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Aplicar Foto PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA – MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DA EMISSÃO NO AMBIENTE AQUÁTICO VOLQUIND, Rafael (1) Engenheiro Civil (UFRGS, 1999), Especialista em Saneamento e Engenharia Ambiental de Obras Civis (PUCRS, 2000), Engenheiro da Companhia Municipal de Saneamento (COMUSA) de Novo Hamburgo – RS, nas atividades de projetos de Sistemas de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário, vinculado à Gerência de Planejamento (2000-2005), Engenheiro da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, na atividade de avaliação de impactos ambientais de empreendimentos de infra-estrutura urbana, vinculado à Divisão de Saneamento Ambiental (desde 2005). LUCENA, Catarina De Luca de Engenheira Química (PUCRS, 1982), Instrutora do Programa Train-Sea-Coast Brasil da UNESCO – IHE, Engenheira da Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN – desde 1986, tendo como atividades coordenação das atividades químicas da CORSAN como Superintendente de Tratamento de Água e Esgoto no período de 1999 a 2002 e desde então na coordenação das atividades operacionais de esgotamento sanitário e tratamento de lodos. PERGHER, Selene Beatriz Castellã Engenheira Civil (PUCRS, 1985), Especialista em Saneamento Básico (UNISINOS, 1989), Engenheira da Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN – desde 1986, tendo como atividades projetos, coordenação e fiscalização em Esgoto Sanitário até 2000 e desde então nas atividades de Licenciamento Ambiental e Meio Ambiente. Dirección (1): Rua Carlos Chagas, 55, sala 704 – Porto Alegre – RS – Brasil. CEP 90030-020 Fone: +55 51 3325-1588 R. 239 Fax: +55 51 3225-1588 R. 224 E-mail [email protected] RESUMEN O monitoramento dos efluentes líquidos gerados por mais de 170 Estações de Tratamento de Água no Estado do Rio Grande do Sul, bem como a avaliação dos seus impactos sobre o meio hídrico onde são lançados constituem o escopo principal deste trabalho. A legislação estadual desconsidera as características dos corpos receptores onde são lançados os efluentes. Em contrapartida, a normalização brasileira, estabelecendo que os corpos d’água são classificados segundo a utilização atribuída a suas águas, exigindo que rios, córregos, lagos e lagoas tenham seus parâmetros físico-químicos e patogênicos constantemente monitorados, para verificar seu enquadramento nas respectivas classes de uso, mesmo com o recebimento dos efluentes gerados. Para satisfazer estas condições antagônicas, faz-se necessário estabelecer um Plano de Gestão adequado a fim de se obter o pleno atendimento das legislações estadual e federal, no que diz respeito aos aspectos tanto de limites permissíveis de lançamento dos efluentes como de usos das águas naturais. Também foi necessário conhecer profundamente os resíduos gerados por esta importante atividade de saúde pública e saneamento. A seleção de um Sistema de Abastecimento de Água para monitoramento e avaliação, com representatividade sobre os demais sistemas existentes e com boas condições de monitoramento, proporcionou a execução desta pesquisa. Os resultados obtidos comprovaram algumas idéias preliminares, inclusive a possibilidade de lançamento direto, sem tratamento, de uma parcela dos resíduos gerados e outras diferentes do previsto, como a necessidade de maior número de campanhas de amostragem e melhorias na rede de pontos de monitoramento. Os resultados também comprovaram que o principal contaminante existente nos resíduos é o Alumínio, oriundo da adição do agente coagulante, mas que sua concentração de emissão pode ser facilmente reduzida ou evitada, através de ações simples e de baixo custo, como alterações operacionais ou tratamento do efluente final. Palavras Chave: lodo de ETA, monitoramento, impacto ambiental.

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PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA – MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DA EMISSÃO NO

AMBIENTE AQUÁTICO

VOLQUIND, Rafael (1) Engenheiro Civil (UFRGS, 1999), Especialista em Saneamento e Engenharia Ambiental de Obras Civis (PUCRS, 2000), Engenheiro da Companhia Municipal de Saneamento (COMUSA) de Novo Hamburgo – RS, nas atividades de projetos de Sistemas de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário, vinculado à Gerência de Planejamento (2000-2005), Engenheiro da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, na atividade de avaliação de impactos ambientais de empreendimentos de infra-estrutura urbana, vinculado à Divisão de Saneamento Ambiental (desde 2005). LUCENA, Catarina De Luca de Engenheira Química (PUCRS, 1982), Instrutora do Programa Train-Sea-Coast Brasil da UNESCO – IHE, Engenheira da Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN – desde 1986, tendo como atividades coordenação das atividades químicas da CORSAN como Superintendente de Tratamento de Água e Esgoto no período de 1999 a 2002 e desde então na coordenação das atividades operacionais de esgotamento sanitário e tratamento de lodos. PERGHER, Selene Beatriz Castellã Engenheira Civil (PUCRS, 1985), Especialista em Saneamento Básico (UNISINOS, 1989), Engenheira da Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN – desde 1986, tendo como atividades projetos, coordenação e fiscalização em Esgoto Sanitário até 2000 e desde então nas atividades de Licenciamento Ambiental e Meio Ambiente.

