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PERSPECTIVAS PARA O MERCADO DE PROTEÍNA ANIMAL Gustavo Loyola Apresentação para o Congresso Internacional de Carnes Goiânia (GO), junho de 2013 1

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PERSPECTIVAS  PARA  O  MERCADO  DE  PROTEÍNA  ANIMAL  

Gustavo  Loyola  

Apresentação  para  o  Congresso  Internacional  de  Carnes  Goiânia  (GO),  junho  de  2013  

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C  ARNE  BOVINA  –  VISÃO  GERAL   2  

-­‐  Brasil  possui  o  2º  maior  rebanho  bovino  do  mundo  (208  milhões  de  cabeças),  atrás  apenas  da  Índia,  o  que  o  coloca  na  dianteira  em  termos  de  rebanho  comerciável.  É  o    segundo  maior  produtor    e  o  maior  exportador  mundial.  

-­‐  Rebanho  majoritariamente  (80%)  de  raça  zebuína  sendo  que  desta  parcela  cerca  de  90%  são  da  raça  Nelore.  

-­‐  InvesWmentos   relevantes   tem   sido   feitos   em   cruzamento   industrial   (zebuínos   +   raças   europeias),   visando   ganho   de  heterose   através   da   complementariedade   de   caracterísWcas   que   permitam   a   produção   de   carnes   mais   nobres   em  ambientes  mais  rúsWcos.  

-­‐  Criação  majoritariamente  extensiva,  o  que  faz  com  que  ainda  exista  grande  espaço  para  ganhos  de  produMvidade  do  rebanho.  Os  animais  terminados  em  confinamento  representam  apenas  pouco  mais  de  8,5%  do  abate  total.  

-­‐  São  182  milhões  de  hectares  com  pastagens,  estabelecendo  uma  taxa  de  ocupação  de  1,2  cab/hectare  em  uma  área  agriculturável  total  nacional  de    394  milhões  de  hectares.  

-­‐  Em   função  desta   caracterísWca  da   criação  extensiva,     a   questão   climáWca,   dada  a   extensão  do  País   e  diversidade  de  climas,  tem  forte   influencia  na  evolução  dos  indicadores  de  produWvidade  do  rebanho  e  produz  grandes  disparidades  regionais.  

-­‐  A  taxa  de  desfrute  do  rebanho  nacional  é  de  18,9%,  muito  baixa  relaWvamente  a  38%  nos  EUA  e  31%  na  Austrália.  Esta  taxa   mostra   a   capacidade   do   rebanho   de   gerar   excedente   para   ser   abaWdo.   É   uma   medida   de   produWvidade   do  rebanho.  

-­‐  O  peso  médio  da  carcaça  foi  de  233  kg  em  2011  e  o  mercado  interno  absorve  84%  desta  produção.    

-­‐  O  consumo  nacional    de  carne  bovina  por  habitante  é  o  segundo  mais  elevado  em  termos  mundiais,  40kg/hab  /ano.  Em  primeiro  lugar  esta  a  ArgenWna  com51  kg/hab/ano.  

-­‐  Rivaliza  neste  consumo  com  a  carne  de  frango  estabelecendo  forte  subsWtuibilidade  entre  ambas.  Este  fator,  aliado  às  perspecWvas  de  ganho  de  share  no  mercado  internacional      determina  nível  de  invesWmentos  no  setor.  

-­‐  Estrutura  da  produção  muito  pulverizada  contrastando  com  maior  concentração  no  setor  de  frigoríficos.    

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CARNE  BOVINA  –  MERCADO  GLOBAL  

Source: IBGE., USDA,FAO. Forecast: Tendências

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ESTIMATIVA S da FAO

Mercado global de carne bovina - 2011

-­‐  Pelas  esWmaWvas  da  FAO  a  demanda  global  por   carne   bovina   é   a   que   deve   apresentar  maior   taxa   de   crescimento   nos   próximos  anos.  

-­‐  A   baixa   penetração   da   carne   bovina   em  países   emergentes   do   Leste   AsiáWco  também  aponta  neste  senWdo.      

-­‐  Por   exemplo,   na   China,   em   2011,   o  consumo  per  capita  de  carne  bovina   foi  de  4,2kg/hab/ano   relaWvamente   a   37,6   kg/hab/ano   da   carne   suína   e   9,4   kg/hab/ano  da  carne  de  frango.    

