Pharmacevtica nº65

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E como não queremos deixar de te mostrar o que vem aí no próximo ano 2015, deixamos-te um link que vais querer ver! Já podes consultar a tua Pharmacevtica online, enquanto esperas a chegada da 65ª edição em papel. Não percas tempo e dá uma vista de olhos. Atualiza-te!

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Nesta edição, o NRP decidiu explorar a temática “Jovens Farmacêuticos” e desmistificar um pouco o panorama atual.É verdade que vivemos numa altura em que o emprego não abunda, e que muitas vezes, quando o há, não é com as condições que idealizámos nem com o reconhecimento de sermos profissionais tão qualificados. Mas as adversidades levam à superação, e todos os fatores referidos fizeram com que o ainda estudante do MICF seja hoje um jovem muito mais dinâmico, pró- -ativo e que demonstre maturidade mais precocemente do que os de outras classes profissionais.Devemo-nos focar nos casos positivos existentes e usá-los como motivação, e retirar dos casos negativos ensinamentos para não incorrer nos mesmos erros. Acima de tudo, e além do prazer que devemos retirar dos projetos em que nos envolvemos, não nos podemos confinar à mediocridade. Afinal, “o bom é o maior inimigo do ótimo”.

Editorial

Por | Bernardo Rodrigues

Caros colegas e estimados leitores,É com um orgulho enorme que, em nome do Núcleo Redatorial da Pharmacevtica (NRP), vos trago a nossa sexagésima quinta edição.Não podia deixar de aproveitar a oportunidade para dar as boas vindas a todos os nossos colegas recém- -chegados. A vocês, resta-me desejar que aproveitem ao máximo e que disfrutem de tudo o que esta Casa vos pode oferecer.E se uns estão de entrada, outros estão de saída. São muitos; demasiados talvez. Mas quase todos com a certeza de que estes cinco anos lhes conferiram ferramentas que permitem olhar o futuro sem receio.A FFULisboa é muito mais que uma instituição de ensino que nos fornece conhecimento científico. É um local que fomenta o pensamento crítico e crescimento pessoal e um sítio que nos confere uma ética profissional, por vezes tão descurada.Todos nós devemos ter orgulho em afirmar que somos formados pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e que somos farmacêuticos. Somos um dos pilares da Saúde e devemos encará-lo não só com a responsabilidade inerente a tal, mas também com o orgulho com que este título nos presenteia.

Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da

Universidade de LisboaAvenida Prof. Gama Pinto

1649-003 Lisboatelf: 21 793 39 56telm: 963461342

email: [email protected]

www.facebook.com/pharmacevtica

direçãoFrancisco Pires

Direção Editorial [email protected]

Bernardo Rodrigues

Chefe de Redação [email protected] Queiroz

Redação [email protected]

Inês RamadasJoão RavascoJoão Ribeiro

Maria Inês PintoSara Fernandes

Teresa Dominguez

Coordenador de Ediçã[email protected]

Diogo Pires

Ediçã[email protected]

Carolina Botão AlvesInês Antunes Reis

Joana Craveiro

Coordenador [email protected]

Vilma Miguel

[email protected]

Mauro CorreiaRita Adão

periodicidadeSemestral

Tiragem800 Exemplares

AgradecimentosApoios | Colaboradores | AEFFUL | APEF | AAUL |NAS | A Feminina

| TAFUL | Núcleo de Fotografia |NRAEFFUL

impressãoEuropress

telf: 21 844 43 40www.europress.pt

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Caros colegas,

É com enorme orgulho, uma certa melancolia e saudosismo antecipado que me dirijo a todos os leitores pela segunda e última vez nesta página dedicada à verborreia presidencial. Estamos a terminar mais um ano civil e com ele um mandato repleto de grandes momentos para os estudantes de Ciências Farmacêuticas desta casa e para a sua Associação pela qual orgulhosamente dou a cara. É por isso, momento de agradecer a todos os nossos alunos que, pelo trabalho desenvolvido, foram galardoados com prémios e distinções e aos nossos colegas do CENTAEFFUL pela dinamização da nossa história.Todos os dias mostramos que somos gigantes, somos seres produtivos da sociedade e fazemo-lo como meros estudantes seja nos nossos “quintais”, seja por esse mundo fora. Não tenho dúvidas nenhumas que quem por cá vai permanecer, e em especial os nossos recém-chegados e já integrados caloiros, começarão cem novos anos de história e estórias. E aos nossos colegas que estão a entrar no mercado de trabalho é a nossa altura de deixar uma marca no mundo profissional, o sangue fervilha e as ideias jorram como água de uma fonte, é a nossa hora!Fecha-se um volume de história e abre-se outro capítulo mas o fio condutor deste livro, que espero que seja interminável, são os estudantes desta casa. Durante este mandato os FFULianos estiveram sempre na base de todas as nossas decisões e tomadas de posição e isto só foi possível com a ajuda da Mesa da Assembleia Geral, Conselho Fiscal e, claro, todos os elementos da Direção. Aos últimos quero deixar um agradecimento especial pela diversidade na unidade e por termos feito um crescimento em conjunto, pondo sempre os interesses dos nossos alunos acima dos nossos.É preciso ainda agradecer a todos os núcleos da nossa AEFFUL que ao longo deste ano sempre se mostraram proativos nas atividades e iniciativas

realizadas aumentando a informação, a cultura em todas as suas vertentes, a solidariedade e espírito de mobilidade na nossa comunidade estudantil. Neste, que é o seu espaço, quero deixar um agradecimento ao Núcleo Redatorial da Pharmacevtica pelo trabalho desenvolvido e por mais uma edição excecional.Aos novos órgãos sociais da AEFFUL, para além do “estudantocentrismo”, deixo mais um conselho retirado do código de honra do Colégio Militar: “Ser modesto do êxito, digno na adversidade e confiante face às dificuldades”.

Saudações Académicas

Francisco Pires | Presidente da DAEFFUL 2014

““Fecha-se um volume de história e abre-se outro capítulo mas o fio condutor deste livro, que espero que seja interminável, são os estudantes desta casa. “

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Por | Sofia Meireles

No passado dia 27 de Abril, a Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia (APEF) realizou a Final Nacional do XVI Concurso de Aconselhamento ao Doente (CAD) na Associação Nacional das Farmácias em Lisboa (ANF), um evento de uma enorme importância para o desenvolvimento de competências transversais a um farmacêutico mais completo, num espaço onde foram simuladas situações reais de uma farmácia comunitária. Nesta final nacional participaram os finalistas locais de todas as/os Faculdades/Institutos membros da APEF revelando uma prestação exemplar digna de futuros farmacêuticos. A APEF felicita em particular as seguintes participantes: Sandra Domingues, estudante da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa que alcançou o terceiro lugar na competição; Ana Silva, estudante da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto que ocupou o segundo lugar e Regina Dias, estudante da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra que conseguiu o desejado primeiro lugar. A Regina Dias teve a responsabilidade e a honra de representar o nosso

país na final internacional do concurso no 60th IPSF World Congress no Porto alcançando gloriosamente o segundo lugar na competição. Numa viagem de norte a sul pelo nosso país tive a oportunidade de conhecer vários futuros farmacêuticos, no âmbito da comunicação e empatia inerentes à prática da nossa profissão. É notória a admiração e empenho que os nossos estudantes revelam por este concurso, que tanto nos prepara para a vivência e postura a ter numa farmácia comunitária. Com o desejo de que este CAD tenha proporcionado alguma aprendizagem e curiosidade pela profissão, a APEF agradece a fundamental participação de todos os estudantes na competição.

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Por | João Ribeiro

A I Conferência de Empreendedorismo – Light Up Your Ideas, teve lugar no dia 28 de Março, contando com a presença de oradores de excelência, todos eles empreendedores de sucesso. Fruto da colaboração entre a AEFFUL e a LisbonPH, a primeira edição desta conferência, realizada no auditório da FFUL, serviu também para a apresentação formal aos alunos de uma empresa júnior - a LisbonPH -, bem como da sua estrutura e dos seus objetivos.Logo após os discursos inaugurais teve lugar a contextualização do Empreendedorismo em Portugal pela voz do Doutor Sérgio Póvoas, Vice-Presidente do Bussiness Angels Club, que deu também a conhecer melhor a forma como funcionam os Bussiness Angels e o Venture Capital em Portugal. Seguidamente, no panorama nacional, os participantes puderam ouvir vários exemplos de Empreendedorismo na Saúde, pela voz do Doutor João Cordeiro e do Professor João Gonçalves, ambos com cartas dadas na área da saúde (ANF e Technophage).Após a pausa para almoço, foi tempo para o Professor Doutor Manuel Laranja, Vice-Diretor do 3I’s, ULisboa, fazer o ponto de situação do

Empreendedorismo na ULisboa e de deixar uma mensagem motivadora, incitando à ação fora dos anfiteatros e à passagem da teoria à prática. A temática do Empreendedorismo Jovem foi deixada a cabo da Doutora Eloisa Pereira da JADE Portugal que explicou o conceito de Empresa Júnior e divulgou diversas iniciativas e organizações jovens existentes em Portugal. A fechar o dia e a divulgar o Empreendedorismo na FFUL esteve João Roma, Presidente Executivo da LisbonPH, que apresentou a nova Empresa Júnior da FFUL.A I Conferência de Empreendedorismo gerou interesse quer nos estudantes, quer nos docentes da FFUL e permitiu não só apresentar diversas abordagens empreendedoras, mas também desmistificar o conceito de empreendedorismo. Por vezes, mais que uma ideia inovadora, é necessária coragem e capacidade de trabalho para se ser empreendedor e foi isto que toda a organização e oradores tentaram transmitir aos participantes. Concluindo, o empreendedorismo não se foca nas ideias mas sim na execução das mesmas!

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Por | Tiago Barros

A parte teórica do curso contou com especialistas dos vários temas abordados com o objetivo de transmitirem aos participantes os conhecimentos necessários para a realização da campanha. Esta edição contou com algumas alterações devido a uma menor adesão comparativamente a anos anteriores, e por isso os grupos eram formados por um menor número de participantes. No entanto, tal facto proporcionou uma maior interação entre os estudantes e idosos nos centros de dia. Tanto nas faculdades em que se estabeleceu o contacto entre estudantes de diferentes áreas, como nos centros de dia que propiciam a troca de ideias entre gerações tão diferentes,

criou-se um interessante ambiente de aprendizagem. No centro de dia os participantes são uma companhia para os idosos, criando uma relação com os mesmos, e estes apreciam a mudança na rotina do dia a dia. Nestes casos a campanha acaba por ser uma amostra da realidade em farmácia comunitária. Deste modo, o objetivo fica cumprido tendo o curso completado o seu papel de formação teórica e a campanha proporcionado um ambiente em que os participantes começam a exercer o papel de profissional de saúde.

