PLANO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ASSISTÊNCIA AO...
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PLANO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA ASSISTÊNCIA AO
DESENVOLVIMENTO NA ÓTICA DE UM DESENVOLVIMENTO EQUITATIVO,
INCLUSIVO E SUSTENTÁVEL EM SÃO TOMÉ ET PRINCIPE – UNDAF 2017 - 2021
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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Índice Declaração do Governo de São Tomé e Príncipe ………………………………………………………. 4
Resumo Executivo .............................................................................................. 6
Página de Assinatura ……………………………………………………………………………………………………..13
I – Introdução ................................................................................................... 14
I.1. As Nações Unidas na RDSTP ...................................................................................... 15
I.2. Processo de Preparação do Plano-Quadro das Nações Unidas para a Assistência ao
Desenvolvimento (UNDAF) .................................................................................................. 15
I.3. Contexto de Desenvolvimento do País ......................................................................... 16
I.4. A Pobreza e o Desemprego ........................................................................................ 19
I.5. A Desigualdade e a Disparidade de Género .................................................................. 20
I.6. Os principais Desafios ............................................................................................... 20
I.7. Resposta do SNU às prioridades de desenvolvimento de São Tomé e Príncipe .................. 22
I.8. As Vantagens Comparativas e as Orientações Estratégicas do Sistema das Nações Unidas 23
II - Parceria- Valores e Princípios ............................................................................. 24
II.1. Parceria .................................................................................................................. 24
II.2. Valores ............................................................................................................... 25
III - Os resultados do UNDAF ..................................................................................... 25
III.1. Resultado Estratégico 1 : Reforçar a Coesão Social através de um acesso aos serviços
sociais de base de qualidade visando a redução da desigualdade e a disparidade entre os cidadões e
as comunidades ................................................................................................................. 26
III.2. Resultado Estratégico 2 : Reforçar a credibilidade interna e externa do país ............... 29
III.3. Resultado Estratégico 3 : Promoção de um crescimento sustentável inclusivo e resiliente
........................................................................................................................................ 30
IV - Recursos e Estratégia para a Mobilização de Recursos ................................... 33
V – A implementação do UNDAF ........................................................................34
V.1. Princípios diretores ............................................................................................... 34
V.2.Mecanismos de coordenação e de implementação ...................................................... 35
VI - Seguimento e avaliação do UNDAF .................................................................... 37
VII-Engajamento do Governo ..................................................................................... 38
ANEXO I – Matriz dos resultados ......................................................................................... 40
ANEXO II – Contribuição das Agências do SNU ao financiamento do UNDAF 2017-2021 ............ 46
ANEXO III - Plano e Cronograma de seguimento e avaliação do UNDAF 2017-2021 .................. 47
ANEXO IV - Dispositivo de Pilotagem e de Coordenação do UNDAF 2017-2021 ……...…….……..48
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Abreviaturas
CCA : Balanço-Comum do País
ENIEG : Estratégia Nacional para Igualdade e Equidade de Género
DaO : Delivery as One ou Unidos em Ação IDH : Índice de Desenvolvimento Humano
INE : Instituto Nacional de Estatísticas
INPG : Instituto Nacional para a Promoção de Igualdade e Equidade do Género
ODD : Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
OMD : Objetivos do Milénio para o Desenvolvimento
OMT : Operations Management Team – Equipa de Gestão das Operações da Equipa-
País da ONU
PIB : Produto Interno Bruto
PMT : Programme Management Team – Equipa de Gestão do Programa
PNUD : Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PTF : Parceiros Técnicos e Financeiros
RAP : Região Autónoma de Príncipe
RDSTP : República Democrática de São Tomé e Príncipe
RO : Recursos Ordinários
RM : Recursos a Mobilizar
SOP : Standard Operations Procedures-Procedimentos-Padrão Operacionais
SNU : Sistema das Nações Unidas
SPR : Strategic Prioritization Retreat- Retiro de Priorização Estratégica
STP : São Tomé e Príncipe
UNCT : United Nations Country Team- Equipa de País das Nações Unidas
UNCG
UNDAF
: United Nations Communication Group – Grupo de Comunicação das Nações
Unidas
Plano-Quadro das Nações Unidas para a Assistência ao Desenvolvimento
USD : United States Dollars – Dólares dos Estados-Unidos
VIH/SIDA : Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH)/ Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida (sida)
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RESUMO EXECUTIVO
Plano-Quadro das Nações
Unidas para Assistência ao
Desenvolvimento de São
Tomé e Príncipe (UNDAF
2017-2021) é uma expressão do
compromisso da Equipa-país para apoiar
o povo de STP a fazer face a tais
aspirações de desenvolvimento
plasmadas na Visão 2030 do país.
O presente UNDAF rompe com o passado,
na medida em que foi desenvolvido de
acordo com os princípios das Nações
Unidas em Ação (conhecida pela sigla
inglesa DaO), com o objetivo de garantir
uma melhor apropriação do governo,
alinhando o UNDAF com as prioridades do
governo e com os ciclos de planificação,
da mesma forma que prevê uma melhor
coerência ao nível interno entre as
Agências e os Programas das Nações
Unidas que operam em São Tomé e
Príncipe.
Os processos das escolhas estratégicas e
da formulação dos resultados de UNDAF
2017-2021 foram desde o início
amplamente participativos, interativos e
iterativos, focados nas áreas em que o
Sistema das Nações Unidas (SNU) está
melhor posicionado para contribuir.
Foram guiados pelas diretivas de
preparação do UNDAF de Fevereiro de
2015 “Anexo jurídico", e pela Revisão
Quadrienal Aprofundada das políticas da
ONU de 2012 (QCPR). A fim de adaptar o
apoio do Sistema das Nações Unidas à
Visão sobre a transformação de STP no
horizonte 2030, o desenvolvimento do
UNDAF evoluiu para um exercício de
capacitação em planificação do
desenvolvimento transformacional para o
governo, SNU e outras partes
intervenientes, incluindo a sociedade
civil.
A Equipa-país organizou, em colaboração
com o Bureau Regional de DOCO (Dakar),
em Outubro de 2015 uma série de
Formações sobre os princípios de
programação no domínio da planificação,
implementação, seguimento e avaliação
do UNDAF, cobrindo áreas tais como (i)
Direitos humanos, com enfoque nas
desigualdades e na discriminação
incluindo a igualdade de género,
enquanto exercícios que permitem avaliar
as capacidades dos titulares de
obrigações e dos detentores de direitos;
(ii) a Sustentabilidade no que toca às
preocupações de redução dos riscos
ambientais e o aumento da resiliência; e
(iii) a Responsabilização, sustentada pelo
reforço das capacidades nacionais, dos
dados fiáveis e a gestão baseada em
resultados. Todas essas formações foram
destinadas às partes intervenientes
(agências, programas e Fundos das
Nações Unidas e a parte nacional)
Contexto de
Desenvolvimento do País
A República Democrática de São Tomé e
Príncipe é um arquipélago, situado a cerca
de 300 km a oeste do continente africano.
O país é caracterizado por uma
insularidade fragmentada em duas
principais ilhas e ilhéus. De acordo com os
dados oficiais do Instituto Nacional de
Estatísticas (INE), a população total do
país, até 2015, seria de 194.006
L O UNDAF é estratégico e orientado
para os resultados, reflectindo assim
a importância da sua execução em
ascensão, através dos apoios no
processo de planificação, de
implementação, de seguimento, de
desenvolvimento das capacidades, de
serviços de qualidade em
aconselhamento político e de
peritagem técnica, baseando-se nas
lições aprendidas do passado.
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habitantes, dos quais, um pouco mais de
50% seria do sexo feminino e os menos
de 25 anos representariam cerca de 62%.
A taxa de crescimento natural da
população foi de 2,76% em 2014.
A economia santomense, à semelhança
dos Pequenos Estados Insulares em
Desenvolvimento (PEID), é fortemente
penalizada pela insularidade do país, pela
sua fragilidade, por limitados recursos e
pela fraca capacidade de absorção.
Perante tal situação, é fortemente
vulnerável aos choques exógenos e a uma
forte dependência da Ajuda Pública ao
Desenvolvimento (APD) que financia mais
de 90% das despesas de investimento
(em média, 93,6% no período de 2012-
2015). O sector terciário, amplamente
informal, representa cerca de 60% do
PIB, empregando 60% da população
ativa, enquanto os setores primário e
secundário contribuem cada um com 20%
do PIB, de acordo com os dados mais
recentes.
A APD oscilou
de 2010 a
2014. Em
2011, o país
recebeu um
total de APD
estimado em
72,4 milhões
de dólares.
Após uma
queda em
2012, o nível
aumentou
ligeiramente,
passando para
52 milhões de dólares em 2013, para em
seguida, registar uma queda para 38,6
milhões de dólares em 2014.
Desde o advento do multipartidarismo em
1991, a cultura política prevalecente foi
causando a instabilidade política, até
2014, com o colorar de inúmeras
mudanças de governos. Em 12 de
Outubro de 2014, o país organizou
eleições legislativas e municipais livres e
transparentes, o que permitiu ao partido
Ação Democrática Independente (ADI)
obter uma larga maioria no Parlamento.
Eleições presidenciais estão previstas
para 2016 e a possibilidade de um
Governo, emanado das urnas, terminar
uma legislatura de um ciclo completo de
quatro anos é aguardada pela primeira
vez.
Com os esforços do SNU e de outros
parceiros e, especialmente, com a
vontade acutilante do governo e do seu
compromisso para a realização dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milénio
(ODM), o país atingiu pelo menos três dos
oito ODM, nomeadamente (1) Educação
Primária Universal, com uma taxa líquida
de escolarização de 98 por cento em 2015
contra 80 por cento em 1990; (2)
mortalidade infantil, reduzida a 38 por
1.000 nascidos vivos em 2015 contra 89
por 1.000 nascidos vivos em 1990 e (3) a
mortalidade materna situando-se em 76
por 100.000 nascidos vivos em 2015,
contra 151,3 por 100.000 nascidos vivos
em 2005. Boas tendências surgem,
também, para o OMD 6 com uma
prevalência de VIH/SIDA de 0,5% em
2015, em comparação com 1,5% em
2009, bem como 0 mortes causadas por
paludismo em 2014 na ilha de São Tomé,
e a ilha de Príncipe está em fase de
erradicação.
Os Desafios de
Desenvolvimento a médio
prazo
Houve uma tendência positiva
relativamente ao crescimento económico
do país, tendo conhecido uma taxa de
crescimento médio do PIB de 4% no
período de 2010 a 2014. De acordo com
o FMI, estas projeções de crescimento
irão oscilar entre 5% e 9% durante o
período compreendido entre 2015 e 2020.
Por outro lado, em termos de IDH, o país
Preocupado em
acelerar o crescimento
inclusivo, sustentável,
susceptível de reduzir
a pobreza e criar
emprego, o Governo
formulou e adoptou
uma Agenda de
Transformatção de
STP para o horizonte
2030, como forma de
reduzir o paradigma
da dependência do
país relativamente à
APD.
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ocupou a 143ª posição em 2015, dentre
187 países.
De notar que o IDH também evoluiu
positivamente, com uma taxa variável
anual média de 0,68%.
Em termos de ambiente de negócios, São
Tomé e Príncipe ocupa a 166ª posição
dentre 183 países, segundo o Doing
Business 2016. Segundo o Banco
Mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) de
São Tomé e Príncipe é de ordem de US$
1.410, o que o coloca na posição inferior
dos países de rendimento intermédio.
Todavia, com o país ambicionando passar
à governação eletrônica, coloca-se-lhe
um grande desafio, na medida em que o
mesmo necessitaria preencher alguns
requisitos fundamentais, tais como: (i) a
adoção de um quadro estratégico e um
mecanismo financeiro, permitindo que a
transição seja delineada de forma
coerente e consistente ; (ii) a adaptação
do ambiente jurídico, nomeadamente em
matéria de regulamentação das
transações e da assinatura eletrônicas, da
cibercriminalidade e da proteção dos
dados de carater privado…; (iii) a
melhoria das infraestruturas, para que
em toda a extensão do país o acesso às
redes de comunicações eletrônicas
(telecomunicações, equipamentos
informáticos) seja fiável e os seus custos
razoáveis; (iv) uma política de
harmonização e de sinergia entre os
demais sistemas informáticos das
Administrações, daí a necessidade de a
interoperabilidade ser desenvolvida; (v) o
desenvolvimento de um dispositivo de
segurança das infraestruturas e redes
eletrônicas; (vi) a aptidão dos agentes do
Estado e dos cidadãos em utilizar as
Tecnologias de Informação e de
Comunicação (TIC), e caso seja
necessário, combater a faturação
numérica (e-inclusão: inclusão digital). As
autoridades públicas devem, por
conseguinte, velar pela e-governação e
evitar o crescimento da faturação
numérica.
São, entre outros, alguns desafios
importantes que o país é chamado a
enfrentar a médio prazo:
o Ineficácia e ineficiência das práticas de governação, tanto ao nível nacional como local, não permitindo um seguimento apropriado;
o A administração e a qualidade da resolução de conflitos de interesse nas
empresas paraestatais; o A fraca formação no domínio da
saúde, agravada pela fuga dos cérebros para Angola, Moçambique e Portugal, limitando o número de médicos, enfermeiros, parteiras e
especialistas;
o Exclusão do acesso ao saneamento, à água potável, às escolas e aos hospitais nos meios rurais do país;
o Fraco aproveitamento e reforço das capacidades nacionais a todos os níveis de autoridade;
o Fraca capacidade de mobilização por
parte do Governo, em matéria de recursos nacionais suficientes, o que justifica a forte dependência do país à ajuda externa para o financiamento dos programas de infraestruturas.
Alguns Resultados alcançados no âmbito da Cooperação
anterior (UNDAF 2012-2016)
Desde Janeiro de 2010, data em que a
moeda nacional ancorou-se ao Euro e se
procedeu à manutenção da disciplina
fiscal, a taxa de inflação continuou a cair
para um único dígito de 10,4% em 2012
para 5% em 2015. Esta desaceleração da
inflação não deixa de ter um impacto
positivo na redução da pobreza.
A disciplina orçamental provocou
igualmente uma queda no que concerne
ao saldo primário, refletindo assim, os
esforços despendidos para o aumento das
São Tomé e Príncipe necessitará de
peritagem específica e variada para
implementar com eficâcia e eficiência
a sua Agenda de Transformação 2030.
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receitas fiscais e para a contenção das
despesas públicas. As receitas fiscais
representaram 14% do PIB em 2013 e
15,2% em 2014, enquanto as despesas
foram na ordem de 44,3% em 2013 e
39% em 2014. O défice orçamental
primário estabilizou-se por volta de 3%
em 2015.
O SNU contribuiu de forma tangível aos
resultados positivos de desenvolvimento
do país através da implementação do
UNDAF 2012-2016. Dentre os mais
recentes sucessos do SNU, pode-se citar
os seguintes: o apoio à formulação da
Visão e da Agenda de Transformação
STP-2030; o apoio à organização das
conferências dos parceiros com vista à
mobilizar recursos para o financiamento
dos grandes projetos estruturantes do
país, tais como o Porto de águas
profundas e a modernização do aeroporto
internacional de STP, as intervenções na
luta contra as grandes endemias
(HIV/SIDA ; Tuberculose e o Paludismo).