-­‐  PerspecWvas  muito   favoráveis  para  o  Brasil  que   já   é   um   grande   player   e   ainda   tem  expectaWva   de   ganhos   relevantes   de  produWvidade.  

-­‐  Principal   determinante   da   compeWWvidade  nacional,   o   relaWvamente   baixo   custo   de  produção   devido   ao   caráter   extensivo   da  criação     tende   a   dar   lugar   a   um   maior  adensamento  liberando  área  para  lavouras.  

-­‐  No  médio  prazo  isso  deve  elevar  o  custo  de  produção   nac ional   ampl ificando   a  necessidade   de   ganhos   adicionais   de  produWvidade.  

Carne  Bovina Produção Importação   Consumo ExportaçãoEUA 20,0% 14,3% 21,0% 15,6%Brasil 15,1% 0,0% 14,0% 16,5%EU-­‐27 13,4% 5,6% 14,3% 5,5%China 9,3% 0,0% 10,0% 0,0%Índia 5,4% 0,0% 4,4% 15,9%Argentina 4,2% 0,0% 4,2% 2,6%Austrália 3,5% 0,0% 0,0% 17,4%México 3,1% 4,1% 3,5% 1,8%Paquistão 2,4% 0,0% 2,5% 0,0%Japão 0,0% 11,4% 2,2% 0,0%Rússia 2,3% 16,3% 4,2% 0,0%Outros 21,4% 48,3% 19,0% 24,7%Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Product2005  

ProductionEstimated  

demand  2025Aditional  

estimated  growth  %

Grains 2.219,40 3.140,40 921,00 41,5%Oilseeds 595,01 750,97 155,96 26,2%Meat   264,70 376,49 111,79 42,2%Broiller 80,00 113,70 33,70 42,1%Pig 103,40 146,80 43,40 42,0%Cattle 63,50 90,40 26,90 42,4%Coffee 7,72 9,40 1,68 21,8%Fibers 28,50 36,35 7,85 27,5%wood 3.401,90 4.148,40 746,50 21,9%

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CARNE  BOVINA  –  VANTAGENS  COMPARATIVAS  DO  BRASIL  

Source: MMA; Censo IBGE 2006; INPE. Forecast: Icone. APP = area of environmental protection

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-­‐  A   principal   vantagem   do   Brasil   é   a   disponibilidade   de   terra    existente  para  ainda  ser  incorporada  ao  processo  produWvo.  

-­‐  Esse   processo   inclui   a   subsWtuição   ou   maior   consorciamento  de  pastagens  ao  uso  para  produção  de  grãos.    

-­‐  Isso  sem  falar  na  evolução  do  planWo  de  2ª  safra,  a  exemplo  do  milho   na   safra   2011/12   que   praWcamente   igualou–se     à  produção   de     1ª   safra.   A   expectaWva   é   de   que   esta   2ª   safra  possa   chegar   a   representar   mais   de   20%   da   produção   anual  nacional  de  grãos.  

48,7 64,3

181,7174,4

25

75

125

175

225

2011 2030

Crop  Land Pasture

230,4 238,7

-­‐  A   evolução   de   lavouras   sobre   áreas   de   pastagens   poderia  ser   um   indicaWvo     negaWvo  para   a   pecuária   de   corte,   que  incorreria   em   elevação   de   custos   com   necessidades  adicionais  de  suplementação  alimentar  ao  gado.  

-­‐  Todavia   a   expectaWva   é   de   aumento   expressivo   na  produção   de   grãos   uWlizados   em   ração   o   que   tende   a  reduzir  seu  custo.  

-­‐  Adicionalmente   com   uma   pecuária   mais   “industrializada”  ampliam-­‐se   as   possibilidades   de   controle   sobre   fatores  determinantes  da  produWvidade  do  rebanho.  

