PILATES NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES PORTADORES … · mesmo distante sempre estiveram perto,...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Thalita Almeida Orlandini PILATES NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL DO TIPO HEMIPARÉTICA LINS- SP 2008

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Fisioterapia

Thalita Almeida Orlandini

PILATES NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL DO

TIPO HEMIPARÉTICA

LINS- SP

2008

THALITA ALMEIDA ORLANDINI

PILATES NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL DO TIPO HEMIPARÉTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a orientação da prof.(a) Esp. Gislaine Ogata e orientação técnica da prof(a) Esp Ana Beatriz Lima

LINS- SP

2008

THALITA ALMEIDA ORLANDINI

PILATES NA REABILITAÇÃO DE PACIENTES PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL DO TIPO HEMIPARÉTICA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium,para obtenção do titulo de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovada em: ____/____/____

Banca Examinadora:

Prof(a) Orientador(a): Gislaine Ogata

Titulação: Especialista em Acupuntura e Mestranda em Saúde Coletiva

Assinatura:____________________________

1Prof(a):______________________________________________________

Titulação:_____________________________________________________

Assinatura:_____________________________

2 Prof(a):_____________________________________________________

Titulação:_____________________________________________________

Assinatura:_______________________________

DEDICATÓRIA

Aos meus pais: Paulo e Terezinha de Fátima A vocês que durante toda essa batalha deram-me apoio, compreensão, foram pacientes e incentivadores ajudando-me a superar todas as dificuldades com dignidade e que mesmo distante sempre estiveram perto, pois estavam dentro do meu coração, da minha alma. A vocês dedico meu trabalho, que nunca mediram esforços ao meu favor, e sempre permaneceram ao meu lado nos momentos mais difíceis, mostrando o que é o verdadeiro amor. Não tenho palavras para descrever o quanto sou agradecida, pois Deus me presenteou com uma família mais que perfeita: um pai amoroso, digno, dedicado, honesto e paciente e uma mãe amorosa, dedicada, digna, paciente, honesta. Vocês foram à causa dos meus sorrisos, das minhas alegrias, e foram o meu porto seguro durante esses quatro anos. Eu agradeço por tudo, por terem abdicado de seus sonhos, pelo trabalho duro e pelo sacrifício para que fosse possível realizar o meu sonho, e a Deus por vocês existirem. Obrigado por fazerem parte da minha vida Amo muito vocês Thalita

A meu irmão Lucas Você é mais que especial, mesmo longe, sempre esteve à meu lado, hoje não tenho duvida que meu melhor amigo esta dentro de casa...a nossa união, carinho, compreensão e respeito já diz tudo !!! Podem existir milhões de irmãos iguais ao meu, mas melhores não existem!!!!! Amo demais você Thalita

A minha amigona e companheira de quarto Fran: Você é uma pessoal especial, iluminada que apareceu em minha vida para iluminá-la, para mudá-la, para melhor....Saudade...é um sentimento que SEMPRE vou sentir quando lembrar de você!Convivemos pouco, infelizmente, mas o suficiente para você se tornar inesquecível!!!! Obrigada pela compreensão, pelo carinho, amor, amizade, força, paciência por tudo!!!!! Vou sentir muita sua falta amiga Amo você Thalita

Aos meus amigos de faculdade: Raphaela, Aline,Jackeline, Bruna Mara, Bruna Carolina, Natalia, Ana Paula,Tayna, Murilo,Thais, Mariane, Melini, Simone, Ana Carolina, Gabriela,Juliana, e outros. Ate que enfim mais um ano acabou... Era isso o que eu falava ao final do 1°, 2° e 3° ano de faculdade, mas agora estou com medo de dizer isso, pois sei que com o fim do ano vem também a nossa despedida, é hora de cada um seguir o seu caminho, a sua vida e tudo isso me assusta e me deixa angustiada, pois foi difícil viver longe da minha família e também vai ser muito difícil

viver longe de vocês, pois cada um tem uma característica importante que marcou e vai marcar minha vida. Guardarei as lembranças das festas, das jantas, almoços, churrascos juntos, das conversas, risadas, choros, conselhos, do companheirismo e todos os outros momentos em que sempre estivemos juntos, tenho uma grande certeza, que vivemos tudo com muita intensidade e por isso jamais será esquecido. Adoro todos vocês Thalita

A minha grande amigas Raphinha e Naty É amigas, chegamos ao fim dessa caminhada e sei que posso contar com vocês a toda hora desde o dia em que nos conhecemos, é maravilhoso, ter duas amizades tão verdadeiras desde o primeiro ano. Apesar do tempo e da distancia tenho certeza que nossas amizades jamais acabaram e podem ficar certas que também não esquecerei dos dias em que ficamos sentadas no tio Bigode ou em qualquer lugar em que estávamos ate que eu parasse de chorar de desabafar,das broncas, do mau humor, das festas, das bagunças, a final foram quatro anos de pura cumplicidade, onde na falta da minha família sabia que podia contar com as suas e tudo isso porque vocês quiseram que fossem assim, obrigada, grande parte dessa realização devo a vocês duas e a minha família. Adoro e amo vocês Thalita

As minhas amigas de estagio: Carol e Gabriela Demorou mas conseguimos...Depois de muitas risadas, brincadeiras e choro, chegamos finalmente ao fim, ou melhor, ao começo da vida nova. Obrigada pela companhia, guarda-las sempre no meu coração!!! Obrigada por tudo Thalita

As minhas amigas, companheiras e irmãs do Pensionato Oasis. Que me deram apoio, conselhos,me agüentaram durante 4 anos, vocês me deram força na hora que mais precisei, me deram carinho, amor, conforto sem pedirem nada em troca. Obrigada pelos momentos felizes em que passamos juntas, pelos momentos de diversão, alegria e risadas e também pela companhia de vocês. Não tenho palavras para traduzir o que sinto!!!! Voces estiveram comigo em todos os momentos...durante 4 anos, para rir e para me consolar...e porque não, para me dar broncas e conselhos. Vou guardar todos os momentos que convivemos para vida toda num lugar todo especial no meu coração... no lugar onde levo comigo as pessoas especiais, e com certeza INESQUECIVEIS!!!! Adoro muito vocês Thalita

As minhas amigas e irmãs da minha cidade natal Chavantes: Rafaela e Carla

Voces alem de amigos, são anjos que Deus colocou no meu caminho, para que essa caminhada fosse repleta de coisas boas.Amigas que se tornaram irmãs e que são parte indispensável da minha vida!!! Amizade não se explica! Amigos sempre sabem quando serão amigos, pois

compartilham momentos juntos...dão forças! Estão sempre lado a lado! Nas conquistas...e nas derrotas! Nas horas boas...e nas difícies! Amizade nem sempre é pensar do mesmo jeito! Mas abrir mão...de vez em quando! Amizade é como ter um irmão...que mora na mesma casa. É compartilhar segredos...emoções! É compreensão...é diversão!É contar com alguém...sempre que precisar. É ter algo em comum! É saber que se tem mais comum do que se imagina! É sentir saudade! É querer dar um tempo! É dar um tempo! É dar preferência! É um bater um ciúmes! Amizade que é amizade nunca acaba! Mesmo que a gente cresça! E apareçam outras pessoas no nosso caminho! Por que amizade não se explica ela simplesmente existe

Apesar da distância em que nos encontramos, amo demais vcs. AMO VCS Thalita

AGRADECIMENTOS

A Deus Obrigada Senhor, Pelos meus braços perfeitos, Quando há tantos mutilados; Pelos meus olhos perfeitos, Quando há tantos sem luz; Pela minha voz que canta, Quando tantas emudecem; Pelas minhas mãos que trabalham, Quando tantas mendigam. É maravilhoso Senhor, Ter um lar para voltar, Quando há tantos que não tem onde ir; Sorrir, Quando há tantos que choram; Amar, Quando já tantos odeiam; Sonhar, Quando há tantos que se resolvem em pesadelos; Viver, Quando há tantos que morrem antes de nascer; Sobretudo ter pouco a pedir, e tanto a agradecer. Que possamos,através da nossa profissão, usar este grande dom que nos destes para ajudar as pessoas que tanto necessitam!!! Obrigada senhor pela paciência, determinação, e força para que a conclusão desse trabalho torna-se uma realidade. Obrigada por me proporcionar momentos de pura alegria e também momentos de realização pessoal e profissional. Obrigada senhor pelos pacientes, professores, amigos essenciais nessa etapa da minha vida!

A minha orientadora: Gislaine Obrigada pela confiança, apoio e atenção, paciência tão valiosos para que esse projeto fosse concluído. Voce é para mim um exemplo de pessoa e profissional. Voce me ensinou a importância da paciência e hoje posso afirmar sem medo neurologia é e será minha vida...Muito obrigada!!!!

A Ana Beatriz Muito obrigada pelo tempo, atenção e paciência dispensada todas as vezes que eu a procurei!!!! Muito obrigada mesmo.

Ao pessoal da biblioteca Não tenho palavras para agradecer tanta atenção e disposição. Se não fosse a ajuda de voces com certeza esse trabalho não estaria pronto. Muito obrigada

RESUMO

O termo Paralisia Cerebral engloba um vasto conjunto de afecções que comprometem o sistema nervoso central imaturo e que tem em comum o distúrbio motor como uma de suas manifestações mais evidentes. A definição mais aceita hoje em dia é a que classifica a paralisia cerebral como um grupo não progressivo, mais freqüentemente mutável, de distúrbios motores (tônus e postura), secundários a lesão do cérebro em desenvolvimento. A lesão pode ocorrer em qualquer momento, desde a fase embrionária ate os 2 anos de idade. Perante a esse quadro, o método Pilates atua possibilitando a execução de exercícios e treinamento que combina corpo e mente. Ele considera todos os segmentos corporais em harmonia, em vez de visar apenas as áreas comprometidas. É um sistema moderno de manutenção corporal que tem como princípios básicos: concentração, controle, centragem, respiração, alinhamento postural, leveza, precisão, força e relaxamento. Foram realizados estudos de casos com 4 crianças portadoras de Paralisia Cerebral do tipo hemiparética, sendo estes submetidos a uma serie de exercícios no solo e na bola, trabalhando todas as áreas do corpo e dando ênfase ao lado comprometido, demonstrando o conhecimento e a aplicação do método Pilates na reabilitação desses pacientes.

Palavras-chave: Paralisia Cerebral. Método Pilates.

ABSTRACT

The term Cerebral Paralysis conglobates a vast set of diseases that compromise the immature central nervous system and that it has the in common motor riot as one of its obvious manifestations. The definition most accepted nowadays is the one that classifies the cerebral paralysis as a not gradual group, more frequently changeable, of motor riots (tonus and posture), secondary to the damage of the brain in development. The injury can occur at any point, since the embryonic phase is tied to it until the age of two. Considering this chart, the Pilates method acts making possible the execution of exercises that are not possible to be executed because of the limitation of the pathology through its holistic boarding and training that combines body and mind, it considers all the corporal segments in harmony, instead of aiming only the problematic areas. It is a modern system of corporal maintenance that has as basic principles: concentration, control, centering, breathing, postural alignment, slightness, precision, strenght and relaxation. Studies of cases with 4 children carrying Cerebral Paralysis of the hemiparetic type had been carried out through, being these submitted to a series of exercises on the ground and on the ball, working all the areas of the body and giving emphasis to the engaged side demonstrating the effectiveness of the Pilates method in the rehabilitation of these patients and also for the knowledge of the method.

Key-words: Cerebral paralysis. Pilates method. Body. Mind. Harmony of the body

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

C.R.F.D.B Centro de Reabilitação Física Dom Bosco

E.E.G Eletroencefalograma

LEIA Lesão encefálica infantil adquirida

M.I.D Membro inferior direito

M.M.S.S Membros superiores

P.C - Paralisia Cerebral

R.D.N.P.M Retardo do desenvolvimento neuropsicomotor

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................... 13

CAPÍTULO I PARALISIA CEREBRAL ................................................. 15

1. DEFINIÇÕES..................................................................................... 15

1.1 Etiologia............................................................................................. 15

1.2 Incidência .......................................................................................... 17

1.3 Diagnóstico........................................................................................ 17

1.4 Anatomia Patológica ......................................................................... 19

1.5 Classificação ..................................................................................... 20

1.6 Padrão Postural................................................................................. 23

1.7 Tônus Muscular ................................................................................. 24

CAPÍTULO II MÉTODO PILATES ......................................................... 26

2 HISTÓRICO....................................................................................... 26

2.1 A vida de Joseph Pilates ................................................................... 27

2.2 Pilates e sua filosofia da boa forma física......................................... 28

2.3 A essência do Pilates ........................................................................ 29

2.4 Princípios básicos do Pilates ............................................................... 30

2.5. A bola certa para você ........................................................................ 31

2.6. Padrões de respiração........................................................................ 33

2.7. Exercícios posturais............................................................................ 38

2.8. Exercícios abdominais......................................................................... 43

2.9. Extensões de tronco............................................................................. 48

2.10. Alongamentos...................................................................................... 55

CAPÍTULO III ESTUDO DE CASO ........................................................ 62

3 INTRODUÇÃO .................................................................................. 62

3.1 Métodos............................................................................................. 62

3.2 Técnicas ............................................................................................ 62

3.3 Apresentação dos resultados............................................................ 63

3.4 Depoimentos ..................................................................................... 66

4 Discussão......................................................................................... 67

CONCLUSÃO............................................................................................ 70

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................................. 71

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 72

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 73

APÊNDICES .............................................................................................. 75

ANEXOS .................................................................................................... 79

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INTRODUÇÃO

Segundo Roca (2003) a Paralisia Cerebral é definida como sendo um

grupo não progressivo, mas freqüentemente mutável, de distúrbios motores,

especialmente do tônus e da postura, secundário a lesão do Sistema Nervoso

Central em desenvolvimento, ou seja, desde a fase embrionária até os 2 anos

de vida extra-uterina.

De acordo com Teixeira (2003) a mesma engloba um grande espectro

de entidades clínicas, que é amplamente variável na etiologia, nas

manifestações, na gravidade e no prognóstico.

O conhecimento amplo de todos os seus múltiplos aspectos é

fundamental para que qualquer tipo de proposta de tratamento venha a ter

sucesso.

Segundo Ramos (2007) as crianças portadoras de Paralisia Cerebral do

tipo hemiparética tem uma alteração de um dimídio corporal em conseqüência

de uma lesão cerebral contra-lateral. Pode ser identificada precocemente, na

verdade muito mais cedo do que a diplegia, em razão da assimetria óbvia da

postura e movimento da criança. Normalmente são diagnosticadas aos 8 ou 9

meses de idade, ou mais tarde, quando começa a se notar que não pode

sentar e que usam somente uma das mãos para apanhar e segurar objetos.

Para o tratamento obter sucesso deve-se trabalhar na linha média do

corpo (alinhamento) a estabilidade do tronco, mobilidade de quadril, a descarga

de peso, estimulação proprioceptiva, e estratégia de equilíbrio, por isso será

abordado e demonstrado o método Pilates, e sua importância e essência.

Dentre as propostas de tratamento temos o método Pilates desenvolvido

pelo alemão Joseph Huberts Pilates em 1920 que é um programa de exercícios

específicos de força e mobilidade que tem como objetivo preconizar o ganho de

flexibilidade, força e consciência muscular e articular, atuando na melhora da

respiração, do equilíbrio e propriocepção do corpo.

De maneira simples, este método pode ser definido como um

treinamento físico e mental, por promover a harmonia entre o corpo e a mente,

gerando melhora na consciência corporal e bem estar, sustentação pelos

estudos anatomo-fisiológicos e, portanto, sem qualquer caráter místico.

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Este trabalho tem como propósito conhecer e aplicar o método Pilates

em pacientes hemiparéticos em decorrência da Paralisia Cerebral.

