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04 - Editorial Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Semana de... José Carlos Patrício22 - Dossier Imaculada Conceição24 - Entrevista D. Francisco Senra Coelho

54 - Multimédia56 - App Pastoral58 - Estante60 - Agenda62 - Vaticano II64 - Programação Religiosa65 - Minuto Positivo66 - Liturgia68 - Fundação AIS70 - LusoFonias

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Opinião

Prémio deJornalismo[ver+]

Papa Franciscoem périploasiático[ver+]

Portugal e aImaculada[ver+] José Eduardo Franco |Paulo Rocha |José Carlos Patrício | Bento Oliveira| Fernando Cassola Marques |Manuel Barbosa | Tony Neves |Paulo Aido

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Natal com todos

Paul o Rocha Agência ECCLESIA

Palestras sobre futebol, conversas comjogadores e declarações à imprensa solicitamtodas as palavras de Fernando Santos, namaioria dos dias. Mas, como o próprio semprerefere, nunca recusa dizer em Quem acredita emostrar como O tem de testemunhar em todas ascircunstâncias do quotidiano.E foi no uso da palavra neste segundo cenárioque Fernando Santos fez uma pausa napreparação para o mundial para falar aoscolaboradores da Conferência EpiscopalPortuguesa sobre o advento, o Natal, adiantandoformas de relacionamento e de vida em grupoque permitem viver o tempo que prepara oacolhimento da Vida do presépio, de formacoerente. Um conjunto de provocações,inesperadas talvez, que desinstalam, descolamde considerações que se repetem em torno dequatro semanas e outras tantas velas a partir dediscursos marcadamente autorreferenciais equase sempre em torno das mesmas vozes.

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De facto, o contexto é, por vezes,suficiente para que o Natal seja umanovidade, em cada ano. Basta quese procurem novos rostos, se dêatenção a quem anseia por pistasde humanidade e tarda a encontrá-las e se sacudam indicadores de“qualidade religiosa” que mais nãosão do que comodismos pessoais econdenações alheias.De uma hora de conversa, oselecionador nacional apontoumuitas sugestões, com linguageminovadora e a tocar aspetos da vidaque são essenciais para que oesforço de todos os dias atinja osresultados previstos.Um dos aspetos decorre da força do“nós”. Da capacidade de fazeresquecer o “eu”, o tu” para emergiro “nós”, a energia do grupo, capazde conquistar vitórias. Essa terásido a estratégia de um líder paralevar todo o grupo a trazer paraPortugal

o título europeu de futebol.E essa tem de ser também ametodologia de quem se assumecristão, sobretudo de quem fazcoincidir a sua ocupaçãoprofissional com a exigência de ser“discípulo missionário”.É também em torno de um “nós” queacontece Natal. Nenhum “eu” ésignificativo diante da Luz quenasce. Nem o Batista, que tudoremeteu para Aquele que viriadiante dele. O Natal mostra também que é para“nós” todos. Tanto os que montamoso Presépio, como para queles quenão sabem o que isso é; para quemtem possibilidade de oferecerprendas e os que nada lhes ligam;os que acreditam, os que O negamou são-Lhe indiferente. É que Elevem para todos! E como não sesabe quando vem, o Natal tem deser vivido sempre com todos!

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O presidente norte-americano assina o decreto formal dereconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, Washington,