 

2011  (millions  ha)  -­‐  Native  vegetation 544  -­‐  Protected  area 107  -­‐  Native  vegetation  in  private  properties  (APPs*  and  legal  reserve) 274  -­‐  Remnants  of  native  vegetation  in  APPs 69,5  -­‐  Productive  areas  (grains,  fruits  anda  planted  forests) 60  -­‐  Pastures  areas 198  -­‐  Urbanized  areas 38

Land use dynamics

Land use in Brazil

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CARNE  BOVINA  –  PONTOS  DE  ATENÇÃO  

Source: MMA; Censo IBGE 2006; INPE. Forecast: Icone. APP = area of environmental protection

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-­‐  Como  as  esWmaWvas  de  abates    levam  em  conta    área  uWlizada  com  pecuária;  custos  de  produção,  produWvidade;  consumo  domésWco;   exportações   líquidas   e   consumo  per   capita,   ficam   sujeitas   a   evoluções   disWntas   das   que  o  cenário  propõe  para  cada  uma  destas  condicionantes  .  

-­‐  Uma  assunção  básica  é  a  de  que  haverá  elevação  acentuada  da  demanda  global    por  carne  bovina,  em  ritmo  até  superior  aos  que  serão  verificados  em  carne  de  frango  e  suína,  porém,  relaWvos  de  preços  entre  elas,  afetados  por  fatores  específicos  a  cada  mercado  poderão   interferir  nos  resultados.  A  pontuar  que  o  cenário  depende  de  uma  maior  penetração  da  carne  bovina  no  mercado  asiáWco  e  mesmo  na  Índia,  o  que  tem  fortes  empecilhos  culturais.  

-­‐  Este  ponto   sobre  a  necessidade  de  evoluções   fortes  nas  exportações  nacionais  é  da  maior   relevância  dado  o   já  elevado  consumo  per  capita  interno  de  carne  bovina  (40kg/hab/ano)  mas  principalmente  do  consumo  per  capita  do   conjunto   das   carnes,   que   soma   a   este   da   bovina   o   consumo   de   frango   (46   kg/hab/ano)   e   o   de   carne   suína  (13,5kg/hab/ano).   Crescimentos   muito   expressivos   podem   resultar   em   relaWva   “sobra”   no   mercado   interno   e  afetar  negaWvamente  preços  e  a  rentabilidade  estas  produções.  O  consumo  per  capita  do  conjunto  das  carnes  tem  subido  a  uma  taxa  média  anual  de  2,1%  ao  ano  desde  2000.  

-­‐  O  cenário  prevê  uma  relaWva  “normalização”  no   regime  de  chuvas  no   território  nacional,  assim  como  o  manejo  sustentável  do  rebanho.  

-­‐  Também   se   trabalha   com   um   quadro   de   relaWvo   afrouxamento   nas   barreiras   sanitárias   ora   existentes   à   carne  bovina  nacional.   Isso  ocorreria  tanto  em  função  da  necessidade  de  outros  países  de  importar  volumes  adicionais  para  atender  sua  demanda  interna  quanto  pela  solução  de  algumas  questões  nacionais  tais  como:  implementação  de   um   sistema   rigoroso   e   eficiente   de   rastreamento   regional;   reconhecimento   de   novas   áreas   do   território  nacional  como  livres  de  febre  asosa  sem  vacinação  e  de  BSE  (o  Brasil  já  tem  status  de  risco  negligenciável  para  BSE  desde  maio  de  2012);  ocupação  de  novas  áreas  com  base  no  zoneamento    ambiental    e  priorizando  recuperação  de  pastagens  degradadas.  

-­‐  Enfim,   a   questão   da   cerWficação   e   da   adequação   a   padrões   privados   de   sustentabilidade   ambiental   será  fundamental  para  concreWzação  das  esWmaWvas  posiWvas  para  evolução    da  produção  nacional  de  carne  bovina.  

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CARNE  BOVINA  –  PROJEÇÃO  DE  ABATES  

Source: IBGE. Forecast: Tendências

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-­‐7,5%-­‐5,0%-­‐2,5%0,0%2,5%5,0%7,5%

10,0%12,5%15,0%17,5%20,0%

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

2022

2023

2024

2025

Number  of  slaughtered  cattle      -­‐ annual  var.%

Forecast

YearMillion  units

Var.%

2002 19,9 8,4%2003 21,5 8,5%2004 25,8 19,5%2005 27,9 8,2%2006 30,3 8,6%2007 30,7 1,4%2008 28,7 -­‐6,6%2009 28,1 -­‐2,2%2010 29,3 4,2%2011 28,7 -­‐1,8%2012 29,3 2,0%2013 29,8 1,9%2014 30,7 2,9%2015 31,7 3,3%2016 32,3 1,8%2017 32,9 1,9%2018 33,4 1,5%2019 33,9 1,6%2020 34,6 1,8%2021 35,3 2,2%2022 35,9 1,7%2023 36,5 1,6%2024 37,3 2,1%2025 37,9 1,7%

-­‐  Neste  cenário  global  de  forte  expansão  da  demanda  por  carne  bovina  e  dadas  as  vantagens  compeWWvas  do  Brasil  a  esWmaWva  é  de  taxas  posiWvas  de  desempenho  médio  anual  para  o  abate  de  bovinos.  

