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Hardware

PC&CIA # 85 # 2009

Editora Saber Ltda.Diretor Hlio Fittipaldi

Estado slidoArmazenar dados em mdias de estado slido muda radicalmente um conceito que foi criado antes mesmo do surgimento do PC: o de que dados devem ser armazenados em discos

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magnticos. Esta idia est em vigor h tanto tempo (o conceito surgiu em 1956, criado pela IBM) que j achamos natural, parece que sempre foi assim e que essa a maneira certa de guardar Daniel Appel

Editor e Diretor Responsvel Hlio Fittipaldi Editor de Tecnologia Daniel Appel Conselho Editorial Roberto R. Cunha, Renato Paiotti Colaboradores Diego Pagliarini Vivencio, Joo Carlos C Bassanesi, Jansen Carlo Sena, Marcus Brando de Moura, Renato Paiotti, Wagner Barth Reviso Eutquio Lopez Designers Carlos Tartaglioni, Diego M. Gomes Produo Diego M. Gomes

nossos arquivos. Aps tantas dcadas de uso, os discos rgidos conquistaram a confiana do usurio de forma que muitos ainda pensam ser mais seguro confiar seus dados a discos magnticos frgeis, com baixa resistncia a impactos e vibraes, e que rodam em velocidades altssimas, do que a clulas de memria de estado slido. Convencer o mercado das vantagens do SSD no ser uma tarefa simples, mas com as informaes contidas nesta revista certamente as coisas sero mais fceis. Nestas pginas, o leitor encontrar explicaes sobre as vrias tecnologias de memrias de estado slido, sua implicao no desempenho do sistema e algumas consideraes sobre a morte (ou no) dos HDs. No toa que grande parte dos especialistas concorda que a tecnologia mais importante a ganhar espao este ano no o Phenom II ou o Core i7, mas sim a dos SSDs. Outra tecnologia muito relevante, que vem ganhando fora a tecnologia VoIP. Enquanto muitos ainda acham que VoIP sinnimo de Skype, nosso leitor j conheceu tecnologias srias como as placas de telefonia IP, que podem transformar um PC simples em um competente PBX-IP para vrios ramais. Como o potencial desta tecnologia gigantesco mas a adoo tem sido lenta, vamos facilitar a vida do leitor ensinando-o a utilizar o MeucciBE, um software para PBX-IP que transforma um PC em uma central telefnica dedicada. Use este conhecimento para economizar o dinheiro de um PABX e aproveite para cortar custos com ligaes tambm. Oferea este tipo de soluo para seus clientes. Voc, sua empresa e seus clientes s tm a ganhar. Tenha uma boa leitura!

PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339 [email protected] Capa Arquivo Ed. Saber Impresso So Francisco Grfica e Editora. Distribuio Brasil: DINAP Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800

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Associao Nacional das Editoras de Publicaes Tcnicas, Dirigidas e Especializadas

2009 # 88 # PC&CIA

Editorial

Indice

HARDWARE

13SSDsIntel

Estado Slido

10 26

Alguns cuidados com discos rgidos comprados pelo Mega

grey market

IMP31

34TESTES

Samsung ML-2010Impressora Laser Recarregvel

Fusion-ioioDrive

18

SSD Popular

22AM3REDES

MSI para

44

Upgrade para

30X2

PBX-ip

de baixo consumo

50 58

SISTEMAS OPERACIONAIS

Athlon

SpaceMongerDesfragmentao otimizada

38

de discoEditorial

6003 05 08 63

Segurana High-Tech Notcias TendnciasPC&CIA # 88 # 2009

Michael Jackson e os perigos na InternetJansen C. Sena*

N

o todo dia que nasce um fenmeno musical como Elvis Presley, Frank Sinatra ou John Lennon, todos capazes de perpetuar suas msicas e suas histrias ao longo dos anos que sucedem suas existncias. O fato de at os dias de hoje esses nomes serem cultuados mesmo por geraes que surgiram aps suas mortes, apenas ratifica a certeza de que esses artistas ocuparo papis de protagonistas na histria da msica mundial por muitos e muitos anos. Certamente que Michael Jackson, falecido no ltimo ms de junho, faz parte dessa lista de celebridades. O seu inesquecvel Moonwalk ganhou at um site (www.eternalmoonwalk.com) onde annimos criam suas prprias verses do passo inventado pelo Rei do Pop. certo que muitos sequer aproximam-se do original. Antes que voc se pergunte qual relao pode existir entre o falecimento de Michael Jackson e uma coluna de segurana, a vai uma stil mas importante observao: uma das diferenas entre o momento histrico em que faleceu Michael Jackson e a poca em que morreram Elvis Presley, Frank Sinatra e Jonh Lennon est, no primeiro caso, na presena mundial da Internet como base tecnolgica para a dita sociedade da informao. Aproveitando-se do amplo interesse popular, caracterstico em se tratando de algum como Michael Jackson, atacantes aproveitaram-se, to logo as notcias se espalhavam, para disseminar pragas virtuais por meio de emails. As mensagens continham desde SPAMs at vrus e worms que buscavam infectar o computador dos usurios mais curiosos por notcias envolvendo Michael Jackson para roubar, por exemplo, senhas bancrias e outros tipos de acessos. Os assuntos suposta-

mente tratados nos emails tornavam tais mensagens quase que irresistveis para os usurios: a ltima foto de Michael ainda na ambulncia indo ao hospital; quem matou Michael?; devoluo do dinheiro para aqueles que haviam comprado seus ingressos para os shows do astro pop em Londres; e, enfim, suspeitas em torno de um suposto suicdio do astro.

indissocivel a conexo que existe entre as atividades profissionais de um administrador de sistemas ou um analista de segurana de redes com os fatos que acontecem ao redor do mundoO mais interessante que atacantes j haviam tentado disseminar os mesmos vrus usando e-cards, mensagens falsas referentes ao acompanhamento de pedidos de compras e at mesmo um alerta de atualizao para o Microsoft Outlook. Foi, contudo, atravs da enorme repercusso e do clamor por notcias envolvendo a morte de Michael Jackson que os atacantes encontraram uma maneira eficiente para disseminar tais pragas valendo-se do ativo mais importante e complexo no que diz respeito segurana: o usurio.

Muitos administradores perderam, se que ainda no esto perdendo, tempo considervel para ajustar seus filtros de anti-spam e anti-vrus para conter a contaminao dos computadores sob suas responsabilidades. Certamente que os menos preparados tiveram uma carga de sofrimento maior. Que lio possvel tirar desse episdio? Simples: a indissocivel conexo que existe entre as atividades profissionais de um administrador de sistemas ou um analista de segurana de redes com os fatos que acontecem ao redor do mundo. Negar essa conexo significa colocar em risco o seu prprio sucesso profissional e a segurana e a estabilidade do ambiente corporativo. Em geral, quanto maior for o interesse coletivo em um determinado assunto, mais perigoso ele tende a ser no sentido de viabilizar a proliferao de ataques. Isso porque, como dito anteriormente, nesse caso, a mazela digital vem dentro de um contexto que envolve fatos reais, recentes e que vm recebendo uma ampla cobertura por meio dos diversos canais de comunicao. Infelizmente esse , dentre muitos outros, um assunto que no est presenteem boa parte da literatura especializada que versa, em sua maioria, a respeito de tcnicas, ferramentas e polticas. Ainda em tempo, essa discusso no recebe o espao devido nos cursos acadmicos ou mesmo nos treinamentos tcnicos. Ainda so coisas que se aprendem com a experincia e nem sempre da melhor maneira. Bem, acho que pc isso. At a prxima!(*) Jansen C. Sena mestre em segurana de redes e administrao de sistemas Unix pelo Instituto de Computao da Unicamp, atualmente trabalha na Atech Tecnologias Crticas

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Segurana High-Tech

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Notcias

Google Developer Day2009Um dos momentos mais esperados pelos desenvolvedores web que se utilizam de recursos do Google, o GDD2009 foi realizado em So Paulo no WTC Convention Center, no dia 29 de Junho de 2009. Este ano o evento, que traz apresentaes e novas caractersticas dos produtos da empresa, mostrou boas novidades. digitada propositalmente sem sentido: Hoje, o presidente Lua ir visitar a Lula. Ela automaticamente foi corrigida para Hoje, o presidente Lula ir visitar a Lua. Exibio de contedo de links - ao inserir links em sua mensagem h uma opo para que possa ser capturado e exibido o contedo daquele link, tornando possvel que seja inserida uma imagem ou vdeo diretamente no corpo do e-mail. A Inovao nesses exemplos do Google Wave ficou por conta de um conceito de e-mail com muitos recursos j existentes na web, disponveis pelo prprio Google, mas dessa vez ajustados, integrados e disposio de forma usual, simples e fcil. da linguagem. Tambm foi apresentado o GWT (Google Web Toolkit) que traz facilidades implementao de Javascript e AJAX.

Android

Google e o HTML 5

Foram apresentadas vrias novidades do HTML 5, cuja verso final, segundo o site da W3C, estar disponvel em 2012. Provavelmente at l surgiro muitas outras novidades na linguagem. Entre as novas caractersticas do HTML 5, esto: Tag Canvas - possibilita renderizar imagens de forma nativa; Geolocalizao - o navegador encontra o usurio onde ele estiver atravs do HTML, sem auxlio de GPS e Google Maps; Tag de Vdeo possibilita inserir vdeos diretamente no HTML e aplicar efeitos. Bastante comentada tambm foi a evoluo dos browsers como Firefox, Safari, Opera e tambm o Chrome, que por ser o mais novo entre eles, est sendo ajustado.

Google App Engine e JAVA

Este ano, diferentemente dos anteriores, quando foi dada prioridade linguagem Python, o GDD2009 trouxe mais ferramentas e enfatizou a linguagem JAVA. Pode-se notar que uma das prioridades do Google investir e disponibilizar para os desenvolvedores ferramentas para facilitar a utilizao

Durante o evento, muito foi comentado sobre o Android, sua performance e sobre debugs desta plataforma. Como uma plataforma livre, h alguns aplicativos mal escritos e isto pode passar uma impresso ruim da plataforma, alm de uma performance insatisfatria. Foram apresentadas tambm dicas para desenvolver um aplicativo eficiente. O Google Developer Day 2009 acabou e o resultado final foi muito positivo, com o Google mostrando muitas ferramentas novas. O encontro de 2010 promete ser ainda melhor, com certeza trar muitas outras novidades , como, por exemplo, o Chrome OS (plataforma para netbooks). O Google se prontificou a disponibilizar os vdeos do evento no endereo http:// www.youtube.com/googlebrasil . Recomendamos a visita.

