Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

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Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

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Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande

2015-2020

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2 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Ficha Técnica

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9600-509 Ribeira Grande

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Ribeira Grande, maio de 2015

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Sumário Executivo

O Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020 foi

construído com o objetivo fundamental de identificar e estruturar as

condições necessárias para potenciar o desenvolvimento turístico a médio

prazo do concelho. Apesar de historicamente o turismo não ter sido um setor

central na economia local, apresenta-se como um novo paradigma de

afirmação, que perspetiva o aproveitamento do potencial existente, a coesão

territorial, a dinamização da atividade económica local, a criação de emprego

e o estímulo da iniciativa privada e do empreendedorismo. Este é um

desígnio que a Câmara Municipal de Ribeira Grande pretende perseguir,

assumindo um compromisso claro perante o mercado e os seus munícipes.

Efetivamente, o estudo aprofundado do mercado e das principais tendências

identificadas permitiu aferir o grande potencial existente na Ribeira Grande

para a aposta na atividade turística. Existem inúmeros recursos naturais,

culturais e patrimoniais de grande valor material e imaterial, mas que não

têm sido totalmente capitalizados e que conferem ao concelho uma

capacidade de diferenciação muito significativa. As oportunidades de

investimento e desenvolvimento são notórias, principalmente num momento

crucial, que envolve o Período de Programação Comunitária 2014-2020, a

entrada em vigor do Plano Operacional Açores 2020 e a liberalização do

espaço aéreo regional.

Compreendendo a importância crítica de todo este contexto, centrou-se a

conceção do Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

numa ótica de mercado e com a devida atenção ao equilíbrio entre a oferta e

a procura. Assumiu-se uma metodologia que favoreceu a perceção dos

desejos do consumidor (o turista), dos interesses do investidor institucional

(Câmara Municipal e/ou Governo Regional) e do investidor privado. Desta

forma, apresentam-se soluções integradas, transformando o documento

num guia de investimento e desenvolvimento, que contempla as relações

sinergéticas a desenvolver e as grandes linhas de orientação inerentes. Neste

particular, é de referir a atenção permanente para a articulação de esforços

na estruturação da oferta e na conceção de uma proposta de valor

transversal a todo o território.

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5 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Sumário Executivo

O estudo teve por base um exaustivo levantamento de informação que inclui

um inquérito a turistas e entrevistas a agentes turísticos. Do lado da procura

(o turista), destaca-se a satisfação e a surpresa com a natureza, com a

paisagem e com a tranquilidade, referindo-se, contudo, a necessidade de

apresentar programas de aventura e de haver mais trilhos para percorrer. Os

agentes turísticos confirmam que a natureza é o fator com maior capacidade

de diferenciação do concelho, apesar do turismo cultural ser o mais maduro

e desenvolvido, apontando, ainda, outros fatores que necessitam melhorar,

como o alojamento, uma das grandes limitações do concelho. Referem que a

Ribeira Grande não apresenta a preparação necessária para explorar o setor

turístico, mas reconhecem o trabalho significativo que tem sido desenvolvido

recentemente para esse fim.

Identificaram-se vários produtos com diferentes graus de importância para

estruturar a oferta. Como produtos estratégicos destacam-se o turismo de

natureza, o touring cultural, o turismo de saúde e bem-estar e o turismo

náutico. Complementarmente, são de referir o turismo gastronómico, o

turismo industrial, Sol & Mar, o turismo desportivo e o turismo sénior. Cada

produto tem as suas especificações e perfil de consumidor, mas é

fundamental desenvolver um oferta integrada, facilitando a qualificação do

destino, capitalizando os recursos existentes e ultrapassando as limitações

inerentes à atividade turística, como a sazonalidade e as ineficiências

operacionais e promocionais. Assim, a proposta de valor a oferecer deverá

focar um destino de aventura na natureza e da irreverência do mar,

enriquecido pela tranquilidade, tradição e autenticidade.

Os inúmeros dados interpretados, os contactos mantidos com diversos

stakeholders e a análise crítica da informação recolhida permitem afirmar

que o concelho da Ribeira Grande apresenta um imenso potencial para o

desenvolvimento do turismo. Existem várias oportunidades de investimento

e muitas atividades para desenvolver, potenciadas por recursos endógenos

singulares e por um momento crítico no desenvolvimento turístico do

Açores. Todo o contexto se alinha para novos horizontes, destacando-se,

agora, a necessidade de passar das palavras à ação, envolvendo esforços

conjuntos da Câmara Municipal, da população e de todos os investidores

interessados.

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6 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Índice

1. Apresentação 7 2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21

2.1. Caracterização Institucional 24 2.2. Enquadramento Económico 27

2.2.1. Breve Apontamento Demográfico 28 2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego 32 2.2.3. Análise à Evolução Económica 38 2.2.4. Fatores de Competitividade 42

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44 3.1. Evolução do Turismo Mundial 47 3.2. Evolução do Turismo em Portugal 55 3.3. Evolução do Turismo nos Açores 67 3.4. Cadeia de Valor no Setor do Turismo 79 3.5. Principais Tendências no Setor do Turismo 89

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98 4.1. Evolução da Atividade Turística 101

4.1.1. Oferta e Procura 102 4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico 111 4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico 120 4.1.4. Análise SWOT 127

4.2. Enquadramento Arquitetónico do Desenvolvimento Turístico do Concelho 133 4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 134 4.2.2. Património Arquitetónico Local 146

4.3. Recursos e Atrações Turísticas 192 4.4. Condições de Suporte da Atividade Turística 215 4.5. Visão e Objetivos Estratégicos 229 4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor 235 4.7. Proposta de Valor e Posicionamento 292 4.8 Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos 305

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321 6. Considerações Finais 332 7. Bibliografia 339 8. Anexos 346

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1. Apresentação

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8 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Índice

1. Apresentação 7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321

6. Considerações Finais 332

7. Bibliografia 339

8. Anexos 346

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9 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

No concelho da Ribeira Grande perspetiva-se um novo paradigma de

desenvolvimento, lançando novos desafios à base económica local. O

turismo surge neste cenário como um setor-chave para suportar esta

evolução, procurando não só o aumento da atividade turística, mas também

a valorização do destino.

Tendo em consideração as opções assumidas no Plano Estratégico e

Operacional de Desenvolvimento 2014-2020 da Ribeira Grande, projetou-se

a conceção do Plano Estratégico para o Turismo do concelho, no horizonte

temporal 2015-2020. Os trabalhos seguem uma sequência natural e

coerente, justificando os horizontes temporais definidos de acordo com o

Período de Programação Comunitária 2014-2020. Este é, aliás, um fator de

extrema importância. Com a entrada em vigor do Plano Operacional Açores

2020 surgem oportunidades para o desenvolvimento do concelho a médio

prazo que dificilmente se repetirão.

O objetivo deste trabalho centrou-se no diagnóstico detalhado das

oportunidades do destino e na projeção do seu desenvolvimento com base

nos recursos endógenos e numa proposta de valor construída de acordo com

as principais dinâmicas do mercado. Pretende-se, desde o primeiro

momento, a conceção de um documento capaz de responder às questões

críticas de base para o desenvolvimento da oferta turística do concelho e a

apresentação de soluções concretas para a sua efetivação.

1. Apresentação

1.

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10 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

Todo o constructo envolvente a este documento fundamentou-se nas

melhores práticas técnicas e científicas adotadas em entidades e empresas

de referência na área do planeamento, consultoria e desenvolvimento

turístico. Procedeu-se a uma recolha de informação e consulta bibliográfica

de diversas fontes, procurando uma perspetiva macro da problemática em

causa que conduziu à identificação e conceção de soluções devidamente

adequadas ao contexto do concelho da Ribeira Grande. Entre as principais

referências metodológicas encontram-se a Organização Mundial de Turismo

(UNWTO), o Conselho Mundial de Turismo de Viagens (WTTC), o Turismo de

Portugal, a Delloite e a PwC.

Uma das preocupações no processo de diagnóstico e planeamento foi a

necessária articulação da oferta turística da Ribeira Grande com o

preconizado a nível nacional e, em particular, a nível regional. Este é um

período de transição, com novos desígnios para o desenvolvimento turístico

e a conceção de novas estratégias e posicionamentos competitivos. Neste

sentido, procedeu-se a uma análise evolutiva da situação, de modo a

adequar as decisões assumidas para a Ribeira Grande às evoluções registadas

no País e na Região. Primeiro, aferiram-se as alterações processadas ao longo

do tempo no Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT), concebido

em 2007, para, em seguida, averiguar a transição para o Turismo 2020 –

Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo de Portugal. Em

sequência, analisou-se o contexto regional, através do Plano de

Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA),

publicado em 2008 e com alterações posteriores em 2010. Perspetiva-se a

publicação de um plano estratégico para os Açores, decorrente do trabalho

realizado a nível nacional para o Turismo 2020, mas, como ainda não são

conhecidos os conteúdos desse documento, complementou-se o trabalho

com a análise das informações de mercado disponíveis, com particular

atenção para dados e estudos publicados pelo Observatório Regional do

Turismo.

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11 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

No diagnóstico efetuado ao concelho identificou-se imediatamente um

grande potencial para o desenvolvimento turístico, apesar de existirem

diversas debilidades a ultrapassar. A Ribeira Grande possui condições

naturais muito interessantes, apresentando recursos diversificados que

permitem a exploração de diferentes mercados. Em termos económicos, é

um concelho com um enquadramento particular, dada a importância

histórica da indústria. O setor secundário é aquele que gera maior valor

acrescentado bruto (VAB) e maior volume de negócios, apesar de haver mais

empresas e mais emprego a ser criado no setor terciário. A população local é

muito jovem, com uma pirâmide etária que demonstra a predominância dos

indivíduos abaixo dos 35 anos. No entanto, os níveis que qualificação são

críticos, conferindo um entrave importante ao progresso do setor terciário,

em geral, e à atividade turística, em particular. Apesar do grande potencial

existente, os níveis competitivos atuais da indústria do turismo exigem uma

alteração profunda em elementos estruturais do concelho, em particular na

qualificação da população.

A nível mundial, o setor do turismo apresenta excelentes indicadores e

previsões de evolução. Não obstante se terem verificado importantes

impactes negativos em resultado da crise económico-financeira, prevê-se

que até 2030 a taxa média de crescimento do setor se paute nos 3,3%,

representando, através de efeitos diretos e indiretos, 9% do PIB mundial. Nas

economias emergentes, o crescimento é ainda mais acentuado, prevendo-se

um crescimento médio de 4,4%. A Europa é e continuará a ser a região líder

nas chegadas internacionais, aglomerando mais de metade do valor mundial.

No entanto, fruto da maturidade do mercado e do crescimento de outros

mercados, em particular na Ásia e Pacífico, essa dominância será menos

pronunciada a longo prazo. O lazer e as férias são ainda o principal motivo

turístico, representando mais de 50% das viagens. França é o principal

destino, com mais de 83 milhões de chegadas internacionais, mas são os EUA

que mais receitas turísticas geram, acima dos 140 mil milhões de dólares. Em

termos médios, cada turista gasta 803€, sendo que esse valor sobe para 966€

em economias avançadas e atinge os 615€ nas economias emergentes. Os

BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) apresentam índices de crescimento

substancialmente elevados, sendo já a China o país que mais gasta com o

turismo internacional (quase 130 mil milhões de dólares).

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12 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

Em Portugal, após uma quebra abrupta em 2009 e de um período de

recuperação nos anos seguintes, 2014 foi o melhor ano de sempre no setor

do turismo. Neste último ano atingiram-se, pela primeira vez, os 16,1 milhões

de hóspedes, sendo os principais mercados emissores o Reino Unido,

Espanha, França e Alemanha. Numa oferta de alojamento crescente e

dominada pelos hotéis, registaram-se mais de 46 milhões de dormidas. Em

todo o setor foram gerados 10,4 mil milhões de euros de receitas, o que, em

termos médios, representa uma receita por turista de 646€, ainda longe da

média registada a nível internacional.

Nos Açores tem-se verificado o aumento da oferta hoteleira, apesar dos

restantes indicadores não apresentarem um boa performance. Ao nível do

número de hóspedes, 2008 foi o ano com melhor registo (mais de 353 mil

hóspedes), tendo-se verificado reduções posteriores que chegaram a apenas

326 mil hóspedes em 2012. Esta situação deveu-se em muito à quebra da

procura registada no mercado português, levando a que os mercados

estrangeiros já representem, no seu conjunto, mais turistas que o nacional.

Também nos mercados estrangeiros se verificou uma alteração substancial

no perfil do turista, com os países nórdicos a perderem importância e os

mercados do centro europeu a ganharem relevância, em particular o

mercado alemão, que já representa mais de 20% da procura estrangeira. As

dormidas foram, necessariamente afetadas pela quebra da procura, e em

2012, pela primeira vez na última década, registaram-se menos de um

milhão de dormidas. Em resultado, as taxas de ocupação mantêm-se baixas e

a estadia média não ultrapassa os 3,1 dias. Outros indicados como o RevPar e

os proveitos globais do destino também se mantêm baixos e vão denotando

a incapacidade de capitalizar o efeito multiplicador. Em comparação com a

Madeira ou Canárias, destinos concorrentes, os Açores ficam a perder em

todos os indicadores, evidenciando a baixa capacidade competitiva da oferta

atual. No entanto, esperam-se alterações substanciais nos próximos anos,

fruto da liberalização do espaço aéreo regional e da maior acessibilidade ao

destino “Açores”.

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13 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

Em concreto sobre o concelho da Ribeira Grande, constata-se que o turismo

só agora começa a ser encarado como um setor fundamental. Um dos

sintomas dessa situação é a frágil e incompleta informação disponível,

sobretudo para caracterização da oferta e da procura, bem como para a

promoção do destino. A capacidade de alojamento é muito deficitária e

pouco competitiva, registando-se apenas 26 unidades (incluindo alojamento

local e turismo no espaço rural), que representam 336 camas. Estas unidades

estão sobretudo concentradas na Zona Poente do concelho, refletindo a

assimetria de desenvolvimento existente face à Zona Nascente, onde, apesar

do potencial endógeno, não tem havido a capacidade necessária para

desenvolver a atividade turística.

Atualmente, com a nova visão do executivo camarário e alguns projetos que

estão a ser executados, como o Eco Beach Resort de Santa Bárbara, começa a

existir maior dinamismo na diversificação e qualificação da oferta. Regista-se

que a animação turística é uma das atividades que necessitará de maiores

impulsos e de maior iniciativa do setor privado, de modo a aumentar o

tempo de permanência do turista no concelho. Este é uma das grandes

debilidades locais, pois a maioria dos turistas apenas perspetiva passar um

dia em visita à Ribeira Grande, o que limita, necessariamente, os índices de

consumo e, por conseguinte, a capacidade de criação de valor.

Apesar do défice de informação existente, é de ressalvar a prestação do

Posto de Turismo da Ribeira Grande, que se destaca pelo trabalho realizado

junto dos turistas. São recorrentes e muito elogiosas as referências à

capacidade informativa dos técnicos desta unidade, bem como à sua

hospitalidade e capacidade de comunicação. De facto, foi através do Posto

de Turismo da Ribeira Grande que se conseguiram algumas informações

importantes relativas à oferta e à procura, confirmando-se, por exemplo, que

o perfil do turista que visita o concelho é semelhante ao que viaja para os

Açores.

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14 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

Os produtos turísticos associados ao turismo cultural são atualmente aqueles

que apresentam maior maturidade na Ribeira Grande, sendo as principais

atividades realizadas pelos turistas a visita a museus e locais culturais e

religiosos. No entanto, as atividades na natureza são aquelas que mais

potencial por explorar apresentam. Os maiores desejos dos turistas para a

Ribeira Grande prendem-se com a criação de programas de aventura e mais

trilhos pedestres. As principais atrações visitadas são a Lagoa do Fogo, a

Fábrica de Chá Gorreana e a Caldeira Velha, destacando-se a paisagem e o

sossego como os fatores mais diferenciadores do concelho na ótica do

turista. Apesar de um elevado grau de satisfação global e da possibilidade de

regresso, os visitantes apontam a sinalização como algo a retificar, referindo,

igualmente, o entretenimento, a animação noturna e as atividades culturais

como os fatores onde menos se sentem satisfeitos.

De forma crítica, os diversos agentes do setor turístico que foram

consultados identificam as principais debilidades e potencialidades do

destino de um modo semelhante ao que foi indicado pelos turistas.

Notoriamente, destacam a paisagem como o fator com maior capacidade de

diferenciação do concelho, elegendo o turismo de natureza como o principal

produto a desenvolver para projetar a oferta turística local. Revelam,

também, a necessidade de articulação com a oferta global do destino

“Açores”, mantendo, contudo, uma vincada capacidade de diferenciação.

As informações recolhidas junto dos agentes turísticos apontam, ainda, para

a falta de preparação do concelho para a atividade turística, tanto no setor

público como no setor privado, detetando lacunas como a falta de estratégia

e rumo, a incapacidade de promoção adequada, os focos de degradação

social e a baixa capacidade de iniciativa e empreendedorismo. Contudo,

reconhecem os esforços empreendidos recentemente para alterar esse

paradigma e afirmam o potencial existente, bem como a necessidade de

desenvolvimento do setor, descrevendo a liberalização do espaço aéreo

regional como a grande oportunidade a explorar.

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15 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

De um modo geral, para além da natureza, os agentes turísticos elegem o

mar, a cultura e os recursos termais como os principais fatores a potenciar

para a qualificação do destino e desenvolvimento de produtos turísticos

competitivos. Complementarmente, referem a gastronomia e a atividade

industrial como elementos distintivos, com capacidade para diversificar a

oferta e melhorar a experiência do turista. Não obstante, mantêm uma

grande preocupação com a sustentabilidade ambiental e a preservação dos

principais recursos locais, não só naturais, mas também culturais.

Perspetivando um desenvolvimento mais harmonioso e equilibrado da

atividade turística no concelho, foram sinalizadas zonas concretas com

potencial para o desenvolvimento da oferta. Ao todo, foram identificadas 10

áreas consideradas como potenciadoras do turismo e com capacidade para

produzir impactes na economia circundante. A sinalização destas zonas está

associada ao seu potencial de desenvolvimento, mas também aos recursos

endógenos e às atrações turísticas existentes.

Efetivamente, o concelho da Ribeira Grande é extremamente rico, tanto em

termos naturais como culturais, permitindo a construção de uma oferta

diversificada e de qualidade. O vasto património existente possui traços

arquitetónicos e enquadramentos históricos singulares, enriquecido por um

ambiente cultural diversificado através de um núcleo museológico com várias

unidades, para além de festividades e eventos diferenciadores, como as

Cavalhadas, a Feira Quinhentista ou a Festa da Flor. Na dimensão natural, a

Costa Norte apresenta zonas balneares de grande qualidade, como o Areal

de Santa Bárbara e a Praia dos Moinhos, enquanto a Serra de Água de Pau

agrega atrações como a Lagoa do Fogo ou a Caldeira Velha. Por todo o

concelho existem vários trilhos de grande qualidade, estando concentrado na

Zona Nascente um ambiente mais rural e potenciador do agroturismo,

também com atrações singulares como a Lagoa de São Brás. Em

complemento existem, ainda, instalações industriais peculiares, que incluem

as únicas plantações de chá da Europa, na Gorreana e no Porto Formoso.

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16 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

Ao nível das condições de suporte, verifica-se que uma das grandes

limitações do concelho da Ribeira Grande é não deter uma infraestrutura de

transportes estratégica, como um aeroporto ou porto de passageiros, apesar

da proximidade existente às infraestruturas existentes na ilha. As

acessibilidades terrestres são de grande qualidade, havendo, no entanto,

algumas lacunas em acessos secundários, nomeadamente na Zona Nascente.

Outras condições foram avaliadas, como o alojamento, a restauração, o

comércio, a animação turística, as instalações e equipamentos desportivos,

bem como outras serviços de apoio, notando-se algumas deficiências

estruturais, mas também vários elementos que se destacam pela boa

qualidade existente.

Considerando todo este contexto, a proposta de valor para o

desenvolvimento turístico do concelho da Ribeira Grande construiu-se a

partir de uma visão que se fundamenta no potencial intrínseco do destino,

no entendimento político local para o setor, nas principais tendências de

mercado e na capacidade instalada. Assim, pretende-se estimular o

desenvolvimento do turismo como atividade fundamental na dinâmica

socioeconómica da Ribeira Grande, através de uma oferta diferenciada e

suportada pela inovação e recursos endógenos do concelho. Para cumprir

com esse desígnio, definiram-se quatro grandes objetivos estratégicos, que

visam: qualificar e melhorar a preparação da população e das empresas do

concelho para a atividade turística; aumentar o número de visitantes (first

time e repetentes), o seu tempo de permanência e o valor criado na

economia local; desenvolver as condições estruturais para melhorar a

experiência e a vivência do turista; e aumentar a notoriedade e atratividade

do concelho dentro do destino “Açores”. Este enquadramento define os

vetores orientadores de atuação, perspetivando um desenvolvimento de

médio prazo e da afirmação do destino através da sua preparação e da

estruturação de uma oferta integrada e diferenciada.

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17 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

Foram identificados vários produtos, que tirando vantagem dos recursos

endógenos do concelho, favorecem a valorização do destino e a prossecução

dos objetivos estruturantes definidos. Estes produtos foram classificados

como estratégicos ou complementares, consoante a capacidade de atração e

de criação de valor transversal na economia local. Em termos estratégicos,

definiram-se o turismo de natureza (com destaque para a aventura e

ecoturismo), o touring cultural (com potencial para o touring genérico e para

o touring temático), o turismo de saúde e bem-estar (com foco no

termalismo) e o turismo náutico (onde se diferencia a náutica desportiva, em

particular o surf). Os produtos complementares e capazes de diversificar a

oferta de uma forma única verificam-se no turismo gastronómico

(aproveitando a cozinha tradicional), o turismo industrial (valorizando

instalações e unidades peculiares, como o chá, os licores e os laticínios), o

turismo de sol & mar (através de praias de excelente qualidade), o turismo

desportivo (capitalizando a cultura desportiva, as instalações e equipamentos

locais) e o turismo sénior (que é uma das grandes tendências do mercado e

que poderá ser transversal a vários outros produtos muito importantes na

Ribeira Grande).

Com o devido alinhamento das diretrizes estratégicas fundamentais (a visão,

os objetivos e os produtos), promoveu-se a articulação das mesmas com as

principais características e recursos do concelho e da sua população,

desenvolvendo o processo de construção sistematizada e sustentada da

proposta de valor para o turismo local. A Ribeira Grande fica, assim, definida

como um destino de aventura na natureza e da irreverência do mar,

enriquecido pela tranquilidade, tradição e autenticidade. Seguindo esta

linha de planeamento, e considerando os inputs do mercado, assumiu-se um

posicionamento forte do concelho como destino de natureza e turismo

ativo. Não obstante, não se inviabilizam outros posicionamentos mais

segmentados que procurem capitalizar elementos diferenciadores

existentes, como o surf, o património cultural, o chá, a gastronomia ou o

termalismo.

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18 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

No que concerne a elementos operacionais de marketing, houve uma

particular preocupação em conjugar diferentes variáveis que enriqueçam a

projeção do concelho e o desenvolvimento harmonioso. Atualmente, a

promoção é um das debilidades identificadas, pelo que se desenvolveu um

trabalho de conceção para identificação precisa de elementos fundamentais

para a devida coerência da mensagem e da atuação prática. Neste sentido,

um dos focos foi o branding territorial, algo cada vez mais crítico na

valorização e competitividade de cidades e destinos turísticos, abordando

questões relativas à identidade, ao logótipo e ao posicionamento (genérico e

segmentado). Para além disso, conhecendo a realidade da Ribeira Grande,

reforçou-se a importância do marketing interno para mobilização da

população e desenvolvimento de uma mentalidade vocacionada para a

atividade turística, para o espírito hospitaleiro e para a qualidade do serviço.

Apontaram-se, ainda, as principais características relativas ao marketing mix,

assumindo os 7P, ou seja, produto, preço, promoção, distribuição, indivíduos

e processo. Num trabalho mais específico ao nível da promoção, são

referenciados vários mecanismos para explorar e implementar técnicas

comunicacionais, online e offline.

Como este trabalho visa um processo consequente e com implicações reais,

o planeamento culminou com a estruturação adicional de um plano de ação.

Foram formuladas mais de 80 ações concretas a partir dos objetivos

estruturantes definidos, com a indicação do horizonte temporal, nível de

investimento envolvido, potenciais fontes de financiamento e métricas de

avaliação que permitam aferir a real performance e impactos. Em

complemento, sinalizaram-se os projetos identificados como estruturantes

para o desenvolvimento turístico do destino, onde se inclui a conclusão do

Passeio Atlântico, a construção de um spa geotermal com aproveitamento

de uma das centrais geotérmicas e a reabilitação da Praia do Monte Verde.

Page 19: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

19 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

Em suma, o trabalho desenvolvido na construção do Plano Estratégico para o

Turismo da Ribeira Grande assentou em alguns pressupostos críticos,

nomeadamente a adaptação do desenvolvimento turístico do concelho às

tendências internacionais do setor, a relação equilibrada entre a oferta e a

procura (integrando a transversalidade das diferentes atividades económicas

com o turismo), a potenciação dos recursos endógenos, a harmonia

transversal a todo o território e a consequência prática do planeamento.

Trata-se de um estudo aprofundado do mercado a nível internacional,

nacional, regional e local, para além de uma caracterização detalhada do

potencial e da capacidade instalada no concelho. A conceção da proposta de

valor foi constantemente alinhada e articulada com as mais-valias do destino,

capitalizando as suas potencialidades e definindo soluções para ultrapassar

as principais debilidades. É de referir que este trabalho não foi e não deverá

ser estanque, uma vez que se procurou auscultar um vasto leque de

stakeholders, tanto nas dinâmicas associadas à oferta como à procura, e

deverá manter uma evolução e adaptação constantes à realidade do

mercado. Ressalve-se que a Ribeira Grande vive um momento de transição

do setor turístico, com um novo dinamismo, o que representou grandes

desafios na preparação deste planeamento e a sua permanente adequação

ao surgimento de novas iniciativas neste setor. Salvaguarde-se, porém, a

importância desta dinâmica, pois o período de programação comunitária

2014-2020 e a liberalização do espaço aéreo regional perspetivam

oportunidades únicas a aproveitar.

Este documento, que consubstancia o Plano Estratégico para o Turismo da

Ribeira Grande, para além da apresentação global, está estruturado de

forma sequencial em quatro capítulos principais, seguindo-se o destaque das

principais conclusões do estudo. Esta estrutura obedece a uma metodologia

de trabalho progressiva, que se desenvolve a partir da análise geral e culmina

em indicações objetivas, de âmbito mais particular. Ressalve-se que o

documento e a sua estrutura foram desenvolvidos tendo em consideração os

vários interesses que podem gravitar em torno do setor do turismo na

Ribeira Grande, atendendo não só ao investimento público, mas também à

iniciativa privada.

Page 20: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

20 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

1. Apresentação

No capítulo 2, procede-se a uma caracterização socioeconómica genérica da

Região e do concelho da Ribeira Grande. Procura-se, assim, descrever de

forma sucinta o contexto atual e a sua evolução nos últimos anos, em

particular no que concerne à capacidade de criação de valor económico,

perfil dos setores de atividade económica, estrutura etária e nível de

qualificação da população.

Seguidamente, no capítulo 3, desenvolve-se um estudo ao setor do turismo

internacional, nacional e regional. Sinalizam-se os principais indicadores de

atividade do setor, a evolução recente e as perspetivas a longo prazo. Para

além disso, identificam-se as principais tendências internacionais e mostra-se

o efeito multiplicador do turismo na economia.

O capítulo 4 configura o núcleo central do documento, pois integra as

grandes definições estratégicas para o concelho, para além de um

diagnóstico ao estado atual do setor. São apresentados os principais

produtos a desenvolver, as diretrizes estratégicas assumidas e as linhas de

orientação para o plano de ação a implementar.

O capítulo 5, que antecede as conclusões finais, destaca, de forma resumida,

alguns projetos estruturantes para o concelho. O objetivo deste capítulo é

evidenciar, perante os decisores e investidores privados e institucionais,

alguns projetos que podem transformar o paradigma do turismo na Ribeira

Grande e orientar os esforços de desenvolvimento do setor.

Page 21: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

2. Caracterização Socioeconómica

da Região e do Concelho

Page 22: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

22 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Índice

1. Apresentação 7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21

2.1. Caracterização Institucional 24

2.2. Enquadramento Económico 27

2.2.1. Breve Apontamento Demográfico 28

2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego 32

2.2.3. Análise à Evolução Económica 38

2.2.4. Fatores de Competitividade 42

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321

6. Considerações Finais 332

7. Bibliografia 339

8. Anexos 346

Page 23: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

23 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Para a conceção e estruturação de um plano estratégico consequente e

coerente, independentemente da sua tipologia, é fundamental compreender

a realidade em que será inserido e aplicado. Neste estudo, procedeu-se a

uma rigorosa análise para caracterizar as dinâmicas económicas e sociais

envolventes, procurando definir adequadamente a base de trabalho e os

pressupostos de formulação estratégica a adotar.

Numa primeira dimensão procedeu-se à caracterização genérica do

enquadramento natural e institucional da Região Autónoma dos Açores e do

concelho da Ribeira Grande. Reconhecendo, empiricamente, o potencial

natural do concelho para a atividade turística, esta caracterização facilita

uma melhor perceção do enquadramento específico nos Açores, em geral, e

na ilha de São Miguel, em particular.

Posteriormente, apresenta-se um enquadramento económico devidamente

fundamentado com dados estatísticos oficiais. De forma natural, procurou-se

descrever com rigor a evolução e as dinâmicas socioeconómicas regionais e

do concelho, no sentido de identificar o potencial de desenvolvimento

existente, bem como a correta orientação das linhas estratégicas a conceber.

O cariz introdutório deste capítulo permite definir um claro contexto de

trabalho, cujos inputs auxiliam a análise crítica à envolvente, com as

respetivas repercussões nos resultados finais do plano estratégico.

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho

2.

Page 24: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

24 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O contexto em que se insere o concelho da Ribeira Grande é único em toda a

Região. Embora existem traços comuns comparativamente a outros

concelhos açorianos, as peculiaridades derivadas da riqueza natural e da

localização sui generis atribuem à Ribeira Grande potencial para o

desenvolvimento turístico. Importa, assim, conhecer, de forma genérica esse

paradigma e as suas perspetivas de evolução.

Região Autónoma dos Açores

Os Açores, definidos como Região Autónoma desde 1976 pela Constituição

da República Portuguesa e pelo Estatuto Político Administrativo da Região

Autónoma dos Açores, estão situados em pleno Oceano Atlântico,

dispersando-se ao longo de um eixo sudeste-noroeste ligeiramente superior

a 600 km e abrangendo uma área total de 2.322 km2. A Região possui

governo próprio com poder executivo e uma assembleia legislativa regional,

eleita por sufrágio universal direto, composta por nove ilhas de dimensões

muito heterogéneas e relativamente reduzidas, que distam pouco mais de

3.300 km de Boston (Estados Unidos da América) e sensivelmente 1.400 km

de Lisboa. Este enquadramento define-a como região ultraperiférica (RUP) da

União Europeia (UE), em paralelo com Madeira, Canárias, Guadalupe, Guiana

Francesa, Martinica, Reunião, Saint-Barthélemy e Saint-Martin. Alguns dos

grandes desafios de desenvolvimento dos Açores provêm deste

distanciamento dos centros de decisão agravado pela fragmentação e

dispersão do seu mercado interno.

2.1. Caracterização Institucional

2.1. Caracterização Institucional

Page 25: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

25 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

As ilhas possuem condições edafoclimáticas particulares, que têm

influenciado diretamente, ao longo do tempo, o desenvolvimento

socioeconómico da Região. A origem vulcânica resulta numa configuração

peculiar e acidentada do relevo, mas também numa notável diversidade

paisagística e numa riqueza geológica valorizadoras da imagem do

arquipélago. Nos Açores existem 26 sistemas vulcânicos ativos, incluído 8

submarinos, o que acoplado à localização numa zona de junção de três placas

tectónicas (Norte-Americana, a Eurasiática e a Africana) e à presença do Rifte

da Terceira, origina uma atividade sísmica intensa e manifestações geológicas

de diferentes naturezas. A riqueza ambiental e paisagística da Região,

caracterizada pela abundância da cor verde, é também influenciada por um

clima temperado marítimo, de temperaturas amenas ao longo de todo o ano

(e consequente amplitude térmica reduzida), pluviosidade regular e grande

variabilidade das condições climatéricas.

Historicamente, a localização e as condições geográficas do arquipélago têm

produzido inerentes desafios estruturais e oportunidades estratégicas para o

seu desenvolvimento. Por um lado, a pequena dimensão das ilhas e a sua

dispersão resultam numa grande fragmentação do mercado, com naturais

repercussões na eficiência dos recursos, na atividade económica e na

multiplicação de estruturas e equipamentos produtivos. Esta situação é

agravada pela heterogeneidade da dimensão das ilhas, com impactos diretos

na concentração populacional e no grau de desenvolvimento económico. Por

outro lado, a localização das ilhas tem conferido à Região, desde o tempo dos

Descobrimentos, uma importância estratégica em vários domínios,

nomeadamente logístico e militar, através da confluência de rotas

transatlânticas, do desenvolvimento de serviços e estruturas de apoio à

navegação e à aviação e ao apoio a manobras militares nos grandes conflitos

mundiais. A utilização da Base das Lajes, na ilha Terceira, revelou essa

importância nas relações entre os Estados Unidos da América e a Europa,

que ainda poderá ser mais notório aquando da entrada em vigor da Parceria

Transatlântica de Comércio e Investimento (vulgo Acordo de Comércio Livre).

Por último, há a referir o imenso potencial da Zona Económica Exclusiva dos

Açores, uma das maiores da União Europeia, que confere à Região e ao País

grandes oportunidades de desenvolvimento em torno da economia do mar,

integrando setores como a logística, pescas, investigação científica e turismo

náutico e desportivo.

2.1. Caracterização Institucional

Fonte: www.visitazores.com

Figura 01 – Localização geográfica do arquipélago dos Açores

Page 26: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

26 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Concelho da Ribeira Grande

O concelho da Ribeira Grande é um dos 19 concelhos dos Açores e um dos

seis concelhos da ilha de São Miguel. É composto por 14 freguesias e situa-se

na costa norte da ilha. É o único concelho a fazer fronteira com os restantes

cinco concelhos micaelenses, ocupando uma área global de 180,15 km2,

apenas superado, nesta ilha, por Ponta Delgada (232,99 km2).

A 29 de junho de 1981, em reconhecimento da importante malha urbana

instalada e da capacidade de geração de riqueza, a Ribeira Grande foi

elevada a cidade. Na realidade, todo o concelho é um dos mais ricos dos

Açores, dada a fertilidade dos seus terrenos, a facilidade de cultivo em torno

da ribeira e a capacidade produtiva que se foi desenvolvendo nos vários

ciclos económicos. Estas características atribuíram consecutivamente ao

concelho uma importante posição nos diferentes períodos de prosperidade

agrícola em toda a cadeia de valor e, mais recentemente, nas atividades

pecuárias e de produção de leite.

As características naturais do concelho da Ribeira Grande são semelhantes ao

verificado em todo o arquipélago. O enquadramento natural é dominado

pelo relevo irregular da Serra da Água de Pau, pelas nascentes e cursos de

água mineral e pelas manifestações vulcânicas. A riqueza existente conduziu

à definição de áreas protegidas, incluindo áreas inseridas no Parque Natural

de Ilha de São Miguel e na Rede Natura 2000. Para além disso, a tipologia

acidentada do litoral possibilitou a formação de algumas praias, que devido

às condições das correntes marítimas originou locais de grande procura para

a prática de desportos como o surf.

Devido às características vulcânicas do concelho, nas últimas décadas do

século XX, assistiu-se a um grande desenvolvimento da geotermia, com a

instalação de duas centrais geotérmicas (a Central da Ribeira Grande e a

Central do Pico Vermelho). A produção combinada destas unidades

representa aproximadamente 40% da energia elétrica consumida na ilha.

Esta é uma característica única na Região, colocando a Ribeira Grande no

topo da hierarquia da produção de energia através de fontes renováveis e

com um grande potencial de desenvolvimento de atividades conexas à

exploração geotérmica.

2.1. Caracterização Institucional

Figura 02 – Delimitação do Concelho da Ribeira Grande na ilha de São Miguel

Fonte: Câmara Municipal da Ribeira Grande

Page 27: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

27 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Em termos económicos, a Região Autónoma dos Açores tem apresentado

uma tendência convergente com o país e com a União Europeia. Contudo,

dada a fragilidade estrutural da economia regional, os impactos da crise

económico-financeira que se vem registando desde 2007 a nível

internacional, mas com maior intensidade a partir de 2011 nos Açores,

abalaram fortemente toda a composição social e a capacidade de criação de

riqueza. Setores tradicionalmente de grande relevância na economia e com

grande capacidade de criação de emprego, como a construção civil, foram

afetados de forma crítica, gerando várias insolvências e, consequentemente,

um grande volume de desemprego.

Por outro lado, em termos demográficos, a Região Autónoma dos Açores

apresenta uma população extremamente jovem, apesar de um progressivo

envelhecimento. Neste caso em particular, o concelho da Ribeira Grande

destaca-se, com vários indicadores que lhe garantem excelentes perspetivas

futuras. Não obstante, a ainda baixa escolarização é um grande desafio para

o desenvolvimento social e económico.

A conjugação deste contexto, da capacidade instalada e do potencial natural

existente confere ao turismo uma referência como setor de atividade

económica com maior capacidade para a recuperação imediata da economia

regional e concelhia. Os dados atuais permitem perceber que há

oportunidades por explorar, mas identificam, igualmente, várias lacunas na

oferta.

2.2. Enquadramento Económico

2.2. Enquadramento Económico

Page 28: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

28 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

2.2.1. Breve Apontamento Demográfico

De acordo com os dados dos Recenseamentos da População e Habitação

(Censos), a população residente da RAA variou 2,1% entre 2001 e 2011,

significando um aumento de 5.009 indivíduos. Paradoxalmente, apenas em

sete dos 19 concelhos regionais se verificou um efetivo aumento

populacional, tendo sido a Ribeira Grande a apresentar, destacadamente, a

maior variação positiva com 12,8%, muito acima da média regional. Este

registo permitiu ao concelho ultrapassar os 30.000 habitantes, valor atingido

apenas em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada.

Este aumento da população é, sobretudo, o resultado de um saldo natural

positivo, conforme atestado pelos dados disponíveis no Serviço Regional de

Estatística dos Açores (SREA), que registam, entre 2001 e 2011, um valor

agregado de 5.098 indivíduos. Repare-se que o saldo natural positivo é

particularmente relevante nos principais centros urbanos da ilha de São

Miguel, nomeadamente os concelhos de Lagoa, Ponta Delgada e Ribeira

Grande, sendo este último aquele que proporcionalmente mais contribuiu

para este resultado. Relativamente ao saldo migratório existem poucos

dados sobre a sua evolução, mas poder-se-á inferir que apresenta um ligeiro

valor negativo, dado que o crescimento da população é inferior ao saldo

natural agregado de 2001 a 2011.

2001 2011 Variação

Total Total %

Santa Maria 5.578 5.552 -0,5%

Vila do Porto 5.578 5.552 -0,5%

São Miguel 131.609 137.856 4,7%

Lagoa 14.126 14.442 2,2%

Nordeste 5.291 4.937 -6,7%

Ponta Delgada 65.854 68.809 4,5%

Povoação 6.726 6.327 -5,9%

Ribeira Grande 28.462 32.112 12,8%

Vila Franca do Campo 11.150 11.229 0,7%

Terceira 55.833 56.437 1,1%

Angra do Heroísmo 35.581 35.402 -0,5%

Praia da Vitória 20.252 21.035 3,9%

Graciosa 4.780 4.391 -8,1%

Santa Cruz da Graciosa 4.780 4.391 -8,1%

São Jorge 9.674 9.171 -5,2%

Calheta 4.069 3.773 -7,3%

Velas 5.605 5.398 -3,7%

Pico 14.806 14.148 -4,4%

Lajes do Pico 5.041 4.711 -6,5%

Madalena 6.136 6.049 -1,4%

São Roque do Pico 3.629 3.388 -6,6%

Faial 15.063 14.994 -0,5%

Horta 15.063 14.994 -0,5%

Flores 3.995 3.793 -5,1%

Lajes das Flores 1.502 1.504 0,1%

Santa Cruz das Flores 2.493 2.289 -8,2%

Corvo 425 430 1,2%

Corvo 425 430 1,2%

Açores 241.763 246.772 2,1%

Tabela 01 – População residente (n.º) por Local de residência (à data dos Censos)

Fonte: INE (2014)

2.2.1. Breve Apontamento Demográfico

Page 29: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

29 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Pelos dados dos Censos, verifica-se, ainda, que nos Açores há uma ligeira

predominância do número de mulheres, com uma distribuição de 50,8% de

indivíduos do sexo feminino e 49,2% do sexo masculino, o que representa,

sensivelmente, 97 homens por cada 100 mulheres. Apenas em três

concelhos esta relação se inverte, Ribeira Grande, Lajes das Flores e Corvo.

Não deixa de ser curioso o facto de, na Ribeira Grande, existirem mais

homens que mulheres e mesmo assim este ser o segundo concelho com mais

nascimentos, deduzindo-se que número médio de filhos por mulher será um

dos maiores da Região.

De uma forma geral, a análise a estes dados indica que o concelho da Ribeira

Grande foi aquele que mais cresceu na última década nos Açores. Para além

disso, será relevante notar que a variação populacional na Ribeira Grande foi

de 3.650 indivíduos, enquanto o saldo natural se registou em 2.765, o que,

partindo do pressuposto de coerência entre os dados do INE e do SREA,

indicia um saldo migratório muito significativo para a realidade regional. A

relevância dos números apresentados nos vários indicadores poderá

configurar o concelho como aquele que apresenta maior potencial de

desenvolvimento socioeconómico a médio prazo, integrando várias

oportunidades nos diferentes setores de atividade económica.

Sd.n. 2001-2011

Santa Maria -1

Vila do Porto -1

São Miguel 6.886

Lagoa 988

Nordeste -100

Ponta Delgada 2.965

Povoação -77

Ribeira Grande 2.736

Vila Franca do Campo 374

Terceira 195

Angra do Heroísmo -47

Praia da Vitória 242

Graciosa -382

Santa Cruz da Graciosa -382

São Jorge -432

Calheta -134

Velas -298

Pico -837

Lajes do Pico -359

Madalena -312

São Roque do Pico -166

Faial -94

Horta -94

Flores -210

Lajes das Flores -86

Santa Cruz das Flores -124

Corvo -27

Corvo -27

Açores 5.098

Tabela 02 – Saldo natural agregado 2001 a 2011, por concelho,

calculado pela diferença entre o número de nados vivos e o número de óbitos

Fonte: SREA (2014)

2.2.1. Breve Apontamento Demográfico

Page 30: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

30 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

À semelhança do resto do país, a Região Autónoma dos Açores está a assistir

a um envelhecimento da população, conforme se comprova pela

comparação dos dados censitários de 2001 e 2011. Verifica-se uma clara

diminuição das faixas etárias abaixo dos 30 anos e um significativo aumento

das faixas etárias acima desse patamar, alterando, de forma notória, a

configuração da pirâmide. Um dos dados de particular preocupação é

relativo à redução muito substancial da faixa etária com menos de 10 anos,

em ambos os géneros, dado que já verificam números abaixo dos 15.000

indivíduos, confirmando uma diminuição da taxa de natalidade.

Não obstante, é pertinente sublinhar que a Região Autónoma dos Açores

apresenta, ainda, uma população consideravelmente jovem, ao contrário do

que se verifica no país. Esta é uma das atuais mais-valias relevantes da

Região, assegurando alguma estabilidade a médio e longo prazo do equilíbrio

na renovação da população ativa.

Gráfico 01 – Pirâmide etária da Região Autónoma dos Açores,

construída com os dados dos Censos 2001

Gráfico 02 – Pirâmide etária da Região Autónoma dos Açores,

construída com os dados dos Censos 2011

Fonte: INE (2014) Fonte: INE (2014)

20.000 15.000 10.000 5.000 0 5.000 10.000 15.000 20.000

Menos de 10 anos

10 - 14

15 - 19

20 - 24

25 - 29

30 - 34

35 - 39

40 - 44

45 - 49

50 - 54

55 - 59

60 - 64

65 - 69

70 - 74

75 ou mais Homens Mulheres

20.000 15.000 10.000 5.000 0 5.000 10.000 15.000 20.000

Menos de 10 anos

10 - 14

15 - 19

20 - 24

25 - 29

30 - 34

35 - 39

40 - 44

45 - 49

50 - 54

55 - 59

60 - 64

65 - 69

70 - 74

75 ou mais Homens Mulheres

2.2.1. Breve Apontamento Demográfico

Page 31: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

31 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O progressivo envelhecimento da população a nível regional é também

visível no concelho da Ribeira Grande, como demonstra a comparação entre

a pirâmide etária de 2001 e 2011. Contudo, a juventude é ainda prevalecente

no concelho, onde mais de 50% da população se encontra nas faixas etárias

abaixo dos 35 anos. De facto, os dados dos Censos permitem aferir que a

Ribeira Grande é o concelho mais jovem da Região Autónoma dos Açores,

com uma média de idades de 32,4 anos, seguido do concelho de Lagoa (34,4

anos) e contrastando com uma média regional de 37,3 anos.

Não será despiciendo ressalvar que o concelho da Ribeira Grande integra a

freguesia com menor média de idades em toda a Região, uma vez que Rabo

de Peixe regista 28,4 anos, sendo a única freguesia regional com valores

abaixo dos 32 anos.

Este paradigma, apesar de requerer o acompanhamento da sua evolução,

apresenta-se muito favorável ao desenvolvimento económico. O potencial

humano é significativo, aportando boas perspetivas a eventuais decisões

para investimentos produtivos.

3000 2000 1000 0 1000 2000 3000

Menos de 10 anos

10 - 14

15 - 19

20 - 24

25 - 29

30 - 34

35 - 39

40 - 44

45 - 49

50 - 54

55 - 59

60 - 64

65 - 69

70 - 74

75 ou mais Homens Mulheres

3.000 2.000 1.000 0 1.000 2.000 3.000

Menos de 10 anos

10 - 14

15 - 19

20 - 24

25 - 29

30 - 34

35 - 39

40 - 44

45 - 49

50 - 54

55 - 59

60 - 64

65 - 69

70 - 74

75 ou mais Mulheres Homens

Gráfico 03 – Pirâmide etária do concelho da Ribeira Grande,

construída com os dados dos Censos 2001

Gráfico 04 – Pirâmide etária do concelho da Ribeira Grande,

construída com os dados dos Censos 2011

Fonte: INE (2014) Fonte: INE (2014)

2.2.1. Breve Apontamento Demográfico

Page 32: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

32 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego

A partir do final da década de 90 do século XX, tem-se verificado uma

convergência da economia regional relativamente ao país e à União

Europeia. De facto, fruto de assimetrias no crescimento do PIB, a Região

Autónoma dos Açores aproxima-se da capacidade de criação de riqueza

nacional e tem reduzido, substancialmente, a diferença para o restante

espaço comunitário. É, no entanto, de referir que a diferença face à Região

Autónoma da Madeira não se tem esbatido de forma clara e até se agravou

no início dos anos 2000.

Em 2000, o PIB regional apenas representava 1,9% da riqueza gerada no país,

enquanto em 2012 esse valor se cifrava em 2,2%. A variação do PIB per

capita é ainda mais evidente, uma vez que no início do século este indicador

nos Açores (10.071€) correspondia a 81% do valor nacional (12.485€) e

atualmente já atinge os 91% (14.927€). Se recuarmos ainda mais no tempo,

verificamos que em 1995 o PIB per capita nos Açores era apenas de 7.200€

face a 9.000€ a nível nacional (80%). Demonstra-se, assim, uma evolução

significativa na capacidade de criação de riqueza, mesmo num período de

grande instabilidade económica, como o experienciado desde 2007, cujo

impacto em pequenas e frágeis economias – como a açoriana – é

amplificado.

Um facto relevante na análise à evolução económica da Região prende-se

com o crescimento contínuo do rendimento disponível per capita. Entre 2000

e 2011, este indicador cresceu 43,5%, passando de 8.083€ para 11.606€,

apesar de uma ligeira quebra em 2011. Esta evolução revela um notório

aumento da qualidade vida nos Açores, com impactos diretos na economia.

Curiosamente, os dados regionais apresentam uma performance superior

aos dados nacionais e têm vindo, progressivamente, a aproximar-se da

Região Autónoma da Madeira. O comportamento deste indicador demonstra

o aumento da capacidade de consumo nos Açores, com os consequentes

impactos na economia regional e na dinamização de diversos setores.

Tabela 03 – PIB e PIB per capita na União Europeia (milhões de euros)

Fonte: EUROSTAT (2015), INE (2015)

2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego

2000 … 2007 … 2011 2012 2013 2014

PIB per capita

União Europeia (28) 19.600 25.800 26.000 26.500 26.600 27.300

Portugal 12.485 16.643 16.686 16.136 16.372 16.800

RA Madeira 11.150 16.418 16.412 15.302 15.526 -

RA Açores 10.071 14.647 15.226 14.688 14.927 -

RAA/UE (27) 51% 57% 59% 55% 56% -

RAA/Portugal 81% 88% 91% 91% 91% -

PIB (milhões de euros)

União Europeia (28) 9.552.216 12.900.957 13.173.517 13.425.649 13.519.751 13.920.541

Portugal 128.466 175.468 176.167 169.668 171.211 174.384

RA Madeira 2.715 4.306 4.367 4.035 4.071 -

RA Açores 2.428 3.603 3.760 3.633 3 694 -

Page 33: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

33 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego

Em termos setoriais, verifica-se que o setor terciário é aquele onde é gerado

maior valor acrescentado bruto (VAB), verificando-se uma tendência

progressiva de aumento dessa dominância e perda de importância relativa

dos outros dois setores. Em 2012, 75% do VAB gerado nos Açores era

proveniente deste setor, em comparação com 72% no ano 2000. Para além

disso, é cada vez mais notório o peso reduzido do setor primário, que já

representava em 2012 menos de 10% do VAB regional (9,6%).

Numa análise detalhada, é facilmente percetível a importância das atividades

produtoras de bens não transacionáveis, verificando-se, por exemplo, que a

administração pública é a atividade que gera maior VAB. Neste caso, em

2012, representava 28% de todo o VAB regional. Repare-se que este tipo de

atividade é aquele que tem menor capacidade de criação de riqueza a longo

prazo, não contribuindo, geralmente, de forma direta, para o equilíbrio da

balança comercial. Verifica-se, ainda, que as atividades de comércio por

grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos;

transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração

representam 26% do valor gerado nos Açores.

Primário 9,6%

Secundário 15,6% Terciário

74,8%

Gráfico 05 – VAB por setor na Região Autónoma dos Açores, 2012

Fonte: SREA (2014)

Ano

2000 2005 2010 2011 2012

Atividades artísticas e de espetáculos; reparação de bens de uso doméstico e outros serviços

46 61 97 100 99

Atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio

64 93 106 108 109

Atividades financeiras e de seguros 73 95 116 111 96

Atividades imobiliárias 169 212 262 267 283

Administração pública e defesa; segurança social obrigatória; educação, saúde humana e ação social

636 831 989 967 873

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 252 278 285 293 299

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração

507 708 828 818 818

Construção 175 217 207 192 159

Indústrias extrativas; indústrias transformadoras; produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar frio; captação, tratamento e distribuição de água;

178 243 327 324 329

Informação e comunicação 51 64 62 62 59

Tabela 04 – VAB por ramos de atividade na Região Autónoma dos Açores

Fonte: SREA (2015)

Page 34: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

34 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego

A atividade de construção é a única que produziu menor VAB em 2012 do

que no ano 2000 (-9,1%). Efetivamente, esta foi, provavelmente, a atividade

económica mais abalada pela crise económico-financeira, que, após uma

concentração de grandes obras até 2010, assistiu a uma acentuada

diminuição do número de construções e das áreas de construção. Em sentido

inverso, várias atividades apresentam boas performances. Porém, dada a

relevância para a cadeia de valor, ressalve-se um importante aumento do

VAB (85%) no ramo de atividades que engloba as indústrias extrativas;

indústrias transformadoras; produção e distribuição de eletricidade, gás,

vapor e ar frio; e captação, tratamento e distribuição de água.

No que concerne diretamente ao concelho da Ribeira Grande, verifica-se um

enquadramento muito peculiar, onde o setor secundário, em particular a

indústria transformadora (e dentro desta, a indústria alimentar, com

destaque para os laticínios), apresenta uma importância capital para a

criação de riqueza. Apesar de só concentrar 17,2% do número de empresas

do concelho, o setor secundário apresenta praticamente dois terços do

volume de negócios e do VAB gerado na economia local. Pelo contrário, o

setor terciário, concentrando 59% das empresas, apenas consegue cerca de

29% do volume de negócios e do VAB. O setor primário, apesar da

importância histórica e estrutural no concelho, nomeadamente ao nível da

produção de leite, apenas gera 5,8% do volume de negócios e 8,2% do VAB.

Gráfico 06 – Empresas por setor de atividade na Ribeira Grande, 2012

Gráfico 07 – Volume de negócios por setor de atividade na Ribeira Grande, 2012

Gráfico 08 – VAB por setor de atividade na Ribeira Grande, 2012

Fonte: SREA (2014)

Primário 5,8%

Secundário 65,7%

Terciário 28,5%

Primário 8,2%

Secundário 63,0%

Terciário 28,8%

Primário 23,8%

Secundário 17,2%

Terciário 59,0%

Page 35: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

35 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego

As dinâmicas económicas da Região têm, naturalmente, um impacto direto

no mercado de trabalho, tanto ao nível das oportunidades como na

qualidade do emprego criado. A criação de emprego acompanhou a

tendência de crescimento económico até 2009. A partir de 2010, registou-se

uma significativa redução neste indicador, fruto dos fortes impactos da crise

económico-financeira regional, aproximando o número de pessoas

empregadas dos valores registados em 2000. Para esta redução, muito

contribuiu o desemprego gerado no setor da construção civil, que, para além

de empregar muitas pessoas, apresentava, igualmente, um baixa taxa de

escolarização (que dificulta novas oportunidades no mercado de trabalho).

No ano 2000, a nível regional, a média (trimestral) de pessoas empregadas

era de 96.171, atingindo o pico em 2009, com 112.171. Em 2013, a média de

pessoas empregadas desceu para 99.458, apesar da ligeira inversão desta

situação em 2014, com uma média dos primeiros três trimestres de 100.913.

Note-se que o concelho da Ribeira Grande foi bastante afetado por esta

conjuntura, dado o peso específico do setor da construção civil na economia

local.

O mercado de trabalho regional revela, igualmente, o elevado nível de

terciarização da economia. Em 2013, mais de 70% da população empregada

desenvolvia a sua atividade profissional neste setor. De notar que o setor

primário é aquele que menos pessoas emprega (12,9%), verificando-se um

decréscimo progressivo ao longo do tempo. O setor secundário, integrava

14,4% da população empregada.

0 €

2.000 €

4.000 €

6.000 €

8.000 €

10.000 €

12.000 €

14.000 €

85.000

90.000

95.000

100.000

105.000

110.000

115.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Indivíduos

População Empregada Rendimento Disponível per capita

Gráfico 09 – Evolução da população empregada e do rendimento disponível per capita

Fonte: SREA (2014)

Primário 12,9%

Secundário 14,4%

Terciário 72,6%

Gráfico 10 – População empregada por setor de atividade em 2013

Fonte: SREA (2014)

Page 36: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

36 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego

A realidade do concelho é ligeiramente diferente, dado o peso do setor

secundário. O pessoal ao serviço neste setor (42,7%) quase que iguala o

pessoal ao serviço no setor terciário (45,6%).

Atualmente, o desemprego é o maior desafio para a economia regional. Na

realidade, desde 2006 que já se registava uma ligeira tendência crescente,

mas as ondas de choque que resultaram da crise económica e financeira

internacional, com reflexos profundos na economia regional, conduziram a

taxas de desemprego historicamente elevadas nos Açores. Em 2000, a taxa

de desemprego era inferior a 4% (tendo mesmo rondado os 2% entre 2001 e

2003), porém no primeiro trimestre de 2014 chegou a atingir os 18%, a mais

elevada do país. A inversão deste paradigma é complexa, sabendo-se que no

resto do país a tendência já é notoriamente decrescente, enquanto nos

Açores se mantém muito elevada.

Um dos grandes problemas estruturais da sociedade açoriana e que produz

uma influência direta no combate ao desemprego é o nível de qualificação da

população. A comparação entre os dados dos censos de 2001 e 2011 revelam

uma clara evolução nessa realidade, mas, na verdade, a qualificação dos

recursos humanos mantém-se muito baixa, com apenas 8,2% da população a

deter o ensino superior completo. O número de indivíduos que possui

habilitações a partir do ensino secundário é inferior a 20% (19,1%). Esta

situação dificulta, naturalmente, a identificação de mão-de-obra qualificada

para as empresas, principalmente tendo em conta as novas tendências de

atividades intensivas em conhecimento e especialização.

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

16%

18%

20%

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Taxa desemprego

Gráfico 12 – Evolução da taxa de desemprego na Região Autónoma dos Açores

Fonte: SREA (2015)

Gráfico 11 – População ao serviço por setor de atividade na Ribeira Grande em 2012

Fonte: SREA (2014)

Primário 11,7%

Secundário 45,6%

Terciário 42,7%

Page 37: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

37 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego

O problema da falta de qualificação da população é ainda mais grave no

concelho da Ribeira Grande, onde mais de 50% dos indivíduos ou não tem

habilitação ou apenas possui o 1.º Ciclo do Ensino Básico. Aumentando um

pouco mais o espectro, nota-se que 66,8% (mais de dois terços da

população) tem habilitações inferiores ao 3.º Ciclo do Ensino Básico. Parte

desta realidade poderá ser explicada pela pirâmide etária do concelho, com

uma população muito jovem. Porém, é evidente que existe uma necessidade

de melhoria dos níveis de escolaridade locais, sobretudo quando se pretende

vocacionar o desenvolvimento da Ribeira Grande para atividades económicas

como o turismo, onde a qualificação dos recursos humanos é fundamental.

Ressalve-se, no entanto, a evolução significativa nos níveis de escolaridade

da população da Ribeira Grande entre 2001 e 2011. Houve uma notória

diminuição do número de indivíduos sem habilitações literárias e um

aumento muito substancial dos indivíduos acima do ensino secundário. A

intensificação da atividade da Escola Profissional da Ribeira Grande terá

contribuído para esta evolução, refletindo a necessidade de continuidade

dessa aposta e de ajustamento da oferta formativa às carências do mercado

de trabalho e aos desígnios de desenvolvimento futuro do concelho.

De uma forma geral, verifica-se que, apesar da grande recuperação encetada

pelos Açores e da notória convergência com a União Europeia, a economia

regional mantém-se muito frágil e suscetível a impactos de fatores externos.

As debilidades estruturais refletem-se na incapacidade de desenvolver

atividades produtoras de bens transacionáveis, particularmente em setores

de elevado valor acrescentado, o que é, também, dificultado pela baixa

escolarização da população. O turismo surge, assim, como um setor de

grande potencial, dada a capacidade instalada e o potencial natural

existente, mas será necessário reforçar a aposta na qualificação do destino,

que inclui a preparação da população e dos profissionais do setor.

Açores Ribeira Grande

2001 2011 2001 2011

Nenhum 30,2% 20,9% 38,6% 26,6%

Ensino Básico - 1.º Ciclo 29,8% 26,8% 27,0% 26,0%

Ensino Básico - 2.º Ciclo 16,1% 17,5% 18,5% 20,2%

Ensino Básico - 3.º Ciclo 12,1% 15,7% 8,9% 13,6%

Ensino Secundário 7,2% 10,1% 4,5% 7,7%

Ensino Pós-Secundário 0,5% 0,7% 0,2% 0,6%

Superior 4,2% 8,2% 2,3% 5,3%

100% 100% 100% 100%

Tabela 05 – Nível de escolaridade da população dos Açores e da Ribeira Grande

Fonte: INE (2014)

Page 38: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

38 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O desenvolvimento observado nos Açores, e por inerência no concelho da

Ribeira Grande, nos últimos anos, em particular no período anterior ao início

da crise económico-financeira, aproximou-se dos preceitos do conceito de

desenvolvimento sustentável. De facto, houve uma preocupação dos

diversos quadrantes da sociedade regional – incluindo Governo, sistema

político e sociedade civil – de promover um crescimento harmónico que

projetasse a Região para o futuro, em particular através de um binómio que

associava as preocupações de desempenho económico competitivo a um

reforço da coesão social.

Neste paradigma, revelou-se a preocupação de articular uma economia mais

evoluída a uma sociedade mais justa e equitativa. Registaram-se avanços no

mercado de trabalho regional, que possibilitaram a aproximação à realidade

da União Europeia, quer ao nível dos rendimentos como da formação, para

além de evoluções significativas na qualidade da oferta, na sofisticação e

exigência da procura e na disseminação e acessibilidade da tecnologia. Em

complemento, empenharam-se esforços para o bem-estar social, de onde se

destaca o aumento da rede de equipamentos sociais, a redefinição de

políticas sociais, a mobilização em torno da igualdade de género, o estímulo e

o enaltecimento da iniciativa empresarial e do empreendedorismo, o apoio

ao associativismo jovem e a sensibilização para a importância da preservação

do meio ambiente, não só como veículo de desenvolvimento económico,

mas, sobretudo, como pilar de um desenvolvimento equilibrado e

sustentado.

2.2.3. Análise à Evolução Económica

2.2.3. Análise à Evolução Económica

Page 39: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

39 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Os efeitos da crise económico-financeira tiveram repercussões neste cenário.

Alguns setores de grande importância para a economia regional, como a

construção civil ou o comércio, mostram crescentes dificuldades para lidar

com a nova realidade, conduzindo a várias insolvências e a um elevado

desemprego. Na realidade, apesar de um desenvolvimento aparentemente

harmonioso, constatou-se falta de preparação no setor privado para lidar

com as exigências e com os desafios competitivos do mercado global, por

contrapartida a um setor público excessivamente intervencionista e

sobredimensionado.

A orientação até agora adotada, aliada à necessidade atual de revitalizar a

economia tendo em conta a oportunidade que se abre com a entrada em

vigor do período de programação comunitária 2014-2020 e à emergência dos

grandes desafios competitivos oriundos de diversos setores críticos na

economia regional, como o fim das quotas leiteiras e a liberalização do

espaço aéreo regional, conduzem à obrigatoriedade de favorecer um

progresso socioeconómico vocacionado predominantemente para um futuro

assente no conhecimento, na inovação, no empreendedorismo (social,

empresarial e associativo) e na aplicação de novas tecnologias, para além da

otimização das vantagens comparativas resultantes do enquadramento

natural da Região. Efetivamente, nos Açores encontram-se domínios de

vanguarda que contribuem para essa visão, cuja devida valorização e

aproveitamento económico se tornam indispensáveis para afirmar o real

potencial existente. Esses domínios estão, sobretudo, associados ao

conhecimento relativo às especificidades geológicas, biológicas e químicas do

território açoriano; à capacidade de inovar e reinventar em setores

tradicionais; às peculiaridades demográficas e culturais da população

açoriana e a outros vetores de potencialidades incalculáveis, como a energia

(sobretudo de fonte renovável) e a economia do mar.

2.2.3. Análise à Evolução Económica

Page 40: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

40 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Tendo em consideração os recursos existentes, a capacidade instalada (e a

que se prevê instalar a curto prazo) e o know-how local, a investigação

científica ligada à fauna e à flora, ao mar, ao espaço e à energia, sob o ponto

de vista de inovação empresarial, pode abrir novas oportunidades aos

produtos açorianos no mercado mundial, conduzindo a uma evolução do

modelo económico atual e proporcionar um novo paradigma socioeconómico

e de qualidade de vida na Região. Estes aspetos conjugam-se num bom ponto

de partida para o aproveitamento da onda da Nova Economia, que assenta

não só no conhecimento, na inovação contínua e aplicada e no aumento da

difusão da tecnologia, mas também no empreendedorismo e na qualificação

dos recursos humanos.