No caso do Paludismo, o País foi
recompensado por duas vezes pela
Aliança dos Dirigentes Africanos contra o
Paludismo (ALMA em Inglês), nos seus
esforços pela luta contra o Paludismo em
São Tomé e Príncipe com a colaboração
da Equipa-País.
O apoio dado pelo SNU às instituições
judiciárias foi para lhes permitir fornecer
um serviço de qualidade às populações,
de forma mais célere, justa e equitativa.
Nesses termos, apoiou a implementação
do programa de reforma da justiça, em
termos de reforço institucional, contribuiu
para o reforço das capacidades da Polícia
de Investigação Criminal (PIC), em
matéria de direito penal e dos Direitos
Humanos (elaboração da lei orgânica e
preparação das normas e procedimentos
da PIC, formuladas com a assistência da
cooperação portuguesa). A formação de
15 membros das ONG em matéria de
Género e Desenvolvimento. Definiu
igualmente Parceria com 4 ONG: ALISEI,
ASM, RMMP, ASPF. A impressão de 100 t-
shirts para a sensibilização, com vista à
integração da mulher e 4 boletins
informativos do INPG.
Da mesma forma, o SNU apoiou na
finalização e disseminação da Estratégia
Nacional para a Promoção do Género, a
produção de manuais (educação, saúde e
população e desenvolvimento), na
elaboração da Estratégia Nacional de
Eliminação da Violência Baseada no
Género (VBG), na formação de 36
profissionais de saúde e da polícia, no
domínio da VBG.
No decorrer desses últimos anos, o SNU
em muito contribuiu para o processo de
desenvolvimento de São Tomé e Príncipe,
injetando um pouco mais de 50 milhões
de dólares americanos na economia,
através dos seus diferentes projetos,
reforçando desta forma as capacidades
das instituições e dos recursos humanos.
Processos de Desenvolvimento do UNDAF 2017-2021 e o
Enfoque Estratégico
A avaliação Comum do País insistiu
particularmente, na necessidade de o
SNU em São Tomé e Príncipe passar a ter
uma abordagem explícita que consistiria
em avançar, com firmeza, para uma
apropriação nacional dos resultados de
desenvolvimento. Implicaria trabalhar
com o Governo e outros parceiros para
advogar a favor do aumento do
rendimento nacional e dos ajustes das
dotações orçamentais de forma a
responder às necessidades nacionais de
desenvolvimento, enquanto país de
rendimento médio Ao nível nacional,
enquanto a coordenação das Nações
Unidas e a planificação conjunta forem
realizadas, através do UNDAF, as Nações
Unidas devem demonstrar a sua mais-
valia através da planificação conjunta e,
eventualmente, através de programas
conjuntos, bem como o enfoque conjunto
da assistência pelas quais as mesmas
devem enveredar-se em prol do
desenvolvimento do país.
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As orientações estratégicas do SNU em
São Tomé e Príncipe para o período de
2017-2021 estão diretamente alinhadas
aos três principais eixos estratégicos
nacionais, nomeadamente: (1) reforço da
Coesão Social através do acesso aos
serviços sociais de base de qualidade para
reduzir a disparidade e a desigualdade
entre os cidadãos e as comunidades; (2)
o reforço da Credibilidade Interna e
Externa do país; e (3) a Promoção do
Crescimento Sustentável Inclusivo e
Resiliência.
Estas três áreas devem tomar em conta
as questões de gênero e da juventude,
numa perspetiva de desenvolvimento
sustentável e inclusivo. Além disso, o SNU
preconiza igualmente atingir novas metas
dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, aprovadas pelos 193
Estados membros das Nações Unidas,
incluindo STP.
As ações do Sistema das Nações Unidas
(SNU) contribuirão, igualmente, para a
mudança de comportamento tanto dos
titulares de obrigações como dos
detentores de direitos para fazerem valer
os seus direitos e assegurar a sua plena
participação e responsabilização na nova
Agenda de Transformação-2030 do país,
assim como, promoverem uma
governação democrática, económica e
descentralizada, que respeite os direitos
humanos e as especificidades de género.
Os três efeitos identificados pela Equipa-
país e o governo e que contribuirão para
essas mudanças, são: (i) As disparidades
e as desigualdades são reduzidas a todos
os níveis através da plena participação
dos grupos vulneráveis e chaves e do
desenvolvimento e utilização por esses
grupos dos serviços de proteção social e
dos serviços sociais de base; (ii) A
Administração pública central e local e as
instituições de controlo são mais eficazes,
com uma participação cidadã garantida,
em particular pelos jovens e mulheres (iii)
O Emprego e a competitividade são
assegurados através da diversificação
económica, do desenvolvimento da
resiliência às mudanças climáticas, para a
melhoria da qualidade de vida das
populações pobres e vulneráveis nos
meios rurais e urbanos, bem como o
acesso ao financiamento e ao mercado
para jovens e mulheres.
A escolha final dos distritos e
comunidades em que recairá a
intervenção do SNU tomará em conta
determinados critérios, tais como: (i) a
consolidação dos ganhos mais
significativos dos antigos programas, (ii)
a vulnerabilidade e o nível de extrema
pobreza e da desigualdade, (iii) as
complementaridades entre as Agências
do Sistema das Nações Unidas e os outros
parceiros técnicos e financeiros, (iv) a
promoção de polos de desenvolvimento
regional e (v) a promoção de novas
práticas de gestão dos recursos naturais
para o desenvolvimento.
Uma atenção particular será dada ao
reforço das capacidades nacionais no
domínio da coordenação da ajuda ao
desenvolvimento, de acordo com os
princípios internacionais de parceria
global. De igual forma, as capacidades
nacionais deverão dotar-se de uma
estratégia e um programa de ação para a
realização dos objetivos de
desenvolvimento sustentável até 2030.
Recursos e Estratégia de mobilização
O orçamento do UNDAF de São Tomé e
Príncipe para o quinquénio 2017-2021
está estimado em 41.387.000 dólares
americanos, dos quais 14.906.000 devem
ser canalisados para o reforço da coesão
social (Efeito 1 do UNDAF), 8.445.000
dólares americanos, para o Reforço da
credibilidade interna e externa de STP
(Efeito 2 do UNDAF) e 18.036.000 dólares
americanos para a promoção de um
crescimento sustentável, inclusivo e
resiliente (Efeito 3 do UNDAF).
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Esses recursos serão de proveniência
múltipla, através de financiamento das
Agências, Programas e Fundos das
Nações Unidas. A Equipa-país, sob a
liderança do Coordenador Residente do
SNU, reforçará as suas capacidades a fim
de poder beneficiar dos fundos
provenientes das disposições DaO-
Unidos em Ação, como uma operação
única do SNU (Operating as One).
A utilização da Abordagem
Harmonizada de Transferência de
Fundos (HACT). A utilização desta
abordagem permitirá uma melhor
apropriação das modalidades de gestão
dos programas/projetos pelos parceiros
nacionais de implementação. A sua
utilização será, portanto, encorajada a
fim de permitir uma melhor gestão
baseada em resultados, como forma de
resposta aos princípios da eficácia do
desenvolvimento, assim como de
proporcionar meios nas localidades de
concentração dos diferentes programas
do SNU e otimização de afazeres comuns
ligados às operações bancárias e ao
fornecimento de serviços.
Implementação do UNDAF
2017-2021 em STP A estratégia de implementação do UNDAF
2017-2021 consistirá, por um lado, no
reforço da contribuição das Nações
Unidas na implementação da Agenda de
Transformação STP-2030 e dos planos e
políticas sectoriais e, por outro lado, na
consolidação dos ganhos das
intervenções do SNU nos domínios sobre
os quais tem vantagens comparativas,
nomeadamente, o apoio à formulação de
políticas, o reforço das capacidades, a
capacidade de dar respostas adaptadas às
populações vulneráveis.
O UNDAF permitirá intensificar a sua
parceria com os parceiros bilaterais e
multilaterais, as ONG nacionais e
internacionais, assim como as instituições
de formação e de investigação para
apoiar os esforços de desenvolvimento do
país. Esta estratégia de parceria será
desenvolvida em função das prioridades
de intervenção identificadas no UNDAF.
Ela será articulada através de
mecanismos, de fórum, mesas redondas
sectoriais e gerais, consultas temáticas
(Coesão Social, Credibilidade interna e
externa do país e crescimento sustentável
inclusivo e resiliente…), alianças
estratégicas, mobilizadas à volta do
acompanhamento das reformas
institucionais e das principais políticas, e
de missões conjuntas de monitorização e
avaliação de terreno.
O reforço de parcerias estratégicas será
feito a três níveis: (i) ao nível político e
estratégico sobre questões de advocacia
para a consolidação dos ganhos sociais e
da coesão social, a governação
democrática, a visão a longo prazo, a
Agenda de transformação 2030 e a
descentralização, (ii) ao nível
programático e operacional celebrando
acordos com parceiros nacionais e
comunidades locais, no contexto de
certos programas conjuntos e através da
partilha e gestão de conhecimentos, e,
finalmente (iii) ao nível de advocacia para
o dimensionamento de projetos
catalisadores, permitindo a mobilização
de recursos financeiros junto do sector
privado e dos PTF.
A racionalização na utilização dos
recursos financeiros permitindo reduzir os
custos de transação, por um lado, através
do estabelecimento e da aplicação dos
'Procedimentos de Operação Padrão'
(SOP) e por outro lado, a partilha de
meios nas localidades de concentração de
diferentes programas do Sistema das
Nações Unidas e da otimização dos
serviços comuns relacionados com
operações bancárias e prestação de
serviços.
No quadro do seu Programa Único (One
Programme), os Planos de Trabalho
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conjuntos (PTC), constituídos por
atividades, orçamentos anuais e parceiros
de implementação, serão igualmente
desenvolvidos. Estes PTC facilitarão a
execução para a obtenção de resultados
claramente definidos, pelos parceiros de
implementação e do SNU; e permitirão a
implementação das modalidades de
recursos. Constituem um mecanismo de
responsabilização mútua e são assinados
pelo Governo, sempre que possível. Em
princípio, os ministérios que tutelam as
áreas de intervenção e que são os
parceiros programáticos, deveriam ser
signatários. Quando o Governo exigir um
plano anual de trabalho de um organismo,
este deverá ser assinado pelas
instituições de implementação em
questão.
Gestão de Programa e
Distribuição de
Responsabilização.
Uma coordenação eficiente e regular no
seio do SNU e com a participação nacional
é o garante do alcance dos resultados do
UNDAF. Por conseguinte, mecanismos
ligeiros e dinâmicos, suscetíveis de
privilegiar intervenções complementares
e de reduzir custos de transação, serão
organizados à volta de um único
dispositivo, apoiado pelo Escritório do
Coordenador Residente (ECR), cujo apoio
técnico para a planificação estratégica, a
coordenação e o seguimento dos
trabalhos dos diferentes comités é de
súmula importância para a eficácia da
coordenação das iniciativas do SNU em
São Tomé e Príncipe, com a seguinte
estrutura:
O Comité de Pilotagem apoiado por uma Célula técnica;
A Equipa-país do Sistema das Nações Unidas (United Nations Country Team ou UNCT);
A Equipa de gestão dos programas (Programme Management Team ou PMT);
Os Grupos temáticos para os três Efeitos do UNDAF;
A Equipa de Gestão das Operações do Sistema das Nações Unidas (Operations Management Team ou OMT);
O Grupo dos Encarregados de Comunicação (UN Communication Group
ou UNCG).
Seguimento e Avaliação dos
Resultados do UNDAF
O dispositivo de seguimento e avaliação
do UNDAF 2017-2021 depende
principalmente dos sistemas nacionais
que estão sob a tutela do Ministério dos
Negócios Estrangeiros e Comunidades e a
Direcção-Geral de Planeamento, através
do Departamento de Seguimento e
Avaliação e do Instituto Nacional de
Estatísticas (INE).
O Departamento de Seguimento e
Avaliação tem como objetivo instaurar
mecanismos e um processo de
monitorização e avaliação de planos e
estratégias de desenvolvimento, a nível
central e regional. O Grupo de Gestão de
Conhecimento, Seguimento e Avaliação,
constituído por um conjunto de peritos do
SNU em matéria de monitoria e avaliação,
irá apoiar essa estrutura, particularmente
na melhoria do sistema de informação e
da qualidade dos indicadores
desagregados. Este grupo é apoiado pelo
Escritório do Coordenador Residente.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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I – Introdução I.1. As Nações Unidas na RDSTP
1. A Equipa-país das Nações Unidas
(UNCT) é um parceiro de confiança de São
Tomé e Príncipe, através do apoio que dá
ao Governo na realização dos seus
objetivos de desenvolvimento. Dentre os
sucessos recentes de SNU há a assinalar:
o apoio à realização da Visão e da Agenda
de Transformação, ambas para o
horizonte 2030; o apoio à organização da
conferência dos parceiros para a
mobilização de recursos para o
financiamento de projetos estruturantes
do país, tais como o Porto de Águas
Profundas e a Modernização do Aeroporto
Internacional de STP, as intervenções na
luta contra as grandes endemias
(HIV/AIDS; Tuberculose e Paludismo).
Relativamente ao Paludismo, o país foi
galardoado pela Aliança de Líderes
Africanos contra a Malária (ALMA), por
duas vezes, pelos progressos realizados
nos esforços de combate ao Paludismo em
STP, com a colaboração da Equipa-país.
2. No decorrer do UNDAF 2012-2016,
importantes lições foram aprendidas e
que serviram para a formulação do
UNDAF 2017-2021, a fim de maximizar a
contribuição do SNU. Por outro lado, o
presente UNDAF “Programa Único” terá
necessidade de utilizar quadros tangíveis
de planificação, seguimento e avaliação,
articulados desde o princípio e com
indicadores bem definidos, explicitamente
ligados aos inputs das atividades,
produtos e efeitos.
3. As intervenções do SNU deverão estar,
igualmente, centradas estrategicamente
ao mais alto nível, afastando-se, assim,
da prestação de serviço, e dando um
apoio mais preciso na formulação e na
implementação de políticas relativas ao
papel crucial da Equipa-país, em matéria
de aconselhamento político e assistência
ao desenvolvimento de capacidades.
Além disso, esforços deliberados e
específicos deverão ser feitos para
integrar plenamente o género, os direitos
humanos e a sustentabilidade ambiental,
na conceção, na implementação, no
seguimento e avaliação deste UNDAF e
todos os outros que virão no futuro.
Enfim, o SNU reconhece a importância
crucial da continuidade dos processos de
consultação, amplos e inclusivos,
implicando as partes interessadas chaves
e conduzidos pelo próprio governo.
I.2. O Processo de Preparação do
Plano- Quadro das Nações Unidas
para o Assistência ao
Desenvolvimento (UNDAF)
4. O Plano-Quadro das Nações Unidas
para a Assistência ao Desenvolvimento de
São Tomé e Príncipe (UNDAF 2017-2021)
é uma expressão do compromisso da
Equipa-país para apoiar o povo de STP a
fazer face às referidas aspirações de
desenvolvimento, plasmadas na Visão do
País para o horizonte 2030.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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O presente UNDAF rompe com o passado,
na medida em que foi desenvolvido de
acordo com os princípios das Nações
Unidas em Ação (conhecida pela sigla
inglesa DaO), com objetivo de garantir
uma melhor apropriação do governo,
alinhando o UNDAF com as prioridades do
governo e com os ciclos de planificação,
da mesma forma que prevê uma melhor
coerência ao nível interno entre as
Agências e os Programas das Nações
Unidas que operam em São Tomé e
Príncipe.