Dirección (1): Rua Carlos Chagas, 55, sala 704 – Porto Alegre – RS – Brasil. CEP 90030-020

Fone: +55 51 3325-1588 R. 239 Fax: +55 51 3225-1588 R. 224 E-mail [email protected]

RESUMEN

O monitoramento dos efluentes líquidos gerados por mais de 170 Estações de Tratamento de Água no Estado do Rio Grande do Sul, bem como a avaliação dos seus impactos sobre o meio hídrico onde são lançados constituem o escopo principal deste trabalho. A legislação estadual desconsidera as características dos corpos receptores onde são lançados os efluentes. Em contrapartida, a normalização brasileira, estabelecendo que os corpos d’água são classificados segundo a utilização atribuída a suas águas, exigindo que rios, córregos, lagos e lagoas tenham seus parâmetros físico-químicos e patogênicos constantemente monitorados, para verificar seu enquadramento nas respectivas classes de uso, mesmo com o recebimento dos efluentes gerados. Para satisfazer estas condições antagônicas, faz-se necessário estabelecer um Plano de Gestão adequado a fim de se obter o pleno atendimento das legislações estadual e federal, no que diz respeito aos aspectos tanto de limites permissíveis de lançamento dos efluentes como de usos das águas naturais. Também foi necessário conhecer profundamente os resíduos gerados por esta importante atividade de saúde pública e saneamento. A seleção de um Sistema de Abastecimento de Água para monitoramento e avaliação, com representatividade sobre os demais sistemas existentes e com boas condições de monitoramento, proporcionou a execução desta pesquisa. Os resultados obtidos comprovaram algumas idéias preliminares, inclusive a possibilidade de lançamento direto, sem tratamento, de uma parcela dos resíduos gerados e outras diferentes do previsto, como a necessidade de maior número de campanhas de amostragem e melhorias na rede de pontos de monitoramento. Os resultados também comprovaram que o principal contaminante existente nos resíduos é o Alumínio, oriundo da adição do agente coagulante, mas que sua concentração de emissão pode ser facilmente reduzida ou evitada, através de ações simples e de baixo custo, como alterações operacionais ou tratamento do efluente final.

Palavras Chave: lodo de ETA, monitoramento, impacto ambiental.

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INTRODUÇÃO

Em função dos possíveis danos ambientais causados aos recursos hídricos pela emissão dos resíduos do tratamento de água para consumo humano e com base na nova legislação vigente no Brasil, surge a necessidade de regularizar o passivo ambiental existente há mais de 50 anos, resultante destes despejos. A Companhia Riograndense de Saneamento – CORSAN, responsável pela operação de mais de 170 Estações de Tratamento de Água (ETA) no Estado do Rio Grande do Sul, propôs ao órgão ambiental estadual – FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler) – a elaboração de um Termo de Compromisso Ambiental com o objetivo de regularizar ambientalmente estas Estações, bem como o destino e o tratamento do lodo gerado. Para elaboração do Termo de Compromisso Ambiental – TCA, as ETAs foram classificadas de acordo com critérios técnicos, como avaliação da qualidade da água bruta, da vazão a ser tratada e da complexidade de operação do bloco hidráulico, resultando três categorias: complexas, semicomplexas e simples. As denominadas ETAs complexas, que representam cerca de 50% do volume de lodo gerado no tratamento d’água, terão sistemas de tratamento dos resíduos implantados até o ano de 2015. Neste mesmo período, as ETAs denominadas semicomplexas serão beneficiadas com a recirculação das águas de lavagem de filtros e sobrenadante dos decantadores, podendo haver implantação de tratamento dos lodos, dependendo de avaliação a ser realizada. A partir de 2016, com a conclusão das obras de adequação e regularização das Estações complexas e semicomplexas, os recursos financeiros passarão a ser investidos nas ETAs simples, buscando promover a recirculação das águas residuárias destes sistemas. OBJETIVOS

Promulgada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA – em 18 de março de 2005, a Resolução N.º 357/2005 classifica os corpos d’água do país de acordo com seus usos e determina que as emissões de efluentes e resíduos não podem resultar em alteração de suas classes. Esta resolução determina que todos os corpos d’água brasileiros devem ser enquadrados em uma das classes existentes. Para tanto, é importante o incentivo aos comitês de bacias hidrográficas a fim de que estes proporcionem o enquadramento de suas águas. A aplicação prática desta legislação, ou seja, a verificação dos impactos causados ao meio ambiente aquático pelas emissões dos resíduos resultantes do tratamento de água e, conseqüentemente, a necessidade de tratamento prévio ao lançamento constitui-se no principal objetivo deste projeto. Para a realização desta verificação faz-se necessária a implantação de pontos de monitoramento de água, constituindo uma ampla rede de monitoramento dos recursos hídricos do Estado. A proposta é que estes novos pontos possam ser incorporados às redes de pontos de monitoramento existentes, já utilizadas pela FEPAM para o monitoramento das bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul. Como decorrência do objetivo principal, espera-se comprovar que parte das emissões das ETAs não são prejudiciais ao uso das águas conforme sua classificação e, desta forma, poder reduzir as exigências de melhorias a serem realizadas nos sistemas de tratamento dos resíduos. METODOLOGIA

