PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

31
PERDA AUDITIVA NO AMBIENTE PORTUÁRIO: ESTUDO DE CASO TRABALHADORES DO PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL - SC PERDA AUDITIVA NO AMBIENTE PORTUÁRIO: ESTUDO DE CASO TRABALHADORES DO PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL - SC Rafaella Fernandes Corrêa Therezinha Maria Novaes de Oliveira Rafaella Fernandes Corrêa Therezinha Maria Novaes de Oliveira

Transcript of PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Page 1: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

PERDA AUDITIVA NO AMBIENTE PORTUÁRIO: ESTUDO DE CASO TRABALHADORES DO PORTO

DE SÃO FRANCISCO DO SUL - SC

PERDA AUDITIVA NO AMBIENTE PORTUÁRIO: ESTUDO DE CASO TRABALHADORES DO PORTO

DE SÃO FRANCISCO DO SUL - SC

Rafaella Fernandes CorrêaTherezinha Maria Novaes de OliveiraRafaella Fernandes CorrêaTherezinha Maria Novaes de Oliveira

Page 2: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Ambiente portuário possui diversas

fontes de ruídos.

Oriundas das operações portuárias, as quais utilizam diversos tipos de máquinas

e equipamentos.

Tráfego intenso de máquinas, caminhões e guindastes de terra,

fundamentais para atividade portuária.

Risco a todas as categorias de trabalhadores.

Page 3: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Levantamento manual de cargas e ferramentas

inadequadas.

Ruídos, intempéries, contato com substâncias químicas.

Expõem a diferentes riscos ocupacionais.

Atividade PortuáriaTrabalhador Portuário Avulso

TPA Estivadores.

Prestam serviços às Operadoras Portuárias

através do OGMO.

Page 4: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Os dados disponíveis sobre as ocorrências dão uma ideia parcial da situação de risco.

Estima-se que 25% da população trabalhadora exposta seja portadora de PAIR em algum grau.

BRASIL. Ministério da Saúde. Perda auditiva induzidapor ruído (PAIR). Secretaria de Atenção à Saúde,Departamento de Ações Programáticas EstratégicasBrasília: Editora do Ministério da Saúde. 2006. 40 p.

Dados epidemiológicos sobre perda auditiva no Brasil são escassos.

Não há registros que caracterizam

a real situação.

Page 5: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Objetivo GeralObjetivo Geral

Avaliar a ocorrência de perda auditiva no trabalhador

portuário avulso do Porto de São Francisco do Sul e suas

possíveis causas e combinações.

Page 6: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Objetivos EspecíficosObjetivos Específicos

Identificar o nível de pressão sonora a que os trabalhadores do estudoestão sujeitos;

Levantar dados do nível de pressão sonora dos estivadores nos últimos 7anos;

Levantar dados qualitativos ocupacionais, biológicos, comportamentais eexterno dos trabalhadores integrantes do grupo de estudo;

Levantar dados de audiometria dos trabalhadores integrantes do grupo deestudo dos últimos 5 (cinco) anos.

Page 7: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Porto: Cais acostável de 780 m.

ÁREA DE ESTUDO

TESC: cais acostável de 225 m.

Destaca-se pela movimentação de graneis;

Aumento produto sid.;

2015 - 16.877.751 toneladas movimentadas.

Page 8: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

ABORDAGEM METODOLÓGICA

Estudo observacional transversal qualiquantitativo;

Descritivo;

Retrospectivo descritivo;

Page 9: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Procedimentos Éticos

Aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa através doParecer Substanciado nº 398.598;

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que foiassinado por todos os participantes, após seremdevidamente esclarecidos;

Carta de anuência da Instituição.

Aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa através do ParecerSubstanciado nº 398.598;

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que foiassinado por todos os participantes, após serem devidamenteesclarecidos;

Carta de anuência da Instituição.

Page 10: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

População 221;

Função;

Faixa Etária: 35 a 66 anos

Jornada de trabalho 6h;

Escalados eletronicamente;

SUJEITO DA PESQUISATPA - Estivadores:

Page 11: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Considerado a abrangência de todas asatividades realizadas pelos participantesda pesquisa por mais de uma vez.

32 (trinta e duas) doses de ruído, emdiferentes estivadores escolhidosaleatoriamente;

As doses foram realizadas noperíodo de março a junho de 2014.

Levantamento do Nível de Pressão Sonora

O tempo de medição variou 01h21 á04h22 horas de trabalho.

Page 12: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

2. Levantamento dos Dados do Nível de Pressão Sonora nosEstivadores dos Últimos 7 anos

Levantamento nos Laudos das Condições Ambientais de Trabalho –LTCAT dos seguintes anos: 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e2014;

Após foi tabulado o maior nível de ruído mensurado nas funçõesdesenvolvidas pelos estivadores durante cada ano;

Cálculo da média e desvio padrão.

