DeFries, R., Asner, G.P., Barford, C, Bonan, G., Carpenter, S.R., Chapin,

S.F., Coe, M.T., Daily, G.C., Gibbs, H., Helkowski,J.H., Holloway,T., Howard,E.A.,

Kucharik,C., Monfreda, C, Patz, J.A., Prentice, C., Ramankutty, N., Snyder, P.K. (2005)

Global Consequences of Land Use. Science 309, 570

Machado, D.L. Atributos indicadores da dinâmica sucessional em fragmento de Mata

Atlântica na Região do Médio Vale do Paraíba do Sul, Pinheiral, Rio de Janeiro.

Seropédica,2011. 119p. Dissertação ( Pós graduação em Ciências Ambientais e

Florestais) -Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

UNESP. Seminário: Interação solo-planta- atmosfera Disponível em:

http://slideplayer.com.br/slide/373654/

Metzger, M.J., Rounsevell, M.D.A., Acosta-Michlik, L., Leemans, R., Schroter, D. (2006)

The vulnerability of ecosystem services to land use change. Agriculture,

Ecosystems and Environment 114 pp. 69–85

MEA. Ecosystems and Human Well-Being: Current State and Trends, Volume 1 New

York, U.S.A., Island Press (2005)

Moraes, L.F.D. Indicadores da restauração de áreas degradadas a reserva biológica de

Poço das Antas, RJ. 128 p. Tese (Pós- Graduação em Agronomia )- Instituto de

Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Oliveira, R. R. De. (2007). Mata Atlântica, paleoterritórios e história ambiental. Ambiente

& Sociedade, 10, 11–23. http://doi.org/10.1590/S1414-753X2007000200002

Page 45: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

46

FAO (2009) Advances in the assessment and monitoring of salinization and status of

biosaline agriculture. Report of an expert consultation held in Dubai, United Arab

Emirates, 26-29 November 2007. World Soil Resources Reports 104. Rome.

FAO. (2010). Global Forest Resources Assessment 2010. America, 147, 350 pp. http://doi.org/ISBN 978-92-5-106654-6

Soares, S. C., & Motta, A. L. T. S. da. (2010). Diminuição das florestas naturais no mundo. VI Congresso Nacional de Excelência Em Gestão.

SCHUMACHER, M. V.; HOPPE, M. J. A floresta e o solo. Porto Alegre: Pallotti, 1999. 83 p. (Afubra. Série Ecologia, 3).

Santana, D. P., & Bahia Filho, A. F. C. (1999). Indicadores de qualidade do solo. Congresso Brasileiro de Ciência Do Solo.

IBGE.Estado do Rio de Janeiro cobertura e uso da terra 2016.Disponível em:

<ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/cobertura_e_uso_da_terra/uso_atual/

mapas/unidades_da_federacao/rj_uso.pdf.> Acesso em 28 de julho de 2016

IBGE. Manual Técnico de pedologia. 2007

IBGE. IBGE mapeia a cobertura e o uso da terra no estado do Rio de Janeiro.

Comunicação Social .Disponível em:

<http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&idnoticia=3220&busca

=1.>Acesso em 28 de julho de 2016.

Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F., Hirota, M.M., 2009. Brazilian

Atlantic forest: how much is left and how is the remaining forest distributed?

Implications for conservation. Biological Conservation 142, 1141–1153.

RODRIGUES,R.R.; BRANCOLIN,P.H.S.; ISERNHAGEN,I. Pacto pela restauração da

Mata Atlântica: referencial dos conceitos e ações de restauração florestal.

LERF/ESALQ: Instituto BioAtlântica, São Paulo,SP. 266p. 2009.

SOS Mata Atlântica. Fundação divulga novos dados sobre a situação da Mata Atlântica.

Disponível em: <https://www.sosma.org.br/103045/fundacao-divulga-novos-dados-

sobre-situacao-da-mata-atlantica/.> Acesso em 05 de julho de 2016.

Page 46: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

47

Rocha, J.H.T; Santos, A.J.M; Diogo, F.A; Melo, A.G.C; Borelli, K; Godinho, T.O.

