Para Pisardes Serpentes e Escorpiões – Autoridade e Proteção na Batalha Espiritual

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Experiências de fé e vivência pessoal. Orientações práticas que servem para todos os envolvidos no ministério de libertação e também para todos nós que fomos chamados para pisarmos serpentes e escorpiões. Autor: Luciano Pereira da Silva. Formato: 14x21. Número de páginas: 98. ISBN: 978-85-7459-225-1

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O Cristo que me

libertou, me chamou

para declarar libertação

Porque recebi do Senhor o que também vos entre-guei... (1 Coríntios 11.23). O apóstolo Paulo, ao explicar àIgreja sobre a ceia, faz essa declaração, que, na verdade,estava transmitindo algo que tinha recebido do Senhor.É assim que me sinto em relação ao ministério de libertação,pois, o Senhor faz primeiro a obra em nossa vida. Ele nos toca,para que possamos levar essa experiência para outras pessoas.

O ministério de libertação passou pela minha própriaexperiência de conversão, pois tive que ser liberto da pre-sença dos espíritos malignos em mim.

Na minha casa éramos três irmãos. O mais velho Wel-lington, o do meio Marcelo, e eu o caçula. O Marcelo nasceucom problemas mentais e pela falta de informação da época,nunca ficamos sabendo de verdade o que tinha, pois faleceuquando tinha sete anos, depois de minha mãe correr com elepara diversos médicos.

De fato convivi com muitos problemas em minha famí-lia. O meu pai, quando vivia em casa, era realmente difícil.

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Muitas vezes chegava em casa espancava minha mãe, e que-brava tudo. Realmente, foram situações fortes, marcantes.

Quando criança, eu tinha uma cornetinha marrom deplástico, provavelmente um presente dado pela minha mãe.Não lembro. Esta corneta de brinquedo estava em cima deuma penteadeira com um espelho grande dentro do quarto.

Era um quarto bem amplo, onde eu dormia na parte debaixo de um beliche e o meu irmão mais velho dormia emcima. Meu pai chegou bêbado, quebrou tudo e esmagou aminha cornetinha com as mãos. Foi realmente triste paramim, uma criança que não tinha muitos brinquedos... Aquiloficou marcado, pois havia dentro de minha casa um espíritode violência. Um dia, meu pai deu um chute nas costas deminha mãe, o que a jogou pela escada a baixo. Eu estava lá,no pé da escada, presenciando tudo.

Todas aquelas atitudes eram, na verdade, manifesta-ções de demônios dentro da minha casa, na vida da minhafamília, e, através dos meus pais, foram abertas legalidadespara que aqueles demônios passassem a me perturbar e amar-rar. Assim, foi durante muito tempo depois.

Certa vez, uma das mulheres com as quais o meu paitinha relacionamento de adultério foi à nossa casa, durante amadrugada, e fez um escândalo. Vi a humilhação de minhamãe, e eu também me senti envergonhado.

Há pouco tempo, descobri outro fato, que, com certeza,teve muito efeito em minha vida, e, por isso, também me sentirejeitado, não amado e excluído. Minha mãe ficou seis diasem um hospital, pensando em me abortar, pois foi dito a elaque havia a possibilidade de ter outro filho com problemassemelhantes aos do Marcelo. Com certeza, isso foi uma portaaberta para que o espírito de morte se apoderasse de minha

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vida. É claro que minha mãe não tinha ideia do que estavafazendo.

Quando estava com seis para sete anos, o meu pai resol-veu ir embora de casa. De certa forma, para a minha mãe,aquela atitude foi uma libertação, pois, até então, não vivia.Acredito que tenha sentido, sofrido, mas a partida dele,naquela ocasião, foi algo que, para ela, trouxe alívio. Assim,ela pode correr atrás dos próprios sonhos, que já estavammortos. Para mim, foi realmente muito triste, pois com tudoaquilo, era o meu pai que estava nos abandonado. Eu o tinhacomo herói, amava quando me levava aos churrascos, às fes-tas e aos bares, onde me pagava um refrigerante e um salgadi-nho. Aquilo era tudo para mim... Realmente, como as crian-ças são inocentes! Ficava todo orgulhoso, quando, por exem-plo, os amigos de meu pai diziam: “Filho de peixe, peixinhoé”. É que, às vezes, tomava um pouquinho de cerveja. Mas,enfim, foram aberturas em minha alma para a entrada dedemônios.

