PLANEJAMENTO_EXPERIMENTO_2014

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PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS 1º. SEMESTRE/2014

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  • PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS

    1. SEMESTRE/2014

  • 2

    O presente material foi elaborado com o objetivo de facilitar as atividades em sala de

    aula, seguindo muito de perto a bibliografia apresentada no final do texto. Esclarece-se que o

    material, no substitui a bibliografia apresentada, portanto, necessrio consultar os livros

    recomendados.

    Profa. Sachiko Araki Lira

  • 3

    SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................................................ 4

    2 PLANEJAMENTOS EXPERIMENTAIS.................................................................................... 5 2.1 Definies Importantes no Planejamento de Experimentos .................................................. 5 2.2 Planejamento com um nico Fator ....................................................................................... 6 2.3 Diagnstico do Modelo ....................................................................................................... 10

    3 EXPERIMENTOS FATORIAIS .............................................................................................. 15 3.1 Experimentos Fatoriais com 2 Fatores - sem Repetio ..................................................... 15 3.2 Experimentos Fatoriais com 2 Fatores - com Repetio ..................................................... 22 3.3 Comparaes Mltiplas de Mdias ..................................................................................... 28 3.3.1 Modelos de classificao a dois critrios (dois fatores) sem repetio ............................... 28 3.3.2 Modelos de classificao a dois critrios (dois fatores) com repetio ............................... 29 3.4 Determinao do Tamanho da Amostra ............................................................................ 31

    3.5 Experimento k2 Fatorial ................................................................................................... 34

    3.5.1 Experimento Fatorial 22 .......................................................................................................... 35

    3.5.2 Experimento Fatorial 32 ............................................................................................................ 40 3.5.3 Experimentos Fatoriais sem Rplicas .................................................................................... 43

    3.5.4 Adio de Pontos Centrais a um Planejamento k2 ............................................................ 48 3.6 Experimentos Fatoriais Fracionados (Cada Fator com Dois Nveis) ................................... 51 3.6.1 Delineamento de um Experimento Fatorial Fracionrio ........................................................ 51

    4 EXPERIMENTO EM QUADRADO LATINO ........................................................................... 68

    5 MTODOS E PLANEJAMENTOS DE SUPERFCIE DE RESPOSTA ................................... 74 5.1 Mtodo de Ascendente de Maior Inclinao (Steepest Ascent) .......................................... 75 5.2 Anlise de uma Superfcie de Resposta de Segunda Ordem ............................................. 79 5.2.1 Planejamento Composto Central (central composite design) .............................................. 79

    BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 82

    TABELA A1 - DISTRIBUIO DE t DE STUDENT ........................................................................ 84

    TABELA A2 - DISTRIBUIO DE 2 ........................................................................................... 85

    TABELA A3 - DISTRIBUIO DE F DE SNEDECOR (Nvel de Significncia de 1%) ........................ 86

    TABELA A4 - DISTRIBUIO DE F DE SNEDECOR (Nvel de Significncia de 5%) ........................ 87

    TABELA A5 - DISTRIBUIO DE F DE SNEDECOR (Nvel de Significncia de 10%) ....................... 88

    TABELA A6 DISTRIBUIO DE Fmx ......................................................................................... 89

    TABELA A7 VALORES CRTICOS PARA TESTE DE COCHRAN (OUTLIERS DA VARINCIA) ....... 90

    TABELA A8 - VALORES MNIMOS DE PARA CERTOS VALORES MXIMOS DE E ........... 91

    TABELA A9 - VALORES CRTICOS DA DISTRIBUIO DA ESTATSTICA D DE K-S, SEGUNDO

    LILLIEFORS ............................................................................................................................... 92

    TABELA A10 - COEFICIENTES 1ina PARA O TESTE DE NORMALIDADE w DE SHAPIRO-

    WILK ......................................................................................................................................... 93

    TABELA A11 - VALORES CRTICOS DA ESTATSTICA w DE SHAPIRO-WILK .............................. 94

    TABELA A12 VALORES CRTICOS PARA O TESTE DE COCHRAN ............................................ 95

    TABELA A13 - VALORES CRTICOS PARA q (TESTE DE TUKEY) ............................................... 96

  • 4

    1 INTRODUO

    O planejamento de experimentos, chamado tambm de delineamento de experimentos,

    compreende um conjunto de ensaios estabelecido com critrios cientficos e estatsticos, e tem

    como objetivo determinar a influncia de diversas variveis nos resultados de um dado sistema

    ou processo.

    A metodologia para elaborao de experimentos foi proposta por Ronald A. Fisher, em

    seu livro Design of Experiments (1935). Ele descreveu como testar a hiptese da possibilidade

    de uma certa senhora distinguir, s pelo sabor, se o leite ou o ch foi colocado primeiro na

    xcara. Esta aplicao lhe permitiu ilustrar as ideias mais importantes do desenho experimental.

    Nas diversas reas que envolvem pesquisa, h interesse em saber quais variveis so

    importantes no estudo que se est realizando, assim como a variabilidade das variveis

    envolvidas. O planejamento experimental atualmente amplamente utilizado para resolver

    esse tipo de problema. De acordo com o objetivo dos ensaios possvel:

    a) determinar quais variveis tm maior influncia nos resultados;

    b) atribuir valores s variveis de maior influncia de modo a otimizar os resultados;

    c) atribuir valores s variveis de maior influncia de modo a minimizar a variabilidade dos

    resultados;

    d) atribuir valores s variveis de maior influncia de modo a minimizar a influncia de variveis

    no controlveis.

    O planejamento experimental uma ferramenta essencial no desenvolvimento de novos

    processos e no aprimoramento de processos em utilizao. Um planejamento adequado

    possibilita, alm do aprimoramento de processos, a reduo da variabilidade de resultados, a

    reduo de tempos de anlise e dos custos envolvidos.

    No que se refere ao projeto de produtos, o planejamento experimental permite a

    avaliao e comparao de configuraes (projetos) distintas, avaliao do uso de materiais

    diversos, a escolha de parmetros de projeto adequados a uma ampla faixa de utilizao do

    produto e a otimizao de seu desempenho.

    Os mtodos bsicos usados para realizar um eficiente planejamento experimental tm

    como objetivos:

    a) a seleo do melhor modelo entre uma srie de modelos plausveis;

    b) a estimao eficiente de parmetros do modelo selecionado.

    Todo planejamento experimental comea com uma srie inicial de experimentos, com o

    objetivo de definir as variveis e os nveis importantes. Podem-se ter variveis qualitativas (tipo

    de catalisador, tipo de equipamento, operador, etc.) e quantitativas (temperatura, presso, ph

    do meio, etc.).

    Antes de comear a realizar os experimentos, os objetivos e os critrios devem estar

    bem claros, de modo a dar subsdios para a escolha:

  • 5

    1) das variveis envolvidas nos experimentos;

    2) da faixa de variao das variveis selecionadas;

    3) dos nveis escolhidos para essas variveis. No caso de muitos fatores, melhor escolher

    inicialmente dois nveis;

    4) da varivel de resposta;

    5) do planejamento experimental. Nessa etapa, h que se considerar o tamanho da amostra

    (nmero de rplicas), a seleo de uma ordem de realizao dos experimentos e se h

    vantagem em fazer a blocagem dos experimentos; dos mtodos de anlise dos resultados

    dos experimentos. Os mtodos estatsticos so usados para guiar uma tomada objetiva de

    deciso.

    Anlise do planejamento de experimentos foi construda sobre o fundamento da anlise

    de varincia, que um conjunto de modelos em que a variao observada dividida em

    componentes, devido a diversos fatores, que so estimados e / ou testados.

    2 PLANEJAMENTOS EXPERIMENTAIS

    2.1 Definies Importantes no Planejamento de Experimentos

    Experimento: definido como um ensaio ou uma srie de ensaios nos quais so feitas

    mudanas propositais nas variveis de entrada de um processo ou sistema, de forma que se

    possa observar e identificar as razes para mudanas na resposta de sada (CALEGARE,

    2009).

    Fator (varivel independente): Um fator uma varivel, podendo ser controlada ou no, que

    exerce influncia sobre a resposta (varivel dependente) que est sendo estudada no

    experimento. Um fator pode ser uma varivel quantitativa, por exemplo, a temperatura em

    graus, o tempo em segundos, a presso em pascal (Pa). Pode, tambm, ser varivel

    qualitativa, como por exemplo, diferentes mquinas, diferentes operadores, interruptor ligado

    ou desligado.

    Nvel: Os nveis de um fator so os valores assumidos pelo fator. Para os fatores quantitativos,

    cada valor constituiu um nvel, isto , se o experimento conduzido em trs temperaturas

    diferentes, ento o fator temperatura possuiu trs nveis. J, no caso dos fatores

    qualitativos, o interruptor ligado ou desligado representa dois nveis para o fator interruptor;

    caso estejam sendo utilizadas seis mquinas por trs operadores, ento o fator mquina tem

    seis nveis, enquanto o fator operador tem trs nveis.

    Tratamento: Tratamento um nvel atribudo a um nico fator durante um experimento, como

    por exemplo, a temperatura a 800 graus.

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    Uma combinao de tratamento o conjunto de nveis para todos os fatores num dado

    experimento. Por exemplo, um experimento utilizando temperatura de 800 graus, mquina 3,

    operador A, e interruptor desligado constituir-se-ia numa combinao de tratamento.

    Unidades Experimentais: As unidades experimentais so os objetos, materiais ou unidades

    aos quais se aplicam os tratamentos. Podem ser materiais naturais, objetos, pessoas, etc.

    Bloco: Um fator no experimento que exerce influncia como fonte de variabilidade chamado

    bloco. Um Bloco uma poro do material experimental ou do meio experimental que

    apresenta uma probabilidade maior de homogeneidade em si mesma do que entre pores

    diferentes. Por exemplo, amostras de um nico lote de material tm mais probabilidade de

    serem uniformes do que amostras de lotes diferentes. Um grupo de amostras de um nico lote

    considerado um bloco. As observaes feitas num mesmo dia tm mais probabilidade de

    homogeneidade (variao menor) do que observaes feitas por dias a fio. Dias torna-se,

    ento, um fator de blocagem.

    Delineamento de Experimento: O plano formal para a conduo do experimento chamado

    delineamento de experimento ou modelo experimental. Ele inclui a escolha de respostas,

    fatores, nveis, blocos e tratamentos.

    Aleatorizao: A sequncia de experimentos e/ou a atribuio de amostras a diferentes

    combinaes de tratamento de maneira puramente casual denominada Aleatorizao. Tal

    atribuio aumenta a probabilidade de que o feito de variveis incontrolveis seja eliminado.

    Tambm aprimora a validade das estimativas da varincia dos erros experimentais e torna

    possvel a aplicao de testes estatsticos de significncia, alm de construo de intervalos de

    confiana. Sempre que possvel, a aleatorizao deve fazer parte do experimento.

    Replicao : A replicao a repetio de uma observao ou medio de modo a aumentar

    a preciso ou fornecer os meios para medir a preciso. Uma replicao nica consiste de uma

    nica observao ou realizao do experimento.

    Proporciona uma oportunidade para que se eliminem os efeitos de fatores incontrolveis ou de

    fatores desconhecidos pelo experimentador e assim, a aleatorizao, atua como ferramenta

    diminuidora de tendncias. A replicao tambm ajuda a detectar erros graves nas medies.

    Nas replicaes de grupos de experimentos, diferentes aleatorizaes devem ser aplicadas a

    cada grupo.