Reflorestamento e Recuperação de atributos químicos e físicos do solo. Floresta e

Ambiente 2015; 22(3):299-306

Melo ACG, Miranda DLC, Durigan G. Cobertura de copas como indicador de

desenvolvimento estrutural de reflorestamentos de restauração de matas ciliares no

médio vale do Paranapanema, SP, Brasil. Revista Árvore 2007; 31(2): 321-328.

http://dx.doi.org/10.1590/S0100- 67622007000200015

Vezzani, F.M; Mielniczuk,J. Revisão de literatura uma visão sobre qualidade do solo.

Revista Brasileira de Ciencia do Solo, 33:743-755,2009

Gomes, A. F. 2006. Indicadores físicos e químicos de qualidade de solo de interesse

agrícola. Embrapa. 8p.

Gil,A. Como elaborar projetos de pesquisa.Atlas:São Paulo,2007.

Webster,J.;Watson,J.T.Analysing the past to prepare for the future:writing a literature

review. MIS Quaterly & The Society for information Management,v.26,n2,pp.13-23,2002;

KAGEYAMA, P. Y.; CASTRO, C.F.A. Sucessão secundária, estrutura genética e

plantação de espécies arbóreas nativas. IPEF. Piracicaba, 41 / 42:83-93, 1989

Sampaio, R., & Mancini, M. (janeiro/fevereiro de 2007). Estudos de revisão sistemática:

um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Revista Brasileira de

Fisioterapia, 11(1), 83-89.

GEIST, H. J. e LAMBIN, E. F. What drives tropical deforestation? LUCC Report Series

No. 4. Land Use and Land Cover Change, International Geosphere-Biosphere

Programme. 2001.

SCRIECIU, S. S. Economic Causes of Tropical Deforestation – A Global Empirical Application. University of Manchester, (Working Paper, 4). 2004. Disponível em: <http://ideas.repec.org/p/wpa/wuwpot/0410008.html>. Acesso em: 03 agosto. 2016

WOODS, W. I., W. G. TEIXEIRA, J. LEHMANN, C. STEINER, A. M. G. A.

WINKLERPRINS & L. REBELLATO, 2009. Amazonian dark earths: wim Sombroek’s

vision. Springer, New York.

Svorc, R., & Oliveira, R. (2012). Uma dimensão cultural da paisagem: biogeografia e história ambiental das figueiras centenárias da Mata Atlântica. GEOUSP - Espaço E Tempo, 140–160.

Santos, F. V, Solórzano, A., Guedes-Bruni, R. R., & Oliveira, R. R. De. (2006). Composição do estrato arbóreo de um paleoterritório de carvoeiros no Maciço da Pedra Branca, RJ. Pesquisas Botânica, 57, 181–192. Retrieved from http://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/botanica/botanica57/artigo8.pdf

SOIL SCIENCE SOCIETY OF AMERICA, Glossary of Soil Science Terms, Soil Science Society of America, Madison, WI, 1997. 134p

Page 47: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

48

Society for Ecological Restoration International Cience & Policy Working group. 2004. The SER International Primer on Ecological Restoration Overview. Page 13. Tucson, Arizona.

TOMÉ JÚNIOR.,J. B. Manual para interpretação de análise de solo. [Guaíba]: Livraria e Editora Agropecuária, 1997. 247 p.

WRI. Nove mapas que explicam as florestas do mundo. Disponível em :<http://www.wribrasil.org.br/pt/blog/9-mapas-que-explicam-florestas-do-mundo> .Acesso em: 5 de janeiro de 2017.

ANEXO

Tabela x: Referências dos artigos revisados em português

Referência Referência Completa Publicado

Aporte de serrapilheira e nutrientes ao solo em três modelos de revegetação na Reserva

Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, RJ

Roberto S. de Araújo, Fatima C. M. Piña Rodrigues, Murilo R. Machado, Marcos G.

