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Plataforma dos Centros Urbanos SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS CONSULTAS PARTICIPATIVAS DO RIO DE JANEIRO Maio 2012

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Plataforma dos Centros Urbanos

SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS CONSULTAS

PARTICIPATIVAS DO RIO DE JANEIRO

Maio 2012

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INTRODUÇÃO

Este relatório sintetiza os dados consolidados do processo de consulta participativa,

realizado no período de maio a julho de 2011, com crianças, adolescentes e adultos que

vivem nas comunidades que integram a Plataforma dos Centros Urbanos na cidade do Rio

de Janeiro.

A metodologia utilizada na consulta foi desenvolvida especialmente para esta finalidade com

o apoio do Instituto Paulo Montenegro, que foi responsável pelo desenvolvimento dos

questionários e pelas orientações à equipe do CEDAPS, que realizou o treinamento dos

membros dos Grupos Articuladores Locais para a aplicação dos mesmos. O Instituto Paulo

Montenegro coordenou ainda a tabulação dos dados e desenvolveu relatórios dos dados de

cada comunidade, elaborando esta síntese geral dos resultados obtidos.

O Instituto Paulo Montenegro é uma organização sem fins lucrativos, criada em 2000 pelas

empresas associadas ao Grupo IBOPE, para desenvolver e executar projetos de

responsabilidade social, empregando sua expertise e conhecimento acumulado na área de

pesquisas em ações que beneficiam a sociedade de forma abrangente e transformadora.

O foco inicial de sua atuação foi a Educação, entendida como essencial para a construção de

uma sociedade mais justa e desenvolvida. Ao longo de mais de 10 anos de atuação, o

Instituto Paulo Montenegro consolidou o programa Nossa Escola Pesquisa sua Opinião

(Nepso) e o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), reafirmando seu papel como

disseminador de práticas educacionais inovadoras e provedor de informações qualificadas

sobre o campo educacional, capazes de fomentar o debate público, estimular iniciativas da

sociedade civil e subsidiar a formulação de políticas nas áreas de educação e cultura.

A partir da experiência na Plataforma dos Centros Urbanos, o Instituto assumiu um novo

desafio: o de atuar em projetos de mobilização social, entendida como estímulo para

reflexão e promoção de ações focadas em demandas específicas, sempre de forma

participativa e sustentável. Em 2011, consolidou uma nova linha programática: o programa

PerguntAção, uma metodologia que contribui para que grupos articulados se organizem

coletiva e participativamente para a realização de um projeto de coleta de dados e opiniões

sobre determinado contexto, identificando demandas e necessidades, expectativas e

percepções do público-alvo definido.

Como todo processo participativo, as consultas realizadas no âmbito da Plataforma dos

Centros Urbanos não possui o mesmo rigor metodológico e estatístico de pesquisas

realizadas por profissionais, mas têm o indiscutível mérito de, além de retratar a opinião dos

segmentos ouvidos durante as entrevistas, provocar o envolvimento, a conscientização, a

mobilização e o protagonismo dos participantes, ampliando o impacto dos resultados e

legitimando seu uso pelos membros da comunidade, mobilizados na garantia dos direitos

das crianças e adolescentes.

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CONTEXTO

Na Plataforma dos Centros Urbanos, a ação nas comunidades tem como atores estratégicos

os chamados Grupos Articuladores Locais, compostos por representantes de organizações

não governamentais, poder público, adolescentes e outros grupos ou organizações de livre

escolha das comunidades. As ações promovidas por estes grupos incluem a mobilização e

articulação da comunidade, o diálogo com redes de serviços públicos e parceiros potenciais,

a participação em atividades de capacitação e a escuta às comunidades sobre os direitos das

crianças e dos adolescentes.

Os Grupos Articuladores atuam em estreita colaboração com os Adolescentes

Comunicadores, apoiando-os em suas atividades, que visam divulgar problemas e soluções

encontradas pelas comunidades no esforço para alcançar seus objetivos, desenvolver ações

e produtos de comunicação e mobilização social, estimular todos os moradores a participar

da Plataforma, envolver e dar voz a outros meninos e meninas.

Os Grupos Articuladores Locais e Adolescentes Comunicadores da cidade do Rio de Janeiro

foram os grandes responsáveis pela realização da Consulta às Lideranças das Comunidades e

Consulta às Crianças e aos Adolescentes

Conforme previsto na metodologia do projeto, o diagnóstico participativo contou com duas

fases: a primeira, no início do ciclo trienal da Plataforma, em 2009, com o intuito de levantar

informações iniciais e que subsidiassem as definições de planos de ação; e a segunda, cujos

resultados são apresentados neste relatório, visando verificar avanços e mudanças ocorridas

durante o processo.

FASE 1 – LEVANTANDO INFORMAÇÕES PARA PLANEJAR

Ao longo de 2009, as comunidades de Rio de Janeiro, São Paulo e Itaquaquecetuba

(município da Região Metropolitana de São Paulo) que participam da Plataforma dos

Centros Urbanos realizaram a primeira etapa de diagnóstico participativo em seus

territórios. Para conhecer melhor sua própria realidade no que diz respeito a crianças e

adolescentes, foram realizadas, após o mapeamento participativo, duas consultas, entre

agosto e novembro de 2009:

1. Uma direcionada a crianças e adolescentes sobre suas condições de vida na

localidade. Nela, foram consultadas mais de 5 mil pessoas entre 7 e 17 anos, além

de mães ou pais representando crianças com até 6 anos de idade. Os questionários

foram digitados pelos próprios adolescentes comunicadores, supervisionados pelo

CEDAPS, em uma base de entrada de dados, criada pelo Instituto Paulo Montenegro

para gerar automaticamente os resultados.

2. Outra direcionada a pessoas de referência comunitária sobre a realidade das

crianças e adolescentes de sua região. Foram, então, consultadas pelos Grupos

Articuladores de São Paulo, Itaquaquecetuba e Rio de Janeiro quase 4 mil lideranças,

educadores, agentes de saúde, assistentes sociais, conselheiros tutelares, familiares,

representantes de moradores, gestores de serviços e de equipamentos públicos,

organizações não-governamentais, movimentos sociais, associações e grupos

variados, entre outros atores diretamente envolvidos com as áreas da infância e

adolescência. Esses questionários foram digitados e processados pelo Instituto e

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pelo CEDAPS, que devolveu para cada comunidade uma sistematização dos dados

coletados.

Ao final desse processo, os resultados de ambas as consultas foram apresentados e

discutidos com os envolvidos nesse processo nos Fóruns Comunitários, servindo como

orientadores na definição de metas comunitárias, baseadas nas prioridades definidas pelo

UNICEF, e de planos de ação de cada Grupo Articulador.

FASE 2 – VERIFICANDO MUDANÇAS PARA CAMINHAR

A partir da realização do trabalho de campo em 2009, Grupos Articuladores e parceiros

técnicos da Plataforma dos Centros Urbanos constataram a necessidade da revisão dos

instrumentos utilizados, sendo essencial adequá-los às demandas e indicações trazidas pelas

comunidades envolvidas no processo.

Entendendo o diagnóstico participativo como uma etapa de um processo construído a

muitas mãos, o Instituto Paulo Montenegro realizou mudanças significativas nos

questionários, tanto aquele aplicado a crianças e adolescentes como aquele a pessoas de

referência e lideranças comunitárias. As revisões realizadas em ambos os questionários

foram baseadas em avaliações, conversas com membros dos Grupos Articuladores Locais,

reuniões com parceiros e outras atividades que reforçam o caráter participativo da iniciativa.

Assim, esse instrumental foi transformado em uma ferramenta mais objetiva e condensada

para monitorar os avanços dos grupos articuladores, suas comunidades e equipamentos ao

longo dos dois anos de projeto, tendo em vista seus objetivos iniciais.

Para a realização, em 2011, de uma nova consulta participativa com base nos instrumentos

revisados, os Grupos Articuladores receberam uma formação específica, entrando assim em

contato com a nova versão do questionário, construída a partir de suas propostas e

recebendo orientação para essa mais etapa de coleta de dados.

Assim como na primeira fase de diagnóstico participativo, os resultados da consulta foram

apresentados nos Fóruns Comunitários de cada comunidade. Uma vez que esta segunda

fase visava evidenciar mudanças percebidas ao longo dos três anos de atuação da

Plataforma dos Centros Urbanos para identificar os avanços realizados, esses dados serviram

para orientar a avaliação das metas comunitárias instituídas no primeiro Fórum.