5. Os processos que estiveram na base
das opções estratégicas e da formulação
dos resultados do UNDAF 2017-2021
foram amplamente participativos,
interativos e focados nas áreas em que o
SNU encontra-se em melhor posição para
contribuir. Foram guiados pelas Diretrizes
de preparação do UNDAF o «Legal –
Anexo Jurídico» de Fevereiro de 2015,
pela Revisão Quadrienal Aprofundada das
Políticas da ONU de 2012 (QCPR). Com o
objetivo de adaptar o apoio do Sistema
das Nações Unidas à Visão 2030 de
Transformação de STP, o
desenvolvimento do UNDAF evoluiu para
um exercício de reforço das capacidades
em matéria de planificação do
desenvolvimento transformacional, para
o governo, para o SNU e para os outros
intervenientes-chave, incluindo a
sociedade civil.
6. O UNDAF reflete os esforços de todos
os organismos das Nações Unidas e dos
principais parceiros que operam em São
Tomé e Príncipe. A conceção do UNDAF
evolui-se a partir das discussões
estratégicas que tiveram lugar tanto no
seio da Equipa-país, como com as partes
intervenientes, com vista a se determinar
como poderia o Sistema das Nações
Unidas melhor se adaptar no apoio aos
objetivos do governo. Alinhados aos cinco
princípios de programação do GNUD (uma
abordagem centrada nos direitos
humanos, igualdade entre os sexos,
sustentabilidade ambiental, gestão
baseada em resultados e o
desenvolvimento das capacidades) os
grupos de trabalho elaboraram um mapa
de resultados, em colaboração com o
Governo, a sociedade civil, os doadores e
outros parceiros.
I.3. Contexto de
Desenvolvimento do País
7. Com uma superfície de 1001km2, a
República Democrática de São Tomé e
Príncipe (RDSTP) é um pequeno
arquipélago no Golfo da Guiné, de origem
vulcânica, situado à 300 Km do Gabão, na
Linha do Equador e banhado pelo Oceano
Atlântico.
8. Segundo os dados oficiais do Instituto
Nacional de Estatísticas (INE), a
população total do país eleva-se em 2015,
a 194.006 habitantes, dos quais, um
pouco mais de 50% são mulheres e os
menores de 25 anos de idade
representam mais 62%. A taxa de
crescimento natural da população era de
2,76% em 2014.
9. A descoberta da ilha de São Tomé
remonta a 21 Dezembro de 1470, por dois
navegadores portugueses, Pedro Escobar
e João de Santarém, que estavam ao
serviço de um rico mercantilista João
Gomes.
10. A economia santomense, à
semelhança dos Pequenos Estados
Insulares em Desenvolvimento (PEID), é
fortemente penalizada pela insularidade
do país, pela sua fragilidade, por limitados
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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recursos e pela fraca capacidade de
absorção. Perante tal situação, é
fortemente vulnerável aos choques
exógenos e a uma forte dependência da
Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD)
que financia mais de 90% das despesas
de investimento (em média, 93,6% no
período 2012-2015). O sector terciário,
amplamente informal, representa cerca
de 60% do PIB, empregando 60% da
população ativa, enquanto os setores
primário e secundário contribuem cada
um com 20% do PIB, segundo os dados
os mais recentes.
11. A APD oscilou de 2010 a 2014. Em
2011, o país recebeu um total de d’APD
estimado em 72,4 milhões de dólares.
Após uma queda em 2012, o nível
aumentou ligeiramente, passando para
52 milhões de dólares em 2013, para em
seguida, registar uma queda para 38,6
milhões de dólares em 2014 (ver Gráfico
Nº 1).
12. De acordo com a Constituição de 10
de Setembro de 1990, revista em 2003, e
em vigor a partir de 2006, o País é uma
democracia parlamentar, com um regime
semipresidencialista, em que o poder
executivo é exercido pelo Primeiro-
Ministro – Chefe do Governo, conferindo
ao Presidente da República a
representação do Estado nas relações
internacionais, e a partilha de algumas
competências em matéria de diplomacia e
defesa nacional. O Presidente é eleito por
um mandato de 5 anos e reelegível uma
vez. O Primeiro-Ministro é proposto pelo
partido maioritário e nomeado pelo
Presidente da República. O poder
legislativo é exercido pela Assembleia
Nacional, dos quais 55 membros são
eleitos em sufrágio universal, por um
mandato de 4 anos.
13. Desde o advento do multipartidarismo
em 1991, a cultura política prevalecente
foi causando a instabilidade política, até
2014, com o corolário de inúmeras
mudanças de governos. Em 12 de
Outubro de 2014, o país organizou
eleições legislativas e municipais livres e
transparentes, que permitiram ao partido
Ação Democrática Independente (ADI)
obter uma larga maioria no Parlamento.
As eleições presidenciais estão previstas
para 2016 e a possibilidade de um
Governo, emanado das urnas, terminar
uma legislatura de um ciclo completo de
quatro anos é aguardada pela primeira
vez.
14. Em termos de Governação
Democrática, a tendência é globalmente
positiva, mas, torna-se necessário
aprofundar a inclusão e a participação dos
cidadãos, principalmente das mulheres.
Segundo o Índice Mo Ibrahim de
avaliação da governação em África de
2015, a República Democrática de São
Tomé e Príncipe encontra-se no 13º lugar
dentre os 54 países do continente e, na
66ª posição, dentre 174 países,
relativamente ao Índice de perceção da
corrupção da Transparência
Internacional, em 2015.
16. No plano administrativo, o país está
dividido em duas administrações
territoriais, correspondendo às duas
principais ilhas, nomeadamente: a ilha de
São Tomé e a ilha de Príncipe, que goza
do estatuto de Região Autónoma. Com
uma superfície de 850 Km2, a ilha de São
Tomé é constituída por seis distritos: (i)
Caué, (ii) Lembá, (iii) Lobata, (iv) Mé-
Zóchi, (v) Água Grande e (vi) Cantagalo ;
conta com mais de 90% da população
0
20
40
60
80
2010 2011 2012 2013 2014
AP
D e
m M
ilhõ
es d
e D
óla
res
US
Anos
Gráfico Nº 1: Evolução da APD entre 2010 - 2014
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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total do país e com uma densidade
populacional superior à densidade
nacional.
A ilha de Príncipe, dispondo de um único
centro urbano que é a cidade de Santo
António, alberga menos de 10% da
população total, cerca de 7.000
habitantes, com uma superfície de 142
km2. Constituída por um único distrito
(Pagué), a Região Autónoma do Príncipe
dispõe de uma Assembleia e de um
Governo Regional.
Há, no entanto, uma vontade política para
levar o país a uma descentralização mais
avançada, mas ela é bloqueada pelos
desafios financeiros e recursos humanos
de qualidade (não em quantidade, mas
sobretudo em qualidade).
17. São Tomé e Príncipe registou alguns
progressos em matéria de indicadores de
desenvolvimento (IDH), mas a sua
vulnerabilidade, relativamente aos
choques externos, à sua grande
dependência à ajuda pública ao
desenvolvimento e à fragilidade do seu
ambiente e do seu tecido económico
constituem ameaças sérias para o seu
estatuto de país de rendimento
intermédio.
Empenhado em tomar as rédeas dos
riscos de desenvolvimento os quais
enfrenta o país, o governo afilia-se em
2014 ao G7+, uma associação dos
«Estados frágeis», assim denominados
pois estão em transição via à próxima
etapa do desenvolvimento. A associação
aprovou um «New Deal » para o
compromisso dos Estados frágeis, com
vista à construção de nações pacíficas e
ao combate definitivo à pobreza.
1 O PNUD define a Governação eletrônica como sendo « a maneira própria de dirigir e de administratrar um governo em linha, permitindo-lhe, graças à utilização de Internet e das NTIC, de melhorar os serviços públicos, de promover a
18. No quadro da reforma da Função
Pública, o governo prevê tomar medidas
com objetivo de melhorar a governação
eletrônica1, para contribuir ao reforço da
transparência e da eficácia do Governo,
tanto ao nível nacional como local. A
ambição de passar para uma governação
eletrónica, o que constitui um grande
desafio, leva o país a preencher alguns
pré-requisitos fundamentais, tais como:
(i) a adoção de um quadro estratégico e
um mecanismo financeiro, permitindo
que a transição seja delineada de forma
coerente e consistente ; (ii) a adaptação
do ambiente jurídico, nomeadamente em
matéria de regulamentação das
transações e da assinatura eletrônicas, da
cibercriminalidade e da proteção dos
dados de carater privado…; (iii) a
melhoria das infraestruturas, permitindo
o acesso às redes de comunicações
eletrónicas (telecomunicações,
equipamentos informáticos) em toda a
extensão do país e a preços razoáveis;
(iv) uma política de harmonização e de
sinergia entre os diferentes sistemas
informáticos das Administrações, daí a
necessidade de a interoperabilidade ser
desenvolvida; (v) o desenvolvimento de
um dispositivo de segurança de
infraestruturas e redes eletrônicas; (vi) a
aptidão dos agentes do Estado e dos
cidadãos para utilizar as Tecnologias de
informação e Comunicação (TIC), e caso
seja necessário, combater a faturação
numérica (e-inclusão: inclusão
numérica). As autoridades públicas
devem por conseguinte velar pela e-
governação e evitar o crescimento da
faturação numérica.
responsabilidade mútua e a transparência nas relações entre os cidadãos e a Administração, e assim favorecendo o desenvolvimento de uma sociedade de informação e o processo de democratização que o acompanha»
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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19. São Tomé e Príncipe ocupa a 143ª
posição, dentre os 187 países, no Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH). É de
notar que o IDH evoluiu de forma positiva
com uma taxa de variação média anual de
0,68%. Em termos do ambiente de
negócios, São Tomé e Príncipe ocupa a
166ª posição entre 183 países, de acordo
com o Doing Business 2016. Segundo o
Banco Mundial, o Produto Interno Bruto
(PIB) de São Tomé e Príncipe é de ordem
de US$ 1.410, o que o coloca na posição
inferior dos países de rendimento
intermédio. Tendo registado uma
tendência positiva, relativamente ao seu
crescimento económico, a taxa média de
evolução do PIB é de 4%, durante o
período de 2010 a 2014. Segundo as
projeções do FMI, o PIB vai oscilar entre
5%
e 9%, no período de 2015 a 2020.
Fonte: WEO- IMF 2015
20. Segundo o 3º Relatório Nacional
sobre os Objetivos do Milénio para o
Desenvolvimento, São Tomé e Príncipe
atingiu pelo menos três dos oito OMD, a
saber (1) a Educação Primária Universal,
com uma taxa de escolarização líquida de
98% em 2015 contra 80% em 1990, (2)
a redução da mortalidade infantil, que se
situa em 38 por 1000 nascidos vivos em
2015 contra 89 por 1000 nascidos vivos
em 1990, e (3) a redução mortalidade
materna, situando-se em 76 por 100.000
nascidos em 2015 contra 151,3 por
100.000 nascidos vivos em 2005. A
tendência para o OMD 6 é igualmente
positiva, com uma taxa de prevalência do
de VIH/SIDA de 0,5% em 2015 contra
1,5% em 2009, assim como 0 mortes do
paludismo em 2014 em toda a ilha de São
Tomé, e a ilha de Príncipe na fase de
erradicação.
I.4. A Pobreza e o Desemprego
21. O estudo sobre a pobreza, realizado
em 2011 pelo PNUD e o Instituto Nacional
de Estatísticas revela que 49,6% da
população encontra-se ainda abaixo do
limiar da pobreza, com um pouco mais de
15% vivendo em situação de extrema
pobreza. A pobreza atinge mais as
mulheres (mais de 70%), e as populações
rurais rumam, consideravelmente, numa
migração urbana.
22. As populações do país sofrem devido
a um mercado insular interno limitado, ao
fraco poder de compra e a fraca
diversificação da economia. O sector
público é a principal entidade económica
com mais de 80% da formação de capital
e do PIB. A fraca capacidade do governo
em mobilizar recursos internos provocou
0.54
0.55
0.56
2010 2012
Gráfico Nº2: Evolução do ìndice de
Desenvolvimento Humano (IDH)
2010-2013
4.5
5
5.5
6
6.5
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Gráfico Nº3: Projecções da taxa de
crescimento do PIB de 2015 a 2020
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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um entrave no fornecimento dos serviços,
enquanto o baixo nível dos salários
encoraja os melhores quadros a
procurarem empregos remunerados fora
do setor público, ou, até mesmo no
exterior do país. O desemprego, estimado
em cerca de 13,6%, atinge,
principalmente, os jovens e as mulheres.
O governo continua garantindo uma
educação primária gratuita, os cuidados
básicos de saúde e o direito às prestações
de segurança social.
23. Dispondo de um sistema de
segurança social bem estruturado, São
Tomé e Príncipe proporciona aos agentes
da Função Pública, aos assalariados do
setor privado e aos trabalhadores
independentes um certo número de
prestações de saúde, educação e de
assistência social, garantido pelos
recursos fiscais. Introduzido em 2004,
esse sistema tem vindo a enfrentar um
grande desafio, em termos de
sustentabilidade, em virtude das
incertezas à volta do seu financiamento,
tanto ao nível público como ao nível
privado. O país deve continuar, ainda, a
melhorar o seu código de trabalho para
estar à altura das exigências de um
mercado de emprego, mais flexível e
adaptar-se a um mundo,
permanentemente, em mutação
tecnológica. Há necessidade do país criar
um tribunal do trabalho, oferecendo,
assim, melhores garantias maior
celeridade na resolução dos conflitos de
trabalho. Por outro lado, é necessário
criar quadros de regulamentação no
domínio da proteção e do combate ao
trabalho infantil.
I.5. Desigualdade e Disparidade
de género
24. As questões de género são
enunciadas nos planos e estratégias de
desenvolvimento, incluindo a Estratégia
Nacional de Redução da Pobreza-II 2012
- 2016. No entanto, desde 2007, o
Governo adotou uma Estratégia Nacional
para a Igualdade e Equidade de Género
(ENIEG) e criou um Instituto Nacional
para a Promoção da Igualdade e Equidade
de Género (INPG) para implementar esta
estratégia. Todavia, os objetivos,
resultados e metas enunciados não são
traduzidos em medidas políticas nem em
programas concretos que pudessem
atenuar as disparidades entre os sexos.
Um pouco mais de cinquenta porcento
(50%) da população é feminina, um terço
de todas as famílias são dirigidas por
mulheres, mães solteiras ou vivendo com
um companheiro em “união livre”. A
participação das mulheres no Parlamento,
no Governo e nas missões diplomáticas,
nas instâncias de decisão dos partidos
políticos, na direção das empresas
continua sendo pouco significativa, se
considerarmos o seu peso na população,
os seus níveis de escolaridade e a sua
contribuição na economia.
25. Em matéria de emprego, a taxa de
desemprego nacional situa-se em 13,6%,
com maior incidência nas mulheres, com
uma taxa de 19,7%, enquanto a dos
homens é de 9,3%, segundo o
Recenseamento Geral da População e da
Habitação de 2012. As mulheres
constituem o grosso dos agentes da
economia informal, por conseguinte, mais
expostas aos empregos precários de fraca
remuneração e sem proteção social.
