PÉ DIABÉTICO - diabetes.org.br · Teste do palito Teste dos tubos com água (quente e fria) ......
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PÉ DIABÉTICO
Profa. Dra. Lilian C. Gomes Villas Boas
Enfermeira colaboradora do Ambulatório de Diabetes do HCFMRP-USP (2007 – 2013)
Membro dos Grupos de Pesquisa: Enfermagem e Diabetes Mellitus, e Atenção Multiprofissional em Diabetes pela EERP-USP.
Coordenadora do Curso de Graduação em Enfermagem - UNIFEG
Hiperglicemia
Fisiopatologia das complicações crônicas do DM:
Arteriosclerose
Aterosclerose
Complicações macro e microvasculares
Hiperglicemia
Fisiopatologia das complicações crônicas do DM:
Arteriosclerose
Neuropatia Diabética
+ Efeito tóxico: “glicotoxicidade”
Fibras sensitivasFibras motoras
Fibras autonômicas
Fisiopatologia das complicações crônicas do DM:
Neuropatia Diabética
Fibras sensitivas e autonômicas
Formigamento dormência
perda da sensibilidade alteração da marcha
pele ressecada
redução do suor rarefação pêlos
Fibras motoras
Úlceras -pé diabético
Fibras autonômicas Diarréia, constipação
Pé diabético: conceito e aspectos epidemiológicos
Definição: “infecção, ulceração e/ou destruição dos
tecidos profundos, associado a anormalidades
neurológicas e vários graus de doença arterial
periférica nos membros inferiores” (Pedrosa; Tavares, 2014)
O pé diabético é a única complicação crônica do DM,passível de prevenção primária (Singh et al., 2005)
Estudo brasileiro mostra prevalência de pé diabéticode 9% (Viera-Santos et al., 2008)
O risco de amputação na população diabética é 15vezes maior que na população não-diabética (Most;
Sinnock, 1983)
As amputações são comumente precedidas porulceração e infecção nos pés (Grupo de Trabalho
Internacional sobre Pé Diabético, 2001)
A prevenção das úlceras pode reduzir a taxa deamputações entre 49% - 85% (Ortegon; Redekop; Niessen,
2004; Pedrosa; Tavares, 2014)
Pé diabético: conceito e aspectos epidemiológicos
Pé diabético: aspectos etiopatogênicos
Neuropatia diabética (polineuropatia diabética ouneuropatia diabética periférica): presente em 90%dos indivíduos com DM evolução insidiosa,podendo ser a úlcera a 1ª manifestação clínica
O comprometimento sensitivo-motor inicia-se nadireção distal – proximal deformidades e perdada sensibilidade dolorosa, térmica e pressórica(sensibilidade protetora plantar)
(PEDROSA; TAVARES, 2014)
Pé diabético: aspectos etiopatogênicos
O componente motor é responsável pelasdeformidades fraqueza muscular e atrofia damusculatura intrínseca dos pés, hiperextensão dostendões flexores proeminência de cabeças dosmetatarsos (“joanete”) e do arco médio, e dedosem garra (PEDROSA; TAVARES, 2014)
Pé diabético: aspectos etiopatogênicos
Deformidades (PEDROSA; TAVARES, 2014)
Pé diabético: aspectos etiopatogênicos
Deformidades: áreas de risco para ulceração(PEDROSA; TAVARES, 2014)
Pé diabético: aspectos etiopatogênicos
O dano das fibras autonômicas redução dosestímulos simpáticos redução da função dasglândulas sudoríparas ressecamento da pele,favorecendo a hiperqueratose, calos, rachaduras efissuras (PEDROSA; TAVARES, 2014)
Pé diabético: aspectos etiopatogênicos
Rachaduras e fissuras
Fibras sensitivas: perda da sensibilidade protetora(dolorosa, térmica e pressórica) (PEDROSA; TAVARES, 2014)
Tripé clássico da ulceração: insensibilidade,deformidade e trauma (PEDROSA; TAVARES, 2014)
Outros fatores envolvidos: aumento da idade,duração do DM e sexo masculino (PEDROSA; TAVARES, 2014)
Consulta de Enfermagem e exame dos pés
Inspeção (marcha, calçados, pele e anexos,unhas, arco plantar, deformidades e espaçosinterdigitais)
Palpação (avaliação vascular: pulsos pedioso etibial posterior)
Pé diabético: avaliação clínica
Consulta de Enfermagem e exame dos pés
Pé diabético: avaliação clínica
Consulta de Enfermagem e exame dos pés
Pé diabético: avaliação clínica
Avaliação sensitiva
Pé diabético: avaliação clínica
Teste com o monofilamento de 10 gramas
Teste com diapasão clínico de 128 Hz
Teste do palito
Teste dos tubos com água (quente e fria)
Consulta de Enfermagem e exame dos pés
Pé diabético: avaliação clínica