Visto que o questionário ganhou uma nova configuração, os resultados obtidos em 2009 não

podem ser diretamente comparados com aqueles apresentados a seguir. Ainda assim,

sempre que possível os resultados da fase anterior serão utilizados como referência para

esta análise:

1. Avaliação geral de cada mudança: metodologicamente aplicada de forma igual nos

dois anos, pode ser utilizada para a comparação direta dos resultados de ambos os

anos.

2. Em 2011, o questionário investigou a percepção dos entrevistados sobre a tendência

de mudança, durante os dois anos de atuação da Plataforma dos Centros Urbanos,

tanto em cada serviço oferecido pelo poder público quanto no comportamento da

população.

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A METODOLOGIA DAS CONSULTAS PARTICIPATIVAS NO ÂMBITO DA

PLATAFORMA DOS CENTROS URBANOS

Desde sua concepção inicial, foram estabelecidas duas abordagens distintas para trabalhar

com os diferentes públicos, de acordo com sua faixa etária:

• A consulta a crianças e adolescentes baseia-se em entrevistas aplicadas em grupo,

incentivando a reflexão e o debate entre os participantes, a partir de instrumentos de

coleta adequados em linguagem e conteúdo;

• A consulta a pessoas de referência é aplicada individualmente aos entrevistados, a partir

de um questionário que permite o aprofundamento, de forma mais qualificada, dos

temas ligados à garantia dos direitos da criança e do adolescente.

Apresentamos a seguir, separadamente, os resultados obtidos em 2011, enfatizando que as

transformações de ambos contaram com a participação dos adolescentes comunicadores e

de outros membros dos Grupos Articuladores.

1. CONSULTA A CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Em cada comunidade, dois adolescentes realizaram esta consulta, por meio de entrevistas

em grupo, com o apoio de um representante do Grupo Articulador de cada comunidade.

Cada dupla de adolescentes convidou para participar da consulta grupos de até doze

meninos e meninas, separados por faixas etárias: 7 a 10 anos; 11 a 14 anos; e 15 a 17 anos.

A metodologia se articula em três etapas:

1) A aplicação de um questionário a ser preenchido individualmente por cada participante,

após leitura coletiva por parte do Adolescente Comunicador. O questionário abordava

todas as áreas consideradas prioritárias pela Plataforma dos Centros Urbanos,

diretamente vinculadas com os direitos das crianças e adolescentes:

� MINHA COMUNIDADE

� MINHA ESCOLA

� AS PESSOAS DA COMUNIDADE

� MINHA ATUAÇÃO E PARTICIPAÇÃO NA COMUNIDADE / MEUS DIREITOS E DEVERES

� MINHA VIDA PESSOAL E FAMILIAR

Cada uma dessas áreas temáticas é composta por um bloco com a mesma estrutura:

• Uma bateria de no máximo 15 frases, que descrevem situações com as quais o

entrevistado pode dizer que “concorda totalmente”, “concorda mais ou menos” ou

“não concorda”.

Dada a faixa etária dos entrevistados e dos próprios Adolescentes Comunicadores,

convertidos em entrevistadores e mediadores do diálogo entre os componentes de cada

grupo, o questionário foi construído com todos os cuidados necessários tanto em

termos de linguagem quanto éticos.

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2) A síntese das respostas individuais em um painel de modo a permitir a todos os

presentes a visualização dos pontos mais positivamente avaliados, assim como a

identificação daqueles que requeriam uma atenção mais urgente.

3) A discussão com o grupo, promovida pelos Adolescentes Comunicadores a partir desta

síntese, visando dar a todos a possibilidade de expressar-se sobre o tema e consolidar os

conceitos no grupo.

2. CONSULTA A PESSOAS DE REFERÊNCIA

Esta consulta, com base em um questionário estruturado, foi aplicada por membros dos

Grupos Articuladores por meio de entrevistas individuais. Seu público alvo eram pessoas de

referência das comunidades participantes da Plataforma dos Centros Urbanos, ou seja,

representantes dos serviços públicos oferecidos aos moradores da comunidade,

participantes de movimentos da sociedade civil (ONGs, associações, movimentos, etc.),

lideranças religiosas, moradores, produtores culturais, etc..

Para garantir a representatividade do conjunto de pessoas que vivem e/ou trabalham nas

comunidades, a opinião de diferentes faixas de idade e ambos os sexos foi ouvida.

Com base neste contexto, foi desenvolvido um questionário dividido em seis blocos

temáticos, de acordo com as mesmas áreas definidas pela Plataforma dos Centros Urbanos

para possibilitar o monitoramento das ações dos Grupos Articuladores:

� SOBREVIVER

� APRENDER

� CRESCER SEM VIOLÊNCIA

� PARTICIPAÇÃO DO ADOLESCENTE

� RESPEITO À DIVERSIDADE E SER PRIORIDADE ABSOLUTA NAS POLÍTICAS

PÚBLICAS

� PROTEGER-SE DO HIV/AIDS

Cada bloco continha o mesmo conjunto de perguntas:

• Uma pergunta de avaliação geral sobre as áreas que caracterizam cada uma das

mudanças. (O entrevistado deve responder se acha que aquela questão, de modo geral,

está “Muito Boa”, “Boa”, “Regular”, “Ruim”, “Péssima”)

• Duas perguntas de baterias de frases, uma para avaliar os serviços oferecidos e a outra

para avaliar o comportamento da população. (Para cada uma das frases, o entrevistado

deve dar uma nota e depois deve dizer se acha que aquele serviço ou comportamento

“Melhorou”, “Está igual” ou “Piorou” desde 2009)

Sobre as frases:

� Sempre correspondem a um resultado esperado dos serviços de

atendimento ou comportamentos da população.

� São sempre afirmativas e não perguntas.

� Sempre descrevem situações pelo lado positivo.

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• Concluídos os blocos, o questionário encerrava-se com uma pergunta aberta na qual o

entrevistado poderia fazer comentários, deixar sugestões ou manifestar sua opinião

sobre o trabalho na Plataforma dos Centros Urbanos.

Por que nota e tendência de mudança?

� Nota: de mais fácil compreensão pelos

diversos públicos envolvidos.

� Tendência: evolução em relação à situação

anterior, possibilitando a comparabilidade

entre dois questionários diferentes.

Sobre as frases:

� Sempre correspondem a um resultado

esperado dos serviços de atendimento ou

comportamentos da população

� São sempre afirmativas e não perguntas

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PRINCIPAIS RESULTADOS DA CONSULTA PARTICIPATIVA A CRIANÇAS E

ADOLESCENTES

A Consulta Participativa a Crianças e Adolescentes foi realizada em 41 comunidades

participantes da Plataforma dos Centros Urbanos na cidade do Rio de Janeiro. Esta iniciativa

permitiu mais uma vez ouvir, através de um mecanismo sistemático de pesquisa de opinião,

a voz de 2.065crianças e adolescentes de ambos sexos, sendo:

• entre 7 e 10 anos: 679

• entre 11 e 14 anos: 719

• entre 15 e 17 anos: 673

Conforme explicado anteriormente, o questionário era composto por frases com as quais o

entrevistado deveria “concordar totalmente”, “concordar mais ou menos” ou “discordar”.

Atribuindo-se uma pontuação numérica a cada um destes graus de concordância foi possível

ter uma “nota” para cada questão (variando de 1 a 10). A média destas notas gerou uma

“nota média” para cada área temática:

2009 2011

• Minha Comunidade 5,6 6,0

• Minha Escola 6,8 6,9

• Meus Relacionamentos na comunidade 7,0 7,0

• Minha Participação na comunidade 5,4 4,7

• Minha vida pessoal e familiar 7,5 7,5

Na tabela acima é possível verificar que não houve variação significativa na avaliação geral

de cada área temática em comparação com a consulta realizada em 2009.

As tabelas abaixo mostram o detalhamento de cada área temática, em 2011 :

MINHA COMUNIDADE 2011

TOTAL 7 A 17 ANOS 6,0

Gosto de morar onde moro. 8,0

Dá para eu ir a pé de casa até a escola. 7,3 Eu tenho um lugar seguro para brincar bem perto de casa / Na minha comunidade, tenho oportunidade de participar de atividades esportivas e culturais ou ir a lugares legais para encontrar meus amigos e fazer coisas juntos.