A metodologia consiste nas etapas de caracterização físico-química e biológica dos efluentes e resíduos oriundos dos sistemas de tratamento de água, caracterização e monitoramento dos corpos d’água e estudo de destinação final dos subprodutos gerados pelo processo de tratamento de água para abastecimento público. Os efluentes e resíduos aqui considerados são lodo oriundo dos decantadores, água de lavagem dos filtros, sobrenadante e percolado da desidratação dos lodos e torta resultante da secagem dos lodos.

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Normalização e Legislação

O conjunto de Normas Técnicas Brasileiras NBR 10004:2001 a 10007:2001, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – Resíduos Sólidos - Classificação – foi utilizado para a caracterização dos lodos, a fim de avaliar os resíduos em estudo. A primeira etapa é a classificação quanto a sua periculosidade. De acordo com os resultados negativos obtidos nos ensaios de corrosividade, reatividade, inflamabilidade, patogenicidade e toxicidade, chegou-se à conclusão de que os sólidos removidos através do processo de potabilização de água é um resíduo Classe II, ou seja, não-perigoso. Não é necessário dispô-lo em Aterro de Resíduos Industriais Perigosos (ARIP). De posse desta classificação, parte-se para verificar se o resíduo é inerte ou não, através dos ensaios de lixiviação preconizados pelas normas. Os resultados dos ensaios apontaram que os lodos são não-inertes, classificando-os na Classe II-A (Resíduos não perigosos e não inertes), devendo os mesmos sofrer tratamento para terem fim adequado. O destino usual desta classe de resíduos sólidos são os Aterros Sanitários, assim como os resíduos sólidos domésticos.

LOCALIDADE DATA DA COLETA

PONTO A

PONTO A

PONTO B

PONTO C

PONTO D

PONTO E

PONTO F

LIMITES MÁXIMOS

PARÂMETROS INORGÂNICOS UNIDADES

07/12/05 16/03/06 25/11/05 29/11/05 10/01/06 29/11/05 31/03/06 NBR 10.004

Alumínio mg/L ND 7,41 - ND ND - 10,11 1,0 Bário mg/L 3,4 ND 5,7 7,3 ND 7,3 ND 70,0 Chumbo (BS) mg/L ND ND ND 0,2 ND 0,2 ND 1,0 Arsênio, Cádmio, Cromo Total, Mercúrio, Fluoreto, Prata e Selênio não foram detectados nos ensaios.

Tabela 1 – Resultados analíticos do ensaio de lixiviação (NBR 10.005:2004).

Através do ensaio de solubilização, identifica-se os componentes do resíduo que podem solubilizar-se em presença de água, indicando a concentração destes que pode ser liberada ao meio hídrico.

LOCALIDADE DATA DA COLETA

PONTO A

PONTO A

PONTO B

PONTO C

PONTO D PONTO E PONTO

F LIMITES

MÁXIMOSPARÂMETROS UNIDADES

07/12/05 16/03/06 25/11/05 29/11/05 10/01/06 29/11/05 31/03/06 NBR 10.004

Alumínio mg/L 61 27,4 1,2 1,4 2,8 0,4 12,9 0,2 Cádmio mg/L ND ND 0,05 ND ND ND ND 0,005 Chumbo mg/L ND 0,09 ND ND ND ND ND 0,01 Cloreto mg/L 24,1 21,9 10,6 19,3 21 9,6 33,2 250 Dureza mg/L 219,2 51,2 ND ND 43,8 11 987,7 500 Ferro mg/L 12,4 12,5 1,8 6,1 11,3 0,8 ND 0,3 Manganês mg/L 0,2 ND 3 2,9 6,3 2,8 ND 0,1 Nitrato mg/L 1,6 ND 0,3 1,1 3,3 0,7 ND 10 Sódio mg/L 6,7 4,5 7,4 4,3 4,6 4,5 4,5 200 Sulfato mg/L 2,1 16 6,8 3,5 3,9 5,1 10,3 250 Zinco mg/L ND 0,12 0,7 0,1 ND ND 0,12 5 Arsênio, Bário, Cianeto, Cobre, Cromo Total, Fenóis Totais, Fluoreto, Mercúrio, Prata, Selênio e Surfactantes não foram detectados nos ensaios.

Tabela 2 – Resultados analíticos do ensaio de solubilização (NBR 10.006:2004).

