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  • A-4 Economia Sexta-feira e fim de semana, 25, 26 e 27 de julho de 2014 Jornal do Commercio

    Por enquanto, o PT apenas observa a movimentaodos deputados do PMDB do Rio de Janeiro que estam-pam nos panfletos de campanha o rosto e o partido docandidato tucano a presidente da Repblica, o sena-dor Acio Neves. Nos bastidores, h quem diga que ocomando da campanha pela reeleio de Dilma Rous-seff considera essa dobradinha irregular. Embora o PTainda no tenha definido o ingresso de uma ao naJustia Eleitoral, vai tratar do tema.

    As cobranas viro, em especial, por conta da defe-rncia de Dilma ao governador candidato Luiz Fernan-do Pezo (PMDB-RJ). Vem briga feia a. No toa queAcio tem intensificado a agenda na capital fluminen-se nos ltimos dias. Ele tem que aproveitar enquanto oPT no obriga os aliados a retirarem o tucano da pro-paganda.

    Por falar em Rio de Janeiro...A tendncia de Dilma no Rio participar de atos de

    todos os candidatos a governador em vez de ir a ape-nas um, convidando os postulantes ao governo esta-dual. que existe, no meio petista, o receio de con-fronto entre cabos eleitorais dos mais diversos candi-datos num ato especfico de Dilma com a presena detodos.

    Henriquinho paz & amorSe quisesse, o presidente da Cmara, Henrique

    Eduardo Alves (PMDB-RN), poderia ter jogado para aplateia e apressado o processo de cassao do manda-to do deputado Andr Vargas, ex-secretrio de Comu-nicao do PT. No o fez, segundo alguns, porque,alm de problemas nos prazos, pretende deixar o par-tido de Dilma com essa dvida de ter evitado aindamais desgaste para o partido da presidente nessa tem-porada eleitoral.

    Os trabalhos de AlckminOs polticos dos mais diversos partidos no tm

    mais dvidas de que o governador candidato de SoPaulo, Geraldo Alckmin (PSDB), agiu de caso pensadoao promover uma grande quantidade de obras no inte-rior do estado, deixando a capital a ver navios. Como aculpa sempre de quem est mais prximo, o desgastesobrou para o prefeito Fernando Haddad (PT).

    Torcida s avessasNo geral, os candidatos de oposio ao governador

    Agnelo Queiroz (PT) esto torcendo para que Jos Ro-berto Arruda (PR) seja candidato. Assim, Arruda ficariaxingando Agnelo e vice-versa, enquanto Luiz Pitiman(PSDB), Rodrigo Rollemberg (PSB) ou mesmo Toninhodo PSol teriam alguma chance de emplacar no segun-do turno, quando esperam ter os votos do que ficar defora da disputa final.

    da naturezaA oposio no desistiu de testar o humor da presi-

    dente Dilma Rousseff em relao compra da Refina-ria de Pasadena, ainda que o Tribunal de Contas deUnio (TCU) tenha dado a ela uma espcie de salvo-conduto em relao ao processo que investigou irre-gularidades na compra da planta pela Petrobras. Aaposta a de que ela vai escorregar em um eventualdebate.

    Dupla faceO amor da presidente Dilma Rousseff pela literatura

    brasileira no foi o nico motivo a lev-la ao velrio deAriano Suassuna. Junto a esse nobre motivo, h quemcoloque na roda a vontade de no deixar EduardoCampos, do PSB, aparecer sozinho nessa cena. Os doisconversaram apenas sobre o escritor.

    Sem sombraLula iria ao velrio, mas achou melhor deixar a cena

    apenas para Dilma. Nesta quinta-feira, a presidenteapareceu no plano central de todos os grandes portaisde notcias confortando a famlia.