Pereira, Felipe J. Frazão. 2005 não

Estoque de carbono e nitrogênio e emissão de N2O em diferentes usos do solo na Mata Atlântica

Coutinho, P.R.; Urquiaga, S.; and Boddey, M.R.; et al. 2010. Estoque de carbono e nitrogênio e emissão de N2O em diferentes usos do solo na Mata Atlântica. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.45, n.2, p.195-203.

não

Atributos químicos e microbianos de solos sob diferentes coberturas vegetais no norte do Estado do Rio de Janeiro

Forestieri da Gama-Rodrigues, Emanuela; Gama-Rodrigues, Antonio Carlos da; Miranda Paulino, Gleicia; Franco, Avilio Antonio, 2008

não

FRAÇÕES DA MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO APÓS TRÊS DÉCADAS DE CULTIVO DE EUCALIPTO NO VALE DO RIO DOCE-MG(1)

Augusto Miguel Nascimento Lima, Ivo Ribeiro da Silva, Júlio César Lima Neves, Roberto Ferreira de Novais, Nairam Félix de Barros, Eduardo de Sá Mendonça, Michelle de Sales Moreira Demolinari & Fernando Palha Leite. 2008

não

Page 48: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

49

COMPARAÇÃO ENTRE ÁREAS EM RESTAURAÇÃO E ÁREA DE REFERÊNCIA NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

Suzane Bevilacqua Marcuzzo, Maristela Machado Araújo, Daniele Guarienti Rorato e Jessica Machado. 2014

não

ESTOQUE DE SERAPILHEIRA EM FLORESTA EM RESTAURAÇÃO E EM

FLORESTA ATLÂNTICA DE TABULEIRO NO SUDESTE BRASILEIRO1

Geanna Gonçalves de Souza Correia , Sebastião Venâncio Martins, Aurino

Miranda Neto e Kelly de AlmeidaSilva. 2015

não

Reflorestamento e Recuperação de Atributos Químicos e Físicos do Solo

Rocha, J.H.T.; Santos, A.J.M.; and Diogo, F.A; et al. 2015. Reflorestamento e

Recuperação de Atributos Químicos e Físicos do Solo. Floresta e Ambiente,

22(3), 299-306.

não

Miranda, C.C.; Canellas, L.P.; and Nascimento, M. T. 2007. Caracterização da matéria

orgânica do solo em fragmentos de Mata Atlântica e em plantios abandonados de

eucalipto.

Miranda, C.C.; Canellas, L.P.; and Nascimento, M. T. 2007. Caracterização

da matéria orgânica do solo em fragmentos de Mata Atlântica e em plantios

abandonados de eucalipto. R. Bras. Ci. Solo, 31:905-916.

não

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SOLOS SOB DIFERENTES COBERTURAS

FLORESTAIS E DE PASTAGEM NO SUL DE MINAS GERAIS.

Melloni, R.; Melloni, E.G.P.; and Alvarenga, M.I.N.; et al.2008. AVALIAÇÃO DA

QUALIDADE DE SOLOS SOB DIFERENTES COBERTURAS

FLORESTAIS E DE PASTAGEM NO SUL DE MINAS GERAIS. R. Bras. Ci. Solo,

32:2461-2470.

não

CARACTERÍSTICAS DO SOLO NA RESTAURAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NA RESERVA BIOLÓGICA DE POÇO DAS

ANTAS, RJ

Moraes, L.F.D.; Campello, E.F.C.; and Pereira, M.G.; et al. 2008.

CARACTERÍSTICAS DO SOLO NA RESTAURAÇÃO DE ÁREAS

DEGRADADAS NA RESERVA BIOLÓGICA DE POÇO DAS ANTAS, RJ. Ciência Florestal, v. 18, n. 2, p. 193-206.

Sim

Page 49: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

50

REGENERAÇÃO NATURAL EM ÁREAS DESMATADAS E DOMINADAS POR

Pteridium aquilinum (L.) Kuhn. NA SERRA DA MANTIQUEIRA

Ribeiro, S.C., Botelho, S.A., Fontes, M.A.L., Garcia, P.O., Almeida, H.S.

2013.REGENERAÇÃO NATURAL EM ÁREAS DESMATADAS E DOMINADAS

POR Pteridium aquilinum (L.) Kuhn. NA

SERRA DA MANTIQUEIRA. Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 65-76.

não

Hidrólise de diacetato de fluoresceína como bioindicador da atividade microbiológica de

um solo submetido a reflorestamento. Michelle Silva, Edmar Ramos Siqueira,

Jefferson Luis da Silva Costa

Silva, M., Siqueira, E.R., Costa, J.L.S. 2004. Hidrólise de diacetato de

fluoresceína como bioindicador da atividade microbiológica de um solo

submetido a reflorestamento. Ciência Rural, v.34, n.5, p.1493-1496.

não

Influência do solo e topografia sobre as variações da composição florística e

estrutura da comunidade arbóreo-arbustiva de uma floresta estacional semidecidual em Ingaí, MG. REJANE

T. BOTREL, ARY T. OLIVEIRA FILHO, LUCIENE A. RODRIGUES e NILTON CURI.

Botrel, R.T., Oliveira, T.O.F, Rodrigues, L.A., Curi, N.2002.