I.6. Os principais Desafios
26. Foram obtidos progressos
substanciais no estabelecimento de um
sistema político democrático ao longo
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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destes últimos anos, mas, entretanto,
resta muito a fazer, no domínio da boa
governação no país.
27. A ineficácia e ineficiência das práticas
de governação tanto ao nível nacional
como local não permitem que seja feito
um seguimento adequado da
administração e da qualidade da
resolução dos conflitos de interesse nas
empresas paraestatais. A lentidão na
implementação do processo de
descentralização é traduzida pela
existência de municípios que não dispõem
nem de competências políticas e técnicas,
muito menos de meios financeiros
necessários para fornecer um serviço
eficaz às comunidades locais.
28. As fraquezas na aplicação das
medidas de luta contra a corrupção fazem
com que o fenómeno da corrupção se
torne cada vez mais um fenómeno
galopante. Um dos indicadores
determinantes da democracia e da boa
governação é o grau de participação da
cidadania nos processos de tomada de
decisão que afetam as condições de vida
dos cidadãos e a capacidade das
autoridades públicas em prestar contas
da gestão dos recursos que lhes foram
confiados pelas populações.
29. O número de agentes de saúde
(médicos, enfermeiros, parteiras) é
deficitário devido a falta de formação,
agravada pela fuga de cérebros para
Angola, Moçambique e Portugal. A
explicação desta fuga deve-se ao facto de
que no país as condições salariais e
sociais não são de todo atrativas. Não
existem médicos especialistas nos
distritos. Ao nível de São Tomé, há
poucos especialistas nacionais, aos quais
é necessário adicionar os médicos
especialistas cubanos e taiwaneses,
afetos ao Hospital Central de São Tomé.
Daí, a explicação dos desafios de que o
país enfrenta no domínio da saúde.
Apesar disso, houve um bom
desempenho nos domínios da luta contra
o paludismo e VIH, da saúde materna,
bem como nos domínios do planeamento
familiar e da sobrevivência infantil, com
um acesso significativo ao programa de
vacinação. Todavia, no domínio da
educação, as autoridades gostariam de
colocar um acento tónico na qualidade do
ensino, a todos os níveis, com vista a
adequar as formações e o mercado de
emprego.
30. As zonas rurais continuam a enfrentar
desafios de exclusão a todos os níveis,
entre os quais, o acesso ao saneamento,
à água potável, às escolas e aos hospitais.
A descentralização, relativamente à
tomada de decisão, carece de evidências,
particularmente, no que toca à
transferência de uma maior autonomia
aos agentes governamentais distritais e
regionais. A perceção geral é que a classe
política é ainda relutante em adotar essa
mudança. Além disso, o orçamento para
as áreas rurais continua sendo
insuficiente, face às necessidades atuais e
a uma população jovem em crescente
desenvolvimento.
No entanto, as autoridades estão a
envidar esforços para melhorar as
condições através de: (i) apoio às famílias
carenciadas, em situação de extrema
pobreza; (ii) um programa de
alimentação escolar; (iii) um programa de
vacinação; e (iv) aumento da parte do
Orçamento Geral de Estado alocado aos
sectores sociais.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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31. Para colmatar todos esses desafios
tanto sociais como económicos, as
autoridades têm que motivar os
funcionários e as instituições para melhor
servirem os cidadãos. É nesta ótica que o
desenvolvimento e o reforço das
capacidades nacionais, a todos os níveis
constituem um desafio transcendental
para as autoridades. No entanto, os dados
são essenciais para o processo de
desenvolvimento, o que faz com que as
entidades nacionais produtoras e
utilizadoras de dados estatísticos
mereçam muita atenção, a fim de terem
dados confiáveis.
32. As gritantes deficiências em termos
d’infraestruturas limitam o potencial de
crescimento e do comércio no país. As
estimativas dos custos de transporte em
São Tomé são 30%-40% superiores às de
Libreville, Gabão. Os custos de transporte
e de comunicação são onerosos, devido à
limitação do país no que toca à
conectividade e acessibilidade. Por se
tratar de um Estado insular, o país
depende unicamente dos meios aéreos e
marítimos para a circulação de bens e
pessoas e da TIC para conectividade
digital. A maioria dos programas de
infraestruturas é, em grande parte,
financiada por ajuda externa devido à
fraca capacidade do governo em mobilizar
recursos nacionais suficientes.
I.7. Resposta do SNU às prioridades
de desenvolvimento de São Tomé e
Príncipe
33. Ciente desta situação e chegando ao
fim do ciclo do UNDAF precedente (2012-
2016), o Governo solicitou à Equipa-país
das Nações Unidas em São Tomé e
Príncipe para formular um novo UNDAF
para o Quinquénio 2017- 2021. Dois
documentos importantes estiveram na
base deste precioso processo: o novo
Programa do Governo (2014-2018) e a
Agenda de Transformação-2030.
34. Coube à Equipa-país das Nações
Unidas e o Governo da República
Democrática de São Tomé Príncipe
conduzirem o exercício de formulação do
UNDAF 2017 - 2021, de acordo com uma
abordagem participativa, em que
tomaram parte representantes da
Administração, do sector privado e
organizações não-governamentais assim
como as Agências das Nações Unidas,
residentes e não residentes. Sob a égide
do Ministro dos Negócios Estrangeiros e o
Coordenador-Residente do Sistema das
NU, o processo desenrolou-se da seguinte
forma:
Avaliação a meio-percurso do UNDAF em
Abril de 2014, em articulação com o plano de seguimento e de avaliação de UNDAF 2012-2016. O exercício de revisão recomendou que avaliações conjuntas sejam realizadas de maneira regular com o Governo, e que os produtos e atividades
do UNDAF sejam centralizados tendo em conta as vantagens comparativas do SNU, tomando em consideração os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. A referida avaliação recomendou igualmente que houvesse uma melhor definição do mecanismo de monitorização e avaliação
do UNDAF e das estratégias e planos nacionais.
Formulação de um Roteiro com a participação de todas as Agências de SNU,
tendo o mesmo sido adotado pelo Governo durante um Retiro conjunto realizado entre a Equipa-país e o Governo, na
pessoa do Secretário-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros em
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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representação do Ministro dos Negócios Estrangeiros.
No âmbito da reforma das Nações Unidas, o Governo aprovou o processo de "Unidos em Ação-Delivery as One- e optou pela
aplicação efetiva desta reforma em São Tomé e Príncipe. Foi nesse quadro que o Governo enviou uma carta ao Secretário-Geral das Nações Unidas informando-o da sua intenção de implementar 'Delivering as One' em São Tomé e Príncipe
Uma série de formações sobre os cincos
princípios de programação foram organizadas em Outubro de 2015, dirigidas às partes intervenientes (as
agências das Nações Unidas e a parte nacional) sobre os princípios de programação relativos à preparação do
Balanço-Comum do País (CCA) e do UNDAF.
Formulação da Avaliação Comum do País (CCA): um conjunto de trabalhos de análise sectorial sobre os principais temas (coesão social, crescimento económico e resiliência e governação e transparência,
incluindo os ODD) serviu para se entender a situação reinante no país: identificação de problemas prioritários de desenvolvimento, análise causal destes
problemas e a definição de pistas possíveis de ação. O documento em questão foi validado em Setembro de 2015.
Retiro sobre a Planificação Estratégica do UNDAF: Na sequência do Retiro da Equipa-país das Nações Unidas de 9 de Março de 2015, foi a Opção 1C, definida no «Anexo Jurídico de Fevereiro de 2015» do Guia do UNDAF 2010 - «UNDAF desenvolvido a
nível dos efeitos» -, a que foi considerada como sendo a que mais se adapta ao contexto do País.
35. A escolha dessa Opção permitirá às
respetivas Agências da Equipa-país do
SNU de prepararem os seus Documentos
de Programa, assim como os planos de
trabalho conjunto anuais ou bianuais que
deles decorrerão.
36. Antes da realização do Ateliê de
Priorização Estratégica (SPR) de 24 a 26
de Novembro de 2015, a Equipa-país das
Nações Unidas, definiu uma visão comum
em torno dos eixos estratégicos e das
possíveis opções programáticas, durante
o retiro de março de 2015. Facilitado por
um consultor internacional recrutado pela
referida equipa, esse retiro de priorização
estratégica permitiu identificar e definir
as prioridades estratégicas e os efeitos
esperados do novo UNDAF 2017-2021,
com base na Visão Comum das Nações
Unidas, nas vantagens comparativas e
nas prioridades estratégicas
estabelecidas pelo Governo. A versão
provisória da matriz de resultados do
UNDAF foi validada pela Equipa-país e o
Governo, tendo ambos acordado sobre a
cadeia de resultados e o sistema de
responsabilidade na sua implementação.
A validação final do documento UNDAF
2017-2021, seguida da sua assinatura,
puseram fim ao processo da nova
programação conjunta.
I.8. As Vantagens Comparativas
e as Orientações Estratégicas do
Sistema das Nações Unidas
37. A Avaliação Comum do País insistiu
particularmente, sobre a necessidade do
Sistema das Nações Unidas em São Tomé
e Príncipe trabalhar na base de uma
abordagem explícita, que consistiria em
avançar com firmeza para a eventual
apropriação nacional de todos os
resultados do desenvolvimento. Essa
abordagem passaria necessariamente por
um trabalho com o governo e os outros
parceiros para que em conjunto
pudessem advogar pelo aumento do
rendimento nacional e pelos ajustes das
dotações orçamentais, capazes de darem
respostas às necessidades nacionais de
desenvolvimento, enquanto país de
rendimento médio. Ao nível nacional,
enquanto a coordenação das Nações
Unidas e a planificação conjunta forem
realizadas, através do UNDAF, as Nações
Unidas devem demonstrar a sua mais-
valia através da planificação conjunta e,
eventualmente, através de programas
conjuntos, bem como o enfoque conjunto
da assistência pelas quais as mesmas
devem enveredar-se em prol do
desenvolvimento do país.
38. Baseando-se nesta constatação, a
Equipa-país, apoiada pelos participantes
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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do ateliê de priorização estratégica de
finais de Novembro de 2015, concordou
em articular, de forma clara, o UNDAF
2017-2021 com os eixos da Agenda de
Transformação STP 2030.
39. Assim sendo, as orientações
estratégicas do SNU em São Tomé e
Príncipe para o período 2017-2021, estão
diretamente alinhadas aos três eixos
estratégicos nacionais importantes,
nomeadamente: (1) o reforço da coesão
Social através do acesso a serviços sociais
básicos de qualidade para reduzir a
disparidade e desigualdade entre os
cidadãos e comunidades; (2) o reforço da
credibilidade interna e externa do país e;
(3) a promoção do crescimento
sustentável inclusivo e resiliência.
II - Parceria: Valores e
Princípios
II.1. Parceria
40. Uma das vantagens comparativas,
apreciadas durante o ciclo precedente é o
apoio do SNU aos parceiros nacionais em
matéria de planificação e implementação
das estratégias nacionais de
desenvolvimento. Um número
considerável de análises e apreciações,
avaliações de impacto, conhecimentos
técnicos e relatórios sobre os progressos
realizados conjuntamente pelo Governo e
pelas Agências do SNU, permitiram-lhe
contribuir para a formulação de políticas
nacionais e para a identificação de
projetos importantes de desenvolvimento
em São Tomé e Príncipe.
41. A parceria entre o Sistema das Nações
Unidas e o Governo, por um lado e, as
instituições internacionais, a sociedade
civil e o setor privado, por outro lado, irão
reforçar a colaboração entre os mesmos e
permitir uma melhor intervenção no país,
para que a gestão da ajuda a São Tomé e
príncipe seja mais eficiente e se melhore
a forma de trabalhar, promovendo a
sinergia necessária que contribua para a
sustentabilidade da realização dos
objetivos da Agenda de Transformação
2030 de STP e dos ODS. Permitirá ao país
estar em conformidade com os princípios
da eficácia do desenvolvimento, através
do desenvolvimento da Cooperação
Triangular e Sul - Sul.
42. Para o efeito, o quadro da cooperação
e do acordo mútuos entre o Governo da
República Democrática de São Tomé e
Príncipe e o Sistema das Nações Unidas
para o período 2017-2021 é definido no
presente UNDAF, para permitir
especialmente uma maior coerência e
uma melhor coordenação entre as
agências das Nações Unidas. A Equipa-
país decidiu que a operacionalização do
UNDAF seja realizada através da
implementação dos Planos Conjuntos de
Trabalho para cada um dos resultados
estratégicos. Serviria, portanto, como um
quadro de referência para o apoio do
Sistema das Nações Unidas durante o
quinquénio 2017-2021.
43. O SNU, os Ministérios dos Negócios
Estrangeiros e da Economia e Cooperação
Internacional irão funcionar juntos para
garantir a coordenação e a pilotagem do
UNDAF. Com efeito, todos os
departamentos ministeriais implicados
são agentes de implementação do
UNDAF, como o são também, todas as
ONG, o sector privado e as organizações
da sociedade civil intervenientes.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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44. O Governo e o Programa das Nações
Unidas para o desenvolvimento (PNUD)
celebraram no dia 26 de março de 1976
um acordo de base, designado por Acordo
Geral de Assistência (SBAA) que rege o
quadro de assistência do PNUD no País,
para o qual o UNDAF, assim como os
Planos Conjuntos de Trabalho Anual
(PCTA) (a serem incluídos e incorporados
no presente UNDAF), constituem em
conjunto, o documento de projeto como
indicado no SBAA. O Fundo das Nações
Unidas para a Infância (UNICEF) celebrou
com o Governo o seu acordo de base de
cooperação em 1993. Com o Programa
Alimentar Mundial, um acordo de base
relativo a uma assistência do Programa
Alimentar Mundial, foi celebrado entre as
partes, enquanto outras agências foram
trocando cartas referindo-se ao SBAA
celebrado pelo PNUD e o Governo,
introduzindo, sempre que possível, as
alterações necessárias para o
desenvolvimento da sua assistência ao
país. Dentre as agências, importa realçar,
o UNFPA e algumas agências não-
residentes.
45. O Plano-Quadro das Nações Unidas
para a Assistência ao Desenvolvimento é
lido, interpretado e implementado pelo
SNU, em conformidade com os acordos de
base de cada agência.
46. As Agências residentes (PNUD, OMS,
UNFPA, PAM e UNICEF) e as não-
residentes (FAO, UNODC, OIT, UN-
HABITAT, OHCHR) trabalharão em
estreita colaboração para a
implementação do UNDAF e do seu plano
de ação. De notar, todavia, que a FAO, a
OIT e UN-Habitat dispõem de um ponto
focal residente, que intermedeia a
implementação dos respetivos programas
no país.
II.2. Valores 47. O UNDAF apoia-se integralmente nos
princípios da reforma das Nações Unidas,
na Declaração de Roma sobre a
harmonização de 25 de fevereiro de 2003,
na declaração de Paris sobre a Eficácia da
Ajuda (2005), bem como na Declaração
de Doha sobre o financiamento do
desenvolvimento (2008): documento
final da Conferência internacional sobre o
financiamento do desenvolvimento,
encarregue de examinar a implementação
do consenso de Monterrey. As Agências
do Sistema das Nações Unidas vão
promover a apropriação nacional e a
liderança, a harmonização e a
simplificação dos procedimentos e das
linhas diretrizes, a utilização acrescida
dos sistemas nacionais, assim como uma
responsabilização assumida por todas as
partes intervenientes. O Governo e o
Sistema das Nações Unidas trabalharão
em conjunto para desenvolverem as
capacidades nacionais aos níveis central e
local. Todas as agências das Nações
Unidas incluindo as não-residentes são
partes integrantes do presente UNDAF.