-­‐  Apesar  disto  a  taxa  de  crescimento  deste  abate  (2%  ao  ano)    deverá  mostrar-­‐se  inferior  ao  período  imediatamente  anterior,  entre  2000  e  2012,  quando  ficou  em  5,1%  ao  ano.  

-­‐  A  pontuar  que  o  período  entre    2000  e  2011  caracteriza-­‐se  por  forte  expansão  da  presença  da  carne  brasileira  no  mundo,  na  esteira  de  problemas  de  sanidades  dos  rebanhos  em  todo  o  mundo,  função  do  ressurgimento  da  BSE  (bovine  spongiform  encephalopathy).  

-­‐  Neste   senWdo,   frente   ao   vazio   deixado   com   a   necessidade   de   dizimação   de   rebanhos  inteiros   em   outros   países,   o   Brasil   teve   de   dar   passos   largos   no   senWdo   de   elevar   os  indicadores  de  sanidade  e  mesmo  de  rastreabilidade  de  seu  rebanho  de  forma  a  conseguir  ocupar  este  espaço.  

-­‐   O   principal   ganho   a   ser   esperado  nos   próximos   anos,   com  especificidades   regionais,     se  refere   à   taxa   de   desfrute,   que   em   úlWma   instancia   representa   uma  medida   de   tempo.   O  animal  deverá  ficar  “pronto”  para  o  abate  em  menos  tempo  elevando  a  taxa  de  abate  sobre  o  rebanho  total.  

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7  Number  of  slaughtered  caale  

3.500

4.500

5.500

6.500

7.500

8.500

9.500

15,00

15,50

16,00

16,50

17,00

mm  t@/cabeça

Brazil    

Peso  total  da  carcaça  mil  t CWE  -­‐  carcass  weighted  equivalent

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8  VISÃO  REGIONAL  

6,1%8,9%

40,0%26,7%

18,3%

1997

Norte

Nordeste

Centro  Oeste

Sudeste

Sul

14,3%

9,9%

38,8%

25,9%

11,1%

2002

Norte

Nordeste

Centro  Oeste

Sudeste

Sul

20,1%

10,8%

36,5%

20,4%

12,2%

2011

Norte

Nordeste

Centro  Oeste

Sudeste

Sul

19,4%

11,8%

37,0%

19,7%

12,0%

2025

Norte

Nordeste

Centro  Oeste

Sudeste

Sul

-­‐   Apesar   de   todas   as   regiões   apresentarem   crescimento   no   período   destaca-­‐se   que   as   maiores   alterações   em   termos  regionais  já  aconteceram  entre  1997  e  2011,  quando  houve  crescimento    acentuada  da    parWcipação  da  região  Norte  e  em  menor  escala  do  Nordeste  em  detrimento  de  Sul  e  Sudeste.  -­‐  Entre  2012  e  2025  haverá  maior  movimentação  do  Nordeste  muito  em  função  do  cenário  para  o  estado  do  Maranhão  

 

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9  NORTE  Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025RR nd 12,3% 0,3%RO 52,8% 7,9% 2,1%AC 8,5% 6,8% 1,5%AM nd 25,2% 2,0%AP nd nd ndPA 21,2% 5,1% 2,4%TO 18,8% 6,2% 2,5%Região  Norte 28,5% 6,8% 2,2%

Meat  Production  Evolution

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025RR nd 0,7% ndRO 0,7% -­‐0,4% 0,3%AC -­‐0,2% 0,0% 0,2%AM 0,0% -­‐1,6% 1,0%AP nd nd ndPA 2,8% -­‐0,3% 0,2%TO 1,3% -­‐1,2% 0,4%Região  Norte 1,9% -­‐0,5% 0,29%

