Política Nacional de Álcool e outras Drogas · 2018. 9. 19. · Política e Legislação Nacional...
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Política Nacional de Álcool e
outras Drogas
Profa. Gabriella de Andrade Boska
Enfermagem em Saúde Mental na Atenção Básica
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História das drogas
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Buscavam drogas na natureza para se
alimentar, amenizar o frio e na maioria das
vezes, como terapêuticas para dores,
disposição e estados sedativos.
Papoula, Cânhamo, Coca, Cactos e
Cogumelos
Pré História 3500 a.C. (1890):
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Antiguidade
Drogas utilizadas sobretudo em
cultos mágicos e religiosos,
também com finalidade
terapêutica para aliviar os
sofrimentos. Em algumas vezes
também como diversão.
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Idade Média
Populações indígenas utilizavam para fins
terapêuticos, espirituais e lúdicos (tabaco,
ayahuasca).
A partir do século X tornou-se sinônimo de
bruxaria para a igreja católica (pecado).
A partir do século XIV com as grandes
navegações, ampliou-se o repertório de
substâncias utilizadas como drogas e estas
tornaram-se um grande sucesso comercial.
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Até então o consumo de drogas não era visto como ameaça a
sociedade ou ao sujeito.
Isso se deve ao fato de que os efeitos, tanto sociais quanto
subjetivos desse consumo, são fortemente relacionados aos seus
contextos sociais formais e informais, as leis e os costumes.
Portanto a droga assume diferentes significados em
diferentes ocasiões!
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Idade Contemporânea
Século XIX
Exportações cresceram
Isolamento dos princípios ativos das plantas em laboratório
(fármacos)
Mudanças sociais e guerras: aumentaram o consumo
principalmente de álcool e ópio
Uso político de acusações de narcotráfico entre nações rivais da
hegemonia global (Gra Betanha e Estados Unidos)
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Idade Contemporânea
Século XX
Campanhas “antidrogas”: reivindicavam a
criação de leis proibicionistas
(principalmente para as drogas utilizadas
por grupos minoritários)
1919 Lei Seca (EUA)
Droga como causadora de doença e
criminalidade
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Idade Contemporânea
Brasil
Século XIX inicia a repressão pelo consumo de maconha (1932), ópio e
cocaína, assim como a venda de bebidas alcóolicas
Regime Militar: Lei 6.368, (1976) nova legislação para facilitar a
aplicação da repressão em uma juventude rebelde
Manutenção do regime político-econômico e controle social
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Idade Contemporânea
Brasil
Não existe distinção entre consumo e tráfico e nem ao tipo de
substância
Política higienista
Violência passa a ser atribuída as “guerras de traficantes” e não
ao modelo socioeconômico vigente
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As políticas brasileiras na área de drogas até então tinha caráter
moralista: usuários vistos como pessoas que precisavam de
punição e que tinham falta de caráter
Hoje as políticas buscam criar ações que garantam aos usuários
os direitos a ter acesso aos cuidados que necessitarem, como por
exemplo, o tratamento em saúde.
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1- Prevenção
2- Tratamento, recuperação e reinserção social
3- Redução de danos sociais e de saúde
4- Redução da oferta
5- Pesquisas, estudos e avaliações
Política Nacional sobre Drogas (PNAD) 2004
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Lei de Drogas – 11.343/2006
Ministério da Justiça
Considerada mais adequada aos novos tempos: foca em medidas de
prevenção de uso de drogas, reinserção social de usuários e
dependentes
Tratamento diferenciado para usuários (tratamento em saúde) e
traficantes (penas prisionais)
Redução da oferta (repressão ao tráfico)
Redução da demanda (prevenção)
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Política Nacional sobre o Álcool - 2007
Ministério da Justiça
Lei 11.705 / 2008 – Lei Seca
Regras severas para o condutor que dirige sob efeito de substâncias,
bem como, proibição de venda de bebidas alcoólicas nas estradas.
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Decreto 7.737/ 2011 – Programa “Crack é
possível vencer”
Estruturado em três eixos:
-Prevenção
-Autoridade
-Cuidado
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Política e Legislação Nacional sobre Drogas
Ministério da Saúde - 2003
Política de atenção integral a usuários de álcool e outras drogas
Atuação em perspectiva estratégica de redução de danos sociais e a
saúde.
Neste caso, reduzir a oferta não esta em foco.
Mudança de paradigmas de doentes para novos cidadãos merecedores
de direitos e exercício pleno da cidadania.
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Política e Legislação Nacional sobre Drogas
Ministério da Saúde
Redução de danos (RD) – Estratégia de saúde pública pautada no
princípio da ética do cuidado que visa diminuir os problemas decorrentes
do uso abusivo ou dependente de AOD. A escolha de não querer parar
ou não conseguir não impede o acesso das pessoas a saúde.
Abordagem Psicossocial – Reabilitação e reinserção dos sujeitos na
sociedade com fortalecimentos dos CAPS AD.
