Políticas Educativas: Estratégias para a...
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Fernando Elias
Uma viagem de mil milhas começa com um simples passo.
(Lao-Tsu, 1400 a. C)www.pensador.com/frase/NjM5MTIz/
Hoje a questão atual não é uma Escola para Todos…
adaptado de Lurdes Figueiral
Mas, uma Escola onde todos APRENDEM…
ter em conta cada aluno
rigorexigência rigor
exigência
rigorexigência
rigorexigência
rigorexigência
rigorexigência
rigorexigência
rigorexigência
adaptado de Lurdes Figueiral
• Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória
• Aprendizagens Essenciais
• DL nº 54/2018 - Educação Inclusiva
• DL nº 55/2018 - Currículo
• Estratégia de Educação para a Cidadania
• Orientações Curriculares para Educação Pré-Escolar (OCEPE)
• Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar
• Apoio Tutorial Específico (na CL dos docentes)
• Desporto Escolar
• Rede de Bibliotecas Escolares (novas prioridades)
• Rede de Clubes “Ciência Viva”
• Plano Nacional de Leitura 2027
LEGISLAÇÃO E MEDIDAS DE POLÍTICA EDUCATIVA
UM OLHAR INTEGRADO – TRÊS DESAFIOS
SUCESSOSUCESSO INCLUSÃOINCLUSÃO CIDADANIACIDADANIA
DL 55/2018 + Perfil do Aluno + Aprendizagens Essenciais + DL 54/2018 + Estratégia Nacional de Educação Para a Cidadania
Procura dar resposta mais adequada aos desafios colocados pelo Perfil dos Alunos, à garantia de mais inclusão e equidade, pois considera a diversidade dos alunos, num compromisso claro com desígnio de preparar alunos que serão jovens e adultos em 2030.
Desenha-se uma visão articulada e sistémica do currículo.
Perde-se a noção de um currículo uniforme e igual para todos.
Preconiza-se uma articulação estreita entre o currículo e avaliação.
As disciplinas podem passar a ser, de forma progressiva, crescente, ensinadas numa perspetiva interdisciplinar. Permite às escolas gerir até 25% do currículo, tendo em conta a realidade de cada uma. Permite, conforme se entenda, fundir disciplinas, trabalhar em Domínios de Autonomia Curricular (DAC).
Pode investir-se em práticas de coautoria da gestão curricular e de co-construção do saber e da cidadania que articulem a EDUCAÇÃO ESCOLAR COM A EDUCAÇÃO NÃO ESCOLAR.
Facilita processos de inovação pedagógica, quer ao nível da gramática escolar, quer das metodologias de sala de aula, assente no trabalho cooperativo e legitimando a criação de equipas pedagógicas.
DECRETO-LEI Nº 55/2018, de 6 de julho
Matriz comum para todas as escolas e ofertas educativas no âmbito da escolaridade obrigatória, designadamente ao nível curricular, no planeamento, na realização do ensino e da aprendizagem e na avaliação interna e externa da aprendizagem dos alunos.
É na sua base um perfil inclusivo, uma vez que considera o desenvolvimento holístico dos alunos nas dimensões do saber, do saber fazer e do saber estar, com enfoque na exigência, mas também na atenção à diversidade e, consequentemente, na equidade e democracia.
Introduz o princípio da flexibilidade, fundamental na educação inclusiva.
É para toda a escola e nenhuma das competências é tarefa de uma única disciplina.Este pensamento ajuda a interdisciplinaridade e o trabalho de projeto.
PERFIL DO ALUNO À SAÍDA DA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA
Orientam, justificam e dão sentido ao P.A.
CONHECIMENTOSCAPACIDADES
ATITUDES
Todas as crianças e jovens devem ser encorajados, nas atividades escolares, a desenvolver e a pôr em prática os valores por que se deve pautar a cultura de escola.
PERFIL DO ALUNO À SAÍDA DA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA
Propõe-se mais um desafio à Escola - O DE VALORIZAR A DIVERSIDADE NO ENRIQUECIMENTO DE TODOS.
A palavra “inclusão” e o conceito “Escola Inclusiva”, ou se quisermos, alargando mais o conceito, a “Educação Inclusiva” não eram coisas novas na organização na maioria das Escolas/Agrupamentos, na sua Missão, nas finalidades e objetivos do Projeto Educativo, nos processos de aprendizagem, no ensino.