O concelho da Ribeira Grande não é de todo alheio a esta realidade e irá

deparar-se com vários desafios à sua estabilidade económica e social.

Repare-se que um dos maiores problemas no desemprego regional atual é a

baixa qualificação dos desempregados. A necessidade de qualificação e

escolarização da população é, efetivamente, um dos grandes desafios que o

concelho enfrenta. A aposta no reforço das suas unidades educativas e

formativas é imprescindível e deverá ser posicionada de modo a acompanhar

também as exigências impostas pela economia baseada no conhecimento.

Para além disso, haverá, certamente, a necessidade de diversificar a base

económica do concelho, desenvolvendo setores, como o turismo, onde exista

potencial endógeno ou capacidade instalada.

Há, ainda, que considerar as dinâmicas cada vez mais intensas e rápidas do

mercado. A integração no espaço comunitário e a abertura a um mundo

global expõem toda a economia a desafios constantes, mas também a

inúmeras oportunidades. Estas forças induzem permanentes alterações no

perfil do consumidor, tanto a nível regional como concelhio, e abrem novos

horizontes ao empreendedorismo e à iniciativa privada no que concerne à

exploração do mercado local. Não obstante, dadas as oportunidades que

surgem nesse âmbito e a dimensão e fragilidade do mercado regional, o

mercado exterior deve ser cada vez mais explorado, desenvolvendo produtos

e serviços diferenciadores e identitários que tenham a capacidade para se

deparar com mercados altamente competitivos.

2.2.3. Análise à Evolução Económica

Page 41: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

41 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Em suma, a principal transformação na economia açoriana traduziu-se na

crescente terciarização resultante de uma significativa viragem no final dos

anos 1990, determinada por um crescimento acentuado do investimento

público e privado. A iniciativa privada, apesar do elevado peso do setor

público regional, assumiu um papel cada vez mais decisivo na dinamização da

economia regional e impulsionou o setor terciário. Destas alterações

resultaram políticas públicas e estratégias empresariais com vista a:

• Incrementar progressivamente os níveis de qualificação profissional no

tecido económico-social;

• Dinamizar a economia de proximidade num mercado regional, cada vez

mais aberto, em estreita interligação com a promoção da coesão social,

económica e territorial da Região;

• Reforçar a rendibilidade do setor primário e secundário, através do

aumento do valor acrescentado bruto gerado;

• Modernizar as atividades económicas tradicionais através da introdução de

novas tecnologias;

• Tornar emergente o turismo como área potenciadora da afirmação do setor

terciário na estrutura produtiva regional;

• Reforçar a eficiência das estruturas de transportes, de modo a minimizar os

efeitos da distância e da fragmentação do mercado regional; e

• Melhorar a performance da administração regional.

2.2.3. Análise à Evolução Económica

Page 42: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

42 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

2.2.4. Fatores Regionais de Competitividade

De uma forma sumária, constata-se que no período económico atual importa

garantir que as bases de uma economia competitiva são a inovação, o

conhecimento, o empreendedorismo e a tecnologia. Por inerência, a

economia regional, pretendendo e necessitando da sua afirmação no

contexto internacional, terá que continuar a desenvolver esforços para

impulsionar a capacidade de modernização e de penetração no mercado

global.

Neste prosseguimento a competitividade de um grande número de unidades

produtivas regionais tem vindo gradualmente a melhorar, em particular

aquelas que desenvolvem a sua atividade nos setores de bens

transacionáveis. Desta forma, a necessidade de ombrear com produtos e

players extraordinariamente competitivos vem determinando, em especial, a

modernização dos processos de criação, transformação e comercialização de

produções tradicionais no domínio da agricultura e das pescas.

As evoluções registadas nestes domínios e nestas empresas e negócios vêm

também em sequência de fatores aliados ao desenvolvimento regional e à

influência da inserção no espaço comunitário europeu. Entre esses fatores

destaca-se a implementação de algumas medidas de incentivo, como sejam o

apoio ao empreendedorismo e ao investimento, a adoção de medidas de

natureza imaterial no domínio da facilitação da inovação e do fomento de

ambientes exigentes em matéria de qualidade e certificação, a par da

implementação e aperfeiçoamento de outros instrumentos inseridos nos

quadros comunitários de apoio. De frisar, também, a melhoria contínua da

formação profissional dos agentes, a dinamização de parcerias entre

institutos públicos, a universidade e as empresas, a ténue atração do

investimento externo e ainda outras vertentes específicas relacionadas com a

modernização do sistema produtivo regional.

2.2.4. Fatores Regionais de Competitividade

Page 43: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

43 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

2.2.4. Fatores Regionais de Competitividade

Não obstante, ainda subsistem os efeitos relacionados com a insularidade, o

afastamento dos grandes centros de decisão, a pequena dimensão e

dispersão geográfica, as condições climatéricas e geológicas difíceis e as

características socioeconómicas, como a elevada aversão ao risco e os baixos

níveis de rendimento per capita e de formação. Todavia, no que concerne à

insularidade, o Relatório Solbes (2011) sugere que as RUP possuem várias

características com potencial económico que necessitam ser capitalizadas.

Especificamente, existem oportunidades de relacionamentos comerciais com

diferentes áreas geográficas, de investigação e desenvolvimento, de

prestação de serviços na área ambiental, de turismo, de utilização dos

recursos presentes nas vastas zonas económicas exclusivas, de introdução de

TIC e exploração de produtos agrícolas.

Relativamente aos Açores, estas oportunidades referem-se, sobretudo, à

exploração de vários setores da Nova Economia, como as Novas Tecnologias,

a Tecnologia Espacial, a Bio Economia e a Economia do Mar, em consonância

com as recomendações de algumas instituições internacionais, como a OCDE

e a Comissão Europeia. Adicionalmente, face às características endógenas do

arquipélago – em matéria de termalismo, de paisagens naturais, onde impera

o sossego, e acessibilidades – os Açores oferecem excelentes condições para

o turismo de saúde e de bem-estar, com vantagens comparativas muito

interessantes.

Neste paradigma, o concelho da Ribeira Grande apresenta grande potencial

no contexto regional. Para além da sua histórica relação com o mar, que lhe

confere variadíssimas oportunidades na economia do futuro, o concelho

integra recursos diferenciadores ao nível da fertilidade dos solos, mas

também na localização geográfica e características geológicas. O concelho da

Ribeira Grande é o único que faz fronteira com todos os restantes concelhos

micaelenses, situando-se “no coração” da ilha de São Miguel, incorporando

condições singulares ao nível termal e de manifestações vulcânicas, que

permitem o desenvolvimento de setores de atividade complementares,

como a produção de energias renováveis e o turismo.

Page 44: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

3. Contexto Turístico

Internacional, Nacional e Regional

Page 45: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

45 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Índice

1. Apresentação 7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44

3.1. Evolução do Turismo Mundial 47

3.2. Evolução do Turismo em Portugal 55

3.3. Evolução do Turismo nos Açores 67

3.4. Cadeia de Valor no Setor do Turismo 79

3.5. Principais Tendências no Setor do Turismo 89

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321

6. Considerações Finais 332

7. Bibliografia 339

8. Anexos 346

Page 46: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

46 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O setor do turismo tem sido um dos mais dinâmicos no mercado mundial,

evoluindo muito significativamente nos últimos anos, tanto na oferta como

na procura. Recentemente, foram ultrapassados os mil milhões de turistas

num único ano e todas as previsões apontam para um crescimento contínuo

e muito acelerado nos próximos 15 anos. O grande desenvolvimento das

economias emergentes será o principal motor deste crescimento, atribuindo

a países como China, Brasil e Rússia um papel de relevo no setor. O

continente asiático será aquele que mais crescerá, enquanto a Europa, como

mercado já maduro, manterá a liderança mundial em termos absolutos e

relativos, mas com taxas de crescimento reduzidas.

Apesar de toda esta dinâmica, o setor turístico foi afetado pela crise

económica e financeira internacional. O ano de 2009 foi um dos piores da

última década, com reflexos notórios no número de hóspedes, dormidas e

receitas em Portugal e nos Açores. De notar que, devido à atual fragilidade

da economia portuguesa, o turismo interno está a perder importância para o

turismo externo e nos Açores o número de turistas estrangeiros já

ultrapassou o número de turistas de território nacional.

As perspetivas de evolução do setor turístico revelam alterações substanciais

na relação da oferta com a procura. Dada a relevância do efeito multiplicador

deste setor na economia é fundamental acompanhar as mudanças e

preparar toda a atividade económica para um novo paradigma.

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional

3.

Page 47: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

47 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Segundo a Organização Mundial de Turismo (UNWTO), prevê-se que o setor

do turismo cresça a uma taxa média anual de 3,3%, atingindo um valor global

de 1,8 mil milhões de chegadas internacionais de turistas em 2030. Refira-se

que em 1950 este número se limitava a 25 milhões, tendo ultrapassado, pela

primeira vez, os mil milhões em 2012. A importância da atividade turística ao

nível da criação de valor é cada vez mais notória, estimando-se que

contribua, de forma direta e indireta, com 9% do PIB mundial.

Após um período de menor fulgor entre 2008 e 2009, também influenciado

pela crise económico-financeira internacional, o número de chegadas

internacionais de turistas cresceu 6,5% em 2010, o melhor registo desde

2005. Estes dados revelam o potencial ainda por explorar nesta área de

negócio, dado que os crescimentos retomaram de forma imediata após os

primeiros impactos negativos de uma crise transversal a toda a economia.

3.1. Evolução do Turismo Mundial

5,7% 6,4%

2,0%

-3,9%

6,5%

5,0% 4,0%

5,0%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Gráfico 13 – Crescimento do número de chegadas internacionais de turistas

Fonte: UNWTO (2014)

3.1. Evolução do Turismo Mundial

Page 48: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

48 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

É interessante, por exemplo, analisar o crescimento da importância do setor

turístico nas economias emergentes, que aumentaram a sua quota no

mercado global de turismo, principalmente desde o ano 2000. Contudo, nos

últimos 3 anos, apesar de se manterem elevadas taxas de crescimento no

setor, a relação proporcional das economias emergentes e das economias

consideradas avançadas tem-se mantido constante. Ainda assim, as previsões

da UNWTO apontam para que o crescimento médio nas economias

emergentes (4,4%) represente o dobro do registado nas economias

avançadas (2,2%) até 2030, demonstrando o seu imenso potencial.

Por outro lado, a Europa continua a ser o líder do setor, recebendo mais de

metade dos turistas internacionais (51,8% em 2013) e registando uma taxa

média de crescimento entre 2005 e 2013 de 2,9%. Em 2013, a taxa de

crescimento foi de 5,4%, ou seja, um incremento de cerca de 29 milhões de

turistas, o maior crescimento mundial em termos absolutos. Nesta região, a

sub-região do centro e leste europeu destacou-se nos dois últimos anos com

dados disponíveis (2012 e 2013), registando crescimentos de 8,3% e 6,5%.

No entanto, a região com maior crescimento relativo é o da Ásia e Pacífico,

com uma taxa média de 6,2%, superando desde o início do milénio o

mercado das Américas. Atualmente, a região da Ásia e Pacífico representa

22,8% do mercado internacional e apresenta a única sub-região que em 2013

cresceu acima dos 10%, o Sudeste Asiático (10,5%). Ressalve-se, ainda, o

comportamento do mercado africano com registos de crescimento

assinaláveis, nomeadamente na sub-região subsariana, com uma média

(2005-2013) de 7,1%.

O mercado americano apresenta uma clara dualidade, com as sub-regiões da

América do Sul (5,2%) e da América Central (4,9%) a crescerem

substancialmente mais do que a América do Norte (2,6%) e Caraíbas (1,5%).

Este mercado não tem mantido a mesma capacidade de crescimento do

mercado asiático ou da Europa, representando atualmente apenas 15,4% do

setor turístico internacional.

3.1. Evolução do Turismo Mundial

68,0% 63,4% 62,2%

56,9% 53,4% 53,4%

32,0% 36,6% 37,8%

43,1% 46,6% 46,6%

1990 1995 2000 2005 2010 2013

Economias avançadas Economias emergentes

Gráfico 14 – Evolução das quotas de mercado (market share) no setor do turismo

Fonte: UNWTO (2014)

Page 49: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

49 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Após a procura ter excedido as expetativas em 2013, para 2014 as previsões

apontam para um crescimento global de 4% a 4,5%. São valores superiores à

média estimada até 2030 (3,3%), sendo os mercados da Ásia e Pacífico e de

África os que apresentam maiores expetativas de aumento da procura.

Prevê-se que o mercado europeu, apesar de 2013, normalize e regresse a

taxas de crescimento entre os 3% e os 4%, semelhantes ao mercado das

Américas. O mercado do Médio Oriente é o que apresenta piores

performances e uma situação mais volátil, fruto, naturalmente, dos conflitos

registados e que se estão a intensificar nessa zona do mundo.

Os dados publicados pela UNWTO revelam que o meio aéreo (53%) é o mais

utilizado para as viagens turísticas, mas também demonstram a importância

do transporte terrestre, nomeadamente as vias rodoviárias (40%). Não

obstante, a UNWTO frisa que a tendência registada revela o contínuo

crescimento da via aérea, que continuará a aumentar a sua dominância.

No que respeita aos propósitos das viagens, o lazer e gozo de férias são os

principais objetivos, com 52% das referências, o que representa,

sensivelmente, 568 milhões de pessoas. Os negócios e motivos profissionais

resultam em 14% das viagens e as visitas a familiares e amigos, motivos

religiosos e saúde representam um peso agregado de 27%. Restam, ainda,

7% de viagens cujo motivo não é especificado.

3.1. Evolução do Turismo Mundial

0

100

200

300

400

500

600

2000 2005 2010 2013

Europa Ásia e Pacífico Américas África Médio Oriente

Var12-13 = 5,4%

Var12-13 = 6,3%

Var12-13 = 3,2%

Var12-13 = 5,5%

Var12-13 = -0,2%

Fonte: UNWTO (2014)

Gráfico 15 – Evolução do número de chegadas internacionais de turistas por mercado

Ar 53%

Água 5%

Caminho de ferro 2%

Estrada 40%

Adaptado: UNWTO (2014)

Gráfico 16 – Fluxos inbound de turismo por meio de transporte, 2013

Page 50: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

50 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

No que concerne aos destinos turísticos, a França mantém, há alguns anos, a

liderança do ranking dos países mais visitados. Em 2012, o número de

chegadas internacionais de turistas a França cifrou-se nos 83 milhões, mais

16,3 milhões do que os Estados Unidos da América, que ocupam a segunda

posição do ranking. Os dados de 2013 relativos a França ainda não são

conhecidos, mas perspetiva-se a consolidação da liderança, uma vez que os

Estados Unidos atingiram os 69,8 milhões de chegadas internacionais de

turistas, ainda longe dos valores normalmente atingidos pelos franceses.

No top 10 mundial de 2013, destaca-se, ainda, a recuperação do terceiro

lugar pela Espanha, que ultrapassou a China, e para a entrada, pela primeira

vez, da Tailândia, que regista um grande crescimento nos últimos anos.

Ao nível económico, as conclusões da UNWTO confirmam a forte correlação

existente entre o número de chegadas internacionais de turistas e o nível de

receitas geradas. Estas cresceram em termos reais (considerando as

variações nas taxas de câmbio e na inflação) 5% em 2013, a mesma taxa de

crescimento verificada para o número de chegadas internacionais. Assim, no

setor do turismo foi gerado, a nível mundial, um total de receitas de 873 mil

milhões, resultando numa média de cerca de 803 euros por turista, sendo

que nas economias avançadas essa média se cifrou nos 966 euros e nas

economias emergentes correspondeu a 615 euros.

3.1. Evolução do Turismo Mundial

Lazer, recreação e férias 52%

Negócios e atividades

profissionais 14%

Visita a familiares /amigos, saúde,

religião 27%

Não especificado 7%

Gráfico 17 – Fluxos inbound de turismo por propósito de visita, 2013

Adaptado: UNWTO (2014)

Posição

Turistas (milhões) Variação (%) Quota (%)

2012 2013 2011/2012 2012/2013 2012 2013

1 França 83,0 .. 1,8 .. 8,0 ..

2 EUA 66,7 69,8 6,3 4,7 6,4 6,4

3 Espanha 57,5 60,7 2,3 5,6 5,6 5,6

4 China 57,7 55,7 0,3 -3,5 5,6 5,1

5 Itália 46,4 47,7 0,5 2,9 4,5 4,4

6 Turquia 35,7 37,8 3,0 5,9 3,4 3,5

7 Alemanha 30,4 31,5 7,3 3,7 2,9 2,9

8 Reino Unido 29,3 31,2 -0,1 6,4 2,8 2,9

9 Rússia 25,7 28,4 13,5 10,2 2,5 2,6

10 Tailândia 22,4 26,5 16,2 18,8 2,2 2,4

Fonte: UNWTO (2014)

Tabela 06 – Top 10 mundial de chegadas internacionais de turistas

Page 51: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

51 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Oito dos destinos que marcam presença no top 10 de chegadas

internacionais estão também inscritos no top 10 dos destinos que mais

receitas geram. Tal como a UNWTO analisa, este registo é bastante curioso,

pois existem diferenças substanciais no tipo de turistas que cada um desses

destinos atrai, bem como na estadia média e gasto médio por viagem e por

noite. Naturalmente que quanto mais turistas chegam a um destino maior é

o potencial de geração de valor, no entanto, o perfil de consumo do turista

influencia significativamente os resultados finais atingidos. Repare-se, por

exemplo, nas diferenças existentes entre França, líder do ranking em

chegadas internacionais e apenas terceiro nas receitas geradas, e os EUA,

segundo no ranking de chegadas e primeiro no ranking de receitas. Os EUA

conseguem obter uma receita média aproximada de 1.892 dólares, enquanto

que em França apenas se atingem os 645 dólares, ou seja, três vezes menos.

É, ainda, de ressalvar a presença e o comportamento de Macau e Hong Kong

no top 10 dos destinos com mais receitas turísticas. De facto, estas duas

regiões administrativas especiais da China têm crescido sempre a dois

dígitos, evoluindo, respetivamente, de 3,2 mil milhões de dólares e 5,9 mil

milhões de dólares para 51,6 mil milhões de dólares e 38,9 mil milhões de

dólares, desde o ano 2000 até 2013. De referir também a performance da

Tailândia, com crescimentos acima dos 20% nas receitas turísticas.

A valorização do euro face ao dólar levou a que, no total, o mercado

europeu, onde se geram mais de 42% das receitas globais do setor,

apresentasse o maior crescimento absoluto em 2013 (aproximadamente 15

mil milhões de euros). O mercado da Ásia e Pacífico foi o que cresceu mais

em termos relativos, acima dos 8%, gerando 14 mil milhões de euros

adicionais. O mercado das Américas aumentou 5,9 mil milhões de euros,

enquanto os mercados africano e do médio oriente perderam receitas (-0,9 e

-0,3 mil milões de euros, respetivamente).

3.1. Evolução do Turismo Mundial

Posição

Receitas (mil milhões dólares)

Variação (%)

2012 2013 2011/2012 2012/2013

1 EUA 126,2 139,6 9,2 10,6

2 Espanha 56,3 60,4 -6,3 7,4

3 França 53,6 56,1 -2,2 4,8

4 China 50,0 51,7 3,2 3,3

5 Macau 43,7 51,6 13,7 18,1

6 Itália 41,2 43,9 -4,2 6,6

7 Tailândia 33,8 42,1 24,4 24,4

8 Alemanha 38,1 41,2 -1,9 8,1

9 Reino Unido 36,2 40,6 3,3 12,1

10 Hong Kong 33,1 38,9 16,2 17,7

Fonte: UNWTO (2014)

Tabela 07 – Top 10 mundial de receitas turísticas

Page 52: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

52 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Mais um dado relevante das dinâmicas do mercado turístico é a indicação

que a grande maioria dos turistas visita destinos dentro da sua região de

origem. Aproximadamente quatro em cada cinco turistas é proveniente da

mesmo região do destino.

A Europa mantém também a principal região emissora de turistas (555,9

milhões) mas, fruto de alterações socioeconómicas substanciais, os mercados

asiáticos estão a evoluir muito positivamente neste domínio. Em 1990

representavam apenas 13,5% da origem dos turistas e atualmente já

registam um valor acima de 23%, tendo crescido mais de quatro vezes em

termos absolutos (de 58,7 milhões para 250,2 milhões de turistas).

Os dados analisados demonstram a grande importância que o mercado da

Ásia e Pacífico estão a ter nas dinâmicas internacionais do turismo. Dentro

desse mercado, a China surge com particular destaque, com uma evolução

notável a todos os níveis. Com uma população de aproximadamente 1,3 mil

milhões de habitantes (quase três vezes a população total da União Europeia

e mais de quatro vezes a população dos EUA), a China regista um imenso

potencial de crescimento, quer na emissão quer na atração de turistas. Em

2012, assumiu-se, pela primeira vez, como o país que mais gasta no turismo,

destacando-se nessa liderança no ano seguinte com um significativo

aumento de 26%, ou seja, quase 27 mil milhões de dólares incrementais (que

corresponde à soma do aumento das despesas dos restantes nove países do

top 10 que mais gastam a nível internacional).

A UNWTO nota que a pujança do crescimento da China se deve a vários

fatores, incluindo o aumento do rendimento disponível, menores restrições à

circulação internacional de pessoas e uma valorização da moeda (Yuan).

Registe-se que as despesas internacionais da China com o turismo

aumentaram mais de 10 vezes desde 2000, passando em 12 anos de sétimo

para primeiro na classificação dos países que mais gastam.

3.1. Evolução do Turismo Mundial

Origem Turistas (milhões) Quota (%)

1990 2000 2010 2012 2013 2013

Europa 250,3 388,8 496,6 537,3 565,9 52,1

Ásia e Pacífico 58,7 114,2 206,3 237,2 250,3 23,0

Américas 99,3 130,8 156,3 171,6 178,1 16,4

Médio Oriente 8,2 14,1 34,6 31,6 32,3 3,0

África 9,8 14,9 28,3 31,9 33,4 3,1

Origem não especificada 7,8 14,1 26,3 25,7 26,8 2,5

Total 434 677 948 1.035 1.087

Mesma região 348,7 532,5 728,1 799,6 840,2 77,3

Outras regiões 77,6 130,3 194,0 210,0 219,8 20,2

Tabela 08 – Chegadas internacionais de turistas por região de origem (milhões)

Fonte: UNWTO (2014)

Page 53: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

53 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

No aspeto dos gastos internacionais, há ainda a destacar o crescimento na

Rússia, com 25%, ou seja, quase 11 mil milhões de dólares incrementais, para

ascender ao quarto lugar na tabela. A Rússia duplicou as suas despesas em

apenas três anos e é o segundo mercado em maior crescimento neste

aspeto. Não obstante, as recentes dificuldades da economia russa e a grande

depreciação do Rublo podem afetar esta evolução. Por fim, uma nota para o

Brasil, que entra no top 10, com um crescimento de 13%, o que significa que

China, Brasil e Rússia juntos representam quase metade do crescimento do

total de despesas a nível internacional (40,2 mil milhões de dólares em 81 mil

milhões de dólares). Repare-se, no entanto, que o valor total anual de gastos

do Brasil nessa rubrica é inferior ao aumento de 2012 para 2013 registado na

China. A diferença entre o primeiro e o décimo da tabela é, assim, superior a

100 mil milhões de dólares.

Para o futuro, as projeções da UNWTO apontam para um crescimento médio

global de 3,3%, atingindo em 2020 cerca de 1,4 mil milhões de turistas e em

2030 aproximadamente 1,8 mil milhões. Ao longo do tempo, a taxa de

crescimento vai naturalmente abrandando, com a maturação de mais

mercados a nível internacional. Nesta dinâmica, as chegadas internacionais

de turistas serão maiores nas economias emergentes, atingindo 57% em

2030. Este será um paradigma de enorme relevância na economia mundial e

no desenvolvimento local e regional, uma vez que o efeito multiplicador do

turismo afeta transversalmente a generalidade das atividades económicas.

A liderança no crescimento pertencerá à Ásia e Pacífico, onde se espera

registar em 2030 mais de 535 milhões de turistas por ano. África e o Médio

Oriente também registarão crescimentos muito relevantes, mais do que

duplicando os seus valores absolutos de 2010, cifrando-se, respetivamente,

em 134 milhões e 149 milhões de turistas. Dada a maturidade dos mercados

da América do Norte, Europa do Norte e Europa Ocidental, as regiões das

Américas e da Europa terão ritmos de crescimento mais baixos.

3.1. Evolução do Turismo Mundial

Tabela 09 – Gastos com o turismo internacional

Fonte: UNWTO (2014)

Posição

Gastos (mil milhões de dólares)

Quota (%)

2012 2013 2013

1 China 102,0 128,6 11,1

2 EUA 83,5 86,2 7,4

3 Alemanha 81,3 85,9 7,4

4 Rússia 42,8 53,5 4,6

5 Reino Unido 51,3 52,6 4,5

6 França 39,1 42,4 3,7

7 Canadá 35,0 35,2 3,0

8 Austrália 28,0 28,4 2,4

9 Itália 26,4 27,0 2,3

10 Brasil 22,2 25,1 2,2

Page 54: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

54 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Não obstante, em termos absolutos, continuará a ser a Europa a liderar a

chegada internacional de turistas, com 744 milhões de turistas, ou seja, uma

quota de mercado de 41,1%. Este é um dado relevante, pois a quota de

mercado da Europa nessa projeção estará abaixo dos 50%. Por outro lado, a

região da Ásia e Pacífico atingirá os 29,6% de quota de mercado, mais do

dobro da quota a registar nas Américas, o que representará, previsivelmente,

interessantes alterações geopolíticas, económicas e sociais.

3.1. Evolução do Turismo Mundial

51,8%

22,8%

15,4%

5,1% 4,7%

41,1%

29,6%

13,7%

7,4% 8,2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Europa Ásia e Pacífico Américas África Médio Oriente

Quota de Mercado 2013 Quota de Mercado 2030

Gráfico 18 – Quotas de mercado por regiões, segundo as previsões da UNWTO

Fonte: UNWTO (2014)

Page 55: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

55 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Dada a importância estrutural na economia, o turismo tem sido definido e

encarado como um setor estratégico para Portugal. Em 2007, foi publicado o

Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT), “para servir de base à

concretização de ações definidas para o crescimento sustentado do Turismo

nacional nos anos seguintes, e orientar a atividade do Turismo de Portugal,

I.P., entidade pública central do setor”.

Foi, assim, construída uma visão de longo prazo para as diferentes regiões do

país, procurando capitalizar de forma especializada, mas integrada, a

capacidade instalada, os recursos humanos disponíveis e os recursos naturais

existentes. Na realidade, era assumido que o país tinha vantagens

competitivas no turismo sem paralelo em nenhum outro setor de atividade.

Em consequência, a aposta passou por fatores diferenciadores –

nomeadamente “Clima e luz”, “História, Cultura e Tradição” e “Diversidade

Concentrada” – e em elementos qualificadores da oferta – “Autenticidade

moderna”, “Segurança” e “Qualidade competitiva”.

Não obstante, eram já apontados desafios estruturais que afetavam

diretamente a performance do setor turístico português. Para além da

grande dependência de um número restrito de mercados emissores, o

desempenho nacional estava alicerçado fundamentalmente nos resultados

de três regiões (Algarve, Lisboa e Madeira), contando, ainda, com uma

elevada sazonalidade e limitações nas ligações aéreas.

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

Page 56: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

56 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Neste contexto, o PENT foi concebido numa base muito ambiciosa, prevendo

um crescimento acima da média europeia. O objetivo delineado previa um

crescimento anual de 5% no número de turistas, procurando atingir 20

milhões em 2015. Adicionalmente, perspetivava-se um crescimento anual

nas receitas turísticas de 9% por ano, ultrapassando os 15 mil milhões de

euros em 2015. Todavia, a conjuntura macroeconómica e os fortes impactes

da crise financeira internacional impediram um desenvolvimento desta

dimensão, levando a revisões e alterações das estratégias definidas

originalmente.

O número de estabelecimentos hoteleiros aumentou 0,8% entre 2007 e

2014, disponibilizando, assim, um total de 2.048 unidades disponíveis para

turistas. Contudo, verificou-se uma oscilação negativa em 2009, refletindo as

dificuldades financeiras conjunturais. A recuperação posterior é visível,

apesar de em 2013 se registar uma nova redução no número de

estabelecimento hoteleiros. Entre 2009 e 2014 o crescimento cifra-se em 3%,

representando um aumento de 60 estabelecimentos no setor.

Um dinâmica interessante é a qualificação da oferta hoteleira. Em 2007,

apenas 31,2% dos estabelecimentos eram hotéis (634), enquanto em 2014

essa proporção já era de 54,7% (1.121 hotéis). Esta alteração demonstra uma

efetiva melhoria da oferta, uma vez que os estabelecimentos classificados

como “outros” foram os que mais perderam em termos relativos (passando

de 49% para 24,6%).

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

2.031

2.041

1.988

2.011 2.019

2.028

2.008

2.048

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Turismo de Portugal /INE(2015)

Gráfico 19 – Estabelecimentos hoteleiros em Portugal

Hotéis 54,7% Hotéis-

Apartamentos 7,1%

Pousadas 1,7%

Aldeamentos Turísticos

2,2%

Apartamentos Turísticos

9,6%

Outros 24,6%

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 20 – Proporção de estabelecimentos hoteleiros em Portugal por tipologia, 2014

Page 57: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

57 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Não obstante, verifica-se que a tipologia de hotel está a tender para

classificações com menor número de estrelas, indiciando empreendimentos

de pequena dimensão e, eventualmente, menor qualidade. Entre 2009 (o

primeiro ano em que há dados disponíveis) e 2014, houve uma notória

tendência para o crescimento dos hotéis de 1 e 2 estrelas, uma diminuição

da proporção da oferta hoteleira de 3 e 4 estrelas e um ligeiro aumento nos

hotéis de 5 estrelas. Esta situação poderá indiciar uma alteração no padrão

de consumo e no perfil do turista que procura Portugal.

Em 2014, a capacidade de alojamento em Portugal ultrapassou, pela primeira

vez, as 300 mil camas, sendo que praticamente 60% da oferta é

disponibilizada por hotéis. Um destaque particular para os hotéis 4*, que

disponibilizam quase 26% das camas totais e 43,3% das camas em hotéis. O

crescimento médio anual do número de camas, entre 2007 e 2014, situa-se

nos 2%, mas neste último ano verificou-se um incremento de 3,8%. Entre

2007 e 2014 o aumento total foi de 16,8%, confirmando uma intensificação

do desenvolvimento do setor. Portanto, a oferta em estabelecimentos

hoteleiros foi reforçada com cerca de 45.000 camas desde 2007, sabendo-se

que apenas na tipologia de classificação “outros” houve uma diminuição (-

26.096), enquanto nos hotéis houve um aumento superior a 55.000 camas.

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 21 – Proporção de hotéis em Portugal por tipologia

8,2%

35,5% 39,9%

16,3%

8,6%

31,4% 31,8% 28,3%

5* 4* 3* 2* e 1*

2009 2014

240.000

260.000

280.000

300.000

320.000

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 22 – Capacidade de alojamento em Portugal (camas)

Page 58: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

58 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A evolução do número de camas está a acompanhar, naturalmente, as

tendências registadas nos estabelecimentos hoteleiros, aumentando a

dominância dos hotéis e a redução da oferta menos qualificada, em virtude,

provavelmente, do surgimento de unidades com grande capacidade.

Numa análise mais recente, entre 2009 e 2014, em todas as tipologias de

hotel, verificou-se um incremento no número de camas. Em termos relativos,

os maiores aumentos registaram-se nas classes de 1 e 2 estrelas, com 77,7%,

e na classe de 5 estrelas, com 58,3%. Porém, em termos absolutos, a maior

variação foi nos hotéis 4 estrelas, com uma variação total de 14.548 camas.

Apesar do contínuo aumento da oferta de alojamento, a realidade é que as

taxas anuais de ocupação do quarto têm apresentado alguma volatilidade.

Efetivamente, o ano de 2009 foi o que maior quebra registou, mas, desde

então, ainda não houve uma recuperação consolidada. Os dados disponíveis

indicam uma tendência de crescimento a partir de 2013, confirmada com a

excelente performance em 2014, com taxas de ocupação sempre superiores

aos meses homólogos dos dois anos anteriores, situação particularmente

evidente na época alta. Registe-se, ainda, a notória alteração de

comportamento na procura a partir de abril (início da denominada época

média), que estará relacionada com a Páscoa.

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

Hotéis 59,8%

Hotéis-Apartamentos

14,0%

Pousadas 1,1%

Aldeamentos Turísticos

5,5%

Apartamentos Turísticos

11,8%

Outros 7,9%

Gráfico 23 – Camas por tipologia de estabelecimento hoteleiro em Portugal, 2014

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

21.286

65.440

41.769

13.080

33.688

79.988

47.901

23.248

5* 4* 3* 2* e 1*

2009 2014

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 24 – Número de camas por tipologia de hotel em Portugal

Page 59: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

59 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Analisando o comportamento mensal das taxas de ocupação, confirma-se a

forte propensão sazonal. O pico de atividade regista-se em agosto, enquanto

a época de menor fluxo regista-se entre dezembro e janeiro. Em 2013, foi

essencialmente o comportamento na época alta que possibilitou resultados

melhores do que no ano anterior, pois a taxa de ocupação na época baixa foi

inferior à de 2012.

O rendimento por quarto (RevPar) apresentou, igualmente, alguma

volatilidade e uma efetiva diminuição desde 2007, ano em que registou um

valor de 31,6€. Em 2014, o RevPar a nível nacional situou-se nos 33,1€, já

demonstrando alguma recuperação depois de se ter atingido o valor de

28,1€ em 2009. É de notar que os valores apresentados pelo INE para este

indicador de desempenho financeiro na hotelaria incluem as várias tipologias

de estabelecimento hoteleiro, nomeadamente hotéis, pensões, estalagens,

pousadas, motéis, hotéis-apartamentos, aldeamentos turísticos e

apartamentos turísticos.

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 25 – Taxa de ocupação do quarto em estabelecimentos hoteleiros em Portugal

59,0%

57,1%

51,9% 51,4%

52,3%

51,3%

53,2%

57,0%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 26 – Taxa de ocupação (quarto) mensal em Portugal

0%

20%

40%

60%

80%

100%

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2012 2013 2014

Page 60: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

60 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Em termos individuais, as pousadas apresentam sempre o RevPar mais

elevado destas tipologias, com uma média anual no período de 2007 a 2014

de 41,6€, enquanto as pensões apresentam o valor mais baixo, com uma

média 13,6€. No entanto, é de notar que a rubrica hotéis inclui todas as

tipologias de hotel, desde 1 a 5 estrelas, que apresentam, naturalmente,

valores muito diferentes no RevPar. Isoladamente, os hotéis 5 estrelas

apresentam uma valor acima dos 60 euros. Refira-se, por último, que o

RevPar dos hotéis (-2,3€) e pousadas (-4,5€) permanece inferior a 2007.

De uma forma geral, é percetível uma recuperação paulatina do setor

turístico no país, mas ainda existem fatores que continuam sem atingir o

patamar que apresentavam antes da crise financeira internacional.

O ano de 2014 foi o melhor de sempre para o turismo nacional no que

concerne ao número de hóspedes em estabelecimentos hoteleiros,

ultrapassando os 16 milhões. Pela análise evolutiva deste indicador,

constata-se que 2009 foi efetivamente um ano de quebra na procura, com

uma diminuição relativa de 3,9%, que significa em termos absolutos -528.465

hóspedes. Verifica-se, igualmente, que a taxa média de crescimento anual

desde 2007 (3,5%) está longe das perspetivas da primeira versão do PENT

(5%). Todavia, 2014 apresentou um novo paradigma, com um crescimento

espetacular de 12%, o maior da última década.

Decompondo a procura, é possível verificar que a proporção de hóspedes

estrangeiros tem vindo a aumentar, situando-se já perto dos 60% (9,3

milhões). Em 2009, o número total de hóspedes estrangeiros diminuiu 8,9%,

com claras consequências na procura total. Porém, desde 2010 que a taxa

média anual de crescimento é de 7,6%, sendo em 2014 de 12,3%. Os

hóspedes nacionais mantiveram um comportamento regular, atingindo o

pico da procura em 2010 (mais de 6,7 milhões), reduzindo consecutivamente

até 2013. Em 2014 registou novo máximo (6,8 milhões). Note-se que todos

estes valores indicam que 2009 foi o ano de menor performance no setor

turístico nacional, em resultado da crise financeira internacional de 2008.

Contudo, o número de hóspedes portugueses cresceu nesse ano e no

seguinte, revelando o diferimento dos efeitos daquela conjuntura.

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 27 – RevPar em Portugal

31,6 € 31,3 €

28,1 € 28,3 €

29,5 €

28,5 €

30,2 €

33,1 €

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Page 61: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

61 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

Considerando os dados provisórios do Turismo de Portugal para 2014, os

principais mercados emissores estrangeiros são o Reino Unido (17,0%),

Espanha (15,5%), França (10,7%) e Alemanha (10,6%), que juntos

representam quase 54% do somatório da procura. É, no entanto, de referir

que entre 2007 e 2014, destes quatro países, apenas França aumentou o seu

peso relativo (sendo mesmo um dos países que mais cresceu no número de

hóspedes em Portugal). A Alemanha praticamente não alterou a sua

proporção, mas aumentou em termos absolutos, enquanto o Reino Unido

reduziu o peso relativo em virtude de uma efetiva diminuição na emissão do

número de hóspedes. Após um ano de 2009 com uma acentuada quebra no

mercado britânico (-22,5%), o número de hóspedes tem voltado a crescer.

Em termos evolutivos é também interessante verificar o comportamento de

alguns mercados desde 2007. Até 2013, a Rússia foi o país que mais cresceu,

registando um aumento de 225,3% e, apesar de ter representado menos de

170.000 hóspedes, poderá ser um mercado muito importante no futuro, uma

vez que se posicionou em 11.º nos mercados emissores para Portugal. O

Brasil é também um mercado em grande crescimento chegando perto dos

600 mil hóspedes em 2014 e subindo à quinta posição do top 10 (em

contraponto com a oitava posição em 2007). Existem, igualmente, mercados

do centro europeu que têm registado crescimentos relevantes, apesar de

ainda representarem quotas de mercado baixas. Nota ainda para o

crescimento de hóspedes de outras origens. Inversamente, o mercado

italiano é dos que mais tem diminuído, apesar de uma recuperação em 2014.

Posiciona-se atualmente em 9.º lugar quando em 2007 era 5.º nos maiores

mercados emissores para Portugal.

Efetivamente, as grandes alterações registadas nos dez principais mercados

emissores para Portugal foram a subida do Brasil e a descida da Itália. Na

comparação entre 2007 e 2013, as restantes posições mantêm-se inalteradas

ou refletem pequenas oscilações devido aos valores próximos entre

mercados. No entanto, apesar de uma redução de 58,2% para 53,8%,

continua a haver uma grande dependência dos quatro maiores mercados

emissores, que representam 5 milhões de hóspedes.

Gráfico 28 – Número de hóspedes por origem em Portugal (milhões)

6,3 6,3 6,4 6,7 6,6 6,2 6,1 6,8

7,0 7,1 6,5 6,8 7,4 7,7 8,3 9,3

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

De Portugal Do Estrangeiro

13,4 13,5 12,9 13,5 14,0 13,8 14,4

16,1

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Page 62: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

62 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Nos últimos anos, os valores das dormidas têm batido records sucessivos,

com o máximo registado em 2014. Em 2013, ocorreram mais de 41,5 milhões

de dormidas em estabelecimentos hoteleiros, ultrapassando pela primeira

vez a barreira dos 40 milhões e representando uma subida de 4,8% face ao

ano anterior. A taxa média de crescimento anual desde 2007 é mais

modesta, cifrando-se em 2,7%, por influência das reduções verificadas em

2008 (-1,3%) e, sobretudo, 2009 (-7,1%). Nos últimos três anos, o

crescimento médio anual foi de 5,5%, resultando num crescimento total

entre 2011 e 2014 de 17% e passando de 39,4 milhões para 46,1 milhões de

dormidas.

O peso relativo das dormidas de estrangeiros continua a aumentar,

representado em 2014 mais de 70%, ou seja, mais de 32 milhões de

dormidas. Porém, os dez maiores mercados neste aspeto continuam a ser os

mesmos de 2007, mantendo-se uma liderança destacada do Reino Unido.

Dentro deste ranking, registam-se algumas alterações substanciais, como a

subida de França ao quarto lugar (quinto em 2007) - mais do que duplicou o

número de dormidas - e do Brasil à sétima posição (décimo em 2007), com

aumentos muito significativos (108% e 144%, respetivamente).

17,0% 15,5%

10,7% 10,6%

6,2%

4,6% 4,2% 3,9% 3,8% 2,5%

Reino Unido Espanha França Alemanha Brasil Holanda Escandinávia EUA Itália Irlanda

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

53,8%

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Gráfico 29 – Proporção do número de hóspedes nos dez maiores mercados emissores

estrangeiros para Portugal, 2014 (dados provisórios)

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 30 – Número de dormidas em estabelecimentos hoteleiros em Portugal

(milhões)

13,0 13,0 13,2 13,8 13,4 12,4 12,2 13,8

26,8 26,2 23,2 23,6 26,0 27,3 29,4 32,3

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

De Portugal Do Estrangeiro

39,7 39,2 36,5 37,4

39,4 39,7 41,6

46,1

Page 63: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

63 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Apesar de tudo, os dez maiores mercados, no seu conjunto, têm vindo a

perder peso, uma vez que em 2007 representavam 58,5% da procura e em

2014 registaram um peso de 57,8%. Esta é uma situação também

influenciada pelo crescimento de mercados como a Rússia, que em 2013

atingiu o 11.º lugar dos mercados com maior número de dormidas (um

crescimento de 196% face a 2007).

Seguindo a mesma tendência, as receitas turísticas têm vindo a aumentar

significativamente e a contribuir de forma notória para o PIB nacional. Entre

2007 e 2014, as receitas turísticas cresceram 3 mil milhões de euros,

passando de 7,4 mil milhões de euros para 10,4 mil milhões de euros - um

aumento de 40% em apenas sete anos.

Em consequência de um crescimento contínuo, em 2014 as receitas turísticas

representaram aproximadamente 6,0% do PIB nacional, um registo muito

significativo e que demonstra a importância do setor para a criação de

riqueza no país e para o equilíbrio da balança comercial.

Em 2014, os 10,4 mil milhões de euros provenientes dos serviços de viagens

e turismo representaram 45,6% das exportações nacionais de serviços e

14,6% do total de exportações (bens e serviços). Nos últimos anos, o turismo

tem sido considerado como o setor mais exportador do país (com marco

efetivo em 2013), reforçando a sua importância para o desenvolvimento dos

serviços e para a economia nacional.

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Gráfico 31 – Dormidas de estrangeiros em Portugal por país (milhões)

7,7

3,9 3,4

1,4 1,8 1,8

0,6 1,0 1,0

0,7

7,7

4,4

3,6 3,0

2,1 1,7

1,4 1,2 0,9 0,8

Reino Unido Alemanha Espanha França Holanda Escandinávia Brasil Irlanda Itália EUA

2007 2014

Fonte: Turismo de Portugal/Banco de Portugal/INE(2015)

Gráfico 32 – Receitas turísticas em Portugal (mil milhões de €) e peso relativo no PIB

7,4 7,4 6,9

7,6 8,1

8,6 9,2

10,4

4,2% 4,2% 3,9% 4,2% 4,6%

5,1% 5,4%

6,0%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

9%

10%

0

2

4

6

8

10

12

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Receitas Turísticas (mil milhões) Peso das receitas turísticas no PIB

Page 64: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

64 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

É de notar, no entanto, que em 2014, fruto de alguma recuperação da

economia, os setores exportadores de bens, como bens de equipamento

(11,1 mil milhões), bens intermédios (16,5 mil milhões) e bens de consumo

(16,7 mil milhões), apresentaram valores superiores ao setor do turismo. Não

obstante, esse registo não elimina a importância que o turismo teve e tem

para a economia portuguesa numa época de crise e de grandes dificuldades.

Após ter perdido algum peso nas exportações (de 2000 para 2007), o peso

relativo das receitas turísticas (tanto de serviços como totais) voltou a

aumentar em 2014. Na realidade, o crescimento do setor tem sido bastante

acentuado nos últimos anos, sendo 2014 um ano, de facto, extraordinário no

crescimento e fortalecimento do setor turístico. Com um aumento de 12,4%

face a 2013, 2014 pautou-se, destacadamente, como o melhor ano de

sempre na geração de receitas.

Ainda no que concerne às receitas turísticas, é interessante verificar as

dinâmicas dentro dos vários mercados explorados tradicionalmente pelo

turismo português. Até 2011, o mercado com maior vitalidade e que gerava

mais receitas era o britânico. A partir de 2012 , o mercado francês começou

a liderar a tabela da origem das receitas turísticas em Portugal, mesmo

apresentando menos de 60% dos hóspedes britânicos e menos de 35% das

dormidas deste mercado. Estes são dados que demonstram que o turista

francês gasta em média mais do que o turista britânico e que representa uma

potencial mais-valia económica.

2000 2007 2014

Exportações de bens 27.215 38.294 48.181

Exportações de serviços 10.152 16.891 22.817

Total Exportações 37.367 55.185 70.998

Receitas turísticas 5.720 7.402 10.394

Peso das receitas turísticas sobre as exportações de serviços 56,3% 43,8% 45,6%

Peso das receitas turísticas sobre as exportações totais 15,3% 13,4% 14,6%

Fonte: Banco de Portugal/INE(2015)

Tabela 10 – Evolução do peso relativo das receitas turísticas nas exportações (milhões de €)

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

País 2007 2014

Posição Quota Posição Quota

França 2 15,3% 1 19,9%

Reino Unido 1 24,2% 2 18,9%

Espanha 3 14,9% 3 13,8%

Alemanha 4 10,6% 4 11,8%

Angola 15 1,2% 5 6,7%

EUA 5 4,0% 6 5,1%

Holanda 6 3,7% 7 4,6%

Brasil 10 2,4% 8 3,7%

Bélgica 9 2,6% 9 3,4%

Suiça 11 2,0% 10 2,8%

=

=

=

Fonte: Turismo de Portugal/Banco de Portugal (2015)

Tabela 11 – Receitas turísticas em Portugal por mercados emissores

Page 65: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

65 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Na evolução entre 2007 e 2014 da tabela dos dez maiores mercados

emissores na geração de receitas turísticas em Portugal, para além da

presença da Suíça e da subida do Brasil, destaca-se o surgimento de Angola

em 5.º lugar, que subiu da 15.º posição. Repare-se que Angola nem surge

nos 25 maiores mercados emissores para Portugal, representando, a nível

turístico, um elevado volume de receitas per capita. Em situação inversa, é

de frisar a saída da Irlanda e da Itália, anteriormente posicionadas em 7.ª e

9.º posição. Os EUA e a Holanda, apesar de terem melhorado ao nível da

quota, desceram uma posição cada, fruto da grande ascensão de Angola.

Os dados provisórios do Turismo de Portugal limitam a análise para 2014,

uma vez que não apresentam o número de hóspedes para Suíça, Angola e

Bélgica. Assim, considerando os restantes mercados, aplicou-se o quociente

entre o total de receitas turísticas e o número de hóspedes por país

procurando perceber em termos unitários quais aqueles que têm revelado

maior capacidade de criação de valor. França surge na liderança, com uma

receita média de 1.844€ e na segunda posição surgem os EUA, com 1.301€.

De referir que em 2013, o turista francês já liderava, com uma receita média

de 2.000€, seguido do turista suíço, com 1.501€ (Angola continua fora desta

análise). Globalmente, a informação publicada indica que em 2014, por cada

turista em Portugal, foi gerada uma receita média de 645,5€, em

contraponto com os 554€ de 2007.

Em termos competitivos, a revisão do PENT em 2012 definiu os mercados de

Espanha, Itália, França, Grécia, Turquia, Croácia, Egito, Marrocos, Bulgária e

Tunísia como os principais concorrentes diretos de Portugal. O país é, assim,

naturalmente integrado no grupo mediterrânico, onde predomina a procura

por produtos turísticos associados ao sol e mar. Nos últimos três anos,

Portugal tem apresentado uma capacidade competitiva muito relevante,

conseguindo superar todos os seus concorrentes no crescimento de

chegadas internacionais de turistas, de acordo com os dados da UNWTO.

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

2010 2011 2012 2013

Variação 2010-2013

Portugal 6.832 7.412 7.685 8.324 21,8%

Espanha 52.677 56.177 57.464 60.661 15,2%

Itália 43.626 46.119 46.360 47.704 9,3%

França 77.648 81.550 83.013 .. ..

Grécia 15.007 16.427 15.518 17.923 19,4%

Turquia 31.364 34.654 35.698 37.795 20,5%

Croácia 9.111 9.927 10.369 10.955 20,2%

Egito 14.051 9.497 11.196 9.174 -34,7%

Marrocos 9.288 9.342 9.375 10.046 8,2%

Bulgária 6.047 6.328 6.541 6.897 14,1%

Tunísia 6.902 4.785 5.950 6.269 -9,2%

Adaptado: UNWTO (2014)

Tabela 12 – Evolução das chegadas internacionais de turistas nos principais destinos

concorrentes de Portugal

Page 66: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

66 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Numa visão transversal, constata-se que a evolução do turismo em Portugal

tem apresentado um comportamento muito positivo. Apesar de conter

vários elementos desajustados e estar baseado numa realidade que se

alterou substancialmente, o PENT foi um instrumento muito importante

nesta evolução. De facto, os dados disponíveis revelam números muitos

significativos e um mercado com grande dinâmica. Verificaram-se

crescimentos sustentados em todos os indicadores, para além de uma

qualificação contínua da oferta de alojamento, permitindo manter uma

procura estável nos mercados tradicionais e atrair e estimular novos

mercados emissores, nomeadamente em países com um crescente nível de

vida, como Brasil, China ou Rússia.

O turismo desempenha atualmente um papel fundamental na economia

portuguesa, assumindo-se já como o setor mais exportador e com cada vez

mais capacidade para gerar receitas. Na realidade, para além do aumento

absoluto das receitas turísticas, também derivado do aumento do número de

turistas, é notória a evolução na receita média obtida por cada turista.

Contudo, nesse aspeto, a média nacional de 2014 (645,5€) ainda está

substancialmente distante da média internacional (803€) e mais ainda da

média das economias avançadas (966€). Portugal é um destino cada vez mais

competitivo, mas ainda apresenta um potencial de crescimento muito

substancial em diferentes vertentes e em diferentes mercados.

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

Page 67: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

67 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Na projeção do desenvolvimento económico dos Açores, o turismo foi

encarado como um pilar estratégico. As características naturais das ilhas, as

mais-valias comparativas existentes e a crescente terciarização da economia

tornaram essa decisão numa opção facilmente compreensível. De facto, a

evolução registada demonstra o grande potencial de criação de valor latente

neste setor e a capacidade de alavancagem da economia regional.

O Inquérito à Satisfação do Turista que Visita os Açores: Verão IATA 2014,

promovido pelo Observatório do Turismo dos Açores, revela o agrado dos

turistas com a qualidade e value for money oferecidos pelo destino,

demonstrando, igualmente, o grande potencial do word of mouth

(recomendações) existente. Todavia, o turismo nos Açores não ficou

indiferente aos impactos da crise financeira e após alguns anos de

crescimento continuado, a partir de 2008, e em particular em 2009,

registaram-se quebras em todo o setor. Um dos indicadores que demonstra

essa realidade é o número de passageiros desembarcados provenientes de

voos internacionais. Para além de uma primeira redução em 2008, agravada

no ano seguinte, a recuperação verificada em 2010 e 2011 voltou a ser

abalada por uma nova redução em 2012. Nos dois últimos anos, porém,

verificou-se um assinalável crescimento, superando os 120.000 passageiros

de voos internacionais desembarcados nos Açores.

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

Page 68: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

68 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

No que diz respeito aos cruzeiros, após um período de franco crescimento, os

últimos anos registaram uma redução tanto nas escalas de navios como no

número de passageiros. As previsões para 2015 apontam para um novo

crescimento, atingindo as 160 escalas, que representará quase do dobro do

verificado em 2014, 90 escalas. O número de passageiros naturalmente

também crescerá, prevendo-se que se aproxime dos 135 mil.

A oferta hoteleira não variou muito nos últimos anos. Entre 2007 e 2014

regista-se apenas um saldo positivo de apenas mais um estabelecimento. O

maior destaque deverá ser o surgimento do primeiro hotel 5 estrelas na

Região, que está situado na cidade de Angra do Heroísmo. Saliente-se, ainda,

que do total de 82 estabelecimentos hoteleiros, a maioria são hotéis e que

essa proporção tem vindo a aumentar. Uma última nota para a entrada do

Grupo Pestana no mercado dos Açores, um dos maiores e mais competitivos

players nacionais do setor turístico, que certamente terá um impacto

significativo na qualificação e dinamização da oferta hoteleira.

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

0

30.000

60.000

90.000

120.000

150.000

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: SREA(2015)

Gráfico 33 – Passageiros de voos internacionais desembarcados nos Açores

Ano Escalas Passageiros Embarcados

Passageiros Desembarcados

Passageiros em Trânsito

Tripulantes

2012 122 790 697 101.394 54.117

2013 92 243 230 86.964 41.888

2014 90 636 170 94.915 44.806

Tabela 13 – Dados relativos à entrada de Navios de Cruzeiros nos Portos dos Açores

Fonte: Portos dos Açores (2015)

36

8

2 7

28

66

3 2

11

0

Hotéis Hotéis-Apartamentos Pousadas ApartamentosTurísticos

Outros

2007 2014

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 34 – Estabelecimentos hoteleiros nos Açores

Page 69: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

69 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

O número de quartos cresceu 4,8% entre 2007 e 2014, o que representa 195

quartos a mais. Comparando este dado com a evolução do número de

estabelecimentos hoteleiros, verifica-se que o número de quartos cresceu

mais que o número de estabelecimentos, o que permite inferir que os

estabelecimento hoteleiros que surgiram nesse período têm mais capacidade

de alojamento que os que despareceram. O número de camas acompanhou

esta tendência, com um crescimento de 5%, fixando-se em 8.816 camas em

2014 (ainda assim, abaixo das 8.871 registadas em 2011).

Comparando a evolução do número de hóspedes com a evolução do número

de camas, constata-se a grande volatilidade que existiu no mercado deste

2007. Curiosamente, este cruzamento de dados poderá levar à interpretação

de que o setor turístico regional foi mais reativo do que proativo, uma vez

que entre 2008 e 2011 a evolução da oferta e da procura esteve

permanentemente desfasada.

Efetivamente, após um pico de 353.479 hóspedes em 2008, tem-se registado

uma grande instabilidade neste indicador, sem nunca ter conseguido atingir

novamente aquele valor. Aliás, apesar da quebra acentuada nos Açores em

2009 e de este ter sido o ano com pior performance a nível internacional e

nacional no panorama recente, 2012, no que toca ao número de hóspedes,

ainda registou valores inferiores na Região (326.370). Esta é uma indicação

clara da dificuldade que o destino “Açores” sentiu perante as novas

dinâmicas existentes no mercado. Entre 2007 e 2012, a Região apresentou

um saldo negativo no número de hóspedes de 24.459, ou seja, uma descida

de 7%. Quando comparado com 2008, o melhor ano de que há registo, esta

variação aumenta para 7,7% (-27.109 hóspedes). Os anos de 2013 e 2014 já

apresentam uma recuperação, registando-se, em 2014, 345.422 hóspedes

(-1,5% que em 2007).

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Estabelecimento hoteleiros 81 83 82 82 80 79 80 82

+2,5% -1,2% 0,0% -2,4% -1,3% +1,3% +2,5%

Quartos 4.056 4.178 4.219 4.181 4.222 4.058 4.138 4.251

+3,0% +1,0% -0,9% +1,0% -3,9% +2,0% +2,7%

Camas 8.397 8.662 8.806 8.699 8.871 8.560 8.713 8.816

+3,2% +,17% -1,2% +2,0% -3,5% +1,8% +1,2%

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Tabela 14 – Evolução da oferta em estabelecimentos hoteleiros nos Açores Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 35 – Evolução do número de hóspedes e do número de camas nos Açores

8.100

8.200

8.300

8.400

8.500

8.600

8.700

8.800

8.900

9.000

310.000

320.000

330.000

340.000

350.000

360.000

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Camas Hóspedes

Hóspedes Camas

Page 70: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

70 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

A principal causa da descida verificada é a quebra muito acentuada no

mercado português, que historicamente era o melhor mercado emissor para

os Açores. Em 2007, 60,9% dos hóspedes provinham de território nacional,

mas em 2013, pela primeira vez, essa proporção ficou abaixo dos 50%

(48,8%). De 2007 a 2013, a quebra nesse mercado foi de 23,7%, ou seja,

50.702 hóspedes. Por outro lado, a tipologia dos mercados emissores

estrangeiros alterou-se substancialmente, conduzindo a um aumento de

24,3% de hóspedes com origem externa ao mercado nacional. Este

crescimento representa uma variação absoluta de mais 33.319 hóspedes,

tornando o número de hóspedes estrangeiros maioritários nos Açores

(51,2%). Em 2014, o cenário manteve-se, mas a proporção de hóspedes

estrageiros já foi menor (50,5%), perspetivando-se uma eventual

recuperação do mercado nacional que se poderá efetivar com a liberalização

do espaço aéreo.

Analisando a evolução entre 2007 e 2013 da tabela dos dez maiores

mercados emissores estrangeiros para os Açores, confirma-se a mudança de

paradigma. Os mercados nórdicos perderam importância, sendo substituídos

por mercados da Europa central. É sintomático, por exemplo, perceber que a

Dinamarca passou do 1.º lugar na tabela para a 10.ª posição, representando

uma quebra mais de 60% no número de hóspedes dinamarqueses (ou seja,

quase 13.000 turistas). Por sua vez, a Alemanha foi, em termos absolutos, a

grande responsável pelo aumento do número de hóspedes estrangeiros, com

um incremento de 22.805 indivíduos, ou seja, 147,8%. Registe-se, ainda, os

aumentos substanciais no mercado espanhol (6.284 hóspedes, i.e. 79,1%) e

no mercado belga (6.927 hóspedes, i.e. 377,7%), o único mercado emissor do

top ten 2013 que não constava nessa tabela em 2007.

Mesmo não figurando nos dez maiores mercados emissores para os Açores, é

interessante verificar o comportamento e o crescimento relativo de alguns

mercados não tradicionais do centro europeu. A Suíça já se encontra perto

do top ten (12.º lugar), com um crescimento entre 2007 e 2013, de 96,8%,

enquanto mercados como Polónia (595%), República Checa (413,5%), Rússia

(249,7%) e Luxemburgo (208,8%) estão a aumentar consideravelmente a

procura pelo destino “Açores”. Alguns destes mercados poderão ser

determinantes no futuro, considerando a evolução do mercado e da

economia mundial, com destaque, por exemplo, para o mercado russo, que

está a crescer em todas as dimensões. Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Gráfico 36 – Número de hóspedes nos Açores, por origem (milhares)

214 214 201 214 200 180 163 171

137 139 127 134 145 147 171 174

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

De Portugal Do Estrangeiro

Page 71: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

71 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

Os dados provisórios de 2014 agregam a Dinamarca, a Finlândia, a Noruega e

a Suécia no mercado escandinavo. Não obstante, é possível verificar que são

mercados que continuam a perder importância no turismo regional, pois

juntos já nem conseguem atingir metade do mercado alemão ou o registo do

mercado espanhol. A Alemanha consolida a liderança no número de

hóspedes, com 40.855 (crescimento de 6,8% face ao ano anterior), mas

assinalam-se crescimentos superiores entre 2013 e 2014 no mercado de

Espanha (33,8%), EUA (27,1%), Canadá (22,6%) e Reino Unido (8,8%).

O número de dormidas também apresentou uma fraca performance em

2009 e, sobretudo, 2012, ano em que pela primeira vez desde 2005 se

registaram menos de um milhão de dormidas nos Açores. Assim, os

mercados emissores estrangeiros aumentaram o seu domínio nas dormidas

face ao mercado nacional, passando de 54,6% em 2007 para 62,6% em 2014.

A Alemanha lidera o número de dormidas, com 161.324, mas o mercado

escandinavo ainda apresenta uma estadia média superior, com 5,4 noites

contra 3,9 noites dos alemães. Individualmente, o melhor mercado é o

holandês (4,5 noites).

País 2007 2013

Posição Hóspedes Posição Hóspedes

Alemanha 3 15.433 1 38.238

Espanha 8 7.948 2 14.232

EUA 5 10.634 3 13.861

Holanda 7 9.604 4 13.858

França 9 6.806 5 10.750

Reino Unido 4 13.227 6 9.139

Suécia 2 16.349 7 8.826

Bélgica 16 1.834 8 8.761

Finlândia 6 9.898 9 7.797

Dinamarca 1 20.341 10 7.398

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Tabela 15 – Evolução 2007-2013 do número de hóspedes nos dez maiores mercados

emissores estrangeiros para os Açores

País 2007 2013 2014* Variação

2007-2014 Variação 2013-214

Alemanha 15.433 38.238 40.855 164,7% 6,8%

Espanha 7.948 14.232 19.049 139,7% 33,8%

Escandinávia 51.777 26.840 18.826 -63,6% -29,9%

EUA 10.634 13.861 17.618 65,7% 27,1%

Holanda 9.604 13.858 14.635 52,4% 5,6%

França 6.806 10.750 10.866 59,7% 1,1%

Reino Unido 13.227 9.139 9.943 -24,8% 8,8%

Bélgica 1.834 8.761 8.407 358,4% -4,0%

Canadá 3.829 6.550 8.028 109,7% 22,6%

Suíça 2.789 5.489 5.558 99,3% 1,3%

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015) *Dados provisórios

Tabela 16 – Evolução 2007-2014 no número de hóspedes nos principais mercados

emissores para os Açores

Page 72: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

72 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

Um dos grandes problemas no setor turístico regional tem sido a

incapacidade de aumentar a estadia média, que historicamente apresenta

números baixos. Dividindo o número de dormidas pelo número de hóspedes

verifica-se que a estadia média na Região tem, na realidade, vindo

progressivamente a decrescer. Esta descida é mais pronunciada nos

mercados emissores estrangeiros do que no mercado nacional. Não

obstante, ressalve-se que 2013 foi o primeiro ano, desde 2006, que o

indicador da estadia média aumentou, voltando a descer no ano seguinte.

Em 2014, a estadia média nos Açores cifrou-se em 3,1 noites, um número

substancialmente mais baixo do registado na Madeira, que ronda as 5 a 6

noites, e nas Canárias, que se posiciona nas 9 noites.

Naturalmente, as taxas de ocupação de quartos ressentem-se de todo este

paradigma. Na realidade, nunca foram muito elevadas, mas a tendência

recente tem sido de diminuição. Em 2013 registou-se alguma recuperação,

chegando aos 46,2%, depois de em 2012 se ter verificado o valor mais baixo

da última década (41,7%), mas em 2014 houve uma nova redução para

45,0%. A última vez que se registou uma taxa de ocupação superior a 50% foi

em 2004 (55,2%). A média de 2007 a 2014 situa-se apenas nos 44,9%.

Comparativamente com a Madeira, estes valores revelam falta de

competitividade. Nos últimos 10 anos, a taxa de ocupação mais baixa na

hotelaria madeirense foi de 55,6% (2010) e a mais alta de 67,5% (2014). A

média de 2007 a 2014 pautou-se nos 61,5%.

