PERFIL MICROBIANO LÁCTICO DO QUEIJO DE COALHO …livros01.livrosgratis.com.br/cp130786.pdf · a...

81
THICIANE CARVALHO DE ALBUQUERQUE PERFIL MICROBIANO LÁCTICO DO QUEIJO DE COALHO ARTESANAL DE CACHOEIRINHA PE, BRASIL Recife 2010

Transcript of PERFIL MICROBIANO LÁCTICO DO QUEIJO DE COALHO …livros01.livrosgratis.com.br/cp130786.pdf · a...

THICIANE CARVALHO DE ALBUQUERQUE

PERFIL MICROBIANO LCTICO DO QUEIJO DE COALHO

ARTESANAL DE CACHOEIRINHA PE, BRASIL

Recife

2010

Livros Grtis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grtis para download.

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

PR-REITORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO

PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIA VETERINRIA

THICIANE CARVALHO DE ALBUQUERQUE

PERFIL MICROBIANO LCTICO DO QUEIJO DE COALHO

ARTESANAL DE CACHOEIRINHA PE, BRASIL

Dissertao apresentada ao Programa de Ps-

Graduao em Cincia Veterinria do

Departamento de Medicina Veterinria da

Universidade Federal Rural de Pernambuco,

como requisito parcial para obteno do grau de

Mestre em Cincia Veterinria.

Orientador: Profa Dr

aAna Lcia Figueiredo Porto

Co-orientador: Profa Dr

a Maria Taciana Holanda

Cavalcanti

Recife

2010

1

Ficha catalogrfica

A345p Albuquerque, Thiciane Carvalho de Perfil microbiano lctico do queijo de coalho artesanal de Cachoeirinha PE, Brasil / Thiciane Carvalho de Albuquerque. -- 2010. 78 f. : il. Orientadora: Ana Lcia Figueiredo Porto. Dissertao (Mestrado em Cincia Veterinria) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Medicina Veterinria, Recife, 2010. Inclui referncias e anexo. 1. Bactria cido-lctica 2. Perfil microbiano lctico 3. Queijos frescos I. Porto, Ana Lcia Figueiredo, orientadora II. Ttulo CDD 636.089

2

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

PR-REITORIA DE PESQUISA E PS-GRADUAO

PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIA VETERINRIA

PERFIL MICROBIANO LTICO DO QUEIJO DE COALHO

ARTESANAL DE CACHOEIRINHA PE, BRASIL

Dissertao de Mestrado elaborada por

THICIANE CARVALHO DE ALBUQUERQUE

Aprovada em ........./.........../............

---------------------------------------------------------------------

Profa Dr

a ANA LCIA FIGUEIREDO PORTO

Orientadora Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da UFRPE

---------------------------------------------------------------------

Profa Dr

a MARIA TACIANA CAVALCANTI H. CAVALCANTI

Co-Orientadora Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da UFRPE

BANCA EXAMINADORA:

---------------------------------------------------------------------

Profa Dr

a Galba Maria de Campos Takaki

Departamento de Qumica da Universidade Catlica de Pernambuco

---------------------------------------------------------------------

Profa Dr

a Maria Jos de Sena

Pr-reitora de graduao da Universidade Federal Rural de Pernambuco

---------------------------------------------------------------------

Profa Dr

a Tatiana Souza Porto

Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da UFRPE

3

DEDICATRIA

Dedico mais esta vitria

a Deus, pela fora concedida para realizao deste trabalho e

a toda minha famlia, especialmente,

minha dileta me Ftima,

minha querida irm Thmisa,

ao meu amado namorado Luiz,

aos meus filhos queridos, Puppy, Ringo e Pequeno,

minha pequenina sobrinha, j to amada, Sophie.

4

AGRADECIMENTOS

A Deus por me conceder, alm da vida, foras e tantas oportunidades;

A toda minha famlia pelo amor, carinho e incentivo em meu caminho;

A Luiz pelo amor, companheirismo e estmulo;

Profa. Dra. Ana Lucia Figueiredo Porto pela oportunidade, confiana e orientaes dedicadas a

minha formao de ps-graduao;

Profa. Dra. Maria Taciana Cavalcanti Vieira Soares pela orientao, pacincia, amizade e

constante incentivo na realizao deste trabalho;

Aos membros da banca examinadora, Profa. Dra. Galba Maria de Campos Takaki, Profa. vDra.

Maria Jos de Sena e Dra. Tatiana Souza Porto pelas correes e sugestes na redao deste

documento;

A todos os professores, pesquisadores, funcionrios, bolsistas e estagirios dos laboratrios

Labtecbio UFRPE e Lika UFPE, pela convivncia, amizade e colaborao durante todo este

tempo;

A Universidade Federal Rural de Pernambuco e a Prs-graduao em Cincia Veterinria, pelo

acolhimento e oportunidade;

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico CNPq e a Fundao de

Amparo Cincia e Tecnologia do Estado de Pernambuco - FACEPE, pelo suporte financeiro;

E a todos os demais no citados aqui, mas igualmente merecedores da minha eterna gratido.

5

RESUMO

O presente trabalho trata da caracterizao da microbiota ltica do queijo de coalho artesanal

produzido no Municpio de Cachoeirinha, Agreste de Pernambuco, Brasil. Foram analisadas

quatro amostras coletadas em pocas do ano com diferentes ndices pluviomtricos. A

microbiota ltica foi avaliada atravs do isolamento em meios APT e MRS, ambos incubados

em temperaturas de 30 e 42C; seguida de duas purificaes. Foram consideradas BAL

apenas os microrganismos Gram positivos, catalase negativa, na forma de cocos ou bastes e

produtores de cido em leite tornassolado. A diferenciao dos gneros foi realizada atravs

de testes de crescimento com base na fisiologia dos isolados. De um total de 320 isolados, 295

foram confirmados como BAL. As mdias dos gneros de BAL isolados nas quatro coletas

foram: Enterococcus (36,27%), Streptococcus (25,12%), Lactococcus (23,03%),

Lactobacillus (13,55%) e Leuconostoc (2,3%). A presena e distribuio constante dos

gneros isolados em diferentes perodos indicam que, nas amostras analisadas, no h

correlao aparente entre a distribuio dos gneros isolados e os diferentes ndices

pluviomtricos ocorridos nas datas de coleta, indicando padronizao do produto.

Termos de Indexao: Bactria cido-lctica, perfil microbiano lctico, queijo frescos

6

ABSTRACT

This paper deals the characterization of lactic microflora of artisanal coalho cheese

produced in the city of Cachoeirinha, semi arid of Pernambuco - Brazil. Were analyzed four

samples collected in dates with differents rainfall. The lactic microflora was assessed by

isolation in APT and MRS culture medias, both incubated at temperatures of 30 and 42 C,

followed by two purifications. Was considered lactic acid bacteria (LAB) only the gram-

positive, catalase negative, in the form of coccus and bacillus, and producing acid in litmus

milk. The differentiation of the genus was performed by testing for growth based on the

physiology of the isolates. From a total of 320 isolates, 295 were confirmed as LAB. The

mean genera of LAB isolated by the four samples were: Enterococcus (36.27%),

Streptococcus (25.12%), Lactococcus (23.03%), Lactobacillus (13.55%) and Leuconostoc

(2.3%). The constant presence and distribution of the genera isolated in different periods

indicate that, in the samples analyzed, there is no apparent correlation between the distribution

of the genera isolated and different rainfall occurred in the sampling dates, indicating the

product standardization.

Index Terms: lactic acid bacteria, lactic microbial profile, fresh cheese

7

SUMRIO

1. INTRODUO ...................................................................................................................... 8

2. REVISO BIBLIOGFICA ................................................................................................ 11

2.1 Leite ................................................................................................................................ 11

2.2 Estudo da comunidade microbiana presentes nos produtos lcteos ............................... 11

2.3 Bactrias cido-lcticas ................................................................................................. 12

2.3.1 Lactococcus ............................................................................................................. 14

2.3.2 Lactobacillus ........................................................................................................... 15

2.3.3 Streptococcus ........................................................................................................... 15

2.3.4 Leuconostoc ............................................................................................................. 16

2.3.5 Enterococcus ........................................................................................................... 16

2.4 Queijos ............................................................................................................................ 17

2.4.1 Queijos artesanais .................................................................................................... 17

2.4.2 Queijo de coalho ...................................................................................................... 19

3. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 22

3.1 Objetivo Geral ................................................................................................................ 22

3.2 Objetivos Especficos ..................................................................................................... 22

4. ARTIGO CIENTFICO ........................................................................................................ 23

5. REFERNCIAS ................................................................................................................... 39

ANEXO A Relatrio de Visita Tcnica Cachoeirinha ....................................................... 47

ANEXO B - Normas do Programa de Ps-graduao em Cincia Veterinria........................ 50

ANEXO C Normas para publicao de artigo cientfico ...................................................... 61

8

1. INTRODUO

A produo de leite em Pernambuco ultrapassa 630 milhes de litros, sendo 72,6%

deste volume obtido na Regio Agreste (IBGE, 2006). Esse leite obtido, em sua maioria, na

pecuria de leite familiar, sendo muitas vezes transformado em produtos lcteos,

principalmente em queijo de coalho artesanal (EMBRAPA, 2008).

O queijo de coalho um produto tipicamente nordestino, encontrado principalmente nos

Estados do Cear, Paraba, Pernambuco e Rio Grande do Norte (Queiroz, 2008). A maioria

dos queijos de coalho fabricada em pequenas e mdias queijarias, e representa uma

atividade importante para o mbito social e econmico da Regio Nordeste (Neto et al.,

2004).

A Lei Estadual n13.376 de 20 de dezembro de 2007 (Pernambuco, 2007) regulamenta

a produo do queijo de coalho artesanal em Pernambuco, prevendo uma srie de aes que

asseguram a qualidade do produto, alm de estimular a produo de pequenos produtores,

definindo o queijo de coalho artesanal como queijo produzido em Pernambuco, a partir do

leite fresco e cru de bovinos e bubalinos retirado e beneficiado na propriedade de origem, que

apresente consistncia firme, cor e sabor prprios, massa uniforme, isenta de corantes e

conservantes.

As caractersticas inigualveis de cada queijo artesanal dependem da tecnologia

empregada em sua produo e da composio fsico-qumica e microbiota lctica endgena

do leite utilizado como matria prima. Essas composies sofrem influncia de fatores

ambientais conhecidos genericamente por Terroir, tais como: alimentao do gado,

temperatura e umidade local (Irlinger e Mounier, 2009).

9

Queijos produzidos com leite cru apresentam aroma e sabor mais intensos do que os

produzidos com leite pasteurizado devido biodiversidade das bactrias cidos lcticas

(BAL) endgenas do leite. (Franciosi, 2009).

As BAL so amplamente distribudas na natureza e possuem papel essencial na

fermentao de laticnio (Fox et al., 2000), seu grupo inclui bastonetes e cocos, Gram

positivos, aerbios, microaerfilos ou anaerbios facultativos, inativada a temperaturas

superiores a 70C, compreendendo 12 gneros de bactrias: Aerococcus, Alloiococcus,

Bifidubacterium, Carnobacterium, Enterococcus, Lactobacillus, Lactococcus, Leuconostoc,

Pediococcus, Streptococcus, Tetragenococcus e Vagococcus. (Mogensen, 2003).