    2.2 Planejamento com um nico Fator

    Experimentos com um nico fator so aqueles com apenas uma nica varivel de

    interesse para o estudo. Os testes de hipteses para comparao de duas mdias (ou dois

  • 7

    tratamentos), so casos particulares desse tipo de situao. No entanto, estes procedimentos

    somente podem ser utilizados em situaes onde o nmero de tratamentos em estudos no

    mximo igual a dois. Usualmente, os estudos experimentais tm por objetivo comparar trs ou

    mais tratamentos, ou ainda, nessa situao, estudar um fator de interesse que apresenta trs

    ou mais possveis valores (tratamentos). Por exemplo, h interesse em estudar o rendimento

    de uma dada reao qumica considerando trs diferentes tipos de catalisadores. Nesse caso

    existe um nico fator.

    Modelo Estatstico

    A anlise estatstica para verificar o problema em estudo (igualdade ou no dos

    tratamentos) passa pelo ajuste de um modelo linear estatstico definido da seguinte forma:

    jiijix

    onde:

    jix a varivel aleatria denotando o i-simo tratamento e j-sima unidade experimental;

    o efeito comum a todos os tratamentos, chamado de mdia global;

    i o efeito especfico do i-simo tratamento;

    ji o erro aleatrio (parte da resposta no representada pelo modelo).

    A suposio do modelo de que os erros ij sejam normal, independentes e

    identicamente distribudos, ou seja, ji so iid ),0(N2 . Assim, cada tratamento pode ser

    pensado como sendo uma populao normal com mdia zero e varincia 2 .

    Notao utilizada:

    N nmero total de elementos observados;

    i nmero de tratamentos: 1,2,...,a

    j nmero de observaes de cada tratamento: 1,2,..., n

    in nmero de elementos no tratamento i;

    n

    x

    X

    n

    1jji

    i

    a mdia dos tratamentos (i=1,2,...,a)

    N

    x

    X

    a

    1i

    n

    1jji

    a mdia total

    onde: naN

  • 8

    TRATA-MENTOS

    OBSERVAES ( jix ) SOMAS MDIAS

    1 11x 12x ... n1x 1x 1X

    2 21x 22x ... n2x 2x 2X

    ... ... ... ... ... ... ...

    a 1ax 2ax ... nax ax aX

    x X

    Clculo das Varincias

    A ANOVA um teste de mdias, utilizando as varincias e ela analisa as variaes

    dentro da amostra (variaes aleatrias) e as variaes entre amostras (variaes explicadas).

    Varincia Total

    A varincia total 2 estimada considerando-se todas as amostras reunidas em uma

    nica amostra. Isso ser possvel devido hiptese inicial (suposio do modelo) de que as

    varincias populacionais so todas iguais a 2 . A varincia ser estimada atravs de:

    1N

    Xx

    S

    2

    1i

    n

    1jji

    2T

    a

    A expresso acima denominada de Quadrado Mdio Total (QMT) e o numerador, de

    Soma de Quadrados Total (SQT), dado por:

    N

    2

    1i

    n

    1j

    2ji

    2

    1i

    n

    1jji

    xx)Xx(SQT

    aa

    Essa estimativa ter sentido somente se a hiptese 0H for verdadeira, o que implica em

    se ter todas as populaes normalmente distribudas de mesma mdia e mesma varincia.

    Varincia entre Amostras (Tratamentos)

    Sendo verdadeira a hiptese 0H , pode-se estimar a varincia 2 , atravs das mdias

    de a amostras, ou seja, como se fosse uma amostra de a valores.

    1a

    )XX(n

    S

    a

    1i

    2ii

    2E

    A expresso acima denominada de Quadrado Mdio entre Amostras (QME) e o

    numerador, de Soma de Quadrados entre Amostras (SQE). Ento:

    N

    x

    n

    x)XX(nSQE

    2

    1i i

    2i

    1i

    2ii

    aa

  • 9

    Desta forma possvel comparar as duas estimativas da varincia atravs de um teste

    F, pois se 0H for verdadeira, ambas sero estimativas no viesadas de 2 e o valor do

    quociente entre elas ser prximo de 1. Por outro lado, se o valor de F for elevado, pode-se

    concluir que a 2ES superestima 2 e pode-se rejeitar 0H em favor de 1H .

    Varincia Residual ( ou Varincia Dentro da Amostra)

    Consiste em estimar as varincias dentro de cada amostra e em seguida estimar um

    nico valor 2 , atravs da combinao dessas k varincias. A estimativa obtida atravs de:

    )1n(a

    Xx

    S

    a

    1i

    n

    1j

    2

    iji2R

    A expresso acima denominada de Quadrado Mdio Residual (QMR) e o numerador,

    de Soma de Quadrados Residuais (SQR).

    21i

    n

    1j

    iji )Xx(SQRa

    Tem-se que:

    SQESQTSQR

    QUADRO DA ANLISE DE VARINCIA - ANOVA

    FONTE DE

    VARIAO SOMA DE QUADRADOS G.L QUADRADOS MDIOS F

    Entre amostras

    (Tratamentos) N

    x

    n

    xSQE

    2

    1i i

    2i

    a

    1a 1a

    SQEQME

    QMR

    QMEF Dentro da amostra

    (residual) SQESQTSQR )1n(a

    )1n(a

    SQRQMR

    Total N

    2

    1i

    n

    1j

    2ji

    xxSQT

    a

    1na

    Se tabcalc FF , para um nvel de significncia , rejeita-se 0H . O valor de tabF dado

    com )1n(a);1a( 21 graus de liberdade.

    No experimento com amostras de tamanhos diferentes (desbalanceado), pode-se

    utilizar o mtodo apresentado fazendo uma adaptao para o ndice j ( j nmero de

    observaes ). Este ndice variar de 1 a in , sendo in o tamanho da i-sima amostra.

  • 10

    2.3 Diagnstico do Modelo

    Deve-se verificar se as suposies estabelecidas para obteno do ajuste e teste dos

    parmetros, so satisfeitas.

    A suposio do modelo de que os erros ij sejam normal, independentes e

    identicamente distribudos, ou seja, i j so iid ),0(N2 . Assim, cada tratamento pode ser

    pensado como sendo uma populao normal com mdia zero e varincia 2 .

    Para atender a suposio acima, faz-se necessrio verificar as seguintes questes:

    Presena de valores extremos (outliers)

    Independncia (aleatoriedade)

    Normalidade

    Homocedasticidade (varincia constante)

    a) Identificao de Valores Extremos (outliers)

    A identificao de valores extremos (discrepantes) faz parte da anlise descritiva e

    exploratria dos dados. No caso de planejamento de experimentos, alguns procedimentos

    especficos podem ser destacados, na busca da verificao da existncia de valores extremos.

    Procedimentos usuais que auxiliam na anlise descritiva e exploratria destes dados

    o Box Plot. possvel utilizar esses procedimentos a partir de:

    (i) dados originais: para se verificar a presena de valores extremos (ou dados discrepantes)

    pode-se utilizar o Box Plot. Deve-se verificar, neste caso, valores que se destacam dos

    demais na apresentao dos valores observados.

    (ii) resduos: uma alternativa para identificao de valores extremos a utilizao dos

    resduos do modelo estimado, ou seja:

    jijijiji yye

    Nota: Diversos autores propem o uso dos chamados resduos padronizados no lugar dos

    resduos ordinrios acima definidos. Os resduos padronizados so definidos por:

    QMR)(Var

    ji

    ji

    ji

    Como procedimento alternativo, considerando que os erros tm distribuio ),0(N 2 ,

    pode-se esperar que a mdia contm aproximadamente 68% dos dados, a mdia

    2 contm aproximadamente 95% dos dados e a mdia 3 contm aproximadamente

    99% dos dados. Desta forma, podem ser considerados valores extremos aqueles que forem

    superiores a 3 .

  • 11

    Identificado um valor extremo, normalmente ele excludo da anlise. No entanto, na

    pratica, o pesquisador quem deve definir se um valor extremo pode realmente ser assim

    considerado. Pois os valores extremos podem fornecer informaes importantes sobre o

    experimento e estatisticamente demonstrar que uma outra distribuio deve melhor

    representar o comportamento dos dados.

    b) Verificando a Independncia ( erros no correlacionados):

    A independncia dos resduos, usualmente avaliada atravs de um grfico dos

    valores preditos (ou ajustados) versus resduos. Na hiptese de ser satisfeita a suposio de

    independncia no dever existir nenhum padro neste grfico, ou seja, nenhum

    comportamento no aleatrio dos valores observados.

    FIGURA 1 INDEPENDNCIA

    FIGURA 2 NO INDEPENDNCIA

    Existindo o registro da ordem de obteno dos valores, recomenda-se o uso do

    grfico dos resduos versus a ordem de coleta de forma a verificar algum padro na resposta

    e, consequentemente uma dependncia entre as observaes.

  • 12

    c) Verificando a Normalidade

    A suposio de normalidade dos resduos pode ser verificada graficamente ou atravs

    de testes. Graficamente, usual a utilizao do grfico normal probabilstico e os testes mais

    utilizados so: Teste de Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov com correo de Lilliefors.

    Teste de Shapiro-Wilk

    O mtodo de Shapiro-Wilk fornece o valor da estatstica W, variando de 0 a 1. A

    estatstica do teste dada por:

    n

    1i

    2i

    2

    )Xx(

    bW , onde

    2/)1n(

    1i

    2/n

    1i

    mparnse)xx(a

    parnse)xx(a

    b

    )i()1in(1in

    )i()1in(1in

    em que n21 x...xx so dados ordenados, em ordem crescente, e os sai so constantes

    tabelados.

    Este teste utilizado quando o conjunto de observaes pequeno )50n( .

    A estatstica W comparada ao valor obtido em tabelas, caso tabWW , o teste rejeita

    oH , indicando a no normalidade das observaes.

    d) Verificando a Homocedasticidade:

    A suposio de homocedasticidade significa que a variabilidade entre repeties de um

    mesmo tratamento deve ser semelhante a dos demais tratamentos. A verificao desta

    suposio pode ser feita atravs do uso de testes ou por meio de anlise grfica.

    (i) Testes de Homocedasticidade (homogeneidade das varincias):

    1. Passo: Hipteses

    2k

    22

    21 ...:Ho (as varincias entre as populaes so homogneas)

    :H1 i,i t.q. 22

    ii (as varincias entre as populaes so heterogneas)

    2. Passo: Escolha do nvel de significncia

    3. Passo: Estatstica apropriada

    4. Passo: Definio da regio crtica

    5. Passo: Concluso

    Diferentes testes so propostos na literatura para testar a hiptese acima. Os testes

    mais conhecidos so:

    a) Teste de Bartlett: Pode ser utilizado para qualquer nmero de repeties nos tratamentos;

    b) Teste de Cochran: Pode ser utilizado para qualquer nmero de repeties nos tratamentos.

  • 13

    Teste de Bartlett

    O teste de Bartlett dever ser aplicado quando as populaes cujas homogeneidades

    sero testadas, apresentarem distribuio normal.

    A estatstica para testar a hiptese 2k22

    21:0 ...H contra :H1 pelo menos uma das

    varincias diferente das demais, dada por:

    k

    1i

    2ii

    k

    1i

    2ii

    2 Slogkn

    S

    log)kn(c

    3026,2

    em que:

    k

    1iinn

    1nii

    k

    1i kn

    11

    )1k(3

    11C

    i

    2iS a varincia da amostra i, i=1,2,...,k

    in o tamanho da amostra i, i=1,2,...,k

    A estatstica 2 calculada pela expresso acima tem 1k graus de liberdade. Portanto,

    se 2 ;1k2

    1k , rejeita-se 0H .

