pmt2200aula1em2010-Materiais_Compositos

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PMT 2200 em 2010 Tópico 1: Compósitos 1 Materiais Compósitos  Autor: Fernando Landgraf Baseado no Cap. 17 do Callister. Epoxi-fibra de Carbono, diâmetro de fibra 7 μm. Foto de Gerson Marinucci, IPEN.

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  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos1

    Materiais CompsitosAutor: Fernando Landgraf

    Baseado no Cap. 17 do Callister.

    Epoxi-fibra de Carbono, dimetro de fibra 7 m. Foto de Gerson Marinucci, IPEN.

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 2

    Compsitos

    Princpio da ao combinada: Material multifsico cujas propriedades sejam uma combinao benfica (sinergia) das propriedades das duas ou mais fases que o constituem.

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 3

    Prancha de windsurf um compsito

    Poliestireno expandidoOu PE ou PP expandido

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 4

    Exemplos naturais

    Ossos colgeno, (protena forte mas mole), junto com

    apatita (resistente, rgido, mas frgil)

    Madeira fibras de celulose resistentes e flexveis, envolvidas

    por lignina, mais rgida.

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 5

    Uso de compsitos est crescendo

    admite-se que o Boeing 777 tenha 10% do peso em materiais compsitos http://oea.larc.nasa.gov/PAIS/Concept2Reality/composites.html

    Tipos de compsitos:

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 6

    Estrutura do compsito

    Compsitos de engenharia costuma ter

    Fase matriz + fase dispersaFase matriz:

    polmero (PMC), cermica (CMC) ou metal (MMC)Fase dispersa:

    inmeras possibilidades

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 7

    Relao estrutura - propriedade

    Propriedades do compsito dependem: propriedades da fase matriz e da fase

    dispersa Da natureza da interface matriz-fase dispersa Da geometria da fase dispersa

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 8

    Estrutura dos compsitos

    Propriedades dependem da geometria da fase dispersa Concentrao (a) Tamanho (b) Forma (c) Distribuio (d) Orientao (e)

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 9

    Classificao dos compsitos

    nanocompsitos

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 10

    Compsitos reforados com partculas

    Partculas grandes: maiores que ~1m Matriz transfere parte da carga fase

    dispersa Disperso: ~ 0,01 a 0,1 m

    Aumento de resistncia se d por interaes a nvel atmico ou molecular (assunto do tpico 3).

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 11

    Compsitos com partculas grandes

    Regra das misturas: Propriedade dependem das fraes volumtricas das

    fasesMdulo de elasticidade varia entreLimite superior

    Limite inferior

    Ec u =EmVmEpV p

    Ec l =EmEp

    VmEpV pEm

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 12

    Relembrando Mdulo de elasticidade

    Calcular o mdulo de elasticidade de uma liga de alumnio, com base nos seguintes dados:

    (MPa)

    0 0

    300 0,0041

    600 0,0082

    700 0,10

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 13

    Regra de misturasPartculas de WEm cobre:

    Existe limite superiorE limite inferiorPara E

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 14

    exerccio

    Calcular o mdulo de elasticidade de compsito de matriz de cobre contendo 50% de tungstnio em volume, nas equaes do limite inferior e superior de E.

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 15

    Exemplo de MMC: broca de metalduro

    Partculas de WC em matriz de Co

    WC confere a dureza e a resistncia ao desgaste necessrios ao corte de concreto.Cobalto confere tenacidade.

    Partculas medem ~10 m

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 16

    Exemplo de PMC:borracha do pneu

    Matriz: elastmeroPartculas: negro de fumo (carbono)

    partculas filtram UVe aumentam resistncia mecnica

    Partculas de negro de fumocada uma mede de 20 a 50nm, mas ocorrem aglomeradas.