A partir disso, comecei a ter manifestações terríveisdurante a noite, e, às vezes, acordava desesperado, tremendoe fugindo de uma perseguição. Lembro das imagens que via.Isto é, imagens de caretas que vinham à minha mente, parame assustar, e havia sempre alguém correndo atrás de mim.Eu tentava fugir. Mas, acordava e continuava, pois não erasimplesmente um sonho... Saía correndo pela casa, gritando etremendo, subia nos móveis, suando e gritando. Acho que aminha mãe – desesperada e sem saber o que fazer – orava.

Logo que o meu pai nos abandonou, fomos morar numacasa pequena, que o meu tio nos arrumou. No quintal,morava um primo, que, por vezes, me abusou sexualmente.Tudo aquilo provocou muita confusão em minha mente.Por algum tempo, o espírito maligno dizia que eu tinha que

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ser uma mulher. Mas, lutava contra aquilo. Realmente, osespíritos estavam me aprisionando. Durante parte da infân-cia, fui criado com a minha avó paterna, pois a minha mãetinha que levar o meu irmão, que tinha problemas mentais, amuitos lugares. Ele dava muito trabalho. Vivia dentro de umlugar específico – um quartinho – e tinha que ficar pratica-mente preso. Minha avó nos ensinou, a mim e ao meu irmãomais velho, os costumes e doutrinas católicas. Por isso, fre-quentei a Igreja Católica e assistia à missa pelo menos umavez por mês. Havia dentro de mim uma necessidade de buscara Deus. Isso eu lembro bem!

Fui crescendo e a minha vida se tornou o resultado detudo aquilo que havia experimentado. Comecei a beber naadolescência, vivi muitos conflitos interiores, me sentia infe-rior, não acreditava que poderia ser alguém, e sempre me sen-tia pequeno. Pensava que a minha sina era não dar certo eque não precisava me importar com nada. Então, achava quepoderia beber e me afundar na vida errada. Daí, comecei abuscar realmente o mundo e tentei aprender a fumar.Não consegui. O meu negócio mesmo era a bebida e me sen-tia orgulhoso de beber, às vezes, mais que os meus primos mai-ores. Não sabia, mas, na verdade,estava querendo ser igual ao meupai. Era o mesmo espírito que estavame dominando. Hoje, perdoei o meupai de coração e oro para que ele seconverta a Jesus.

Um dia, fui convidado para participar de uma reuniãode jovens da Igreja Metodista, e, a partir dali, comecei a fre-quentá-la, foi onde tive minha experiência com Cristo e fuiliberto dos espíritos malignos. Eles saíram e as cadeias foramquebradas. Mas antes disso fiquei um ano na igreja apenas fre-quentado. Um dia depois de um culto, era época de carnaval,

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Converti-me a Cristo.Os demônios saíram.

As cadeias foramquebradas.

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fui embora com um irmão da igreja, caminhei com ele atéuma certa altura, quando vi que estava bem longe, fiqueiesperando e voltei para o centro da cidade para ir a um baile.Neste baile foi um dos que eu mais bebi, e fui tirado dele duasvezes pelos seguranças por causa de confusões em que euhavia me envolvido. Mas em um momento, dentro daqueleclube, o Senhor falou comigo dizendo: “Filho, este verdadei-ramente não é o seu lugar. Vá embora”. Ouvi a voz de Deus esaí dali. Então, fui buscando conhecer a Deus e as coisascomeçaram a acontecer. Lia a Bíblia, enquanto o pastor meajudava, até que recebi o batismo com Espírito Santo. Percebique recebi dons, embora não soubesse como seria aquilo, mastudo estava mudando em minha vida.

