Pódio - 29 de junho de 2014

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MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014 [email protected] Brasil volta a jogar mal e f oi dominado pelo Chile durante todo o seg undo t empo. Aos 15 minu tos da prorrogação contou com a sorte no c hute de Pinilla, que explodiu na trave. Levou o jog o para os p ênaltis e v iu a est rela do goleiro J úl io César brilhar ao defender d u as c obran ças . Pódio E 4 e E5 Pódio E6 Colômbia vence o Uruguai com show de James Rodríguez Pódio E12 Parintins troca o azul e vermelho pelo verde e amarelo O HERÓI DA NAÇÃO

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014 [email protected]

Brasil volta a jogar mal e foi dominado pelo Chile durante todo o segundo tempo. Aos 15 minutos da prorrogação contou com a sorte no chute de Pinilla, que explodiu na trave. Levou o jogo para os pênaltis e viu a estrela do goleiro Júlio César brilhar ao defender duas cobranças. Pódio E4 e E5

Pódio E6

Colômbia vence o Uruguai comshow de James Rodríguez

Pódio E12

Parintins troca o azul e vermelho pelo verde e amarelo

MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014 [email protected]

contou com a sorte no ccontou com a sorte no chute de Pinilla, hute de Pinilla, que explodiu na trave. Levou o jogque explodiu na trave. Levou o jogo o para os ppara os pênaltis e vênaltis e viu a estiu a estrela rela do do goleiro Jgoleiro Júlúlio César brilhar ao defender io César brilhar ao defender dduuas cas cobranobrançasças. . Pódio EPódio E4 e E54 e E5

O HERÓIDA NAÇÃO

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CHARGE

HERÓIS DA COPA* MARCUS VINÍCIUS PESSOA

Capitão da seleção bra-sileira na conquista de sua primeira Copa, em 1958, Bellini nasceu em 7 de ju-nho de 1930. Foi o capitão da seleção brasileira, que levantou a taça Jules Rimet quando o Brasil foi campeão mundial 1958.

Na Copa de 58, ele foi um dos jogadores que me deu muitas orienta-ções, porque era um dos mais experientes.

Hideraldo Luís Bellini foi quem imortalizou o gesto de levantar a taça de campeão sobre a cabeça. Foi um gesto que depois todos repetiram no Brasil e no Mundo.

Em 1958, na Suécia, ele era um dos líderes da equipe que encantou o mundo e venceu o time da casa na fi nal por 5 a 2. Zagueiro, ele também esteve na conquista do bi, em 1962, no Chile, e no Mundial de 1966, na Inglaterra.

Que o conheceu diz que ele foi “um grande amigo, excep-cional jogador, líder, grande capitão”. Foi um zagueiro de grande vigor físico, excepcio-nal no jogo aéreo, fi rme por baixo. Não tinha uma técnica apurada, como Mauro Ra-mos de Oliveira ou Ramos Delgado, mas compensava com vigor físico extraordi-nário. Exercia forte liderança. Nasceu para ser capitão, líder e para jogar futebol

Bellini: O capitão que ergueu a taça Jules Rimet

* MARCUS VINÍCIUS PESSOA É REDATOR PUBLICITÁRIO

ARTILHARIA

Tabela da Copa do Mundo

5GOLS

OITAVAS DE FINAL OITAVAS DE FINAL

54

SEGUNDA30/0617h00Porto Alegre - Beira-Rio

ALEMANHA

ARGÉLIA

53

SEGUNDA 30/0613h00Brasília - Mané Garrincha

FRANÇA

NIGÉRIA49

SÁBADO 28/0613h00Belo Horizonte - Mineirão

BRASIL

CHILE

1

1

50

SÁBADO 28/0617h00Rio de Janeiro - Maracanã

COLÔMBIA

URUGUAI

52

DOMINGO 29/0617h00Recife - Arena Pernambuco

COSTA RICA

GRÉCIA

51

DOMINGO 29/0613h00Fortaleza - Castelão

HOLANDA

MÉXICO55

TERÇA 01/0713h00São Paulo - Itaquerão

ARGENTINA

SUÍÇA

56

TERÇA 01/0717h00Salvador - Fonte Nova

BÉLGICA

ESTADOS UNIDOS

60

SÁBADO 05/0713h00Brasília - Mané Garrincha

________________

________________

58

SEXTA 04/07 13h00Rio de Janeiro - Maracanã

________________

________________

QUARTAS DE FINAL

57

SEXTA 04/07 17h00Fortaleza - Castelão

BRASIL

COLÔMBIA

59

SÁBADO 05/07 17h00Salvador - Fonte Nova

________________

________________

62

QUARTA 09/07 17h00São Paulo - Itaquerão

VENCEDOR JOGO 59

VENCEDOR JOGO 60

SEMIFINAL

61

TERÇA 08/07 17h00Belo Horizonte - Mineirão

VENCEDOR JOGO 57

VENCEDOR JOGO 58

3º LUGAR FINAL

64

DOMINGO 13/07 16h00Rio de Janeiro - Maracanã

VENCEDOR JOGO 61

VENCEDOR JOGO 62

63

SÁBADO 12/07 17h00Brasília - Mané Garrincha

PERDEDOR JOGO 61

PERDEDOR JOGO 62

Paulo Vinícius Coelho

REPENSAR

Se Felipão estava acabrunhado na entrevista coletiva de sex-ta-feira por ter dormido pouco e perdido a hora do chimarrão, então uma coisa é certa: ontem também não teve o mate gaúcho. Felipão passou grande parte do jogo calado e interferiu mal no jogo. A troca de Fred por Jô no início do segundo tempo não me-xeu no que o Brasil tinha de pior: o meio de campo.

A seleção conhecia e não con-seguiu impedir as principais qua-lidades chilenas. A primeira, eles

avançam a marcação e roubam no campo de ataque, como no lance do gol que foram erros grosseiros de Hulk e de Marcelo.

A segunda, a troca de pas-ses constante, que tinha de se evitar.

Você conhece a história de Hulk. Não e fala aqui do atacante, mas do cientista Robert Bruce Banner que fi cava verde e fi cava irreco-nhecível quando se enervava.

O Brasil era Hulk e Hulk o Brasil, para o bem e para o mal. A falha do gol, primeiro. Depois,

nervosa, a seleção tentava à fórceps chegar à área chilena, apenas nas arrancadas de Hulk, tentando redimir-se.

O Brasil dos velhos tempos da técnica e da troca de passes on-tem foi só o time da força e das ligações diretas. Nem de longe era a representação do que se imagina do futebol brasileiro.

No primeiro tempo, esteve mais perto de ser.

Mesmo assim, sua superiorida-de nos primeiros trinta minutos era refl exo do posicionamento

defensivo e da jogada de bola pa-rada, igual às treinadas na Granja Comary. A única coisa boa.

Sabia-se que o Chile seria um adversário difícil, mas é justamente pelo estudo e pelo trabalho que eles fizeram para tentar se incluir no jogo mais moderno do planeta.

Aquele que o Brasil dá demons-trações de não saber fazer.

Chegou um momento em que era justo dizer que o Chile já ti-nha vencido o jogo. Faltava saber apenas quem ganharia a vaga.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

O Brasil precisa repensar seu estilo, voltar a ter meio de campo. Ou não passa pela próxima O Brasil dos velhos tempos da técnica e da troca de passes ontem foi só o time da força e das liga-ções diretas. Nem de longe era a repre-sentação do que se imagina do futebol brasileiro

PÊNALTIS: BRASIL 3 X 2 CHILE

NEYMAR BRASIL

JAMES RODRÍGUEZCOLÔMBIA

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A Copa do Mundo de 1986 foi responsável por al-çar mais um jogador ao Olimpo do futebol. Até

aquele ano, o argentino Diego Armando Maradona era apenas um excelente meia, habilidoso como raros, mas com histórico de indisciplina e polêmicas. Depois daquele Mundial no México, no entanto, Dieguito virou um mito. Para todos, um gênio com a perna esquerda; para muitos, compará-vel até mesmo a Pelé; para os argentinos, um semideus.

Como a Colômbia desistiu de organizar o Mundial, por problemas fi nanceiros, coube ao México a honra de ser o primeiro país a receber uma Copa do Mundo da Fifa pela segunda vez. Um terremoto em setembro de 1985 quase pôs tudo a perder, mas a tragédia fez o povo mexicano se unir e aproveitar a Copa para celebrar a reconstrução do país.

A Argentina não era a prin-cipal favorita. A França, tinha Michel Platini já consagrado mundialmente. A Inglaterra con-tava com Gary Lineker, que, com seis gols marcados, tornou-se o artilheiro da Copa. Traumatiza-do pela derrota em 1982, o Bra-sil ainda tinha Zico, Sócrates, Júnior e Falcão, o mesmo técnico Telê Santana, e uma vontade de corrigir uma injustiça histórica. A Itália era a campeã do mundo e a Alemanha Ocidental, treinada por Beckenbauer, tinha Lothar Matthäus como um sucessor para o lendário líbero.

Ainda houve espaço para sen-sações como a Dinamarca de Michael Laudrup. Os nórdicos venceram três partidas na pri-meira fase, encantaram com seu futebol ofensivo, golearam o bicampeão Uruguai por 6 a 1 e acabaram chamados de “Dinamáquina”. Um belo cartão de visitas para a seleção que, ao lado de Canadá e Iraque, estreava em Copas.

A União Soviética, a Espanha

de Emilio Butragueño e a Bél-gica também mostraram muita força, mas acabaram fi cando pelo caminho, assim como o surpreendente Marrocos, que foi o primeiro país africano a superar a primeira fase do Mundial ao vencer o seu grupo graças a uma vitória de 3 a 1 sobre Portugal. Os marro-quinos, no entanto, acabaram eliminados em seguida pela Alemanha Ocidental.

Mas ninguém foi páreo para o camisa dez argentino. Mara-dona marcou cinco gols, criou

a jogada de outros cinco dos 14 convertidos pela Argentina, fez aquele que é considerado o mais bonito da história das Copas e ainda protagonizou o lance irregular mais famoso de todos os tempos.

Na primeira fase, os argen-tinos somaram duas vitórias, sobre Bulgária e Coreia do Sul, e um empate diante da Itália. Nas oitavas de fi nal, 1 a 0 sobre o rival e vizinho Uruguai. O brilho de Maradona se in-tensifi cou nas quartas de fi nal. O adversário era a Inglaterra. Seria a primeira vez que os dois países se enfrentariam desde a Guerra das Malvinas. Os ar-gentinos abriram o placar com uma trapaça de Dieguito. Ele deu um toque de mão na bola para encobrir o goleiro Peter Shilton. O árbitro validou o gol, e, depois, Maradona batizaria o lance como “A mão de Deus”.

Mas o segundo gol do camisa 10 no jogo contra os ingleses seria ainda mais antológico. Ma-radona recebeu a bola em seu campo de defesa, de costas para o ataque. Com um giro, deixou para trás o primeiro marcador e partiu em um arranque memorável, dri-blando cinco jogadores ingleses, inclusive o próprio Shilton, antes de empurrar para as redes. Li-neker ainda conseguiu diminuir, mas os argentinos avançaram para a semifi nal e o jornal francês L’Équipe saiu-se com aquela que, talvez, seja a melhor defi nição do eterno ídolo: “Metade anjo, metade demônio”.

FORMATOA Copa de 1986 teve um novo formato. As duas fa-ses de grupos deram lugar a uma série eliminatória, que começava nas oitavas de fi nal. Os quatro me-lhores terceiros colocados de cada grupo também seguiram em frente

FOTOA: DIVULGAÇÃO

MARADONA

comanda a ArgentinaO camisa 10 argentino protagonizou um dos gols mais bonitos da Copa e levou os hermanos ao título da Copa de 1986

Depois de encantar em 1982, mas sair frustrado da Copa na Espanha, o Brasil tinha esperança de uma vol-ta por cima, já que ainda contava com craques como Zico e Sócrates. Machuca-do, Zico teve de se esforçar muito no tratamento para ter mínimas condições de entrar em campo. Para pio-rar, Falcão também lutava contra uma lesão.