Por | Gabriela Ribeiro e Maria Inês Pinto

Um minuto pode fazer toda a diferença e, no que diz respeito à vida, um minuto pode ser o suficiente para a manter ou para a perder. É por isso imperativo que se incuta na sociedade o dever de cidadania, que passa por ganhar sentido de responsabilidade pelas vidas de quem nos rodeia. Todas as pessoas e, em particular, as que se especializam na área da saúde, devem estar preparadas para atuar numa situação de emergência médica e assim garantir o cumprimento do conceito de Cadeia de Sobrevivência. Os primeiros elos desta cadeia correspondem ao Suporte Básico de Vida (SBV) e são elementos essenciais para que se possa, efetivamente, salvar uma vida.

Com este intuito, o Gabinete de Informação, Promoção e Educação para a Saúde da AEFFUL, em colaboração com o INEM, desenvolveu um Mass Training em Suporte Básico de Vida. Os oitenta participantes puderam usufruir de uma sessão de explicação teórica da Cadeia de Sobrevivência e das manobras de SBV, seguida de uma parte prática, na qual puderam realizar e aperfeiçoar as técnicas em modelos próprios para o efeito. Salvar a vida de alguém não é tão utópico quanto se pensa. Um pouco de informação e formação, respeito pela vida e muita vontade de ajudar, são o que basta para que aquele minuto faça, realmente, toda a diferença.

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Por | Carlota Moura e Maria Inês Conceição

E se, lentamente, o teu corpo deixasse de responder à tua vontade? E se sair à rua se tornasse num verdadeiro desafio?Será que todos vemos a Esclerose Múltipla da mesma forma? Existem, sequer diferentes formas de ver esta doença?A resposta é simples: Sim, existem! Foi para responder a estas dúvidas que o Gabinete de Educação e Formação da AEFFUL desenvolveu, no semestre passado, a primeira sessão do VII Ciclo de Scienceshops, justamente no dia Mundial da Esclerose Múltipla, celebrado no dia 28 de Maio.Esta atividade permitiu dar aos seus participantes uma visão desta patologia por três prismas distintos: a Investigação, o Médico e o Doente. Foi uma tarde que primou pela sua diferença e enriquecimento tanto a nível científico como humanístico e que, certamente, não passou despercebida a todos os presentes.Deste modo, resta ao Gabinete de Educação e Formação deixar um enorme e sincero agradecimento a todos os participantes e em especial a todos os oradores e à Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), por terem contribuído para o sucesso deste Scienceshop.

Por | André Torres, Maria Inês Pinto e Patrícia Vasconcelos

Num ambiente marcado pelo pessimismo e insegurança face ao futuro do setor farmacêutico, é necessário que as adversidades passem a ser encaradas como oportunidades. O mercado de trabalho atual não está para quem cruza os braços e fica à espera, mas sim para aqueles que arregaçam as mangas e se atiram ao desconhecido.Neste sentido, no passado mês de maio, o Departamento Educativo da AEFFUL organizou o XVIII Seminário AEFFUL, cujo mote foi a multidisciplinaridade que tanto se procura nos dias de hoje. O tema sugestivo do Seminário, “Traçar Novos Caminhos: O Farmacêutico Multidisciplinar”, veio a revelar-se exatamente aquilo que qualquer estudante de Ciências Farmacêuticas precisa de ouvir. Ao longo do dia foram apresentadas e exploradas várias saídas profissionais pouco comuns para farmacêuticos, mas que, aos poucos, vão ganhando relevo e se vão destacando das mais clássicas. Não é segredo para ninguém que quem estuda Ciências Farmacêuticas tem de ser capaz de aplicar os seus conhecimentos a diversas áreas, uma vez que o setor

farmacêutico se associa e interage com muitos outros. Os painéis que constituíram o Seminário foram apresentados por oradores de excelência, profissionais de cada uma das áreas e subordinaram-se aos seguintes temas: “Farmacoeconomia e Acesso ao Mercado”, “Qualidade em Saúde”, “Marketing e Publicidade”, “Direito Industrial e Patentes”, “Tecnologias de Informação em Saúde”, “Suplementos Alimentares” e “Política e Intervenção Cívica”. Para encerrar o dia da melhor forma, seguiu-se a Mesa Redonda cujo foco incidiu sobre as áreas em que o farmacêutico deve apostar para evoluir na sua profissão. Neste debate participaram o Professor Doutor José Aranda da Silva, ex-Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF), a Doutora Ema Paulino, Presidente da Secção Regional de Lisboa da OF, o Doutor João Serejo, da MEDINFAR, e a Doutora Teresa Machado Luciano, Diretora do ACES da Amadora. É de extrema importância que sejam organizadas mais iniciativas como esta que abordem as novas áreas de intervenção farmacêutica e que levem os alunos de hoje a pensar fora daquilo que lhes é imposto. Só assim se formam profissionais conscientes e competentes, que não têm medo de arriscar fazer o impensável.

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Por | João Gonçalves e Maria Mariano

93 dias. 2.232 horas. 45 pessoas. Um tema. Uma noite.

As portas abrem, os convidados entram, as luzes apagam-se, sente-se aquele arrepio na espinha que só quem passou por aqueles três meses de trabalho conhece o significado. Neste momento não há muito mais a fazer, a não ser sentar e assistir ao maior espetáculo organizado pela AEFFUL. Transportados para o ambiente dos velhos navios piratas, envolvidos pelo luxo dos tesouros roubados e pela vida boémia característica destas tripulações, pais, professores, alunos e restantes convidados deixaram-se levar em busca do tesouro pirata.Foi ao som de vários “Terra à Vista” e de uma banda sonora de cortar a respiração, que os estandartes da COISA iniciaram este espetáculo com um esquema que não deixou ninguém indiferente. Desta forma, foram apresentados os nossos queridos anfitriões: Margarida Rocha da Costa e Cláudio Carmona, dando início à noite mais académica do ano!

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Subiu então a palco Francisco Pires, Presidente da DAEFFUL, que agradeceu àqueles que tornaram possível a concretização de mais um sarau, bem como a todas as pessoas presentes nesta noite mágica. Num discurso emocionado, felicitou ainda a AEFFUL pelos seus cem anos de história, ou não fosse esta a noite comemorativa do seu aniversário.A noite seguiu-se com os habituais sketchs, que são fruto de meses de trabalho e que satirizam o quotidiano peculiar da FFUL.Todos aqueles que se distinguiram durante o ano foram elevados à categoria de capitães. O primeiro capitão a comandar este barco foi o Professor Paulo Salústio, o qual, sob aplausos, não conseguiu esconder a imensa alegria, dedicando um poema da sua autoria aos seus alunos. Seguiu-se o Farmoaward Funcionário para aquela que todos os dias nos cumprimenta com um sorriso na cara: a nossa querida Dona Lurdes. Por não ter hesitado em qualquer praxe e ser aquele que os doutores e veteranos mais gostaram de praxar, Tiago Costa recebe emocionado o Prémio de Caloiro, relembrando os restantes colegas que estavam na mesma categoria. De seguida, a maruja Regina Grilo foi galardoada pelo vestuário que sagradamente guarda dentro do seu baú.Nunca falhando, o capitão incansável deste navio, Cláudio Carmona, recebeu o Farmoaward Finalista, sendo aquele que após a saída da FFUL deixará mais saudade. E como as viagens longas podem ser complicadas, Tiago Barros recebeu o Farmoaward Personagem, por entreter toda a tripulação. Para

aquele que sabe o que se passa em todos os portos dos quatro cantos do mundo estava reservado o Farmoaward Curioso: Joël de Oliveira.Dentro de cada tripulação existe também aquele membro altruísta que ajuda todos os seus colegas a ultrapassar os desafios ao longo da viagem, destacando-se nesta categoria Vanessa Rodrigues. Quanto ao amor, este também existe nos velhos navios piratas, tal se provou quando Pedro Jogo e Maria Inês Pinto receberam o prémio casal. Quem abraça a longa viagem que são os cinco anos na FFUL com todo o carinho, respeito e orgulho pelas tradições académicas tão intrínsecas à nossa faculdade, merece um enorme reconhecimento. Assim, o Farmoaward Espírito Académico foi entregue a Rute Henriques. Por fim, cada tripulante sonha encontrar a mítica sereia e o mais corajoso pirata. Desta forma, foram entregues os Farmoawards Rapariga e Rapaz a Sofia Meireles e Rodrigo Murteira, respetivamente.Mantendo a tradição, contámos com as atuações das tunas da casa: A Feminina e a TAFUL. Também congratulámos com o Prémio Carreira o Professor Doutor José Cabrita; com a Menção Honrosa a Dona Marília; e a equipa masculina de Futsal com o Prémio de Desporto. Quem também surpreendeu foram os nossos talentos, que mais uma vez fizeram provar que a FFUL está recheada de gente com muito potencial artístico.No final da noite, as palmas brindaram o esforço de um semestre, e os que estiveram por trás de toda esta organização puderam, emocionados, respirar de alívio. Juntos fizemos uma noite fenomenal! O nosso sincero agradecimento a todos os que contribuíram.

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Por | Diogo Piedade, Sara Torgal e Tiago Santos

Queima da Sebenta - 13 de fevereiro

Tradicionalmente marcada para o dia da escolha de estágios, a Queima da Sebenta foi este ano abençoada com uma chuva persistente e um processo invulgarmente prolongado! Apesar disto, os resistentes finalistas puderam lançar às chamas as sebentas das cadeiras que mais lhes queimaram as pestanas. Assim se cumpriu a tradição de queimar aquele tramado cadeirão no caldeirão!

Imposição do Grelo – 7 de maio

Foi no Auditório que, este ano, Putos e Putisas impuseram a sua primeira Insígnia de Praxe que apenas pode ser utilizada a partir da Semana do Caloiro do seu quarto ano. Com algumas surpresas e percalços, a Imposição lá se realizou, umas vezes pelos padrinhos, outras pelos Duxes.