A minha experiência com o Espírito Santo foi real-mente tremenda. Estava num encontro – chamado Encon-trão – onde havia pessoas de todas as idades e de diversas igre-jas. Quem estava ministrando no encontro eram missionáriosamericanos. Na ocasião, tive a oportunidade de ficar hospe-dado numa faculdade. Fiquei feliz, porque ficaria com osadultos e estava disposto realmente a buscar a Deus. Estáva-mos orando de mãos dadas, em uma vigília debaixo de algu-mas árvores, num lugar bonito e gramado, quando umhomem – não lembro quem – me abraçou e começou a orarcomigo. Naquele momento, não senti minhas pernas e caí nochão. Fui arrebatado em espírito e pude ver a glória de Deus.Foi absolutamente maravilhoso! Quando abri os olhos, tive anítida sensação de que os céus estavam abertos perante osmeus olhos.

Esta experiência realmente mudou a minha história.A partir daquela reunião, eu e um irmão, começamos a orarpelos demais e eles começaram a receber também a mesmaunção. Hoje, entendo que, naquele dia, o Senhor estava me

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batizando, dando-me os dons do Espírito e me chamandopara o ministério.

Saímos daquela vigília, onde havia outros grupos.Fomos passando de um grupo a outro, e oramos pelas pessoase elas foram recebendo a presença poderosa do EspíritoSanto. Daí por diante, confirmou-se o chamado para o minis-tério.

Um dia, uma mulher me viu tocando bateria na igreja edisse-me que seria pastor. Nunca imaginara aquilo! Mas, acon-teceu. Algum tempo depois, estava em frente à Igreja Meto-dista, em Cambará, e senti o desejo de ser pastor. Depois dealguns anos, fui para a faculdade, e, por incrível que pareça,fui pastor da minha igreja natal. Para todos, no concílio, emSanto Antônio da Platina, foi uma surpresa!

Minha primeira experiência em expulsar um demônioaconteceu no 1º ano de Teologia, em Londrina, quando fuicuidar do ponto missionário no bairro Cafezal. Um homem,que foi buscar a sobrinha na igreja, manifestou um espíritomaligno muito violento. Nesse momento, tive que orar eexpulsá-lo. Apesar de estar no meu 1º ano de seminário, jáera chamado de pastor e, para todos os efeitos, sentia-me “naobrigação” de expulsar o demônio.

Não me lembro exatamente como aconteceu, mas ofato é que percebi que a oração, em nome de Jesus, tinhapoder para vencer as potestades.

Um fato muito interessante aconteceu naquele dia.Meu irmão mais velho tinha ido nos visitar e, ainda não eraconvertido a Jesus. Ele tinha uma vida totalmente dominadapelo vício e teve a oportunidade de ver aquela manifestação.Lembro que ele ficou realmente impressionado e aparente-mente com muito medo. É normal! Sei que, a partir dali, o

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Espírito Santo fez uma obra na vida dele e ele converteu-se aCristo. Hoje é um líder na igreja.

Para mim, a partir daquela experiência, começou umacaminhada em direção ao ministério de libertação. Durantetrês anos, na Faculdade de Teologia, em São Bernardo, nãome lembro de ter atendido algum caso específico. Parecia queDeus estava me preparando. Sentia o desejo de ser um instru-mento nas mãos do Senhor, fazer a obra e pregar o evangelho.Enquanto estudava não deixei de trabalhar nas igrejas e sem-pre estive envolvido, pregando e auxiliando pastores.

Às sextas-feiras, durante a madrugada, íamos para ummonte orar, onde buscávamos a chama do Espírito e a visãode Deus, para que a chama não se apagasse nunca, e que Deuspudesse nos conduzir. Tinha um amigo na faculdade queexercia este ministério com muita eficiência, e Deus o usavatremendamente. Eu ficava admirado por Deus usá-lo daquelaforma e perguntava: Por que comigo ainda não acontece?Tinha realmente o desejo muito forte no coração de ser usadodaquela maneira, podendo declarar libertação sobre os cati-vos.

Quando mudei-me para a VI região (Paraná e SantaCatarina) para pastorear, Deus começou a usar-me. Isto temcrescido a cada dia, à medida que caminho o Senhor tem medado experiências tremendas com vidas que precisam delibertação espiritual. Nesta caminhada, tenho aprendido,através da Bíblia e de vivência espiritual, algumas coisas sim-ples e práticas. É o que desejo compartilhar.

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