48. Na perspetiva do estabelecimento de
uma base de confiança mútua entre as
partes interessadas, para uma maior
transparência na gestão, o UNDAF
primará pelo desenvolvimento de
princípios e mecanismos fundamentais
para orientar e harmonizar as relações
entre as agências do SNU, por um lado, e
o SNU e o Governo, por outro lado.
III - Os Resultados do UNDAF
49. Os resultados esperados visam a
melhoria da performance e a
competitividade institucional entre os
titulares de obrigações, chamados a:
(i) Criar condições ótimas que reforcem a coesão social para a melhoria da qualidade de acesso dos detentores de direitos a um pacote de serviços sociais básicos de qualidade, para que,
finalmente se reduza as desigualdades
e as disparidades existentes em todos os níveis;
(ii) Melhorar a empregabilidade e a competitividade das empresas através de maior acesso a produtos
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financeiros que visem a redução da pobreza, num contexto resiliente e;
(iii) Fortalecer a credibilidade externa do país por meio de ações que visem a melhoria da reforma da justiça, dos
quadros legais e jurídicos, que facilitem uma melhor integração da economia do país na economia regional e mundial.
50. Estas três áreas devem integrar as
abordagens de Género, do reforço de
capacidades, da gestão baseada em
resultados, nos direitos humanos e
juventude, na perspetiva de
desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Além disso, o SNU prevê apoiar o governo
no estabelecimento de um roteiro para a
integração dos novos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, aprovado
por 193 Estados-membros das Nações
Unidas, incluindo STP nos planos,
políticas e estratégias nacionais.
51. As ações do Sistema das Nações
Unidas (SNU) contribuirão também para a
mudança de comportamento dos titulares
de obrigações e dos detentores de
direitos, para fazerem valer os seus
direitos e assegurar a sua plena
participação e responsabilidade na nova
Agenda de Transformação do País para o
horizonte 2030, considerada como
documento de referencia do país e na
promoção de uma governação
democrática e económica
descentralizada, respeitosa dos direitos
humanos, que desenvolva capacidades e
promova a igualdade de género. Os três
Efeitos identificados pela Equipa-país e o
governo vão contribuir para essas
mudanças.
EFEITO 1 : As disparidades e as
desigualdades são reduzidas a todos os
níveis através da plena participação dos
grupos vulneráveis e chaves e do
desenvolvimento e utilização por esses
grupos dos serviços de proteção social e
dos serviços sociais de base.
52. O SNU apoiará igualmente na
melhoria do acesso da população aos
serviços sociais de base de qualidade de
forma não discriminatória,
prioritariamente para grupos vulneráveis,
e particularmente para crianças,
adolescentes e mulheres. A contribuição
do SNU incidirá no reforço das
capacidades humanas e institucionais,
coordenação e oferta de serviços sociais
de qualidade e, finalmente, advocacia
para estimular a demanda e a utilização
dos serviços.
53. O SNU velará por uma combinação
das medidas de acompanhamento que
permitam reforçar as capacidades dos
parceiros nacionais e investimentos,
visando a melhoria das infraestruturas de
saúde, de proteção, de nutrição e de
educação, assim como das infraestruturas
de saneamento e de água melhoradas.
Estas ações focalizarão todos os níveis, a
saber, central, local e a RAP.
III.1. Resultado Estratégico 1:
Reforçar a Coesão Social através
de um acesso aos serviços sociais
de base de qualidade visando a
redução da desigualdade e da
disparidade entre os cidadãos e as
comunidades.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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54. Educação : a prioridade do SNU é
acompanhar a melhoria da qualidade do
sistema educativo, nomeadamente o pré-
escolar e
primário, ao
nível do acesso
e da retenção,
na base dos
objetivos da
escolaridade
universal, assim
como a
melhoria da
qualidade da
educação no
quadro dos
planos
sectoriais
existentes e próximos (novo plano
sectorial, para o início do ODS 4).
Neste contexto, as ações do SNU
ajudarão a reforçar capacidades de
formulação e de implementação de
estratégias adequadas. Contribuirão
deste modo (i) ao crescimento, (ii) à
extensão, (iii) à diversificação da oferta
educativa (a favor, nomeadamente, das
crianças e jovens não-escolarizados,
assim como das crianças vivendo com
deficiência), (iv) a redução, via supressão
progressiva dos custos de educação que
agravam o orçamento das famílias, e (v)
à melhoria da qualidade do ensino-
aprendizagem e da performance, a todos
os níveis das entidades do sistema
educativo.
55. O reforço das políticas curriculares e
docentes, dos sistemas de informação e
de planificação, dos mecanismos de
coordenação, dos dispositivos de
formação e de certificação dos docentes,
será objeto de uma atenção muito
particular, no quadro dos apoios que
serão mobilizados pelo Sistema das
Nações Unidas (SNU).
56. Saúde e Nutrição : a contribuição
do SNU para o reforço do sistema de
saúde pautará igualmente pela utilização
dos serviços integrados de saúde de
qualidade, baseados na pessoa e na
cobertura universal, particularmente no
que concerne a formulação dos principais
quadros programáticos de
desenvolvimento a médio e longo prazos,
sobretudo para os mais desfavorecidos,
as mulheres e as crianças, e
particularmente, a favor das
comunidades e distritos identificados
como os mais vulneráveis no ponto de
vista da equidade social e económica.
57. Uma atenção particular será dada às
intervenções do SNU, que têm impactos
consideráveis, nomeadamente: (i) a
aceleração da redução da mortalidade
materna, neonatal, e infantojuvenil à
todos os níveis, (ii) a melhoria do acesso
universal às intervenções essenciais
(prevenção, diagnóstico, tratamento e
seguimento) do VIH/SIDA e contra a
Tuberculose, sempre na perspetiva de
apoiar o governo a inverter as
tendências (redução significativa da
morbilidade e da mortalidade), (iii) a
continuidade das ações conducentes à
eliminação do paludismo, (iv) a melhoria
da situação nutricional, sobretudo no que
concerne a redução da desnutrição
crónica entre as crianças de menos de
cinco anos, (v) a melhoria dos cuidados
essenciais aos recém-nascidos e o
reforço da vacinação de rotina, com vista
à eliminação do sarampo (vi) o reforço
do combate às doenças tropicais
negligenciadas, (vii) o reforço do
combate às doenças não transmissíveis
(MNT), nomeadamente a diabete e as
doenças cardiovasculares, apoiando o
governo a implementar o plano
estratégico de luta contra as MNT, este
A Educação primaria
universal foi atingida
mas são
indispensáveis
esforços
suplementares visando
melhorar a qualidade
de ensino e,
aumentando ao
mesmo tempo, a taxa
de transição do
primário para o
secundário.
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último alinhado ao plano de ação
mundial 2013-2020; (vii) o aumento da
oferta e a melhoria da qualidade dos
serviços integrados de saúde reprodutiva
dos adolescentes e dos jovens, e
reposicionando o planeamento familiar
com enfoque no aumento da prevalência
de utilização dos contracetivos modernos
a 50% (37,4% em 2014).
58. Enfim, em matéria do VIH/SIDA, o
SNU dará a sua contribuição ao reforço
das capacidades nacionais e locais, em
matéria de coordenação e de respostas às
necessidades das populações mais
afetadas, reduzindo assim o fenómeno da
estigmatização das pessoas atingidas
pelo VIH/SIDA, por um lado, e apoiando
a eliminação da transmissão mãe-bebé do
VIH/SIDA. O SNU promoverá igualmente,
parcerias com o setor privado, para
intensificar as ações de sensibilização, de
prevenção e de responsabilização dos
desafios que estejam ligados ao combate
do VIH/SIDA.
59. As intervenções visarão igualmente
prosseguir com a melhoria da taxa de
cobertura vacinal nas crianças (prevendo
a eliminação do sarampo e a introdução
de novas vacinas, o VPI, o Rota vírus, o
HPV) e nas mulheres, adotando
estratégias de proximidade para alcançar
os não vacinados, combater a má-
nutrição crónica das crianças de menos de
5 anos, reforçar a nutrição das mulheres
grávidas e aleitantes.
60. Proteção : baseando-se no
diagnóstico de 2014 sobre as formas de
violência de que são vítimas as mulheres
e as crianças e sobre as respostas dadas,
na Política Nacional de Proteção da
Criança e do seu Plano de ação,
elaborados em 2015, a componente de
Apoio à Proteção terá como enfoque a
ajuda ao Governo para a organização de
um sistema holístico de proteção das
crianças a nível nacional e
descentralizado, com vista à prevenção e
resposta às violências contra as crianças,
à implementação do Plano de Ação da
Política Nacional de Proteção da Criança.
61. Após a adoção da Política e do Plano
de Ação pelo Governo, o Programa de
Proteção da Criança tem por objetivo
apoiar as atividades qui contribuirão para
o lançamento e à funcionalidade do
quadro institucional de proteção da
criança, através: Do estabelecimento de um mecanismo
multissectorial de coordenação e monitorização da execução do Plano de Ação;
Da formação e da especialização das partes intervenientes, implicadas na execução das atribuições de proteção da
criança; Do reforço da proteção das crianças
através do desenvolvimento das capacidades de autoproteção infantil, do
reforço das competências dos pais e da comunidade, e da identificação das
As mudanças esperadas até 2021
relativas a este efeito 1 são :
Consolidar os ganhos sociais nomeadamente (i) a continuidade da redução da mortalidade materna que foi-se diminuído, consideravelmente, nos últimos anos passando de 189.3 por 100.000
nascidos vivos em 2000 para 76 por 100.000 nascidos vivos em 2014 ; a mortalidade infantil passou de 89 por 1000 nascidos vivos em 1995 para 38 por 1000 nascidos vivos em 2014 assim como a mortalidade
neonatal que passou de 31.5 por 1000 nascidos vivos em 1995 para 19.3 por 1000
nascidos vivos em 2013, através da melhoria da oferta dos cuidados e do acesso á cobertura sanitária universal ; (ii) Redução da mortalidade ligada aos acidentes rodoviários ; (iii) redução da incidência do paludismo a menos de um caso
por 1000 habitantes em São Tomé e início do processo de eliminação do paludismo na ilha do Príncipe. Consolidar a redução da mortalidade ligada ao VIH/SIDA e a tuberculose ; (iv) eliminação do sarampo, (v) redução da mortalidade ligada às
doenças tropicas negligenciadas, (vi)
redução da mortalidade ligada às doenças não transmissíveis.
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famílias em risco pelos serviços sociais, na perspetiva de uma intervenção proactiva.
62. Proteção social: No geral, a
estimativa da taxa de cobertura do
sistema de proteção social é de 21% da
população. Para melhorar esta situação,
um documento de política e estratégia de
proteção social foi elaborado e aprovado
pelo Governo em 2015 (tem como eixos
estratégicos principais : as transferências
monetárias condicionais às famílias em
situação de extrema pobreza e ações que
facilitem a formação do seu capital
humano e o acesso aos serviços sociais de
base; um sistema sustentado de proteção
social contributivo obrigatório de forma a
cobrir eficazmente os riscos de
invalidade, de envelhecimento e de óbito;
a empregabilidade e o acesso ao trabalho
decente; procedimentos eficazes para a
gestão da política e estratégia nacional de
proteção social e dos seus programas;
mecanismos de coordenação
institucional, capazes de assegurar uma
utilização eficaz dos recursos
disponíveis). A estratégia do SNU
consistirá no apoio concreto à
implementação desses eixos estratégicos.
63. As Nações Unidas concentrarão
igualmente a sua intervenção na análise
do financiamento pelo Governo dos
serviços que favoreçam as crianças e os
grupos vulneráveis, para permitir que os
investimentos sejam mais transparentes,
eficazes, equitativos e adequados para as
crianças. Os principais objetivos desse
programa consistem em influenciar as
decisões do Governo relativamente às
despesas a favor das populações
vulneráveis, nomeadamente as crianças,
e os serviços sociais, a redução das
disparidades em termos de despesas
entre os diferentes grupos da população,
e a aplicação da abordagem «value for
money» para que as populações
vulneráveis e chaves possam beneficiar
plenamente dos recursos disponíveis.
Essa advocacia para a análise das
despesas públicas implicaria mobilizar
atores a todos os níveis incluindo os
departamentos responsáveis pelo
orçamento nos ministérios de tutela, o
Ministério do Emprego e dos Assuntos
Sociais e o Ministério da Economia e da
Cooperação Internacional, e as
Administrações locais e regional, o
Parlamento e a sociedade civil.
64. Água e Saneamento: As Nações
Unidas darão o seu contributo na
elaboração e no monitoramento da
implementação de uma política nacional
de água e saneamento, através de uma
abordagem multissectorial, incluindo a
sociedade civil, a fim de assegurar que os
recursos e os serviços de água e
saneamento sejam geridos de forma
equitativa e sustentada.
EFEITO 2 : A administração pública
central e local e as instituições de
controlo são mais eficazes, com uma
participação cidadã garantida, em
particular pelos jovens e mulheres.
III.2. Resultado Estratégico 2:
Reforçar a credibilidade interna e
externa do país
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O Objetivo deste efeito é de tornar a
justiça acessível às camadas mais
desfavorecidas, e particularmente as
mulheres e os jovens.
65. O SNU não poupará esforços para
apoiar o reforço das capacidades
institucionais da administração central,
do poder local, das organizações da
sociedade civil e do setor privado, com
vista a pôr em prática as leis e
instrumentos que facilitem os cidadãos e
cidadãs a beneficiarem e desfrutarem dos
seus direitos contribuindo para a sua
vitalidade e a credibilidade do País no
plano interno e externo pelos investidores
estrangeiros.
66. Para este efeito, o SNU pretende
contribuir para a consolidação do Estado
de Direito, para o respeito pelos direitos
humanos e para a promoção da cultura de
responsabilização das instituições na
gestão dos assuntos públicos. Será uma
contribuição à implementação da
governação eletrônica, na perspetiva de
uma maior transparência na gestão das
ações governativas executivas, através:
O fortalecimento dos mecanismos e
instituições democráticas, tendo como baluarte as questões ligadas à
reconciliação nacional, à coesão social e à consolidação da estabilidade institucional
e política, ao aprofundamento da descentralização, ao controlo do cidadão sobre a ação pública (transparência e responsabilização) e a luta contra a corrupção.
A consolidação do Estado de Direito e da proteção das populações vulneráveis,
através da promoção e de apoio à implementação de respostas adequadas às violações dos direitos humanos.
O reforço das capacidades da sociedade civil, do sector privado e da imprensa, visando o sistema de regulação e da
responsabilidade dos intervenientes na promoção da governação tranquilizada.
O EFEITO 3 : O Emprego e a
competitividade são assegurados
através da diversificação económica,
do desenvolvimento da resiliência às
mudanças climáticas, para a melhoria
da qualidade de vida das populações
pobres e vulneráveis nos meios
rurais e urbanos, bem como o acesso
ao financiamento e ao mercado para
jovens e mulheres.