Queima do Grelo e Imposição da Fita – 13 de maio

Naquele que é o primeiro passo da reta final do curso, os Quartanistas reuniram-se para queimar parte do seu Grelo e impor a Fita preta onde irão escrever as suas más memórias. Muitos contaram com a presença dos seus padrinhos, outros com pessoas mais especiais, mas o certo é que não houve quem não sentisse uma certa nostalgia após o corte dado no Grelo pela Tesoura do Dux Honoris. Para tornar este dia ainda mais memorável, ainda se puderam ouvir algumas palavras sentidas e o tradicional discurso de um professor escolhido pelo ano, neste caso, o Professor Salústio. No final, um brinde para celebrar convenientemente!

Queima das Fitas – 17 de maio

Após uma Bênção das Fitas que voltou à Alameda da Universidade num tórrido dia de sol, foi de coração apertado que todos os finalistas se reuniram com os seus amigos e familiares para esta tão aguardada festa! Depois de um farto almoço, vieram os discursos e com eles muitas lágrimas, emoções, agradecimentos sentidos e muito boas memórias. As más, essas foram queimadas com a fita preta, porque quem parte da FFUL leva sempre o coração cheio desta grande família! A Queima das Fitas é, por tradição, o grande apogeu do Percurso Académico do estudante, com os Quintanistas a passarem a Veteranos, mas é também o dia em que as saudades começam a apertar. Mais que tudo, é um dia que se guarda no coração, como aquele em que toda a Hierarquia se reúne para celebrar a promessa não de um “adeus”, mas de um “até já”!

Cerimónia do Traçar da Capa – 29 de maio

No final do grande mês académico por excelência, o dia tão esperado por muitos dos mais pequenos começou com um saudável exercício físico matinal, a fim de se compensar os “pequenos” excessos que ainda estavam para ser cometidos nessa noite. Com a MNAP sempre atenta a que nada falte aos seus prezados Caloiros, a manhã foi preenchida com uma exclusiva sessão de cardiofitness. Entretanto caiu a noite, desenharam-se os F’s, distribuíram-se lembranças, passou-se um jantar bem regado, viveu-se uma agradável surpresa e ajoelharam-se os Caloiros. Quando se ergueram novamente, eram já Pastranos. Com todos os juramentos feitos, lágrimas nos olhos e um misto de sentimentos após a capa ter sido traçada pela primeira vez, foi-lhes dada uma certeza com toda a confiança: a de que foram um ano SIM!

Período Pharmacevtico

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Por | Inês Ramadas e Sara Fernandes

Quando recordamos os nossos dias de praxe conseguimos distinguir algo que os doutores nos fizeram questão de repetir. Disseram-nos que haveria uma noite que seria o culminar de um ano cheio de coisas boas. Na altura não ligámos muito mas depois compreendemos o que significa o Arraial das Palmeiras, o significado da praxe, de pertencer a algo: a um sítio que nunca vamos esquecer. Só nesse dia percebemos o significado da palavra união. Foi nesta noite que os caloiros cresceram e passaram oficialmente a fazer parte da família.Para além de tudo o que vivemos enquanto grupo, temos realmente de agradecer o facto de termos sido recebidos de uma forma indiscritível. Entrámos num mundo onde tivemos a sorte de conhecer pessoas muito diferentes entre si, cada uma com a sua identidade e papel único nesta casa. Todas elas tiveram em mente ajudar-nos na nossa nova vida que era a faculdade. A noite foi repleta de lágrimas felizes, que insistiam em cair, em honra de todos os momentos que passámos ao lado de colegas que depressa se tornaram, um a um, grandes amigos. Aqueles que nos apoiaram nos momentos de angústia nas maratonas para os tão temidos exames (cuja preparação era deixada sempre para a última hora), ou que nos ajudaram em trabalhos com prazo de entrega. Aqueles que empurraram a folha um bocadinho para o lado para podermos espreitar ou que iam ao exame só para “ver”. Não nos podemos esquecer daqueles, “os fortes” que partilharam connosco os seus piores e melhores momentos espirituosos nas “ocasionais” e “educativas” festas da FFUL. Vivemos tanto juntos. As tardes no bar, quando os pais pensavam que estávamos a estudar e que mais tarde perguntavam confusos: “foste à praia?”. Os dias de praxe, aqueles que pareciam infinitos e que passaram tão depressa, quando éramos bichos verdinhos, com tanto por aprender. E aprendemos! Que passar a BioCel é um trabalho de equipa, que Botânica tem as melhores escolhas múltiplas, e que podíamos passar a todas as cadeiras na primeira fase, mas que isso tira toda a piada “à coisa”. E falando na COISA, no grupo de pessoas que nos proporcionou a noite mágica do Sarau e que nos fez perceber que a FFUL é tão mais que uma faculdade, é um mundo de oportunidades e imaginação. Aprendemos que às Farmos não se falta e que as festas

dão pontos. Que o arroz de pato se come à quinta-feira, que no bar não se põem os pés nas cadeiras e que não estamos autorizados a estudar durante a hora de almoço, à tarde quando há jantares, quando há festas, quando a D.Lurdes não deixa, quando o Pedro quer fechar mais cedo, quando o tempo está bom, quando está a chover e quando a cerveja está barata… Já tínhamos dito que no bar não se estuda? E que a única coisa de interessante que se passa no espaço farmacêutico é a “Fronha”? E que é nas cadeiras do auditório que se dormem as melhores sestas? Não há fim. Há tanto que podemos dizer, mas nesta noite não foram precisas palavras. Não. Nesta noite recordámos. E cantámos. Depois de um ano destes, a nossa maior vontade foi a de provar a todos os doutores que fomos um “ano sim”. Os ensaios da música e as gravações do vídeo, as discussões e o esforço de todos para conseguir retribuir, de alguma forma, o tanto que nos foi dado. Antes de sair de casa, o primeiro estranhar ao olhar para o espelho. A ansiedade de cada um de nós a preparar-se tendo a certeza de que o colarinho estava direito, que não havia unhas pintadas, pulseiras à mostra ou etiquetas a espreitar. Toda uma preparação para honrar a tradição académica do traje e, acima de tudo, honrar a melhor faculdade. Depois de todo o trabalho para que tudo corresse bem, chegou o momento de atuar e, por mais diferente do esperado, foi perfeito.Tudo estava em harmonia. Chegou o grande momento, o traçar da capa, aquele que simboliza finalmente o nosso crescimento e que não poderia ter sido feito senão pelas pessoas que nos ajudaram a crescer. Os grandes, os dedicados, os festeiros, os divertidos, os sábios. Os nossos padrinhos.É com pena que olhamos para trás e recordamos esta noite também como um fim. Aquilo que para muitos dos nossos colegas simbolizou o início de uma nova etapa foi, para nós, uma despedida. Numa atitude de alguma forma egocêntrica, este texto serve também para nos despedirmos de todos vós. Mas não pensem que se livraram das visitas ocasionais nas festas e Farmos. Da lágrima no canto do olho quando vos virmos, a vós colegas, receber um caloiro, a impor as insígnias e a queimar as fitas. Nós vamos estar cá, porque como a nossa grande Dux Veteranorum disse “Onde quer que vás, aqui estás em casa.”.

Arraial das Palmeiras

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Todos nós nos recordamos do primeiro dia em que entrámos na FFUL. Da primeira pessoa que nos praxou. De traçar a capa. Da primeira pessoa que praxámos. De impor as Insígnias. Tudo isso se deve à Praxe. Tudo isso acarreta o enorme espírito académico desta nossa casa. Tudo isso faz sentido a partir de certos momentos na nossa vida. Momentos esses que são vividos na companhia dos nossos amigos. Que se traduzem na nossa envolvência na faculdade e nos são proporcionados pela equipa da Mui Nobre Academia de Pharmacia (MNAP).Desde 2007 que se forma a equipa que nos proporciona todas as cerimónias de âmbito académico, desde a Procissão, passando pelo Dia D, os Tribunais de Praxe, e todo o Período Pharmacevtico. Assim, no passado dia 2 de Julho foi aprovada em Assembleia Geral da AEFFUL a equipa da Mui Nobre Academia de Pharmacia 2014/2015. A presidir a equipa encontram-se Diogo Viana como Dux Honoris, Rute Henriques como Dux Veteranorum e João Gonçalves como

Dux Facultatis. Deste mandato fazem parte os Quintanistas Inês Jorge, João Bernardo, João Mendes, Maria Inês Conceição e Nuno Romana, assim como os Quartanistas André Pinto, Bernardo Rodrigues, Catarina Nobre, Joana Antunes, João Pinto, Luís Silvestre e Sara Andrade, e ainda os Putos Ana Rita Braga, Ana Rita Silvestre, Bernardo Crispim, Gabriela Ribeiro e Manuel Talhinhas.Enquanto MNAP, assumimos a responsabilidade de regular a Praxe e assegurar que a receção aos novos alunos decorre de forma positiva, à imagem daquela que todos reconhecemos como a praxe de farmácia, uma praxe diferente de outras de que, hoje em dia, tanto se ouve e fala. Tomámos como missão uma praxe que se foca nos novos alunos e decorre dentro das linhas que traçámos com a Direção da nossa Faculdade para este ano. No entanto, a MNAP este ano não focará nem se deve focar apenas nos ditos caloiros. Assumimos também a responsabilidade de ajudar e defender toda a restante hierarquia. Neste sentido, nunca esquecendo a sua importância e o seu papel, reunimos uma equipa

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diferente. Uma equipa coesa que respeita a diferença entre todos e cada um de nós nesta faculdade. Que valoriza a maneira que cada um encontra de dar o seu contributo aos novos alunos e que, acima de tudo, procura dar o exemplo e mostrar, à sua maneira e estilo, como se pode e deve contribuir para a receção aos novos alunos.Mas o trabalho desta equipa é difícil e o panorama atual da praxe faz com que ele se revele, por vezes, ingrato. Neste sentido, o trabalho e o ano que nos espera não serão fáceis. Não só para a equipa, mas para as pessoas com e para as quais trabalhamos. Por isso pedimos a compreensão, apoio, presença e empenho de todos os Doutores, Veteranos e Conselheiros aquando da realização de todas as atividades de receção a caloiros e de enaltecimento das outras categorias hierárquicas. Com todos, poderemos continuar a fazer da FFUL a casa de todos nós e daqueles que desamparados cá chegam de paraquedas.

Dura Praxis, Sed Praxis

Mui Nobre Academia de Pharmacia

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Por | Bernardo Rodrigues

“Sejam Bem-Vindos, Caloiros!”, lia-

se na entrada da Faculdade de Farmácia da

Universidade de Lisboa.

E bem-vindos eles foram. Com uma paixão no olhar tão

característica de quem chega a um lugar novo, inebriados por

uma sede de conhecimento, tanto social como científico, os nossos

novos colegas olhavam em seu redor a tentar absorver tudo.