O resultado de tudo isso foram vitórias magras so-bre a Espanha e a Argélia na primeira fase. Nas quartas de fi nal, o adversário era a França, campeã europeia e que contava com Michel Platini. Mesmo assim, o Brasil saiu na frente com Careca. O próprio Platini empatou ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Zico perdeu um pênalti. A partida foi para a prorroga-ção, mas continuou empa-tada. E veio a decisão nos pênaltis. Dessa vez, Zico converteu. Mas, Sócrates e Júlio César perderam e o Brasil foi elimina-do melancolicamente.

Brasil: problemas do começo ao fi m

Maradona fez mais dois gols memoráveis na vitória da Argentina sobre a Bélgica nas semifi nais, calando o go-leiro Jean-Marie Pfaff , que o menosprezara antes do jogo. Na fi nal, também estavam os alemães, que, assim como em 1982, eliminaram a França de Michel Platini nas semifi nais.

Na decisão, o técnico ale-mão Franz Beckenbauer co-locou Lothar Matthäus para marcar Maradona de perto. Quem abriu o marcador foi o zagueiro argentino José Luis Brown, que jogou boa

parte da partida com a mão machucada. Jorge Valdano aumentou a vantagem. Os alemães, no entanto, mos-traram, mais uma vez, sua incrível capacidade de rea-ção, e empataram com gols de Karl-Heinz Rummenigge e Rudi Völler. Mas nem mes-mo Matthäus conseguiu segurar Maradona. Aos 38 minutos do segundo tempo, Dieguito fez um lançamento primoroso para Jorge Bur-ruchaga marcar o terceiro da Argentina e garantir o bicampeonato mundial.

Nem Matthäus parou Maradona

O famoso gol de mão de Maradona sobre a seleção inglesa

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O técnico Luiz Felipe Scolari avisava, an-tes mesmo do início da Copa do Mundo,

que não gostaria de enfren-tar o Chile no mata-mata. A preocupação foi justifi cada no início da tarde de ontem (28), no Mineirão. A seleção brasileira só superou o rival sul-americano por 3 a 2 na disputa de pênaltis após um empate por 1 a 1 no tempo regulamentar da partida. O goleiro Júlio César, o vilão do Mundial passado, defendeu as cobranças de Pinilla, Alexis Sán-chez e Díaz. Pelo Brasil, Willian chutou para fora e Hulk desper-diçou, mas David Luiz, Marcelo e Neymar converteram.

Ofensivo no início do dra-mático confronto em Belo Ho-rizonte, o Brasil abriu o placar com o zagueiro David Luiz, após cobrança de escanteio de Ney-mar. Permitiu o empate do Chile ainda no primeiro tempo, quan-do o atacante Sánchez tirou proveito de uma bobeada do esforçado Hulk. Nos minutos que se seguiram com a bola rolando, o time foi pouco criativo e ainda sofreu alguns sustos, como em um chute no traves-são, de Pinilla, a um minuto do fi m da prorrogação.

Ainda que sofrido, o resultado amplia o retrospecto favorável

do Brasil sobre o Chile em Co-pas do Mundo. Antes, o time nacional havia vencido por 4 a 2 nas semifi nais de 1962, na casa do oponente, com dois gols de Garrincha e Vavá. Os outros confrontos também fo-ram em oitavas de fi nal – 4 a 1 em 1998, com César Sampaio e Ronaldo anotando duas ve-zes cada, e 3 a 0 no Mundial

passado, por meio de Robinho, Juan e Luis Fabiano.

Superado o seu duelo mais difícil com o Chile, a se-leção brasileira terá quase uma semana para se recu-perar tecnicamente para as quartas de final. O encon-tro contra a Colômbia na próxima sexta-feira, às 16h (de Manaus), no Castelão, em Fortaleza-CE.

O jogoAs hostilidades entre brasi-

leiros e chilenos começaram nas arquibancadas, com vaias para trechos das execuções dos hinos nacionais dos dois países. E continuaram já nos primei-ros minutos de jogo, quando Fernandinho cometeu uma falta dura em Aránguiz, que revidou em Neymar.

O Chile tentou aproveitar aquela empolgação inicial para atacar o Brasil. A iniciativa durou pouco. Depois que Marcelo deu um bom chute de fora da área, que quase acertou a meta aos cinco minutos, os donos da casa passaram a controlar as ações da partida. Principalmente pelo lado esquerdo, onde Neymar e Hulk se revezavam nas arran-cadas em velocidade.

O Brasil era mais peri-goso, principalmente, nas jogadas de bola parada. Foi assim que abriu o placar. Aos 18 minutos, Neymar cobrou escanteio na área do Chile. A dupla de zaga brasileira, então, aproveitou a baixa estatura adversária para aparecer com desta-que. Thiago Silva desviou o cruzamento com a cabeça, e David Luiz disputou com a coxa com Jara para empurrar a bola para dentro.

JUCA KFOURI

Júlio César redimido

A César o que é de César, o Júlio.Depois de ser um dos respon-

sáveis pela eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul ao falhar, com Felipe Melo, no gol do empate que viraria virada holandesa, eis que o goleiro brasileiro virou o herói do time e não “apenas” por ter defendido as duas primeiras cobranças da marca de pênalti dos chilenos, mas, também e principalmente, pela defesa espetacular que fez, com bola em movimento, ali pela metade do segundo, num tiram-

baço de Aránguiz.Redenção maior impossível e

entre tantos vacilos revelados até aqui nesta campanha sofrida e sofrível, eis um acerto colossal de Felipão, ao apostar na expe-riência do goleiro.

Júlio César e suas enluvadas mãos salvadoras e condenar o colunista com as dele, prazero-samente, à palmatória.

E o time?Bem, o time fazia sua melhor par-

tida e ganhava tranquilamente dos assustados chilenos até que Hulk

fez a bobagem que fez na devolução de um lateral para Marcelo.

Daí em diante tocou o terror.A seleção não se achou mais

e, no máximo, cinco jogadores mantiveram a lucidez: Júlio Cé-sar, Thiago Silva, David Luiz, Luiz Gustavo e Neymar.

Os demais pareciam ter caído do caminhão de mudanças en-quanto o Chile gostava do jogo e jogava melhor até a prorrogação quando, literalmente, despen-cou, esfalfado. Mesmo assim, segundos antes da prorrogação

terminar o travessão brasileiro, e o Brasil, tremeram com uma bomba de Pinilla.

A seleção esteve muito perto do inferno e, cá entre nós, chegou a merecê-lo.

Mas entre ir para as quartas ou para os quintos, felizmente David Luiz, Marcelo e Neymar, nas cobran-ças, permitiram a sobrevivência.

Até quando é difícil dizer por-que as quartas devem ser real-mente complicadas, diante de um rival melhor que os, como sempre, abatidos chilenos.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

O goleiro não se limitou a pegar dois pênaltis: pegou ainda a bola do jogo, no chute de AránguizBem, o time fazia

sua melhor partida e ganhava tranquila-mente dos assustados chilenos até que Hulk fez a bobagem que fez na devolução de um lateral para Marcelo

Tostão

Ufa! Salve, Júlio!

O primeiro tempo foi eletri-zante. Os dois times fizeram bem o que fazem sempre, a pressão sobre quem está com a bola. Assim, saiu o primeiro gol, e quase o segundo, do Chile. Dessa forma, o Brasil criou algumas chances de gol e marcou, como se esperava, em uma cobrança de escanteio. O Chile tinha mais posse de bola, e o Brasil abusava dos chutões e dos lançamentos longos. Ney-mar teve chance de fazer uns

dois gols, mas não estava com sua habitual precisão.

No segundo tempo, pouco mudou. O Brasil continuou sem meio-campo e com chutões e passes longos. O Chile teve uma grande chance e não aproveitou. Hulk fez um gol, anulado pelo árbitro, discutível. Nos últimos 15 minutos e na prorrogação, os times estavam mortos, o Chile mais que o Brasil. Por isso, se limitou a segurar o jogo. Mas, no fi m, teve a grande chance, em

um chute na trave. Por pouco, o Brasil fi cava fora. E, nos pênal-tis, para aumentar a emoção e o sofrimento, o Brasil ganhou a vaga. Neymar, que não foi bem durante a partida, fez o gol na quinta cobrança.

O Brasil se classifi cou, mas jogou mal. Não foi nenhuma surpresa o jogo difícil e igual. Coletivamente, o Chile é melhor. Individualmente, o Brasil tem dois zagueiros excepcionais e Ney-mar. Se ele estivesse mais ins-

pirado, a seleção teria vencido no tempo normal. O problema do Brasil não foi emocional. Foi técnico e tático. Haverá novos sufocos. Mesmo assim, o Brasil continua forte candidato ao títu-lo. Há muitas seleções boas, mas nenhuma excepcional.

Os destaques do Brasil foram Thiago Silva, David Luiz e Júlio César, que, além dos pênaltis, fez uma defesa espetacular. Os outros foram mal ou muito abaixo do que poderiam jogar.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

A história se repetiu. O Brasil eliminou o Chile, nas oitavas de fi nal. Que sufoco! Nos pênaltisO Brasil se clas-

sificou, mas jogou mal. Não foi nenhu-ma surpresa o jogo difícil e igual. Cole-tivamente, o Chile é melhor

De vilão a herói, Júlio César salva o BrasilApontado como o culpado da eliminação do Brasil na Copa de 2010 e contestado neste Mundial, foi bancado como titular por Felipão e correspondeu ao defender dois pênaltis do Chile

HULKJúlio César foi escolhi-do o melhor jogador da partida, mas o atacante, apesar de ter falhado no gol do Chile, fez sua melhor exibição na Copa do Mundo. Compôs o lado esquerdo tanto na defen-siva como na ofensiva

Com a vantagem no placar, o Brasil se sentiu confortá-vel para permanecer no setor ofensivo, envolvendo o Chile – apesar de Oscar, Daniel Alves e quem mais que atu-asse pela direita participarem pouco da partida. Só um erro do time de Luiz Felipe Scolari seria capaz de reanimar os chilenos naquele momento. E foi o que aconteceu.

Aos 32 minutos, Marcelo co-brou um lateral no campo de defesa para Hulk, que tocou fraco para trás. Vargas tirou proveito dominou e cruzou para Alexis Sánchez que dominou dentro da área e chutou no fundo do gol de Júlio César.

Aos 35, Neymar quase mar-cou um gol de cabeça em cruzamento de Oscar, que desviou na defesa chilena.

Na volta o intervalo, o po-sicionamento do Brasil foi

diferente, com Hulk pelo lado esquerdo. Aos nove minutos, a ordem quase acabou premiada com um gol. O atacante domi-nou a bola com o braço e bateu de joelho para a rede, porém o árbitro inglês Howard Webb marcou toque de mão.

Jorge Sampaoli, técnico do Chile, substituiu Vargas por Gutiérrez. Felipão não fi cou atrás. Escolheu Jô para ocupar a vaga de Fred.

Muito nervosa, a seleção co-meçou a oferecer cada vez mais espaços para o Chile atacar. Fe-lipão ainda recorreu a Ramires no lugar de Fernandinho.

Aos 38, Hulk fez boa jogada e chutou de fora da área para a defesa Bravo. De fato. A ordem era mudar de postura completamente na prorro-gação. Hulk demonstrou que queria que fosse assim ao correr o campo inteiro com a

bola em sua primeira jogada, ser derrubado perto da área.

No último tempo da par-tida com bola rolando, Feli-pão trocu Oscar por Willian. No Chile, Medel foi substi-tuído por Rojas.

Aos 15 minutos, Pinilla do-minou bem a bola, girou diante de Thiago Silva e soltou o pé. Só não virou o jogo para o Chile naquele mesmo instante porque acertou o travessão.