O meio líquido – águas de lavagem de filtros e sobrenadante e percolado dos decantadores – é avaliado segundo as normas de lançamento de efluentes, que são a Resolução CONAMA 357/2005, já citada, e a Portaria nº 05/1989 da Secretaria da Saúde e Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul. A primeira é válida em todo o país, enquanto a segunda tem abrangência estadual. Por ter padrões de emissão mais restritivos em todos os parâmetros, a Portaria SSMA-RS 05/89 é a legislação utilizada no Estado, para avaliação da emissão de efluentes líquidos. A análise consiste na comparação simples do resultado das análises com os padrões expressos nas normas. Se atender aos padrões, o efluente pode ser lançado no meio, sem tratamento. Caso contrário, é necessária a realização de tratamento dos efluentes.

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LOCALIDADE - DATA DA COLETA

PONTO C PONTO E PONTO A LIMITES MÁXIMOS PARÂMETROS UNIDADES 29/11/2006 25/11/2006 27/10/2006 (Portaria 05/89-SES)

Alumínio mg/L 9,2 17,3 16,7 10 DBO5 mg/L O2 31 15,8 5,5 40 DQO mg/L O2 84 49 16,5 160 Ferro mg/L 6,3 5,9 6 10 Fósforo Total mg/L 0,08 ND 0,85 1 Nitrogênio Total mg/L 3,5 3 3 10 Sólidos Sedimentáveis mg/L 20 7 2,5 ≤50 Sólidos Suspensos Totais mg/L 60 111 35 500 Zinco mg/L ND 0,05 0,02 1 pH 6,5 6,6 6,9 6,0 a 8,5 Óleos e Graxas mg/L 8,9 18,9 8 ≤10 Cádmio, Chumbo, Cianeto, Cobalto, Cobre, Cromo Hexavalente, Cromo Total, Fenol, Mercúrio, Níquel e Coliformes Fecais não foram detectados nos ensaios.

Tabela 3 - Resultados analíticos da análise de água de lavagem de filtros (Portaria 05/1989).

Complementarmente, a caracterização e monitoramento dos corpos receptores, com base nas classificações das águas, conforme preconizado pela Resolução CONAMA 357/2005, busca a avaliação dos impactos causados ao meio aquático. A comparação das concentrações encontrada nos corpos d’água – a montante e a jusante do ponto de lançamento – com os padrões de cada classe da Resolução identificarão se houve alteração de classe e, conseqüentemente, alteração do uso da água do manancial. O enquadramento dos corpos d’água segundo o uso destinado (ou pretendido) para suas águas, objeto principal da mesma Resolução CONAMA 357/05, deve ser visto como uma ferramenta de análise de impactos ambientais ao meio aquático (analisando os parâmetros físico-químicos). O enquadramento é definido por faixas de concentração dos diversos parâmetros apresentados no corpo da legislação, como metais, parâmetros orgânicos, sólidos, etc. Estes padrões não podem ser superados, caso contrário, ocorrerá a mudança da classe e a restrição dos usos possíveis daquelas águas. Determinação dos Sistemas-Piloto para Avaliação

Para que a proposta de monitoramento atingisse seu objetivo fazia-se necessário que os sistemas-piloto cumprissem uma série de requisitos, chegando próximo de uma situação considerada ideal para o estudo. As características buscadas exigiam condições adequadas do manancial de captação e do corpo receptor, acessibilidade aos pontos de amostragem, preservação da qualidade do efluente, regime de operação da ETA, Uma ETA que tem captação em um manancial com turbidez média gera elevada remoção de sólidos. Associado a intervalos curtos entre lavagens de decantadores proporciona campanhas mensais de análises dos efeitos dos despejos sobre o corpo receptor, enriquecendo a pesquisa proposta. Para atender estes quesitos, a busca centrou-se, em função da vazão de produção, nas ETAs Complexas e Semicomplexas, onde se registram as maiores vazões (em geral, acima de 150 L/s). Dentro destes grupos, a seleção voltou-se para os intervalos de limpeza dos decantadores, dentro do período de trinta dias, que é determinado pelas características da água bruta e do manancial de captação. Águas captadas em ambientes lênticos, por exemplo, têm turbidez baixa, com pouca retenção de sólidos nos decantadores. O local de despejo dos resíduos, bem como a manutenção da qualidade destes até chegar ao ponto de lançamento, são importantes para correta avaliação dos seus efeitos sobre o meio. Em alguns sistemas visitados durante o processo de seleção, encontraram-se situações adversas e diferentes. Nos municípios da região da Serra Gaúcha, é prática comum a condução dos efluentes cloacais da cidade para a rede pluvial. Devido à topografia da região (montanhosa), todos os efluentes são direcionados para uma tubulação central, em geral seguindo um talvegue, até