Num esforço conjunto, a Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia

da Universidade de Lisboa, apoiada pela Comissão de Apoio ao Caloiro, e a Mui Nobre

Academia de Pharmacia tentaram proporcionar um início de ano letivo inesquecível para os novos

habitantes desta grande casa.

E se assim o pensaram, melhor o fizeram. Foram praxes e petiscadas. Jantares e saídas. Festas e jogos de futebol.

Tudo para permitir que eles se conhecessem e ganhassem vontade de começar um ano que tem tudo para

ser dos melhores das suas ainda curtas vidas.

Findada esta semana, olhamos para eles com orgulho. Orgulho por estarem connosco.

Orgulho pela alegria e potencial demonstrado. Mas acima de tudo, orgulho por terem

apreendido tão bem os valores e a responsabilidade de serem alunos da FFUL e

futuros profissionais de saúde.

Sejam bem-vindos. E aproveitem!

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Casco Paper

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Por | Inês Fernandes

“Fusão nuclear é o processo no qual dois ou mais núcleos atómicos se juntam e formam um outro núcleo de maior número atómico” – in Wikipedia.

No dia 30 de Setembro, a Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da AEFFUL (CENTAEFFUL) reinventou, na FFUL, este conceito.

Escreveram-se estórias sem sentido enquanto nos davam música, defendeu-se o significado de palavras esquisitas que era facilitado depois de passar além fronteiras e experimentar aqueles fantásticos elixires de outros países e perpetuavam-se momentos numa polaroid gigante quando se via o mundo de uma forma diferente com uns óculos cor de laranja. Tudo culminando na personificação de um Cem humano, como forma de elogio ao aniversário centenário da nossa Associação.Isto porque a nossa menina faz cem anos. Estes cem anos que incluem uma MNAP que esteve prestes a enfrentar um processo em tribunal porque praxou o filho duma juíza; um Núcleo de Fotografia fundado em 1985 cujo principal interesse era a revelação de fotografias; um Núcleo de Rádio cujas primeiras edições do Purple Sessions foram no Music Box; peças que datam de 1935 descobertas pelo Núcleo de Teatro; uma Pharmacevtica que teve outras revistas anteriores a si e um Núcleo de Mobilidade e Cultural bem mais comummente conhecidos dada a sua recente fundação.Mais à frente, nessa nossa grande Bíblia que é a Wikipedia, lê-se “…A fusão nuclear requer muita energia para acontecer, e geralmente liberta muito mais energia do que aquela que consome.” Diria que foi uma reação com sucesso, sem passos limitantes, e que certamente libertou muita energia informando e inspirando os mais novos que aqui chegam.

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Por | Sofia Almeida

A atividade “Fusão Nuclear” surge no âmbito de dar a conhecer a todos os nossos estudantes a história e as atividades de cada núcleo. Foi desde início um desejo da DAEFFUL 2014 a concretização deste evento, tornando-se ainda mais pertinente a sua realização neste ano em que se comemora o seu centenário. Posto isto, a AEFFUL e a CENTAEFFUL uniram esforços para que este dia se concretizasse e deixar assim mais um marco neste percurso.

É importante realçar que a realização desta atividade não seria possível sem a participação e dedicação ativa de cada núcleo. Cada um de teve à sua disposição vários materiais, entre eles, uma banca de exposição, proporcionando-lhes a oportunidade de se darem a conhecer, dispondo o espaço de forma criativa e apelativa. De maneira a aumentar ainda mais a interação entre os alunos, foi criado um jogo, cujo objetivo consistia em completar os vários desafios propostos em cada banca, reservando-se ao vencedor um prémio constituído por algo simbólico e alusivo a cada núcleo.

Esta atividade adquiriu assim uma outra dimensão para além da vertente lúdica e informativa disponibilizada a todos os participantes. Serviu também como meio de coesão interna e desenvolvimento de espírito de equipa, tanto dos próprios núcleos como entre os mesmos. Foi sem dúvida um evento que conseguiu atingir os seus objetivos, tendo mobilizado vários alunos, estimulando a cooperação, criatividade e curiosidade. Da minha parte, como Vice-Presidente para as Relações Internas, queria agradecer a todos os envolvidos o excelente trabalho. Foi um orgulho fazer parte desta atividade convosco. Certamente um evento que se espera repetir.

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Por | Carolina Fonseca e Regina Grilo

Mais de cinquenta raparigas diferentes, a tocar dez instrumentos diferentes e a cantar três conjuntos de vozes diferentes. Seria fácil se tudo o que importasse para uma ensaiadora d’A Feminina fossem números. Numa tuna como esta, o que realmente importa é o querer. Querer fazer mais e melhor, querer contribuir, querer partilhar, querer ser realmente uma Feminina em todos os aspetos. Mas o querer é desafiante, por vezes difícil e cansativo, e implica um trabalho constante, tempo, dedicação e ambição. Implica abdicar um bocadinho da nossa vida pessoal e do mundo em que vivemos em prol da tuna. Mas já dizia Fernando Pessoa - “tudo vale a pena quando a alma não é pequena” - e para uma ensaiadora da Feminina este lema não podia ser mais apropriado. Não quer isto dizer que acordamos cada manhã a sonhar dar um ensaio – porque todos temos os nossos dias, aqueles mesmo chatos em que pensamos por que raio saímos sequer à rua – e uma ensaiadora não é exceção. Mas quando o Querer fala mais alto, o trabalho dá frutos e a magia acontece. Cada ensaio tem a sua história e em cada um há algo novo a ensaiar ou a repetir vezes sem conta, a aperfeiçoar. É essa a essência.

Todos os dias batalhamos para melhorar cada música e levar a tuna mais longe, mas é importante relembrar que além de ensaiadoras somos também Femininas, e é por isso que cada minuto dedicado a ensaiar aquela a que chamamos “nossa segunda família” é tão gratificante. É sentir que podemos ser úteis e que podemos ajudar cada uma das pessoas que nos rodeiam a progredir. Mas mais gratificante ainda é ver o trabalho final a resultar, porque nessas alturas o orgulho que sentimos é inexplicável e compensa todas as dificuldades que temos de ultrapassar.Se nos perguntassem quais são as palavras que mais dissemos durante as 3ªs e 5ªs do último ano letivo entre as 18:00 e as 20:00, estas seriam sem dúvida “repete”, “olha o tempo”, “outra vez”, “oiçam”, “concentrem-se” e outros conselhos idênticos. E se perguntassem se podíamos viver sem isso? Poder, podíamos... Mas não era (de todo!) a mesma coisa. Porque apesar de ser um trabalho aparentemente ingrato, acaba por ser um dos mais recompensadores. Tudo isto porque o que guia estes dois caminhos tão estreitamente interligados – ensaiadora vs tunante – é o amor, a paixão que temos pela música e o facto de o sentirmos de maneira tão óbvia n’A Feminina.

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Por | João Ravasco

Uma ideiaCriar “vacavelhas”. Consiste em cruzar vacas e ovelhas e daí aproveitar bastante carne e lã. Tenho andado a investir bastante neste meu projeto pessoal, já está patenteado, só falta convencer uma vaca e uma ovelha a coitar.

Uma paixãoSer eu próprio, “sem filtro”. Acho que é algo que faz falta a muita gente. Deixo aqui o conselho: experimentem.

Uma aventura na tuna Uma vez alugámos um avião e demos a volta ao mundo em 80 dias, foi um máximo. Depois tocou o despertador e acordei com ressaca da noite de tunas.

Uma pergunta“Tass bem na América?”

Uma respostaNo tempo do Chinchila…

Um desabafoEstar sóbrio custa(-me) a qualquer farmacêutico, é difícil aceitar o quão mal se recebe hoje em dia. Tendo em conta esse facto deviam valorizar qualquer farmacêutico da tuna. Beber sai caro, caro demais para um farmacêutico.

Uma pessoaA minha mãe

Um animalPossuo três de estimação na TAFUL - O Cabra, O Macaco e O Pombo.

Um dia no EstágioDar entradas, arrumar caixas, verificar validades, ouvir histórias chatas de idosos, ir para o WC dormir, atender o telefone, fazer balcão, almoçar, dormir uma sestinha na hora de almoço, informar idosos que benzodiazepinas + “um copinho de vinho” não é boa mistura. Agora é que dou valor à faculdade, trabalhar cansa.

Um problemaToda a minha pessoa é um. Isso e Diabetes Mellitus tipo 1.

Uma necessidadeRir, como disse Charlie Chaplin - Um dia sem rir é um dia desperdiçado.

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Rui Silva

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DuarteSantos

Presidente da Associação Portuguesa

dos Jovens Farmacêuticos

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Por | Bernardo Rodrigues

Enquanto jovens farmacêuticos vivemos tempos difíceis. As oportunidades escasseiam e quando as conseguimos nem sempre é com as condições que desejamos. Por isto, o NRP dirigiu-se à Farmácia Nova de Carnaxide para falar um pouco com o Dr. Duarte Santos, Diretor Técnico do estabelecimento supracitado e atual presidente da Associação Portuguesa dos Jovens Farmacêuticos que é certamente uma das pessoas que melhor nos poderá descrever o panorama atual da profissão.

NRP: Por que razão decidiu ingressar em ciências farmacêuticas quando estava no secundário?

Duarte Santos (DS): Eu decidi ingressar em Ciências Farmacêuticas ainda antes do secundário. A minha avó era farmacêutica e não posso dizer que isso não tenha sido uma influência grande porque tive desde cedo uma visão do que era a profissão. Lembro-me que desde pequeno gostava de ir para a farmácia e ver como eram as coisas. A noção do serviço público que era prestado, o interesse pelos medicamentos e pela parte da terapêutica surgiu-me muito cedo. Portanto, foi nessa perspetiva que ingressei em Ciências Farmacêuticas sem ter a certeza, quando entrei no curso, que depois aquilo que queria era trabalhar em farmácia comunitária.

NRP: Quando ingressou no curso de Ciências Farmacêuticas as suas expectativas corresponderam à realidade?

DS: As minhas expectativas foram largamente superadas. Tive a sorte de estudar na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, numa altura ainda da “velha-guarda”. Teve naturalmente pontos negativos mas também teve muitos pontos positivos. Acho que vivi a mística da cidade e a vida académica em pleno. Foi muito importante para o estabelecimento de laços de amizade

fortíssimos e que também fazem parte de uma boa construção da nossa vida. Foram realmente anos muito felizes. Se me pergunta se encontrei ou se consegui que a faculdade estivesse ao nível das minhas expectativas, respondo-lhe: estas foram superadas largamente nos meus anos de estudante.