67. No âmbito da Agenda de
Transformação 2030 que o Governo de
STP deseja implementar, é percetível que
o SNU:
Apoiará o processo de formulação e implementação de uma estratégia de crescimento económico forte e inclusivo, suscetível de reverter a tendência de empobrecimento da população. Tomando em conta a abordagem de género e a
baseada em direitos humanos, as ações previstas incidirão também sobre o desenvolvimento de políticas sectoriais que estejam alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Contribuirá para uma melhor articulação das políticas com o quadro
macroeconómico e orçamental do Estado. Associada a estas providências estará a
análise de dados sociodemográficos e económicos.
Apoiará a questão da integração das principais variáveis demográficas nas políticas sectoriais fundamentais, a fim
de agir de forma mais eficaz sobre o
III.3. Resultado Estratégico 3 :
Promoção de um crescimento
sustentável inclusivo e resiliente
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comportamento e as atitudes das pessoas na perspetiva de um melhor controlo do crescimento da população, concentrando-se no reforço do planeamento familiar e espaçamento de
nascimentos como uma forma eficaz para lutar contra a pobreza e estabelecer as bases para um processo de transição demográfica.
Apoiará na consolidação da estrutura técnica e organizacional que será criada no âmbito da implementação da Agenda
de Transformação 2030, sob a tutela do Gabinete do Primeiro-ministro e dos ministérios afins, com vista à melhoria da
previsibilidade e eficácia da cooperação para o desenvolvimento e à atração de investidores estrangeiros.
Acompanhará as iniciativas governamentais de criação de oportunidades de emprego e rendimento a favor das populações vulneráveis, nas comunidades bem identificadas, através do reforço das capacidades institucionais e organizacionais em matéria de políticas
e estratégias de promoção de emprego remunerado, do autoemprego e da formação profissional mais sensível à problemática do género e o
desenvolvimento de serviços de proximidade, nomeadamente a micro-finança inclusiva, o reforço das
capacidades dos produtores locais e do apoio ao desenvolvimento, do empreendedorismo, no contexto da diversificação das economias locais com grande valor acrescentado.
Dará um apoio reforçado aos produtores,
na perspetiva da melhoria da segurança alimentar e da comercialização de produtos agrícolas. O desenvolvimento das capacidades organizacionais e técnicas dos produtores e do setor
privado nos distritos, bem como, o desenvolvimento da educação
nutricional, aí consideradas como ações prioritárias.
Contribuirá para o reforço da competitividade do sector privado, como pedra basilar do desenvolvimento sustentável e da luta contra a pobreza, através do qual será revitalizado o
diálogo público-privado, especialmente em questões de regulação e de ambiente de negócios. Essas ações terão igualmente como objetivo a promoção da produtividade das empresas através da modernização das indústrias, da
modernização das ferramentas de produção e da mitigação do impacto do VHI/SIDA no capital humano e no desenvolvimento sustentável.
Continuará a apoiar às ações que visem tomar em conta os efeitos negativos das
catástrofes naturais e das mudanças climáticas, através da sua prevenção e mitigação. No que diz respeito às inundações recorrentes, às secas e outros riscos e ao âmbito da pobreza
extrema e à vulnerabilidade das populações decorrente dessa situação, o UNDAF contribuirá para o reforço das capacidades institucionais e operacionais do dispositivo de redução dos riscos de catástrofes, assim como das capacidades de resiliência das comunidades. Uma
atenção especial será dada às mulheres em idade fértil, aos adolescentes e às crianças.
Apoiará as iniciativas suscetíveis de reforçar os mecanismos e a capacidade de resiliência, com vista à consolidação
das capacidades das comunidades e das instituições locais em resistirem à variedade de choques e riscos.
68. A governação ambiental também faz
parte das prioridades do UNDAF para uma
mais-valia dos recursos naturais
disponíveis no país, num contexto de
desenvolvimento sustentável, sempre na
perspetiva da implementação das
orientações de “Samoa Pathway" e das
principais recomendações do 'New Deal'
dos países membros do G7 + de que São
Tomé e Príncipe faz parte.
69. Os detalhes dos resultados, das
medidas que lhe são associadas assim
como das hipóteses e riscos, são
desenvolvidos na matriz que figura no
Anexo II.
70. Em guise de conclusão, os três efeitos
do UNDAF farão objeto de uma
abordagem integrada, articulada e
coerente, através da qual os resultados
estratégicos definidos serão
implementados.
71. Particularmente para os Efeitos 1 e 3,
esta abordagem interligada far-se-á
sobre a problemática da legislação para a
melhor proteção dos interesses dos
investidores nacionais e estrangeiros e
das pequenas e médias empresas criadas
e/ou existentes e os agentes tanto do
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setor público como privado e capacidades
de resiliência.
72. Esta abordagem intersectorial refere-
se igualmente aos Efeitos 1 e 2,
relativamente às questões do
fortalecimento das instituições, com vista
a uma melhor governação na gestão de
serviços sociais e à eficácia de certas
políticas sectoriais específicas aos Efeitos
em causa.
73. A mesma situação para os Efeitos 2 e
3. Espera-se uma sinergia entre os
serviços sociais de base e a
empregabilidade e a competitividade dos
jovens. Necessário se torna encontrar um
equilíbrio entre a educação e o mercado
de trabalho em prol de um ambiente
sanitário salutar.
74. Todos os resultados do UNDAF são
consistentes com os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável 2030,
aprovados pelos 193 Estados-membros
das Nações Unidas em 25 de Setembro de
2015, com enfoque para a luta contra a
pobreza, a agricultura sustentável, a
segurança alimentar e nutricional, a
industrialização, o ambiente, a promoção
da paz e de uma sociedade pacífica e para
o estabelecimento do Estado de Direito e
de instituições eficazes, o acesso aos
serviços sociais de base (saúde,
educação, proteção...).
75. A Agenda de Transformação de STP
2030 toma em consideração os Objetivos
de Desenvolvimento sustentável (ODS).
As prioridades nacionais contidas na
Agenda de Transformação de São Tomé e
Príncipe 2030 tomam em conta os
Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) e é nítida a sua
articulação com os ODS. Para o efeito, e
na perspetiva de integração dos ODS nos
seus programas e planos de
desenvolvimento, o Governo selecionou
um número limitado de cinco ODS como
prioritários para os próximos cinco anos.
Dada a diversidade de áreas de
desenvolvimento e de peritagem, é
necessário que o Sistema das Nações
Unidas acompanhe o governo nos seus
esforços pela realização desses ODS
prioritários, cujos efeitos serão
catalisadores em todos os 17 ODS.
76. O ODS 1 visa erradicar a pobreza em
todas as suas formas e em todo o mundo.
Até 2030, tem como objetivo eliminar
completamente a extrema pobreza no
mundo. Trata-se de implementar
sistemas e tomar medidas de proteção
social para todos, adaptados ao contexto
de São Tomé e Príncipe, incluindo as
bases de proteção social, para garantir
que, até 2030, uma parte considerável
dos pobres e pessoas vulneráveis possam
tirar proveito.
77. O ODS 8 visa promover um
crescimento económico sustentável, um
emprego pleno produtivo e um trabalho
decente para todo/a(s). Trata-se de
manter uma taxa de crescimento
económico sustentado e alcançar um
nível elevado de produtividade económica
através da diversificação, da
modernização tecnológica e da inovação,
focalizado para os sectores de grande-
valia e de alta intensidade de mão-de-
obra.
78. O ODS 9 tem como objetivo erigir
uma infraestrutura resiliente, promover
uma industrialização sustentável e
estimular a inovação. O investimento a
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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longo prazo em infraestruturas e inovação
é um vetor chave para o crescimento
económico e o desenvolvimento.
79. O ODS 14 visa manter e operar de
forma sustentável, mares, oceanos e
recursos marinhos, para fins de
desenvolvimento sustentável. Até 2030,
este objetivo visa fazer os SIDS e os
países menos avançados (PMA),
aproveitarem melhor dos benefícios
económicos da exploração sustentável
dos recursos marinhos, nomeadamente
através da gestão sustentável das pescas,
aquicultura e turismo.
80. ODS 16 visa promover o advento de
sociedades pacíficas e abertas para o
desenvolvimento sustentável, garantindo
o acesso à justiça para todos e
assegurando-se de que haja a todos os
níveis instituições eficazes, responsáveis
e abertas. Visa igualmente promover o
Estado de Direito ao nível nacional e local
e dar a todos os cidadãos e cidadãs de
São Tomé e Príncipe o acesso à justiça,
em condições de igualdade.
.
III - Recursos e Estratégia
para a Mobilização de Recursos
81. O custo total dos Programas do
UNDAF para o período de 2017-2021 foi
estimado em 41.387.000 milhões USD
dos quais 59,4 % são para serem
mobilizados. Este orçamento total será
destinado na totalidade às ações ligadas
ao crescimento económico e à resiliência
(43,6%) numa perspetiva de
desenvolvimento inclusivo, iniciativas de
reforço à governação (20,4%), e, aos
serviços sociais de base (36,0%).
82. A diferença da quantidade de recursos
atribuídos aos três Efeitos deve-se, por
um lado, à importância de certos
investimentos necessários nos sectores
produtivos (especialmente agricultura,
meio ambiente e competitividade e
empregabilidade), ao nível do Efeito 3 e
dos sectores sociais, para o Efeito 1, e,
por outro lado, para as componentes
sectoriais de governação sectorial que são
integradas nos Efeitos 1 e 3.
Recursos e na Estratégia de
Mobilização de recursos:
As Agências das Nações Unidas irão facilitar a
elaboração e a implementação de atividades
relativas ao UNDAF, nomeadamente: apoio
técnico, assistência monetária, apoio logístico,
produtos de base e equipamentos, prestação
de serviços, transportes, meios financeiros
destinados a financiar acções de
sensibilização, investigação e estudos,
serviços de consultoria, desenvolvimento de
programas, acompanhamento e avaliação dos
programas, actividades de formação e de
reforço do pessoal. Parte do apoio das
agências das Nações Unidas pode ser
proveniente de organizações não-
governamentais e da sociedade civil, tal como
acordado nos termos dos planos de trabalho e
nos documentos do projeto.
Um apoio adicional poderia incluir o acesso ao
sistema global de informações gerido pelas
organizações das Nações Unidas, à rede dos
escritórios locais das Agências das Nações
Unidas e às bases de dados especializadas,
incluindo os Rosters de consultores e
prestadores de serviços em matéria de
desenvolvimento e o acesso ao apoio fornecido
pela rede das agências, fundos e programas
especializados das Nações Unidas.
As Agências das Nações Unidas devem nomear
uma equipa de funcionários e consultores
encarregue da preparação dos programas, do
apoio aos programas, da assistência técnica e
das atividades de seguimento e avaliação.
Sujeito a revisões anuais e aos progressos
realizados na implementação do programa, os
fundos das Agências das Nações Unidas serão
distribuídos a cada ano civil e em conformidade
com o UNDAF. Estes orçamentos serão objecto
de uma revisão e serão descritos mais
detalhadamente nos planos de trabalho, bem
como nos documentos do projeto. Caso o
Governo e as agências das Nações Unidas
concordarem mutuamente, os fundos que não
foram alocados por doadores para atividades
específicas das Nações Unidas podem ser
imputados a outras atividades programáticas,
igualmente importantes.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
Page 34
83. O Efeito 2 «Governação» destina-se
mais especificamente ao reforço de
determinadas dimensões contextuais da
governação nacional e local, visando os
processos de coesão social, governação
eletrónica, direitos humanos e a
descentralização, em complementaridade
e/ou em parceria com os programas de
outros parceiros técnicos e financeiros.
84. No âmbito da implementação da
Agenda de Transformação 2030, o
Governo irá contribuir para o
financiamento do UNDAF e dos programas
afins, através da disponibilização de
recursos internos, tanto humanos como
financeiros. Para além disso, com o apoio
do Sistema das Nações Unidas, irá
desenvolver e implementar uma
estratégia de mobilização de recursos
junto dos doadores, do sector privado, e
no reforço da Cooperação Sul-Sul, com
vista à suprir as lacunas de financiamento
do UNDAF.
85. A utilização da Abordagem
Harmonizada de Transferência
Monetária (HACT). A utilização desta
abordagem permitirá uma melhor
apropriação das modalidades de gestão
dos programas/projetos pelos parceiros
nacionais de implementação. Ela será,
portanto, recomendada para uma melhor
gestão baseada em resultados e com
vista a responder aos princípios da
eficácia do desenvolvimento.
TABELA 1: Recursos Previsíveis do
UNDAF 2017-2021 (em US$)
EFEITO Recurso
Disponível
Recurso a
mobilizar
TOTAL
EFEITO 1 8.136.000 6.770.000 14.906.000
EFEITO 2 7.149.000 1.296.000 8.445.000
EFEITO 3 1.500.000 16.536.000 18.036.000
V – Gestão de Programa e Distribuição de
Responsabilidade
V.1. Princípios diretores
87. As partes implicadas acordaram na
aplicação dos seguintes princípios
diretores, que irão gerar em efeitos
multiplicadores sobre as mudanças
previstas, na perspetiva da melhoria das
condições de vida das populações e da
governação política, administrativa e económica:
O engajamento coletivo para a obtenção de resultados que impliquem uma programação coordenada/conjunta,
sensível aos fatores propensos a conflitos e à corrupção.
A integração da dimensão dos Direitos Humanos, Género, Juventude e Reforço das capacidades, enquanto temas transversais, nos 3 Efeitos;
Pes
Pesquisa contínua das melhores sinergias através de iniciativas conjuntas entre as
diferentes agências do Sistema das Nações Unidas (SNU) nos distritos e comunidades julgadas prioritárias pelo Governo e outros atores do desenvolvimento, tendo em
conta os desafios a ultrapassar. O apoio das várias agências do Sistema das Nações Unidas basear-se-á nas vantagens competitivas suscetíveis de provocar mudanças a nível de políticas sectoriais e de impactos sobre a vulnerabilidade socioeconómica, o acesso aos serviços
sociais de base e às oportunidades de rendimento, de emprego e à participação dos cidadãos na gestão do país.
87. A escolha definitiva dos distritos e
comunidades de intervenção tomará em conta
determinados critérios tais como: (i) a
consolidação dos ganhos mais significativos
dos antigos programas, (ii) a vulnerabilidade,
bem como o nível de extrema pobreza e das
desigualdades, (iii) a complementaridade
entre as agências do SNU e outros parceiros
técnicos e financeiros, (iv) a promoção de
polos de desenvolvimento regional e (v) a
promoção de novas práticas de gestão dos
recursos naturais para o desenvolvimento.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
Page 35
88. Uma atenção particular será dada às
questões ligadas ao reforço das
capacidades nacionais em matéria de
coordenação da ajuda ao
desenvolvimento, de acordo com os
princípios internacionais de parceria
global. De igual modo, as capacidades
nacionais devem dotar-se de uma
estratégia e um programa de ação para
atingir os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável, até 2030.
89. A racionalização na utilização dos
recursos financeiros permitirá a redução
dos custos de transação, por um lado,
através do estabelecimento e da
aplicação dos 'Procedimentos de operação
padrão' (SOP) e por outro lado, da
partilha de meios nas localidades de
concentração de diferentes programas do
Sistema das Nações Unidas e da
otimização dos serviços comuns
relacionados com operações bancárias e
prestação de serviços.