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desaguarem em um valo ou em um curso d’água. E, normalmente, as ETAs fazem seus descartes na rede pluvial, misturando seus resíduos ao esgoto (misto) da cidade, perdendo suas características originais. Outra situação bastante comum revela que os projetistas do passado não tinham preocupação com o meio ambiente. A preocupação, como no esgotamento sanitário, era em afastar os resíduos, sem preocupar-se com seu destino e seus efeitos. Esta prática resultou em criar situações de difícil monitoramento, devido à má acessibilidade aos pontos de lançamento ou ao lançamento em valos, sem destinar diretamente a um corpo d’água. Esta situação, bastante comum, acaba favorecendo um dos objetivos deste trabalho, de permitir o despejo dos efluentes no meio, sem tratamento, desde que atendendo aos padrões mínimos de lançamento. Por fim, para levantamento de dados, determinaram-se duas situações ideais e extremas de corpos receptores para monitorar. Lançamento em curso d’água grande (com grande vazão e volume de água) onde se espera haver pouca ou nenhuma influência dos despejos na qualidade da água. A outra situação, oposta, é despejo em rio ou arroio pequeno, com baixo volume de águas, onde o descarte de lodos possa causar alterações nos parâmetros determinantes da classe de enquadramento de uso da água. Esta condição não teve um sistema que atenda satisfatoriamente os anseios dos autores. A situação ideal encontrada localiza-se em uma cidade onde o sistema de abastecimento de água é operado pelo município. Em geral, as características dos corpos receptores não é satisfatória ou a acessibilidade aos pontos de lançamento é muito difícil. Para a primeira condição, definiu-se o sistema de abastecimento de água da cidade de Uruguaiana, localizado na fronteira com a Argentina. Este sistema é gerenciado pela SURFRO, Superintendência da Fronteira, da CORSAN e encontra-se na Região Hidrográfica do rio Uruguai. O rio Uruguai, manancial de água bruta e corpo receptor deste sistema, tem aproximadamente 1.500 metros de largura, que o caracteriza como de grande porte. Uma vez definido qual sistema seria utilizado como piloto, torna-se necessário definir os pontos de amostragem, bem como suas freqüências e parâmetros a serem avaliados. Através de visitas ao ponto de lançamento, análise das legislações e normativas existentes no país e no estado, determinou-se uma malha de amostragem no rio Uruguai, um ponto de montante (com função de branco, ou seja, mostrar as condições do rio antes do lançamento) e um ponto de jusante (para determinar o efeito do efluente após uma larga zona de mistura e dispersão). Ainda definiu-se um ponto para coleta e avaliação do efluente lançado no meio monitorado. A caracterização do efluente é um item fundamental neste tipo de análise, uma vez que determina quais parâmetros deverão ser analisados no corpo receptor, seguindo a lógica de que aquilo que não é lançado, não necessita de monitoramento. A malha de pontos (P4 a P12) objetiva reconhecer o comportamento dinâmico da mistura do efluente à água do corpo receptor. Verificar a existência de uma pluma de dispersão e sua direção. Em um primeiro momento, optou-se pela malha quadrangular, pois na primeira visita ao local de monitoramento não havia indícios visíveis de uma pluma de dispersão. (foto visita 1) Por ocasião da segunda visita (durante a terceira campanha de amostragem) observou-se a presença clara de uma pluma de dispersão, onde pode-se constatar que muitos pontos da malha não localizavam-se na zona de mistura. A malha quadrangular foi definida como móvel, isto é, seus pontos não são georreferenciados, mas variam conforme o nível do rio no momento da coleta. Devido à grande variação hidrodinâmica do rio Uruguai, com muitas variações de nível, vazão e condições de vento, optou-se por este procedimento a fim de identificar a direção da pluma de dispersão. Os decantadores da Estação de Tratamento de Água de Uruguaiana são lavados, em média, a cada trinta dias. As quatro unidades são lavadas em dias consecutivos, uma de cada vez, ou seja, a lavagem do sistema dura sempre quatro dias. Portanto, o intervalo de amostragem em todos os pontos monitorados foi definido como de aproximadamente trinta dias, sempre junto com as limpezas dos decantadores. A fim de obter um resultado mais realista, definiu-se a tomada de amostra sempre no quarto dia de lavagem, durante a limpeza do decantador, procurando-se obter uniformidade (semelhança de condições) nas diferentes campanhas, facilitando o trabalho de comparação dos resultados.