Alm da importncia na atuao tecnolgica, algumas BAL so utilizadas para gerar

peptdeos bioativos que exibem atividades anti-hipertensivas e imunomoduladoras (Seppo,

2003; Machado et al., 2004). Sua utilizao tambm descrita na preservao dos alimentos,

devido ao seu poder de inibio frente patgenos e deteriorantes, como: Staphylococcus

spp., Listeria spp., Salmonella spp., Bacillus spp., Pseudomonas spp. e bactrias do grupo

coliforme (Ghrairi, 2008; Guedes Neto et al, 2005; Rosa e Franco, 2004; Schulz et al., 2003).

O conhecimento sobre a populao microbiana lctea endgena presente nos produtos

lcticos, ajuda na preveno da perda da biodiversidade presente nos queijos produzidos por

diferentes mtodos tpicos das tradies locais e regionais. Alm disso, esse estudo pode ser a

base para seleo de novas estirpes que possam ser usadas como culturas iniciadoras na

produo industrial de queijos tradicionais ou como culturas iniciadoras clssicas para

produzir produtos lcteos j consagrados (Fortina et al., 2003).

Devido preocupao em preservar um produto que representa um pilar de sustentao

da economia do Estado e um patrimnio imemorvel que o queijo de coalho artesanal,

10

objetivou-se caracterizar os parmetros o perfil microbiano lctico do queijo de coalho

artesanal produzido no Municpio de Cachoeirinha, Regio Agreste de Pernambuco, Brasil.

11

2. REVISO BIBLIOGFICA

2.1 Leite

O leite uma secreo fluida das fmeas de todas as espcies de mamferos, sendo

descrito como um sistema de grande complexidade, onde se encontram glbulos de gordura

emulsificados, micelas de casena coloidamente dispersas e protenas, lactose, vitaminas e sais

orgnicos e inorgnicos dissolvidos na fase contnua que gua (Antunes, 2003).

Por ser o leite a principal matria-prima para o fabrico de queijo, sua composio

quantitativa e qualitativa, no que se refere riqueza em componentes teis para o fabrico, bem

como a sua qualidade microbiolgica, iro condicionar fortemente todo o processo

tecnolgico, nomeadamente no que diz respeito aos atributos organolpticos particulares de

cada queijo (Sanchez, 2001).

2.2 Estudo da comunidade microbiana presentes nos produtos lcteos

Os numerosos produtos lcteos apresentam um ecossistema microbiano complexo, que

responsvel pela grande diversidade de sabores, aromas e texturas associadas com eles.

Muitas bactrias tm uma contribuio positiva para a qualidade organolptica dos queijos ou

leites fermentados, enquanto outras podem ter efeitos adversos ou podem constituir um risco

para a sade do consumidor (Ogier, 2004).

O leite se constitui em um excelente substrato para o desenvolvimento de

microrganismos, devido ao seu contedo de nutrientes, sendo, portanto de fundamental

12

importncia a determinao da sua microbiota para a sanidade deste produto (Costas, 1989;

Furtado & Wolfschoon-Pombo, 1978; Taniwaki & Van Dender, 1991).

Muitas substncias biologicamente ativas esto presentes nos produtos lcteos

(peptdeos bioativos), algumas dessas so completamente ativas dentro de protenas, tais

como as casenas - aproximadamente 80% do total protico -, enquanto outras esto latentes

at que sejam liberadas no processo de protelise (Smacchi & Gobbetti, 2000), podendo ser

induzida por protelise microbiana. Hamel (1985 *) foram os primeiros a identificar no leite

de vaca uma -casomorfina imunoreativa, originada a partir de vrias espcies bacterianas

incluindo bactrias cido-lctica.

2.3 Bactrias cido-lcticas

Muitas bactrias tm uma contribuio positiva para a qualidade organolptica dos

queijos ou leites fermentados, como o caso das BAL (Mogensen et al., 2003).

As BAL esto amplamente distribudas na natureza, sendo componentes comuns da

microbiota comensal humana. Muitas espcies possuem papel essencial na fermentao de

laticnio e so frequentemente usadas como culturas iniciadoras na produo de queijos (Fox

et al., 2000).

Este grupo de bactrias possui as seguintes caractersticas comuns: so Gram positivas,

no formadoras de esporos, no produtoras de catalase, oxidase e gelatinase, com morfologia

de cocos ou bastes (Mogensen, 2003), crescem em condies anaerbias, mas so tolerantes

ao O2, sendo ento chamadas de microaerfilas (Carr et al, 2002).

13

As BAL fermentam carboidratos e produzem cido ltico, sendo os principais

organismos responsveis pela acidificao do queijo. A primeira classificao atribuda a

estes microrganismos foi baseada na forma do ismero de cido ltico produzido. Se o cido

ltico produzido apresenta rotao ptica para direita, ele denominado Dextrorotatrio (D) e

se a rotao for para esquerda ele denominado Levorotatrio (L), sendo que se houver

mistura dos dois (DL), chamado de racmico (Carr et al, 2002).

As BAL podem tambm ser agrupadas em homofermentativas e heterofermentativas, de

acordo com os produtos de fermentao. As homofermentativas produzem cido ltico a partir

da glucose enquanto que as heterofermentativas produzem entre outros: dixido de carbono,

cido actico, etanol e cido ltico (Carr et al., 2002).

Estes microrganismos podem ser divididos ainda de acordo com a temperatura de

crescimento, em mesoflicos e termoflicos. Os mesoflicos crescem a uma temperatura tima

por volta de 30C e os termoflicos crescem a uma temperatura tima de 42C (Carr et al,

2002).

O grupo das BAL tem sido, nas ltimas dcadas, desmembrados para constituir novos

gneros, reagrupados e redenominados (Beresford et al., 2001). De acordo com De Vuyst e

Vandamme (1994), existem 12 gneros de BAL considerados vlidos: Aerococcus,

Alloiococcus, Bifidubacterium, Carnobacterium, Enterococcus, Lactobacillus, Lactococcus,

Leuconostoc, Pediococcus, Streptococcus, Tetragenococcus e Vagococcus.

Alm da importncia na atuao tecnolgica, algumas BAL so utilizadas para gerar

peptdeos bioativos que exibem atividades anti-hipertensivas e imunomoduladoras (Seppo,

2003; Machado et al., 2004). Sua utilizao tambm descrita na preservao e sanidade dos

alimentos, devido ao seu poder de inibio frente patgenos e deteriorantes, como:

14

Staphylococcus spp., Listeria spp., Salmonella spp., Bacillus spp., Pseudomonas spp. e

bactrias do grupo coliforme (Ghrairi, 2008; Guedes Neto et al, 2005; Rosa e Franco, 2004;

Schulz et al., 2003).

2.3.1 Lactococcus

Os Lactococcus so os microrganismos mesoflicos mais usados para a produo de

cido nas fermentaes lcteas, pois so capazes de converter rapidamente a lactose em cido

ltico (Gayan, 1999). Eles tm capacidade de crescer a 10C, em pH timo de 6,06,5, mas

no a 45C. Em temperatura ambiente de 20-30C, os lactococos levam de 10-20 h para

fermentar o leite cru.

O nmero aproximado de clulas viveis necessrias para a coagulao do leite de

108/ ml (Teuber, 1995). Klijn et al. (1995) isolaram lactococos de diferentes fontes ambientais

como solo e gua de efluentes, indicando que estes microrganismos podem sobreviver fora do

ambiente de laticnios.

Fontn et al. (2001) citam que normal o isolamento de lactococos em queijos frescos

uma vez que o desaparecimento do gnero no queijo ocorre entre seis e oito semanas.

Resultados semelhantes aos de Torres-Llanez, (2006), para o queijo fresco Mexicano.

15

2.3.2 Lactobacillus

O gnero Lactobacillus contm mais de 60 espcies que so divididos em trs grupos

baseados no produto final de sua fermentao: homofermentativos obrigatrios,

heterofermentativos facultativos e heterofermentativos obrigatrios (Fox et al., 2000).

As bactrias deste gnero se apresentam na forma de bastes e so as mais tolerantes ao

meio cido (Hammes e Vogel, 1995). No leite, iniciam o crescimento, preferencialmente, em

pH prximo de 5,5 6,2, reduzindo-o para valores abaixo de 4,0 (Hassan e Frank, 2001).

A contribuio deste gnero consiste no desenvolvimento do aroma e sabor do queijo

devido suas atividades proteolticas e lipolticas (Lpez-Diaz et al., 2000).

Carvalho (2007) descreve uma alta frequncia de Lactobacillus no queijo de coalho do

Serto Cearense, que maturado, favorecendo o desenvolvimento dos lactobacilos devido ao

menor pH.

2.3.3 Streptococcus

Streptococcus thermophilus a nica espcie do gnero Streptococcus utilizada nas

fermentaes lcteas (Hassan e Frank, 2001). Esta espcie diferenciada das demais pela sua

resistncia ao aquecimento, pois cresce bem a 45C e tambm a 52C, conseguindo

sobreviver ao aquecimento de 60C por 30 minutos (Hardie e Whiley, 1995).

Este microrganismo apresenta a habilidade de fermentar um pequeno nmero de

carboidratos (Hassan e Frank, 2001), suporta uma concentrao mxima de NaCl de 2,5%

16

(Fox et al., 2000) e possui atividade proteoltica limitada. O pH timo para o crescimento do

S. thermophilus de 6,5 (Hassan e Frank, 2001).

Uma alta freqncia de estreptococos descrita em alguns queijos feitos com cozimento

de massa (Michel e Martley, 2001).

2.3.4 Leuconostoc

As bactrias do gnero Leuconostoc so distinguidas das outras BAL por serem cocos

heterofermentativos. Estas bactrias apresentam principal desenvolvimento durante o perodo

de maturao dos queijos, tendo crescimento timo na faixa de temperatura de 20-30C e pH

ideal maior que 4,0 (Carr et al., 2002).

As duas espcies associadas aos produtos lcteos so: Leuonostoc mesenteroides subsp.

cremoris e Leuconostoc mesenteroides subsp. lactis (Fox et al., 2000). Sendo descrito em

muitos queijos europeus como o Gouda, Manchego e Dambo (Dellaglio et al., 1995).

2.3.5 Enterococcus

O gnero Enterococcus inclui mais de 20 espcies, sendo Enterococcus faecium e

Enterococcus faecalis as duas mais freqentes em alimentos. As espcies do gnero

Enterococcus apresentam geralmente baixa capacidade de reduzir o pH do leite.

Pesquisas realizadas por Durlu-Ozkaya et al. (2001) e Sarantinopoulos et al. (2001)

mostraram que somente uma pequena parcela destas espcies promoveu a reduo do pH do

leite para 5,05,2, aps 1624h de incubao a 37C.

17

O E. faecalis tem maior poder de acidificao que o E. faecium. Suzzi e outros (2000)

observaram que o E. faecalis, isolado de queijos artesanais italianos, reduziu o pH de leite

desnatado a 4,5 aps 24h de fermentao.

Segundo Psoni et al. (2006) a presena Enterococcus tem sido frequentemente citada

como parte da microbiota lctica normal dos queijos. Franz et al. (2009) relatam a

importncia do gnero nas caractersticas organolpticas em uma grande variedade de queijos

artesanais.