O presente estudo foi realizado no Centro de Reabilitação Física Dom

Bosco, situado à rua Nove de Julho 1010, Lins - São Paulo no período de maio

a agosto de 2008.

O trabalho propõe-se a seguinte questão: o método Pilates pode ser

aplicado em crianças portadoras de P.C, sendo as mesmas hemiparéticas

visando à melhora de suas limitações?

O pressuposto que direciona o trabalho é a aplicação do método Pilates

nessas crianças, possibilitando a execução de exercícios que não são

possíveis de realizar por causa da limitação da patologia, o método considera

todos os segmentos corporais em harmonia, em vez de visar apenas às áreas

comprometidas, seu objetivo não é alcançar um corpo que se encaixe nos

padrões culturais, mais antes, um corpo cujo alinhamento seja natural. É um

sistema moderno de manutenção corporal que tem como princípios básicos:

concentração, controle, centragem, respiração, alinhamento postural, leveza,

precisão, força e relaxamento.

Para demonstrar a veracidade do pressuposto supracitado, foi realizada

uma pesquisa de campo cujos métodos e técnicas serão explicadas no capitulo

III.

O trabalho está assim dividido:

Capitulo I

Descreve a paralisia cerebral abordando a etiologia,

patologia, incidência, diagnóstico, classificações, anatomias patológicas,

padrões posturais e tônus, dando ênfase à paralisia cerebral hemiparética.

Capitulo II

Mostra a essência e a importância do método Pilates

através de exercícios propostos pelo mesmo para o tratamento da Paralisia

Cerebral hemiparética.

Capitulo III

Mostra os resultados práticos e reais obtidos com a

aplicação do método em crianças portadoras da patologia.

E finalmente, vem a proposta de intervenção e as considerações finais.

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CAPÍTULO I

PARALISIA CEREBRAL

1. DEFINIÇÃO

De acordo com Souza (apud Ramos, 1998) a Paralisia Cerebral abarca

um vasto conjunto de afecções que comprometem o sistema nervoso central

imaturo e que tem em comum o distúrbio motor como uma de suas

manifestações mais evidentes. A definição mais aceita hoje em dia é a que

classifica a paralisia cerebral como um grupo não progressivo, mas

freqüentemente mutável, de distúrbios motores (tônus e postura), secundários

a lesão do cérebro em desenvolvimento. A lesão pode ocorrer em qualquer

momento, desde a fase embrionária até os 2 anos de idade.

Segundo Nitrini (2000) é uma encefalopatia crônica não progressiva da

infância, que ocorre em conseqüência a uma lesão anatomopatológica ou

anomalia estacionária no Sistema Nervoso Central (SNC), em

desenvolvimento, causando distúrbios da motricidade, alterações do

movimento, da postura, do equilíbrio, da coordenação e do tônus muscular.

Podendo ocorrer antes, durante o nascimento ou nos primeiros anos de vida.

1.1 Etiologia

Segundo Fernandes (apud Ferrareto, 2007) a Paralisia Cerebral tem

múltiplas causas e fatores de risco, incluindo desde fatores relacionados a

características da mãe antes da gravidez, características familiares, até os

fatores que ocorrem durante o nascimento e nos 2 primeiros anos de vida,

alguns fatores associados com a PC, podem ser conseqüências do processo,

levando à doença e não a sua causa. Os mecanismos de lesão do S.N.C que

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resultam na PC são: hemorragia, hipóxia, isquemia transitória ou irreversível

resultando em necrose celular secundária à formação de radicais livres ou

hipóxia relacionada a alterações metabólicas da morte celular.

De acordo com Ramos (2007) em certos momentos do período

gestacional algumas áreas do cérebro são susceptíveis à lesões do que outras,

como variações no suprimento sanguíneo, exigências metabólicas específicas

que pode em algumas áreas do cérebro aumentar a sensibilidade à hipóxia na

presença de infecção viral ou bacteriana do feto ou infecção materna,

corioamnionite. Uma vulnerabilidade seletiva da substância branca

periventricular ocorre entre 26 e 34 semanas de gestação, sendo que se

ocorrer um insulto fetal neste período pode produzir leucomalácea

periventricular com diplegia espástica. Uma exigência metabólica dos núcleos

de base no feto com 38 a 40 semanas de idade gestação cria uma

vulnerabilidade seletiva que resulta numa distonia ou distúrbios do movimento.

A produção fetal de citocinas pode causar dano neuronal, preoligodendrócitos e

células do endotélio vascular que pode contribuir para hemorragia

intraventricular.

Segundo Diament e Cepel (1998) as causas mais comuns de PC são:

a) Pré-natais (responsáveis por 11% dos casos com etiologia definida):

Genéticas e hereditárias, maternas, circulatórias (fenômenos hipóxicos

isquêmicos, hipotensão), eclampsia, hemorragias com ameaça de aborto,

desprendimento prematuro da placenta, má posição do cordão umbilical,

infecções (rubéola, toxoplasmose, lues, HSV), metabólicas (diabetes e

desnutrição), tóxicas (medicamentos, drogas), malformações congênitas físicas

(radiações e raios-X).

b) Perinatais (30% entram nesta categoria): Parto distócico, asfixia (hipóxia ou

anóxia), hemorragia intracraniana, prematuridade e baixo peso, Icterícia grave

(hemolítica ou por incompatibilidade), Infecções pelo canal do parto.

c) Pós-natais (aqueles casos em que se diagnostica dano encefálico entre a

segunda semana de vida e o segundo aniversário, numa criança saudável,

entram nesta categoria apenas 7% dos portadores de PC): Meningencefalites

bacterianas e virais, traumatismos crânio encefálicos, encefalopatias

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desmielinizantes (pós-infecciosas ou pós vacinais), processos vasculares,

desnutrição, síndromes epilépticas (West e Lennox-Gastaut), Status

epilépticos.

1.2 Incidência

De acordo com Kuban e Leviton (1994) a incidência das formas

moderadas e severas está entre 1,5 e 2,5 por 1000 nascidos vivos nos países

desenvolvidos, mas a relatos de incidência geral, considerando todos os níveis

de comprometimento de até 7:1000 nos países subdesenvolvidos. Nos Estados

Unidos, estima-se a existência de 750.000 indivíduos com PC e destes mais

que 100.000 tem idade abaixo de 18 anos de idade. Com a evolução dos

cuidados intensivos perinatais, acreditava-se que a incidência poderia diminuir,

mas a sobrevivência de recém-nascidos com muito baixo peso manteve a

incidência geral, visto que nos nascidos abaixo de 1000 gramas a possibilidade

de um distúrbio neurológico chega a 50%, tanto na área motora como mental.

Segundo Moura apud Casalis (2007) a taxa de PC entre prematuros

pesando abaixo de 1500 gramas, é de 25 a 31vezes maior do que nascidos a

tempo.

No Brasil não há pesquisa específica, segundo Edelmuth (1992), surgem

cerca de 17.000 novos casos de PC ao ano, entretanto há trabalhos que estima

até cerca de 30.000 a 40.000 casos novos por ano.

De acordo com Miller e Clark (2002) há relatos de incidência de paralisia

cerebral muito maior em gêmeos, especialmente os que sobrevivem às mortes

intra-uterinas e em gêmeos monocoriônicos. Quanto maior o número de

gestações múltiplas, maior será o risco de uma paralisia cerebral.

1.3 Diagnóstico

De acordo com Hebert (apud Moura, 2005) o diagnóstico da PC é

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essencialmente clínico e baseia-se na história e na avaliação física e

neurológica do paciente. A queixa inicial dos pais de crianças com suspeita de

paralisia cerebral é o atraso nas aquisições motoras. Nos primeiros meses de

vida, a avaliação neurológica da criança depende da definição do tono

muscular e na evolução dos reflexos infantis.

Segundo Hebert (apud Moura, 2005) O diagnóstico de PC usualmente é

baseado em:

a) Retardo no desenvolvimento neuropsicomotor (RDNPM).

b) Persistência de reflexos primitivos.

c) Presença de reflexos patológicos.

d) Anormalidade tônico-posturais.

e) Não desenvolvimento dos reflexos de proteção.

Não é incomum a progressão de hipotonia para hipertonia na criança

com suspeita de PC. Entretanto, se a criança hipertônica se torna hipotônica,

esta criança deve ser avaliada para a possibilidade de uma doença

degenerativa.

Durante a realização da história do paciente, é importante uma

consideração: a PC é uma desordem motora estática, não devendo haver

evidência de doença progressiva ou perda de aquisições motoras já

previamente adquiridas.

Ramos (2007) relata que é importante procurar estabelecer o

diagnóstico etiológico e determinar o tipo específico da PC para que se possa

esclarecer o prognóstico e planejar o programa de tratamento.

De acordo com Lopes (2006) por ser uma encefalopatia não progressiva,

com quadro motor seqüelar, a anamnese e o exame neurológico levam

facilmente ao diagnóstico. Não existem exames complementares específicos,

porem é necessário fazê-los no primeiro atendimento, visando afastar outras

doenças, como infecções. A ultra-sonografia no recém-nascido e lactente pode

esclarecer vários processos patológicos que poderão causar PC, por exemplo,

hemorragias Peri e intraventriculares e hidrocefalias, a tomografia craniana

computadorizada poderá revelar melhor tais processos, como detecção da

malformação, seqüelas de processos anóxicos-isquêmicos, áreas de

desmielinização, calcificações em focos encefálicos cicatriciais, entre os mais

comuns. A angiografia cerebral está indicada somente quando há suspeita de

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malformações vasculares ou de hematoma subdural que são causas

infreqüentes de PC. O eletroencefalograma-EEG pode ser solicitado levando

em conta a freqüência da epilepsia, para indicar medicação anticonvulsivante.

A radiologia simples do crânio pode facilitar o diagnóstico de microencefalia e

calcificações pós-infecciosas.

Lopes Schwartzman (1999) relata que o diagnóstico também inclui a

avaliação do desenvolvimento psicomotor da criança, que engloba o

conhecimento dos aspectos sócio-pessoais, a fim de que se possam

reconhecer os limites e potencialidades dessa população.

Os comprometimentos motores expressam-se em alterações do tono,

postura e movimento. Os prejuízos associados podem ser de ordem intelectual,

de linguagem, auditivos, visuais, dentre outros. Pode ocorrer, ainda,

comprometimento intelectual. Essas crianças também apresentam problemas

de caráter psicológico, devido às limitações impostas pela condição à proteção

que geralmente ocorre, e à difícil adaptação e integração sociais dessa

população.

Assim, o desenvolvimento biopsicossocial da criança implica numa série

de experiências que ela é capaz de vivenciar, as quais vão desde a percepção

do próprio corpo através dos órgãos dos sentidos, ao conhecimento e

exploração do ambiente onde vive.

1.4 Anatomia Patológica

Segundo Sheperd (apud Ferrareto, 1998) na paralisia cerebral, tanto nos

prematuros como nos recém-nascidos de termo, os mecanismos patológicos

incluem a necrose seletiva de neurônios e as lesões cerebrais de origem

hipóxico-isquêmicas, consistindo estas últimas na presença de necroses

cerebrais isquêmicas focais e multifocais. No prematuro, as lesões hipóxico-

isquêmicas típicas incluem as lesões de caráter hemorrágico e a leucomalácea

periventricular; no recém nascido de termo observam-se lesão cerebral

parassagital e estado mármore. Em quadros, casos mais graves de paralisia

cerebral, geralmente o recém-nascido é comatoso ou flácido com reflexos

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ausentes, bradicardia e hipotensão, necessita de ventilação assistida,

freqüentemente tem convulsões; pode ocorrer grande atrofia cerebral com

freqüentes formações de cavidades na substância branca.

Egas (apud Ferrareto, 2004) aborda que crianças com hemiplegia

freqüentemente apresentam atrofia do hemisfério cerebral contralateral, muitas

vezes combinada às áreas supridas pela artéria cerebral média, sugerindo a

probabilidade de oclusão arterial. Em casos moderados os recém nascidos

geralmente são hipotônicos, letárgicos, com reflexos exaltados e clônus. A

alimentação é comprometida. Pode ocorrer convulsões nas primeiras 24 horas

de vida. Em quadros e casos mais leves, os recém nascidos apresentam

alterações da consciência variando de letargia à irritabilidade e ciclos de sono

alterados. A aceitação alimentar é bem prejudicada, reflexos primitivos

geralmente são normais, com exceção do reflexo de Moro, não ocorrem

convulsões. O cérebro aparece macroscopicamente normal, apresenta redução

do peso, a substância branca é escassa.

1.5 Classificação

Segundo Casalis (apud Ramos, 2007) a classificação pelo tipo clínico é

dividida em:

a)Espástica ou piramidal:

É o tipo mais comum, estando sua incidência em torno de 75%. É

caracterizada por uma síndrome deficitária e de liberação piramidal com

exacerbação dos reflexos tendinosos profundos, clônus e sinal de Babinski. A

espasticidade que pode ser precedida de hipotonia, é a principal característica,

podendo atingir todo corpo, ou predominar em membros inferiores ou ainda em

um hemicorpo. Tônus muscular é entendido como o grau de tensão em um

grupo muscular, que pode ser sentido em uma palpação e quando o

alongamos ou o encurtamos passivamente. Quando o músculo mostra uma

resistência maior do que o esperado no movimento passivo, existe um aumento

do tônus muscular. Este aumento do tônus muscular é denominado espastico

quando a resistência é maior no inicio do arco de movimento e diminui

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rapidamente, fenômeno do canivete. Como a espasticidade predomina em

alguns grupos musculares e não em outros, o aparecimento de deformidades

articulares neste grupo de Paralisia Cerebral é comum.

b) Extrapiramidal ou discinética, coreatetóide, distônica:

É o segundo tipo de Paralisia Cerebral mas comum no nosso meio. Há

lesão situa-se nos núcleos da base. Caracteriza-se pela presença de

movimentos involuntários que surgem geralmente no decorrer do segundo ou

terceiro ano de vida, sendo precedidos por uma hipotonia axial. Pode estar

ligada à icterícia grave ou associada à asfixia. A fala é disártrica, o tono

muscular é variável, os movimentos anormais sempre aumentam durante a

movimentação voluntaria com estímulos sensoriais e emocionais e

desaparecem durante o sono. Neste tipo de PC as deformidades não ocorrem

ou são mais raras.

Todos os tipos de hipercinesias podem ser encontrados isolados ou

associados, entre os quais podemos citar:

Atetóides: movimentos presentes nas extremidades distais, lentos,

serpentiformes, parasitam o movimento involuntário.

Coréicos: presente nas raízes dos membros, rápidos, às vezes interferindo na

realização de um movimento voluntário.

Distônicos: movimentos que levam a distúrbios na postura, movimentos

atetóides mantidos, com posturas fixas que podem se modificar após algum

tempo.

É importante que o profissional que trate destas crianças saiba

diferenciar uma criança espástica grave de uma outra que tenha um quadro

distônico, em ambas as crianças, as deformidades parecerão fixas, porém

nestas ultimas serão devidas à movimentação involuntária, e poderá inverter a

deformidade após algum tempo ou após alguma medida terapêutica.

c) Atáxica

É um tipo clínico raro na Paralisia Cerebral. Trata-se de uma

incoordenação dos movimentos de origem cerebelar. É mais freqüente que

este tipo de PC venha associado a outro tipo clínico, como o espástico. O

diagnóstico de ataxia é difícil, já que a criança apresenta uma desordem

22

motora que dificulta os testes clássicos de avaliação da coordenação axial e

apendicular. Acomete o cerebelo e suas vias.

d) Misto

Representa a combinação das formas anteriores. Sendo assim, existem

tipos como PC espástico com componente coreatetóide, PC coreatetóide com

componente espástico, PC atáxico com componente espástico, entre outros.

Para classificá-la colocamos o tipo de PC que predomina em primeiro

lugar e o componente será o tipo de PC que compromete o paciente em menor

grau.