    Duas precaues na utilizao do teste de Bartlett:

    1) O teste de Bartlett fortemente sensvel Normalidade das observaes subjacentes.

    2) A distribuio 2 apenas assinttica. Uma regra comum considerar que o teste apenas

    deve ser usado caso 5ni , k...,,2,1i .

    Teste de Cochran

    um teste muito simples e de fcil execuo, que consiste em calcular todas as

    varincias envolvidas no experimento e dividir a maior delas pela soma de todas. O valor

    resultante da diviso ento comparado com os valores crticos de uma tabela estatstica

    apropriada, que leva em conta o nmero de varincias envolvidas (k) e o nmero de graus de

    liberdade utilizado nos clculos. O tamanho da amostra in deve ser igual para todos os grupos.

    Estatstica do teste para testar as hipteses 2k22

    21 ...:Ho contra :H1 i,i t.q.

    22

    ii dada por:

    k

    1i

    2i

    2max

    S

    SC

    Rejeita-se a hiptese 0H se ,n,kCC .

  • 14

    (ii) Anlise Grfica para Verificao da Homocedasticidade:

    a) Box Plot dos Tratamentos versus Resduos:

    Se existe homocedasticidade, espera-se que os Box Plots sejam semelhantes, ou

    seja, apresentem um variabilidade muito prxima nas caixas dos diferentes tratamentos.

    Se existe heterocedasticidade, a variabilidade diferente entre as caixas. s vezes, a

    heterocedasticidade pode ser tambm um indicio da falta de normalidade. Problema: Pequenas

    Amostras.

    FIGURA 3 BOX PLOT DOS RESDUOS

    b) Grfico de Disperso dos Valores Estimados versus Resduos:

    O grfico dos valores estimados versus resduos , no caso de experimentos com

    um fator (ONEWAY), semelhante ao grfico de tratamento versus resduos. Este no ser

    o caso quando dois ou mais fatores estiverem envolvidos na anlise.

    Se existe homocedasticidade, espera-se que os desvios se distribuam de forma homognea

    dentre de um mesmo intervalo. Se os desvios apresentarem variao com diferentes

    amplitudes, tem-se a situao de heterocedasticidade.

    FIGURA 4 VARINCIA CONSTANTE

    FIGURA 5A VARINCIA NO CONSTANTE

  • 15

    FIGURA 5B VARINCIA NO CONSTANTE

    Violaes aos pressupostos do modelo no tm sempre igual gravidade. Alguns

    comentrios gerais:

    1) O teste F da ANOVA relativamente robusto a desvios hiptese de normalidade;

    2) As violaes ao pressuposto de varincias homogneas so em geral pouco graves no caso

    de delineamentos equilibrados, mas podem ser mais graves em delineamentos no

    equilibrados;

    3) A falta de independncia entre erros aleatrios a violao mais grave dos pressupostos e

    deve ser evitada, o que em geral possvel com um delineamento experimental adequado.

    3 EXPERIMENTOS FATORIAIS

    Existem situaes experimentais onde as unidades experimentais so heterogneas,

    devido presena de uma (ou mais) fonte(s) de variao(es) conhecida(s) e que pode(m)

    ser controlada(s) quando da realizao do experimento.

    O experimento fatorial utilizado quando dois ou mais fatores esto sendo estudados

    em dois ou mais nveis e a interao entre os fatores pode ser importante.

    De acordo com o nmero de fontes de variabilidade conhecidas que tornam as

    unidades homogneas, tem-se diferentes tipos de planejamento:

    a) experimentos fatoriais com 2 fatores;

    b) experimentos fatoriais com 3 fatores;

    c) experimentos k2 fatorial.

    3.1 Experimentos Fatoriais com 2 Fatores - sem Repetio

    Seja o experimento com um fator A com a tratamentos e um fator B com b

    tratamentos. Deve-se realizar ensaios com todas as combinaes dos tratamentos de A e B,

    totalizando )ba( ensaios.

  • 16

    FATOR A (linhas)

    FATOR B (colunas)

    1C 2C ... bC

    1L 11x 12x ...

    b1x

    2L 21x 22x ...

    b2x

    ... ... ... ... ...

    aL 1ax 2ax ...

    abx

    Modelo Estatstico

    jijijiy , a...,,2,1i ; b...,,2,1j

    onde:

    o efeito comum que independe dos fatores;

    i o efeito do fator A (linha);

    j o efeito do fator B (coluna);

    ji o erro aleatrio que apresenta mdia nula e varincia 2 .

    Notao utilizada:

    i nmero de linhas: a...,,2,1 ;

    j nmero de colunas: b...,,2,1 ;

    abN nmero total de elementos observados.

    As mdias entre linhas (fator A), entre colunas (fator B) e total, so dadas por:

    b

    X

    X

    b

    1jji

    i

    mdia entre linhas

    a

    x

    X

    a

    1iji

    j

    mdia entre colunas

    N

    x

    X

    a

    1i

    b

    1jji

    mdia total

    As hipteses a serem testadas so:

    1) ... a21 ...:H01 (linhas)

    b21 ... ...:H02 (colunas)

    2) :H 11 pelo menos uma das mdias .i diferente das demais

    :H 21 pelo menos uma das mdias j. diferente das demais

  • 17

    Estudo das variaes

    Variao total

    N

    x

    xXxSQT

    2a

    1j

    b

    1iji

    a

    1j

    b

    1i

    2ji

    2a

    1j

    b

    1iji

    SQT tem distribuio 2 com (N-1) graus de liberdade.

    Variao devido ao 1. Fator (entre linhas)

    N

    x

    b

    x

    XXSQL

    2b

    1j

    a

    1iji

    a

    1i

    2b

    1jji

    b

    1j

    a

    1i

    2

    i

    SQL tem distribuio 2 com (n-1) graus de liberdade.

    Variao devido ao 2. Fator (entre colunas)

    N

    x

    a

    x

    XXSQC

    2b

    1j

    a

    1iji

    b

    1j

    2a

    1iji

    2

    j

    a

    1i

    b

    1j

    SQC tem distribuio 2 com (k-1) graus de liberdade.

    Variao residual ou aleatria

    SQCSQLSQTXXXxSQR2a

    1i

    b

    1j

    jiji

    SQR tem distribuio 2 com (a-1)x(b-1) graus de liberdade.

    Tem-se que: SQRSQCSQLSQT

    possvel demonstrar que cada uma das variaes dividida pelos seus respectivos

    graus de liberdade uma estimativa no viesada de 2 , quando se supe que no hajam

    diferenas significativas nas mdias das linhas ou nas mdias das colunas ( 0H verdadeira).

    1a

    XX

    S

    b

    1j

    a

    1i

    2

    i

    2L

    1b

    XX

    S

    a

    1i

    b

    1j

    2

    j

    2C

    )1b()1a(

    XXXx

    S

    2a

    1i

    b

    1j

    jiji2R

  • 18

    O quadro da ANOVA para um experimento fatorial com 2 fatores - sem repetio

    FONTE DE VARIAO (FV)

    SOMA DE QUADRADOS

    (SQ)

    GRAUS DE LIBERDADE

    (G.L.)

    QUADRADO MDIO (QM)

    ESTATSTICA F

    Entre linhas SQL a-1 1a

    SQLS2L

    2R

    2L

    LS

    SF

    Entre colunas SQC b-1 1b

    SQCS 2C

    2R

    2C

    CS

    SF

    Residual SQR (a-1) (b-1) )1b()1a(

    SQRS2R

    Total SQT ab-1=N-1

    Se ;)1b)(1a()1a(L ;FF , rejeita-se 0H e conclui-se que h diferena de mdia entre linhas. Se

    ;)1b)(1a()1b(C ;FF , rejeita-se 0H e conclui-se que h diferena de mdia entre colunas.

    Exemplos de aplicao:

    1) Um engenheiro resolveu testar a influncia do fator umidade, no tempo para incio de

    oxidao de certo metal ferroso. Para isso, delineou um experimento com 4 nveis de umidade

    relativa e temperatura em 3 nveis. Os resultados, em horas, so apresentados a seguir.

    TEMPE-RATURA

    UMIDADE RELATIVA (%)

    90 80 70 60

    85 oC 32 34 40 36

    75 oC 35 36 40 42

    65 oC 37 39 43 45

    Testar a influncia dos dois fatores, com nvel de significncia de 5%.

    Soluo:

    1) ... a21 ...:H01 (linhas)

    b21 ... ...:H02 (colunas)

    2) :H 11 pelo menos uma das mdias .i diferente das demais

    :H 21 pelo menos uma das mdias j. diferente das demais

    TEMPE-RATURA

    UMIDADE RELATIVA (%) SOMA DE

    ix 90 80 70 60

    85 oC 32 34 40 36 142

    75 oC 35 36 40 42 153

    65 oC 37 39 43 45 164

    SOMA DE jx 104 109 123 123 459

  • 19

    VALORES AO QUADRADO

    TEMPE-RATURA

    UMIDADE RELATIVA (%) SOMA DE

    2ix 90 80 70 60

    85 oC 1.024 1.156 1.600 1.296 5.076

    75 oC 1.225 1.296 1.600 1.764 5.885

    65 oC 1.369 1.521 1.849 2.025 6.764

    SOMA DE 2

    jx 3.618 3.973 5.049 5.085 17.725

    168,2512

    459725.17

    N

    x

    xSQT2

    2b

    1j

    a

    1iji

    b

    1j

    a

    1i

    2ji

    60,5012

    459

    4

    164

    4

    153

    4

    142

    N

    x

    b

    x

    SQL2222

    2b

    1j

    a

    1iji

    a

    1i

    2b

    1jji

    94,9212

    459

    3

    123

    3

    123

    3

    109

    3

    104

    N

    x

    a

    x

    SQC22222

    2b

    1j

    a

    1iji

    b

    1j

    2a

    1iji

    12,8392,9450,6025,168SQCSQLSQTSQR

    Quadro da ANOVA a dois critrios de classificao - sem repetio

    FONTE DE VARIAO (FV)

    SOMA DE QUADRADOS

    (SQ)

    GRAUS DE LIBERDADE

    (G.L.)

    QUADRADO MDIO (QM)

    ESTATSTICA F

    Entre linhas 60,50 2 2

    50,60S2L 14,143FL

    Entre colunas 94,92 3 3

    92,94S2C

    14,792FC

    Residual 12,83 6 6

    83,12S2R

    Total 168,25 11

    Concluses:

    Como 14,5FF 62;05,0L ; , rejeita-se 0H , portanto, existe diferena significativa entre os

    tempos mdios segundo as temperaturas (linhas);

    Como 76,4FF 63;05,0C ; , rejeita-se 0H , portanto, existe diferena significativa entre os

    tempos mdios segundo as umidades relativas (colunas).

    2) Um engenheiro de qualidade delineou um experimento para verificar se existe influncia dos

    fatores temperatura e presso na quantidade percentual de impurezas resultantes na

  • 20

    fabricao de um produto qumico. Os resultados so apresentados na tabela abaixo. Verificar

    se existem diferenas nos diversos tratamentos, usando nvel de significncia de 1%.