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Gráfico 38 – Estadia média nos Açores, por mercado, calculada pelo quociente entre o

número de dormidas e o número de hóspedes

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Gráfico 37 – Número de dormidas nos Açores, por origem (milhares)

537,7 529,9 489,6 508,7 478,7 409,5 374,6 397,5

646,7 597,6 515,2 526,4 554,8

545,2 679,5 666,3

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

De Portugal Do Estrangeiro

4,7

3,8

2,5 2,3

3,4 3,1

2007 2014

Estrangeiro Portugal Global

1.184,4 1.127,5

1.004,8 1.035,0 1.033,5 954,7

1.054,1 1.063,8

Page 73: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

73 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

Para as Canárias apenas estão disponíveis dados a partir de 2009, mas os

números são reveladores e contrastam ainda mais com a realidade dos

Açores do que o paradigma da Madeira, atingindo os 74,9% em 2014.

Em termos económicos, a falta de competitividade é também notória. Nos

Açores o RevPar (revenue per available room), um dos mais importantes

indicadores de performance da hotelaria, apresentou em 2014 um valor de

22,2€ e uma média no período 2007-2014 de 23,6€. Na Madeira, o valor de

2013 foi de 37,1€, enquanto a média naquele período situou-se em 33€. Em

relação às Canárias, a disparidade de valores é ainda mais significativa. Em

2014, o RevPar da hotelaria desta região foi de 50€ e a média registada entre

2009 e 2014 foi de 41,63€. Considerando este horizonte temporal, a média

registada nos Açores foi de 22,7€ e na Madeira de 31,9€.

É também importante realçar que, de acordo com o comportamento

demonstrado pelos gráficos, se nota uma maior dificuldade da hotelaria

açoriana em recuperar a sua rendibilidade, comparativamente àquilo que

acontece na Madeira e nas Canárias. Na Madeira, por exemplo, a descida

entre 2008 e 2010 foi muito significativa, mas a evolução posterior já

aproxima o RevPar dos valores de 2007. Pelo contrário, nos Açores, a

tendência de descida poucas vezes tem sido contrariada.

Fonte: Turismo de Portugal/INE/ISTAC (2015)

Gráfico 39 – Taxa de ocupação por quarto nos Açores

Fonte: Turismo de Portugal/INE/ISTAC (2015)

Gráfico 40 – RevPar nos Açores

0%

20%

40%

60%

80%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Açores Madeira Canárias

0 €

10 €

20 €

30 €

40 €

50 €

60 €

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Açores Madeira Canárias

Page 74: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

74 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

O nível de proveitos gerados nos Açores, em estabelecimentos hoteleiros,

aldeamentos e apartamentos turísticos e outros, confirma-se a ainda baixa

capacidade de criação de valor do setor turístico em relação aos mercados

concorrentes. Em termos globais, entre 2007 e 2014, a média anual de

proveitos cifrou-se nos 48,2 milhões de euros. Na Madeira, a média anual

ultrapassou os 266 milhões de euros, existindo permanentemente uma

relação de 1 para 5 ou mesmo 1 para 6 entre o nível proveitos gerados nos

Açores e na Madeira. Em 2014, esta relação foi de 1 para 6,6, revelando bem

as diferenças existentes entre dois destinos concorrentes.

No que concerne aos aposentos, a relação entre os proveitos globais gerados

nos Açores e na Madeira continua muito díspar. A média anual 2007-2014

nos Açores foi de 34,6 milhões de euros, enquanto na Madeira ascendeu a

164,3 milhões de euros. Concomitantemente, nos Açores os proveitos

gerados pelo alojamento têm maior peso nos proveitos totais do que na

Madeira e esse peso tem vindo a aumentar: era 69,9% em 2007 e passou a

73,6% em 2014 (enquanto na Madeira variou de 61,3% para 62,1%). Esta

situação demonstra, também, a menor capacidade de gerar proveitos para

além do aposento e revela um menor aproveitamento do efeito

multiplicador do setor e das atividades de animação turística.

Numa análise um pouco mais aprofundada de alguns destes indicadores, com

dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores, constata-se que existe

uma grande discrepância na atividade turística nas diferentes ilhas. Em parte,

esta realidade está associada às diferentes dimensões de cada uma delas,

mas também à capacidade de atração e retenção dos turistas. São Miguel é a

ilha que mais hóspedes recebe e mais dormidas regista, seguida da ilha

Terceira e da ilha do Faial. Estas três ilhas juntas representam, em média,

mais de 85% do número de hóspedes e mais de 88% do número de dormidas

nos Açores. Repare-se que São Miguel, Terceira e Faial são os principais

pontos de entrada nos Açores, pelo que esta poderá ser uma das razões para

o maior número de turistas. Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Gráfico 41 – Proveitos globais e por aposento em estabelecimentos hoteleiros,

aldeamentos, apartamentos turísticos e outros nos Açores (milhões de euros)

55 55

49 49 47

42 45 45

38 38 35 35 34

30 33 33

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Proveitos Globais Proveitos por Aposento

Page 75: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

75 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

No que concerne à estadia média, um dos indicadores com pior performance

nos Açores, São Miguel e Flores são as ilhas que apresentam melhores

registos, apesar da grande diferença entre estas duas ilhas em todos os

restantes itens. De ressalvar que a ilha Terceira apresenta a estadia média

mais baixa da Região, facto muito relevante atendendo a que, de momento,

é a única ilha que possui um hotel 5 estrelas, para além de ser a segunda com

maior população e atividade económica e possuir uma agenda cultural

bastante dinâmica.

Em síntese, apesar do potencial intrínseco do destino “Açores” e da

capacidade instalada, a realidade demonstra que há ainda muito por fazer

para capitalizar estes fatores. A fragilidade da economia regional e do setor

turístico ficou bem espelhada com os efeitos da crise que se vem

prolongando há alguns anos. Todavia, há um novo paradigma que surge no

horizonte e que deriva da liberalização do espaço aéreo açoriano e da

entrada das companhias aéreas low cost Easy Jet e Ryan Air. A exposição à

procura internacional será muito maior e em mais mercados, prevendo-se

um acréscimo considerável na afluência turística aos Açores. Este poderá

representar um ponto de viragem competitivo no turismo regional e uma

nova oportunidade para a afirmação internacional do destino, aportando,

não obstante, novos desafios e oportunidades para todo o setor, para a

comunidade local e para o equilíbrio ambiental.

Fonte: SREA(2015) *Valores integram hotelaria tradicional, turismo no espaço rural, alojamento local, pousadas da juventude e

parques de campismo

2014

Média 2000-2014

Santa Maria

11.416

9.214

33.901

25.321

3,0

2,8

2014

Média 2000-2014

São Miguel

226.170

192.926

803.459

710.083

3,6

3,7

2014

Média 2000-2014 Terceira

67.342

59.598

158.142

145.342

2,3

2,4

2014

Média 2000-2014 Graciosa

4.728

4.471

12.591

11.907

2,7

2,7

2014

Média 2000-2014 São Jorge

11.001

8.547

25.637

21.576

2,3

2,5

2014

Média 2000-2014 Pico

22.897

20.476

66.115

53.918

2,9

2,6

2014

Média 2004-2014 Faial

45.036

39.825

107.255

100.557

2,4

2,7

2014

Média 2000-2014 Flores

6.851

5.680

20.533

21.155

3,0

3,8

2014

Média 2000-2014 Corvo

623

388

1.650

992

2,6

2,6

Hóspedes* Dormidas* Estada Média*

Tabela 17 – Hóspedes, dormidas e estadia média por ilha

Page 76: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

76 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

345.442 Hóspedes

Alemanha Maior mercado

emissor estrangeiro

82 Estabelecimentos

Hoteleiros

3,1 Noites de estadia

média

8.816 Camas

1.063.790 Dormidas

4.251 Quartos

22,2€ RevPar

44.639.311€ Proveitos Globais

45% Taxa de ocupação

Figura 03 - Principais indicadores do turismo nos Açores (2014)

Page 77: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

77 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

Principais distinções e referências aos Açores

•ECTAA’s Preferred Destination of the Year 2014

•Federação Europeia das Associações de Agências de Viagens (ECTAA).

•1.º lugar – 2014 Sustainable Destinations Global Top 100

•Green Destinations

•Melhor destino turístico verde da Europa – Quality Coast Gold Award 2013

•European Coastal and Marine Union (EUCC)

•1.º destino distinguido com o Quality Coast Platinum Awrad (em 2014)

•European Coastal and Marine Union (EUCC)

•Um dos 25 locais do mundo a visitar em 2013

•Fodor's Travel Intelligence

•Um dos nove destinos do mundo imperdíveis na Primavera de 2013

•Family Travel

•Primeira região portuguesa a integrar o restrito lote da Rede Europeia de

Destinos Turísticos Sustentáveis de Excelência.

•Uma das 50 viagens a fazer em 2012

•National Geographic Traveler

•Entre os cinco melhores locais para visitar em 2012

•Revista da Universidade de Nottingham.

•Um dos 15 destinos obrigatórios em 2012

•Visão (com base nas apostas da World Travel Market)

•Um dos melhores destinos para 2012

•Budget Travel

•Segundas Melhores Ilhas do Mundo para Turismo Sustentável.

•National Geographic Traveler

Page 78: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

78 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

•Um dos Melhores Destinos de Verão 2011

•National Geographic Traveller

•Furnas – A Zona Vulcânica mais apelativa do Mundo

•World Travel Guide.

•Destino Único (2010)

•Forbes

•Top Ten Mundial para a Observação de Cetáceos,

•Sunday Telegraph

•Duas das sete Maravilhas Naturais de Portugal são nos Açores, a Lagoa das

Sete Cidades, na ilha de São Miguel, e a Paisagem Vulcânica da Montanha do

Pico, na ilha do Pico.

•Um dos melhores destinos mundiais em 2008

•Lonely Planet

•Um dos melhores destinos para pedestrianismo e geoturismo

•BootsnAll

•Santa Maria entre os 20 destinos de férias para 2013

•The Guardian

•Prémio Creative Advertisement

•Jornal Borsen

•1º prémio - Fotografia de Divulgação de um Projeto cofinanciado - Centro de

Interpretação do Vulcão dos Capelinhos.

•Projeto LIFE Priolo distinguido com o prémio Best of the Best – Nature 2010

•Comissão Europeia

•Azores – A Mountain Bikers Paradise

•Pinbike.com (maior comunidade online de BTT)

•Pico entre as cinco melhores ilhas secretas do mundo

•BBC

•“Açores são um pedaço do paraíso”

•Daily Mirror

Page 79: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

79 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O setor do turismo tem efetivamente uma enorme relevância a nível

internacional, integrando uma cadeia de valor transversal, capaz de

despoletar um efeito multiplicador que provoca um impacto continuado em

várias atividades económicas que gravitam em seu redor. Atualmente, este

setor é cada vez mais destacado como pilar de desenvolvimento

socioeconómico em vários países e regiões, com particular relevo nos países

emergentes, induzindo o aumento das exportações, a criação de empresas e

emprego e o desenvolvimento de infraestruturas. É, portanto, notório, que o

impacto da atividade turística ultrapassa os efeitos económicos, contribuindo

para o bem-estar coletivo das sociedades e para o seu progresso sustentado.

A dinâmica do mercado turístico, associada às alterações de ciclos

económicos, tem induzido uma necessidade crescente de reinvenção e

inovação em toda a cadeia de valor. Desde a hotelaria à restauração,

incluindo a promoção e até os meios de transporte, impera a necessidade de

sucessivas formas de adaptação às novas exigências e tendências do

mercado, aumentando a disponibilidade da oferta e a sua competitividade.

Um exemplo concreto é o surgimento das companhias aéreas low cost, com

modelos de negócio que revolucionaram o mercado e potenciaram o acesso

a destinos outrora inacessíveis. Torna-se claro que esta perspetiva evolutiva

produz efeitos ramificados em toda a economia, favorecendo um efeito

encadeado e cumulativo de criação de valor e desenvolvimento.

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

Page 80: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

80 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Couto et al. (2009) referem que o turismo não é uma atividade isolada, dado

o seu relacionamento com várias atividades humanas. Entendem-no,

portanto, como um sistema multidisciplinar suportado por uma inter-relação

de diversos subsistemas, incluindo o económico, o social, o político, o

cultural, o ecológico e o tecnológico. Complementarmente, citam Cunha

(2001) que apresenta um modelo de influências mútuas entre diferentes

componentes da oferta e da procura que sustentam o sistema funcional do

turismo.

Repare-se que a procura está concentrada no visitante, ou seja, o turista, ou

seja, o consumidor de uma vasta multiplicidade de elementos que compõem

a oferta turística. Contudo, este visitante possui inúmeros perfis de consumo,

que influenciam diretamente a forma como a oferta é estruturada, como os

produtos turísticos são concebidos e como os recursos de cada destino são

capitalizados e apresentados para consumo. Por outro lado, a oferta

sustenta-se num sistema vivo, com vários elementos, que, em conjunto,

promovem a preparação do destino, os canais de acesso e a qualificação das

experiências do turista. Recolhendo os inputs diretos da procura, com a

perceção das necessidades e desejos, a organização e o enriquecimento da

oferta assentam num modelo complexo, que inclui esforços públicos e

privados, onde se procuram sinergias que potenciem a atratividade e a

competitividade dos destinos.

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

Subsistema sujeito

Visitante

Subsistema objeto

Destinos Localidades Turísticas

Transportes Promoção e informação

Organizações turísticas

Empresas de serviços turísticos

PROCURA

OFERTA

Adaptado: Cunha (2001), apud Couto et al. (2009)

Figura 04 – Organização funcional do turismo

Page 81: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

81 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Consequentemente, a atividade turística produz

efeitos transversais aos vários setores económicos,

constituindo uma cadeia de valor complexa e com

grande capacidade para produção de impactos

diretos e indiretos na economia de um país, região

ou concelho. Essa cadeia de valor poderá ser

interpretada segundo três blocos encadeados que,

em conjunto, permitem qualificar a oferta turística,

bem como favorecem, potenciam e estimulam o

desenvolvimento económico e social. A montante

estão, sobretudo, as atividades que “preparam” o

destino, interagindo e desenvolvendo recursos para

outros agentes de outras fases da cadeia de valor.

Na cadeia principal, posicionam-se os agentes que

têm os principais contactos com os turistas, quer

através do desenvolvimento de produtos e serviços

que os seduzam, quer através de serviços básicos

de apoio. Note-se que a hotelaria, principalmente,

e a restauração possuem um papel central neste

modelo. Por fim, a jusante encontram-se as

atividades que colhem frutos da venda direta aos

turistas no mercado local.

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

Património natural, histórico e cultural

Adaptado: SEBRAE (2008)

Figura 05 – Sistema produtivo do turismo

Sistema de transporte

Construção civil

Equipamentos de Hotelaria

Indústria do móvel

Distribuição de alimentos

Indústria de alimentos e bebidas

Indústria de cosmética e perfumaria

Atrações turísticas

Infraestrutura turística, de eventos

e negócios

Operadores de turismo

Agentes de receção

Organizadores de eventos

Agências e organizadores de

viagens

Hotéis e pousadas

Bares e restaurantes

Indústria de confeções

Serviços terceirizados

Comércio

Produção de artesanato

Atividades culturais

Empresas de entretenimento

Publicidade de gráficas

Divulgação e venda Promoção e

Marketing Turístico

CADEIA A MONTANTE CADEIA PRINCIPAL CADEIA A JUSANTE

Page 82: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

82 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A complexidade da cadeia de valor do turismo é tal que se estima um

impacto direto ou indireto em mais de 50 atividades económicas. A UNWTO

(2013) ressalva que estes impactos são ainda mais relevantes em pequenas

economias e em países em desenvolvimento, uma vez que a dinâmica

própria do setor origina uma procura, por diversos produtos e serviços, que

não existiria se não houvesse atividade turística.

O modelo de análise da cadeia de valor do turismo apresentado pela UNWTO

(2013) torna clara a magnitude do setor e a capacidade intrínseca para

dinamizar a economia. Este modelo revela explicitamente que a atividade

turística, para além de produzir impactos no destino, produz também efeitos

em várias outras economias: inicia-se na origem, com o planeamento e

aquisição da viagem/pacote turístico, e pode prolongar-se em destinos de

trânsito, quando o turista faz escalas e consome produtos e/ou serviços

locais. Para além disso, através das exportações para os destinos turísticos,

muitas economias com perfil fornecedor (ex.: mobiliário para hotelaria)

acabam por beneficiar da procura e desenvolvimento do turismo em outros

países e regiões.

Assim, a criação de valor começa ainda antes do início da viagem e do

consumo do produto turístico. Na realidade, a génese está na preparação do

destino, uma vez que muitos serviços começam a beneficiar da intervenção

de entidades públicas (ex.: construção de acessos) e do investimento privado

(construção de hotéis) na qualificação da oferta e nas atividades de

promoção turística. Manifestamente a capacidade de impacto direto é muito

maior durante a viagem, com várias atividades e setores a desenvolverem e a

implementarem soluções especificas devido à presença do turista, mas os

impactos indiretos propagam-se transversalmente quer antes como durante

a presença do turista.

Repare-se, ainda, que o esquema reflete três atividades principais para a

qualificação do destino turístico: planeamento, desenvolvimento e

operações. Cada uma destas fases requer intervenções diferenciadas, mas

que se refletem e influenciam mutuamente numa perspetiva continuada e

dinâmica.

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

Page 83: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

83 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

D

I

R

E

T

O

Serviços de Apoio Excursões e

passeios de lazer

Ativos turísticos do

destino Artesanato Comida & Bebida Alojamento Transporte

Organização de viagens e

reservas

I

N

D

I

R

E

T

O

Postos de

abastecimento de

combustíveis

Fábricas industriais

Importações e lojas de

tecnologias

Grossistas e

fornecedores

exclusivos

Empresas comerciais

Brochuras Manutenção

Gestão

Restauro

Sinalização

Livros, CDs e DVDs

Artistas

(pintura, música)

Fornecedores de

Artesanato

Fábricas

Fornecedores de

Alimentos

Armazenagem e Distribuição

Fábricas alimentares e

áreas rurais

Vendas e Marketing

Manutenção

Lojas (no alojamento)

Mobiliário e equipamento

Construção e imobiliárias

Fornecedores de agricultura e aquacultura: têxteis, madeira, alimentação

Instituições de suporte: Pasta do Turismo e Cultura; Câmara do Comércio; Associações do Turismo; Bancos; etc.

Rent-a-car

Centrais/terminais de

autocarro

Transportes informais

Desperdícios

Táxis

No destino

Ferry

Infraestruturas de suporte

Hotéis

Apartamentos

Pousadas

Pousadas da Juventude

Bares e restaurantes

Bares noturnos

Quiosques

Fast food

Roteiros gastronómicos

Lojas de Artesanato

Artesãos

Workshops de

artesanato

Ativos culturais:

comunidades

arqueológicas, etnias,

museus, atrações

turísticas, festivais,

ativos culturais

intangíveis (música,

dança, lendas, etc.)

Ativos naturais: lagoas,

ribeiras, fundos

marinhos e montanhas,

florestas, fauna e flora,

etc.

Eventos

Empresas de guias

turísticos

Guias em transportes

Guias turísticos

independentes

Atividades de

bem-estar e spa

Pacotes de turismo

Centros de informação

Retalhistas/lojas de

conveniência

Cibercafés

Lavandaria

Serviços bancários e de

segurança

Materiais de

construção Energia Água Educação Comunicações

Saúde e Segurança

Pública

Agência de

viagens

Companhias

Aéreas

Operadores turísticos e grossistas

Da origem para o destino

Agência de imigração

Pasta dos Transportes

Autoridades portuárias

Serviços alfandegários

Comunicação social, imprensa e

media

Atividades promocionais

Pasta do Turismo e Cultura

Merchandising

Escalas

(destinos de

trânsito)

Internet

Call center

Na origem

Souvenirs (comida)

Planeamento

Desenvolvimento

Operações

Fases da cadeia de valor

Adaptado: UNWTO (2013)

Figura 06 – Cadeia de valor do turismo

Page 84: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

84 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Como se torna percetível, o encadeamento das várias

atividades económicas que se relacionam com o turismo

resulta em diferentes tipos de impacto na economia. O

World Travel and Tourism Council (WTTC) hierarquiza e

classifica esses impactos em três níveis distintos: diretos,

indiretos e induzidos.

Os impactos diretos incluem apenas o emprego direto e

o valor acrescentado gerado para o setor, isto é, apenas

integram o valor acrescentado do alojamento, da

animação, do transporte e de serviços relacionados. Os

impactos indiretos refletem os efeitos na cadeia logística

e de fornecimento, integrando as inúmeras ligações

inter-indústria. Por último, os efeitos induzidos são o

resultado direto e indireto produzido pelo consumo e

geração de receitas na economia local. A soma de todos

estas parcelas revela o impacto total que o turismo tem

na economia.

A organização das diferentes atividades e impactos

nestes três níveis é algo muito discutido, dada a

dificuldade de medir a tipologia do impacto do turismo

em algumas dessas atividades.

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

Adaptado: WTTC (2014)

Figura 07 – Níveis de impacto da indústria turística

Alojamento, catering,

entretenimento, recreação,

transporte e outros serviços

relacionados com viagens

Gráficas, editoras, utilitários,

serviços financeiros, serviços sanitários,

fornecedores de equipamento e mobiliário, serviços

de segurança, produção de automóveis,

administração de transportes, promoção turística,

construção naval, indústria da aviação,

desenvolvimento de resorts, indústria vidreira,

indústria do metal

Distribuição alimentar e de bebidas, retalhistas, serviço de apoio às empresas,

grossistas, tecnologias de informação, utilitários, manufaturas diversas, serviços

pessoais, imobiliário

Page 85: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

85 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

•Acomodação

•Alimentação

•Bebida

•Entretenimento

•Vestuário

•Presentes e souvenirs

•Fotografias

•Cuidados pessoais,

remédios e cosméticos

•Transporte interno

•Passeios

•Diversos serviços e

utilidades

•Gorjetas e cortesias

Turistas gastam com: Empresas Turísticas gastam com: Beneficiários finais:z

•Salários e remunerações

•Impostos

•Comissões

•Atrações e direitos de autor

•Gastos administrativos e

gerais

•Serviços profissionais

•Compra de alimentos e

suprimentos

•Manutenção

•Propaganda, publicidade e

promoções

•Energia, água e gás

•Transporte

•Licenças

•Prémios de seguros

•Alugueres e arrendamentos

•Juros e amortizações de

empréstimos

•Outras taxas

•Remuneração e reposição do

capital

•Agricultores •Arquitetos •Arrumadores •Artesanato (lojistas e artesãos) •Auxiliares administrativos •Bancários •Bilheteiros •Carpinteiros •Carros de aluguer •Cinemas •Clínicas •Concessionários de serviços públicos •Confeiteiros •Contabilistas •Cozinheiros •Dentistas •Despachantes •Editores e gráficas •Eletricistas e canalizadores •Empregadas de limpeza •Engenheiros •Retalhistas •Fábricas de automóveis •Governo •Instituições de caridade

•Instituições de ensino •Jardineiros •Jornalistas •Lojas de conveniência •Lojas de móveis •Lojas de presentes e recordações •Lojas de roupas •Médicos •Meios de transporte •Oficinas mecânicas •Organizações culturais •Padeiros •Pescadores •Pintores •Porteiros •Postos de gasolina •Publicitários •Químicos •Resorts •Restaurantes •Seguradoras •Serviços de praia •Talhos •Trabalhadores da indústria •Táxis

Evasão por importações Adaptado: Inskeep (1991)

Figura 08 – Fluxo do gasto do turista na economia – efeito multiplicador

Numa análise mais focada nos fluxos financeiros e económicos, modelo de

Inskeep (1991) espelha o efeito multiplicador existente numa comunidade.

Repare-se que, naturalmente, o turista é a fonte de riqueza, aplicando

diretamente o seu dinheiro em vários produtos e serviços nas empresas da

economia local. Essas empresas, designadas como empresas turísticas,

necessitam recorrer aos seus próprios fornecedores, alguns deles locais e

outros exteriores. No limite, os múltiplos impactos indiretos propagam-se

por toda a sociedade, induzindo a criação de emprego e o crescimento dos

negócios locais. No entanto, como em qualquer dinâmica da economia, a

criação de riqueza dependerá da capacidade de fixar o valor criado, ou seja,

há a necessidade de evitar as importações de produtos e serviços,

valorizando a produção e as empresas locais. Este até pode ser um traço

diferenciador e distintivo de um destino e da sua genuinidade, reforçando a

identidade local.

Page 86: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

86 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Toda a dinâmica do setor turístico torna-o um dos mais importantes para o

PIB e para a criação de emprego a nível mundial. O WTTC indica que a

contribuição direta do turismo para o PIB em 2013 foi de 2,9%, mas a sua

contribuição total, integrando os impactos diretos, indiretos e induzidos,

atinge os 9,5%. Entre 2000 e 2013, o crescimento da contribuição direta do

turismo para o PIB mundial cresceu 93%, ou seja, um incremento superior a

mil milhões de dólares. Os dados de 2013 indicam que o turismo se posiciona

no sexto lugar dos setores com maior capacidade de contribuir diretamente

para o PIB, apenas superado por setores como serviços financeiros (6,9%),

telecomunicações (4,4%), indústria mineira (4,2%), banca (3,9%) e educação

(3,8%).

O setor turístico empregava diretamente mais de 100 milhões de pessoas em

2013, ou seja, 3,3% do emprego mundial. Em termos totais, representava

mais de 265 milhões de empregos (8,9% dos postos de trabalho a nível

mundial), produzindo grandes impactos em pequenas economias.

Ao nível do investimento, em 2013 foram aplicados mais de 755 mil milhões

de euros em todo o mundo no setor do turismo, o que representa 4,3% do

investimento em termos globais. Até 2009 registou-se um crescimento muito

significativo desta rubrica, mas a crise internacional que afetou também o

turismo resultou num abrandamento do investimento. Não obstante, desde

o ano 2000 o investimento no setor do turismo aumentou mais de 150%.

1.117 1.764

2.156

3.438

5.592

6.991

2000 2007 2013

Contribuição Direta Contribuição Total

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

10,3%

3,3%

9,9%

3,1%

9,5%

2,9%

Fonte: WTTC (2015)

Gráfico 42 – Contribuição do turismo para o PIB mundial (mil milhões de dólares)

89.586 99.594 100.894

243.124

273.160 265.855

2000 2007 2013

Contribuição Direta Contribuição Total

Gráfico 43 – Contribuição do turismo para o emprego a nível mundial (milhões)

3,5% 3,5% 3,3%

9,7%

9,7% 8,9%

Fonte: WTTC (2015)

Page 87: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

87 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Um estudo de 2012 da WTCC e da Oxford Economics, que abrangeu mais de

20 países, indica que o efeito multiplicador do turismo (calculado pelo

quociente entre a contribuição total e a contribuição direta para o PIB) se

encontra acima da média de toda a economia. A média de todos os setores

situava-se em 2,7, ou seja, por cada dólar introduzido na economia são

gerados de 2,7 dólares adicionais, incluindo os impactos indiretos e

induzidos. O setor do turismo, por si só, apresentou um efeito multiplicador

de 3,2, valor que se tem mantido relativamente estável nos últimos anos e

que representa um ganho adicional em relação à média da economia. Em

termos globais, apenas a indústria automóvel e a indústria química

conseguem superar o turismo na propagação da criação de valor.

Seguindo a mesma metodologia e utilizando os dados do WTTC, constata-se

que, em Portugal o efeito multiplicador do turismo é cerca de 2,7, ou seja,

inferior à média internacional para este setor. Considerando que nos Açores

o PIB per capita é 91% do registado a nível nacional, poder-se-á proceder a

uma estimação aproximada do efeito multiplicador do turismo para os

Açores, tendo por base a criação de valor unitária. Assim, pela correção

induzida pelo PIB per capita, regista-se um valor de 2,46, o que significa que

por cada dólar introduzido no setor do turismo regional serão gerados 2,46

dólares adicionais. A conversão para euros a uma taxa de câmbio de 0,82638

euros (valor a 31/12/2014) resulta num efeito multiplicador de 2,03 euros.

De referir, ainda, que os gastos dos turistas internacionais numa dada

economia são considerados exportações para o país de destino e

importações para o país de residência do turista. Deste modo, em termos

macroeconómicos, o turismo aumenta ainda mais a sua importância,

nomeadamente em países/regiões com fraca capacidade exportadora,

permitindo um menor desequilíbrio (ou até mesmo equilíbrio) da balança

comercial. Em 2013, as exportações mundiais nestes moldes ascenderam a

1.296 mil milhões de dólares, ou seja, 5,4% das exportações a nível global.

Todos estes indicadores comprovam a real dimensão do setor do turismo, a

sua capacidade intrínseca de criação de valor, bem como a imensa influência

que o setor tem no resto da economia, não só na geração de riqueza, mas

também na criação de postos de trabalho.

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

Page 88: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

88 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo

•PIB: 14% •Emprego: 11% •Exportações: 18% •Investimento: 11% •Multiplicador: 3,20

•PIB: 8% •Emprego: 10% •Exportações: 7% •Investimento: 5% •Multiplicador: 3,06

•PIB: 9% •Emprego: 8% •Exportações: 5% •Investimento: 6% •Multiplicador: 2,72

•PIB: 9% •Emprego: 10% •Exportações: 6% •Investimento: 5% •Multiplicador: 2,74

•PIB: 9% •Emprego: 8% •Exportações: 5% •Investimento: 5% •Multiplicador: 2,82

•PIB: 11% •Emprego: 12% •Exportações: 9% •Investimento: 9% •Multiplicador: 3,79

•PIB: 12% •Emprego: 12% •Exportações: 10% •Investimento: 7% •Multiplicador: 2,15

•PIB: 6% •Emprego: 6% •Exportações: 5% •Investimento: 4% •Multiplicador: 2,62

•PIB: 9% •Emprego: 8% •Exportações: 4% •Investimento: 3% •Multiplicador: 3,22

•PIB: 7% •Emprego: 6% •Exportações: 6% •Investimento: 6% •Multiplicador: 2,61

•PIB: 12% •Emprego: 10% •Exportações: 7% •Investimento: 7% •Multiplicador: 2,43

•PIB: 6% •Emprego: 7% •Exportações: 4% •Investimento: 6% •Multiplicador: 2,82

América do Norte

Caraíbas

Figura 09 – Peso do setor do turismo na economia mundial por região, 2013

América Latina

UE-27

Norte de África

África Subsariana

Médio Oriente

Europa

Nordeste Asiático

Sul da Ásia

Sudeste Asiático

Oceânia

Fonte: WTTC (2015)

•PIB: 9,5% •Emprego: 8,9% •Exportações: 5,4% •Investimento: 4,3% •Multiplicador: 3,20

Mundo

Page 89: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

89 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Considerando os dados e as previsões da UNWTO (2014), o setor do turismo

continuará a crescer significativamente até 2030. Com uma taxa média de

crescimento de 3,3%, prevê-se atingir mais de 1,8 mil milhões de chegadas

internacionais de turistas dentro de 15 anos. Este crescimento estará,

sobretudo, suportado pela evolução registada nas economias emergentes,

com um crescimento médio anual de 4,4%, em contrapartida com 2,2% nas

economias avançadas, em particular em países com um acelerado

incremento do poder de compra, como o Brasil, a China e a Rússia.

Esta evolução está a transformar o mercado, gerando novas oportunidades e

desafios transversais a todo o setor do turismo. A procura por produtos

turísticos muito específicos, a massificação de mercados outrora mais

limitados e a afirmação da tecnologia representam um novo paradigma que

acarreta tendências em permanente mutação. O WTTC (2013) define quatro

grandes “drivers”, também definidos como “macro-tendências globais”, a ter

em atenção no setor do turismo, cada uma com as suas oportunidades, mas

também com ameaças inerentes ao seu desenvolvimento:

• Conectividade Global

• Sustentabilidade ambiental (eco-limits)

• Economias Emergentes

• Desenvolvimento e Bem-Estar Socioeconómico

3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo

3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo

Page 90: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

90 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo

Sustentabilidade ambiental (eco-limits)

O sucesso da indústria do turismo e dos seus principais produtos está

diretamente relacionado com a capacidade de preservação de recursos

naturais. O mar, as praias, as florestas, a vida selvagem e muitos outros

recursos são fundamentais para o turismo e sem eles o setor

praticamente deixaria de existir. Para além disso, as alterações

climáticas estão a afetar seriamente vários destinos turísticos e a tornar

voláteis e muito difíceis de prever os efeitos sazonais. Há ainda a

considerar os feitos do setor energético no turismo, dada a necessária

utilização intensa de energia e combustíveis no turismo. A gestão de

recursos terá que ser previdente, ao mesmo tempo que se exploram

novos nichos de mercado relacionados com o ecoturismo, o turismo

sustentável, o turismo de natureza e todas as outras variantes

relacionadas. Neste cenário, a procura por estas tipologias turísticas

está a aumentar significativamente, originando novos modelos de

negócio e produtos turísticos, aliadas, igualmente, à aventura e à

filosofia go green. A sustentabilidade ambiental é, e será ainda mais no

futuro, um fator de diferenciação e de valorização dos destinos,

nomeadamente, os menos massificados.

Conectividade Global

Os desenvolvimentos tecnológicos das últimas décadas e a rápida

afirmação e crescimento do mercado mobile alteraram radicalmente a

forma como as pessoas comunicam e interagem entre si, com as

empresas e com as mais variadas entidades. A informação circula mais

rapidamente por muito mais gente, em qualquer lugar no mundo. Deste

modo, há cada vez maior ligação entre culturas e pessoas, entre

serviços e clientes, quer em termos físicos como, sobretudo, virtuais,

levando, assim, a um estímulo do consumo e do entendimento

multicultural. A indústria do turismo, como uma das pioneiras da

globalização, detém grandes oportunidades para desenvolver novos

produtos e mercados, beneficiando dos desenvolvimentos da era digital

e expandindo os horizontes de marketing e a capacidade de

distribuição. Na realidade, existem inúmeros meios que cada destino

terá que acompanhar para não perder competitividade, incluindo social

media, desenvolvimento web, incluindo SEO (search engine

optimization), multimédia (com produção de vídeos e fotografias

promocionais com forte cariz profissional) e capacidade para penetrar e

obter reviews online em sites de referência.

Page 91: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

91 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo

Desenvolvimento e bem-estar socioeconómico

A era digital e a globalização despertaram novas formas de consciência

coletiva e equidade social. De todos os quadrantes, incluindo governos,

empresas e consumidores, surgem preocupações com o bem-estar

social e com a justiça do desenvolvimento económico. Um pouco por

todo o mundo, têm sido inúmeras as manifestações dessas vontades,

quer com o surgimento de movimentos cívicos ou alterações políticas

significativas. Exemplos concretos são a “Primavera Árabe” ou a eleição

de um partido de extrema esquerda (Syriza) para o governo da Grécia.

Assim, a capacidade de geração de riqueza do setor do turismo terá que

ser acompanhada por uma distribuição da mesma e pela criação de

emprego e valorização da economia e das sociedades locais. Para além

disso, é essencial assegurar a preservação das comunidades e culturas

mais vulneráveis, desenvolvendo e disseminando o conhecimento

dessas realidades (“local knowledge”). O turista valoriza cada vez mais

esse paradigma, potenciando novas oportunidades e o novos nichos de

mercado, como acontece atualmente com as peregrinações, cujo

contributo para o crescimento sustentável do turismo foi reconhecido

em setembro de 2014 em Santiago de Compostela.

Economias emergentes

O crescimento da população mundial, o aumento do poder de compra e

o incremento da atividade turística estarão, sobretudo, relacionados

com as dinâmicas de mercados emergentes, como o Brasil, Rússia, Índia

e China (BRIC). Este novo paradigma significa uma mudança nos hábitos

de consumo, nas características da procura, no perfil do turista e nas

expetativas de novos segmentos de mercado. Haverá, assim, a

necessidade de adaptar a oferta às novas exigências do mercado,

concebendo produtos e serviços turísticos ajustados à procura, mas

também explorando novos canais de comunicação e distribuição, para

além do devido ajustamento das mensagens e estratégias promocionais.

Esta dinâmica provocará efeitos ainda mais abrangentes, como a

inevitabilidade de repensar a cadeia de valor e o surgimento de

oportunidades para mais e diferentes fornecedores das empresas

turísticas, para além da necessidade de encontrar e integrar recursos

humanos qualificados para os novos desafios impostos pela procura.

Tudo isto induzirá o desenvolvimento do setor educativo, tanto na

educação básica como, fundamentalmente, na implementação de

formação especializada para profissionais do setor turístico.

Page 92: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

92 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A visão da WTTC assenta numa perspetiva do mundo em rápidas e sucessivas

transformações, onde a incerteza passa a ser a norma. Na realidade, estas

quatro macrotendências integram muitas outras marcas evolutivas do

mercado turístico. O que é incontornável é a mudança no padrão de

consumo e a oportunidade que surge para desenvolver produtos

diferenciados, muitos deles de nicho.

Esta dinâmica e o cariz flexível da indústria implicam, portanto, mudanças

significativas na tipologia da oferta e da procura. Uma dessas evoluções está

nos modelos de negócio e na capacidade de promoção dos destinos. O

mercado mobile revolucionou os dois lados da equação e exige novas

competências e abordagens, do mesmo modo que a competição para atrair

turistas é cada vez maior, levando à formulação de estratégias muito

agressivas por entidades locais.

De um modo geral, as grandes consultoras internacionais, como a PwC ou

Deloitte, as entidades diretamente relacionadas com o turismo, como a

UNWTO ou o WTTC, e os principais planos estratégicos nacionais e

internacionais, como o PENT, têm apontado para algumas tendências

marcantes do lado da oferta e do lado da procura que, de uma maneira

direta ou indireta, se encaixam nestas quatro macrotendências. Numa visão

de futuro, que se pretende consequente e competitiva, é fundamental

considerar estas questões e perceber para onde se dirige o mercado.

3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo

Principais Tendências da Procura

• Envelhecimento da população/Turismo Sénior

• Aumento do número de viagens de curta duração

• Importância da sustentabilidade ambiental

• Alteração do perfil do turista

• Aumento de turistas oriundos de economias emergentes

• Crescimento do Bleisure (business+leisure)

• Preferência por companhias aéreas low cost

• Força da Web & Mobile

• Preocupações com a saúde e bem-estar

• Procura pelas viagens de cruzeiro

• Crescimento do turismo gastronómico

• Despertar do turismo criativo

• Importância de eventos desportivos

Principais Tendências da Oferta

• Estabelecimento de parcerias e networking

• Vocação Web & Mobile

• Valorização do capital humano

• Alteração dos modelos de gestão hoteleira

• Desenvolvimento das companhias aéreas low cost

• Promoção dos destinos

Page 93: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

93 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo

•Envelhecimento da população/Turismo Sénior

Tendência Fatores críticos

Médio/longo prazo

•Novas necessidades e expetativas, que implicam o ajustamento da oferta.

•Valorização da qualidade do serviço e das infraestruturas hoteleiras.

• Relevância da segurança e dos serviços de apoio no destino (ex.: saúde).

•Muita importância do word of mouth (marketing boca-a-boca).

•Disponibilidade para viajar, elevado poder de compra e propensão para gastar.

•Aumento da estadia média e do gasto médio por turista.

•Importância do turismo de saúde e bem-estar, cultural e religioso.

Curto prazo

* **

Impacto nos Açores

•Aumento do número de viagens de curta

duração

•Aumento dos city breaks (estadia de curta duração em cidades).

•Repartição das férias por mais períodos e aproveitamento de pequenos períodos (ex.: fins

de semana) para shorts trips.

•Diminuição da estadia média e procura por diversidade de experiências.

•Crescimento aliado às oportunidades proporcionadas pelas companhias aéreas low cost.

** ***

•Importância da sustentabilidade ambiental

•Maior consciencialização dos turistas para a proteção e preservação ambiental.

•Implementação de novas filosofias e novos padrões de consumo (ex.: go green).

•Desenvolvimento de produtos e serviços ecofriendly.

•Aumento da eficiência energética e diminuição da pegada ecológica.

•Maior propensão para atividades na natureza e turismo ativo.

*** ***

•Alteração do perfil do turista

•Surgimento de novos segmentos e nichos de mercado (ex.: sénior, multigeracional, solteiros,

visita a familiares emigrantes, millenials, shopping …).

•Novas expetativas e desejos, com maior propensão para o consumo.

•Muito bem informados, com preferência por serviços e produtos personalizados.

* **

Principais tendências do Turismo: Procura

Page 94: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

94 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo

•Aumento de turistas oriundos de economias

emergentes

Tendência Fatores críticos

•Novos perfis de consumo e de expetativas.

•Desafios culturais e de comunicação.

•Nova classe média muito exigente e valorizadora da qualidade do serviço.

•Favorecimento do destino de férias e das experiências como fator de status social.

* **

•Crescimento do Bleisure (business+leisure)

•Aproveitamento de viagens de trabalho e negócios para o lazer.

•Particularmente relevante em zonas urbanas e de concentração de empresas.

•Resulta da globalização dos negócios e da atividade empresarial.

•Gasto médio por turistas superior à média, mas com estadia média reduzida.

* *

•Preferência por companhias aéreas low cost

•Preços de viagens mais reduzidos, com mais rotas e maior periodicidade de voos.

•Favorecimento de city breaks, turismo de negócios e viagens de curta duração.

•Facilidade de chegar a destinos outrora inacessíveis financeiramente.

** ***

•Força da Web & Mobile

•Imediatismo e facilidade no acesso a informação de múltiplas fontes.

•Afirmação das redes sociais (social media) e da disseminação de informação.

•Importância crescente dos reviews (de especialistas e de outros turistas) em sites

especializados e nas redes sociais (ex.: TripAdvisor).

•Capacidade de personalizar a experiência da viagem e aumento do DIY (do it yourself).

•Comparação de preços e serviços, privilegiando o last minute booking.

** ***

•Preocupações com a saúde e bem-estar

•Novos hábitos alimentares e filosofias de vida, como vegetarianismo, produtos biológicos e

exercício físico.

•Expetativas de serviços e soluções adequadas a essas necessidades.

•Valorização do culto pela beleza e dos cuidados com o corpo.

•Procura do relaxamento, dos spas e do bem-estar físico e espiritual.

* ***

Médio/longo prazo Curto prazo

Impacto nos Açores

Page 95: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

95 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo

•Procura pelas viagens de cruzeiro

Tendência Fatores críticos

Médio/longo prazo

•Segmento de mercado com idade superior a 45 anos.

•Diversidade de rotas e experiências a bordo.

•Reconhecimento de destinos para futuras visitas mais prolongadas.

•Expetativa de adequação das infraestruturas de suporte e dos serviços à saída dos navios.

Curto prazo

** ***

Impacto nos Açores

•Crescimento do turismo gastronómico

•Procura de conhecimento por novos sabores e diversidade de experiências.

•Advento da culinária no show biz.

•Nova vaga da alta cozinha.

•Interesse em eventos mundiais de culinária e gastronomia.

* **

•Despertar do turismo criativo

•Valorização da arte, da arquitetura, do património e da genuinidade cultural.

•Procura de locais e obras marcantes.

•Expetativa do novo e da surpresa artística.

•Participação em experiências criativas, deixando o cunho pessoal.

•Multiplicação de nichos de elevado valor acrescentado (ex.: turismo científico).

* **

•Importância de eventos desportivos

•Participação ou acompanhamento de eventos desportivos.

•Elevado efeito multiplicador local em eventos de média/longa duração.

•Valorização de características únicas para a prática de determinados desportos (ex.: ondas

classificadas e o surf).

•Vários nichos de mercados associados: profissionais; amadores; associações; federações;

escalões de formação; competições (locais, regionais, nacionais, internacionais).

* ***

Page 96: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

96 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo

•Estabelecimento de parcerias e networking

Tendência Fatores críticos

Médio/longo prazo

•Necessidade de agir em esforços concertados entre vários players da promoção e oferta de

serviços turísticos.

•Redução de ineficiências e otimização de recursos na captação de turistas.

•Implementação de novos modelos de negócios adequados às constantes alterações do

mercado.

Curto prazo

*** ***

Impacto nos Açores

•Vocação Web & Mobile

•Desenvolvimento dos canais de venda direta e adequação à progressiva desintermediação

(intensificação das OTA - online travel agencies).

•Perceção do comportamento da procura e aceitação do paradigma do DIY.

•Profissionalização e disciplina da gestão de conteúdos online e de redes sociais.

•Reforço das competências de marketing online.

•Ajustamento dos meios disponíveis online ao novo perfil do turista.

** ***

•Valorização do capital humano

•Aposta na formação especializada e aumento da exigência de habilitações mínimas.

•Valorização de competências e desenvolvimento da capacidade de comunicação.

•Multiplicidade de experiências e conhecimento de novos mercados.

•Implementação de serviços profissionalizados de alta qualidade.

* ***

•Alteração dos modelos de gestão hoteleira

•Redução de margens operacionais.

•Segmentação pronunciada.

•Maiores esforços de marketing.

•Elevada concorrência de serviços substitutos (ex.: hostels, turismo rural,…)

•Maior relevância da personalização da oferta , dos hotéis de charme e dos boutique hotels.

** ***

Principais tendências do Turismo: Oferta

Page 97: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

97 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo

•Desenvolvimento das companhias aéreas low

cost

Tendência Fatores críticos

Médio/longo prazo

•Crescimento do número de rotas e progressivo aumento do poder de escolha.

•Melhoria significativa da qualidade do serviço.

•Privilégio à venda direta, evitando a intermediação.

•Desenvolvimento de bases de operações locais.

Curto prazo

** ***

Impacto nos Açores

•Promoção dos destinos

•Aumento significativo da concorrência a nível mundial.

•Desenvolvimento do branding e difrenciação dos destinos.

•Melhoria das acessibilidades a destinos remotos.

•Intensificação da segmentação e surgimento de novos destinos e experiências turísticas.

•Melhoria da experiência local e dos serviços integrados na cadeia de valor.

** ***

Page 98: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

4. Caracterização e

Desenvolvimento Turístico do

Concelho da Ribeira Grande

Page 99: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

99 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Índice

1. Apresentação 7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98

4.1. Evolução da Atividade Turística 101

4.1.1. Oferta e Procura 102

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico 111

4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico 120

4.1.4. Análise SWOT 127

4.2. Enquadramento Urbanístico do Desenvolvimento Turístico do Concelho 133

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 134

4.2.2. Património Arquitetónico Local 146

4.3. Recursos e Atrações Turísticas 192

4.4. Condições de Suporte da Atividade Turística 215

4.5. Visão e Objetivos Estratégicos 229

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor 235

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento 292

4.8 Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos 305

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321

6. Considerações Finais 332

7. Bibliografia 339

8. Anexos 346

Page 100: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

100 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

4.

Historicamente, o turismo tem sido uma atividade económica de relevo

relativamente incipiente no concelho da Ribeira Grande. No entanto, existe

muito trabalho realizado em alguns produtos, nomeadamente no turismo

cultural. Para a adequada projeção estratégica do desenvolvimento turístico

do concelho, procedeu-se a um trabalho centrado em três grandes

componentes: diagnóstico, conceção estratégica e plano de ação.

Em termos de diagnóstico, procedeu-se, numa primeira fase, a um estudo

focado nas dinâmicas de mercado, identificando as características da oferta e

da procura e procurando perceber o grau de preparação do concelho para a

atividade turística. Em seguida, aplicou-se uma análise ao enquadramento

urbanístico e aos recursos e atrações turísticas existentes.

Com base em toda esta informação, estruturaram-se as principais diretrizes

estratégicas, os produtos turísticos que deverão configurar a oferta do

concelho e a atuação de marketing territorial. Note-se que se privilegiou uma

abordagem objetiva e holística, procurando a projeção do destino como um

todo, que integra vários produtos diferenciadores e valorizadores da

experiência do turista na Ribeira Grande.

Procurando uma manifestação tangível e consequente daquilo que foi

definido estrategicamente e que perspetiva o desenvolvimento turístico

local, concebeu-se adicionalmente um plano de ação, com indicação

concreta de medidas a implementar, completando ciclo de planeamento.

Page 101: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

101 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1. Evolução da Atividade Turística

Um dos fatores fundamentais para promover o desenvolvimento da

atividade turística é o acesso à informação e a relevância técnica da mesma.

Reconhecendo esta importância, as entidades internacionais e nacionais que

regulam e operam neste setor têm desenvolvido inúmeros esforços para o

devido acompanhamento da atividade, produção e publicação rápida de

informação e facilitação, aos restantes agentes, de dados que permitam o

conhecimento das dinâmicas do mercado e das tendências locais, nacionais e

internacionais. Este investimento na produção de informação é um dado

revelador da maturidade do setor do turismo e da relevância histórica para a

economia de uma determinada localização. Neste sentido, a realidade que se

encontra atualmente no concelho da Ribeira Grande é paradigmática, uma

vez que existem poucos dados oficiais que permitam caracterizar e perceber

a evolução do turismo, nomeadamente nas dinâmicas referentes à procura.

Efetivamente, apesar do enorme potencial endógeno existente no concelho,

em particular em algumas zonas agregadoras de condições ótimas para

determinadas atividades, a parca e frágil informação disponível demonstra a

pouca relevância atribuída, até agora, ao turismo para o desenvolvimento

económico da Ribeira Grande. Na realidade, o turismo é uma nova aposta,

que pretende expandir horizontes no crescimento e progresso sustentado

local, capitalizando os recursos endógenos e o potencial existente, pelo que

se procedeu a uma recolha e análise de dados transversal, integrando a

oferta e a procura.

4.1. Evolução da Atividade Turística

Page 102: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

102 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1. Evolução da Atividade Turística

Caracterização da Oferta

Devido à complexidade da cadeia de valor do turismo e à tipologia dos

diferentes tipos de impacto que cada atividade proporciona no seu

funcionamento, importa observar a oferta sob várias perspetivas. Na Ribeira

Grande, ressalve-se o foco em três atividades básicas, designadamente

alojamento, animação e restauração.

Ao nível do alojamento, uma das atividades centrais da principal cadeia de

valor do turismo, existe grandes limitações. Os dados oficiais do INE apontam

para a existência de apenas dois estabelecimentos hoteleiros no concelho,

uma oferta que se mantém estagnada desde 2005. Refira-se que um

complexo de apartamentos turísticos com 18 apartamentos – Aparthotel

Encosta do Mar – entrou em funcionamento em 2004, mas entretanto

encerrou. Esta é uma clara evidência da fraca qualificação e disponibilidade

da oferta de alojamento existente. Em comparação com os outros concelhos

dos Açores, a Ribeira Grande posiciona-se numa situação competitiva muito

deficitária, apresentando menos soluções (e com menor qualificação) do que

concelhos substancialmente mais pequenos. É uma situação que deixa o

concelho dependente do alojamento disponível nos restantes concelhos da

ilha de São Miguel, em particular em Ponta Delgada, não permitindo fixar o

turista e, por conseguinte, captar o consumo.

Não obstante, há uma outra face desta realidade, uma vez que existem

várias unidades de alojamento local e de turismo em espaço rural que

diversificam a oferta e, de certo modo, a direcionam para uma tipologia

diferenciada. Estas unidades aumentam, obviamente, a oferta existente, mas

de forma limitada à dimensão e capacidade empreendedora de cada

proprietário, aportando, igualmente, menor impacto ao nível do efeito

económico multiplicador.

2013 2007 2002

Total Açores 80 81 62

Vila do Porto 4 4 2

Lagoa 4 4 2

Nordeste 0 1 1

Ponta Delgada 25 29 22

Povoação 4 3 2

Ribeira Grande 2 2 1

Vila Franca do Campo 2 2 2

Angra do Heroísmo 10 10 8

Praia da Vitória 9 7 5

Santa Cruz da Graciosa 3 3 3

Calheta 1 0 0

Velas 2 2 2

Lajes do Pico 2 2 2

Madalena 3 2 2

São Roque do Pico 0 1 1

Horta 5 6 5

Lajes das Flores 0 0 0

Santa Cruz das Flores 3 3 2

Corvo 1 0 0

Tabela 18 – Estabelecimentos hoteleiros nos Açores, por concelho

Fonte: INE (2015)

4.1.1. Oferta e Procura

Page 103: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

103 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

No sentido de se conhecer, então, a real capacidade de alojamento do

concelho, procedeu-se a um levantamento exaustivo de todas as unidades

existentes, junto de diversas entidades. Não obstante, esta foi uma das

primeiras dificuldades encontradas e reveladora da fragilidade da informação

disponível para os turistas.

Foram consultados dados provenientes de cinco canais diferentes,

registando-se que a informação apresentou sempre diferenças, algumas

significativas, em todos eles. Analisaram-se documentos recolhidos junto do

Posto de Turismo da Ribeira Grande, no site da Direção Regional do Turismo,

na lista de alojamento local da Direção Regional do Turismo, no site

turismo.cm-ribeiragrande.pt e no site www.visitribeiragrande.com. Com

efeito, constatou-se que a informação recolhida junto do Posto de Turismo

da Ribeira Grande é a mais atualizada e correta, apesar de ainda conter

omissões.

Este paradigma dificulta, notoriamente, o trabalho de análise ao nível do

planeamento, mas é também uma debilidade no que concerne à informação

para o turista. Note-se que há listas onde surgem unidades de alojamento já

extintas ou contactos incorretos. Estas lacunas limitam, obviamente, a

confiança do turista e a credibilidade da informação turística local.

Para diminuir a margem de erro na análise à oferta de alojamento atual,

procedeu-se ao cruzamento da informação das diversas fontes de

informação e à respetiva triagem. Posteriormente, exploraram-se todos os

contactos telefónicos disponíveis, procurando recolher e confirmar a

informação disponível. No final, concebeu-se uma lista harmonizada, que

difere necessariamente de todas as outras, mas que poderá não estar isenta

de omissões, dadas as evidentes lacunas de informação existentes. De modo

a exemplificar toda situação, revelam-se todas as listas consultadas nos

quadros seguintes.

4.1. Evolução da Atividade Turística

Designação Tipologia Quartos Camas

António Vasco Vieira Neto Viveiros Moradia 2 4

Casa A Fadinha Moradia 2 5

Casa Cor-de-Rosa Moradia 1 2

Casa da Canada/Villa Rural Moradia 2 4

Casa do Mar Moradia 2 6

Casa do Porto Formoso Moradia 3 6

Casa do Rosário Moradia 3 6

Casa dos Cedros Moradia 2 4

Costa Norte-Guest House Quartos 3 9

Lúcia da Conceição de Melo Pereira Garcia Moradia 4 8

Mãe de Água Moradia 0 2

Pico do Cavaco Moradia 2 4

Quinta de São João Moradia 1 2

Quinta do Castanheiro Moradia 4 6

Quinta do Tanque Estabelecimento de Hospedagem 2 4

Quinta dos Bravos Estabelecimento de Hospedagem 4 11

Vivenda Xavier Moradia 3 6

Tabela 19 – Lista da Direção Regional do Turismo de estabelecimentos de alojamento

local na Ribeira Grande

Fonte: DRT (2015)

Page 104: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

104 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1. Evolução da Atividade Turística

Designação Tipologia

A Quinta - Casas de Campo Turismo no Espaço Rural

Casa das Calhetas Turismo de Habitação

Casa de Campo-Fátima Díonisio Turismo no Espaço Rural

Casa do Pico Arde Turismo no Espaço Rural

Herdade de Nª Sra. das Graças Turismo no Espaço Rural

Hotel-Apartamentos Encosta do Mar Turismo no Espaço Rural/Turismo de Habitação

Pensão (R) Ribeira Grande Turismo no Espaço Rural/Turismo de Habitação

Quinta do Pico do Refúgio Turismo no Espaço Rural

Solar de L´Além Turismo de Habitação

Tabela 20 – Unidades de alojamento elencadas no site da Direção Regional do Turismo

Fonte: DRT (2015)

Tabela 21 – Unidades de alojamento listadas no site turismo.cm-ribeiragrande.pt

Designação Tipologia

A Quinta - Casas de Campo Turismo no Espaço Rural

Casa A Fadinha Residenciais

Casa Cor-de-Rosa Alojamento Local

Casa da Canada/Villa Rural Alojamento Local

Casa da Encosta Turismo no Espaço Rural

Casa das Calhetas Turismo no Espaço Rural

Casa de Santa Lúzia Residenciais

Casa do Pico Arde Turismo no Espaço Rural

Herdade de Nª Sra. das Graças Turismo no Espaço Rural

Pensão (R) Ribeira Grande Alojamento com Pequeno Almoço

Pico do Cavaco Alojamento Local

Quinta das Laranjeiras Campismo

Quinta de Santana Turismo no Espaço Rural

Quinta de São João Alojamento Local

Quinta do Pico do Refúgio Turismo no Espaço Rural

Quinta dos Bravos Alojamento Local

Solar de L´Além Turismo no Espaço Rural

Vivenda Xavier Alojamento Local

Fonte: turismo.cm-ribeiragrande.pt (2015)

Tabela 22 – Unidades de alojamento listadas no site www.visitribeiragrande.com

Designação Tipologia

A Quinta - Casas de Campo Alojamento Turístico

Casa A Fadinha Alojamento Local

Casa Cor-de-Rosa Alojamento Local

Casa da Canada/Villa Rural Alojamento Local

Casa das Calhetas Alojamento Turístico

Casa de Hóspedes Santa Rita Alojamento Local

Casa do Lagar Alojamento Turístico

Casa do Pico Arde Alojamento Turístico

Casa do Porto Formoso Alojamento Local

Casa do Rosário Alojamento Local

Herdade de Nossa Sra. das Graças Alojamento Turístico

Mãe de Água Alojamento Local

Pensão (R) Ribeira Grande Alojamento Turístico

Pico do Cavaco Alojamento Local

Quinta da Ladeira Alojamento Local

Quinta da Saúde Alojamento Turístico

Quinta das Laranjeiras Alojamento Turístico

Quinta de Santana Alojamento Turístico

Quinta de São João Alojamento Local

Quinta do Castanheiro Alojamento Local

Quinta do Pico do Refúgio Alojamento Turístico

Quinta do Tanque Alojamento Local

Quinta dos Bravos Alojamento Local

Solar de L´Além Alojamento Turístico

Vivenda Xavier Alojamento Local

Fonte: www.visitribeiragrande.com (2015)

Page 105: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

105 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Cruzando e filtrando os dados apresentados pela Câmara Municipal da

Ribeira Grande (CMRG), no site VisitRibeiraGrande (o site mais atualizado),

pelo Posto de Turismo e pela Direção Regional do Turismo (DRT), no site

oficial do Governo Regional dos Açores, constata-se que existem, no total, 26

unidades de alojamento, incluindo um parque de campismo (julga-se que

será um número por defeito, mas a triagem e filtragem da informação

apenas permitiu chegar a esta quantidade).

As unidades de alojamento local são predominantes, representando 50% da

oferta, seguidas das unidades de turismo rural. Nesta última tipologia, é de

salientar a existência de uma unidade de agroturismo – Herdade de Nossa

Senhora das Graças – uma das poucas existentes nos Açores e que permite

efetivamente alguma diferenciação.

4.1. Evolução da Atividade Turística

Tabela 23 – Lista de unidades de alojamento fornecida pelo

Posto de Turismo da Ribeira Grande

Fonte: Posto de Turismo da Ribeira Grande (2015)

Designação Tipologia Quartos Camas Apartamentos

Quinta de Santana-Apartamentos Turísticos Turismo em espaço Rural/Apart. Turísticos 26 - 21

A Quinta-Casas de Campo Turismo em espaço Rural-Casa de Campo 4 8 -

Solar de Lalém Turismo em espaço Rural 10 20 -

Casa de Campo-Fátima Dionísio Turismo em espaço Rural-Casa de Campo 4 8 -

Casa do Pico Arde Turismo em espaço Rural 5 10 -

Herdade Nª Senhora das Graças Turismo em espaço Rural-Agro Turismo 6 12 -

Quinta do Pico do Refúgio Turismo em espaço Rural 8 16 -

Casa das Calhetas Turismo de Habitação 3 5 -

Pensão (R) Ribeira Grande Empreendimentos Turísticos-Pensão (R) 3ª 6 12 -

Casa Cor de Rosa Alojamento Local 1 2 -

António Manuel Cabral Botelho Sebastião Alojamento Local 2 5 -

Quinta do Tanque Alojamento Local 2 4 -

Pico do Cavaco Alojamento Local 2 6 -

Costa Norte-Guest House Alojamento Local 3 9 -

Vivenda Xavier Alojamento Local 2 6 -

Quinta de São João Alojamento Local 1 2 -

Casa da Encosta Alojamento Local 2 2 -

Pedro Mendes Alojamento Local 2 5 -

Mãe d'Água Alojamento Local 1 2 -

Quinta do Castanheiro Alojamento Local 2 2 -

Quinta dos Bravos Alojamento Local 4 11 -

Quinta da Saúde Alojamento Local 4 7 -

Quinta das Laranjeiras Alojamento Local 30 90 -

Casa do Porto Formoso Alojamento Local 3 6 -

Total 133 250 21

Gráfico 44 – Unidades de alojamento na Ribeira Grande por tipologia

Fonte: CMRG/DRT (2015)

Turismo no espaço rural

7 Turismo de habitação

2

Alojamento local 13

Empreendimentos Turísticos

1

Apartamentos Turísticos

2

Parque de Campismo

1

Page 106: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

106 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Dada a dimensão territorial do concelho e a organização em 14 freguesias,

importa analisar a localização das várias unidades de alojamento,

percebendo o grau de dispersão existente. Verifica-se que a Zona Poente é

aquela que mais unidades concentra, com particular destaque para as

freguesias de Rabo de Peixe (seis) e Calhetas (cinco). As cinco freguesias que

delimitam a cidade da Ribeira Grande – Ribeira Seca, Santa Bárbara,

Conceição, Matriz e Ribeirinha – agregam no total nove unidades de

alojamento. Entre a freguesia do Porto Formoso e a da Lomba de São Pedro

apenas existem quatro unidades, o que torna a Zona Nascente do concelho

bastante deficitária em oferta de alojamento e na consequente capacidade

de atração e retenção de turistas.

Analisando com maior detalhe, verifica-se que as unidades existentes são

realmente de pequena dimensão. As maiores estão localizadas na freguesia

da Maia (Solar de Lalém) e em Rabo de Peixe (Quinta de Santana e Quinta do

Pico do Refúgio). No total apurado, estão apenas disponíveis 336 camas no

concelho da Ribeira Grande, sendo 114 delas (33,93%) pertencentes ao

empreendimento Quinta de Santana. Trata-se de um cenário que limita

substancialmente a escolha do consumidor. É, ainda, necessário ter em

consideração que, numa parte considerável desta oferta, a venda é feita por

casa ou apartamento e não por quarto, elevando o esforço financeiro

associado à estadia e segmentando o público-alvo.

Refira-se, ainda, que está a ser preparada uma nova unidade de alojamento

que irá promover uma melhoria significativa relativamente à oferta

existente. O projeto Eco Beach Resort Santa Bárbara prevê um investimento

de cerca de 2 milhões de euros, com um total de 14 unidades (7

apartamentos T1 e 7 apartamentos T2), o que corresponderá a um máximo

de 70 camas, 42 fixas e 28 convertíveis. É um projeto que se localiza nas

imediações da Praia de Santa Bárbara, freguesia da Ribeira Seca, e que estará

muito direcionado para o turismo de praia e de desportos náuticos, com

especial foco no nicho do surf. O empreendimento integrará outras

valências, mas a qualificação da oferta de alojamento será o grande marco

deste projeto.

4.1. Evolução da Atividade Turística

5

2

6

0

2 1

1

2

4 2

0 1

0

0

Calhetas

Pico da Pedra Rabo de

Peixe Santa Bárbara

Ribeira Seca

Conceição

Matriz

Ribeirinha

Porto Formoso

São Brás

Maia

Lomba da Maia

Fenais da Ajuda

Lomba de São Pedro

Figura 10 – Número de unidades de alojamento na Ribeira Grande por freguesia

Fonte: CMRG/DRT (2015)

Page 107: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

107 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1. Evolução da Atividade Turística

No que concerne à animação turística é de assinalar que a oferta existente

noutros concelhos, nomeadamente Ponta Delgada, contempla o

desenvolvimento da atividade também na Ribeira Grande. Assim, a análise

recai sobre os agentes que estão identificados no site da DRT com uma

morada ou unidade comercial no concelho da Ribeira Grande. Neste grupo

incluíram-se três tipologias de atividade: animação turística, atividades

náuticas e rent-a-car.