Existe um outro tipo, o flácido que é pouco freqüente e é a forma mais

grave, com comprometimento motor intenso, hipotonia severa e inteligência

bastante rebaixada. É muito importante fazer diagnóstico diferencial com

amiotrofias espinais progressivas. Nestas geralmente não há comprometimento

cognitivo.

Segundo Casalis (apud Ramos, 2007) a classificação anatômica é

dividida em:

a) Tetraparesia (9 a 43%):

Prejuízo motor dos membros inferiores é igual ou menor do que dos

membros superiores. É a forma mais grave.

As manifestações clínicas podem ser observadas ao nascimento

acentuando-se à medida que a criança vai se desenvolvendo. Às vezes a

espasticidade é precedida de hipotonia axial. A hipertonia é nítida no final do

primeiro ano, predominando nos grupos musculares extensores e adutores dos

membros inferiores e grupos flexores dos membros superiores. Há persistência

de reflexos primitivos, reflexos profundos exaltados, clônus, babinski. A maioria

destas crianças apresenta também sinais da síndrome pseudobulbar com

dificuldade para fonação e deglutição. Uma causa freqüente é o insulto

hipóxico-isquêmico.

b) Diparesia(10 a 35%):

O comprometimento dos membros inferiores (espasticidade da

musculatura extensora e adutora) é maior do que dos membros superiores. Há

23

RDNPM e a deficiência se evidencia no final do segundo semestre, quando a

criança faz bom uso dos membros superiores, porem não se mantém em pé.

Este tipo é mais comum nos prematuros devido à anatomia da lesão.

c) Hemiparesia(25 a 40%):

Apenas um hemicorpo é comprometido. Evidencia quando a criança

começa a manipular objetos (4 a 5 meses). Geralmente afeta mais o membro

superior. O pé é geralmente equinovaro. A fala pode ser normal ou ter distúrbio

de articulação e ritmo. É comum a tendência à negligência ou uma certa

desatenção com esse hemicorpo, piorando o desempenho motor. A

classificação por severidade do comprometimento motor, isto é leve, moderado

e severo ou grave, é geralmente usada uma combinação com a classificação

anatômica e a clínica.

1.6 Padrão postural

Segundo Ramos e Casalis (2007) o padrão postural se divide em:

a) Diplegia

Pode ser definido como uma paralisia em que todo o corpo é afetado,

mais os membros inferiores são mais acometidos que os membros superiores.

As crianças geralmente têm um bom controle de cabeça e um

comprometimento moderado a leve dos membros superiores. A fala geralmente

não é afetada. Todas as crianças diplégicas pertencem ao grupo espástico. O

estrabismo esta presente em um certo número de crianças. Bom prognóstico

funcional de MMSS, bom prognóstico de marcha (aquisição), as aquisições

motoras são mais precoces, principalmente quando estimuladas antes.

b) Quadriplegia

Pode ser definido como uma paralisia em que todo o corpo é afetado,

acometimento simétrico e equivalente dos 4 membros (40% dos casos-

principalmente perinatal). Existe uma considerável diferença no comprimento

dos dois lados do corpo da criança, resultando numa pronunciada assimetria

24

da postura e movimento. O controle da cabeça é deficiente e existe

comprometimento da fala e coordenação ocular. Muitos dos casos resultam de

isquemia hipóxica, aquisições motoras em idades tardias quando ocorrem.

Prognóstico de reabilitação limitado.

c) Hemiplegia

Pode ser definido como uma paralisia em que somente um dos lados do

corpo é comprometido em conseqüência de lesão cerebral contralateral, atinge

25% dos casos. O membro superior é mais comprometido que o inferior. Estes

casos em geral são devidos a alterações vasculares. Apresenta bom

prognóstico funcional

d) Monoplegia

Pode ser definido como uma paralisia em que há presença de paralisia

isolada de um só membro do corpo, músculo ou grupo muscular, acomete só

um braço, ou menos freqüente só uma perna. Normalmente tornam-se

hemiplégicas. Em geral a desordem motora é a espasticidade. É uma condição

rara.

e) Paraplegia

As alterações observadas estão restritas aos membros inferiores. Uma

descrição precisa é extremamente importante, pois se a criança tem uma

paraplegia verdadeira, PC não é mais um diagnóstico de escolha, deve ser

considerado lesão medular ou paraplegia espástica hereditária.

f) Triplegia

Há o envolvimento predominante de três membros, geralmente as duas

pernas e um braço; a espasticidade é desordem motora mais freqüente.

1.7 Tônus muscular

Todos os tipo de PC tem tono muscular alterado. O tono é examinado

25

pela movimentação passiva dos segmentos de um membro, testando-se a

resistência que os músculos oferecem ao estiramento passivo. Baixo tônus

muscular (flacidez ou hipotonia) ou ter músculos duros (rigidez).

26

CAPÍTULO II

AS ORIGENS DO PILATES

2 HISTÓRICO

Segundo Trevor Blount e Eleanor Mckenzie (2005) o método foi criado

na década de 20 e recebeu esse nome devido a seu criador o alemão Joseph

Hubertus Pilates. Sua criação e o triunfo do método estão diretamente ligados

à vida de seu criador. Asmático e frágil na infância, Hubertus Pilates trabalhou

tanto o condicionamento físico que, na adolescência, tornou-se ginasta,

esquiador, mergulhador, boxeador e artista de circo. Em 1914, com a I Guerra

Mundial, Pilates foi mandado para o exílio em uma ilha da Inglaterra, onde

começou a trabalhar com mutilados. Foi durante esse período que iniciou o uso

de molas nas camas de hospital, desenvolvendo um sistema que,

posteriormente, inspiraria a criação dos equipamentos. Em 1923, Pilates

mudou para Nova Iorque, onde abriu o primeiro estúdio. Com o passar do

tempo, os 34 exercícios criados por ele evoluíram, mas sem deixar de lado o

foco no fortalecimento e alongamento do corpo, essencial ao treino.

Segundo Collen Craig (2005) No inicio Pilates chamou-o de Contrologia,

mais agora é mais conhecido como Pilates. Ele o definiu Contrologia, como a

coordenação completa do corpo, da mente e do espírito. É nesse aspecto que

ela difere das outras modalidades contemporâneas de exercício físico, como a

aeróbica, já que tem por objetivo o caráter holístico em sua abordagem da boa

forma física.

Segundo Trevor Blount e Eleanor Mckenzie (2005) O método Pilates

beneficia a saúde ao aumentar a resistência física e mental, a mobilidade

articular e a capacidade metabólica, melhorar o controle corporal, a

coordenação motora, a flexibilidade e o tônus muscular, alem de aliviar as

tensões.

27

2.1 A vida de Joseph Pilates

Segundo Trevor Blount e Eleanor Mckenzie (2006) Joseph pilates

nasceu na Alemanha em 1880. Em sua infância sofria de asma, raquitismo e

febre reumática, doenças estas que o levaram a praticar esportes como forma

de desenvolver força física para superá-las.

Ao mesmo tempo tornou-se um aficionado em fisiologia humana,

sobretudo pela musculatura do corpo. Estudou isso em concomitância com as

modalidades de exercícios praticados no oriente, como a yoga. Foi a

combinação de todos esses interesses que o levaram a conceber a contrologia.

Segundo Collen Craig (2005) Em 1912, Joseph Pilates mudou-se para a

Inglaterra. Com a deflagração da guerra entre a Grã-Bretanha e a Alemanha

em 1914, tornou-se prisioneiro acompanhado de outros compatriotas que

viviam na Inglaterra na época.

Enquanto esteve confinado no campo de prisioneiros concebeu

exercícios para manter sua saúde e também a de seus companheiros de

cárcere. Utilizava camas e outras peças de mobiliário para construir os

protótipos dos equipamentos vistos nos estúdios de Pilates até hoje.

Ao ser libertado do campo, no fim da guerra, retornou a Alemanha onde

continuou a desenvolver seu método. Nessa época conheceu Rudolph Von

Laban, o criador da notação de dança chamada Labanotação. Von Laban

incluiu alguns dos exercícios de Joseph Pilates em seus ensinamentos.

Suas técnicas não só atraíram dançarinos, mas também a força policial

de Hamburgo, que ele treinou por algum tempo.

Em 1926, recebeu uma ordem para treinar o novo exército alemão. Essa

ordem o levou a deixar a Alemanha e partir para os Estados Unidos.

Em sua viagem para os Estados Unidos conheceu a enfermeira Clara

sua futura esposa, com quem passou a viagem conversando sobre saúde e a

importância de manter o corpo saudável. Ao final da viagem, decidiram então

abrir juntos um estúdio.

Assim como na Alemanha, Pilates atraiu muito dos dançarinos de elite,

porque seu método de exercícios complementava o treinamento tradicional que

28

recebiam. Em pouco tempo atores, atrizes, esportistas, bem como membros da

alta sociedade, corriam para o estúdio de Pilates para aprender seu método

único de alongar o corpo sem definir os músculos.

Atualmente, o Pilates tornou-se popular em todo o mundo. É praticado

por pessoas com as mais diversas formações, embora ainda tenha um apelo

particular para dançarinos, atores e outros artistas que trabalham com o corpo.

Essas pessoas usam o Pilates como parte de seu treinamento

profissional, em vez de apenas utilizá-lo como um meio de manter a boa forma

física. A filosofia da boa forma física divulgada por Pilates tem algo a oferecer a

todos não importando a idade ou a habilidade física, em particular aqueles que

desejam desenvolver força e tônus sem definir os músculos.

2.2 Pilates e sua filosofia da boa forma física

Segundo Collen Craig (2005) Um aspecto fundamental na filosofia de

Pilates era a idéia de que os componentes da civilização prejudicavam a boa

forma física. Ele acreditava que o estilo de vida moderno causava doenças

relacionadas ao estresse, com telefones, carros, pressão econômica e poluição

ambiental, todos gerando esgotamento físico e mental. Mais adiante, Pilates

declarou que esse estresse seria tão esmagador que era provável encontrar

em cada um dos lares ao menos uma pessoa sofrendo desse mal. Suas teorias

demonstraram que ele estava à frente de seu tempo, e foram agora

extensamente provadas.

Para aliviar os efeitos do estresse diário, pilates acreditava que as

pessoas precisavam de uma reserva de energia, de modo que isso lhes

permitisse tomar parte em diversas formas de atividade recreacional, de

preferência ao ar livre.

Pilates também acreditava que as pessoas entravam num ciclo de

estresse e tensão que se tornava difícil de romper. Apesar disso, segundo

Pilates, os níveis de tensão sofridos por muitas pessoas significavam que elas

não tinham as reservas de energia necessárias para fazer frente às mudanças

de ambiente, portanto, em vez de se sentirem revitalizadas, ficavam ainda mais

29

estressadas. Essa salientava, não era uma resposta natural, mas uma resposta

induzida pelas pressões do cotidiano da vida moderna. De acordo com Collen

Craig (2005) Atualmente há inúmeros artigos sobre o desgaste causado por um

período de descanso e a incapacidade de algumas pessoas para relaxar

enquanto estão afastadas de um ambiente família.

Durante um período de descanso, as tensões trazidas pelo convívio com

a família, ou pelos relacionamentos, tendem a crescer, já que deu uma hora

para outra as pessoas se vêem juntas, num ambiente estranho por dias e

semanas.

De acordo com Collen Craig (2005) Para responder com naturalidade à

vida, assim como as mudanças e ao desgaste envolvido nesse processo,

Pilates reconhecia que precisamos estar com a mente e o corpo em forma. É

menos provável que os traumas e a tensão afetem as pessoas cuja a mente e

o corpo estejam bem e que tenham consciência daquilo que podem fazer para

compensar os efeitos negativos dos acontecimentos estressantes. A boa forma

física consiste num atributo vantajoso ao enfrentar o estresse. Com freqüência,

as pessoas cansadas reagem a acontecimentos estressantes causando a si

mesmas mais estresse. A fadiga física causa grandes danos à agilidade

mental, prejudicando o seu bom funcionamento. A relação entre fadiga física e

mental é inquestionável.

Em seu livro return to life through contrology (volte à vida pela

contrologia), Pilates explica que a boa forma física consiste na consecução e

na manutenção de um corpo desenvolvido de maneira uniforme, aliado a uma

mente sadia, capaz de realizar de modo natural e satisfatório as diversas

atividades diárias com grande prazer e entusiasmo. Para se competir no

mundo moderno é preciso estar em forma, e para isso é preciso tomar uma

atitude com relação aos corpos e, no caso de Pilates, as mentes. Por sua vez,

a melhoria na saúde de ambos atingirá o espírito.

2.3 A essência do Pilates

De acordo com Eleanor Mckenzie e Trevor Blount (2005) O que

30

distingue o Pilates de outras modalidades de exercício são sua abordagem

holística e seu treinamento, que combina corpo e mente como o objetivo de

alcançar o alinhamento postural correto. O Pilates considera todos os

segmentos corporais em harmonia, em vez de visar apenas às áreas com

problemas. Ao praticar o pilates, também não se pode esquecer que o

processo importa mais que o resultado

o objetivo não é alcançar um corpo

que se encaixe nos padrões culturais, mais antes, um corpo cujo alinhamento

seja natural.

O corpo é uma veste sagrada. Sua primeira e última veste, na qual

você entra e sai da vida; por isso deve ser honrado( COLLEN CRAIG

apud MARTHA GRAHAM, 2005, P.41)

Segundo Blount (2005) os elementos chave no Pilates são:

a) alongamento dos músculos encurtados e fortalecimento dos

músculos enfraquecidos;

b) melhorar da qualidade dos movimentos;

c) enfoque nos músculos posturais centrais para estabilizar o corpo;

d) trabalho da respiração de maneira correta;

e) controle de até mesmo os menores movimentos;

f) entendimento e melhora da boa mecânica do corpo;

g) relaxamento

2.4 Princípios básicos do Pilates

De acordo com Collen Craig (2005) são nove os princípios pelos quais o

método pilates é organizado e executado.

O primeiro é a concentração, uma consciência sinestésica que permite a

concentração da mente naquilo que o corpo esta fazendo. Você precisa criar

um espaço para atingir esse nível de concentração, usando a mente para

reeducar os músculos, e estar de corpo totalmente presente em todos os

movimentos do exercício. A concentração traz controle e coordenação

neuromuscular, que garantem movimentos seguros.

31

O controle é adquirido pela centragem. Joseph Pilates refere-se a isso

como um exercício de força interior ou cinturão de força . Todos os

movimentos originam-se de fora para dentro. Estabilizando desde os mais

profundos e pequenos músculos interiores, e dos mais superficiais aos mais

profundos músculos abdominais.

Na prática de exercício, é usada a respiração diafragmática e o

movimento se inicia com a respiração. Respirar fundo expande o corpo e ajuda

a reorganizar o alinhamento postural do sistema esquelético.

Os princípios de Leveza e Precisão abrem as portas para um movimento

holístico, bonito de ver e fazer. Finalmente, quando tivermos dominado os

exercícios, um movimento naturalmente levará ao outro e teremos um

movimento lento e gracioso que é, ao mesmo tempo, eficaz e preciso.

Somente quando estiver pronto o movimento, sua intensidade

adicionada à resistência permitirá que a força seja desenvolvida.

O relaxamento é a chave para a saúde e a cura da mente do corpo. Uma

mente e um corpo que sabem relaxar é um conjunto que não ficara exausto.

Esses nove princípios básicos de Pilates são usados no método, pilates com a

bola.

De acordo com Tongu o Pilates corrige a postura, aumenta à resistência

física e mental, melhora a coordenação motora, aumenta a flexibilidade, alivia

as tensões, trabalha a respiração e promove o relaxamento.