    PrioridadeDepois do enterro de Ariano Suassuna, Eduardo

    Campos voltou para So Paulo. Quanto menos estiverexposto ao desgaste da acusao sem provas do depu-tado Jos Augusto Maia (Pros-PE), de que houve tenta-tiva de suborno para apoio a Paulo Cmara (PSB), can-didato ao governo de Pernambuco, melhor.

    la ZagalloVoc se lembra daquela frase de Zagallo: Vocs vo

    ter que me engolir?. Pois por a que o PT pretendeagir com o candidato do PMDB ao governo de So Pau-lo, Paulo Skaf, em relao a atos de campanha conjun-tos entre ele e a presidente Dilma Rousseff e o candi-dato a vice-presidente da Repblica, Michel Temer.Skaf pode at dizer que o candidato de Dilma em SoPaulo Alexandre Padilha (PT). Mas, ainda assim, des-filar com Dilma e Michel.

    la TiriricaPadilha esteve com Dilma nesta quinta no Alvorada.

    A concluso da conversa foi a de que h um vasto ter-reno para a campanha do ex-ministro ganhar algumflego em So Paulo, uma vez que ele ainda no tem osvotos do PT. No momento, ele est como aquele bor-do usado no passado pelo deputado Tiririca: Pior doque est, no fica.

    Aezo em xeque

    Braslia-DFpor Denise [email protected]

    BRBARA NASCIMENTO

    OFundo Monetrio In-ternacional (FMI) revi-sou, mais uma vez, apreviso de crescimen-

    to da economia brasileira, de1,9% para 1,3%. Com isso, se-gundo o organismo multilateral,o Produto Interno Bruto (PIB)do Brasil este ano s deve sermaior, entre os emergentes, doque o da Rssia, previsto paraapenas 0,2%, que sofre saneseconmicas devido crise coma Ucrnia. Para 2015, a previsofoi reduzida de 2,7% para 2%.

    A projeo para o PIB mun-dial em 2014 tambm caiu, de3,7% para 3,4%. A reduo para2014 reflete a herana do maudesempenho no primeiro tri-mestre, particularmente nos Es-tados Unidos. A reviso faz ascoisas parecerem piores do querealmente esto, afirmou Oli-vier Blanchard, economista che-fe do FMI. Na maior parte, re-flete algo que j aconteceu.

    O crescimento estimado parao pas muito inferior mdiapara os emergentes, de 4,6% pa-ra este ano e de 5,2% para o anoque vem. Quando consideradostodos os pases que entraram nolevantamento do fundo, s de-vem crescer menos do que 1,3%a zona do euro como um todo, e,especificamente, Frana, Itlia eEspanha. Ainda assim, todos es-ses pases esto em processo derecuperao e apresentaro re-sultados melhores do que noano passado, conforme o levan-tamento.

    Dentre os pases que cons-tam no relatrio do FMI, China,ndia e a regio da frica sub-saariana devem crescer muitoacima dos demais. A economiachinesa deve avanar 7,4% nesteano e 7,1% em 2015; a ndia,5,4% em 2014 e 6,4% no ano quevem; e a frica, 5,4% e 5,8%, res-pectivamente.

    A previso do FMI inferior do governo, que revisou nestasemana o PIB de 2014 de 2,5%para 1,8%, mas otimista quandocomparada s do mercado fi-

    Para o FMI, PIB do Brasilvai crescer apenas 1%Fundo Monetrio Internacional rev projees para este ano e em 2015. Entre osemergentes, Pas s fica atrs da Rssia, que sofre sanes devido crise com a Ucrnia

    PERSPECTIVAS

    Alerta

    ANNA YUKHANANOVDA AGNCIA REUTERS

    O Fundo Monetrio Internacional (FMI) cor-tou nesta quinta-feira sua estimativa para ocrescimento da economia global em 2014 paralevar em considerao a fraqueza no incio doano nos Estados Unidos e na China, as duasmaiores economias do mundo.

    O FMI tambm alertou que apenas algunsdos fatores que motivaram a reduo das proje-es so temporrios e afirmou que pases maisricos em particular enfrentam o risco de estag-nao econmica a menos que faam mais paraestimular o crescimento por meio de reformasmais profundas, como investimento em infraes-trutura ou mudanas em leis tributrias.

    Em atualizao de seu relatrio PerspectivaEconmica Global, o FMI informou que a econo-mia global deve crescer 3,4% neste ano, 0,3 pon-to percentual abaixo do previsto em abril. Ocrescimento deve ento acelerar a 4% no ano se-guinte, inalterado ante a estimativa anterior.