Slaughter  Weight  Evolution

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025RR nd 11,6% 0,2%RO 51,7% 8,3% 1,8%AC 8,7% 6,8% 1,3%AM 0,0% 27,2% 1,0%AP nd nd ndPA 17,9% 5,4% 2,1%TO 17,3% 7,5% 2,1%Região  Norte 26,1% 7,3% 1,9%

Slaughter  Evolution  (heads)

-­‐  Desde   1997   Rondônia   é   o   Estado   com   o   maior  crescimento  dos  abates  na  região.  A  escassez  de  mão-­‐de-­‐obra,   a   descapitalização   do   produtor   e   os   baixos   preços  dos   produtos   agrícolas   até   o   início   dos   anos   2000  induziram   o   Estado   a   um   acelerado   processo   de  pecuarização.    

-­‐  Vale  destacar,  também,  o  excelente  crescimento  do  setor  no   TocanWns,   Estado   que   se   destaca   pela   qualidade   dos  animais  e  pelo  elevado  padrão  sanitário  sendo  classificado  como  zona  livre  da  febre  asosa  através  da  vacinação.  

-­‐  De   maneira   geral,   o   elevado   crescimento   do   setor   na  região   foi   concomitante   à   incorporação   de   terras   para   a  formação  de  pastagens  no  formato  extensivo.  

-­‐  A   expectaWva   é   de   que   o   crescimento   médio   anual   dos  abates  entre  2013  e  2025  na  Região  seja  de  1,9%.  A  média  anual   esperada   é   próxima   à   média   nacional   e   menor  àquela   verificada   nos   úlWmos   anos   tanto   em   função   da  elevada   base   de   comparação   quanto   pelas   restrições   ao  avanço  das  pastagens.  

-­‐  A   dificuldade   em   expandir   as   áreas   com   pastagens   se  deve:   i)   à   forte   concorrência   com   o   planWo   de   grãos,  especialmente   milho   e   soja,   cujos   preços   estão   em  patamares   historicamente   elevados;   e   ii)   à   pressão  imposta   pelas   sociedades   brasileira   e   internacional   em  defesa  das  áreas  de  proteção  ambiental  e  da  preocupação  com  as  questões  referentes  às  alterações  climáWcas.      

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10  NORDESTE  Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025MA 23,2% 4,1% 3,5%PI 1,1% 1,2% 3,3%CE 0,2% -­‐1,2% 2,9%RN 0,8% 4,2% 2,7%PB 30,1% -­‐2,8% 2,4%PE 8,2% 1,1% 2,6%AL 24,6% 6,1% 2,9%SE 0,0% nd 2,6%BA 6,8% 9,9% 3,2%Região  Nordeste 10,2% 4,6% 3,1%

Meat  Production  Evolution

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025MA 0,0% -­‐0,4% 0,3%PI 2,1% -­‐1,0% 0,6%CE 0,1% 0,2% 0,5%RN -­‐0,2% -­‐0,9% 1,0%PB 2,0% -­‐0,4% 0,3%PE 1,2% 0,2% 0,6%AL 0,4% 0,2% 0,6%SE 0,0% nd ndBA 2,1% -­‐0,8% 0,5%Região  Nordeste 1,4% -­‐0,2% 0,32%

Slaughter  Weight  Evolution

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025MA 23,2% 4,6% 3,2%PI -­‐1,0% 2,2% 2,6%CE 0,1% -­‐1,4% 2,4%RN 1,0% 5,1% 1,7%PB 27,6% -­‐2,4% 2,1%PE 6,9% 0,9% 2,0%AL 24,1% 5,8% 2,3%SE 0,0% nd ndBA 4,6% 10,7% 2,7%Região  Nordeste 8,7% 4,8% 2,8%

Slaughter  Evolution  (heads)

-­‐  A   Região   Nordeste   deve   ser   o   destaque   nacional   no  período   2013   a   2025   em   função   dos   ganhos   de  produWvidade,   uma   vez   que   prevalece   a   pecuária  extensiva   na   região.   A   taxa   média   anual   esperada   é   de  2,8%  para  os  abates  e  de  3,1%  para  a  produção  de  carne.  

-­‐  Vale  observar,   todavia,   que  ainda  existem  muitos   abates  na  região  que  não  são  inspecionados  pelos  órgãos  oficiais  de  vigilância  sanitária.    