Influência do solo e topografia sobre as variações da composição florística e

estrutura da comunidade arbóreo-arbustiva de uma floresta estacional semidecidual em Ingaí, MG. Revista Brasil. Bot., V.25,

n.2, p.195-213. não

Tabela X: Referências dos artigos revisados em inglês

Referência Referência completa Publicado

Natural Regeneration in Plantations of Native Trees in

Lowland Brazilian Atlantic Forest: Community Structure,

Diversity, and Dispersal Syndromes

Sansevero, J.B.B.; Prieto, P.V.; Moraes, L.F.D; Rodrigues, P.J.F.P.

2009. Natural Regeneration in Plantations of Native Trees in Lowland Brazilian Atlantic Forest: Community Structure, Diversity, and Dispersal

Syndromes. Restoration Ecology, 1-9.

sim

Page 50: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

51

Passive Restoration of Atlantic Forest Following Pinus taeda Harvesting in

Southern Brazil

Ferracin, T.P.; Medri, P.S.; and Batista, A.C.R.; et al. 2013. Passive

Restoration of Atlantic Forest Following Pinus taeda Harvesting in

Southern Brazil. Restoration Ecology, v.21 (6), 770-776.

não

Changes in soil C and N stocks and nutrient dynamics

13 years after recovery of degraded land using leguminous nitrogen-

fixing trees.

Macedo, M.O.; Resende, A.S.; and Garcia, P.AC.; et al. 2008. Changes in

soil C and N stocks and nutrient dynamics 13 years after recovery of

degraded land using leguminous nitrogen fixing trees. Forest Ecology and Management, 255, 1516–1524

não

Silvicultural opportunities for increasing carbon stock in

restoration of Atlantic forests in Brazil

Ferez, A.P.C.; Campoe, O.C.; and Mendes, J.C.T.; et al. 2015. Silvicultural opportunities for

increasing carbon stock in restoration of Atlantic forests in Brazil. Forest

Ecology and Management 350, 40–45

sim

Evaluation of soil conditions in fast-growing plantations of

Eucalyptus grandis and Acacia mangium in Brazil: a contribution to the study of

sustainable land use

Garay, I.; Pellens, R.; and Kindel, A.; et al. 2004. Evaluation of soil

conditions in fast-growing plantations of Eucalyptus grandis and Acacia

mangium in Brazil: a contribution to the study of sustainable land use.

Applied Soil Ecology 27, 177–187

não

Soil organic carbon and morphology as affected by

pine plantation establishment in Minas Gerais, Brazil

Zinn, Y.L.; Guerra, A.R.; and Silva, C.A.; et al. .2014. Soil organic carbon and morphology as affected by pine plantation establishment in Minas

Gerais, Brazil. Forest Ecology and Management 318, 261–269

não

Soil biological properties in multistrata successional

agroforestry systems and in natural regeneration

Cezar, R.M.; Vezzani, F.M.; and Schwiderke, D.K.; et al. 2015. Soil biological properties in multistrata successional agroforestry systems

and in natural regeneration. Agroforest Syst, 89:1035–1047

não

Page 51: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

52

Eucalyptus plantation effects on soil carbon after 20 years and three rotations in Brazil

Rachel L. Cook, Dan Binkley, Jose Luiz Stape. 2015

não

SOIL AND NUTRIENT LOSSES IN EROSION GULLIES AT DIFFERENT DEGREES OF RESTORATION

Roriz Luciano Machado, Alexander Silva de Resende, Eduardo Francia, Carneiro Campell, José Arimathéa Oliveira & Avílio Antônio Franco. 2010

não

Promising indicators for assessment of agroecosystems alteration among natural, reforested and agricultural land use in southern Brazil