2.4 Queijos

O processamento de queijos est baseado na fermentao por bactrias cido-lcticas,

que so adicionadas como culturas iniciadoras ou esto presentes como bitipos selecionados

durante o processo de fermentao. Alm disso, as bactrias do leite cru so includas no

processo como bactrias cido-lcticas no iniciadoras, aumentando a diversidade e o aroma

presentes nos queijos (Meyer-Broseta et al., 2003).

2.4.1 Queijos artesanais

Os queijos artesanais so fabricados com leite cru, a partir da fermentao da

microbiota lctica endgena. As caractersticas desses queijos, tais como: propriedades

organolpticas tpicas e aroma particular, esto associados com atributos do prprio leite,

relacionado raa e ao tipo de nutrio dos animais; o processo de fabricao bsico do

18

queijo tradicional e a microbiota lctica natural (responsveis pela fermentao e maturao)

(Beresford, 2001).

Os queijos artesanais apresentam aroma e sabor mais intensos do que os produzidos

com leite pasteurizado devido biodiversidade das bactrias cidos lcticas (BAL) endgenas

do leite. (Franciosi, 2009).

Nos ltimos anos, tm crescido o interesse nos estudos genotpicos e fenotpicos de

isolados selvagens a partir de queijos artesanais produzidos sem a adio de culturas

iniciadoras (starters) (Coppola et al., 2001). Aumentando as informaes sobre a populao

microbiana natural presente nos produtos lcticos, pode ajudar na preveno da perda da

biodiversidade microbiana presente nos alimentos e consequentemente na perda de uma

ampla faixa de queijos produzidos por diferentes mtodos tpicos das tradies locais e

regionais, assim como na populao microbiana presente no leite cru ou selecionados no meio

ambiente onde se fabrica os queijos. (Fortina et al., 2003).

Alm disso, esse estudo pode ser a base para seleo de novas estirpes que possam ser

usadas como culturas iniciadoras na produo industrial de queijos tradicionais ou como

culturas iniciadoras clssicas para produzir produtos lcteos j consagrados. De fato, a

diversidade das culturas iniciadoras usadas na indstria de fermentao lctea baixa e existe

um aumento na demanda a partir dos fabricantes de queijos por novas estirpes, sejam

bactrias cido-lcticas ou no, que mostrem efeitos benficos nas caractersticas dos queijos

(Fortina et al., 2003).

A indstria lctea tem grande interesse na explorao de novas possibilidades para

expandir a diversidade de seus produtos, grande o interesse na pesquisa por novos

organismos potencialmente iniciadores a partir de uma mistura selvagem de bactrias acido

19

lcticas recuperadas a partir do leite cru ou de queijos produzidos com leite cru (Wouters et

al., 2002).

Embora sua composio e eficincia possam ser relativamente variveis, culturas

iniciadoras naturais tm algumas propriedades interessantes: elas so relativamente

insensveis ao ataque de fagos (Reinheimer et al., 1997), so capazes de produzir substncias

similares as bacteriocinas (Casla et al., 1996) e uma fonte rica de muitos biotipos diferentes

mostrando propriedades no usuais que podem contribuir para a produo de queijos com

aromas e sabores tpicos (Gayan et al., 1999).

2.4.2 Queijo de coalho

O queijo de coalho artesanal um queijo fresco tipicamente nordestino, encontrado

principalmente nos Estados do Cear, Paraba, Pernambuco e Rio Grande do Norte (Queiroz,

2008).

Em Pernambuco, a produo do queijo de coalho artesanal ocorre principalmente na

Regio Agreste do Estado (Fig.1) (EMBRAPA, 2008) que detm 72,6% da bacia leiteira

Pernambucana, com uma produo leiteira que ultrapassa 630 milhes de litros ao ano (IBGE,

2006). Esse queijo normalmente fabricado em pequenas e mdias queijarias, e representa

uma atividade importante para o mbito social e econmico da Regio Nordeste (Neto et al.,

2004).

20

Figura 1. Mapa do Estado de Pernambuco, com destaque da Regio Agreste do Estado

A Portaria n 146 de 1996 do ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

(BRASIL, 1996) estabelece os Regulamentos Tcnicos De Identidade e Qualidade De Queijos

e do Queijo de Coalho, para fins de comrcio Nacional e Internacional (Brasil, 1996).

A Lei Estadual n13.376 de 20 de dezembro de 2007 regulamenta a produo do queijo

de coalho artesanal dentro do Estado, prevendo uma srie de aes que asseguram a qualidade

do produto, alm de estimular a produo de pequenos produtores (Pernambuco, 2007).

A referida Lei define o queijo de coalho artesanal como queijo produzido em

Pernambuco, a partir do leite fresco e cru de bovinos e bubalinos retirado e beneficiado na

propriedade de origem, que apresente consistncia firme, cor e sabor prprios, massa

uniforme, isenta de corantes e conservantes (Pernambuco, 2007).

Apesar da traio na fabricao desse tipo de queijo, ainda descrita uma falta de

padronizao nas tcnicas de elaborao do queijo de coalho (Escobar, 2001), o que acarreta

(www.wikimediacommons.org)

21

em diferenas nas caractersticas nos parmetros fsico-qumicos e microbiolgicos lcticos

do produto (Arajo e Nassu, 2002; Feitosa, 1984; Nassu, 2001).

22

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Avaliar o perfil microbiano lctico do queijo de coalho artesanal produzido no

Municpio de Cachoeirinha PE, Brasil.

3.2 Objetivos Especficos

1 Analisar o perfil microbiano lctico do queijo de coalho artesanal produzido no municpio

de Cachoeirinha PE; atravs do isolamento e identificao das bactrias lticas por testes

fenotpicos e fisiolgicos;

2 Comparar o perfil microbiano lctico presente no queijo de coalho artesanal do Municpio

de Cachoeirinha PE, em pocas do ano com diferentes temperaturas e ndices

pluviomtricos.

23

4. ARTIGO CIENTFICO

Artigo Cientfico submetido revista:

Pesquisa Agropecuria Brasileira- PAB

ISSN 0100-204X verso impressa

ISSN 1678-3921 verso on-line

24

25

Caracterization of lactic microbiology of artisanal coalho cheese from 1

Cachoeirinha PE, Brasil 2

3

Thiciane Carvalho de Albuquerque (1),

Jos Luiz de Lima Filho (2)

, Maria Taciana 4

Holanda Cavalcanti (1)

e Ana Lcia Figueiredo Porto (1)*

5

6

1Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) - Departamento de Morfologia e Fisiologia 7

Animal - Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n -Dois Irmos - CEP 52171-900, Recife PE 8

2Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Laboratrio de Imuno Patologia Keizo Asami 9

10

Abstract This paper deals the characterization of lactic microflora of artisanal coalho 11

cheese produced in the city of Cachoeirinha, semi arid of Pernambuco - Brazil. Were 12

analyzed four samples collected in dates with differents rainfall. The lactic microflora was 13

assessed by isolation in APT and MRS culture medias, both incubated at temperatures of 30 14

and 42 C, followed by two purifications. Was considered lactic acid bacteria (LAB) only the 15

gram-positive, catalase negative, in the form of coccus and bacillus, and producing acid in 16

litmus milk. The differentiation of the genus was performed by testing for growth based on 17

the physiology of the isolates. From a total of 320 isolates, 295 were confirmed as LAB. The 18

mean genera of LAB isolated by the four samples were: Enterococcus (36.27%), 19

Streptococcus (25.12%), Lactococcus (23.03%), Lactobacillus (13.55%) and Leuconostoc 20

(2.3%). The constant presence and distribution of the genera isolated in different periods 21

*Autor para correspondncia (corresponding autor)

e-mail: [email protected]

mailto:[email protected]

26

indicate that, in the samples analyzed, there is no apparent correlation between the distribution 22

of the genera isolated and different rainfall occurred in the sampling dates, indicating the 23

product standardization. 24

Index Terms: lactic acid bacteria, lactic microbial profile, fresh cheese 25

26

27

Caracterizao microbiana lctica do queijo de coalho artesanal de 28

Cachoeirinha PE, Brasil 29

30

Resumo O presente trabalho trata da caracterizao da microbiota ltica do queijo de coalho 31

artesanal produzido no Municpio de Cachoeirinha, Agreste de Pernambuco, Brasil. Foram 32

analisadas quatro amostras coletadas em pocas do ano com diferentes ndices 33

pluviomtricos. A microbiota ltica foi avaliada atravs do isolamento em meios APT e MRS, 34

ambos incubados em temperaturas de 30 e 42C; seguida de duas purificaes. Foram 35

consideradas BAL apenas os microrganismos Gram positivos, catalase negativa, na forma de 36

cocos ou bastes e produtores de cido em leite tornassolado. A diferenciao dos gneros foi 37

realizada atravs de testes de crescimento com base na fisiologia dos isolados. De um total de 38

320 isolados, 295 foram confirmados como BAL. As mdias dos gneros de BAL isolados 39

nas quatro coletas foram: Enterococcus (36,27%), Streptococcus (25,12%), Lactococcus 40

(23,03%), Lactobacillus (13,55%) e Leuconostoc (2,3%). A presena e distribuio constante 41

dos gneros isolados em diferentes perodos indicam que, nas amostras analisadas, no h 42

correlao aparente entre a distribuio dos gneros isolados e os diferentes ndices 43

pluviomtricos ocorridos nas datas de coleta, indicando padronizao do produto. 44

Termos de Indexao: Bactria cido-lctica, perfil microbiano lctico, queijo frescos 45

27

Introduo 46

O queijo de coalho artesanal um queijo fresco tipicamente nordestino, encontrado 47

principalmente nos Estados do Cear, Paraba, Pernambuco e Rio Grande do Norte (Queiroz, 48

2008). Em Pernambuco sua produo ocorre principalmente na Regio Agreste do Estado 49

(EMBRAPA, 2008) que detm 72,6% da bacia leiteira Pernambucana (IBGE, 2006). Esse 50

queijo fabricado normalmente em pequenas e mdias queijarias, e representa uma atividade 51

importante para o mbito social e econmico da Regio Nordeste (Neto et al., 2004). 52

As caractersticas inigualveis de cada queijo artesanal dependem da tecnologia 53

empregada em sua produo e da composio fsico-qumica e microbiota lctica endgena 54

do leite utilizado como matria prima. Essas composies sofrem influncia de fatores 55

ambientais conhecidos genericamente por Terroir (Irlinger e Mounier, 2009). 56

Queijos feitos com leite cru apresentam aroma e sabor mais intensos do que os 57

produzidos com leite pasteurizado devido biodiversidade das bactrias cidas lcticas (BAL) 58

endgenas do leite. (Franciosi, 2009). 59

As BAL so amplamente distribudas na natureza e possuem papel essencial na 60

fermentao de laticnio (Fox et al., 2000), seu grupo inclui bastonetes e cocos, Gram 61

positivos, aerbios, microaerfilos ou anaerbios facultativos, inativada a temperaturas 62

superiores a 70C, compreendendo 12 gneros de bactrias: Aerococcus, Alloiococcus, 63

Bifidubacterium, Carnobacterium, Enterococcus, Lactobacillus, Lactococcus, Leuconostoc, 64