Google Wave

Apresentado como e-mail do futuro e substituto do Gmail (um dos produtos de grande sucesso do Google), foi aplaudido em suas demonstraes de integrao e na velocidade de comunicao. O Google Wave traz aspectos interessantes, dentre eles: Tradutor simultneo - poder ser utilizado em tempo real por pessoas que no teclem no mesmo idioma, facilitando em muito a comunicao. Se disponibiliza hoje em mais de 40 idiomas. Rob de Autocorreo - se demonstrou muito eficiente ao corrigir a frase,

Palestra sobre Google Wave

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Gainwardno BrasilAs placas de vdeo da Gainward, um dos fabricantes mais conceituados entre os gamers, agora podem ser adquiridas no mercado brasileiro. Fundada em 1984 e com fbricas na China e em Taiwan, a Gainward reconhecida mundialmente por utilizar componentes de boa qualidade e oferecer uma boa relao custo/benefcio em seus produtos, como nas linhas Golden Sample (GS) e Goes Like Hell (GLH) que possuem diferenciais como overclock de fbrica. Adquirir uma placa da Gainward exigia, at recentemente, recorrer a importao direta, mas agora suas placas

podem ser compradas diretamente na WAZ ( w w w.waz.com.br ), que assinou acordo de distribuio oficial das placas de vdeo da marca no pas.

O acordo estende a garantia de 18 meses oferecida pela empresa nos seus produtos tambm aos consumidores brasileiros.

Mozilla

comemora downloads nova parceriaA Comunidade do Mozilla Firefox comemora o bilionsimo download, feito no dia 31 de julho de 2009, sexta-feira, s 7 h e 47 min (fuso horrio da costa oeste dos Estados Unidos). Isto mostra o quanto cresceu a participao da Mozilla no mercado. Em 2004 o browser Mozilla Firefox tinha 8% do mercado, mas atualmente supera os 30% e um dos navegadores mais utilizados no mundo. Visite tambm o site de comemorao do bilionsimo download em http://www. onebillionplusyou.com/.

MSI e Digitron:A MSI fechou parceria com a Digitron para a produo de placasme no Brasil. A Digitron um dos maiores fabricantes nacionais de placasme, participando do mercado h mais de vinte e oito anos e com parcerias firmadas com cinco empresas. Agora, a MSI entra no grupo de marcas com fabricao nacional. A produo das placas j foi iniciada e as duas empresas esperam produzir trezentas mil unidades at o final de 2009, dos modelos G31M3L-V2 e K9N6PGM. Estas placasme acompanham trs aplicativos especialmente desenvolvidos pela MSI, os softwares de atualizao de BIOS Live Update Online e Live Update 3, e o Dual Corev2, um utilitrio de monitoramento do processador. A G31M3-L-V2 uma placa do tipo micro-ATX baseada no chipset Intel G31+ICH7. Tem suporte aos processadores LGA-775 desde o Pentium 4 at o Core2Quad, com FSB de at 1333 MHz e at 4 GB de memrias DDR2-800 DualChannel. Oferece um slot PCI-Express x16 Gen 2.0, dois slots PCI, quatro portas Sata II (alm de conectores IDE e Floppy), interface Ethernet 10/100 e quatro portas USB 2.0. Por fim, h tambm um conector de vdeo, pois o G31 conta com GPU X3100 onboard. Existe ainda o modelo G31M3-LS-V2, que tem exatamente as mesmas especificaes do G31M3-L-V2, mas utiliza capacitores slidos. A K9N6GM-V tambm adota o formato micro-ATX, baseada no chipset NVIDIA MCP61 e suporta processadores AMD Athlon 64 X2 e Sempron com Hypertransport de at 1 GHz. Aceita memrias DDR2 800 Dual-Channel, at o mximo de 8 GB, e conta com slots PCI-E x8 e x1, conectores IDE e Floppy, duas portas Sata II com suporte a RAID 0 e 1, porta Ethernet 10/100, quatro portas USB 2.0, alm do conector de vdeo para o GPU GeForce 6100 onboard. A variante K9N6GM-F um pouco mais sofisticada e conta com PCI-Express de 16 vias e rede Gigabit.

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Notcias

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Hardware

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Estado Slido QOs HDs esto com os dias contados. Mais rpidos, resistentes, silenciosos e econmicos, logo os SSDs tomaro conta do filo de mercado dominado pelos discos de um computador. Daniel Appel rgidos, os ltimos componentes mecnicos ue a evoluo da tecnologia usada na informtica rpida, isso no se discute. Em questo de meses os processadores dobram de performance, os mdulos de memria duplicam sua capacidade e os HDs acompanham o ritmo oferecendo-nos cada vez mais espao. Porm, a evoluo dos discos rgidos no total. O aumento de performance no proporcional ao aumento de capacidade, simplesmente porque a natureza mecnica do disco no permite isso. Fazer um disco rodar a 10.000 rpm muito mais difcil do que a 7.200 rpm, e o salto para 15.000 rpm pior ainda. Portanto, no toa que desde o incio desta dcada os modelos disponveis para o consumidor ainda oferecem a mesma velocidade de rotao. claro que a performance de um HD no depende exclusivamente da rotao dele. Fatores como cache, nmero de cabeas, densidade dos discos e algoritmos de otimizao como NCQ (Native Command Queueing ) colaboram bastante para seu bom desempenho, mas infelizmente as barreiras fsicas a serem transpostas so implacveis.

Chegamos a um ponto em que devemos nos perguntar: ser mesmo que o HD a melhor forma de armazenamento de massa? No haveria local melhor para armazenar seus dados do que em um disco magntico delicado, rodando a velocidades estonteantes?

Estado Slido

Armazenamento em dispositivos de estado slido no nenhuma novidade, a maioria das pessoas j o utiliza apesar de, talvez, no se dar conta disso. Qualquer pendrive ou carto de memria flash serve como exemplo deste tipo de tecnologia que, embora bem difundida, s agora se tornou vivel para uso em dispositivos de grande capacidade para o mercado de massa, ou seja, para substituir os HDs. Um drive de estado slido denominado SSD, do ingls Solid State Drive, e no se deve cham-lo de HD de estado slido pois ele no um disco. Mas podemos dizer drive de estado slido sem incorrer em erro. Como este tipo de dispositivo armazena suas informaes em clulas de memria, ele no tem partes mveis como

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Hardwareleitura muito alta, porm a velocidade de programao/deleo infelizmente no acompanha a de leitura. Assim como a NOR, a NAND mantm a capacidade de apagar e reprogramar as clulas de memria que fez da EEPROM uma tecnologia to difundida. A diferena que a EEPROM e a NOR programam suas clulas de byte em byte, enquanto a NAND faz isso em blocos enormes, normalmente de 512 KB cada. A velocidade de programao das clulas muito superior, bem como a de deleo, entretanto, a de leitura no tem o mesmo destaque. Ainda assim, mais veloz que os discos mecnicos. H tambm uma outra vantagem da NAND: como o acesso acontece em blocos, o nmero de linhas de endereamento e de vias de aterramento muito menor, o que economiza espao e permite o aumento da densidade de clulas do circuito. Ou seja, para um determinado tamanho de chip, as memrias NAND podem oferecer capacidades de armazenamento muito maiores. Com velocidade de leitura e programao superiores s dos HDs e maior densidade que a Flash NOR, a Flash NAND se mostrou a tecnologia mais adequada para substituio dos discos rgidos.

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um HD tradicional. Quando falamos de equipamentos eletrnicos, partes mveis so totalmente indesejveis e tanto melhor se pudermos evit-las. Armazenar informaes em chips de estado slido tem inmeras vantagens, dentre elas a resistncia a vibraes, choques e desgaste mecnico, tradicionalmente pontos fracos nos discos mecnicos. Outra caracterstica interessante que as clulas de memria tm tempo de acesso muito baixo e constante. Acessar o bloco de dados desejado no leva mais do que alguns microssegundos, ao passo que deslocar a cabea de leitura e aguardar o disco dar uma volta completa leva milissegundos. Ou seja: um SSD pode acessar uma informao milhares de vezes mais rapidamente que um HD tradicional.

Esta memria tem a capacidade de apagar e reprogramar o valor de suas clulas livremente, em nvel de bytes. Infelizmente, esta operao no muito veloz de forma que a EEPROM adequada para armazenar elementos como firmware e BIOS, que so pouco alterados, mas no muito conveniente para dispositivos de armazenamento de massa.

Tecnologias de clulas NAND

Dois tipos de clulas diferentes so usados em dispositivos de armazenamento baseados em memrias NAND. MLC A tecnologia MLC (Multi-Level Cell ) consegue armazenar quatro estados lgicos em uma nica clula. Cada bit requer dois estados lgicos (pois binrio), de forma que uma clula MLC pode armazenar dois bits de informao. Isto permite o dobro da capacidade de armazenamento, no entanto torna a memria mais lenta, pois as operaes de escrita devem ser feitas mais devagar para garantir a consistncia de ambos os bits. Uma operao de escrita pode levar cerca de 1 ms, o que um tanto lento para uma memria f lash, porm continua sendo muito mais rpido do que um HD. SLC Quando a performance mais importante do que o volume de armazenamento, utiliza-se memrias do tipo SLC (Single2009 # 88 # PC&CIA

Memria Flash

Memria EEPROM

A EEPROM ( Electrically Erasable Programmable Read-Only Memory ) uma memria no voltil, muito usada para armazenar pequenas quantidades de dados de forma persistente, pois ela no perde a informao nem quando a corrente eltrica que a alimenta desligada.

Este tipo de memria foi criado no incio da dcada de 80 nos laboratrios da Toshiba, como uma alternativa mais barata para substituir memrias EEPROM em aplicaes que exigissem armazenamento persistente (no voltil) de volume elevado. Na verdade a Flash ainda uma EEPROM, porm com algumas diferenas especficas que tornam seu custo por byte mais atraente. Dois tipos de memria Flash foram criados, NOR e NAND, e recebem estes nomes graas semelhana com portas lgicas de mesmo nome. Memrias Flash do tipo NOR so usadas como substituio de memrias EEPROM tpicas. Tm velocidade de

HardwareLevel Cell ) cujas clulas so binrias, armazenando apenas dois nveis lgicos, ou seja, apenas um bit por clula. bvio que este tipo de tecnologia apresenta menor capacidade de armazenamento, afinal reduzimos a quantidade de bits por clula pela metade. Como vantagens, cada clula muito mais fcil de escrever, a probabilidade de erros diminui e o processo todo pode ocorrer mais rapidamente. Alm disso, at o nmero de ciclos de programao suportados pelas clulas aumenta consideravelmente. Portanto, este tipo de memria mais utilizado em aplicaes onde custo e volume de armazenamento no so mais importantes do que performance e durabilidade. O maior cliente deste tipo de SSD o mercado corporativo, com seus servidores com alto nmero de requisies.