-­‐  Também   devem   contribuir   para   o   desempenho   posiWvo  nos  próximos  anos  a  maior  suplementação  animal  com  o  crescimento  da  produção  de  grãos  e  a  redução  do  tempo  de  criação  para  o  abate.  

-­‐  No  Maranhão,  a  parWr  da  década  de  1970  se  iniciou  uma  ocupação  dos   chapadões   do   sul   do   Estado   graças   a   uma  políWca  de   valorização   agrícola   das   terras;   ocorreu  nesse  período   um   grande   processo   de   pecuarização   que   foi  apoiado  por  uma  série  de  incenWvos  fiscais.  

-­‐  No   período   2013   a   2025,   em   virtude   da   existência   de  terras  para  pastagens  e  da  proximidade  com  a  produção  de   grãos   (principalmente   soja),   o   Maranhão   deve  apresentar  o  maior  crescimento  médio  anual  da  Região.  

-­‐  Dona  do  maior  rebanho  da  região,  a  Bahia  também  deve  apresentar  boas  taxas  de  crescimento  nos  próximos  anos.  Nos  úlWmos  anos  o  Estado  tem  apresentado  estabilidade  sanitária  e  desde  1997  não  registra  nenhum  caso  de  febre  asosa.   Neste   senWdo,   a   Bahia   apresenta   importantes  condições   para   aumentar   a   produWvidade   e   garanWr  espaço  no  mercado  internacional.  

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11  CENTRO-­‐OESTE  

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025MT 18,8% 6,3% 2,7%MS 4,5% 0,0% 2,3%GO -­‐0,4% 3,9% 2,5%DF 0,0% 21,4% 0,4%Região  Centro-­‐Oeste 6,4% 3,4% 2,5%

Meat  Production  Evolution

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025MT 17,6% 6,3% 2,5%MS 4,1% -­‐0,1% 2,1%GO -­‐0,8% 3,5% 2,0%DF 0,0% 20,3% 0,0%Região  Centro-­‐Oeste 5,7% 3,3% 2,2%

Slaughter  Evolution  (heads)

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025MT 1,0% 0,0% 0,2%MS 0,4% 0,0% 0,1%GO 0,4% 0,4% 0,5%DF 0,0% 0,9% 0,3%Região  Centro-­‐Oeste 0,7% 0,1% 0,31%

Slaughter  Weight  Evolution

-­‐  Os   abates   na   região   Centro-­‐Oeste   devem   crescer,   em  média,  2,2%  ao  ano  no  período  2013  a  2025.  A  produção  de   carne   deve   apresentar   uma   taxa   média   de   2,5%   ao  ano.  

-­‐  No   Mato   Grosso,   principal   produtor   brasileiro,   a   taxa  média  anual  esperada  é  de  2,5%  para  os  abates  e  de  2,7%  para  a  produção  de  carne.  

-­‐  A   tendência   é   de   que   a   pecuária   mato-­‐grossense   perca  área  para  a  agricultura  devido  à  forte  elevação  dos  preços  dos   grãos   nos   úlWmos   anos,   especialmente  milho   e   soja.  No  entanto,  o  rebanho  e  a  produção  de  carnes  do  Estado  não  recuarão    graças  ao  avanço  tecnológico  e  aos  ganhos  de  produWvidade.  

-­‐  Nos   úlWmos   anos   este   comportamento   já   vem   sendo  observado  no  Estado.  Segundo  pesquisa  recém  divulgada  pela   Acrimat,   entre   1996   e   2004   houve   um   aumento   de  18,2%   na   área   de   pastagem;   por   sua   vez,   entre   2006   e  2008,   o   estado   vivenciou   um   período   de   estabilidade  (+0,3%),   enquanto   que   de   2009   a   2011,   a   área   de  pastagem  no  MT  recuou  863,8  mil  hectares.    

-­‐  Apesar   disso,   a   produWvidade   vem   crescendo   graças   à  tecnologia.   Entre   2009   e   2011,   por   exemplo,   dados   da  Acrimat  revelam  que  o  número  de  animais  criados  em  um  único   hectare   cresceu   16,4%   permiWndo   o   avanço   do  rebanho.    