7,2

Existem lugares na minha comunidade onde posso ter contato com a natureza. 6,2

Eu me sinto seguro no caminho de casa até a escola. 6,1 Posso contar com ajuda de profissionais da saúde ou da assistência social, que sabem tratar de assuntos específicos dos adolescentes. (só11+)

5,9

Eu me sinto seguro em relação ao trânsito em minha comunidade. 5,1

A maioria dos lugares da minha comunidade são limpos, sem poluição do ar, bem iluminados e não trazem riscos à saúde dos moradores.

4,4

Na minha comunidade, tem uma biblioteca onde posso pegar livros emprestados para ler em casa.

3,6

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Como podemos ver na tabela acima, as crianças e adolescentes que vivem nas comunidades

populares do Rio de janeiro que participam da Plataforma dos Centros Urbanos:

• Reagem positivamente diante de uma afirmação subjetiva como “gosto de morar onde

moro”

• Avaliam positivamente a possibilidade de poder ir a pé para a escola e a possibilidade

de frequentar espaços na comunidade onde possam conviver com coetâneos;

• São mais cautelosos quanto à possibilidade de acesso a lugares onde possam ter contato

com a natureza, quanto á sensação de segurança no trajeto para a escola e a quanto à

possibilidade de contar com a ajuda de profissionais da saúde ou da assistência social

com habilidade para tratar de assuntos específicos dos adolescentes

• Avaliam com notas abaixo da média as condições de limpeza e salubridade dos espaços

da comunidade

• Não dispõem, na maior parte dos casos, de um local na comunidade onde possam ter

acesso a material de leitura;

MINHA ESCOLA 2011

TOTAL 7 A 17 ANOS 6,9

Estou matriculado e frequento a escola. 9,5

Na escola eu pratico Educação Física (esportes e jogos). 8,9

Aprendi na escola sobre cuidar e respeitar a natureza e comer alimentos saudáveis. 7,8

Na escola, eu tenho cadernos, canetas e livros nas quantidades que preciso. 7,7

Na escola tem água boa para beber à vontade. 7,6

Eu me sinto seguro na escola. 7,3

Na escola, aprendo coisas interessantes que se relacionam com a minha vida. 7,2 Meus professores conversam com pessoas da minha família sobre meu aproveitamento na escola. 6,9

Minha sala de aula é espaçosa, ventilada e bem iluminada. 6,8

Minha escola tem condições de receber alunos com algum tipo de deficiência. 6,1

Minhas idéias são ouvidas pelos professores da escola. 6,0

Tenho aulas todos os dias, sem problemas de falta de professores. 5,9

Posso estudar em escolas perto da minha casa e no horário que eu prefiro. (só11+) 5,8

Os banheiros da escola são limpos e as crianças podem usá-los sem problemas. 5,5 Posso ficar na escola depois das aulas, fazendo outras atividades (esportes, aulas extras, reforço, etc.). 5,2

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No que diz respeito à escola, as crianças e adolescentes entrevistados:

• Declaram, em sua grande maioria, que estão matriculados e frequentam a escola e

avaliam positivamente a possibilidade da prática de Educação Física

• Também majoritariamente positiva a avaliação quanto à aprendizagens relacionadas à

conservação do meio ambiente e de uma alimentação saudável bem como a

disponibilidade, em suas escolas, de materiais escolares, como cadernos, livros, canetas

e de água potável em abundãncia

• Apresentam uma opinião um pouco menos positiva em relação ao sentimento de

segurança na escola e ao conteúdo das matérias escolares ao concordarem com a

afirmação “aprendo coisas interessantes na escola, que se relacionam com a minha

vida”

• Num patamar ligeiramente inferior, nas sempre positivas as avaliações relacionadas ao

diálogo entre professores e membros da família sobre o aproveitamento escolar assim

como assim como à infra-estrutura das salas de aula (levando em conta espaço,

ventilação e iluminação);

• O penúltimo bloco de notas se refere à adequação da escola para alunos com

deficiência, à possibilidade de ter suas ideias levadas em conta pelos professores, à

assiduidade dos professores e à possibilidade dos adolescentes estudarem em escolas

próximas a suas casas e no horário de sua preferência

• As avaliações mais críticas referem-se às condições de limpeza e conservação dos

banheiros da escola e à possibilidade de praticar atividades no contraturno escolar.

AS PESSOAS DA COMUNIDADE 2011

TOTAL 7 A 17 ANOS 7,0

Tenho orgulho de minhas origens, minha cor, minha cultura e minha religião. 9,1

Sempre encontro outras pessoas da minha idade para sair ou conversar. 8,3

Tenho amigos de diferentes raças e origens e convivemos em harmonia, sem preconceitos.

8,3

Eu me sinto bem quando vou a qualquer lugar público com meus amigos, sem problemas ou constrangimentos.

7,2

Tenho acesso à internet e me sinto por dentro do que acontece no mundo. 7,1 Sou respeitado pelas outras crianças da comunidade, sem riscos de ser perseguido, agredido ou humilhado.

6,5

Fora pessoas da minha família, existem adultos na comunidade em quem confio e para quem posso contar meus problemas e sentimentos.

6,2

Eu me sinto seguro na minha comunidade. 6,1 Na minha escola todos são respeitados independente de cor, sexo, religião, cultura e condição física .

5,8

Na escola tem adultos com quem posso conversar sobre meus problemas e sentimentos.

5,2

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Diante de afirmações que remetem aos relacionamentos presentes nas comunidades

participantes da Plataforma dos Centros Urbanos, as crianças e adolescentes do Rio de

Janeiro:

• Declaram, em sua grande maioria, ter orgulho de suas origens, sua cultura, sua religião e

sua cor

• Avaliam positivamente as suas próprias relações de amizade no que diz respeito à

diversidade étnica e à possibilidade de conversar ou sair com pessoas da mesma faixa

etária, além de;

• São já um pouco mais cautelosos ao avaliar como se sentem quando frequentam lugares

públicos (como praças, shoppings e parques) bem como sua possibilidade de acesso à

internet e a seus conteúdos

• Avaliando as relações interpessoais, as opiniões demonstram certa preocupação com

relação a riscos de agressão ou humilhação entre as próprias crianças e adolescentes da

comunidade e à falta de adultos que não sejam membros da família para quem possam

contar seus problemas. No mesmo patamar situa-se o sentimento de segurança dentro

da própria comunidade

• Têm opinião cautelosa quanto ao respeito, na escola, à diversidade de cultura, cor/raça,

religião e condição física e à possibilidade de nela contar com adultos de confiança com

quem possam compartilhar seus problemas pessoais.

MINHA ATUAÇÃO E PARTICIPAÇÃO NA COMUNIDADE / MEUS DIREITOS E DEVERES

2011

TOTAL 7 A 17 ANOS 4,7

Conheço pessoas que fazem de tudo para melhorar a vida dos adolescentes nesta comunidade.

6,7

Conheço os meus direitos de adolescente. 6,2

Participo de atividades para tornar a minha comunidade um lugar melhor para se viver. 6,1

Costumo estar atento às discussões sobre temas políticos e me preparo para quando puder votar nas eleições. / Mesmo sabendo que ainda não sou obrigado ou que não posso votar, gostaria de votar nas próximas eleições. (só11+)

5,4

Costumo participar de atividades culturais e de lazer que acontecem fora da comunidade. (só11+)

5,2

Costumam perguntar o que eu acho sobre programas e serviços oferecidos para os adolescentes da minha comunidade.

4,9

São oferecidos programas de formação e colocação profissional na minha comunidade. (só 15+)

4,9

Participo de projetos de ONGs/associações que contribuem para meu desenvolvimento. (só11+)

4,6

Participo do grêmio estudantil e/ou do conselho escolar, dando opinião nas decisões que afetam o dia a dia da minha escola. (só11+) OU Pude dar opinião quando decidiram sobre a criação de lugares para brincar na comunidade onde moro.(só < 10)

4,4

Procuro acompanhar como são gastos os recursos destinados a programas que apóiam as crianças e os adolescentes de minha comunidade. (só 15+)

3,4

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Como podemos observar na tabela acima, as crianças e adolescentes das comunidades

populares do Rio de Janeiro entrevistadas no âmbito da Consulta Participativa avaliam a

possibilidade de exercer seus direitos e deveres e seu papel na comunidade de forma

bastante mais negativa que a observada nos blocos anteriores:

• Avaliam positivamente a existência de pessoas em suas comunidades que buscam a

melhoria da qualidade de vida para crianças e adolescentes

• Concordam apenas relativamente com a afirmação “conheço meus direitos de criança/

adolescente” e sua possibilidade de envolvimento com ações de melhoria da própria

comunidade

• São cautelosos na avaliação de sua participação política nas eleições (tanto no que diz

respeito ao envolvimento com temas políticos, quanto na vontade de exercer o direito

de votar quando for possível) e sua possibilidade de participar em atividades culturais ou

de lazer externas à comunidade

• Abaixo da médias situam-se a possibilidade de participação das crianças e adolescentes

para opinar sobre atividades, programas e serviços a eles destinados. O mesmo ocorre

quanto à existência de programas de formação ou colocação profissional nas

comunidades

• Ainda menos positiva é sua percepção sobre sua participação em programas oferecidos

por ONGs ou associações

• São ainda mais críticos quando avaliam sua participação em espaços de influência no

ambiente escolar de suas comunidades e indicam não acompanhar gastos dos recursos

de programas que apóiam as crianças e adolescentes de suas comunidades;

MINHA VIDA PESSOAL E FAMILIAR 2011

TOTAL 7 A 17 ANOS 7,6

Meus pais ou responsáveis reconhecem a importância do estudo e me incentivam a frequentar a escola. 9,1

Eu tenho tempo para estar com meus amigos, descansar e me divertir. 8,6

Eu me dou bem com as pessoas que moram na minha casa. 8,4

Evito estar envolvido em situações fora da lei ou com risco de violência. (só 15+) 8,3

Eu me sinto seguro na minha casa. 8,2 Sou incentivado por minha família a participar de atividades que ajudam minha formação pessoal e profissional. (só 11+) 8,2

Sei que existe o Conselho Tutelar e sei qual o seu papel. (só 11+) 7,2

Se quisesse, poderia conseguir preservativos/camisinha de graça em lugares de fácil acesso, sem me sentir envergonhado. (só 15+) 6,9

Já participei de programas que orientam sobre assuntos como: gravidez na adolescência, abuso de álcool e consumo de drogas. (só 15+) 6,9

Passo parte do meu tempo ajudando minha família. 6,9 Se eu precisar, posso obter apoio e orientações dos profissionais da saúde (UBS, PSF, etc.) sobre o HIV/aids.(só 15+) 6,8

Já ouvi falar sobre a camisinha e sei para que serve.(só ate 10) 6,8

Meus pais costumam conversar comigo sobre sexo e a possibilidade da gravidez e das doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV/aids. (só 11+) 6,6

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Em relação à vida pessoal e familiar, cuja nota média foi a maior de todas as demais áreas

temáticas, as crianças e adolescentes das comunidades participantes da Plataforma dos

centros Urbanos no Rio de Janeiro:

• Declaram, em sua grande maioria, que seus pais ou responsáveis reconhecem a

importância do estudo e os incentivam a frequentar a escola;

• Têm tempo para conviver com os amigos, descansar e se divertir e mantêm um bom

relacionamento com as pessoas com quem vivem e declaram evitar o envolvimento em

situações com risco de violência. Sentem-se na maioria dos casos, seguros em suas

casas.

• Os adolescentes avaliam positivamente o incentivo da família na participação de

atividades de formação (pessoal ou profissional)

• É ainda relativamente positivo o grau de conhecimento sobre o Conselho Tutelar e seu

papel

• Um pouco mais cautelosa, mas ainda positiva, é a opinião expressa pelos adolescentes

com mais de 15 anos em relação ao acesso a preservativos e à própria participação em

programas que orientam sobre assuntos como gravidez, abuso de álcool e uso de drogas

• As avaliações mais críticas neste bloco referem-se ao apoio e orientações sobre

HIV/AIDS por parte de profissionais de saúde.

Análise por grupos etários

Para muitos dos itens avaliados no âmbito da Consulta Participativa a crianças e

adolescentes das comunidades que integram a Plataforma dos Centros Urbanos no Rio de

Janeiro a avaliação é praticamente unânime em todas as faixas etárias. Mas há situações

específicas e peculiares de cada um dos grupos, que merecem atenção diferenciada.

As tabelas abaixo sintetizam estas peculiaridades, apresentando os 10 itens que cada grupo

etário considerou mais satisfatório assim como aqueles que representam os maiores

desafios a superar.

CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS

A “nota média” dos 43 itens avaliados pelas crianças nesta faixa etária que participaram da

Consulta foi de 7,0.

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7 A 10 ANOS – PONTOS POSITIVOS

Estou matriculado e frequento a escola. 9,6

Meus pais ou responsáveis me dizem como é importante estudar frequentar a escola. 9,4

Na escola eu pratico Educação Física (esportes e jogos). 9,2

Eu tenho tempo para brincar, descansar e me divertir. / estar com meus amigos, descansar e

me divertir. 9,1

Tenho orgulho de minhas origens, minha cor, minha cultura e minha religião. 9,0

Eu me dou bem com as pessoas que moram na minha casa. 8,7

Eu me sinto seguro na minha casa. 8,6

Gosto de morar onde moro. 8,5

Aprendi na escola sobre cuidar e respeitar a natureza e comer alimentos saudáveis. 8,4

Sempre encontro outras pessoas da minha idade para sair ou conversar. 8,2

• Frequentar a escola é o aspecto que merece a melhor avaliação, seguida pelo grau de

interesse dos pais em que seus filhos estudem

• A escola aparece positivamente também em relação à prática de Educação Física e por

sua contribuição na valorização ao cuidado e ao respeito com o meio-ambiente e à uma

alimentação saudável

• A disponibilidade de tempo para o lazer e o orgulho com relação a sua origem, cor,

cultura e religião e a possibilidade de conviver com outras crianças e adolescentes

também estão entre os pontos mais positivos para esta faixa etária

• O bom relacionamento familiar também é responsável por elementos positivos na vida

destas crianças e sua casa é um lugar onde se sentem seguros.

Mas são, por outro lado, evidentes os desafios que compõem o cotidiano das crianças que

vivem nas comunidades populares de São Paulo:

7 A 10 ANOS – DESAFIOS

Na minha escola todos são respeitados independente de cor, sexo, religião, cultura e

condição física. 6,1

Os banheiros da escola são limpos e as crianças podem usá-los sem problemas. 6,1

Conheço os meus direitos de adolescente. 5,9

Na escola tem adultos com quem posso conversar sobre meus problemas e sentimentos. 5,7 Posso ficar na escola depois das aulas, fazendo outras atividades (esportes, aulas extras,

reforço, etc.). 5,5

Quando tem alguma atividade ou programa para crianças na minha comunidade me

perguntam o que eu acho. 5,4

Eu me sinto seguro em relação ao trânsito em minha comunidade. 5,0 Pude dar opinião quando decidiram sobre a criação de lugares para brincar na comunidade

onde moro. 4,9

A maioria dos lugares da minha comunidade são limpos, sem poluição do ar, bem iluminados

e não trazem riscos à saúde dos moradores. 4,3

Na minha comunidade, tem uma biblioteca onde posso pegar livros emprestados para ler em

casa. 3,9

Page 15: Plataforma dos Centros Urbanos SÍNTESE DOS RESULTADOS … · Comunicadores, apoiando-os em suas atividades, que visam divulgar problemas e soluções encontradas pelas comunidades

• A escola é responsável por alguns dos desafios apresentados às crianças entre 7 e 10

anos das comunidades vinculadas à Plataforma dos Centros Urbanos: a falta de respeito

à diversidade entre os alunos e a ausência de adultos com quem compartilhar

problemas pessoais estão entre estes desafios.

• A impossibilidade de frequentar a escola fora do horário de aulas e má conservação e

limpeza dos banheiros da escola são outros fatores dentre os mais negativamente

avaliados pelos participantes mirins desta consulta

• A avaliação negativa com relação à possibilidade de opinar sobre assuntos de seu direto

interesse evidencia a limitada possibilidade de participação destas crianças na vida da

comunidade

• Outra questão que aparece com força nas avaliações negativas refere-se ao sentimento

de segurança no trânsito e ás condições de higiene e salubridade da comunidade

• A presença de bibliotecas ou outros lugares que emprestem livros foi o o item pior

avaliado neste grupo;

CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 11 A 14 ANOS

As crianças e adolescentes que integram a faixa de idade entre 11 a 14 anos avaliaram 56

situações nessa consulta participativa, com nota média de 6,3 e identificaram, dentre estas,

os seguintes pontos positivos em seus cotidianos:

11 A 14 ANOS – PONTOS POSITIVOS

Estou matriculado e frequento a escola. 9,6

Tenho orgulho de minhas origens, minha cor, minha cultura e minha religião. 9,1

Meus pais ou responsáveis reconhecem a importância do estudo e me incentivam a

frequentar a escola. 8,9

Na escola eu pratico Educação Física (esportes e jogos). 8,8

Eu tenho tempo para estar com meus amigos, descansar e me divertir. 8,4

Tenho amigos de diferentes raças e origens e convivemos em harmonia, sem

preconceitos. 8,4

Eu me sinto seguro na minha casa. 8,3

Sou incentivado por minha família a participar de atividades que ajudam minha

formação pessoal e profissional. 8,2

Eu me dou bem com as pessoas que moram na minha casa. 8,1

Gosto de morar onde moro. 8,0

• Mais uma vez, a escola tem um papel positiva para este grupo de adolescentes:

frequentar a escola, o incentivo dos pais para os estudos de seus filhos e a prática de

atividades de educação física estão entre os 10 aspectos melhor avaliados.