NRP: O que é que acha que atualmente carece no plano curricular de ciências farmacêuticas?

DS: As carências podem ser mais ou menos evidentes em cada uma das faculdades porque muitas vezes estas são não só refletidas pela existência de um currículo com aquelas valências em si, mas também com outras condicionantes, como a capacidade pedagógica dos professores e o interesse dos alunos.

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““(..) há que ter, por parte das faculdades, o sentido crítico e a capacidade de prever as alterações que a profissão vai viver no futuro. E garantir que os farmacêuticos continuem a ser os profissionais mais bem preparados para aquelas funções.” “

De qualquer maneira, aquilo que eu noto desde os últimos anos e sobretudo em todas as alterações pós-Bolonha, é que houve uma alteração muito rápida dos currículos. E quando uma reforma é feita à pressa, há coisas que correm bem e outras correm menos bem. Aquilo que pessoalmente, me parece que faz mais falta por vezes, é nós adequarmos. Abdicarmos parcialmente da componente teórica mais pura e encontrar um misto entre este tipo de unidades curriculares e outras de cariz mais prático que seria facilmente conseguido com recurso a estágios intercalares e que teria custo zero às faculdades.Por outro lado, apraz-me ver que as faculdades começam

a apostar em áreas que até há bem pouco tempo não eram abordadas. Refiro-me ao Marketing Farmacêutico, à Gestão Farmacêutica e até mesmo a área da Comunicação, entre outras.Os alunos, quando saem do curso de Ciências Farmacêuticas, têm um espectro muito largo. Isso defende-os bem. Há aquela perspetiva “não estou preparado para nada”, mas estamos realmente preparados para muita coisa. Agora, também há que ter, por parte das faculdades, o sentido crítico e a capacidade de prever as alterações que a profissão vai viver no futuro. E garantir que os farmacêuticos continuem a ser os profissionais mais bem preparados para aquelas funções.

NRP – Exatamente como forma de complementar o plano curricular, o Dr. Duarte envolveu-se em várias atividades no seu tempo de estudante. Queria que falasse um bocado delas e de que forma é que acha que o moldaram no profissional que é hoje.

DS: Na faculdade, fiz parte do Núcleo de Estudantes de Ciências Farmacêuticas da Universidade de Coimbra e fui, durante alguns anos, representante dos alunos no Conselho Pedagógico. Primeiro ganhei experiência na gestão de tempo, certamente. Por outro lado, existia a necessidade de desenvolvimento de ações e a tomada de posições representativas com sentido crítico. O assumir de responsabilidade chega mais cedo quando há algo que nós sentimos que é a sério. Foi, portanto, uma oportunidade muito boa. No entanto, a principal motivação para nós desenvolvermos competências associativas é pensar no bem comum e trabalhar pelo bem de todos.E por isso, tenho pena que a prática de ações associativas quer enquanto estudante, quer enquanto profissional seja muitas vezes mal interpretada por quem nunca se envolveu ou não conhece o meio.

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“(..) E foi com alguma inconsciência da nossa parte, própria da idade que tínhamos na altura, que abraçámos este desafio sem medo. Foi graças a essa ‘saudável inconsciência’ que a associação hoje chegou a onde está.”

NRP: Entretanto foi crescendo e atualmente é o Presidente da APJF. Gostava que falasse um pouco do percurso e como chegou aonde está. DS: O percurso foi natural. Eu não fui o primeiro presidente desta nova vida da APJF, fui convidado para a direção.Tudo começou quando o meu colega Francisco Barros entrou em contacto com o presidente da APJF e este lhe lançou o desafio. Na altura, estávamos quase a ingressar no mercado de trabalho, tinham surgido várias faculdades, o número de alunos tinha aumentado muito e, como sabíamos que o panorama não ia ser de grande oportunidades, achámos importante ter uma associação que nos defendesse.Inicialmente, tivemos de reestruturar a APJF, especialmente a nível financeiro, onde tinha problemas muito sérios. E foi com alguma inconsciência da nossa parte, própria da idade que tínhamos na altura, que abraçámos este desafio sem medo. Foi graças a essa “saudável inconsciência” que a associação hoje chegou a onde está.Passados seis anos de APJF, o balanço é muito positivo e isso é reconhecido pelos dois prémios almofariz que a associação já ganhou. Resta-me apenas agradecer a todas as pessoas que integraram este projeto comigo.

NRP: Qual é a previsão que faz para o futuro da APJF?DS: Poderá crescer muitíssimo. A maioria dos nossos projetos são contínuos porque a defesa do interesse dos jovens farmacêuticos é um trabalho que nunca acabará. Neste momento a APJF pretende cooperar com associações formalmente estabelecidas e apoiar os nossos colegas que estão no estrangeiro. Temos, inclusivé, já projetos nessa área, como um grupo de networking no facebook: “Farmacêuticos além-fronteiras”. Para além disto, pretendemos também ter um papel na revisão dos Planos Curriculares das várias faculdades e aproximar-nos de associações jovens de outras áreas da saúde. Assim sendo, é um trabalho que não se esgotará e será certamente uma responsabilidade acrescida sempre que a direção se renove.

Duarte Santos empossado presidente da APJF

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NRP: Para além de Presidente da APJF é também Diretor Técnico da Farmácia Nova de Carnaxide. Como faz a gestão dos dois cargos?DS: É muito complicado em termos de gestão de tempo. Porém, acho que o associativismo também nos traz isso. Traz-nos a capacidade de gerir melhor o nosso tempo e traz muito mais motivação para todas as nossas tarefas do dia a dia. O facto de eu não ter uma vida de todo rotineira, faz com que eu trabalhe sempre com elevado afinco e enorme gosto nas diferentes responsabilidades. Quer na responsabilidade enquanto farmacêutico que trabalha diariamente ao balcão da farmácia, quer enquanto dirigente associativo. NRP: Como foi a sua experiência de ingressão no mercado de trabalho?DS: Eu fiz aquilo que qualquer um pode fazer. Não quer dizer que seja recomendável mas eu criei o meu próprio posto de trabalho. Eu tinha vontade de ser dono da minha empresa, e o caminho mais normal foi a compra de uma farmácia. Não quer dizer que isso hoje em dia seja fácil, nem foi de todo fácil para mim. Tem a ver com a forma de como nós nos envolvemos nos projetos. NRP: Concorda que atualmente esta ingressão é mais complicada?DS: É efetivamente mais complicado e muito mais desafiante, além de que as próprias condições remuneratórias em todas as áreas são piores. A mim parece-me é que nós hoje também temos a necessidade de sermos profissionais muitos mais focados em desenvolver outro tipo de soft skills, e isso é fundamental para que nós consigamos integrar o mercado de trabalho mais facilmente. Antigamente - e não há muito tempo - bastava ter o diploma e não era preciso ser um profissional dinâmico ou pró-ativo para conseguir emprego e ganhar muito melhor do que hoje sem grande esforço. Hoje já não é assim.Por isto mesmo, tenho grande esperança neste movimento positivo e neste dinamismo para o futuro da profissão. Sinto que este vai ser um ponto fundamental para que a nossa profissão seja uma profissão vencedora.NRP: Há várias pessoas que afirmam que a situação atual se prende com falta de pró-atividade dos jovens. Concorda com a afirmação?DS: Eu acho é que nós vivemos num momento em que, infelizmente, os colegas ganham muito abaixo daquilo que era desejável e merecido. Agora, há que viver com a realidade que temos e trabalhar para que esta seja melhor no futuro, o mais próximo possível. É lamentável que haja situações em que as pessoas são obrigadas a passar de estágio em estágio. Um estágio é interessante se for em determinada área mas é sempre importante que tenha uma componente de integração. Seja na empresa onde estagiamos, seja para ganhar experiência numa determinada área. Isso nem sempre

acontece e nós devemos condenar o aproveitamento de algumas empresas dessa situação. NRP: O que considera ser uma mais-valia no currículo e na entrevista de uma pessoa?DS: Enquanto estudantes devemo-nos preocupar em complementar o nosso currículo com atividades paralelas. Todos os estudantes que acabam o curso saem Mestres em Ciências Farmacêuticas. Uns podem sair com uma média superior e outros com uma inferior. Será importante em algumas situações, mas nem sempre esse fator é essencial. Existem outras competências que são fundamentais. Falo das habilidades a nível de comunicação, da vontade e dinamismo. Aqui a experiência associativa é sempre um bom marco. Depois, há muitos outros pontos: experiência internacional, estágios em áreas diferentes, etc. Isso deixa- -nos com muito mais curiosidade sobre a pessoa e percebe- se que é alguém com vontade de trabalhar e de se envolver. Outras condicionantes são também as experiências que provem a capacidade de trabalhar em equipa como a prática de desportos coletivos ou pertencer um grupo de voluntariado, por exemplo.

“(..) Eu fiz aquilo que qualquer um pode fazer. (..) eu criei o meu próprio posto de trabalho. ” “NRP: Antes de terminar, resta-me perguntar-lhe: quais

são os seus objetivos a médio e a longo prazo?DS: Divertir-me sempre muito com tudo aquilo que faço. Conhecer pessoas novas, interessantes, que me ajudem a aprender mais. Conseguir trabalhar sempre pela minha realização pessoal, nos mais diversos campos, e sentir-me sempre motivado. De certeza que já passou pela cabeça de muitas pessoas “Será que estou a fazer a escolha correta?”, “Será que estou no sítio certo?”. Acho que a nossa geração vive de um problema: Não existem trabalhos para a vida. Mas também coloca a questão de outra forma: se eles existissem, será que nós os queríamos? Eu acho que a nossa geração não tem um padrão de querer um trabalho para a vida, quer sempre evoluir, mesmo que seja no mesmo trabalho. Na minha área profissional também será assim, quero que a minha farmácia e que o meu desenvolvimento enquanto farmacêutico possa permitir uma prestação cada vez melhor e acho que esse caminho é importante para que me motive e para que me realize. Acima de tudo, fazer sempre mais e melhor.

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PERFIL DUARTE JOÃO GAMA DE OLIVEIRA TEIXEIRA DOS SANTOS

Nasceu em Lisboa, no dia 29 de Agosto de 1984

Concluiu o Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas no ano de 2008 pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

Foi membro do Conselho Pedagógico da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra entre 2006 e 2008.

Foi membro do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC).

Foi Vogal da Associação Portuguesa dos Jovens Farmacêuticos (APJF) entre 2008 e 2011.

Foi Segundo Secretário da Mesa da Assembleia Geral da Associação Nacional das Farmácias entre 2012 e 2013.