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12  SUDESTE  

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025MG 8,9% 5,1% 2,4%ES 10,7% 5,6% 3,3%RJ 5,1% 8,6% 2,6%SP 6,4% -­‐0,2% 1,5%Região  Sudeste 7,1% 1,8% 2,0%

Meat  Production  Evolution

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025MG 1,1% 0,1% 0,3%ES 3,6% -­‐0,4% 0,2%RJ 1,1% 0,1% 0,4%SP 1,4% -­‐0,1% 0,5%Região  Sudeste 1,4% -­‐0,1% 0,42%

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025MG 7,7% 5,0% 2,1%ES 6,9% 6,0% 3,1%RJ 3,9% 8,4% 2,1%SP 4,9% -­‐0,1% 1,0%Região  Sudeste 5,6% 1,8% 1,5%

Slaughter  Evolution  (heads)

-­‐  A   criação   de   bovinos   no   Sudeste   vem   se  modernizando   com   a   melhoria   de   raças   e   o  desenvolvimento  de  novas  tecnologias  de  criação.  

-­‐  O   crescimento  médio   dos   abates   entre   2013   e   2025  na   Região   deve   ser   de   1,5%   ao   ano,   taxa   muito  próxima  a  da  primeira  década  dos  anos  2000.  

-­‐  No  período,  destacam-­‐se  os  Estados  do  Espírito  Santo  (+3,1%   a.a.),   Minas   Gerais   e   Rio   de   Janeiro,   ambos  com  crescimento  médio  anual  de  2,1%.  

-­‐  O   Espírito   Santo   mantém   o   status   de   zona   livre   de  febre   asosa   com   vacinação,   com   reconhecimento  internacional,  há  mais  de  dez  anos.  Esta  caracterísWca  contribui   para   o   aumento   dos   invesWmentos   em  produWvidade  com  o  objeWvo  de  garanWr  qualidade  e  espaço  no  mercado  internacional.    

-­‐  São   Paulo   deve   apresentar   a   menor   taxa   de  crescimento  na  Região  por  conta,  principalmente,  da  subsWtuição   das   áreas   de   pastagens   por   lavouras   de  cana-­‐de-­‐açúcar.  

-­‐    Com   relação   à   produção   de   carne,   esperamos   um  crescimento  médio  anual  de  2,0%  para  a  Região  com  destaques  para  o  ES  (+3,3%)  e  RJ  (+2,6%).    

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13  SUL  

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025PR -­‐0,5% 3,0% 2,1%SC 3,5% 6,0% 1,4%RS -­‐6,9% 6,7% 1,9%Região  Sul -­‐3,5% 5,1% 1,9%

Meat  Production  Evolution

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025PR 0,5% 0,5% 1,5%SC -­‐0,2% 0,7% 1,5%RS 0,2% 0,7% 1,5%Região  Sul 0,3% 0,6% 0,42%

Slaughter  Weight  Evolution

Colunas1 1997  a  2002 2003  a  2012 2013  a  2025PR -­‐1,0% 3,1% 1,8%SC 3,8% 7,1% 3,4%RS -­‐7,1% 6,4% 1,3%Região  Sul -­‐3,8% 5,1% 1,8%

Slaughter  Evolution  (heads)

-­‐  Para   a   Região   Sul,   esperamos   que   os   abates   de  bovinos  cresçam,  em  média,  1,8%  ao  ano  no  período  2013  a  2025.  

-­‐  O   Rio   Grande   do   Sul,   dono   de   50%   do   rebanho   da  região,   já   não   dispõe   de   grandes   extensões   para  criação  de  gado  e  ainda  assiste  redução  paulaWna  de  seus   campos  naturais   subsWtuídos   em  boa  parte   por  produção  agrícola.  

-­‐  De   todo   modo,   os   invesWmentos   em   tecnologia   e   a  maior   suplementação   animal   graças   à   integração  lavoura-­‐pecuária   tem   permiWdo   uma   redução   na  idade   de   abate   e   consequente   ganho   de  produWvidade.  

-­‐  Assim,  esperamos  que  os  abates  no  RS  avancem,  em  média,  1,3%  ao  ano  entre  2013  e  2025.  Neste  mesmo  período,  a  produção  de  carne  deve  avançar  1,9%  a.a.  beneficiado   pelo   maior   peso   dos   animais   abaWdos  (+1,5%  a.a.).  