A. Nogueira, U.B. Albino, O. Branda˜o-Junior, G. Braun, M.F. Cruz, B.A. Dias, R.T.D. Duarte, N.M.R. Gioppo, P. Menna, J.M. Orlandi, M.P. Raimam, L.G.L. Rampazo, M.A. Santos, M.E.Z. Silva, F.P. Vieira, J.M.D. Torezan, M. Hungria, G. Andrade, 2006

não

Soil dynamics and carbon stocks 10 years after restoration of degraded land using Atlantic Forest tree species

L. Jr. Rodrigues Nogueira, J.L. de Moraes Gonçalves, V. Lex Engel, J. Parrotta, 2011

não

CARBON SEQUESTRATION AND PLANT COMMUNITY DYNAMICS FOLLOWING REFORESTATION OF TROPICAL PASTURE

WHENDEE L. SILVER, LARA M. KUEPPERS, ARIEL E. LUGO, REBECCA OSTERTAG, AND VIRGINIA MATZEK , 2004

não

Amazonas N,T; Martinelli L,A; Picollo M,C; Rodrigues

R,R;2011

" Nitrogen dynamics during ecosystem development in tropical

forest restoration" sim

não

Page 52: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

53

Araújo A,S,F; Cesarz, S, Leite L,F,C; Borges C,D; Tsai

S,M; Eisenhauer N;2013

" Soil microbial properties and temporal stability in degraded and restored land of Northeast Brazil."

Zinn Y.L., Guerra A.R., Silva C.A., Faria J.A., Silva

T.AC.,2014

" Soil organic carbon and morphology as affected by pine plantation

establishent in Minas gerais, Brazil." não

Jörg Römbke(1), Petra Schmidt(2) and Hubert

Höfer(2)

The earthworm fauna of regenerating forests and anthropogenic habitats in

the coastal region of Paraná não

Tabela x: Referências das teses revisadas

Autor (a) Referência completa Objetivos MULER,A.E2014- Dissertação

Avaliação de uma Floresta Atlântica urbana em restauração: da ecologia às questões sociais

O objetivo dessa dissertação foi avaliar um plantio realizado em uma área de floresta urbana tropical, comparando-a a uma área de referência. A flora dos estratos arbóreo, juvenil e regeneração foi amostrada para avaliar parâmetros de estrutura, diversidade e processos ecológicos e em cada parcela foram feitas coletas de solo. Esse estudo buscou investigar

Page 53: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

54

se a metodologia utilizada pela SMAC na restauração de áreas degradadas da cidade obteve sucesso.

SORREANO, M.C.M 2002.- Dissertação

Avaliação de Aspectos da dinâmica de florestas restauradas, com diferentes idades.

Teve como objetivo geral identificar indicadores que possam ser utilizados na avaliação e monitoramento de áreas restauradas, através do restabelecimento da resiliência nessas áreas.

Pardi,M.M.2014- Tese Introdução de espécies de Sub-bosque em áreas de restauração de Florestas Estacionais Semideciduais

Visando contribuir para o desenvolvimento de técnicas de plantio e enriquecimento em áreas degradas ou em processo de restauração que favoreçam a recuperação do sub-bosque, este trabalho teve o objetivo de avaliar a sobrevivênvia e o crescimento de mudas de 10 espécies típicas de sub-bosque plantadas em quatro diferentes condições: plantio inicial de restauração, áreas em processo de restauração com 5 e 10 anos de idade e um fragmento remanescente degradado. As mudas foram plantadas em janeiro de 2012 e observadas durante 15 meses.

Isernhagen,I.2010- Tese ISERNHAGEN,I. Uso de semeadura direta de espécies arbóreas nativas para restauração florestal em áreas agrícolas.2010.105p. Tese ( Doutorado em Recursos Florestais)- Escola Superior de Agricultura" Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba,2010.

O presente experimento buscou testar o uso da técnica em larga escala , ao prorpor a rápida ocupação e cobertura ( preenchimento) de duas áreas agrícolas degradadas com baixa resiliência através da semeadura direta de espécies de rápido cresimento e boa cobertura de copa.