Mas, agora, as coisas colocam-se num outro patamar – procurar superar barreiras que limitam a presença, participação e sucesso de todos os alunos.
DECRETO-LEI Nº 54/2018, de 6 de julho
As Aprendizagens Essenciais (AE) são documentos de orientação curricular base na planificação, realização e avaliação do ensino e da aprendizagem.
São a base comum de referência.
APRENDIZAGENS ESSENCIAIS
Aprendizagens Essenciais ≠ Objetivos
mínimos
ESTRATÉGIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA NA ESCOLA
Aprendizagens esperadas
Aprendizagens esperadas
Aprendizagens esperadas
Aprendizagens esperadas
REFERENCIAIS PARA A AÇÃO
Perfil do Aluno
Currículo (AFC, AE,
DAC)
Educação Inclusiva
(Sistema de suporte de abordagem multinível)
uma escola onde se aprende a aprender, a pensar, a avaliar, a saber protestar, a questionar os nossos preconceitos, a conviver, a escutar os outros, a protelar juízos, a harmonizar os interesses individuais com o interesse coletivo, a gerir dificuldades, a negociar, a comunicar, a argumentar, a apreciar o valor da democracia, dos direitos humanos, da solidariedade, da equidade, da tolerância, do empenho na construção coletiva do bem comum e de um mundo melhor.
Dito de outra forma - uma escola que insere a construção da cidadania no ensino disciplinar.
OUTROS DESAFIOS, … PARA NOVOS CAMINHOS
VISÃO ESTRATÉGICA
Escola
Dinâmica Organizacional
Aprendente
Dinâmica de qualidade
ensino-aprendizagem
Dinâmica de Cultura de Escola
Dinâmica de Inclusão
Alinhar o rumo, o sentido, a direção.
Investir na comunicação interna.
Promover monitorização interna.
DL 55/2018 – AFC
(Janela de oportunidades)
Gerar ressonância positiva.
Estratégia de Educação Para
a Cidadania na Escola.
Gerir a diversidade.
Fernando Elias
5 práticas e 10 obrigações para gerar ressonância positiva
Questionar os Processos:1. Procurar Oportunidades2. Experimentar e analisar
Inspirar uma Visão Partilhada:3. Perspetivar o futuro4. Mobilizar os outros
Criar Condições para que os Outros Atuem:5. Promover a colaboração6. Atribuir poder aos Outros
Modelar o Caminho:7. Dar o Exemplo8. Planificar Pequenas Vitórias
Encorajar o Empenhamento:9. Reconhecer o Contributo Individual10. Celebrar os Sucessos
A mudança, a transformação é realizada pelas pessoas.
As suas satisfações, frustrações, preocupações, motivações e perceções pessoais, necessidades e interesses desempenham um papel central no sucesso/insucesso das inovações que se querem instituir.
A pessoa do ALUNO, do PROFESSOR, do PAI/MÃE, do ASSISTENTE TÉCNICO e OPERACIONAL, do TÉCNICO SUPERIOR está no centro das preocupações/intervenções.
ESCUTAR A SUA VOZ é fundamental.
A importância da CULTURA DE ESCOLA.
Para uma Escola (mais) Inclusiva
Pro
mo
ver
um
am
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ren
diz
age
m
(há
luga
r p
ara
err
ar)
Encetar dinâmicas organizacionais orientadas para o esclarecimento dos propósitos e objetivos organizacionais.
Implementar rotinas dinâmicas e criativas – de discussão, análise, reflexão.
Conceber estruturas intermédias de coordenação e monitorização do currículo.
Criar oportunidades para interpretar e dar sentido ao que está a acontecer de novo na escola [cursos de curta duração, palestras com convidados externos peritos nas matérias, criação de comunidades de aprendizagem]
Valorizar a partilha de informação – divulgação de práticas, problemas e soluções encontradas no interior da escola, partilha de formações…
Utilizar sistematicamente feedback (permite avaliar a experiência e reconfigurar processos e instrumentos).
Adotar de comportamentos de liderança que sejam integradores (potenciar a partilha de dúvidas, motivar, saber comunicar).
Privilegiar a análise dos instrumentos avaliativos – [estão alinhados com os processos curriculares?]
GESTÃO PEDAGÓGICA DO(A) DIRETOR(A)
Fernando Elias
Reuniões de articulação com tempos semanais comuns para todos os docentes. A possibilidade de fazer o trabalho de articulação, de interdisciplinaridade, de partilhar ideias, ou metodologias diferentes nesse tempo é útil.