    O FMI informou, porm, que uma robusta re-cuperao global da profunda crise financeira de2007-2009 ainda incerta e que riscos geopolticosoriundos das crises no Oriente Mdio e na Ucrniapodem golpear ainda mais o crescimento.

    mpeto de demanda robusto ainda noemergiu, apesar de taxas de juros muito baixas edo arrefecimento dos obstculos recuperao,incluindo consolidao fiscal ou condies fi-nanceiras apertadas, informou o FMI, acrescen-tando que todas as principais economias avan-

    adas fariam bem em manter as taxas de jurosbaixas por enquanto.

    Bancos centrais nos EUA, Japo, zona doeuro e Gr-Bretanha reduziram com fora osjuros para impulsionar o crescimento econ-mico e prometeram manter os nveis baixospor mais tempo para permitir que a recupera-o seja sustentvel.

    Focos positivos na economia global, segundoo FMI, incluem a recuperao do crescimento noJapo, na Alemanha, na Espanha e no ReinoUnido. Mas eles foram ofuscados pelo cresci-mento fraco nos EUA no primeiro semestre, almda desacelerao da demanda domstica naChina, cujo governo buscou reduzir a atividadede emprstimos e o mercado imobilirio esfriou.

    Brics

    A Rssia tambm pesou sobre as estimativasgerais. Sua economia praticamente no devecrescer neste ano, devido a sanes e outros im-pactos da crise da Ucrnia. De fato, entre o Brics Brasil, Rssia, ndia, China e frica do Sul apenas a ndia escapou de ter suas estimativasreduzidas pelo FMI, com a confiana empresa-rial recuperando-se aps as eleies no pas.

    Para essas projees, o FMI calculou o cresci-mento do PIB usando novos parmetros de pari-dade do poder de compra que foram divulgadosneste ano, mostrando que a economia globalcresceu de fato mais rapidamente nos ltimostrs anos do que o FMI havia previsto, especial-mente nos mercados emergentes.

    Risco de estagnao em pases ricos

    nanceiro. No Boletim Focus, doBanco Central, os analistas esti-mam um crescimento da eco-nomia de 0,97% neste ano, e de1,5% em 2015.

    O economista Alcides Leiteacredita em um cenrio aindapior. provvel que cresamosentre 0,5% e 1%, diante do cen-rio de baixssimo investimento,endividamento das famlias, au-mento de juros e inflao alta.H um desnimo generalizadopor parte dos agentes econmi-cos, tanto para quem produzquanto para quem consome. Na

    dvida, ningum gasta. Por issoas perspectivas so to negati-vas, comentou.

    O professor e economista Jo-s Carlos Oliveira, da Universi-dade de Braslia (UnB), tambmacredita em crescimento do PIBinferior a 1%. E a situao devepermanecer a mesma no anoque vem. O setor privado, quedeveria fazer investimentos com exceo da agricultura ,est reticente. H dvidas sobrea conduta da poltica econmi-ca, que no gera um ambienteestvel e atraente para investi-

    mentos, disse. O governo encara a falta de

    confiana dos empresrios co-mo um problema para o avanoda economia do Pas. Por isso,tem tentado de tudo para sedu-zir o setor privado. Recentemen-te, concedeu uma srie de bene-fcios indstria, como vanta-gens tributrias e a mudanasdas normas do Refis. Mesmo as-sim, no deve haver alteraono cenrio, segundo o professor.As medidas so sempre muitopontuais, no alteram o cen-rio, completou.

    CRISE

    DA AGNCIA ESTADO

    A Unio Europeia deve divul-gar nesta sexta-feira a lista depessoas e empresas afetadas pe-las novas sanes contra a Rs-sia, dizem fontes. A UE conside-ra enrijecer as sanes contra opas aps considerar que o pre-sidente Vladimir Putin no temse esforado para incentivar asinvestigaes da queda do vooda Malaysia Airlines na Ucrnia.

    Autoridades da UE se reuni-ram nesta quinta-feira para dis-cutir as novas restries ao pas.