É Proprietário e Diretor-Técnico da Farmácia Central da Lapa – atualmente Farmácia Nova de Carnaxide - em Lisboa, desde 2008.

É Presidente da Direção da Associação Portuguesa dos Jovens Farmacêuticos (APJF) desde 2011.

É Membro da Direção da Associação Nacional das Farmácias desde 2013.

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A Geração Saudável é um projeto de promoção e educação para a Saúde, desenvolvido pela Secção Regional de Lisboa (SRL) da Ordem dos Farmacêuticos, com o objetivo primordial de contribuir para a promoção da saúde dos jovens nas escolas; educar e estimular a adoção de estilos de vida saudáveis; alertar para a ocorrência de possíveis patologias; dar a conhecer a importância da prevenção em saúde; e integrar os diversos profissionais de saúde, estabelecendo uma colaboração mútua na educação dos jovens.A prevenção e promoção da Saúde Pública constituem prioridades estratégicas do Plano Nacional de Saúde 2012-2016 e, neste sentido, o Projeto Geração Saudável assume uma importância acentuada e com enorme responsabilidade social associada.O público-alvo são os alunos do 2º e 3º ciclo que frequentam estabelecimentos escolares públicos ou privados das áreas de jurisdição da SRL, sendo os professores, familiares dos alunos e a população em geral um público-alvo secundário.

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O projeto está essencialmente projetado para jovens farmacêuticos, recém-licenciados ou estudantes. São parte integrante e fulcral do projeto e são quem executam as ações no terreno. Anualmente, abrem-se candidaturas por volta do fim de ano letivo (Maio, Junho), sendo que os critérios disponibilidade, dinamismo e vontade de integrar o projeto são fundamentais na eleição de um Formador da Geração Saudável.Existem duas grandes bandeiras associadas ao projeto: o Autocarro e a Mascote (o GS). São dois elementos importantíssimos e funcionam como peças facilitadoras, na medida em que conseguem criar com o nosso público-alvo uma empatia enorme. No que toca à Mascote, cabe-lhe a animadora tarefa de dinamizar os recreios e intervalos, através de jogos didáticos e interativos, bem como proporcionar e promover momentos muito divertidos. É um autêntico símbolo do projeto e revela-se como o elemento que mais marca a visita às escolas.

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Quanto ao Autocarro, este divide-se em duas partes: uma primeira, a parte da frente, uma zona livre e didática onde os jovens têm a possibilidade de contactar com jogos, vídeos e formações muito dinâmicas, com uma mensagem e conteúdos aliados às temáticas do projeto. E uma segunda, uma parte traseira, um anfiteatro, onde os temas são expostos sob uma componente cinematográfica, com explicações breves e espaço para dúvidas e esclarecimentos no fim das sessões.Este ano é ministrada formação sobre três temas de enorme relevo na Saúde Pública Nacional. A Diabetes, a Obesidade Infantil (associado a uma alimentação saudável) e o Enfarte Agudo do Miocárdio (em parceria com a iniciativa STENT FOR LIFE – NÃO PERCA TEMPO SALVE UMA VIDA). Um projeto desta dimensão não cresce nem se destaca sozinho. É com enorme orgulho que a Geração Saudável, tem vindo a receber várias chancelas e selos nas mais variadas categorias e áreas. De destacar a Direção Geral Saúde, com a integração no Plano Nacional para a Diabetes; a CONFAP – Confederação Nacional das Associações de Pais; a ANP – Associação Nacional de Professores e, mais recentemente, o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República. É com enorme glória que a Geração Saudável alberga estes brasões e garantias, com a perspetiva de que, no futuro, surjam mais oportunidades, mais escolas e população afeta ao projeto, colmatando num crescendo do papel do farmacêutico na sociedade.

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EPSA Annual Congress Budapeste 2014

Por | Teresa Dominguez

Desta vez as fotos falarão por mim. Porque todos os eventos internacionais (pelo menos os da EPSA) são especiais: conhecem-se pessoas, há grandes festas, há uma nova cultura que se descobre, um pouco que se aprende e muito que se apreende.

Apreender

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Por: Teresa Dominguez

Fomos só quatro. É raro, porque normalmente os “tugas” encontram-se um pouco por todo o lado. Raramente entramos numa sala do evento sem ouvir português, mas desta vez foi diferente. Ohrid, na Macedónia, recebeu apenas quatro de nós e, graças a isso, os que foram não se inibiram e estiveram sempre entre estrangeiros, como aliás as fotografias o comprovam.

O tema desta Summer University foi “Ideias de Negócio Farmacêuticas: pensa fora da caixa, torna-te um empreendedor”, e todos os trainings e workshops partiam desta mesma premissa. Foi possível ouvir em primeira mão diversas ideias de negócio que deram certo e errado, o que nos permitiu perceber as dificuldades de começar e as diferentes formas de empreendedorismo, mas também como melhorar soft-skills importantes como negociação e networking, gestão de conflitos e comunicação.Mas não só de educação vive o homem! Fez-se uma campanha pela higiene nas ruas de Ohrid, em que se ofereceram micróbios de peluche às crianças que sabiam a maneira correta de lavar as mãos; houve atividades como scuba-diving, vela ou parasailing para os mais corajosos; e muito mergulho no lago (quando o tempo assim o permitia, porque o sol andou escondido a maior parte da semana).

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Por | Teresa Dominguez

Este é o guia que desconstrói mais um projeto de mobilidade, quer para todos os que já ouviram falar e tinham curiosidade, quer para os que estão a ler este acrónimo pela primeira vez. Espero que no final o teu conhecimento tenha sido um pouco mais alargado sobre oportunidades internacionais. Toda a informação é retirada do site da EPSA, www.epsa-online.org. Se estiveres interessado em mais pormenores? Contacta: [email protected].

I M quê?

Individual Mobility Project. Ou Projeto Individual de Mobilidade. Trata-se de um projeto da EPSA que oferece um estágio profissional remunerado numa área farmacêutica, para quando estás prestes ou já entraste no mercado de trabalho.Os lugares para este estágio são apresentados pelos países-membros da EPSA em parceria com empresas nacionais e poderás concorrer sempre que um lugar aparecer. Sempre que existir um, receberás um email do Gabinete Internacional da AEFFUL e este será também publicado no Facebook.

“Ah, só devem aceitar dirigentes associativos/ empreendedores/ pessoas com 1000 pontos de SEP…”

O estágio está direcionado a estudantes de Ciências Farmacêuticas “nos últimos anos de curso” – o que é uma zona cinzenta, uma vez que não limita a participação a um nível académico mínimo – ou a farmacêuticos que tenham acabado o curso há menos de 24 meses. Está limitado sim a países-membros da EPSA mas como tu, enquanto estudante da FFUL, és duplamente representado pela APEF e pela AEFFUL, tens esta parte já está garantida.Na altura da candidatura, o nosso NIMP ajudar-te-á com o que precisares. Nunca deixes de considerar

candidatar-te por achares que tens poucas valências! Resume-se tudo a saber “vender” bem as tuas qualidades.

E o que é que eu ganho com isto?

● Estágio remunerado pela empresa que te acolher;● Orientação profissional personalizada;● Experiência profissional;● Contacto direto com outras culturas e formas de estar;● Possibilidade de prolongar o contrato de trabalho com a empresa no final do estágio.

Não ficas satisfeito com todas estas valências?

Receberás ainda um certificado de “Estágio IMP”, reconhecido a nível europeu.

Agora a sério: quais são os requisitos?

Quem? Estudantes motivados que queiram aumentar a sua experiência profissional, para um dia serem melhores profissionais.O quê? Isto não serão férias, mas um estágio com trabalho sério supervisionado por um mentor da empresa que ofereceu este lugar. Onde? Só te poderás candidatar a lugares fora do teu país de origem (país da associação onde estás inscrito, neste caso Portugal).Quando? O estágio tem a duração de três a doze meses, dependendo da empresa onde este lugar é disponibilizado.

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Por | Eduardo Corvacho

Embarcar em novas sendas tem tanto de excitante como de assustador. Esta é apenas mais uma história de desafio, trabalho e dever, cumprida pelo poder das pessoas e seus afetos.Para mim este congresso afigurava-se como uma experiência completamente nova, pelo

que estava apreensivo. Felizmente podiam encontrar-se, dentro da comitiva lisboeta de trinta elementos, pessoas que há muito conheciam e participavam nestas lides. Vindos de carro, de comboio ou de camioneta, fomos chegando à Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ansiosos por sentir a cidade e agarrar a nossa “oPortonidade”.Desde o primeiro dia se fez notar a presença de uma multiculturalidade rica e rara. A cozinha indiana de cheiros e sabores fortes misturava-se com a excentricidade dos sul coreanos, fatos laranja holandeses contrastavam com o preto das boinas francesas, e todos nós crescíamos num espírito de amizade e empatia difícil de compreender. Já alguém comentava que só o vivido é compreendido.

Houve tempo para provar bebidas de todos os cantos do mundo, apreciar queijos, experimentar repetidamente junk food trazida pelos americanos, concentrar

mais de vinte nacionalidades dentro de um restaurante, num jantar organizado espontaneamente em cima do joelho e ainda, claro, absorver a bela cultura

portuguesa, tão nossa como de todos os que connosco a partilharam entre aguardente, vinho do porto, francesinhas e outras demais iguarias.Não foi festa, porém, a única coisa que o Porto trouxe. Os workshops e trainings encheram os dias aos participantes, mas houve tempo de sobra para visitar a Invicta e suas pontes e caves. Dois dos dias foram reservados para um Simpósio Educativo (Professional recognition of pharmacists through education) e outro Científico (Translational pharmaceutical sciences: From the bench to the patient bedside).

Remeto às primeiras linhas para abordar o maior desafio que este congresso trouxe. As General Assemblies têm tanto de místico como de redutor para quem,

pela primeira vez, se apresenta numa delegação oficial. O poder que a nossa voz tem é arrebatador e faz-nos conscientes da nossa humanidade. A nossa imagem espelhada num ecrã gigante enquanto apresentamos a nossa opinião à sala reduz-nos, mas ao mesmo tempo sentimos que existe realmente valor nas palavras que

proferimos. Nada consegue ser mais satisfatório que testemunhar o nosso cunho no forjar de novas ideias e ações.Foi para mim um privilégio, uma honra e uma experiência incontornável para o resto da minha vida poder representar a AEFFUL e os seus estudantes em tamanha ocasião. Foram muitas horas sem dormir, muitas leituras em tempo de descontração e muitas discussões aparentemente infindáveis. Não posso deixar de agradecer a oportunidade, bem como endereçar um obrigado sincero aos meus dois colegas e amigos Official Delegates for AEFFUL, Portugal. Receio que sem eles me falhassem as forças para cumprir o meu dever.Termino esta pequena narrativa em jeito de TripAdvisor. IPSF World Congress? 5 estrelas, recomendo vivamente.