Trabalho colaborativo.
Mapeamento horizontal dos conteúdos e aprendizagens essenciais.
As equipas pedagógicas pequenas, formadas pelos professores que lecionam determinado nível.
Perfil da Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva (EMAEI).
OUTRAS ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO
Fernando Elias
Diferenciação pedagógica As acomodações curriculares O enriquecimento curricular A promoção do comportamento pro-social em contexto educativo dentro e
fora da sala de aula A intervenção com foco académico ou comportamental em pequenos grupos
A frequência do ano de escolaridade por disciplinas As adaptações curriculares significativas As adaptações ao processo de avaliação O plano Individual de transição O desenvolvimento de metodologias e estratégias de ensino estruturado O desenvolvimento de competências de autonomia pessoal e social A atribuição de produtos de apoio
Os percursos curriculares diferenciados As adaptações curriculares não significativas O apoio psicopedagógico A antecipação e o reforço das aprendizagens As adaptações ao processo de avaliação O apoio tutorial
Medidas seletivas
(para ALGUNS)
Medidas Universais (para TODOS)
Medidas adicionais
(para UNS)
Sistema de suporte para a educação inclusiva
Medidas de Promoção do Sucesso
Escolar
INCLUSÃO É UM PROCESSO, QUE NÃO SE CENTRA APENAS NA DEFICIÊNCIA,
MAS EM TODOS OS CASOS DE EXCLUSÃO
Aprende melhor sentado
Aprende melhor a ler
Aprende melhor interagindo.
Aprende melhor ...
ALUNO
Aprende melhor …
Aprende melhor
fazendo.
Reconhecer as diferenças (culturais, ritmos e estilos de aprendizagem, de interesses, motivações, competências, capacidades)
FUN
CIO
NA
LID
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DE
INCLUSÃO É UM PROCESSO, QUE NÃO SE CENTRA APENAS NA DEFICIÊNCIA,
MAS EM TODOS OS CASOS DE EXCLUSÃO
Alteração nos Modos de Fazer Aprender
Trabalho por projetos interdisciplinares
Diferenciação pedagógica
Aprendizagem colaborativa
ABORDAGEM MULTINÍVEL
É um modelo de atuação de escola, com ações e impactos esperados nos diferentes intervenientes, nos diferentes espaços e nos diferentes níveis de organização e funcionamento.
MATRIZ DE ESCOLA QUE (AINDA) TEMOS
Padronização
Organização dos alunos em turmas rígidas
Fragmentação do conhecimento
Vinculação rígida de professores a grupos de alunos
(“os meus alunos…”)
Uniformização do tempo escolar
Professor no centro do processo de ensino/aprendizagem
Fernando Elias
Trabalho diferenciado dentro da sala de aula permitindo que TODOS, sem exceção, trabalhem as aprendizagens essenciais previstas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória, aplicando para tal, as MEDIDAS ADEQUADAS PREVISTAS no Decreto-Lei nº 54/2018 e as MEDIDAS DE PROMOÇÃO DO SUCESSO ESCOLAR (artº 11º do Despacho Normativo nº 10-B/2018).
Apoio e suporte a alunos com dificuldades atempado, competente e diferenciado.
Não repetir no apoio o que se dá nas aulas.(Isso é um desrespeito).
EXEMPLOS DO QUE SÃO PRÁTICAS DE INCLUSÃO
Fernando Elias
Envolvimento dos alunos na construção e no aperfeiçoamento dos descritores de desempenho que integram os critérios de avaliação.
Audição dos alunos sobre a vida da escola, contextos educativos, … Envolvimento dos pais nas tomadas de decisão relativas aos seus filhos.
Flexibilidade na gestão do tempo de modo a respeitar a singularidade de cada aluno.
Inscrição no Regulamento Interno de normas e regras que contribuam para uma efetiva educação inclusiva.
Dinamização de assembleias de escola.
EXEMPLOS DO QUE SÃO PRÁTICAS DE INCLUSÃO
Fernando Elias
Os momentos DAC são momentos privilegiados de inclusão em que se adaptam estratégias, se adequam contextos (sair da sala de aula, juntar turmas) facilitadoras da diferenciação pedagógica onde todos têm mais possibilidades de desenvolver / adquirir competências e aprendizagens essenciais.
Articulação de todas as atividades / projetos do PAA com o PCT e com as DAC.