Page 13: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

3. Levantamento de Dados Qualitativos Ocupacionais, Biológicos,Comportamentais Externos dos Sujeitos do Estudo

Aplicação de Questionário

Semiestruturado com 42 perguntas

fechadas.

Aspectos ocupacionais(utilização de EPI e eficácia

mesmos).

Biológicos (doenças quecausam perda auditiva).

Comportamentais e externos(hábitos e atitudes dostrabalhadores fora do ambiente detrabalho.

Page 14: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

A pesquisa baseia-se em estudo semelhante anteriormente concluído noPorto de São Francisco do Sul.is.

O questionário foi aplicado no período de fevereiro a junho 2014,totalizando 70 estivadores, sendo 31,37 % da população.

Page 15: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

4. Levantamento das Informações Audiométricas

Levantamento de audiometrias dos 70 estivadores sujeitos do estudo.

Analisados exames audiométricos dos arquivos do OGMO-sfs dos últimos(cinco) anos, referente ao período 2009 a 2013.

Classificadas por tipo de perda auditiva, identificando a perda auditivaNeurossensorial;

Classificado o grau de perda conforme a classificação de Lloyd e Kaplan (1978

Foram excluídos da análise 04 estivadores, pois estes não realizaram o exameaudiométrico em dois ou mais anos, totalizando 66 estivadores participantesanálise;

Page 16: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Análises de Dados

Os resultados dos questionários foram relacionados com os trabalhadores

identificados com perda auditiva e sem perda auditiva e posteriormente foram

tabulados e analisados com auxílio do programa Microsoft Excel® versão

2010.

Page 17: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

NÍVEL DE RÚIDO (dB)

FUNÇÃOTIPO DE CARGA NOS

NAVIOS

69,8 Lingada Fertilizante

73,7 Lingada Bobina de aço

73,7 Contra Mestre Bobina de aço

73,8 Lingada Fertilizante

74,7 Lingada Soja exportação

75,2 Contra Mestre Geral Soja exportação

76,2 Guincheiro de bordo Fertilizante

76,6 Contra Mestre Geral Fertilizante

77,4 Guincheiro de bordo Caulim

78,1 Lingada Caulim

78,6 Lingada Bobina de Fio máquina

79,5 Portaló Bobina de Fio máquina

79,9 Lingada Bobina de Fio máquina

79,9 Guincheiro de bordo Bobina de Fio máquina

81,1 Portaló Vergalhão

81,2 Lingada Vergalhão

82,5 Guincheiro de bordo Bobina de aço

83

Operador de

Empilhadeira Produto siderúrgico

83 Portaló Bobina de aço

83,1 Guincheiro de bordo Bobina de aço

83,7 Conexo Bobina de aço

83,7 Portaló Bobina de aço

83,7

Operador de Ponte

Rolante Bobina (barcaça)

86,1 Motorista (Barcaça)

Bobina de aço -

Barcaça

86,8 Contra Mestre Geral

Bobina de aço -

Barcaça

87,4 Contra Mestre Geral Fertilizante

87,6 Contra Mestre Geral FertIlizante

87,8 Lingada Conexo Contêiner

89,7 Portaló Contêiner

91,6 Lingada Contêiner

91,8 Lingada Chapa de aço

97,8 Portaló Vergalhão

Total: 80h24min38s

43

Page 18: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

2. Nível de Pressão Sonora nos Estivadores dos Últimos 7anos

86,886,3

84,7

83,5

91,5

94,9

91

88,39

87

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Média LimiteEstabelecido

dB

Histórico do Nível de Ruído Mensurado na Categoria Estivador

Dp.: 3,84

Page 19: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

3. Dados Qualitativos Ocupacionais, Biológicos eComportamentais Externos

Dados da População

IDADE PERCENTUAL DOS INDIVÍDUOS

36-40 21,210%

41-50 51,52%

51-60 24,24%

61-66 3,03%

TOTAL 100,0%

Faixa Etária

Page 20: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

1,52 1,52

57,58

4,55

34,85

COM PERDA (%) NÃO FEZ EXAME (%) SEM PERDA (%)

O OGMO-SFS Fornece Protetor Auditivo

NÃO SIM

96,97% responderam que recebem PA.

Aspectos Ocupacionais

Page 21: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

33,33

3,03

25,7625,76

1,52

10,61

COM PERDA (%) NÃO FEZ EXAME (%) SEM PERDA (%)

Acha Confortável o Modelo Fornecido

NÃO SIM

36,36 – Não usam PA; 30,30 – Raramente; 33,34 – Usam PA Não usam + usam

raramente possui total39,39% de perda aud.