    Fase elipsoidal bolso de gua na borracha

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 17

    Exemplo de PMC:Compsitos com Nylon

    Matriz: Nylon-6Reforo: nanotubos de carbono(em desenvolvimento, condutividade trmica, resist. mecnica)

    Matriz: Nylon-6,6 + SEBS-g-MAReforo: fibra de vidro(aplicao automobilstica)

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 18

    Exemplo de CMC: concreto

    Matriz: cimento + gua

    Partculas: areia e brita

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 19

    Compsitos reforados por disperso

    Usado nos MMC, quando necessria alta resistncia em alta T (indstria espacial)

    chamados de ODS- Oxide Dispersion Strengthened: Adio de xidos finos

    3% de xido de trio em Ni: o nquel TD Alumina em alumnio

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 20

    Fim da primeira aula. Ler captulo 17 do Callister.

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 21

    Compsitos reforados com fibras

    So os mais comuns. Vantagem alta resistncia ou alta rigidez

    da fibra, aliado a baixa densidade da matriz. Resistncia a trao f Mdulo de elasticidade E Densidade relativa d Resistncia especfica f/d Mdulo especfico E/d

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 22

    Influncia do comprimento da fibra

    Resistncia depende do quanto a carga transferida para a fibraLigao interfacial entre fibra e matriz cessa na ponta da fibra,Deformando a matriz naquela regio.

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 23

    Influncia do comprimento da fibra

    Compsitos reforados com fibras requerem uma adeso moderada entre matriz e fibra :- uma alta adeso entre as duas fases confere boa resistncia mecnica pela transferncia eficiente de carga da matriz para as fibras, porm o material torna-se frgil.- uma baixa adeso resulta em baixa resistncia mecnica, mas a energia absorvida na fratura (tpico 3) aumenta por dissipao de energia durante o processo de descolamento da fibra (puxamento da fibra fiber pullout)

    alta adeso baixa adeso

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 24

    Influncia do comprimento da fibra

    c=f d

    2c. f limite de resistencia da fibra

    . c resistncia ao cisalhamento da interface .d dimetro da fibra

    Em compsitos com fibra de vidro ou carbono, c ~ 1mm para d ~1m

    Fibras contnuas : > 15 cSe no, fibras curtas

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 25

    Fibras contnuas Quando o processo de

    fabricao garante que as fibras fiquem alinhadas, surge a anisotropia das propriedades:

    Propriedades dependem da direo em que aplico carga, em relao direo das fibras

    Fibra curta: alinhada oualeatria

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 26

    Carregamento longitudinalem fibras contnuas e alinhadas

    Estgio I: fibra e matriz escoam elasticamenteEstgio II: matriz entra em regime plstico.Falha em f* mas pode no ser catastrfico

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 27

    Clculo de E do compsito,

    para carregamento longitudinal

    Ec(l) = EmVm+ EfVf

    Para carregamento na transversalEc t =

    EmEfVmEfV f Em

  • PMT 2200 em 2009 Aula 1: Compsitos 28

    Exerccio 1

    Considerar que frao de rea = frao de volume

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 29

    Exerccio 2

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 30

    Anisotropia do limite de resistncia

    material LR trao L(MPa)

    LR trao T(MPa)

    Vidro-poliester 700 20Carbono-epxi 1000 35poliaramida-epxi 1200 20

    Limite de resistncia do compsito na longitudinalPode ser estimado com base no grfico,Mas na transversal muito menor.

    cl=m' 1V f fV f

    Concentrao de fibra 50%

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 31

    Exerccio 17.11 Quer-se produzir um compsito com fibras contnuas e alinhadas,

    tal que ela consista em 30% volume de fibras aramida e 70% volume de uma matriz a base de policarbonato (PC); as caractersticas mecnicas desses dois materiais so:

    Material E (GPa) LR (MPa) Fibras aramida 131 3600 Policarbonato 2,4 65Ainda, a tenso sobre a matriz de PC, quando as fibras aramida

    falham, de 45MPa.Para esse compsito, calcule o limite de resistncia trao

    longitudinal

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 32

    A fase fibra

    3 classes Whiskers Fibras arames

    Monocristais, altssima resistncia, caros

    Policristais ou amorfos, finas

    Dimetros dezenas de micronsex.: arame nos pneus

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 33

    A fase Fibra

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 34

    Compsitos com matriz polimrica

    Matrizes: Termorgidas: Polisteres e vinil-steres, Epxi,

    fenlicas Termoplsticas: PA, PEEK, PPS, PEI (poliamida, polieteretercetona, poli(sulfeto de fenileno), Polieterimida)

    Reforos fibra de vidro (GFRP) fibra de carbono (CFRP) fibras aramidas (poliaramidas)

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 35

    Compsitos de fibra de vidro

    Vantagens Alto f* (3500 MPa), barato, inerte

    Usos Carcaas automotivas e martimas Recipientes de armazenamento

    Limitaes Baixa rigidez (70 GPa) Tmax

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 36

    Fabricao da fibra de vidro

    55%SiO2, 16%CaO, 15%Al2O3, 10%B2O5 e 4%MgO. Dimetros entre 3 e 20m. Muito sensvel a defeitos superficiais da fibra Exposio da fibra atmosfera normal deteriora

    superfcie So recobertas com capa protetora Algumas capas devem ser removidas antes da fabricao

    do compsito. Podem ser usadas na forma de fios, mantas e tecidos

    (ver amostras)

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 37

    Compsitos de fibra de carbono

    Vantagens Baixa densidade relativa (1,8 a 2) Alto E (200 a 700GPa) Retm alto E e alta f em altas T. Inerte a umidade e muito cidos e solventes.

    Usos Equipamento esportivo, aviao, automotivo.

    Limitaes custo

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 38

    Fabricao da fibra de carbono

    Fibras de dimetro 4 a 10m Fibra contem regies de grafita e regies

    no-cristalinas. Produzidas a partir de precursores: rayon,

    poliacrilonitrila e piche. Processo afeta E: existem classes de E

    (padro, intermedirio, alto e ultra alto).

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 39

    Compsitos de fibras aramida(kevlar)

    Vantagens Baixa densidade relativa (1,44) Alta tenacidade Dutilidade permite tecelagem

    Usos Blindagem balstica Artigos esportivos, pneus

    Limitaes Susceptveis a cidos e bases fortes Baixa resistncia compresso Custo (> fibra de vidro)

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 40

    Fabricao das aramidas Poli-parafenileno-tereftalamida Molculas rgidas so alinhadas ao longo da

    fibra

    Ligaes de hidrognio Entre cadeias adjacentes

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 41

    Comparaes entre compsitos de matriz epxi

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 42

    Compsitos de matriz metlica

    Vantagens: alta T utilizao Usos: turbinas aeronuticas, aplic. automotivas Limitaes: custo

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 43

    Processamento de compsitos reforados com fibras

    Pultruso: produtos longos e seo transversal constante.mechas de fibrasUsado com fibras de vidro, carbono e aramidasconcentraao entre 40 e 70% fibras

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 44

    Processo PrepregFibras contnuas pr-impregnadas com resina parcialmente curada.

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 45

    Enrolamento de filamentoUsado na produo de peas ocas.Tanques, tubos, vasos de pressoFios ou mechas so impregnadas e Enroladas ao redor de mandril.

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 46

    Outras aplicaes de compsitos

    Eltricas Magnticas

    P de ferro em matriz isolante polimrica Trmicas

    Nanotubos de carbono

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 47

    Nanotubos de carbono

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 48

    Literatura

    Captulo 17 do W. Callister

  • PMT 2200 em 2010 Tpico 1: Compsitos 49

    Sites interessantes Amostras na aula: http://www.hurner.com.br Notcias: http://www.compositesnews.com/ Ass. Bras. Mat. Compsitos:

    http://www.abmaco.org.br/ http://www.jeccomposites.com/ Nanotubos:

    http://depts.washington.edu/polylab/cn.html Saint Gobain: http://www.sgva.com/ http://oea.larc.nasa.gov/PAIS/Concept2Reality/composites.html