Edio Gratuita. Download em www.revistapcecia.com.br arquivo seja um log atualizado a cada 5 minutos, os blocos 1, 2 e 3 seriam reescritos 288 vezes por dia, e portanto no durariam mais do que 35 dias. Aplicando a tcnica de wear-leveling, ao invs de reescrever os blocos 1, 2 e 3, o SSD escreve o arquivo nos blocos 4, 5 e 6 e marca os blocos anteriores como livres. A prxima escrita ser nos blocos 7, 8 e 9, e assim por diante. Ao invs de sobrecarregar algumas clulas com muitas escritas, o SSD distribui o estresse por toda sua superfcie e s utiliza um bloco novamente quando todos os outros j tiverem sido usados. Como cada drive SSD tem centenas de milhares de blocos, isto eleva muito a vida til do produto. No h como prever exatamente quanto durar um drive, pois isto varia com o uso, mas podemos fazer uma continha bem simples: em um caso hipottico onde o SSD com clulas MLC tenha sua superfcie inteira reescrita todos os dias, teoricamente elas durariam at 10.000 dias, ou seja, 27 anos. J vimos anteriormente que o tempo de acesso constante para todos os blocos, portanto no h penalidade de performance em se utilizar blocos espalhados pelo drive. O mais provvel no curto prazo o surgimento de sistemas mistos, com um SSD de pequeno tamanho para o sistema operacional e um HD maior para armazenar os dados de maior volume. A Western Digital, por exemplo, lanou sua srie de discos Green Power , que trazem controladores de velocidade que podem variar a rotao livremente entre 5400 rpm e 7200 rpm, buscando reduo de consumo e de rudo. Esta srie no tem sequer a inteno de competir em performance com os concorrentes, mas faz todo o sentido em um sistema misto, com os programas e o sistema operacional instalados em um pequeno SSD de 32GB e o restante dos dados armazenado em um HD Green Power de 1 TB. Um sistema assim apresentaria performance muito superior de um sistema inteiramente baseado em discos.

Desgaste

Concluso

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Uma das caractersticas da memria Flash que ela tem vida til limitada. Cada vez que uma clula completa um ciclo de programao/deleo ela sofre um pequeno desgaste, e sua capacidade de reter informaes diminui. Conforme o tempo passa e esta mesma clula reescrita vrias vezes, ela vai se desgastando at o ponto em que no consegue mais segurar informao digital. Neste ponto a clula fica inutilizada (mas no o SSD inteiro). A tecnologia MLC especialmente sensvel, tem uma durabilidade estimada em 10.000 ciclos. Clulas SLC resistem at dez vezes mais. Este desgaste no acontece em operaes de leitura, apenas nos ciclos de limpeza/escrita, portanto uma informao pode ser lida infinitas vezes sem causar preocupao. Wear-Leveling A fim de evitar que este desgaste natural comprometa a durabilidade do SSD, os fabricantes lanam mo de um artifcio chamado wear-leveling, que pode ser traduzido como balanceamento de desgaste. Esta tcnica consiste em no permitir que uma clula seja repetidamente utilizada enquanto outras ficam ociosas. Por exemplo, digamos que um arquivo seja salvo em trs blocos que chamaremos de 1, 2 e 3. Se o contedo deste arquivo for atualizado, seria razovel reescrev-lo nos mesmos blocos. Mas digamos que estePC&CIA # 88 # 2009

Futuro dos HDs

O fim dos HDs j algo esperado h muito tempo. Utilizar um dispositivo mecnico para armazenar dados no a forma mais elegante e eficiente de fazlo, especialmente se considerarmos que o computador um equipamento eletrnico, composto essencialmente por elementos de estado slido. Nada mais natural do que levar isso ao subsistema de armazenamento de dados. Mas isto significa que as vendas de HDs devem parar? Ainda no. Drives de estado slido ainda so caros, tm pouca capacidade e no so to rpidos quanto poderiam ser. Por ora so produtos de nicho, especialmente indicados para equipamentos que necessitem de resistncia a impactos, baixo consumo eltrico e baixo tempo de acesso. O HD teve muitas dcadas de evoluo e, apesar de ser o componente mais lento de um computador, tem uma relao custo/ benefcio muito atraente. A transio entre as tecnologias comea agora, mas difcil prever quando ele deixar de existir.

O subsistema de armazenamento de dados , hoje, o maior gargalo de performance de um sistema, especialmente dos de alta performance como os servidores. Libertar-se da interface mecnica era algo que todos queriam, mas infelizmente a tecnologia disponvel no podia oferecer volume de armazenamento suficiente para justificar a mudana. Atualmente, os SSDs j oferecem capacidades razoveis. O custo por gigabyte ainda extremamente desfavorvel se comparado com o dos HDs, mas podemos dizer que os SSDs atingiram massa crtica com capacidades que j so plenamente teis, especialmente em sistemas mistos, com um disco rgido secundrio para armazenamento de dados de grande volume. A diferena de performance perceptvel principalmente graas ao baixssimo tempo de acesso, inferior a 1 ms na maioria das vezes. Alta vazo importante para copiar e trabalhar com arquivos muito grandes, mas a maior parte dos acessos que um sistema realiza a uma grande quantidade de arquivos pequenos que compem o sistema operacional e os programas. E neste caso, o tempo constante de acesso proporcionado por um SSD representa ganho de usabilidade sensvel Com certeza o prximo salto de performance dos computadores no est nos processadores com mais de quatro ncleos, nem nos barramentos triple-channel de mepc mria DDR3, mas sim nos SSDs.

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Hardware

IntelA Intel est entrando com tudo no mercado dos SSDs. Saiba como a empresa pretende resolver um dos maiores gargalos de desempenho dos computadores modernos. Daniel Appel13

SSDs

P

oucos visualizam a Intel como um fabricante de dispositivos de armazenamento. De fato, nunca houve um HD com a marca Intel, mas a empresa no novata no segmento das memrias Flash. O que melhor, ento, do que utilizar sua expertise e influncia neste segmento para tentar resolver (ou ao menos amenizar) um dos grandes gargalos de desempenho de um computador? Assim, surgiu a linha de SSDs X25, que vem impressionando pela excelente velocidade. Tivemos a oportunidade de testar dois modelos desta linha: o X25-M, direcionado ao consumidor final, e o X25-E, voltado para o mercado de servidores.

PC29AS21A

A Intel no a criadora do conceito que est por trs dos SSDs, e muitas empresas j comercializam este tipo de produto h algum tempo. Entretanto boa parte destas empresas no desenvolveu sua prpria tecnologia, tendo apenas adquirido controladoras de terceiros e simplesmente

montado o SSD com chips de memria de sua escolha, a fim de no perder o momento de mercado. Esta abordagem permite um custo de produo bastante baixo, mas tem como inconveniente nivelar a performance de todos os produtos pela da controladora. Um dos modelos de controladora mais utilizados do mercado o JMF602, da Jmicron, que conhecido pelo seu pssimo desempenho. No de se estranhar, afinal este modelo no tem mais do que 16 KB de cache, quantidade totalmente inadequada para um barramento SATA, e algoritmos de write combining meramente funcionais. A Intel optou por criar sua prpria controladora, denominada PC29AS21A, e colocou nela uma quantidade decente de cache, 256 KB, alm de bons algoritmos de write combining e wear leveling. Como resultado, o gargalo de desempenho deste dispositivo no a controladora mas sim a prpria memria NAND, e ainda por cima a controladora consegue extrair mais desempenho do conjunto ao executar escritas de forma inteligente.2009 # 88 # PC&CIA

Hardware

Edio Gratuita. Download em www.revistapcecia.com.br Corporativo Servidores e workstations de alta performance precisam de grande velocidade de I/O, tanto em vazo quanto em tempo de acesso. Por isso frequentemente so usados arranjos RAID com HDs SCSI de 15 krpm, pois neste cenrio vale a pena adquirir componentes de desempenho mais elevado (mesmo que custem mais) para atender a um nmero maior de requisies. O custo alto, mas o ganho tambm alto e se traduz em maior produtividade, gerando maior lucro. Hoje, nenhum SSD com clulas MLC consegue oferecer o nvel de performance exigido pelo mercado corporativo, pois com a tecnologia atual um HD SCSI de alto desempenho ainda superior. J um modelo com clulas SLC acionadas por uma controladora eficiente pode oferecer vazes semelhantes a uma estrutura SCSI pr-existente, porm com tempo de acesso muito menor. Mesmo discos de alta performance no tm como fugir da sua natureza mecnica, e no conseguem oferecer tempos de acesso to baixos. O desempenho mais importante do que a capacidade de armazenamento. Muitos servidores trabalham perto do seu limite de troughput e mais importante resolver o gargalo de desempenho do que do espao de armazenamento (para resolver este, basta comprar mais um SSD). por isso que os SSDs com clulas SLC so os mais indicados pois, apesar da capacidade de armazenamento ser inferior da tecnologia MLC, sua velocidade muito maior. E em razo disso que a Intel concebeu o X25-E com clulas SLC, para atender este mercado.

SSD para F1. desktops.

X25-M

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A verso para o mercado mainstream (provavelmente por isso o sufixo M) tem uma tarefa complicada: precisa ser rpida e, ao mesmo tempo, oferecer grande capacidade de armazenamento (figura 1). Para atender a estes requisitos sem aumentar demasiadamente o custo do produto, foi utilizada a tecnologia MLC (Multi-Level Cell ), que armazena dois bits em cada clula da memria Flash. Isto aumenta a densidade de dados e permite maiores capacidades de armazenamento. O lado negativo que se torna necessrio desacelerar um pouco as operaes de leitura e escrita, afinal inserir dois bits por clula requer mais cuidado do que inserir um s. Dessa forma, apesar da maior capacidade de armazenamento, uma memria Flash MLC naturalmente mais lenta, e uma operao de escrita pode levar cerca de 1 ms, o que um tanto lento para uma memria flash, porm continua sendo muito mais rpido do que um HD.

mento, afinal reduzimos a quantidade de bits por clula pela metade. A vantagem que cada clula muito mais fcil de escrever, a probabilidade de erros diminui, e o processo todo pode ocorrer mais rapidamente. No foi difcil constatar isto nos nossos testes.

Proposta

Como vimos, os SSDs da Intel so divididos em duas famlias: Mainstream e Extreme. Cada uma foi desenvolvida para atender a um tipo de uso diferente. Por pura e simples falta de informao, o consumidor eventualmente escolhe o produto errado e acaba por ficar insatisfeito. Como vimos, nem todo SSD igual e devemos prestar ateno para escolher o ideal para cada caso.

Intel X25-E

O sufixo E desta famlia significa Extreme, e o leitor acertou se pensou que o propsito destas unidades serem muito rpidas. A linha X25-E (figura 2) voltada para servidores e aplicaes onde performance mxima mais importante que capacidade de armazenamento. Para tanto utiliza-se clulas SLC (SingleLevel Cell ), que armazenam apenas um bit por clula. bvio que este tipo de tecnologia apresenta menor capacidade de armazenaPC&CIA # 88 # 2009

O X25-E foi criado para servidores. F2.