    TEMPERATURA

    PRESSO

    30 35 40 45 50 55

    100 oF 3,0 4,3 3,8 4,6 3,5 2,8

    125 oF 2,9 4,1 3,6 4,4 3,6 2,2

    Soluo:

    .. 21:H01 (linhas)

    621 ... ...:H02 (colunas)

    :H 11 pelo menos uma das mdias .i diferente das demais :H 21 pelo menos uma das mdias j. diferente das demais

    Nvel de significncia: 01,0

    Clculo das Somas de Quadrados e Quadrados Mdios

    TEMPERATURA

    PRESSO (jix ) SOMA

    DE ix 30 35 40 45 50 55

    100 oF 3,0 4,3 3,8 4,6 3,5 2,8 22,0

    125 oF 2,9 4,1 3,6 4,4 3,6 2,2 20,8

    SOMA DE jx 5,90 8,40 7,40 9,00 7,10 5,00 42,8

    TEMPERATURA

    2jix

    SOMA

    DE 2ix 30 35 40 45 50 55

    100 oF 9,0 18,5 14,4 21,2 12,3 7,8 83,2

    125 oF 8,4 16,8 13,0 19,4 13,0 4,8 75,3

    SOMA DE 2jx 17,4 35,3 27,4 40,5 25,2 12,7 158,5

    Tem-se que:

    67,3X1 mdia do percentual de impurezas - temperatura 1 (100 oF)

    47,3X2 mdia do percentual de impurezas - temperatura 1 (125 oF)

    95,2X 1 mdia do percentual de impurezas - presso 30

    20,4X 2 mdia do percentual de impurezas - presso 35

    70,3X 3 mdia do percentual de impurezas - presso 40

    50,4X 4 mdia do percentual de impurezas - presso 45

    55,3X 5 mdia do percentual de impurezas - presso 50

    50,2X 6 mdia do percentual de impurezas - presso 55

  • 21

    Soma de quadrados:

    87,512

    8,425,158

    N

    x

    xSQT2

    2b

    1j

    a

    1iji

    b

    1j

    a

    1i

    2ji

    (Total)

    12,012

    8,42

    6

    3,75

    6

    2,83

    N

    x

    b

    x

    SQL222

    2b

    1j

    a

    1iji

    a

    1i

    2b

    1jji

    (Entre linhas)

    N

    x

    a

    x

    SQC

    2b

    1j

    a

    1iji

    b

    1j

    2a

    1iji

    (Entre colunas)

    62,512

    8,42

    2

    7,12

    2

    2,25

    2

    5,40

    2

    4,27

    2

    3,35

    2

    4,17SQC

    2222222

    13,062,512,087,5SQCSQLSQTSQR (Residual)

    Quadrados Mdios:

    12,012

    12,0

    1a

    SQLS2L

    (Entre linhas)

    1233,116

    6167,5

    1b

    SQCS2C

    (Entre colunas)

    0260,0)16()12(

    1300,0

    )1b()1a(

    SQRS2R

    (Residual)

    Estatstica F

    6154,40260,0

    12,0

    S

    SF

    2R

    2L

    L (Entre linhas)

    2051,430260,0

    6167,5

    S

    SF

    2R

    2C

    C (Entre colunas)

    Utilizando o Sistema R:

    ANOVA

    Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)

    temp 1 0.1200 0.1200 4.6154 0.0844215 .

    pressao 5 5.6167 1.1233 43.2051 0.0004080 ***

    Residuals 5 0.1300 0.0260

    ---

    Signif. codes: 0 *** 0.001 ** 0.01 * 0.05 . 0.1 1

    Concluso: Sendo o valor-p menor que 0,01, conclui-se que existe diferena de resultados de

    impurezas devido variao do fator presso. No entanto, no possvel afirmar que existe

    influncia da temperatura.

  • 22

    3.2 Experimentos Fatoriais com 2 Fatores - com Repetio

    Neste caso, para cada tratamento so feitas n observaes, sendo 1n . Ou seja, tem-

    se n observaes, correspondente ao cruzamento da linha )a...,,2,1i(i com a coluna

    )b...,,2,1j(j , totalizando nba observaes.

    Pelo fato de haver repeties, possvel obter uma estimativa de 2 dentro dos ab

    tratamentos. A soma de quadrados dentro dos tratamentos ser representada por rSQT e ser

    obtida atravs de:

    N

    x

    n

    xSQT

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji2

    jia

    1i

    b

    1jr

    O efeito dos tratamentos pode ser decomposto em uma parcela devida s diferenas

    entre linhas e outra devida diferenas entre colunas. Ainda, deve-se considerar a existncia

    de uma parcela adicional, referente interao entre linhas e colunas. As somas de quadrados

    entre linhas, colunas e devido interao so dadas por:

    N

    x

    bn

    )x(SQL

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    a

    1i

    2i

    N

    x

    an

    )x(SQC

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    b

    1j

    2j

    SQCSQLSQTSQI r

    Tem-se que a soma de quadrados residual a diferena entre a soma de quadrados

    total e soma de quadrados entre tratamentos.

    N

    x

    xSQT

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    b

    1j

    a

    1i

    n

    1k

    2kji

    rSQTSQTSQR

    As estimativas das varincias sero dadas atravs das expresses a seguir:

    1a

    SQLS2L

    1b

    SQCS 2C

    1ab

    SQTS r2Tr

    )1b()1a(

    SQIS2I

  • 23

    )1n(ab

    SQRS2R

    1abn

    SQTS2T

    Quadro da ANOVA para um experimento fatorial com 2 fatores - com repetio

    FONTE DE VARIAO (FV)

    SOMA DE QUADRADOS

    (SQ)

    GRAUS DE LIBERDADE

    (G.L.)

    QUADRADO MDIO (QM)

    ESTATSTICA F

    Entre linhas SQL a-1 1a

    SQLS2L

    2R

    2L

    LS

    SF

    Entre colunas SQC b-1 1b

    SQCS 2C

    2R

    2C

    CS

    SF

    Interao SQI )1b()1a( )1b()1a(

    SQIS2I

    2R

    2I

    IS

    SF

    Residual SQR ab(n-1) )1n(ab

    SQRS2R

    Total SQT abn-1=N-1

    Exemplos de aplicao:

    1) Foram observados os tempos, em segundos, gastos por quatro operrios para montar certa

    pea, segundo trs mtodos diferentes. Cada operrio montou duas peas segundo cada

    mtodo, sendo os resultados fornecidos no quadro abaixo. considerada admissvel a

    existncia de interao entre operrios e mtodos. Verificar, utilizando a anlise da varincia,

    se existe diferena significativa entre os mtodos e/ou entre os operrios. Usar 05,0 .

    MTODOS

    OPERRIOS

    1 2 3 4

    1 54 46 55 51

    52 47 54 60

    2 59 61 59 56

    57 55 61 57

    3 59 63 63 59

    62 58 61 60

    Soluo:

    Hipteses Estatsticas

    1) ... 321:H01 (linhas) 321 ...:H02 (colunas)

    2) :H 11 pelo menos uma das mdias .i diferente das demais :H 21 pelo menos uma das mdias j. diferente das demais 3) 0)(:H ji03

    :H13 pelo menos um 0)( ji

  • 24

    MTODOS

    jix

    ix 1 2 3 4

    1 106 93 109 111 419

    2 116 116 120 113 465

    3 121 121 124 119 485

    jx 343 330 353 343 1.369

    MTODOS

    2sjix

    b

    1j

    a

    1i

    n

    1k

    2kjix

    1 2 3 4

    1 2.916 2.116 3.025 2.601

    2.704 2.209 2.916 3.600

    2 3.481 3.721 3.481 3.136

    3.249 3.025 3.721 3.249

    3 3.481 3.969 3.969 3.481

    3.844 3.364 3.721 3.600

    b

    1j

    a

    1i

    n

    1k

    2kjix 78.579

    286,33 24

    369.1

    8

    485

    8

    465

    8

    419

    N

    x

    bn

    )x(SQL

    2222

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    a

    1i

    2i

    44,46 24

    369.1

    6

    343

    6

    353

    6

    330

    6

    343

    N

    x

    an

    )x(SQC

    22222

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    b

    1j

    2j

    403,4624

    369.1

    2

    119

    2

    124...

    2

    109

    2

    93

    2

    106

    N

    x

    n

    xSQT

    222222

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kjki2

    jia

    1i

    b

    1jr

    67,7246,4433,28646,403SQCSQLSQTSQI r

    488,9624

    369.1579.78

    N

    x

    xSQT2

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    b

    1j

    a

    1i

    n

    1k

    2kji

    85,5046,40396,488SQTSQTSQR r

    Quadro da ANOVA a dois critrios de classificao com repetio

    FONTE DE VARIAO (FV)

    SOMA DE QUADRADOS

    (SQ)

    GRAUS DE LIBERDADE

    (G.L.)

    QUADRADO MDIO (QM)

    ESTATSTICA F

    Entre linhas 33,286 2 2

    33,286S2L 20,09 FL

    Entre colunas 46,44 3 3

    46,44S2C

    2,08 FC

    Interao 67,72 6 6

    67,72S2I

    1,70 FI

    Residual 50,85 12 12

    50,85S2R

    Total 96,488 23

    b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    x

  • 25

    I) 3,89 FF 122;05,0L ; , rejeita-se 0H , portanto, existe diferena significativa entre linhas;

    II) 3,49FF 123;05,0C ; , aceita-se 0H , portanto, no existe diferena significativa entre as

    colunas. III) 00,3FF 126;05,0I ; , aceita-se 0H , a interao no significativa.

    Como a interao no significativa, a SQI pode ser somada SQR e justifica-se testar

    as hipteses:

    1) ... a21 ...:H01 (linhas)

    b21 ... ...:H02 (colunas)

    2) :H 11 pelo menos uma das mdias .i diferente das demais :H 21 pelo menos uma das mdias j. diferente das demais

    Refazendo a anlise da varincia, tem-se:

    Quadro da ANOVA a dois critrios de classificao com repetio

    FONTE DE VARIAO (FV)

    SOMA DE QUADRADOS

    (SQ)

    GRAUS DE LIBERDADE

    (G.L.)

    QUADRADO MDIO (QM)

    ESTATSTICA F

    Entre linhas 33,286 2 2

    33,286S2L 16,29 FL

    Entre colunas 46,44 3 3

    46,44S2C

    1,69 FC

    Residual 158,17 18 18

    7,158S2R

    Total 96,488 23

    I) 3,55 FF 182;05,0L ; , rejeita-se 0H , portanto, existe diferena significativa entre linhas;

    II) 16,3FF 183;05,0C ; , aceita-se 0H , portanto, no existe diferena significativa entre as

    colunas.

    Concluso: Conclui-se, portanto, que existe diferena significativa entre os mtodos.

    2) Foram feitos ensaios com baterias para verificar a influncia dos fatores material e

    temperatura ambiente, na sua vida til. Foram testados 3 tipos de baterias em 3 temperaturas

    diferentes, com ensaios com 4 repeties. Os resultados so apresentados a seguir, em horas.

    Verificar se existem vidas mdias diferentes, para os fatores considerados, com 05,0 .

    Verificar tambm, se existe interao entre os fatores.