Pediococcus, Streptococcus, Tetragenococcus e Vagococcus (Franciosi, 2009). 65

Alm da importncia na atuao tecnolgica, algumas BAL so utilizadas para gerar 66

peptdeos bioativos que exibem atividades anti-hipertensivas e imunomoduladoras (Seppo, 67

2003; Machado et al., 2004). Sua utilizao tambm descrita na preservao e sanidade dos 68

alimentos, devido ao seu poder de inibio frente patgenos e deteriorantes, como: 69

28

Staphylococcus spp., Listeria spp., Salmonella spp., Bacillus spp., Pseudomonas spp. e 70

bactrias do grupo coliforme (Guedes Neto et al, 2005; Rosa e Franco, 2004) 71

O conhecimento sobre a populao microbiana lctea endgena presente nos produtos 72

lcticos, ajuda na preveno da perda da biodiversidade presente nos queijos produzidos por 73

diferentes mtodos tpicos das tradies locais e regionais. Podendo ser a base para seleo de 74

novas estirpes que possam ser usadas como culturas iniciadoras na produo industrial de 75

queijos tradicionais ou como culturas iniciadoras clssicas para produzir produtos lcteos j 76

consagrados (Fortina et al., 2003). 77

Devido preocupao em preservar um produto que representa um pilar de sustentao 78

da economia do Estado e um patrimnio imemorvel que o queijo de coalho artesanal, 79

objetivou-se caracterizar o perfil microbiano lctica do queijo de coalho artesanal produzido 80

no Municpio de Cachoeirinha PE, Brasil. 81

82

Material e mtodos 83

As amostras de Queijo de Coalho artesanal foram fabricadas em uma unidade produtora 84

localizada no Municpio de Cachoeirinha, Regio Agreste de Pernambuco, Brasil. 85

Foram realizadas quatro coletas, a primeira coleta em Junho de 2007 (1C), a segunda em 86

Janeiro (2C), a terceira em Maro (3C) e a quarta em Julho de 2008 (4C). Datas essas que 87

possuiram ndice pluviomtrico respectivamente de: 108.5, 2.5, 141 e 94.1mm (ITEP, 2008). 88

Para as anlises as amostras coletadas foram resfriadas e acondicionadas em caixas 89

isotrmicas (4C) at o laboratrio de Imuno Patologia Keizo Asami (UFPE) e para o 90

Laboaratrio de Tecnologia de Bioativos (UFRPE). 91

Para a anlise das BAL endgenas do queijo, as amostras foram preparadas da seguinte 92

forma: 25g do queijo foi homogeneizado em 50ml de soluo de citrato de sdio 2%, pr 93

29

aquecida a 45C. Seguida de enriquecimento em caldo de Leite Desnatado Reconstitudo 94

(LDR) 12% nas temperaturas 30C e 42C, por 24h. Aps esse perodo foram realizadas 95

diluies decimais seriadas at 10-5

, em soluo peptonada a 0,1% (Frank et al., 1992). 96

O isolamento foi realizado aps a inoculao em duplicata de 1ml da diluio 10-5

, sur-97

plate no meio APT gar (Himedia) e em pour-plate no meio Man, Rogosa e Sharpe - 98

MRS gar (Himedia). As placas foram incubadas a 30 e 42C, por 48h (Hall et al., 2001). 99

Posteriormente, foram selecionadas aleatoriamente 10 colnias de cada duplicata, resultando 100

na seleo de 20 colnias isoladas para cada meio (APT e MRS) e em cada temperatura (30C 101

e 42C), perfazendo um total de 80 colnias por coleta, 320 ao todo. 102

Foram realizadas duas purificaes das colnias seguindo as mesmas condies do 103

isolamento. Depois, os isolados foram mantidos em estoque congelado a -20C, em caldo 104

LDR 12% com glicerol 15%. 105

As bactrias isoladas foram submetidas aos testes fenotpicos, separando bactrias com 106

caractersticas lticas das no lticas, foram eles: colorao de Gram (QEEL KIT Qumica 107

Especializada Erich, LTDA), morfologia celular, atividade da catalase e produo de cido 108

em meio leite tornassolado - Litmus Milk LM (Himedia), incubada a 30 e 42C por sete 109

dias. Foram consideradas BAL apenas os microrganismos Gram positivos, catalase negativa, 110

na forma de cocos ou bastes e produtores de cido em leite tornassolado (Hall et al., 2001). 111

A diferenciao dos gneros das BAL com morfologia de coco foi realizada atravs de 112

testes de crescimento com base na fisiologia dos isolados, em duplicata e nas seguintes 113

condies de crescimento: temperaturas de 10 e 45C, pH de 4,4, e 9,6; teor de NaCl 6,5% e 114

produo de CO2 a partir da glicose. Enquanto que as BAL em forma de bacilo foram 115

submetidas aos testes de crescimento nas temperaturas de 15 e 45C, incubados, 116

respectivamente, por 5 e 2 dias, e produo de CO2 a partir da glicose (Cogan, 1997). 117

30

O teste de crescimento em diferentes temperaturas foi realizado em LDR 10% e os testes 118

de crescimento em diferentes pHs e na presena de 6,5% de NaCl foram conduzidos no caldo 119

APT. Para o teste de produo de CO2 foi utilizado o caldo MRS, suplementado com 5% de 120

glicose com tubo de Durham invertido, acrescido de uma camada de 1cm de leo mineral 121

(Cogan, 1997). 122

123

Resultados e discusso 124

Para o total de 320 isolados, foram obtidos: 98,43% catalase negativo, 98,1% Gram 125

Positivos, 93,12% produtores de cido, 87,81% cocos e 12,19% bacilos. Grande parte das 126

bactrias isoladas, 295 (92,2%), foram confirmadas como BAL, e submetidas aos testes para 127

identificao do gnero. 128

Para a observao da dinmica de melhor crescimento em relao aos meios de cultura e 129

temperaturas empregadas no isolamento das BAL, foi realizada uma mdia dos gneros 130

isolados nas quatro amostras de queijos (1C, 2C, 3C e 4C), como demonstra a Fig. 1. 131

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

30C 42C 30C 42C

APT MRS

BA

L (

%)

Enterococo

Streptococo

Leuconostoc

Lactococo

Lactobacilo

132

Figura 1. Mdia dos gneros de bactrias cido-lticas (BAL) isoladas de quatro amostras de queijos 133

de Coalho artesanais produzidos em Cachoeirinha- PE, durante o perodo de junho de 2007 a julho de 134

31

2008. As BAL identificadas esto relacionadas aos meios de cultura (APT e MRS) e temperaturas (30 135

e 42C) empregadas durante o isolamento. 136

O Enterococcus foi gnero predominante dentre as BAL isoladas, representando uma 137

mdia de 36,27% dos isolados, seu melhor crescimento pde ser observado na temperatura de 138

42C (53,27%) e em meio APT (52,33%). A prevalncia de Enterococcus pode ser 139

justificada por Ogier e Serror (2007) que citam a alta adaptabilidade e resistncia como 140

caractersticas do gnero. Os resultados obtidos corroboram com muitos queijos artesanais 141

produzidos na Europa, tais como: Feta, Kasseri, Manchego e Majonero (Cogan, 1997). 142

Segundo Psoni et al. (2006) a presena Enterococcus tem sido frequentemente citada como 143

parte da microbiota lctica normal dos queijos. Franz et al. (2009) relatam a importncia do 144

gnero nas caractersticas organolpticas em uma grande variedade de queijos artesanais. 145

O gnero Streptococcus teve a segunda maior frequncia, com mdia de 25,12%, 146

crescendo melhor na temperatura de 42C (56,33%) e em meio MRS (53,52%). Segundo 147

Hassan e Frank (2001) a alta frequncia de estreptococos encontrada comum fermentaes 148

lcteas. Estes citam tambm que a espcie mais freqentemente encontrada em alimentos o 149

S. thermophilus que, devido caracterstica preferncia ao aquecimento, pode justificar de 150

maior isolamento desse gnero 42C. Como os achados deste trabalho, uma alta freqncia 151

de estreptococos tambm foi descrita em alguns queijos feitos com cozimento de massa 152

(Michel e Martley, 2001). 153

O terceiro gnero mais encontrado foi o Lactococcus com 23,03%, seu melhor 154

crescimento foi a temperatura de 30C (54,93%) e em meio APT (57,74%). Esses resultados 155

podem ser justificados por se tratar um microrganismo mesoflico (Beresford e Williams, 156

2006). Fontn et al. (2001) citam que normal o isolamento de lactococos em queijos frescos 157

uma vez que o desaparecimento do gnero no queijo ocorre entre seis e oito semanas. 158

Resultados semelhantes aos de Torres-Llanez, (2006), para o queijo fresco Mexicano. 159

32

Foram isolados 13,55% de Lactobacillus, com maior desenvolvimento 30C (62%) e 160

em meio MRS (60%); As preferncias encontradas no isolamento desse gnero podem ser 161

relacionadas s caractersticas fisiolgicas de baixa resistncia temperaturas elevadas e pH 162

ideal acidificado (Hassan e Frank, 2001), uma vez que o meio MRS possui pH de 5,7. Os 163

resultados encontrados vo de encontro com os resultados obtidos por Carvalho (2007) que 164

descreve uma alta frequncia de Lactobacillus no queijo de coalho do Serto Cearense, este 165

fato pode ter correlao com a diferente tecnologia do queijo desta regio, que maturado, 166

favorecendo o desenvolvimento dos lactobacilos devido ao menor pH. 167

O gnero Leuconostoc teve 2,03% dos isolados, apresentando melhor crescimento na 168

temperatura de 30C (83,33%) e em meio APT (66,66%). Resultado justificado por ser um 169

microrganismo mesoflico (Fox et al., 2000) e por se tratar da anlise um queijo fresco, uma 170

vez que o desenvolvimento deste gnero ocorre principalmente durante a maturao (Fox et 171

al., 2000). Achados semelhantes foram encontrados nos queijos de coalho produzidos no 172

Cear (Carvalho, 2007). 173

Apesar das especificaes dos meios APT e MRS, foram obtidos crescimentos 174

satisfatrios para todos os gneros em ambos os meios, corroborando com achados descritos 175

por Potes e Marinho (2007). Este fato provavelmente decorrente da grande heterogeneidade 176

metablica que caracteriza os gneros que constituem o grupo das BAL (Martin-Platero, 177

2009) tornando difcil estabelecer um nico meio de cultura como padro. 178

A distribuio dos gneros de BAL isolados nas coletas pode ser observada na Fig. 2. Em 179

relao ao perfil de BAL em queijos produzidos em diferentes pocas do ano, nas amostras 180

analisadas neste trabalho, ocorreu uma repetio na frequncia dos Gneros isolados em todas 181

as coletas, que foi de forma decrescente: Enterococcus, Streptococcus, Lactococcus, 182

Lactobacillus e Leuconostoc. A nica exceo ocorreu na 4C para o gnero Lactococcus que 183

apresentou nmero mais elevado que o Streptococcus. 184

33

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1C 2C 3C 4C

BA

L (

%)