2.5 A bola certa para voce

O exercício com a bola pode incentivar os mais entusiasmados ou os

mais preguiçosos, exercitando as partes superiores e inferiores do

corpo, umas mais que outras, ou todas por igual... e também é capaz

de proporcionar tanto o exercício mais intenso quanto o relaxamento

mais suave.( COLLEN CRAIG apud GALENO, 2005, P.7)

A história da bola de exercício.

32

Segundo Collen Craig (2005) Foi denominada bola suíça por

terapeutas da América do Norte, que a viram ser usada em 1960 na Suíça.

Essas bolas, de 55 ou 65 cm de diâmetro, eram inicialmente usadas na

Europa, no tratamento de problemas ortopédicos, para aumentar a consciência

somática e encorajar o desenvolvimento neurológico pediátrico.

A bola de exercício é leve, portátil, durável e barata. Ao contrario de

qualquer outro equipamento, a bola é uma superfície móvel de apoio. Opondo

a gravidade do seu corpo contra uma bola requer equilíbrio, revigoração e força

de alguns músculos.

Com a bola suíça estabilizam-se os músculos e trabalha camadas mais

profundas de uma maneira mais eficaz, trabalhando-se todos os músculos.

Ao mesmo tempo em que esta fortalecendo o corpo, a bola de exercício

aumenta a propriocepção - consciência de como o corpo se movimenta no

espaço. A bola ajuda a concentrar atenção, em perceber e interpretar estímulos

e sensações do mundo. É desse modo que a bola é usada para recuperar

habilidades motoras, elevar a percepção sensorial e intensificar o desempenho

atlético. Aumentando a velocidade do exercício e diminuindo a superfície de

apoio, o desafio também aumenta.

De acordo com Collen Craig (2005) A bola dá a capacidade de praticar o

exercício com graça e segurança. A fisioterapeuta e pioneira em exercícios

com a bola Joanne Posner Mayer explica, que indivíduos com pouco equilíbrio

temem ou evitam atividades que exigem muito equilíbrio ou desafio, criando um

ciclo vicioso em que o medo leva a uma vida cada vez mais hipoativa.

A bola é fantástica para aliviar os estresse e alongar. Massagistas e

outros profissionais de atividade física usam bolas grandes e pequenas para

ensinar aos clientes como alongar áreas com problemas e liberar tensões

danosas.

As bolas de exercício são de baixo custo e estão disponíveis na maioria

das lojas de artigos esportivos. Nem todas são iguais. Tem a Fitball (bola de

fitness), as peroladas ou pretas que tem superfície excelente e não são

escorregadias, alem de não estourarem. Se você acidentalmente derrubar um

objeto cortante em cima delas, elas não estouraram, mais irão murchar

gradativamente. As fitballs têm um aroma agradável de baunilha e não aquele

cheiro forte de vinil. Suportam ate 500kg em uso normal.

33

O tamanho certo da bola é tema de debate entre professores, e depende

do método de exercício que esta sendo usado. Para o exercício baseado em

Pilates, uma bola de 55 cm é perfeita, a menos que você seja muito alto e forte.

Essa bola é maior e mais pesada. A regra geral é que a pessoa, quando se

senta na bola, deve ter os quadris e os joelhos curvados a 90 graus. Isso

normalmente se traduz por uma bola de 55 cm para pessoas de 1,52 a 1,77 m

e de 65 cm para as de 1,78 a 1,89 m.

As bolas são cheias de acordo com seu diâmetro e não com a pressão

atmosférica. A medida de uma jarda (uma jarda=0,32 m) ajudará você a encher

até o diâmetro máximo (fora do chão).

Segundo Collen algumas precauções simples ajudarão a manter a bola

em bom estado como:

a) Não usar a bola fora de casa e não deixar que crianças ou

animais a usem;

b) Manter a sua bola longe da exposição direta dos raios solares e

as fontes de calor;

c) As bolas são fáceis de serem limpadas.

Pilates com a Bola é incrível, parece que você esta se exercitando em

um colchão d´agua.(COLLEN CRAIG, 2005, prefacio)

2.6 Padrões de respiração

Segundo Collen e Tongu o corpo pode usar a respiração para relaxar ou

para estimular o metabolismo.

Blount e Mckenzie (2006) relatam que quando inalamos, o oxigênio é

aspirado para os pulmões e deles parte para a corrente sangüínea, que o

distribui para o resto do corpo. Qualquer fato que impeça a quantidade ou

qualidade do oxigênio inalado reduz quantidade de oxigênio que entra no

sangue, e assim prejudica a saúde de todas as células. O aumento no

suprimento de sangue o deixará mais tranqüilo e melhorará a função cerebral,

a circulação do sangue e a coordenação física. Por esse motivo que a

34

respiração é fundamental ao Pilates, já que se concentra no relaxamento, na

mente e na coordenação.

Respirar consiste em uma das poucas funções do corpo que é ao

mesmo tempo automática e involuntária.

Segundo Collen Craig (2005) Respirar corretamente nutre o corpo e

elimina toxinas. Na inspiração, o oxigênio passa pelas células, purifica a

circulação sangüínea e alimenta os músculos, na expiração, os gases que

estavam estocados são liberados. A respiração quando correta, é uma força

poderosa para aliviar a tensão nervosa, melhorar a concentração e controlar

diretamente os níveis de energia.

Como qualquer outro músculo do corpo, os músculos respiratórios

podem não ser tonificados. Em Pilates com a bola, a respiração é o princípio

mais importante. A respiração é o começo do exercício e há um padrão de

respiração que acompanha cada exercício. Esses padrões são flexíveis e

podem ser alterados de acordo com as necessidades e limitações de cada

pessoa.

A regra geral é inspirar para preparar e expirar para fazer. É obrigatório

se empenhar na respiração natural e não na forçada ou controlada, acima de

tudo não pode prender a respiração.

Os padrões de respiração de Pilates são uma terapia: tem que se

diminuir o ritmo da respiração, aumentar sua profundidade e unir a respiração

ao movimento.

A respiração deve ser a mais completa possível. O que importa é tirar o

esforço da respiração: reduzir o trabalho dos músculos respiratórios e não

aumentá-los. Geralmente, as pessoas se esforçam muito no começo e forçam

a inspiração, ficando com tontura, mais isso tende a desaparecer com a

prática.

Os padrões de respiração nos ajudam a ir de um movimento a outro.

Pilates com a bola é um exercício cuidadoso, em que se move o corpo de uma

maneira muito específica. A união da respiração com o movimento pode ser

difícil a princípio, no entanto, tem que continuar, sem forçar. Essa respiração

coreografada ajuda a relaxar os músculos, alivia a tensão, utiliza a mente e o

corpo e nos impede de prender a respiração.

Exercícios de respiração

35

A respiração torácica ou respiração com a caixa torácica

Leva tempo para ser dominada e não pode desanimar e desistir se não

conseguir dominar a respiração pela primeira vez.

Lembre como Joseph Pilates usou a extensão da expiração para obter a

inspiração.

Na inspiração torácica será percebido como a respiração pode ser

direcionada para diferentes partes do corpo. A bola isola a parte frontal do

corpo, ajudando a sentir a diferença entre a respiração abdominal e a

respiração torácica. A pessoa tem que visualizar a coluna sendo estendida em

duas direções opostas: a partir do cóccix e acima de cada vértebra até a

cabeça. Depois tem que tentar fazer uma pequena pressão com as mãos em

cima da bola, para dar um pouco de resistência aos músculos respiratórios, é

importante manter as narinas abertas e relaxadas, inspirar pelo nariz e expirar

pela boca com o maxilar relaxado.

O objetivo da respiração é direcionar a respiração para diferentes

lugares do corpo, e para isso acontecer é preciso: manter o corpo solto e

relaxado, inspirar pelo nariz e expirar pela boca, não mover a bola, porque se

isso acontecer o exercício não será efetuado com sucesso.

Respiração torácica

Segundo Collen Craig (2005) A posição de concha ou feto é a posição

perfeita para direcionar a respiração para todos os espaços costais, afastando

as escápulas. Com essa posição será feito um ótimo alongamento no osso

sacro, nas colunas lombares e torácicas. Para se ter um alongamento dos

braços e o pescoço, é preciso estender os braços na bola.

Os pontos-chaves desse exercício são:

a) Concentrar em mandar a respiração para a caixa torácica sem tensionar

qualquer parte do corpo. Se o alongamento na posição de concha for muito

difícil, é preciso afastar as pernas, e colocar a bola entre elas e abraçá-las.

Sempre respirando devagar e profundamente.

Respiração lateral

36

Segundo Collen Craig (2005) A proposta é direcionar a respiração para

dentro da caixa torácica, para isso é preciso deitar com o lado direito sobre a

bola pressioná-lo contra a bola, assim o ar é forçado a ir para o lado esquerdo

da caixa torácica, e concomitantemente o lado esquerdo do corpo será

alongado.

O exercício para respiração lateral é realizado da seguinte maneira:

Primeiramente é preciso ajoelhar, fazendo com que o lado direito fique

perto da bola, depois manter o joelho direito flexionado, contraindo a pêra

esquerda para o lado, colocando as mãos na bola.

Em seguida, cuidadosamente tem que colocar o peso do corpo para o

lado direito, relaxando-o sobre a bola, e colocando o braço esquerdo estendido

sobre a cabeça, depois é preciso inspirar para o lado esquerdo da caixa

torácica e expirar, e lentamente depois de realizada essa respiração sair do

alongamento.

Faça esse exercício da mesma maneira do lado esquerdo.

Respiração tridimensional com a bola

De acordo com Collen Craig (2005) O diafragma é uma parede muscular

em forma de cúpula entre o peito e o abdome, é o primeiro músculo da

respiração, desenvolvido não apenas para se mover para cima e para baixo,

mas também para os lados. É preciso usar a bola como instrumento para

ajudar a levar a respiração para a caixa torácica. Não pode forçar a inspiração,

a expiração completa criará um vácuo fazendo com que o ar seja puxado

naturalmente pelos pulmões, independentemente do que faça, não é permitido

bloquear a respiração.

Respiração - O segredo da disposição

Collen Craig (2005) diz que respirar é liberar qualquer esforço ou

pressão, e isso é tão importante para o exercício quanto para o dia a dia. É

necessário aprender a liberar a tensão e acalmar a mente para que o estresse

diário não seja somatizado. Assim como maus hábitos de respiração tornam-se

um estado permanente, nossos corpos podem estar constantemente agitados,

37

na luta pela sobrevivência, como resposta ao estresse moderno. Nossa saúde

depende de como aliviamos e recarregamos nosso corpo.

Em Pilates com a bola o objetivo não é sobrecarregar o corpo, e sim

relaxá-lo dentro do exercício. Sobrecarregar o corpo pode causar lesões e

exaustão, diminuição dos resultados e rigidez do corpo e da mente.

Exatamente por isso que foi criado posições de relaxamento dentro do

exercício (descansos).

Os três descansos são posições transilionais-chaves usadas durante o

exercício de Pilates com a Bola, que podem ser empregados para relaxar, ou

como, posições tranqüilas para praticar a respiração. Essas posições e todas

as transições são tão importantes quanto o próprio exercício. É importante

ressaltar que o descanso não é a oportunidade para cair exausto no colchonete

e sim a chance de liberar a tensão muscular e permitir que as articulações

sejam aliviadas enquanto permanecem no alinhamento correto, bem como de

se concentrar no próximo movimento.

a) Descanso um

Tem como objetivo relaxar o corpo e a mente. Primeiramente é preciso

deitar de costas com a perna para cima e colocar a bola embaixo do joelho

liberando a tensão da coluna lombar, se necessário usar um travesseiro para

ficar mais confortável, logo em seguida, fechar os olhos. Nunca esquecendo da

respiração, deixando ela trabalhar para aliviar os traumas do dia, respirando

devagar e profundamente.

b) Descanso dois

Tem como objetivo aliviar a tensão na coluna lombar e adutor e também

alongar a parte superior da coxa (isquiotibiais). Segundo Collen Craig (2005)

Essa é uma variação da posição do banquinho da Yoga, e também uma

ligação entre um movimento e outro.

Primeiramente é preciso deitar de costas no colchonete e levar os

joelhos até o queixo e posicionar a bola entre as pernas ou entre os joelhos,

segurando-a fazendo o menor esforço possível, mantendo a coluna cervical

estendida e a coluna lombar relaxada.

38

Logo em seguida tem que se inspirar e depois expirar lentamente

puxando a bola, abaixando um pouco mais os joelhos.Inclinando de um lado

para o outro, aproximando os joelhos, levantando um pouco a cabeça e depois

abaixando.

c) Descanso três

Tem como objetivo relaxar o corpo e a mente, deixando a gravidade

alongar naturalmente o pescoço e a coluna.

Segundo Collen Craig (2005) Essa posição de relaxamento é diferente

das duas anteriores. A pessoa não conseguirá ficar por muito tempo, ainda

mais se estiver se balançando (não faça de estomago cheio). A maioria das

pessoas adora essa posição: ela não só estende a coluna cervical como

também relaxa os músculos do pescoço, dando uma sensação de conforto e

segurança.

Primeiramente é preciso ajoelhar por trás da bola e, com cuidado, deitar

de frente sobre ela, depois fazendo movimentos curtos, rolando ela, colocando

as mãos no colchonete, e mantendo-as afastadas. Os polegares dos pés

devem estar no colchonete, em seguida, têm que aumentar a tensão no

alongamento a ponto de a cabeça ficar a cerca de 2 cm do chão, fazendo com

que assim a pessoa sinta a coluna relaxar. Por ultimo é preciso respirar

expandindo a caixa torácica (afastando as escápulas).

Leva algum tempo para dominar a respiração com a caixa torácica,

mais os resultados valem o esforço (Collen Craig,2005)

2.7 Exercícios posturais

Realize seu exercício com o mínimo de esforço e o máximo de prazer

(COLLEN CRAIG, 2004, P.138)

Segundo Collen Craig(2005) exercícios posturais são praticados

enquanto estamos sentados na bola. Sentado na bola, alinha o corpo natural e

39

suavemente, e faz uma pressão mínima. O primeiro exercício ajuda a localizar

a posição da pélvis neutra.

Um espelho pode ser útil para praticar esse exercício, pois dá a certeza

de que a pélvis esta inclinada para a frente ou para trás, enquanto se realiza

inclinações pélvicas, poderá ser tirada da posição neutra. Às vezes, mover a

pélvis para frente ou para trás ajuda muitos alunos, a localizar a posição da

pélvis neutra.

Tem que se tomar cuidado com a posição da caixa torácica nesses

exercícios tem que tentar não deixar que a caixa torácica suba ou desça muito

rápido. Um ponto importante: é que a postura ideal, quando se está deitado no

colchonete, ou sentado na bola, é aquela em que se está apoiado pela ligação

abdominal. Para se exercitar os músculos posturais é preciso tentar praticar

esse exercício simples, entrelaçando os dedos sobre a cabeça, enquanto a

levanta e impedindo esse movimento com as mãos. Esse pequeno movimento

ajudará a ativar os músculos profundos, os quais estão perto da coluna

vertebral. Esses pequenos e profundos músculos posturais mantêm a coluna

ereta.

a) Sentar

De acordo com Collen (2005) Sentar na bola é um trabalho ativo, e bem

melhor para a coluna e saúde em geral, do que sentar em uma cadeira, ao

sentar na bola, os joelhos e os quadris devem estar flexionados a 90 graus,

fazendo com que os pés não fiquem muito próximos da bola, eles devem ter a

distância do quadril para criar uma base forte de apoio.

O objetivo desse exercício é encontrar a melhor postura, conseguir

mobilidade na coluna e identificar a pélvis neutra.

Primeiramente é preciso sentar no centro da bola, observando se os

joelhos estão alinhados com os tornozelos, as pernas, paralelas e separadas

pela distância dos quadris. Os pés devem estar firmemente posicionados e os

polegares, relaxados. Depois manter o queixo reto, posicionando o abdome

para frente e para trás.