Edio Gratuita. Download em www.revistapcecia.com.brX25-E 12992,2 6967,76 4435,23 3307 2688,05 1001,84 20,91 56,79 15,69 4,62 1,3 X25-M 1581 1514,71 1319,36 795,59 571,73 153,48 41,04 12,91 5,49 1,84 0,59 Raptor 121,75 120,77 120,49 116,57 112,6 92,36 60,06 24,07 6,53 1,73 0,41

Hardware

512B 2k 4k 16k 32k 128k 512k 2M 8M 32M 128M

T1. Operaes de I/O por segundo

Consumidor O mercado de produtos para o consumidor domstico ou profissional sem necessidade de alto desempenho bastante diferente. Aqui o SSD no chama a ateno somente pela velocidade, mas tambm pelo silncio de operao, resistncia a impactos e economia de energia. Neste nicho a tecnologia de clulas MLC encontra seu lugar. Um desktop no to sensvel ao tempo de leitura e escrita randmica de seu subsistema de armazenamento quanto um servidor, de forma que podemos abrir mo da velocidade da tecnologia SLC em prol da maior capacidade de armazenamento de um SSD baseado em clulas MLC. Aqui, a capacidade de armazenamento mais importante que a performance. Para a grande maioria dos consumidores, a diferena de velocidade sentida entre as duas tecnologias no suficiente para justificar menores capacidades de armazenamento, de forma que a tecnologia MLC acaba oferecendo um custo/benefcio maior. Dos computadores de uso pessoal, duas categorias so especialmente beneficiadas pelo uso de SSDs: notebooks e netbooks. O conceito por trs da tecnologia de discos rgidos no adequado para uso mvel, pois h a presena constante de vibraes, impactos, variaes de temperatura e ainda por cima suprimento limitado de energia (por causa da bateria). Um SSD se mostra muito mais conveniente neste cenrio.

Nmero de operaes de I/O executadas por segundo. F3.

Tempo de acesso por tamanho de bloco. F4.

Testes

Nada melhor para testar este tipo de dispositivo do que uma placa-me de servidor. Por isso foi escolhida uma Intel S3200SH equipada com um Xeon 3075. Esta placa conta com uma controladora de discos ICH9R, que suporta NCQ e apresenta bom desempenho. Para que o leitor possa comparar o resultado dos SSDs com um dispositivo j

conhecido, colocamos no teste tambm um HD Western Digital Raptor WD740ADFD de 74 GB e 10.000 rpm. Este disco j figurou em inmeros testes antes, e servir como um bom gancho para que o leitor tenha um referencial de performance. O sistema operacional utilizado foi o Ubuntu Server 8.10, sem nenhum servio em execuo. Para gerar as operaes de I/O foi executado o Iometer, que simulou algumas cargas escolhidas manualmente. A fim de evitar a influncia de sistemas de arquivos, o Iometer foi configurado para realizar acesso direto aos dispositivos. Este teste destrutivo, ele no respeita a formatao das parties, mas a melhor maneira de comparar dispositivos de armazenamento pois mede o desempenho bruto, desconsiderando otimizaes e overheads de sistemas de arquivos. Todos os resultados foram tabelados e plotados na forma de grficos para facilitar o entendimento do leitor.

extremamente desfavorvel. Como as reas de dados acessadas esto espalhadas pela superfcie do disco, necessrio deslocar as cabeas de leitura a cada operao. No caso dos SSDs, como no se tratam de discos mas sim de matrizes de memria, acessos de ordem randmica no devem ser problemas. Operaes por segundo Podemos ver claramente no grfico da figura 3, criado a partir dos dados da tabela 1, no qual so mostrados os nmeros de operaes de entrada e sada de cada dispositivo com vrios tamanhos de blocos diferentes, que acesso randmico no problema para os SSDs. O X25-E domina incontestavelmente com blocos pequenos, at 512 KB. Isto acontece porque o SSD tem baixssima latncia (como visto na figura 4) e no tem dificuldade alguma de acessar informaes de forma no sequencial, ao contrrio do Raptor, que precisa deslocar suas cabeas de leitura a cada nova operao. Repare que o X25-M tambm se mostra superior ao HD com blocos menores de 512 KB, apesar de no chegar perto do modelo Extreme. Mas o que acontece quando os blocos crescem acima dos 512 KB? Chegamos em um ponto onde os pacotes de dados2009 # 88 # PC&CIA

15

Operao randmica

Operaes de natureza randmica so aquelas que no seguem uma ordem sequencial de disposio no disco. Para o disco Raptor utilizado como referncia no teste, este tipo de carga

HardwareX25-E 6,34 13,61 17,33 51,67 84 125,23 100,45 113,57 125,51 147,76 166,65 X25-M 0,77 2,96 5,15 12,43 17,87 19,19 20,52 25,83 43,91 58,89 74,96 Raptor 0,06 0,24 0,47 1,82 3,52 11,54 30,03 48,14 52,25 55,2 53,05

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T2. Vazo de dados em MB

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j esto com um tamanho suficiente para dependerem menos da latncia e mais da vazo do dispositivo, pois, quando as cabeas de leitura chegam no seu destino, elas permanecem l por tempo suficiente para lerem uma grande massa de dados de forma sequencial. E o Raptor sempre foi forte no quesito vazo sequencial. Isto significa que um SSD de uso corporativo como o X25-M consegue atender um nmero muito maior de requisies de dados, desde que eles sejam de pequeno tamanho. Conforme o tamanho cresce, o nmero de requisies atendidas por segundo cai consideravelmente e se aproxima do territrio dos HDs. Veja que o SSD X25-E continua sendo mais rpido, mas j no impressiona tanto. Uma matriz de discos rgidos com certeza atinge este nvel de desempenho, especialmente se estivermos falando de discos SCSI corporativos. Mas para combater este arranjo, basta montar uma matriz RAID com alguns X25-E (situao que no tivemos oportunidade de testar) e o nmero de requisies atendidas por segundo crescer proporcionalmente.

Vazo de dados para operaes randmicas. F5.

Vazo Para terminar os testes com acessos randmicos, apresentamos o grfico da figura 5 (e a tabela 2, de onde o grfico foi gerado), onde vemos a vazo obtida com cada tamanho de bloco. Como esperado, tamanhos de bloco maiores oferecem vazes maiores, especialmente no caso do disco rgido. Este tipo de operao

com blocos de 512 bytes, o Raptor salta para mais de 2600 (figura 6) ao passo que os SSDs tambm mostram ganho, mas nem de perto na mesma proporo. Pode parecer um trunfo do HD, mas na verdade uma demostrao clara de fraqueza da tecnologia. Apenas quando os dados esto alinhados o HD consegue oferecer boa performance, enquanto os SSDs no dependem tanto desta organizao. Vazo Este o melhor caso para um drive mecnico como o Raptor. Uma vez que suas cabeas tenham sido posicionadas sobre uma trilha do disco, basta aproveitar seus timos 10.000 rpm e ler as trilhas sequencialmente. Com operaes pequenas, de 512 bytes, nem mesmo o X25-E foi capaz de apresentar alta vazo, mas isto justificvel pela natureza deste tipo de operao. Por outro lado, ele foi capaz de oferecer cinco vezes mais dados que o Raptor, e trs vezes mais que o X25-M (figura 7). Em situaes de gargalo,

Operao sequencial

Agora entramos em um territrio onde o disco rgido se sente mais confortvel. Aqui o SSD perde a vantagem do tempo de acesso nfimo, pois o HD no precisa mais mover suas cabeas de forma no ordenada. Operaes por segundo O nmero de operaes de I/O realizadas por segundo substancialmente maior quando estas so sequenciais, principalmente no caso do disco rgido, uma vez que o deslocamento de suas cabeas bastante reduzido. Das 120 operaes por segundo

O nmero de operaes de F6. I/O aumenta, mas nem assim o Raptor alcana os SSDs.

Este o F7. melhor cenrio para o HD.

PC&CIA # 88 # 2009

Edio Gratuita. Download em www.revistapcecia.com.br a capacidade de atender cinco vezes mais requisies pode ser muito importante. Fica claro que o X25-M, o modelo para uso em desktops, no preo para a verso corporativa. importante que o consumidor saiba a diferena, do contrrio pode acabar adquirindo o SSD mais barato para uso em um servidor e certamente ficar frustrado. No outro extremo, com operaes de 128 MB, grandes o suficiente para mostrar a vazo de um HD, vemos uma situao diferente. Aqui o Raptor se recupera e ultrapassa o X25-M, e no por uma margem pequena. O X25-E impressiona novamente, mas este tambm um caso onde dois discos rgidos em RAID podem oferecer desempenho semelhante, em muitos casos por preo menor, especialmente se a infraestrutura j existir. importante ter em mente que aplicaes que exijam alta vazo de dados podem tambm exigir alto volume de armazenamento, e isto o X25-E no oferece, de forma que o custo-benefcio pode apontar na direo dos HDs, pelo menos por enquanto.

HardwareMas gostaramos de deixar uma observao: neste artigo, a presena do Raptor serviu apenas para oferecer ao leitor um drive conhecido, que j participou de inmeros testes na revista, de forma que o leitor possa comparar os resultados com o que ele j conhece. O Raptor utilizado antigo e no representa a performance de discos rgidos mais modernos, a prpria Western Digital tem drives mais velozes, isso sem falar nos modelos SCSI de alto desempenho. Se a oportunidade aparecer, colocaremos um SSD uso corporativo frente a frente com um bom disco SCSI. Os SSDs vieram para ficar e j so preo para os discos rgidos. Mesmo para computadores de uso domstico, o tempo de acesso baixssimo aumenta a agilidade de resposta do sistema e reduz o tempo de espera enquanto o HD realiza operaes randmicas nas quais ele notoriamente lento. Mas importante comprar o produto certo para cada caso ou, como sempre acontece em compras mal direcionadas, o consumidor sair frustrado. pc17

Concluso

Com a linha X25 a Intel deixa claro que pretende eliminar o maior obstculo do desempenho de um sistema atual. Tambm fica claro que nem todos os SSDs so iguais, eles podem apresentar caractersticas muito diferentes. O X25-M, por exemplo, um produto muito vivel para o usurio de um sistema desktop, pois apresenta performance muito superior de um veloz Raptor para acessos randmicos de pequeno tamanho, e vazo de dados compatvel com a categoria. Mas ele definitivamente no serve para uso em um servidor, e um bom disco SCSI apresentar desempenho superior. J o X25-E fica no outro extremo. Ele capaz de realizar um nmero muito alto de operaes de I/O por segundo, o que permite que um servidor atenda mais requisies de usurios, aumentando sua eficincia. Mas sua capacidade de armazenamento baixa, alm do aceitvel para o mercado desktop, seu preo substancialmente maior e seu desempenho extra no aproveitado por um sistema desktop.

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Testes

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Fusion-ioioDrive18

O poder de processamento disponvel nos computadores evolui a passos largos, mas s vezes limitamos o desempenho devido a um sistema mal dimensionado de entrada e sada de dados. Analisamos Fusion-io ioDrive, que tem por objetivo diminuir esta deficincia nos sistemas de armazenamento.

Formado em Eletrnica e Tcnico em TI, com mais de 10 anos de experincia nas reas de hardware, sistemas operacionais para servidores e redes. Atualmente membro da equipe de redatores da revista.