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Por | Maria Inês Pinto

Vivemos numa aldeia global que, a cada dia, se torna mais pequena e mais próxima. Hoje é possível chegar à outra ponta do Mundo em menos tempo do que, ainda há alguns séculos, demorávamos a percorrer apenas o nosso Portugal. A tecnologia veio encurtar caminhos e quase tudo ficou à distância de apenas um clique. É importante querer e saber ser um cidadão do mundo. Saber relacionar-se com culturas muito diferentes da nossa, com pessoas que vivem em países com uma instabilidade que nem conseguimos imaginar, saber falar com quem não percebe a nossa língua, respeitar os pontos de vista que indiscutivelmente são diferentes… A lista não tem fim.Atualmente, esta vontade de viver o mundo inteiro é muito valorizada, sobretudo a nível profissional, porque quem a tem traz experiências e ideias que em muito podem contribuir para ajudar e elevar o seu país. No setor farmacêutico, o cenário não é diferente. É muito importante que os alunos das Faculdades de Farmácia comecem, desde cedo, a interessar-se além-fronteiras. As oportunidades lá fora são muito apelativas, basta que alguém as agarre com afinco. Portugal também agradece!Para motivar os estudantes a terem experiência internacional, a já tão conhecida International Pharmaceutical Students’

Federation (IPSF) comporta um programa de mobilidade denominado Student Exchange Programme (SEP), que tem sido um sucesso. Através deste programa, os alunos poderão estagiar em áreas como Farmácia Comunitária, Farmácia Hospitalar, Empresas Grossistas, Indústria Farmacêutica, Faculdades ou Empresas de Saúde Privadas, com a duração de, habitualmente, um a três meses. Qualquer estudante de Ciências Farmacêuticas que pertença a uma associação membro da IPSF pode candidatar-se ao programa, mediante a entrega de um Curriculum Vitae, de uma carta de motivação em inglês e ainda do preenchimento de um formulário.

Não restam dúvidas que fazer SEP é uma experiência incrível e que quem volta vem completamente cheio e a transbordar. Por isso, não há ninguém mais indicado para pôr esta experiência por palavras do que aqueles que por ela passaram.

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«Para mim fazer SEP foi uma das melhores experiências que a faculdade me trouxe! É sair da nossa zona de conforto e ir em busca de diferentes culturas e diferentes formas de praticar Farmácia. Fazer SEP é aprender a lidar com novas formas de vida mas, também, trazer o coração cheio de experiências espetaculares. Fazer SEP é chegar a Portugal e, nessa mesma semana, querer voltar para o país que nos acolheu, apesar de todas as saudades e todas as dificuldades. Esta é a experiência farmacêutica que faz tudo valer a pena!»

Carolina CaldeiraSEP em Wroclaw, Polónia

«Para onde ir? Que área escolher? Estas são algumas das questões iniciais que surgem quando decidimos fazer SEP. Mas, quando chega a hora de partir, são muitas as novas perguntas que nos inquietam: Será fácil adaptarmo-nos? Conseguiremos perceber os nativos? Será a comida boa? Tudo isso desaparece quando aterramos e nos lançamos à experiência. Eu tive a oportunidade de estagiar na Clínica Central de Belgrado com uma equipa fantástica. Os farmacêuticos que nos acompanharam integraram-nos ao máximo no seu trabalho diário, o que nos permitiu ter uma ideia muito prática das tarefas de um farmacêutico sérvio em Farmácia Clínica. Algumas das principais atividades passaram pela dispensa de medicamentos para os diversos departamentos hospitalares, até à preparação de manipulados para uso hospitalar.No fim de tudo, uma coisa é certa: é uma experiência única, indicada para conhecer um novo país e o seu trabalho farmacêutico, contra indicada para quem não gosta de aventuras e como possível efeito adverso está a vontade imensa de voltar.»

Inês AntunesSEP em Belgrado, Sérvia

«O SEP foi-nos muito enriquecedor tanto a nível profissional, como a nível pessoal. Profissionalmente, passámos uma semana no hospital Kauno klinikos, onde pudemos conhecer vários departamentos e áreas: controlo de qualidade, narcóticos, armazenamento, oncologia, bebés prematuros e farmácia galénica. A segunda semana passámos em Farmácia Comunitária onde fizemos alguns manipulados e a rotulagem de algumas embalagens. Assim, na Universiteto Vaistinė (farmácia da universidade) preparámos colírios, cremes, papéis medicamentosos e realizamos vários doseamentos. No fim das duas semanas de trabalho, orgulhosamente percebemos que os alunos da FFUL são sujeitos a um ensino de excelência, que os capacita e lhe dá as valências necessárias como futuros farmacêuticos profissionais. Perceber que sabíamos fazer exemplarmente tudo o que nos foi pedido e constatar que colegas de outros países nunca o tinham feito antes, fez-nos pensar como estamos realmente bem preparados. Pessoalmente, tivemos o privilégio de estar inseridos num grupo simpático e multicultural: para além da Justina que passou grande parte do tempo connosco, o grupo era constituído por um egípcio, uma croata, uma turca, duas americanas e por nós, os três portugueses.»

João Santos, Patrícia Reis e Pedro FreitasSEP em Kaunas, Lituânia

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Por | Maria Inês Pinto

Os farmacêuticos que, hoje em dia, saem das Faculdades de Farmácia, revelam-se como uma nova espécie de profissionais de saúde. Incansáveis, insaciáveis e a transbordar de ideias novas, estes recém-Mestres levam consigo cinco anos de curso ainda muito presentes, cheios de vida e de histórias para contar. Não é surpresa para ninguém que esta necessidade de se superarem a cada dia e de se destacarem entre os demais advém daquilo que, ao longo dos anos de estudante, sempre lhes murmuraram aos ouvidos: o curso não é o suficiente. E isto veio, de facto, a tornar-se uma verdade incontestável.O atual plano curricular do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF) abrange muitos conhecimentos das mais variadas áreas e aposta muito fortemente na componente teórica como suporte à prática. No entanto, e uma vez que a maior parte do curso é uniforme e transversal para todos os estudantes que o frequentam, para dar resposta a estas necessidades surgiram as chamadas unidades curriculares de opção, das quais os estudantes podem escolher três no total, sendo que duas delas são lecionadas no 4º ano, uma por cada semestre, e a

outra no primeiro semestre do 5º ano. O leque de opções é vasto e vai ao encontro das áreas que a maioria dos estudantes de Ciências Farmacêuticas prefere, estando muito relacionadas com o próprio curso. Não obstante, mas de acordo com as exigências do atual mercado de trabalho, esta oferta veio a revelar-se insuficiente.Perante esta situação, a Faculdade de Farmácia, simultaneamente e em parceria com as restantes Faculdades da Universidade de Lisboa, trouxe, no ano letivo de 2013/2014, uma nova proposta aos alunos que frequentam o MICF: a opcional livre. Esta alternativa é equivalente a uma unidade curricular de opção normal, mas é realizada fora da Faculdade de Farmácia, numa das outras Faculdades que fazem parte da Universidade de Lisboa. Assim, qualquer aluno de 4º ou 5º ano poderá fazer, no máximo, uma opcional livre, desde que esta apresente um mínimo de 4 ECTs, na faculdade em questão.No ano em que a opcional livre foi introduzida, verificou-se uma grande adesão por parte dos alunos, especialmente os de 5º ano. No presente ano letivo, o número de estudantes que se inscreveu nesta

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modalidade de unidade curricular de opção foi exponencialmente maior, contando com cerca de oitenta alunos. As opcionais deste tipo mais concorridas são as de línguas na FLUL, como o Alemão, o Italiano e o Espanhol, e o Marketing Operacional, lecionado no ISEG. Este ano, o Conselho Pedagógico da Faculdade apostou na realização de uma base de dados, a título informativo, com a sugestão de várias unidades curriculares de outras Faculdades que preenchessem os requisitos necessários para que pudessem constituir uma opcional livre. Esta compilação foi dividida por áreas de interesse, como as Ciências e Tecnologias, a Saúde, a área Económico-Empresarial, a Investigação, entre outras. Deste modo, os alunos interessados em fazer uma opcional fora da faculdade puderam, facilmente, ter acesso às informações necessárias sobre essas disciplinas, na hora da inscrição. Dada a polivalência que caracteriza o típico estudante de Ciências Farmacêuticas, para quem o saber não ocupa lugar e a

vontade de experimentar coisas novas já faz parte do quotidiano, a opcional livre tem vindo a revelar-se tentadora e desafiante. Para qualquer aluno, a oportunidade de fazer parte da vivência de outras faculdades e de outros cursos demonstra ser muito enriquecedora e promete uma visão mais abrangente do estado da sociedade atual. Prevê-se que, nos próximos anos, o número de estudantes que recorrem à opcional livre venha a aumentar e que esta se torne ainda mais reconhecida pela sua importância e valor.

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Por | João Ravasco

Monografia apresentada, esmiuçada e o conhecimento de 4 anos e meio com 6 meses de estágio posto à prova em apenas 1 hora: são estas as últimas provas antes de um estudante de Ciências Farmacêuticas passar a ser oficialmente mais um na fatia dos 14% de desempregados em Portugal. As esperanças de uma “vida pacata que acata o destino sem desatino” já não constam na mentalidade de quem acaba, o que dizem ser, os melhores anos de toda a sua vida. No entanto, as coisas podiam ser muito piores se não fosse a existência do Instituto do Emprego e Formação Profissional, que cria inúmeros postos de trabalho através da remuneração de estágios aos quais podem concorrer, entre outros, os jovens entre os 18 e os 30 anos que tenham concluído o 9.º ano.Na nossa condição de (futuros) Mestres em Ciências Farmacêuticas, a comparticipação financeira do IEFP à entidade promotora (o nosso empregador) é de 65-80% do salário, variando entre cerca de 552 a 656 euros. Considerando 656 euros como 80% do salário bruto, estima-se que este ronde os 820 sem descontos. 820 euros brutos que representam 5 anos de estudo, de preparação superior, de propinas, de exames e de 6 meses de estágio não remunerado. Não obstante, são estas condições que nos aguardam nos primeiros tempos fora da faculdade, no suposto “mundo dos adultos”. É este pequeno empurrão que permite ao

Estágios iEFP

Instituto do Emprego e Formação Profissional criar e manter postos de trabalho, sendo as suas condições e medidas reflexo espelhado do contexto económico-social do país, assim como das características das entidades empregadoras existentes.Tendo suspendido as candidaturas no passado mês de Junho para reformulação do programa, discutida com parceiros sociais, os estágios do IEFP encontram-se novamente sujeitos a candidatura desde finais de Julho. Portanto, para quem não pretende iniciar uma carreira no mundo académico e se vai lançar ao mundo do trabalho, é provável que volte a ter contacto com este tipo de estágio, numa relação agridoce entre o agradecimento por estar empregado e o sentimento de que o que recebe não valoriza, de todo, o percurso sofrido de 5 anos de estudo superior.