DC - EUA, 06.12.2017

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“O anúncio do Presidente Trump sobre Jerusalém temum impacto potencial muito preocupante”Federica Mogherini, Bruxelas, 07.12.2017 “O Estado de Direito é aquele que cumpre oscompromissos com os seus cidadãos. Uma ‘Repúblicadas Bananas’ é aquela que faz os contratos sempre àmedida dos grandes interesses económicos”Catarina Martins, coordenadora do Bloco deEsquerda, Assembleia de República, 06.12.2017 “Vou repetir o que o ministro da Saúde disse váriasvezes: a decisão do Governo é que o Infarmed vá parao Porto, a decisão do Governo é que o Infarmed vápara o Porto. Está claro agora, estamos entendidos?”António Costa, primeiro-ministro, Assembleia deRepública, 06.12.2017 “Esta eleição na política interna em Portugal naverdade não muda nada. Nós temos um princípio decredibilização e de responsabilização das políticaseconómicas em Portugal, ela é feita com certeza nocontexto económico e monetário em que Portugal seencontra, e isso era assim antes desta eleição, e vaiser assim após esta eleição”Mário Centeno, ministro das Finanças e novopresidente do Eurogrupo, Bruxelas, 04.12.2017

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Um prémio para o jornalismona área da religião

O jornalista João Francisco Gomes,do ‘Observador’, foi distinguido como prémio de jornalismo D. ManuelFalcão, pela sua “entrevista de vida”a D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.João Francisco Gomes é jornalistahá menos de dois anos e mostra-sefeliz por receber este prémio naárea da informação religiosa. “Numaaltura em que a religião é um tema,parece-nos, que tem tido cada vezmenos lugar na imprensa, recebereste prémio é

motivo de orgulho para mim”,referiu, em declarações à ECCLESIAe à Renascença.A distinção é atribuída peloSecretariado Nacional dasComunicações Sociais (SNCS),órgão executivo da ComissãoEpiscopal da Cultura, Bens Culturaise Comunicações Sociais, daConferência Episcopal Portuguesa,em parceria com o GrupoRenascença Multimédia.O júri decidiu “por unanimidade”distinguir a entrevista ‘D. António

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Marto: Representava melhor o diabodo que o anjo, ironia do destino’.Uma “entrevista de vida” querevelou aspetos da vida do atualbispo da Diocese de Leiria-Fátimaque eram desconhecidos de muitaspessoas, como recorda JoãoFrancisco GomesD. João Lavrador, presidente daComissão Episcopal da Cultura, dosBens Culturais e das ComunicaçõesSociais, dá aos parabéns aopremiado “pelo seu trabalho, agoradistinguido, e ao Observador paraquem trabalha”.O bispo de Angra realça que D.Manuel Falcão, antigo bispo deBeja, que dá nome ao prémio, “foi,ao longo da sua vida sacerdotal enomeadamente episcopal, umhomem dedicado à comunicação,bom critico e perspicaz na análisedos factos”. “Com este prémioqueremos afirmar junto dacomunicação social os valoresessenciais da edificação doautêntico humanismo, da dignidadeda pessoa, da verdade, dapromoção dos valores quecaracterizam a nossa cultura ecivilização europeias. Masigualmente o profissionalismo dojornalista que aceita o desafio detrabalhar temas do humanismocristão que confrontam a culturaatual”, acrescenta o presidente daComissão Episcopal da Cultura, dosBens Culturais e das ComunicaçõesSociais, em carta enviada aopremiado.

O padre Américo Aguiar, diretordo SNCS, explica à AgênciaECCLESIA que o prémio querdistinguir “jornalistas no ativo”, nestecaso extensível ao próprio‘Observador’, incentivando um“trabalho sério”. João FranciscoGomes viu vários dos seustrabalhos serem apresentados aoprémio, sendo distinguida umaentrevista “muito interessante” pelaforma diferente como a trabalhou,mostrando “um homem que partilha,sem complexos, a sua fé”.O trabalho jornalístico distinguido naedição 2017 do ‘Prémio deJornalismo D. Manuel Falcão’ foipublicado no Observador no dia 7de maio de 2017.