Sítios onde se identifica 90% dos indivíduos com
teste anormal
Outros sítios recomendados
Consulta de Enfermagem e exame dos pés
Pé diabético: avaliação clínica
Consulta de Enfermagem e exame dos pés
Pé diabético: avaliação clínica
- Exame dos pés: diretrizes do Consenso Internacional sobre Pé Diabético (2001)
Consulta de Enfermagem e exame dos pés
Pé diabético: avaliação clínica
- Exame dos pés: diretrizes do Consenso Internacional sobre Pé Diabético (2001)
Categoria Resposta apresentada
0 (ZERO) Sente monofilamento em todos os pontos testados, pulsos
palpáveis, ausência de lesões e/ou queixas
1 (UM) Não sente monofilamento em um ou mais pontos, pulsos
palpáveis, ausência de lesões e/ou queixas
2 (DOIS) Não sente monofilamento em um ou mais pontos, pulsos
diminuídos ou ausentes, ausência de lesões
3 (TRÊS) Presença de qualquer lesão, história de amputação,
presença de dor
Consulta de Enfermagem e exame dos pés
Pé diabético: avaliação clínica
Consulta de Enfermagem e exame dos pés
Pé diabético: avaliação clínica
Consulta de Enfermagem e exame dos pés
Pé diabético: avaliação clínica
- Exame dos pés: diretrizes do Consenso Internacional sobre Pé Diabético (2001)
- Inspeção dos pés e calçados
- Avaliação dermatológica, vascular e sensitiva
- Pesquisa de pontos de pressão
- Corte correto das unhas
- Lixamento e retirada de calosidades
- Tratamento de fissuras interdigitais
Tratamento das lesões
Pé diabético: avaliação clínica
O objetivo do profissional de saúde ao tratar a lesão é mantê-
la úmida, limpa e a salvo de trauma físico, preservando a
integridade cutânea do paciente
(HESS, 2002)
Tratamento das lesões
Pé diabético: avaliação clínica
A escolha dos curativos mais eficientes e a implementação
dos procedimentos ou técnicas apropriadas ajudam a atingir
esse objetivo
Existem mais de 2.000 produtos para tratar feridas
no mercado, o que torna a escolha do curativo
correto uma tarefa difícil e desafiadora
(HESS, 2002)
Tratamento das lesões
Pé diabético: avaliação clínica
A escolha do curativo ideal deve atender às seguintes questões:
(HESS, 2002; JORGE; DANTAS, 2005)
Protege a lesão de infecção secundária?
Promove um ambiente úmido para a cicatrização?
Proporciona isolamento térmico?
Pode ser retirado sem traumatizar a lesão?
Facilita a drenagem e remove restos celulares?
É isento de partículas ou substâncias tóxicas?
Referências:
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Classification and Diagnosis of
Diabetes Mellitus. Diabetes Care, v. 38, p. S8-S16, 2015. Suppl. 1.
GRUPO DE TRABALHO INTERNACIONAL SOBRE PÉ DIABÉTICO.
Consenso Internacional sobre pé diabético. Brasília, DF: Secretaria de Estado
da Saúde do Distrito Federal, 2001. 100 p.
HESS, C. T. Tratamento de feridas e úlceras. 4. ed. Rio de Janeiro:
Reichemann & Affonso Editores, 2002, 226 p.
JORGE, S.; DANTAS, S. R. P. E. Abordagem multiprofissional no tratamento de
feridas. São Paulo: Atheneu, 2005.
MOST, R. S.; SINNOCKY, P. The epidemiology of lower extremity amputations in
diabetic individuals. Diabetes Care, v. 6, n. 1, p. 87-91, jan-fev 1983.
ORTEGON, M. M.; REDEKOP, W. K.; NIESSEN, L. W. Cost-effectiveness of
prevention and treatment of the diabetic foot: a Markov analysis. Diabetes Care, v.
27, n. 4, p. 901-7, apr. 2004.
PEDROSA, H. C.; TAVARES, F. S. As vias para a ulceração. In: PEDROSA, H. C.;
VILAR, L.; BOULTON, A. J. M. Neuropatias e pé diabético. São Paulo: AC
Farmacêutica, 2014. Cap. 10, p. 142-57.
SINGH, N.; ARMSTRONG, D. G.; LIPSKY, B. A. Preventing foot ulcers in patients
with diabetes. The Journal of the American Medical Association, v. 293, p. 214-
28, 2005.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de
Diabetes 2014-2015. São Paulo: AC Farmacêutica, 2015. 390 p.
VIEIRA-SANTOS, I. C. R.; SOUZA, W. V.; CARVALHO, E. F.; MEDEIROS, M. C. W.
C.; NÓBREGA, M. G. L.; LIMA, P. M. S. Prevalência de pé diabético e fatores
associados nas unidades de saúde da família da cidade do Recife, Pernambuco,
Brasil, em 2005. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 12, p. 2861-
70, dez. 2008.