Page 16: Plataforma dos Centros Urbanos SÍNTESE DOS RESULTADOS … · Comunicadores, apoiando-os em suas atividades, que visam divulgar problemas e soluções encontradas pelas comunidades

• A família e os relacionamentos dentro de casa também aparecem positivamente pelo

incentivo à participação em atividades de formação, pela boa relação estabelecida e

pela sensação de segurança de dentro de casa.

• O relacionamento interpessoal é favoravelmente avaliado pela convivência que respeita

a diversidade humana

• A disponibilidade de tempo para lazer e descanso também aparece como um elemento

valorizado e avaliado positivamente nesta faixa etária.

No outro extremo, aparecem as questões que mais afetam o dia-a-dia dessas crianças e

adolescentes que vivem nas comunidades participantes da Plataforma dos Centros Urbanos

no Rio de Janeiro:

11 A 14 ANOS – DESAFIOS

Posso ficar na escola depois das aulas, fazendo outras atividades (esportes, aulas

extras, reforço, etc.). 5,4

Os banheiros da escola são limpos e as crianças podem usá-los sem problemas. 5,3

Na escola tem adultos com quem posso conversar sobre meus problemas e

sentimentos. 5,0

Eu me sinto seguro em relação ao trânsito em minha comunidade. 5,0

Costumo estar atento às discussões sobre temas políticos e me preparo para

quando puder votar nas eleições. 4,9

Participo de projetos de ONGs/associações que contribuem para meu

desenvolvimento. 4,8

Participo do grêmio estudantil e/ou do conselho escolar, dando opinião nas

decisões que afetam o dia a dia da minha escola. 4,8

Costumam perguntar o que eu acho sobre programas e serviços oferecidos para os

adolescentes da minha comunidade. 4,7

A maioria dos lugares da minha comunidade são limpos, sem poluição do ar, bem

iluminados e não trazem riscos à saúde dos moradores. 4,7

Na minha comunidade, tem uma biblioteca onde posso pegar livros emprestados

para ler em casa. 3,8

• A escola aparece também é responsável por avaliações negativas comuns à faixa dos 7 a

10 anos, relacionadas, à falta de adultos de confiança para compartilhar questões

pessoais, à possibilidade de acesso em horários ampliados e à má condição dos

banheiros

• Aparecem avaliações negativas referentes à possibilidade de participação em projetos

de ONGs ou associações e em tomadas de decisão que afetem seu cotidiano.

• É também avaliada negativamente a possibilidade de envolvimento nas decisões

relacionadas tanto à escola quanto à comunidade e à esfera política.

• As condições de limpeza e salubridade da comunidade e a insegurança no trânsito

voltam a aparecer entre os principais problemas, bem como a ausência de bibliotecas.

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ADOLESCENTES DE 15 A 17 ANOS

Avaliando 65 situações com uma nota média inferior aos demais grupos (5,9), os

adolescentes entre 15 a 17 anos de idade identificaram alguns pontos positivos comuns aos

demais grupos e evidenciaram outros, mais específicos das demandas desta faixa etária:

15 A 17 ANOS – PONTOS POSITIVOS

Tenho orgulho de minhas origens, minha cor, minha cultura e minha religião. 9,3

Estou matriculado e frequento a escola. 9,2

Meus pais ou responsáveis reconhecem a importância do estudo e me incentivam a

frequentar a escola. 9,0

Sempre encontro outras pessoas da minha idade para sair ou conversar. 8,7

Tenho amigos de diferentes raças e origens e convivemos em harmonia, sem

preconceitos. 8,7

Na escola eu pratico Educação Física (esportes e jogos). 8,6

Eu me dou bem com as pessoas que moram na minha casa. 8,5

Eu tenho tempo para estar com meus amigos, descansar e me divertir. 8,4

Evito estar envolvido em situações fora da lei ou com risco de violência. 8,3

Sou incentivado por minha família a participar de atividades que ajudam minha

formação pessoal e profissional. 8,1

• O orgulho de suas origens, cor, cultura e religião é o item melhor avaliado neste grupo

• A frequência à escola e o grau de incentivo dos pais para os seus estudos são novamente

os dois aspectos melhor avaliados. Ainda quanto ao incentivo familiar é bem avaliado o

estímulo para participação de atividades de formação (pessoal e profissional).

• O relacionamento interpessoal é favoravelmente avaliado por esses adolescentes, que

mostram ter condições de convivência que respeitam a diversidade humana, além de

terem frequentes possibilidades de socialização com outras pessoas da mesma faixa

etária. Além disso, consideram bom o relacionamento no ambiente doméstico.

• Há ainda um alto grau de concordância com o item que afirma evitar o envolvimento

com situações que transgridam leis ou que tragam risco de violência.

Os principais desafios enfrentados pelos adolescentes que vivem nas comunidades que

participam da Plataforma dos Centros Urbanos no Rio de Janeiro podem ser vistos na tabela

abaixo:

Page 18: Plataforma dos Centros Urbanos SÍNTESE DOS RESULTADOS … · Comunicadores, apoiando-os em suas atividades, que visam divulgar problemas e soluções encontradas pelas comunidades

15 A 17 ANOS – DESAFIOS

São oferecidos programas de formação e colocação profissional na minha

comunidade. 4,9

Na escola tem adultos com quem posso conversar sobre meus problemas e

sentimentos. 4,8

Costumo participar de atividades culturais e de lazer que acontecem fora da

comunidade. 4,8

Posso ficar na escola depois das aulas, fazendo outras atividades (esportes, aulas

extras, reforço, etc.). 4,8

Costumam perguntar o que eu acho sobre programas e serviços oferecidos para os

adolescentes da minha comunidade. 4,8

Participo de projetos de ONGs/associações que contribuem para meu

desenvolvimento. 4,3

A maioria dos lugares da minha comunidade são limpos, sem poluição do ar, bem

iluminados e não trazem riscos à saúde dos moradores. 4,2

Participo do grêmio estudantil e/ou do conselho escolar, dando opinião nas

decisões que afetam o dia a dia da minha escola. 3,5

Procuro acompanhar como são gastos os recursos destinados a programas que

apóiam as crianças e os adolescentes de minha comunidade. 3,4

Na minha comunidade, tem uma biblioteca onde posso pegar livros emprestados

para ler em casa. 3,2

• A falta de oportunidades de formação e capacitação profissional ou em projetos de

ONGs ou associações que visem o desenvolvimento deste grupo estão entre os

principais problemas citados

• É também mencionada a falta de participação nas decisões da comunidade ou que

incidam sobre o cotidiano escolar e de acompanhar os gastos de recursos destinados a

este público

• Faltam ainda oportunidades para participar de atividades culturais e de lazer fora da

comunidade

• As condições de infra-estrutura da comunidade são mal avaliadas no que diz respeito à

limpeza, iluminação dos espaços e má qualidade do ar

• Quanto à escola, os pontos negativos são a impossibilidade de utilizá-la no contraturno

como um espaço para atividades de interesse.

• Mais uma vez a ausência de uma biblioteca é avaliada com a pior nota do bloco

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PRINCIPAIS RESULTADOS DA CONSULTA LIDERANÇAS DAS COMUNIDADES

PARTICIPANTES

No Rio de Janeiro foram entrevistadas 1961 pessoas em 40 comunidades, com uma média

de 44 pessoas em cada comunidade. Quanto ao perfil dos entrevistados, a rodada de 2011

assegurou uma melhor representatividade das pessoas acima dos 55 anos, conforme indica

a tabela abaixo:

2009 2011

SEXO Homens 34% 31%

Mulheres 66% 69%

IDADE

Até 17 anos 5% 2%

18 a 24 anos 9% 14%

25 a 34 anos 21% 25%

35 a 44 anos 26% 23%

35 a 54 anos 31% 20%

55 anos ou + 3% 15%

RELAÇÃO COM A

COMUNIDADE

Residem 39% 43%

Trabalham 18% 13%

Residem e Trabalham 38% 40%

A diferença no perfil etário é mais um fator que desaconselha a comparação direta entre os

dois momentos de consulta participativa. Recomenda-se, portanto, avaliar a evolução entre

2009 e 2011 a partir das percepções de melhoria apontadas diretamente pelos

entrevistados na fase conclusiva da Plataforma dos Centros Urbanos.