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Impactos no Corpo Receptor

Neste trabalho, o impacto sobre o corpo receptor é verificado através da alteração das concentrações dos parâmetros monitorados no meio hídrico, que podem ocasionar alteração do seu enquadramento, ou seja, mudança da classe estabelecida para o corpo d’água, no trecho em questão. A Resolução CONAMA nº 357/2005 preconiza que em casos de não ter sido realizado o enquadramento oficial de um corpo receptor, deve-se considerar o mesmo como enquadrado na Classe 2 – Águas Doces, para o caso em questão. Também a classificações para águas salinas (salinidade > 30 0/00) e salobras (salinidade entre 0,5 0/00 e 30 0/00). RESULTADOS OBTIDOS

A avaliação dos impactos sobre o corpo receptor é realizada com análises físico-químicas da água em todos os pontos da rede de monitoramento. Comparando-se os novos dados com aqueles obtidos em situações onde não há o lançamento e com o ponto de branco de montante (P2), é possível verificar se o lançamento dos resíduos provoca alguma alteração na qualidade da água e, conseqüentemente, no uso permitido para elas. Como pode ser verificado na tabela 4, a concentração medida no ponto P1 (Tabela 4) foi, em duas campanhas de amostragem, acima do padrão estabelecido para o parâmetro Alumínio. Em contrapartida, a Tabela 5 apresenta valores acima do padrão de qualidade da água para Classe II em praticamente todos os pontos monitorados para este parâmetro. O resultado encontrado foi abaixo daquele registrado no ponto P2, mesmo estando acima do limite estabelecido para a Classe 2 de Águas Doces. Isto representa que o lançamento deste resíduo no rio Uruguai, neste ponto, não estaria interferindo negativamente na qualidade das suas águas. O processo de tratamento de água utiliza adição de sulfato de alumínio como agente coagulante. A realidade operacional atual é de controle de dosagem empírico, ou seja, sem a utilização de testes de dosagem ótima, ocasionando, muitas vezes, em superdosagem do coagulante, conforme pode ser visualizado na Tabela 3. A dosagem ótima, aferida com utilização de testes de laboratório adequados, como já está sendo realizada, proporciona redução da adição e, conseqüentemente, da emissão deste parâmetro.

PONTO 1 - Efluente

PARÂMETROS UNIDADE Portaria 05/89-SES 18/4/2006 27/4/2006 1/6/2006 29/6/2006

Alumínio mg/L Al++ 10,0 0,496 16 1010 0,243 Chumbo mg/L Pb 0,5 ND ND 0,065 ND Cromo mg/L Cr 0,5 ND 0,007 0,481 ND Cádmio mg/L Cd 0,1 ND ND ND ND Manganês mg/L Mn 2,0 0,190 0,690 4,8 0,286 Mercúrio mg/L Mg 0,01 ND ND 0,98 <LQM Níquel mg/L Ni 1,0 ND ND 0,210 ND Cor mg/L Pt 210 400 1800 600 DBO5 mg/L O2 40 - 3 0,0 2,0 DQO mg/L O2 160 96 115 2228 127 Fósforo mg/L P 1,0 2 0,38 13 2,2 N Amoniacal mg/L N 21 10 15 12 N Orgânico mg/L N 4,4 9 4,4 1,8 Oxigênio Dissolvido mg/L O2 5,6 4,0 0,00 2,00 pH 6,0 a 8,6 7,8 7,5 7,3 7,1 Sólidos totais mg/L.h 50 170 361 15380 203 Turbidez NTU 24 210 850 70 OD5 mg/L O2 0,0 1,0 0,0 0,0 Coliformes NMP/100mL >1600000 >2 - -

Tabela 4 – resultados analíticos do efluente lançado no rio Uruguai.

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PONTOS 2 ao 12 – Rio Uruguai

PARÂMETROS Alumínio Chumbo Cádmio Manganês Níquel Fósforo OD DBO5 DQO Coliformes N Orgânico Cor pH Turbidez