A tensão era tamanha que Júlio César chorou antes da disputa de pênaltis. Parecia prever que seria decisivo, de-fendendo as cobranças de Aránguiz, Díaz e Jara, tendo a sua grande redenção em uma Copa do Mundo. Pelo Brasil, Willian e Hulk desper-diçaram, porém David Luiz, Marcelo e Neymar conver-teram para sacramentar a suada classifi cação.

Hulk erra e Chile empata o jogoLogo após a classificação

do Brasil para as quartas de final, o zagueiro David Luiz relembrou o sacrifício que fez para atuar.

“Nem no treino eu conse-guia andar. No treino, quan-do eu bati um pênalti foi quando eu senti a maior dor, mas disse que faria de tudo para ir para o jogo. Hoje, eu acordei às 7h (de Brasília) para tratar novamente para estar em campo”, lembrou o jogador canarinho.

Para o defensor, a qua-lidade do adversário e a forma com que a vitória foi conquistada tornou a classi-ficação mais especial.

“Foi um jogo maravilhoso. Faz parte do brilho de uma Copa do Mundo. Penalida-des é o momento de maior

emoção do futebol. Só pode passar uma equipe, graças a Deus foi a nossa”, come-morou David Luiz.

Após ser dúvida para o jogo diante do Chile, Da-vid Luiz assegurou que es-tará em campo nas quar-tas de final e elogiou os médicos e fisioterapeutas da seleção brasileira.

“Tenho tempo para tra-tar. Vou estar 120% para o próximo jogo. Digo isso porque felizmente estou na mão de gente capacitada”, prometeu o atleta.

No Mineirão, o camisa 4 marcou o seu primeiro gol pela seleção brasileira.”Foi um gol de bola parada, fruto de treinamento. Todo mundo fez por merecer aquele gol, não só eu”, observou.

David Luiz jogou no ‘sacrifício’

FICHA TÉCNICABRASILCHILE

Local:

Árbitro:

Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Howard Webb (ING)

Brasil: Júlio César, Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo, Fer-nandinho (Ramires), Hulk, Oscar (Willian) e Neymar; Fred (Jô). Técnico: Luis Felipe Scolari

Chile: Bravo, Silva, Medel (Ro-jas) e Jara; Isla, Dias, Aránguiz e Mena; Vidal (Pinilla); Vargas (Gutiérrez) e Alexis Sánchez. Técnico: Jorge Sampaoli

Gols: BRASIL: David Luiz, aos 17min do primero tempoCHILE: Aléxis Sánchez, aos 30min do primeiro tempoCartões Amarelos: Hulk, Luiz Gustavo, Jô, Daniel Alves (Brasil); Mena, Silva, Pinilla (Chile)

(3)(2)

SERGIO BARZAGHI/GAZETAPRESS

PIERVI FONSECA/GAZETAPRESS

Júlio César salta para espalmar o pênalti cobrado pelo Chile

David Luiz fez tratamento com fi sioterapeutas antes do jogo

A seleção brasileira terá que se preocupar também com os jogadores pendurados. O time de Felipão tem seis atletas com cartão amarelo, além de Luiz Gus-tavo, que vai cumprir suspensão nas quartas de fi nal. Os pendu-rados são Thiago Silva, Neymar, Ramires, além de Daniel Alves, Hulk, e Jô, que foram advertidos no duelo contra os chilenos. Os cartões amarelos serão zerados somente na fase semifi nal.

“Não estava pensando nisso. Poderia ser o último jogo. Valia tudo. Infelizmente tomei o cartão. Quem entrar (nesta vaga) vai jogar da mesma forma. Temos um grupo maravilhoso”, disse Luiz Gustavo após a partida

Com a ausência confi rmada, Felipão pode recuar Fernandi-nho para a posição de primeiro volante e escalar Ramires ou

Paulinho. O treinador ainda pode improvisar o zagueiro Henrique no meio de campo.

Júlio Cesar chora Homem de confi ança de Fe-

lipão, o camisa 12 foi o herói da vitória da seleção brasileira diante do Chile, nos pênaltis. Duas defesas e uma classifi cação às quartas de fi nal do Mundial.

“A pressão é muito forte, mas no fi nal tudo deu certo”, disse.

Palavras de quem ainda não esqueceu o fracasso brasileiro em 2010, na África do Sul, diante da Holanda, e espera devolver ao torcedor a alegria que foi sacada há quatro anos.

“Naquele ano, eu dei essa mesma entrevista, estava muito chateado, emocionado. Agora, estou choran-do novamente, mas é de felicidade, disse, segurando as lágrimas.

Luiz Gustavo está fora das quartas

FICHA TÉCNICA

Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Howard Webb

Júlio César, Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo, Fer-nandinho (Ramires), Hulk, Oscar (Willian) e Neymar; Fred (Jô).

Luis Felipe Scolari

: Bravo, Silva, Medel (Ro-jas) e Jara; Isla, Dias, Aránguiz e Mena; Vidal (Pinilla); Vargas (Gutiérrez) e Alexis Sánchez.

Jorge Sampaoli

: David Luiz, aos 17min do primero tempo

Aléxis Sánchez, aos 30min

: Hulk, Luiz Gustavo, Jô, Daniel Alves (Brasil); Mena, Silva, Pinilla (Chile)

(3)(2)

David Luiz e Neymar comemoram a classifi -cação do Brasil

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O técnico Luiz Felipe Scolari avisava, an-tes mesmo do início da Copa do Mundo,

que não gostaria de enfren-tar o Chile no mata-mata. A preocupação foi justifi cada no início da tarde de ontem (28), no Mineirão. A seleção brasileira só superou o rival sul-americano por 3 a 2 na disputa de pênaltis após um empate por 1 a 1 no tempo regulamentar da partida. O goleiro Júlio César, o vilão do Mundial passado, defendeu as cobranças de Pinilla, Alexis Sán-chez e Díaz. Pelo Brasil, Willian chutou para fora e Hulk desper-diçou, mas David Luiz, Marcelo e Neymar converteram.

Ofensivo no início do dra-mático confronto em Belo Ho-rizonte, o Brasil abriu o placar com o zagueiro David Luiz, após cobrança de escanteio de Ney-mar. Permitiu o empate do Chile ainda no primeiro tempo, quan-do o atacante Sánchez tirou proveito de uma bobeada do esforçado Hulk. Nos minutos que se seguiram com a bola rolando, o time foi pouco criativo e ainda sofreu alguns sustos, como em um chute no traves-são, de Pinilla, a um minuto do fi m da prorrogação.

Ainda que sofrido, o resultado amplia o retrospecto favorável

do Brasil sobre o Chile em Co-pas do Mundo. Antes, o time nacional havia vencido por 4 a 2 nas semifi nais de 1962, na casa do oponente, com dois gols de Garrincha e Vavá. Os outros confrontos também fo-ram em oitavas de fi nal – 4 a 1 em 1998, com César Sampaio e Ronaldo anotando duas ve-zes cada, e 3 a 0 no Mundial

passado, por meio de Robinho, Juan e Luis Fabiano.

Superado o seu duelo mais difícil com o Chile, a se-leção brasileira terá quase uma semana para se recu-perar tecnicamente para as quartas de final. O encon-tro contra a Colômbia na próxima sexta-feira, às 16h (de Manaus), no Castelão, em Fortaleza-CE.

O jogoAs hostilidades entre brasi-

leiros e chilenos começaram nas arquibancadas, com vaias para trechos das execuções dos hinos nacionais dos dois países. E continuaram já nos primei-ros minutos de jogo, quando Fernandinho cometeu uma falta dura em Aránguiz, que revidou em Neymar.

O Chile tentou aproveitar aquela empolgação inicial para atacar o Brasil. A iniciativa durou pouco. Depois que Marcelo deu um bom chute de fora da área, que quase acertou a meta aos cinco minutos, os donos da casa passaram a controlar as ações da partida. Principalmente pelo lado esquerdo, onde Neymar e Hulk se revezavam nas arran-cadas em velocidade.

O Brasil era mais peri-goso, principalmente, nas jogadas de bola parada. Foi assim que abriu o placar. Aos 18 minutos, Neymar cobrou escanteio na área do Chile. A dupla de zaga brasileira, então, aproveitou a baixa estatura adversária para aparecer com desta-que. Thiago Silva desviou o cruzamento com a cabeça, e David Luiz disputou com a coxa com Jara para empurrar a bola para dentro.

JUCA KFOURI

Júlio César redimido

A César o que é de César, o Júlio.Depois de ser um dos respon-

sáveis pela eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul ao falhar, com Felipe Melo, no gol do empate que viraria virada holandesa, eis que o goleiro brasileiro virou o herói do time e não “apenas” por ter defendido as duas primeiras cobranças da marca de pênalti dos chilenos, mas, também e principalmente, pela defesa espetacular que fez, com bola em movimento, ali pela metade do segundo, num tiram-

baço de Aránguiz.Redenção maior impossível e

entre tantos vacilos revelados até aqui nesta campanha sofrida e sofrível, eis um acerto colossal de Felipão, ao apostar na expe-riência do goleiro.

Júlio César e suas enluvadas mãos salvadoras e condenar o colunista com as dele, prazero-samente, à palmatória.

E o time?Bem, o time fazia sua melhor par-

tida e ganhava tranquilamente dos assustados chilenos até que Hulk

fez a bobagem que fez na devolução de um lateral para Marcelo.

Daí em diante tocou o terror.A seleção não se achou mais

e, no máximo, cinco jogadores mantiveram a lucidez: Júlio Cé-sar, Thiago Silva, David Luiz, Luiz Gustavo e Neymar.

Os demais pareciam ter caído do caminhão de mudanças en-quanto o Chile gostava do jogo e jogava melhor até a prorrogação quando, literalmente, despen-cou, esfalfado. Mesmo assim, segundos antes da prorrogação

terminar o travessão brasileiro, e o Brasil, tremeram com uma bomba de Pinilla.

A seleção esteve muito perto do inferno e, cá entre nós, chegou a merecê-lo.

Mas entre ir para as quartas ou para os quintos, felizmente David Luiz, Marcelo e Neymar, nas cobran-ças, permitiram a sobrevivência.

Até quando é difícil dizer por-que as quartas devem ser real-mente complicadas, diante de um rival melhor que os, como sempre, abatidos chilenos.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

O goleiro não se limitou a pegar dois pênaltis: pegou ainda a bola do jogo, no chute de AránguizBem, o time fazia

sua melhor partida e ganhava tranquila-mente dos assustados chilenos até que Hulk fez a bobagem que fez na devolução de um lateral para Marcelo

Tostão

Ufa! Salve, Júlio!

O primeiro tempo foi eletri-zante. Os dois times fizeram bem o que fazem sempre, a pressão sobre quem está com a bola. Assim, saiu o primeiro gol, e quase o segundo, do Chile. Dessa forma, o Brasil criou algumas chances de gol e marcou, como se esperava, em uma cobrança de escanteio. O Chile tinha mais posse de bola, e o Brasil abusava dos chutões e dos lançamentos longos. Ney-mar teve chance de fazer uns

dois gols, mas não estava com sua habitual precisão.

No segundo tempo, pouco mudou. O Brasil continuou sem meio-campo e com chutões e passes longos. O Chile teve uma grande chance e não aproveitou. Hulk fez um gol, anulado pelo árbitro, discutível. Nos últimos 15 minutos e na prorrogação, os times estavam mortos, o Chile mais que o Brasil. Por isso, se limitou a segurar o jogo. Mas, no fi m, teve a grande chance, em

um chute na trave. Por pouco, o Brasil fi cava fora. E, nos pênal-tis, para aumentar a emoção e o sofrimento, o Brasil ganhou a vaga. Neymar, que não foi bem durante a partida, fez o gol na quinta cobrança.