Faria, R.A.V.B. 2013-Tese Estoque de carbono e atributos florísticos e edáficos de ecossistemas florestais em processo de restauração

O objetivo do estudo foi descrever o compartimento arbóreo em áreas em processo de restauração 19 anos após a implementação do processo de restauração; Analisar possíveis diferenças no processo de restauração de 5 áreas com diferentes usos e níveis de distúrbio; e quantificar e espacializar o estoque de carbono nos compartimentos ( camadas arbóreas, serapilheira e solo) no ecossistema em processo de restauração.

Alessandro de Paula Silva,2011.Dissertação

Influência da forma e posição da encosta nas características dos solos e na regeneração natural de espécies florestais em áreas abandonadas

Objetivou-se avaliar a influência da posição na topossequência e da forma de rampa nas propriedades químicas e físico-hídricas do solo e a sua relação com o padrão da regeneração natural da vgetação em áreas de pastagens abandonadas. Foram avaliadas oito áreas no muninícipio de Itaboraí-RJ. Nos terços superior, médio e inferior da topossequencia foram identificados rampas de forma côncava e convexa.

Page 54: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

55

Gilsonley Lopes dos Santos ,2014.Dissertação

Efeito da Pedoforma no processo de sucessão secundária em fragmentos florestais no Médio Vale do Sul, Pinheiral, RJ.

O objetivo desse trabalho foi avaliar o padrão da regereração natural em dois ambientes ( convexo e côncavo), com cobertura florestal ( Floresta Atlântica) em estágio avançado de sucessão, buscando identificar fatores ambientais que favorecem o processo de regeneração natural.

Deivid Lopes Machado,2011.Dissertação

Atributos indicadores da dinâmica sucessional em Fragmento de Mata Atlântica na Região do Médio Vale do Paraíba do Sul, Pinheiral , Rio de Janeiro.

Objetivo de eleger parâmetros ecológicos que possam ser utilizados como atributos indicadores para identificar alterações na qualidade do ambiente em função do estádio sucessional foi selecionado um fragmento de Mata Atlântica localizado no município de Pinheiral, Rio de Janeiro.

Daniel Costa de Carvalho,2012.Dissertação

Fitossociologia,aporte de serapilheira e estoques de carbono e nitrogênio sob plantio de Corymbia Citriodora com regeneração natural e floresta estacional semidecidual,Santa Tereza, ES.

O presente estudo fundamenta-se na hipótese que os atributos edáficos, fertilidade do solo, matéria orgânica alteram-se com a conversão de áreas naturais em monocultura de eucalipto.

Miriam de Oliveira Bianchi,2009.Dissertação

Avaliação da Funcionalidade do Solo em Sistemas Florestais Enriquecidos com Leguminosas

O trabalho foi desenvolvido em uma área de pasto abandonado, originalmente sob a cobertura da Mata Atlântica, com o objetivo de avaliar o processo de sucessão e recuperação de áreas degradadas.

Cristiane Roppa,2014.Tese Fatores do meio físico influentes na restauração espontânea de ecossistemas perturbados da Mata Atlântica, na base da Serra do Mar.

Este estudo identificou as variáveis do meio físico que favorecem a restauração florestal espontânea em paisagens perturbadas (capítulo I); avaliou a qualidade da regeneração entre dois sítios florestais com histórico semelhante de perturbação e com mais de 60 anos de abandono, em área com curvatura côncava (capítulo II); e relacionou os fatores físicos de escala local que influenciam nos processos de restauração espontânea (capítulo III).

Pollyanna Rodrigues de Oliveira dos Santos,2014.Dissertação

Caracterização de núcleos de vegetação como subsídio à restauração passiva em pastagens abandonadas.

O objetivo do trabalho foi caracterizar a dinâmica sucessional de núcleos de vegetação arbustivo/arbóreos para discutir seu papel ecológico na restauração passiva na Reserva Biológica de Poço das Antas

Anderson Ribeiro Diniz,2011.Dissertação

Dinâmica de fragmentos florestais da mata atlântica na região do Médio Vale do Paraíba do Sul, Rio de Janeiro.

Este estudo foi realizado para caracterizar a dinâmica de nutrientes de um fragmento em diferentes estádios sucessionais e os compartimentos de carbono e nutrientes e seus fluxos.

Jeanette Inamine Miachir,2009. Tese

Caracterização da vegetação remanescente visando à conservação e restauração florestal no município de Paulínia-SP.

