Perguntas Padua

download Perguntas Padua

of 3

description

sim contuda quele nao e o que se quer ou nao se queria

Transcript of Perguntas Padua

1) Problema da pesquisa, em que consiste? (use no mximo 15 linhas para responder cada questo)Nossa problemtica gira em torno da maneira como se d a construo da identidade e da alteridade em A Queda do Cu. A importncia dessa investigao atende a uma demanda de ordem terica-poltica. Primeiramente, a Queda do Cu se constitui como uma das narrativas mais densas que versa sobre o choque cultural entre a populao indgena e a Brasileira apresentando uma cartografia discursiva sobre a complexa construo do lugar desses povos a margem de nossa civilizao. Segundo, no que concerne a teoria literria sobre o espao biogrfico parece-nos um ponto fora da curva pois o que temos aqui no simplesmente uma narrativa de criao de si, do autoengendramento ou da inacessibilidade do Outro, mas uma escritura caracterizada por uma voz coletiva capaz de defender formas de vida e de existncia contrrias as impostas pelo domnio monoculturalista. Logo, estudar a construo narrativa do Eu e do Outro nos oferece a possibilidade de articular uma nova crtica social, atravs de uma meticulosa anlise das formas de opresso e mercantilizao que esses povos foram submetidos, desenvolvendo assim uma radiografia do opressor, dos Brancos, dos Brasileiros, dos povos da mercadoria como chama Kopenawa, assim como ampliar a crtica esttica pois nos permite repensar aspectos sub-teorizados da crtica literria especialmente as teorias do sujeito e da representao do outro cultural presas em demasia a aspectos individualistas e burgueses. 2 Tese ou argumento que pretende defender?Sustentamos a ideia de que A queda do Cu se constitui como uma narrativa que pode propiciar contribuies importantes para a teoria literria sobre as escritas de si. Sua novidade estaria numa nova articulao de uma concepo de sujeito, naquilo que concerne construo narrativa do Eu compreendido como um agenciamento coletivo de enunciao, visto que, do ponto de vista terico o sujeito lacaniano, do real e do trauma que vem orientando as pesquisas recentes sobre o espao biogrfico vide Philipe Lejuene e Leonor Arfuch. Um segundo ponto to importante como se deve a forma particular de inveno do Outro como antropologia simtrica, crtica, qui proftica sobre o ns, invertendo o paradigma da intradutibilidade da diferena como podemos observar em Spivak e Klinger.

3. Objetivo(s) da pesquisa? Analisar a construo da identidade e da alteridade em A Queda do Cu.Investigar a pertinncia de uma leitura desses dois elementos a partir da filosofia e antropologia ps-estruturalistas.Compreender as principais matrizes tericas sobre as escritas de si. 4. Conceito(s) com o(s) qual(is) trabalhar?5. Modo como vai analisar, a saber, O QUE DA OBRA VAI ANALISAR?Metodologicamente analisaremos a obra a partir de dois polos: a) a teoria do sujeito que objetiva apreender o processo narrativo da construo da identidade. Inicialmente tentaremos delimitar as principais matrizes dos estudos literrios sobre as escritas de si evidenciando as diferenas no que concerne a produo de subjetividade. Esse passo visa delimitar o estatuto epistemolgico das narrativas do eu afim de avaliarmos a pertinncia de nossa hiptese sobre as especificidades narrativas de A Queda do Ceu. Pretendemos nesse momento propor uma teoria do sujeito alternativa afim de determinarmos o campo heurstico da obra, para isso faremos uma interpretao sustentando a ideia de que Kopenawa se apresenta enquanto um sujeito narrativo coletivo e histrico em detrimento da tendncia atual composta pela enfatuao individualizante. Dois conceitos serviro de balizas a nossa posio: a noo de agenciamento coletivo de enunciao de Gilles Deleuze e Felix Guattari e a de experincia de Walter Benjamim. No decorrer da narrativa Kopenawa se coloca como um porta voz do povo Ianomami, nas quais vrias vozes falam atravs dele, ao mesmo tempo que parece resgatar elementos essenciais da experincia benjaminiana. O resultado dessa complexa relao permitir compreendermos o quanto a identidade indgena (e de Kopenawa) de tal forma hbrida, um intermezzo entre o mundo indgena e o mundo dos brancos muito longe dos clichs perpetuados pela grande mdia, a identidade enquanto transformao permanente entre vrias perspectivas para utilizarmos o conceito Viveiros de Castro.A segunda parte ser dedicada a analisarmos as representaes do Outro. Se existe um retorno do sujeito narrativo enquanto experincia coletiva de uma vida intui-se que existe um saber a ser comunicado. Esse saber no puramente memorialstico, no visa apregoar um retorno a tradio, muito menos ainda uma defesa das formas primitivista de vida, e sim uma analtica do presente e do futuro da atual condio de sua populao e principalmente dos responsveis por trazer o genocdio, mazelas, e doenas de todas as espcies: os brancos, povos da mercadoria. Kopenawa nos oferece uma radiografia do Brasileiro no como a velha tese antropolgica do homem cordial, mas seu lado negro, como um devorador e destruidor da floresta, enfeitiado pelo ouro do garimpo. Esse ponto crucial visto que mais uma marca da diferena entre A Queda do Cu para com outras escritas de si, as ltimas por se concentrarem numa vivncia puramente subjetiva elaboram uma narrativa em que o Outro aparece sempre como limite lingustico e cultural, irrepresentvel, portanto. Kopenawa ao contrrio pratica aquilo que tanto o crtico de arte Hal Foster enumera como o artista enquanto etngrafo ou Bruno Latour chama de Antropologia simtrica, isto , a produo de um discurso crtico sobre a alteridade. Esse confronto contra o Outro fica evidente no incio de cada captulo que contm como epgrafe uma reportagem jornalstica sobre o desenvolvimento e progresso do realizado pelo estado Brasileiro contrastando radicalmente com o que relatado. o elemento negado de nossa identidade que apresentado por Kopenawa. 6. Que(quais) obra(s) vai analisar?A Queda do Cu7. Quem j falou sobre o que voc pretende desenvolver?A partir da teoria literria nenhuma.