Aspectos Ocupacionais

25,76

13,64

19,70

1,52 1,52 1,52

9,09

15,15

12,12

NÃO USA PROTETOR RARAMENTE USA PROTETOR USA PROTETOR

Usa Protetor Auditivo

COM PERDA (%) NÃO FEZ EXAME (%) SEM PERDA (%)

62,12% Não é confortável

Page 22: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Em relação aos aspectos biológicos em que foramavaliadas questões relacionadas a infecçãoauditiva, histórico na família de perda auditiva, usode cigarros, doenças renais, danos cerebrais ediabetes, não foi identificado nenhum item maisproeminente que tenha contribuído para a perdaauditiva.

Aspectos Biológicos

Page 23: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Aspectos Comportamentais e Externos

4,55 6,06

54,55

4,55

30,30

COM PERDA (%) NÃO FEZ EXAME (%) SEM PERDA (%)

Já Teve Outro Emprego Antes de Ingressar ao OGMO-sfs

NÃO TEVE OUTRO EMPREGO TEVE OUTRO EMPREGO

89,39% outro emprego

39,39% já trabalharam.

Page 24: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Aspectos Comportamentais e Externos

28,79

3,03

28,7930,30

1,52

7,58

COM PERDA (%) NÃO FEZ EXAME (%) SEM PERDA (%)

Já Trabalhou Com Equipamento que Gera Vibração

NÃO TRABALHOU TRABALHOU

39,39% já trabalharam.

Page 25: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

4. Resultados do Levantamento de Audiometrias

28,7933,33

43,94 43,94

59,09

66,6760,61

53,03 51,52

36,36

4,55 6,063,03 4,55 4,55

% % % % %

2009 2010 2011 2012 2013

Levantamento Audiométrico

PERDA AUDITIVA NORMAL NÃO FEZ EXAME

Levantamento Audiométrico

Page 26: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

4. Resultados do Levantamento de Audiometrias

Page 27: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Levantamento do Grau de Perda Auditiva

73,73 69,70 66,67 66,6762,12 59,09 59,09

53,0345,45 46,97

4,553,03

4,55 3,036,06 12,12 9,09

4,5515,15 13,64

9,0910,61 15,15

7,58 10,6112,12

12,12

16,6719,70

10,61

6,06 10,61 6,0615,15 13,64

12,129,09

16,67 7,5818,18

3,03 1,52 4,556,06 3,03 7,58 4,55

1,52 1,521,52 1,52 1,52

4,55 4,55 6,06 6,06 3,03 3,03 4,55 4,55 4,55 4,55

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

OD OE OD OE OD OE OD OE OD OE

2009 2010 2011 2012 2013

Grau de Perda Auditiva

Normal (-10 Á 25 dB) Leve (26 A 40 dB) Moderada (41 á 55 dB) Moderada/severa (56 á 70dB) Severa (71 á 90 dB) Profunda (mais de 91 dB) Não fez exame

Page 28: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Operações portuárias do Porto de São Francisco do Sul, em determinadosmomentos geram níveis de pressão sonora acima do limite permitido.

Em especial, nas operações de descarregamento de fertilizantes, chapas de aço,vergalhão e contêiner.

Últimos 7 anos o nível de pressão sonora para a função de estivador apresentoumédia de 89,39 dB, estando acima do limite;

Falta do uso do protetor auditivo, onde constatou-se que 36,36% dos estivadoresresponderam não usar e 30,30% usam raramente, os quais destes apresentaram39,39% de perda auditiva.

Page 29: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Aspectos biológicos: não foi identificado nenhum item mais proeminenteque tenha contribuído para a perda auditiva destes trabalhadores.

Aspectos comportamentais externos: pode-se destacar o fato que 89,39%dos estivadores já tiveram outro emprego antes de ingressar ao órgão.Desses estivadores citados 54,55% apresentaram perda auditiva.

59,09% dos estivadores apresentaram algum tipo de perda, tendo comoprincipal tipo de perda a neurossensorial/definitiva, resultando nopercentual de 74,36%.

Page 30: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

Os graus de perda auditiva que prevaleceram entre os trabalhadores estudadosforam moderada e moderada/severa, havendo uma evolução gradual em ambosouvidos, durante o período estudado;

A perda auditiva nos trabalhadores portuários avulsos, neste caso, os estivadores,está relacionada ao aspecto ocupacional, devido ao nível de ruído apresentado, efalta do uso do protetor auditivo;

Manutenção das máquinas e equipamentos maior frequência;

Medidas educativas e de conscientização dos trabalhadores;

Implantação de Programa de Conservação Auditiva – PCA.

Page 31: PERDA AUDITIVA 22_11-16.pdf

“Que o respeito a um órgão tão perfeito – o ouvido humano – e avalorização de um dos mais importantes sentidos dos quais fomosdotados – a audição – sejam um compromisso mais do quemomentâneo, mas que o assumamos por toda uma vida, pois some audição continuam a ser uma das mais belas combinações”.

(Russo, 1997)