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Por | Cláudio Carmona

Com o intuito de aproximar ainda mais os estudantes de Ciências Farmacêuticas com a Ordem dos Farmacêuticos (OF), nasce o Estatuto de Membro-Estudante da Ordem dos Farmacêuticos.Este permite-te o acesso à informação periódica, de cariz eletrónico, de atividades da OF, a participação em eventos organizados por esta com condições especiais, o acesso a publicações de cariz técnico-científico e o acesso à recém-criada Bolsa de Oportunidades - um espaço dinâmico de divulgação de oportunidades e candidatura por parte dos membros da OF. Além disso, marca um importante passo no contacto da Ordem dos Farmacêuticos com os futuros farmacêuticos, para que estes se acostumem e familiarizem mais rápida e facilmente com os trabalhos e iniciativas da instituição.Não tem qualquer custo associado e é uma plataforma que se encontra disponível para alunos do 4º e 5º ano do MICF e a sua adesão está ao passo de um clique no portal da Ordem dos Farmacêuticos.

É importante destacar, e com o mesmo privilégio afirmar, que somos a única ordem profissional onde esta parcela pecuniária, um estatuto de membro-estudante ou idêntico, é nula.Em números concretos, são já 265 Membros Estudantes na Secção Regional de Lisboa da OF, o que se revela como uma aposta ganha, sendo que as perspetivas serão, certamente, que o número cresça, reforçando ainda mais o papel deste estatuto.Constitui um ato que só traz vantagens e benefícios, pelo que o apelo é de continuar a aumentar estes números e envolver, ainda mais, o Membro-Estudante da Ordem dos Farmacêuticos.

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Por | João Ribeiro

Para aqueles que agora colocam um término ao seu percurso académico na FFUL, esta pode ser uma questão particularmente pertinente. No entanto, convém desde muito cedo perceber quais são as melhores armas com que nos podemos munir para garantirmos uma forte marca pessoal no mercado.Em primeira instância, não podemos agir de forma normal ou mediana. Se realmente queremos marcar a diferença e ser notados pelas empresas não é altura para reservas ou “medianices”, mas também não é momento para excessos de exibicionismo. O segredo é pensar como se fosses a entidade empregadora e questionares: “porque será que o mercado me deveria escolher a mim em detrimento dos outros?” Ora, estando nós enquadrados na década da explosão tecnológica podemos começar por tomar partido disso e usar a internet e as ferramentas que a ela pertencem a nosso favor. As redes sociais na Internet podem ser agrupadas em função do seu carácter pessoal ou profissional mas a verdade é que muitos espaços de índole privada estão acessíveis às empresas, podendo influenciar a avaliação feita pelos empregadores.Catarina Horta, diretora de Recursos Humanos da empresa de soluções de trabalho flexível e recursos humanos, Randstad, confessa que, frequentemente os diretores de Recursos Humanos de várias empresas andam à caça de talentos na rede profissional LinkedIn. Recorrem também à Internet no sentido de encontrar informação sobre um candidato que não fizesse parte do currículo apresentado por este, ou não tivesse sido referida na entrevista de emprego e fosse tida em conta no processo de seleção. A rede LinkedIn foi criada em 2002 e neste momento conta com 136 milhões de utilizadores onde 2,5 milhões são empresas. Em Portugal já são mais de 800 mil os utilizadores da plataforma. O LinkedIn

afirma-se como a maior rede profissional do mundo! Nela, tu podes construir uma identidade profissional expondo o teu currículo, reforçar relações profissionais, partilhar conhecimento, criar uma marca pessoal, estudar o mercado, encontrar oportunidades de negócio, procurar emprego, marcar reuniões ou entrevistas e expandir a tua rede de contactos. É portanto relevante ter um perfil adequado, sobretudo nos mercados latinos, onde as decisões são tomadas de forma mais impressiva. Aqui, o conteúdo dos perfis tem um efeito ponderador e constitui mais um elemento a ter em conta para avaliar se uma pessoa é adequada à função a que se candidata. Um exemplo, são informações que, não tendo sido facultadas pelo candidato, mostram que este tem uma filosofia “contrária aos ideais” da empresa para a qual está a ser recrutado. Assim, se estás a começar a pensar em entrar no mercado de trabalho é uma boa hora para racionalizares ao máximo a forma como geres os teus perfis nas redes, sejam elas sociais ou profissionais. Uma pessoa minimamente inteligente e com critérios de bom senso não coloca informação de carácter comprometedor no LinkedIn ou no Facebook, porque os caça-talentos e as entidades patronais também visitam estas redes.

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Por | João Ribeiro

A Capital Lusitana já é reconhecida internacionalmente pelos seus icónicos bairros. Do Bairro Alto a Alfama, todos têm a sua entidade e beleza bem preservada. São divisões informais, descomprometidas, a que se chamam popularmente bairros. Há bairros que se estendem por mais do que uma freguesia, e freguesias que no seu interior contêm vários bairros. É importante, contudo, não confundir estes bairros (bairros populares, bairros tradicionais, etc.) com os bairros fiscais. Neles, durante o dia, moram numa relação de simbiose os antigos e os novos, geralmente pessoas que nasceram e cresceram ali, numa partilha de espaço com artistas, jovens e outros que encontram nos bairros uma nova oportunidade para se estabelecer. Quando finda o dia, dão lugar à animação e estes bairros viram espaços de convívio. Momentos sociais onde se cruzam a vida boémia, dança, boas conversas, gargalhadas e muita animação. Os Bairros conjugam o melhor de dois mundos, são os pulmões da cidade e neles habitam alguns dos melhores bares para os noctívagos e melhores miradouros para os sonhadores. A Pharmacevtica dá-te a conhecer alguns deles:

EM CADA BAIRRO

UMA ESQUINA

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Alfama O antigo bairro medieval de Lisboa encontra-se num estado degradado mas nunca perdeu o seu encanto. É uma pequena aldeia dentro da cidade, descendo numa colina até ao rio e oferecendo belas vistas pelo caminho

Bairro Alto O bairro boémio de Lisboa tem o seu próprio fuso horário. Calmo durante o dia, é animado à noite pelas multidões que invadem os seus bares num ambiente festivo.

Mouraria O bairro mais multicultural da cidade é também um dos mais antigos, cheio de encantos pouco conhecidos. Um bairro tipicamente lisboeta, conhecido como o berço do Fado. Era aqui que a primeira grande fadista vivia no século XIX, a mítica Severa que se apaixonou por um conde e levou a música do povo aos salões aristocratas.

Santos O bairro do design é um destino para compras e vida noturna, mas é também onde se encontram dois dos melhores museus da cidade. Este é também um bairro de antigos palacetes, assim como é a Lapa, subindo um pouco a colina, pois foi onde se instalou a nobreza e a burguesia no século XVIII. Muitos desses edifícios encontram-se hoje recuperados: uns transformados em hotéis, outros em embaixadas.

Príncipe Real O bairro outrora gay, dos antiquários e dos bares, ainda se encontra aqui mas é agora também o bairro mais charmoso da cidade, com os seus belos espaços comerciais e jardins.

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Por |Teresa Dominguez

E agora?Escrevo este texto porque pode haver alguém que tenha algumas características parecidas comigo e, quem sabe, não acabarei por inspirar essa pessoa que esteja na dúvida (para o bem ou para o mal). Eu nunca me senti especialmente inspirada numa aula deste curso. Nunca houve um momento em que eu parasse e pensasse: “esta aula está a valer o tempo que eu não estou a passar no bar” ou “ainda bem que me levantei da cama hoje”. Não me interpretem mal, eu gostava bastante de Ciências no Secundário: Fisico-Química era interessante e Biologia também. Mas quando olho para trás, também o eram Português e Filosofia ou (ainda no 9º ano) História. Claro que alguém que entre na FFUL e que, como no meu caso, se apanhe num curso que “pronto, não é o ideal, mas até tem saída e posso acabar a fazer algo diferente” tem várias alternativas com que se entreter. Falo da tuna, da MNAP, da Pharmacevtica, dos núcleos e do associativismo, local, nacional e internacional. Também há desporto e investigação, mas esses não foram dos meus. Pode-se passar quatro anos (muito) à vontade, até bastante ocupado, sempre a deixar o curso para último. E foi o que eu fiz.Até me aperceber que por muito que gostasse de passar os dias a sonhar com o próximo congresso da EPSA ou com o próximo festival da tuna, iam-se passar cinco (que já seriam sete) anos e eu ia sair daqui com um CV bastante apetrechado de atividades extracurriculares, mas sem conteúdo nenhum no que se refere ao “ser farmacêutico”. E se muito se escreve nesta edição sobre os farmacêuticos do futuro, todos têm algo em comum que eu nunca tive: o gosto pelo conhecimento da área. E mais vale passar três anos a estudar algo que eu gosto verdadeiramente e depois analisar calmamente o futuro que me espera, do que continuar a arrastar-me num curso pela sua empregabilidade (com que agora já nem se pode contar).Mudei então para Relações Internacionais. Todos os dias adoro levantar-me da cama para estudar cada uma das cadeiras. Dá-me gosto participar nas aulas, tenho vontade de procurar mais informação quando chego

a casa. Porque esta devia ser a experiência universitária de cada um: ter verdadeiro gosto no que se está a estudar, em primeira análise. Depois venham os complementos para a formação pessoal e profissional. Mas primeiro a razão que nos leva a uma faculdade, mesmo que não seja a que nos mantém lá.Já não quero ser uma farmacêutica no futuro. Canta-se nas praxes de farmácia que o desemprego está em Letras. Mas este não é um texto sobre empregabilidade, é sobre evolução (espero bem). E lê-se no dicionário Priberam: “Evolução: s.f. desenvolvimento ou transformação gradual e progressiva.”

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