O reduzido número de agentes comprova o fraco dinamismo da atividade

turística no concelho. Porém, as atividades de animação são predominantes,

sabendo-se que os sete agentes registados se subdividem do seguinte modo:

uma empresa de aluguer de bicicletas, uma empresa de pedestrianismo e

turismo de natureza, uma empresa de mergulho e pedestrianismo e quatro

agentes de tours personalizados em táxi/carrinha.

Nome Freguesia Tipologia Quartos Camas Apartamentos Casas

A Quinta - Casas de Campo Rabo de Peixe Turismo no Espaço Rural 4 5 - 3

Casa A Fadinha Matriz Alojamento Local 1 3 - 1

Casa Cor-de-Rosa Calhetas Alojamento Local 1 1 1 -

Casa da Canada/Villa Rural Ribeirinha Alojamento Local 2 4 - 1

Casa das Calhetas Calhetas Turismo de Habitação 3 3 - -

Casa de Campo-Fátima Dionísio Calhetas Turismo no Espaço Rural 4 5 1 1

Casa de Hóspedes Santa Rita Matriz Alojamento Local 6 6 - -

Casa do Lagar Calhetas Turismo no Espaço Rural 3 3 - -

Casa do Pico Arde Conceição Turismo no Espaço Rural 4 10 4 -

Casa do Porto Formoso Porto Formoso Alojamento Local 3 6 - -

Costa Norte-Guest House Matriz Alojamento Local 3 9 - -

Eco-Beach Resorts Santa Bárbara Ribeira Seca Apartamentos turísticos - 70 14 -

Herdade de Nª Sra. das Graças Lomba da Maia Turismo no Espaço Rural 4 8 - -

Mãe de Água Matriz Alojamento Local 1 2 - 1

Pensão (R) Ribeira Grande Conceição Empreendimentos Turísticos 9 12 - -

Pico do Cavaco Rabo de Peixe Alojamento Local 2 4 - -

Quinta da Saúde Ribeira Seca Turismo no Espaço Rural 3 3 1 1

Quinta das Laranjeiras Rabo de Peixe Parque de Campismo 62 - - -

Quinta de Santana Rabo de Peixe Apartamentos turísticos 32 114 25 -

Quinta de São João Rabo de Peixe Alojamento Local 1 1 - -

Quinta do Castanheiro Pico da Pedra Alojamento Local - 4 - 1

Quinta do Pico do Refúgio Rabo de Peixe Turismo no Espaço Rural - 24 8 -

Quinta do Tanque Calhetas Alojamento Local 2 4 - -

Quinta dos Bravos Pico da Pedra Alojamento Local 8 12 - -

Solar de L´Além Maia Turismo de Habitação 10 20 - -

Vivenda Xavier Porto Formoso Alojamento Local 3 3 - -

Total 115 336 54 9

Tabela 24 – Informação detalhada das unidades de alojamento na Ribeira Grande1

1 Lista resultante do cruzamento e filtragem de informação da DRT e da CMRG e consulta direta aos responsáveis das unidades de alojamento identificadas.

2 Quartéis de tendas

Animação 7

Atividades náuticas 3

Rent-a-car 1

Gráfico 45 – Agentes (n.º) de animação turística por tipo de atividade na Ribeira Grande

Fonte: DRT (2015)

Page 108: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

108 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1. Evolução da Atividade Turística

O setor da restauração é aquele que apresenta maior oferta na Ribeira

Grande. É uma atividade tradicionalmente reconhecida no concelho, com

vários restaurantes de cozinha regional e pratos típicos, que se têm afirmado

na gastronomia micaelense. No entanto, os efeitos da crise financeira

afetaram a atividade, com alguns estabelecimentos a cessarem o serviço e a

não surgirem novos elementos para diversificação da oferta. Note-se que

está a ser desenvolvido e implementado um “Roteiro Gastronómico”, que

valoriza esta atividade na Ribeira Grande e que possibilitou um lugar nos três

finalistas do concurso “Terra de Culinária” organizado pela APTECE -

Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia, Turismo de

Portugal e DGARD – Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Para complementar esta análise, há ainda a considerar os dados do INE que

demonstram o número de empresas existentes em alguns dos setores

relacionados com o turismo. Note-se que o setor da restauração e similares é

aquele que mais empresas contabiliza, sendo notória a diminuição entre

2007 e 2012. Ressalve-se, ainda, o número reduzido de empresas no setor do

alojamento em comparação com as unidades existentes, o que poderá

indiciar a exploração de várias unidades em nome pessoal.

Por último, há ainda a notar que a promoção e comunicação dos vários

agentes é, na generalidade, de baixa qualidade. Para muitas unidades de

alojamento não existem sites, alguns estão apenas na versão portuguesa,

muitos estão desatualizados, revelam amadorismo e pouco cuidado de

imagem e tratamento de informação. Também se constata que são poucos

os referenciados em redes como o TripAdvisor ou o Airbnb. Para além disso,

vários contactos, sobretudo telefónicos, estão errados. Tudo isto dificulta,

obviamente, a aquisição da confiança do turista e o processo de venda, pelo

que é, notoriamente, um aspeto a corrigir e a melhorar.

Atividade Económica 2007 2012

Alojamento 12 11

Restauração e similares 136 121

Agências de viagem, operadores turísticos, outros serviços de reservas 2 2

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 44 54

Gráfico 25 – Número de empresas com sede na Ribeira Grande por atividade económica

relacionada com o turismo

Fonte: INE (2015)

Page 109: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

109 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1. Evolução da Atividade Turística

Caracterização da Procura

A informação relativa à procura é ainda mais escassa do que a relativa à

oferta. Na verdade, para o concelho da Ribeira Grande há apenas dados do

INE referentes a 2010, enquanto vários outros concelhos dos Açores

apresentam informação permanente há vários anos. Por outro lado, o Posto

de Turismo da Ribeira Grande apresenta alguns dados, que, embora não

permitam grandes conclusões, promovem algumas interpretações

pertinentes.

Analisando o número de hóspedes por concelho, verifica-se que a Ribeira

Grande não está a explorar o seu potencial turístico. Os únicos dados

disponíveis são relativos a 2010, que indicam apenas 482 hóspedes em

estabelecimentos hoteleiros. Dada a reduzida oferta hoteleira do concelho,

este é um registo natural. Poder-se-ia assumir que, devido à oferta existente

em Ponta Delgada, haveria mais dificuldade em captar interessados para a

Ribeira Grande, mas se analisarmos os dados relativos a outros concelhos da

ilha de São Miguel, como Lagoa ou Povoação, é notório que há algo por

explorar. Como consequência, o número de dormidas é também reduzido:

apenas 1.788 em 2010. 2007 2010 2013

Região Autónoma dos Açores 350.829 347.902 333.446

Vila do Porto 9.100 9.215 6.610

Lagoa 9.182 10.405 6.481

Nordeste - - 0

Ponta Delgada 175.603 182.125 172.311

Povoação 10.814 10.226 9.928

Ribeira Grande - 482 -

Vila Franca do Campo - - 8.912

Angra do Heroísmo 51.639 42.434 41.880

Vila da Praia da Vitória 13.374 13.030 19.690

Santa Cruz da Graciosa 3.420 5.644 4.193

Calheta 0 0 -

Velas - - -

Lajes do Pico - - -

Madalena - - 13.490

São Roque do Pico - - 0

Horta 39.866 36.678 33.589

Lajes das Flores 0 0 0

Santa Cruz das Flores 3.158 5.050 5.405

Corvo 0 0 -

Tabela 26 – Hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros nos Açores por concelho

Fonte: INE (2015)

2002 2007 2010 2013

Região Autónoma dos Açores 777.935 1.184.375 1.035.031 1.054.102

Vila do Porto - 24.657 23.933 21.061

Lagoa (R.A.A) - 54.440 57.643 32.421

Nordeste - - - 0

Ponta Delgada 431.472 705.287 593.336 622.142

Povoação - 33.409 28.497 30.070

Ribeira Grande - - 1.788 -

Vila Franca do Campo - - - 39.293

Angra do Heroísmo 66.547 125.892 100.029 108.606

Vila da Praia da Vitória 28.873 30.405 31.478 38.342

Santa Cruz da Graciosa 9.976 8.012 16.043 10.943

Calheta (R.A.A.) 0 0 0 -

Velas - - - -

Lajes do Pico - - - -

Madalena - - - 32.654

São Roque do Pico - - - 0

Horta 75.821 91.627 81.032 77.054

Lajes das Flores 0 0 0 0

Santa Cruz das Flores - 8.259 14.229 13.136

Corvo 0 0 0 -

Tabela 27 – Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros nos Açores por concelho

Fonte: INE (2015)

Page 110: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

110 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1. Evolução da Atividade Turística

Curiosamente, a estadia média em 2010 foi ligeiramente maior na Ribeira

Grande (3,7 noites) do que em Ponta Delgada (3,3 noites) e do que no global

dos Açores (3,1 noites). Apenas a Lagoa superou estes valores (5,5 noites). A

análise destes dados ao longo do tempo seria substancialmente mais

importante, de modo a verificar as tendências de cada indicador e a

comparação entre os concelhos e com o global regional. Não obstante, há

que reter que estes dados não revelam informação sobre o turismo rural e

alojamento local (a principal oferta de alojamento na Ribeira Grande), que,

certamente, espelhariam uma realidade diferente. A intensificação do

esforço de recolha de informação junto destas unidades seria muito

relevante e traria benefícios no planeamento e preparação turística do

concelho.

Os dados registados no Posto de Turismo da Ribeira Grande indicam um

número crescente de turistas que procuram este serviço nos últimos cinco

anos. Apesar de não serem dados que permitam conclusões inequívocas,

estes registos poderão indiciar um crescimento da procura turística no

concelho, nomeadamente na cidade da Ribeira Grande. Um dos dados de

maior interesse é a liderança dos turistas de nacionalidade alemã desde

2012. No entanto, há uma tendência de descida do seu número, apesar da

Alemanha ser atualmente (e desde 2009) o principal mercado estrangeiro

emissor para os Açores. Destaque, ainda, para a redução do número de

turistas de Portugal Continental, que já não figuram nos três primeiros

lugares, e que é, também, um reflexo da diminuição recente do número de

turistas portugueses nos Açores.

Gráfico 46 – Turistas que procuraram o Posto de Turismo da Ribeira Grande

3.127

3.862 3.949

4.671 4.739

2010 2011 2012 2013 2014

855 836 798

464 462 456 375 394

307

2012 2013 2014

Tabela 47 – Turistas que procuraram o Posto de Turismo da Ribeira Grande, por

nacionalidade (top 3)

Fonte: Posto de Turismo da Ribeira Grande (2015)

Page 111: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

111 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

A avaliação à qualidade de um destino turístico reflete-se numa avaliação à

oferta (no seu todo), tornando, assim, a procura (os turistas) o avaliador

ideal. Deste modo, foi estruturado um inquérito para aplicar junto de uma

amostra aleatória dos turistas que visitaram a ilha de São Miguel, procurando

a sua apreciação a vários elementos da oferta turística dos Açores e do

concelho da Ribeira Grande em concreto.

Foram recolhidas 132 respostas validadas, durante o mês de março de 2015.

O erro probabilístico associado à amostra é de 9% para um intervalo de

confiança de 90%. O número de inquéritos recolhidos e o consequente erro

associado à amostra foram condicionados pelo desenvolvimento do trabalho

na época baixa do turismo regional, com a agravante de se processar no

período que antecedeu o início das operações das companhias aéreas low

cost Ryan Air e Easy Jet.

O inquérito integrava 33 questões estruturadas de acordo diferentes

objetivos de análise, procurando, fundamentalmente, informações sobre os

seguintes tópicos:

• Informação sobre a viagem: com o intuito de perceber como se processou

a viagem para os Açores, qual o seu objetivo e caraterísticas da estadia;

• Informação sobre o processo de planeamento e decisão da viagem: com o

objetivo de perceber a facilidade de recolha de informação relativa ao

destino e a origem da ideia de viajar para os Açores;

• Informação sobre a estadia no concelho da Ribeira Grande: para aferir as

atividades realizadas e as atrações visitadas, bem como quais os principais

fatores diferenciadores do concelho;

• Informação sobre a satisfação do visitante: para avaliar o grau de

satisfação do turista relativamente à sua passagem pelo concelho da

Ribeira Grande, quer em termos genéricos, quer em termos específicos.

Os principais dados a extraídos do questionário são apresentados

resumidamente em formato infográfico, revelando os elementos que

realmente se destacam nas características da procura.

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

Page 112: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

112 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

96,8%

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

Informação sobre a viagem

54,6% iniciaram as viagens em Portugal (27,3%) ou Alemanha (27,3%)

79,2% nunca tinham estado nos Açores

91,3% apenas visitam uma ilha

29,9% têm um estadia de 7 dias 92,3%

vêm passar férias

54,1% são acompanhados por familiares adultos

41,8% são acompanhados por amigos adultos

78,2% ficam sempre na mesma unidade de alojamento

3,2%

86,4% Ficam num hotel ou apart-hotel

78,3% visitam o concelho da Ribeira Grande, mas…

78,7% não ficam alojados nenhuma noite no concelho

46,0% Apenas passam um dia na Ribeira Grande

46,0%

0

1

2

3

4

5 ou mais

Page 113: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

113 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

Informação sobre o planeamento da viagem

39,6% não concorda nem discorda e 28,6% concorda 54,7% concorda e 34,0% concorda totalmente

51,0% concorda e 21,0% concorda totalmente

49,0% concorda e 29,0% concorda totalmente

45,2% concorda e 31,2% não concorda nem discorda

Alojamento

Animação

Atrações

Infraestruturas

Custo de vida

Tradições

Gastronomia

49,5% não concorda nem discorda

55,2% concorda

52,4% concorda

41,1% não concorda nem discorda e 26,7% concorda

36,3% não concorda nem discorda e 36,3% concorda

52,3% não concorda nem discorda

55,8% não concorda nem discorda

43,0% não concorda nem discorda e 33,7% concorda

37,6% não concorda nem discorda e 37,6% concorda

Açores Ribeira Grande

38,0% Recomendação de familiares/amigos

35,7% Informação na internet

Encontrou facilmente informação sobre?

3 principais critérios de decisão para viajar

para os Açores:

93,7% Natureza/Paisagem

44,1% Clima

32,3% Preço da viagem

Page 114: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

114 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

Atividades no concelho da Ribeira Grande

As principais atividades realizadas são:

2.º

1.º

3.º

4.º

5.º

70,4% Visitas a museus e locais culturais/religiosos

53,9% Trilhos pedestres

26,1% Visitas a feiras e eventos

25,2% Praia

69,4% Lagoa do Fogo

63,0% Fábrica de Chá da Gorreana

58,3% Caldeira Velha

52,8% Caldeiras da Ribeira Grande

39,8% Centro da cidade/zona histórica

Principais atrações visitadas:

75,5% Considera que a Paisagem Natural é o principal elemento diferenciador do concelho da Ribeira Grande

47,1% O Sossego/Tranquilidade é o segundo elemento de diferenciação

Page 115: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

115 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

Satisfação com o destino Ribeira Grande

66,7% Atribui nota 10 à sua satisfação

Paisagens

9,3 Média da satisfação

44,0% Atribui nota 10 à sua satisfação

Simpatia dos Profissionais

8,4 Média da satisfação

41,4% Atribui nota 10 à sua satisfação

Simpatia da População Local

8,4 Média da satisfação

38,5% Atribui nota 10 à sua satisfação

Atividades na Natureza

8,4 Média da satisfação

29,6% Atribui nota 10 à sua satisfação

Segurança

8,0 Média da satisfação

29,3% Atribui nota 10 à sua satisfação

Relação Qualidade-Preço

8,0 Média da satisfação

Maior satisfação: Menor satisfação:

56,0% Atribui nota de 1 a 5

Entretenimento

5,4 Média da satisfação

51,4% Atribui nota de 1 a 5

Animação Noturna

5,6 Média da satisfação

48,9% Atribui nota de 1 a 5

Atividades Culturais

5,8 Média da satisfação

69,4% Atribui nota de 5 a 8

Atividades Náuticas

6,5 Média da satisfação

63,5% Atribui nota de 5 a 8

Conservação dos Edifícios

6,7 Média da satisfação

58,3% Atribui nota de 5 a 8

Locais e Oferta Comercial

6,9 Média da satisfação

Page 116: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

116 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

Satisfação com o destino Ribeira Grande

As expetativas forma superadas em:

80,9% Afirmam que as Paisagens superaram as expetativas

55,7% Afirmam que a Simpatia dos Profissionais superou as expetativas

54,9% Afirmam que a Simpatia da População Local superou as expetativas

53,2% Afirmam que as Atividades na Natureza superaram as expetativas

52,4% Afirmam que a Limpeza da Via Pública superou as expetativas

50,6% Afirmam que a Preservação Ambiental superou as expetativas

36,0% Dão nota 8 à satisfação global com o concelho da Ribeira Grande

28,0% Dão nota 9

Em média, a satisfação global com o concelho da Ribeira Grande é 8,16.

42,3% Afirmam que provavelmente voltarão aos Açores nos próximos 5 anos

40,7% Afirmam que provavelmente voltarão à Ribeira Grande nos próximos 5 anos

31,5% De certeza voltarão

20,4% De certeza voltarão

Page 117: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

117 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

Satisfação com o destino Ribeira Grande

As melhorias que gostariam de ver no regresso:

36,1% Programas de Aventura

36,1% Trilhos pedestres

25,0% Mais eventos de animação cultural e turística

20,8% SPA

20,8% Turismo náutico

Novos projetos a implementar no concelho:

33,3% Melhor sinalização nas estradas e nas atrações turísticas

25,3% Melhores vias públicas e passeios

25,3% Maior oferta de alojamento

25,3% Nada. Está tudo bem.

19,4% Termalismo

20,8% Estruturação de rotas

Page 118: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

118 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Principais conclusões

De um modo geral, os resultados do inquérito confirmam algumas das

informações recolhidas junto de diversas fontes consultadas, em particular

de agentes do setor turístico regional e concelhio. Para além de uma

avaliação transversal à oferta, recolheram-se igualmente dados importantes

sobre as expetativas e interpretações da procura, que permitem projetar o

planeamento estratégico do setor.

O principal motivo da visita aos Açores são as férias, resultando em viagens

com acompanhantes (familiares ou amigos). Normalmente, permanecem

apenas numa unidade de alojamento. Nota-se a necessidade de atrair o

turista desde o processo de planeamento da sua viagem para os Açores.

No que respeita especificamente à Ribeira Grande, constata-se a parca oferta

de alojamento e a consequente baixa percentagem de visitantes do concelho

que fica alojada em unidades locais. Além disso, evidencia-se a baixa

capacidade de retenção dos turistas, tornando-se num destino de passagem,

uma vez que a maioria apenas perspetiva passar apenas um dia no concelho.

É também relevante frisar que é mais fácil encontrar informação sobre os

Açores do que sobre o concelho da Ribeira Grande. As informações que se

encontram mais facilmente são relativas à gastronomia, tradições e atrações

turísticas. Este é um ponto importante, uma vez que comprova a dificuldade

de “vender” o destino e chegar de modo sustentado e atrativo ao

consumidor.

As principais atividades desenvolvidas na Ribeira Grande são as visitas a

museus e a locais culturais e religiosos, seguidos dos trilhos pedestres. No

entanto, as principais atrações turísticas visitadas são ligadas à natureza –

Lagoa do Fogo, Caldeira Velha e Caldeiras – e à indústria (nomeadamente a

Fábrica de Chá da Gorreana). Repare-se que a oferta cultural, ao nível das

atrações, está bastante desenvolvida na Ribeira Grande, com uma grande

diversidade de museus e unidades culturais. Pelo contrário, a oferta de

animação de natureza, particularmente no que concerne à natureza hard

(ex.: aventura) está muito pouco estruturada, o que condiciona,

naturalmente, o tipo de atividades realizadas pelos turistas.

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

Page 119: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

119 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Os principais elementos considerados como diferenciadores do concelho da

Ribeira Grande são a paisagem e o sossego/tranquilidade. Refira-se que a

identificação clara destes dois elementos é bastante importante, pois

potencia as bases para a definição da proposta de valor do destino. Note-se,

ainda, que os fatores que causam maior satisfação nos turistas estão

relacionados com a natureza e com a hospitalidade, revelando, de forma

inequívoca, características que proporcionam a qualificação do destino. Por

outro lado, a menor satisfação advém da parca estruturação da oferta, em

particular da falta de entretenimento, incipiente animação noturna e

escassas atividades culturais (situação particularmente notória na época

baixa). De um modo geral, a satisfação global com o destino é elevada e com

grande probabilidade de regresso, revelando o grande potencial turístico

existente e a eventual capacidade de criação de valor inerente, caso se

desenvolva uma oferta estruturada e adequada ao concelho.

Projetando o futuro, surgem claras indicações para a necessidade de

melhorar a sinalização, a oferta de alojamento e as atividades de

entretenimento de forma geral. Na realidade, analisando de forma objetiva,

alguns destes elementos são centrais na qualificação da oferta turística, pois

estão presentes na cadeia de valor principal. Por último, o desenvolvimento

de programas de aventura, de mais trilhos pedestres, de atividades culturais,

de bem-estar e náuticas, para além de estruturação de rotas, são projetos a

implementar para aumentar a atratividade do destino.

Em suma, nota-se a importância da natureza para o turismo do concelho,

definindo-a como o grande fator diferenciador e o elemento que maior

impacto causa junto dos turistas. No entanto, é de ressalvar que a

preservação desta é fundamental, assim como a devida estruturação e

melhoria contínua dos produtos e atividades turísticas com ela relacionados.

Refira-se, ainda, que o espaço cultural é atualmente o mais desenvolvido e

deverá ser mais capitalizado, de uma forma organizada e dinâmica. Repare-

se, por exemplo, na mais-valia singular das plantações de chá, as únicas da

Europa, com uma tradição secular e que despertam a curiosidade dos

turistas.

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

Page 120: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

120 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico

No sentido de obter uma visão próxima da realidade e que atendesse às

várias atividades e dinâmicas influenciadas pelo setor do turismo, após uma

análise de benchmark, procurou-se recolher indicações diretamente de

vários agentes (locais e regionais) a operar neste setor. Foi concebida uma

extensa lista de empresários, operadores e agentes turísticos, que

expressaram as suas opiniões sobre múltiplas questões relativas ao estado

atual e perspetivas futuras do desenvolvimento turístico no concelho da

Ribeira Grande. Os principais tópicos abrangidos sustentam-se nas seguintes

dimensões essenciais:

1. Perspetiva Estratégica do Turismo

2. Potencialidades e Dificuldades

3. Tipologias de Atividade Turística

4. Elementos Estruturais

5. Linhas Orientadoras de Desenvolvimento

De notar que se adotaram diferentes abordagens técnicas, consoante o

tópico em análise, de modo a investigar informações complementares. Para

os tópicos 1, 2, 5 e 6 apresentaram-se perguntas abertas, procurando ideias

e argumentações estruturadas. Para os tópicos 3 e 4, privilegiou-se uma

classificação quantitativa de vários fatores, conduzindo a uma análise mais

objetiva e facilitadora de conclusões concretas.

1. Perspetiva Estratégica do Turismo

A generalidade dos agentes consultados entende que o turismo é um setor

fundamental para o desenvolvimento futuro do concelho da Ribeira Grande,

em particular, e dos Açores, em geral. Considerando a atual conjuntura e os

efeitos profundos da crise económico financeira, o turismo é entendido

como um elemento determinante para alterar a base económica da Ribeira

Grande, um concelho muito afetado com o declínio do setor da construção

civil, complementando o atividade agrícola, piscatória e industrial.

4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico

Page 121: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

121 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico

Apesar do potencial natural que a torna um dos concelhos da Região mais

atrativos para o turista, a Ribeira Grande apresenta grandes lacunas a vários

níveis, denotando falta de preparação para a aposta estratégica neste setor,

sobretudo no setor público. Não obstante, têm sido empenhados esforços

importantes para alterar este paradigma e criar condições de base, sendo o

desenvolvimento de um plano estratégico entendido como um passo

fundamental para esse fim.

Em sequência, é entendido que a evolução do concelho neste ramo de

atividade deverá estar alinhada com o trabalho aplicado para o destino

“Açores”, promovendo parcerias sinergéticas e simbióticas, e ser parte ativa

de uma oferta integrada e geradora de valor para a Região. Contudo, será

essencial promover a diferenciação da oferta turística local e apresentar

produtos e atividades que marquem a diferença no mercado e sejam capazes

de atrair e reter os turistas na Ribeira Grande. De ressalvar que todo este

desenvolvimento deverá promover a sustentabilidade ambiental, a proteção

dos recursos e a preservação das tradições e da cultura local.

2. Potencialidades e Dificuldades

A vivência diária com a realidade do concelho permite aos agentes do setor

turístico uma análise pragmática do contexto operacional. Deste modo, a

informação recolhida facilita uma análise detalhada, o diagnóstico e a

prospetiva, que será apresentada posteriormente na análise SWOT.

Ressalve-se, porém, que são apontadas, de forma quase unânime, algumas

características que tornam o concelho extremamente atrativo e capaz de

aproveitar novas oportunidades como a liberalização do espaço aéreo

regional e o início das operações das companhias aéreas low cost. A

natureza, o mar, a cultura, o potencial termal e o enquadramento industrial

são referidos recorrentemente como as grande mais-valias da Ribeira

Grande. Por outro lado, as principais debilidades manifestam-se, sobretudo,

na inexistência de uma estratégia para o setor, que resulta na falta de

estruturação da oferta, na parca informação e na escassez de promoção

turística, a que se soma um baixo índice de empreendedorismo e dinamismo

na iniciativa privada e alguns focos de degradação social.

Page 122: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

122 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico

3. Tipologia de Atividades Turística

Decorrendo das considerações relativamente às grandes potencialidades

turísticas do concelho da Ribeira Grande, os agentes do setor consultados

apresentam indicações bastante claras no que concerne à tipologia das

atividades turísticas que devem marcar a oferta local e o posicionamento no

mercado. Estas indicações podem, inclusivamente ser “hierarquizadas”,

apresentando prioridades de desenvolvimento e estruturação da oferta.

O Turismo de Natureza é encarado pelos especialistas como o produto

turístico por excelência da Ribeira Grande. Numa avaliação de 1 a 5, sendo 1

indicativo de “sem importância” e 5 indicativo de “muito importante”, a

avaliação média da importância estratégica desta tipologia é de 4,85, sendo

que 85% dos especialistas avaliam-na como muito importante, o que a leva a

destacar-se de todas as restantes opções. De notar que a tipologia de

turismo de aventura (por definição enquadrada na componente de Turismo

de Natureza) é também entendida como um fator importante, configurando

já uma perceção do que deverá ser o posicionamento da oferta turística do

concelho. Esta é uma indicação inequívoca que, juntamente com a avaliação

aos recursos e atrações turísticas locais, deverá nortear o planeamento do

desenvolvimento do destino turístico “Ribeira Grande”.

Seguidamente, a cultura, a gastronomia, a saúde e bem-estar e o turismo

sénior são, no entendimento dos agentes do setor turístico, os produtos a

desenvolver no concelho da Ribeira Grande. De notar a grande

complementaridade que existe em vários destes produtos, o que favorece o

desenvolvimento de uma aposta integrada e a estruturação não só de

produtos per si, mas essencialmente de uma experiência transversal e

sinergética. Ainda assim, é necessário notar que para definir adequadamente

esta oferta, será necessário ter em conta as principais tendências do

mercado e o potencial de crescimento de cada um dos segmentos em causa.

Numa última dimensão, o turismo desportivo, industrial e de negócios

recolhem algumas indicações. Note-se que o concelho da Ribeira Grande já

detém um posicionamento e reconhecimento internacional bastante

interessante no turismo desportivo (sobretudo devido à prática de surf) e um

enorme potencial no turismo industrial, que poderão elevar a importância

destes produtos.

Page 123: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

123 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico

4. Elementos Estruturais

Procurando recolher uma avaliação crítica a algumas condições de base e

fatores de atratividade do concelho que permitisse compreender pontos

fundamentais de diferenciação e outros onde é necessária uma intervenção,

recolheu-se junto dos agentes entrevistados a sua perspetiva relativamente a

33 elementos estruturais. Deste trabalho, destaca-se a identificação de

fatores de grande importância para a estruturação da oferta, mas também se

detetam várias dimensões onde é necessário introduzir melhorias

substanciais para poder aumentar a qualidade do destino.

As paisagens são, de forma destacada e praticamente unânime, o grande

fator diferenciador do concelho. Note-se que é, novamente, um fator

relacionado com a natureza e que potencia o desenvolvimento de produtos

turísticos neste segmento. Note-se que contribuem, ainda, para a valorização

do destino fatores como acessos às atrações turísticas, atividades na

natureza e culturais, a gastronomia, os museus, as zonas balneares e a

preservação ambiental.

Por outro lado, é de referir que o alojamento e os fatores relacionados com a

animação, no qual se incluem entretenimento, animação noturna, atividades

náuticas, qualidade dos serviços e sinalização, são os mais criticados e

classificados com desempenhos mais fracos. Daqui se depreende a

incapacidade de capitalizar alguns segmentos de elevador valor, como o

turismo náutico.

5. Linhas Orientadoras de Desenvolvimento

A visão de futuro para o desenvolvimento turístico do concelho da Ribeira

Grande é também muito similar entre os vários agentes turísticos

consultados. Em termos globais, é evidente a perceção que os projetos a

implementar devem estar adequados à dimensão do concelho, mantendo,

no entanto, uma ambição de afirmação e diferenciação no espaço regional e

a capacidade de mobilização da iniciativa privada. Por outro lado, existem, a

montante, necessidades de investimentos públicos estruturantes.

Page 124: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

124 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico

O desenvolvimento da oferta de alojamento, a elevação da respetiva

qualidade e a adequação dos projetos neste âmbito a uma estratégia de

diferenciação são elementos transversais às opiniões dos agentes

consultados. É notória a preocupação de melhorar este aspeto, uma vez que

a Ribeira Grande, quer no centro da cidade quer na periferia, apresenta

graves lacunas a este respeito. No entanto, deverá ser promovida a

diferenciação da oferta face à existente em Ponta Delgada, optando-se pelo

charme, ruralidade e proximidade.

Existem, igualmente, várias indicações para melhorar a atratividade da

Ribeira Grande e a capacidade para reter turistas, ocupando-os com

atividades que potenciem a criação de valor local. A melhoria contínua dos

espaços culturais, das infraestruturas públicas de apoio e dos transportes

públicos, a aposta em produtos diferenciadores como o wellness, a

estruturação de rotas, a intensificação das atividades culturais, náuticas e de

algumas festividades, como a Feira Quinhentista ou as Cavalhadas, a

melhoria da sinalização e a inovação na restauração assumem importância

capital para a qualificação do destino.

Numa dimensão a montante, há indicações que requerem uma atenção

especial da Câmara Municipal e de todas as instituições públicas que zelam

pelo desenvolvimento socioeconómico do concelho. A educação cívica da

população, a formação de recursos humanos qualificados, a segurança

pública e a sustentabilidade ambiental são fatores críticos que urge atender.

Sem uma boa performance nestes elementos, toda a restante estruturação e

planeamento será frágil. Note-se que, por exemplo, os Açores promovem

fatores diferenciadores relacionados com um destino quase imaculado,

hospitaleiro e cândido, o que significa que a existir problemas de segurança

pública, falta de educação e civismo ou focos de degradação associados à

toxicodependência, estes irão, certamente, diferenciar pela negativa o local e

inviabilizar os esforços de atratividade.

Page 125: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

125 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico

Resumo de indicações relevantes

Condições estruturantes

• Melhorar a educação cívica da população.

• Melhorar a segurança pública e diminuir assaltos a viaturas de turistas.

• Melhorar a limpeza de atrações turísticas e espaços naturais.

• Melhorar os serviços de saúde locais.

• Potenciar a formação especializada, através da Escola Profissional.

• Assegurar a sustentabilidade ambiental e as condições naturais das

atrações turísticas com o aumento do número de turistas.

• Estimular a iniciativa privada, concebendo benefícios fiscais para

empresas e agentes turísticos

Transportes públicos e infraestruturas de apoio

• Complementar a oferta de transportes públicos do centro da cidade à

zona nascente do concelho (ex.: utilização de minibus).

• Afirmar o novo porto de Rabo de Peixe como uma marina/porto de

recreio de referência, em equipamento e serviços, desde que criadas as

condições necessárias.

• Desenvolver uma rede de ciclovias e passeios pedonais.

• Requalificar a orla costeira da cidade, prosseguindo a construção do

Passeio Atlântico.

• Melhorar substancialmente o sistema de sinalização turística (quer das

indicações para chegar aos locais quer dos próprios locais).

• Desenvolver espaços de estacionamento para viaturas turísticas (táxis,

autocarros, minibus, minivans, jeeps, etc.)

• Reabilitação e conservação de imóveis e atrações turísticas nos centros

urbanos, melhorado o centro histórico.

• Construção de casas de banho públicas no centro da cidade, miradouros e

pontos de interesse.

Oferta Turística

• Promover a transversalidade com outras áreas de atividade, como a

agricultura e a pesca.

• Diferenciar a oferta através dos recursos endógenos, construindo roteiros

e percursos turísticos.

• Estimular o turismo de natureza e aventura.

• Potenciar o recurso “mar” e preparar uma melhor oferta de atividades,

incluindo a náutica de recreio (ex.: iatismo), whale & dolphin watching e

mergulho.

• Desenvolver e capitalizar atividades diferenciadas e inseridas no meio

social e cultural nas diferentes freguesias do concelho, procurando lógicas

de complementaridade e não de concorrência.

• Introduzir programas de animação de rua e desenvolvimento da oferta

comercial e de restauração, criando valor e capacidade de retenção.

Page 126: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

126 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico

• Implementar atividades interativas nos museus.

• Reativar as termas das Caldeiras e estruturar uma aposta estratégica no

termalismo e bem-estar.

• Manter, melhorar e intensificar a promoção de festividades e

manifestações culturais, como a Feira Quinhentista, as Cavalhadas e o

Festival do Monte Verde.

• Estruturar um roteiro e/ou festival gastronómico, como forma de

amenizar os efeitos da sazonalidade.

• Conceção de um roteiro industrial e respetiva preparação das unidades

nele integradas.

• Reabilitação dos moinhos de água e criação de um roteiro cultural.

• Reabilitar a Praia do Monte Verde, sem comprometer o centro histórico.

• Desenvolver os esforços de marketing e promoção turística do concelho.

• Melhorar a informação disponível para o turista.

• Estimular atividades diferenciadoras como o balonismo ou a aviação de

lazer (através da recuperação do aeródromo de Santana).

• Potenciar a prática desportiva e a organização e receção de eventos

desportivos como já acontece com o surf.

Alojamento

• Estimular a diferenciação das unidades de alojamento.

• Favorecer pequenas unidades de alojamento, enquadradas na paisagem e

adequadas ao contexto rural, agrícola e costeiro.

• Perspetivar um hotel próximo do mar (é uma necessidade eventualmente

já colmatada com o Santa Bárbara Eco-Beach Resort).

• Necessidade de hotel 3 ou 4 estrelas ou hotel de charme no centro da

cidade.

• Apostar numa unidade de alojamento como hostel ou pousada da

juventude perto ou no centro da cidade.

• Desenvolver unidades de alojamento com instalações termais.

• Potenciar o turismo rural, nomeadamente na zona nascente.

• Desenvolver um parque de campismo integrado em zonas naturais.

Notoriamente, a Ribeira Grande tem um imenso potencial turístico e existem

inúmeros projetos, perfeitamente identificados, que poderão potenciar a

qualidade enquanto destino turístico. A definição de uma estratégia clara e a

agregação de esforços entre o público e o privado são elementos

fundamentais para o desenvolvimento turístico do concelho e respetiva

afirmação regional.

Page 127: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

127 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.4. Análise SWOT

4.1.4. Análise SWOT

Pontos Fortes (Strenghts) Impacto Tendências

Elevado Médio Reduzido ↗ = ↘

•Localização do concelho, no “coração da ilha” e confinando com os restantes cinco concelhos da ilha e com o mar

•Beleza e paisagens naturais

•Atrações naturais únicas – Lagoa do Fogo, Lagoa de São Brás, Salto do Cabrito, Caldeira Velha, Ponta do Cintrão

•Áreas protegias e integração na Reserva Ecológica Regional e Reserva Natura 2000

•Ruralidade pronunciada em várias localidades

•Posto de turismo funcional e capacidade de interação com os turistas

•Praias de grande qualidade, nomeadamente Areal de Santa Bárbara e Praia dos Moinhos

•Abundância de água (lagoas, ribeiras, mar, termas, nascentes)

•Recursos termais e geotérmicos

•Exploração da energia geotérmica

•Manifestações vulcânicas

•Rede de trilhos pedestres regionais e municipais

•Excelentes condições para a prática de surf e desportos náuticos

•Património cultural material e imaterial

•Rede de museus e espaços culturais

•Património imóvel (ex.: solares)

•Festividades religiosas e profanas únicas

•Património religioso

•Diversidade de fábricas e unidades industriais

•Únicas plantações de chá da Europa

•Boas acessibilidades

•Gastronomia e restauração

•Aplicação com informação turística para smartphones

•Artesanato de grande qualidade e tradição

•Existência da Associação de Turismo da Ribeira Grande (ATURG)

•Existência de uma Escola Profissional com capacidade para adequar a oferta formativa

Page 128: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

128 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.4. Análise SWOT

Pontos Fracos (Weaknesses) Impacto Tendências

Elevado Médio Reduzido ↗ = ↘

•Falta de formação no setor do turismo dos recursos humanos locais

•Baixa qualidade e capacidade de resposta das infraestruturas de apoio existentes

•Desagregação e falta de estruturação da oferta, que dificulta a retenção dos turistas

•Proximidade de Ponta Delgada, que concentra a maioria da oferta de alojamento hoteleiro

•Fraca sinalização de ruas, espaços comerciais, monumentos, museus e atrações turísticas

•Oferta de alojamento muito reduzida e desagregada

•Falta de informação em várias línguas para o turista, quer antes da chegada quer após a chegada ao destino

•Inexistência de uma estratégia de desenvolvimento turístico do concelho

•Parca articulação entre esforços públicos e privados, que acabam por concorrer entre si em algumas situações

•Má preparação e apresentação do centro histórico para acolher e cativar os turistas

•Presença recorrente de lixo nos principais locais e atrações turísticas

•Baixa iniciativa empreendedora e capacidade de surgimento de empresas de animação turística

•Fraca ou inexistente animação noturna

•Incapacidade de desenvolvimento de ofertas de entretenimento

•Focos de degradação social evidenciada por fenómenos associados à toxicodependência

•Diminuição da segurança, com assaltos a viaturas turísticas (ex.: rent-a-car)

•Formação cívica e mentalidade local não preparada para as dinâmicas turísticas

•Dificuldade de comunicação em outros idiomas

•Baixa qualidade da generalidade dos serviços, com fraco atendimento e receção

•Esforços de marketing e promoção pouco desenvolvidos, não articulados e sem uma estratégia definida

•Horários de museus e estruturas de apoio desajustados das necessidades da procura

•Deficiente identificação das carreiras e autocarros

•Baixo aproveitamento da transversalidade da atividade turística

•Falta de demarcação de trilhos de BTT

•Pouco desenvolvimento das atividades náuticas

•Espaços de estacionamento centralizados e adequados às rotas e roteiros turísticos

•Poucas evoluções na inovação da oferta comercial, gastronómica e de restauração

Page 129: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

129 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.4. Análise SWOT

Oportunidades (Opportunities) Impacto Tendências

Elevado Médio Reduzido ↗ = ↘

•Liberalização do espaço aéreo e início de operações das companhias aéreas low cost Easy Jet e Ryan Air

•Quadro comunitário de apoio 2014-2020

•Conceção do Plano Estratégico Regional para o Turismo em 2015

•Aumento da procura por emoções, experiências e vivências únicas

•Crescimento do turismo de saúde e bem-estar

•Aumento da procura internacional pelo turismo de natureza

•Importância crescente da sustentabilidade ambiental e do ecoturismo (integrado no turismo de natureza)

•Requalificação da orla costeira da cidade

•Integração da produção local e de produtos regionais em produtos turísticos como a gastronomia

•Desenvolvimento da oferta de alojamento local e turismo rural

•Criação de alojamento diferenciado, como hostel ou hotel de charme

•Promoção da inovação na restauração

•Organização de eventos e festas temáticas em várias épocas do ano (ex.: desporto, gastronomia, cultura, etc.)

•Estruturação de trilhos longos de mais de um dia (trekking)

•Fomento da animação de rua

•Promoção da transversalidade do turismo com a agricultura, a pesca e a indústria

•Crescente importância dos canais Web & Mobile na divulgação e consumo de informação turística

•Desenvolvimento de rotas e circuitos de curta, média e longa duração

Ameaças (Threaths) Impacto Tendências

Elevado Médio Reduzido ↗ = ↘

•Sazonalidade pronunciada, com maior procura no período estival tradicional (Verão)

•Riscos para a sustentabilidade de vários recursos naturais com aumento do número de turistas

•Incompreensão dos turistas relativamente à incipiente preparação do concelho para a atividade turística

•Desagregação da oferta do destino “Açores”, com concorrência entre ilhas, concelhos e localidades

•Fragilidades dos ecossistemas marinhos e terrestres, que configuram as principais atrações turísticas

•Dinâmicas sociais e económicas, especialmente em épocas de recuperação de crise, não adequadas ao correto

ordenamento do território e preservação do ambiente

Page 130: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

130 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.4. Análise SWOT

•Conceber produtos estruturados de turismo de natureza, capitalizando a beleza, as paisagens, as atrações naturais únicas, a abundância de água e a rede de trilhos do concelho, para corresponder ao aumento da procura internacional por estes produtos.

•Aproveitar a rede de trilhos e a localização no “coração da ilha” para desenvolver trilhos longos (com duração de mais de um dia), com locais de pernoita (ex.: campismo ou lodges) e estabelecendo uma ligação sinergética com outros concelhos.

•Preservar e valorizar as áreas protegidas da Serra de Água de Pau, correspondendo à importância crescente da sustentabilidade ambiental e do ecoturismo.

•Desenvolver uma oferta de alojamento diferenciada, adequada a cada localidade – centro da cidade com hotel de charme ou hotel 3 ou 4 estrelas e zonas rurais, nomeadamente zona nascente, com turismo rural – e transformando o concelho num local de “ancoragem” para os turistas, dada a sua proximidade, ligação direta a todos os restantes concelhos e qualidade das acessibilidades.

•Capitalizar a ruralidade pronunciada para desenvolver ofertas de alojamento local e rural e animação diferenciada (ex.: agroturismo), que correspondam à procura por experiências, vivências e emoções personalizadas.

•Aproveitar as manifestações vulcânicas e os recursos termais e geotérmicos do concelho para criar uma oferta diferenciada e de referência para o segmento do turismo de saúde e bem-estar.

•Valorizar as praias e as excelentes condições para a prática de surf e desportos náuticos para organização de eventos e competições desportivas e desenvolver mais atividades náuticas (ex. iatismo).

•Estruturar rotas temáticas e atividades interativas, capitalizando a rede de museus, o património religioso, cultural, imóvel, as festividades e outras características singulares, como as plantações de chá.

•Definir roteiros de turismo industrial, aportando valor para o turista e para as fábricas, empresas e unidades industriais.

•Estimular a animação de rua, integrando várias atividades interativas, mostras e vendas de artesanato, espetáculos espontâneos com artistas e jovens locais, gastronomia e restauração.

•Promover a transversalidade do turismo com as explorações agrícolas, com a comunidade e atividade piscatória e com as instalações industriais, valorizando a autenticidade local e o desenvolvimento integrado e simbiótico das atividades económicas.

•Aproveitar a liberalização do espaço aéreo e o início de operações de companhias aéreas low cost para estruturar uma oferta adequada às novas dinâmicas de procura turística e penetrar em segmentos em grande crescimentos (ex.: turismo de natureza e turismo de saúde e bem-estar).

•Utilizar o novo enquadramento comunitário 2014-2020 para desenvolver a oferta turística, potenciar e preservar recursos naturais e promover a transversalidade das áreas definidas na RIS3 para os Açores (Turismo, Agricultura e Mar).

•Intensificar o desenvolvimento de informação turística, aproveitando o know-how existente na equipa do Posto de Turismo, a existência da ATURG e capitalizando recursos já funcionais, como a aplicação para smartphones.

•Estruturar meios diversificados (site, redes sociais, apps, newsletters, vídeos, e-papers, catálogos, jogos, etc.) para aproveitar a facilidade de circulação da informação no meio digital e a crescente importância do Web & Mobile para o consumo de informação turística.

•Valorizar o papel da ATURG como elemento dinamizador e orientador do setor do turismo na Ribeira Grande, reforçando as sinergias entre poder público e iniciativa privada, e favorecendo a formação de um focus group ou até mesmo de um cluster (consoante a maturação e massa crítica da iniciativa).

•Desenvolver uma oferta formativa de qualidade no setor do turismo (animação, alojamento, etc.) através da Escola Profissional da Ribeira Grande.

Estratégias de Desenvolvimento

(S-O)

Estratégias Genéricas

Strenghts Vs.

Opportunities

Page 131: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

131 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.4. Análise SWOT

•Aproveitar os recursos termais, instalações industriais, atrações e festividades culturais e religiosas para desenvolvimento de uma oferta turística capaz de diminuir a sazonalidade do destino.

•Desenvolver mecanismos (que poderão incluir o pagamento de entradas) que intensifiquem a preservação das atrações turísticas naturais, das áreas protegidas e reservas ecológicas, de modo a minimizar os impactos do aumento do número de turistas, particularmente em épocas de maior intensidade turística (verão), nos ecossistemas mais frágeis.

•Conceber a informação turística e o posicionamento do concelho com destaque para a autenticidade e ruralidade, procurando cativar os turistas através das características genuínas da população, amenizando a incompreensão com a incipiente preparação para a atividade turística.

•Aproveitar o know-how técnico da equipa do Posto de Turismo para preparar e implementar ações de formação, sensibilização e mobilização da população, agentes turísticos, empresas e serviços do concelho, de modo a dotá-los de mais e melhores técnicas de receção, cativação e desempenho.

•Potenciar a localização do concelho da Ribeira Grande para desenvolver produtos integrados com os restantes cinco concelhos (ex.: grande rota termal de São Miguel, da Ribeira Grande às Furnas), valorizando o destino “Açores” e promovendo uma relação sinergética em vez de concorrencial entre concelhos.

•Promover, de forma intransigente, a sustentabilidade ambiental e o correto ordenamento do território e acompanhar adequadamente o desenvolvimento da oferta turística, comercial e industrial no concelho, de modo a evitar a degradação de atrações e zonas turísticas de excelência.

•Desenvolver produtos turísticos de qualidade e um posicionamento forte nos segmentos em que exista um maior potencial local – como o turismo de natureza, turismo náutico, turismo de saúde e bem-estar e turismo cultural – diferenciando a oferta do concelho face aos restantes, mas capaz de promover a estruturação global da oferta do destino “Açores”.

•Aproveitar a existência da ATURG para promover uma intervenção permanente e profissionalizada na preparação técnica, implementação de medidas operacionais e monitorização das várias dinâmicas de desenvolvimento turístico do concelho.

•Capitalizar a Escola Profissional da Ribeira Grande para oferecer formação especializada, de média e curta duração, no setor do turismo, favorecendo a preparação dos diversos agentes do concelho.

Estratégias de Manutenção

(S-T)

Strenghts Vs.

Threats

Page 132: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

132 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.1.4. Análise SWOT

•Integrar e adequar o desenvolvimento turístico do concelho aos novos desígnios estratégicos (Turismo 2020 e Quadro Comunitário 2014-2020), capitalizando os recursos disponibilizados para melhorar as infraestruturas públicas de apoio, a formação dos recursos humanos do setor e a sinalização e qualificação de zonas e atrações turísticas.

•Aproveitar o expectável aumento da massa crítica de turistas que resulta do início de operações das companhas aéreas low cost para reestruturar e readequar a oferta turística, incluindo serviços de apoio, alojamento e animação turística.

•Estimular uma nova estratégia de relacionamento entre as entidades públicas, nomeadamente a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, para a promoção de eventos, animação de rua, entretenimento, animação noturna e transversalidade de vários setores de atividade económica.

•Promover a transversalidade e a inovação dos produtos turísticos, desenvolvendo uma oferta que valorize as mais-valias e os recursos endógenos do concelho com capacidade para atração e retenção de turistas.

•Estruturar rotas e circuitos de curta, média e longa duração, dentro dos centros urbanos e nas zonas rurais, e implementar ações de animação de rua, oferecendo experiências e vivências singulares e aumentando a capacidade de retenção dos turistas e de valorização do centro histórico da cidade da Ribeira Grande.

•Diferenciar a oferta de animação e de alojamento, eliminando potenciais dificuldades inerentes à proximidade geográfica com Ponta Delgada e oferecendo experiências que distingam o destino dos demais.

•Reforçar a aposta no desenvolvimento de soluções para os canais Web & Mobile, com mais e melhor informação detalhada em várias línguas (sobre atrações, rotas, festas, produtos, animação, atividades, empresas, etc.), e maior capacidade de promoção do destino.

•Assumir a sustentabilidade ambiental como valor intrínseco da comunidade e protetor dos recursos e da comunidade local, favorecendo a preservação das atrações naturais e a limpeza das mesmas.

•Aproveitar os recursos financeiros do Quadro Comunitário 2014-2020, nomeadamente o Sistema de Incentivos para a Competitividade Empresarial – Competir+, para estimular o empreendedorismo, a iniciativa privada e o desenvolvimento da oferta de alojamento e animação turística, em particular no turismo de natureza, nas atividades náuticas, no entretenimento, bem-estar e termalismo.

•Requalificação da orla costeira, com particular relevo para a construção do Passeio Atlântico, desenvolvendo uma zona turística de excelência e potenciadora do desenvolvimento de uma oferta renovada e inovadora de comércio e serviços, incluindo entretenimento, animação noturna e restauração, para além de elevar a qualidade de rotas turísticas e circuitos pedonais.

Estratégias de Crescimento

(W-O)

Weaknesses Vs.

Opportunities

•Desenvolver esforços de formação e sensibilização da população e dos diversos agentes turísticos para prepará-los para as exigências do setor e para a integração numa estratégia de hospitalidade e bem receber.

•Reforçar os avisos, a fiscalização e atuação junto de atrações turísticas e espaços naturais de modo a promover a limpeza dos mesmos, a sustentabilidade dos recursos e do ambiente e a segurança.

•Acompanhar ativamente as dinâmicas sociais, procurando evitar focos de degradação que comprometam recursos turísticos e a atratividade do destino.

•Desenvolver uma estratégia integrada que contemple o desenvolvimento do concelho e perspetive esforços de marketing e comunicação, permitindo a adequação ao destino “Açores” e minimize os impactos da sazonalidade.

•Promover condições para o desenvolvimento das atividades de animação turística em estado mais incipiente que se coadunem com as perspetivas estratégicas da Região, nomeadamente atividades náuticas, animação noturna e entretenimento.

•Adequar os horários e modelos de funcionamento de atrações turísticas, como museus e espaços culturais, e aproveitar a fácil transversalidade do turismo com outros setores de atividade para reduzir os impactos da sazonalidade.

Estratégias de Sobrevivência

(W-T)

Weaknesses Vs.

Threats

Page 133: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

133 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2. Enquadramento Urbanístico do Desenvolvimento Turístico do Concelho

O desenvolvimento económico e social do concelho da Ribeira Grande tem

estado historicamente associado à atividade industrial e ao setor primário,

fruto de uma riqueza natural ímpar. No entanto, ao longo do tempo, estas

dinâmicas favoreceram, igualmente, o surgimento de várias manifestações e

edifícios de elevado valor patrimonial, urbanístico e arquitetónico,

completados por referências religiosas.

A associação direta do património existente a este desenvolvimento confere

a todo o concelho um enquadramento histórico e cultural de incalculável

valor. Esta imaterialidade, o ambiente que potencia e a singularidade que

estimula conferem à Ribeira Grande a capacidade de desenvolvimento de

uma oferta e de uma dinâmica de atratividade diferenciadas no destino

“Açores”. São identificadas várias referências dentro do concelho que devem

ser potenciadas e integradas de forma estruturada na oferta global do

destino.

Compreendendo, igualmente, a configuração natural da Ribeira Grande e as

inerências resultantes do seu desenvolvimento, identificaram-se várias zonas

turísticas e de potencial turístico, perspetivando a tipologia dos projetos a

implementar em cada uma delas. Note-se que a assimetria, os recursos

disponíveis e as características peculiares que se encontram nas diversas

zonas do concelho, podendo representar alguns desafios, possibilitam

também inúmeras oportunidades para a diversificação da oferta.

4.2. Enquadramento Urbanístico do Desenvolvimento Turístico do Concelho

Page 134: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

134 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

O concelho da Ribeira Grande apresenta um elevado potencial turístico, com

uma grande diversidade de recursos. Atendendo ao enquadramento do

território foram identificadas dez áreas de grande interesse para o

desenvolvimento da oferta turística, sobretudo no que concerne ao

alojamento e equipamentos. A definição destas zonas teve em consideração

não só o enquadramento natural, mas também a posição geográfica a oferta

de instrumentos de animação nas zonas circundantes e a capacidade de

expansão e desenvolvimento futuro.

Cada área identificada foi devidamente relacionada com o PDM (quando

possível) e caracterizada com parâmetros urbanísticos e apontamento das

tipologias turísticas adequadas. Procedeu-se, ainda, a uma listagem do

património de interesse que está contido nessas áreas. Pontualmente,

identificaram-se exemplos de projetos estruturantes que podem ser

desenvolvidos em algumas das áreas de maior potencial.

Page 135: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

135 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia das Calhetas

Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

01. Área Turística das Calhetas Listagem da Área Turística

Solar da Boa Viagem

Hotel Pedras do Mar

Piscinas Naturais das Calhetas

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 136: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

136 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia das Calhetas/Pico da Pedra

Parâmetros Urbanísticos (art.º 55 da secção III, Capítulo II do PDM) •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

02. Área Turística do Campo de Golfe da Batalha Listagem da Área Turística

Campo de Golfe da Batalha

Casa de Habitação de Interesse Arquitetónico

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 137: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

137 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia da Ribeira Seca Unidade de Execução da Área Turística do Morro de Baixo

Parâmetros Urbanísticos (art.º 55 da secção III, Capítulo II do PDM) •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

03. Área Turística do Morro de Baixo Listagem da Área Turística

Praia de Santa Bárbara

North Shore Resort

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 138: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

138 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia da Ribeira Seca/Conceição Unidade de Execução da Área Turística do Monte Verde A área turística do Monte Verde, abrangida pelas freguesias urbanas da

Ribeira Seca e Conceição, é constituída pelo espaço urbano da cidade da

Ribeira Grande envolvente à Praia do Monte Verde, onde se destaca o

enquadramento paisagístico e a relação geográfica de proximidade com

o centro urbano que confere um elevado potencial na regeneração e

requalificação de toda a orla costeira. Trata-se de uma importante área

do território citadino, estratégica para o desenvolvimento da relação da

cidade com o mar, onde se prevê uma nova ocupação edificada segundo

os índices urbanísticos definidos no instrumento de gestão do território,

designadamente a Unidade de Execução do Monte Verde.

04. Área Turística do Monte Verde Listagem da Área Turística

Complexo das Piscinas Municipais das Poças

Praia do Monte Verde Praia da Santa Bárbara

Solar da Mafoma

Antiga Fábrica do Álcool Centro de Artes Contemporâneas

Museu Municipal Solar de São Vicente Ferreira

Convento de São Francisco Museu do Franciscanismo

Solar do Vencimento

Mercado Municipal Museu da Emigração

Pico Arde

Núcleo Antigo da Ribeira Grande

Moinho da Condessa

Casa do Arcano

Conjunto Habitacional (Rua dos Coelhos)

Solar dos Botelhos

Miradouro do Palheiro

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 139: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

139 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia da Ribeira Seca/Conceição Unidade de Execução da Área Turística do Monte Verde

Parâmetros Urbanísticos (art.º 51 da secção III, Capítulo II do PDM) •Índice de Ocupação Máxima (I.O.S)……………… 0,6 •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 1.0 •Número de Pisos…………………………………………... 4 •Cércea Máxima……………………………………….……. 12,5m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

Projetos – Referências de Serviços de Alojamento Turístico De acordo com os parâmetros urbanísticos da área turística em análise, prevê-se o

desenvolvimento de serviços de alojamento turístico distintos. Estes devem

potenciar o mar como elemento fulcral para agilizar o crescimento turístico. Deve-se

procurar desenvolver segmentos de mercado específicos, tal como o surf ou outros

desportos náuticos e a talassoterapia.

Palavras-chave: Mar – Frente Marítima – Talassoterapia – Surf

04. Área Turística do Monte Verde Apresenta-se um conjunto de apartamentos turísticos na Indonésia, como exemplo

para o segmento do surf.

Komune Resort Beach Club

Fonte: www.komuneresorts.com

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 140: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

140 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia da Conceição/Matriz

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

05. Área Turística do Pico Vermelho Listagem da Área Turística

Futura Piscina Termal

Salto do Cabrito

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 141: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

141 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia da Conceição

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

06. Caldeira Velha Listagem da Área Turística

Piscina Termal – Caldeira Velha

Miradouro da Lagoa do Fogo

Vale das Lombadas

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 142: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

142 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia da Matriz

Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

07. Área Turística das Caldeiras Listagem da Área Turística

Antigo Edifício Termal (em recuperação)

Central Hidroelétrica da Fajã do Redondo

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 143: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

143 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia do Porto Formoso (PDM: U.O.P.G. 5, AT4 – Área Turística da Ladeira da Velha)

Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

08. Área Turística do Porto Formoso Listagem da Área Turística

Praia dos Moinhos

Casa de Habitação – Antiga Casa do Povo

Complexo Agropecuário – À Ponta Formosa

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 144: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

144 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia da Maia (PDM: U.O.P.G. 6)

Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

09. Área Turística da Maia Listagem da Área Turística

Piscinas Naturais da Maia

Praia da Viola

Fábrica de Chá da Gorreana

Fábrica de Chá do Porto Formoso

Museu do Tabaco

Solar de Lalém

Moinhos da Viola

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 145: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

145 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Freguesia dos Fenais da Ajuda

Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

10. Área Turística dos Fenais da Ajuda Listagem da Área Turística

Monte dos Fenais de Vera Cruz

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

Page 146: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

146 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

4.2.2. Património Arquitetónico Local

Um dos mais importantes ativos culturais, históricos e valorizadores do

concelho da Ribeira Grande é o seu património arquitetónico. Inúmeros

edifícios e monumentos apresentam traços únicos, com testemunhos

singulares de diferentes épocas de desenvolvimento. Esta riqueza material,

que se encontra subaproveitada, poderá configurar um fator de atratividade

muito relevante se devidamente estruturada e conservada.

Compreendendo a importância que o património imóvel da Ribeira Grande

pode representar para o desenvolvimento da oferta turística e para a

valorização do destino, procedeu-se à sinalização e caracterização do

património arquitetónico de relevância e com maior potencial de integrar

uma oferta atrativa. Dentro do turismo cultural, poderão ser explorados

vários nichos e desenvolvidas vários produtos e atividades relacionados com

este património, incluindo a criação de rotas temáticas (industrial, religiosa,

histórica, etc.) que permitam prolongar a estadia (e o consumo) local dos

turistas.

Note-se, no entanto, que muito desse património está degradado,

necessitando de uma intervenção cuidada e um acompanhamento

aprimorado para configurar uma efetiva mais-valia para o destino.

Page 147: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

147 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

01. Solar da Boa Viagem ou Solar das Calhetas

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [009]

•Localização: Calhetas, Rua da Boa Viagem, 2

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

•Categoria: -

•Época de Construção: Século XVIII/ Século XIX

•Utilização Atual: Turismo de Habitação e Convento (das Clarissas)

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Resolução n.º18/93, de 11 de Fevereiro

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Público

•Propriedade: Privada e Privada de Uso Público

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um

edifício de habitação (o solar propriamente dito), construções anexas e

jardins envolventes. O edifício de habitação é composto por um corpo mais

antigo, retangular, situado na esquina da Travessa do Morgado com a Rua

da Boa Viagem, e por outro em forma de "U", cujo braço norte encosta ao

tardoz do corpo rectangular e que se articula em torno de um pátio

encerrado por um muro, na Travessa do Morgado, onde se situa o pórtico

principal de entrada […]

Page 148: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

148 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

02. Casa de Habitação – Rua Maria do Céu, 1, 3

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [012]

•Localização: Pico da Pedra, Rua Maria do Céu, 1, 3

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XVIII/Século XIX

•Utilização Atual: Habitação

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: -

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Casa de habitação de grandes dimensões

situada no canto posterior direito de um recinto quadrangular, murado, com

uma zona ajardinada à frente da fachada principal e um conjunto de

construções anexas delimitando o lado esq. da propriedade. A casa é,

actualmente, constituída por dois corpos dispostos em "L", correspondendo

ao braço mais pequeno do "L" um anexo de construção mais recente. A

fachada principal, simétrica, é constituída por três módulos que obedecem a

um esquema geométrico e proporcional […]

Page 149: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

149 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

03. Quinta de Nossa Senhora dos Prazeres

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [023]

•Localização: Pico da Pedra, Rua João Luísa Pacheco da Câmara, 41

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

•Categoria: -

•Época de Construção: Século XV/ Século XVII

•Utilização Atual: Habitação, lazer e apoio à atividade agropecuária

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Resolução n.º 174/2002, de 24 de outubro

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Público

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística formada por duas

casas de habitação, sete construções anexas de apoio à agricultura, ermida,

“teatro" (império), pátio, jardins e campos de pasto e cultivo.

As casas e os anexos principais dispõem-se em torno de um pátio rectangular

lajeado, ficando a ermida e o " teatro " numa zona mais afastada,

sobranceira ao conjunto, acessível também directamente do exterior.

O " teatro" é uma pequena construção de planta rectangular, aberta na

frente e do lado esquerdo e assente num "pódio" elevado sobre três degraus.

A sua configuração assemelha-se a um templo, com cobertura de duas águas

em telha de meia-cana tradicional e beiral simples. Na fachada principal a

arquitrave é suportada pelos pilares/cunhais e por duas colunas de secção

quadrada que enquadram a entrada. Na fachada lateral esquerda há

também duas colunas de secção quadrada a suportar a arquitrave, mas são

mais curtas por assentarem num murete. As colunas, os pilares e a arquitrave

são em pedra à vista. O pavimento é lajeado […]

Page 150: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

150 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

04. Solar de São Sebastião

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [026]

•Localização: Rabo de Peixe, Largo de São Sebastião

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XVIII

•Utilização Atual: Habitação e Ermida

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Casa solarenga constituída pelo corpo de

habitação, pelo corpo da capela e por um corpo que liga a habitação à capela

sobre uma passagem em abóbada de canhão. O corpo da habitação, de

planta rectangular, tem dois pisos e sótão (lojas no rés-do-chão e habitação

nos pisos superiores) […]

Page 151: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

151 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

05. Sede da Sociedade Filarmónica Progresso do Norte

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [028]

•Localização: Rabo de Peixe, Largo 1.º de dezembro

•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Centro de Convício e Filarmónica

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Resolução n.º9/2000, de 27 de janeiro

•Grau Proposto: Manter

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto composto por dois edifícios (A e B)

com características formais semelhantes. O edifício "A" está inserido na

frente de rua, tem um só piso e é do tipo "janela/porta/janela". A fachada

principal organiza-se segundo um eixo de simetria rigoroso e é rematada por

platibanda. Os vãos são rematados em arco de volta inteira apoiado em

impostas salientes e as respectivas molduras têm os fechos em relevo. Ao

lado da porta há uma há uma lápide, em mármore, com a inscrição "CENTRO

DE CONVÍVIO / DE IDOSOS / DA CASA DO POVO / DE RABO DE PEIXE". A

platibanda é encimada por duas pinhas de loiça, nos extremos, e uma urna

do mesmo material ao centro. O edifício "B" tem dois pisos e ocupa um

gaveto muito agudo, com a frente cortada, resultando numa planta

trapezoidal. A fachada principal corresponde à face menor do trapézio e

apresenta uma porta, a eixo, encimada por uma janela de sacada com a

guarda da varanda em ferro […]

Page 152: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

152 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

06. Casa Rural – Rua do Rosário, 202

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [039]

•Localização: Rabo de Peixe, Rua do Rosário, 202

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

•Categoria: -

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Habitação e apoio à atividade agrícola

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: -

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística composta por um

terreno murado e compartimentado por meio de muros e “abrigos“ (sebes),

no extremo do qual se encontra uma casa de habitação com os seus anexos e

estruturas de apoio à actividade agrícola. As sebes, de metrosíderos

aparados, delimitam “quartéis" com plantações de vários tipos,

nomeadamente de laranjeiras e maracujazeiros. A casa de habitação é

constituída por dois corpos, que formam um "L": o corpo principal tem dois

pisos e ocupa quase todo o braço maior do "L"; o corpo da cozinha tem um

piso e preenche o braço menor do "L" e um pequeno troço do braço maior. Ao

topo do braço menor encosta o volume do forno que se prolonga

lateralmente no volume da retrete e é antecedido por uma enorme chaminé

[…]

Page 153: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

153 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

07. Ermida de Nossa Senhora da Conceição das Vinhas

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [041]

•Localização: Rabo de Peixe, Estrada Regional

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Religiosa

•Época de Construção: Século XVII/XVIII

•Utilização Atual: Ermida

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Ermida de pequenas dimensões situada

junto à estrada regional num antigo terreno de vinha hoje dedicado ao pasto.