Nas análises dos resultados que serão apresentadas a seguir é importante notar ainda que o

tipo de amostra intencional utilizado na Consulta Participativa às lideranças das

comunidades participantes da Plataforma dos Centros Urbanos não pretende refletir a

representatividade dos moradores da comunidade. Assim, importante não generalizar as

respostas como sendo a opinião geral da comunidade. As opiniões levantadas no âmbito

desta consulta participativa são, portanto, referidas a um grupo de pessoas com

características específicas, escolhidas em virtude de suas relações e do papel que exercem

na comunidade, sendo consideradas como lideranças locais ou representativas dos serviços

e equipamentos públicos que atendem aos moradores das comunidades participantes.

Em síntese, as avaliações realizadas no conjunto das comunidades trazem, para cada área

temática, as seguintes indicações:

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MUDANÇA 1: SOBREVIVER:

Neste grupo de questões, os respondentes da consulta avaliaram as condições de vida dos

bebês e das crianças de até 6 anos que vivem nas comunidades integrantes da Plataforma

dos Centros Urbanos no Rio de Janeiro, considerando aspectos relacionados à saúde,

higiene, alimentação e moradia.

a) Avaliação geral:

Muito boa Boa Regular Ruim Péssima

6% 25% 52% 13% 5%

Embora a maioria dos entrevistados considere esta área como apenas Regular, observa-se

uma proporção de quase 1/e dos respondestes que avaliam os aspectos incluídos neste

bloco com notas Muito Boa e Boa.

b) Avaliação dos serviços oferecidos pelo poder público

A nota média atribuída aos serviços oferecidos pelo poder público na área da Saúde foi 5,8.

SERVIÇOS OFERECIDOS NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Programas de aleitamento materno, vacinação e combate à

desnutrição de bebês e crianças pequenas. 6,4 57% 35% 8%

Serviço de atendimento a gestantes no período pré-natal

em UBS e PSF. 6,4 56% 36% 8%

Acompanhamento da saúde dos bebês e crianças pequenas

com visitas dos Agentes comunitários de saúde do PSF e da

Assistência Social.

6,1 54% 35% 11%

Serviços de água, esgoto, coleta de lixo, pavimentação e

iluminação. 5,7 41% 41% 18%

Espaços para atividades com crianças de até 6 anos

oferecidos por ONGs, associações e equipamentos

públicos.

5,4 39% 42% 19%

Espaços de lazer adequados e seguros para as crianças

pequenas brincarem. 4,6 24% 50% 26%

Aspectos que a maioria dos respondentes considera que melhoraram:

� As melhores avaliações, ainda que com notas medianas, foram aos serviços de

atendimento da gestante e os programas específicos destinados à informação e

orientação de mães nos cuidados básicos com bebês e crianças pequenas, tais como

combate à desnutrição, campanhas de vacinação e incentivo ao aleitamento

materno.

� Outras avaliações positivas são relativas ao acompanhamento de saúde dos bebês e

crianças pequenas por Agentes Comunitários de Saúde (ESF) e Assistência Social.

Page 21: Plataforma dos Centros Urbanos SÍNTESE DOS RESULTADOS … · Comunicadores, apoiando-os em suas atividades, que visam divulgar problemas e soluções encontradas pelas comunidades

Aspectos sobre os quais a maioria dos respondentes não evidenciou avanços:

� A infraestrutura urbana (água, esgoto, pavimentação, iluminação, coleta de lixo) e a

existência de locais que ofereçam e orientem atividades próprias para crianças até 6

anos foram avaliadas de forma mediana.

� A opinião sobre a segurança e adequação dos espaços de lazer recebeu a nota mais

crítica e sem tendências de melhoria na opinião de metade dos respondentes.

c) Avaliação do comportamento da população

A nota média atribuída ao comportamento da população foi 5,5.

COMPORTAMENTO DA POPULAÇÃO NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Mães amamentam seus bebês durante o maior tempo

possível, pelo menos até os 6 meses. 6,1 49% 37% 13%

Famílias cuidam da saúde e da higiene de suas crianças e

previnem acidentes domésticos. 5,8 43% 44% 13%

Cuidados da gestante com sua saúde durante gravidez,

evitando bebidas, drogas, fumo, etc. 5,4 38% 42% 19%

Famílias procuram ter boas relações e condições

emocionais para o bom desenvolvimento das crianças. 5,3 38% 44% 18%

Pessoas cuidam do meio-ambiente evitando jogar lixo em

lugares inadequados. 4,6 32% 40% 28%

Principais observações:

� A melhor avaliação ligada a modificações no comportamento da população relativa

à amamentação materna de bebês ao menos até os 6 meses de vida. Segundo a

opinião de metade dos entrevistados, essa condição tem melhorado nos últimos

dois anos.

� De modo geral, as opiniões identificam uma estagnação relacionada ao

comportamento da população nesta área temática, num patamar mediano de

avaliação.

� Os cuidados com o meio ambiente e descarte de lixo recebeu a nota mais baixa

neste bloco e as opiniões se encontram divididas sobre a tendência de melhora x

estabilidade.

Vale ressaltar que dois dos itens mais críticos de todo o espectro avaliado no âmbito da

Consulta Participativa às pessoas de referência das comunidades participantes da

Plataforma dos Centros Urbanos no Rio de Janeiro, estão neste bloco. São eles a falta de

espaços de lazer adequados a crianças e a falta de cuidados das pessoas com o meio

ambiente.

MUDANÇA 2: APRENDER

Page 22: Plataforma dos Centros Urbanos SÍNTESE DOS RESULTADOS … · Comunicadores, apoiando-os em suas atividades, que visam divulgar problemas e soluções encontradas pelas comunidades

Questões relativas à qualidade da Educação oferecida às crianças e adolescentes da

comunidade foram avaliadas pelos respondentes da consulta participativa como segue:

a) Avaliação geral:

Muito boa Boa Regular Ruim Péssima

7% 30% 43% 15% 6%

Também nesta área temática nota-se uma tendência positiva na avaliação, com 37% dos

entrevistados atribuindo notas positivas em 2011.

b) Avaliação dos serviços oferecidos

A nota média atribuída aos serviços oferecidos pelo poder público foi 5,9.

SERVIÇOS OFERECIDOS NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Transporte gratuito a todas as crianças e adolescentes que

precisam ir à escola. 6,2 51% 31% 18%

Professores bem preparados, que ensinam bem crianças e

adolescentes. 6,1 45% 42% 13%

Vagas nas creches e escolas em locais próximas e nos

horários adequados. 6,0 53% 35% 12%

Higiene, manutenção e segurança das escolas. 6,0 48% 38% 15%

Acolhimento de crianças e adolescentes com deficiência

nas escolas. 5,8 45% 39% 16%

Uso da escola para atividades promovidas para os alunos e

demais membros da comunidade. 5,8 43% 40% 17%

Materiais, equipamentos e espaços adequados e

suficientes, como bibliotecas, laboratórios, etc. 5,4 40% 40% 20%

Destaques neste bloco:

� O acesso a vagas em creche próximas a residência e com disponibilidade de horários

para o atendimento das crianças e o do transporte gratuito até a escola foram os

serviços em que os respondentes perceberam maior tendência de melhor nos

últimos 3 anos.

� Quanto aos demais quesitos – higiene, manutenção, segurança, preparação dos

profissionais de educação, uso de espaços da escola para atividades no contraturno

e voltadas para a comunidade e acessibilidade para alunos com deficiência – as

notas ficam acima da média e cerca de 4 em cada 10 entrevistados identifica

tendências de melhora.

� A menor nota vai para a infraestrutura das escolas e a percepção de melhorias neste

aspecto divide opiniões.

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c) Avaliação do comportamento da população

A nota média atribuída ao comportamento da população foi 5,7.