UNIDADE mg/L Al++ mg/L Pb mg/L Cd mg/L Mn mg/L

Ni mg/L P mg/L O2

mg/L O2

mg/L O2

NMP/ 100mL mg/L N mg/L

Pt NTU

CONAMA (Cl. 2) 0,1 0,01 0,001 0,1 0,025 0,030 5 75

18/4/2006 0,719 ND ND 0,046 ND 0,03 8,4 0,4 9 23 <LQM 120 7,5 29

27/4/2006 2,2 ND 1,5 0,364 ND 0,05 6,6 0,8 10 2 0,5 100 7,3 26

1/6/2006 0,083 ND ND <LQM 0,092 ND 7,6 0,6 7 <LQM 250 7,3 90 P2

29/6/2006 0,74 ND ND 0,078 ND 0,05 8,4 ND 12 <LQM 420 7,3 42

18/4/2006 0,857 ND <LQM 0,059 ND 0,03 8,0 0,0 7 23 0,5 150 7,5 30

27/4/2006 2 ND ND 0,139 ND 0,04 7,0 0,6 9 <2 0,5 100 7,4 23

1/6/2006 0,887 <LQM ND 0,052 ND 7,2 <LQM 18 480 7,3 180 P3

29/6/2006 0,521 ND ND 0,081 ND 0,06 9 ND 12 0,4 380 7,3 35

27/4/2006 2,10 ND ND 0,045 ND 0,06 7,0 0,6 13 <2 <LQM 100 7,3 29

1/6/2006 0,30 0,06 ND <LQM ND ND 7,2 0,8 9 <LQM 150 7,3 100 P4

29/6/2006 0,523 0,009 ND 0,067 0,033 0,06 8,6 0,009 13 <LQM 450 7,3 50

27/4/2006 2,00 <LQM ND 0,060 ND 0,04 7,4 0,4 10 <2 0,4 100 7,3 26

1/6/2006 0,131 <LQM ND <LQM ND ND 8,4 0,2 7 <LQM 200 7,3 60 P5

29/6/2006 0,963 ND ND 0,074 ND 0,04 8 ND 11 0,4 400 7,3 40

27/4/2006 1,30 0,015 ND 0,053 ND 0,05 6,8 0,6 9 <2 <LQM 100 7,3 23

1/6/2006 0,260 <LQM ND ND ND 0,09 7,4 0,4 6 0,4 280 7,5 120 P6

29/6/2006 0,241 ND ND 0,060 ND 0,04 7,8 ND 11 ND 420 7,3 47

27/4/2006 3,00 0,010 ND 0,073 ND 0,08 7,2 0,4 14 <2 ND 100 7,3 23

1/6/2006 0,287 <LQM ND <LQM 0,023 <LQM 8,4 0,2 6 1,0 250 7,5 90 P7

29/6/2006 0,952 ND ND 0,082 ND 0,05 6,4 ND 12 0,4 450 7,7 49

27/4/2006 1,30 ND ND 0,057 ND 0,05 6,8 0,8 5 <2 ND 100 7,3 24

1/6/2006 0,049 <LQM ND <LQM ND ND 7,6 0,8 6 <LQM 250 7,5 75 P8

29/6/2006 0,360 ND ND 0,041 0,030 0,05 7,4 ND 11 <LQM 400 7,5 42

27/4/2006 1,50 0,008 ND 0,065 ND 0,04 6,8 1 10 <2 0,5 75 7,3 21

1/6/2006 0,033 0,01 <LQM ND ND ND 8,4 0,2 9 0,4 120 7,5 55 P9

29/6/2006 0,285 ND ND 0,036 0,028 0,04 7,8 ND 11 0,9 350 7,5 32

27/4/2006 2,6 0,019 ND 0,071 ND 0,07 8,0 0,2 14 4 0,5 100 7,3 27

1/6/2006 0,087 0,013 <LQM 0,043 ND 0,08 7,4 0,4 16 0,7 380 7,5 100 P10

29/6/2006 0,169 ND ND 0,034 0,026 0,07 9 ND 12 0,6 450 7,3 50

27/4/2006 0,213 0,014 ND 0,03 ND 0,06 6,8 1,0 4 50 0,4 125 7,3 24

1/6/2006 0,237 0,085 13 <LQM ND <LQM 6,8 0,2 4 0,4 180 7,5 60 P11

29/6/2006 0,194 ND ND 0,030 ND 0,04 8,6 ND 12 3,4 400 7,3 48

27/4/2006 1,2 0,009 ND 0,101 ND 0,05 7,6 0,4 10 7 0,4 100 7,3 25

1/6/2006 0,103 0,007 ND <LQM ND <LQM 7,0 0,4 3 0,4 200 7,5 110 P12

29/6/2006 0,196 ND ND 0,032 ND 0,03 8,6 ND 11 0,5 320 7,3 35

Arsênio, Cádmio, Cromo Total, Mercúrio, Fluoreto, Prata e Selênio não foram detectados nos ensaios.

Tabela 5 - resultados das análises realizadas no rio Uruguai, em três campanhas de amostragem.

Conforme os resultados analíticos apresentados, os metais mais abundantes nos lodos e nos efluentes líquidos são ferro, alumínio e manganês. O ferro, mesmo presente, está dentro dos padrões de lançamento estabelecidos pela legislação, enquanto o manganês não possui um limite específico de concentração para despejo no meio hídrico. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A recirculação da fase líquida dos lodos desidratados e das águas de lavagem de filtros pode ser evitada ou postergada, em função das baixas concentrações dos parâmetros de lançamento, como se verificou nos testes realizados. O maior contaminante – alumínio – pode ter sua concentração