    Uma das opes restringir oacesso da Rssia aos mercadosfinanceiros europeus e as expor-taes de bens militares. A pro-posta consta do documento deum oficial da UE preparado paraa reunio e seria discutida comos embaixadores dos pasesmembros na reunio.

    As possveis medidas refle-tem o desejo de diversos paseseuropeus e a presso dos Esta-dos Unidos de aumentar as pe-nalidades contra a Rssia aps amorte de mais de 200 cidadosdo continente na queda do voo

    MH17. Putin acusado de nousar sua influncia com os sepa-ratistas pr-Rssia, que domi-nam a regio onde esto os des-troos do avio, para permitiruma investigao profunda so-bre as causas do incidente. Eletambm acusado de auxiliarmilitarmente os rebeldes.

    As propostas, no entanto, au-mentam as chances de uma re-taliao do governo russo, o quepode prejudicar os pases quedependem das importaes degs da Rssia. Segundo o docu-mento, uma das propostas

    proibir qualquer cidado euro-peu de investir em dvida, equityou outros instrumentos finan-ceiros similares com maturaoacima de 90 dias emitidos porinstituies russas em qualquerlugar do mundo aps a entradaem vigor das sanes.

    Porm, as restries contmdiversas excees. Cidados daUE poderiam, a princpio, com-prar ttulos da dvida soberana,uma vez que a Rssia um in-vestidor significativo em ttulosemitidos por diversos pasesmembros, diz o documento.

    UE estuda sanes contra a Rssia

    ALIANA DO PACFICO

    DA AGNCIA ESTADO

    O subsecretrio-geral daAmrica do Sul, Central e do Ca-ribe do Ministrio das RelaesExteriores, embaixador AntonioJos Ferreira Simes, disse nestaquinta-feira que a proposta doBrasil de antecipar para o fim doano o cronograma do acordo delivre comrcio com Chile, Peru eColmbia, da Aliana do Pacfi-co, dever beneficiar produtosindustriais e agrcolas. O Brasilpretende zerar as tarifas entreMercosul e os vizinhos andinosj em dezembro deste ano, e noesperar at 2019, como estavaprevisto inicialmente.

    Essa proposta j foi ventila-da, discutida anteriormente, eser discutida nessa reunio(na cpula do Mercosul, na pr-xima semana, em Caracas). Co-mo se sabe, esses trs pases(Chile, Peru e Colmbia) j ma-nifestaram desejo de trabalharno sentido da liberalizao docomrcio. Levantamos essaideia, claro que tem de ver co-mo fica essa ideia para os ou-tros pases da Mercosul, disse oembaixador. Quem trata decomrcio est sempre buscan-do oportunidades, mercados, ea temos um mercado. Se temosuma oportunidade de avanarnisso, podemos avanar. Quan-

    to mais, melhor, afirmou.Segundo Simes, de 2002 a

    2013, o comrcio do Brasil coma Colmbia aumentou 300%,saltou 389% com o Peru e subiu200% com o Chile. Questiona-do sobre a possibilidade de es-tender a proposta para o Mxi-co, o embaixador respondeuque a ideia trabalhar primei-ramente com os pases da Am-rica do Sul onde j h algo con-creto, que so os acordos daAssociao Latino-Americanade Comrcio (Aladi).

    Sobre o aguardado acordo delivre comrcio entre Mercosul eUnio Europeia, o embaixadorafirmou que foi feito um esforo

    nesse semestre por parte do blo-co sul-americano. Eu entendoque durante a visita do presi-dente da Comisso Europeia,Duro Barroso, na semana pas-sada, ficou claro que seria im-portante que a Unio Europeiapudesse fazer um esforo e creioque esses pontos sero objetode discusso na reunio do Mer-cosul, comentou Simes.

    Na ltima sexta-feira, Bar-roso foi recebido pela presi-dente Dilma Rousseff no Pal-cio da Alvorada e ouviu da pre-sidente que era necessrioapenas marcar uma data paraa troca de ofertas entre Merco-sul e Unio Europeia.

    Itamaraty prev acordo neste ano