90. O reforço de parcerias estratégicas a
três níveis: (i) a nível político e
estratégico sobre questões de advocacia
para a consolidação dos ganhos sociais e
da coesão social, a governação
democrática, a visão a longo prazo, a
Agenda de transformação 2030 e a
descentralização, (ii) a nível programático
e operacional celebrando acordos com
parceiros nacionais e comunidades locais
no contexto de certos programas
conjuntos e através da partilha e gestão
de conhecimentos, e, finalmente (iii) a
nível de advocacia para o
dimensionamento de projetos
catalisadores, permitindo a mobilização
de recursos financeiros junto do sector
privado e dos PTF.
V.2. Mecanismos de coordenação
e de implementação do UNDAF
91. O sucesso dos resultados do UNDAF
dependerá sobremaneira duma
coordenação eficiente e regular que se
vier a registar no seio do Sistema das
Nações Unidas e com a participação da
parte nacional. Assim, necessário se torna
pôr em prática mecanismos flexíveis e
dinâmicos que privilegiem intervenções
complementares e a redução dos custos
de transação. Serão organizados em
torno do seguinte dispositivo:
o O Comité de Pilotagem apoiado por uma Célula técnica;
o A Equipa-país do Sistema das Nações Unidas (United Nations Country Team ou UNCT);
o A Equipa de gestão dos programas (Programme Management Team ou PMT);
o Os Grupos temáticos para os três Efeitos do UNDAF;
o A Equipa de Gestão das Operações do Sistema das Nações Unidas (Operations Management Team ou OMT);
A Gestão do Programa :
O Programa será executado à escala nacional,
sob a coordenação global do Ministro dos
Negócios Estrangeiros e do Ministro da Economia
e da Cooperação Internacional. Os Ministérios, as
ONG, e os organismos das Nações Unidas
desenvolverão as actividades programáticas. O
UNDAF será operacionalizado graças à
elaboração de planos de trabalho conjuntos e dos
documentos de projectos julgados necessários,
estes últimos descrevendo os resultados
específicos a serem obtidos, e constituindo,
assim, um acordo entre os organismos das
Nações Unidas e cada um dos parceiros de
execução, em caso de necessidade,
relativamente à utilização dos recursos. Ainda em
caso de necessidade, os organismos das Nações
Unidas e os parceiros recorrerão no mínimo aos
documentos necessários, a saber, o UNDAF
assinado e os planos de trabalho conjuntos, ou
particulares, igualmente celebrados com um
organismo, assim como os documentos de
projecto para a implementação das iniciativas
programáticas. Todavia, se for necessário ou
oportuno, os documentos de projecto podem ser
preparados utilizando entre outros, o texto
pertinente extraído do UNDAF e dos planos de
trabalho conjuntos ou particulares a um
organismo.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
Page 36
o O Grupo encarregue da Comunicação (UN Communication Group ou UNCG).
92. Este dispositivo será apoiado pelo
Gabinete do Coordenador Residente
(GCR), cujo suporte técnico em matéria de
planificação estratégica, coordenação e
acompanhamento dos trabalhos dos
diversos comités é vital para a eficácia da
coordenação das iniciativas do SNU em São
Tomé e Príncipe.
93. O Comité de Pilotagem
Copresidido pelos Ministro dos Negócios
Estrangeiros e Comunidades e o
Coordenador Residente do Sistema das
Nações Unidas, este comité é composto
pelos diretores-gerais dos Ministérios
chaves, Representantes de agências das
Nações Unidas e representantes da
sociedade civil e do setor privado. Cabe ao
comité dar orientação estratégica,
supervisionar a implementação e avaliar os
progressos alcançados, de acordo com os
resultados almejados pelo UNDAF.
Estatutariamente reúne-se duas vezes por
ano. Uma célula técnica, composta por
técnicos de departamentos técnicos
provenientes das agências e órgãos de
seguimento da Agenda de Transformação
2030 e copresidido pelo Diretor-geral do
Ministério da Economia e Cooperação
Internacional e pelo presidente da Equipa de
Gestão de Programas (PMT) do SNU, é
chamada a preparar a documentação para as
reuniões do Comité de Pilotagem.
94. A Equipa-País das Nações Unidas
(UNCT)
Presidida pelo Coordenador Residente do
SNU, esta célula é constituída por
representantes das agências das Nações
Unidas. Cabe à mesma tomar as decisões
adequadas para a coordenação interna e o
sucesso das intervenções; também contribui
para o processo de mobilização de recursos,
na perspetiva de se criar melhores
condições para a execução dos programas
do UNDAF.
95. A Equipa de Gestão do Programa
(PMT)
Agrupando os primeiros responsáveis dos
programas no seio das Agências do Sistema
das Nações Unidas, esta equipa tem o
mandato para liderar a implementação do
processo do UNDAF e conduzir reflexões
estratégicas e programáticas que promovam
melhoria da eficácia dos programas e
fortaleça a complementaridade das
intervenções.
96. Os Grupos temáticos dos três
Efeitos do UNDAF
Cada grupo temático é copresidido por um
representante da agência ou de um
representante dos PTF e por um alto
funcionário do Ministério. O seu papel é: (i)
promover a programação conjunta para
maximizar as sinergias e fazer o seguimento
da implementação do UNDAF, (ii) avaliar
os progressos alcançados na realização dos
Efeitos, e (iii) desenvolver e apresentar os
relatórios ao Comité de Pilotagem sobre o
estado de implementação do UNDAF, para
se ter uma visão geral sobre a realização dos
Efeitos. Os grupos temáticos irão trabalhar
com os grupos sectoriais existentes e
reunirão três vezes por ano.
97. Equipa de Gestão das Operações
(OMT) do Sistema das Nações Unidas
Agrupando os primeiros responsáveis e os
encarregados pelas operações das agências
do Sistema das Nações Unidas, a OMT
assegura a harmonização e simplificação
dos procedimentos operacionais para a
realização eficaz (i) do suporte do UNDAF,
(ii) à realização de economias de escala e
(iii) assegurar a implementação efetiva da
abordagem do HACT a fim de desenvolver
as capacidades dos parceiros de
implementação segundo os termos da
execução nacional e tendo em conta as
recomendações das micro-avaliações aos
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
Page 37
parceiros de implementação, no quadro da
implementação do HACT.
98. O Grupo Encarregue da
Comunicação (UNCG)
Composto pelos encarregados de
comunicação das agências do Sistema das
Nações Unidas, o grupo vela pela (i)
divulgação dos resultados alcançados no
âmbito do UNDAF, (ii) partilha de boas
práticas e experiências bem-sucedidas para
promover o seu dimensionamento e (iii) a
advocacia para melhorar a participação e a
inclusão de grupos vulneráveis
especialmente crianças, adolescentes,
jovens e mulheres a fim de reduzir as
disparidades e desigualdades.
90. Estes diversos mecanismos de
coordenação seguem os princípios de
Unidos em Ação «Delivering as One» (DaO),
para maximizar o impacto das intervenções
operacionais pelas Nações Unidas, em
parceria com o Governo.
VI - Seguimento e Avaliação
do UNDAF
100. O seguimento e a avaliação do
UNDAF far-se-ão através de ações
conjuntas com os parceiros, baseando-se
nos indicadores da Matriz de Resultados. A
avaliação anual do UNDAF, em que estará
envolvida a parte nacional, é a instância na
qual o Comité de Pilotagem (i) examina o
conjunto dos progressos registados, em
conformidade com os resultados
preconizados e definidos pelo UNDAF e (ii)
identifica as lições aprendidas e as boas
práticas.
101. O seguimento é a operação que permite
colher informações sobre a implementação
do UNDAF e analisá-las com base nos
relatórios das agências, dos estudos e
pesquisas, bem como visitas de terreno. Ele
serve, também, para verificar se as
hipóteses feitas e os riscos identificados
durante a fase de definição dos principais
resultados são ainda válidos ou devem ser
revistos.
102. Uma avaliação a meio-percurso será
realizada em 2019 para fazer os ajustes
necessários aos resultados e ao contexto.
103. Uma avaliação final independente terá
lugar no fim do ciclo do UNDAF para
permitir medir a relevância, a eficiência, o
impacto e a sustentabilidade das
intervenções do Sistema das Nações
Unidas, relativamente às prioridades
nacionais de desenvolvimento.
Seguimento e Avaliação:
Os parceiros de execução compromentem-se
a cooperar com as Agências das Nações
Unidas no que toca ao seguimento de todas
as actividades financiadas através de fundos
por elas disponibilizados, tendo acordado
para o efeito o seguinte:
1. Realizar avaliações períodicas de
verificação pontual e no terreno dos
respectivos documentos financeiros
pelas Agências das Nações Unidas ou
dos seus representantes, segundo o
caso, e de conformidade com as
cláusulas específicas dos seus
documentos/contratos de
compromisso celebrados com as
mesmas.
2. Proceder ao seguimento programático
das actividades no que diz respeito às
normas e directrizes das Agências das
Nações Unidas, em matéria de visitas
orientadas e de seguimento no
terreno.
3. Realizar Auditorias especiais ou
programadas. Cada Agência das
Nações Unidas, em colaboração com
os demais organismos do sistema (em
caso de necessidade, em consulta com
o respectivo Ministério responsável
pela Coordenação) desenvolverá um
plano anual de auditoria que
priorizaria os Parceiros de execução
que beneficiam de uma assistência
considerável em espécie,
desbloqueada pelas Agências das
Nações Unidas, e aqueles cujas
capacidades de gestão financeira
necessitam de ser reforçadas.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
Page 38
104. O dispositivo de Seguimento e
Avaliação do UNDAF 2017-2021 depende
fundamentalmente dos sistemas
nacionais sob a tutela do Ministério dos
Negócios Estrangeiros e Comunidades e a
Direção-geral de Planeamento, através do
seu departamento de Seguimento e
Avaliação e o Instituto Nacional de
Estatísticas (INE). O departamento de
seguimento e avaliação visa instaurar
mecanismos e estabelecer um processo
de acompanhamento e avaliação dos
planos e estratégias de desenvolvimento,
a nível central e regional. O Grupo de
Gestão de Informação, Seguimento e
Avaliação, constituído por um pool de
peritos do SNU em matéria de
seguimento e avaliação, irá apoiar essa
estrutura, particularmente na melhoria do
sistema de informação e da qualidade dos
indicadores desagregados. Este grupo é
apoiado pelos escritórios do Coordenador
Residente.
VII-Engajamento do Governo2
105. o Governo apoiará os esforços do
SNU relativamente aos apelos de fundos
em resposta às necessidades dos
programas de cooperação, ajudando o
mesmo a desenvolver as acções
seguintes : encorajar os governos
doadores a pôr à disposição do SNU
fundos necessários à implementação das
componentes que não são financiadas
pelo UNDAF, caucionar os esforços do
SNU para tirar do setor privado, ao nível
internacional, assim como em São Tomé
e Príncipe, os fundos necessários à
implementação do UNDAF, e autorisar
contribuições de indivíduos, sociedades e
fundações de São Tomé e Príncipe a
fornecer o apoio necessário ao presente
UNDAF, assim como lhes conceder
exempção(ões) fiscal(ais).
2 Em conformidade com o Acordo de Base assinado em
26/03/1976 entre o Governo da República Democrática de São
106. O Governo será responsável pelo
desalfandegamento, recepção,
distribuição e gestão financeira das
provisões e equipamentos que as
Agências do SNU colocarem à sua
disposição, e que serão igualmente
isentas de taxas, encargos, direitos de
passagem ou alfandegários, nos termos
do presente UNDAF. O SNU será
igualmente exonerado de imposto sobre
valor acrescentado (IVA), relativamente
aos serviços ou às provisões que forem
aquisicionados localmente, em apoio aos
programas que beneficiarem da referida
assistência.
107. O governo irá facilitar visitas
periódicas aos locais de projeto e
verificação das atividades dos programas
nas os quais os funcionários do SNU estão
envolvidos, de forma a garantir o uso
eficaz de assistência para o UNDAF, a
avaliar o progresso e a reunir informações
sobre o desenvolvimento do programa e
projetos, sua monitorização e avaliação.
108. Através da organização de reuniões
periódicas para revisão e planificação
estratégica, tais como revisões anuais,
reuniões anuais de planificação e revisão
a meio-percurso, o Governo vai poder
incentivar e facilitar a participação dos
doadores, agências do Sistema das
Nações Unidas, membros dos conselhos
de administração das agências do
Sistema das Nações Unidas, organizações
da sociedade civil ou não-
governamentais.
109. O Governo autorizará a publicação
dos resultados do programa de
cooperação e das experiências que dele
advirão nos demais órgãos de
comunicação nacionais e internacionais.
110. O governo será responsável pela
instrução de quaisquer reclamações
impetradas por terceiros contra o SNU e
os seus funcionários, consultores e
Tomé e Príncipe e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento e publicando no Diário da República Nº 58 de 31 De Dezembro de 1976.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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agentes. O Sistema das Nações Unidas e
os seus funcionários, consultores e
agentes não serão responsabilizados
pelas reclamações ou litígios decorrentes
de operações regidas pelo presente
acordo, a menos que seja mutuamente
aceite pelo governo e pelo Sistema das
Nações Unidas que estas reivindicações e
litígios sejam o resultado de erros ou má
conduta desses conselheiros, agentes ou
empregados.
111. Um relatório padrão de
financiamento autorização e certificação
de despesas (FACE), reproduzindo as
linhas de atividade do Plano de Trabalho
Conjunto (PTC), será utilizado pelos
parceiros de implementação para a
solicitação de verbas, ou para a obtenção
do acordo da respectiva agência do SNU
para reembolsar ou pagar as despesas
que forem diretamente planificadas pelos
parceiros de implementação. Os parceiros
de implementação utilizarão o FACE
igualmente para detalhar a utilização dos
recursos recebidos; deve identificar o
responsável(eis) designado(s)
autorisado(s) a fornecer os detalhes
contabilísticos, da solicitação e da
certificação da utilização da liquidez. O
FACE será certificado pelo(s)
funcionário(s) designado(s) pelo parceiro
de implementação.
112. Todavia, os recursos transferidos
para parceiros de implementação
também devem ser utilizados em
conformidade com o calendário das
atividades planificadas no âmbito do PTC.
Os fundos recebidos pelo Governo e pelas
ONG nacionais, parceiras de
implementação, devem ser utilizados de
acordo com os regras e regulamentos
nacionais em vigor, com as políticas e
procedimentos previstos pelas normas
internacionais, garantindo,
particularmente, que a liquidez monetária
seja despendida exclusivamente para as
actividades acordadas nos respectivos
PTC e assegurando de que os relatórios
sobre a utilização integral de todos os
fundos recebidos, sejam submetidos ao
SNU nos seis meses subsequentes à
recepção dos fundos.
ANEXO I – Matriz dos resultados
EFEITOS
INDICADORES
MEIOS DE
VERIFICAÇÃO
HIPÓTESES E RISCOS
RESPONSABI-
LIDADE DOS
PARCEIROS
RECURSOS INDICATIVOS
(em Milhar US$)
Designação Referência Metas Designação Referência
Prioridade Nacional : Reforçar a coesão social e a credibilidade interna e externa do país
Resultado Estratégico 1 : Reforçar a Coesão Social através de um acesso aos serviços socais de base de qualidade, com vista a reduzir a desigualdade e a disparidade
entre os cidadãos e as comunidades
ODS 1 : Eliminar a pobreza sob todas as suas formas e em todo o mundo.