Alfredo Heiss

uitos servidores de grande porte que so atendidos por Storages, conjuntos de discos SAS ou Fibre Channel em RAID, acabam limitados, eventualmente, por estes componentes. Apesar de disporem de boa vazo de dados, da ordem de centenas de MB/s, para um grande nmero de requisies pequenas e randmicas, workload muito comum em servidores, o fator limitante no a vazo e sim o tempo de acesso do disco, que representa o tempo que ser necessrio para que a cabea de leitura do disco se desloque at a informao procurada e faa a leitura. Uma soluo baseada em RAID costuma ajudar, mas muitas vezes o resultado ainda fica abaixo do esperado.

M

Para detalhar isto iremos estudar o caso do RAID 0 (striping) , que divide as operaes de leitura e escrita entre dois ou mais discos. Por causa desta distribuio dos dados, este modelo tem o melhor desempenho entre as solues R AID. O ganho de desempenho para grandes transferncias irrefutvel, j que o arquivo ser dividido em vrios pedaos menores e ser lido (ou gravado) ao mesmo tempo de vrios discos. Mas para um grande nmero de pequenos IOs, o ganho ser muito menor. Todos os discos envolvidos no RAID tero que deslocar suas cabeas de leitura at as reas nas quais as informaes desejadas esto, ler uma pequena quantidade de informaes, e se deslocar novamente para outras

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Testes

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F1. ioDrive de 80 GB.

reas e assim por diante. Outros modelos de RAID, como 5 ou 10, sofreriam basicamente do mesmo problema, visto que neste caso no a vazo total dos discos que est em jogo, mas sim o nmero mximo de solicitaes atendidas.

Cache

A maneira mais rpida de solucionar este problema, comumente usada por DBAs (DataBase Administrators ), a uso da memria RAM como cache. Normalmente grandes servidores tm enorme quantidade de memria RAM e alocar parte dela para cache a fim de eliminar um gargalo do sistema se mostra muito proveitoso. Desse modo, as pequenas operaes seriam feitas dentro da memria cache, e aps terminadas as operaes de leitura e escrita seriam encaminhadas em blocos maiores para o sistema de armazenamento, evitando IOs desnecessrios sobre este.

Mas existem dois empecilhos que devem ser avaliados quando se for usar este tipo de soluo. O primeiro com respeito a segurana dos dados. Todos sabem que a memria principal do sistema do tipo voltil, a informao armazenada nela depende de alimentao eltrica. Caso acontea um erro no servidor, pane eltrica, ou erro de operao e este precise ser reiniciado bruscamente, todas as informaes contidas no cache do sistema sero perdidas. Ao implementar este tipo de soluo, o DBA deve estar ciente deste risco e calcular a melhor forma para minimiz-lo. O segundo a quantidade de memria disponvel no servidor. Apesar de a memria RAM ser um recurso relativamente barato, ele no infinito. O uso deste recurso tambm deve ser analisado, pois caso seja necessrio a adio de memria RAM no servidor dever ser feito um estudo de compatibilidade para se tentar expandir ao mximo este recurso.

Independentemente da soluo adotada, o ideal seria que tivssemos dispositivos de armazenamento no volteis com baixa latncia na busca de informaes, que pudessem atender o maior nmero de IOs possveis. Este tipo de recurso j

B1: Flash NAND SLCSLC um tipo memria no voltil baseada na tecnologia NAND. Significa Single-Level Cell ou clula com estado nico. Este tipo de memria conhecido por sua alta velocidade na gravao e leitura de informaes, j que suas clulas guardam apenas um bit de informao, em compensao sua densidade baixa. Construir equipamentos com alta capacidade de armazenamento com este tipo de memria algo muito caro. H um problema que afeta todas as memrias NAND. Com o tempo de uso, as clulas de memria perdem a capacidade de reter informaes.

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Testesexiste e est se popularizando na forma dos SSDs. Enquanto o tempo de busca mdio de HD SAS de 15.000 rpm de 3,4 ms, um disco SSD tem uma latncia mdia de 0,15 ms. Alm do baixo tempo de acesso, SSDs apresentam consumo muito menor de energia. Existe ainda uma outra alternativa, um equipamento fornecido pela empresa Fusion-io, chamado ioDrive, que prope um tempo de acesso de aproximadamente 50 s (0,05 ms) para cobrir a deficincia de conjuntos R AID e/ou Storages. Segundo o fabricante, o ioDrive tem capacidade de atender mais de 20.000 requisies de IO por segundo e taxa de transferncia de 700 MB/s.

Edio Gratuita. Download em www.revistapcecia.com.br SuSE Linux Enterprise Server 10 SuSE Linux Enterprise Server 11 Ubuntu 8.04 Ubuntu 8.10 Ubuntu 9.04 Windows Server 2003 Windows Server 2008 Windows XP Windows Vista No pendrive s esto disponveis os drivers para Windows. Drivers para Linux devem ser baixados no site do fabricante (www.fusionio.com) e, caso no haja uma verso pr-compilada para o seu kernel , pode-se baixar o cdigo-fonte. importante ficar claro que, em todos os casos, existe a exigncia de um sistema operacional de 64 bits. No h suporte para sistemas de 32 bits. Da mesma forma que outros dispositivos de armazenamento de estado slido, o ioDrive utiliza memria Flash. So utilizadas clulas SLC pela sua melhor performance, e uma controladora especializada assume a funo de gerenciar estas clulas da forma mais eficiente que for possvel. A comunicao com a placa-me feita pelo barramento PCI-Express, utilizando quatro vias (x4). Este um dos pontos mais fortes do ioDrive: ao contrrio do que acontece com SSDs, mesmo os de alta performance, ele no conectado a um canal SATA limitado em 3 Gbps, ou at mesmo a um canal SAS, portanto est livre das limitaes presentes nestes tipos de interface. O desempenho pode ser muito maior do que o de um sistema de armazenamento tpico. Como esta placa se prope a atender uma def icincia de equipamentos de grande porte, como Storages, natural que exista uma preocupao com a segurana das informaes que esto sendo gravadas neste dispositivo. Por isso o ioDrive implementa um algoritmo de controle com ECC, que d a segurana que os dados gravados estejam disponveis por um tempo de at 24 anos. Apesar de se tratar de um modelo de 80 GB, h mais de 80 GB de memria Flash instalada na placa. Os gigabytes adicionais so usados para substituio de clulas de memria danificadas, e tambm pelo algoritmo de wear-leveling, para distribuir o desgaste e aumentar a vida til do produto. Durante sua operao a placa est constantemente utilizando toda a memria instalada, mas oferece ao usurio sempre os 80 GB nominais. Isto garante que o algoritmo de wear -leveling funcionar corretamente mesmo quando o drive estiver quase cheio. O wear-leveling feito alternando as escritas entre as clulas livres, evitando repetir escritas sempre nas mesmas clulas. Entretanto, quando h pouco espao livre no volume, sobram poucas clulas para este procedimento, o que faz com que estas ltimas sejam escritas incessantemente. Existem muitas maneiras de contornar este problema, e a quantidade de memria extra aumenta a superfcie de troca das memrias, evitando um desgaste excessivo nos chips. A seguir a verificao dos dados fornecidos pela FusionIO.

ioDrive

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Recebemos o modelo de 80 GB do ioDrive para avaliao (figura 1). A placa adota um formato Low Profile, acompanha dois espelhos para os formatos mais comuns de gabinete e um pendrive contendo drivers para Windows. Esta placa oferece suporte aos seguintes sistemas operacionais: CentOS 4 CentOS 5 Debian Etch Debian Lenny Fedora 10 Fedora 9 Fedora 8 Fedora Core 6 OpenSuSE 10.3 OpenSuSE 11.1 RedHat Enterprise Linux 4 RedHat Enterprise Linux 5

LINUX Acesso 100% Randomizado 80% Leitura Tamanho dos Blocos 512 B 2K 4K 16 K 32 K 128 K 512 K 2M 8M 32 M 128 M Total I/O 25964,63 23397,31 17391,19 5585,58 3256,21 1134,93 310,1 92,98 26,85 8,76 2,24 Transferncia MB/s 12,68 45,70 67,93 87,27 101,76 141,87 155,05 185,97 214,78 280,24 286,45 Latncia Mdia de Acesso (ms) 0,04 0,04 0,06 0,18 0,31 0,88 3,22 10,75 37,23 114,17 446,81

Windows Server 2008 Acesso 100% Randomizado 80% Leitura Total I/O 20755,63 18981,21 15945,44 5389,4 4238,77 1269,13 371,95 97,01 27,9 7,86 2,13 Transferncia MB/s 10,13 37,07 62,29 84,21 132,46 158,64 185,97 194,02 223,22 251,63 272,36 Latncia Mdia de Acesso (ms) 0,05 0,05 0,06 0,18 0,24 0,79 2,69 10,31 35,82 121,13 469,2

T1. Resultados obtidos com leituras 100% randmicas, sendo 80% de leitura e 20% escrita.

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Testes certo que a capacidade de armazenamento deste dispositivo no muito alta, especialmente se comparado com HDs modernos, que j atingiram os 2 TB e continuam crescendo. Dificilmente ser possvel armazenar todos os dados da empresa dentro de um destes dispositivos a um custo vivel (existem verses de at 640 GB, mas o preo naturalmente mais alto), entretanto, basta que ele armazene os dados mais acessados, como o banco de dados e as mquinas virtuais, para que o desempenho do servidor d um salto. Dados menos acessados podem ficar em discos rgidos. Como sempre, o maior benefcio ser obtido pelos administradores que dimensionarem corretamente seus sistemas, utilizando um ioDrive para as operaes pesadas, que precisam de acesso rpido, e discos rgidos para os demais dados.

Testes

Utilizamos o seguinte sistema para os testes do ioDrive: Xeon 3075 Placa-Me Intel S3200SH 2x 1GB DDR2 800 Corsair Western Digital Raptor 74 GB SATA Windows Server 2008 64 bits Ubuntu Server 8.04 LTS 64 bits A placa foi inserida no conector PCIExpress x8 disponvel nesta placa-me da Intel. Aps instalados os drivers para os sistemas operacionais do teste, o dispositivo foi detectado corretamente e iniciamos o teste usando o benchmark IOMeter. Todos os testes realizados foram feitos diretamente sobre o hardware da placa, sem a adio de filesystem ou parties, justamente para medir a sua capacidade bruta, sem a interferncias de cache ou do sistema. A Tabela 1 nos mostra os resultados obtidos com acessos randmicos de leitura e escrita. Ficamos satisfeitos com os resultados obtidos nos testes de leitura e gravao aleatria. A placa com pequenos blocos de leitura, entre 512 B e 2 K, conseguiu atender mais do que as 20.000 requisies por segundo anunciadas pelo fabricante. Apenas como comparao, um disco SSD de alto desempenho com clulas SLC (mesmo tipo usado no ioDrive), nas mesmas condies de testes, consegue atender pouco menos de 13.000 requisies de leitura e escrita com blocos de 512 B. O ioDrive conseguiu 25.964, aproximadamente o dobro de desempenho. Outro resultado que merece destaque foi a vazo de dados oferecidas com blocos de informaes maiores, chegando a uma taxa de 286 MB/s. J a tabela 2 apresenta os resultados obtidos com acessos sequenciais ao ioDrive.

natural, neste tipo de acesso, obtermos um resultado melhor do que no acesso randmico de informaes. A tabela foi resumida aos principais resultados obtidos. Novamente a placa apresenta um excelente desempenho em atender volumes enormes de requisies pequenas de entrada e sada. Foram atendidas 46.732 solicitaes de leitura e escrita por segundo com um tempo de acesso mdio de 40 s. Um disco rgido SATA de 10.000 rpm no consegue atender nem 10% deste volume de operaes, e mesmo drives SSD de alto desempenho no rivalizam este tipo de soluo.