O Brasil se classifi cou, mas jogou mal. Não foi nenhuma surpresa o jogo difícil e igual. Coletivamente, o Chile é melhor. Individualmente, o Brasil tem dois zagueiros excepcionais e Ney-mar. Se ele estivesse mais ins-

pirado, a seleção teria vencido no tempo normal. O problema do Brasil não foi emocional. Foi técnico e tático. Haverá novos sufocos. Mesmo assim, o Brasil continua forte candidato ao títu-lo. Há muitas seleções boas, mas nenhuma excepcional.

Os destaques do Brasil foram Thiago Silva, David Luiz e Júlio César, que, além dos pênaltis, fez uma defesa espetacular. Os outros foram mal ou muito abaixo do que poderiam jogar.

COLUNISTA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

A história se repetiu. O Brasil eliminou o Chile, nas oitavas de fi nal. Que sufoco! Nos pênaltisO Brasil se clas-

sificou, mas jogou mal. Não foi nenhu-ma surpresa o jogo difícil e igual. Cole-tivamente, o Chile é melhor

De vilão a herói, Júlio César salva o BrasilApontado como o culpado da eliminação do Brasil na Copa de 2010 e contestado neste Mundial, foi bancado como titular por Felipão e correspondeu ao defender dois pênaltis do Chile

HULKJúlio César foi escolhi-do o melhor jogador da partida, mas o atacante, apesar de ter falhado no gol do Chile, fez sua melhor exibição na Copa do Mundo. Compôs o lado esquerdo tanto na defen-siva como na ofensiva

Com a vantagem no placar, o Brasil se sentiu confortá-vel para permanecer no setor ofensivo, envolvendo o Chile – apesar de Oscar, Daniel Alves e quem mais que atu-asse pela direita participarem pouco da partida. Só um erro do time de Luiz Felipe Scolari seria capaz de reanimar os chilenos naquele momento. E foi o que aconteceu.

Aos 32 minutos, Marcelo co-brou um lateral no campo de defesa para Hulk, que tocou fraco para trás. Vargas tirou proveito dominou e cruzou para Alexis Sánchez que dominou dentro da área e chutou no fundo do gol de Júlio César.

Aos 35, Neymar quase mar-cou um gol de cabeça em cruzamento de Oscar, que desviou na defesa chilena.

Na volta o intervalo, o po-sicionamento do Brasil foi

diferente, com Hulk pelo lado esquerdo. Aos nove minutos, a ordem quase acabou premiada com um gol. O atacante domi-nou a bola com o braço e bateu de joelho para a rede, porém o árbitro inglês Howard Webb marcou toque de mão.

Jorge Sampaoli, técnico do Chile, substituiu Vargas por Gutiérrez. Felipão não fi cou atrás. Escolheu Jô para ocupar a vaga de Fred.

Muito nervosa, a seleção co-meçou a oferecer cada vez mais espaços para o Chile atacar. Fe-lipão ainda recorreu a Ramires no lugar de Fernandinho.

Aos 38, Hulk fez boa jogada e chutou de fora da área para a defesa Bravo. De fato. A ordem era mudar de postura completamente na prorro-gação. Hulk demonstrou que queria que fosse assim ao correr o campo inteiro com a

bola em sua primeira jogada, ser derrubado perto da área.

No último tempo da par-tida com bola rolando, Feli-pão trocu Oscar por Willian. No Chile, Medel foi substi-tuído por Rojas.

Aos 15 minutos, Pinilla do-minou bem a bola, girou diante de Thiago Silva e soltou o pé. Só não virou o jogo para o Chile naquele mesmo instante porque acertou o travessão.

A tensão era tamanha que Júlio César chorou antes da disputa de pênaltis. Parecia prever que seria decisivo, de-fendendo as cobranças de Aránguiz, Díaz e Jara, tendo a sua grande redenção em uma Copa do Mundo. Pelo Brasil, Willian e Hulk desper-diçaram, porém David Luiz, Marcelo e Neymar conver-teram para sacramentar a suada classifi cação.

Hulk erra e Chile empata o jogoLogo após a classificação

do Brasil para as quartas de final, o zagueiro David Luiz relembrou o sacrifício que fez para atuar.

“Nem no treino eu conse-guia andar. No treino, quan-do eu bati um pênalti foi quando eu senti a maior dor, mas disse que faria de tudo para ir para o jogo. Hoje, eu acordei às 7h (de Brasília) para tratar novamente para estar em campo”, lembrou o jogador canarinho.

Para o defensor, a qua-lidade do adversário e a forma com que a vitória foi conquistada tornou a classi-ficação mais especial.

“Foi um jogo maravilhoso. Faz parte do brilho de uma Copa do Mundo. Penalida-des é o momento de maior

emoção do futebol. Só pode passar uma equipe, graças a Deus foi a nossa”, come-morou David Luiz.

Após ser dúvida para o jogo diante do Chile, Da-vid Luiz assegurou que es-tará em campo nas quar-tas de final e elogiou os médicos e fisioterapeutas da seleção brasileira.

“Tenho tempo para tra-tar. Vou estar 120% para o próximo jogo. Digo isso porque felizmente estou na mão de gente capacitada”, prometeu o atleta.

No Mineirão, o camisa 4 marcou o seu primeiro gol pela seleção brasileira.”Foi um gol de bola parada, fruto de treinamento. Todo mundo fez por merecer aquele gol, não só eu”, observou.

David Luiz jogou no ‘sacrifício’

FICHA TÉCNICABRASILCHILE

Local:

Árbitro:

Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Howard Webb (ING)

Brasil: Júlio César, Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo, Fer-nandinho (Ramires), Hulk, Oscar (Willian) e Neymar; Fred (Jô). Técnico: Luis Felipe Scolari

Chile: Bravo, Silva, Medel (Ro-jas) e Jara; Isla, Dias, Aránguiz e Mena; Vidal (Pinilla); Vargas (Gutiérrez) e Alexis Sánchez. Técnico: Jorge Sampaoli

Gols: BRASIL: David Luiz, aos 17min do primero tempoCHILE: Aléxis Sánchez, aos 30min do primeiro tempoCartões Amarelos: Hulk, Luiz Gustavo, Jô, Daniel Alves (Brasil); Mena, Silva, Pinilla (Chile)

(3)(2)

SERGIO BARZAGHI/GAZETAPRESS

PIERVI FONSECA/GAZETAPRESS

Júlio César salta para espalmar o pênalti cobrado pelo Chile

David Luiz fez tratamento com fi sioterapeutas antes do jogo

A seleção brasileira terá que se preocupar também com os jogadores pendurados. O time de Felipão tem seis atletas com cartão amarelo, além de Luiz Gus-tavo, que vai cumprir suspensão nas quartas de fi nal. Os pendu-rados são Thiago Silva, Neymar, Ramires, além de Daniel Alves, Hulk, e Jô, que foram advertidos no duelo contra os chilenos. Os cartões amarelos serão zerados somente na fase semifi nal.

“Não estava pensando nisso. Poderia ser o último jogo. Valia tudo. Infelizmente tomei o cartão. Quem entrar (nesta vaga) vai jogar da mesma forma. Temos um grupo maravilhoso”, disse Luiz Gustavo após a partida

Com a ausência confi rmada, Felipão pode recuar Fernandi-nho para a posição de primeiro volante e escalar Ramires ou

Paulinho. O treinador ainda pode improvisar o zagueiro Henrique no meio de campo.

Júlio Cesar chora Homem de confi ança de Fe-

lipão, o camisa 12 foi o herói da vitória da seleção brasileira diante do Chile, nos pênaltis. Duas defesas e uma classifi cação às quartas de fi nal do Mundial.

“A pressão é muito forte, mas no fi nal tudo deu certo”, disse.

Palavras de quem ainda não esqueceu o fracasso brasileiro em 2010, na África do Sul, diante da Holanda, e espera devolver ao torcedor a alegria que foi sacada há quatro anos.

“Naquele ano, eu dei essa mesma entrevista, estava muito chateado, emocionado. Agora, estou choran-do novamente, mas é de felicidade, disse, segurando as lágrimas.

Luiz Gustavo está fora das quartas

FICHA TÉCNICA

Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Howard Webb

Júlio César, Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo, Fer-nandinho (Ramires), Hulk, Oscar (Willian) e Neymar; Fred (Jô).

Luis Felipe Scolari

: Bravo, Silva, Medel (Ro-jas) e Jara; Isla, Dias, Aránguiz e Mena; Vidal (Pinilla); Vargas (Gutiérrez) e Alexis Sánchez.

Jorge Sampaoli

: David Luiz, aos 17min do primero tempo

Aléxis Sánchez, aos 30min

: Hulk, Luiz Gustavo, Jô, Daniel Alves (Brasil); Mena, Silva, Pinilla (Chile)

(3)(2)

David Luiz e Neymar comemoram a classifi -cação do Brasil

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D6 MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014

Uma seleção sul-ameri-cana, ofensiva e com uma enorme vontade de se colocar entre os

grandes do futebol mundial. A descrição, que poderia ser dada ao Chile, também é válida para a Colômbia, adversária do Brasil nas quartas de fi nal da Copa do Mundo. O duelo será disputa-do na próxima sexta-feira (4), às 16h (de Manaus), na Arena Castelão, em Fortaleza (CE). A classifi cação veio após vitória de 2 a 0 sobre o Uruguai, ontem (28), no Maracanã.

James Rodrígues, um dos destaques da equipe colom-biana na competição, marcou os gols da partida aos 27 mi-nutos do primeiro tempo e aos 4 minutos da segunda etapa, respectivamente.

Já o Uruguai pareceu sentir a ausência do atacante Luiz Suárez, suspenso por causa de uma mordida no italiano Chiellini, e pouco conseguiu agredir o adversário.

Com 100% de aproveitamen-to, os colombianos são uma das sensações deste Mundial. Segundo melhor ataque da pri-meira fase.

Análise do jogoA Colômbia foi um time ma-

duro, que impôs seu estilo de

jogo e abriu o placar, o que lhe possibilitou deter a bola em seu campo de defesa por bastante tempo, com direito a gritos de “olé”, ainda na primeira etapa.

Até lá, porém, precisou não se acovardou diante das entradas duras nos primeiros lances, a maioria delas praticada por Ál-varo Pereira. O lateral esquerdo uruguaio defi niu o meia Juan Cuadrado como seu alvo e lhe

perseguiu durante o jogo.Aos 27 minutos, James Ro-

dríguez recebeu lançamento próximo da meia-lua, ajeitou a bola no peito, de costas para o gol, e bateu de primeira, de perna esquerda. A bola passou pela mão direita de Muslera e tocou o travessão antes de se concluir um dos gols mais bo-nitos do Mundial. O quinto gol

do camisa 10 colombiano em quatro partidas disputadas.

O Uruguai tentou responder três minutos depois, em um cru-zamento de Edinson Cavani que foi afastado pelos zagueiros. Até então, a única fi nalização que havia merecido atenção foi um chute de longa distância de Diego Forlán, longe das traves de David Ospina.

A maior posse de bola na pri-meira etapa (63% contra 37%) seria igualmente premiada no retorno do intervalo. Aos qua-tro minutos, a Colômbia pôs o Uruguai na roda, com uma bela troca de passes iniciada por Ja-mes Rodríguez, na meia direita. Ele tocou na esquerda e correu para o meio da área, onde rece-beria novamente – em cabeceio do talentoso e tão importante quanto Cuadrado – para chutar de primeira e ampliar a vanta-gem no Maracanã.

Ferido, o técnico Óscar Tá-barez tentou encontrar antí-dotos no banco de reservas e fez logo duas alterações: Christian Stuani entrou no lu-gar de Forlan, e Gastón Ramí-rez substituiu Álvaro Pereira. O Uruguai, contudo, não deu mais sinais vitais dentro de campo, morrendo na praiana Rio de Janeiro, onde já fez festa em um passado remoto.