É uma construção de planta rectangular, de uma só nave, com sacristia e

alpendre encostados à fachada lateral esquerda. A fachada principal é

delimitada por dois grossos cunhais e encimada por um frontão triangular.

Junto aos vértices laterais do frontão encontram-se pináculos com remates

esféricos. O vértice superior está cortado e foi substituído por uma cruz sobre

uma grande base de pedra. A porta única tem a altura da fachada principal

até à cornija que constitui a base do frontão. Entre o lintel e a cornija da

porta há um friso com três rombos em ponta de diamante característico do

“estilo micaelense"[…]

Page 154: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

154 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

08. Igreja de São Pedro

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [052]

•Localização: Ribeira Seca, Largo de São Pedro

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Religiosa

•Época de Construção: Século XVIII/XIX

•Utilização Atual: Igreja Paroquial

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja rodeada por um adro nivelado e

murado. É composta por: um corpo principal, rectangular, que corresponde

às três naves; a torre sineira, situada do lado direito da fachada principal; o

baptistério, situado simetricamente à torre sineira; o corpo da capela-mor,

com os cunhais muito pronunciados e robustos; a capela colateral do lado da

epístola; dois corpos que correspondem à sacristia, adossados do lado do

evangelho, um dos quais engloba a respectiva capela colateral; e ainda dois

anexos do lado da epístola. […]

Page 155: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

155 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

09. Ruína de Fontanário – Largo de São Pedro

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [053]

•Localização: Ribeira Seca, Largo de São Pedro

•Grupo Tipológico: Vestígios Arqueológicos

•Categoria: Arquitetura Pública Civil

•Época de Construção: Século XV/XVII

•Utilização Atual: Ruínas

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Edital n.º 7/2011, de 18 de julho

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Público

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Ruína de fontanário construído em pedra

aparelhada, parcialmente soterrada por uma erupção vulcânica. Está visível a

parede onde se localiza a bica e grande parte da bacia de recolha de água.

Em seu redor foi construído um murete circular (com cerca de 40 cm de

altura), com um gradeamento de protecção. […]

Page 156: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

156 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

10. Solar da Mafoma

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [069]

•Localização: Ribeira Seca, Rua Dr. Hermano da Silva Mota, 137

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

•Categoria: -

•Época de Construção: Século XVIII/XIX

•Utilização Atual: Habitação e agricultura

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril

•Grau Proposto: Manter

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística composta por uma

casa solarenga, anexos e infra-estruturas de apoio, fontanário, fábrica de

chá, jardins e quinta para cultivo de árvores de fruto. A habitação é composta

essencialmente por dois corpos de planta rectangular, com dois pisos,

formando um "L": o corpo principal, de maiores dimensões, disposto ao longo

da rua e o corpo da cozinha que é perpendicular ao primeiro. No corpo maior,

a eixo, há um torreão que se destaca na fachada formando um terceiro piso

[…]

Page 157: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

157 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

11. Antiga Fábrica de Álcool – Centro de Artes Contemporâneas

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [072]

•Localização: Conceição, Rua Adolfo Medeiros, 40

•Grupo Tipológico: Construção Utilitária

•Categoria: Arquitetura Industrial

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Equipamento Cultural

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 143/2010, de 21 de outubro

•Grau Proposto: Manter

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Antigo complexo industrial composto por dez

corpos e alguns anexos, situados no interior de um grande recinto murado

rectangular. Os corpos principais, maioritariamente rectangulares, têm dois

ou três pisos e uma orientação norte-sul bem marcada pelas cumeeiras dos

telhados. Organizam-se grosseiramente segundo um "L" decomponível em

quatro grupos. O grupo mais a norte é composto por quatro corpos paralelos,

seguindo-se um grupo com dois corpos paralelos, depois um grupo de dois

corpos em linha e, finalmente, no extremo sul, mais um par de corpos

paralelos que não encosta ao grupo anterior. Do lado nascente, adossada aos

corpos em linha, situa-se uma chaminé de grandes dimensões, troncocónica,

assente numa base quadrangular. Ao lado da chaminé, adossado também

aos corpos em linha, desenvolve-se um pequeno anexo de um só piso. No

interior do recinto, junto ao muro, encontram-se mais alguns corpos anexos

[…]

Page 158: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

158 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

12. Igreja e Claustro do Antigo Convento de São Francisco

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [075]

•Localização: Conceição, Rua de São Francisco

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Religiosa

•Época de Construção: Século XVII/XVIII

•Utilização Atual: Igreja e pátio do Centro de Saúde da Ribeira Grande

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril

•Grau Proposto: Manter

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: A igreja e o claustro do antigo convento de

São Francisco situam-se numa plataforma nivelada e elevada em relação à

rua. O acesso faz-se por uma escadaria que acompanha a fachada principal

da igreja onde se abrem três vãos em arco, protegidos por portões de ferro,

através dos quais se passa ao nártex. O nártex está segmentado por uma

parede que separa a entrada para a portaria do antigo convento (com acesso

directo ao claustro), correspondente ao arco do lado esquerdo, da zona de

acesso às duas naves da igreja cujas portas estão respectivamente no

enfiamento do arco axial e do arco do lado direito […]

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159 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

13. Solar do Vencimento

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [076]

•Localização: Conceição, Rua de Nossa Senhora do Vencimento

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XVII/XVIII

•Utilização Atual: Habitação

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/80, de 30 de abril

•Grau Proposto: Manter

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Solar com capela implantado numa posição

proeminente da periferia oeste da Ribeira Grande. A entrada na propriedade

faz-se por um portal monumental incompleto do qual se vê o embasamento e

os arranques das pilastras. Dá acesso a um terreiro aproximadamente

rectangular limitado a norte por um murete com banquetas que se apoia

num muro de suporte do terreno e a sul pela habitação. No terreiro

destacam-se duas araucárias de grande porte. Do lado poente está limitado

por uma pequena construção com cobertura de quatro águas,

correspondente à garagem, e por um muro alto com um portão de acesso ao

jardim. Este portão está enquadrado por pilastras encimadas por pináculos e

por uma cornija dupla. A habitação é constituída por dois corpos implantados

em "T": o corpo principal, com a fachada virada a norte, tem dois pisos mais

sótão e planta rectangular; o corpo menor, que corresponde à cozinha,

entesta a meio do tardoz do corpo principal, é também rectangular, mas tem

um só piso implantado ao nível do segundo piso da habitação. Neste último

destaca-se o volume de uma chaminé de grande dimensão […]

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160 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

14. Habitação na Rua do Infante Dom Henrique

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [081]

•Localização: Conceição, Rua do Infante Dom Henrique, 7 a 17

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XVII/XVIII

•Utilização Atual: Comércio

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Casa de habitação urbana com dois pisos

mais sótão. Está assente sobre um embasamento atravessado por degraus

para acesso à soleira das portas. A fachada principal está dividida por uma

pilastra em duas secções desiguais. Na secção esquerda, mais estreita,

apresenta três portas no piso térreo sendo as duas mais à esquerda

encimadas por duas janelas de sacada com varanda comum. Na secção

direita apresenta três portas (alternadas com dois óculos ovais), ao nível do

piso térreo, sobre cada uma das quais há uma janela de sacada com varanda

individual. Todas as sacadas estão ligadas às portas inferiores por um

elemento rectangular de cantaria e têm as molduras encimadas por frisos

com dois rombos em ponta de diamante, ladeados por suásticas e rematadas

por cornijas, característicos do “estilo micaelense” […]

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161 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

15. Conjunto Edificado do Mercado Municipal

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [083]

•Localização: Conceição, Rua do Estrela

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Pública Civil

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Mercado

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Mercado municipal constituído por três

zonas distintas, situadas no interior de um recinto murado e protegido com

gradeamentos em ferro: o mercado da carne, do lado esquerdo, o mercado

agrícola, ao centro, e o mercado do peixe, do lado direito. O recinto do

mercado da carne, rectangular, tem seis corpos edificados, estando o

principal, de maiores dimensões, situado ao centro do recinto. É enquadrado

por dois torreões de planta quadrangular situados à face do muro da Rua do

Estrella. Os restantes três corpos, em banda, encostam ao muro posterior

ocupando toda a sua extensão. A zona do mercado agrícola é constituída por

uma estrutura de alpendre em "U", com lojas, ocupando um grande recinto

quadrado, e tem, no enfiamento do portão, um templete com três arcos de

volta inteira que se destaca no conjunto. O pátio está parcialmente coberto

por um telheiro em cruz, de construção recente, que atravessa toda a largura

do "U“ intersectando-o. O pavimento é lajeado e tem, ao centro, uma fonte

em cantaria. Neste pátio existem quatro araucárias de grande porte, nos

vértices de um quadrado virtual, que se destacam na paisagem urbana. A

zona do mercado do peixe é simétrica em relação à do mercado da carne,

mas sem os corpos em banda. O tratamento das fachadas também é

diferente, havendo um maior número de vãos em forma de meia-lua. Tem

uma passagem para o mercado agrícola […]

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162 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

16. Igreja de Nossa Senhora da Conceição

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [086]

•Localização: Conceição, Rua de Nossa Senhora da Conceição

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Religiosa

•Época de Construção: Século XVIII

•Utilização Atual: Igreja Paroquial

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja situada numa plataforma nivelada e

elevada, acessível por uma escadaria contínua que compensa a inclinação da

rua. É composta por um corpo principal, que corresponde às naves, pela torre

sineira, pelo corpo da capela-mor e por cinco corpos anexos […]

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163 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

17. Escola do Ensino Básico – Rua do Alcaide

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [093]

•Localização: Conceição, Rua do Alcaide

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Pública Civil

•Época de Construção: Século XX

•Utilização Atual: Escola do Ensino Básico

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Edifício escolar recuado em relação à rua e

situado num terreno murado. É constituído por dois corpos dispostos em "T".

O corpo principal, de planta rectangular, é paralelo à rua e tem três pisos

mais sótão. O primeiro piso corresponde à cave e é acessível pelo interior do

edifício. O segundo e terceiro pisos correspondem à zona das aulas e

apresentam vãos de assumida verticalidade. As fachadas organizam-se

segundo eixos de simetria. A fachada principal apresenta uma secção central

saliente, onde se localiza a porta de entrada, rematada por um frontão com o

vértice cortado. No tímpano há um óculo circular para iluminação do sótão

[…]

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164 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

18. Pico Arde

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [100]

•Localização: Conceição, Rua das Dezasseis Pedras, 83

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XVIII/XIX

•Utilização Atual: Turismo no Espaço Rural

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: -

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Casa rural de dois pisos situada num terreno

de grandes dimensões. O acesso faz-se por um caminho ladeado por

hortênsias que atravessa um terreno de pasto. É constituída por dois corpos

dispostos em "L": um corpo de um piso e sótão, com a fachada virada a

noroeste, e um corpo de dois pisos, estreito e comprido, com um dos topos na

continuidade da fachada do primeiro corpo. A fachada do corpo mais baixo

divide-se em três secções separadas por pilastras. Ao meio da secção central

situa-se a porta de entrada e ao meio de cada secção lateral há uma janela

de peito com avental aparente. O acesso à porta faz-se por um pequeno

balcão com uma escada de quatro degraus de cada lado. As guardas do

balcão estão alinhadas pelas pilastras que enquadram a porta. Na empena

esquerda, junto ao cunhal direito, há mais uma janela de peito com avental

aparente. Ao nível do sótão, a eixo, há uma janela de sacada com guarda de

madeira à face […]

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165 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

19. Conjunto dos Moinhos da Levada da Condessa

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [101]

•Localização: Conceição, Levada dos Moinhos da Condessa

•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado

•Categoria: Conjunto de edifícios e de outras construções

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Moinhos de água, habitação e produção artesanal

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal

•Propriedade: Privadas

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de onze moinhos de água (de um

conjunto inicial de catorze) e respectivo canal artificial de transporte de água

(levada). A levada divide as freguesias da Conceição e da Matriz e tem início

no açude da Ribeira Grande (Mãe de Água). Termina na praia e encontra-se

incompleta, pois aí existia mais um moinho que foi destruído pelo mar. Ao

longo do percurso existem vários moinhos, situados a distâncias irregulares,

dos quais apenas quatro estão em actividade. Os restantes sete ainda

existentes, ou estão abandonados, ou adaptados a outras funções. A maioria

dos moinhos é de dois pisos, sendo o piso superior destinado à habitação do

moleiro. No piso inferior situa-se a zona de moagem, tendo, em geral, quatro

mós. Sob o piso das mós, abaixo da cota da rua, há ainda um meio piso, com

arcos, onde se encontram os rodízios de penas utilizados para mover as mós.

A água chega a cada moinho a um nível elevado e cai a pique sobre os

mecanismos de moagem de modo a ganhar força para os mover. Escoa-se

sob os arcos, passando geralmente por um fosso fronteiro antes de ser

reconduzida à levada […]

Page 166: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

166 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

20. Ponte dos Oito Arcos

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [104]

•Localização: Matriz

•Grupo Tipológico: Construção Utilitária

•Categoria: Aqueduto ou Ponte

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Ponte

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Ponte sobre a Ribeira Grande que liga a Rua

Sousa e Silva, na margem direita, à Rua do Estrella na margem esquerda. É

construída sobre oito arcos de volta inteira assentes em pilares de secção

rectangular. Os pilares são reforçados, nas faces externas, por pilastras que

se prolongam até à guarda e são intersectadas, a meia altura, pelas impostas

dos arcos. As impostas são denteadas nos lados internos dos arcos. A guarda

do tabuleiro é perfurada em todo o comprimento e assenta sobre uma cornija

reforçada por cachorros. A ponte é construída em alvenaria de pedra

rebocada e pintada de branco nas guardas e nos panos de parede do lado sul,

e em cantaria à vista com as juntas argamassadas nas restantes superfícies

[…]

Page 167: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

167 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

21. Ermida de Santo André

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [105]

•Localização: Matriz, Largo de Santo André

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Religiosa

•Época de Construção: Século XV/XVII

•Utilização Atual: Ermida

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Ermida implantada na periferia do largo de

Santo André. É constituída pelo corpo da nave única, rectangular, pelo corpo

da capela-mor, mais estreito que o da nave e apenas com a profundidade do

altar, e por um corpo de planta quadrangular encostado à fachada lateral

direita (sacristia?) que comunica com a nave através de dois arcos de volta

inteira apoiados numa coluna toscana, atarracada e desproporcionada em

relação aos arcos e à respectiva imposta. A capela-mor tem acesso por um

arco triunfal de volta inteira […]

Page 168: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

168 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

22. Paços do Concelho

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [108]

•Localização: Matriz, Largo do Conselheiro Hintze Ribeiro

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Pública Civil

•Época de Construção: Século XVIII

•Utilização Atual: Paços do Concelho

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril

•Grau Proposto: Manter

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Edifício formado por dois corpos de dois

pisos e uma torre. O corpo principal é de planta rectangular e tem acesso por

uma escadaria axial de lanços simétricos, com guarda de grossos balaústres,

que conduz a uma porta de entrada ladeada por janelas de peito com

aventais aparentes. Estes vãos são encimados por três janelas de sacada com

varanda comum. Sob o patamar da escada há uma passagem em túnel que

dá acesso a mais um piso semienterrado. A porta de entrada é encimada por

um lintel com o brasão municipal ladeado por dois rombos, ligado à consola

da varanda do piso superior. Na fachada posterior podem ver-se janelas

menos cuidadas (mais recentes) entre as quais uma janela rematada em arco

abatido (com bandeira com motivos geométricos), situada no canto superior

esquerdo, e um vitral de iluminação da escada. O segundo corpo, menos

profundo, encosta do lado direito do corpo principal e une este corpo à torre

formando uma "ponte". O piso térreo fica, assim, substituído por um arco de

grandes dimensões, com um soco moldurado muito saliente, por baixo do

qual passa uma rua. No piso superior há duas janelas de sacada com

varanda, do lado da fachada principal, e duas janelas de peito (de guilhotina),

com avental não rebocado, na fachada posterior […]

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169 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

23. Teatro Ribeiragrandense

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [112]

•Localização: Matriz, Largo 5 de Outubro

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Pública Civil

•Época de Construção: Século XX

•Utilização Atual: Equipamento Cultural

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 152/89, de 5 de dezembro

•Grau Proposto: Manter

•Propriedade: Pública

•Descrição:

Inaugurado em 1933, o Teatro Ribeiragrandense é a sala de espetáculo por

excelência de Ribeira Grande. Foi construído na primeira metade do século

XX, sendo depois renovado em 1988 e reinaugurado em 2000. Atualmente,

decorrem aqui diversas atividades, tais como conferências, congressos,

filmes, espetáculos teatrais, festivais, entre outros.

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170 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

24. Casa do Arcano

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [115]

•Localização: Matriz, Rua João D’horta, 19, 21

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XVIII/XIX

•Utilização Atual: Equipamento Cultural

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Antiga casa de habitação urbana, com dois

pisos e sótão, implantada num gaveto. A fachada principal organiza-se

segundo um eixo de simetria, estando os vãos dos dois pisos alinhados entre

si. O piso inferior tem duas portas perto do eixo de simetria e duas janelas de

peito, uma em cada lado. Os dois vãos centrais do piso superior são duas

janelas de sacada com uma varanda única. Entre estas duas janelas há um

painel em azulejos com moldura, nas cores azul e branco […]

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171 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

25. Igreja de Nosso Senhor dos Passos ou da Misericórdia

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [118]

•Localização: Matriz, Largo 5 de Outubro

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Religiosa

•Época de Construção: Século XVIII

•Utilização Atual: Igreja

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Decreto n.º 39175, de 17 de abril de 1953

•Grau Proposto: Manter

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja de características barrocas, com duas

naves desiguais, situada num gaveto. A fachada principal é convexa, acessível

por uma escadaria em toda a sua largura e tem uma organização

perfeitamente simétrica que contraria a assimetria interna. É enquadrada por

pilastras com capitéis coríntios e rematada por uma possante cornija. Os dois

portais, muito trabalhados, preenchem quase toda a largura da fachada. São

encimados por janelas rectangulares ladeadas por enrolamentos decorativos

em relevo. As portas têm as molduras enquadradas por colunas de secção

quadrada, com capitéis coríntios apoiadas em grandes mísulas que suportam

cornijas duplas onde, por sua vez, se apoiam os plintos dos elementos

decorativos que ladeiam as janelas. As duas colunas mais próximas do eixo

de simetria estão envolvidas por um laço. O pouco espaço que sobra entre os

dois portais está preenchido por um elemento decorativo em alto-relevo com

a forma de um hissope. A grande cornija da fachada é interrompida, a eixo,

por uma grande concha em relevo. Sobre a cornija assenta um remate tipo

frontão contracurvado, bordejado por elementos decorativos concheados e

cachos de uvas […]

Page 172: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

172 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

26. Igreja de Nossa Senhora da Estrela

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [123]

•Localização: Matriz, Largo Gaspar Frutuoso

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Religiosa

•Época de Construção: Século XV/XVII

•Utilização Atual: Igreja Paroquial

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Decreto n.º 39175, de 17 de abril de 1953

•Grau Proposto: Manter

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja situada numa plataforma nivelada e

elevada em relação à rua, com uma grande escadaria em volta do adro. O

edifício é constituído por doze corpos, dos quais se destacam o corpo

principal, correspondente às naves, a torre sineira, o baptistério, a sacristia, a

capela-mor, as capelas colaterais e o falso transepto […]

Page 173: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

173 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

27. Casas de Habitação – Rua do Botelho, 11 a 17

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [130]

•Localização: Matriz, Rua do Botelho, 11 a 17

•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado

•Categoria: Conjunto de edifícios ou de outras construções

•Época de Construção: Século XX

•Utilização Atual: Habitação

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Privadas

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de quatro casas de habitação tipo

chalé, em banda, situadas na frente de rua e antecedidas de balcão por onde

se faz o acesso. As casas e respectivos balcões, também contíguos, estão

nivelados entre si, numa rua inclinada, pelo que o número de degraus

aumenta com o desnível. Cada casa tem um piso e sótão, com uma porta

entre duas janelas no piso inferior e uma janela axial ao nível do sótão. Cada

fachada é emoldurada por uma faixa de reboco saliente, pintada de cinzento,

que alarga junto ao balcão simulando um soco. Há uma faixa horizontal em

relevo que divide os pisos. Na divisória das duas casas do lado direito há uma

cartela, acima da faixa horizontal, com a inscrição "CM / 1930” […]

Page 174: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

174 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

28. Solar dos Botelhos

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [132]

•Localização: Matriz, Rua do Botelho, 21 a 29

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XVII/XVIII

•Utilização Atual: Serviços

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Casa solarenga de dois pisos situada na

frente de rua. A fachada principal está dividida em seis módulos separados

por pilastras, sendo os primeiros cinco dispostos regularmente e o sexto, mais

estreito, resultante de uma ampliação. No cimo de cada pilastra há uma

gárgula em forma de canhão. Em cada módulo há uma porta no piso térreo

encimada, ao nível do piso superior, por uma janela de sacada com varanda

saliente. […] A casa está elevada em relação à rua, sendo o acesso feito por

uma plataforma nivelada e estreita onde, junto à porta axial, se recortam

alguns degraus. A fachada encontra-se dividida em dois níveis por uma faixa

horizontal estriada ao nível das consolas das varandas. O nível inferior não

está actualmente rebocado ficando a pedra aparelhada à vista em contraste

com o branco do piso superior […]

Page 175: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

175 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

29. Solar de São Vicente Ferreira

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [133]

•Localização: Matriz, Rua de São Vicente, 4 a 14

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XVII/XVIII

•Utilização Atual: Equipamento Cultural

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Casa solarenga de dois pisos mais sótão, de

planta rectangular, com capela, situada na frente de rua. A fachada principal

está enquadrada por um soco saliente, cunhais e cornija e está dividida por

pilastras em três secções. A secção esquerda corresponde à capela, a central

tem uma largura correspondente a quatro vãos e a da direita, com um vão,

faz uma espécie de simetria com a capela. A parte correspondente à

habitação tem, portanto, cinco portas no piso térreo, cada uma encimada por

uma janela de sacada com varanda saliente. As sacadas estão ligadas às

portas inferiores, formando faixas verticais contínuas desde o soco à cornija.

Todas as molduras dos vãos do segundo piso são rematadas superiormente

por frisos com dois rombos em ponta de diamante ladeados por suásticas,

característicos do “estilo micaelense", encimados por cornijas […]

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176 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

30. Conjunto Protegido da Zona Histórica da Ribeira Grande

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [141]

•Localização: Matriz e Conceição

•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado

•Categoria: Sistema Urbano

•Época de Construção: Século XV/XVII

•Utilização Atual: Sistema Urbano

•Grau e Enquadramento Legal: Conjunto de Interesse Municipal – Edital n.º 8/2011, de 19 de julho

•Grau Proposto: Conjunto de Interesse Público

•Propriedade: Privadas, Privadas de Uso Público e Públicas

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Sistema urbano constituído por um feixe de

três ruas inclinadas (Rua do Passal, Rua de Medeiros Correia e Rua Sousa e

Silva) e respectivas transversais, que se desenvolve em torno do Largo da

Igreja Matriz (Largo Gaspar Frutuoso), dando origem a um conjunto de

quarteirões irregulares. Inclui e fica delimitado a nordeste pela origem do

feixe, no Largo do Rosário, a sudoeste pelo Largo Hintze Ribeiro e pela Rua da

Praça, a norte pela Rua Sousa e Silva e respectivos edifícios, e a sudeste pela

Rua do Passal e respectivos edifícios. Os edifícios inseridos neste sistema,

sendo de diversas épocas e de diferente qualidade arquitectónica,

constituem, com a estrutura urbana, um todo coerente. De um modo geral

têm dois pisos e são construídos em alvenaria rebocada e caiada ou pintada

de branco, com os socos, os cunhais, as cornijas, as molduras dos vãos, as

consolas das varandas e os elementos decorativos em cantaria à vista ou

pintada de cinzento. As coberturas são, na maioria, em telha de meia-cana

tradicional […]

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177 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

31. Caldeiras da Ribeira Grande

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [155]

•Localização: Matriz, Caldeiras

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

•Categoria: -

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Habitação, comércio, turismo e termas

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal

•Propriedade: Privadas, Privadas de Uso Público e Públicas

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um vale

atravessado por uma ribeira e envolvido por vegetação densa. Integra um

conjunto de edifícios disposto ao longo de uma via de comunicação que

atravessa o vale e alguns dispersos nas encostas. No centro do vale situa-se

uma caldeira de grandes dimensões, o antigo edifício termal e, do outro lado

da via, uma "fumarola" junto à qual se construiu um conjunto de três tanques

de pedra e grelhadores para refeições ao ar livre. No ponto mais alto situa-se

uma ermida rodeada por um adro de onde se pode avistar toda a unidade. As

casas de habitação são, na maioria, de um ou dois pisos, construídas em

alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco, com cobertura em telha de

meia-cana com telhão na cumeeira. A vegetação delimita os espaços públicos

e privados criando "cortinas de camuflagem" que envolvem as construções

num ambiente peculiar. Os espaços públicos foram requalificados e têm uma

presença marcante na paisagem […]

Page 178: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

178 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

32. Central Hidroelétrica da Fajã do Redondo

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [156]

•Localização: Ribeirinha, Fajã do Redondo

•Grupo Tipológico: Construção Utilitária

•Categoria: Arquitetura Industrial

•Época de Construção: Século XX

•Utilização Atual: Central Hidroelétrica

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Central hidroeléctrica situada no fundo de

um vale, junto a uma ribeira. Está implantada numa plataforma de nível

limitada por um muro de suporte do lado da ribeira. A plataforma está unida

à outra margem através de uma pequena ponte de madeira. A central é

constituída pelo edifício das turbinas e respectivas estruturas de apoio. O

edifício das turbinas é composto por três corpos, sobressaindo o corpo

principal, de planta rectangular, pelas suas dimensões. É uma construção de

características industriais, com uma grande porta e quatro janelas abertas na

fachada virada à ribeira segundo uma disposição assimétrica […]

Page 179: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

179 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

33. Passos de Procissão da Matriz e Conceição

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [158]

•Localização: Matriz e Conceição

•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado

•Categoria: Conjunto de edifícios ou de outras construções

•Época de Construção: Século XVIII

•Utilização Atual: Passos de Procissão

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de cinco passos de procissão

localizados em pontos diversos da cidade da Ribeira Grande. São pequenas

construções de planta rectangular, semelhantes entre si, situadas, de uma

forma geral, na frente de rua. Cada fachada é enquadrada por duas

pilastras/cunhais, por uma cornija e por um degrau que ocupa toda a largura

da fachada. Sobre a cornija assenta um pequeno frontão delimitado por duas

volutas que elevam uma cruz. No tímpano tem uma concha em relevo sobre a

qual se situa uma pequena roseta. De cada lado do frontão, na vertical das

pilastras, assenta um pináculo. A porta, com duas folhas, ocupa quase toda a

fachada. A respectiva verga é curva e mais espessa que as ombreiras […]

Page 180: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

180 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

34. Solar de Santo António

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [160]

•Localização: Ribeirinha, Estrada Regional

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XVIII

•Utilização Atual: Habitação e apoio à atividade agrícola

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Pequeno solar com capela implantado junto

à estrada num terreno de pequenas dimensões. O edifício tem dois pisos e

desenvolve-se segundo uma planta em "T“ irregular, denotando sucessivas

ampliações e remodelações. A capela está adossada ao "pé" (muito curto) do

"T". O corpo principal, um rectângulo constituído pelos "braços" do "T", tem

uma orientação norte/sul. Tem “lojas" no piso térreo e a habitação

propriamente dita no piso superior. O piso térreo foi parcialmente adaptado

a garagem acessível pela porta larga no topo norte do corpo principal situado

à face da estrada […]

Page 181: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

181 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

35. Fábrica da Chicória

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [163]

•Localização: Ribeirinha, Rua do Jogo

•Grupo Tipológico: Construção Utilitária

•Categoria: Arquitetura Industrial

•Época de Construção: Século XX

•Utilização Atual: -

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Antiga fábrica de chicória situada num

terreno murado perto do centro da povoação. É composta por seis corpos,

destacando-se, entre os corpos rectangulares de um só piso, o volume vertical

da torre de secagem. Junto ao portão de entrada situa-se o corpo dos

escritórios, à frente do qual há uma balança de pavimento. Dois armazéns e a

torre de secagem são contíguos formando uma banda de três edifícios com a

torre ao centro. A torre, por sua vez, resulta da "colagem" de três volumes:

um prisma rectangular a cuja face posterior encosta uma das faces de um

prisma hexagonal e cuja face anterior, ao nível do último piso, é prolongada

por um pequeno corpo de planta trapezoidal suportado por duas grandes

mísulas com a forma de lâminas triangulares. A torre, no interior, divide-se

em cinco pisos que comunicam entre si por uma escada. Esta dá acesso, em

cada piso, a uma sala indiferenciada e à coluna dos fornos de secagem que

ocupa todo o corpo de planta hexagonal. Em frente a estas três construções

situa-se um pequeno edifício onde se picava a chicória. Ao fundo do terreno

situa-se mais um armazém de maiores dimensões […]

Page 182: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

182 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

36. Farol da Ponta do Cintrão

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [169]

•Localização: Ribeirinha, Ponta do Cintrão

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Pública Civil

•Época de Construção: Século XX

•Utilização Atual: Farol e Habitação

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Complexo composto por um farol, habitação

do faroleiro e respectivos anexos, situado numa ponta saliente na costa, no

alto de uma falésia. Corresponde a um projecto-tipo executado também

noutros pontos do arquipélago. Os edifícios estão dispostos em linha, sendo o

farol o que se encontra mais a norte, seguido pelo respectivo edifício de

apoio, pela habitação e pelos restantes edifícios […]

Page 183: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

183 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

37. Herdade da Ribeira do Salto

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [171]

•Localização: Ribeirinha, Lameiro

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

•Categoria: -

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Agricultura, criação de gado, habitação, lazer e apoio à atividade agropecuária

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: -

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um

núcleo edificado, por terrenos de pasto e de cultivo, por uma pequena mata e

por um "pomar de camélias" junto ao núcleo de construções. O núcleo

edificado situa-se perto da estrada, numa zona elevada, e organiza-se em

torno da casa principal, uma construção de um piso que configura um pátio

quadrangular parcialmente aberto do lado sul. Em frente à abertura do pátio

situa-se um pavilhão de dois pisos que complementa a habitação. Do lado

nascente, num nível inferior, está um grupo de edifícios de apoio às

actividades agro-pecuárias, construídos em épocas diversas, dos quais se

destacam dois silos cilíndricos e o corpo da vacaria cuja cobertura é

suportada por asnas de madeira com esticadores metálicos. Do lado norte

situam-se o “granel", uma grande eira circular (onde ainda se pode ver os

pilares onde assentaria um grande cafuão) e uma horta murada de planta

rectangular […]

Page 184: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

184 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

38. Complexo Agropecuário – À Ponta Formosa

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [175]

•Localização: Porto Formoso, Ponta Formosa

•Grupo Tipológico: Construção Utilitária

•Categoria: Agrária, piscatória ou de produção artesanal

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Armazéns

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: -

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Complexo de apoio à actividade agro-

pecuária, de grandes dimensões, composto por oito corpos dispostos em

torno de dois pátios quadrangulares, configurando dois "Us", e mais um

corpo no canto de um terceiro recinto quadrangular murado. Os pátios estão

ligados entre si através de passagens em arco sob os corpos edificados. Os

"Us" estão fechados por um murete com uma abertura central para a

passagem de viaturas. O braço comum aos dois "Us" é composto por três

corpos, sendo o central mais alto e os laterais simétricos. O braço nascente

tem dois pisos e é rematado a sul por um corpo mais largo que corresponde a

uma habitação. Os restantes corpos têm, em geral, um piso. As fachadas

internas dos "Us" têm séries de aberturas em arco abatido (quase todas

entaipadas), a mais larga das quais corresponde, nos braços laterais, ao

"túnel" de comunicação entre pátios. O corpo isolado no extremo nascente

tem um piso e planta em "L“ […]

Page 185: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

185 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

39. Casa de Habitação – Rua da Rota, 6

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [178]

•Localização: Porto Formoso, Rua da Rota, 6

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: -

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: -

•Propriedade: Privada

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Casa de habitação com dois pisos, de planta

rectangular, situada junto a um largo. A fachada principal organiza-se

segundo um eixo de simetria, tendo no piso térreo uma porta com duas

janelas de peito de cada lado. A cada um destes vãos corresponde uma janela

de peito no piso superior. A porta é rematada por um arco de volta inteira

rodeado por uma pequena cornija que simula assentar em impostas. Define

uma bandeira semicircular com vitrais. Sobre a janela central do piso

superior, junto ao beiral, situa-se uma cartela decorativa com a data "1878".

A fachada lateral tem duas janelas no piso superior e uma no piso térreo,

alinhada pela da esquerda do piso superior. Há um balcão adossado ao

tardoz […]

Page 186: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

186 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

40. Fábrica de Chá Gorreana

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [185]

•Localização: Maia, Gorreana de Cima

•Grupo Tipológico: Construção Utilitária

•Categoria: Arquitetura Industrial

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Fábrica de Chá

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: -

•Propriedade: Privada de Uso Público

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: O edifício da fábrica é composto por dois

corpos: o maior tem planta em "L" e o menor fica continuidade do braço mais

pequeno do "L". O corpo principal tem a altura de dois pisos. Na fachada

principal só tem vãos ao nível do piso térreo, dispostos regularmente e

agrupados dois a dois excepto a porta de entrada que está isolada ao centro.

A cota de soleira encontra-se ligeiramente abaixo da cota do caminho de

acesso, havendo um pequeno espaço ajardinado que envolve o terreiro da

entrada e faz a transição entre os dois níveis. Por cima da porta há um

pequeno painel de azulejos (de fabrico recente) com a data "1883". À

esquerda, sobre um par de janelas, há um alpendre apoiado em dois pilares

cilíndricos e com cobertura em chapa ondulada de fibrocimento. A parede

cega ao nível do piso superior está em grande parte ocupada por um grande

letreiro em letras vermelhas que diz "CHÁ GORREANA". A fachada lateral

direita tem os vãos dispostos irregularmente, tendo cinco janelas no piso

inferior e apenas três no piso superior. Neste último piso há uma porta entre

as duas janelas do lado direito […]

Page 187: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

187 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

41. Fábrica de Tabaco

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [189]

•Localização: Maia, Rua de São Pedro

•Grupo Tipológico: Construção Utilitária

•Categoria: Arquitetura Industrial

•Época de Construção: Século XX

•Utilização Atual: Equipamento Cultural/Unidade Museológica

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Pública

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Complexo da antiga fábrica de tabaco,

composto por oito edifícios que se dispõem em ambos os lados de um

caminho perpendicular à estrada. Do lado direito da entrada situam-se dois

edifícios perpendiculares ao caminho, com fornos, e um terceiro, paralelo ao

caminho (que faz um "L“ com o quarto edifício), onde se armazenava o

tabaco por preparar. Do lado esquerdo situa-se o conjunto formado pelo

edifício dos escritórios, o armazém do produto pronto e o edifício da

confecção dos cigarros […]

Page 188: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

188 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

42. Solar de Lalém

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [190]

•Localização: Maia, Rua de São Pedro

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

•Categoria: -

•Época de Construção: Século XV/XVII

•Utilização Atual: Turismo de Habitação

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Privada de Uso Público

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um

solar com capela, respectivas estruturas de apoio, espaços ajardinados e

campos de cultivo. A entrada no recinto faz-se por um portal imponente,

ladeado por duas secções de muro rematadas com volutas. O portal é

enquadrado por duas pilastras rematadas por pináculos e unidas por uma

cornija comum ao portão. Por cima da cornija situa-se um frontão

contracurvado delimitado por duas volutas e encimado por duas suásticas e

uma cruz. No tímpano tem uma moldura rectangular em pedra, com

elementos decorativos em relevo, que divide ao meio os algarismos da data

"1742". O portal dá acesso a um terreiro através do qual se acede ao solar e

à zona ajardinada. O solar situa-se numa plataforma nivelada e elevada em

relação ao terreiro, acessível por uma escadaria semicircular. A casa de

habitação, de planta rectangular, tem o eixo alinhado com o da escadaria. O

espaço sobrante da plataforma funciona como um balcão que percorre a

fachada em todo o comprimento e contorna-a pelo lado direito. Deste lado, o

balcão assenta numa arcada formada por três arcos abatidos sobre impostas,

assentes em pilares rectangulares, também acessível por uma escada de um

lanço recto […]

Page 189: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

189 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

43. Moinhos da Viola

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [198]

•Localização: Lomba da Maia, Ribeira do Salto

•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado

•Categoria: Conjunto de edifícios ou de outras construções

•Época de Construção: Século XIX/XX

•Utilização Atual: -

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Público

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de cinco moinhos de água de

rodízio, em ruína, muito próximos uns dos outros e alinhados

perpendicularmente ao mar. Os moinhos eram alimentados por uma levada

de água única (hoje incompleta) que os interligava. Cada um está implantado

num patamar nivelado e de tal forma que a "torre de descarga" fica num

ponto elevado. Eram construídos em alvenaria de pedra à vista e tinham

cobertura de duas águas. Apenas restam partes das paredes exteriores,

sendo visíveis algumas das "torres de descarga" e algumas bancadas onde se

situavam as mós. Todos tinham uma janela virada para o mar. Dos cinco

moinhos, três tinham um corpo anexo de pequenas dimensões […]

Page 190: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

190 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

44. Monte dos Fenais de Vera Cruz

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [208]

•Localização: Fenais da Ajuda, Monte dos Fenais de Vera Cruz

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

•Categoria: -

•Época de Construção: Século XIX

•Utilização Atual: Habitação, apoio à atividade agropecuária, terrenos de pasto e de cultivo

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Privado

•Descrição:

in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por casas

de habitação, infra-estruturas de apoio às actividades agro-pecuárias, zona

ajardinada e terrenos de pasto. Os edifícios dispõem-se ao longo do caminho

de acesso, assumindo diferentes posições e configurando espaços distintos. A

habitação do proprietário, de planta em "L", configura um dos ângulos do

pátio exterior, rectangular, que a antecede. O braço do "L" que se situa na

perpendicular ao caminho, rectangular e de um só piso, corresponde à zona

mais antiga da casa e tem uma inscrição com a data "1858", junto ao beiral,

por cima da janela mais à esquerda […]

Page 191: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

191 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.2.2. Património Arquitetónico Local

45. Habitação no Largo Gaspar Frutuoso

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: Sem identificação

•Localização: Matriz, Largo Gaspar Frutuoso, 33

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

•Categoria: Arquitetura Doméstica

•Época de Construção: Século XX

•Utilização Atual: Habitação

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

•Propriedade: Privado

•Descrição:

A casa data do princípio do Séc. XX e presume-se que o arquiteto do projecto

seja António Ayla Sanches. Arquiteto de construções reconhecidas como o

antigo Coliseu Avenida, conhecido actualmente como o Coliseu Micaelense,

construído em 1917. A Casa insere-se numa corrente arquitetónica de

influência italiana e distingue-se pela fachada rica em relevo e texturas, tais

como frontões, vãos em arco, grelhas de respiração, varandas e varandins

decorados em madeira e ferro. Esta habitação vivifica a vertente da

arquitetura do início do séc. XX, que primava por ocultar parcialmente o

esqueleto estrutural da construção. O conjunto edificado apresenta uma

interessante composição volumétrica, marcada por um corpo único, de 2

pisos e umas águas furtadas.

Page 192: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

192 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A origem vulcânica e o posicionamento junto à costa atribuem ao concelho

da Ribeira Grande condições naturais únicas para o turismo, nomeadamente

o turismo de natureza, de aventura, náutico e desportivo. Paralelamente, a

ação humana produziu também valências de elevado valor turístico,

incluindo a identidade e património cultural, bem como unidades industriais

únicas nos Açores.

Em termos naturais, dadas as características da costa ribeiragrandense,

algumas praias do concelho têm conseguido uma afirmação internacional na

prática de deportos náuticos, em particular no surf. Por outro lado, as

características naturais da Serra de Água de Pau e da Zona Nascente do

concelho favorecem o desenvolvimento do segmento do turismo de natureza

e aventura, com várias atividades a diversificar a oferta.

No que concerne à ação do homem, o desenvolvimento do concelho da

Ribeira Grande e os efeitos dos diferentes ciclos económicos levaram ao

desenvolvimento de várias unidades industriais que marcaram e marcam o

progresso local. Muitas dessas unidades apresentam um grande potencial

turístico, dada a sua peculiaridade e inserção no meio ribeiragrandense. Por

último, os fortes traços identitários locais, sobretudo vincados pelo culto

religioso, têm produzidos vários monumentos e elementos culturais que

potenciam e valorizam as qualidades do destino.

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Page 193: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

193 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Costa Norte

O concelho da Ribeira Grande beneficia de uma costa recortada que se estende ao longo de um eixo de 27 km,

entre as freguesias de Calhetas (Oeste) e da Lomba de São Pedro (Este). Apenas duas das 14 freguesias do concelho

não possuem costa (Santa Bárbara e Pico da Pedra), o que favorece uma projeção significativa da atividade

económica para o mar. Existem vários portos de pesca e de recreio ao longo daquele eixo, incluindo os portos de

Rabo de Peixe, do Porto Formoso e da Maia. Contudo, na costa predominam as arribas, por vezes com falésias e

escarpas, ainda que existam praias, algumas delas com características únicas para a prática desportiva,

nomeadamente surf e bodyboard, e outras zonas balneares com piscinas naturais. Refira-se o grande investimento

realizado na ampliação do porto de Rabo de Peixe, que aumentou o potencial do recreio na costa Norte da ilha.

Descrição

Produtos Turísticos Relevância Estratégica

Atual Futuro

• Turismo náutico de recreio * **

• Praia (sol e mar) ** **

• Turismo náutico desportivo ** ***

• Birdwatching * **

Page 194: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

194 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Costa Norte

• Prática desportiva – surf, bodyboard, windsurf, kitesurf, vela, canoagem

• Competições desportivas (regionais, nacionais e internacionais)

• Praias e piscinas naturais – Areal de Santa Bárbara, Praia da Viola, Praia de Santana, Praia da Maia, Piscinas

Municipais das Poças, Piscinas Naturais das Calhetas

• Mergulho recreativo

• Passeios de barco e pesca lúdica e desportiva

• Important bird area (IBA)da Ponta do Cintrão (birdwatching)

• Dimensão da costa

• Excelentes condições para a prática desportiva

• Vários portos

• Ampliação do Porto de Rabo de Peixe

• Projeção internacional nos circuitos de surf

• Bandeira azul em algumas zonas balneares

• Investimentos qualificadores da oferta junto ao

mar e às praias (ex.: North Shore Resorts)

• Agressividade do mar e das correntes marítimas

da costa norte

• Inconstância das condições do mar (ex.: formação

de ondas para o surf)

• Características de alguns portos que dificultam a

atracagem e proteção das embarcações

• Incapacidade de atracagem de cruzeiros

• Predominância de arribas e escarpas

Atividades e Atrações Turísticas

Pontos Fortes Pontos Fracos

Page 195: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

195 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Serra de Água de Pau

A Serra de Água de Pau é uma das mais belas formações geológicas dos Açores, cujas características naturais

únicas, incluindo vários pontos de interesse turístico, sustentaram a definição de zonas especiais de conservação. O

ponto mais alto é o Pico da Barrosa (947 metros), onde nascem vários cursos de água, seguido do Monte Escuro

890 metros), que comunica diretamente com o concelho de Vila Franca do Campo. É na Serra de Água de Pau que

se localiza o Vulcão do Fogo, cuja cratera originou a Lagoa do Fogo. As manifestações vulcânicas são várias, desde

caldeiras a fumarolas, favorecendo a formação de uma paisagem acidentada e diversificada. O potencial

geotérmico existente conduziu à exploração da energia geotérmica, com a instalação de duas centrais, que

produzem mais de 40% da energia elétrica consumida na ilha de São Miguel.

Descrição

Produtos Turísticos Relevância Estratégica

Atual Futuro

• Ecoturismo ** ***

• Turismo de saúde e bem-estar * ***

• Turismo desportivo/desportos radicais/aventura * ***

• Touring paisagístico *** ***

Page 196: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

196 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Serra de Água de Pau

• Trekking e trilhos pedestres qualificados

• Escalada, rappel, canyoning, BTT/mountain bike, moto 4, passeios todo-o-terreno

• Fotografia e observação de fauna e flora

• Manifestações naturais – Lagoa do Fogo, Caldeira Velha, Caldeiras da Ribeira Grande, Vale das Lombadas, Salto

do Cabrito

• Wellness e águas termais (Caldeira Velha e Caldeiras da Ribeira Grande, quando recuperado)

• Beleza natural e características paisagísticas únicas

• Vastas áreas de natureza intocada

• Presença de água termal

• Potencial para mais trilhos qualificados

• Reserva Natural da Lagoa do Fogo e integração na

Rede Natura 2000 e na Reserva Ecológica Regional

• Classificação da Caldeira Velha como Monumento

Natural e Regional

• Ecossistema com baixa capacidade de carga

• Pouco trilhos qualificados

• Baixa exploração do potencial termal

• Pouca oferta de alojamento nas imediações

• Baixo desenvolvimento e diferenciação do produto

turístico de aventura

• Inexistente integração e bundling de produtos

• Ausência de locais de campismo

Atividades e Atrações Turísticas

Pontos Fortes Pontos Fracos

Page 197: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

197 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Zona Nascente

A Zona Nascente do concelho da Ribeira Grande, compreendida entre as freguesias de Porto Formoso e Lomba de

São Pedro, é caracterizada por uma forte identidade rural e atividade agropecuária. É a área do concelho com

menor densidade populacional e maior isolamento, mas com atrações singulares, como praias e as únicas

plantações de chá da Europa. Assim, possui traços diferenciadores, que preservam a genuinidade da população,

com fortes valores tradicionais e um grande apego à Terra Natal. Esta zona do concelho, cuja área é substancial,

apesar de conter várias pastagens, apresenta ainda vastas áreas naturais e de mata, com uma rede de caminhos

agrícolas que podem ser potenciados, em conjunto, para o desenvolvimento de trilhos de longa duração, desportos

radicais, ecoturismo e agroturismo (não só na vertente de alojamento, mas também da animação turística).

Descrição

Produtos Turísticos Relevância Estratégica

Atual Futuro

• Ecoturismo ** ***

• Agroturismo * ***

• Turismo desportivo/desportos radicais/aventura * ***

• Touring paisagístico *** ***

Page 198: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

198 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Zona Nascente

• Trekking e trilhos pedestres qualificados

• Escalada, rappel, canyoning, BTT/mountain bike, moto 4, passeios todo-o-terreno

• Fotografia e observação de fauna e flora

• Lagoa de São Brás, Praias e Mata do Dr. Fraga

• Moinhos de Água, Museu do Tabaco e Património Cultural

• Agroturismo (experiência do contacto com animação e atividades agropecuárias em explorações privadas)

• Beleza natural e características paisagísticas únicas

• Vastas áreas de natureza intocada

• Potencial para mais trilhos qualificados

• Ruralidade e genuinidade da população

• Atividade agropecuária desenvolvida

• Possui a única unidade de alojamento de

agroturismo dos Açores

• Imenso potencial para desportos radicais

• Ecossistema com baixa capacidade de carga

• Poucos trilhos qualificados

• Reduzida oferta de alojamento

• Baixo desenvolvimento e diferenciação do produto

turístico de aventura

• Inexistente integração e bundling de produtos

• Baixa preparação dos potenciais agentes locais

para a transversalidade da atividade turística

Atividades e Atrações Turísticas

Pontos Fortes Pontos Fracos

Page 199: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

199 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Instalações Industriais Peculiares

O concelho da Ribeira Grande, ao longo da sua história, foi desenvolvendo diversas iniciativas no setor

transformador, que diferenciaram a capacidade produtiva local. É aqui que se localizam as únicas plantações de chá

da Europa, que originaram a instalação de duas fábricas de chá. Existem outras unidades fabris, como a Fábrica de

licores da marca Mulher de Capote, a fábrica da Cerâmica Micaelense e a Fábrica da Telha na Ribeira Seca ou as

fábricas de produção de laticínios da Fromageries Bel e Insulac, a fábrica de peixe da Cofaco e as centrais

geotérmicas da Ribeira Grande e Pico Vermelho. Finalmente, é ainda a referir unidades que atualmente já não

estão em atividade, mas que ainda representam oportunidades de valorização, como a Fábrica do Álcool, Fábrica

da Chicória e Fábrica do Tabaco. Todas estas unidades relacionam-se intimamente com a história e com os ciclos de

desenvolvimento económico do concelho.

Descrição

Produtos Turísticos Relevância Estratégica

Atual Futuro

• Touring *** ***

• Turismo gastronómico * **

• Turismo industrial * **

Page 200: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

200 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Instalações Industriais Peculiares

• Fábricas de Chá – da Gorreana e do Porto Formoso

• Fábrica de Licores Mulher do Capote

• Fábrica Cerâmica Micaelense e Fábrica da Telha

• Fábricas de Laticínios (Fromageries Bel e Insulac), Fábrica de Rações Santana e Fábrica de Peixe (Cofaco)

• Centrais Geotérmicas – Ribeira Grande e Pico Vermelho

• Antigas instalações da Fábrica do Álcool, Fábrica da Chicória, Fábrica de Tabaco e das fábricas de chá (Canto,

Barrosa, Mafoma), com potencial para centros interpretativos

• Diversidade de atividades industriais diferenciadas

• Produção com potencial comercial como souvenir

• “Rota do Chá” já definida com trilho pedestre

• Únicas plantações de chá da Europa

• Projeto de instalação do Centro de Arte

Contemporânea na antiga Fábrica do Álcool

• Várias unidades registadas no inventário do

Património Imóvel dos Açores

• Mau estado de conservação das instalações onde

já não há atividade industrial e cultural

• Pouco conhecimento e desenvolvimento do

segmento de turismo industrial nos Açores

• Ausência de um roteiro para o turismo industrial

no concelho

• Baixa preparação das unidades fabris para

relacionamento e atração de turistas

Atividades e Atrações Turísticas

Pontos Fortes Pontos Fracos

Page 201: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

201 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Acervo e Identidade Cultural

Estão localizadas várias unidades culturais e manifestações religiosas no concelho da Ribeira Grande, que permitem

conhecer melhor o seu desenvolvimento histórico. São vários os museus já qualificados e os edifícios da igreja

católica que se distribuem pelas diferentes freguesias e que marcam um traço identitário muito forte, onde

também se integram as artes ligadas ao artesanato. Para além disso, adicionalmente às típicas festas açorianas de

cada freguesia, a Ribeira Grande apresenta vários eventos que a diferenciam de todos os outros concelhos dos

Açores e mantêm uma atividade regular ao longo do ano. A considerar, ainda, várias outras estruturas, como o

Teatro Ribeiragrandense e o Mercado Municipal, bem como o traço rural e a ligação muito forte da população às

atividades agrícolas e piscatórias, resultando em elementos únicos da sua vivência diária.

Descrição

Produtos Turísticos Relevância Estratégica

Atual Futuro

• Touring cultural e religioso ** ***

• Turismo gastronómico * **

• Turismo de experiências * **

Page 202: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

202 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Acervo e Identidade Cultural

• Rede de museus – Museu Municipal, Museu Vivo do Franciscanismo, Museu da Emigração Açoriana, Casa do

Arcano, Casa Lena Gal, Museu do Tabaco e Museu Local do Pico da Pedra

• Festividades únicas – Cantar às Estrelas (Festa de Nossa Senhora da Estrela), Cavalhadas de São Pedro, Dia do

Comércio, Feira Quinhentista

• Património religioso (igrejas, capelas e ermidas ) e cultural (ex.: Teatro Ribeiragrandense)

• Artesanato

• Traço identitário muito forte

• Diversidade de festividades e património

• Festividades e manifestações culturais únicas

• Rede de museus gerida centralmente

• Capacidade de mobilização do turismo interno

• Grande potencial para o desenvolvimento de

produtos turísticos diversificados

• Feira agrícola

• Ausência de um roteiro cultural e museológico

• Dispersão e insuficiente projeção dos artesãos

• Pequena dimensão dos museus e unidades

culturais

• Vocação das estruturas para a chegada de turistas

em circuitos e menor preparação para o DIY

• Baixa transversalidade com outros setores

• Baixa diferenciação da oferta gastronómica

Atividades e Atrações Turísticas

Pontos Fortes Pontos Fracos

Page 203: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

203 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Atrações Naturais Existe

• Praias

• Ribeiras e riachos

• Lagoas

• Parques naturais, florestas e reservas

Observações

Excelentes condições para surf e lazer

• Áreas selvagens

• Paisagens e miradouros

• Trilhos

• Montes, montanhas e picos

• Manifestações vulcânicas peculiares (ex.: fumarolas)

• Grutas

• Nascentes termais

• Fauna

• Flora

Atrações Turísticas

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Facilidade de Acesso

Capacidade de carga

Atratividade

Muito boa Média Elevada

Ideal para canyoning e aventura Muito boa Média-Baixa Elevada

Necessita de maior estruturação Muito boa Média-Baixa Elevada

Vários pontos de grande interesse turístico em todo o concelho

Muito boa Média-Baixa Elevada

Zonas ideais para o turismo de aventura Média Média Elevada

Grutas marítimas visitáveis entre a Ribeirinha e os Fenais da Ajuda.

Má Muito Baixa Elevada

Comum a toda a Região Muito boa Média Média

Belezas naturais com reconhecimento internacional

Muito boa Média-Baixa Elevada

Zonas de grande potencial turístico, mas necessitam preparação e proteção

Muito boa Baixa Elevada

Enorme potencial para mais trilhos, que podem ser estruturados para trekking

Muito boa Média Elevada

Capacidade de integração em produtos de saúde e bem-estar

Boa Média Média

Potencial para a diferenciação através do turismo de saúde e bem-estar

Boa Média-Baixa Elevada

Comum a toda a Região Muito boa Média Média

Page 204: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

204 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Atrações Culturais

• Museus, casas de cultura e galerias de arte

• Edifícios peculiares

• Edifícios religiosos

• Locais históricos

Atrações Turísticas

• Bibliotecas e arquivos

• Explorações agrícolas

• Portos de pesca e comunidades piscatórias

• Explorações vinícolas e adegas

• Unidades industriais

• Feiras

• Festividades

• Gastronomia típica

• Tradições

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Existe

Observações

Diversidade de unidades, que requerem avaliação à massa crítica existente

Facilidade de Acesso

Capacidade de carga

Atratividade

Muito boa Média-Baixa Alta

Muitos edifícios degradados que podem ser recuperados e valorizados

Muito boa Média-Baixa Média

Poucos locais valorizados com história e acontecimentos marcantes

Muito boa Média-Baixa Média

Potencial de transversalidade com o turismo, mas sem agentes preparados

Boa Alta Baixa

X Não há tradição vinícola no concelho - - -

Feira semanal (quinta-feira) e feira anual em Santana

Muito boa Alta Média

Um dos pontos mais fortes no concelho Muito boa Média-Baixa Alta

Património vasto, por todo o concelho Muito boa Média-Baixa Média

Biblioteca Daniel de Sá é um elemento muito valorizador da cultura local

Muito boa Média-Baixa Média

Potencial de transversalidade com o turismo, mas sem agentes preparados

Muito boa Média-Baixa Baixa

Várias unidades ainda por explorar nos circuitos turísticos

Muito boa Baixa Alta

Várias festividades singulares de grande potencial, como as Cavalhadas

Muito boa Alta Alta

Particularmente fortes em épocas festivas e em zonas de maior ruralidade

Muito boa Média-Baixa Alta

Page 205: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

205 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Resumo das Principais Atrações: Elementos Naturais e Trilhos

Lagoa do Fogo

• Localização: Serra de Água de Pau • Reserva Natural • Rede Natura 2000

Caldeira Velha

• Localização: Serra de Água de Pau • Monumento Natural

Trilho da Praia da Viola • Localização: Maia/Lomba da Maia • Trilho classificado • Praia

Vale das Lombadas

• Localização: Serra de Água de Pau • Nascentes de águas minerais gasocarbónicas

Lagoa de São Brás

• Localização: São Brás

Mata do Dr. Fraga

• Localização: Maia • 15.000 m2

Trilho do Salto do Cabrito

• Localização: Caldeiras • Trilho classificado • Queda de água e central hidroelétrica

Trilho da Ponta do Cintrão • Localização: Ribeirinha • IBA – important bird area • Trilho municipal

Caldeiras da Ribeira Grande

• Localização: Caldeiras • Termas

Trilho do Chá da Gorreana

• Localização: Gorreana • Trilho classificado • Integrado na “Rota do Chá”

Trilho do Feno

• Localização: Fenais da Ajuda • Trilho classificado

Trilho dos Moinhos da Ribeira Funda

• Localização: Fenais da Ajuda • Trilho classificado

Ladeira da Velha

• Localização: Porto Formoso • Nascente termal • Relevância histórica: “Combate da Ladeira da Velha”

Trilho do Pico Queimado • Localização: Santa Bárbara (Mediana) • Trilho municipal

Page 206: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

206 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Resumo das Principais Atrações: Elementos Naturais e Trilhos

Trilho do Chá do Porto Formoso

• Localização: Porto Formoso • Associação à Rota do Chá • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Trilho da Caldeira Velha

• Localização: Serra de Água de Pau • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Trilho de Downhill da Bandeirinha

• Localização: Serra de Água de Pau • Diversificação das atividades de animação • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Trilho Lombadas/Lagoa do Fogo • Localização: Serra de Água de Pau • Uma das mais belas paisagens naturais dos Açores • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Trilho da Ladeira da Velha

• Localização: Porto Formoso • Nascentes termais e acontecimentos históricos • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Trilho de ligação da Ribeira Funda à Viola • Localização: Fenais da Ajuda-Lomba da Maia-Maia • Associação a outros trilhos e atrações • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Miradouros

• Localização: Em todo o concelho • Vários pontos de beleza e interesse • Potencial para um miradouro na Ponta do Cintrão

Page 207: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

207 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Resumo das Principais Atrações: Unidades Culturais

Teatro Ribeiragrandense

• Localização: Matriz • Eventos culturais

Museu Municipal

• Localização: Matriz • Museu de Comunidade ou Identidade

Biblioteca Municipal Daniel de Sá

• Localização: Matriz • Mais de 40.000 títulos

Museu da Emigração Açoriana

• Localização: Conceição • Reconversão do “Barracão do Peixe”

Casa do Arcano

• Localização: Matriz • Primeiro Tesouro Regional

Casa Lena Gal

• Localização: Conceição • Pintura

Museu Local do Pico da Pedra

• Localização: Pico da Pedra • Temática local e galeria de arte

Museu Vivo do Franciscanismo

• Localização: Conceição • Convento e práticas religiosas

Cine Teatro Mira Mar

• Localização: Rabo de Peixe

Arquivo Municipal

• Localização: Matriz • Documentos históricos desde 1507

Rota dos Moinhos de Água

• Localização: Matriz

Rota dos Romeiros

• Localização: Concelho • Potencial para constituir uma ciclovia (como o caminho

de Santiago)

Museu do Tabaco

• Localização: Maia • Dedicado à agroindústria do tabaco

Casa das Cavalhadas

• Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Page 208: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

208 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Resumo das Principais Atrações: Unidades Culturais

Museu Agrícola

• Localização: Santana • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Museu da Eletricidade

• Localização: Conceição/Matriz • Projeto a desenvolver pela CMRG e EDA

Museu do Mar

• Localização: Rabo de Peixe • Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Museu da Aviação

• Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Page 209: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

209 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Resumo das Principais Atrações: Festividades

Cantar às Estrelas – Nossa Senhora da Estrela

• Data: Fevereiro

Prim’Arte

• Data: Março/abril

Cavalhadas de São Pedro

• Data: Junho

Festa da Flor

• Data: Maio • A reativar em 2015

Feira Quinhentista

• Data: Agosto

Festival de Balões de Ar Quente

• Data: Julho • A iniciar em 2015

Dia do Comércio

• Data: Julho

Festival Monteverde

• Data: Agosto • Iniciativa privada

Feira Agrícola de Santana

• Data: Junho

Concurso de Chás e Pudins de Chá

• Data: Fevereiro

Festival Gastronómico

• Data: Dezembro • Iniciado em 2014

Page 210: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

210 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Resumo das Principais Atrações: Festividades

Sagrado Coração de Jesus

• Localização: Ribeira Seca • Data: 3.º domingo de agosto • Santo Padroeiro

Senhora do Rosário

• Localização: Lomba da Maia • Data: 4.º domingo de agosto • Santo Padroeiro

Sagrado Coração de Jesus

• Localização: Matriz • Data: 1.º domingo de setembro • Santo Padroeiro

Senhora da Aflição

• Localização: Ribeira Funda (Fenais da Ajuda) • Data: 1.º domingo de setembro • Santo Padroeiro

Senhora da Graça

• Localização: Porto Formoso • Data: 1.º domingo de setembro • Santo Padroeiro

Nossas Senhora das Victórias

• Localização: Santa Bárbara • Data: 4.º domingo de agosto • Santo Padroeiro

Senhora da Boa Viagem

• Localização: Calhetas • Data: 4.º domingo de setembro • Santo Padroeiro

Senhora das Dores

• Localização: Lombinha (Maia) • Data: 15 de setembro • Santo Padroeiro

Senhora dos Prazeres

• Localização: Pico da Pedra • Data: 3.º domingo de setembro • Santo Padroeiro

Senhora do Rosário

• Localização: Rabo de Peixe • Data: 1.º domingo de outubro • Santo Padroeiro

Divino Espírito Santo

• Localização: Maia • Data: 3.º domingo de julho • Santo Padroeiro

São Salvador do Mundo

• Localização: Ribeirinha • Data: 2.º domingo de agosto • Santo Padroeiro

Sagrado Coração de Jesus

• Localização: Conceição • Data: 1.º domingo de agosto • Santo Padroeiro

Senhora da Saúde

• Localização: Caldeiras (Matriz) • Data: 15 de agosto • Santo Padroeiro

São Pedro

• Localização: Lomba de São Pedro • Data: 1.º domingo de agosto • Santo Padroeiro

São Brás

• Localização: São Brás • Data: 3.º domingo de agosto • Santo Padroeiro

Senhora da Ajuda

• Localização: Fenais da Ajuda • Data: 15 de agosto • Santo Padroeiro

Page 211: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

211 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Resumo das Principais Atrações: Unidades Industriais

Fábrica da Cerâmica Micaelense

• Localização: Matriz

Fábrica de Licores “Mulher de Capote”

• Localização: Conceição

Fábrica de Chá da Gorreana

• Localização: Gorreana • Integrada na “Rota do Chá” com trilho pedestre • Património Imóvel dos Açores

Fábrica de Laticínios da Fromageries Bel

• Localização: Matriz • Ligação direta ao setor agrícola

Central Geotérmica do Pico Vermelho

• Localização: Pico Vermelho

Central Geotérmica da Ribeira Grande

• Localização: Proximidade da Lagoa do Fogo

Central Hidroelétrica da Fajã do Redondo

• Localização: Fajã do Redondo • Integrada no Trilho do Salto do Cabrito • Património Imóvel dos Açores

Fábrica da Telha • Localização: Ribeira Seca • Sem atividade • Património Imóvel dos Açores

Fábrica de Laticínios da Insulac

• Localização: Ribeira Seca • Ligação direta ao setor agrícola

Fábrica do Álcool

• Localização: Conceição • Em conversão para Centro de Arte Contemporânea • Património Imóvel dos Açores

Fábrica de Chá do Porto Formoso

• Localização: Porto Formoso • Integrada na “Rota do Chá”

Fábrica do Tabaco

• Localização: Maia • Reconvertido para Museu do Tabaco • Património Imóvel dos Açores

Page 212: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

212 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Resumo das Principais Atrações: Unidades Industriais

Fábrica da Chicória

• Localização: Ribeirinha • Sem atividade • Património Imóvel dos Açores

Fábrica de Rações Santana

• Localização: Rabo de Peixe (Santana) • Ligação direta ao setor agríola

Fábrica da Cofaco

• Localização: Rabo de Peixe • Ligação direta à atividade piscatória local

Fábrica de Chocolates “O Chocolatinho”

• Localização: Rabo de Peixe

Unidades Complementares

• Explorações agrícolas • Portos de pesca • Lota • Transversalidade da atividade turística com

atividades tradicionais

Herdeiros de Agostinho Ferreira Medeiros

• Localização: Rabo de Peixe • Transformação de basalto – “Pedra de Lavoura”

Grupo Marques

• Localização: Pico da Pedra • Transformação de basalto – “Pedra de Lavoura”

José Dâmaso e Filhas

• Localização: Matriz • Transformação de basalto – “Pedra de Lavoura”

Page 213: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

213 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Resumo das Principais Atrações: Igrejas

Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres

• Localização: Pico da Pedra

Igreja do Bom Jesus

• Localização: Rabo de Peixe

Igreja de São Brás

• Localização: São Brás

Igreja de Santa Bárbara

• Localização: Santa Bárbara

Igreja de São Pedro

• Localização: Ribeira Seca

Igreja de Nossa Senhora da Estrela

• Localização: Matriz

Igreja do Senhor dos Passos

• Localização: Matriz

Igreja dos Reis Magos

• Localização: Fenais da Ajuda

Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem

• Localização: Calhetas

Igreja do Santíssimo Salvador do Mundo

• Localização: Ribeirinha

Igreja do Divino Espírito Santo

• Localização: Maia

Igreja da Nossa Senhora do Rosário

• Localização: Lomba da Maia

Page 214: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

214 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

Resumo das Principais Atrações: Igrejas

Igreja de Nossa Senhora da Conceição

• Localização: Conceição

Igreja de Nossa Senhora da Graça

• Localização: Porto Formoso

Igreja de Nossa Senhora dos Aflitos

• Localização: Ribeira Funda (Fenais da Ajuda)

.Igreja de Nossa Senhora da Ajuda

• Localização: Fenais da Ajuda

Igreja de São Pedro

• Localização: Lomba de São Pedro

Igreja do Convento de São Francisco

• Localização: Conceição

Igreja de Nossa Senhora das Dores

• Localização: Lombinha (Maia)

Page 215: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

215 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Apesar de nunca se ter promovido uma aposta estratégica no setor do

turismo na Ribera Grande, em virtude das dinâmicas socioeconómicas do

concelho, existem vários elementos que lhe conferem as condições básicas

para o desenvolvimento desta atividade. Há, naturalmente, algumas lacunas

em serviços de apoio e condições de suporte que carecem de resolução e

melhoria, mas existem, igualmente, várias entidades e infraestruturas de boa

qualidade que dotam o concelho de requisitos essenciais para a promoção da

atividade turística.