Enterococos

Streptococos

Leuconostoc

Lactococos

Lactobacilos

185

Fig. 2. Distribuio dos gneros de bactrias cido-lcticas (BAL) isoladas do queijo de coalho 186

artesanal produzido em Cachoeirinha PE, nos meses de Junho de 2007 1a Coleta (1C); Janeiro (2C), 187

Maro (3C) e Julho de 2008 (4C), cujos ndice pluviomtrico (mm) foram de: 108.5, 2.5, 141 e 94.1, 188

respectivamente. 189

Apesar da influencia do terroir (Irlinger e Mounier, 2009) e da alimentao do rebanho 190

(Ramiro, 2009) na qualidade microbiolgica lctica da matria prima do queijo, o leite. A 191

variao dos ndices pluviomtricos ocorridos em cada poca, bem como a possvel 192

correlao desses fatores com a variao da disponibilidade e modificao alimentar do 193

rebanho ao longo do ano; a presena e distribuio constante dos gneros isolados indicam 194

que, nas amostras analisadas, no houve correlao aparente da distribuio dos gneros 195

isolados com os diferentes ndices pluviomtricos observados nas diferentes datas, indicando 196

h um perfil microbiano lctico constante ao longo do ano. 197

Esses achados podem ser justificados por uma manuteno no manejo alimentar do 198

rebanho ao longo do ano, como citam Coulon e Priolo (2004) associados a uma boa 199

padronizao da tecnologia de produo do queijo, o que discorda dos achados descritos por 200

Escobar (2001), que cita falta de padronizao nas tcnicas de elaborao do queijo de coalho. 201

34

Os gneros de BAL isolados nesses queijos demonstraram prevalncia de 202

microorganismos termoflicos, achados que ocorrem mais frequentemente em queijos 203

submetidos ao cozimento, como o caso do queijo de coalho produzido em Fortaleza - CE 204

(Carvalho, 2007), atribuindo este fato a uma condio tpica do local. 205

206

Concluses 207

1. A maior parte das bactrias isoladas (92,2%) do queijo de coalho de Cachoeirinha PE 208

foram confirmadas como BAL; 209

2. Os gneros isolados por ordem de maior para menor frequncia, foram: Eterococcus, 210

Streptococcos, Lactococcus, Lactobacillus e Leuconostoc; 211

3. A presena e distribuio constante dos gneros isolados em diferentes perodos indicam 212

que, nas amostras analisadas, no h correlao aparente entre a distribuio dos gneros 213

isolados e os diferentes ndices pluviomtricos ocorridos nas datas de coleta, indicando 214

padronizao do produto. 215

216

Agradecimentos 217

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico CNPq e a Fundao 218

de Amparo Cincia e Tecnologia do Estado de Pernambuco - FACEPE, pelo suporte financeiro. 219

220

221

222

223

35

Referncias 224

BERESFORD, T.; WILLIAMS, A. The microbiology of cheese ripening. In: FOX, P. F.; 225

McSWEENEY, P. L. H.; COGAN, T. M.; GUEENE, T. P. Cheese chemistry, physics and 226

microbiology, 3 ed, Amsterdam: Elsevier Academic Press, 2006. v.1. p. 287-317. 227

CARVALHO, J.D. Caracterizao da microbiota ltica isolada de queijo de coalho 228

artesanal produzido no Cear e de suas propriedades tecnolgicas. Fortaleza CE. De 229

2007. 171p. Dissertao (Mestrado) - Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade 230

Estadual de Campinas, So Paulo - SP. 231

COGAN, T. M.; BARBOSA, M.; BEUVIER, E.; BIANCHI-SALVADORI, B.; 232

COCCONCELLI, P. S.; FERNANDES, I. Characterization of the lactic acid bacteria in 233

artisanal dairy products, Journal of Dairy Research, Cambridge, v.64, n.3, p.409-421, 1997. 234

COULON, J.B.; PRIOLO, A. La qualit des produits laitiers et les fourrages consomms par 235

les animaux. INRA Productions Animales, v.15, n.5, p.333-342, 2004. 236

EMBRAPA. Boletim de pesquisa e desenvolvimento Embrapa Agroindstria Tropical, 237

n.11, p.24, 2003. Disponvel em: < http://www.cnpat.embrapa.br/publica/pub/BolPesq > 238

Acesso em: 26 outubro de 2008. 239

ESCOBAR, C. A. M. Avaliao dos pontos crticos na produo de queijo de coalho em 240

Pernambuco. Revista do Instituto de Laticnios Cndido Tostes, Juiz de Fora. v. 56, n. 321, 241

p.248-256, 2001. 242

FONTN, M. C. G.; FRANCO, I.; PRIETO, B.; TORNADIJO, M. E.; CARBALLO, J. 243

Microbiological changes in San Simn cheese throughout ripening and its relationship with 244

physico-chemical parameters. Food Microbiology, London. v. 18, n. 1, p. 25-33, 2001. 245

36

FORTINA, M. G., RICCI, G., ACQUATI, A., ZEPPA, G., GANDINI, A., MANACHINI, P. 246

L. Genetic characterization of some lactic acid bacteria occurring in an artisanal protected 247

denomination origin (PDO) Italian cheese, the Toma piemontese. Food Microbiology, v. 20, 248

p. 397 404, 2003. 249

FOX, P. F.; GUINEE, T. P.; COGAN, T. M.; McSWEENEY, P. L. H. Fundamentals of 250

cheese science. Gaithersburg: Aspen Publishers, Inc. Cap. 5. p. 54-97, 2000. 251

FRANCIOSI, E.; SETTANNI, L.; CAVAZZA, A.; POZNANSKI, E. Biodiversity and 252

technological potential of wild lactic acid bacteria from raw cows milk. International Dairy 253

Journal, v.19, p.3 11, 2009. 254

FRANK, J. F.; CHRISTEN, G. L.; BULLERMAN, L. B. Test for groups of microorganisms. 255

In: MARSHALL, R. T. Standard Methods for the Examination of Dairy Products, 16 ed. 256

Washington: American Public Health Association, 1992. Cap. 8, p.271-286. 257

FRANZ, C.M., HOLZAPFEL, W.H., STILES, M.E. Enterococci at the crossroads of food 258

safety? Int. J. Food Microbiology, v.47, p.1-24, 2009. 259

GUEDES NETO, L.G., SOUZA, M.R., NUNES, A.C., NICOLI2, J.R., SANTOS, W.L.M. 260

Atividade antimicrobiana de bactrias cido-lcticas isoladas de queijos de coalho artesanal e 261

industrial frente a microrganismos indicadores. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.57, supl. 2, 262

p.245-250, 2005. 263

HALL, P. A.; LEDENBACH, L.; FLOWERS, R. S. Acid-producing Microorganisms. In: 264

DOWNES, F. P.; ITO, K. Compendium of Methods for the Microbiological Examination 265

of Foods. 4 ed. Washington: American Public Health Association, 2001. Cap.19, p.201-207. 266

37

HASSAN, A. N.; FRANK, J. F. Starter cultures and their use. In: MARTH, E. H.; STEELE, 267

J. L. Applied Dairy Microbiology, 2 ed. New York: Marcel Decker, 2001. p.53-58. 268

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia a e Estatstica. Censo agropecurio 2006. ISSN 269

0103-6157 - Rio de Janeiro, RJ Brasil, p.1-267, 2006. 270

IRLINGER, F., MOUNIER, J. Microbial interactions in cheese: implications for cheese 271

quality and safety. Curr Opin Biotechnol (2009), doi:10.1016/j.copbio.2009.02.016. 272

ITEP. Instituto Tecnolgico Pernambucano. Boletim climatolgico pernambucano de 273

chuvas por municpio em 2007 e 2008. Disponvel em: http://www.itep.br/LAMEPE.asp, 274

acesso em: 11 de out.2008. 275

MACHADO, A.; LIRIA, C.W.; PROTI, P.B.; REMUZGO, C.;MIRANDA, M.T.M. Snteses 276

qumica e enzimtica de peptdeos: princpios bsicos e aplicaes. Quim. Nova, Vol. 27, No. 277

5, 781-789, 2004. 278

MARTIN-PLATERO, M., MAQUEDA, M., VALDIVIA, E. Polyphasic study of microbial 279

comunities farmhouse cheeses. Food Microbiology, v.26, p. 294-304, 2009. 280

MICHEL, V.; MARTLEY, F. G. Streptococcus thermophylus in Cheddar cheeseproduction. 281

Journal of Dairy Research, Cambrige, v.68, n.2, p.317-325, 2001. 282

NETO, L. G. G., VELOSO, F. P., PAIVA, R. M. B., NEVES, M. V. O., FONSECA, L. M., 283

SANTOS, W. L. M. Qualidade fsico-qumica e microbiolgica de queijos produzidos no 284

Brasil Reviso. In: Anais do XXI Congresso Nacional de Laticnios. n.339, v. 59, p.233-285

236. Juiz de Fora, MG, 2004. 286

http://www.itep.br/LAMEPE.asp

38

OGIER, J.C. ; SERROR, P. The Enterococcus genus. Unit des Bactries Lactiques et 287

Pathognes Opportunistes, INRA, Domaine de Vilvert, 78350 Jouy-en-Josas, France. 288

Available online 22 Aug. 2007. 289

POTES, M. E.; MARINHO, A. Utilizao de diferentes meios de cultura na identificao e 290

recuperao de bactrias lcticas. Revista Portuguesa de Cinc. Veterinrias, 145-151p. 291

2007. 292

PSONI, L., KOTZAMANIDES, C., ANDRIGHETTO, C. 2006. Genotypic and phenotypic 293

heterogeneity in Enterococcus from batzos cheese. Int. J. Food Microbiol. 109-120p. 294

QUEIROZ, A.A.M. Caracterizao molecular de bactrias cido lticas com potencial 295

tecnolgico para produo de queijo coalho no Cear. Fortaleza CE, 2008. 54p. 296

Dissertao: Curso de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal do Cear. 297

RAMIRO, M.L. Influncia da matria-prima no fabrico de queijo. Relatrio do Trabalho 298

de Fim de Curso de Engenharia de alimentos, Universidade de Lisboa, 2004. 299

ROSA, C.M.; FRANCO, B.D.G.M. ConSCIENTIA E SADE. Rev. Cient., UNINOVE - So 300

Paulo. Bacteriocinas De Bactrias Lcticas V. 1 : 09-15 2004. 301

SEPPO, L., JAUHIAINEN, T., POUSSA, T., KORPELA, R. (2003). A fermented milk high 302

in bioactive peptides has a blood pressure-lowering effect in hypertensive subjects. American 303

Journal Clinical Nutrition, v. 77, p. 326-330. 304

TORRES-LLANEZ, M.J.; VALLEJO-CORDOBA, B.; DAZ-CINCO. Characterization of 305

the natural microflora of artisanal Mexican Fresco cheese. Food Control, 2006, p.683690. 306

39

5. REFERNCIAS

ANTUNES, A. J. (2003) Funcionalidade de protenas do soro de leite bovino. Barueri, SP:

Manole.

ARAJO, R. S.; NASSU, R. T. Caracterizao fsico-qumica de queijo de Manteiga, queijo

de Coalho e Manteiga da Terra, produzidos nos estados do Rio Grande do Norte e do

Cear. Revista Higiene Alimentar, So Paulo, v. 16, n. 97, p. 70-75, jun., 2002.