Avisa o Brasil que estou chegando

Com dois gols de James Rodríguez, a Colômbia

vence o Uruguai por 2 a 0 e enfrenta a seleção

brasileira pelas quartas de fi nal da Copa do Mundo

O colombiano James Ro-dríguez é o artilheiro e um dos maiores destaques da Copa até agora. O meia, que enfrentará o Brasil nas quar-tas de fi nal, tem cinco gols marcados até o momento e agora também faz parte de uma seleta lista de craques na história do Mundial.

Rodríguez é o primeiro jogador sul-americano a participar diretamente de sete gols em seus quatro primeiros jogos na Copa

desde Pelé, superando o carismático ídolo colom-biano Valderrama.

O destaque desta Copa também entrou para a história por marcar nas quatro primeiras partidas no Mundial. Ele fez gol contra a Grécia, Costa do Marfim, Japão e Uruguai (duas vezes). Outro joga-dor histórico com esta marca é o uruguaio Ghig-gia, carrasco do Brasil no em 1950. É a primeira vez

que um jogador consegue o feito desde o atacante italiano Vieri, no Mundial de 1998, na França.

Outros nomes a conse-guir tal feito foram Stá-bile-Argentina (1930), Le-ônidas-Brasil (1934/38), Sarosi-Hungria (1934/38), Probst-Áustria (1954), Kocsis-Hungria (1954), Fontaine-França (1958), Bene-Hungria (1966), Gerd Müller-Alemanha (1970) e Cubillas-Peru (1970).

Meia iguala marca do Rei Pelé

ARTILHEIROCom os dois gols so-bre o Uruguai, James Rodríguez ultrapas-sou Neymar, Messi e Müller e é o artilhei-ro isolado da Copa do Mundo com cinco tentos anotados em quatro partidas

BRUNO TURANO/GAZETAPRESS

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D7MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014

Holanda tenta se impor contra o MéxicoCom 100% de aproveitamento na primeira fase, os “laranjas” tentam manter a sequência de bons resultados diante dos mexicanos. Chicarito Hernández será titular

SKILL

Costa Rica e Grécia se enfrentamDuas zebras nas oitavas de

fi nal. Esse será o encontro entre Costa Rica e Grécia, que se enfren-tam neste domingo, às 16h (de Manaus), na Arena Pernambuco, em Recife. As duas equipes não eram esperadas nesta etapa da competição, mas surpreenderam seus rivais na fase de grupos. Os costa-riquenhos deram um show no Grupo D, a chamada chave da morte. Ficaram em primeiro lugar após derrotarem o Uruguai por 3 a 1, a Itália por 1 a 0 e fi carem no empate sem gols com a Ingla-terra. A “brincadeira” do time da Concacaf rendeu as eliminações precoces de ingleses e italianos.

A Costa Rica chega pela se-gunda vez às oitavas de fi nal, repetindo o feito da geração de 1990, na Itália. Já a Grécia chega

pela primeira vez nesta etapa. O time começou cambaleando ao cair por 3 a 0 diante da Colômbia e fi car no empate sem gols com o Japão. Os maus resultados, inclusive, geraram muitas críti-cas. Porém, na última rodada, um empolgante triunfo por 2 a 1 sobre a Costa do Marfi m, com um gol de pênalti nos acréscimos, rendeu o feito histórico.

“Nós realmente fi zemos his-tória e isso foi muito impor-tante, pois batalhamos muito para chegarmos até aqui. Mas podemos ir ainda mais longe e não estamos satisfeitos com as oitavas de fi nal”, disse Fernando Santos, técnico da Grécia.

Se a Grécia planeja avançar, a Costa Rica tem a certeza de que é possível chegar nas quartas

de fi nal. Para isso, porém, a meta é repetir o desempenho exibido contra os gigantes eli-minados na primeira fase.

“Tivemos jogos marcantes, como o segundo tempo contra o Uruguai e a partida diante da Itália, quando beiramos a perfeição nos aspectos táticos e na entrega. Esse grupo batalhou muito para estar nestas oitavas de fi nal. Passou em uma chave que ninguém esperava e vamos continuar jogando do mesmo jeito, com a humildade na ponta da chuteira. Isso pode nos levar muito longe”, disse Jorge Luís Pinto, técnico da Costa Rica.

Em termos de escalação a Costa Rica não vai apresentar novidades e apostar mesmo no esquema que deu certo contra

as potências de sua chave. O destaque do time é o atacante Joel Campbell.

A Grécia terá mudanças para este jogo, porém a escalação não foi divulgada. Uma delas é certa, com o meia Panagiotis Kone vetado por conta de uma contratura muscular na coxa di-reita. Resta saber o substituto. Fernando Santos pode manter Andreas Samaris, que o substi-tuiu com sucesso contra Costa do Marfi m, ou promover o retorno do antigo capitão, Konstantinos Katsouranis, que cumpriu sus-pensão diante dos africanos. A boa notícia é que o goleiro Orestis Karnezis, substituído na partida passada por conta de dores nas costas, foi liberado pelo departa-mento médico e poderá atuar.

ZEBRAS

Brayn Riuz é o destaque da supreendente Costa Rica na Copa

DIVULGAÇÃO

Holanda tenta se impor

FICHA TÉCNICAHOLANDAMÉXICO

Local:

Horário:

Árbitro:

Arena Castelão, em Fortaleza (CE)

12h (de Manaus)

Não fornecidos pela Fifa

Holanda: Jasper Cillessen, Ron Vlaar, Stefan de Vrij e Daley Blind; Daryl Janmaat, Jonathan de Guzmán, Nigel de Jong, Wesley Sneijder e Daley Blind; Robin van Persie e Arjen Rob-ben. Técnico: Louis van Gaal

México: Guillermo Ochoa, Francisco Rodríguez, Rafa Márquez e Héctor Moreno; Paul Aguilar, Carlos Salcindo, Héctor Herrera, Andrés Guardado e Miguel Layún; Giovani dos San-tos (Chicharito Hernández) e Oribe Peralta. Técnico: Miguel Herrera

Holanda tenta se impor contra o MéxicoCom 100% de aproveitamento na primeira fase, os “laranjas” tentam manter a sequência de bons resultados diante dos mexicanos. Chicarito Hernández será titular

Atacante Robben se destacou na primei-ra fase e já anotou três gols nesta Copa do Mundo

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SS Com cem por cento de aproveitamento e para muitos jogando o me-lhor futebol da Copa do

Mundo de 2014, a Holanda tenta se impor diante do México neste domingo, às 12h (de Manaus), na

Arena Castelão, em Fortaleza (CE), em confronto váli-

do pelas oitavas de fi nal.

Os holandeses se classifi cando em primeiro lugar no Grpo B, que tinha inclusive a atual cam-peã Espanha, que se despediu precocemente da luta pelo bi. Já os mexicanos deram uma demonstração de força mesmo fi cando em segundo lugar no Grupo A, vencido pelo Brasil. Isso porque superaram Camarões e Croácia e empataram sem gols

com os anfi triões.O favoritismo neste duelo

pertence à Holanda. O técnico Louis van Gaal reconhece essa

situação, mas acredita que sua equipe vai encontrar muitos problemas diante do México, a quem qua-lifi ca como uma equipe muito efi ciente.“O México tem um time

muito efi ciente e poucos estão lembrando isso. Eles empata-ram com o Brasil em um jogo que poderiam ter vencido. Conseguiram se impor diante de uma Croácia que é muito

forte. Sabem se fechar como poucos e sabem sair em bloco para o ataque. Neste aspecto,

inclusive, lembram muito a nos-sa maneira de jogar. Portanto, espero muitos problemas. Mas não vamos deixar de tentar nos impor, como estamos pro-curando fazer neste Mundial”, disse Louis van Gaal.

Miguel Herrera, técnico do México, entende que a Holanda conta com um certo favoritis-mo pelos resultados expressi-vos que conseguiu ao longo da disputa, sendo a goleada de 5 a 1 sobre a Espanha o mais

expressivo. O treinador, po-rém, acredita que a sua equipe tem grande potencial e pode muito bem surpreender os ho-landeses. Para ele a atitude a ser demonstrada tem que ser muito positiva.

“Quero a mesma atitude que exibimos contra a Croácia, quando tínhamos a vantagem do empate e não deixamos um único minuto de buscar a vitó-

ria. Um time como a Holanda não pode ser convidado para o seu campo, senão pode estar certo de que você vai perder a partida. Portanto, temos que tentar o jogo de igual para igual, até porque nosso oponen-te joga e deixa jogar. Acredito realmente que o México tem condições de fazer ainda mais coisas boas nesta Copa do Mun-do e estou otimista em relação às chances de sucesso neste difícil compromisso”, analisou o treinador mexicano.

Para este jogo a Holanda terá o retorno do volante Jonathan de Guzmán, que foi preservado na vitória de 2 a 0, e do atacante Robin Van Persie, que cumpriu suspensão no mesmo jogo. Eles reaparecem nas vagas de Ge-orgino Wijnaldum e Jeremain Lens, respectivamente. O la-teral esquerdo Daley Blind, que deixou o jogo contra os chilenos reclamando de uma pancada no joelho esquerdo, se recuperou e estará em ação.

Já no México, Miguel Herrera não poderá contar nesta partida com o volante Juan Vázquez, que vai cumprir suspensão por acúmulo de cartões amarelos. Ele foi advertido na vitória de 3 a 1 sobre a Croácia. Assim, Carlos Salcindo assume o posto. No ataque existe uma dúvida de ordem técnica. Giovani dos San-tos, que vem caindo de produção, pode ser barrado para a entrada de Chicharito Hernández.

REGRACaso a partida deste domingo termine empa-tada no tempo regu-lamentar, acontecerá uma prorrogação de 30 minutos. Persistindo a igualdade, o classifi -cado será defi nido na disputa de pênaltis

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D8 MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014

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D9MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014

Sem sofrimento não é Brasil

Torcida manauense acreditou até o fi nal e comemorou nas ruas a vitória sofrida

Apesar da partida de on-tem ter começado ao meio-dia em Manaus, os manauenses foram

assistir ao duelo contra a sele-ção chilena nas tradicionais ruas ornamentadas da cidade bem antes do início da partida. As ruas 3 do Alvorada, Zona Centro-Oeste, e Santa Isabel, na Praça 14, Zona Sul, receberam juntas mais de seis mil torcedores. Com proteção policial e telões instalados nos locais, as ruas viraram verdadeiras arquiban-cadas para os torcedores em-purrarem o Brasil no confronto das oitavas de fi nal.

A partida começou e o clima de esperança tomou conta dos brasileiros que esperavam mais uma bela atuação do camisa 10. Neymar, ao lado de Messi, possue quatro gols cada um logo no começo da partida, o Brasil começou atacando e saiu na frente do marcador com gol do zagueiro David Luiz. Nesse momento, a torcida que acom-panhava o jogo na rua 3 da Alvorada foi a loucura, porém a expressão de todos mudou após o gol de empate do Chile. “A equipe relaxou depois que fez o gol e por causa dos passes errados levou o empate. Acre-dito na vitória, estou confi ante na nossa vitória”, disse o fun-cionário público Márcio Reis, 30, que é morador do bairro do Alvorada.

O primeiro tempo terminou 1 a 1. Nas ruas, o clima se manteve o mesmo do começo do jogo. A confi ança da torcida brasileira continuava nos pés de garoto de ouro da seleção. “O Neymar não

jogou bem no primeiro tempo. O Brasil precisa que ele entre melhor na segunda etapa. Es-tou nervosa, mas tenho certeza que vamos passar”, afi rmou a estudante Camila Leite, 17, que assumiu ser fã do craque que atua no Barcelona.

O clima de festa começou a mudar a partir do momento em que mesmo tentando muito, a seleção comandada pelo trei-nador Luiz Felipe Scolari não conseguia quebrar a retranca montada pelo argentino Jorge Sampaoli, que assumiu o Chile na eliminatória para a Copa do Mundo.