Escolha de um tema por turma (Projetos Interdisciplinares / DAC)
EXEMPLOS DO QUE SÃO PRÁTICAS DE INCLUSÃO
ESCOLA QUE QUEREMOS TER
Liderança pedagógica partilhada
Corresponsabilidade pelas aprendizagens globais de um grupo alargado de alunos de um mesmo ano ou ciclo de escolaridade
Trabalho colaborativo
Flexibilização dos tempos de aprendizagem
Agrupamento flexível de alunos(Adaptado de Ilídia Cabral, UCP)
ESCOLA QUE QUEREMOS TER
Avaliação formativa sistemática
Gestão Autónoma do Currículo – Domínios de Autonomia Curricular (DAC): (Re)alocação dos grupos de alunos a diferentes professores de acordo com as suas necessidades
Desenvolvimento profissional
(Adaptado de Ilídia Cabral, UCP)
Fernando Elias
PAPEL DOS PSICÓLOGOS
O Decreto-Lei 54/2018 representa uma mudança no paradigma de escola.
Passa-se a adequar os processos de ensino aos alunos, indo ao encontro das suas especificidades e salientando as suas mais-valias – em vez de procurar encaixar as crianças e jovens num modelo normativo com base, essencialmente, nas suas dificuldades – assegurando uma efetiva inclusão enquanto processo que visa responder à diversidade das necessidades e potencialidades de todos e de cada um dos alunos.
Fernando Elias
PAPEL DOS PSICÓLOGOS
Participar ativamente no desenvolvimento de uma criança ou de um jovem, mais do que exigir do Psicólogo um acompanhamento muitas vezes centrado num indivíduo (ou num grupo de indivíduos) implica, sobretudo, um olhar mais abrangente para a rede de relações desse indivíduo.
Implica não apenas percecionar as relações familiares e sociais, MAS TAMBÉM UM TRABALHO COLABORATIVO COM TODOS OS AGENTES EDUCATIVOS – PAIS, PROFESSORES – NA CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DO SUCESSO EDUCATIVO PARA TODOS.
Fernando Elias
PAPEL DOS PSICÓLOGOS
A participação obrigatória do Psicólogo na Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva (EMAEI) [Decreto-Lei 54/2018], obriga ao abandono da prática dominante dos Serviços de Psicologia e Orientação isolados num gabinete e estimula a consecução de iniciativas de prevenção e desenvolvimento em colaboração interpessoal e institucional.
Apoio ao desenvolvimento das relações da comunidade educativa.
Na EMAEI - Contributo técnico na identificação das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão (sucesso escolar / potencialidades e interesses dos alunos / bem estar e saúde mental dos alunos)Na EMAEI – Acompanhar, monitorizar e avaliar a eficácia das intervenções (Reforço da EMAEI).
Psicólogo na sala de aula. Ao lado dos professores. (SEMPRE QUE NECESSÁRIO)
EMAEI + CENTRO DE APOIO À APRENDIZAGEM
EDUCADORES PROFESSORES PSICÓLOGOS TÉCNICOS PAIS/EE OUTROS
Recursos diversos
Espaços diversos
Unidades
especializada
s
LINHAS DE RUMO para fazer a viagem entre a “escola que temos” e a “escola que
queremos”
Fazer esta viagem é DESAFIAR. Mas também INVESTIR.
Desafiar a escola, investindo no currículo, na transformação das práticas educativas e na melhoria dos processos de ensino.
Desafiar os alunos, investindo na sua motivação, imaginação e envolvimento.
Desafiar os professores, investindo na sua autonomia, criatividade e reconhecimento.
Esta é uma viagem com um trajeto desejável e transformador. Para as gerações futuras.
Fernando Elias
“Não podemos plantar uma semente e esperar que no dia seguinte ela dê frutos abundantes e maduros. É preciso regar essa árvore, cuidá-la, protegê-la das doenças. É um processo que acarreta motivação, eficácia, aprendizagem e estímulo.”
(Guerra, 2005, p.3)(A Página da Educação, Edições > N.º 144 > "É preciso caminhar contra a corrente“
apagina.pt/?aba=7&cat=144&doc=10791&mid=2
“Não podemos plantar uma semente e esperar que no dia seguinte ela dê frutos abundantes e maduros. É preciso regar essa árvore, cuidá-la, protegê-la das doenças. É um processo que acarreta motivação, eficácia, aprendizagem e estímulo.”
(Guerra, 2005, p.3)(A Página da Educação, Edições > N.º 144 > "É preciso caminhar contra a corrente“
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