Possveis usos

Este nvel de desempenho de I/O pode dar a um servidor a capacidade de substituir dois ou trs outros servidores que ainda utilizem armazenamento em discos rgidos. Muitas empresas acabam por adquirir mltiplos servidores para implementar estruturas de load balancing a fim de reduzir o gargalo de I/O, mas com um ioDrive este cenrio muda totalmente Por exemplo, o maior gargalo de um servidor de mquinas virtuais o subsistema de disco, no tanto pelo volume de armazenamento mas sim pela natureza randmica das operaes de disco solicitadas pelas vrias mquinas virtuais. Chega-se rapidamente ao ponto em que o servidor fica lento no por falta de memria ou de capacidade de processamento, mas por um gargalo no sistema de discos. A soluo mais tradicional adicionar mais discos operando em paralelo, mas isto apenas ameniza o problema, no o resolve. A adio de um ioDrive pode, potencialmente, resolver o problema, permitindo que um servidor execute o dobro de mquinas virtuais, ou at mais, sem adquirir novos servidores.

Concluso

A crescente demanda por informaao cria a necessidade de se planejar todo o ambiente de TI para atender este grande volume de requisies. Existem tcnicas que podem ser aplicadas para melhorar o desempenho dos servidores ou dos bancos de dados, mas em muitos casos este tipo de tcnica no pode ser aplicado ou no oferece o ganho de desempenho necessrio. Muitas vezes, disperdia-se enormes quantidades de dinheiro adquirindo todo um conjunto de servidores e storages para atender esta demanda, quando a simples adio de um dispositivo de armazenamento de estado slido de alto desempenho, como o ioDrive, pode eliminar o gargalo de performance e permitir que um servidor substitua dois ou trs outros que ainda utilizem armazenamento mecnico. A diferena de custo enorme, e o tempo de implementao muito pequeno. Os pc benefcios so imediatos.

21

LINUX Acesso 100% Sequencial 80% Leitura Tamanho dos Blocos 512 B 4K 128 K 32 K 128 K Total I/O 46731,98 21885,82 1390,34 9,58 2,63 Transferncia MB/s 22,82 85,49 173,79 306,63 336,03 Latncia Mdia de Acesso (ms) 0,02 0,05 0,72 104,35 380,74

Windows Server 2008 Acesso 100% Sequencial 80% Leitura Total I/O 38309,19 21824,57 1518,6 9,61 2,74 Transferncia MB/s 18,71 85,25 189,83 307,56 350,94 Latncia Mdia de Acesso (ms) 0,03 0,05 0,66 103,92 364,65

T2. Resultados obtidos com leituras 100% sequenciais, sendo 80% de leitura e 20% escrita.

2009 # 88 # PC&CIA

Testes

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SSD PopularComo montar, instalar e configurar um22

Solid State Disc (SSD) contrudo com adaptadores e cartes de memria tradicionais.Adaptador de F1. baixo custo

P

or muito tempo convivemos com restritas opes de armazenamento de dados. O HD ainda domina a tecnologia e segue como um dos ltimos dispositivos mecnicos indispensveis ao PC. Mas, eis que surge no mercado, com crescente fora, o Solid State Disc (SSD) inaugurando um novo patamar de armazenamento para PCs e, para muitos, anunciando breve aposentadoria aos HDs. Basicamente, o SSD um tipo de dispositivo sem partes mveis para armazenamento no voltil de dados digitais.

Mdico especializado em Psiquiatria e psgraduado em Sade Mental e Ateno Psicossocial. Membro do Departamento de Informtica da ABP - Associao Brasileira de Psiquiatria. Consultor em TI para mdicos.

Joo Carlos C Bassanesi

Construdo em torno de um circuito integrado responsvel pelo armazenamento, diferindo, portanto, dos sistemas magnticos (HDs) e ticos (CDs). Os SSDs utilizam memria RAM ou memria flash como unidade de armazenamento. As taxas de transferncia dos SSDs (na maioria dos modelos) so equivalentes s de um HD modesto. Seu mais importante diferencial, entretanto, o baixo tempo de acesso, que reduz bastante o tempo de boot e de acionamento de aplicativos. Outros mritos so a reduo do consumo de energia e sua resistncia fsica. Porm, para os padres atuais de mercado e aplicao, os dispositivos SSD ainda so caros se comparados a dispositivos magnticos. Modelos mais modernos, com alguns problemas das geraes inicias corrigidos, acenam com performances bem melhores. Recentes quedas de preo, e a melhora da performance e capacidade, comeam a atrair usurios para essa nova opo de armazenamento.

SSD Popular

No projeto de construo do SSD popular, utilizamos como base um adaptador que permite conectar um carto de memria flash ao PC via porta SATA (existem adaptadores IDE e PCI tambm). A semelhana do SSD popular com os de mercado incrvel. Temos basicamente o mesmo princpio de construo e aplicao: uma placa controladora, a memria flash e a interface SATA. O diferencial est por conta da tecnologia da controladora e da construo direcionada dos SSDs de mercado, o que se reflete em sua melhor performance frente controladora adaptada utilizada no SSD montado por ns. O grande atrativo do projeto a experimentao da nova tecnologia proporcionada pelos SSDs a um custo relativamente baixo e com componentes acessveis ao consumidor brasileiro. Alm disso, uma porta de entrada rpida para a tecnologia que promete destronar os discos rgidos.

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Testesdo gabinete em um slot PCI. Portanto, a forma de acomodao da pea dentro do computador pode variar. Na pior das hipteses, o adaptador vir sem qualquer forma de fixao e o leitor precisar usar um pouco de criatividade na sua instalao. A sugesto neste caso usar uma caixa prpria para circuitos eletrnicos, facilmente encontrada no mercado.

Hardware necessrio

As principais limitaes da construo residem no custo da memria utilizada, tanto melhor quanto maior desempenho e armazenamento, o que acaba por elevar o preo final do dispositivo e pelas limitaes do adaptador que no apresenta o desempenho final de um SSD nativo. Como regra para definio da capacidade do SSD versus o SO utilizado temos para o Windows XP no mnimo 2 GB de memria, sendo o ideal 4 GB. Se a opo for pelo Windows Vista, o mnimo aceitvel so 8 GB e o ideal 16 GB elevando o seu custo final. O adaptador O mercado oferece uma vasta gama de adaptadores para memrias FLASH com interface SATA, IDE e at PCI. Existem adaptadores para um ou mais cartes de memria como Secure Disc (SD) e Compact Flash (CF). Estes produtos so cada vez mais comuns em lojas online. O adaptador CF-SATA escolhido (figura 1) permite ligao de um carto CF (memria muito usada em cmeras digitais profissionais pela sua rapidez) que passa a ser reconhecido como um disco SATA comum. O adaptador pequeno e pode

ser instalado em notebooks e em desktops. O padro SATA usa as mesmas conexes para discos de todos os tamanhos (ao contrrio do padro IDE). O carto A escolha do carto de memria deve recair sobre modelos mais rpidos, garantindo melhor performance do dispositivo. Cartes CF de 266X e os novos de 300X constituem as melhores escolhas. Para este projeto focamos a soluo para Windows XP com um carto CF Transcend 300X de 4 GB ( figura 2 ), tendo como objetivo o baixo custo aliado a um bom desempenho.

Funcionamento

Montagem

A montagem dos componentes extremamente simples e intuitiva. Basta acoplar o carto CF ao adaptador e este ser ligado ao cabo de energia e de dados SATA j dentro do PC, e pronto! Mais fcil, impossvel. Alguns adaptadores so encaixados diretamente nos conectores IDE ou SATA, enquanto outros so ligados atravs de cabos. Existem alguns que acompanham uma placa de fixao para baias de 2,5, ou um espelho para fixao na parte traseira

O aparelho reconhecido pelo BIOS como um dispositivo SATA comum. A instalao do Sistema Operacional (utilizamos o Windows XP) feita normalmente, como em qualquer HD tradicional. Para melhorar o desempenho do SO, algumas otimizaes devem ser implementadas visando evitar excesso de escritas sobre o CF e reduzir o chamado footprint (as pegadas ou rastros deixados pelo sistema). O objetivo tentar deixar o SSD direcionado somente para leitura, usando outro dispositivo para a escrita e para os programas adicionais. A fim de obter isto, o sistema Windows XP foi modificado pelo programa nLite, ficando menor e mais enxuto, mas mantendo todas as funcionalidades (mais informaes no Box 1).

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F2. CompactFlash de alta velocidade.

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Testes

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F3. Performance aferida com o HDTach

F4. Resultado do teste com HDTune

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O objetivo ocupar o menor espao possvel no CF com a menor quantidade de arquivos e programas. A pasta Meus Documentos foi movida para uma partio em outro HD (um disco rgido de verdade), onde tambm foram instalados todos os demais programas. O recurso de recuperao do sistema foi desabilitado, a pasta de e-mails foi redirecionada e o arquivo de memria virtual tambm foi relocado. Essas otimizaes so importantes para o sucesso do projeto.

Para evitar perder o trabalho todo caso o Windows se corrompa, recomendvel fazer backup com programas especializados, tais como o Norton Ghost ou o Clonezilla. A recuperao muito rpida, uma formatao/reinstalao/reconfigurao que levaria horas acontece em menos de 10 minutos.

Testes

A resposta pode estar no tempo de acesso muito baixo e na velocidade linear do SSD, que formam o diferencial necessrio para a melhora de desempenho obtida. Outro fato que ponderamos o isolamento do SO em uma unidade dedicada (no caso o SSD) que corre em paralelo com os aplicativos acionados em outro HD, o que tambm pode influenciar na melhora de performance do sistema.

Box 1: nLiteO programa nLite (http://www.nliteos. com) permite a criao de uma instalao personalizada do Windows. Vrios itens podem ser modificados, removidos ou adicionados. Podem ser excludos drivers, programas e outros componentes no usados, ou integrados novos drivers, atualizaes ou programas instalao original. Toda a estrutura do XP pode ser tunada e sua instalao automatizada. O programa facilmente instalado (requer apenas o .NET Framework 2) e bem intuitivo. As modificaes so divididas em etapas bem explicadas. Existem opes de salvamento e recuperao das alteraes feitas. Para inciar o uso tenha em mos o CD original do XP e a chave serial usada. Vrios tutorias na internet do mais detalhes sobre o uso do nLite, uma ferramenta muito interessante para enxugar o XP.