Movimento1: Sentado na bola, primeiro relaxe os ombros, deixando as pontas

dos dedos relaxadas no chão, fazendo com que o peso do corpo fique sobre a

bola, depois alongar o máximo que puder, e verificar se a postura no espelho

40

está correta. Fique nessa posição por alguns minutos, respirando devagar e

profundamente.

Movimento 2: Inclinação da pélvis

Primeiro é preciso sentar no centro da bola, com os joelhos alinhados

com os tornozelos. As pernas paralelas e separadas pela distância dos quadris.

Os pés firmemente posicionados e os dedos, relaxados, mantendo o queixo

reto, depois com os pés firmemente posicionados, colocar o cóccix para frente

e deixar a bola rolar suavemente. Retornando a pélvis neutra, puxando o cóccix

para trás e rolando a bola para trás, repetindo esse movimento de 4 a 6 vezes.

b) Saltar

O objetivo desse exercício é treinar e melhorar a resistência dos

músculos posturais.

De acordo com Collen Craig (2005) O salto pode ser executado na

posição sentada, colocando uma cadeira para ajudar se a pessoa estiver com

medo de perder o equilíbrio, tem que se saltar tanto vigorosa quanto

confortavelmente. O movimento de Saltar alinha a coluna em sua posição mais

eficaz, e melhora a resistência dos músculos posturais. É importante ressaltar

que não pode flexionar ou girar a coluna enquanto estiver saltando, o salto

encolhe os ombros.

Para começar o exercício tem que se sentar no centro da bola, com os

joelhos alinhados aos tornozelos, as pernas paralelas e separadas pela

distância dos quadris, os pés, firmemente posicionados e os dedos, relaxados.

Mantendo o queixo reto e movimentando o umbigo para frente e para trás.

Movimento: Pequeno salto

Comece pressionando os pés no chão ativando os músculos da coxa, e

depois salte vigorosa e confortavelmente, relaxando e respirando enquanto

salta. Quando parar de saltar, é preciso sentar e verificar os pés e tornozelos,

usando um espelho ou os dedos para ver se está com a coluna neutra, haverá

uma curva na coluna lombar, mas não exagerada, o pescoço estará ereto e

relaxado, as orelhas estarão alinhadas na linha do ombro.

c) Alongando a coluna em flexão do tronco

41

Segundo Collen (2005) Isso é uma descontração altamente controlada

da coluna com máxima conexão ao abdominal, e não uma flexão do tronco

descontrolada, a cabeça se movimenta primeiro: continuando até o final da

coluna. A coluna alongada para frente também é um exercício de respiração. É

preciso fazer com que todo o ar saia do pulmão na expiração, inspirando com a

caixa torácica, não pode deixar a bola rolar.

O objetivo desse exercício é alongar a coluna e combinar a respiração

com o movimento.

Primeiramente é preciso sentar de forma ereta na bola - pélvis neutra,

puxando o abdome para a parte posterior da coluna, inspirando para alongar e

expirando para abaixar o queixo, afundando o esterno e curvando uma vértebra

de cada vez. Novamente é preciso inspirar fundo para encher a parte posterior

da caixa torácica, expirando empurrando as vértebras, depois fazer cinco

alongamentos da coluna, combinando o movimento com a respiração.

d) Serrote

De acordo com Collen (2005) Esse é um exercício postural que utiliza

rotação para ativar os pequenos músculos da coluna. Quando o serrote é feito

em cima da bola, torna-se muito mais eficaz, pois se tiver uma má postura ou

relaxar o abdome, a bola irá escapar.

O objetivo desse exercício é recuperar e manter a boa postura.

Os ossos dos quadris devem permanecer no centro da bola, mantendo

os ísquios posicionados firmemente na bola, não deixando que os braços

fiquem atrás do tronco, conservando os ombros para baixo. Para realizar o

exercício é preciso sentar de forma ereta nos ísquios, com as pernas

separadas pelo comprimento do quadril e os pés paralelos na linha do joelho,

Abrindo os braços para os lados, inspirando e rotando para a direita e

expirando e conduzindo o braço esquerdo diagonalmente sobre a perna direita,

colocando a mão esquerda em cima, e alinhada com o seu dedinho do pé

direito, deixando a cabeça seguir o braço. Ela deve estar alinhada com a

coluna. Depois tem que se inspirar e girar uma vértebra de cada vez, numa

posição de rotação, novamente expirar, rotacionando de volta ao centro,

repetindo 3 vezes para cada lado.

e) Serrote com alongamento do tríceps sural

42

Primeiro para realizar esse exercício inspire e rotacione para a direita,

expire e estenda a perna, pressionando o calcanhar no chão, levantando os

dedos e estendendo-os diagonalmente em cima do seu dedo mínimo direito,

depois inspirar novamente voltando devagar para a posição de rotação.

colocando o pé de volta no lugar.

Expire novamente rotacionando de volta ao centro.

f) Contração

O objetivo desse exercício é rolar a bola na coluna e manter o abdome

contraído.

Segundo Collen (2005) usa-se a força abdominal para estabilizar e

flexionar o tronco, depois simplesmente rola-se para trás dos ísquios,

mantendo uma curva C no abdome. A bola rolará um pouco para frente com

esse exercício.

Primeiramente tem que se sentar com os ísquios no centro da bola

(pélvis neutra), os pés devem estar afastados pelo comprimento do quadril e

firmemente apoiados, depois segurar os cotovelos, posicionando os braços

embaixo da caixa torácica, inspirando para alongar, e expirando e rolando

suavemente, deixando os ísquios embaixo do corpo. Inspirando novamente e

permanecendo nessa posição. Expire novamente para atenuar a curva do

abdome e flexionar o tronco sobre as pernas. Inspire novamente para voltar à

posição inicial (pélvis neutra).

g) BODYSPHERES - Deslocamento lateral dos glúteos

De acordo com Collen Craig(2005) Mari Naumovski explora o exercício

com bolas desde 1988, quando as descobriu durante um curso de

movimento em Nova York. O deslocamento lateral dos glúteos inicia-se na

área pélvica, especificamente nos ísquios. Naumovski diz que esse exercício

mostra como a área pélvica é o centro de massa, no qual uma parte corporal

se apóia para obter um movimento bem executado. Primeiro tem que se sentar

no centro da bola (pélvis neutra), inspirar para preparar; expirar posicionando a

pélvis a direita, inspirar para voltar ao centro, expirar posicionando a pélvis a

esquerda, depois posicionar a pélvis mais para a direita até alcançar a parte

lateral do quadril esquerdo, os pés irão rotar e o corpo todo irá para esquerda.

43

Para não cair, colocar as duas mãos na bola, exatamente ao lado da

coxa esquerda, inspirando e segurando para depois posicionar os quadris à

esquerda, fazendo o corpo inteiro volte para o centro, repetindo no outro lado.

h) Rotação da coluna

O objetivo desse exercício é rotacionar enquanto tenta manter o

alongamento na coluna.

Primeiro é preciso sentar com os ísquios no centro da bola (pélvis

neutra), os pés paralelos e separados pela distância dos quadris, os braços

cruzados e abaixados. Depois é necessário inspirar e expirar para girar à

medida que vai ficando mais alto. Em seguida é preciso inspirar para voltar ao

centro, e fazer isso no outro lado também.

i) Sereia

Segundo Collen (2005) Flexionar o corpo para os lados é necessário em

qualquer exercício. É preciso se preocupar mais em alongar do que em

flexionar. Realizar esse alongamento devagar e cuidadosamente para que a

coluna fique ereta e não deixe a bola rolar.

O objetivo desse exercício é flexionar a coluna lateralmente.

Primeiro tem que se sentar de forma ereta no centro da bola e colocar

uma mão em cada lado da bola, depois inspirar e levantar o braço esquerdo.

Em seguida expirar e alongar para a direita, novamente inspirar para voltar ao

centro, depois expirar enquanto abaixa o braço esquerdo, inspirar novamente e

levantar o braço direito, fazendo com que o ombro direito deslize para trás.

Em seguida expire novamente e alongue para a esquerda, inspire para

voltar ao centro.

2.8 Exercícios abdominais

Os exercícios abdominais são um aquecimento, eles reforçam os

músculos abdominais e preparam para os exercícios mais fortes. É importante

usar a respiração, principalmente a expiração, para ajudar a contrair o abdome,

44

se estiver com o pescoço tenso, é preciso manter a cabeça no colchonete e

evitar usar a bola. Quanto mais forte for o abdome, menor será a tensão na

coluna cervical.

Em Pilates com a bola é feita apenas de 6 a 8 repetições em cada

exercício.

Joseph Pilates era inflexível quanto ao número de repetições, ele

chamava de excesso de treinamento, um erro que lesa, exaure e envenena os

músculos. É a qualidade que importa no movimento, não a quantidade.

A) Abdome contraído

De acordo com Collen Craig (2005) A posição eficiente para ensinar a

posicionar os músculos abdominais para dentro e para fora é aquela em que os

joelhos e as mãos estão apoiados no chão. Quando fala sobre umbigo ligado a

coluna, os professores dizem para os alunos que imaginem uma corda grossa

ligando o umbigo à coluna, outros professores preferem tocar ligeiramente com

o dedo a parte inferior, como forma de fazer que seus alunos contraiam os

músculos abdominais, criando, assim, uma concavidade abdominal.

Primeiramente, é preciso elevar o umbigo e baixar sobre a bola, assim irá

aprender a fazer a conexão do umbigo com a coluna pela inspiração e

expiração, conforme se adiciona movimentos simples com os braços. O

objetivo desses exercícios é aprender como criar um cinturão forte, encaixando

os músculos abdominais.

Primeiro é preciso deitar sobre a bola. Estando certo de que o peso está

igualmente distribuído pelos quatro membros, com as mãos abaixo dos ombros

e os joelhos abaixo dos quadris. Se estiver com uma bola grande, é preciso

colocar o mesmo peso dos joelhos nos dedos dos pés, mantendo a cabeça

alinhada com a coluna e olhando para baixo. Depois é preciso inspirar para

alongar a coluna, depois expirar levantando o abdome, inspirar novamente e

relaxar, colocando o abdome sobre a bola, depois expirar e levantar o abdome,

inspirar e abaixar o abdome.

Com as mãos levantadas

Primeiro é necessário inspirar para alongar a coluna, depois expirar e

elevar o abdome, em seguida inspirar novamente e levantar um pouco um dos

braços mantendo o abdome contraído. Novamente é preciso expirar abaixando

45

o braço, inspirar e levantar o outro braço, depois expirar abaixando-o.

Repita em cada lado do corpo, mantendo sempre o abdome contraído, tanto na

expiração quanto na inspiração.

B) Abdominal curto

Segundo Collen (2005) Esse é o primeiro de uma série de exercícios

abdominais altamente eficazes. Esse exercício ensina como flexionar o tronco,

enquanto mantém a contração máxima do abdome. Esse pequeno exercício é

muito mais eficiente do que praticar uma série de exercícios abdominais, que

desenvolvem fortes flexores dos quadris e não o abdome firme. As mãos atrás

da cabeça irão ajudar a levantá-lo com mais segurança, na hora é importante

manter a pélvis na posição neutra e não levantar o cóccix.

O objetivo desse exercício é reforçar os músculos abdominais, aprender

a levantar a cabeça do colchonete e ajudar a aliviar as dores lombares.

Primeiramente é preciso deitar de costas com a bola abaixo dos joelhos

mantendo-os alinhados com os quadris, verificando se a nuca está alongada,

colocando as mãos atrás da cabeça e deixando os cotovelos abertos. Em

seguida é necessário inspirar e começar a abaixar o queixo enquanto a cabeça

está ainda no colchonete, depois expirar e levantar a cabeça, flexionando o

tronco, inspirando e segurando, e olhando para a coxa e não para o teto,

depois é necessário expirar e colocar a cabeça no colchonete e repetir 8 vezes,

devagar e controladamente

C) Abdominal completo (caracol)

O objetivo desse exercício é reforçar os músculos abdominais, aprender

a levantar a cabeça com segurança sem usar as mãos e aliviar as dores

lombares.

De acordo com Collen (2005) A transição do exercício anterior para o

abdominal completo (caracol) é levantar a bola com os pés, passando-a para

as mãos, do contrário, simplesmente é necessário rolar a bola e depois pegá-la

com as mãos. Conseqüentemente, irá dominar o princípio fundamental de

leveza em Pilates. No entanto, é ideal que o movimento flua até o próximo.

Quanto mais praticar os exercícios, mais fácil será dominar a leveza. Nesse

estagio, não tem que se preocupar com a perfeição, apenas tentar fazer o

46

movimento. Para realizar o exercício é preciso deitar de costas com os joelhos

flexionados e os pés no chão, separando-os pela distância do quadril, depois

colocar a bola sobre a caixa torácica e segurá-la com as duas

mãos, e sentindo que a nuca está sendo estendida. Em seguida inspirar e

abaixar o queixo, expirar e levantar a cabeça, flexionando o tronco e rolando a

bola entre as coxas, inspirar novamente e segurar, olhando para as coxas e

não para o teto, expirar e rolar a bola de volta, colocando a cabeça no

colchonete.

D) Círculos com a perna

Segundo Collen Craig (2005) Este é um exercício que dá vida e saúde

às articulações dos quadris e pode ser praticado mesmo com uma suave dor

lombar.

Primeiro tem que começar com círculos pequenos com o joelho

levemente flexionado no ar, depois fazer o circulo com os quadris e não com os

pés. Imaginando estar fazendo um relógio com os quadris, passando por 3,6,9

e 12 horas. A medida que se torna hábil, o joelho vai se estendendo e os

círculos vão ficando maiores. Por a perna estar em repouso sobre a bola, a

pessoa sentirá uma oscilação na pélvis.

O objetivo desse exercício é deixar o fêmur se mover livremente na

articulação, enquanto a pélvis permanece absolutamente fixa.

E) Exercício

Primeiro é necessário deitar de costas com os joelhos flexionados sobre

a bola e as pernas afastadas a distância do quadril, depois relaxar os ombros e

colocar as mãos ao lado corpo. Em seguida, inspirar para preparar, depois

expirar tirando o joelho direito da bola, deixando-o na direção dos quadris,

inspirar novamente e passar os joelhos medialmente pelo corpo, expirar e

passar os joelhos lateralmente pelo corpo, fazer 5 círculos no sentido horário,

inspirando numa metade do circulo e expirando na outra e depois fazer 5

círculos no sentido anti horário e repetir os movimentos com a outra perna.

F) Oblíquos

Segundo Collen Craig (2005) esse exercício é realmente sentindo à

medida que se concentra os músculos oblíquos, que não são tão utilizados

47

quantos os outros, por isso é preciso colocar a bola entre os joelhos, puxando-

a levemente para mantê-la na posição e apertando-a entre a parte medial da

coxa e da pélvis, é importante praticar esse exercício devagar e precisamente,

mantendo a pélvis na posição neutra, em cada expiração, é preciso levantar o

tórax para o lado oposto do quadril.

O objetivo desse exercício é focalizar os músculos oblíquos e a região

medial da coxa.

Primeiramente é preciso deitar de costas e posicionar a bola entre os

joelhos, mantendo os pés firmes no chão, as mãos atrás da cabeça e cotovelos

afastados.

Movimento 1: Rotação dos oblíquos

Depois inspirar para preparar, expirar levantando o tronco e colocando o

queixo no peito, inspirando e segurando, expirando levantando a parte

esquerda do tronco conforme aperta a bola, depois inspirar novamente e voltar

ao centro, mantendo o queixo no peito, expirar e levantar a parte direita do

tronco, apertando a bola.

G) Contração

Primeiro é preciso manter a cabeça no colchonete, inspira e soltar um

pouco a bola, depois expirar e apertar a bola bem forte, isolando os músculos

mediais da coxa.