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Superar materialismo e solidãorumo à NatalO bispo de Setúbal defendeu anecessidade de fazer do tempo deAdvento um caminho de preparaçãopara o Natal com atenção ao“materialismo e solidão” que afetama sociedade. “A esperança faz-nosavaliar, corrigir e avançar, paraconstruir um mundo melhor, paralevar luz onde há trevas;reconciliação onde há conflitos; pãoonde há fome; justiça onde háopressão; fé onde há, apenas,materialismo e solidão”, refere D.José Ornelas, numa mensagemenviada à Agência ECCLESIA.O responsável propõe como formasde viver a preparação para acelebração do nascimento de Jesusa “leitura atenta da Palavra deDeus”, a oração e a “abertura docoração aos que mais precisam deatenção, de ajuda, de esperança”.A Mensagem assinalou o início donovo ano litúrgico, o tempo doAdvento, que engloba os quatrodomingos anteriores ao Natal. “Estetempo sublinha a dimensão decaminho e de esperança quecarateriza a fé cristã, promovendouma atitude ativa de compromissona transformação da própria vida

e do mundo à nossa volta”, sublinhao bispo de Setúbal.“Não nos resignamos nem nosdeixamos intimidar pelas maioresdificuldades, pelo sofrimento oupelos nossos limites e pecados”,acrescenta.D. José Ornelas propõe uma “visãorealista de fé”, que valoriza o ladopositivo e reconhecer “os erros, osofrimento, a pobreza, a injustiça, aguerra, a desumanização”. “É tempode abrir o nosso coração a Deusque abre os olhos do nosso coraçãopara além daquilo que vemos,sabemos e podemos. É tempo de teresperança! É tempo de seresperança!”, escreve.O bispo de Setúbal propõe comofigura inspiradora São João Batista,“o profeta do advento”. “É tempo desair de si próprio, de abrir os olhosaos que nos cercam, de estender amão a quem está caído, paraconstruir um mundo mais justo, maissolidário e mais humano”, sustenta.

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Bragança-Miranda vive Ano doBatismoO bispo de Bragança-Mirandaapelou a uma “reviravoltamissionária” nas comunidadescatólicas, que começaram a viverum ano um litúrgico-pastoraldedicado ao sacramento doBatismo. “A pastoral atual na nossaDiocese é ainda muito marcada pelomodelo de cristandade,apresentando muita dificuldade, eàs vezes, muita resistência paraassumir uma reviravoltamissionária”, escreve D. JoséCordeiro, na nota pastoral para estenovo ano.O documento, enviado à AgênciaECCLESIA, sublinha a importânciada iniciação cristã e do simbolismodo Batismo, como “dom da águaque dá vida verdadeira e eterna”.“Hoje são muitos os poços que seoferecem à sede do homem, mas épreciso discernir para evitar águaspoluídas. É urgente orientar bem abusca, para não ser vítima dedesilusões, que podem arruinar”,adverte o responsável pela diocesetransmontana.A Diocese de Bragança-Miranda vaidedicar a estas temáticas o triéniolitúrgico-pastoral 2017-2020.“Ninguém nasce cristão, torna-secristão pelo Batismo, a fonte detodas as vocações. O percursoiniciático, o catecumenado, deâmbito

catequético-litúrgico e moraldestina-se não apenas a fazer ocristão, mas a própria Igreja”,precisa D. José Cordeiro.O bispo diocesano assume oobjetivo de promover a iniciaçãocristã como “processo de formaçãointegral da fé e como que umsacramento em três etapassacramentais: Batismo, Confirmaçãoe Eucaristia”. “Todavia, a iniciaçãocristã é muito mais que apreparação para a celebraçãodestes sacramentos, sendo umainiciação ao mistério de Cristo, aomistério da Igreja e à vida cristãatravés dos sacramentos”,acrescenta.Como proposta para este novo anopastoral, o bispo de Bragança-Miranda convida os católicos a“fazer uma peregrinação à fontebatismal onde foi batizado” e a“celebrar, na alegria da fé, o dia doaniversário do Batismo”.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Valorização do «grupo» é lição no futebol e nas comunidades católicas -Fernando Santos

«Sim, existo»

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Mianmar, Bangladesh e os rohingya

O Papa Francisco evocou osrefugiados rohingya, após a viagemque realizou na última semana aoMianmar e Bangladesh, países nocentro desta crise humana. “Fiqueimuito tocado com o encontro comrefugiados Rohingya e pedi-lhesque nos perdoassem pelas nossasfalhas e pelo nosso silêncio,apelando à comunidadeinternacional para que os ajude esocorra todos os grupos oprimidos eperseguidos presentes no mundo”,referiu, na audiência públicasemanal que decorreu na salaPaulo VI.