Os testes comparativos foram feitos em um computador baseado no processador Core2Quad Q9450, placa-me Asus P5QE com 4 GB GSKILL DDR2 1000 MHz de memria e um HD Samsung HD502IJ SATA II de 500 GB. Notamos taxas de transferncia abaixo das de um HD comum. O grande diferencial fica no baixo tempo de acesso, critrio muito importante que, alm de reduzir bastante o tempo de boot (tabelas 1 e 2 ) , torna o SO extremamente disponvel para as aplicaes. Como podemos ver nas figuras 3 e 4, a velocidade de leitura do HD bastante superior do nosso dispositivo de armazenamento de estado slido. Mas, por que o tempo de boot melhora tanto com o uso do SSD?Tempo de carregamento do Windows CF Transcend 300X Samsung HD502IJ Tempo total de boot CF Transcend 300X Samsung HD502IJ 26,5 s 36,1 s 15,4 s 22,3 s

Concluso

Toda a expectativa criada com a construo do SSD popular foi recompensada pela melhora obtida e mais, pelo prazer de estudar e experimentar uma nova tendncia a um preo bem conveniente ao bolso. Na prtica, obtivemos um SO que carrega muito mais rpido e uma resposta mais imediata dos aplicativos utilizados (mesmo aqueles instalados em outros HDs). O sistema todo ficou mais esperto. O dispositivo est funcionando no referido computador desde outubro de 2008 e j conta com muitas horas de uso sem apresentar defeito algum. Assim, mos obra e rumo tecnologia que promete virar padro de armazenapc mento muito em breve.T1. Tempo de inicializao do Windows XP

T2. Tempo total de inicializao da mquina, contando o tempo do POST

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Alguns cuidados com discos rgidos comprados pelo grey marketFinalmente meu HD novo chegou...26

Comprou um disco novo? De revendedor autorizado? No?! Ento, preste ateno aos casos relatados aqui para poder evit-los.

Marcus Brando de Moura

Bacharelando em Sistemas de Informao. Certificado Nexans em cabeamento e D-Link DBCex e DBC, atualmente compe a equipe de redatores da revista.

Invariavelmente, vai chegar um momento em que precisaremos de um novo disco rgido. Certamente este novo componente ter capacidade de armazenamento superior ao seu antecessor, caso ele v substituir o disco atualmente em uso, ou ento, um disco adicional est sendo adquirido. Neste caso, a capacidade de armazenamento j no o ponto principal a ser analisado. Independentemente de qual for a situao, precisamos prestar ateno a algumas coisas no muito boas que esto ocorrendo com muitos discos rgidos SATA vendidos a preos baixos pelo chamado grey market. comum encontrarmos no Brasil muitos discos rgidos sendo vendidos no mercado cinza. Em segundo lugar vem o mercado legal, original do fabricante, e por ltimo o mercado negro. Pelo menos esta uma boa notcia. Como vimos o grey market no necessariamente ilegal ou imoral, ele s no mantm as caractersticas originais de garantia e suporte tcnico do fabricante. Nesse sentido, esse tipo de produto acaba saindo mais barato, principalmente se considerarmos um preo de compra inicial mais baixo e a ausncia da embalagem original do mercado varejista.

Por falar em embalagem, esta muito importante em um disco rgido. Os discos rgidos atuais so bem resistentes podendo atingir at 350 g de choque mecnico, mas eles foram projetados para serem transportados em uma embalagem que oferece um excelente acondicionamento, proporcionando reduo e controle de umidade, temperatura e choques mecnicos.

Box 1: Cores do mercadoO chamado white market (mercado branco) formado pelas vendas de produtos a partir da rede de distribuidores autorizados pelos fabricantes e/ou seu varejistas credenciados. Nesse tipo de mercado, a garantia original do fabricante repassada integralmente. J o grey market (mercado cinza) formado pela venda de produtos originais obtidos a partir de grandes compradores OEM que no conseguiram dar sada em todo o quantitativo dos produtos e resolveram vender o excedente no mercado. Esses produtos no costumam ter a garantia original do fabricante e s vezes nem mesmo o suporte tcnico o contempla. O segmento que sobrou o black market (mercado negro). Esse sim, desleal e perigoso. Trata-se da comercializao de produtos falsificados, muitas vezes contrabandeados. Garantia?! Suporte tcnico?! melhor no esperar por isso.

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Edio Gratuita. Download em www.revistapcecia.com.br Uma caracterstica intrnseca do grey market que o disco rgido far mais viagens para chegar at o cliente final do que os produtos do mercado branco, com isso, esse produto sofrer uma maior quantidade de choques mecnicos, ser exposto a uma variao de temperatura sem controle e poder ser estocado ou transportado em ambientes midos. Qual a consequncia disso? revendedores e lojistas aplicarem etiquetas adesivas como forma de controle de garantia. Com isso, faz-se necessrio violar a embalagem plstica antiesttica, a ltima proteo do disco rgido. As boas empresas fazem seus controles de garantia pelos nmeros de srie e cdigos dos modelos dos discos rgidos, mtodo muito eficaz, uma vez que no existem dois nmeros de srie iguais de um mesmo modelo de disco rgido. Essas informaes vm impressas na etiqueta do disco e tambm na etiqueta do saco anti-esttico, tornando desnecessria a violao da embalagem. Entretanto, h quem abra a embalagem e curiosamente conecte o disco rgido a um computador sob o pretexto de ver se est funcionando bem. Muito zelo, no mesmo? E que mal h nisso?

HardwareEste, ilustrado na figura 1. Observe atentamente a figura. Note dois detalhes: o primeiro que o dente, trilho ou projeo plstica, como queira, do conector de alimentao SATA (o mais largo) est quebrado. Compare-o com o conector de dados. Pois bem, justamente essa projeo que impede que o conector de alimentao saia de sua posio correta ou ainda que no encaixe corretamente. E se acontecer dessa projeo quebrar e o conector deslocar-se de posio e for energizado posteriormente? Agora vamos notar o segundo detalhe. Houve um curto-circuito entre os pinos 3 e 4. A contagem dos pinos feita a partir da projeo plstica, esquerda, de acordo com a figura 1. Os trs primeiros contatos so +3,3 VCC (laranja), os trs seguintes so terra da fonte (preto), aps isso vem mais trs com +5,0 VCC (vermelho), mais uma camada com trs contatos de terra da fonte e finalmente os trs contatos de +12,0 VCC (amarelo). No precisamos dizer que esse curtocircuito s foi possvel graas quebra da projeo plstica que impediria o deslocamento do conector de alimentao. E agora, o que aconteceu com o disco rgido? Qualquer um pode dizer que trata-se de perda total e que quaisquer R$ 10,00 obtidos na venda de um disco desses pode ser lucro. Isso est errado, esse disco pode estar em perfeito estado de funcionamento. Bem, mas e o curto-circuito? No houve avaria? Em muitos casos no, porque os discos rgidos destinados a ambientes domsticos e de micro e pequenas empresas no so utilizados em perfis que exijam hot swap ou hot plug, com isso, a linha de +3,3 VCC acaba ficando sem sua principal funo. Experimente utilizar um daqueles conhecidssimos adaptadores de conectores da fonte de alimentao para alimentao SATA, sem o fio laranja (figura 2 ). V em frente, provavelmente vai funcionar. Excelente! Salvamos o disco rgido comprado pelo grey market! No mesmo? Bom... No necessariamente. Ainda existem os perigos invisveis, como as exposies descontroladas a umidade, temperatura e choques mecnicos. Ento, o disco ainda pode estar avariado? Infelizmente sim.2009 # 88 # PC&CIA

Meu HD est meio esquisito

O que pode ocorrer com um disco do mercado cinza pode ser representado por problemas relacionados a um manuseio excessivo e descuidado. S isso? No. Isso faz toda a diferena. Outro detalhe desse tipo de manuseio recai sobre aquela conhecida prtica dos

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F1. Conector macho de alimentao de um disco SATA avariado.

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F2. Adaptador de alimentao SATA sem os 3,3 VCC. 28

Mas veja bem, se desta vez talvez no possamos curar o seu disco, pelo menos podemos verificar se realmente ele est com problemas. Isso s pode ser feito com ele em funcionamento. Inicialmente ligue o seu disco rgido na posio horizontal, com a face do circuito virada para baixo. Faa isso do lado de fora do gabinete. Concentre-se em ouvir curtos rudos secos (se os rudos forem longos e agudos, o disco j foi...). Voc poder tornar essa tarefa muito mais fcil se puder utilizar um estetoscpio neonatal. No caro e ajuda muito a ouvir todos os rudos do disco rgido. O disco parece bem? Ento prossigamos com um teste de desempenho bem revelador, usando o HDTach 3.0 que pode ser baixado em (http://www. simplisof t ware.com /Public /index. php?request=HdTach). Instale e execute o software de forma que ele faa um teste no disco em questo. Observe a figura 3. Note que a curva do grfico a decrescendo de forma suave at que de repente mergulha vertiginosamente e volta a patamares mais normais. Isso preocupante. Capture, salve esta telaPC&CIA # 88 # 2009

e desligue o computador. Espere uns 20 minutos e ligue seu sistema novamente de forma a repetir o teste. Caso essa queda abrupta no grfico se mantenha presente, mesmo que em diferentes pontos da curva, conveniente executar o software de diagnstico do fabricante. Conseguimos um candidato ideal para isso, nosso disco de teste, um Seagate Barracuda 7200.11 modelo ST31000333AS foi comprado no grey market e j chegou com problemas. S que piorou bastante em menos de duas semanas, veja s a figura 4. De fato, o disco parecia morto mesmo, como gostaramos para este artigo. Baixamos ento o software Seagate Seatools (http://www.seagate.com/ww/v/index.jsp?locale=en-US&name=seatoolswin-eula&vgnextoid=d0d51d4dad65 1110VgnVCM100000f5ee0a0aRCRD ) para fazer um diagnstico completo no disco. Quando o amigo leitor precisar fazer esse teste, prepare-se com muita pacincia porque leva mais de quatro horas em um disco de 1 TB. A figura 5 mostra o disco em questo sendo testado pela opo teste automtico

completo. Aps esse teste, o disco pareceu se comportar melhor. Como no tnhamos nada importante gravado nele, realizamos o teste avanado, que no oferece garantia da continuidade dos dados gravados no disco aps o teste. Ao final desse teste avanado, aps compras no supermercado,

Box 2: Problema com discos Seagate? verdade, alguns discos Seagate da linha Barracuda 7200.11 apresentaram problemas de desempenho e compatibilidade com algumas controladoras. Meio chato, mas de fcil soluo. Os discos afetados so de 160, 320, 640, 1000 e 1500 GB e podem ser melhor identificados mediante a utilizao do software Drive Detect (http://support.seagate.com/kbimg/utils/drivedetect.exe). Se o seu disco Seagate precisar de atualizao de firmware, que corrigir o problema, visite a pgina ( http:// seagate.custkb.com/seagate/crm/ selfservice/search.jsp?DocId=207 957&Hilite=) para maiores detalhes de como fazer. Boa sorte, mas no se preocupe, bem simples.