Os pontos mais fortes do concelho, neste momento, resultam das

acessibilidades externas, com SCUT de grande qualidade; da atividade de

restauração, essencialmente assente na gastronomia típica, mas que

necessita de inovação no serviço; das infraestruturas desportivas e culturais;

do corpo de Bombeiros Voluntários; e dos serviços de informação no Posto

de Turismo, elogiado pelos turistas estrangeiros. Existem ainda grandes

potencialidades, como as valências da Escola Profissional da Ribeira Grande,

que podem contribuir para uma melhor preparação do concelho.

As debilidades estão identificadas no alojamento, muito reduzido e pouco

qualificado (com algumas exceções); na animação noturna; na atividade

comercial; no material de informação turística; e nas atividades e animação

turística. Repare-se, contudo, que o desenvolvimento destas valências

exigem esforços da esfera pública, mas também da iniciativa privada.

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Page 216: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

216 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

O concelho da Ribeira Grande, e em particular a cidade da Ribeira Grande,

está muito bem munido de vias de acesso de construção recente, boa

qualidade e manutenção permanente. As vias rodoviárias atuais,

nomeadamente a ENI1-1A, permitem um acesso rápido a todos os restantes

pontos da ilha de São Miguel, com destaque para a facilidade e rapidez de

comunicação com os concelhos de Lagoa, Ponta Delgada, para além de

Nordeste e Vila Franca do Campo. O acesso ao concelho da Povoação, não

sendo tão cómodo como os restantes, também não deixa de ser fácil. A

localização da Ribeira Grande, que lhe garante a comunicação direta com os

cinco concelhos da ilha e com o mar, é um dos fatores mais importantes para

valorizar o concelho e dotá-lo de uma posição central nas dinâmicas turísticas

micaelenses.

A cidade da Ribeira Grande dista menos de 25 km do Aeroporto João Paulo II

e menos de 20 km do terminal de cruzeiros nas Portas do Mar em Ponta

Delgada, o que significa um tempo médio de viagem automóvel de 20

minutos para cada um destes pontos de entrada. As distâncias para Rabo de

Peixe, o grande centro atual de alojamento do concelho, são ainda menores.

Contudo, alguns acessos secundários, principalmente para as freguesias e

atrações da zona nascente do concelho, apresentam menor qualidade, algo

que dificulta a chegada de turistas a pontos mais remotos e descentralizados.

Esta situação carece de melhorias, uma vez que impede a capitalização de

todo o potencial turístico existente. Não obstante, a solução implementada

deverá estar adequada à estratégia de desenvolvimento turístico do

concelho e à tipologia dos produtos turísticos oferecidos nesta zona.

Transportes e Acessibilidades

Fonte: Google Maps

Page 217: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

217 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Transporte e Acessibilidades

• Aeroporto

• Aeródromo para pequenas aeronaves e aviação de recreio

• Porto com condições de receber transporte de passageiros

• Terminal de cruzeiros

• Marina

• Ferry

• Autoestradas e vias rápidas

• Estradas secundárias e acessos interiores

• Central de táxis

• Central de autocarros

• Ligações externas de autocarros

• Circuitos internos de autocarros

• Circuitos de minibus ou serviços de cortesia semelhantes

Transportes e Acessibilidades

Existe

X

Observações

Aeroporto localizado em Ponta Delgada, a apenas 20 km

Capacidade Operacional

Localização Qualidade de

serviço

- - -

X Há potencial para reativar o aeródromo de Santana

- - -

X Terminal em Ponta Delgada, a apenas 20 km

- -

X Não existe massa crítica que o justifique - - -

Existem necessidades de melhoria, em especial, na zona nascente do concelho

Razoável Razoável Razoável

Necessidade de melhor identificação das carreiras e autocarros

Boa Muito boa Razoável

Necessidade de mais ligações entre a cidade e a zona nascente do concelho

Boa Razoável Boa

Considera-se que existe potencial no Porto de Rabo de Peixe

- - -

A localização é indicada como um ponto fraco, mas pode ser um ponto forte

Boa Razoável Razoável

SCUT novas com excelentes condições e manutenção permanente

Muito boa Muito boa Muito boa

A manter Boa Boa Boa

Ligações frequentes entre os principais centros urbanos da ilha

Boa Boa Boa

X Eventual solução para ligações entre a cidade e a zona nascente do concelho

- - -

Page 218: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

218 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Dada a ausência histórica de foco no setor do turismo no concelho da Ribeira

Grande e a débil terciarização da economia, os elementos qualificadores da

oferta e do destino encontram-se, na generalidade, num baixo estádio de

desenvolvimento e dinamização. Particularmente no que se refere aos

serviços da principal cadeia de valor do turismo (alojamento, restauração e

animação), é notória a baixa capacidade competitiva.

A capacidade de alojamento é um fator determinante na qualificação de um

destino e é uma das maiores lacunas do concelho da Ribeira Grande. A oferta

é muito reduzida, pouco diferenciada e com baixa capacidade de atração. A

diferenciação da oferta, com aposta no turismo rural e na hotelaria de

charme, é fundamental para poder qualificar o destino e evitar a

concorrência direta com o alojamento oferecido em Ponta Delgada.

A restauração é o ponto mais forte desta dimensão na Ribeira Grande,

concelho com grande tradição gastronómica e com vários restaurantes de

cozinha tradicional. Contudo, verificam-se necessidades de inovação e

melhoria no serviço, que permitam uma melhor preparação para as

exigências dos turistas.

A atividade comercial na Ribeira Grande esteve sempre fortemente

condicionada pela oferta disponível em Ponta Delgada (em particular das

grandes superfícies), pelo rendimento per capita local e, mais recentemente,

pelos efeitos da crise económico-financeira. Neste momento, a oferta é

reduzida, indiferenciada e cada vez mais dominada pelos estabelecimentos

chineses. Não obstante, possui várias unidades importantes para o turista,

como o retalho alimentar e lojas de conveniência.

A oferta de animação turística no concelho é também bastante reduzida.

Normalmente, são as empresas sedeadas em Ponta Delgada que trazem o

turista à Ribeira Grande, existindo poucas empresas locais a desenvolver esta

atividade. Existe muito potencial e várias áreas onde poderá ocorrer

investimentos, mas será necessária uma aposta profissional, capaz de inovar

e de oferecer experiências de grande valor emocional.

Elementos Qualificadores da Oferta

Page 219: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

219 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Alojamento

• Resorts

• Hotéis

• Pensões, residenciais e motéis

• Apartamentos turísticos

• Hostels, pousadas e albergues

• Apartamentos e moradias (alojamento local)

• Bead & Breaksfast (B&B)

• Centros de estágio

• Estâncias náuticas

• Turismo em espaço rural

• Residências universitárias

• Parques de campismo

• Parques de caravanas

Elementos Qualificadores da Oferta

Existe Observações Facilidade de

Acesso Capacidade

de carga Atratividade Existe

Observações

Considerou-se apenas o novo projeto Eco-Beach Resort de Santa Bárbara

Capacidade Operacional

Localização Qualidade de

serviço

Baixa Muito boa -

X Potencial para o surgimento na cidade, em particular na zona do Monte Verde

- - -

Principal oferta da Quinta de Santana Média Boa Boa

Oferta dispersa pelo concelho, mas mais concentrada na zona poente

Baixa Razoável Razoável

X Apenas justificável se houver uma aposta no turismo desportivo

- - -

Tipologia fundamental para o concelho, que deve ser desenvolvida

Baixa Muito boa Boa

Potencial para mais unidades, em particular inseridas na natureza

Baixa Muito boa Muito boa

Oferta limitada e com pouca capacidade de modernização e inovação

Baixa Muito boa Média

X Uma aposta fundamental para atrair novos turistas e backpackers.

- - -

X Tipologia que permite a diferenciação da oferta e a atração de turistas jovens

- - -

X Relevante para potenciar a náutica de recreio e competições náuticas

- - -

X Não existem polos universitários no concelho

- - -

Primeiro parque integrado no novo estacionamento do Areal de St. Bárbara

Média Muito Boa -

Page 220: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

220 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Restauração e similares

• Restaurantes

• Cafés, bares e snack-bares

• Estabelecimentos de fast food

• Discotecas e clubes noturnos

Elementos Qualificadores da Oferta

• Centros comerciais

• Lojas de conveniência

• Hiper, super e minimercados

• Estabelecimentos de material desportivo diversificado

• Lojas de souvernirs

• Mercados

• Farmácias e drogarias

Comércio

Existe Observações Facilidade de

Acesso Capacidade

de carga Atratividade Existe

Observações

Uma das melhores valências atuais do concelho, mas necessita de inovação

Capacidade Operacional

Localização Qualidade de

serviço

Média Muito boa Boa

Proliferam vários estabelecimentos de baixa qualidade e indiferenciados

Elevada Boa Baixa

X Necessidade de oferta de qualidade e com capacidade de qualificar a oferta

- - -

Há uma tendência de redução destes estabelecimentos

Elevada Boa Boa

X Essencial para o turismo de natureza, aventura e desportivo

- - -

Atividade bastante reduzida, mas com grande potencial

Baixa Muito boa Baixa

Não existem marcas internacionais, de fácil identificação (ex.: Burger King)

Baixa Boa Razoável

X Atividade comercial pouco diversificada - - -

Oferta centralizada nos principais polos urbanos

Muito elevada Boa Muito boa

Há baixo aproveitamento de zonas turísticas de excelência

Baixa Razoável Boa

Oferta variada no concelho, mas com limitações na zona nascente

Muito elevada Muito boa Muito boa

Existe Observações Facilidade de

Acesso Capacidade

de carga Atratividade Existe Observações

Capacidade Operacional

Localização Qualidade de

serviço

Page 221: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

221 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Elementos Qualificadores da Oferta

• Empresas de animação turística

• Guias turísticos

• Operadores marítimo-turísticos

• Rotas, roteiros e circuitos estruturados

• Organização de eventos

Animação

Poucos guias qualificados e com bom conhecimento de todo o território

Média Regular Muito boa

Existem poucas rotas estruturadas e as que existem carecem de valorização

Boa Regular Média

Poucas empresas a sedeadas na Ribeira Grande

Baixa Regular Muito boa

Poucos operadores e com a atividade pouco conhecida

Baixa Sazonal Média

A organização de eventos pode ser um fator de diminuição da sazonalidade

Boa Regular Boa

Existe Observações Facilidade de

Acesso Capacidade

de carga Atratividad

e Existe Observações

Capacidade Operacional

Regularidade da Operação

Qualidade de serviço

• Casinos e casas de jogo X - - - -

• Teatros

• Cinemas

• Espetáculos desportivos

Oferta muito limitada Baixa Ocasional Baixa

Necessidade de adequação da oferta e diversidade das peças de teatro

Média Ocasional Média

Potencial para organização de mais espetáculos desportivos

Boa Sazonal Boa

• Espetáculos de rua X Um importante elemento para animar locais públicos (ex.: Jardim do Paraíso)

- - -

• Festivais de música Festival do Monte Verde é a principal referência

Boa Ocasional Boa

• Parques temáticos X - - - -

• Spas e centros de wellness X Perspetivam-se projetos para esta área nas Caldeiras

- - -

Page 222: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

222 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Elementos Qualificadores da Oferta

Instalações e equipamentos desportivos e de recreação

• Estádios

• Campos de golfe

• Piscinas

• Ciclovias

Existe Observações Facilidade de

Acesso Capacidade

de carga Atratividade Existe

Observações

Campos de pequena dimensão, com vocação para a prática de futebol

Capacidade Operacional

Localização Qualidade de

serviço

Baixa Muito boa Média

Existe apenas um campo de Golfe, localizado na Batalha.

Alta Boa Boa

Poucas ciclovias em todo o concelho Baixa Razoável Muito boa

Piscinas municipais e piscina aquecida nos Bombeiros

Média Muito boa Boa

• Autódromos, kartódromos ou pistas de motocross Estruturas existentes podem ser mais aproveitadas para a animação turística

Baixa Boa Boa

• Pavilhões gimnodesportivos Alguns equipamentos de boa qualidade e outros de baixa qualidade

Média Boa Boa

Page 223: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

223 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Elementos Qualificadores da Oferta

•Pouca capacidade de alojamento no concelho.

•Essencialmente Alojamento Local e Casas de Campo (Turismo Rural).

•Apenas três unidades com capacidade superior a 20 camas (uma superior a 100).

•Nenhum hotel 3 estrelas, hostel ou hotel de charme na cidade (e no concelho).

•Rabo de Peixe e Calhetas concentram a maior capacidade de alojamento.

•Previsão de novas unidades (ex.: Eco-Beach Resort Santa Bárbara).

Alojamento

Animação

Restauração

•Muito poucas empresas e agentes ativos.

•Atividades náuticas de recreio praticamente inexistentes.

•Baixa capacidade operacional de entretenimento noturno.

•Atividades culturais são as mais ativas e dinâmicas, mas carecem de maior estruturação.

•Muitos recursos e atrações turísticas.

•Poucas atividades e eventos promotoras do ecoturismo

•Vários restaurantes de boa qualidade.

•Essencialmente vocacionada para a gastronomia tradicional.

•Baixa capacidade de inovação e diferenciação.

•Matéria-prima de elevada qualidade (hortícolas, carne e peixe).

•Um dos fatores mais fortes no concelho.

•Apresenta necessidades na melhoria do serviço.

Avaliação global à qualidade da oferta Baixo

Performance face à média Muito fraco

Necessidades de investimento Muito elevado

Avaliação global à qualidade da oferta Baixo

Performance face à média Muito fraco

Necessidades de investimento Elevado

Avaliação global à qualidade da oferta Elevado

Performance face à média Bom

Necessidades de investimento Médio

Dos elementos qualificadores da oferta analisados, três fazem parte da cadeia de valor principal do turismo. Neste sentido, torna-se importante perceber, de

uma forma objetiva, como se posicionam essas três atividades em concreto face à média regional. Com esta informação torna-se percetível o esforço de

estruturação e investimento que será necessário aplicar de modo a qualificar o destino “Ribeira Grande”.

Page 224: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

224 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

O concelho da Ribeira Grande possui várias entidades e unidades de apoio à

saúde e à segurança, que conferem as condições essenciais para atrair vários

segmentos de mercado. Para além disso, existem outras unidades que

permitem melhorar a experiência do turista no decorrer da estadia no

concelho e possibilitam uma melhor preparação do destino.

Nas principais estruturas de saúde e segurança, os Bombeiros Voluntários do

concelho são reconhecidos pela sua capacidade de intervenção e valia

técnica, conferindo uma importante estrutura de apoio, por exemplo, ao

turismo de natureza e aventura. Por outro lado, o Centro de Saúde da Ribeira

Grande tem diminuído a sua capacidade operacional, reduzindo alguns

horários e a funcionalidade de vários serviços, incluindo o serviço de

atendimento urgente. A capacidade de resposta é naturalmente afetada,

havendo necessidade de recorrer ao Hospital do Divino Espírito Santo, em

Ponta Delgada que, apesar de tudo, não fica muito distante.

A Escola Profissional é uma estrutura que poderá ter uma valia muito

relevante na qualificação dos recursos humanos locais, mas que necessitará

de adaptar a sua oferta formativa aos novos desafios do turismo. Existem,

também, vários equipamentos de apoio que carecem de uma maior atenção

e preparação para a atividade turística, procurando promover o conforto e

comodidade dos visitantes. Não obstante, uma das melhores unidades de

apoio é o Posto de Turismo da Ribeira Grande, referenciado de forma

recorrente pelos turistas como uma entidade fundamental na recolha e

interpretação de informação sobre a cidade, o concelho, as atividades e as

principais atrações a visitar.

Serviços e Equipamentos de Apoio

Page 225: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

225 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Saúde e Segurança

• Unidade de Saúde (hospital, centro de saúde, etc.)

• Polícia

• Proteção Civil

• Bombeiros

Serviços e Equipamentos de Apoio

Informação ao Visitante

• Welcome Center/Posto de Turismo

• Sinalização turística

• Informação estática em locais de interesse

• Centros interpretativos

• Brochuras informativas

• Mapas turísticos

• Canais de informação web (site, perfis em redes sociais, etc.)

Existe Observações Facilidade de

Acesso Capacidade

de carga Atratividade Existe

Observações

Centro de Saúde com horário reduzido e baixa capacidade de resposta

Capacidade Operacional

Localização Qualidade de

serviço

Baixa Muito boa Média

Várias esquadras no concelho Média Boa Elevada

Corpo de bombeiros de excelente qualidade e capacidade operacional

Elevada Muito boa Elevada

- Elevada Muito Boa Elevada

Necessidade de sinalização em múltiplas línguas de atrações e roteiros turísticos

Baixa Razoável Baixa

Poucas unidades com informação turística relevante

Baixa Boa Boa

Necessidade de investimento na sua apresentação e modernização

Baixa Má Baixa

Posto de turismo com elevado nível de atendimento e informação

Único Boa Muito boa

Poucos locais com informação estática Baixa Razoável Razoável

Praticamente inexistentes, carecendo de investimento

Baixa Má Baixa

Informação dispersa e com lacunas, mas existe uma app para smartphone

Elevada Má Baixa

Existe Observações Facilidade de

Acesso Capacidade

de carga Atratividade Existe Observações Quantidade Localização Qualidade de

serviço

Page 226: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

226 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Outros Serviços e Equipamentos de Apoio

• Estação de correios

• Escolas especializadas

• Bancos e ATM

• Cobertura de rede de telefones móveis

Serviços e Equipamentos de Apoio

• Telefones públicos

• Estacionamento para viaturas turísticas

• Oficinas mecânicas

• Lavandarias

• Casas de banho públicas

• Duches públicos

Existe

- Baixa Boa Boa

Potencial para adaptar a atual oferta formativa aos desafios do turismo

Elevada Boa Boa

Praticamente 100% do território com cobertura

Elevada Muito boa Muito boa

Pouca funcionalidade para aos circuitos turísticos na cidade

Baixa Razoável Média

Praticamente inexistentes Baixa Razoável Baixa

Presentes nas principais zonas balneares Média Boa Boa

Existem ATM em todas as freguesias do concelho

Elevada Muito boa Muito boa

Poucos telefones públicos disponíveis Baixa Má Baixa

Dificuldade de resposta adequada a emergências em rent-a-car

Média Boa Boa

Poucas e pouco funcionais Baixa Má Baixa

Observações Facilidade de

Acesso Capacidade

de carga Atratividade Observações

Capacidade Operacional

Localização Qualidade de

serviço

Page 227: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

227 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Estruturas de Apoio e de Complemento da Animação

A.H. Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande

• Localização: Conceição • Possui instalações desportivas com piscina

Posto de Turismo

• Localização: Conceição

Polícia de Segurança Pública • Localização: vários locais • Potencial de reconversão

A Ponte Norte – Cooperativa de Ensino e Desenvolvimento da Ribeira Grande

• Localização: Rabo de Peixe e Matriz

Centro de Saúde da Ribeira Grande • Localização: Conceição

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

CPA – Centro de Promoção Ambiental

• Localização: Matriz • Integrado no Jardim do Paraíso

Escola Profissional da Ribeira Grande • Localização: Rabo de Peixe e Matriz

ATURG – Associação de Turismo da Ribeira Grande

• Localização: Ribeira Grande

Azores Surf Center • Localização: Ribeira Seca • Integrado nas estruturas do Areal de Santa Bárbara

Clube Desportivo de Tiro de São Miguel

• Localização: Rabo de Peixe (Santana)

Central de Táxis

• Localização: Matriz

OASA – Observatório Astronómico de Santana • Localização: Rabo de Peixe • Único centro de divulgação científica do concelho

Associação Equestre Micaelense

• Localização: Rabo de Peixe (Santana)

Clube Naval de Rabo de Peixe • Localização: Rabo de Peixe

Page 228: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

228 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Estruturas de Apoio e de Complemento da Animação

Mercado Municipal

• Localização: Matriz • Património imóvel dos Açores

Pavilhão Gimnodesportivo Municipal

• Localização: Conceição

Jardim do Paraíso • Localização: Matriz • Possui um pequeno anfiteatro

Pavilhão Gimnodesportivo da Escola Secundária

• Localização: Matriz

Recinto da Associação Agrícola de São Miguel • Localização: Rabo de Peixe (Santana) • Múltiplas valências

4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística

Filarmónicas

• Localização: várias

Campos desportivos sintéticos • Localização: várias

Centro Comunitário de Rabo de Peixe

• Localização: Rabo de Peixe

Coros e Grupos Folclóricos

• Localização: várias

Centros Sociais e Paroquiais

• Localização: várias

Casas do Povo • Localização: várias

Escoteiros • Localização: várias

Santas Casas • Localização: várias

Associações Juvenis e Culturais • Localização: várias

Page 229: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

229 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O novo paradigma económico, o contexto dos Açores e a importância

crescente do setor do turismo impulsionam atualmente o concelho da

Ribeira Grande para uma reestruturação da base económica. A aposta na

atividade turística é um desígnio assumido pela Câmara Municipal para o

desenvolvimento a médio prazo, proporcionando a requalificação do

concelho e a valorização dos recursos endógenos.

Assumindo este rumo de ação e compreendendo as perspetivas de futuro

delineadas, estruturou-se uma visão para o desenvolvimento turístico do

concelho, que assenta em quatro pilares essenciais e em princípios

complementares de orientação. Para além de facultarem a perceção do

rumo a seguir, estes elementos definem as características intrínsecas de toda

a estratégia construída e facilitam a estruturação da proposta de valor para o

turismo do concelho.

Em consequência, no sentido de superar os grandes desafios atuais que a

Ribeira Grande enfrenta na procura do desenvolvimento turístico

sustentado, definiram-se quatro objetivos estruturantes que balizam toda a

ação. Estes objetivos estruturantes em conjugação com a proposta de valor

desenvolvida vão permitir a construção de um plano de ação concreto, com

capacidade evolutiva e um horizonte temporal definido, promovendo o

aproveitamento de várias oportunidades no âmbito do período de

programação comunitária restante 2014-2020.

4.5. Visão e Objetivos Estratégicos

4.5. Visão e Objetivos Estratégicos

Page 230: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

230 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O constructo da visão estratégica para o desenvolvimento turístico do concelho da Ribeira Grande assentou em quatro pilares fundamentais –

potencial turístico, visão política, tendências do mercado e capacidade instalada – que perspetivam um desenvolvimento integrado com base na

valorização dos recursos endógenos existentes.

Potencial Turístico Visão Política Tendências do

Mercado Capacidade Instalada

Estimular o desenvolvimento do turismo como atividade fundamental na dinâmica socioeconómica da Ribeira

Grande, através uma oferta diferenciada suportada pela inovação e recursos endógenos do concelho.

Desenvolvimento do turismo

Atividade fundamental na dinâmica socioeconómica da Ribeira Grande

Oferta diferenciada

Inovação e recursos endógenos do concelho

Valorizar, de forma efetiva, o potencial existente com perspetiva de futuro…

… assumindo os desígnios atuais de reajustar a base económica do concelho…

… através da conceção de uma oferta que potencie a diferenciação do destino…

… e da capitalização da riqueza natural e dos recursos endógenos disponíveis.

Visão Estratégica para o Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

4.5. Visão e Objetivos Estratégicos

Page 231: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

231 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.5. Visão e Objetivos Estratégicos

A essência desta visão associa-se, assim, à promoção do desenvolvimento

local e à criação de um ambiente propenso ao investimento e à iniciativa

privada. Deste modo, elevam-se as expetativas de fortalecer a economia do

concelho, de criar novos postos de trabalho e de favorecer o surgimento de

bens e serviços que não seriam possíveis (ou viáveis) apenas com a

exploração do mercado local. Por outro lado, o turismo é assumido como

uma alavanca para o progresso sociocultural, na medida em que a sua

capitalização deverá promover a educação, a formação e a qualificação da

população. Note-se que a atividade turística é extremamente exigente ao

nível da qualificação dos recursos humanos, mas também favorece uma

oportunidade única para o intercâmbio cultural e social, contribuindo para o

enriquecimento das comunidades.

Na mesma medida, a sustentabilidade da atividade turística proporcionará a

oportunidade para reinvestir na valorização interna do concelho, que incluirá

a reabilitação do edificado, a conservação das atrações e de outras

infraestruturas culturais. Deste modo, é possível recuperar e revitalizar áreas

e locais degradados e motivar permanentemente a população, aumentando

a sua autoestima e a valorização do destino.

Neste contexto, assumem-se quatro princípios fundamentais que se

projetam para o futuro do turismo no concelho e que definem os grandes

desafios atuais e futuros da Ribeira Grande:

1. Desenvolvimento Local

Com o aumento do investimento, criação de valor económico e de postos de

trabalho, com impacto multiplicativo por toda a economia do concelho.

2. Sustentabilidade

Com a promoção do ambiente, conservação da natureza, proteção das

comunidades e da cultural local e com a capacidade de autossustentar ciclos

de criação de valor.

3. Transversalidade

Promovendo uma interação permanente em toda a cadeia de valor entre a

atividade turística e outras atividades económicas tradicionais, como a pesca,

a agricultura e a indústria, aumentando o impacto do efeito multiplicador.

4. Competitividade

Elevando a qualidade e a diferenciação da oferta turística e a qualificação do

destino, assegurando maior atratividade e capacidade de competir com

outros mercados.

Considerando a visão definida e os princípios de futuro, perante a situação

atual, o concelho da Ribeira Grande apresenta quatro grandes desafios –

preparação do destino, desenvolvimento do destino, qualificação do

destino e promoção do destino – que servem de molde à definição dos

objetivos estratégicos de todo plano:

Page 232: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

232 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A Ribeira Grande possui baixos níveis que qualificação da população e de

terceirização da economia. Para o desenvolvimento da atividade turística é

fundamental alterar esse paradigma e estimular e adquirir novas competências

técnicas, para além de uma adaptação da mentalidade e da postura cívica da

população. É essencial generalizar a perceção da importância do turismo para a

economia local e para o bem-estar de toda a comunidade, favorecendo uma

adaptação estrutural do comportamento perante o visitante, com maior

profissionalismo e hospitalidade, valorização da imagem do concelho e proteção

do ambiente, das tradições e das atrações locais.

• OE1. Qualificar e melhorar a preparação da população e das empresas do concelho para a atividade turística

Devido à falta de estruturação da oferta de animação e a uma reduzida oferta de

alojamento, a Ribeira Grande tem dificuldade em atrair turistas e fixá-los por

períodos longos. Na realidade, a baixa estadia média é um problema comum a

toda a Região, mas que se torna particularmente evidente neste concelho pela

falta de oferta de alojamento (em termos quantitativos e qualitativos). Para além

disso, é necessário que o aumento da estadia média corresponda a um

incremento na criação de valor para economia local, ou seja, que represente um

aumento do gasto médio por turista nos vários serviços ao seu dispor, incluindo

na restauração, comércio, transportes e atividades turísticas e culturais.

• OE2. Aumentar o número de visitantes (first time e repetentes), o seu tempo de permanência e o valor criado na economia local

As tendências atuais do setor do turismo demonstram inequivocamente a

importância da experiência e das vivências, com grande valorização das emoções,

dos sentimentos únicos e da personalização dos serviços. A qualificação da oferta

de animação é um fator determinante para atingir esse objetivo e oferecer ao

turista motivações e argumentos que influenciem decisivamente o seu processo

de decisão. Este contexto, para além de funcionar como um fator de atratividade,

permite desenvolver o grau de fidelização do visitante, levando-o à repetição do

destino, bem como à recomendação (word of mouth) junto dos círculos de

relações próximas ou canais mais abrangentes (blogs, redes sociais, etc.)

• OE3. Desenvolver as condições estruturais para melhorar a experiência e a vivência do turista

A Ribeira Grande assume neste momento um processo de desenvolvimento da

sua imagem enquanto destino turístico, procurando posicionar-se na mente dos

potenciais consumidores. Não obstante, é fundamental capitalizar a sua

integração no destino “Açores”, tirando proveito e sinergias dos esforços de

promoção turística desenvolvidos pela Região, que já começa a ter um

reconhecimento internacional, em particular no Turismo de Natureza. Sendo

capaz de potenciar esta condição, a Ribeira Grande deverá promover um

posicionamento assertivo, que favoreça a sua diferenciação e valorize os seus

principais pontos fortes.

• OE4. Aumentar a notoriedade e atratividade do concelho dentro do destino “Açores”

4.5. Visão e Objetivos Estratégicos

Page 233: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

233 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A definição dos objetivos estratégicos a alcançar e dos princípios essenciais

que os norteiam permite projetar todo o desenvolvimento estratégico tendo

em vista uma aplicação consequente para a superação dos grandes desafios

a enfrentar. Deste modo, considerando os fundamentos do planeamento

estratégico de destinos turísticos e partindo de uma base que assenta nas

potencialidades, debilidades, oportunidades e ameaças do concelho da

Ribeira Grande, foi possível privilegiar uma metodologia que focaliza esforços

na construção e sustentação de uma proposta de valor para o destino, que

desemboca na conceção de um plano de ação capaz de materializar os

desígnios estratégicos agora delineados. Assim, a construção do plano de

desenvolvimento turístico do concelho fica completa, cumprindo o ciclo de

diagnóstico, planeamento estratégico e conceção operacional.

Porém, para haver consequência são necessários veículos de implementação.

O contexto atual da Ribeira Grande apresenta várias entidades que se

integram diretamente e indiretamente no setor do turismo e que, de uma

forma organizada e coordenada, poderão configurar uma importante força

motriz para o desenvolvimento do setor. Assim, a devida estruturação de

uma iniciativa conjunta, que envolva o setor público e o setor privado e que

estimule o surgimento de mais intervenientes, poderá originar um cluster ou

um grupo de atuação em torno da atividade turística, que potencie a

prossecução da estratégia definida e da implementação do plano de ação.

4.5. Visão e Objetivos Estratégicos

Visão

Transversalidade Desenvolvimento Local

Sustentabilidade Competitividade

Objetivos Estratégicos

Condições de Suporte

Recursos e Atrações Turísticas

Plano de

Ação

Posicionamento e Proposta de Valor

Marketing Territorial

Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 234: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

234 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Neste contexto, não será de negligenciar as oportunidades concedidas pelo

Sistema de Incentivos para a Competitividade Empresarial – COMPETIR+,

enquadrado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 12/2014/A, em particular o

Subsistema de Apoio à Eficiência Empresarial, definido pelo Decreto

Regulamentar Regional n.º 17/2014/A, que prevê “Ações coletivas de

eficiência empresarial” e a “Constituição de Clusters”.

De referir que as “Ações Coletivas de Eficiência Empresarial” se referem ao

conjunto coerente e estrategicamente justificado de iniciativas integradas

num plano de ação, suportado numa visão estratégica, que visem a inovação,

a qualificação ou a modernização de um agregado de empresas com uma

implantação espacial de expressão regional ou local, que fomentem, de

forma estruturada, a emergência de economias de aglomeração através,

nomeadamente, da cooperação e do funcionamento em rede, entre

empresas e entre estas e outros atores relevantes para o desenvolvimento

dos setores a que pertencem e dos territórios em que se localizam.

Os Clusters representam iniciativas que visam dinamizar e potenciar projetos

coletivos, comuns e em cooperação, entre empresas e com as entidades de

suportes, tais como entidades do Sistema Científico e Tecnológico dos Açores

(SCTA), universidades, serviços de administração regional e local, entidades

de desenvolvimento regional e associações de desenvolvimento local,

catalisando uma nova abordagem de criatividade e inovação centrada na

partilha e na multiplicação dos efeitos gerados pela confluência das várias

competências.

Este sistema de incentivos está integrado no período de programação dos

fundos comunitários 2014-2020, favorecendo um horizonte temporal que se

coaduna com as perspetivas de implementação e de desenvolvimento

turístico de médio prazo da Câmara Municipal da Ribeira Grande. Será,

assim, necessário mobilizar diversos agentes, incluindo a ATURG e a AEDRG,

assumindo a Câmara Municipal um papel de liderança, de modo a

impulsionar uma iniciativa coerente e consequente.

4.5. Visão e Objetivos Estratégicos

Page 235: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

235 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A grande diversidade e qualidade de recursos e atrações turísticas no

concelho da Ribeira Grande possibilita e até facilita a estruturação de várias

soluções de diferenciação do destino. Não obstante, existem claramente

produtos turísticos mais desenvolvidos ou com maior potencial de

desenvolvimento que outros, pelo que, de acordo com a análise e

diagnóstico, se decidiu identificar e distinguir duas dimensões essenciais:

produtos estratégicos e produtos complementares.

A classificação dos vários produtos identificados em cada uma destas

dimensões resulta do seu estado de maturidade, potencial de atração, poder

de diferenciação do destino, capacidade competitiva e capacidade de criação

de valor para a economia local. Assim, para os produtos estratégicos

desenvolveu-se um análise profunda, mas objetiva, abordando elementos,

incluindo a definição do produto, perfil do consumidor, requisitos de

desenvolvimento, enquadramento estratégico, perspetivas de evolução no

concelho e, por fim, integrou-se um caso de estudo para cada produto, de

modo a facilitar a perceção e compreensão do enquadramento do mesmo.

Em termos estratégicos foram identificados quatro produtos: turismo de

natureza, touring cultural, turismo náutico e turismo de saúde e bem-estar.

Os produtos complementares são cinco, que incluem o turismo industrial,

sol & mar (praia), turismo gastronómico, turismo desportivo e turismo

sénior.

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 236: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

236 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO DE NATUREZA

Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)

•Produto com melhor pontuação média e mais

referências, considerado o mais importante para o

concelho.

•Aventura é um dos produtos com grande potencial a

desenvolver

•Natureza como principal fator da viagem para os Açores.

•Paisagem indicada como o principal fator diferenciador

da Ribeira Grande.

•Programas de aventura e mais trilhos são os maiores

desejos dos turistas.

•Diversidade de recursos

•Excelentes condições

•Diferenciadores

•Imenso potencial na Serra de

Água de Pau e Zona Nascente

Dados do Mercado

Análise Crítica

Avaliação Global

Fatores Críticos de Decisão Grau de

Maturidade Local Potencial de Crescimento

Crescimento Muito Elevado

•Abundância de atrações naturais e cursos de água

•Muitos recursos ainda por explorar devidamente

•Grande capacidade de transversalidade

•Dimensão dos espaços naturais no concelho

•Potencial endógeno para assumir uma posição de liderança como destino

de aventura e atividades radicais.

•Tendência de crescimento internacional do setor

Produto Estratégico

Potencial Competitivo Interno

***

Muito Importante Muito Elevado Muito Bom

Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação

Page 237: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

237 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TOURING CULTURAL

Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)

•Indicado como o segundo produto mais importante

para o concelho.

•Reconhecimento da capacidade instalada.

•Reconhecimento da importância deste produto no

contexto atual do concelho.

•Atividades realizadas pelos turistas são as visitas a

museus e a espaços culturais.

•Indicação da necessidade de haver mais atividades

culturais

•Valorização dos eventos, festividades e feiras existentes.

•Diversidade de recursos

•Boas condições

•Alguns são diferenciadores

•Necessidade implementar uma

avaliação à massa crítica

Dados do Mercado

Análise Crítica

Avaliação Global Muito Importante Moderada Muito Bom

Fatores Críticos de Decisão Grau de

Maturidade Local Potencial de Crescimento

Maturidade Moderado

•Tradições, costumes e festividades peculiares

•Forte implantação da Igreja Católica

•Património imóvel de referência

•Núcleo museológico estruturado

•Facilidade de estruturação de rotas

•Atualmente é o principal mercado turístico do concelho

Produto Estratégico

Potencial Competitivo Interno

***

Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação

Page 238: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

238 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR

Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)

•Reconhecimento do potencial não valorizado do

concelho.

•Indicação da possibilidade de aproveitamento da

exploração geotérmica para qualificação da oferta.

•Referência às Caldeiras da Ribeira Grande.

•Caldeira Velha e Caldeiras da Ribeira Grande são dos

locais mais visitados pelos turistas.

•Desejo de atividades de termalismo e Spa no concelho.

•Excelentes condições

•Diferenciadores

•Eixo termal único na zona da

Lagoa do Fogo, Pico Vermelho,

Caldeiras e Caldeira Velha

Dados do Mercado

Análise Crítica

Avaliação Global

Fatores Críticos de Decisão Grau de

Maturidade Local Potencial de Crescimento

Introdução Muito Elevado

•Recursos termais e possibilidade de diferenciação nos Açores.

•Facilidade no bundling e cross-selling de produtos: sinergias com a

exploração geotérmica, num triângulo composto pela Caldeira Velha,

Central Geotérmica do Pico Vermelho e Caldeiras da Ribeira Grande.

•Grande crescimento do mercado internacional

•Potencial de propagação do efeito multiplicador do setor.

Produto Estratégico

Potencial Competitivo Interno

***

Elevado Elevado Muito Bom

Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação

Page 239: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

239 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO NÁUTICO

Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)

•Várias referências ao potencial “escondido” do concelho

para a náutica de recreio.

•Alusões à tradição de relacionamento com o mar e às

perspetivas de aliar o turismo à pesca.

•Valorização das atividades ligadas ao surf.

•Intenção de participar em atividades e whale watching e

pesca desportiva.

•Indicações para a necessidade de melhoria da oferta de

atividades náuticas.

•Boas unidades de apoio

•Diferenciadores (ex.: ondas)

•Escassa concorrência na área

•Excelentes condições para a

náutica desportiva

Dados do Mercado

Análise Crítica

Avaliação Global

Fatores Críticos de Decisão Grau de

Maturidade Local Potencial de Crescimento

Crescimento Muito Elevado

•Vários portos ao longo da costa.

•Ampliação/Melhoramento do Porto de Rabo de Peixe.

•Praias de excelência para o desporto náutico.

•Acolhimento de competições internacionais.

•Já existe o reconhecimento da qualidade do destino na náutica desportiva,

dos seus recursos e da “identidade surfista” do concelho.

Produto Estratégico

Potencial Competitivo Interno

***

Elevado Moderado Muito Bom

Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação

Page 240: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

240 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO GASTRONÓMICO

Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)

•Identificado como um dos produtos com maior valor

atualmente no concelho.

•Referências à qualidade e tradição dos vários

restaurantes do concelho.

•Identificado como o terceiro fator mais diferenciador da

Ribeira Grande.

•Referência à necessidade de melhorar a qualidade nos

restaurantes.

•Diferenciadores

•Foco na cozinha tradicional

•Restaurantes com tradição e

reconhecimento

•Baixa diversidade e inovação.

Dados do Mercado

Análise Crítica

Avaliação Global

Fatores Críticos de Decisão Grau de

Maturidade Local Potencial de Crescimento

Maturidade Moderado

•Restauração reconhecida, com distinções nacionais e regionais

•Festival gastronómico e concursos gastronómicos

•Foco na cozinha tradicional

•Pouca diversidade na oferta, com dificuldade de modernização

•Heterogeneidade nos padrões de qualidade

Produto Complementar

Potencial Competitivo Interno

***

Elevado Elevado Bom

Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação

Page 241: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

241 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

SOL & MAR (PRAIA)

Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)

•Várias referências à boa qualidade das praias do

concelho, em particular Areal de Santa Bárbara e Praia

dos Moinhos.

•Uma das atividades mais realizadas é ida à praia, em

particular ao Areal de Santa Bárbara.

•Praias estão entre os cinco fatores mais diferenciadores

do concelho.

•Excelentes condições

•Boas condições de apoio

•Recursos diferenciados (Santa

Bárbara vs. Moinhos)

•Exposição à sazonalidade

Dados do Mercado

Análise Crítica

Avaliação Global

Fatores Críticos de Decisão Grau de

Maturidade Local Potencial de Crescimento

Maturidade Reduzido

•Praias com excelente qualidade e distinções

•Boas infraestruturas em várias zonas balneares

•Limitado número de praias de média a grande dimensão

•Agressividade e inconstância das condições do mar

•Sazonalidade pronunciada e dependência das condições do clima

Produto Complementar

Potencial Competitivo Interno

**

Moderado Elevado Muito Bom

Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação

Page 242: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

242 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO INDUSTRIAL

Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)

•Conceção do turismo industrial como um bom produto

complementar.

•Identificação de fatores diferenciadores, como o chá.

•Uma das principais atrações visitadas é a Fábrica de Chá

da Gorreana, para além da Fábrica de Chá do Porto

Formoso e da Fábrica de Licores Ferreira.

•O chá é referenciado como um dos fatores mais

atrativos da Ribeira Grande.

•Diversidade de recursos

•Boas condições

•Diferenciadores (ex.: chá)

•Potenciação do cross-selling e

da promoção de produtos locais

Dados do Mercado

Análise Crítica

Avaliação Global

Fatores Críticos de Decisão Grau de

Maturidade Local Potencial de Crescimento

Crescimento Moderado

•Diversidade de unidades industriais

•Transversalidade com outras áreas de atividade tradicionais

•Valorização do saber-fazer local

•Produto que contraria a sazonalidade

•Potencial integração no Touring Cultural

•Nicho de mercado com limitada capacidade de crescimento

•Falta de preparação dos agentes locais

Produto Complementar

Potencial Competitivo Interno

***

Elevado Elevado Muito bom

Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação

Page 243: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

243 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO DESPORTIVO

Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)

•Identificação do potencial do concelho para o turismo

desportivo, com particular destaque para o surf.

•Referência aos vários equipamentos desportivos

disponíveis em todo o concelho.

•O estudo realizado indicou que, na generalidade, os

turistas não vêm aos Açores para praticar desportos.

•No entanto, com os dados disponíveis, verifica-se que

quando existem competições desportivas, o aumento do

turismo desportivo é uma realidade e é significativo.

•Diversidade de recursos

•Bons equipamentos de apoio

•Boas condições

•Facilidade de transversalidade

com natureza, praia e mar.

Dados do Mercado

Análise Crítica

Avaliação Global

Fatores Críticos de Decisão Grau de

Maturidade Local Potencial de Crescimento

Introdução Reduzido

•Tradição desportiva do concelho

•Diversidade de infraestruturas

•Associação a grande eventos desportivos (ex.: surf)

•Ausência de centros de estágio e unidades de alojamento

•Nicho de mercado muito especializado, mas com projeção

Produto Complementar

Potencial Competitivo Interno

**

Moderado Moderado Bom

Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação

Page 244: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

244 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO SÉNIOR

Recursos Agentes do setor do turismo Turistas (procura)

•Referências às oportunidades existentes e às tendências

associadas a este produto turístico.

•Reconhecimento da dificuldade e das exigências que

decorrem do público-alvo.

•Identificação de várias lacunas a superar.

•Procura de várias atividades que se enquadram no perfil

do turismo sénior (ex.: visitas a museus).

•Desejo/necessidade de atividades de bem-estar, que se

enquadram no potencial existente no concelho.

•Identificação da tranquilidade como fator diferenciador.

•Várias atividades adequadas

•Boas condições de apoio

•Falta de informação

•Alojamento sem as soluções

necessárias

Dados do Mercado

Análise Crítica

Avaliação Global

Fatores Críticos de Decisão Grau de

Maturidade Local Potencial de Crescimento

Introdução Muito Elevado

•Grande potencial de crescimento do mercado internacional

•Elevado poder de compra e consumo

•Transversalidade e capacidade de diminuição da sazonalidade

•Segmentação diferenciada dos restantes produtos turísticos

•Exigências muito elevadas, com necessidade de alta qualidade nos

serviços, produtos e funcionamento de estruturas de apoio

Produto Complementar

Potencial Competitivo Interno

**

Elevado Elevado Moderado

Qualidade dos Recursos Grau de Importância Grau de Satisfação

Page 245: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

245 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Desportivo •Desportos radicais (ex.: BTT) •Cicloturismo •Trail Run

•Surf, bodyboard, kytesurf, windsurf •Vela •Big Game Fishing

•Fitness •Treino desportivo

•Essencialmente complementar

Turismo de Natureza

Turismo Náutico

Turismo de Saúde e Bem-Estar

Touring Cultural

Turismo de Natureza

Sol & Mar

Turismo Sénior

Turismo Gastronómico

Turismo Industrial

Turismo Náutico Turismo de Saúde e Bem-Estar Touring Cultural

•Natureza soft •Natureza hard

•Whale Watching •Canyoning com saída pelo mar •Mergulho

•Enquadramento paisagístico •Tranquilidade •Passeios de relaxamento

•Tour paisagístico •Ruralidade

•Whale Watching •Canyoning e rappel com saída pelo mar

•Náutica de recreio •Náutica desportiva

•Whale Watching •Passeios de barco de relaxamento

•Comunidade piscatória

•Enquadramento paisagístico •Tranquilidade •Passeios

•Whale Watching •Passeios de barco de relaxamento

•Turismo de saúde •Bem-estar geral •Bem-estar específico

•Geotermia •Pontos de interesse turístico •Passeios de relaxamento

•Tour paisagístico •Ruralidade

•Comunidade piscatória •Geotermia •Pontos de interesse turístico •Passeios de relaxamento

•Touring genérico •Touring temático

•Essencialmente complementar •Pontos de interesse turístico •Sinergias em infraestruturas

•Relaxamento •Bem-estar •Talassoterapia

•Essencialmente complementar

•Atividades soft •Tour paisagístico

•Passeios de barco •Tratamentos especializados •Programas especiais •Relaxamento e bem-estar

•Pacotes turísticos •Nível cultural elevado •Capacidade de consumo

•Essencialmente complementar •Essencialmente complementar •Regimes dietéticos •Qualidade da produção local •Fornecimento de produtos especiais

•Tradições •Festividades •Roteiros

•Essencialmente complementar •Essencialmente complementar •Geotermia •Evolução económica •Roteiros

Matriz de influência dos Produtos Turísticos Estratégicos na Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 246: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

246 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO DE NATUREZA

• Definição

• Perfil do Consumidor

• Requisitos

• Enquadramento Estratégico

• Targeting

• Perspetivas

• Case Studie – Floresta Nublada de Monte Verde (Costa Rica)

Page 247: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

247 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Viver experiências de grande valor

simbólico, interagir e usufruir da

Natureza

Turismo de Natureza | Definição

Motivação Principal Mercados

Atividades

Natureza soft

As experiências baseiam-se na prática de atividades ao ar livre de baixa

intensidade (passeios, excursões, percursos pedestres, observação da fauna,

etc.).

Potencial

80% do total de

viagens de natureza.

Natureza hard

As experiências relacionam-se com a prática de desportos da Natureza

(rafting, kayaking, hiking, climbing, etc.) e/ou de atividades que requerem um

elevado grau de concentração ou de conhecimento (birdwatching, etc.).

20% do total de

viagens de natureza.

Modalidades com Potencial na Ribeira Grande

• Tour paisagístico

• Hiking

• Trekking

• Orientação

• Geocaching

• Campismo

• Escalada

• Rappel

• Tirolesa

• Slide

• Arborismo

• Canyoning

• Birdwatching

• Passeios a cavalo

• Cicloturismo

• Mountain bike/BTT

• Moto 4/4x4

• Balonismo

• Pacotes aventura

• Passeios temáticos

• Jogos na natureza

• Caça

• Pesca

• Agroturismo

• Atividades desportivas

• Contemplação da Natureza

• Atividades de interesse especial

Produto Estratégico

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 248: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

248 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Natureza | Perfil do Consumidor

Quem são?

Âmbito Consumidores de Natureza Hard Consumidores de Natureza Soft

• Famílias com filhos • Casais • Reformados

• Jovens entre 20 e 35 anos • Estudantes e profissionais liberais • Praticantes/aficionados de desportos ou atividades de

interesse especial

Através de que meio se informam? • Informação interpessoal • Brochuras

• Revistas especializadas • Clubes/associações • Internet

Onde compram? • Agências de viagens • Call centers

• Internet • Associações especializadas

Que tipo de alojamento compram? • Pequenos hotéis 3-4 estrelas • Casas rurais

• Bed & Breakfast • Alojamentos integrados na Natureza (casas de campo,

campismo, …) • Refúgios de montanha

Em que período do ano compram? • Maioritariamente no Verão (época de férias) • Primavera e Verão, dependendo do tipo de atividade ou

desporto

Quem compra? • Famílias • Casais • Grupo de amigos

• Individual • Grupo de amigos

Quantas vezes ao ano compram? • 1 - 2 vezes por ano • Frequentemente (até 5 vezes)

Que atividades realizam?

• Descansar e desligar no meio natural • Caminhar e descobrir novas paisagens • Visitar atrativos interessantes • Fotografia

• Praticar desportos ou atividades e interesse especial • Aprofundar o conhecimento da Natureza • Educação ambiental

Produto Estratégico

Fonte: THR (2006)

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 249: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

249 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Natureza | Requisitos

Natureza Soft Natureza Hard Fatores-chave para o desenvolvimento do Turismo de Natureza Ribeira Grande

Fator-chave, imprescindível Fator-importante, mas não imprescindível

Produto Estratégico

• Paisagens naturais únicas e com forte atratividade

• Flora e fauna abundante e diversa

• Adequadas infraestruturas de acolhimento, sinalização e equipamentos básicos (áreas de descanso, centros de acolhimento e informação, etc.)

• Ampla e variada oferta de rotas e itinerários (extensão, dificuldade, etc.) adaptada a diversas tipologias de turistas/visitantes

• Boa relação qualidade/preço

• Bom grau de tecnologia, know-how e experiência na gestão de atividades especializadas

• Bom funcionamento de prestadores de serviços de apoio: aluguer de equipamentos e materiais, transporte, etc.

• Eficaz cobertura de seguros

• Eficaz funcionamento dos serviços de resgate e dos serviços médicos de urgência

• Excelentes guias e monitores, com domínio de idiomas

• Alojamento integrado na envolvente natural

• Sistema de certificação de espaços naturais

• Sistema de certificação das empresas

Cumpre na totalidade Cumpre moderadamente Não cumpre

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 250: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

250 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Natureza | Enquadramento Estratégico

Mais-valias

• Potenciação da proteção do ambiente e da natureza.

• Valorização da Reserva Natural da Lagoa do Fogo.

• Potenciação de todo o concelho como um “espaço de aventura”.

• Aproveitamento de recursos naturais únicos.

• Transversalidade com o turismo náutico e de bem-estar.

• Estímulo ao turismo interno e aos backpackers estrangeiros.

Principais Desafios

• Gestão adequada da capacidade de carga dos espaços naturais.

• Desenvolvimento da oferta de alojamento inserida na natureza.

• Formação e qualificação dos profissionais do Turismo de Natureza.

• Desenvolvimento da iniciativa privada especializada.

• Desenvolvimento da identidade “aventura na natureza”.

• Correta estruturação e bundling de produtos.

Produto Estratégico

Na primeira estruturação do PENT em 2006, o Turismo de Natureza era o único produto turístico de 1.º nível regional, sendo os Açores a região onde o

Turismo de Natureza era o produto turístico mais importante. Nesse mesmo documento, identificava-se a Alemanha como o principal mercado que

procura este tipo de produto. Em revisão posterior, apontou-se a necessidade de estruturar melhor a oferta e aumentar as experiências no meio rural.

O POTRAA (2008) definia o vulcanismo e a paisagem diversificada como os principais elementos estratégicos para o turismo em São Miguel,

notoriamente fatores de importância fundamental no Turismo de Natureza. Adicionalmente, previa o apoio à qualificação, infraestruturação e

valorização de espaços vocacionados para as práticas de turismo desportivo de feição radical e turismo ativo, garantindo a salvaguarda dos valores

naturais das áreas em questão. Mais recentemente, com a nova perspetiva 2020, a RIS3 para os Açores (2013), que define o Turismo como uma área

estratégica de especialização inteligente, aponta a importância do Turismo de Natureza nos Açores e a transversalidade do produto com outros setores

de atividade, devendo-se valorizar elementos como ao recursos naturais e a biodiversidade. O Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em

Portugal (Turismo 2020) é mais genérico, mas, tal como a RIS3, foca a ótica de desenvolvimento de um turismo sustentável. Está a ser estruturado um

Plano Estratégico para o Turismo dos Açores, que aponta, sobretudo, o Turismo de Natureza como o produto turístico de eleição para a Região.

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 251: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

251 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Natureza | Targeting

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Natureza

Cidade

Turismo Ativo

Turismo Sedentário

Turismo de Natureza

Potencial de crescimento muito elevado

Potencial de crescimento elevado

Potencial de crescimento reduzido

Potencial de crescimento moderado

Target Atual

Evolução do Target

• Natureza Soft

• A oferta disponível e a animação enquadram-se nas atividades de

baixa intensidade, com excelentes sinergias com o bem-estar e

touring cultural, focando-se essencialmente em trilhos de moderada

a baixa dificuldade e excursões (sightseeing).

• Dado os recursos existentes, o potencial reconhecido e os desejos

identificados do lado da procura, o turismo de natureza da Ribeira

Grande tem todas as condições para evoluir para o segmento hard,

em particular nos produtos de aventura, e para o ecoturismo, onde

se identifica elevado potencial de crescimento.

• Natureza Soft • Natureza Hard • Ecoturismo • Aventura

Sinergias

• Saúde e bem-estar (soft)

• Excursões (soft)

• Desporto (surf e trail run) (hard)

Produto Estratégico

Page 252: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

252 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Natureza | Perspetivas Produto Estratégico

• O Turismo de Natureza é, efetivamente, o produto turístico que mais rapidamente

é capaz de criar valor no concelho da Ribeira Grande. Existem vários recursos

naturais, com qualidade e singularidade, capazes de favorecer a diferenciação e a

qualificação da oferta turística, para além de valorizarem várias zonas do concelho

como a Serra de Água do Pau ou a zona Poente.

• Dentro do mercado do Turismo de Natureza, o Ecoturismo (que se enquadra no

segmento hard ou soft) e o Turismo de Aventura (por inerência situado no

segmento hard), são duas componentes com grande potencial no concelho. A

morfologia do terreno, as manifestações vulcânicas e as características naturais

presentes permitem a criação de vários produtos relacionados com a aventura, algo

que corresponde ao espírito jovem e irreverente do concelho. Por outro lado, a

existência de zonas protegidas, reservas naturais e monumentos naturais, para

além da preocupação com a sustentabilidade ambiental, conferem oportunidades

únicas para o desenvolvimento do ecoturismo e da valorização de atividades como

o birdwatching, o geoturismo ou os estudos científicos.

• Existem grandes desafios a superar para melhorar e valorizar o Turismo de

Natureza na Ribeira Grande, onde se inclui a formação e qualificação dos agentes

turísticos, a oferta de alojamento integrado na natureza, definição de grandes

rotas/trilhos e gestão da capacidade de carga nas várias atrações naturais.

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 253: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

253 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Natureza | Case Studie

A Floresta Nublada (cloud forest) de Monteverde é uma reserva biológica privada na Costa Rica. Este país é uma

das maiores referências internacionais do ecoturismo, tendo sido mesmo pioneiro na exploração do conceito

através do aproveitamento dos seus recursos naturais singulares. Na Floresta Nublada de Monteverde foram

desenvolvidas soluções de ecoturismo, que incluem a investigação científica, a educação ambiental, formação

especializada, trilhos pedestres mapeados (com e sem guia), alojamento, restaurante, gift shop e centros de

acolhimento e estudo de várias espécies animais. É um dos mais importantes produtos do turismo costarriquenho,

reconhecido pela biodiversidade existente, mas também pela qualidade da conservação ambiental e da

investigação científica desenvolvida.

Floresta Nublada de Monteverde

• Área de cerca de 5.000 hectares.

• Rede de 13 km de trilhos.

• Cerca de 70.000 visitantes por ano.

• Alojamento limitado e adequado capacidade de

carga do ecossistema.

• Todas as receitas revertem para programas

educativos, de preservação e de investigação.

• Manutenção diária de trilhos e infraestruturas.

• Preservação de grandes espaços naturais no país.

• O ecoturismo surgiu como alternativa a indústrias

prejudiciais ao ambiente.

• Elevado efeito multiplicador em toda a economia

da cidade de Monteverde.

• Um dos principais destinos turísticos associados à

investigação científica.

• Receitas adicionais com merchandising.

Factos Principais benefícios

Fonte: www.reservamonteverde.com

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 254: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

254 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Natureza | Case Studie

Floresta Nublada de Monteverde

Estrangeiros

Entradas na Reserva

$ 18,00

Estudantes Estrangeiros (das 07h00 às 13h00) $ 9,00

Estudantes Estrangeiros (das 13h00 às 16h00) $ 7,00

Crianças Estrangeiras dos 6 aos 12 anos $ 9,00

Costarriquenhos e residentes $ 6,00

Estudantes Costarriquenhos $ 4,00

Criança Costarriquenha dos 6 aos 12 anos $ 3,00

Agências de viagens e estrangeiros

Entradas no Refúgio de Aves de Los Cusingos

$ 13,00

Estudantes e crianças estrangeiras (maiores de 6 anos) $ 6,00

Nacionais (Costa Rica) $ 3,00

Estudantes e crianças nacionais (maiores de 6 anos) $ 2,00

Visitas guiadas $ 10,00

Existe um grande compromisso com a sustentabilidade e preservação

ambiental. Por exemplo, a única unidade de alojamento integrada na reserva,

“La Casona”, possuiu um traço rústico, em harmonia com a natureza, e todo a

seu modelo operacional foi otimizado para minimizar o impacto no ambiente.

Apenas possui uma capacidade máxima de 47 hóspedes e implementa várias

medidas inseridas na Certificação de Turismo Sustentável da Costa Rica.

Fonte: www.reservamonteverde.com

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 255: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

255 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Natureza | Case Studie

Floresta Nublada de Monteverde

Alojamento – Lodging “La Casona”

Oferta Descrição Preço

Quartos

Privados

Tipologia

•6 quartos

•25 camas

(incluindo 18 camas

em beliche)

Regular

Inclui quarto para uma noite com

casa de banho privada, três

refeições e entrada na reserva.

Estrangeiro Local

Adulto $ 81,00 $ 68,00

Criança $ 44,00 $ 37,00

Quartos

Partilhados

•4 quartos

•19 camas

(incluindo 18 camas

em beliche)

Estrangeiro Local

$ 70,00 $ 60,00

Estrangeiro Local

$ 61,00 $ 54,00

Estrangeiro Local

$ 44,00 $ 37,00

Regular

Inclui uma noite com casa de banho

partilhada, três refeições e entrada

para a reserva.

Estudantes (no mínimo 12 pessoas)

Inclui uma noite com casa de banho

partilhada, três refeições e entrada

para a reserva.

Crianças (2 a 10 anos)

Inclui uma noite com casa de banho

partilhada, três refeições e entrada

para a reserva. Apenas para crianças

acompanhadas pelos pais.

Fonte: www.reservamonteverde.com

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 256: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

256 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

TOURING CULTURAL

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

• Definição

• Perfil do Consumidor

• Requisitos

• Enquadramento Estratégico

• Targeting

• Perspetivas

• Case Studie – The Freedom Trail (Boston – EUA)

Page 257: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

257 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Descobrir, conhecer e explorar os

atrativos de uma região

Touring Cultural | Definição

Motivação Principal Mercados

Atividades

Touring Genérico

Tours, rotas ou circuitos de conteúdo abrangente e diverso. O tour, rota ou

circuito são, em si mesmos, a essência do produto.

Potencial

90% das viagens de

touring

Touring Temático

Tours, rotas ou circuitos focalizados num determinado tema, o qual constitui

o núcleo da experiência (exemplo: rota de castelos medievais).

10% das viagens de

touring

Modalidades segundo o modo de transporte

Touring Independente

Viagem em veículo próprio ou fly & drive

Touring em Grupo

Viagens em transporte coletivo

Percursos em tours, rotas ou

circuitos de diferente duração e

extensão, em viagens independentes

e organizadas

Produto Estratégico

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Nichos por desenvolver na Ribeira Grande

Turismo Literário

Rotas literárias com base nos livros de Gaspar Frutuoso, Daniel de Sá e outros autores da Ribeira Grande e Açores.

Turismo Militar (na perspetiva histórica)

Rotas históricas sobre as invasões liberais, com destaque particular para o Combate da Ladeira da Velha.

Page 258: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

258 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Touring Cultural | Perfil do Consumidor

Quem são?