O Papa questionou a “humanidade”de quem ignora o sofrimento alheio.“Quem não sofre com o irmãosofredor, ainda que seja diferentede si por causa da raça, da religião,da língua ou cultura, deveinterrogar-se sobre a sinceridade dasua fé e sobre a sua humanidade”,advertiu.Francisco encontrou-se na últimasexta-feira com um grupo de 18refugiados no Bangladesh, usandoa palavra rohingya para se referiraos refugiados vindos do Mianmar,já após ter visitado o territóriobirmanês. “Quis exprimirsolidariedade ao

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Bangladesh no seu compromisso desocorrer os refugiados rohingya,que afluem em massa ao seuterritório, onde a densidade dapopulação é já uma das mais altasdo mundo”, explicou o Papa.Um acordo alcançado há duassemanas entre o Bangladesh eMianmar, sob a forma dememorando, prevê o início de umprocesso de repatriação no prazode dois meses, algo que foiquestionado esta terça-feira noConselho de Direitos Humanos daONU.O Papa Francisco realçou que asua visita ao Mianmar foi a primeirade um pontífice, realçando que opaís “se encaminha para uma novarealidade

de paz e de liberdade”. “Ao reunir-me com o Conselho Supremo dosmonges budistas, quis manifestar omeu desejo de trabalharmos unidospara ajudar as pessoas a amar aDeus e ao próximo, recusandoqualquer tipo de violência”,prosseguiu.Em relação ao Bangladesh,Francisco sublinhou dois momentosde “particular alegria”, a ordenaçãode 16 sacerdotes e o encontro comos jovens, católicos, muçulmanos ede outras religiões, “sinal deesperança” para a Ásia e todo omundo. “Foi mais um passo emfavor do respeito e do diálogo entreo Islão e o Cristianismo”, declarou.

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Papa preocupado com questão de JerusalémO Papa manifestou esta quarta-feira“profunda preocupação” com adiscussão sobre o estatuto deJerusalém, no dia em que opresidente dos EUA reconheceu acidade como capital de Israel. “Omeu pensamento vai agora paraJerusalém: a esse respeito, nãoposso calar a minha profundapreocupação com a situação que secriou nos últimos dias”, disseFrancisco, no final da audiênciapública semanal que decorreu noVaticano.Sem se referir diretamente àdecisão da administração Trump, oPapa dirigiu um apelo para quetodos saibam “respeitar o status quoda cidade, em conformidade com asrespetivas Resoluções das NaçõesUnidas”. “Jerusalém é uma cidadeúnica, sagrada para os judeus, oscristãos e os muçulmanos, que nelaveneram os Lugares Santos dasrespetivas religiões, e tem umavocação especial para a paz”,acrescentou.Francisco rezou para que estaidentidade “seja preservada ereforçada” em benefício da TerraSanta, do Médio Oriente e de todo

o mundo. “Que prevaleçam asabedoria e a prudência, para evitarque se somem novos elementos detensão num panorama mundial jáconvulso e marcado por tantos ecruéis conflitos”, concluiu.Antes, o Papa recebeu osparticipantes na reunião do ComitéPermanente para o Diálogo compersonalidades religiosas daPalestina, com quem sublinhou aimportância do diálogo inter-religioso e de reconhecer os direitosde todos os habitantes da região.“Invoco sobre todos vós bênçãosabundantes e desejo paz eprosperidade para o povo palestino,para a Terra Santa e para todo oMédio Oriente, tão caro a mim e atoda a Igreja Católica”, disse.