Não valeuA tradicional rua Santa Isabel,

Praça 14, explodiu quando o ata-cante Hulk marcou o segundo gol brasileiro na partida, porém a festa durou pouco tempo. O árbitro inglês Howard Webb interpretou que o camisa 7 do time canarinho dominou a bola com o braço e anulou o gol que colocaria a equipe anfi triã do Mundial mais perto da classi-fi cação.

A partida ia se encaminhando para os minutos fi nais e o nervo-sismo tomou conta da rua Santa Isabel. A torcida não conseguia tirar os olhos dos telões. Com o término da segunda etapa, o clima de tensão aumentou e o medo de uma eliminação come-çou a atormentar todos. Para o administrador Hélio Souza, 29, a difi culdade no confronto já era esperada, mas superou qualquer expectativa. Ele não queria acreditar em um novo fracasso do Brasil em uma Copa do Mundo em casa. “O ‘Ma-racanaço’ não pode acontecer novamente”, dizia.

A torcida sofreu até o fi nal do jogo. A prorrogação parecia que nunca acabaria e o empate ao fi nal piorou a tensão dos torcedores. O futuro da seleção brasileira seria defi nido nos pênaltis. A torcida confi ava no go-leiro Julio César e o atleta que falhou no Mundial da África do Sul em 2010, dessa vez não decepcionou e foi o herói da classifi -cação. “Sem sofrimento não é Brasil. A partida foi muito dramática. O nos-so goleiro brilhou e deu tudo certo”, comemorou a funcionária pública, Kelly Cassandra, 37.

Já a estudante Tainá Coe-lho, 16, afi rmou que apesar de toda difi culdade, foi per-feito o desfecho da partida.

Lembrando que durante a Copa do Mundo o clima na cidade muda e todos os torcedores se reúnem para empurrar a seleção brasileira, a jovem mostra confi ança para a sequência do Mundial. “Estou muito confi ante, o Brasil vai ser hexa”, fi nalizou.

Alívio e festa após o apito fi nal

JÚLIO CÉSARQuestionado na eliminação do Bra-sil na Copa de 2010 na África do Sul, os torcedores brasilei-ros tiveram de dar o braço a torcer e enaltecer as defesas do goleiro da seleção

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Nem mesmo os super heróis con-seguiram segurar a emoção após a

vitória

Foi grande a con-centração de torce-

dores nas ruas

Impaciência e ten-são deram a tônica de todo o jogo

Torcida esteve afl ita durante todos os

tempos da partida

FOTOS: DIEGO JANATÃ

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Page 10: Pódio - 29 de junho de 2014

D10 MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 201410

Festa no largo Cinco mil torcedores assistiram ao jogo entre

Brasil e Chile, no largo São Sebastião

Nem o sol ou mesmo o horário diferente do jogo entre Bra-sil e Chile – 12h

– foi capaz de afastar a torcida manauense do largo São Sebastião. Cerca de 5 mil torcedores comparece-ram ao local para prestigiar a primeira “decisão” da se-leção brasileira na Copa do Mundo. Vestidos com a ca-misa canarinho, alguns pro-curaram fugir do sol, outros não se intimidaram com o astro rei e fizeram a festa após a sofrida classificação nas cobranças de pênaltis do time de Felipão.

A partida foi exibida em dois telões dispostos na praça que rodeia o Teatro Amazonas. Antes do jogo começar, o local foi tomado por torcedores vestidos de amarelo. Alguns preferiram se esconder do sol do meio-dia e procuravam, próximo às árvores, uma sombra para se proteger.

A tensão no local era vi-sível. Mesmo confiantes na seleção, os torcedores sabiam que o adversário merecia respeito por tudo que havia feito na primeira fase da competição, quando mandou a atual campeã do Mundo – Espanha – mais cedo para casa.

Contudo, aos 18 minutos do primeiro tempo, os ma-nauenses chutaram para longe todo o nervosismo que os acompanhou até o momento. Neymar cobrou escanteio, o capitão Thia-go Silva desviou no primeiro pau e David Luiz, que era dúvida após sentir dores lombares no treino de sexta-

feira, empurrou para o fundo da rede do arqueiro chileno. A torcida foi à loucura.

TensãoMas a euforia deu lugar à

preocupação 14 minutos de-pois, quando a defesa brasilei-ra cochilou, e o companheiro de Neymar no Barcelona, Alexis Sánchez, aproveitou e chutou no canto de Júlio César para empatar o jogo e deixar to-dos os brasileiros preocupados

com o restante da partida.Sem grandes emoções no

restante da partida, o jogo se arrastou durante todo o se-gundo tempo, que ainda teve um gol anulado de Hulk. Mas o maior susto veio aos nove minutos do segundo tempo da prorrogação. O atacante Pinilla, que havia entrado no lugar de Arturo Vidal na segun-da etapa, recebeu na entrada da área e chutou no travessão. Por muito pouco o sonho do hexa não acabava ali.

Quiseram os deuses do fu-tebol que a partida fosse para a cobrança das grandes pena-lidades. Apreensiva, a torcida presente no largo São Sebas-tião fazia um silêncio fúnebre. Alguns, de olhos fechados, re-zavam, outros preferiram não assistir aos pênaltis e fi caram de costas para o telão.

ANDRÉ TOBIASEquipe EM TEMPO

TORCIDAA partida foi exibida em dois telões dis-postos na praça que rodeia o Teatro Ama-zonas. Antes do jogo começar, o local foi tomado por torcedo-res vestidos de verde e amarelo

Após a classifi cação da seleção brasileira para as quartas de fi -nal, onde enfrentará a Colômbia, os torcedo-res no largo São Se-bastião prestigiaram o grupo Os Tucumanus, que subiram no pal-co montado na praça e cantaram clássicos como “Churrasco de Gato”, “Palafi tas”, “Ca-rapuça” e “Tudo em Comprimidos”.

Em seguida, a banda Offi cial 80 apresentou o show “Rock Amazonas” e, às 20h, começou, ao vivo, a transmissão do 49º Festival Folclórico de Parintins. (AT)

Programação“Um atacante, um médio

e mesmo um zagueiro po-dem falhar. Podem falhar e falham vinte, trinta ve-zes num único jogo. Só o arqueiro tem de ser infalí-vel”, dizia o eterno escritor Nelson Rodrigues. E nas cobranças de pênalti, Júlio César foi crucial.

Para tranquilizar a tor-cida, David Luiz começou bem e marcou na primeira cobrança. Em seguida, foi a vez de brilhar a estrela de Júlio César. O arqueiro pegou os chutes de Diaz e Alexis Sánchez, para delí-rio da nação brasileira que estava no largo São Sebas-tião. Mas o meia Willian e o atacante Hulk voltaram a

deixar os torcedores preo-cupados após desperdiça-rem suas cobranças. No chute derradeiro, Neymar colocou para dentro e Jara chutou na trave.

A torcida enlouqueceu. O largo São Sebastião fi cou pe-queno para tanta alegria dos apaixonados fãs amazonen-ses. “O Brasil está classifi ca-do. Mesmo no sofrimento, é uma emoção muito gran-de. Tem de ser assim, com difi culdades. A gente está aqui para torcer, para dar o sangue pelo Brasil”, afi rmou, eufórico, o educador físico James Alves, 45.

Quem também estava em êxtase era a autônoma Vivia-ne Araújo, 32. De acordo com ela, o arqueiro Júlio César “lavou a alma e a honra” na disputa de pênaltis. Apesar do sufoco e do pouco futebol apresentado, ela está con-fi ante no hexa. (AT)

Goleiro Júlio César salvou a pátria

Mesmo no sofrimen-to, é uma emoção muito grande. Tem que ser assim, com

difi culdades. A gente está aqui para dar o sangue pelo Brasil

James Alves, educador

Torcedora tra-duziu a angús-tia que cada brasileiro sentiu ontem na dispu-ta de pênaltis

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D11MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014

Com a vitória decidida nos pênaltis, torcedores vibraram com o Brasil que avançou para as quartas de fi nal. No Fifa Fan Fest, pelo menos 15 mil pessoas assistiram à partida que eliminou a seleção chilena da Copa

Haja coração!Aproximadamente 11

mil pessoas assis-tiram à vitória do Brasil sobre o Chile,

nos pênaltis, ontem, na Fifa Fan Fest, realizada no com-plexo turístico Ponta Negra. Até o fi nal da tarde, mais de 15 mil pessoas já haviam passado por lá.

Entre os torcedores, o pre-feito de Manaus, Arthur Virgí-lio Neto, acreditou na seleção até o último minuto. “Está difícil, mas sou mais Brasil”, afi rmou o prefeito logo após o tempo normal de partida, quando o jogo foi levado à prorrogação e, posteriormen-te, à decisão por pênaltis.

“Oitavas com cara de fi -nal. Não deu para conter a emoção e o grito de vitória ao término desse confron-to. Júlio César mostrou que foi uma escolha acertada de Felipão. Vamos juntos todos, para frente Brasil”, reagiu o prefeito no fi nal do confronto e com a vitória garantida por duas grandes defesas do go-leiro da seleção brasileira.

Arthur convidou a popula-ção a continuar participando

da Fan Fest na Ponta Negra. “Ainda temos muitos jogos, muitas atrações e uma gran-de estrutura. Aqui a festa é sempre tranquila e com muita alegria”, afi rmou.

ComemoraçãoTradicionalmente vestida

de verde e amarelo, a tor-cida, que assistia ao jogo em clima de forte tensão, vibrou quando David Luiz fez o primeiro gol contra o Chile. Mas foi durante os pênaltis que os torcedores comemo-raram com mais entusiasmo,

quando Júlio César defendeu os chutes de Pinilla e, por fi m, o de Alex Sanchez, de-fesa que garantiu a vitória da seleção brasileira nas oitavas de fi nal.

“Foi um jogo muito emocio-nante, mas a maior emoção foi ver a torcida amazonen-se concentrada e animada durante a partida. Estamos classifi cados para as quartas de fi nal e esse mundial fi cará cada vez mais emocionan-te agora”, afi rmou o dire-tor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Ber-nardo Monteiro de Paula.

Após um dos jogos mais longos da Copa do Mundo, o DJ carioca Marlboro subiu ao palco para animar ainda mais o público presente. Amazo-nenses e turistas dançaram ao som do funk carioca, estilo criado pelo DJ no fi nal da década de 1980.

À noite, após o jogo entre Colômbia e Uruguai, a banda amazonense Redphone sobe ao palco para tocar rock/pop nacional. A festa encerrou às 20h.

Não deu para conter a emoção e o grito de vitória ao térmi-no desse confronto. Júlio César mostrou que foi uma escolha acertada de Felipão

Arthur Virgílio Neto, prefeito de Manaus

Em outro ponto da ci-dade, na avenida Itaúba, no Jorge Teixeira, milhares de pessoas assistiram à partida no telão montado pela Prefeitura de Manaus para as exibições públicas dos jogos. O clima de ner-vosismo marcou a torcida que vibrava a cada lance da seleção verde-amarela. Após a confi rmação da clas-sifi cação brasileira para as quartas de fi nal, a come-moração foi intensa. Para manter o clima de alegria, o DJ Kleber Romão, a banda Guetto e a dupla sertaneja Rodrigo Raniely e Monalisa

fi zeram o público dançar ao som de vários ritmos.

“Para nós é uma satis-fação muito grande po-der cantar em um evento

como esse, principalmen-te depois de uma vitória suada como essa. Que venha o próximo jogo”, declarou Rodrigo.

A transmissão pública na avenida Itaúba acontece novamente na próxima sex-ta-feira, 4, quando o Brasil entra em campo pelas quar-tas de fi nal. “Assim como em todo jogo do Brasil, nós estamos trazendo atrações locais que agitem o públi-co. Então, para sexta-feira, mais cantores, bandas e DJ. A festa continua”, afi rmou Gisa Almeida, gerente de produção da Manauscult.