BRASIL, Portaria n 146, de 07/03/96. Regulamento Tcnico de Identidade e Qualidade de

Queijos em geral e do queijo de coalho. Braslia: Ministrio da Agricultura, Pecuria e

Abastecimento, 1996.

BRASIL, Instruo Normativa N 62, DE 26/08/06. Oficializa os mtodos analticos oficiais

fsico-qumicos para o leite e produtos lcteos. Braslia: Ministrio da Agricultura,

Pecuria e Abastecimento, 2006.

BERESFORD, T. P., FITZSIMONS, N. A., BRENNAN, N. L., COGAN, T. (2001).

Recents advances in cheese microbiology. International Dairy Journal, v. 11, p. 259-274.

BERESFORD, T.; WILLIAMS, A. The microbiology of cheese ripening. In: FOX, P. F.;

McSWEENEY, P. L. H.; COGAN, T. M.; GUEENE, T. P. Cheese chemistry, physics

and microbiology, 3 ed, Amsterdam: Elsevier Academic Press, v.1, p. 287-317, 2004.

CARIDI, A.; MICARI, P.; FOTI, F.; RAMONDINO, D.; SARULLO, V. Ripening and

seasonal changes in microbiological and chemical parameters of the artisanal cheese

Caprino dAspromonte produced from raw or thermized goats milk. Food Microbiology,

London, v. 20, n. 2, p. 201-209, Apr., 2003.

40

CARR, F. J.; CHILL, D.; MAIDA, N. The acid lactic bacteria: A literature survey. Critical

Reviews in Microbiology. New York, v. 28, n. 4, Dec., 2002

CASALTA, E.; SORBA, J-M.; AIGLE, M.; OGIER, J-C. (2009) Diversity and dynamics

of the microbial community during the manufacture of Calenzana, an artisanal Corsican

cheese. International Journal of Food Microbiology,

doi:10.1016/j.ijfoodmicro.2009.05.022.

COGAN, T. M.; BARBOSA, M.; BEUVIER, E.; BIANCHI-SALVADORI, B.;

COCCONCELLI, P. S.; FERNANDES, I. Characterization of the lactic acid bacteria in

artisanal dairy products, Journal of Dairy Research, Cambridge, v.64, n.3, p.409-421,

1997.

CROW, V.; CURRY, B.; HAYES, M. The ecology of non starter lactic acid bacteria

(NSLAB) and their use as adjunt in New Zealand Cheddar. International Dairy Journal,

v. 11, n. 4-7 , p. 275-283, Jul. , 2001.

DE VUYST, L.; VANDAMME, E. J. Bacteriocins of lactic acid bacteria. Microbiology,

Genetics and Application. London: Chapman & Hall, p. 1-12, 1994.

DELLAGLIO, F.; DICKS, L. M. T.; TORRIANI, S. The genus Leuconostoc. In: WOOD,

B. J. B.; HOLZAPFEL, W. H. The genera of lactic acid bacteria. London: Chapman &

Hall, 1995, v. 2.

DURLU-OZKAYA, F.; XANTHOPOULOS, V.; TUNAIL, N.; LITOPOULOU-

TZANETAKI. E.; Technologically important properties of lactic acid bacteria isolates

from Beyaz cheese made from raw ewes' milk. Journal of Applied Microbiology, v. 91,

n. 5, p. 861-870, Nov., 2001.

41

EMBRAPA, Boletim de pesquisa e desenvolvimento Embrapa Agroindstria Tropical, n.11,

p.24, 2003. Disponvel em: < http://www.cnpat.embrapa.br/publica/pub/BolPesq > Acesso

em:26 out. 2007.

ESCOBAR, C. A. M. Avaliao dos pontos crticos na produo de queijo de coalho em

Pernambuco. Revista do Instituto de Laticnios Cndido Tostes, Juiz de Fora, v. 56, n.

321, p. 248-256, 2001.

FEITOSA, T. Estudos tecnolgicos, fsico-qumicos, microbiolgicos, e sensoriais do queijo

de Coalho do estado do Cear. Fortaleza, 1984. 96 p. Dissertao (Mestre em Tecnologia

de Alimentos) - Departamento de Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal do

Cear.

FONTN, M. C. G.; FRANCO, I.; PRIETO, B.; TORNADIJO, M. E.; CARBALLO, J.

Microbiological changes in San Simn cheese throughout ripening and its relationship

with physico-chemical parameters. Food Microbiology, London, v. 18, n. 1, p. 25-33, Feb.

2001.

FORTINA, M. G., RICCI, G., ACQUATI, A., ZEPPA, G., GANDINI, A.,

MANACHINI, P. L. (2003). Genetic characterization of some lactic acid bacteria

occurring in an artisanal protected denomination origin (PDO) Italian cheese, the Toma

piemontese. Food Microbiology, v. 20, p. 397 404.

FOX, P. F.; GUINEE, T. P.; COGAN, T. M.; McSWEENEY, P. L. H. Fundamentals of

cheese science. Gaithersburg: Aspen Publishers, Inc., 2000. Cap. 5. p. 54-97.

42

FOX, P. F.; McSWEENEY, P. L. H.; COGAN, T. M.; GUEENE, T. P. Cheese

chemistry, physics and microbiology, 3 ed, Amsterdam: Elsevier Academic Press,

2004. V. 1, General Aspects, p. 287-317.

FRANCIOSI, E.; SETTANNI, L.; CAVAZZA, A.; POZNANSKI, E. (2009) Biodiversity

and technological potential of wild lactic acid bacteria from raw cows milk. International

Dairy Journal, v.19, p.3 11.

FURTADO, M. M.; SOUZA, H. M. de; MUNK, A. V. Fabricao do queijo Minas Frescal

sem o emprego de culturas lticas. . Revista do Instituto de Laticnios Cndido Tostes,

Juiz de Fora, v. 35, n. 207, p. 15-21. jan./ fev. 2000.

FURTADO, M. M.; LOURENO NETO, J. P. M. Queijo Minas Frescal. In: Tecnologia de

Queijos. 1 ed. p. 73-75, 1994.

GAYAN, P., BABIN, M., MEDINA, M., NUEZ, M. (1999). Diversity among lactococci

isolated from ewes raw milk and cheese. Journal Applied Microbiology, v. 87, p. 849-

855.

GIRAFFA, G. Functionality of enterococci in dairy products. International Journal of Food

Microbiology, v. 88, n. 2-3, p. 215-222, Dec, 2003. Review.

GHRAIRI, T.; FRERE, J.; BERJEAUD, J. M.; MANAI, M. (2008) Purification and

characterization of bacteriocins produced by Enterococcus faecium from Tunisian rigouta

cheese. Food Control, v. 19, p. 162 169.

GUEDES NETO, L.G., SOUZA, M.R., NUNES, A.C., NICOLI2, J.R., SANTOS,

W.L.M. Atividade antimicrobiana de bactrias cido-lcticas isoladas de queijos de

43

coalho artesanal e industrial frente a microrganismos indicadores. Arq. Bras. Med. Vet.

Zootec., v.57, supl. 2, p.245-250, 2005.

GRAPPIN, R.; BEUVIER, E. Possibile implications of milk pasteurization on the

manufacture and sensory quality of ripened cheese. International Dairy Journal, Barking,

v. 7, n.12, p. 751-871, dec. 1997.

HAMMES, W. P.; VOGEL, R. F. The genus Lactobacillus. In: WOOD, B. J. B.;

HOLZAPFEL, W. H. (eds). The genera of lactic acid bacteria. London: Chapman &

Hall, 1995, v. 2.

HARDIE, J. M.; WHILEY, R. A. The genus Streptococcus. In: WOOD, B. J. B.;

HOLZAPFEL, W. H. The genera of lactic acid bacteria. London: Chapman & Hall,

1995, v. 2.

HASSAN, A. N.; FRANK, J. F. Starter cultures and their use. In: MARTH, E. H.; STEELE,

J. L. Applied Dairy Microbiology, 2 ed. New York: Marcel Decker, 2001.

HOLT, J. G.;GRIEG, N. R.; SNEATH, P. H. A.; STALEY, J. T.; WILLIAMS, S. T.

Bergey's Manual of Determinative Bacteriology, 9. ed. Baltimore: Williams & Wilkins,

1994. Cap. 17.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia a e Estatstica. Censo agropecurio 2006. ISSN 0103-

6157 - Rio de Janeiro, RJ Brasil, p.1-267, 2006.

IRLINGER, F., MOUNIER, J. Microbial interactions in cheese: implications for cheese

quality and safety. Curr Opin Biotechnol (2009), doi:10.1016/j.copbio.2009.02.016.

44

KLIJN, N.; WEERKAMP, A. H.; de VOS, W. M. Detection and characterization of

lactose-utilizing Lactococcus spp. in natural ecossystems. Applied and Envioronmental

Microbiology, v. 61, p. 788-792, 1995.

LPEZ-DAZ, T. M.; ALONSO, C.; ROMN, C.; GARCA-LPEZ, M. L.; MORENO

B. Lactic acid bacteria isolated from a hand-made blue cheese. Food Microbiology,

London, v. 17, n. 1, p. 23-32, Feb., 2000.

MACHADO, A.; LIRIA, C.W.; PROTI, P.B.; REMUZGO, C.;MIRANDA, M.T.M.

Snteses qumica e enzimtica de peptdeos: princpios bsicos e aplicaes Quim. Nova,

Vol. 27, No. 5, 781-789, 2004.

MEDINA, R.; KATZ, M.; GONZALES, S.; OLIVER, G. Characterization of lactic acid

bacteria in Ewes milk and cheese from Northwest Argentina. Journal Food Protection,

Des Moines, v. 64, n. 4, p. 559-563, Apr., 2001.

MICHEL, V.; MARTLEY, F. G. Streptococcus thermophylus in Cheddar cheese

production. Journal of Dairy Research, Cambrige, v.68, n.2, p.317-325, 2001.

MOGENSEN, G.; SALMINEN, S.; O'BRIEN, J. Food microorganisms - health benefits,

safety evaluation and strains with documented history of use in foods. Bull. Int. Dairy

Fed.,n.377, p.4-9, 2003.

NASSU, R.T. Diagnstico das condies de processamento dequeijo de coalho e queijo

manteiga da terra no Estado do Cear. Revista higiene alimentar, So Paulo, v. 15, n. 89,

p. 28-36, jul, 2001.

NETO, L. G. G., VELOSO, F. P., PAIVA, R. M. B., NEVES, M. V. O., FONSECA, L.

M., SANTOS, W. L. M. Qualidade fsico-qumica e microbiolgica de queijos

45

produzidos no Brasil Reviso. In: Anais do XXI Congresso Nacional de Laticnios.

n.339, v. 59, p.233-236. Juiz de Fora, MG, 2004

OGIER, J.C. ; SERROR, P. The Enterococcus genus. Unit des Bactries Lactiques et

Pathognes Opportunistes, INRA, Domaine de Vilvert, 78350 Jouy-en-Josas, France.

Available online 22 Aug. 2007.

PERNAMBUCO. Lei no 13.376, de 20 de dezembro de 2007. Sanciona a Lei que dispe

sobre o processo de produo do Queijo de coalho artesanal, Governo Estadual, Recife -

PE.