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Superar tentações da ideologiae do fatalismoO Papa Francisco desafiou osjovens católicos a superar as“tentações da ideologia e dofatalismo” na mensagem para o DiaMundial das Vocações 2018, anoem que a Igreja vai dedicar umaassembleia do Sínodo dos Bisposàs novas gerações. “Hoje temosgrande necessidade dodiscernimento e da profecia, desuperar as tentações da ideologia edo fatalismo e de descobrir, norelacionamento com o Senhor, oslugares, instrumentos e situaçõesatravés dos quais Ele nos chama”,escreve o pontífice, na mensagemdivulgada esta segunda-feira peloVaticano.O texto tem como título ‘Escutar,discernir, viver a chamada doSenhor’.O Papa sublinha que a vocaçãocristã “tem sempre uma dimensãoprofética”. “Como nos atesta aEscritura, os profetas são enviadosao povo, em situações de grandeprecariedade material e de criseespiritual e moral, para lhecomunicar em nome de Deuspalavras de conversão, esperança econsolação”, precisa.O 55.º Dia Mundial de Oração pelasVocações vai ser celebrado a 22 deabril de 2018, IV Domingo dePáscoa. A XV Assembleia GeralOrdinária do

Sínodo dos Bispos, marcada paraoutubro do próximo ano, serádedicada aos jovens,particularmente à relação entre fé evocação.“Não estamos submersos no acaso,nem à mercê duma série de eventoscaóticos; pelo contrário, a nossavida e a nossa presença no mundosão fruto duma vocação divina”,realça Francisco.O Papa realça a necessidade deimpedir que a voz de Deus seja“sufocada pelas muitas inquietaçõese solicitações” do quotidiano. Otexto deixa votos de que cadacatólico seja capaz de “ler pordentro a vida”, no momentopresente. “Cada um de nós échamado – à vida laical nomatrimónio, à vida sacerdotal noministério ordenado, ou à vida deespecial consagração – para setornar testemunha do Senhor, aqui eagora”, assinala.

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Papa agradece ofertas de árvore de Natal e presépio, símbolos da«compaixão» de Deus

«Vídeo do Papa» apresenta intenção de oração para o mês de dezembro

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Como queremos construir esteNatal?

José Carlos Patrício Agência ECCLESIA

Quando calhou a minha vez de escrever paraesta rúbrica do Semanário ECCLESIA, veio-me àcabeça construir o texto à volta das letras quedão corpo à palavra NATAL.E a partir daqui deixar também os desejos queespero ver concretizados a partir desta quadra,para todos nós, para o país e o mundo - comoqueremos construir este Natal?Na letra N, destaco a palavra “Necessidade” efaço votos de que um dos maiores presentesdeste Natal seja a atenção pelos mais pobres eos que mais precisam de apoio e proximidade.Os idosos e doentes, os sem-abrigo e os órfãos,os que vivem na solidão ou isolamento, mastambém aquele familiar ou amigo que sabemosque precisa de alento para ultrapassar umasituação mais difícil.Para a letra A, que neste caso tenho mesmo deescolher duas palavras, proponho “Apaziguar” e“Alegria”, porque o nosso mundo precisa de paz,entre as nações e nos corações das pessoas.E precisa da verdadeira felicidade que nasce desabermos que somos todos irmãos e que temosde trabalhar todos para o mesmo: uma vidaplena e que valha a pena ser vivida!Enquanto escrevo, passam na televisão relatosde confrontos em Belém, na Terra Santa, nacidade onde nasceu o Menino Jesus.Como todos sabemos trata-se de um dramaantigo, mas ganhou atualidade depois dopresidente