EFEITO 1 : As disparidades e as
desigualdades são
reduzidas a todos os
níveis através da plena
participação dos
grupos vulneráveis e
chaves e do
desenvolvimento e
utilização por esses
grupos dos serviços de
proteção social e dos
serviços sociais de base
Agencias Participantes: OMS UNICEF, UNFPA, PNUD, FAO, ILO, ONUDC
Indice de Gini
Incidência da
pobreza
Gap da pobreza
Taxa de
mortalidade
neonatal
Taxa de
Mortalidade
Materna
Índice de
desenvolvimento de
Género
33% (2015)
66,2% (2015)
24,8% (2015)
19,3 por 1.000
nascidos-vivos
(2013)
76 por
100.000
nascidos-vivos
(2015)
0,891(2015)
53,7% (2015)
25% (2021)
30% (2021)
9% (2021)
5 por 1.000
nascidos-vivos
(2021)
17 por 100.000
nascidos-vivos
(2021)
0,950 (2021)
70% (2021)
RGP/H
Perfil da Pobreza
RMDH/RNDH
Relatórios do
Ministério da
Saúde
Hypótese
Coordenação eficaz
entre organizações,
agências e governo.
O fluxo de
medicamentos, vacinas e
outros materiais não
podem ser
interrompidos. Riscos
Dependência de
financiamento externo.
Instabilidade política.
Duração do processo de
discussão e validação de
novas políticas e
estratégias.
Diminuição de fundos
estrangeiros, pois, STP
classificado como país
de rendimento médio.
Redução dos fundos do
orçamento do estado
para setores sociais
Falta de acesso aos
Governo :
(Ministério da
Saúde ; Ministério
da Educação;
Ministério do
Trabalho, Ministério
da Economia e da
Cooperação
Internacional :
Coordenação e
orientação
estratégica;
Parceiros de
implementação, de
execução de
peritagem e apoios
financeiros
Assembleia
Nacional:
Comissões
Parlamentares:
parceria no domínio
das legislações e
convenções
Sociedade Civil :
Advocacia,
OMS : 2.500
UNICEF : 3.736
UNFPA : 1.400
PNUD : 250
OIT : 250
UNICEF : 2.065
UNFPA : 720
PNUD : 2.385
FAO : 1.000
OIT : 500
ONUDC : 100
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EFEITOS
INDICADORES
MEIOS DE
VERIFICAÇÃO
HIPÓTESES E RISCOS
RESPONSABI-
LIDADE DOS
PARCEIROS
RECURSOS INDICATIVOS
(em Milhar US$)
Designação Referência Metas Designação Referência
Prioridade Nacional : Reforçar a coesão social e a credibilidade interna e externa do país
Resultado Estratégico 1 : Reforçar a Coesão Social através de um acesso aos serviços socais de base de qualidade, com vista a reduzir a desigualdade e a disparidade
entre os cidadãos e as comunidades
ODS 1 : Eliminar a pobreza sob todas as suas formas e em todo o mundo. Taxa de Transição
do Primário ao
Secundário
grupos vulneráveis /
resistência
Falta de envolvimento.
Capacidade de absorção
dos recursos.
implementação,
apoio técnico.
Doadores :
(Banco Mundial,
Banco Africano de
Desenvolvimento,
Fundo Monetário
Internacional,
Portugal, Brasil, e
outros) : Assistência
técnica; Apoio
financeiro,
Cooperação Sul-Sul
e Triangular
SNU : Peritagem
técnica; advocacia ; apoio
financeiro.
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EFEITOS
INDICADORES
MEIOS DE
VERIFICAÇÃO
HIPÓTESES E RISCOS
RESPONSABILIDA-
DE DOS PARCEIROS
RECURSOS
INDICATIVOS (em
Milhar US$)
Designação Referência Metas Design
ação
Referência
Prioridade Nacional : Reforçar a coesão social e a credibilidade interna e externa do país
Resultado Estratégico 2: Reforçar a credibilidade interna e externa do país
ODD 16 : Promover o advento das sociedades pacíficas e abrir-se para o desenvolvimento sustentável, garantindo o acesso à justiça para todos e assegurando-se de
que haja a todos os níveis instituições eficazes, responsáveis e abertas.
EFEITO 2 : A
Administração pública
central e local e as
instituições de controlo
são mais eficazes, com
uma participação
cidadã garantida, em
particular pelos jovens
e mulheres.
Agências Participantes :
PNUD, OHCHR, OIT,
UNFPA, UNICEF, ONUDC
Proporção dos
assentos ocupados
pelas mulheres na
Assembleia
Nacional
Taxa de
criminalidade em
geral.
% de
recomendações do
Exame Períodico
Universal (EPU)
aceites e
implementadas
Rang do Índice de
percepção da
Corrupção
18% (2015)
3,8 por
100.000
(2015)
0 sobre 144
(2016)
66e (2015)
30% (2019)
50% (2021)
1 por 100.000
(2021)
50% (2021)
40e (2021)
Relatórios da
CNE;
Relatórios anuais
da Polícia
Judiciária, Polícia
Nacional e do
Conselho
Superior da
Magistratura;
Relatórios do
Ministério da
Justiça ;
Relatórios do
Tribunal de
Contas;
Relatório da ONG
International
Transparency;
Relatórios
estatísticos do
INE
Relatório de
implementação
da EPU
Hipóteses : Disponibilidade dos
agentes judiciários com
competências requeridas;
Compromisso do Governo
em implementar as
recomendações da EPU ;
Disponibilidade das
autoridades de justiça em
tornar a justiça acessível a
todos os cidadãos e
cidadãs;
Compromisso e
disponibilidade da
sociedade civil e dos
mídias;
Implicação da sociedade
civil através da rede das
ONG
Risco: Falta de vontade na tomada
de decisão; Falta/lentidão
de recursos financeiros por
parte dos doadores;
Instabilidade institucional; Fraca capacidade em
recursos humanos na
PNUD, OHCHR, OIT,
UNFPA, UNICEF
Governo (Ministério da
Justiça, Ministério da
Educação, Ministério
da Saúde, Ministério do
Emprego, Ministério da
Administração Interna,
Ministério das Finanças
e da Administração
Pública ) Coordenação
Estratégica ; suporte
técnico; parceiros de
implementação.
Tribunais:
Acompanhamento da
execução do Programa
de Justiça, suporte
técnico
Assembleia Nacional
(Comissões
Parlamentares)
seguimento das
convenções / tratados e
PNUD :
500 OHCHR :
5.000 OIT : 15
UNFPA :
300 UNICEF :
934
ONUDC :
400
UNICEF : 516
UNFPA : 280
ONUDC : 500
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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EFEITOS
INDICADORES
MEIOS DE
VERIFICAÇÃO
HIPÓTESES E RISCOS
RESPONSABILIDA-
DE DOS PARCEIROS
RECURSOS
INDICATIVOS (em
Milhar US$)
Designação Referência Metas Design
ação
Referência
Prioridade Nacional : Reforçar a coesão social e a credibilidade interna e externa do país
Resultado Estratégico 2: Reforçar a credibilidade interna e externa do país
ODD 16 : Promover o advento das sociedades pacíficas e abrir-se para o desenvolvimento sustentável, garantindo o acesso à justiça para todos e assegurando-se de
que haja a todos os níveis instituições eficazes, responsáveis e abertas.
implementação da
estratégia nacional de
reforço da administração
pública;
EPU, parceiro de
implementação;
Sociedade Civil :
(Rede de ONGs e
Associações) : Suporte
técnico; advocacia;
Parceiros de
implementação.
Doadores: Assistência
técnica; cooperação
Sul-Sul e triangular;
apoio financeiro
SNU: Advocacia;
conhecimentos
técnicos; Apoio
financeiro, formação e
capacitação.
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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EFEITOS
INDICADORES
MEIOS DE
VERIFICAÇÃO
HIPÓTESES E RISCOS
RESPONSABI-
LIDADE DOS
PARCEIROS
RECURSOS INDICATIVOS
(em Milhar US$)
Designação Referência Metas Designação Referência
Prioridade Nacional : Reforçar a coesão social e a credibilidade interna e externa do país
Resultado Estratégico 3: Promoção de um crescimento sustentável inclusivo e resiliente
ODS 8 : Promover um crescimento económico sustentado, um emprego produtivo pleno e um trabalho decente para todos.
ODS 9 : Erigir uma infraestrutura resiliente, uma industrialização sustentável e encorajar a inovação
ODS 14 : Conservar e explorar de forma sustentável os mares e recursos marinhos na perspetiva de um desenvolvimento sustentável.
EFEITO 3:
O Emprego e a
competitividade são
assegurados através da
diversificação
económica, do
desenvolvimento da
resiliência às
mudanças climáticas,
para a melhoria da
qualidade de vida das
populações pobres e
vulneráveis nos meios
rurais e urbanos, bem
como o acesso ao
financiamento e o
mercado para jovens e
mulheres
Agências Participantes :
ILO, FAO, PNUD, UN
Habitat
Taxa de
desemprego de 15
anos e +
(Desagregada por
Sexo)
Taxa de atividade
(desagregada por
Sexo)
Acesso ao Crédito
% de membros das
comunidades
vulneráveis que têm
acesso ao menos a
uma forma de
comunicação para
receber as alertas
precoces.
Fundo disponível ao
nível da
comunidade para
apoiar a redução e
13,6% (2015)
M. : 9,3%
(2015)
F. : 19,7%
(2015)
62,6% (2015)
M. : 74,6%
(2015)
F. : 50,8%
(2015)
0% (2015)
10% (2015)
1 (2015)
< 9% (2021)
M. : <5%
(2021)
F. : <5% (2021)
80% (2021)
M. :90% (2021)
F. : 90% (2021)
30% (2021)
30% (2021)
5 (2021)
Relatórios do
INE, RGP/H ;
Perfil da Pobreza
Relatórios da
Direção do
emprego e
formação
profissional ;
Relatórios da
Direção Geral do
Ambiente;
Relatórios do
CONPREC ;
Relatórios do
Banco Mundial
(IFC)
Hipótese :
Disponibilidade dos atores
nacionais em colaborar ;
Vontade política em tomar
a rédea dos problemas do
meio-ambiente;
Compromisso para o
estabelecimento de uma
entidade nacional
encarregue de analisar,
coordenar e gerir as
questões do ambiente;
Identificação das
comunidades em risco.
Risco : Lentidão na
disponibilização de
fundos necessários;
Falta de recursos ;
Instabilidade
institucional;
Fraca capacidade das
comunidades locais em
gerir os fundos postos à
disposição.
Governo :
(Ministério das
Infraestruturas ;
Ministério do
Emprego ;
Ministério da
Economia e
Cooperação
Internacional;
Ministério do
Interior):
Coordenar, orientar
e tomar decisão
Outras Entidades
Administrativas :
(Região Autónoma
do Príncipe; os Seis
Distritos de São
Tomé):
Implementação,
Advocacia e
Identificação das
atividades a serem
implementadas pelas
ONGs locais.
Assembleia
Nacional :
Facilidade na
OIT : 250
PNUD : 1.250
OIT : 2500
PNUD : 13.286
FAO : 2.000
UN-Habitat :
1.000
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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resposta às
catástrofes
aprovação das
legislações relativas
às questões
ambientais.
Sociedade civil :
Implementação,
advocacia e parceria.
Doadores :
Assistência técnica ;
apoio financeiro,
fornecimento de
equipamentos.
SNU : Peritagem
técnica ;
mobilização de
recursos ; Apoio
financeiro ;
fornecimento de
equipamentos
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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ANEXO II – Contribuição das Agências do SNU ao financiamento do UNDAF 2017-2021
Unidade em US Dollars
AGÊNCIA
EFEITO 1 EFEITO 2 EFEITO 3 TOTAL
Recurso
disponível
Recurso a
mobilizar
Total Recurso
disponível
Recurso a
mobilizar
Total Recurso
disponível
Recurso a
mobilizar
Total Recurso
disponível
Recurso a
mobilizar
UNDP 250.000 2.385.000 2.635.000 500.000 500.00 1.250.000 13.286.000 14.536.000 2.000.000 15.671.000
FAO - 1.000.000 1.000.000 - - - - 2.000.000 2.000.000 - 3.000.000
OHCHR - - - 5.000.000 - 5.000.000 - - - 5.000.000 -
UNICEF 3.736.000 2.065.000 5.801.000 934.000 516.000 1.450.000 - - - 4.670.000 2.581.000
UN-Habitat - - - - - - - 1.000.000 1.000.000 - 1.000.000
WHO 2.500.000 - 2.500.000 - - - - - - 2.500.000 -
UNFPA 1.400.000 720.000 2.120.000 300.000 280.000 580.000 - - - 1.700.000 1.000.000
UNODC - 100.000 100.000 400.000 500.000 900.000 - - - 400.000 600.000
ILO 250.000 500.000 750.000 15.000 15.000 250.000 250.000 500.000 515.000 750.000
Total 8.136.000 7.770.000 14.906.000 7.149.000 1.296.000 8.445.000 1.500.000 16.536.000 18.036.000 16.785.000 24.602.000
UNDAF DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 2017-2021
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ANEXO III - Plano e Cronograma de Seguimento e Avaliação do UNDAF 2017-2021
Anos
Trimestres 2017 2018 2019 2020 2021
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Seguimento periódico dos planos conjuntos de trabalho da UNCT
Reuniões dos Grupos temáticos (Mensais)
Reuniões periódicas da Equipa de Gestão do Programa (trimestrais) Visitas de Terreno para verificação das atividades realizadas Avaliação anual conjunta dos planos conjuntos de trabalho Avaliação dos projetos Avaliação a meio-percurso do UNDAF Avaliação final do UNDAF Avaliação anual conjunta Reunião semestral do Comité de Pilotagem (Ministério dos Negócios Estrangeiros e
UNCT)
Preparação e Aprovação dos TDR para a avaliação a meio-percurso do UNDAF Identificação do Consultor (externo) Preparação e aprovação dos TDR para a Avaliação final do UNDAF Preparação do Roteiro para o próximo ciclo Inquérito Demográfico e Sanitário (IDS) Inquérito ligeiro sobre a análise da pobreza Recenseamento Agrícola Relatório sobre o Desenvolvimento Humano Relatório sobre os progressos realizados no âmbito dos ODS
ANEXO IV - Dispositivo de Pilotagem e de Coordenação do
UNDAF 2017-2021
Governo UNCT
Equipa de Gestão do
Programa
Equipa de Gestão das
Operações
Gabinete do
Coordenador
Residente
Grupo de
Comunicação Parceriais de implementação (Governo,
Sociedade Civil ; Setor Privado ; Comunidades
da RAP)
EFEITO 3 : O Emprego e a competitividade são assegurados através da
diversificação económica, do desenvolvimento da resiliência às mudanças
climáticas, para a melhoria da qualidade de vida das populações pobres e
vulneráveis nos meios rurais e urbanos, bem como o acesso ao financiamento
e ao mercado para jovens e mulheres.
EFEITO 2 : A Administração pública central e local e as instituições de controlo
são mais eficazes, com uma participação cidadã garantida, em particular pelos
jovens e mulheres.
EFEITO 1: As disparidades e as desigualdades são reduzidas a todos os níveis
através da participação efetiva dos grupos vulneráveis e chaves, e do
desenvolvimento e a utilização por esses grupos dos serviços de proteção e dos
serviços sociais de base.
Comité de Pilotagem
Comité Técnico : (ACI ; API ; ADTP ; ASTPE)
Equipa de seguimento e
avaliação