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F3. Queda abrupta no desempenho. Preocupante.

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banho no cachorro, janta preparada e uma sesso de cinema, o disco ficou limpo e nenhum erro foi reportado. O teste com o HDTach foi muito bom. Ento o disco est curado? Calma, no bem assim. Internamente ele pode estar com avarias que se refletiro em desgaste acentuado de forma prematura, normalmente sobre o atuador. Use o disco, mas mantenha o anterior como backup. Se for acionar a garantia, espere ele apresentar um pouco mais de defeito, mas cuidado para no perder o prazo da garantia. Os seis primeiros meses de um disco rgido so suficientes para que se diga se o disco vai ou no apresentar defeito.

L se vai F4. o disco...

Concluso

Procure testar o seu disco periodicamente e compare os resultados obtidos, como nas figuras 3 e 4. Discos rgidos no se curam. O nosso, utilizado nos testes, nunca ser confivel, mesmo parecendo estar tudo bem, por isso estaremos sempre monitorando sua pc atividade. At a prxima.

F5. Disco em teste.

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Samsung30

ML-2010 Impressora LaserEm tempos em que a economia e o respeito ao meio ambiente so fatores importantes na aquisio de produtos, uma impressora com toner recarregvel se encaixa bem nos atuais clculos de custo-benefcio. Renato Paiotti

econmica e recarregvel

N

o painel do seu carro voc nota que o combustvel est no reserva, voc para no posto mais prximo e estaciona sobre um macaco hidrulico, onde o frentista levanta o seu carro. Com diversas ferramentas ele comea a remover o seu tanque de gasolina, juntamente com a bomba de combustvel e bicos injetores, coloca bicos novos, uma bomba nova e um tanque novo porm cheio de combustvel. Pode parecer absurdo mas assim que funciona a maioria das impressoras a laser, onde a cada recarga de toner que o usurio tem que fazer, troca-se todo um conjunto de cilindros, engrenagens e repositrio de toner s para ter as mesmas peas porm com o repositrio cheio. Mesmo que exista no mercado uma certa quantidade de empresas que remanufaturam estes toners, ou a prpria empresa recicle este

material, nem todos so reaproveitados e acabam indo para o lixo municipal. Outro fator o econmico, pois no pagamos pelo refil do toner e acabamos pagando pelo conjunto inteiro (cilindro e engrenagens) que estavam novos no refil anterior. Aproveitando para atender a necessidade dos usurios que estavam procura de um meio mais barato de adquirir uma impressora a laser, a Samsung lanou a ML-2010, que tem o toner recarregvel. No site do fabricante no existe a informao de que o cartucho que compe a impressora recarregvel. O procedimento de troca indica que o usurio deve abrir a impressora, remover o cartucho vazio, colocar um novo e fech-la, no mencionando nada sobre a recarga. Porm, possvel adicionar somente o toner, sem a necessidade da troca do refil.

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F1. Boto Toner Save aciona o modo de impresso econmica.

F2. Refil de 80 gramas, junto do cartucho original da impressora.

Caractersticas da impressora

A ML-2010 tem uma velocidade de 22 ppm (pginas por minuto), sendo que a primeira pgina comea a ser impressa em menos de 10 segundos. Outra caracterstica importante desta impressora que o acesso ao cartucho do toner pela parte frontal do equipamento, facilitando a vida do usurio na hora da troca , ou quando for necessrio remover algum papel atolado. Caso o papel fique preso depois de ter passado pelo cilindro, existe uma tampa na parte superior que pode ser aberta para remov-lo. Esta impressora tem sido muito bem aceita pelo mercado por apresentar suporte a todos os principais sistemas operacionais. Alm do Windows XP e Vista, h drivers para o Windows 98/ME e ainda suporte oficial ao Mac OS e ao GNU/Linux, oferecendo os drivers no prprio CD que acompanha a impressora, e tambm no site. O driver para Linux o mesmo da Samsung ML-4500, que j acompanha a base de drivers Foomatic usada no CUPS, portanto sequer precisamos do CD para configurar a impressora em nosso laboratrio. O funcionamento da impressora, tanto no Windows XP quanto no Linux, foi exemplar. Outro item importante o prtico boto Toner Save (figura 1), que aciona o modo de impresso econmica, reduzindo

a quantidade de toner aplicada no papel e aumentando a autonomia da impressora em at 40%. Este recurso remete ao boto Draft presente em impressoras jato de tinta mais antigas, a impresso fica um pouco mais fraca mas gasta-se menos tinta, ou toner, neste caso. Com seu formato compacto ela se encaixa bem nos padres home/office, com baixo rudo e duas bandejas de suporte de papel. O refil pode ser encontrado em garrafinhas contendo 80 gramas para uma simples recarga, que custam em mdia de R$ 10,00, ou em garrafinhas com 1 kg que recarrega o cartucho por at 12 vezes - por R$ 70,00. O refil que utilizamos neste artigo foi o de 80 gramas (figura 2), adquirido na eLaser (www.elaser.com.br).

O Refil

Recarregando o toner

Para a recarga do toner importante ter em mente a sujeira que pode ocorrer caso algum movimento em falso acontea, pois o p do toner muito fino. Por este motivo, separe uma mesa para esta tarefa. Feita com todo o cuidado, a sujeira ser mnima, o mximo que pode acontecer sujar as pontas dos dedos.

Remova o cartucho da impressora, sempre com cuidado, pois o cilindro sensvel. H uma ala especfica para remoo e instalao do cartucho. Depois, com uma chave philips solte os dois parafusos da tampa lateral direita que protege as engrenagens (figura 3). A tampa que protege o reservatrio lembra uma tampa de garrafa de produto de limpeza, ou seja, ela no rosquevel, e sim por presso. Remova-a com cuidado, lembrando de deixar o cartucho na posio vertical para no deixar escapar o pouco de toner que resta no reservatrio, a fim de evitar sujeira. Veja a figura 4. Agora que voc j conhece o segredo para abrir o cartucho, basta realizar a recarga. Antes de colocar o toner novo, elimine o restante do antigo dando leves batidas no cartucho para que ele se solte mais facilmente. Para colocar o toner novo, utilize um pequeno funil, que pode ser feito com uma folha de papel, e acrescente o contedo inteiro da garrafa no reservatrio. Para encher o reservatrio da ML-2010, 80 gramas so suficientes. Feche a tampa do reservatrio e, com um pincel, limpe eventuais vestgios de toner na parte externa do cartucho antes de recolocar a tampa lateral com os dois parafusos.2009 # 88 # PC&CIA

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F3. Removendo a lateral do cartucho.

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Insira o cartucho na impressora e feche a tampa dianteira. Imprima uma pgina de teste e pronto. importante, durante a recarga, evitar tocar no cilindro verde para no manchlo com a gordura ou sujeira que temos nas mos, pois isto pode danific-lo ou diminuir a qualidade da impresso. Eventualmente o cilindro precisar ser trocado, como em qualquer outra impressora, mas ele tambm est disponvel separadamente nas lojas especializadas. O preo bem em conta.

Concluso

Para uso pessoal ou profissional, a Samsung ML-2010 se mostra uma das opes mais atraentes do mercado. A qualidade de impresso est no mesmo nvel das concorrentes, a velocidade boa e ela no especialmente barulhenta. No todo dia que temos a oportunidade de testar uma impressora que funcione nativamente em sistemas GNU/Linux e, ainda por cima, oferea a possibilidade de recarregar o toner facilmente. Micro e pequenas empresas certamente encontraro na ML-2010 tudo o que procuram em uma impressora de qualidade. Apesar de custar em mdia R$ 450 (as concorrentes custam R$ 300), a capacidade de recarga do toner faz toda a diferena. Aps a segunda recarga j recuperamos a diferena de valor, e da em diante s teremos economia. pcPC&CIA # 88 # 2009

Removendo F4. a tampa do reservatrio.

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Mega IPM31Avaliamos a placa-me Mega IPM31, um novo produto da Mega Ultimate Technology, voltado para os integradores que desejem um produto com um bom desempenho e baixo custo.

EAlfredo Heiss

Formado em Eletrnica e Tcnico em TI, com mais de 10 anos de experincia nas reas de hardware, sistemas operacionais para servidores e redes. Atualmente membro da equipe de redatores da revista.

st estreando no mercado brasileiro uma nova marca, a Mega Ultimate Technology, com placas de baixo custo, oferecendo uma opo de placas para os integradores de computadores com garantia e suporte nacional. Por trs, na fabricao desta nova marca, se encontra a Digitron. Para os leitores que ainda no conhecem o nome Digitron, este um dos maiores fabricantes nacionais de placas. Hoje emprega mais de 1200 funcionrios e o seu centro fabril se encontra na Zona Franca de Manaus. Se voc j comprou ou compra placas-mes das marcas Gigabyte, SuperMicro ou Intel fabricadas nacionalmente, provavelmente est levando para casa um produto da linha de produo da Digitron. No ano 2007 a Digitron decidiu investir na fabricao de produtos com marca prpria, desta iniciativa nasceram as marcas PCWARE e MEGA. A distribuio

destes produtos no mercado nacional feita atravs de uma rede de revendas que j atendem todo o Brasil. Em breve o leitor ter em mos algumas placas destas marcas, como a IPM31, que foi cedida para testes no nosso laboratrio.

Detalhes

Esta placa destinada ao mercado de baixo custo, onde integradores buscam um produto acessvel e que proporcione um bom desempenho. Como a produo nacional, o integrador tambm ganha uma garantia maior e facilidades para reposio em caso de defeito. Sua caixa para transporte e venda simples, apresentando na parte frontal algumas especificaes do modelo de processador, FSB e memrias que so suportados. No raro em lojas de informtica, os vendedores confundirem as especificaes de algumas placas, por causa

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Edio Gratuita. Download em www.revistapcecia.com.br de caixas e nomes de placas parecidos. Com estas informaes disponveis de forma bem clara na frente do produto, evitamos alguns problemas. Tambm encontramos na caixa alguns selos da Intel e outro da RoHS, mostrando que a marca tem uma preocupao com o meio ambiente. Todas as informaes na embalagem e o manual esto em portugus. A placa vem embrulhada com material antiesttico. O kit da placa bem reduzido, encontramos apenas um cabo Sata com um adaptador de fora, um cabo IDE 80 vias e um cabo para disquete 3 , um espelho traseiro para o gabinete e um CD com drivers para Windows XP e Windows Vista 32 bits. O layout da placa bem distribudo. Os bancos de memria DDR2 se encontram livres, no h dificuldade para se instalar memrias, mesmo com a adio de uma placa de vdeo de grandes propores na conexo PCI-E 16x. As portas SATA no esto na direo desta ltima conexo, no havendo dificuldades para instalao de HDs ou drives de DVD. O nico componente que no est com uma posio favorvel o southbridge, que se encontra muito prximo ao conector PCI-E 16x. Existem dois conectores de alimentao para ventoinhas, um para a CPU e outro para uma ventoinha de gabinete. O que nos chamou a ateno que ambos usam um conector