    TEMPERATURA MATERIAL

    Alfa (A) Beta (B) Gama (G)

    + 50oC (1)

    69 58 39 60 60 38 64 65 47 58 59 42

    + 20oC (2)

    67 61 53

    58 60 59

    66 67 63

    70 62 58

    - 10oC (3)

    75 62 60

    60 65 63

    68 63 61

    70 69 61

  • 26

    Soluo:

    a) Hipteses Estatsticas

    1) ... 321:H01 (linhas)

    621 ... ...:H02 (colunas)

    2) :H 11 pelo menos uma das mdias .i diferente das demais :H 21 pelo menos uma das mdias j. diferente das demais

    3) 0)(:H ji03

    :H13 pelo menos um 0)( ji

    b) Nvel de significncia: 05,0

    c) Clculo das Somas de Quadrados e Quadrados Mdios

    Tem-se que:

    92,54X1 vida til mdia para temperatura 50 oC

    00,62X2 vida til mdia para temperatura 20 oC

    75,64X3 vida til mdia para temperatura -10 oC

    42,65X 1 vida til mdia para material alpha

    58,62X 2 vida til mdia para material beta

    67,53X 3 vida til mdia para material gama

    TEMPERA-

    TURA MATERIAL (

    jix )

    TOTAL

    Alfa (A) Beta (B) Gama (G)

    + 50oC (1) 251 242 166 659

    + 20oC (2) 261 250 233 744

    - 10oC (3) 273 259 245 777

    TOTAL 785 751 644 2.180

    TEMPERA-

    TURA MATERIAL (

    2kjix )

    Alfa (A) Beta (B) Gama (G)

    + 50oC (1)

    4.761 3.364 1.521 3.600 3.600 1.444 4.096 4.225 2.209 3.364 3.481 1.764

    + 20oC (2)

    4.489 3.721 2.809

    3.364 3.600 3.481

    4.356 4.489 3.969

    4.900 3.844 3.364

    - 10oC (3)

    5.625 3.844 3.600

    3.600 4.225 3.969

    4.624 3.969 3.721

    4.900 4.761 3.721

    2.180 xb

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    134.374 xb

    1j

    a

    1i

    n

    1k

    2kji

  • 27

    Soma de quadrados:

    2.362,89 36

    180.2374.134

    N

    x

    xSQT2

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    b

    1j

    a

    1i

    n

    1k

    2kji

    (Total)

    N

    x

    bn

    )x(SQL

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    a

    1i

    2i

    (Entre linhas)

    617,72 36

    180.2

    43

    777

    43

    744

    43

    659SQL

    2222

    N

    x

    an

    )x(SQC

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji

    b

    1j

    2j

    (Entre colunas)

    902,39 36

    180.2

    43

    644

    43

    751

    43

    785SQC

    2222

    N

    x

    n

    xSQT

    2b

    1j

    a

    1i

    n

    1kkji2

    jia

    1i

    b

    1jr

    (Entre tratamentos)

    1.905,3936

    180.2

    4

    245

    4

    242

    4

    261

    4

    251SQT

    22222

    r

    385,28 39,90272,61739,905.1SQCSQLSQTSQI r (Entre interao)

    457,50 39,905.189,362.2SQTSQTSQR r (Residual)

    Quadrados Mdios:

    308,8612

    72,617

    1a

    SQLS2L

    (Entre linhas)

    451,19 12

    39,902

    1b

    SQCS2C

    (Entre colunas)

    238,17 133

    39,905.1

    1ab

    SQTS r2Tr

    (Entre tratamentos)

    96,32)13()13(

    28,385

    )1b()1a(

    SQIS2I

    (Interao)

    16,94)14(33

    50,457

    )1n(ab

    SQRS2R

    (Residual)

    67,51 1433

    89,362.2

    1abn

    SQTS2T

    (Total)

  • 28

    d) Estatstica F

    18,2394,16

    86,308

    S

    SF

    2R

    2L

    L (Entre linhas)

    26,63 94,16

    19,451

    S

    SF

    2R

    2C

    C (Entre colunas)

    5,6894,16

    32,96

    S

    SF

    2R

    2I

    I (Interao)

    Utilizando o R:

    Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)

    temp 2 617.72 308.86 18.2279 9.774e-06 ***

    tipo 2 902.39 451.19 26.6279 4.102e-07 ***

    temp:tipo 4 385.28 96.32 5.6844 0.001878 **

    Residuals 27 457.50 16.94

    ---

    Signif. codes: 0 *** 0.001 ** 0.01 * 0.05 . 0.1 1

    Concluso: Como os nveis de significncia so < 0,05, conclui-se que:

    a) existe diferena de mdias entre temperaturas;

    b) existe diferena de mdias entre materiais ;

    c) a interao entre os fatores material e temperatura significativa.

    3.3 Comparaes Mltiplas de Mdias

    3.3.1 Modelos de classificao a dois critrios (dois fatores) sem repetio

    Teste HSD de Tukey

    O modelo de Tukey recomenda considerar distintas as mdias:

    b

    QMRqXX )1b()1a(; ;a.. mi (para testar a diferena entre linhas)

    a

    QMRqXX )1b)(1a(;b;mj .. (para testar a diferena entre colunas)

    Onde:

    a nmero de linhas i= 1,2,...,a;

    b nmero de colunas j= 1,2,..., b.

    Teste de Scheff

    A estatstica do teste de Scheff dada por:

  • 29

    )1a()1b(,1a;Fb

    )1a(2QMRXX ml .. (para testar a diferena entre linhas)

    )1a()1b(,1b;Fa

    )1b(2QMRXX .. ml (para testar a diferena entre colunas)

    3.3.2 Modelos de classificao a dois critrios (dois fatores) com repetio

    Teste de Tukey

    nb

    QMRqXX )1n(ab;a;.. mi (para testar a diferena entre linhas)

    na

    QMRqXX )1n(ab;b;mj .. (para testar a diferena entre colunas)

    n

    QMRqXX ;)1n(ab;ab;mj .. (para testar a diferena entre interaes)

    Teste de Scheff

    A estatstica do teste de Scheff dada por:

    )1n(ml ab,1a;Fbn

    )1a(2QMRXX .... (para testar a diferena entre linhas)

    )1n(ml ab,1b;Fan

    )1b(2QMRXX .... (para testar a diferena entre colunas)

    Onde:

    a nmero de linhas i= 1,2,...,a;

    b nmero de colunas j= 1,2,..., b;

    n nmero de repeties

    Exemplos de aplicao

    1) Considere o exemplo da pg. 19, apresentado a seguir.

    Um engenheiro resolveu testar a influncia do fator umidade, no tempo para incio de oxidao

    de certo metal ferroso. Para isso, delineou um experimento com 4 nveis de umidade relativa e

    temperatura em 3 nveis. Os resultados, em horas, so dados a seguir.

    TEMPE-RATURA

    UMIDADE RELATIVA (%)

    90 80 70 60

    85 oC 32 34 40 36

    75 oC 35 36 40 42

    65 oC 37 39 43 45

    Testar a influncia dos dois fatores, com nvel de significncia de 5%.

  • 30

    Soluo:

    Concluiu-se atravs da ANOVA que existe diferena significativa entre os tempos

    mdios segundo as temperaturas (linhas) e entre os tempos mdios segundo as umidades

    relativas (colunas).

    Portanto, deve-se aplicar o teste de comparao entre mdias tanto para as linhas

    quanto para as colunas. Aplica-se ento, o teste de Tukey, para modelo de classificao a dois

    critrios (dois fatores) sem repetio, para linhas e colunas.

    a) Comparao de tempos mdios segundo temperaturas (linhas)

    05,0

    3)linhas(a

    4)colunas(b

    3392,4q crit

    1383,2SQMR 2R

    (do quadro da ANOVA)

    1730,3b

    QMRcritqHSD

    TEMPE-RATURA

    MDIA DO TEMPO DE INCIO

    DA OXIDAO

    85 oC 35,50

    75 oC 38,25

    65 oC 41,00

    TEMPERA-TURAS

    DIFERENA DE MDIAS

    SIGNIFI-CATIVA

    85 E 75 2,75 no

    85 E 65 5,50 sim

    75 E 65 2,75 no

    Conclui-se que existe diferena significativa entre o tempo mdio para o incio da

    oxidao, entre as temperaturas 85 oC e 65 oC, para nvel de 5% de significncia.

    b) Comparao de tempos mdios segundo umidades relativas (colunas)

    05,0

    3)linhas(a

    4)colunas(b

    8956,4q crit

    1383,2SQMR 2R

    (do quadro da ANOVA)

  • 31

    1337,4a

    QMRcritqHSD

    UMIDADE RELATIVA

    MDIA DO TEMPO DE INCIO DA OXIDAO

    90 34,67

    80 36,33

    70 41,00

    60 41,00

    UMIDADES DIFERENA DE MDIAS SIGNIFICATIVA

    90 E 80 1,67 no

    90 E 70 6,33 sim

    90 E 60 6,33 sim

    80 E 70 4,67 sim

    80 E 60 4,67 sim

    70 E 60 0,00 no

    Conclui-se que existe diferena significativa entre o tempo mdio para o incio da

    oxidao, entre as umidade relativas 90 e 80 com 70 e 60, para nvel de 5% de significncia.

    3.4 Determinao do Tamanho da Amostra

    Etapas para determinao do nmero mnimo de rplicas (CALEGARE, 2009):

    1 Estabelecer os mximos erros permitidos:

    Erro tipo I = ; e

    Erro tipo II =

    2 Estimar a varincia )( 2 do processo (na falta de dados mais precisos, usar 2RSQMR da

    ANOVA).

    3 Estabelecer a diferena mnima (D) que se deseja detectar entre duas mdias de

    tratamentos.

    4 Calcular 2 e para os fatores 1 e 2, atravs de:

    Para o fator 1: 2

    221

    a2

    nbD

    ;

    Para o fator 2: 2

    222

    b2

    naD

    ;

    Tem-se que 1 e 2 , so respectivamente a raiz quadrada positiva de 21 e

    22 .

    5 Obter o min na tabela, usando os graus de liberdade apresentados a seguir:

    Para o fator 1: 1,min

    1a1 ; )1n(ab2

  • 32

    Para o fator 2: 2min,

    1b1 ; )1n(ab2

    6 Comparar 1,min com 1 . Se 1min,1 , o nmero de rplicas insuficiente e deve ser

    aumentado; comparar 2min, com 2 . Se 2min,2 , o nmero de rplicas insuficiente e

    deve ser aumentado.

    Em havendo interesse na deteco de uma diferena mnima (D) entre dois efeitos

    quaisquer da interao entre A e B, o procedimento a ser seguido dado por:

    1)1b()1a(2

    nDeraointda

    2

    22

    BA2

    Calcular 2BABA e comparar com o valor tabelado de )BA(min, , com

    )1b()1a(1 e )1n(ab2 graus de liberdade.

    Exemplo de aplicao:

    Calcular o nmero mnimo de rplicas para um experimento com dois fatores, sendo o fator 1

    com 4 nveis e fator 2 com 3 nveis, mm3 , considerando as diferena entre as duas

    mdias de mm94,4D1 e mm17,4D2 . Utilizar %5 e %1 .

    Soluo:

    4a

    3b

    mm3

    %5

    %1

    mm94,4D1

    mm17,4D2

    3141a1

    Para o fator 1:

    n1,0168342

    94,43n

    a2

    nbD22

    221

    2

    , logo: n1,00841 . Atribuindo diferentes valores para n,

    tem-se:

    n 21 1 ab(n-1) 1,min

    4 4,0673 2,0167 36 53,2

    5 5,0841 2,2548 48 50,2

    6 6,1009 2,4700 60 47,2

  • 33

    Para o fator 2:

    2131b1

    n1,2881332

    17,44n

    b2

    naD2

    2

    2

    222

    , logo: n1,13492 . Atribuindo diferentes valores para n,

    tem-se:

    n 22 2 ab(n-1) 2,min

    4 5,1523 2,2699 36 87,2

    5 6,4403 2,5378 48 82,2

    6 7,7284 2,7800 60 78,2

    O nmero mnimo de rplicas deve ser igual a 6.