Depois do nervosismo, muita festaITAÚBAO clima de nervosismo marcou a torcida que vibrava a cada lance da seleção. Após a confi rmação da classi-fi cação brasileira para as quartas de fi nal, a comemoração foi intensa

O Parque Municipal do Idoso, que fi ca no bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul da cidade, normalmente é um ponto encontro dos idosos que residem em Manaus. Com várias programações fo-cadas nas pessoas que já estão na terceira idade, o parque virou um ponto de encontro para as famílias, durante o período da Copa do Mundo.

Em todos os jogos da seleção brasileira, a admi-

nistração do parque monta um telão no centro de con-vivência do local. Com uma ótima estrutura montada para receber os torcedores da Melhor Idade, o parque recebeu durante a partida de ontem um grande número de famílias.

“É ótimo ver o clima que tomou conta do parque. Sou frequentadora do local e vim torcer pela seleção brasi-leira aqui. Gostei muito de ver o espaço sendo ocupado por famílias. Podemos ver

várias crianças correndo e brincando. Isso sempre ale-gra o ambiente”, disse a apo-sentada Julia Lima, 68, que aproveitou para convidar os moradores da cidade a irem conhecer o parque.

“O parque é muito boni-to e tem várias atividades diariamente. A população manauense deve aproveitar e conhecer o espaço. Podem fazer várias atividades físi-cas no local. Sem falar que é muito seguro”, fi nalizou a feliz torcedora.

Parque do Idoso também é ‘point’

Torcedores vibraram com a vitória do Brasil nos pênaltis

DIEGO JANATÃ

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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D12 MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014

Na terra dos bumbás,Quando a seleção brasileira entrou em campo contra o Chile, torcedores de Garantido e Caprichoso se uniram num único coro

a torcida é pelo Brasil

Os paredões com toa-das, forró ou mesmo funk espalhados em diversos pontos de

Parintins foram surpreenden-temente silenciados em pleno segundo dia do 49º Festival Fol-clórico. Por mais de 120 minu-tos, até os sofridos momentos dos pênaltis, a terra dos bum-bás parou para acompanhar a transmissão do jogo da seleção brasileira contra o Chile. Desde cedo, turistas e moradores da ilha, deram uma folga nas blusas das agremiações para adotar o uniforme do Brasil.

As famílias se reuniram para torcer pela seleção. Outros op-taram por reservar um bom local em frente aos telões espalhados por estabelecimentos em toda a ilha, de preferência que driblas-se o sol - impiedoso por grande parte do dia de ontem. Todo lugar era lugar para se proteger do sol e torcer pela seleção, fosse embaixo das copas das árvores, de tendas ou mesmo do teto dos triciclos. Quem não conseguiu um local com o míni-mo de conforto, pareceu não se incomodar em assistir a partida em pé, no meio da rua.

primeiro tempo do jogo, um dos poucos momentos come-morados foi do gol do zagueiro Davi Luiz. Nos primeiros minu-tos, as quedas dos jogadores motivadas por faltas virou mo-tivo de piada entre os expecta-dores, que mantinham o bom humor. “Excesso de ‘frescura’ em campo ganha cartão rosa”, brincou um torcedor. Contudo, a tensão acompanhou os tor-cedores após o empate chileno, até o fi nal da prorrogação.

Ataques de ambas as sele-ções levantavam os torcedo-res, que levavam as mãos à cabeça. A anulação do gol de Huck, também irritou a pla-teia. “Meu coração é fraco”, gritou outro torcedor, revoltado com o jogo.A defesa de Julio César no segundo tempo ali-viou a torcida que disparou em uníssono um “Uuuuu”.

Os 30 minutos de prorrogação sem gols brasileiros também judiaram dos torcedores. O pavor durante os pênaltis foi tão profundo, que não faltaram promessas de todos os tipos. Sob pressão, houve torcedor que prometeu até “virar a casaca” e torcer pelo boi contrário na segunda noite do festival. “Meu Deus, se o Júlio César agarrar eu torço para o Caprichoso hoje”, comprometeu-se a torcedora do vermelho.

As cobranças de Davi Luiz, Marcelo e Neymar animaram a torcida. Contudo as defesas do goleiro Júlio César e a sorte da seleção tiraram o fôlego dos presentes. Após soltar o grito preso no peito, as pessoas se abraçaram e tomaram as ruas de Parintins em festa. As cor-

netas e o buzinaço ecoaram por todo o fi m do dia, assim como o som das toadas.

Adereços na ruaAlgumas ruas de Parintins

estão tomadas com as co-res da bandeira brasileira, que dividem espaço com o vermelho e o azul dos bum-bás. O asfalto da rua Cordovil também ganhou cor, com a pintura da bandeira, do Fu-leco (o mascote da Copa) e do símbolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os famosos triciclos da cidade também fazem referência as cores da bandeira nacional. Ao lado dos estandartes dos bois, a bandeira brasileira também tem um lugar reservado, sobre os muros das residências dos parintinenses.

TODO CANTOPor todos os cantos da ilha era possível ver pessoas em frente a televisores torcendo pela seleção brasileira, nem mesmo o forte sol do início da tarde de-sanimou quem espera-va o triunfo do Brasil

Verde, amarelo, vermelho e azul coloriram as ruas de Parintins

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Se os bares e restaurantes atraíram uma clientela maci-ça antes, durante e após do jogo, artesãos e comerciantes reclamaram da baixa venda de produtos nas cores ver-de amarelas. O comerciante Antônio Pereira, 34, disse que já tem reduzido o valor dos produtos para ver se anima a freguesia. Há oito anos, o cearense deixa o nordeste para vender bolsas, chapéus, e calçados aos visitantes da ilha durante o festival.

“Este foi o pior festival. As pessoas não estão compran-

do por conta da crise em todo país e quem tem dinheiro, se segura ao máximo. Estou baixando os valores para ver se não pago muito em frete na volta”, disse.

De olho na Copa, ele até criou um chapéu estilizado com o verde amarelo mis-turado a imagem dos bois. A novidade conquistou uma freguesa. “Comprei para mi-nha mãe que disse que só iria torcer se tivesse o kit completo, ela queria um cha-péu exatamente assim com as cores do Brasil e do boi.

E ainda quer um brinco para combinar”, disse a professora Maria Tavares, 28, que conse-guiu cumprir a missão.

Para chamar atenção dos clientes, o artesão Expedito Alves de Souza, 52, confeccio-nou um boi nas cores verde e amarela, com uma bola dese-nhada na testa. A ideia deu certo e atrai muitos turistas, que se aproximam do esta-belecimento para tirar foto e, conferir os adereços.

Outros, com muito bom humor, preferiram apelar pela “interferência do além”,

espalhando as mercadorias sobre os muros do cemitério na cidade. “Já anunciei que o nome da minha lojinha é agora pé na cova. Tem gen-te que se diverte, tem umas senhoras que se benzem. É divertido. Escolhi este ponto porque é bem movimentado”, revelou o empresário Wagner Nascimento, 37. E não é que a ousadia tem dado certo, ao contrário de outros comer-ciantes, momentos antes do jogo do Brasil, ele já tinha conseguido vender várias bandeiras.

Comerciantes inovam para faturar mais

Por todos os cantos é possível ver a torcida pela seleção na Copa

FOTOS: IONE MORENO

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E13MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014

A declaração é do cronista Arnaldo Santos, que divide o legado do passado e a perspectiva da Arena da Amazônia como palco esportivo

O radialista e cronista esportivo manauen-se Arnaldo dos Santos Andrade, conhecido

como Arnaldo Santos, tem parte da sua história ligada ao Está-dio Vivaldo Lima. Dividido entre o legado do passado e a pers-pectiva do presente, com a subs-tituição do Vivaldão pela Arena da Amazônia, ele relembra mo-mentos vividos no antigo palco do esporte no Amazonas.

Arnaldo está ligado ao Vivaldão desde a juventude. Testemunhou a conversa do governador Plínio Ramos com seu pai, Caetano, ao comemorar que havia encontrado lugar ideal para o novo estádio na cidade. “Eu ouvi essa conversa, era um jovem de 19 anos de idade. Plínio Ramos falou para o meu pai que na inauguração de uma feira agropecuária, no bairro de Flores, havia encontrado fi nalmente o lu-gar ideal para a construção do novo estádio”, relembra. Ele conta que, apesar de ser jovem, fez parte do grupo executivo de construção do Estádio Vivaldo Lima e transmitiu pela rádio a festa de pré-inaugu-ração do Vivaldão, na década de 70, que contou com a presença da seleção brasileira – que viria a ser campeã da Copa do Mundo naquele ano. ‘‘Trabalhei horas ali dentro do Vivaldão, vi o estádio nascer e seus momentos de glória”, comenta.

Êxtase O radialista relata que o estádio

era êxtase. “O Vivaldão era mais do que um sonho”. O “Colosso do Norte” foi construído para comportar 43 mil pessoas, mas apenas 31 mil lugares eram libe-rados para os jogos. “O estádio fez parte do setor esportivo de Manaus, engloba a moderna Vila Olímpica, a arena poliesportiva e o

sambódromo’’, detalha.Para a época, o estádio era

modernidade, com sistema de som importado da Bélgica, catracas ele-trônicas e o gramado cuidado pelo sistema de irrigação automático com drenagens verticais e horizon-tais. Contudo, Arnaldo diz que para galgar nova fase a esse palco do esporte só havia um caminho como forte estratégia para eliminar os concorrentes: a responsabilidade de Manaus ser cidade-sede após o enunciado da Fifa que a Copa seria no Brasil.

“Ele merecia reforma em suas instalações, estávamos lutando

pela conservação do patrimônio. Quando houve a notícia confi rma-da de que o Brasil sediaria a Copa do Mundo em 2014, foi apontado um único caminho para incluir Manaus como subsede seria sacrifi cando o Vivaldo Lima. O nosso concorrente forte era o Pará, então se fez essa estratégia para ter a chance”, pontua. Arnaldo afi rma que o pla-no de eliminação deu certo e ele esteve dividido entre comemorar a inclusão da cidade e lamentar os 30 anos de glórias rolados no gramado do “Colosso do Norte”. “Sofri muito, só restaria saudade de tantos momentos vividos no palco das grandes emoções como cronista”, conta.

Mesmo consciente da dor, ele esteve presente no primeiro ato de desmo-bilização, ali no centro do gramado do Vivaldão, em meio a convidados e auto-ridades, ouvindo o anunciar a Arena da Amazônia para a Copa do Mundo de 2014. “Era o começo do fi m! Fui até o último degrau da arquibancada do sambó-dromo, ao lado do estádio, assisti à derrubada das pa-redes do Vivaldão, acom-panhei até cair à última”, conta, emocionado, sobre o dia da demolição.

O lado cronista esportivo se afl orou com a perda do Vivaldo Lima, dando a ele a missão de defender o passado com a moderni-dade do presente. “Dei a mim, como principal mis-são, defender o estádio Vivaldo Lima. Seu legado foi servir tantas gerações no esporte. O sacrifício

dele nos está permitindo permanecer nesta história, pois há 64 anos torcemos pelo nosso país jogando em outro território”.

Umas das reivindicações foi a permanência do nome Vivaldo Lima, em respeito ao entusiasta do esporte amazonense, cujo nome foi atribuído ao estádio de fu-tebol. “Fui contra ao nome Arena da Amazônia e já dis-se que o Vivaldão continua. Fiquei feliz quando houve a conciliação entre o passa-do e o presente, ao título Arena da Amazônia Vivaldo Lima”, diz Arnaldo.

LeqadoEle demonstra “ciúmes”

se a nomenclatura da arena poderá sustentar os registros marcantes no saudoso Vivaldão. “Creio que o legado dela (arena) poderá ser visto daqui a 30 ou 50 anos, podendo ser

referencial. Isto caberá a partir do momento em que for utilizada. A sua grande arquitetura não substitui o Vivaldão. Embora em meio às críticas sobre a escolha da engenharia alemã, apre-cio esta obra com susten-tabilidade e tecnologia no padrão exigido pela Fifa”.