H) Impulsão das pernas

Segundo Collen Craig(2005) Esse é definitivamente um exercício

desafiante, movimento altamente controlado e um final maravilhoso para as

séries abdominais - se estiver pronto para isso. Primeiro, tente realizá-lo sem

utilizar a bola e tire uma vértebra por vez do colchonete, usando somente os

músculos abdominais, sem ajuda dos braços, levando as pernas acima da

cabeça. Mantendo a cabeça alinhada à coluna e, se necessário, colocando

uma almofada embaixo dos quadris.

O objetivo desse exercício é fortalecer os músculos abdominais e

melhorar a flexibilidade da coluna lombar e dos tendões isquiotibiais.

É necessário para realizar esse exercício deitar de costas com os

cotovelos estendidos e as palmas das mãos no chão, colocando a bola entre

48

os tornozelos e estendendo os joelhos, mantendo as pernas a 90 graus do

chão. Depois inspirar, expirar, colocando as pernas acima da cabeça, inspirar e

fazendo com que a bola toque o colchonete, e então é necessário impulsionar

as pernas para trás, deixando-as paralelas ao chão, depois é preciso expirar

para alongar uma vértebra de cada vez, abaixando a bola até um ponto em que

a coluna lombar fique no colchonete.

2.9 Extensões de tronco

De acordo com Collen Craig (2005) As extensões de tronco com a bola

fortalecem e desenvolvem o equilíbrio, dando a sensação profunda de estar

abrindo o corpo. Para isso é preciso de equilíbrio tanto para subir numa escada

e pegar algo na prateleira quanto para combater a agitação crônica e a

ansiedade, sintomas comuns no nosso tempo.

O equilíbrio no campo físico pode também ser transferido para os

campos emocional e espiritual. A tentativa de manter posturas que desafiam o

equilíbrio nos proporciona paz interior e força. Quanto mais evitamos tais

atividades, mais nossas habilidades diminuem. Exercitar-se numa bola móvel

aumenta a segurança no equilíbrio de uma maneira que poucos exercícios

fazem. Num exercício de 15 minutos, a bola poderá murchar um pouco e você

rolará. Não machucará os joelhos ou as pernas praticando os exercícios com a

bola, mas melhorará sua coordenação e saberá fazer os ajustes necessários

para evitar uma queda. A bola pode ser usada em qualquer idade para

desenvolver o equilíbrio de um modo seguro.

Exercícios de extensão

Segundo Colleen Craig as regras para a extensão de tronco são:

a) Alongar devagar. Não hiperestender muito o tronco e comece com

poucos centímetros.

b) Lembrar de deixar o umbigo alinhado a coluna e contrair os músculos

abdominais.

c) Não hiperestender a coluna cervical na parte mais alta do movimento.

49

Mantenha a cabeça alinhada e olhar para frente, se estiver no

colchonete, seu foco de visão dependerá da posição do corpo.

d) Alongar a coluna enquanto estiver abaixando

e) Em seguida alongar a coluna em flexão.

Cisne

De acordo com Collen Craig(2005) O cisne dá ênfase em alongar e não

hiperestender a coluna, e a bola permite fazer muito mais movimentos do que o

colchonete. Aqueles que sofrem de dor na coluna lombar devem fazer

movimentos curtos. Tem que ter certeza de que os músculos abdominais

estejam apoiando a coluna. O movimento 1 ajuda alongar os infra-abdominais.

O objetivo desse exercício é a extensão de tronco e rever o alinhamento

do umbigo com a coluna.

Primeiro é preciso ajoelhar atrás da bola, subir, colocando a pélvis sobre

a bola,

Colocar os artelhos no chão, com os joelhos estendidos e as pernas

afastadas na distância dos ombros, e depois colocar os dedos indicadores e

polegares na parte frontal da bola.

Em seguida firmar os artelhos e levantar a cabeça, traçando uma grande

linha da ponta da cabeça até os polegares dos pés, olhando para o chão,

inspirar relaxando os ombros, mantendo o tronco paralelo ao chão, expirar até

a região do umbigo, abandonando a bola, inspirar retornando o umbigo a bola,

expirar até a região do umbigo abandonando a bola.

Depois começar com a cabeça e os ombros um pouco mais acima da

linha horizontal, inspirar e relaxar os ombros, contrair os músculos abdominais

e olhar para o chão, expirar e elevar o tronco devagar, pressionando os quadris

na bola.

Em seguida inspirar quando estiver sobre a bola, expirar para retornar à

posição inicial.

Cisne mergulhado

Segundo Collen (2005) Essa próxima extensão de tronco é mais

avançada que o Cisne comum, mas beneficiará o corpo todo, a pessoa estará

pronto para isso, em vez de colocar a mão na bola (movimento 1), permaneça

50

com os joelhos flexionados o tempo inteiro para tirar a pressão da coluna

lombar. Lembre-se de se exercitar depois é preciso contrair os músculos

abdominais, respirando fundo e deixando que a energia flua.

O objetivo desse exercício é fortalecer os músculos da coluna e os

músculos isquiotibiais.

Em seguida é necessário relaxar o corpo sobre a bola, para isso as

pernas devem estar flexionadas, deixando as solas dos pés apoiadas numa

parede como a posição de rã e um calcanhar de frente para o outro, eles

devem estar separados, mas mantendo os polegares alinhados com os joelhos.

Movimento 1: o cisne mergulhado

Primeiro inspire para alongar e relaxe a mão sobre a bola, estendendo a

parte posterior das pernas, depois expire, flexionando os joelhos e levantando

o tórax em direção ao teto, colocando as mãos na bola. A pélvis será

empurrada sobre a bola e o peso fará com que ela pare de rolar.

Em seguida inspire novamente para alongar a coluna na posição de

mergulho, estendendo os joelhos, mantendo as mãos sobre a bola, expire

flexionando os joelhos e levantando o peito em direção ao teto, inspire

alongando a coluna na posição de mergulho, estendendo os joelhos. Expire,

flexionando os joelhos e relaxando o corpo sobre a bola, como na posição

inicial.

Exercício de Braço

Primeiramente é preciso praticar o exercício de braço sem peso, depois

obter a técnica e somente após se certificar de ter um bom alinhamento incluir

os pesos.

Cargas elevadas aumentam a força e resultam em braços bem

definidos, não leves, porém flexíveis. Cargas leves têm como objetivo ajudar a

desenvolver a técnica, a postura e a respiração sem sobrecarregar o corpo.

Em seguida tente abaixar os ombros durante o exercício do braço. Esse

movimento de inclinação deve acontecer sem forçar as escápulas para baixo

ou comprimi-las. Se as escápulas não estiverem equilibradas, os pequenos

músculos do manguito rotador do ombro estarão sendo forçados.

Não permaneça somente com os braços flutuando no ar. Experimente e

acrescente resistência nos pesos pequenos. Adicionar certa tensão entre os

51

músculos conforme você movimenta os membros (com ou sem pesos) é um

modo seguro e eficaz de ganhar força e tensionar os tendões e as articulações.

Usar pesos leves pode também proporcionar tempo e oportunidade de

desenvolver e contrair os músculos. Você estará trabalhando os músculos

concentricamente, contraindo e relaxando, e também excentricamente,

estendendo e expandindo, e ambos os movimentos requerem a mesma

atenção.

Pratique suave e levemente todo o movimento. Volte sua atenção para o

músculo que esta sendo trabalhado. Pratique no alinhamento correto. E não se

esqueça de respirar.

Abrace uma arvore

O objetivo desse exercício é alongar os músculos peitorais e definir a

musculatura dos braços.

Primeiro é preciso sentar no centro da bola, joelhos alinhados com os

tornozelos, pernas levemente afastadas e pés paralelos, depois empurrar a

região infra-abdominal para cima e contrair, depois inspirar e afastar os braços,

mantendo os ombros baixos, expirar fechando os braços em forma de círculo,

como se estivesse abraçando o tronco de uma árvore, depois tente manter os

ombros para trás, não os deixando flexionar para frente. Inspire afastando os

braços, expirar fechando os braços em forma de circulo na direção peitoral.

Rosca bíceps com cotovelos afastados

O objetivo desse exercício é fortalecer e alongar o peitoral e fortalecer o

bíceps.

Para realizar o exercício é necessário sentar no centro da bola, com os

joelhos alinhados aos tornozelos, as pernas levemente afastadas e os pés

paralelos, com cotovelos flexionados na linha dos ombros, os ombros

abaixados, depois inspirar afastando os braços, expirar retornando.

Novamente coloque os cotovelos em uma altura como se estivessem em

um tampo de mesa, ombros para baixo, inspire estendendo os braços para

frente, expirando empurrando os pesos em direção das orelhas.

Remada

52

De acordo com Collen (2005) Esse exercício desenvolve grande

mobilidade na bola e na articulação e também fortalece os deltóides, peitorais e

o latíssimo do dorso. É importante estar muito atento às escápulas em todos os

exercícios de braço. Esse exercício ensina a manter o movimento curto para

permanecer com os ombros estabilizados.

O objetivo desse exercício é fortalecer os deltóides e desenvolver a

flexibilidade.

Para realizar o exercício é necessário sentar no centro da bola, os

joelhos alinhados com os tornozelos, as pernas levemente afastadas e os pés

paralelos. Os cotovelos flexionados e ao lado, na altura do quadril, depois

inspirar estendendo os cotovelos para frente, expirar pressionando as mãos

para baixo ao lado dos joelhos, inspirar levantando os braços o mais alto

possível, mantendo os ombros para baixo, expirar afastando os braços em

forma de círculo, mantendo as mãos em sua visão periférica e retornando os

braços à altura do quadril.

Deslizamento dos quadris

Primeiro é necessário deitar de costas com a perna relaxada sobre a

bola e as mãos ao lado da coxa, conectando-o pelos adutores de quadril,

certificando de que os está para baixo, depois inspirar levantando o cóccix,

expirar e continuar levantando o cóccix e contraindo a coluna à vértebra

enquanto o corpo ainda está em linha reta, com os ombros na direção dos

dedos do pé, inspirar nessa posição e depois expirar descontraindo o tórax

enquanto abaixa uma vértebra por vez.

Ponte de ombros

Segundo Collen Craig (2005) é preciso evitar esse movimento se estiver

com dores na coluna. Além de enrijecer os músculos abdominais, a ponte de

ombros trabalha os isquiotibiais, os glúteos e as pernas. Não pode

hiperestender o tronco levantando muito a pélvis, ao invés disso, é necessário

enfocar uma profunda contração abdominal e manter a coluna neutra. Ao

levantar uma perna da bola, estará diminuindo a base de apoio muito mais do

que no colchonete porque a bola é instável e há apenas uma perna sobre ela.

53

Os músculos profundos devem manter sua contração, com abdome plano e a

pélvis estável, enquanto troca-se de perna.

Não pode realizar esse movimento com pressa. Há uma respiração lenta

para cada movimento.

O objetivo desse exercício é exercitar a coluna e fortalecer os

isquiotibiais, tendões da perna e glúteos

Para realizar esse exercício é preciso deitar de costas com as pernas

relaxadas sobre a bola e as mãos ao lado das coxas, conectando-se pelos

adutores de quadril, certificando-se de que os ombros estejam deslizando para

baixo.

Em seguida inspirar, expirar levantando os quadris, contraindo os

glúteos, inspirar flexionando o joelho direito, levando os dedos do pé para o

tornozelo esquerdo, expirar estendendo o joelho direito a 5 cm acima da bola,

inspirar e segurar, expirar voltando a estender o joelho na bola, contrair os

glúteos e adutores do quadril, permanecendo no lugar, inspirar flexionando o

joelho esquerdo e levando os dedos do pé para o tornozelo direito, expirar

estendendo o joelho esquerdo a 5 cm acima da bola, inspirar e segurar, expirar

voltando a estender a perna na bola e colocando os quadris no colchonete.

Ponte de ombros completa-avançado

Primeiro inspire para preparar, depois expire levantando os quadris e

contraindo os glúteos, inspire flexionando o joelho direito e leve os dedos do pé

ao lado do joelho esquerdo, expire estendendo o joelho direito no ar, e em

flexão plantar (ponta do pé), inspire e realize flexão dorsal de tornozelo

enquanto abaixa a perna direita, expire levantando a perna direita e mantenha

a perna estendida (ponta do pé), inspire fazendo flexão dorsal de tornozelo

enquanto abaixa a perna direita, expire levantando a perna direita e mantenha

o tornozelo em flexão plantar (ponta do pé), depois eleve e abaixe as pernas 3

vezes e então contraia suavemente os glúteos antes de mudar para o outro

lado. Repetindo 2 vezes para cada lado.

Levantamento dos quadris

O objetivo desse exercício é definir e enrijecer os glúteos e os

isquiotibiais.

54

Primeiro deite de costas com solas dos pés na bola, com os joelhos

flexionados, mãos ao lado das coxas e levemente estendidas, ombros para

baixo e relaxados.

Sem levantar os quadris, manter a pélvis no colchonete, inspirar para

rolar a bola para a frente com a sola do pé, expirar trazendo a bola de volta

com os calcanhares, inspirar, expirar, e rolar a bola para frente e para trás de 6

a 8 vezes.

Levantando os quadris

Primeiro coloque os pés na bola, depois Inspire, expire contraindo os

glúteos e levantando a pélvis de 5 a 7 cm, permanecendo com a pélvis neutra,

inspire rolando a bola para frente e expire trazendo a bola de volta.

Levantando os quadris com um perna avançado

Primeiro inspire, depois expire contraindo os glúteos e levantando a

pélvis de 5 a 7cm, inspire levantando a perna esquerda, expire permanecendo

na mesma posição, inspire rolando a bola para frente, expire trazendo a bola

de volta, repetindo 5 vezes e colocando a pélvis no colchonete antes de trocar

de perna e fazer o mesmo com a direita.

Flexão e extensão

Segundo Collen Craig (2005) Os músculos abdominais são muito

trabalhados neste exercício. Quando expirar, contraia-os, estendendo os

joelhos.

O objetivo desse exercício é definir os músculos abdominais, as pernas

e os músculos adutores dos quadris e a parte interna das coxas.

Primeiro é preciso deitar de costas com os joelhos flexionados,

segurando a bola entre os tornozelos e apertando-a e rotacionando os joelhos

em direção medial, depois sentando e descansando o tronco apoiando os

cotovelos.

Movimento 1: Flexione e alongue

Primeiro inspire, depois expire estendendo o joelho com o ângulo de 45

graus ou mais, inspire trazendo a bola e expire estendendo os joelhos.

Movimento 2: Girar a bola-Intermediário

55

Primeiro estenda os joelhos em um ângulo de 45 graus ou mais,

mantendo os joelhos estendidos, movendo a bola de um lado para o outro, e

respire naturalmente.

2.10 Alongamentos

Os benefícios do alongamento são tão grandes para pessoas comuns

como para atletas. Os músculos encurtam-se com atividades leves. É muito

importante alongar os músculos rígidos, fazendo com que voltem para a

posição de descanso, já que influenciam o movimento da coluna lombar e da

pélvis, causando dor, principalmente se essa rigidez for assimétrica. Além

disso, o encurtamento do músculo pode afetar as articulações e os ligamentos

em torno dele, acarretando lesões recorrentes, postura incorreta e dor. No

alongamento, visamos o equilíbrio e a extensão em todos os grupos

musculares. Se for feito com regularidade, o alongamento favorecerá a

circulação, aumentara o percurso do movimento e o corpo ficara mais relaxado.

Os músculos têm mais força quando as fibras musculares do indivíduo

estão num comprimento maior durante a contração. Força e massa muscular

estão comumente associadas à rigidez. Sem um programa de alongamento

apropriado, as pessoas, os atletas, ficam vulneráveis a lesões e podem sofrer

bastante com dores nos joelhos, quadris e coluna.