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dos Estados Unidos da América terreconhecido oficialmente Jerusalémcomo capital de Israel.Sim, é irónico estar a pedir pazneste tempo de Natal, quando nemno espaço onde tudo começou,para os cristãos, ela existe.Mas isso reforça a necessidade deuma mudança de paradigma, e doNatal colocar também no coraçãodos nossos governantes mais bomsenso e um espírito mais fraterno,menos centrado no próprio umbigo.Com esta linha, passo para o meuquarto desejo, que tem como base apalavra ‘Terra’, porque estamosnum tempo em que cuidar do nosso

planeta, da Natureza, é cada vezmais urgente.Atualmente, parece que nem todos,sobretudo os países ditos maisdesenvolvidos estão despertos paraesta realidade: que Casa é quequeremos deixar para os nossosfilhos, para as gerações de amanhã?Falta a letra L, onde optei pelapalavra ‘Liberdade’, porque omundo que quero para mim, para aminha família, e para todos, temtambém de continuar a ter esteingrediente, por muito quecontinuem a surgir forças eideologias que o querem eliminar.Um grande abraço e um excelenteNATAL para todos!

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Esta edição do Semanário ECCLESIA chega àssuas mãos no dia em que a Igreja Católica celebra a

solenidade da Imaculada Conceição, uma marcaessencial da espiritualidade da alma e da identidade

do povo português.A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceiçãoestá em destaque neste dossier, que se abre com

uma grande entrevista a D. Francisco Senra Coelho,bispo auxiliar de Braga, a propósito do seu novo

livro editado pela Paulus, "Nossa Senhora e aHistória de Portugal - Alianças com Santa Maria".

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«O berço da Pátria é confundidocom o colo de Maria»D. Francisco Senra Coelho conta a história de Portugal em sete etapas, aque correspondem outras tantas alianças da nacionalidade com NossaSenhora. A garantia da independência e da soberania, em momentosdecisivos e desde a nacionalidade, são atribuídos pela tradição e pelo povoportuguês a Nossa Senhora, a quem sempre se manifestou agradecido. EmAlcobaça, Batalha, Vila Viçosa, Sameiro e Fátima estão referênciasessenciais dessa gratidão.

Entrevista conduzida por Paulo Rocha Agência Ecclesia (AE)– O quejustifica um feriado no dia 8 dedezembro?D. Francisco Senra Coelho (FSC)– Há vários motivos para que, emPortugal, o dia 8 seja feriado. Emprimeiro lugar, por razões históricas,uma vez que a História de Portugalse confunde com a dimensãomariana. A própria independênciade Portugal foi atribuída, no seumérito a na sua capacidade deajuda, a Nossa Senhora pelo nossoprimeiro rei. Por outro lado, há umaconstante valorização do dogma daImaculada Conceição na Faculdadede Teologia da Universidade deCoimbra, quando era ainda um temaem aberto e discussão teológica.Quando, no dia 8 de dezembro de1854, o Papa Pio IX fez aproclamação do dogma daImaculada Conceição foi umaalegria para Portugal, uma

vez que era uma das causasassumidas pela teologia portuguesa.Ao longo de toda a história teológicade Portugal, este tema era muitopróximo.Há também uma dimensão social,neste feriado, marcada pelamaternidade: a vivência do dia damãe, neste dia, que foi sempremuito importante para Portugal.Numa sociedade muito paternalcomo a portuguesa, a mãe exerceusempre o recando da ternura. ENossa Senhora apareceu associadaà figura da mãe, como Mãe deCristo e modelo para todas as mães.E o dia da mãe fez do dia 8 dedezembro um feriado assumidopelas famílias e com umapopularidade enorme e com umadimensão profunda na rede socialportuguesa e no viver quotidiano dacidadania.