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reduzida através de ações simples de controle de uso e dosagem, fazendo com que o efluente final atenda aos padrões estabelecidos na Portaria 05/89. Medidas operacionais e de controle de dosagem de produtos químicos, como, por exemplo, a utilização de jar-test para determinar dosagens mais econômicas de coagulantes, visando à adequação das concentrações de alumínio no efluente final das águas de lavagem de filtros, bem como nos percolados e sobrenadantes dos lodos dos leitos de secagem, podem ser adotadas, objetivando o atendimento da legislação em vigor. Os lodos desidratados podem ser usados para recuperação de solos degradados, desde que observadas as características do solo onde este será disposto. Recomenda-se uma melhor avaliação quanto à disposição de lodos provenientes de ETAs em aterros sanitários. A partir dos resultados de lixiviação e de solubilização deve-se avaliar de forma mais consistente a possibilidade de solubilização de metais que possam estar depositados no lodo, em função do pH presente no meio (aterro). Recomenda-se que seja reavaliada e/ou estudada uma legislação especifica para disposição de lodos provenientes de ETA, tal qual ocorre para os resíduos sólidos oriundos das Estações de Tratamento de Esgoto. A normalização atual classifica os lodos de ETAs como um resíduo sólido qualquer, sem distinção quanto à origem ou utilização que possa ser dada ao mesmo, já que se trata de um sub-produto de origem orgânica oriundo do próprio meio hídrico natural. O monitoramento dos sedimentos dos corpos receptores deve ser realizado nos mesmos moldes deste trabalho, a fim de avaliar se o impacto causado nestes é significante, caracterizando o início de uma nova pesquisa específica para tal. Por fim, da mesma forma que lançamentos acima dos padrões permitidos podem, em alguns casos, não ocasionar em prejuízos para o meio-ambiente, conforme resultados obtidos para o lançamento de alumínio, as concentrações de despejos que se enquadram nas legislações de lançamento podem acarretar em alteração da classe da água dos seus corpos receptores. Esta condição deverá ser verificada através da continuidade deste estudo, tomando-se como base um sistema cujo corpo receptor dos resíduos seja de menor porte, conforme descrita no item Determinação de Sistemas-piloto para Avaliação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004 – Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, Brasil, 2004.

2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10005 – Procedimento para Obtenção de Extrato Lixiviado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, Brasil, 2004.

3. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10006 – Procedimento para Obtenção de Extrato Solubilizado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, Brasil, 2004.

4. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10007 – Amostragem de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, Brasil, 2004.

5. BRASIL. LEIS ETC. Resolução n. 020 do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Classificação das Águas Doces, Salobras e Salinas no Território Nacional. Brasília, 1986.

6. BRASIL. LEIS ETC. Resolução n. 357 do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Classificação das Águas Doces, Salobras e Salinas no Território Nacional. Brasília, 2005.

7. DI BERNARDO, L. et al. Ensaios de Tratabilidade de Água e dos Resíduos Gerados em Estações de Tratamento de Água. São Carlos: Rima Editora, 2002.

8. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. LEIS ETC. Portaria n. 05 da Secretaria da Saúde e Meio Ambiente. Critérios e Padrões de Efluentes Líquidos. Porto Alegre, 1989.

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XXX CONGRESO DE LA ASOCIACIÓN INTERAMERICANA DE INGENIERÍA SANITARIA E AMBIENTAL (AIDIS)

FORMULARIO PARA INSCRIPCIÓN DE TRABAJO TÉCNICO F2 IV–Volquind–Brasil 1

TEMA: Tratamiento de Aguas Residuarias

PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA – MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DA

EMISSÃO NO AMBIENTE AQUÁTICO FORMA DE PRESENTACIÓN SOLICITADA (sujeta a decisión de AIDIS)

Presentación Oral [ ] Presentación Póster (Cartel) [ x ]

Autor(es) Marcar con * al principal Institución o Empresa 1. * Rafael Volquind FEPAM 2. Catarina De Luca de Lucena CORSAN 3. Selene Beatriz Castellã Pergher CORSAN 4. 5. 6. Equipo disponible para presentación oral: Proyector de laminas, proyector de datos (PowerPoint) y pantalla. Equipo disponible para presentación de póster (cartel): Painel con 1,20m de largura e 2,40m de altura.

DIRECCIÓN PARA COMUNICACIÓN (autor principal) Nombre: Rafael Volquind Institución o Empresa: FEPAM Dirección: Calle Carlos Chagas, 55 sala704 Barrio: Centro Código Postal: 90030-040 Ciudad: Porto Alegre Estado: Rio Grande do Sul País: Brasil Teléfono: +55 51 32251588 I. 239 Fax: +55 51 32251588 I. 224 E-mail: [email protected]

COMPROMISOS DE LOS AUTORES Las instrucciones para la preparación del trabajo completo fueran seguidas por los autores para trabajos orales y para pósteres (carteles). [ x ] Si [ ] No Por lo menos un de los autores se compromete a asistir al Congreso con inscripción paga. Caso no se registre antes del 30 de septiembre de 2006, el trabajo será retirado del programa y del disco compacto (Memorias del Congreso). Si requiere que realice el trámite de pago de la inscripción antes de la fecha citada.

Firma(s) de lo(s) autor(es) 1. 4. 2. 5. 3. 6. Lugar: Porto Alegre Fecha: 15 de septiembre de 2006 Utilizar el formulario (F2) para cada trabajo registrado. Adjuntar al texto del trabajo registrado y enviar juntamente con el trabajo gravado en archivo electrónico, disquete o CD, al Comité Técnico del XXX Congreso de AIDIS (xxxxxxxxxxxxxxxxxxx), antes del 16 de septiembre de 2006.