Visando a conservação ambiental do município de Paulínia-SP, este trabalho teve como objetivo efetuar o diagnóstico da vegetação remanescente. Os fragmentos florestais identificados no município foram: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional

Page 55: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

56

Semidecidual Ribeirinha, Floresta Paludosa e Cerrado. Paulínia encontra-se em uma zona de tensão ecológica, devido ao contato de diferentes fisionomias vegetais , como cerrado, floresta estacional semidecidual e floresta ombrófila.

Carolina dos Santos Batista Bonini,2012.Tese

Restauração ecológica de um solo decapitado sob intervenção antrópica há 17 anos

Técnicas que visam à restauração ecológica de solos degradados têm sido investigadas. Neste sentido investigaram-se as mudanças positivas no ambiente edáfico de um solo decapitado que está sob intervenção antrópica com técnicas para recuperação há 17 anos, tem sido utilizados adubos verdes, correlação do solo, gesso e pastagem.

Ester Bullich Villa.2009- Tese

Aspectos Silviculturais e ecológicos em área de restauração florestal com diferentes espaçamentos de plantio.

Este trabalho visou avaliar o efeito do espaçamento de plantio sobre o crescimento de espécies florestais nativas da flora brasileira, ao longo de seis anos, num plantio de restauração florestal em área de mata ciliar, em Seropédica, RJ.

Letícia Couto Garcia,2012.Tese

Avaliação da Sustentabilidade ecológica de matas ciliares em processo de restauração

Fabiane Ducatti,2002- Dissertação

Dulcatti, F. 2002. Fauna edáfica em fragmentos florestais e em áreas reflorestadas com espécie da Mata Atlântica. Dissertação (mestrado), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 70p.

O estudo teve por objetivos caracterizar quantitativamente e qualitativamente as principais classes taxonomicas da meso e macrofauna edáfica em fragmentos florestais de Floresta Estacional Semi Decidual (domínio de Mata Atlântica) instalados em 3 solos (NV, PVA e LVA) usados intensivamente com exploração agrícola e pastagem. Foram usados diferentes modelos de reflorestamento com espécies da Mata Atlântica.

Azevedo, Aline Damasceno de.2012- Dissertação

Composição Florística e estoque de carbono em áreas de recuperação da mata atlântica na bacia do rio Guapiaçu, Cachoeiras de Macacu, RJ.

Foram avaliadas três áreas de plantios de recomposição florestal com diferentes idades: 3 anos, 5 anos e 7 anos. Nos Capítulos I e II remanescentes de floresta madura do município que se realizou o estudo foram utilizados como área testemunha para fins de comparações de parâmetros florísticos, fitossociológicos, quantificação de biomassa acima do solo, do sistema radicular e da serrapilheira e estimativas do carbono estocado nestas biomassas. O método não-destrutivo para avaliar a biomassa acima do solo mostrou-se efetivo tanto nas áreas de floresta natural, quanto para as áreas de floresta plantada. Porém, é indicado que se utilize o método destrutivo, para avaliar a confiabilidade dos dados obtidos para o reflorestamento. No

Page 56: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

57

Capítulo III, a pastagem foi utilizada como área testemunha para fins de comparações entre os estoques de carbono na biomassa do solo e para avaliar a origem do carbono e do nitrogênio na matéria orgânica do solo através da abundância natural dos isótopos 13C e 15N.

Junior,Lauro Rodrigues Nogueira.2010- Tese

Junior, L.R.N. Estoque de Carbono na Fitomassa e mudanças nos atributos do solo em diferentes modelos de restauração da Mata Atlântica. Piracicaba, 2010

Objetivos: avaliar biomassa arbórea, produtividade primária liquida, estoque de carbono em dois modelos de reflorestamento com esp. Da mata atlantica; mudanças nas condições do solo pelo reflorestamento.

Roppa, Cristiane.2009- Dissertação

Avaliação da Dinâmica de Restauração de Ecossitemas Perturbados da Mata Atlântica em uma Região de Exíguos Atributos Ambientais, Nova Iguaçu-RJ.