Âmbito Consumidores Europeus

• Casais sem filhos • Empty nesters • Reformados

• Nível de formação médio/médio-elevado • Nível socioeconómico médio/médio-elevado

Através de que meio se informam? • Revistas de viagens • Brochuras/catálogos

• Recomendações de familiares e amigos • Internet

O que compram? • Destinos distantes: tours ou circuitos organizados (packages) • Destinos próximos: alojamento e serviços avulso

Onde compram? • Agências de viagens • Internet

Quando compram? • Low cost travel: reservas de última hora • High cost travel: meses de antecedência • Viagens no período de férias escolares: 6 meses de antecedência

Que tipo de alojamento compram? • Hotéis de 3 a 5 estrelas • Pousadas

• Alojamentos privados e íntimos • Apartamentos

Como viajam? • Casais • Família

• Grupos reduzidos de amigos

Qual a duração média da viagem? • Destinos continentais: entre três dias e duas semanas • Viagens long haul: entre 3 a 5 semanas

Quando viajam? • Em geral, as viagens de touring realizam-se durante todo o ano, embora persista uma maior concentração nos períodos de

férias tradicionais

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

Produto Estratégico

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 259: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

259 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Touring Cultural | Requisitos Produto Estratégico

Classificação Fatores-chave para o desenvolvimento do Touring Cultural Ribeira Grande

• Dispor de atrações turísticas diversificadas e de qualidade (cidades, aldeias, paisagens, monumentos, arquitetura, gastronomia, etc.)

Básico

• Promoção eficaz, capaz de dar a conhecer o destino, estimular o interesse e atrair turistas Básico

• Ampla oferta de rotas e circuitos, quer de conteúdo geral, quer de conteúdo temático De êxito

• Boas vias de comunicação principais e secundárias De êxito

• Ampla rede de áreas de descanso e serviços básicos, como estações de serviço, oficinas, assistência na estrada, etc. De êxito

• Um bom e eficaz sistema de sinalização dos recursos e atrações turísticas De êxito

• Adequação dos horários de abertura e encerramento das atrações turísticas às necessidades dos visitantes De êxito

• Disponibilidade de ampla e completa informação ao visitante, em diversos idiomas, sobre as rotas e circuitos existentes, o tempo de viagem, as condições e características das estradas, as ligações entre os diversos pontos, os horários das estações de serviço e outros serviços, etc.

De êxito

• Uma oferta ampla, variada e de qualidade De êxito

• Padrões de qualidade homogéneos em todos os serviços De êxito

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

Cumpre na totalidade Cumpre moderadamente Não cumpre

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 260: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

260 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Touring Cultural | Enquadramento Estratégico

Mais-valias

• Grande acervo cultural, material e imaterial.

• Vasto património imóvel e arquitetónico classificado.

• Variadas e peculiares tradições e costumes.

• Festividades repletas de simbolismo e singularidade.

• Núcleo museológico com diversas vertentes culturais.

• Relevante património religioso.

Principais Desafios

• Estruturar rotas e atividades que favoreçam a permanência

prolongada dos turistas.

• Recuperação e valorização de algum do património existente.

• Aperfeiçoar a sinalética e a identificação das atrações turísticas.

• Melhoria na informação disponível e na difusão pelos turistas.

• Avaliar a performance do núcleo museológico e a adequação da oferta

O Touring era definido no PENT (2007) como um produto de aposta prioritária para o crescimento de curto prazo do turismo nos Açores. Era definido

como um produto de 2.º nível verificando-se a necessidade de alavancar as condições naturais da Região. A revisão do PENT para o horizonte temporal

2013-2015, apontava o Touring como produto “em desenvolvimento”, reconhecendo a necessidade de focar esforços na estruturação de circuitos

turísticos religiosos e culturais, através da melhoria da informação em torno dos produtos turísticos, com georreferenciação, conceção de conteúdos e

intensificação das experiências. No POTRAA (2008), o património edificado e a história e manifestações culturais eram definidos como produtos

turísticos estratégicos para São Miguel, prevendo várias iniciativas para valorizar os ativos culturais, materiais e imateriais, dos Açores, incluindo

infraestruturas de apoio e desenvolvimento e valorização do artesanato. A criação do Passeio Atlântico e demais estruturas complementares eram

ações concretas focadas no concelho da Ribeira Grande. A RIS3 (2014) refere a importância do património e da tradição cultural para o

desenvolvimento do turismo, enquanto o Plano de Ação do Turismo 2020 aponta o património local (natural e cultural, com destaque, ainda, para o

património mundial reconhecido pela UNESCO) como recursos turísticos a valorizar. O Plano Estratégico da Ribeira Grande 2014-2020 dedica um dos

seis eixos estratégicos à valorização do património cultural, natural e redes de visitação do concelho, prevendo projetos concretos de implementação.

Produto Estratégico

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 261: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

261 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Touring Cultural | Targeting

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Natureza

Cidade

Turismo Ativo

Turismo Sedentário

Touring Cultural

Potencial de crescimento muito elevado

Potencial de crescimento elevado

Potencial de crescimento reduzido

Potencial de crescimento moderado

Target Atual

Evolução do Target

• Touring Genérico

• O principal mercado do turismo na Ribeira Grande é atualmente o

touring genérico, apesar de existirem alguns produtos temáticos.

Este é o produto mais consolidado do concelho e que capitaliza o

know-how existente na área cultural.

• É relevante continuar a potenciar o touring genérico na Ribeira

Grande integrando-o com o novo posicionamento do concelho. O

touring temático deve ganhar maior importância do que tem

atualmente, potenciando os recursos existentes e as solicitações do

mercado, por exemplo com a definição e valorização de rotas

temáticas (ex.: chá).

• Touring Genérico

• Touring Temático

Sinergias

• Natureza soft • Saúde e bem-estar • Gastronomia • Turismo industrial • Turismo sénior

Produto Estratégico

Page 262: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

262 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Touring Cultural | Perspetivas

• A Ribeira Grande possui um património material e imaterial de grande riqueza, cujo

potencial turístico se deve destacar e capitalizar. O traço identitário do concelho é

muito pronunciado, denotando um forte componente da religião, mas também

tradições e festividades profanas que valorizam a experiência e a vivência turística.

Contudo, a dispersão e, em muitos casos, a ausência de informação explícita e de

fácil acesso são alguns dos principais óbices à valorização dessas valências,

inviabilizando esforços de promoção e de atração turística.

• O património imóvel da Ribeira Grande, com várias manifestações de períodos

históricos e da arquitetura micaelense, tanto em edifícios habitacionais como

industriais, é vasto e com imenso potencial de valorização do destino. Porém, muito

desse património encontra-se degradado, com necessidade de recuperação e

integração em rotas e circuitos turísticos que facilitem a estruturação de produtos

turísticos agregadores de valores cultural e patrimonial para o concelho.

• Uma das principais tendências (se não mesmo a principal) do turismo atual é a

procura da experiência. Note-se que o viajante low-cost é, por norma, muito bem

informado e procura a individualização das suas vivências. A intensificação da

experiência terá que ser uma aposta estratégica para valorizar o turismo

ribeiragrandense, algo que não é difícil de atingir dado o imenso potencial

existente, mas que necessitará um correto planeamento e estruturação.

Produto Estratégico

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 263: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

263 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Touring Cultural | Case Studie

O Freedom Trail é uma rota cultural na cidade de Boston que integra várias atrações turísticas relacionadas com a

história local, designadamente com a Revolução Americana. No total, são 2,5 milhas (sensivelmente 4 km), que

atravessam a cidade e incluem a visitação a 16 locais históricos, cada qual enquadrado e valorizado

individualmente, mas de modo integrado no roteiro e na cidade. No percurso, podem ser visitados museus, casas,

bibliotecas, monumentos, igrejas, cemitérios e antigos locais de reuniões secretas. Toda a experiência está

programada de forma integrada, mas deixa ao critério do turista a possibilidade de começar em qualquer ponto

que lhe interesse. Paralelamente, desenvolveram-se outros projetos em torno da rota, incluindo comércio e

serviços, mas também programas educacionais e eventos que valorizam a experiência do visitante.

The Freedom Trail

• Estruturado por uma iniciativa popular em 1951.

• Atrai mais de 3 milhões de pessoas anualmente.

• Mais de 80.000 pessoas realizam visitas guiadas

anualmente na rota.

• Foi criada uma organização não lucrativa

especializada, para promover e preservar a rota.

• Desenvolveu um programa educacional próprio.

• Gera mais de mil milhões de euros em receitas.

• Gera mais de 165.000 empregos (diretos e

indiretos).

• Permite a preservação de locais e monumentos.

• É uma das principais atrações turísticas de Boston.

• Estabelece uma dinâmica geradora de valor entre

história, turismo e educação.

Factos Principais benefícios

Fonte: www.thefreedomtrail.org

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 264: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

264 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

• Definição

• Perfil do Consumidor

• Requisitos

• Enquadramento Estratégico

• Targeting

• Perspetivas

• Case Studie 1 – Blue Lagoon (Islândia)

• Case Studie 2 – Thalasso Nazaré Portugal

Page 265: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

265 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Recuperar o bem-estar físico e

psíquico

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Definição

Motivação Principal Mercados

Atividades

Turismo de Saúde

A experiência consiste na realização de um tratamento específico para a cura

de uma doença.

Potencial

20% do mercado de

Saúde e Bem-Estar

Modalidades com Potencial na Ribeira Grande

• Talassoterapia

• Termalismo

• Tratamento estético

• Massagem

• Antienvelhecimento

• Anti-stress

• Sauna

• Meditação

• Yoga, Reiki, Shiatsu

• Spa

• Pacotes wellness

• Cozinha saudável

• Pedras quentes

• Hidroterapia

• Fitoterapia

• Fitness

• Desintoxicação

• Banhos quentes

Realização de tratamentos em

centros especializados

Produto Estratégico

Bem-Estar Geral

A experiência baseia-se na procura do equilíbrio e da harmonia mental,

emocional, física e espiritual.

60% do mercado de

Saúde e Bem-Estar

Bem-Estar Específico

A experiência baseia-se na procura do bem-estar físico e psíquico através de

um tratamento específico.

20% do mercado de

Saúde e Bem-Estar

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 266: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

266 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Perfil do Consumidor

Quem são?

Âmbito Consumidores Europeus

• Jovens, dos 20 aos 24 anos, com níveis de rendimento médio • Adultos, dos 40 aos 50 anos, com níveis de rendimento médio-alto • Família jovens, de rendimentos médios e com filhos pequenos • Seniores, dos 50 aos 60+ anos, com níveis de rendimento médio-alto

Através de que meio se informam? • Agências de viagens • Internet • Brochuras/catálogos

• Imprensa especializada • Informação de familiares e amigos

O que compram? • Pacotes de wellness, Spa e/ou talassoterapia, incluindo alojamento e tratamentos

Que tipo de alojamento compram? • Hotéis 4 e 5 estrelas • Hotéis de charme

Em que período do ano compram? • As viagens têm lugar ao longo do ano

Produto Estratégico

Onde compram? • Agências de viagens • Internet

Quando compram? • Com seis meses de antecedência para viagens de uma semana • Compras de última hora para short breaks de 3 a 4 dias

Que tipo de transporte compram? • Viatura para viagens dentro do destino • Avião para viagens internacionais

Quem compra? • Casais • Viagens individuais • Grupo de amigos (sobretudo mulheres)

Fonte: THR (2006)

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 267: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

267 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Perfil do Consumidor

Âmbito Consumidores Europeus

Quantos dias de estadia compram? • Fins-de-semana para viagens locais • Sete a dez dias para viagens internacionais

Quantas vezes no ano compram? • Viajam, em média, duas a três vezes no ano

Produto Estratégico

Que atividades realizam?

• Os mais jovens utilizam, essencialmente, programas de fitness • Famílias jovens com filhos pequenos têm preferência por Spa • Adultos procuram, essencialmente, métodos de prevenção de doenças e experiências de descontração • Seniores procuram serviços de tratamento médico mais tradicional ou Spa, sendo a respetiva permanência de 2 a 3

semanas Segundo informação do European Travel Monitor (IPK, 2004), as atividades realizadas pelos turistas internacionais de turismo de wellness são as seguintes:

1. Hiking/walking 2. Natação 3. Relaxamento 4. Descobrir paisagens e natureza 5. Desfrutar 6. Tratamento/Programa de Spa 7. Visitar locais de interesse 8. Massagem 9. Abstração mental (switching off) 10. Desfrutar de refeições e bebidas 11. Exercício físico (fitness) 12. Comida/dieta saudável 13. Programa de wellness

14. Reduzir o stress 15. Sauna 16. Ciclismo 17. Vida social/festas 18. Desfrutar do alojamento 19. Tratamento de beleza (estética)

Fonte: THR (2006)

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 268: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

268 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Requisitos

• Forte concentração de centros com instalações, equipamentos e serviços especializados de elevado nível

Fatores-chave de êxito para o Turismo de Saúde e Bem-Estar Ribeira Grande

Produto Estratégico

Destino de wellness

Instalações de wellness

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

Fator-chave, imprescindível Fator-importante, mas não imprescindível

Cumpre na totalidade Cumpre moderadamente Não cumpre

• Singularidade e sofisticação dos serviços/experiências oferecidas

• Presença de marcas internacionais

• Elevada qualidade de arquitetura, design e cenário das instalações

• Utilização de tecnologia de vanguarda nos equipamentos especializados

• Cenário natural de beleza singular

• Cenário ambiental confortável, tranquilo e seguro

• Alojamento de elevada qualidade, com atributos de singularidade e personalidade

• Oferta complementar (comercial, gastronómica, lúdica, etc.) variada e de qualidade

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 269: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

269 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Enquadramento Estratégico Produto Estratégico

Mais-valias

• Recursos termais endógenos.

• Potencial de sinergias com a exploração geotérmica local.

• Facilidade do bundling de produtos e estruturação de rotas,

explorando a complementaridade com outros produtos turísticos

• Núcleo formado pelas Caldeiras, Caldeira Velha e Central do Pico

Vermelho, reforçado pelo enquadramento natural da Lagoa do Fogo

Principais Desafios

• Planeamento de projetos ambiciosos e qualificadores da oferta.

• Estruturação estratégica de uma oferta diferenciadora e devidamente

adequada ao mercado potencial.

• Estímulo à cooperação entre a iniciativa privada e a intervenção

pública para diversificação da oferta.

• Correta conceção e implementação da promoção externa.

A primeira versão do PENT apontava o Turismo de Saúde e Bem-Estar como um produto de 3.º nível, ou seja, com a mesma importância do turismo

náutico. Aliás, neste documento, a perspetiva para aos Açores, assim como à Madeira, era de um grande potencial para definir uma oferta distintiva a

nível internacional neste segmento. O exotismo e a grande beleza natural eram entendidos como as grandes mais-valias para alavancar este setor,

conferindo aos Açores o estatuto de região prioritária para o desenvolvimento da oferta. Contudo, na revisão para o horizonte temporal 2013-2015,

constatou-se que o produto turístico de Saúde e Bem-Estar não tinha expressão nos Açores, que se deverá à falta de planeamento, estruturação e

preparação de um oferta adequada ao mercado. No POTRAA (2008), o termalismo é entendido como um dos produtos turísticos estratégicos da ilha de

São Miguel, aliando-se às várias manifestações vulcânicas existentes, mas apenas às Termas das Furnas era apontada uma medida concreta. O Plano

Estratégico e Operacional de Desenvolvimento da Ribeira Grande 2014-2020 integra uma forte aposta na revitalização do termalismo do concelho, em

particular com o aproveitamento do antigo Balneário Termal das Caldeiras e com a perspetiva de novas piscinas termais.

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 270: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

270 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Targeting

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Natureza

Cidade

Turismo Ativo

Turismo Sedentário

Turismo de Saúde e Bem-Estar

Potencial de crescimento muito elevado

Potencial de crescimento elevado

Potencial de crescimento reduzido

Potencial de crescimento moderado

Target Atual

Evolução do Target

• Bem-Estar Geral

• Atualmente, a oferta da Ribeira Grande neste mercado é quase

inexistente. Existe a recuperação do Balneário Termal das Caldeiras,

que dotará o concelho de um oferta mais concreta, mas ainda assim

muito limitada.

• O potencial que advém da exploração geotérmica e dos recursos

naturais do concelho, permitem perspetivar uma oferta mais

desenvolvida e diferenciada daquilo que se verifica atualmente nos

Açores. Há, assim, a possibilidade de construir produtos específicos e

direcionados para targets mais concretos.

• Bem-Estar Geral

• Bem-Estar Específico

Sinergias

• Natureza soft • Touring cultural • Gastronomia • Turismo Sénior

Produto Estratégico

Page 271: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

271 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

• O Turismo de Saúde e Bem-Estar é um dos segmentos turísticos com maior efeito

multiplicador e cuja estadia média se encontra acima da média. É um mercado em

franco crescimento, sobretudo atraindo a classe média-alta e o turismo sénior,

onde se concentra um elevado poder de compra. O potencial de criação de valor é

transversal ao local dos tratamentos e atividades de wellness, promovendo a

melhoria substancial dos serviços e comércio, incluindo restauração e alojamento,

para além de possuir uma forte capacidade para contrariar a sazonalidade.

• Os Açores, e em particular a Ribeira Grande, têm um grande potencial para o

desenvolvimento de produtos de Saúde e Bem-Estar, em virtude da origem

vulcânica. Esse potencial tem sido reconhecido recorrentemente, mas a capacidade

de o aproveitar e capitalizar não tem sido efetiva. Trata-se de um produto de difícil

estruturação e promoção (insere-se numa área extremamente sensível, que é a

saúde humana), devendo ser planeado com visão e estratégia (de longo prazo). É

uma área de elevada rendibilidade, mas onde não se espera retorno imediato.

• As termas são um dos recursos endógenos do concelho da Ribeira Grande que,

neste momento, possui maior potencial latente. Um correto e cuidado

planeamento e a implementação de projetos estratégicos qualificadores poderão

conferir à Ribeira Grande um produto único e diferenciador nos Açores, facultando

ao concelho um papel de destaque e referência na nova dinâmica turística regional.

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Perspetivas Produto Estratégico

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 272: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

272 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 1

A Blue Lagoon é um Spa geotermal localizado na Islândia, formado em 1976 e que resultou da deposição das

descargas de fluído geotérmico proveniente da central geotérmica de Svartsengi. A formação de uma pequena

lagoa atraiu os primeiros banhistas, que se aperceberam de melhorias na pele daqueles que sofrem de psoríase.

Nos anos 80, procedeu-se a um investimento para qualificar a lagoa e dotá-la de infraestruturas técnicas para

tratamentos, desenvolvendo, no processo, produtos de cosmética. No final dos anos 90, as instalações foram

ampliadas e modernizadas, constituindo-se um Spa de referência, que integra um alojamento com 15 quartos e

emprega 200 pessoas. Atualmente, a Blue Lagoon é uma das maiores atrações turísticas da Islândia, recebendo

mais de 80% dos turistas dos país, o que representa mais de 21 milhões de dólares de receita anual.

Blue Lagoon

• Oferta de alojamento limitada a 15 quartos.

• Investimento faseado e adaptado à procura.

• 80% dos turistas da Islândia visitam a Blue Lagoon.

• Sinergia perfeita entre a exploração geotérmica e

o Turismo de Saúde e Bem-estar.

• É o aspeto mais memorável para os turistas no

Inverno (35,2%).

• Receita anual superior a 21 milhões de dólares.

• Emprega 200 pessoas.

• Criou uma marca de produtos de cosmética que

vende em todo o mundo.

• Potenciou o desenvolvimento da oferta hoteleira

qualificada na localidade.

• Contraria a sazonalidade do turismo na Islândia.

Factos Principais benefícios

Fonte: www.bluelagoon.com

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 273: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

273 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 1

Blue Lagoon

1 de janeiro a 31 de maio de 2015

Entradas – Preços Gerais

35,00 €

1 de junho a 31 de agosto de 2015 45,00 €

1 de setembro a 31 de dezembro de 2014 35,00 €

Adultos (>16 anos)

Adolescentes (14 e 15 anos)

20,00 €

20,00 €

20,00 €

Crianças (2 a 13 anos)

Grátis

Grátis

Grátis

Deficientes

20,00€

20,00€

20,00€

Toalha

Adicional (apenas utilização)

5,00 €

Fatos de banho 5,00 €

Roupão 10,00 €

Preço por pessoa

Chinelos 8,00 €

Máscaras de Algas no Bar da Lagoa

Extras

4,00 €

Cocktail Blue Lagoon 7,00 €

Massagem e tratamentos Desde 15,00 €

Preço por pessoa

Fee de entrada (3 horas)

Lounge Exclusivo

300,00 €

Hora extra por quarto 80,00 €

1 jan a 31 dez

Fonte: www.bluelagoon.com

Passe de visitante 10,00 €

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 274: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

274 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 1

Blue Lagoon

Fonte: www.bluelagoon.com

1 de outubro a 31 de dezembro

Alojamento

190,00 €

1 de janeiro a 31 de março de 2015 190,00 €

1 de abril a 31 de maio de 2015 230,00 €

Single Duplo

230,00 €

230,00 €

270,00 €

1 de junho a 31 de agosto de 2015 250,00 €

1 de setembro a 30 de setembro de 2015 230,00 €

1 de outubro a 31 de dezembro de 2015 210,00 €

300,00 €

270,00 €

255,00 €

Cama extra - 80,00 €

• Televisão

• Wi-fi

• Telefone

• Secador de cabelo

• Roupões

• Toalhas

• Frigorífico

• Chaleira

• Acesso ao ginásio

• Lagoa geotermal privada

• Proximidade da Blue Lagoon (10 minutos a pé)

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 275: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

275 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A talassoterapia é uma técnica de tratamentos terapêuticos em ambiente marinho, que visa a promoção da saúde

e do bem-estar físico e mental e que assenta na utilização da água do mar e outros elementos marinhos, como

lamas e algas. Implica a captação desses elementos, incluindo a água, e a sua integração em estruturas profissionais

e com supervisão médica. O Thalasso Nazaré é um centro especializado neste tipo de terapias, possuindo

instalações sofisticadas e uma equipa altamente especializada. A sua localização, contígua à praia com

enquadramento para o Canhão da Nazaré e em plena Marginal, é um dos seus pontos e traços distintivos mais

fortes, capitalizando uma das atrações mais importantes da cidade. Para além disso, este centro valoriza uma

tradição local histórica do século XIX iniciada com os Banhos Quentes Salgados da Nazaré.

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 2

• Investimento de 2,2 milhões de euros.

• Área de 967 m2.

• Capacidade para receber 400 pessoas por dia.

• Investimento em eficiência energética e

minimização da pegada ambiental.

• Potenciado através de financiado comunitário

(Mais Centro, QREN).

• Valorização da história e da tradição local.

• Dotação da região de um projeto âncora para o

desenvolvimento turístico.

• Diversificação da oferta turística da cidade.

• Capacidade de retenção do turista.

• Integração na oferta turística, capitalizando as

principais atrações locais.

Factos Principais benefícios

Fonte: www.thalassoportugal.com

Thalasso Nazaré Portugal

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 276: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

276 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 2

Circuito Thalasso (Piscina dinâmica com água do mar aquecida, contracorrente, corredor pedonal, Banho Turco, duches de contraste, fonte de gelo e relaxamento)

Exemplos de Serviços e Programas Preço Base

25,00€

Pack 10 sessões Circuito Thalasso 190,00€

Hidroterapia De 18€ a 45€

Massagens De 31€ a 98€

Thalasso Experience (Circuito Thalasso + Envolvimento de lamas ou algas marinhas + creme hidratante ou óleo)

62,00€

Tratamentos Corporais De 37€ a 68€

Tratamentos de Talassoterapia De 11€ a 68€

Fonte: www.thalassoportugal.com

Thalasso Nazaré Portugal

Duração

70 minutos

-

De 30 a 60 minutos

De 30 a 60 minutos

-

De 30 a 60 minutos

De 5 a 40 minutos

Tratamentos Faciais De 49€ a 105€ De 40 a 60 minutos

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 277: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

277 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

TURISMO NÁUTICO

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

• Definição

• Perfil do Consumidor

• Requisitos

• Enquadramento Estratégico

• Targeting

• Perspetivas

• Case Studie – Nazaré

Page 278: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

278 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Desfrutar de uma viagem ativa em

contacto com a água, com a

possibilidade de realizar todo o tipo

de atividades náuticas, em lazer ou

em competição.

Turismo Náutico | Definição

Motivação Principal Mercados

Atividades

Náutica de Recreio

Experiências relacionadas com a realização de desportos náuticos ou de

charter náutico, como forma de lazer e entretenimento. Inclui uma grande

variedade de desportos: vela, windsurf, surf, mergulho, etc..

Potencial

85% do total das

viagens de náutica.

Náutica Desportiva

Experiências baseadas em viagens realizadas cujo objetivo é participar em

competições náutico-desportivas. É um mercado muito específico, com as

suas próprias regras de funcionamento.

15% do total de

viagens de náutica.

Modalidades com Potencial na Ribeira Grande

• Surf

• Windsurf

• Kitesurf

• Bodyboard

• Longboard

• Paddling

• Kayaking

• Jet Sky

• Whale Watching*

• Passeios de barco

• Vela

• Pesca desportiva

• Pesca submarina

• Snorkeling

• Mergulho

• Vela, windsurf, surf, mergulho,

remo, charter de cruzeiro, etc.

Produto Estratégico

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

*O whale watching é uma atividade que se poderá inserir no turismo de natureza, mas cujas condições de base estão muito relacionadas com a náutica. Assim, optou-se pelo enquadramento no Turismo Náutico.

Page 279: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

279 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Náutico | Perfil do Consumidor

Quem são?

Âmbito Consumidores de Charter Náutico Consumidores de Desportos Náuticos

• Jovens e adultos • Entre 26 e 35 anos • Maioritariamente homens • Profissional médio • Estudantes

• Adultos • Entre os 30 e os 50 anos • Maioritariamente homens • Técnico superior • Empresário • Profissionais liberais

Através de que meio se informam?

Produto Estratégico

Meio Espanhóis Ingleses Alemães Outros

Guias/livros - 51,6% 40,0% 52,7%

Revistas 11,8% 3,2% 6,0% 6,8%

Folhetos - 6,5% 6,0% 4,4%

Feiras/salões 2,9% 8,1% 2,0% 8,1%

Internet - 1,6% 2,0% -

Outros utilizadores 41,2% 8,1% 24,0% 5,4%

Experiência própria 38,2% 19,4% 16,0% 18,9%

Outros meios 5,9% 1,6% - 2,7%

Que tipo de alojamento compram? • Hotéis 3 e 4 estrelas • Estações Náuticas

• Hotéis 4 e 5 estrelas • Estações Náuticas

Fonte: THR (2006)

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 280: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

280 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Náutico | Perfil do Consumidor

Âmbito Consumidores de Charter Náutico Consumidores de Desportos Náuticos

Em que gastam dinheiro? • Curso de deportos náuticos • Aluguer de material • Lazer e entretenimento

• Cursos de navegação • Passeios de barco • Atividades culturais • Gastronomia local

Em que período do ano compram? • Viajam em períodos do ano onde as condições para

prática do desporto selecionado são mais apropriadas • Meses de Primavera e Verão

Que atividades realizam?

Produto Estratégico

Motivações Passeios de

barco Pesca

desportiva Vela ligeira Windsurf Mergulho

Contacto com a Natureza 33,4% - 33,3% 27,0% 20,6%

Fazer desporto/exercício 4,2% 54,5% 50,0% 51,4% 29,4%

Conhecer melhor o destino 44,9% 9,1% - 2,7% 5,9%

Conhecer pessoas 3,1% - 16,7% 5,4% -

Contacto com o mar 19,9% 27,3% 8,3% 10,8% 67,6%

Participar em competições - - 16,3% - -

Realizar viagens/travessias 11,5% 9,1% - 5,4% -

Provas 66,6% - 8,3% - 2,9%

Divertir-se 19,2% 18,2% 16,7% 29,6 29,4%

Outra 15,3% 18,2% - - 11,8%

Fonte: THR (2006)

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 281: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

281 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Náutico | Requisitos

Classificação Fatores-chave para o desenvolvimento do Turismo de Natureza Ribeira Grande

Produto Estratégico

• Boas condições naturais (mar, clima, etc.) para a prática de atividades náuticas Básico

• Desenvolvimento de produtos integrados de oferta desportiva e alojamento (estações náuticas) De êxito

• Excelentes condições de segurança em portos desportivos e marinas De êxito

• Realização de eventos desportivos de nível internacional (regatas e outros eventos náuticos) De êxito

Cumpre na totalidade Cumpre moderadamente Não cumpre

• Uma ampla rede de instalações náuticas (portos desportivos, marinas, etc.) com todos os equipamentos e serviços necessários (corrente, água, tratamento de resíduos, etc.) facilmente acessíveis

Básico

• Oferta de cursos de aprendizagem de desportos náuticos Básico

• Oferta de alojamento e restauração nas zonas envolventes dos locais onde se praticam desportos náuticos Básico

• Legislação adequada e estimuladora do desenvolvimento das atividades náutico-recreativas De êxito

• Existência de um bom número de empresas especializadas, com experiência e tradição no setor De êxito

• Ampla e variada oferta de atividades em todas as tipologias de desporto náuticos De êxito

• Serviços de elevada qualidade De êxito

• Presença de construtores e embarcações de reconhecido prestígio internacional De êxito

• Ampla cobertura de serviços e empresas de apoio especializadas (manutenção, reparação, venda de material e equipamentos, etc.)

De êxito

• Ampla e variada oferta de entretenimento e serviços complementares nas zonas envolventes dos locais para a prática de desportos náuticos

De êxito

• Disponibilidade de pessoal qualificado (tripulação, instrutores, etc.) com conhecimento de idiomas e com experiência no apoio aos turistas

De êxito

• Eficaz funcionamento de serviços de resgate e serviços de emergência médica De êxito

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 282: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

282 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Náutico | Enquadramento Estratégico Produto Estratégico

Mais-valias

• Costa extensa e tradição marítima.

• Vários portos de recreio.

• Grande porto em Rabo de Peixe, com excelentes condições.

• Praias de excelência para a prática desportiva, nomeadamente surf.

• Tradição de presença de eventos internacionais de grande projeção.

• Alojamento junto ao local de prática: Santa Bárbara Eco-Beach Resort.

Principais Desafios

• Melhoria das condições de alguns portos de recreio.

• Formação e qualificação dos profissionais da náutica de recreio.

• Desenvolvimento da iniciativa privada especializada.

• Aumento da oferta de produtos turísticos de desporto náutico.

• Perspetivar a estruturação de uma instância náutica.

• Melhoria da qualidade dos serviços da cadeia de valor.

Os Açores são identificados a nível nacional como a região que mais atrai os turistas para o turismo náutico, tal como registado na versão original do

PENT (2006), apesar deste documento apenas classificar o Turismo Náutico como produto turístico de 3.º nível. A revisão para o horizonte temporal

2013-2015, apontava atividades como a observação de mamíferos marinhos e o mergulho como atividades qualificadoras da oferta, indicando, porém,

a necessidade de melhor divulgação da oferta de surfing e melhor resposta ao nicho da náutica de recreio. O POTRAA (2008) apontava a náutica de

recreio, o mergulho e os desportos radicais na lista de produtos estratégicos de São Miguel, para além de registar várias referências à melhoria de

infraestruturas desportivas relacionadas com o mar e a estruturação de produtos turísticos em torno dos temas “Baleia” e “Mar/Mergulho”. De referir,

ainda a preocupação de criar apoio à criação de novos eventos promocionais associados à temática mar/turismo náutico. O plano para a especialização

inteligente dos Açores (RIS3), aponta a forte tradição do turismo náutico na Região e as potencialidades do aproveitamento do turismo marítimo e

costeiro para o desenvolvimento local, ressalvando, ainda, a transversalidade existente com outras áreas de atividade económica, que deverá ser

aproveitada. Refira-se que o Plano de Ação Turismo 2020 omite o turismo náutico como produto de relevância para a Região, focando sobretudo a

necessidade de sustentabilidade genérica do setor. Este tema poderá ter outra perspetiva no plano que está a ser estruturado pelo Governo Regional.

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 283: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

283 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Náutico | Targeting

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Target Atual

Evolução do Target

• Náutica de recreio – surf • Náutica desportiva

• As características naturais da costa da Ribeira Grande permitem uma

oferta diversificada no turismo náutico. O desenvolvimento

focalizou-se em atividades desportivas, nomeadamente o surf,

principalmente na ótica do recreio, onde já existe projeção

internacional e o turismo interno é muito relevante.

• Dadas as condições em terra, o potencial que existe e os desejos do

mercado, a oferta náutica tem oportunidade para ser mais

desenvolvida e mais transversal, sem perder a diferenciação

oferecida pelo surf. Surgem boas possibilidades de introduzir o

iatismo e de conferir as condições adequadas para a vela, passeios

de barco e outras atividades náuticas de recreio.

• Náutica de recreio – surf

• Náutica de recreio (geral)

• Náutica desportiva

Natureza

Cidade

Turismo Ativo

Turismo Sedentário

Turismo Náutico

Potencial de crescimento muito elevado

Potencial de crescimento elevado

Potencial de crescimento reduzido

Potencial de crescimento moderado Sinergias

• Turismo de natureza soft • Turismo de natureza hard • Saúde e bem-estar • Gastronomia • Desporto

Produto Estratégico

Page 284: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

284 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Náutico | Perspetivas Produto Estratégico

• A extensão da costa no concelho da Ribeira Grande e a sua tradição marítima,

acoplada à intenção do executivo em “virar o concelho para o mar”, conferem um

contexto único para a exploração do turismo náutico. A vocação marítima e a

aceitação natural do mar são ingredientes que favorecem a criação de uma

atmosfera diferenciadora, que poderá marcar uma forte posição e assumir-se como

uma referência, numa dimensão semelhante, por exemplo, à cidade da Horta

(Faial).

• A ampliação do Porto de Rabo de Peixe, e a consequente melhoria das condições

para os profissionais, desportistas e turistas, abre novos horizontes para a atividade

náutica na Ribeira Grande. Conseguindo atrair embarcações, o potencial existente é

único, com forte potencialidade para a receção de regatas e competições

internacionais, por exemplo, ligadas à vela e ao big game fishing.

• O surf é atualmente o grande motor do turismo náutico na Ribeira Grande. O

potencial existente nas praias, nomeadamente Santa Bárbara e Monteverde, tem

uma notoriedade crescente, com grande reconhecimento a nível internacional e

com capacidade comprovada de atração e organização de competições de elevado

nível. A oferta que se está a desenvolver em torno deste segmento é um sintoma

dessa dinâmica, que pode e deve ser intensificada, em termos estratégicos,

operacionais e promocionais, de modo a maximizar o efeito multiplicador existente.

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 285: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

285 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Náutico | Case Studie

Na cidade da Nazaré regista-se um fenómeno natural, que recentemente tem sido capitalizado como ponto de

atração turística relacionado com o surf. O “Canhão da Nazaré”, um desfiladeiro submarino que chega a atingir os

5.000 metros de profundidade, favorece a formação de ondas gigantes como em nenhum outro local do mundo.

Reconhecendo o grande potencial existente, a Câmara Municipal local contactou big wave riders internacionais,

conseguindo que Garrett McNamarra aceitasse o desafio de surfar estas ondas, originando o projeto ZON North

Canyon. Desta forma, foi possível projetar internacionalmente, de forma muito agressiva, o destino de surf e praia

da Nazaré, conseguido, inclusivamente, registos no Guinness World Records. A estratégia tem resultado num

grande dinamismo do setor turístico e num efeito multiplicador com efeitos na economia local.

Nazaré – ZON North Canyon Show

• Investimento de 500.000 euros para um projeto a

3 anos, financiado em 98% por grandes marcas

(ZON e RedBull).

• Recordes de visualizações em redes sociais.

• Campanha promocional com um surfista de elite

para promoção externa do destino.

• Prémios e recordes internacionais.

• Return on Investment (ROI) perspetivado para a

marca ZON calculado em 1 milhão de euros por

ano só pelos efeitos nacionais.

• Notoriedade internacional do destino turístico.

• Promoção da sustentabilidade do mar.

• Dinamização do comércio, restauração e

alojamento local.

Factos Principais benefícios

Fonte: www.zonnorthcanyon.com, BCSD Portugal (2013) e Madeira (2013)

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 286: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

286 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Sénior

• Descrição

• Público-alvo

• Case Studies

Turismo Desportivo

Turismo Industrial

Sol & Mar

PRODUTOS COMPLEMENTARES

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Turismo Gastronómico

Page 287: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

287 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A Rota Bairrada foi estruturada pela Associação Rota da Bairrada, que integra 32 associados, entre

os quais oito Câmaras Municipais. Oferece uma abordagem integrada da cultura local, incluindo

história, gastronomia, natureza e atividades. Em particular, a Bairrada é uma região com amplo

reconhecimento gastronómico, cujas raízes advêm de uma cultura ligada à natureza, lavoura,

pecuária e cultivo da vinha. Possui, por isso, uma identidade de costumes caseiros fortes, que

resultou em iguarias nacionais. O Leitão da Bairrada é o exemplo mais paradigmático, distinguido

como uma das 7 Maravilhas Gastronómicas do país, mas a rota favorece a visita a vários

restaurantes e a degustação de vários outros produtos, como os Ovos Moles de Aveiro.

Turismo Gastronómico | Overview

Produto turístico procurado pelo desejo de usufruir de produtos típicos

e aprofundar o conhecimento sobre o património enológico e

gastronómico de um território. Engloba, essencialmente, a degustação

de diversos produtos e a aprendizagem (e participação) em processos

de produção. Integra três variantes: viagens de descobrimento (para

conhecer), viagens de aprofundamento (monotemáticas) e viagens de

aprendizagem (formação). Poderá estar integrado na estruturação do

Touring Cultural.

Descrição

Produto Complementar

• Adultos entre os 35 e os 64 anos

• Casais e grupos reduzidos

• Elevado poder de compra

• Maioritariamente homens

• Elevado nível sociocultural

• Preferência por alojamento de charme

• Muito propensos a consumo de produtos culturais e de bem-estar

Público-alvo

Case Studie – Rota da Bairrada

Fonte: THR (2006) e www.rotadabairrada.pt

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 288: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

288 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A Escócia não é um destino turístico afamado pela praia. Contudo, na ilha de Harris existem várias

praias de grande qualidade, sendo uma delas a Praia de Luskentyre, eleita a melhor praia do Reino

Unido nos TripAdvisor Travellers’ Choice Awards e uma das 10 melhores do mundo. Com grandes

extensões de areia branca, possui uma água cristalina de tom azul-esverdeado e localiza-se numa

zona pacata e pouco habitada. A envolvente e o enquadramento paisagístico favorecem

atividades paralelas à praia, como passeios e cicloturismo. Em resultado do clima do país, nota-se

o efeito pronunciado da sazonalidade, mas favoreceu o desenvolvimento de uma oferta de

alojamento diferenciada, assente em casas de campo (cottage) de grande qualidade.

Sol & Mar (Praia) | Overview

O Turismo de Sol & Mar tem como motivações principais o

relaxamento, o bronzeamento e a realização de atividades de baixa

intensidade. Está diretamente relacionado com período estival e/ou

com o bom clima. É um produto turístico que integra três segmentos,

Exotic (locais exóticos, com alojamento e praia de elevada qualidade),

Sports (experiência essencialmente relacionada com o desporto) e

Health & Wellness (procura do bem-estar e da forma física).

Descrição

Case Studie – Luskentyre, ilha de Harris

Produto Complementar

• Indivíduos entre os 35 e os 64 anos

• Empty nesters e grupos de amigos

• Elevado poder de compra

• Elevado nível cultural

• Preferência por hotéis de luxo e serviços personalizados

• Estadias prolongadas, em média de 7 a 10 dias

• Média de uma viagem por ano

Público-alvo

Fonte: THR (2006) e www.virtualheb.co.uk

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 289: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

289 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Industrial | Overview

O Turismo industrial poderá ser entendido como um produto integrado

do Touring Cultural, mas que, por si só, agrega um grande potencial de

desenvolvimento local. Consiste na visita, em roteiros específicos, de

instalações industriais e unidades produtivas, com o intuito de

conhecer, em espaços próprios para o efeito, o real contexto de

laboração, os processos produtivos e a tecnologia aplicada, num

cenário atual ou histórico. Permite diversificar as fontes de receita das

unidades e valorizar a produção e marca industrial de localidades.

Descrição

O município de São João da Madeira, distrito de Aveiro, iniciou, em janeiro de 2012, um projeto

de Turismo Industrial com a missão de projetar nacional e internacionalmente o município e

consolidar e promover a sua dimensão turística ligada à indústria. Foi estruturado um programa

de Circuitos pelo Património Industrial de S. João da Madeira, que inclui as fábricas da Heliotextil,

da Cortadoria, da Helsar, da Evereste, da Fepsa e da Viarco, para além do Museu da Chapelaria,

do Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado e do Centro Tecnológico do Calçado

de Portugal. Em três anos, já recebeu mais de 60 mil visitantes, mantendo uma procura crescente,

com efeitos diretos e indiretos na dinamização da economia local.

Produto Complementar

• Segmento dentro do público-alvo do Touring Cultural.

• Escolas e estudantes

• Famílias e empty nesters

• Seniores e meia idade

• Nível médio-alto de rendimentos e qualificação

• Elevado nível sociocultural

• Interesse pelo desenvolvimento económico das localidades

Público-alvo

Case Studie – São João da Madeira

Fonte: www.turismoindustrial.cm-sjm.pt

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 290: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

290 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A Câmara Municipal de Oeiras definiu o Turismo Desportivo como um dos produtos centrais para

o desenvolvimento turístico local. O elemento central desta decisão prendeu-se com a

diferenciação conseguida pela presença do Centro Desportivo Nacional do Jamor, que permite um

reconhecimento nacional e internacional do concelho. No sentido de capitalizar o potencial e as

infraestruturas existentes e com o intuito de tornar o destino mais competitivo, foram

promovidas e estimuladas parcerias com a hotelaria e vários agentes locais, otimizando os

equipamentos desportivos e estruturando a oferta. Implementaram-se esforços promocionais,

que incluíram a organização de eventos desportivos e captação de patrocinadores de referência.

Turismo Desportivo | Overview

Resulta da interseção de atividades que são simultaneamente

desportivas e turísticas e que induzem motivações multidimensionais

para a viagem. O turismo desportivo integra duas componentes

fundamentais: o turismo de prática desportiva, onde o turista é

praticante e procura um destino para a prática de um ou mais

desportos em concreto; e o turismo de espetáculo desportivo, onde o

turista é um espetador dos eventos e competições.

Descrição

Produto Complementar

• Adultos entre os 35 e os 64 anos

• Tem equipamento próprio ou aluga no local

• Entusiastas do desporto e de modalidades específicas

• Praticantes regulares ou esporádicos

• Nível de rendimento médio e médio-alto

• Preferência pelo alojamento próximo ou integrado no espaço da

prática desportiva

Público-alvo

Case Studie – Oeiras

Fonte: Carvalho e Lourenço (2009) e Neoturis (2007)

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 291: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

291 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O Europe Senior Tourism é um programa pioneiro a nível internacional promovido pelo governo

espanhol, que visa proporcionar viagens e experiências personalizadas a seniores europeus com

idade superior a 55 anos. Este programa integra vários produtos de envelhecimento ativo,

concretizando uma oferta estruturada que inclui gastronomia, natureza, lazer e cultura em vários

pontos de destino. O programa está vocacionado para funcionar entre os meses de outubro e

maio, colocando ao dispor dos interessados os melhores hotéis e restaurantes, assumindo,

claramente, uma estratégia de diminuição da sazonalidade. O Europe Senior Tourism iniciou-se

em 2009 e já conseguiu atrair mais de 140.000 seniores europeus de 16 países diferentes.

Turismo Sénior | Overview

Produto turístico segmentado em função da idade e direcionado para

os pós-adultos (acima dos 55 anos), que pressupõe um universo muito

heterogéneo em várias dimensões (níveis de atividade e autonomia,

situação profissional, estado de saúde, tempo livre e rendimento

disponível). Integra dois subsegmentos em crescimento e constante

mutação, os Young Active Seniors (55 a 64 anos), ativos e saudáveis, e

os Seniores 65+ (idade superior a 65 anos), mais frágeis.

Descrição

Produto Complementar

Case Studie – Europe Senior Tourism

• Indivíduos com idade superior a 55 anos

• Normalmente reformados

• Viagem em casal ou em grupo

• Elevado poder de compra

• Informadores e experientes: grande exigência na qualidade dos

serviços e destinos

• Procura de ofertas personalizadas e atividades sedentárias

Público-alvo

Fonte: www.europeseniortourism.eu

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

Page 292: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

292 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

As metodologias de referência do planeamento estratégico da atividade

turística destacam, de forma clara, a importância estrutural da definição do

posicionamento do destino e a construção da proposta de valor para o

consumidor, o turista. Na prossecução destes objetivos, foi implementado

um modelo que partiu da visão estratégica para o desenvolvimento do

concelho da Ribeira Grande e que desembocou numa definição concreta do

que se perspetiva para o destino turístico. Foram considerados vários

elementos críticos neste modelo, que progrediu de forma sustentada, tendo

permanentemente a preocupação de avaliar a evolução do mercado, os

fatores de diferenciação e o potencial existente.

Na definição da proposta de valor para um destino importa avaliar o impacto

de determinados fatores motivacionais e de atratividade, comparando-os,

igualmente, com potenciais competidores. Assim, foi desenvolvida uma lista

de fatores a analisar, cruzando várias informações técnicas e científicas, de

várias referências nacionais e internacionais, procurando cobrir, de forma

exaustiva e pormenorizada, os elementos que valorizam um destino e o

podem diferenciar dos demais. Esta lista contempla 44 fatores, que são

analisados individualmente na sua performance atual e no seu potencial

futuro, permitindo, deste modo, construir uma proposta de valor objetiva e

consequente. Daqui resulta a identificação de produtos estratégicos para o

concelho, de acordo com as mais-valias intrínsecas e potencial de evolução.

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Page 293: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

293 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Com o suporte da visão para o desenvolvimento turístico do concelho, é

fundamental definir o posicionamento do destino, de modo a potenciar a

capacidade competitiva dentro de um setor em grande crescimento, mas

também de extraordinária exigência concorrencial. Este é, aliás, um

momento crucial para esta definição, uma vez que corresponde ao início das

operações das companhias aéreas low cost para os Açores, com a perspetiva

de aumento substancial da atividade turística, o que despoleta a necessidade

de estabelecer uma traço identificativo forte para o destino “Ribeira

Grande”. O posicionamento é exatamente a definição do espaço ocupado

por uma marca na mente do consumidor, visando construir uma perceção

imediata dessa marca, que influencie o processo de decisão.

A metodologia para desenvolver a proposta de valor assentou no estudo

detalhado do paradigma atual, com particular atenção às potencialidades e

aos elementos distintivos da Ribeira Grande, e da análise crítica de 44 fatores

de atratividade que potenciam a motivação para viajar para um destino. Esta

lista de fatores derivou da integração de vários elementos, entre os quais se

destacam os parâmetros referenciados pelo Turismo de Portugal na

avaliação ao grau de satisfação dos turistas que visitam o país. A análise a

estes fatores de atratividade permite perceber o seu estado atual, o

potencial competitivo perante outros concelhos da Região, a capacidade de

diferenciação e as perspetivas de evolução futura do concelho.

•Estado atual: visa compreender, no momento da avaliação, o efetivo valor

acrescentado gerado pelos ativos que configuram cada fator, identificando

forças, debilidades e elementos sem expressão.

•Potencial competitivo: favorece a comparação do poder competitivo de

cada fator relativamente aos outros concelhos dos Açores.

•Capacidade de diferenciação: permite identificar objetivamente os fatores

que integram condições para diferenciar o destino (ou que já diferenciam).

•Perspetivas: apresenta uma avaliação evolutiva de cada fator, assinalando a

tipologia de intervenção requeria, desde a inovação completa, melhoria,

manutenção ou, eventualmente, desinvestimento.

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Page 294: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

294 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

•Acessibilidades

Fatores de Atratividade Estado Atual Pode ser fator diferenciador?

Perspetivas

Recriar/Inovar Melhorar Manter Desinvestir

Potencial Competitivo Interno

•Acesso a zonas /atrações turísticas

•Alojamento

•Animação noturna

•Atrações industriais

•Atividades culturais

•Atividades de bem-estar

•Atividades desportivas

•Atividades na natureza

•Atividades náuticas

•Atualização tecnológica

*** -

*

***

***

***

** -

** -

* -

**

***

***

Debilidade Sem expressão Força

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Page 295: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

295 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

•City Breaks

Fatores de Atratividade Estado Atual Pode ser fator diferenciador?

Perspetivas

Recriar/Inovar Melhorar Manter Desinvestir

Potencial Competitivo Interno

•Clima

•Comunicação e outros idiomas

•Conservação dos edifícios

•Cruzeiros

•Design e arquitetura

•Envolvimento da população

•Eventos

•Estacionamento

•Gastronomia

•Golf

* -

* -

* -

** -

* -

**

* -

** -

*** -

** -

**

Debilidade Sem expressão Força

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Page 296: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

296 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

•História e cultura

Fatores de Atratividade Estado Atual Pode ser fator diferenciador?

Perspetivas

Recriar/Inovar Melhorar Manter Desinvestir

Potencial Competitivo Interno

•Hospitalidade

•Iluminação da via pública

•Informação turística

•Limpeza da via pública

•Locais e oferta comercial

•Meeting Industry

•Monumentos e museus

•Recursos naturais e paisagens

•Património religioso

•Praias e zonas balneares

***

* -

*** -

**

***

***

*** -

** -

* -

***

** -

Debilidade Sem expressão Força

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Page 297: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

297 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

•Preservação ambiental

Fatores de Atratividade Estado Atual Pode ser fator diferenciador?

Perspetivas

Recriar/Inovar Melhorar Manter Desinvestir

Potencial Competitivo Interno

•Qualidade dos serviços

•Reconhecimento/notoriedade

•Relação preço/qualidade

•Restaurantes

•Roteiros estruturados

•Segurança

•Serviços de transporte

•Serviços de saúde

•Sinalização

•Trânsito

***

*** -

***

*** -

** -

*** -

** -

** -

*** -

** -

*** -

Debilidade Sem expressão Força

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Page 298: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

298 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Resumo da Avaliação aos Fatores de Atratividade do Destino

Potencial de Diferenciação Recriar/Inovar Melhorar (a partir do atual) Manter Desinvestir

•Alojamento

•Atrações industriais

•Atividades culturais

•Atividades de bem-estar

•Atividades desportivas

•Atividades na natureza

•Atividades náuticas

•Golf

•Gastronomia

•História e cultura

•Monumentos e museus

•Recursos naturais e paisagens

•Praias e zonas balneares

•Preservação ambiental

•Restaurantes

•Acesso a zonas/atrações turísticas

•Animação noturna

•Atrações industriais

•Atividades culturais

•Atividades desportivas

•Atividades na natureza

•Atividades náuticas

•Atualização tecnológica

•Comunicação e outros idiomas

•Conservação dos edifícios

•Design e arquitetura

•Envolvimento da população

•Eventos e entretenimento

•Estacionamento

•Hospitalidade

•Iluminação da via pública

•Limpeza da via pública

•Locais e oferta comercial

•História e cultura

•Monumentos e museus

•Recursos e paisagens naturais

•Praias e zonas balneares

•Preservação ambiental

•Qualidade dos serviços

•Reconhecimento/notoriedade

•Relação preço/qualidade

•Segurança

•Serviços de transporte

•Serviços de saúde

•Sinalização

•Alojamento

•Atividades de bem-estar

•Golf

•Informação turística

•Restaurantes

•Roteiros estruturados

•Acessibilidades

•City Breaks

•Clima

•Cruzeiros

•Meeting Industry

•Património religioso

•Trânsito

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Page 299: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

299 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

A análise aos fatores de atratividade deixa claro quais os elementos que

deverão enriquecer a proposta de valor do destino turístico “Ribeira

Grande”. Os fatores com potencial de diferenciação podem ser agrupados

da seguinte forma:

Este agrupamento define onde o destino se pode posicionar e onde detém

potenciais vantagens comparativas. Não obstante, para desenvolver uma

proposta de valor sólida e competitiva é fundamental perceber o grau de

resposta da oferta aos desejos e tendências do mercado, bem como

compreender onde a concorrência oferece maior valor. Assim, integraram-se

três elementos fundamentais – as mais-valias do destino, as dinâmicas do

mercado e a concorrência de outros concelhos dos Açores – procurando a

conjugação ideal entre a oferta, a procura e a capacidade de diferenciação.

Todo este processo de cruzamento de informação considerou os produtos

turísticos que valorizam o destino e que apresentam maior capacidade de

qualificação da oferta, nomeadamente o turismo de natureza, o turismo

náutico, o turismo de saúde e bem-estar, o touring cultural, o turismo

industrial, o turismo gastronómico, o turismo sénior, o turismo desportivo e

o turismo de praia (Sol & Mar).

Serviços

•Alojamento •Restaurantes •Atividades de bem-estar

Natureza

•Atividades na Natureza •Recursos e Paisagens •Preservação Ambiental

Cultura

•Atrações industriais •Atividades culturais •Gastronomia •História e cultura •Monumentos e museus

Desporto e Entretenimento

•Atividades desportivas

Mar

•Atividades Náuticas •Praias e Zonas Balneares

•Crescimento do turismo ativo e de natureza.

•Importância crescente da sustentabilidade ambiental

•Preocupações com a saúde e bem-estar

•Concentração do poder de compra nos seniores

•Procura de experiências personalizadas e marcantes

•Afirmação do alojamento diferenciado e de charme

•Crescimento da importância dos voos low cost

•Importância dos canais web & mobile

Dinâmicas do mercado

•Natureza e ambiente

•Mar

•Cultura

•População jovem

•Tranquilidade e sossego

Mais-valias do destino

Page 300: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

300 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Em resultado desta análise, que agrega múltiplas variáveis e um nível de

complexidade considerável, que culmina numa sobreposição das diferentes

dimensões (esquema à direita), é identificada a superioridade de valor do

destino (zona a verde), a paridade de valor (zona a azul) e a inferioridade de

valor face à concorrência (zona a rosa). São precisamente os elementos

destacados na superioridade de valor que sustentam a construção de uma

proposta de valor que permitirá distinguir o concelho da Ribeira Grande

dentro da oferta do destino “Açores”. Assim, a combinação destes elementos

com os fatores de atratividade que detêm potencial de diferenciação e com

os produtos estratégicos definidos para o concelho é possível definir uma

proposta de valor concreta e construída de forma sustentada através das

dinâmicas fundamentais do mercado: oferta e procura.

Apetências do

Mercado

Açores Ribeira Grande

Natureza soft Sol & Mar Bem-estar Termalismo Gastronomia Cultura & Religião Ambiente

Aventura Termalismo premium Paisagem Artesanato e cultura Geotermia Tranquilidade Ruralidade Surf Chá

Pacotes aventura

Bem-estar

Spa

Experiências únicas

Trilhos

Animação cultural Turismo náutico

Termalismo

Preservação ambiental Rotas turísticas

Whale watching Iatismo City Breaks Hotel de cidade Meeting Industry Património UNESCO

Paisagem

•Turismo de Natureza: todos os concelhos dos Açores

•Touring Cultural: Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, Praia da Vitória, Madalena,

São Roque do Pico, Lajes do Pico, Corvo

•Turismo de Saúde e Bem-Estar: Povoação (Furnas); Santa Cruz da Graciosa

(Carapacho)

•Turismo Náutico: Horta, Ponta Delgada, Madalena, Angra do Heroísmo, Praia da

Vitória, Vila do Porto, Vila Franca

Concorrência de outros concelhos

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Paridade de valor

Page 301: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

301 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Serviços

•Alojamento •Restaurantes •Atividades de bem-estar

Natureza

•Atividades na natureza •Recursos e Paisagens •Preservação ambiental

Cultura

•Indústria •Atividades culturais •Gastronomia •História e cultura •Monumentos e museus

Desporto e Entretenimento

•Atividades desportivas

Mar

•Atividades náuticas •Praias e zonas balneares

Turismo de

Natureza

Turismo Náutico

Touring Cultural

Saúde e Bem-Estar

Paisagem Tranquilidade Geotermia Aventura Surf Ruralidade

Aventura

Irreverência Tranquilidade

Autenticidade Tradição

Natureza, Mar e

Cultura

Elementos com potencial de diferenciação

RIBEIRA GRANDE…

… o destino da aventura na natureza e da irreverência do mar,

… enriquecido pelo tranquilidade, tradição e autenticidade.

Proposta de valor para o destino turístico “Ribeira Grande”

Fatores percecionados e valorizados pelo mercado

Pro

du

tos

Estr

atég

ico

s

Chá Termalismo

premium Cultura

local

Page 302: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

302 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Aventura

Irreverência Tranquilidade

Autenticidade Tradição

A proposta de valor construída para o destino turístico “Ribeira Grande”, de

acordo com os preceitos da visão definida, considera os vários fatores

diferenciadores do concelho da Ribeira Grande enquanto destino turístico e

conjuga-os com o potencial dos vários recursos e atrações existentes, com as

mais-valias da oferta atual e com as características intrínsecas da população.

Daqui resultam cinco valores base que suportam a proposta de valor a

integrar na estratégia de desenvolvimento turístico do concelho. Estes cinco

valores – aventura, irreverência, tranquilidade, tradição e autenticidade –

deverão nortear a estruturação dos produtos turísticos e o desenvolvimento

do destino, favorecendo, posteriormente, a apresentação ao consumidor, a

valorização da experiência e a promoção.

Para finalizar a análise, recorreu-se a um mapa conceptual para avaliação do

potencial intrínseco e de crescimento dos produtos turísticos identificados,

que relaciona três variáveis críticas – tipologia de atividade turística,

localização preferencial para a atividade turística e potencial de crescimento

turístico – e que facilita a perceção do melhor posicionamento para o

turismo no concelho da Ribeira Grande.

Natureza, Mar e

Cultura

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Aventura

• Natureza • Mar • Desporto • Desconhecido • Experiências individualizadas

Irreverência

• Desportos radicais • Desportos náuticos • Empreendedores industriais • Adrenalina • População jovem

Tranquilidade

• Wellness (bem-estar) • Praia • Férias • Lazer • Termalismo

Tradição

• História • Cultura • Museus • Monumentos • Festividades

Autenticidade

• Ruralidade • Genuinidade • Inspiração • Simplicidade • Singularidade

Page 303: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

303 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

RIBEIRA GRANDE…

… o destino da aventura na natureza e da irreverência do mar, …

… enriquecido pela tranquilidade, tradição e autenticidade.

Headline

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Proposta de valor para o destino turístico “Ribeira Grande”

A Ribeira Grande possui uma riqueza natural e cultural que transforma todo o concelho num sistema vivo de

experiências diversificadas. A tranquilidade e autenticidade das zonas rurais valoriza o contacto com uma

população hospitaleira e genuína. A origem vulcânica do concelho proporciona paisagens deslumbrantes,

nascentes termais e aventuras surpreendentes. O mar norte oferece múltiplos spots para beachbreaks e para

a prática de surf, com condições excecionais que permitem receber grandes competições internacionais. O

património cultural integra múltiplas unidades, que incluem tesouros regionais singulares, para além de

oferecer o contacto com as únicas plantações de chá da Europa. A Ribeira Grande é um destino com imensa

essência para descobrir e com experiências marcantes para oferecer.

Descrição

• Natureza deslumbrante com aventuras para descobrir.

• Condições únicas para a prática do surf e para beachbreaks.

• Riqueza cultural e patrimonial, que inclui as únicas plantações de chá da Europa.

• Tranquilidade propícia ao bem-estar e ao lazer.

Fatores Críticos

Page 304: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

304 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Natureza Cidade

Turismo Ativo

Turismo Sedentário

Turismo Náutico

Turismo de Natureza

Touring Cultural

Turismo industrial

Turismo de Saúde e Bem-Estar

Turismo Gastronómico

Sol & Mar

Potencial de crescimento muito elevado

Potencial de crescimento elevado

Potencial de crescimento reduzido

•O mapa conceptual do potencial turístico no concelho da Ribeira Grande,

constituído por três variáveis críticas, aponta a Natureza como o grande

trunfo a explorar. O atual posicionamento do destino “Açores” é semelhante

(o Plano Estratégico Regional, a apresentar brevemente, deverá perspetivar

um reforço dessa posição), resultando em sinergias relevantes na promoção

turística integrada.

•Existe uma grande dispersão no que concerne à tipologia de atividade,

estando o maior potencial de crescimento no turismo ativo. Existem, porém,

vários produtos turísticos importantes posicionados na tipologia mais

sedentária/contemplativa, o que resulta uma perspetiva mista. Há, ainda, uma

grande mais-valia a integrar nesta equação, relacionada com a atual projeção

do concelho enquanto destino de surf, que se insere no turismo ativo. Daqui

resulta, a adequação do posicionamento do concelho no segmento de

turismo ativo.

•Devido às características, aos recursos do concelho e ao potencial de

crescimento de cada segmento, o Turismo de Natureza, Náutico e de Saúde e

Bem-Estar assumem-se claramente como os produtos estratégicos do

concelho. É, porém, importante não limitar a interpretação do gráfico a uma

análise estanque, sem compreender o histórico associado. O Touring Cultural

é atualmente um dos produtos mais importantes para a Ribeira Grande,

assumindo-se como um fator fundamental a explorar. Apesar da evolução no

posicionamento do destino, a cultura deverá manter-se como elemento

estratégico no desenvolvimento turístico.

Potencial de crescimento moderado

Turismo sénior

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

Page 305: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

305 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O trabalho conceptual e de planeamento desenvolvido ao longo deste

documento apresenta uma proposta de valor concreta e um posicionamento

específico para o destino turístico “Ribeira Grande”, perspetivando a sua

projeção no mercado. Em consequência, é fundamental a definição de

princípios básicos de marketing operacional que potenciem o sucesso

daquelas definições estratégicas.

Note-se que o marketing territorial, para além de encarar o destino numa

lógica de mercado, deverá ser definido com o intuito de trazer valor para a

população local ao mesmo tempo que permite atrair e satisfazer os turistas.

Este processo é complexo e de difícil execução, apresentando uma

multiplicidade de intervenientes e de partes interessadas, para além de

algumas particularidades que diferem do marketing empresarial. Neste

sentido, são apresentados, de forma genérica, os fatores críticos do

marketing mix dos produtos turísticos e são aprofundados os elementos de

grande relevância no marketing territorial, como o branding do território e o

marketing interno, procurando facilitar a construção do plano de ação.

Por fim, são apresentados vários mecanismos comunicacionais, com a

indicação dos objetivos concretos da sua utilização. Esta última componente

está vocacionada para orientar a operacionalização da equipa da Câmara

Municipal de Ribeira Grande na promoção do destino, procurando a

exploração de diferentes canais e estratégias complementares.

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Page 306: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

306 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O processo de planeamento de marketing envolve uma componente

estratégica, que deve estar articulada com todas as definições de longo prazo

do destino, bem como uma componente operacional, vocacionada para a

intervenção de curto prazo. O processo constrói-se em torno de fases

sequenciais, que envolvem, em termos estratégicos, a segmentação, o

targeting e o posicionamento, e, ao nível operacional, a definição do

marketing mix (neste caso baseado nos 7P: produto, preço, distribuição,

promoção, indivíduos, processo e evidência física).

Os targets e o posicionamento estão definidos e foram assumidos de acordo

com a visão elaborada para o destino, os recursos existentes, as

potencialidades detetadas, as debilidades identificadas e as oportunidades

oferecidas pelo mercado. Note-se que, no decorrer deste processo, verificou-

se que os targets atuais podem evoluir e apresentar novas configurações no

futuro. Este trabalho deve ser realmente estimulado no sentido de

aproveitar todo o potencial do concelho da Ribeira Grande como destino

turístico.

