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    Introduo

    Para alguns, no se trata de pensamento sistmico, e sim de viso sistmica. Para

    outros, pensamento holstico, ou pensamento ecolgico, mais amplo, ou

    profundo, do que pensamento sistmico. Apesar de diferenas conceituais ou

    apenas lingsticas, acreditamos que fazemos todos, parte da mesma comunidade, porcompartilhar princpios, (adaptao de Senge, A Quinta Disciplina, 2002) .

    Analisando o modelo tradicional criado por Descartes para tentar explicar o mundo

    verificamos que seu estudo possibilitou o desenvolvimento das cincias e o avano

    tecnolgico. Descartes, tentando entender o mundo, chegou a um modelo

    reducionista da realidade, dividindo o todo em vrias p artes isoladas. Ele acreditava

    que ao se entender as partes, chegaria ao conhecimento universal. Esse modelo foi til

    e possibilitou o desenvolvimento tcnico-cientifico, mas chegou-se a um ponto que ele

    no era mais capaz de explicar seu objeto de estudo, pois despreza caractersticas

    importantes que so intrnsecas ao conhecimento, por exemplo, a emoo. O

    pensamento sistmico, que j existe de longa data, passou a ter maior expresso

    justamente por ser capaz de explicar fenmenos mais complexos, onde varias reas do

    conhecimento so abordadas e se completam formando um todo, explicando no

    somente partes isoladas, mas tambm as relaes entre essas partes e a

    interdependncia existente entre elas. Vamos ento, entender um pouco mais sobre

    essa abordagem.

    Abordagem Sistmica ou Pensamento Sistmico

    uma teoria interdisciplinar que prope a interao entre as partes eliminando suas

    fronteiras, promovendo uma viso mais abrangente, mais ampla expansionista1.Essa concepo de dependncia recproca de todas as partes, de interdependncia

    entre elas, fez com que se chegasse concluso de que esses componentes no

    podem ser compreendidos isoladamente, desvinculando-os de todo o conjunto. Tais

    componentes tm caractersticas e funes prprias, particulares de cada um,

    interagem uns com os outros, e por sua vez comunicam-se com o todo, que um

    organismo, um sistema maior, mais complexo, que depende de cada parte para

    sobreviver e que ao mesmo tempo sustenta-as.

    Antigamente vrios ramos do conhecimento eram estranhos uns aos outros. Eram

    especialistas, no se relacionavam, viviam no isolamento, imperava o reducionismo2.O reducionismo faz com as pessoas raciocinem dentro de jaulas mentais, como se

    cada raciocnio estivesse dentro de um compartimento intelectual apropriado para

    cada tipo de problema, (Chiavenato, TGA, 2002).

    1Principio que sustenta que todo fenmeno parte de um fenmeno maior. O desempenho de um sistema depende de como ele

    se relaciona com o todo maior que o envolve. CHIAVENATO, Idalberto. TGA, vol. 2. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.2 Crena de que todas as coisas podem ser decompostas e reduzidas em seus elementos fundamentais, simples. CHIAVENATO,Idalberto. TGA, vol. 2. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.

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    Agora tratam seus objetos de estudo como um sistema, orgnico, num fluxo contnuo de troca,

    compartilhando informaes e conhecimento, visualizando o todo sem desprezar as partes.

    Hoje no se pode mais pensar em administrar sem considerar a concepo de que cada

    componente da organizao parte de um organismo maior, uma vez que uma pequena

    mudana num dos elementos acarretar alteraes em toda a estrutura. Vejamos um

    exemplo:

    O automvel constitudo de motor, cmbio, suspenso, lataria e demais equipamentos que

    funcionam como automvel somente em conjunto e simultaneamente, com suas partes

    totalmente inter-relacionadas, interagindo o tempo todo com o objetivo de transportar

    pessoas e objetos. Se uma dessas partes no estiver funcionando adequadamente, ento, todo

    o conjunto o carro, tambm no ir funcionar. Este um exemplo simples, mas se

    observarmos a nossa volta, identificaremos muitos mais.