    LISTA DE EXERCCIOS No. 1

    1) Trs pesquisadores utilizando quatro mtodos diferentes, determinam a velocidade do som

    (em m/s) em certo meio, obtendo os resultados:

    MTODOS PESQUISADORES

    P1 P2 P3

    A 341 342 340

    B 345 344 346

    C 338 339 340

    D 343 341 342

    Pode-se identificar se existe diferena significativa, no nvel de 5% de significncia, entre os

    mtodos utilizados ou entre os pesquisadores? Caso existe diferena significativa, utilizar o

    teste de Tukey para identificar quais mdias so diferentes, ao nvel de 5% de significncia.

    2) Um engenheiro suspeita que o acabamento de uma superfcie de peas metlicas seja

    influenciado pelo tipo de tinta usada e pelo tempo de secagem. Ele selecionou trs tempos de

    secagem - 20, 25 e 30 minutos - e usou dois tipos de tinta. Trs peas so testadas com cada

    combinao de tipo de tinta e tempo de secagem. Os dados so apresentados a seguir.

    TINTA TEMPO DE SECAGEM (min)

    20 25 30

    1 74 73 78 64 61 85 50 44 92

    2 92 98 66 86 73 45 68 88 85

    a) Estabelea as hipteses de interesse nesse experimento;

    b) testar as hipteses anteriores e tirar concluses, usando a anlise da varincia com

    05,0 .

  • 34

    3) Pesquisadores descrevem um experimento conduzido para investigar a toro das placas de

    cobre. Os dois fatores estudados foram temperatura e teor de cobre nas placas. A varivel

    resposta a intensidade de toro. Os dados so apresentados a seguir.

    TEMPERA-

    TURA ( Co )

    TEOR DE COBRE (%)

    40 60 80 100

    50 17,20 16,21 24,22 28,27 75 12,90 18,13 17,12 27,31 100 16,12 18,21 25,23 30,23 125 21,17 23,21 23,22 29,31

    H qualquer indicao de que cada fator afeta a intensidade de toro? Em caso afirmativo,

    utilizar o teste de Tukey. Usar 05,0 .

    4) Realizou-se um experimento para investigar o efeito de dois fatores (tipo de vidro e tipo de

    fsforo) no brilho de um tubo de televiso. A varivel de resposta medida a corrente (em

    microampres) necessria para obter um nvel especificado de brilho. Os dados so

    apresentados na tabela abaixo.

    TIPO DE VIDRO

    TIPO DE FSFORO

    1 2 3

    1 280 300 290 290 310 285 285 295 290

    2 230 260 220 234 240 225 240 235 230

    a) Estabelea as hipteses de interesse nesse experimento;

    b) teste as hipteses anteriores e tire concluses, usando a anlise da varincia com 05,0 .

    3.5 Experimento k2 Fatorial

    Neste tipo de experimento fatorial o nmero de nveis de cada fator fixado em 2 e o

    nmero de tratamentos funo do nmero de fatores k, ou seja, o nmero de tratamentos

    k22...22 .

    Os delineamentos fatoriais k2 possuem grande aplicao industrial. Esses

    delineamentos permitem a avaliao em separado dos efeitos individuais e dos efeitos de

    interao dos fatores num experimento.

    O experimento consiste de k2 tentativas, uma tentativa em cada combinao dos dois

    nveis dos fatores. Para identificar as tentativas individuais utilizada, dentre outras, as

    notaes a seguir:

    (i) os fatores so representados por letras;

    (ii) os nveis pelos sinais + e - ( baixo nvel representado por - e alto nvel por +).

  • 35

    Em experimentos que envolvem desenhos k2 sempre importante examinar a

    magnitude e direo dos efeitos dos fatores para determinar quais variveis so realmente

    importantes. A Anlise da Varincia pode ser geralmente usada para confirmar esta

    interpretao (o teste t tambm pode ser usado).

    A ANOVA o meio formal para determinar quais efeitos so diferentes de zero. No

    entanto, outros mtodos podem ser utilizados para avaliar a significncia dos efeitos.

    3.5.1 Experimento Fatorial 22

    Um experimento 22 fatorial tem dois fatores, A e B, cada um a dois nveis. Este

    experimento tem 4222 2 combinaes (tratamentos/ensaios), que podem ser

    representadas por )1( a b ab . Por conveno, (1) utilizado para denotar ambos os fatores

    de baixo nvel.

    A seguir, a tabela de sinais para o clculo dos efeitos em um experimento 22 .

    TRATA-MENTOS

    I EFEITO FATORIAL

    A B AB

    )1( + - - +

    a + + - -

    b + - + -

    ab + + + +

    Os sinais para a interao AB so obtidos a partir do produto dos sinais das colunas A e

    B.

    CLCULO DOS EFEITOS

    O efeito de um fator a mudana que se verifica na resposta quando o nvel deste fator

    alterado.

    )n2())1(b()aab(A

    )n2())1(a()bab(B

    Efeito da interao:

    )n2()ba())1(ab(AB

    As letras minsculas (1), a, b e ab, representam o total de todas as n repeties,

    obtido para o correspondente tratamento.

    Nas frmulas acima, as expresses entre colchetes so chamadas de contrastes, isto

    :

    )1(baabCContraste AA

  • 36

    )1(ababCContraste BB

    ba)1(abCContraste ABAB

    Assim, os efeitos podem ser obtidos por:

    n2

    contraste

    n2

    contrasteefeito

    1k

    Tem-se que:

    Os contrastes so ortogonais

    A soma dos sinais dos coeficientes de ab, a, b e (1) igual a zero

    A soma dos produtos dos sinais dos coeficientes igual a zero.

    ANLISE DA VARINCIA

    O modelo da anlise da varincia para um plano fatorial 22 executado no

    delineamento experimental bsico inteiramente casualizado :

    ljijijiljiy , com

    2,1ji

    n...,,2,1l

    ljiy a resposta observada da l-sima repetio do i-simo nvel do fator A e j-simo nvel do

    fator B;

    o parmetro que fornece uma informao mdia da resposta no experimento;

    i o efeito do i-simo nvel do fator A;

    j o efeito do j-simo nvel do fator B;

    ji o efeito da interao da ij-sima combinao dos fatores A e B;

    lji o erro experimental associado a i, j, l-sima unidade experimental.

    Os graus de liberdade segundo as causas de variao encontram-se abaixo:

    FONTES DE VARIAO

    G.L.

    Fator A 1

    Fator B 1

    Interao AxB 1

    Resduo 4(n-1)

    TOTAL 4n-1

    As somas de quadrados podem ser obtidas a partir dos contrastes:

    n2

    )contraste(SQ

    k

    2

    )n2())1(b()aab(SQA k2

  • 37

    )n2())1(a()bab(SQB k2

    )n2()ba()1(ab(SQAB k2

    A soma de quadrados total ( SQT) obtida de forma usual:

    N

    TxSQT

    2

    kji

    2kji

    ...

    Tambm a soma de quadrados residual (SQR ):

    SQABSQBSQASQTSQR

    Exemplo 1:

    Seja o experimento em que se deseja verificar o efeito de 2 fatores: fator A, que

    representa o percentual de cimento, que assume os nveis: 15% e 20%; fator B, representando

    a ausncia ou presena de aditivo. A varivel resposta o tempo de secagem (em dias).

    TRATAMENTO REPETIES

    TOTAL I II III

    Baixo, Ausente 11 14 11 36 Alto, Ausente 20 16 18 54

    Baixo, Presente 15 19 14 48 Alto, Presente 19 18 22 59

    Um experimento 22 pode ser representado pela figura abaixo:

    Clculo dos efeitos:

    83,4)32/())3648()5459(()n2())1(b()aab(A

    83,2)32/())3654()4859(()n2())1(a()bab(B

    17,1)32/())4854()3659(()n2()ba())1(ab(AB

    Contrastes:

    2936485459)1(baabCContraste AA

    FATOR B

    ADITIVO

    FATOR A

    % DE CIMENTO

    +

    -

    -

    +

    b=48

    (1) 36

    ab=59

    a=54

  • 38

    1736544859)1(ababCContraste BB

    748543658ba)1(abCContraste ABAB

    Tem-se ento:

    TRATAMEN-TOS

    I A B AB

    + - - + a + + - - b + - + - ab + + + +

    Efeitos 4,83 2,83 -1,17 Contrastes 29 17 -7

    Clculo das somas de quadrados:

    08,70)32(29)n2(C)n2())1(b()aab(SQA 222 kA

    k2

    08,24)32(17)n2(C)n2())1(a()bab(SQB 222 kB

    k2

    08,4)32()7()n2(C)n2()ba()1(ab(SQAB 222 kAB

    k2

    92,13412

    197)22111411(

    N

    TxSQT

    22222

    2

    kji

    2kji

    ...

    67,3608,408,2408,7092,134SQABSQBSQASQTSQR

    Tabela da ANOVA:

    FONTES DE VARIAO

    SOMA DE QUADRADOS

    G.L. QUADRADOS

    MDIOS F

    Fator A 70,08 1 70,08 15,29 Fator B 24,08 1 24,08 5,25 Interao AxB 4,08 1 4,08 0,89 Resduo 36,67 8 4,58 TOTAL 134,92 11

    Para nvel de significncia de 5% tem-se que o 32,5F )8,1;05,0( . Logo, o fator A

    significativo.

    Exemplo 2:

    (Montgomery, pg. 291). Considere o experimento para verificar o efeito da

    concentrao de um reagente e a quantidade de um catalisador na produo de uma reao

    qumica. Fator A: reagente nveis = 15% e 25%. Fator B: catalisador nveis 2 pounds e

    1 pound (1 pound = 0,454 kg).

    O menor e o maior nvel de um fator podem ser representados pelos sinais - e +,

    respectivamente. O efeito AB representa a interao entre o fator A e o fator B.

  • 39

    FATOR TRATAMENTOS

    REPETIES TOTAL

    A B I II III

    - - A15, B1 28 25 27 80

    + - A25, B1 36 32 32 100

    - + A15, B2 18 19 23 60

    + + A25, B2 31 30 29 90

    Os 4 tratamentos so representados por letras minsculas: (1), a, b, ab. Assim, (1), o

    tratamento correspondente aos menores nveis de A (-) e B (-); a, corresponde ao nvel alto de

    A (+) e baixo de B (-); b, corresponde ao nvel alto de B (+) e baixo de A (-); ab, corresponde a

    combinao dos nveis altos de A (+) e B (+).

    Graficamente, este delineamento usualmente representado por um quadrado.

    Clculo dos efeitos principais de A e de B e da interao AB.

    Pode-se calcular esses efeitos por meio da figura acima.

    33,8)32/())8060()10090(()n2())1(b()aab(A

    00,5)32/())80100()6090(()n2())1(a()bab(B

    67,1)32/())60100()6090(()n2()ba())1(ab(AB

    Interpretao: o efeito de A positivo sugerindo que o aumento da concentrao do reagente

    de 15% para 25%, aumenta a produo. O efeito de B negativo o que sugere que,

    aumentando-se a quantidade do catalisador, diminui a produo. O efeito da interao

    pequeno em relao aos efeitos principais.