COMPORTAMENTO DA POPULAÇÃO NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Comunidade valoriza e respeita os professores e demais

profissionais da escola. 6,0 48% 37% 14%

Professores e alunos têm um relacionamento respeitoso e

amigável e convivem bem entre si. 5,9 43% 41% 16%

Professores e diretores respeitam e consideram opiniões e

sugestões dos alunos. 5,8 42% 43% 14%

Pais e mães envolvidos com as atividades de seus filhos na

escola. 5,8 46% 41% 13%

Participação de pais e responsáveis nas Associações de Pais

e Mestres e Conselhos Escolares. 5,5 38% 46% 16%

Estudantes se interessam pelas aulas, dedicam-se a

aprender. 5,5 36% 42% 22%

As notas dadas a este bloco estão sempre ligeiramente acima da média e, de acordo com a

opinião da maioria dos entrevistado, houve nos últimos dois anos, estabilidade ou uma leve

tendência de melhoria, principalmente com relação à valorização e o respeito dos membros

da comunidade aos professores e funcionários da escola.

Vale ressaltar que o bloco Aprender possui a melhor avaliação geral referente aos dois anos

que antecederam a Plataforma dos Centros Urbanos.

MUDANÇA 3: PROTEGER-SE DO HIV/AIDS

Neste bloco foi avaliada a percepção dos entrevistados quanto à qualidade dos programas

de prevenção da transmissão do HIV/aids oferecidos aos adolescentes assim como a

qualidade do tratamento disponível para crianças e adolescentes desta comunidade que

vivem com o HIV/aids:

a) Avaliação geral:

Muito boa Boa Regular Ruim Péssima

Prevenção 16% 30% 35% 11% 8%

Tratamento 9% 20% 24% 10% 5%

Page 24: Plataforma dos Centros Urbanos SÍNTESE DOS RESULTADOS … · Comunicadores, apoiando-os em suas atividades, que visam divulgar problemas e soluções encontradas pelas comunidades

A qualidade dos programas de prevenção da transmissão do HIV/aids foi avaliada como

Muito Boa ou boa por um número expressivo de entrevistados (46%). Já em relação à

qualidade do tratamento oferecido, a avaliação positiva é menor: 29% considera sua

qualidade como Muito Boa ou Boa em 2011.

b) Avaliação dos serviços oferecidos

A nota média atribuída aos serviços oferecidos na área das condições de segurança foi 6,3.

SERVIÇOS OFERECIDOS NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Distribuição de preservativos e materiais educativos para

adolescentes e jovens em locais acessíveis e sem

constrangimentos.

6,8 64% 26% 10%

Disponibilidade de testes para HIV/aids para todos que

quiserem (jovens, adultos, idosos, pré-natal etc) 6,5 61% 28% 11%

Orientação de ONGs e outras instituições para que

adolescentes tenham um comportamento sexual seguro e

responsável e apoio a crianças e adolescentes vivendo com

HIV/aids.

6,3 59% 30% 11%

Orientação e apoio dos profissionais das UBS para

adolescentes e jovens, inclusive aqueles vivendo com

HIV/aids.

6,2 54% 35% 11%

Programas de educação sexual oferecidos na escola para

adolescentes e jovens. 6,1 52% 32% 16%

Inclusão de crianças vivendo com HIV/aids nas escolas que

atendem a comunidade. 5,9 46% 39% 15%

Neste bloco, ao qual responderam apenas as pessoas que consideravam ter suficiente grau

de conhecimento do tema para avaliá-lo, destaca-se:

� As notas estão bastante acima da média para todos os aspectos avaliados e a

tendência de avanços é percebida por uma consistente maioria dos

entrevistados para quase todos os itens.

� O ponto mais crítico é a convivência de meninos e meninas com outras crianças

e adolescentes vivendo com HIV/AIDS nas escolas.

c) Avaliação do comportamento da população

A nota média atribuída foi 6,0.

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COMPORTAMENTO DA POPULAÇÃO NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Homens e mulheres têm conhecimento sobre os riscos e as

formas de prevenção do HIV/aids. 6,7 62% 29% 9%

Gestantes conhecem os riscos de transmissão do HIV/aids

a seu bebê, como pelo leite materno, gestação, etc. 6,3 57% 33% 11%

Pais e filhos conversam sobre os riscos do HIV/aids e

formas de prevenção. 5,8 49% 39% 12%

A comunidade acolhe sem restrições as crianças e

adolescentes que convivem com o HIV/aids. 5,8 44% 42% 14%

Adolescentes usam preservativos em suas relações sexuais

e adotam comportamento sexual responsável. 5,3 41% 36% 23%

Observações relevantes:

� O nível de informação de homens e mulheres da comunidade sobre os riscos e

formas de transmissão do HIV/aids assim como das gestantes sobre a

possibilidade de transmissão da doença a seus bebês, inclusive através do leite

materno foram avaliados positivamente e com tendência de melhora.

� O papel dos pais como fonte de informação sobre riscos do HIV/aids e o

acolhimento de crianças e adolescentes que convivem com HIV/aids vêm a

seguir, dividindo opiniões quanto a tendência ao longo dos últimos dois anos.

� Os entrevistados avaliam com uma nota relativamente mais baixa o uso de

preservativos pelos adolescentes em suas relações sexuais e quase de 1 em cada

4 entrevistados preocupa-se com a piora do indicador.

MUDANÇA 4: CRESCER SEM VIOLÊNCIA

As condições de segurança em que vivem as crianças e os adolescentes foram avaliadas

neste bloco, classificado com as piores notas e merecedor de atenção prioritária por parte

das lideranças da comunidade consultadas sobre o tema:

a) Avaliação geral:

Muito boa Boa Regular Ruim Péssima

5% 22% 43% 19% 11%

Mais crítica a percepção dos entrevistados com relação às condições de segurança em que

vivem as crianças e adolescentes das comunidades participantes da Plataforma dos Centros

Urbanos: quase 4 em cada 10 pessoas consideram a situação Ruim ou Péssima.

b) Avaliação dos serviços oferecidos

A nota média atribuída foi 5,2.

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SERVIÇOS OFERECIDOS NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Programas de orientação e proteção para casos de

violência doméstica contra crianças e adolescentes. 5,4 43% 39% 17%

Programas de prevenção de situações de violência na

escola. 5,3 43% 39% 18%

Programas que combatem o trabalho infantil, garantindo

direito de crianças e adolescentes ao estudo e ao lazer. 5,3 40% 43% 17%

Atuação do Conselho Tutelar no acompanhamento dos

direitos das crianças e adolescentes e no encaminhamento

para solução de conflitos.

5,3 39% 43% 18%

Programas e ações para eliminar abuso e exploração sexual

de crianças e adolescentes. 5,2 38% 43% 20%

Campanhas e programas de prevenção contra acidentes de

trânsito e atropelamentos. 5,1 34% 43% 23%

Programas para evitar ou reduzir o envolvimento de

adolescentes em atividades ilícitas ou violentas. 5,0 36% 42% 22%

Programas para reinserir nas famílias e na comunidade os

adolescentes com problemas com a lei. 4,7 28% 49% 23%

Avaliação de aspectos específicos:

� Nenhum item foi identificado pelos entrevistados como tendo avanços nos

últimos três anos.

� Ainda mais crítica é a avaliação dos respondentes com relação a ações de

prevenção a acidentes de trânsito, ao tratamento dado por profissionais dos

serviços públicos a meninos e meninas em conflito com a lei e às iniciativas que

visam integrá-los às suas famílias e à comunidade.

c) Avaliação do comportamento da população

A nota média atribuída foi 5,1.

COMPORTAMENTO DA POPULAÇÃO NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Contribuição das próprias crianças e adolescentes para que

a comunidade seja menos violenta. 5,3 42% 40% 17%

Rejeição e denúncia dos membros da comunidade aos que

cometem atos de violência contra crianças e adolescentes. 5,3 39% 44% 18%

Pais e mães educam sem recorrer à violência. 5,3 37% 44% 19%

Ações promovidas pela própria comunidade para a solução

pacífica dos conflitos. 5,0 35% 45% 20%

Presença dos agentes do sistema de segurança, como

policiais e delegados, e confiança em sua atuação. 4,5 28% 43% 29%

Page 27: Plataforma dos Centros Urbanos SÍNTESE DOS RESULTADOS … · Comunicadores, apoiando-os em suas atividades, que visam divulgar problemas e soluções encontradas pelas comunidades

Todos os aspectos se mantiveram iguais:

� Com nota mediana, a postura de pais, mães e outros adultos em educar seus filhos

sem recorrer à violência foi o aspecto que mereceu melhor avaliação do bloco.