    Ento, como podemos trazer essa concepo da viso do todo para dentro das

    organizaes e mais internamente, para dentro dos SI? Ora, vamos pensar

    sistemicamente conforme observamos nos pargrafos anteriores.

    Se pensarmos a organizao como um todo, se concebermos cada parte dela como

    provedor de informao, e a necessidade destas circularem pelo todo por toda a

    corporao, ento precisaremos de uma forma de receb-las, trat-las, process-las e

    armazen-las em local seguro, disponibilizando-as posteriormente, mediante critrios

    de permisso e acesso, conforme as necessidades de cada rea, uma vez que a

    organizao deve exercer certo controle dessas informaes por questes de

    segurana e risco do negcio, permitindo s reas o acesso apenas s informaes

    pertinentes s suas funes e ao desenvolvimento de suas tarefas.

    Contudo, as empresas no mais esto afixadas em um nico local, esto distribudas,dinamizadas pelos continentes globalizadas, seja fisicamente ou virtualmente esta

    ltima, hoje, muito mais disseminada. Ento, essa troca de dados entre as partes

    requer agilidade, confiabilidade e segurana. E para tal, a tecnologia se faz

    imprescindvel. Porm, isso s foi e possvel graas inveno do computador. Sem

    ele seria impossvel administrar as corporaes e, com efeito, prover e abastecer os

    diversos setores da empresa com informaes apropriadas para agirem.

    O computador possibilitou gerir uma variedade enorme de produtos, processos,

    clientes, fornecedores, empregados e com isso, criar sistemas integrados de

    informao, permitindo s organizaes lidar com nmeros e negcios cada vezmaiores simultaneamente, a custos menores, com maior rapidez e confiabilidade,

    (Chiavenato, TGA, 2002).

    O exemplo a seguir mostra como o computador facilita esse processo de coleta,

    tratamento e armazenamento de informaes.

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    y Entrada de dados cadastro de clientes, de fornecedores, de parceiros.y Processamento tratamento, transformao.y Sada resultado da transformao, armazenamento e manuteno, banco de

    dados.

    y Retroalimentao, feedback3 atualizao desses dados.A rea de Marketing pode valer-se do CRM (Customer Relationship Management), ferramenta

    que gerencia o relacionamento do cliente com a empresa. Os profissionais da rea de

    marketing a utilizam para conhecer melhor o cliente e com isso desenvolver produtos e

    servios personalizados ou para um pblico especfico, gerando valor nessa cadeia de

    relacionamento para a empresa e para o cliente. Isso possvel porque o Marketing relaciona-

    se com os demais setores produtivos da empresa colhendo as informaes necessrias para

    tomar decises mais assertivas. Um SI atuante, atualizado, permite s reas atitudes mais

    geis, mais concretas e mais duradoras.

    Concluso

    Ao analisarmos a abordagem sistmica, observamos que sua prtica essencial nas

    organizaes que desejam permanecer vivas e atuantes, uma vez que no podemos

    desprezar as caractersticas individuais de cada ser, de cada parte, de cada elemento

    inserido no todo, mesmo que esse todo no seja necessariamente uma organizao

    formal, com todas as suas reas e dependncias, pode ser mesmo o nosso dia-a-dia. Se

    pensarmos que estamos instalados no todo, representado pelo planeta Terra,

    perceberemos que nossas atitudes afetam os demais e somos afetados por estes, que

    por sua vez impactam o mundo e, inevitavelmente, retorna para todos ns. Ento,

    pense em seu comportamento e suas aes, pois elas voltaro para voc um dia. Pense

    nisso. Pense sistemicamente.

    Bibliografia

    CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administrao. 6. ediao. Rio de Janeiro: Editora Campos, 2002.

    ANDRADE, Aurlio L. at AL. Pensamento sistmico. Porto Alegre: 2006.

    SENGE, Peter M. A quinta disciplina. 11 edio. So Paulo: editora Best Seller, 2002.

    3Procedimento que consiste no provimento de informao a uma pessoa sobre o desempenho, conduta ou

    eventualidade executada.