PERRY, K.S.P. Queijos: aspectos qumicos, bioqumicos e microbiolgicos. Qumica.

Nova, v.27, p.293-300, 2004.

QUEIROZ, A.A.M. Caracterizao molecular de bactrias cido lticas com potencial

tecnolgico para produo de queijo coalho no Cear. Fortaleza CE, 2008. 54p.

Dissertao: Curso de Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal do Cear.

ROSA, C.M.; FRANCO, B.D.G.M. ConSCIENTIA E SADE. Rev. Cient., UNINOVE -

So Paulo. Bacteriocinas De Bactrias Lcticas V. 1 : 09-15 2004.

SANCHEZ, M. A. P. Influncia da matria-prima no fabrico de queijo de cabra. Relatrio do

Trabalho de Fim de Curso de Engenharia Alimentar.

SARANTINOPOULOS, P.; ANDRIGHETTO, C.; GEORGALAKI, M. D.; REA, M. C.;

LOMBARDI, A.; COGAN, T. M.; KALANTZOPOULOS, G.; TSAKALIDOU, E.

Biochemical properties of enterococci relevant to their technological performance.

International Dairy Journal, v. 11, n. 8, p. 621-647, 2001.

46

SMACCHI, E., GOBBETTI, M. (2000) Bioactive peptides in dairy products: synthesis and

interaction with proteolytic enzymes. Food Microbiology, v. 17, p. 129-141.

SEPPO, L., JAUHIAINEN, T., POUSSA, T., KORPELA, R. (2003). A fermented milk

high in bioactive peptides has a blood pressure-lowering effect in hypertensive subjects.

American Journal Clinical Nutrition, v. 77, p. 326-330.

SUZZI, G.; CARUSO, M.; GARDINI, F.; LOMBARDI, A.; VANNINI, L.; GUERZONI,

M.E.; ANDRIGHETTO, C.; LANORTE, M.T. A survey of the enterococci isolated

from an artisanal Italian goat's cheese (semicotto caprino). Journal of Applied

Microbiology, v. 89, n. 2, p. 267-274, Aug., 2000.

TEUBER, M. The genus Lactococcus. In: WOOD, B. J. B.; HOLZAPFEL, W. H. The

genera of lactic acid bacteria. London: Chapman & Hall, 1995, v. 2.

WOUTERS, J. T. M., AYAD, E. H. E., HUGENHOLTZ, J., SMITH, S. (2002). Microbial

from raw milk for fermented dairy products. International Dairy Journal, v. 12, p. 91-10.

47

ANEXO A Relatrio de Visita Tcnica Cachoeirinha

AVALIAO DA UNIDADE PRODUTORA DE QUEIJO DE COALHO

FBRICA ESCOLA DE CACHOEIRINHA

Proprietrio: Associao de produtores de Cachoeirinha

o Unidade Produtora do queijo: Rua Rita Alves Espnola n 104

o Hora de chegada do leite: Foram 3 chegadas

1/2 chegada - 7:30 ----- 110L

3 chegada - 8:15 ----- 30L

Volume total ----- 140L

o Teste de plataforma realizados: Foram 3 testes

1 Alizarol

2 acidez = 18

3 Densidade = 1,26

o Aes intermedirias: No houve desnate

48

o Adio de cloreto de clcio: No houve Motivo estava em falta,

mas ocorre freqentemente na proporo de (20mL/100L)

o Hora de colocao do coalho: Logo aps a mistura dos leites (5 min misturando)

Marca do coalho Ha-la. Proporo do coalho (8mL/ 10L). em 140L foram adicionados

aproximadamente 115mL aps a adio mexeu por 3 minutos, tampou e esperou o

tempo da massa, que aproximadamente 30min.

o Tempo de corte da massa: 20 minutos aps a adio do coalho

o Tempo de mexedura: Realizou duas mexeduras, o intervalo de uma para a outra foi

de 10 min. A 1 mexedura lenta e se d em 10 min; a 2 mexedura rpida tambm

10 min.

Obs.: Na maioria das vezes no 10min 7min.

o Hora da retirada do soro: No h choque trmico. A hora de retirada do soro logo

aps a sedimentao dos grumos. Toda a massa envolvida em grande toalha, essa

toalha torcida vrias vezes at que todo o soro tenha sado e a massa fique solta.

Obs.: aproximadamente 4L da massa com o soro, so deixas de reserva em jarras, esta serve

como argamassa na hora de por os grumos na forma.

o Pr-prensagem com as mos: Ocorre vrias vezes para a retirada do soro. A massa

adquire forma de barra de queijo na forma de inox.

o Tipo de prensagem: Ocorre em forma de inox e a prensagem se faz por auxilio de

peso que ficam sobre as formas durante 30min.

o Prensagem: Tempo 30min, mas deixaram por aproximadamente 40min.

Quilo - aproximadamente 1.200kg por barra

49

Viragem durante a prensagem - ocorre depois de aproximadamente 30min.

Cada lado fica aproximadamente 30 minutos.

Obs.: quando as massas so colocadas na forma de inox, estas so envolvidas por telas.

o Tipo de Salga: Dentro da massa, ocorre logos aps a retirada do soro. Quantidade de

de sal utilizado na proporo de 350g/ 100L 300g/100L .

o Tempo de resfriamento: Barras so resfriadas por aproximadamente 10 a 12 dias.

o Temperatura de resfriamento: 6C +/-2C

o Tempo de embalagem: Logo aps sarem da prensa

o Temperatura de estocagem: 6C

Obs1.: Os 4L da massa com o soro, em reserva, so adicionados quando a massa colocada

nas formas de inox, com o objetivo de unir os grumos. colocada em ambos os lados do

queijo. Depois envolve toda a forma com tela e tampa as formas com tampas tambm de inox.

Obs2.: Prensa com o peso A 1 prensa iniciou-se de 10:20. De 11hs mudou o lado do queijo

e as 11:30 embalou as barras. A barra doada para nosso grupo ficou isolada das outras, e com

o peso em cima dela. As demais barras produzidas (11barras) ficaram todas empilhadas com

outro peso.

Obs3.: No foi observada diferenas entre as coletas realizadas.

50

ANEXO B - Normas do Programa de Ps-graduao em Cincia Veterinria

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIA VETERINRIA

NORMAS PARA APRESENTAO DE TRABALHO ACADMICO

Aprovadas pelo Colegiado de Coordenao Didtica do PPGCV

em 28/05/2007, Deciso n 08/2007

Os trabalhos acadmicos, dissertaes e teses, so espelhos do desenvolvimento de um

discente nos seus estudos de ps-graduao, e reflete a competncia do orientador e do curso

em qualificar bem os seus alunos.

Sendo assim, a boa apresentao do trabalho enriquece a qualidade dos resultados de

uma pesquisa e fornece uma base de dados apropriada para futuras pesquisas cientficas.

Para isso, o PPGCV busca normatizar a apresentao dos trabalhos de concluso de

seus discentes, para que o reflexo da atividade cientfica neles contida, seja o melhor possvel.

A apresentao de uma dissertao ou tese por muito tempo vem seguindo o padro

formal, na maioria das escolas. Porm a constante cobrana por trabalhos que no fiquem

apenas prateleiras das bibliotecas e sejam publicados em peridicos de ampla circulao, tem

levado modernizao deste modelo.

No PPGCV, o formato com incluso de artigos (publicados ou no) j vem sendo

praticado por vrios orientadores e demonstrado que esta uma forma prtica de acelerar o

processo de publicao da dissertao/tese em partes.

51

No entanto necessrio que se normatize o formato, para orientar os discentes na

elaborao das suas dissertaes/teses e que se tenha um padro a ser seguido por todos que

compe o PPGCV.

FORMATOS DE DISSERTAO/TESE

Sero aceitos no PPGCV dissertaes e teses elaboradas nos seguintes formatos:

1. Tradicional

2. Artigos Cientficos (recomendado)

Em linhas gerais, o formato Tradicional inclui introduo, reviso de literatura,

material e mtodos, resultados, discusso, concluso e referncias.

O formato de Artigos Cientficos deve incluir introduo, reviso de literatura geral,

referncias, um ou mais artigos no formato de publicao em peridico e consideraes finais

(opcional).

Seja qual for o formato, a redao dever seguir a Norma da Associao Brasileira de

Normas Tcnicas (ABNT) atualizada. Para facilitar o entendimento, apresenta-se uma sntese

com base na norma NBR-14724/2002.

FORMATAO GERAL

Formato Papel branco, formato A4 (21cm x 29,7cm) digitado na cor preta, excetuando as

ilustraes, no anverso das folhas.

52

Digitao Recomenda-se o estilo Times New Roman. Fonte tamanho 12 para o texto e

tamanho 10 para citaes de mais de trs linhas, notas de rodap, paginao e legendas das

ilustraes e tabelas.

Para os ttulos das monografias, dissertaes, teses e para captulo desses trabalhos a

fonte deve ser tamanho 14 e em negrito.

Textos digitados para citaes de mais de trs linhas recua-se 4 cm da margem

esquerda.

Espaamento entre linhas: 1,5

Margem Margem esquerda e superior 3 cm. Margem direita e inferior 2 cm.

Espacejamento Nas pginas capitulares, ou seja, as que iniciam um captulo, o ttulo da

subseo deve ser separado do texto que o precede ou que o sucede por dois espaos.

As referncias, ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por um espao.

Na folha de rosto e na folha de aprovao, a natureza do trabalho, o objetivo, o nome

da instituio, rea de concentrao, devem ser alinhadas do meio da pgina para a margem

direita.

Notas de rodap As notas de rodap se localizam na margem inferior da mesma pgina onde

ocorre a chamada numrica recebida no texto. So separadas do texto por um espao simples

de entrelinhas e por trao contnuo de 3 cm, a partir da margem esquerda. Recomenda-se

utilizar a formatao automtica para notas de rodap existente no redator de texto.

Paginao Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser contadas, em

ordem seqencial, mas no numeradas. A numerao comea a ser colocada a partir da

53

primeira folha da parte textual (Introduo), em algarismos arbicos, no canto superior direito

da folha a 2 cm da borda superior, ficando o ltimo algarismo a 2 cm da borda direita da folha

(No item configurar pgina do redator de texto, colocar no Layout, 3cm da borda ao

cabealho).

Havendo apndice e anexo, as suas folhas devem ser numeradas de maneira contnua e

sua paginao deve dar seguimento do texto principal.

DISPOSIO DOS ELEMENTOS:

A estrutura de uma dissertao ou tese divide-se em 3 partes:

1 - Pr-textual, compreendendo os seguintes elementos:

a. Capa (obrigatrio)

b. Folha de rosto (obrigatrio) com a ficha catalogrfica no verso

c. Folha de aprovao (obrigatrio)

d. Dedicatria

e. Agradecimentos

f. Epgrafe

g. Resumo em portugus (obrigatrio)

h. Resumo em ingls (obrigatrio)

i. Lista de ilustrao

j. Lista de tabelas

k. Lista de abreviaturas e siglas

l. Lista de smbolos

m. Sumrio (obrigatrio)

Obs: Os elementos essenciais so os que esto acompanhados da palavra obrigatrio.

54

Os outros elementos so os opcionais.