� Foi avaliada de forma negativa a proatividade da própria comunidade, inclusive

crianças e adolescentes, em prevenir, rejeitar e denunciar situações de violência

contra crianças e adolescentes, além de promover mecanismos de resolução

pacífica de conflitos. � Aspecto merecedor da pior nota foi a presença e o relacionamento de confiança

entre a comunidade e os agentes do sistema de segurança pública.

� Mais uma vez, este bloco foi o pior avaliado entre todas as áreas temáticas

abarcadas pela Consulta Participativa às pessoas de referência das comunidades

participantes da Plataforma dos Centros Urbanos, apresentando poucas percepções,

no geral, de melhoria.

MUDANÇA 5: PARTICIPAÇÃO DOS ADOLESCENTES

As opiniões sobre as oportunidades de participação dos adolescentes nas decisões que são

tomadas na comunidade foram avaliadas pelos respondentes da consulta participativa, com

as seguintes observações:

a) Avaliação geral:

Muito boa Boa Regular Ruim Péssima

6% 24% 41% 19% 10%

Também com relação às oportunidades de participação dos adolescentes nos assuntos da

comunidade as opiniões se dividem, com uma proporção equivalente entre os que a

consideram “muito boa” ou “boa” e aqueles que a avaliam como “ruim” ou “péssima”.

b) Avaliação dos serviços oferecidos

A nota média atribuída foi 5,3.

SERVIÇOS OFERECIDOS NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Espaços e condições para adolescentes participarem de

atividades esportivas e culturais na comunidade. 5,7 52% 32% 17%

Acesso de adolescentes a atividades culturais e de lazer

que ocorrem em outras regiões da cidade. 5,4 42% 40% 18%

Órgãos da assistência social com atendimento

especializado acessível sempre que necessário. 5,2 39% 41% 20%

Políticas públicas para gravidez na adolescência, abuso de

álcool e drogas 5,1 38% 41% 21%

Programas de formação e inserção profissional para os

adolescentes da comunidade. 5,1 40% 40% 19%

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Pontos de destaque:

� A existência de espaços e condições que permitam a participação de adolescentes

em atividades esportivas e culturais na comunidade recebeu a melhor avaliação

neste bloco e com definida tendência de melhora.

� Já o acesso a atividades culturais e de lazer que ocorram em outras regiões da

cidade situa-se num patamar mais abaixo e sem evidências de avanço para a maior

parte dos entrevistados.

� Atendimento dos órgãos da assistência social com foco nos adolescentes, políticas

eficazes no âmbito da gravidez precoce e do consumo de álcool e drogas bem como

a oferta de programas de formação e inserção profissional receberam notas

medianas e as opiniões encontram-se divididas entre a ocorrência ou não de

melhorias nestes aspectos.

c) Avaliação do comportamento da população

A nota média atribuída foi 5,5.

COMPORTAMENTO DA POPULAÇÃO NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Famílias incentivam os adolescentes a participar de

atividades de formação pessoal e profissional. 6,0 55% 33% 12%

Adolescentes com mais de 16 anos têm título de eleitor e

votam nas eleições. 5,6 45% 41% 14%

Os adolescentes procuram participar de ações que visam o

bem coletivo. 5,4 43% 39% 18%

Adolescentes participam nos grêmios estudantis e

conselhos escolares influindo nas decisões que afetam o

dia a dia da escola.

5,3 40% 42% 18%

Associações e conselhos abrem espaço para adolescentes

participarem nas decisões que afetam a comunidade. 5,0 35% 42% 23%

Em linhas gerais, destaca-se:

� O incentivo das famílias para a formação pessoal e profissional dos adolescentes foi

avaliado positivamente e com clara percepção de melhoria.

� Não há uma clara indicação de avanços com relação à participação política,

estudantil e comunitária dos adolescentes.

� Quase ¼ dos entrevistados considera que as iniciativas promovidas pelos adultos

para assegurar espaços de participação para os adolescentes pioraram nos últimos

anos.

MUDANÇA 6: RESPEITO A DIVERSIDADE E PRIORIDADE EM POLÍTICAS PÚBLICAS

Os programas, políticas e ações voltadas a garantir os direitos de todas crianças e

adolescentes respeitando a diversidade de raças, origens e culturas desta comunidade

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compuseram o último bloco temático da consulta participativa, que incluiu ainda questões

relativas à priorização das crianças e adolescentes como foco de políticas públicas:

a) Avaliação geral:

Muito boa Boa Regular Ruim Péssima

8% 25% 43% 17% 7%

Com relação a este aspecto, as avaliações são medianas, com tendência para o positivo.

b) Avaliação dos serviços oferecidos

A nota média atribuída foi 5,4.

SERVIÇOS OFERECIDOS NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Igualdade de tratamento a negros, brancos e indígenas

nos, postos de saúde, delegacias, escolas, etc. 5,7 44% 41% 15%

Escolas garantem a presença e o bom aproveitamento das

crianças e adolescentes negros e indígenas. 5,7 45% 43% 12%

Inclusão da história e da cultura da África e dos povos

indígenas nos currículos das escolas frequentadas pelas

crianças e adolescentes da comunidade.

5,4 41% 41% 17%

Projetos que promovem a igualdade de direitos e o

respeito à diversidade racial e cultural. 5,3 41% 43% 16%

Programas que ampliam o acesso de crianças e

adolescentes negros e indígenas aos serviços públicos. 5,2 37% 46% 17%

Programas que buscam diminuir as diferenças entre as

regiões mais pobres e mais ricas da cidade. 4,9 33% 45% 22%

Neste bloco os pontos mais relevantes foram:

� Nenhum item foi considerado como tendo avançado positivamente pela maioria dos

respondentes à consulta participativa.

� Igualdade de tratamento nos equipamentos públicos independentemente de origem

étnica e a presença e o bom aproveitamento das crianças e adolescentes negros e

indígenas nas escolas receberam as melhores notas, mas parecem não ter avançado

significativamente.

� No entender dos entrevistados, os programas oferecidos não são adequados ou

suficientes para reduzir as diferenças entre as regiões mais pobres e as mais ricas da

cidade no que diz respeito às necessidades de crianças a adolescentes. Tampouco

foi identificada uma tendência de melhora nestes aspectos.

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c) Avaliação do comportamento da população

A nota média atribuída foi 6,0.

COMPORTAMENTO DA POPULAÇÃO NOTA MELHOROU ESTÁ IGUAL PIOROU

Crianças e adolescentes de diferentes raças e origens

convivem sem preconceitos. 6,3 54% 35% 11%

Crianças e adolescentes da comunidade sentem orgulho de

sua origem, raça e etnia. 6,2 52% 39% 10%

Membros da comunidade respeitam as crenças e a

liberdade de culto de todos os seus moradores. 6,0 48% 37% 15%

Pessoas na comunidade que conhecem as políticas e uso

dos recursos destinados às crianças e adolescentes e

influem na definição de prioridades.

5,4 39% 45% 16%

Vale ressaltar:

� O convívio deste público com pessoas de origens étnicas e culturais diferentes, o

orgulho das crianças e adolescentes com respeito a suas origens foram avaliados de

forma bastante positiva, inclusive com avanços apontados pela maioria.

� Já o envolvimento da própria comunidade na busca por conhecer as políticas e a

forma de aplicação dos recursos, para que possa influir na definição das prioridades

parece não ter avançado.

RESUMO DOS RESULTADOS

A tabela a seguir apresenta um resumo dos resultados da Consulta Participativa a pessoas

de referência das comunidades participantes da Plataforma dos Centros Urbanos.

NOTA

MÉDIA SERVIÇOS OFERECIDOS

COMPORTAMENTO DA

POPULAÇÃO

Sobreviver

5,1

Aprender

5,1

Proteger-se do HIV/aids

5,1

Crescer sem violência

4,4

Participação dos adolescentes

4,7

Respeito à diversidade e

prioridade em políticas

públicas

5,0

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Avançaram (> 45%)

Permaneceram iguais

(45% - 33%)

Retrocederam

(< 33%)

Embora as áreas temáticas tenham recebido notas médias semelhantes, percebe-se que o

enfrentamento à violência se mantém como aquela que merece atenção especial. Chama

atenção que, de modo geral, as melhorias no comportamento da população foram menos

percebidas pelos entrevistados, ao mesmo tempo em que as únicas áreas temáticas em que

os serviços oferecidos apresentaram pioras foram relacionada à primeira infância e à

violência.

Vale ressaltar a elevada percepção de melhorias na área de prevenção e tratamento do

HIV/aids tanto em relação aos serviços como comportamento da população.