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Agência Ecclesia (AE)– O que justifica um feriado no dia 8 de dezembro?D. Francisco Senra Coelho (FSC)– Há vários motivos para que, em Portugal, o dia 8seja feriado. Em primeiro lugar, por razões históricas, uma vez que a História de Portugalse confunde com a dimensão mariana. A própria independência de Portugal foiatribuída, no seu mérito a na sua capacidade de ajuda, a Nossa Senhora pelo nossoprimeiro rei. Por outro lado, há uma constante valorização do dogma da ImaculadaConceição na Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra, quando era aindaum tema em aberto e discussão teológica.Quando, no dia 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX fez a proclamação do dogma daImaculada Conceição foi uma alegria para Portugal, uma vez que era uma das causasassumidas pela teologia portuguesa. Ao longo de toda a história teológica de Portugal,este tema era muito próximo.Há também uma dimensão social, neste feriado, marcada pela maternidade: a vivênciado dia da mãe, neste dia, que foi sempre muito importante para Portugal. Numasociedade muito paternal como a portuguesa, a mãe exerceu sempre o recando daternura. E Nossa Senhora apareceu associada à figura da mãe, como Mãe de Cristo emodelo para todas as mães. E o dia da mãe fez do dia 8 de dezembro um feriadoassumido pelas famílias e com uma popularidade enorme e com uma dimensão profundana rede social portuguesa e no viver quotidiano da cidadania.

AE – Deveria voltar a celebrar-se odia da mãe no dia 8 de dezembro?FSC – Para mim, sim, faria sentido.O mês de dezembro é marcado peladimensão da família, damaternidade. O Natal não édissociado da família, numa grandeperspetiva da festa da família quese junta. Começar o mês de Natalcom o dia da mãe seria muitooportuno. E também e dimensão dagenerosidade que marca o mês dedezembro, em que toda a gentesente um apelo à partilha, àfraternidade, à dimensão da pazuniversal. E tudo isto cabe noregaço e no colo da Mãe, que éNossa Senhora, e que são todas asmães! AE – A História de Portugal coubetambém no regaço e colo de NossaSenhora? Que marcos da Históriade

Portugal incluem a presença deNossa Senhora e como osapresenta no livro que acaba deeditar “Nossa Senhora e a Históriade Portugal”?FSC – Eu fiz uma opção por setemarcos, sete alianças. Trata-se deum número bíblico, que tem umacaraterística de plenitude e, porisso, fixei-me aí.A independência de Portugal foi,desde logo, agradecida por D.Afonso Henrique a Nossa Senhora.O Mosteiro de Alcobaça, a Igreja daSenhora dos Mártires em Lisboa, aIgreja das Alcáçovas, em Santarém,são votos em ação de graças pelaindependência de Portugal e adignidade de um reino reconhecidopelo Papa em 1179.O berço da pátria é confundido como colo de Maria.Encontramos depois a grave crisede

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1383-1385, vencida na grandebatalha de Aljubarrota, que setransformou numa referência icónicade Portugal. E sabemos que NossaSenhora, no dia 15 de agosto, éinvocada como aquela que nos háde ajudar, em 1385, a

readquirir a nossa realezaindependente, com a proclamaçãodo Mestre de Aviz, D. João I, Rei dePortugal. E o Mosteiro da Batalha é,de facto, a grande proclamaçãodessa vitória.

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AE – A figura de Nossa Senhoraacompanha também a epopeiamarítima de Portugal?FSC – Sim! A descoberta docaminho marítimo para a Índia équalquer grandioso para o desígniode Portugal. Fez do nosso país aprimeira potência do mundo deentão. A ‘Rota da Seda’, que eraquase mitológica na história daEuropa, chegava até Veneza e faziados doges de Veneza grandesfiguras da economia e finançaseuropeias, passa para o Terreiro doPaço, para Lisboa. Todo o espóliodas especiarias já não chega àEuropa por terra, mas agora vemnas caravelas para Lisboa. Nósfomos a primeira potência mundialfruto da descoberta do caminhomarítimo para a Índia. Num tempoefémero, mas foi algo que marcou agrandeza deste povo. E esse rasgarde grandes caminhos e estradaspelo mundo é atribuído a NossaSenhora. D. Manuel Faz, por isso,acontecer a Igreja de NossaSenhora de Belém e depois osMosteiro dos Jerónimos, numaterceira aliança de Portugal comNossa Senhora.