2 Textual, com os seguintes elementos:

2.1 Formato Tradicional

a. Introduo

b. Reviso de Literatura

c. Material e Mtodos

d. Resultados

e. Discusso

f. Concluso

g. Referncias

2.2 Formato de Artigos Cientficos

a. Introduo

b. Reviso de Literatura

c. Referncias

d. Experimentos / Artigos

e. Consideraes Finais (opcional)

3 - Ps-textual

a. Apndice(s)

b. Anexo(s)

ELEMENTOS PR-TEXTUAIS

55

1 - Capa deve constar:

a) nome do autor

b) ttulo

c) cidade/ano

2 - Folha de rosto Contm os seguintes dados:

- nome da Universidade;

- nome da Pr-Reitoria;

- nome do Programa;

- nome do autor;

- ttulo do trabalho;

- natureza (tese, dissertao e objetivo, grau pretendido, nome da instituio);

- nome do orientador e, se houver, co-orientador;

- local (cidade);

- ano.

No verso da folha de rosto a ficha catalogrfica, que deve ser elaborada pela Biblioteca

Central

3 - Folha de aprovao Elemento obrigatrio. Contm os mesmos elementos da folha de

rosto, acrescentando a data de aprovao, nome, titulao e assinatura dos componentes da

banca e instituio a que pertencem.

56

4 - Dedicatria: opcional. O autor homenageia a(s) determinada(s) pessoa(s). Colocada aps

a folha de aprovao.

5 - Agradecimento: Contm manifestao de reconhecimento queles que contriburam com o

autor. Deve ser feito de maneira simples e sbria.

6 - Epgrafe: Opcional. Colocada aps os agradecimentos. Pode constar, tambm, nas folhas

de abertura das sees primrias.

7 - Resumo em portugus: Mximo de 1 pgina. Elemento obrigatrio. Deve ser redigido de

forma cursiva, concisa e objetiva. No resumo deve-se evitar: abreviaturas, smbolos, frmulas,

equaes e diagramas que no sejam absolutamente necessrias. Inclui o ttulo do trabalho e

palavras chave.

8 - Resumo em ingls: Mximo de 1 pgina. Elemento obrigatrio. a verso do resumo em

portugus para o ingls. Deve ser apresentada em folha separada inclui ttulo em ingls e

palavras chave (key words).

9 - Sumrio Elemento obrigatrio. As principais divises, sees e outras partes do

documento so acompanhadas dos respectivos nmeros das pginas. Para numerar as divises

e subdivises de um trabalho, deve-se usar a numerao progressiva.

ELEMENTOS TEXTUAIS

57

No Formato Tradicional o texto deve obedecer seqncia que se segue: Introduo, Reviso

de Literatura, Material e Mtodos, Resultados, Discusso, Concluso e Referncias.

1- Introduo: Deve introduzir o leitor no assunto abordado, fornecendo uma viso global da

pesquisa realizada. Na introduo so formuladas as hipteses, delimita-se o assunto tratado e

define o objetivo da pesquisa.

2- Reviso de Literatura: Deve demonstrar o conhecimento da literatura bsica, incluindo:

citaes que tenham relao direta e especfica com o trabalho;

3- Material e Mtodos: Deve descrever, de forma detalhada e clara, como o trabalho foi

conduzido, de forma que a pesquisa possa ser reproduzida por outro pesquisador.

4- Resultados: Deve apresentar de forma objetiva os resultados encontrados, buscando a

forma mais clara de apresentao. Neste captulo podem estar contidas tabelas, figuras e/ou

grficos que permitam o melhor entendimento dos resultados obtidos.

5- Discusso: Deve conter o confronto dos resultados obtidos com os de outros autores. Neste

captulo ser feita a argumentao do autor, justificando os resultados obtidos face literatura

existente.

58

6- Concluso: Deve apresentar de forma sucinta as concluses retiradas a partir dos resultados

obtidos. No deve conter dados repetidos que caracterizam resultados e sim uma reflexo

sobre o que eles representam.

7- Referncias: Listagem alfabtica das publicaes utilizadas na introduo e reviso de

literatura, material e mtodos e discusso. A Normalizao das referncias dever seguir os

padres da NBR 14724/2002.

No Formato de Artigos Cientficos, o texto deve obedecer seqncia que se segue:

Introduo, Reviso de Literatura, Referncias, Artigo(s) Cientfico(s) e Consideraes

Finais.

1- Introduo: Deve introduzir o leitor no assunto abordado, fornecendo uma viso global da

pesquisa realizada. Na introduo so formuladas as hipteses, delimita-se o assunto tratado e

define o objetivo da pesquisa.

2- Reviso de Literatura: Deve demonstrar o conhecimento da literatura bsica, incluindo:

citaes que tenham relao direta e especfica com o trabalho. Neste formato a reviso de

literatura deve ser ampla o suficiente para abranger todo o assunto abordado nos artigos

cientficos.

3- Referncias: Listagem alfabtica das publicaes utilizadas na introduo e reviso de

literatura. A Normalizao das referncias dever seguir os padres da NBR 14724/2002.

59

4- Artigos Cientficos: Devem estar na forma de trabalho de acordo com as normas da revista

a qual o trabalho dever ser submetido para publicao, sendo especificado o nome da revista

na nota de rodap.

Cada trabalho constar de descrio completa, concisa e clara da metodologia adotada,

contendo resumo, introduo/reviso de literatura, objetivo, materiais e mtodos, resultados e

discusso, concluso e referncias.

5- Consideraes finais (opcional): Contm a sntese dos artigos e apresenta a soluo para a

questo levantada na hiptese, inclusive a recomendao de novas pesquisas, sob o ponto de

vista do autor.

ELEMENTOS PS-TEXTUAIS

Apndice e Anexos: So elementos opcionais, identificados por letras maisculas

consecutivas, travesso e pelos respectivos ttulos. Exemplos:

APNDICE A Ttulo (em letras minsculas)

APNDICE B Ttulo

ANEXO A Ttulo

ANEXO B Ttulo

O apndice um documento elaborado pelo prprio autor com a finalidade de complementar

sua argumentao.

60

O anexo no elaborado pelo autor, serve de comprovao e ilustrao do trabalho.

61

ANEXO C Normas para publicao de artigo cientfico

INSTRUES PARA OS AUTORES

Objetivo e poltica editorial

Forma e preparao de manuscritos

Envio de manuscritos

ISSN 0100-204X verso impressa

ISSN 1678-3921 verso on-line

Objetivo e poltica editorial

Revista Brasileira de Pesquisa Agropecuria (PAB) uma revista mensal, editada pela

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria, Embrapa, que publica Portugus,

Espanhol e Ingls trabalhos cientficos originais sobre temas relacionados rea

agronmica. A principal forma de contribuio so os artigos, mas tambm publica PAB

Notas Cientficas, e Reviso de Manuscritos por convite.

Forma e preparao de manuscritos

A anlise dos manuscritos

A Comisso Editorial faz uma anlise, antes de enviar os manuscritos para os rbitros. Esta

anlise considera aspectos como o mbito de aplicao, preparao de artigos de acordo com

http://www.scielo.br/revistas/pab/iinstruc.htm#scope#scopehttp://www.scielo.br/revistas/pab/iinstruc.htm#forma#formahttp://www.scielo.br/revistas/pab/iinstruc.htm#manuscript#manuscript

62

as instrues da revista, a originalidade dos objetivos, estilo de composio, a base terica,

uma reviso da literatura atualizada, metodologia consistente e precisa, os resultados contendo

contribuies teis, a discusso dos fatos observados em relao aos fatos descritos na

literatura, a qualidade dos quadros e figuras, originalidade e consistncia das concluses.

Depois de usar esses critrios, se o nmero de trabalhos aprovados ultrapassa a capacidade

mensal de publicao, os critrios da relevncia relativa aplicada, por este critrio, os papis

com mais contributos teis para o desenvolvimento do conhecimento cientfico so

aprovados. Esse critrio aplicado apenas aos trabalhos que atendem a qualidade necessria

para publicao na revista, mas que, devido ao elevado nmero de manuscritos no processo de

publicao, eles no podem ser todos aprovados. Os trabalhos rejeitados so devolvidos aos

autores e os demais sero submetidos anlise tcnica dos rbitros.

Forma e preparao de manuscritos

Documentos enviados PAB devem ser inditos, no simultaneamente submetido ou

publicado anteriormente em outro peridico cientfico ou tcnico. Dados publicados na forma

de resumos, com mais de 250 palavras no devem ser includas no documento.

Artigos Cientficos, Notas Cientficas, e Artigos de Reviso (este ltimo apenas por convite

do Editor's) so os formatos aceitos pelo PAB.

Os trabalhos publicados so agrupados em reas tcnicas de acordo com seu tema principal.

As principais reas tcnicas so Entomologia, Fisiologia Vegetal, Fitopatologia, Fitotecnia,

Pomology, Gentica, Microbiologia, Nutrio Mineral, Soil Science, and Animal Science.

Originals - O texto deve ser digitado no Microsoft Word, em espao duplo, fonte Times New

Roman 12, papel formato A4, com margens de 2,5 cm, e ter pginas numeradas e linhas.

63

Organizao do trabalho

A organizao do artigo deve ser o seguinte:

Ttulo, autoria, endereos institucionais e eletrnicos, Abstract, Index terms, em Ingls; ttulo,

resumo, termos de ndice em Portugus: Introduo, Material e Mtodos, Resultados e

discusso, concluses, agradecimentos, referncias, tabelas e figuras, em Ingls.

O artigo cientfico deve ter no mximo 20 pginas, incluindo ilustraes (tabelas e figuras),

que deve ser limitada a seis.

Ttulo

Deve retratar o contedo do trabalho e objetiva, e devem incluir no mximo 15 palavras,

incluindo artigos, preposies e conjunes.

Ele deve ser escrito em letras minsculas em negrito, exceto a letra inicial.

Deve comear com palavras-chave, evitando-se palavras como "efeito" ou "influncia".

No deve conter o nome cientfico, exceto de espcies pouco conhecidas e, nesse caso, use

apenas a nomenclatura binomial (gnero e espcie).

No deve conter subttulo, abreviaes, frmulas e smbolos.

As palavras devem facilitar a recuperao dos ndices desenvolvidos por bases de dados que

catalogam a literatura.

Nome dos autores

Os nomes dos autores devem ser escritos com a letra inicial em maiscula, na ntegra,

dividido por vrgulas; os dois ltimos so separados pela conjuno "e".

64

O ltimo sobrenome de cada autor deve ser seguido por nmeros arbicos, sobrescrito, entre

parnteses, relativa indicao do endereo do autor.

Endereo dos autores

O nome eo endereo completo da instituio, bem como o correio electrnico, os autores so

apresentados a seguir o nome do autor e indicados por numerais arbicos, entre parnteses,

sobrescrito. Devem ser agrupados pelo endereo da instituio. Vrgula deve separar

endereos eletrnicos de autores da mesma instituio.

Abstract

A palavra Resumo deve ser grafado em letras minsculas, exceto a letra inicial, na margem

esquerda, e separado do texto por um trao.

preciso compreende 200 palavras, no mximo, incluindo nmeros, preposies, conjunes

e artigos.

Deve ser apresentado em frases curtas, contendo os objectivos, os materiais e mtodos, bem

como os resultados e concluses.