    Contrastes:

    00,50806010090)1(baabACAContraste

    00,30801006090)1(ababBCBContraste

    00,10601008090ba)1(abABCABContraste

    Clculo das somas de quadrados:

    208,33)32(50)nk2(A

    C)nk2(2))1(b()aab(SQA 222

    (1)=80 a=100

    b=60 ab=90

    - +

    +

    -

    A

    B

  • 40

    75,00)32()30()nk2(B

    C)nk2(2))1(a()bab(SQB 222

    8,33)32()10()nk2(AB

    C)nk2(2)ba()1(ab(SQAB 222

    00,323075.9398.912

    300)29272528(

    N

    2T

    kji

    2kji

    xSQT2

    2222...

    34,3133,800,7533,20800,323SQABSQBSQASQTSQR

    Tabela da ANOVA:

    FONTES DE VARIAO

    SOMA DE QUADRADOS

    G.L. QUADRA-

    DOS MDIOS

    F

    Fator A 208,33 1 208,33 53,15 Fator B 75,00 1 75,00 19,13 Interao AxB 8,33 1 8,33 2,13 Resduo 31,24 8 3,92 TOTAL 323,00 11

    Para nvel de significncia de 5% tem-se que o 32,5F )8,1;05,0( . Logo, os fatores A e B

    so significativos. A interao no significativa.

    3.5.2 Experimento Fatorial 32

    Este plano tem 82222 3 tratamentos. Os tratamentos podem ser representados

    por (1), a, b, ab, c, ac, bc e abc.

    Modelo:

    smjimjimjmimjijismjiy

    smjiy a resposta observada da s-sima repetio do i-simo nvel do fator A, j-simo nvel do

    fator B e m-simo nvel do fator C;

    o parmetro que fornece uma informao mdia da resposta no experimento;

    i o efeito do i-simo nvel do fator A;

    j o efeito do j-simo nvel do fator B;

    ji o efeito da interao da ij-sima combinao dos fatores A e B;

    m o efeito do m-simo nvel do fator C;

    mjimjmi ,, so os efeitos das interaes AxC, BxC e AxBxC, respectivamente;

    smji o erro experimental associado a i, j, m, s-sima unidade experimental.

    A seguir, a tabela de sinais para o clculo dos efeitos em um experimento 32 .

    TRATA-

    MENTO

    EFEITO FATORIAL

    I A B AB C AC BC ABC

    (1) + - - + - + + - a + + - - - - + + b + - + - - + - +

    ab + + + + - - - - c + - - + + - - +

    ac + + - - + + - - bc + - + - + - + - abc + + + + + + + +

  • 41

    Efeitos principais:

    n4bccb)1(abcacabaA

    n4acca)1(abcbcabbB

    n4abba)1(abcbcaccC

    As interaes so obtidas a partir de:

    n4cacbcabc)1(ababAB

    n4bbcababc)1(caacAC

    n4aacababc)1(cbbcBC

    n4)1(ababcacbcabcn4))1(a()bab()cac()bcabc(ABC

    Nas frmulas acima, as expresses entre colchetes so chamadas de contrastes, isto

    :

    bccb)1(abcacabaCContraste AA

    acca)1(abcbcabbCContraste BB

    abba)1(abcbcaccCContraste CC

    cacbcabc)1(ababContraste AB

    bbcababc)1(caacContraste AC

    aacababc)1(cbbcContraste BC

    )1(ababcacbcabcContraste ABC

    Assim, os efeitos podem ser obtidos por:

    n4

    contraste

    n2

    contrasteefeito

    1k

    As somas de quadrados so obtidos a partir de:

    n2

    )contraste(SQ

    k

    2

    Os graus de liberdade segundo as causas de variao encontram-se abaixo:

    CAUSAS DE VARIAO G.L.

    Fator A 1

    Fator B 1

    Interao AxB 1

    Fator C 1

    Interao AxC 1

    Interao BxC 1

    Interao AxBxC 1

    Resduo 8(n-1) TOTAL 8n-1

  • 42

    As somas de quadrados tambm podem ser obtidas na forma tradicional:

    n8

    yySQT

    22

    1i

    2

    1j

    2

    1m

    n

    1s

    2smji

    ....

    n8

    y

    n4

    y

    SQA

    2

    2

    1i

    2i .......

    n8

    y

    n4

    y

    SQB

    2

    2

    1j

    2

    ....... j

    n8

    y

    n4

    y

    SQC

    2

    2

    1j

    2m .......

    SQBSQAn8

    y

    n2

    y

    SQAxB

    2

    2

    1i

    2

    1j

    2

    ......ji

    SQCSQAn8

    y

    n2

    y

    SQAxC

    2

    2

    1i

    2

    1m

    2m ......i

    SQCSQBn8

    y

    n2

    y

    SQBxC

    2

    2

    1j

    2

    1m

    2m ...... j

    SQBxCSQAxCSQAxBSQCSQBSQAn8

    y

    n2

    y

    SQAxBxC

    2

    2

    1i

    2

    1j

    2

    1m

    2mi .....j

    SQAxBxCSQBxCSQAxCSQAxBSQCSQBSQASQTSQR

    Exemplo: Um tcnico deseja melhorar a transparncia da gua (maior melhor). Os fatores

    controlveis so:

    Fator A: quantidade de sulfato de alumnio

    Fator B: quantidade de cal

    Fator C: temperatura ( Co )

    Nota: mL/glitro/mg)milhoporpartes(ppm

    Sulfato de alumnio

    30 ppm (-) 40 ppm (+)

    Cal 10 ppm (-) 15 ppm (+) 10 ppm (-) 15 ppm (+)

    Temperatura 15 (-) 20 (+) 15 (-) 20 (+) 15 (-) 20 (+) 15 (-) 20 (+)

    replicaes 6,1 6,6 5,1 6,4 8,3 10,4 9,5 8,7

    7,6 6,0 4,6 5,5 9,2 9,8 10,7 10,7

    6,8 6,2 5,7 6,0 10,3 8,7 8,5 9,4

    Soluo:

    A tabela dos sinais do experimento fatorial 32 dada por:

  • 43

    TRATA-MENTO

    EFEITO FATORIAL

    I A B AB C AC BC ABC

    (1) + - - + - + + - a + + - - - - + + b + - + - - + - +

    ab + + + + - - - - c + - - + + - - +

    ac + + - - + + - - bc + - + - + - + - abc + + + + + + + +

    Assim, os tratamentos sero identificados como segue:

    Sulfato de alumnio

    30 ppm (-) 40 ppm (+)

    Cal 10 ppm (-) 15 ppm (+) 10 ppm (-) 15 ppm (+)

    Temperatura 15 (-) 20 (+) 15 (-) 20 (+) 15 (-) 20 (+) 15 (-) 20 (+)

    Replicaes 6,1 6,6 5,1 6,4 8,3 10,4 9,5 8,7

    7,6 6,0 4,6 5,5 9,2 9,8 10,7 10,7

    6,8 6,2 5,7 6,0 10,3 8,7 8,5 9,4

    Tratamentos (1) c b bc a ac ab abc

    Tem-se ento o clculo dos efeitos:

    TRATAMENTOS A B C AB AC BC ABC

    EFEITOS 3,47 0,43 0,17 0,57 0,03 0,27 0,43

    SIGNIFICNCIA

    ( %)5 Sim No No No No No No

    Anlise da varincia:

    Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)

    A 1 72.107 72.107 111.9379 1.246e-08 ***

    B 1 1.127 1.127 1.7490 0.2046

    C 1 0.167 0.167 0.2587 0.6179

    A:B 1 1.927 1.927 2.9909 0.1030

    A:C 1 0.007 0.007 0.0103 0.9202

    B:C 1 0.427 0.427 0.6624 0.4277

    A:B:C 1 1.127 1.127 1.7490 0.2046

    Residuals 16 10.307 0.644

    ---

    Signif. codes: 0 *** 0.001 ** 0.01 * 0.05 . 0.1 1

    O fator A (quantidade de sulfato de alumnio) fortemente significativo. O seu controle

    fundamental para assegurar a transparncia da gua.

    3.5.3 Experimentos Fatoriais sem Rplicas

    Em algumas situaes, o nmero de combinaes dos fatores do experimento

    (tratamentos) grande. Nestes casos, os recursos disponveis podem ser para uma nica

    execuo do projeto, ou seja, o experimento no possuir rplicas.

  • 44

    Um risco evidente quando se conduz um experimento sem rplicas que o modelo

    ajustado pode levar a concluses erradas. Alm disto, neste caso no h estimativa interna de

    erro (erro puro).

    Uma aproximao para anlise assumir que interaes de ordem maior so

    negligenciveis e combinar suas estimativas dos erros quadrticos mdio. O mtodo de anlise

    devido a Daniel (1959), proporciona uma forma simples para superar este problema. Daniel

    sugere analisar o grfico de probabilidade normal das estimativas dos efeitos. Os efeitos que

    so negligenciveis so normalmente distribudos com mdia zero e varincia 2 e tende a

    ficar prximo da reta. Ento, o modelo inicial ser especificado para conter aqueles efeitos

    aparentemente diferentes de zero, com base no grfico de probabilidade normal. Os efeitos

    aparentemente negligenciveis so combinados como estimativa do erro.

    3.5.3.1 Grfico de Probabilidade Normal

    Para a construo do grfico de probabilidade normal, deve-se seguir os seguintes

    passos:

    1) Considere os efeitos amostra x1, ..., xn;

    2) Ordene os elementos da amostra, ou seja, x(1) x(2) ... x(n);

    3) Calcule n valores n

    )5,0j(100p j

    , com n...,,2,1j .

    4) Plote o grfico representando a varivel jx (efeito) no eixo das abcissas e jp no eixo das

    ordenadas. Os valores da varivel jx prximos da linha reta, no so importantes. A linha a

    reta traada subjetivamente. Uma boa regra traar a linha aproximadamente entre percentil

    25 e percentil 75.

    3.5.3.2 Mtodo de Lenth

    Outro mtodo para analisar um experimento fatorial sem rplica o Metodo de Lenth.

    um mtodo que possibilita decidir quais efeitos so ativos na anlise de experimentos sem

    rplicas, em que no h graus de liberdade para estimar a varincia do erro. Assim, proposto

    um mtodo para estimar uma quantidade semelhante ao erro padro, chamado de pseudo erro

    padro ou PSE.

    Seja um experimento fatorial com dois nveis e suponha que existam m contrastes ou

    efeitos estimados. Sejam m21 c...,,c,c os contrastes ou efeitos estimados, com 12mk .

    Inicialmente, calcula-se a quantidade

    j0 cmediana5,1s

  • 45

    Assim, o clculo do pseudo erro padro (PSE) ser:

    0jj s5,2ccmediana5,1PSE :

    Em relao ao critrio de deciso de quais efeitos so ativos, define-se uma margem de

    erro dos contrastes jc , representado por ME. O valor da margem de erro dado por:

    PSEtME d;2

    Onde: 3

    md e, normalmente, utiliza-se 05,0 .

    Assim, tem-se que ME uma margem de erro para jc com nvel de confiana

    aproximada de %95 . Contrastes que excedem o valor de ME em valor absoluto so

    considerados ativos com nvel de significncia de %95 .

    Entretanto, quando h um grande nmero de contrastes m , espera-se que uma ou duas

    estimativas de contrastes inativos excedam o valor de ME, conduzindo a uma falsa concluso.