Apaixonado assumido por jogos em Mundial, ele declara que acompanha o futebol internacional. “Já estive em várias Copas e não apenas torço pelo Brasil, aprecio um bom futebol. Isso me fez co-nhecer requisitos da matriz de responsabilidade, a lei da Copa. Quando o Ama-zonas se candidatou, tenho a visão de que saímos da irresponsabilidade para a responsabilidade. Isso por-que construímos a arena onde falta investimento na saúde e na educação”, concluiu. (DC)

Entre o passado e o presente

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IVO EM

TEMPO

DENY CÂNCIO Especial EM TEMPO

Arnaldo conta que, apesar de ser

jovem, fez parte do grupo executivo de

construção do Está-dio Vivaldo Lima

‘Vivaldãoum sonho’era mais que

Sofri muito, só res-taria saudade de tantos momentos vividos no palco

das grandes emo-ções como

cronista

Arnaldo Santos,cronista esportivo

cronista Arnaldo Santos, que divide o legado do passado e a perspectiva da Arena da Amazônia como

sambódromo’’, detalha.Para a época, o estádio era

modernidade, com sistema de som importado da Bélgica, catracas ele-trônicas e o gramado cuidado pelo sistema de irrigação automático com drenagens verticais e horizon-tais. Contudo, Arnaldo diz que para galgar nova fase a esse palco do esporte só havia um caminho como forte estratégia para eliminar os concorrentes: a responsabilidade de Manaus ser cidade-sede após o enunciado da Fifa que a Copa seria no Brasil.

“Ele merecia reforma em suas instalações, estávamos lutando

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Arnaldo conta que, apesar de ser

jovem, fez parte do grupo executivo de

construção do Está-dio Vivaldo Lima

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mais queum sonho’

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Aseleção brasileira segue viva na Copa do Mundo do Brasil. após o jogaço con-

tra o Chile, que foi decidido nos pênaltis, depois de dois tempos de uma sofrida da prorrogação. E como Ney-mar e companhia contam com a confi ança da torcida brasileira para passar pelo próximo adversário, em Ma-naus, a população poderá se reunir nas tradicionais ruas enfeitadas espalhadas pela cidade para empurrar “a família Scolari”. Antes do começo do Mundial, a pre-feitura manauense realizou um concurso que premiou as 10 ruas mais bonitas da cidade. Entre elas, as mais conhecidas são: a rua Santa Isabel, Praça 14, Zona Sul, a rua 3, Alvorada, Zona Cen-tro-Oeste, e a rua Leonardo Malcher, Centro.

Pioneira, a rua Santa Isa-bel é a mais tradicional

do Brasil quando o assunto é

ornamentação para a Copa do Mundo. O costume, que teve início no Mundial de 1982 disputado na Espa-nha, consiste na união dos moradores da rua, que ini-ciaram os preparativos para a ornamentação no começo do ano passado, tão logo o projeto fi nal da decoração fi cou pronto.

“Em toda Copa, a comuni-dade se reúne e planejamos o que vamos fazer. O trabalho começou em 2013. Todos ajudam, desde as crianças até os idosos. As mulheres amaram as fi tas e os ho-mens sobem nas escadas. Fizemos bingos, rifas e ven-demos comidas para arreca-dar o dinheiro. É gratifi cante ver nossa rua reconhecida mundialmente. Imprensa de todos os cantos vieram fazer matéria aqui”, disse o coor-denador da ornamentação da rua Santa Isabel, Jucimar Pinto, 32, mais conhecido como Simbá pelos vi-zinhos.

Morando no local há

As armas e os Barões assinalados Que da Ocident 50 al praia Lusitana

Concurso promovido pela prefeitura premiou as dez ruas mais belas da cidade, três, porém, se destacam e caíram “nas graças” do torcedor manauense

Moradoressta e belezado Mundial

THIAGO FERNANDOEquipe EM TEMPO

Ruas fi cam repletas de torcedores em dias de jogos do Brasil

garantemclima de fe

aos dias

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D15MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014

mais de 40 anos, Jucimar re-vela que é muito gratifi cante ver os visitantes encantados com a beleza da rua. “Essa é a maior recompensa que podemos receber, depois de todo trabalho que tivemos”, resumiu.

A mais bonitaA rua 3 do Alvorada foi

considerada a mais bonita da cidade. Os moradores do local gastaram mais de R$ 60 mil para fi nalizar a obra de arte que enfeita o bairro e atrai, diariamente, cerca de mil visitantes. Esse número aumenta nos dias em que a seleção comandada pelo treinador Luiz Felipe Scolari entra em campo. Competindo no consurso promovido pela prefeitura de Manaus desde a Copa da Alemanha em 2006, Everton Vieira afi rma que cada morador da rua se orgulha do resultado fi nal que con-seguiram. “Formamos uma comissão composta por 10 membros que deram ideias para fi nalizar o projeto. O es-forço foi grande. Trabalhamos dia e noite, mas cada morador se orgulha pelo resultado fi -nal”, explicou o morador que foi um dos coordenadores do projeto.

Segundo o coordena-dor da Rua Leo-

nardo Mal-c h e r ,

que fi ca localizada no centro de Manaus, Felipe Mesquita, o clima que toma conta da rua em dias de jogos é o mais legal da cidade. Atraindo cerca de dois mil torcedores por par-tida, as famílias manauenses estão convidadas para acom-panhar as partidas do Brasil no local. “Convido todos os torcedores para acompanhar mais um duelo da seleção bra-sileira aqui na rua. O ambiente é familiar e muito agradável. A maioria do público é formado por famílias. Vamos torcer por mais uma vitória do time ca-narinho”, convidou Felipe.

Festa garantidaEm todas as ruas, a festa

começará pela manhã e não tem hora para acabar. Na rua Santa Isabel, a popula-ção amazonense e os turis-tas poderão assistir à partida do Brasil por meio dos dois telões que estão instalados no local. Em todos os locais de festa é possível encontrar barraquinhas com a venda de comidas e bebidas. Nas ruas em que a prefeitura premiou o esforço dos moradores com telões para a exibição de jogos também haverá a realização de shows a apresentação de DJs para animar os tor-cedores no intervalo e após o término da partida.

Moradoressta e belezado Mundial

Moradores se envolvem em todas as etapas da ornamentação das ruas

Projeto de ornamen-tação foi elabadorado desde o ano passado

garantemclima de fe

aos dias

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D16 MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014

ESPECIAL COPA 2014EDIÇÃO Michele GouvêaTricia Cabral

REPORTAGENS André Tobias, Deny CâncioRaphael Lobato e Thiago Fernando REVISÃO

Gracicleide Drummond DIAGRAMAÇÃOKleuton Silva, Klinger Santiago, Leonardo Cruz, Marcelo Robert, Mario Henrique Silva e Pablo Filard

TRATAMENTO DE IMAGENSAdriano Lima

Brasil é recordeNúmero de telespectadores marca a transmissão dos jogos do Mundial. Americanos e brasileiros se destacam na primeira fase

de audiência no exterior

A audiência da primei-ra fase de jogos da Copa do Mundo, que está sendo realizada

no Brasil, bateu recordes em vários países, conforme dados da Fifa. O Ministério do Tu-rismo (MTur) já estimava um aumento de 12,5% no número de telespectadores, em rela-ção à última Copa, na África do Sul, vista por 3,2 bilhões de pessoas. Nos números es-timados pelo MTur, cerca de 3,6 bilhões de pessoas devem assistir aos jogos em todo o mundo, quase metade da população da Terra.

A audiência recorde em alguns países, nos primeiros dias da Copa, revela o inte-resse do público pelo esporte e pelo país. Para o ministro do Turismo, Vinicius Lages, a oportunidade de exposição ajuda a construir uma ima-gem positiva do Brasil. “Pa-íses como África do Sul e Alemanha, que já realizaram a competição, se benefi cia-ram da exposição na mídia. Assim como eles, a expec-tativa é um aumento de até 10% no número de turistas estrangeiros nos próximos anos no país”, diz.

ManausA partida entre Estados Uni-

dos e Portugal, em Manaus, alcançou um recorde histó-rico de espectadores para a ESPN norte-americana, com média de 18,2 milhões de pessoas e picos de audiência

chegou de até 22,9 milhões. Na estreia americana contra Gana, dia 16 de junho, houve 11,1 milhões de telespecta-dores número que já tinha sido recorde da emissora em uma partida de Copa. Outros 4,8 milhões de telespectado-res dos EUA viram pela Uni-vision, em espanhol, número superior a qualquer outro esporte em 2014.

Já no jogo entre Chile e Aus-trália, por exemplo, cerca de 2,3 milhões de telespectadores assistiram à SBS na Austrália,

terceira maior audiência es-portiva da televisão em 2014, mais do que a fi nal do Aberto de Tênis da Austrália, o primeiro dos torneios de tênis do Grand Slam. Segundo a Fifa, os tor-cedores e telespectadores de Brasil, Japão, Alemanha, Reino Unido, Argentina, França, Ho-landa, Croácia e Itália foram responsáveis pelas principais audiências das emissoras que transmitiram os jogos nos res-pectivos países.

MANAUSA partida entre EUA e Portugal, em Manaus, alcançou um recorde his-tórico de espectadores para a ESPN norte-ame-ricana, com média de 18,2 milhões de pessoas e picos de audiência che-gou de até 22,9 milhões

Uma das partidas de maior audiência na primeira fase-foi entre EUA e Portugal, na Arena da Amazônia

Copa das Confederações, em 2013, ajudou O número recorde é dos bra-

sileiros, na partida de estreia da seleção brasileira, dia 12, contra a Croácia. Foram 42,9 milhões de pessoas que as-sistiram ao jogo pela TV Glo-bo, detentora dos direitos de transmissão no país e que mar-cou a maior audiência de um evento esportivo no Brasil, em 2014. Na Croácia, 1,5 milhão de telespectadores assistiram à HTV2, também maior audiên-cia televisiva em 2014.

A projeção de audiência de cerca de 3,6 bilhões de espec-tadores feita pelo Ministério do Turismo está baseada no alcance que o país conseguiu com a Copa das Confedera-ções, em 2013. Segundo um estudo do MTur sobre o im-pacto econômico e social do evento, a audiência média das partidas da Copa das Con-federações Fifa Brasil 2013 subiu 50% em relação à úl-tima edição da competição, também sediada na África do Sul – e muito disso se deve à capacidade e infraestrutura do Brasil de geração e difusão das imagens.

Segundo a Fifa, a Copa do Mundo do Brasil terá 73 mil horas de transmissão de TV para mais de 200 países, o equivalente a um aparelho de TV ligado por 8 anos.

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O número recorde é dos bra-sileiros, na partida de estreia da seleção brasileira, dia 12, contra a Croácia. Foram 42,9 milhões de pessoas que as-sistiram ao jogo pela TV Glo-bo, detentora dos direitos de transmissão no país e que mar-cou a maior audiência de um evento esportivo no Brasil, em 2014. Na Croácia, 1,5 milhão de telespectadores assistiram à HTV2, também maior audiên-cia televisiva em 2014.

A projeção de audiência de cerca de 3,6 bilhões de espec-tadores feita pelo Ministério do Turismo está baseada no alcance que o país conseguiu com a Copa das Confedera-ções, em 2013. Segundo um estudo do MTur sobre o im-pacto econômico e social do evento, a audiência média das partidas da Copa das Con-federações Fifa Brasil 2013 subiu 50% em relação à úl-tima edição da competição, também sediada na África do tima edição da competição, também sediada na África do tima edição da competição,

Sul – e muito disso se deve à capacidade e infraestrutura do Brasil de geração e difusão das imagens.

Segundo a Fifa, a Copa do Mundo do Brasil terá 73 mil horas de transmissão de TV para mais de 200 países, o equivalente a um aparelho de TV ligado por 8 anos.

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