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Classificação das drogas no Brasil
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(Nutt, Leslie e King, 2010)
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Tipos e efeitos das drogas
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Por exemplo
Pessoa ansiosa
Consome grande
quantidade de
maconha
Em local público
Pode sentir-se
perseguida (paranoia)
Em casa, na
companhia de
amigos
Pessoa ansiosa
Consome grande
quantidade de
maconha
Menor probabilidade de
apresentar reações
desagradáveis
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Conceitos gerais
Droga: Qualquer substância psicoativa que altera o SNC e produz
diferentes sensações, afetam o grau de consciência e estados
emocionais.
Tolerância: Organismos se acostuma/adapta com a droga de
escolha e passa a haver necessidade de doses maiores para se
obterem os mesmos efeitos
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Conceitos gerais
Uso em “binge”: consumo de grandes quantidades de
substâncias em um curto período de tempo, ainda que
esporadicamente.
Abstinência: Conjunto de sinais e sintomas físicos e psíquicos
desencadeados pela redução abrupta da quantidade de droga ou
suspensão do uso.
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Padrão de uso
Uso: consumo de qualquer tipo de substância psicoativa não sendo este
patológico ou problemático, porém não isento de riscos.
Recreativo
Controlado
Social
Experimental
Ocasional
Habitual
(OMS, 2001 )
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Padrão de uso
Abuso ou Uso Nocivo (CID-10):
Evidências de que o uso pode ser causador de algum dano físico ou
mental
Padrão de uso persistido por pelo menos um mês ou então
repetidamente em doze meses
(OMS, 2001 )
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Padrão de uso
Dependência (CID-10):
Uso de uma droga de forma contínua ou periódica mesmo com
graves prejuízos para a vida da pessoa.
Não pode ser definida apenas pela quantidade e frequência de
uso.
Forte desejo ou senso de compulsão para consumir uma
substância.
(OMS, 2001 )
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Padrão de uso
Dependência (CID-10):
Dificuldade de controlar o comportamento em termos de
quantidade, início e término do consumo.
Sintomas de abstinência e tolerância.
Abandono progressivo de prazeres e interesses em favor do
consumo.
(OMS, 2001 )
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A maior parte dos sujeitos usuários de quaisquer substâncias não
se torna dependente.
Proporção de usuários que desenvolveram dependência após um
períodos de dez anos de uso:
Álcool: 12 a 13 %
Cocaína: 15 a 16%
Maconha: 8%
(OMS, 2001 )
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Epidemiologia do uso de drogas no Brasil
População Geral (CEBRID, 2015)
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Estigmas e estereótipos – principalmente as pessoas que usam
drogas ilícitas, são os principais indicadores de afastamento dos
serviços primários de saúde.
Falta de profissionais capacitados – a dificuldade perpassa
pela realização de cuidados básicos e até mesmo
encaminhamentos adequados.
Dificuldades da AB no manejo do uso de AOD
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Estudo demonstrou que uso de AOD é mais estigmatizado pela
AB ao se comparar com outras questões de saúde como
HIV/AIDS, esquizofrenia, dentre outras.
E que as consequências disso são: negligência no cuidado,
indisposição para atender, pessoas que não contam sobre o uso e
dificuldade no encaminhamento de casos graves para serviços
especializados.
(Andrade, Ronzani, 2013)
Dificuldades da AB no manejo do uso de AOD
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Atuação do enfermeiro da AB em AOD
Identificação dos usuários no território
Rastreio e classificação do uso de risco, nocivo ou dependente
Intervenção
Encaminhamento (se necessário)
Acompanhamento de usuário e família
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Rastreio ou Classificação de Risco
Instrumentos
Estratificação
Classificação do uso de Álcool – AUDIT-C
Classificação de uso de todas as substâncias – ASSIST
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Possíveis intervenções de Enfermagem na AB
Uso de baixo risco: Orientação básica
Uso de risco/moderado: Aconselhamento
Uso nocivo/abusivo/alto risco: Intervenção breve
Uso dependente/severo: serviço especializado
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Aconselhamento
Orientações claras que podem levar a diminuição ou interrupção
do uso de AOD
-Empatia
-Objetivo
-Embasado na situação atual do usuário, problemas atuais
apresentados com o uso
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Aconselhamento
Como fazer?
Você se sente
a vontade com
seu consumo
atual de AOD?
Reflexão
O que você
pretende
fazer com o
seu
consumo
Responsabilização
E se você
mudasse o
caminho da
sua casa?
Menu de escolhas
Na minha opinião
este uso esta
prejudicando você,
parece que esta
perdendo o
controle não acha?
Opine (se autorizado)
Vamos
encontrar
juntos uma
forma de eu
poder ajudar.
Interesse
Tudo bem se você
acredita que tem
controle, o que
podemos fazer
então para resolver
a situação atual?
Evite confronto
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Referências
Nutt DJ, King LA, Phillips LD. Drug Harms in the UK: a multicriteria decision analysis. The Lancet.
V316, November 6 2010. https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(10)61462-
6/abstract
Brasil.Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. SVS/CN-DST/AIDS. A Política do
Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas/Ministério da Saúde.
2.ed. rev. ampl.– Brasília:Ministério da Saúde, 2004.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS (Coord.). Classificação de Transtornos Mentais e de
Comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas,
1993.
https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(10)61462-6/abstract