Mesmo para quem não é atleta, os alongamentos podem se tornar uma

segunda natureza. Devemos fazer alongamento para relaxar a coluna e os

músculos e evitar problemas à medida que envelhecemos. Joseph Pilates

estudou os movimentos dos animais: ele sabia que a simetria e o alongamento

dos músculos eram tão importantes na manutenção do corpo quanto o

desenvolvimento da força. Um dos aspectos mais notáveis desse método é que

muitos dos exercícios têm componentes do alongamento e da resistência

integrados a eles.

Quando o assunto é o uso de ferramentas para o alongamento, a bola é

uma escolha unânime. As bolas são cheias e exuberantes. Usando a força da

gravidade, a região lisa da bola expande o corpo, ajudando a concentrar na

56

parte que está sendo alongada, permitindo o contato com essa região. O ar

dentro da bola apóia e relaxa o corpo com segurança, de modo que os

músculos envolvidos possam relaxar e alongar-se mais do que quando

estendidos involuntariamente, tentando manter o corpo ereto.

O alongamento com a bola é individual, prazeroso, relaxante e

totalmente adaptável a qualquer pessoa, além de ser uma ótima arma contra o

estresse: relaxa sua mente enquanto tonifica a estrutura e o equilíbrio

muscular.

Vantagens e desvantagens do alongamento

A bola irá ajudá-lo a alongar com segurança e de maneira eficaz. O

alongamento nunca pode ser usado para aquecer o corpo. Alongar de forma

errada ou sem aquecimento pode ajudar no aparecimento de problemas e

rupturas ou micro lesões das fibras musculares, ligamentos e articulações.

O segredo para um alongamento efetivo é estar consciente de quais

músculos estão sendo alongados. Comece com alongamentos leves ate o

ponto de sentir uma tensão moderada. Sinta-se confortável em seu

alongamento.

Cada alongamento é uma benção para seu corpo, não force ou julgue.

Use a respiração para ajudar. Faça cada exercício por no mínimo 30 segundos,

se possível. Se impulsionar seu corpo para uma posição difícil, um mecanismo

de proteção surgirá, dizendo para contrair a fim de se proteger. É por isso que

aumentamos suave e lentamente a tensão do alongamento.

A sensação de tensão moderada não deve ser repentinamente

intensificada. Cuide para que seja mantida somente nos músculos do

alongamento.

Os exercícios de alongamento básicos são seguros e eficazes, assim, se

feitos adequadamente, o corpo estará totalmente apoiado e os músculos não

estarão involuntariamente se esforçando para equilibrar o corpo contra a

gravidade. Esses exercícios de alongamento isolam um músculo em especial

ou grupo muscular. Stark afirma que usar um único músculo é a maneira mais

segura de alongar, e seus alongamentos básicos com a bola são selecionados

com o mecanismo de alongamento mental. Além do mais, esses alongamentos

básicos são desenvolvidos, para não colocar a coluna lombar numa posição

prejudicial, pressionando a região pélvica, os ligamentos da coluna ou o nervo

57

ciático.

Exercícios de alongamento

Antes de começar qualquer alongamento temos que ficar atentos para

algumas precauções: Não forçar o alongamento, não fazer exercícios de

alongamento com brusquidão, tentar manter a tensão somente nos músculos

alongados, ficar atento com ao alinhamento muscular durante o alongamento.

Isso não é uma competição. Ajuste cada alongamento de acordo com

seu corpo. Alongar-se pouco, em alguns casos, é melhor do que alongar-se

muito.

É importante usar a expiração para facilitar a progressão suave no

alongamento.

Alongamento Rã

Procure realizá-los descalços, para que os pés não escorreguem na

bola, o colchonete sustenta a coluna, para não haver tensão nos ligamentos

lombares ou pélvicos, a pessoa estará tentando alongar a parte medial das

coxas ou adutores. Caso esses músculos não sejam regularmente alongados,

irão repuxar a pélvis e a coluna lombar. Alguns, até mesmo os músculos dos

pés e do tornozelo, serão trabalhados durante o alongamento rã.

O objetivo desse exercício é alongar os adutores do quadril.

Primeiro é necessário deitar de costas com a sola dos pés juntas e

apoiadas na bola, mantendo os joelhos levemente afastados para o lado, no

formato das pernas de uma rã, depois manter as mãos na região medial das

coxas, não forçando os joelhos para baixo, relaxe, permitindo que a gravidade

facilite o afastamento das coxas, durante todo o tempo, relaxe os pés numa

fração de centímetros, perto da região superior dos adutores de quadril,

permanecendo nessa posição o tempo que quiser.

Alongamento de isquiotibiais

Há três músculos que percorrem a parte posterior da coxa e formam os

isquiotibiais. Esses músculos se estendem do osso ísquio até à tíbia e a fíbula.

Os isquitibiais rígidos causam má postura e dores e problemas lombares.

O objetivo desse exercício é alongar os isquiotíbiais.

58

Primeiro é preciso deitar de costas, com as duas pernas apoiadas na

bola, depois com uma toalha ou lenço, colocar a toalha no pé esquerdo,

manter o cóccix no colchonete e, devagar estenda o joelho esquerdo para

cima, permanecendo nessa posição de 30 a 50 segundos, respirando

naturalmente, recolocando a perna na bola e repitindo o procedimento com a

outra perna.

Sem toalha

Primeiro levante uma perna da bola mantendo o joelho o mais estendido

possível. A parte posterior dos joelhos pode estar flexionada, depois tente

manter o cóccix no colchonete, permanecendo nessa posição de 5 a 20

segundos, respirando naturalmente, e recolocando a perna na bola e repetindo

o procedimento com a outra perna.

Alongamento do quadril

A pessoa pode ir direto dos isquiotibiais para o alongamento do quadril.

Os rotadores dos quadris são seis pequenos músculos que percorrem a região

posterior da pélvis e são responsáveis pela rotação de quadril. O glúteo

máximo é o maior músculo do glúteo. A bola é um bom auxilio para o

alongamento tradicional, pois não precisa usar as mãos para puxar a perna

para perto do corpo.

O objetivo desse exercício é alongar o glúteo máximo e os rotadores

laterais do quadril.

Primeiro deite de costas com as pernas apoiadas no colchonete,

permitindo que o pé esquerdo role a bola para frente estendendo o joelho,

cruzando o pé direito sobre a coxa esquerda, não devendo haver tensão nos

músculos dos quadris, depois pressione o calcanhar esquerdo na bola, flexione

o joelho esquerdo e, lentamente, puxe a bola em direção ao corpo mantendo o

joelho direito afastado. Pare quando sentir tensão no músculo dos quadris e no

glúteo direito, depois role a bola novamente para frente para aliviar a tensão e

lentamente a traga de volta.

Faça três alongamentos de cada lado, permanecendo de 30 a 60

segundos em cada posição.

Alongamento da coluna cervical

59

Enquanto deita no colchonete, é preciso alongar a nuca. Esse é um

lugar onde muitas pessoas mantêm uma grande quantidade de tensão, não

pode se esquecer de respirar fundo durante esse alongamento.

O objetivo desse exercício é alongar tórax e nuca.

Primeiro deite de costas, com as pernas apoiadas na bola, levemente

entrelace suas mãos atrás da cabeça e colocando-as no colchonete, afastando

bem os braços e sentindo um alongamento dos ombros, depois na expiração,

lentamente eleve um pouco a cabeça, utilizando os músculos do braço,

permanecendo na posição de 5 a 8 segundos e relaxe a cabeça no colchonete.

Depois levemente, eleve a cabeça em direção ao joelho direito, sem

mover o joelho, permanecendo por 6 segundos na posição e relaxando a

cabeça no colchonete, então, eleve a cabeça em direção ao joelho esquerdo,

repetindo 2 vezes para cada lado.

Depois sem tirar a cabeça do colchonete, rotacione o queixo de um lado

para o outro.

Alongamento lateral

Role a bola para lado do corpo, ficando na posição do alongamento

lateral. De acordo com Collen Craig esse exercício é tanto um exercício de

respiração como de alongamento. Na inspiração, de direcionar a respiração

para afastar as costelas. Caso tenha problemas no joelho, desloque o peso

para outra perna, aliviando assim a sobrecarga nos joelhos. Se tiver alguma

tensão no pescoço, segure a parte de trás da cabeça com as mãos.

O objetivo desse exercício é alongar a lateral do corpo.

Primeiro ajoelhe-se ao lado da bola, que deve estar à sua direita,

deixando o joelho esquerdo estendido ao lado, mantendo a bola o mais perto

possível, depois inspire, e expire suavemente, deslocando o peso para a

direita, assim, esse lado do corpo estará totalmente apoiado na bola, estenda o

cotovelo esquerdo sobre a orelha esquerda e relaxe o pescoço, e respire fundo

algumas vezes.

Alongamento frontal

60

Primeiro inspire e expire colocando o peito e o rosto na bola, depois a

segure com o braço esquerdo, respirando algumas vezes. A nuca deve estar

relaxada.

Tórax para cima.

Inspire e expire tirando o peito da bola, fazendo a mesma posição do

alongamento lateral, e expanda o peito para cima, depois respire algumas

vezes e repita os movimentos 1,2 e 3, fazendo o exercício dos dois lados,

rolando a bola a sua frente.

Alongamento dos ombros

A região entre a escápula, o ombro e o braço é uma área de extrema

tensão. Primeiro sente na bola para fazer esses alongamentos, mais saiba que

eles podem ser feitos a qualquer hora que você necessitar de um alongamento

para aliviar a tensão.

O objetivo desse exercício é alongar os braços, os ombros e o tórax.

Primeiro sente de forma ereta na bola, com os pés paralelos na distância

dos ombros elevados em direção as orelhas, permanecendo nessa posição por

5 segundos e então depois disso abaixe-os.

Braços Acima da Cabeça

Primeiro levante os braços acima da cabeça e segurando o cotovelo de

um braço com a mão do outro braço, suavemente, puxando os cotovelos para

o lado, permanecendo nessa posição de 10 a 20 segundos, alongue os dois

lados.

Dedos Entrelaçados

Cruze os dedos e levante o braço à frente de seu corpo, com as palmas

das mãos para fora, depois cruze os dedos e levante os braços acima de sua

cabeça, com as palmas das mãos para cima, cruze os dedos e alongue os

braços atrás de seu corpo, com as palmas das mãos para dentro,

permanecendo em cada alongamento por 30 segundos.

Arco

O arco é um exercício avançado, mas pode-se, iniciar com uma versão

61

básica, a mesinha, que lhe proporcionará os mesmos benefícios, na mesinha,

os pequenos músculos da coluna são exercitados para manter a pessoa ereta,

no arco,esses músculos são contraídos e alongados. Para sair da posição de

mesinha ou arco, é preciso colocar as mãos atrás da cabeça e imediatamente

levante o queixo contra o peito.

O objetivo desse exercício é alongar a coluna e o tronco.

Mesinha

Primeiro sente no centro da bola, lentamente, caminhe com os pés para

frente, a bola deve rolar sob a pessoa, depois caminhe com os pés para frente

até que a nuca e a cabeça estejam totalmente apoiadas na bola, suavemente,

levante os glúteos para manter os quadris na linha dos joelhos e dos ombros,

afaste os braços na forma de T , permanecendo nessa posição e respirando

por alguns segundos.

Alongamento do Quadríceps - Intermediário

Primeiro inicie o exercício Mesinha com a cabeça e a nuca apoiadas na

bola, depois suavemente, levante os glúteos, mantendo os quadris na linha dos

joelhos e dos ombros, pondo os dedos no chão para manter o equilíbrio, depois

caminhe com os pés para perto da bola, mantendo os quadris e os calcanhares

levantados e os joelhos para baixo, permanecendo nessa posição por 20

segundos, troque de perna e repita o movimento.

Arco Intermediário

Para um alongamento mais dinâmico, coloque os braços acima da

cabeça e empurre os pés para flexionar o corpo sob a bola, lentamente, faça

círculos harmoniosos com os braços para uma direção e depois para outra,

depois se mova como se estivesse tirando uma blusa.

62

CAPÍTULO III

PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP)

Unisalesiano protocolo n° 102 e apresentação do termo de consentimento, foi

realizada uma pesquisa de campo no setor de neurologia do Centro de

Reabilitação Física Dom Bosco, situado na rua Nove de Julho, numero 1010,

no município de Lins- S.P, durante os meses de maio à agosto de 2008

visando demonstrar a aplicação do método Pilates em crianças portadoras da

Paralisia Cerebral do tipo hemiparética.

O presente trabalho faz-se necessário, visto o grande numero de

pacientes que se encontram com dificuldades devido ao seu comprometimento

motor. Esse método vem auxiliar a reabilitação destes pacientes.

3.1 Métodos

A aplicação do método Pilates foi realizada em 4 crianças portadoras de

Paralisia Cerebral do tipo hemiparética de ambos os gêneros com idade de 7 a

13 anos, 2 vezes por semana, visando, ganho de amplitude de movimento e

flexibilidade, correção postural, prevenção de possíveis deformidades,

coordenação e equilíbrio.

3.2 Técnicas

63

a) Roteiro de estudo de caso (apêndice A)

b) Roteiro de entrevista para o fisioterapeuta (apêndice B)

c) Roteiro de consentimento livre e informado para participação em estudo

clínico (apêndice C)

3.3 Apresentação dos resultados

Para a realização do presente estudo, 4 pacientes de ambos os gêneros,

com idade variando de 7 a 13 anos foram submetidos a aplicação do método

Pilates, com exercícios na bola e no solo. Os indivíduos foram denominados

Caso I, Caso II, Caso III, Caso IV.

O critério de inclusão baseou-se no fato de os indivíduos apresentarem

hemiparesia em decorrência da Paralisia Cerebral.

Caso I

Criança do gênero masculino, com 13 anos de idade, portador de

Paralisia Cerebral do tipo hemiparética à direita

Paciente apresentava dificuldades em alguns movimentos do membro

superior direito, incoordenação e déficit de equilíbrio sentado.

Após a assinatura do termo de consentimento, foi realizada uma

avaliação fisioterapêutica analisando as limitações e dificuldades que a criança

apresentava.

Os exercícios que foram aplicados nessa criança foram: respiração

lateral, descanso um de respiração, o exercício postural Sentar (sentado e

inclinação da pélvis), círculos com as pernas, abrace uma arvore, cotovelos

afastados e rosca bíceps, deslizamento dos quadris, ponte de ombros, flexão e

extensão de quadril, alongamento rã, alongamento dos isquiotibiais,

alongamento do quadril, alongamento da coluna cervical, alongamento lateral,

alongamento dos ombros, arco, agachamento, saltos vigorosos, salto com os

braços e relaxamentos.

64

No exercício Sentar a criança apresentou dificuldades na hora de sentar

na bola, pois apresentava déficit de equilíbrio, com o decorrer dos dias essa

dificuldade foi amenizada.

Já nos exercícios abrace uma arvore, cotovelos afastados, rosca bíceps,

apresentou dificuldades na hora do movimento com o membro superior direito.

Os exercícios deslizamento de quadris, alongamento rã, alongamento de

isquiotibiais, círculos com a perna, alongamento de quadril, alongamento da

coluna cervical, alongamento lateral, arco, relaxamentos, saltos vigorosos, salto

com os braços e agachamento também não apresentou dificuldades.

Com o decorrer dos dias observou-se que essas limitações e

dificuldades foram diminuindo, passando a realizar os exercícios de forma

coordenada e equilibrada.

O tratamento foi realizado em 2 dias da semana durante 4 meses.

Caso II

Criança do gênero masculino, com 13 anos de idade, portador de

Paralisia Cerebral do tipo hemiparético à direita.

Paciente apresentava dificuldades em realizar alguns movimentos com o

membro superior direito.