Este trabalho aborda a sustentabilidade da restauração de ecossistemas perturbados a partir da análise da estrutura de três reflorestamentos com diferentes combinações de espécies rústicas ( Capítulo 1) e a influência destes reflorestamentos nos processos de restauração ( Capítulo II)

Iara de Fátima de Oliveira.2010- Dissertação

Condicionantes da restauração de área historicamente perturbada por agricultura e pastagem, Serra Vencida, Presidente Getúlio, SC.

Objetivou-se avaliar o processo de restauração ecológica de área perturbada por pastagem e agricultura. Para tanto foi necessário analisar a influência do processo de restauração sobre o solo

Victor Roberti ,Vera Monge.2009- Tese

Monge, V.R.V. Comparação de associações vegetais sobre diferentes tipos de solos na área de influência da represa Itaipu, para reconhecer espécies apropriadas para o reflorestamento. 2009

Objetivos: Caracterizar a composição florística, a fitossociología e analisar se as condições de fertilidade de solos têm efeitos significativos sobre a composição florística dessas florestas secundárias, com aproximadamente 30 anos de proteção.

Joana Farias dos Santos_Parte 1 ( Tese)

Avaliação da reabilitação em área de empréstimo a partir de reflorestamentos na Mata Atlântica.

A regeneração espontânea sobre um ambiente com 13 anos de reabilitação ( Área 1) foi comparada com uma área de restauração há 40 anos ( Área 2)

Fabiano Turini Farah. 2009 (Tese)

Vinte anos de dinâmica em um hectare de Floresta Estacional Semidecidual

Damasceno, A.C.F. 2005-Dissertação

Damasceno, A.C.F. 2005. Macrofauna edáfica, regeneração natural de espécies arbóreas, lianas e epífitas em florestas em processo de restauração com diferentes idades no Pontal do Paranapanema. Dissertação (Mestrado) -Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. 107 p.

Objetivo: Caracterização da macrofauna edáfica, da regeneração natural de espécies arbóreas, lianas e epífitas em três áreas em processo de restauração com plantio misto de espécies arbóreas nativas na região do Pontal do Paranapanema com idades de 6, 11 e 16 anos, com plantios nos anos de 1998, 1993 e 1988, respectivamente >Objetivos específicos: levantar em áreas em processo de restauração nas idades de 6, 11 e 16 anos (referência ano 2004) para os elementos: I. macrofauna edáfica II. regeneração natural de espécies arbóreas

Page 57: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO …€¦ · 2010). Estes ecossistemas possuem funções reguladoras, por exemplo: serviços de apoio à biodiversidade, ciclagem

58

III. lianas IV. epífitas

Fialho, Ricardo Carsoso. 2012- dissertação

Carbono, química e física de solos de reflorestamento em clima tropical de altitude

Estudar as mudanças no teor e estoque de Carbono orgnico do solo sob diferentes plantios de espécies florestais do ciclo médio e curto em clima tropical de altitude no sul de Minas Gerais, tendo como hipóteses: a)os plantios florestais de ciclo médio podem sequestrar mais carbono organico do solo em relação a floresta nativa e b) esse potencial de sequestro varia com a especie plantada.

Lauana Lopes dos Santos,2012.Dissertação

Carbono Orgânico do Solo: Efeito da Posição da Paisagem e do reflorestamento em sucessão ao cafeeiro no oeste de Minas Gerais.

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência que a posição na paisagem e o plantio de cedro australiano em sucessão ao cafeeiro exercem sobre os teores e estoques de carbono orgânico do solo ( COS) e nas propriedades físicas e químicas do solo. A região do estudo está inserida na transição entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado. Para o estudo foram selecionadas três coberturas vegetais: plantios de cedro australiano, cafezal e mata secundária, sempre localizada nas posições de terço superior ( 921 m de altitude) e terço inferior ( 895 m de altitude) da paisagem suave ondulada.

Fernando Silva Coutinho,2012. Dissertação

Atributos edáficos e qualidade do solo em áreas de agricultura, pastagem e fragmentos florestais na Região do Médio Vale do Paraíba do Sul, Rio de Janeiro.

O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da cobertura vegetal e do uso do solo sobre os atributos edáficos em áreas de Cambissolos Háplicos Tb Distrófico típico. Esse estudo foi conduzido na região do Médio Vale do Paraíba, município Pinheiral-RJ.