Por outro lado, dados os principais fatores competitivos do concelho e a

auscultação promovida junto do mercado, tanto do lado da oferta como do

lado da procura, detetou-se que o posicionamento da Ribeira Grande teria

que integrar duas variáveis fundamentais, a natureza e o turismo ativo. Estas

são características que se complementam e permitem um aproveitamento e

valorização dos atributos distintivos do concelho. Não obstante, durante o

processo, houve o cuidado de integrar na proposta de valor global do destino

outros elementos com elevado potencial de valorização e diferenciação,

como a tranquilidade e o bem-estar.

Todo este constructo possibilitou a identificação e a definição dos principais

mecanismos operacionais que refletem as opções estratégicas e que

perspetivam a projeção da Ribeira Grande no mercado. Estas influências são

particularmente pertinentes no branding do destino, dado o seu papel crítico

e central no marketing territorial como instrumento de valorização do

território, mas também de criação de uma identidade própria, diferenciadora

e competitiva.

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Enquadramento Estratégico

Page 307: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

307 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

É um dado adquirido junto das grandes referências internacionais que uma

marca é muito mais do que um símbolo, um nome ou um slogan. A evolução

do marketing e da competitividade dos mercados, das empresas e dos

produtos tem revelado o real poder das marcas, que se assumem cada vez

mais como elementos críticos no relacionamento direto com os

consumidores. Deste modo, as marcas possuem uma componente intangível

que pode e deve ser trabalhada, no sentido de representar valores

concretos, que se refletem, posteriormente, em perceções e sentimentos

daqueles consumidores. Tornam-se, assim, num conjunto integrado de várias

componentes que assumem significados distintivos junto do mercado e que

favorecem o posicionamento na mente dos indivíduos, influenciando-os no

seu processo de compra.

Uma das componentes essenciais do marketing territorial é o branding do

território. Em concreto, o branding das cidades é algo de muito complexo,

que requer uma visão de longo prazo e que deve estar alinhado com o

conceito de desenvolvimento assumido. É encarado como um elemento

fundamental para aumentar a atratividade e a confiança, favorecendo os

elementos essenciais para o aumento das exportações e desenvolvimento

turístico. Na prática, aumenta a competitividade do território e permite que

este se posicione no mercado, encarando os novos desafios conjunturais.

Para o desenvolvimento da marca “Ribeira Grande”, foram considerados três

elementos centrais: identidade da marca; logótipo; e posicionamento da

marca. O objetivo foi articular, de forma coerente, diferentes elementos que

devem orientar não só o marketing operacional do destino, mas também

delinear concretamente o âmbito da marca. Para tal, recorreu-se aos vários

inputs recolhidos junto dos agentes turísticos, Câmara Municipal de Ribeira

Grande e turistas (internos e externos).

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Branding do destino

• Definida segundo o modelo do prisma da identidade da marca

sugerido por Kapferer (originalmente concebido em 1992). É um

elemento fundamental para definir o que é a Ribeira Grande e como se

apresenta ao mercado.

Identidade da marca

• Análise ao logótipo atual que projeta a imagem da Câmara Municipal

de Ribeira Grande, percebendo o seu ajustamento à estratégia

proposta e ao posicionamento pretendido.

Logótipo

• Partindo da proposta de valor definida para o concelho e assumindo a

identidade da marca, procura-se posicionar a marca nos vários

segmentos pretendidos.

Posicionamento

Page 308: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

308 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Físico • Verde • Azul • Natureza • Vulcão • Mar • Património • Chá • Lagoas • Geotermia • Gastronomia

Personalidade • Autêntico • Hospitaleiro • Irreverente • Audaz • Tranquilo • Aventureiro

Cultura • Tradicional • Rural • Simplicidade açoriana • Sustentabilidade ambiental • Preservação da comunidade

Relacionamento • Segurança • Confiança • Bem-estar • Proximidade • Pequena comunidade

Reflexo • Sossego • Natural • Ingénuo • Acolhedor • Boa comida • Descoberta • Cultura

Autorreconhecimento • Os turistas procuram experiências e

vivências únicas e marcantes, como aventuras e descobertas.

• Querem divertir-se e relaxar, desfrutando de elementos surpreendentes, como uma paisagem exuberante e um povo acolhedor.

Imagem do emissor (Ribeira Grande)

Imagem do recetor (Turista)

Exte

rnal

izaç

ão

Inte

rnal

izaç

ão

Identidade da marca “Ribeira Grande”

Interpretação do modelo de Kapferer: Divisão Horizontal

Secção superior • (Físico + Personalidade) • Define o destino Ribeira Grande

Secção Inferior • (Reflexo + Autorreconhecimento) • Define os turistas e o que procuram

Secção Central • (Relacionamento + Cultura) • Matching entre o destino e o turista

Divisão Vertical

Lado Esquerdo • (Físico + Relacionamento + Reflexo) • Componentes visíveis da marca, ou seja, a sua

expressão social.

Lado Direito • (Personalidade + Cultura + Autorreconhecimento) • O espírito da marca, ou seja, os valores intangíveis

que representam as componentes visíveis.

Page 309: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

309 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Proposta de valor

•A referência à natureza (Nature) é essencial para capitalizar o elemento

diferenciador central e a grande mais-valia do concelho e aproveitar os

esforços promocionais em torno do destino “Açores”.

•Aliar o conceito de inspiração (inspiring) à natureza (Nature) remete para o

bem-estar, tranquilidade, para a alegria e felicidade e para a recuperação de

energia. Permite um posicionamento muito forte na mente do consumidor no

processo da decisão de compra/viagem.

•Inspiring Nature permite a penetração em vários segmentos de mercado,

nomeadamente do ecoturismo, da sustentabilidade ambiental e da saúde e

bem-estar.

Inspiring Nature, …

•A palavra aventuras (adventures) define o concelho como um destino de

turismo ativo, para a descoberta e experiências fortes (note-se que a procura

pela experiência é uma das grandes tendências do mercado).

•A presença da palavra Natureza (Nature) e da palavra aventuras (adventures)

na mesma frase permite destacar o potencial do turismo de aventura e marcar

uma posição distintiva para o concelho dentro da oferta regional.

•O conceito de surpresa (surprising) está incluído na frase, remetendo para o

desconhecido e para a descoberta. É algo que valoriza a população local, a

tradição e as experiências genuínas.

… surprising adventures.

Inspiring Nature, surprising adventures.

Natureza inspiradora, aventuras surpreendentes. Assinatura da marca

RIBEIRA GRANDE…

… o destino da aventura na natureza e da irreverência do mar, …

… enriquecidas pela tranquilidade, tradição e autenticidade.

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Posicionamento da marca “Ribeira Grande”

Page 310: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

310 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Posicionamento da marca “Ribeira Grande”

Aventura Ecoturismo

Natureza

Património História

Cultura

Termalismo Revitalização

Saúde e Bem-Estar

Surf Náutico

Cozinha tradicional Gastronómico

Chá Importância da indústria

Industrial

Beachbreaks Sol & Mar

Cultura desportiva Desportos radicais

Desportivo

Descanso Sossego

Sénior

Inspiring nature, surprising adventures Where the adventure begins

History’s secret treasures Authenticity’s little treasures

Hot Springs of inner renewal Hot Springs of natural vitality

A Surfer’s Paradise Waves of excitement

Delightful tradition

The only tea grown in Europe The industrial center of the Azores

Perfect for your beachbreaks

The spirit of challenge

Blissful satisfaction

Propostas segmentadas

Adaptação à mensagem global do destino. Foco na aventura.

Valorização da identidade, história e do património local.

Foco no termalismo e nas energias da natureza.

Destaque para as condições únicas para o surf.

Apelo a uma envolvência sensorial, com foco na cozinha tradicional.

Valorização da singularidade do chá ou da diversidade industrial local.

Postura marcante para reforçar o posicionamento das praias locais.

Assume a cultura desportiva local, a vontade de superação e desafio.

Conceito centrado no descanso, na alegria e na satisfação genuína.

Page 311: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

311 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

A Câmara Municipal de Ribeira Grande apresentou recentemente uma nova

imagem corporativa, que inclui, naturalmente, um logótipo representativo do

concelho. Este trabalho integra uma abordagem inovadora que procura

refletir elementos valorizadores de todo o concelho, ao mesmo tempo que

promove o seu reposicionamento perspetivando o desenvolvimento

turístico.

Este logótipo integra vários elementos e valores que representam alguns dos

elementos valorizadores do destino e que permitem efetivamente posicionar

o concelho no mercado turístico. Neste sentido, partindo de uma base já

definida, importa alinhar o tratamento de imagem e apresentação do destino

de forma coerente com o simbolismo atual, percebendo os pontos positivos

e as limitações existentes.

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Logótipo • Representações de elementos naturais: fogo, ar, água e terra.

• Formas triangulares.

• Este logótipo torna a natureza no ponto central da Ribeira Grande, sobretudo através da prevalência do mar, terra e fogo. As formas triangulares remetem para uma atuação analítica e racional, mas também para o enquadramento natural da Ribeira Grande, nomeadamente pelos recortes da Serra de Água de Pau e da costa norte.

Elementos centrais

• Força, dinamismo e criatividade.

• Harmonia e equilíbrio.

• União e desenvolvimento

• A força associada aos elementos naturais espelha características do concelho. Por um lado, espelha o calor geotérmico e a irreverência do mar. Por outro, demonstra a vontade e a persistência da população. No entanto, prevalece a harmonia e o equilíbrio entre todos os elementos, proporcionando uma oferta completa e diversificada.

Valores intrínsecos

• Conforme se confirma pelo estudo das perceções dos turistas e das projeções dos agentes turísticos, a natureza é um fator fundamental e o produto de excelência para o turismo da Ribeira Grande. Aliás, vários produtos turísticos estratégicos recolhem em elementos naturais fatores diferenciadores e qualificadores da oferta. Neste sentido, é relevante aproveitar o valor existente na imagem atual e potenciá-la. Note-se que este logótipo vai ao encontro do posicionamento definido para o concelho e consegue representar visualmente três dos quatro produtos estratégicos definidos (natureza, náutico e saúde e bem-estar), omitindo apenas o touring cultural.

Valor para o turismo

Page 312: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

312 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Logótipo

•Foco central na natureza

•Representa diretamente três dos quatro produtos estratégicos do

concelho.

•Formas que permitem a identificação do enquadramento natural da

Ribeira Grande com a Serra de Água de Pau.

•Cores representativas do concelho e relacionadas com o destino

“Açores”.

Pontos Positivos

•Não representação do touring cultural, um produto definido como

estratégico e o produto com maior importância atual.

•Apesar de ter um foco concreto na natureza, corre o risco de não

apresentar um elemento diferenciador no destino “Açores”,

apresentando um valor genérico.

•Logótipo concebido para a Câmara Municipal e não para o turismo.

•Elementos abstratos que podem não permitir uma identificação clara.

Pontos Negativos

Uma perspetiva a considerar:

Inspiring Nature • O logótipo atual foi construído numa base institucional, procurando uma

representatividade da atuação do executivo camarário. Deste modo, integra a

expressão “Câmara Municipal”. No entanto, em termos turísticos, a expressão

“Ribeira Grande” deverá valer por si própria, recentrando o valor no concelho e

não na atuação político-administrativa.

• Aproveitando a headline que procura transmitir o posicionamento do destino e

retirando a expressão “Câmara Municipal”, consegue-se em termos visuais

recentrar todo o valor de projeção do concelho no setor turístico. Este trabalho

deverá ser desenvolvido de forma precisa, recorrendo às técnicas de design e

comunicação que estiveram na base do trabalho do criador. O importante é

manter o valor atual do logótipo e capitalizá-lo em termos turísticos.

Page 313: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

313 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Assumindo o princípio de que o marketing territorial para o concelho da

Ribeira Grande, nomeadamente na vertente de promoção turística, pretende

criar valor efetivo para a população local, é fundamental conseguir mobilizar

os ribeiragrandenses e envolvê-los em todo o processo. Não só é necessário

o apoio dos munícipes para desenvolver e implementar uma estratégia,

como também é essencial assegurar a participação ativa de todos.

Neste contexto, atendendo a um novo paradigma de aposta estratégica no

desenvolvimento do turismo, é importante, para além da promoção externa,

promover também ações de marketing interno, que possibilitem a devida

informação à população, às instituições e às empresas. Esta é uma forma de

mobilizar os atores locais, tornando-os recetivos e acolhedores, dinamizando

o investimento no setor turístico e a qualificação da oferta. As ações de

marketing interno deverão ter em consideração vários objetivos, dinâmicas e

públicos-alvo, mas funcionar de forma integrada. Estes objetivos são

incorporados em tarefas concretas, previstas no plano de ação:

• Estimular a cultura de turismo, desenvolvendo a arte de bem receber, de

hospitalidade, de apoio ao turista e valorização da oferta do destino.

• Sensibilizar a população para a importância do turismo na economia do

concelho e na vida diária de cada cidadão.

• Consciencializar os cidadãos para o papel vital que representam na

atratividade do concelho, na receção aos turistas e na valorização do

destino “Ribeira Grande”, envolvendo-os num compromisso de

desenvolvimento de todo o concelho.

• Motivar todos os stakeholders locais, incluindo cidadãos, associações,

instituições, serviços públicos, empresas, empresários, agentes turísticos,

etc., no sentido de colaborarem no desenvolvimento turístico local.

• Mobilizar as empresas, empresários, empreendedores e investidores

locais (e externos) para o desenvolvimento da oferta e para o

investimento num setor encarado como estratégico para a economia do

concelho.

• Reforçar o espírito de cada cidadão como promotor do destino Ribeira

Grande, favorecendo o word of mouth (boca a boca) e uma postura de

“vender” o destino perante potenciais turistas.

• Estimular a qualificação pessoal e técnica e o desejo de o fazer, de modo

a que todos os stakeholders tenham interesse em se prepararem

devidamente para receber os turistas (ex.: falar em línguas estrangeiras)

ou desenvolver serviços no setor turístico.

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Marketing Interno

Page 314: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

314 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

•Produtos/Serviços a desenvolver e melhorar:

Produto

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Fatores críticos do marketing-mix

Produtos Estratégicos Produtos Complementares

•Turismo de Natureza

•Touring Cultural

•Turismo de Saúde de Bem-Estar

•Turismo Náutico

•Turismo Gastronómico

•Turismo Industrial

•Sol & Mar

•Turismo Desportivo

•Turismo Sénior

Alojamento Entretenimento Restauração Comércio

•Diferenciado

•Proximidade

•Turismo Rural

•Alojamento Local

•Hotel na cidade

•Hostel

•Inovação

•Cozinha tradicional

•Gastronomia local

•Qualidade

•Animação de rua

•Animação noturna

•Interatividade

•Animação turística

•Trilhos

•Whale Wtaching

•Iatismo

•Termalismo

•Talassoterapia

•Inovação

•Especialização

•Artesanato

•Souvenirs

•Atributos e qualidade percecionada

‒ Turismo de Natureza: singularidade emocional.

‒ Touring Cultural: singularidade e diversidade.

‒ Turismo de Saúde e Bem-Estar: Premium quality.

‒ Turismo Náutico: as melhores condições para surf e desporto náutico.

‒ Turismo Gastronómico: cozinha tradicional de grande qualidade.

‒ Sol & Mar: praias de qualidade.

‒ Turismo Desportivo: competições internacionais e desafiantes.

‒ Turismo Sénior: segurança, sossego e diversidade.

•Apoio e desenvolvimento

‒ Corresponder à identidade da marca do destino.

‒ Promover o crosselling de produtos.

‒ Criar pacotes (bundles) integrados para aumentar a experiência e a estadia.

‒ Posicionar os diferentes produtos de acordo com o tipo de produto e qualidade oferecida.

‒ Favorecer a diferenciação e a inovação dos produtos dentro do destino Açores.

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315 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

•Ação digital

‒ Site

‒ Social Media

‒ SEO e Adwords

‒ Brochureware

‒ Mobile

•Marketing relacional

‒ Relações Públicas

‒ Follow Up

•Outras ações de marketing direto

‒ Feiras

‒ Brochuras

‒ Outdoors

‒ Parcerias

‒ Revistas da especialidade

*Vários destes elementos são abordados de forma mais pormenorizada numa explanação sobre os objetivos de promoção e comunicação.

Promoção*

•Principais estratégias de pricing para o destino:

‒ Premium pricing: preço elevado para qualidade elevada. Relevante na oferta de saúde e bem-estar, da náutica de recreio, bem como na hotelaria 5 estrelas.

‒ Pricing de penetração: preço baixo para ganhar quota de mercado, aumentando-o após atingir o objetivo. Muito relevante em segmentos competitivos como turismo rural.

‒ Pricing económico: preços permanentemente baixos, através de custos de operação e marketing reduzidos. Relevante quando existe abundância de oferta e pouco investimento promocional (ex.: alojamento local).

‒ Pricing de desnatação: preços altos devido a vantagens competitivas substanciais. Existem segmentos onde pode ser aplicado, mas de forma regrada, como turismo de natureza, surf e alguma restauração.

• Elementos influenciadores do pricing:

‒ Perceção de valor/valorização correta do produto

‒ Competitividade

‒ Sazonalidade

‒ Sustentabilidade ambiental

‒ Capacidade de carga das atrações

‒ Diferenciação

‒ Tecnologia e inovação incorporada

‒ Esforços promocionais

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Preço

Estratégia particularmente relevante para o contacto direto com o consumidor e para atrair o mercado internacional. Deve estar alinhada com a comunicação do destino “Açores” e ser dotada de uma gestão profissional da informação.

Importante aplicação junto de agências de viagens, operadores turísticos (DMC) e outros agentes de promoção do destino. Propício a estratégia push (“empurrar” o produto para o intermediário que o procura vender ao cliente final).

Também destinados ao consumidor final, mas com potencial menor alcance do que a estratégia digital. Alguns destes meios são mais eficazes no estímulo ao turismo interno (outdoors), enquanto outros são mais adequados ao turismo externo (ex.: feiras e revistas).

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316 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

•Qualificação O desenvolvimento da qualidade do destino turístico está intimamente associada à qualificação dos recursos humanos. É fundamental assegurar uma evolução contínua neste fator, aproveitando as valências locais e o estímulo à qualificação e valorização pessoais.

•Especialização Associada à qualificação está a especialização. Cada componente da cadeia de valor do turismo exige competências e técnicas diferentes, desenvolvendo-se a necessidade de especializar determinadas tarefas e agentes. É relevante considerar esta variável em todo o processo de planeamento e preparação do destino, procurando uma evolução qualitativa dos produtos e serviços.

•Comunicação A capacidade de comunicar, bem como o esforço para perceber os interlocutores e fazer-se perceber são fundamentais nos profissionais do turismo, que operem no setor público e no setor privado. O domínio de línguas estrangeiras, principalmente o Inglês, mas também o Espanhol e o Francês, é cada vez mais necessário. Note-se que esta evolução continuará e já se nota a necessidade de línguas até agora pouco aprendidas, como o Alemão (maior mercado estrangeiro dos Açores).

•Soft Skills Diretamente relacionadas com a comunicação, o desenvolvimento das soft skills nos profissionais de turismo é determinante. A sua atividade depende da capacidade de interação com outras pessoas, da sua motivação e cativação. Faz parte da “arte de vender “o destino.

•Cultura

Os profissionais do turismo devem estar identificados com a Ribeira Grande e com a cultura de desenvolvimento turístico que se pretende implementar. Deverão inspirar-se na identidade da marca do destino e funcionar como agentes ativos de valorização do concelho.

Pessoas

•Agências de viagens São os meios mais utilizados tradicionalmente na procura internacional. São especializadas na gestão comercial da oferta turística e proporcionam o contacto direto com o consumidor final com a possibilidade da sugestão do destino.

•DMC (Destination Management Companies) São intermediários da cadeia de valor com ampla capacidade de integração de produtos e capacidade de desenvolvimento de serviços integrados, influenciando diversas atividades, desde o transporte ao alojamento e animação. Possuem um conhecimento profundo dos locais, tanto da oferta como da procura, proporcionando a estruturação e implementação de programas que valorizam o destino. Estão vocacionados para o desenvolvimento do negócio, pelo que é muito importante desenvolver um estratégia push adequada junto destes agentes, com ampla informação e definição de objetivos concretos.

•Operadores turísticos Estruturam programas e pacotes, em parcerias com outros intermediários. Apresentam um âmbito de atuação semelhante aos DMC, mas vocacionado para a componente turística, ou seja, para a experiência/consumo do turista. Possuem, assim, uma ampla rede de contactos e ligações especializadas.

•Centrais de reservas Agregam vários agentes do setor turístico, incluindo agentes de viagens, DMC e operadores turísticos, alavancando a capacidade de aquisição de serviços e produtos. São redes complexas e integradas, com uma vasta área de influência.

•Internet É o canal que mais cresce atualmente, com várias soluções com maior ou menor especialização. Tem uma grande facilidade de chegar a um vasto público com custos reduzidos, aumentando a projeção externa do destino. Permite a chegada direta ao consumidor final, podendo e devendo ser utilizado pelos agentes turísticos locais para apresentarem e distribuírem os seus produtos e serviços.

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Distribuição

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317 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

•Focos de avaliação

‒ Infraestruturas de apoio

‒ Alojamento

‒ Restauração

‒ Atrações (naturais e culturais)

‒ Via pública e edifícios

•Características essenciais

‒ Entrega (deliverance) em conformidade com o prometido

‒ Conforto

‒ Segurança

‒ Limpeza e higiene

‒ Preservação ambiental

‒ Conservação dos equipamentos e património

‒ WOW factor (fator de deslumbramento)

‒ Apresentação e asseio

‒ Facilidade de acesso aos produtos e serviços

Evidência Física

•Bem intangível recorda-se pela experiência emocional.

•Procura heterogénea exigências e expetativas diversificadas.

•Produzido e consumido ao mesmo tempo necessidade de satisfação pela recordação/vivência.

•Sazonalidade gestão da procura e da oferta irregular ao longo do tempo.

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Processo

Preparação do destino

Informação

Desenvolvimento da oferta

Processo de venda

Receção ao turista

Valorização do destino

Os stakeholders locais devem, em conjunto, contribuir para preparar o destino para a atividade turística

Deve ser produzida informação pormenorizada, precisa e objetiva sobre todas as componentes do destino, incluindo fatores sociais e económicos.

A oferta deve ser estruturada e desenvolvida de acordo com o mercado, com os inputs da procura e com as definições estratégicas assumidas.

O processo de venda deverá estar em consonância com o que é anunciado e com o que é possível efetivamente entregar ao consumidor.

Garantir a satisfação do turista com os vários produtos, serviços e elementos ao seu dispor, incluindo a hospitalidade e gestão de expetativas.

Recolher inputs dos diferentes stakeholders, procurando o equilíbrio do destino, a melhoria constante, a qualificação e a preservação.

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318 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

O site é um instrumento fundamental na promoção turística atual. Os destinos internacionais de referência têm investido fortemente nestes mecanismos, mantendo-se atualizados ao nível da tecnologia, design e usabilidade. No entanto, este é elemento onde a Ribeira Grande não tem apresentado a qualidade adequada. Na realidade existem dois sites distintos, http://turismo.cm-ribeiragrande.pt/ e http://visitribeiragrande.com/, que até têm informação contraditória, sendo que o segundo apenas apresenta pouca informação e poucas opções de navegação. É importante rever a estratégia de atuação e redesenhar este canal de promoção e distribuição, introduzindo mais e melhor informação, com melhor organização, detalhe e atualização. Este é um trabalho em desenvolvimento e que apresenta boas perspetivas (www.ribeiragrande.pt). Para benchmark, podem ser utilizadas as seguintes referências: Nova Escócia (www.novascotia.com) e Nova Zelândia (www.newzeland.com).

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Comunicação

Site Online

Social Media Online

A importância da internet levou à proliferação de sites e ao aumento substancial da importância dos motores de busca. O Search Engine Optimization (SEO) é uma técnica de otimização do sites e do seu conteúdo para serem mais facilmente detetados e relacionados com determinadas palavras-chave pelos motores de busca. Deste modo, conseguem mais facilmente aceder aos primeiros lugares em pesquisas, aumentando substancialmente a probabilidade de acesso dos internautas e/ou potenciais turistas. O SEO é atualmente uma das grandes armas na competitividade digital entre sites, pelo que deverá ser permanentemente monitorizado. Por exemplo, utilizando as palavras “Ribeira Grande Tourism” no motor de busca da Google, o site VisitRibeiraGrande não aparece nos 100 primeiros lugares, mas o topo da lista é ocupado pelo site http://turismo.cm-ribeiragrande.pt, que apresenta uma imagem e informação desatualizada. É algo que urge resolver e reformular para o desenvolvimento futuro.

SEO Online

O Google AdWords é outra ferramenta para aumentar a notoriedade de produtos, marcas ou empresas no mercado digital, através do relacionamento direto entre determinadas palavras (escolhidas pelo cliente) e o site. À medida que o internauta pesquisa estas palavras no motor de busca, o site é indicado nos resultados. Este mecanismo funciona no sistema pay per click, o que implica a alocação de um orçamento específico para este fim, e permite uma monitorização constante do número de visitas ao site resultantes da aplicação do mecanismo. Possibilita uma projeção segmentada, definindo-se o âmbito do público a alcançar. Esta é uma solução utilizada principalmente por empresas e sites de e-commerce, mas que se aplica aos restantes negócios, desde que o site tenha qualidade e capacidade suficiente para converter o internauta num cliente concreto. Este é, na realidade, o fator crítico, ou seja, a capacidade de converter potenciais clientes em clientes efetivos.

Google AdWords Online

As redes sociais são atualmente o meio que mais rapidamente propaga informação e o principal foco de word of mouth (boca a boca). É portanto, um canal que tem que ser explorado exaustivamente, com uma gestão profissional da informação e das ações de relações públicas. A informação deve ser atualizada e com permanente interatividade. Este é um canal fundamental para vários destinos turísticos, que assumem perfis exclusivos para o setor turístico. A Câmara Municipal da Ribeira Grande optou por concentrar a divulgação cultural e turística no perfil institucional do Facebook, o que poderá ter efeitos positivos no turismo interno, mas deixa amplamente descoberto o turismo externo. Nota-se que não há inclusivamente a tradução para Inglês da divulgação turística, mantendo apenas uma comunicação centrada no munícipe. Esta é uma estratégia que deve ser reavaliada, equacionando-se a utilização de outras redes sociais, nomeadamente Twitter, Pinterest ou Instagram.

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319 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Com o advento do mundo digital, os flyers e as brochuras em papel perderam importância. Aliás, o alcance destes meios é reduzido e destina-se principalmente ao turismo interno. No entanto, o conceito de brochura, catálogo e flyer aplicado ao mundo digital resulta em brochureware, que não é mais do que ficheiros informativos em pdf, png, jpeg, entre outros, que permitem a visualização, o download e a partilha na web. Esta é uma excelente solução para apresentar, por exemplo, museus e a oferta cultural, trilhos, mapas e rotas. Na Ribeira Grande há muito trabalho para desenvolver neste campo. Já existem alguns ficheiros, mas estão dispersos, normalmente incompletos e pouco precisos. Existem várias atrações e atividades onde se perspetiva haver muito a ganhar com este mecanismo, que permitirá, igualmente, criar um portfólio importante de informação turística e valorizadora do destino.

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Brochureware Online

Multimédia Online

As operações mobile são as que mais crescem atualmente no setor turístico. Todos os gadgets móveis (ex: smartphones, tablets, etc.) com ligação à internet são potenciais pontos de venda de produtos turísticos e são recorrentemente utilizados para pesquisas sobre destinos turísticos específicos. A Ribeira Grande inovou recentemente ao desenvolver uma aplicação móvel com informação sobre o destino. Esta aplicação é efetivamente um excelente meio informativo, mas possui pouco valor acrescentado no aumento da notoriedade/divulgação do destino. A introdução na aplicação de um sistema de alerta, com a indicação e calendarização, por exemplo, de eventos da agenda cultural seria um mecanismo muito importante para divulgação turística. Deste modo, não será apenas um software esquecido no telemóvel, mas passará a ser um “despertador” permanente, que facilitará, eventualmente, o regresso de turistas, tanto internos como externos.

Mobile App Online

Os eventos possibilitam a prossecução de vários objetivos. Numa primeira dimensão, eventos como as festas tradicionais permitem a dinamização cultural e de entretenimento das localidades, envolvendo os cidadãos e proporcionando atrativos para os turistas. Por outro lado, alguns eventos temáticos favorecem a promoção de empresas, projetos inovadores ou tradicionais e setores de atividade, como a restauração ou a agricultura. Além disso, a organização de eventos mantém a agenda cultural preenchida, permitindo atenuar os efeitos da sazonalidade e estimular a economia local pontualmente. Com toda esta envolvência, é importante tirar partido destes acontecimentos para projetar a imagem externa do concelho, em particular quando se organizam/acolhem eventos com visibilidade internacional. O aproveitamento do Dia Mundial do Turismo é também uma forma de desenvolver o marketing interno e de preparar um evento e atividades com o propósito específico de promoção externa.

Eventos Offline

O desenvolvimento dos meios de comunicação online, em particular das redes sociais, acentuou a importância dos produtos multimédia. A facilidade de partilha de informação e de captação da atenção de potenciais consumidores tem proporcionado o aperfeiçoamento da utilização destes produtos e uma crescente especialização no seu desenvolvimento. A Câmara Municipal de Ribeira Grande tem recorrido a vários mecanismos que se enquadram nesta categoria, em particular através da fotografia e do vídeo. Recentemente, foi concebido um vídeo para divulgação na BTL, para além da apresentação de dois novos trilhos municipais pelo mesmo meio. Este tipo de trabalho deve ser intensificado com o foco especial no setor turístico, incluindo também paisagens, praias, museus, eventos, artesanato, nascentes termais e restaurantes. Deverão igualmente ser explorados outros produtos, como infografias, aplicações e jogos interativos (incluindo cenários gamificados).

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320 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Através da participação em feiras, é possível atingir vários públicos-alvo. A escolha adequada das feiras a explorar é muito importante e deve ser desenvolvida antecipadamente, de acordo com os preceitos estratégicos de promoção turística do concelho. Por um lado, podem ser exploradas feiras onde o contacto primordial se realize com intermediários da cadeia de valor do turismo, nomeadamente grandes operadores turísticos, DMC ou agências de viagem. Por outro lado, existem outras feiras mais vocacionadas para o contacto direto com o consumidor final, cujos interesses informativos são diferentes. É, ainda, de considerar uma outra variável que tem a ver com a temática das feiras. Existem feiras especializadas em diferentes produtos turísticos (ex.: turismo de aventura), que permitem atingir targets muito específicos e bem definidos. Todos estes parâmetros são de importância capital na preparação da promoção turística de um destino, devendo ser cuidadosamente planeados e orçamentados.

4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

Feiras Offline

Outdoors Offline

Do mesmo modo que as feiras, as revistas especializadas em turismo permitem chegar a um público vasto e com grande heterogeneidade de perfil. As revistas destinadas a produtos específicos (ex.: turismo náutico) favorecem uma comunicação mais assertiva para targets mais concretos. As dificuldades nestes meios é compreender realmente o perfil do consumidor, a abrangência da revista e o custo inerente à sua utilização. Por outro lado, os sites da especialidade aumentam substancialmente a exposição do destino e permitem uma potencial maior abrangência. Uma das formas de conseguir reviews e a projeção em revistas e sites especializados passa pela organização de fam tours (viagens de familiarização), trazendo jornalistas, bloggers e editores para conhecer o destino e vivenciar as principais experiências. Estas são “ações de charme”, que visam cativar os convidados, de modo a que possam colocar nos meios comunicacionais que exploram artigos e informações que promovam o destino.

Revistas e Sites da Especialidade Offline/Online

A publicidade boca a boca (word of mouth) é normalmente assumida como o melhor meio de promoção de qualquer coisa. É um meio que envolve um testemunho sobre uma experiência concreta, o que aporta mais confiança e “tangibilidade” ao que realmente esperar. Note-se que a competitividade é tão grande e as alegações de cada competidor são tão intrusivas e permanentes, que se torna necessário encontrar fontes fidedignas da informação. Manter o consumidor satisfeito e corresponder às suas expetativas é um passo fundamental para potenciar o word of mouth. A Web 2.0, em particular através das redes sociais e dos blogs, conferiu ainda mais importância a este meio de divulgação, podendo, em caso de má gestão da informação e das relações públicas, tornar-se muito pernicioso. É, assim, fundamental promover um acompanhamento permanente destes meios e avaliar o grau de satisfação dos turistas, promovendo intervenções onde necessário.

Word of Mouth Offline/Online

A utilização de outdoors deve perspetivar dois públicos-alvo diferentes, o turista interno e o turista externo. A colocação estratégica dos outdoors permite a divulgação, por exemplo, de eventos, acontecimentos ou novidades. São informações particularmente úteis para o turista interno. Por outro lado, informações mais genéricas, de divulgação da oferta global do destino, favorece a atração do turista externo que está em São Miguel e começa a explorar o destino. Este tipo de atuação coloca imediatamente a Ribeira Grande numa “luta” pela visibilidade com os restantes concelhos da ilha, pelo que é necessário antecipar adequadamente o ambiente competitivo que se registará. Os outdoors podem, também, servir de elementos qualificadores do destino, nomeadamente se integrarem, mensagens de boas vindas, informações pertinentes e úteis sobre o turismo local ou até inovações tecnológicas como o QR code para download da aplicação móvel desenvolvida pela Câmara Municipal.

Page 321: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

5. Projetos Estratégicos para o

Desenvolvimento Turístico do

Concelho

Page 322: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

322 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Índice

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321

1. Apresentação 7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98

6. Considerações Finais 332

7. Bibliografia 339

8. Anexos 346

Page 323: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

323 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Dentro da visão estratégica definida para o concelho da Ribeira Grande e do

plano de ação proposto para a sua materialização, existem projetos de

diferentes dimensões, quer no investimento e esforço necessários, quer no

impacto esperado no destino. Os grandes projetos estruturantes para o

concelho estão intimamente ligados a duas variáveis fundamentais: por um

lado, os seus mais preciosos recursos, que influenciam também a proposta

de valor e o posicionamento do destino e, por outro lado, as grandes

debilidades atuais, como o alojamento. Vários destes projetos já vêm sendo

identificados há algum tempo, como a requalificação da orla marítima da

cidade, mas outros sugerem novidade na diversificação de serviços e

produtos e na capitalização e valorização de recursos endógenos.

Por várias vezes já se demonstrou e referiu que o concelho da Ribeira Grande

é extremamente rico nos seus recursos e detentor de um grande potencial

turístico. No entanto, o efetivo aproveitamento dessa riqueza e desse

potencial apenas será uma realidade se se conseguir dotar o concelho de

equipamentos, intervenções e serviços que lhe confiram atratividade e

capacidade competitiva para se diferenciar no mercado. Ressalve-se que este

é um momento-chave, por todo o contexto resultante do Quadro

Comunitário de Apoio 2014-2020 e da liberalização do espaço aéreo

regional. Se não for devidamente aproveitado, poderá representar a perda

de uma grande oportunidade para efetivar o salto qualitativo necessário no

desenvolvimento turístico da Ribeira Grande.

5.

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

Page 324: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

324 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

SPA Geotermal do Pico Vermelho

A Ribeira Grande é, atualmente, o único concelho dos Açores onde existe a exploração da energia geotérmica. Para além da sua função principal de

produção de energia elétrica, este tipo de atividade permite o desenvolvimento de projetos paralelos com elevado grau de diferenciação. A água

utilizada no processo pode ser aproveitada para criação ou aquecimento de piscinas e estâncias geotermais. O caso mais paradigmático é a Blue

Lagoon, na Islândia, que representa uma das principais atrações do turismo islandês, estimando-se que 80% dos turistas que visitam o país vão a essas

instalações. Dadas as características naturais dos Açores, há muito tempo que o turismo de saúde e bem-estar é apontado como um produto de grande

potencial, mas as explorações atuais, para além de pequenas, não têm procurado um posicionamento forte nesse mercado, optando por algo mais

mainstream. Um caso particular é o das Furnas, onde o Parque Terra Nostra e a Piscina da Dona Beija, apesar do potencial existente, posicionam-se nas

atividades recreativas e de diversão e não no segmento mais próximo da saúde. Assim, com as condições naturais existentes, a criação de um SPA

geotermal na Ribeira Grande em moldes semelhantes à Blue Lagoon, aproveitando a Central Geotérmica do Pico Vermelho, permitirá um

posicionamento completamente diferenciador da oferta existente nos Açores. Este é um projeto destinado segmentos específicos, permitindo a

penetração em mercados premium, de alto valor acrescentado, elevado impacto económico e indutores de um efeito multiplicador bastante profundo.

Este tipo de projeto âncora é definidor de uma oferta, sendo igualmente marcante pela capacidade de minimização dos efeitos sazonais.

Descrição

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

• Localização: Conceição

• Horizonte temporal: Médio e longo prazo

• Grau de investimento: Elevado

• Importância na qualificação do destino: Muito elevado

Page 325: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

325 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Conclusão do Passeio Atlântico

O Passeio Atlântico é um dos projetos mais importantes na requalificação urbanística e ambiental da cidade da Ribeira Grande. Num concelho com uma

relação histórica e próxima com o mar, a execução deste projeto permite um novo posicionamento do seu principal centro urbano e o surgimento de

inúmeras oportunidades de desenvolvimento, não só urbanístico e ambiental, mas também económico e social. O Passeio Atlântico é um projeto de

grande dimensão, programado originalmente para um horizonte temporal de médio e longo prazo, com a perceção assumida do grande potencial de

promoção turística inerente. Esta obra, quando concluída, representará inúmeras oportunidades de investimento, influenciando decisivamente o

comportamento da iniciativa privada, e representará um foco estruturante de desenvolvimento da oferta turística, de alojamento e de entretenimento.

Um dos mais importantes impactos deste projeto será decorrente do seu efeito multiplicador na economia local, contribuindo para a modernização da

cidade e para uma nova perspetiva de desenvolvimento. É, por isso, considerado um projeto-âncora para catapultar o setor turístico da Ribeira Grande

e estimular toda a iniciativa privada e empreendedora na preparação e disponibilização de uma oferta diferenciada, de qualidade e atrativa. Pela

localização e relacionamento com a envolvente, este projeto é particularmente importante para o turismo náutico, de Sol & Mar, cultural e

gastronómico. Note-se, ainda, o enquadramento único de relacionamento entre o mar, a praia, zonas verdes e o centro histórico que este projeto

poderá permitir, que, sendo devidamente estruturado, representa uma proposta de valor extremamente competitiva.

Descrição

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

• Localização: Matriz/Conceição/Ribeira Seca

• Horizonte temporal: Médio e longo prazo

• Grau de investimento: Muito elevado

• Importância na qualificação do destino: Muito elevado

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326 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Reabilitação da Praia do Monte Verde

Na sequência da requalificação da orla marítima da cidade da Ribeira Grande, a reabilitação da Praia do Monte Verde é uma das ações que contribuirá

para a melhoria da oferta turística. Esta praia apresenta uma localização estratégica para a cidade e um enquadramento natural privilegiado para

potenciar o desenvolvimento turístico e económico em seu redor. As condições naturais atribuem-lhe características únicas ao longo do ano, em

particular para alguns segmentos de mercado que já vêm sendo explorados na Ribeira Grande, como o surf. Para além disso, a extensão do areal

permite a definição de uma longa linha de zonas balneares de excelência, que se inicia no Areal de Santa Bárbara, percorre o Monte Verde e termina

nas piscinas municipais. Apesar de não existir uma continuidade perfeita, esta extensão é definidora da oferta e pode projetar definitivamente a Ribeira

Grande para um destino diferenciador e de referência, com uma diversidade muito interessante de recursos e equipamentos relacionados com a

oferta de Sol & Mar e turismo náutico desportivo. A área circundante apresenta um grande potencial de expansão e desenvolvimento, conferindo

oportunidades muito interessantes para o investimento privado e para a diversificação da oferta de serviços e comércio. Para além de atividades mais

tradicionais, o surgimento de projetos inovadores que tiram partido da proximidade e contacto com o mar é algo a ter em conta, permitindo a

diversificação da oferta turística e de serviços complementares. A talassoterapia é um exemplo do tipo de atividades diferenciadas e especializadas que

se podem desenvolver neste contexto, que por sua vez potencia o desenvolvimento de outro tipo de oferta, como restauração, fitness ou comércio.

Descrição

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

• Localização: Conceição/Ribeira Seca

• Horizonte temporal: Médio prazo

• Grau de investimento: Médio

• Importância na qualificação do destino: Elevado

Page 327: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

327 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Valorização do Centro Histórico

O centro histórico da Ribeira Grande apresenta um património imóvel de grande riqueza e singularidade. Para além disso, existem inúmeras unidades

culturais inseridas nesta área, com grande potencial turístico e capacidade de atratividade. Contudo, fruto de um desenvolvimento que privilegiou

outras prioridades, a estruturação da oferta turística não se processou de uma forma adequada, negligenciando a organização, a apresentação e a

própria experiência do turista no destino. Neste contexto, urge repensar a oferta turística e cultural no centro histórico da cidade, concebendo

mecanismos e adequando práticas que enriqueçam as vivências dos visitantes e induzam a sua permanência por mais tempo no concelho e na cidade.

Uma das formas de o conseguir é através da recuperação de algum património edificado, da integração da oferta cultural existente, da dinamização dos

equipamentos culturais (com mais interatividade) e da estruturação de rotas temáticas dentro da cidade. Este trabalho terá que ser articulado entre as

várias unidades disponíveis, mas também envolvendo os comerciantes da zona histórica. Sugerem-se, por exemplo, a Rota dos Moinhos de Água, a Rota

dos Passos Quaresmais e a Rota dos Museus, procurando envolver vários outros equipamentos, como sejam o Jardim do Paraíso, o Mercado Municipal

e os Paços do Concelho. É fundamental proporcionar a ocupação dos turistas e envolvê-los na experiência, não assumindo uma postura meramente

passiva na apresentação da oferta. Note-se que equipamentos como o Mercado Municipal carecem de “vida” e de adaptação do seu funcionamento à

atualidade, eventualmente, com a diversificação de serviços e animação cultural, abrindo também oportunidades à iniciativa privada.

Descrição

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

• Localização: Conceição/Matriz

• Horizonte temporal: Médio prazo

• Grau de investimento: Médio

• Importância na qualificação do destino: Muito elevado

Page 328: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

328 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Eco alojamento e campismo

O alojamento é uma das grandes lacunas na oferta do setor turístico da Ribeira Grande. Não existem grandes estabelecimentos hoteleiros, estando a

oferta concentrada no alojamento local e no turismo rural. No entanto, dada a nova projeção do concelho neste setor, este contexto até confere a

oportunidade para desenvolver uma oferta diferenciada e devidamente estruturada, com uma adaptação coerente à procura e às características

intrínsecas da Ribeira Grande. Dada a notória importância do turismo de natureza e da beleza da paisagem, a criação de eco alojamentos é

fundamental. Por um lado, será uma forma de diferenciar a oferta e, por outro, um meio de preservar o meio ambiente. A implementação de um eco

resort na Lagoa do Fogo é um projeto que já vem sendo planeado e a sua efetivação constituirá realmente uma mais-valia para o concelho. No entanto,

será necessário assegurar as condições ideais de proteção, preservação e conservação ambiental de toda a zona, dada a sensibilidade e importância

estratégica para o turismo local. Em complemento à oferta de eco alojamento, a exploração do campismo (na vertente ecológica e de ecoturismo)

adequa-se perfeitamente ao posicionamento no turismo de natureza e aventura. O desenvolvimento recente do turismo na Ribeira Grande está a

privilegiar este mercado, mas é notória a ausência de uma grande parte de campismo inserido na natureza. Existe uma exploração privada, Quinta das

Laranjeiras, e um parque público, no Porto Formoso, mas não existe uma estrutura que se enquadre verdadeiramente na tipologia de ecoturismo. Um

benchmark interessante é o Parque de Campismo de Cerdeira, situado no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Descrição

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

• Localização: Serra de Água de Pau e Zona Poente

• Horizonte temporal: Médio prazo

• Grau de investimento: Elevado

• Importância na qualificação do destino: Elevado

Page 329: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

329 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Campos de Golf

O Golf é um produto que ainda não afirmou todo o seu potencial no turismo dos Açores. Um dos fatores que tem limitado o seu desenvolvimento é a

falta de diversidade nos campos existentes. Em São Miguel, atualmente, apenas existem dois, sabendo-se que quando o turista do Golf procura um

destino perspetiva, no mínimo, uma semana de férias e uma rotação por cinco campos diferentes. A Ribeira Grande, pelas características do território e

localização geográfica, poderá tirar um vasto partido desta situação. Já foram várias vezes perspetivados investimentos no desenvolvimento do Golf no

concelho, nomeadamente com a implementação de dois campos, um nas imediações da Serra de Água de Pau (eventualmente, associado ao Eco

Resort da Lagoa do Fogo) e outro no Porto Formoso. Dada a integração do Campo de Golf da Batalha, a Ribeira Grande ficaria com três dos cinco

campos necessários, concentrando 60% da oferta para um segmento onde o turista tem um consumo muito elevado e procura produtos de grande

qualidade. Para além disso, as localizações referenciadas permitem uma diferenciação para a oferta disponível a nível internacional, quer pelo

ambiente e natureza circundante (perto da Lagoa do Fogo), quer pelo enquadramento nas proximidades do mar. Repare-se que, inclusivamente, estes

campos poderão potenciar o desenvolvimento local de pontos de elevadíssimo interesse turístico. O Porto Formoso, por exemplo, pelas oportunidades

concedidas pela Praia dos Moinhos e proximidade com as únicas plantações de chá da Europa, poderá alavancar oferta de alojamento e efetivar a sua

projeção como local estratégico para a oferta turística da Ribeira Grande.

Descrição

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

• Localização: Imediações da Serra de Água de Pau/Porto Formoso

• Horizonte temporal: Longo prazo

• Grau de investimento: Elevado

• Importância na qualificação do destino: Elevado

Page 330: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

330 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Rede Integrada de Turismo Rural e Alojamento Local

O Turismo em Espaço Rural e o Alojamento Local são, notoriamente, as duas tipologias de alojamento mais dinâmicas no concelho da Ribeira Grande.

De facto, existem unidades muito bem conseguidas e atrativas, que proporcionam experiências diferenciadas e enriquecedoras aos turistas. No

entanto, existe um claro défice na sua promoção, na apresentação ao consumidor e na exploração dos canais de distribuição e comunicação. Existem

várias referências da promoção integrada da oferta do turismo em espaço rural no centro da Europa, mencionando-se, por exemplo, a Polónia, onde o

agroturismo tem uma importância crescente. Este tipo de atuação favorece a coerência da mensagem e a identificação correta com o branding

territorial, permitindo, igualmente, ganhos de eficiência em todo o processo. Atualmente, a promoção da oferta da Ribeira Grande está dispersa,

incompleta e pouco cativante, necessitando de um trabalho de base com o efetivo envolvimento dos próprios promotores. Esta vertente terá que ser

trabalhada a vários níveis, desde a recolha de informação periódica, estruturação de um sistema funcional da rede, identificação e exploração de meios

comunicacionais e avaliação da sua eficiência. O objetivo deste trabalho é possuir uma base documentada e caracterizadora da oferta de alojamento

disponível, facilitando a apresentação ao potencial turista no planeamento da estadia. O fluxo de informação é, assim, o ponto crítico do processo,

procurando a atualização permanente e fidedignidade, de modo a conquistar a confiança no destino e na oferta apresentada. Para além da

estruturação em rede, a componente digital e web (na informação, promoção e processo de venda) é fulcral, exigindo um investimento adequado.

Descrição

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

• Localização: Todo o concelho

• Horizonte temporal: Curto prazo

• Grau de investimento: Baixo

• Importância na qualificação do destino: Médio

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331 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Azores Wellness Art Resort

O projeto Azores Wellness Art Resort (designação provisória) agrupará um conjunto de apartamentos turísticos de 4 estrelas e um empreendimento

hoteleiro de 3 ou 4 estrelas, com restaurante. Terá como foco o turismo de qualidade na vertente da saúde e bem-estar e da promoção da cultura e da

arte dos Açores. A componente de wellness terá uma intervenção personalizada e adaptada às necessidades específicas de cada cliente. Terá como

ponto de partida uma consulta média e análises de base, no ato de check-in na unidade de alojamento. De acordo com esta avaliação inicial será

estruturado um pacote de tratamentos, desde talassoterapia, tratamento de vias respiratórias, saunas e banhos medicinais, até exercícios físicos,

passeios pedestres, aulas de yoga ou massagens. A vertente artística será proporcionada pelo design interior, que servirá de expositor natural para o

artesanato e obras de arte criadas localmente. Permitirá mostrar ao turista elementos da história do concelho e da região, despertando o seu interesse

para conhecer melhor a cultura local. O investimento na Ribeira Grande deve-se à identificação de condições ótimas para o florescimento do mercado

de saúde e bem-estar, com mais-valias resultantes de visitas a zonas termais do concelho, como a Caldeira Velha ou as Caldeiras. Como oferta

diferenciada, contribuirá para a valorização do destino, captação de turistas e mitigação dos efeitos sazonais. Será um importante canal de promoção

de recursos, atividades e produtos locais, como as águas termais, golf, surf, laticínios, chá, doçaria tradicional e carne. A localização central do

empreendimento e a belíssima relação entre a paisagem rural e o mar são exemplos da valorização integrada das melhores características do concelho.

Descrição

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

• Localização: Calhetas (Canada do Tanque)

• Horizonte temporal: Curto prazo

• Grau de investimento: Médio

• Importância na qualificação do destino: Médio

Page 332: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

6. Considerações Finais

Page 333: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

333 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Índice

6. Considerações Finais 332

1. Apresentação 7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321

7. Bibliografia 339

8. Anexos 346

Page 334: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

334 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

6.

6. Considerações Finais

A decisão atual de diversificar a base económica do concelho da Ribeira

Grande apostando no desenvolvimento turístico perspetiva-se, efetivamente,

como assertiva. Pela sua dimensão, localização, características intrínsecas e

património tangível e intangível, a Ribeira Grande apresenta um potencial

turístico significativo. O próprio contexto atual é muito favorável a este

desígnio, aumentando consideravelmente a probabilidade de sucesso da

aplicação efetiva e estável de um estratégia concreta e com objetivos bem

definidos.

Este é um momento de transição para um novo paradigma, que inclui novas

variáveis e com efeitos ainda por conhecer. O Plano Operacional Açores 2020

acabou de ser aprovado e entrar em vigor, conferindo inúmeras

oportunidades de desenvolvimento sustentado pelos apoios comunitários.

Por inerência, entrou igualmente em vigor o Sistema de Incentivos para a

Competitividade Empresarial – Competir+, disponibilizando um novo

instrumento ao dispor das empresas e que potencia o investimento privado.

Ressalve-se, ainda, a liberalização do espaço aéreo regional e o início da

oferta dos serviços de companhias low cost, o que confere um novo contexto

às acessibilidades regionais, com profundos impactos esperados no volume e

na tipologia da procura. Note-se que todos estes elementos se conjugam e

perspetivam uma alteração transversal nas dinâmicas fundamentais do

mercado turístico, induzindo não só mutações na procura, mas também a

necessária adaptação da oferta.

Page 335: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

335 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

6. Considerações Finais

No entanto, existem, igualmente, inúmeros desafios a ultrapassar e que

implicam uma reestruturação global da oferta, mas também a preparação da

população e a adequação de várias condições básicas de suporte à atividade

turística. Na realidade, uma das maiores debilidades locais e que pode obstar

ao desenvolvimento turístico é, precisamente, a baixa qualificação da

população e a falta de preparação cultural e técnica para o setor dos

serviços, em geral, e para a atividade turística, em particular. Apesar da

notória habilidade no que concerne à hospitalidade e à simplicidade de

relacionamento, a generalidade dos indivíduos não está ainda consciente da

postura necessária para a receção, tratamento, conceção da oferta e

condições de prestação do serviço ao turista. Note-se que o setor turístico é

extremamente competitivo e dentro do destino “Açores” já existem

concelhos e localidades com o desenvolvimento turístico muito superior ao

da Ribeira Grande, o que, por si só, indica a necessidade de aplicar esforços

redobrados na atratividade local. Este trabalho terá que ser transversal a

toda as atividades, implicando um elevado nível de iniciativa e dinamismo no

setor privado, aliado à capacidade de liderança da intervenção pública.

Mesmo atividades e setores que apresentam tradicionalmente uma boa

performance, como a restauração, terão que desenvolver a sua oferta e

acompanhar a qualificação do destino. Este comportamento será

fundamental para potenciar o importante efeito multiplicador que existe no

setor turístico e induzir mutuamente a capacidade de evolução entre os

vários setores de atividade.

Os elementos naturais são claramente o recurso mais valioso e com maior

capacidade de projeção e atratividade do concelho. É notória, do lado da

procura, uma grande satisfação, surpresa e contentamento com a qualidade

paisagística e natural existente. É particularmente curioso perceber que o

“choque com a realidade” (o efeito surpresa) é realmente profundo no que

respeita ao enquadramento natural, sendo a paisagem o fator de

atratividade mais mobilizador, por larga margem, da satisfação dos turistas.

Este é um ponto fundamental por vários motivos, que se prendem com a

estruturação da oferta, com a diferenciação e promoção do destino, mas

também com a preservação ambiental e proteção dos recursos.

Page 336: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

336 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Em relação à oferta, este contexto permite identificar claramente um fator

diferenciador e potenciador da criação de experiências e vivências únicas,

marcantes e valorizadoras do destino. Para aproveitar todo este potencial,

será necessário desenvolver alojamentos e produtos turísticos diversificados

que mantenham o turista em contacto com a natureza, que o envolvam

emocionalmente e o cativem para a repetição da experiência. Tanto a visão

dos agentes do setor turístico, como a atual atuação da Câmara Municipal de

Ribeira Grande, como também as características identificadas na procura

apontam definitivamente para um posicionamento deste tipo e que permita

explorar segmentos de mercado como a aventura e o ecoturismo.

Não obstante, a riqueza da Ribeira Grande está longe de se esgotar na

natureza. O património imóvel e cultural existente em todo o concelho é de

extrema relevância turística, conferindo oportunidades de estruturação de

vários produtos turísticos relacionados com o touring cultural. O núcleo

museológico é diversificado, mas a apresentação da oferta carece de uma

maior integração, do estabelecimento de mais sinergias entre as diferentes

unidades e a implementação de atividades mais interativas. O património

imóvel permite a conceção de várias rotas temáticas, que irão, certamente,

aumentar o interesse pela cultura local e o tempo de permanência dos

turistas. Este é, porventura, o produto mais desenvolvido na Ribeira Grande,

mas que também necessita de se reinventar e readaptar às novas

características da procura.

6. Considerações Finais

Page 337: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

337 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

6. Considerações Finais

Por todo o concelho existem vários eventos e festividades que, com a sua

peculiaridade, permitem aumentar o grau de atratividade local. A Ribeira

Grande possui, atualmente, um cartaz de eventos marcante, que envolve

momentos icónicos como as Cavalhadas, o Cantar às Estrelas, a Feira

Quinhentista, o Festival do Monte Verde e a recentemente recuperada Festa

da Flor. Uma grande parte das festividades existentes possui uma profunda

carga religiosa, que define a população e representa um elemento

característico adicional. A importância da religião católica no concelho é

realmente notória, tanto no património material como imaterial. Existem

vários edifícios sinalizados, que poderão constituir uma ou mais rotas de

grande interesse para vários nichos de mercado e potenciar, por exemplo, o

turismo sénior. Por outro lado, a genuinidade e a singularidade de algumas

festividades, como o Espírito Santo ou as Festas de São Pedro, aumentam o

grau de diferenciação do destino e atribuem-lhe atrativos singulares e

distintivos. Não obstante esta diversidade de eventos, nota-se a dificuldade

de “distribuir” a atividade por todo o ano, de forma a reduzir os efeitos da

sazonalidade. A época de verão é claramente a que mais concentra eventos e

festividades, indicando a margem existente para desenvolver a oferta em

épocas de menor intensidade turística e que sirva de atrativo extra.

Um dos recursos turísticos onde a relação entre o potencial existente e o

efetivo aproveitamento é mais baixo é o mar. Existem condições naturais de

excelência, mas só recentemente o concelho tem conseguido maior projeção

através do mercado do surf. A náutica desportiva poderá ser o principal

produto da Ribeira Grande neste mercado, em particular pelas condições

oferecidas pelo mar. O iatismo e a náutica de recreio apresentam-se também

como produtos bastante importantes a desenvolver, considerando as novas

condições do Porto de Rabo de Peixe. Contudo, existem ainda várias lacunas

a colmatar no que concerne aos serviços de suporte e à capacidade de

desenvolvimento da oferta. Por outro lado, a qualidade das zonas balneares,

nomeadamente o Areal de Santa Bárbara e a Praia dos Moinhos, garantem

uma boa oferta para o mercado de Sol & Mar, que ainda poderá ser

melhorada com uma adequada reabilitação da Praia do Monte Verde.

Page 338: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

338 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

6. Considerações Finais

É ainda de destacar o enorme potencial que existe por aproveitar no setor do

turismo de saúde e bem-estar. A Ribeira Grande possui um enquadramento

único em toda a Região, que lhe permite desenvolver uma oferta de

qualidade, diferenciada e extremamente competitiva. A exploração da

energia geotérmica abre a oportunidade para a estruturação de projetos

estratégicos paralelos e valorizadores do destino, com características

singulares e em linha com uma das principais tendências turísticas mundiais,

a sustentabilidade ambiental. É, no entanto, necessário desenvolver toda a

envolvência deste mercado, que é extremamente exigente desde o processo

de planeamento dos projetos até à prestação do serviço, envolvendo uma

grande necessidade de mão-de-obra especializada e qualificada.

Em termos globais, o concelho da Ribeira Grande detém excelentes

condições para o desenvolvimento da oferta turística, com destaque para os

produtos relacionados com a natureza, a cultura, a náutica e o bem-estar. É

percetível, e deve ser assumido, que há muito trabalho a realizar para

estimular a capitalização do potencial existente, implicando a necessária

redefinição do destino e do seu posicionamento. Com este planeamento

estratégico, pretendeu-se exatamente isso, demonstrando-se, com dados e

argumentos concretos, para além de análises pormenorizadas, a construção

meticulosa de uma proposta de valor diferenciadora para o concelho. Os

grandes objetivos a perseguir relacionam-se com a preparação do destino, o

aumento dos turistas e da sua permanência, a melhoria da experiência e a

adequada promoção da oferta junto dos targets definidos. É, assim, com

base nestas premissas que o desenvolvimento turístico da Ribeira Grande no

horizonte 2015-2020 deve ser promovido, conjugando os esforços locais com

o alinhamento regional e com o desenvolvimento global da oferta do destino

“Açores”.

Page 339: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

7. Bibliografia

Page 340: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

340 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Índice

7. Bibliografia 339

1. Apresentação 7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321

6. Considerações Finais 332

8. Anexos 346

Page 341: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

341 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

7. Bibliografia

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343 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

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345 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

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•Serviço Regional de Estatística dos Açores: http://estatistica.azores.gov.pt/

•Turismo de Portugal – PROTURISMO:

www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/ProTurismo/Pages/ProTurism

o.aspx

•World Travel & Tourism Council – Economic Data Search Tool:

www.wttc.org/focus/research-for-action/economic-data-search-tool/

•http://turismo.cm-ribeiragrande.pt

•www.azores.gov.pt

•www.bluelagoon.com

•www.cm-ribeiragrande.pt

•www.europeseniortourism.eu

•www.inventario.iacultura.pt

•www.observatorioturismoacores.com

•www.reservamonteverde.com

•www.rotadabairrada.pt

•www.thalassoportugal.com

•www.thefreedomtrail.com

•www.turismodeportugal.pt

•www.turismoindustrial.cm-sjm.pt

•www.virtualheb.co.uk

•www.visitribeiragrande.pt

•www.zonnorthcanyon.com

Bases Estatísticas Online

7. Bibliografia

Page 346: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

8. Anexos

Page 347: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

347 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Índice

8. Anexos 346

Anexo I – Agentes turísticos entrevistados 348

Anexo II – Mapa turístico do concelho 349

Anexo III – Percursos Propostos no Centro Histórico da Ribeira Grande 350

Anexo IV – Catálogo de fotografias ASA – Action Sports Azores 351

1. Apresentação 7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 321

6. Considerações Finais 332

7. Bibliografia 339

Page 348: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

348 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Anexo I – Agentes Turísticos Entrevistados

Albano Cymbron Diretor Agência de Viagens Melo

Cargo Instituição Nome

Ana Rodrigues Presidente da Direção ATURG – Associação de Turismo da Ribeira Grande

André Raposo Empresário Azorean Mountain Bike Tours

Carlos Silva Empresário Restaurante “O Silva”

Denis Correia Empresário Azores Magic Tours

Horácio Franco Presidente da Comissão Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada – a Comissão Especializada no Turismo

Jan Delius Empresário Casa “Mãe de Água”

Jorge Rita Presidente da Direção Associação Agrícola de São Miguel

Luís Jerónimo Diretor Agência de Viagens Francisco Martins

Nuno Costa Presidente da Direção AEDRG – Associação Empresarial da Ribeira Grande

Marta Pires Administradora Executiva Grupo Bensaúde

Paulo Medeiros Empresário Restaurante da Associação Agrícola de São Miguel

Rosa Costa Vendas e Marketing Futurismo

Ruben Farias Presidente Clube Naval de Ponta Delgada

Rui Faria Chefe de Divisão Câmara Municipal de Ribeira Grande – Divisão de Cultura

Rui Medeiros Empresário Azores Private Tours

Sarah Santos Empresária Harmony Trail Azores

Serafina Silva Guia Turístico Freelancer

Sónia Moniz Coordenadora Câmara Municipal de Ribeira Grande – Posto de Turismo

Francelina Silva Responsável de Operações MB Travel

Susana Tiago Coordenadora Museu do Tabaco

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349 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Anexo II – Mapa Turístico do Concelho

Este anexo localiza de forma detalhada as zonas turísticas identificadas no

capítulo 4.2.1. e o património referenciado no capítulo 4.2.2. para além de

outros equipamentos e atrações turísticas. A consulta ao pormenor e com a

respetiva legenda deverá ser realizada através do ficheiro em suporte digital

fornecido com este documento.

Page 350: Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

350 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Anexo III – Percursos Propostos no Centro Histórico da Ribeira Grande

Este anexo define uma perspetiva mais pormenorizada sobre o

centro histórico da cidade, zona de fundamental valorização

para qualquer destino turístico (principalmente quando um dos

produtos turísticos é relacionado com a cultura). Apresenta

uma proposta de organização dos percursos a oferecer, de

modo a estruturar a oferta e a aumentar a permanência do

turista. A consulta ao pormenor e com a respetiva legenda

deverá ser realizada através do ficheiro em suporte digital

fornecido com este documento.

Percurso da Rua Direita

Percurso dos Moinhos de Água da Condessa

Percurso dos Passos Quaresmais

Percurso da Frente Marítima

Percurso das Praças/Largos/Jardins

Serviços de Referência

Passos Quaresmais

Moinhos da Condessa

Património de Referência

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351 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Anexo IV – Catálogo de Fotografias ASA - Action Sports Azores

No desenvolvimento deste documento foram utilizadas imagens e fotografias

de diferentes fontes. Para além da utilização de material recolhido pela

Fundo de Maneio e pela M-arquitetos, utilizaram-se imagens retiradas do

site www.flaticon.com, recorreu-se ao vasto portfólio de imagens da Câmara

Municipal de Ribeira Grande e, pontualmente, de forma exemplificativa, a

imagens de sites institucionais de entidades referenciadas ao longo do texto.

Não obstante, ressalva-se um agradecimento especial à Associação ASA –

Action Sports Azores, que gentilmente cedeu várias imagens que foram

incorporadas no documento. As fotografias utilizadas encontram-se nas

seguintes páginas: 3, 5, 7, 21, 44, 67, 98, 100, 101, 111, 119, 133, 193, 194,

195, 196, 201, 202, 205, 234, 252, 271, 293, 369, 376, 380, 384, 387 e 394.

As imagens são as que se seguem.

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352 Plano Estratégico para o Turismo Câmara Municipal de Ribeira Grande

Anexo IV – Catálogo de Fotografias ASA - Action Sports Azores