No primeiro dia de tratamento foi esclarecido aos pais sobre o método

Pilates e assinado o termo de consentimento. Foi realizada uma avaliação

fisioterapêutica analisando as suas limitações e dificuldades.

Os exercícios que foram aplicados nessa criança foram: respiração

lateral, descanso um de respiração, o exercício postural Sentar (sentado e

inclinação da pélvis), círculos com as pernas, abrace uma arvore, cotovelos

afastados e rosca bíceps, deslizamento dos quadris, ponte de ombros, flexão e

extensão de quadril, alongamento rã, alongamento dos isquiotibiais,

alongamento do quadril, alongamento da coluna cervical, alongamento lateral,

alongamento dos ombros, arco, agachamento, saltos vigorosos, salto com os

braços e relaxamentos.

Nos exercícios Sentar, círculos com as pernas, deslizamentos dos

quadris, ponte dos ombros, flexão e extensão de quadril, alongamento rã,

alongamento de isquiotibiais, alongamento do quadril, alongamento da coluna

cervical, alongamento lateral, arco, agachamento, saltos vigorosos, saltos com

65

os braços e relaxamentos a criança não apresentou dificuldades ou qualquer

limitação na execução dos mesmos.

Já os exercícios cotovelo afastados, rosca bíceps, alongamento dos

ombros apresentou dificuldade em sua realização, devido à rigidez do membro

superior direito que o limitava.

Com o decorrer dos dias observou-se que as dificuldades foram

diminuindo, contribuindo para a melhora de suas limitações.

O tratamento era realizado 2 vezes por semana durante 4 meses.

Caso III

Criança do gênero masculino, com 7 anos de idade portador de Paralisia

Cerebral do tipo hemiparética à esquerda.

Paciente inquieto com dificuldades em realizar movimentos com o

hemicorpo esquerdo.

Não apresentava coordenação motora e flexão - extensão de ombro.

No primeiro dia de tratamento foi esclarecido aos pais sobre o método

Pilates e assinado o termo de consentimento. Foi realizada uma avaliação

fisioterapêutica analisando as suas limitações e dificuldades.

Os exercícios que foram aplicados nessa criança foram: respiração

lateral, descanso um de respiração, o exercício postural Sentar (sentado e

inclinação da pélvis), círculos com as pernas, abrace uma arvore, cotovelos

afastados e rosca bíceps, deslizamento dos quadris, ponte de ombros, flexão e

extensão de quadril, alongamento rã, alongamento dos isquiotibiais,

alongamento do quadril, alongamento da coluna cervical, alongamento lateral,

alongamento dos ombros, arco, agachamento, saltos vigorosos, salto com os

braços e relaxamentos.

Em todos os exercícios o paciente apresentava dificuldades para realizá-

los, devido a ausência de concentração necessária e limitações devido ao seu

comprometimento motor.

Com o decorrer dos dias observou-se que as limitações e as dificuldades

foram diminuindo.

O tratamento era realizado em 2 dias da semana durante 4 meses.

Caso IV

66

Criança do gênero feminino, 10 anos de idade portador de Paralisia

Cerebral do tipo hemiparético à esquerda.

Paciente apresentava dificuldades em realizar exercícios com a sua mão

esquerda. Com o membro inferior esquerdo não apresentava dificuldades.

No primeiro dia de tratamento foi esclarecido aos pais sobre o método

Pilates e assinado o termo de consentimento. Foi realizada uma avaliação

fisioterapêutica analisando as suas limitações e dificuldades.

Os exercícios que foram aplicados nessa criança foram: respiração

lateral, descanso um de respiração, o exercício postural Sentar (sentado e

inclinação da pélvis), círculos com as pernas, abrace uma arvore, cotovelos

afastados e rosca bíceps, deslizamento dos quadris, ponte de ombros, flexão e

extensão de quadril, alongamento rã, alongamento dos isquiotibiais,

alongamento do quadril, alongamento da coluna cervical, alongamento lateral,

alongamento dos ombros, arco, agachamento, saltos vigorosos, salto com os

braços e relaxamentos.

Os exercícios que fazia uso dos membros superiores a criança

apresentava dificuldades em sua execução devido ao seu comprometimento

motor.

Já os exercícios que utilizava os membros inferiores, realizava sem

dificuldades.

Com o decorrer dos dias observou-se que as dificuldades foram

diminuindo, contribuindo para a melhora de suas limitações.

O tratamento era realizado em 2 dias da semana durante 4 meses.

3.4 DEPOIMENTOS DOS PROFISSIONAIS

3.4.1 Fisioterapeuta A

Fisioterapeuta, gênero masculino, 30 anos, responsável pelo setor de

fisioterapia do município de Chavantes da Santa Casa de Misericórdia, formado

à 7 anos.

Assim se expressou sobre o assunto:

67

Devido ao comprometimento motor de pacientes portadores de P.C do

tipo hemiparética, é muito comum possuírem algumas limitações que irá

impossibilitá-los de realizar determinadas atividades e exercícios, sendo assim,

no tratamento, devemos enfatizar essas limitações tentando melhorá-las e\ou

eliminá-las para a melhora desse déficit.

Conheço o método, e acredito que o mesmo possa ajudar na

reabilitação dessas crianças portadoras de P.C do tipo hemiparetica.

(Fisioterapeuta, 30 anos)

3.4.2 Fisioterapeuta B

Fisioterapeuta, gênero feminino,com 27 anos, especialista em dermato-

funcional, formada a 5 anos.

Assim se expressou sobre o assunto:

Pilates é um excelente método que pode sim ajudar e auxiliar essas

crianças portadoras de P.C hemiparética, que possuem um comprometimento

motor que limita-os em atividades da vida diária.

(Fisioterapeuta, 27 anos)

DISCUSSÃO

Para Ramos (2007) a Paralisia Cerebral provoca um vasto conjunto de

afecções que comprometem o sistema nervoso central imaturo e que tem em

comum o distúrbio motor como uma de suas manifestações mais evidentes. A

definição mais aceita hoje em dia é a que classifica a paralisia cerebral como

um grupo não progressivo, mas freqüentemente mutável, de distúrbios

motores, secundários a lesão do cérebro em desenvolvimento. A lesão pode

ocorrer em qualquer momento, desde a fase embrionária até os 2 anos de

idade. Para Ferrareto (2000) é uma encefalopatia crônica não progressiva da

infância, que ocorre em conseqüência a uma lesão anatomopatológica ou

anomalia estacionaria no Sistema Nervoso Central ( SNC ), em

desenvolvimento, causando distúrbios da motricidade, alterações do

68

movimento, da postura, do equilíbrio, da coordenação e do tônus muscular.

Podendo ocorrer antes, durante o nascimento ou nos primeiros anos de vida.

Foi realizado estudo de caso, demonstrando o método Pilates, em 4

crianças portadoras de Paralisia Cerebral do tipo hemiparética de ambos os

gêneros com idade de 7 a 13 anos, 2 vezes por semana.

Para Egas (2004) crianças com hemiplegia freqüentemente apresentam

atrofia do hemisfério cerebral contralateral, muitas vezes combinada às áreas

supridas pela artéria cerebral média, sugerindo a probabilidade de oclusão

arterial. Em casos moderados os recém nascidos geralmente são hipotônicos,

letárgicos, com reflexos exaltados e clônus. A alimentação é comprometida.

Podem ocorrer convulsões nas primeiras 24 horas de vida. Em quadros e

casos mais leves o recém nascido apresenta alterações da consciência

variando de letargia à irritabilidade e ciclos de sono alterados. A aceitação

alimentar é bem prejudicada, reflexos primitivos geralmente são normais, com

exceção do reflexo de Moro, não ocorrem convulsões. O cérebro aparece

macroscopicamente normal, apresenta redução do peso, a substância branca é

escassa.

Nas 4 crianças portadoras de P.C hemiparética os objetivos do

tratamento fisioterapêutico basearam-se no ganho de amplitude de movimento

e flexibilidade, correção postural, prevenção de possíveis deformidades,

coordenação e equilíbrio.

Para Ramos e Casalis (2007) a Hemiparesia: é apenas um hemicorpo

comprometido. Evidencia quando a criança começa a manipular objetos (4 a 5

meses). Geralmente afeta mais o membro superior. O pé é geralmente

equinovaro. A fala pode ser normal ou ter distúrbio de articulação e ritmo. É

comum a tendência à negligência ou uma certa desatenção com esse

hemicorpo, piorando o desempenho motor.

Para Casalis e Ramos(2007) Hemiplegia, pode ser definido como

uma paralisia em que somente um dos lados do corpo é comprometido em

conseqüência de lesão cerebral contra-lateral, atinge 25% dos casos. O

membro superior é mais comprometido que o inferior. Estes casos em geral

são devidos a alterações vasculares. Apresenta bom prognóstico funcional.

69

O presente trabalho fez-se necessário, visto o grande numero de

pacientes que se encontram com dificuldades devido ao seu

comprometimento motor.

Para Trevor Blount e Eleanor Mckenzie (2005) O método Pilates

beneficia a saúde ao aumentar a resistência física e mental, a mobilidade

articular e a capacidade metabólica, melhorar o controle corporal, a

coordenação motora, a flexibilidade e o tônus muscular, alem de aliviar as

tensões.

Para Eleanor Mckenzie e Trevor Blount (2005) O que distingue o Pilates

de outras modalidades de exercício é sua abordagem holística e seu

treinamento, que combina corpo e mente como o objetivo de alcançar o

alinhamento postural correto.O Pilates considera todos os segmentos corporais

em harmonia, em vez de visar apenas às áreas com problemas. Ao praticar o

pilates, também não se pode esquecer que o processo importa mais que o

resultado

o objetivo não é alcançar um corpo que se encaixe nos padrões

culturais, mais antes, um corpo cujo alinhamento seja natural.

Durante o tratamento foi esclarecido aos pais e pacientes as dúvidas

referentes a aplicação do método Pilates.

Para Blount (2005) os elementos chave no Pilates são:

a) alongamento dos músculos encurtados e fortalecimento dos músculos

enfraquecidos;

b) melhorar da qualidade dos movimentos;

c) enfoque nos músculos posturais centrais para estabilizar o corpo;

d) trabalho da respiração de maneira correta;

e) controle de até mesmo os menores movimentos;

f) entendimento e melhora da boa mecânica do corpo;

g) relaxamento

Para Collen Craig (2005) são nove os princípios pelos quais o método

pilates é organizado e executado.

Para Blount (2005) método Pilates atua possibilitando a execução de

exercícios que não são possíveis de realizar por causa da limitação da

patologia através de sua abordagem holística e treinamento que combina corpo

e mente, ele considera todos os segmentos do corporais em harmonia, em vez

de visar apenas as áreas com problemas. É um sistema moderno de

70

manutenção corporal que tem como princípios básicos: concentração, controle,

centragem, respiração, alinhamento postural, leveza, precisão, força e

relaxamento.

Com o decorrer do tratamento observou-se a melhora das limitações e

das dificuldades apresentadas por estas crianças.

Através do presente estudo, em que foi preconizado o tratamento com 4

crianças portadoras de Paralisia Cerebral do tipo hemiparética, sendo estes

submetidos a uma série de exercícios no solo e na bola, trabalhando todas as

áreas do corpo e dando ênfase ao lado comprometido demonstrando a eficácia

do método Pilates na reabilitação desses pacientes visando a melhora de suas

limitações.

CONCLUSÃO SOBRE A PESQUISA

Após a realização do estudo de caso e ouvir os depoimentos dos

profissionais, constatou-se que o método Pilates pode ser aplicado na

reabilitação desses pacientes, visando a melhora de suas limitações,

possibilitando a execução de exercícios que não são possíveis de realizar por

causa da limitação da patologia. Considera todos os segmentos corporais em

harmonia, em vez de visar apenas às áreas comprometidas, seu objetivo não é

alcançar um corpo que se encaixe nos padrões culturais, mais antes, um corpo

cujo alinhamento seja natural.

71

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A pesquisa realizada demonstrou a importância da aplicação do

método Pilates na reabilitação de pacientes portadores da P.C. do tipo

hemiparetica, visando a melhora de suas limitações.

Propõe-se que este método seja utilizado por um numero maior

de pacientes e aplicado na reabilitação de indivíduos com outras seqüelas

neurológicas.

Sugere-se também a aplicação deste método em um numero

maior de sessões.

Diante destes resultados propõe-se finalmente que este método

seja utilizado em clinicas e centros de reabilitação, assim como seja realizado

uma melhor divulgação do mesmo.

72

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A teoria mostrou que a Paralisia Cerebral provoca um vasto

conjunto de afecções que comprometem o sistema nervoso central imaturo e

que tem em comum o distúrbio motor como uma de suas manifestações mais

evidentes. A definição mais aceita hoje em dia é a que classifica a paralisia

cerebral como um grupo não progressivo, mas freqüentemente mutável, de

distúrbios motores, secundários a lesão do cérebro em desenvolvimento.

O método Pilates beneficia a saúde ao aumentar a resistência

física e mental, a mobilidade articular e a capacidade metabólica, melhorar o

controle corporal, a coordenação motora, a flexibilidade e o tônus muscular,

alem de aliviar as tensões.

O Pilates considera todos os segmentos corporais em harmonia,

em vez de visar apenas às áreas comprometidas, seu objetivo não é alcançar

um corpo que se encaixe nos padrões culturais, mais antes, um corpo cujo

alinhamento seja natural.

A pesquisa demonstrou a aplicação do método Pilates na

reabilitação de pacientes P.C hemipareticos, visando a melhora de suas

limitações.

Este trabalho teve ainda como objetivo desencadear trabalhos em

pacientes com outras seqüelas neurológicas com a aplicação do referido

método.

73

REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO

1 INTRODUÇÃO Pacientes de ambos os sexos portadores da Paralisia Cerebral do

tipo hemiparéticos serão submetidos ao método pilates e seus resultados analisados.

1 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO ESTUDADO

a) Método empregado: Pilates

b) Depoimento dos Profissionais Fisioterapeutas

2 DISCUSSÃO

Confronto entre teoria e prática no presente estudo.

3 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS

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APÊNDICE B

ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA FISIOTERAPEUTA

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Sexo:..................................................................................................................... Idade:..................................................................................................................... Profissão:............................................................................................................... Escolaridade:......................................................................................................... Cidade:..................................................................................................................

II - PERGUNTAS ESPECIFICAS

1 Qual sua opinião sobre o método pilates? ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 2 Você indicaria o método pilates para tratamento fisioterapêutico na Paralisia Cerebral do tipo hemiparética? Se sim, por quê? ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 3 Qual a importância do método pilates em um trabalho multidisciplinar na reabilitação da Paralisia Cerebral? .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

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APÊNDICE C

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PARTICIPAÇÃO EM ESTUDO CLÍNICO

Tendo sido satisfatoriamente informado sobre o trabalho de pesquisa intitulado: Pilates na reabilitação de pacientes com Paralisia Cerebral do tipo hemiparéticos, realizado sob a responsabilidade de Thalita Almeida Orlandini, concordo que.........................................................................................................., paciente pela qual sou responsável participe do mesmo. Fui esclarecido de que deverei responder um questionário com os dados do paciente.Estou ciente de que Thalita Almeida Orlandini estará disponível para responder a quaisquer perguntas e de que posso retirar este meu consentimento a qualquer tempo, sem prejuízo de cuidados paramédicos; caso não me sinta atendido, poderei entrar em contato com o orientador(a) do trabalho de monografia.

Lins,...........de..............................................de 2008

.................................................................................... Assinatura dos pais ou cuidador

Pesquisadora: Thalita Almeida Orlandini Rua: Dom Henrique Mourão, 45 apto 20 Lins - São Paulo Fone (14)91262529 Email: [email protected]

Orientadora: Gislaine Ogata Rua: João Teodoro, 59 Lins São Paulo Fone: (14)81188390 Email: [email protected]

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ANEXOS

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