    Desta forma, a fim de tratar estes casos, definida uma margem de erro simultnea, que ser

    denotada por SME. Esta medida calculada multiplicando o pseudo erro padro PSE por um

    fator d;t . Assim,

    PSEtSME d;

    em que: 2/)95,01( m/1

    usual construir um grfico para mostrar as medidas apresentadas. Para isto, constri-

    se um grfico de barra mostrando os valores absolutos das estimativas dos contrastes ou

    efeitos estimados e adiciona-se linhas de referncias com os valores de ME e SME. Os

    contrastes cujas barras estendem a linha SME so considerados ativos. J aqueles cujas

    barras no estendem a linha de referncia ME so considerados inativos. Os contrastes cujas

    barras esto entre as linhas de referncias ME e SME requerem um cuidado maior na deciso.

    A regio entre as linhas ME e SME dita regio de incerteza e necessrio um bom

    argumento para decidir se o(s) contraste(s) (so) ativo(s) ou no.

    Exemplo:

    (Montgomery, D. C. , pg. 231). Um produto qumico produzido em um vaso de presso. Com

    o objetivo de estudar quais fatores influenciam na taxa de filtrao do produto (Y), foi realizado

    um experimento fatorial em que se considerou 4 fatores: A (temperatura), B (presso), C

    (concentrao de formaldeido) e D (velocidade de agitao). Cada fator observado em dois

    nveis.

    A matriz de planejamento e a resposta dos dados, considerando um experimento sem

    rplicas encontra-se apresentada abaixo.

  • 46

    TRATAMENTO A B C D Y

    (1) -1 -1 -1 -1 45

    a 1 -1 -1 -1 71

    b -1 1 -1 -1 48

    ab 1 1 -1 -1 65

    c -1 -1 1 -1 68

    ac 1 -1 1 -1 60

    bc -1 1 1 -1 80

    abc 1 1 1 -1 65

    d -1 -1 -1 1 43

    ad 1 -1 -1 1 100

    bd -1 1 -1 1 45

    abd 1 1 -1 1 104

    cd -1 -1 1 1 75

    acd 1 -1 1 1 86

    bcd -1 1 1 1 70

    abcd 1 1 1 1 96

    Calcula-se as estimativas dos efeitos por clculos diretos.

    TERMO ESTIMATIVA DOS EFEITOS

    A 21,625

    B 3,125

    C 9,875

    D 14,625

    AB 0,125

    AC -18,125

    AD 16,625

    BC 2,375

    BD -0,375

    CD -1,125

    ABC 1,875

    ABD 4,125

    ACD -1,625

    BCD -2,625

    ABCD 1,375

    a) Grfico de Probabilidade Normal

    j TRAT EFEITO 100(j-0,5)/15

    1 AC -18,125 3,33

    2 BCD -2,625 10,00

    3 ACD -1,625 16,67

    4 CD -1,125 23,33

    5 BD -0,375 30,00

    6 AB 0,125 36,67

    7 ABCD 1,375 43,33

    8 ABC 1,875 50,00

    9 BC 2,375 56,67

    10 B 3,125 63,33

    11 ABD 4,125 70,00

    12 C 9,875 76,67

    13 D 14,625 83,33

    14 AD 16,625 90,00

    15 A 21,625 96,67

  • 47

    b) Mtodo de Lenth

    Clculo da mediana das estimativas dos efeitos:

    625,2Me

    938,3625,25,1cmediana5,1s j0

    Desta forma, tem-se que:

    844,9938,35,20s5,2

    Logo,

    844,9ccmediana5,1PSE jj : Assim, a mediana 75,1Me e tem-se que:

    2,62575,15,1PSE

    Tem-se que 15152m , logo 5d e adotando 05,0 , o valor de t tabelado

    2,5715;025,0t . Assim,

    6,749625,2571,2ME

    A margem de erro simultnea SME dada por:

    PSEd;tSME , sendo 998,02/)15/195,01( logo 22,55;998,0t

    Logo, 13,703625,222,5SME

    20100-10-20

    99

    95

    90

    80

    70

    60

    50

    40

    30

    20

    10

    5

    1

    Effect

    Pe

    rc

    en

    t

    A A

    B B

    C C

    D D

    Factor Name

    Not Significant

    Significant

    Effect Type

    AD

    AC

    DC

    A

    Normal Plot of the Effects(response is Y, Alpha = 0,05)

    Lenth's PSE = 2,625

  • 48

    Portanto, pelos resultados obtidos, temos que os efeitos dos fatores A, C e D e das

    interaes A:C e A:D so importantes.

    3.5.4 Adio de Pontos Centrais a um Planejamento k2

    Uma preocupao no uso de planejamentos fatoriais com dois nveis a suposio de

    linearidade nos efeitos dos fatores. Naturalmente, a linearidade perfeita desnecessria e o

    sistema k2 funcionar bem mesmo quando a suposio de linearidade for apenas aproximada.

    H um mtodo que ir proteger contra curvatura, que replicar certos pontos do fatorial

    k2 , e que permite uma estimativa independente do erro a ser obtido. Este mtodo consiste em

    adicionar pontos centrais ao planejamento k2 . So Cn rplicas no ponto )k...,,2,1i(0xi . O

    fato de adicionar os tratamentos replicados no centro do planejamento que pontos centrais

    no afetam nas estimativas usuais dos efeitos em um planejamento k2 .

    Consideremos que os k fatores so quantitativos. Como exemplo, consideremos um

    experimento fatorial 22 com uma observao em cada um dos pontos fatoriais: (1), a, b, ab e

    cn observaes nos pontos centrais (0,0). Seja FY a mdia dos quatro tratamentos nos quatro

    pontos fatoriais e seja CY a mdia das Cn tratamentos no ponto central. Se a diferena

    CF YY for pequena, os pontos centrais estaro no (ou muito prximo do) plano passando

    atravs dos pontos fatoriais, no havendo assim curvatura. No entanto, se CF YY for grande,

    ento a curvatura estar presente.

    Ento, a soma dos quadrados da curvatura, com um grau de liberdade, para a curvatura,

    dada por:

    AB

    BD

    CD

    ABCD

    ACD

    ABC

    BC

    BCD

    B

    ABD

    C

    D

    AD

    AC

    A

    20151050

    Te

    rm

    Effect

    6,75

    A A

    B B

    C C

    D D

    Factor Name

    Pareto Chart of the Effects(response is Y, Alpha = 0,05)

    Lenth's PSE = 2,625

  • 49

    2

    CF

    CF

    CF

    2CFCF

    curvatura

    n

    1

    n

    1

    YY

    nn

    )YY(nnSQ

    onde Fn o nmero de pontos do planejamento fatorial.

    A grandeza acima pode ser comparada com a mdia quadrtica do erro (QMR) para

    testar a curvatura.

    Quando pontos centrais so adicionados ao centro do planejamento k2 , o modelo que se tem

    :

    k

    1j

    2

    ji

    k

    1jjj jjijijj0

    xxxxY

    sendo os j j os efeitos quadrticos puro.

    As hipteses do teste para curvatura so:

    k

    1j

    0:H j j0

    k

    1j

    0:H j j1

    Se os pontos fatoriais do planejamento no forem replicados, possvel usar os Cn

    pontos centrais para construir uma estimativa de erro com Cn -1 graus de liberdade.

    Exemplo: (Montgomery, 2009, pg.353)

    Um engenheiro qumico est estudando a converso percentual ou o rendimento de um

    processo. H duas variveis de interesse: o tempo e a temperatura de reao. Pelo fato de no

    ter certeza em relao linearidade da regio de explorao, o engenheiro decide conduzir um

    planejamento 22 (com uma nica rplica de cada tratamento fatorial), aumentado com cinco

    pontos centrais. O planejamento e os dados de rendimento esto apresentados na figura

    abaixo.

    (1)=80 a=100

    b=60 ab=90

    - +

    +

    -

    A

    B

    b=40

    ,0 ab=41,50

    (1)=39,3 a=40,9

    40,3 40,5 40,7 40,2 40,6

    160

    155

    150

    30 35 40

  • 50

    Soluo:

    TRAT A B AB Y Y2

    (1) -1 -1 1 39,3 1544,5

    a 1 -1 -1 40,9 1672,8

    b -1 1 -1 40,0 1600,0

    ab 1 1 1 41,5 1722,3

    5 0 0 40,3 1624,1

    6 0 0 40,5 1640,3

    7 0 0 40,7 1656,5

    8 0 0 40,2 1616,0

    9 0 0 40,6 1648,4

    364,0 14724,8

    Clculo dos Contrastes:

    3,1CA

    1,3CB

    -0,1CAB

    Clculo das Somas de Quadrados:

    2,4025SQA 0,4225SQB

    0,0025SQAB 2

    CF

    CFcurv atura

    n

    1

    n

    1

    YYSQ

    40,425YF

    40,460YC

    4nF

    5nC

    0,0027SQcurvatura

    3,00229

    364,0-14.724,8SQT

    2

    Quadro da Anlise da Varincia

    FV SQ GL QM F

    A 2,4025 1 2,4025 55,87

    B 0,4225 1 0,4225 9,83

    AB 0,0025 1 0,0025 0,06

    CURVATURA 0,0027 1 0,0027 0,06

    RESDUO 0,1720 4 0,0430

    TOTAL 3,0022 8

  • 51

    Para nvel de significncia de 5% tem-se que 71,7F 4;1;05,0 . Portanto, conclui-se que:

    a) o fator A significativo;

    b) o fator B significativo;

    c) a interao no significativa;

    d) a curvatura no significativa.

    3.6 Experimentos Fatoriais Fracionados (Cada Fator com Dois Nveis)

    Quando existem muitos fatores, um experimento fatorial completo, com todas as

    combinaes possveis dos nveis dos fatores, envolve um grande nmero de teste, mesmo

    quando somente dois nveis de cada fator esto sendo analisados. Nesses casos, torna-se til

    um plano que exija menos testes do que o experimento fatorial completo. A anlise dos

    fatoriais fracionrios relativamente direta, e a utilizao de um fatorial fracionrio no impede

    a possibilidade de uma complementao posterior de todo o experimento fatorial. A frao

    um subgrupo, cuidadosamente prescrito, de todas as combinaes possveis.

    Com essa tcnica, possvel analisar os efeitos sobre uma resposta de interesse, de

    2k

    fatores em 2k-p

    combinaes de teste. Ou seja, com essa tcnica, realiza-se apenas parte do

    experimento, sem comprometer significativamente a preciso das concluses decorrentes da

    anlise de resultados. Simultaneamente, os custos e o tempo de durao dos testes so

    significativamente reduzidos.

    Na anlise dos resultados dos experimentos, busca-se identificar o efeito produzido

    na resposta quando da variao dos nveis dos fatores de controle do experimento. Os efeitos

    so classificados como principal, que representa a variao mdia da resposta resultante da

    mudana de nvel de um fator, mantendo-se os outros fatores fixos, ou de interao, quando a

    variao da resposta decorrente da mudana combinada dos nveis de dois ou mais fatores.

    Quando so utilizadas as tcnicas de experimentos fatoriais 2k-p

    , assume-se que os

    efeitos de interao de ordem superior so desprezveis. Para a anlise dos resultados,

    grficos lineares podem ser usados para representar e analisar os efeitos principais e os das

    interaes dos fatores.

    3.6.1 Delineamento de um Experimento Fatorial Fracionrio

    Com o aumento do nmero de fatores, o nmero de tr