-­‐  No   Paraná,   as   pastagens   de   gramíneas   são   as  principais  fontes  de  alimentos  usadas  para  a  produção  do   gado   de   corte.   Apesar   disso,   com   a   notável  crescimento   da   produção   de   grãos   no   Estado,  especialmente   milho,   a   suplementação   animal   será  fundamental   para   o   avanço   da   produWvidade   e   do  peso  dos  animais  abaWdos.  

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CARNES  SUÍNA  E  DE  FRANGO   14  

-­‐  As  carnes  de  frango  e  suína,  ambas  dependentes  do  milho  e  do  farelo  de  soja,  Wveram  comportamentos  muito  similares  durante   estes   primeiros   meses   de   2013.   Como   reflexo   da   conynua   retração   dos   preços   do   farelo   de   soja   e,  principalmente,  do  milho,  as  cotações  do  frango  em  maio  recuaram  28,9%  em  relação  ao  início  do  ano,  ao  passo  que  os  preços  do  suíno  registraram  queda  –  não  menos  expressiva  –  de  21,9%  no  período.  

-­‐  Porém,   o   importante   a   ressaltar   neste   cenário   é   a   recuperação   da   margem   bruta   tanto   da   avicultura   quanto   da  suinocultura   nestes   primeiros   cinco  meses   do   ano.   Considerando   apenas   os   preços   das   carnes,   uma   proxy   para   os  custos  do  concentrado  na  proporção  de  75%  de  milho  e  25%  da  farelo  de  soja  (os  quais  representam  aproximadamente  70%   dos   custos   totais)   e   os   respecWvos   fatores   de   conversão   em   peso,   a   margem   bruta   dos   produtores   de   frango  passou  de  42,7%  na  média  do  segundo  semestre  de  2012  –  período  mais  críWco  da  elevação  dos  preços  dos  grãos  –  para  53,3%  na  média  de  janeiro  a  maio  deste  ano.  

-­‐  Neste  mesmo  período,  a  recuperação  da  margem  bruta  do  produtor  de  suíno  foi  ainda  mais  forte,  tendo  em  vista  que  o  indicador  passou  de  -­‐3,8%  na  média  dos  úlWmos  seis  meses  de  2012  para  19,0%  nos  cinco  primeiros  meses  de  2013.  Olhando   apenas   para   os   custos   de   produção,   o   indicador   de   custos   das   aves   e   dos   suínos   recuou,   respecWvamente,  14,9%  e  13,1%  na  média  dos  cinco  primeiros  meses  do  ano  em  relação  aos  úlWmos  cinco  meses  do  ano  passado,  fato  que  oferece  boas  perspecWvas  de  lucro  na  produção  de  carnes  nos  próximos  meses.  

-­‐  Para  as  exportações  de  carne  suína,  a  expectaWva  do  setor  é  solucionar  o   impasse  em  relação  à  Ucrânia,  desWno  que  representa  cerca  de  24%  das  exportações  brasileiras  do  segmento.  No  entanto,  a  abertura  do  Japão,  maior  importador  mundial  de  carne  suína,  para  o  Estado  de  Santa  Catarina  deve  reaquecer  as  vendas  no  segundo  semestre,  trazendo  uma  melhora  na  margem  das  receitas.  Ainda  assim,  em  2013,  o  volume  embarcado  deve  ficar  3,6%  abaixo  do  registrado  em  2012  e  as  receitas  devem  cair  1,9%  no  período.  

-­‐  Caso   o   movimento   de   alta   do   dólar   conWnue   nos   próximos   meses,   o   volume   exportado   de   carne   de   frango   pode  aumentar,   tendo  em  vista  que  a  produção  domésWca  deve  se  recuperar.  Mesmo  assim,  esperamos  que  o  Brasil  deva  registrar  discreta  melhora  do  volume  exportado  em  2013  (3,77  milhões  de  toneladas,  o  que  representaria  uma  alta  de  0,8%  em  relação  ao  ano  passado).  Apesar  da  queda  dos  volumes  embarcados  pelo  setor  de  carnes,  esperamos  que  os  preços  médios  avancem  2,3%  em  2013,  de  modo  que  as  receitas  devam  crescer  3,1%  ante  o  ano  passado.  

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