AE – Chegamos depois a um dosmomentos mais significativos dessaligação de Nossa Senhora ao Reinode Portugal, com a Restauração?FSC – Temos de começar porperceber o que foi a dor de Portugalquando experimentou, outra vez, aperca da independência com apresença da Dinastia Filipina entrenós e o movimento da restauração.D. João IV, o duque de Bragança, éclaro na sua afirmação: foi NossaSenhora que nos deu aindependência. O que se traduz nacoroação de Nossa Senhora daConceição de Vila Viçosa e naabdicação da coroa pela corte dePortugal, que deixa de a usarporque Nossa Senhora é, de facto,a Rainha. AE – Isso seis anos depois daRestauração da Independência?FSC – No dia 25 de março de 1646,quando foi proclamada comoPadroeira de Portugal e depoisconfirmada por Urbano VIII, emforma de breve.

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AE – O que terá acontecido derelevante, entre 1640 e 1646, quelevou D. João IV a coroar NossaSenhora como Rainha de Portugal?FSC – Celebrar a conquista daindependência, enquadrada nocontexto histórico de Portugal, quesempre sente a gratidão em relaçãoa Nossa Senhora, e também oacentuar do apoio à tese teológica,que estava muito sobre a mesa e aamadurecer, que havia deacontecer depois com o Papa Pio IX,do dogma da Imaculada Conceição.Quer-me parecer que há tambémuma atitude de reconhecimentopolítico de todo o apoio que D. JoãoIV recebeu. Porque há ummovimento restauracionista, quetinha uma espiritualidade, umsímbolo que o congregava e unia: aImaculada. D. João IV não seriaproclamado rei sem uma grandebase de apoio, que tem a suaiconografia e símbolo em NossaSenhora da Conceição. OMovimento Concecionista foitambém emergente de apoio políticoao Duque de Bragança. Aoproclamar Nossa Senhora daConceição como Padroeira,agradeceu esse apoio político, quetinha na sua simbologia máxima adefesa e o apoio de Nossa Senhorada Conceição.

AE – Consagra-se também nesseséculo XVII a relevância doSantuário de Vila Viçosa?FSC – Muito! Porque a Casa deBragança, nesse contexto,despendeu de bastantes verbaspara melhorar o edifício que estavaa precisar de obras urgentes. E avalorização daquela casa comosímbolo de toda a nova dinastiabragantina. AE – Passamos para a quintaaliança, com D. João VI…FSC – Acontece em muitosofrimento, provocado pelasinvasões francesas, comconsequências patrimoniais e osofrimento de vidas. A cidade deÉvora foi martirizada, por exemplo.O bispo auxiliar de Évora foi morto atiro de pistola. Há um sofrimento portodo o país, com as invasõesfrancesas, temendo-se a perca daindependência. A coroa foi par aoBrasil e D. João VI quis agradeceraos que ficaram em Portugal, com orisco de vida, pela heroicidade naproclamação do sentido nacional.Criou a Real Ordem da Senhora daConceição para homenagear todosos resistentes que permaneceramno Continente e nas Ilhas daMadeira e dos Açores, com osentido da gratidão. Faz umaconsagração à Senhora daConceição,

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voltando à consagração de VilaViçosa e à consagração do primeirorei de Portugal, a Senhora daOliveira, em Guimarães.Essa atitude de condecorar os queficaram e resistiram às invasõesfrancesas e o agradecimento pornão perdermos a liberdade, masvoltar a ser pátria, acontece com oregresso da coroa a Portugal. D.João VI renova a consagração eatribui a liberdade de Portugal faceàs tropas francesas ao poder eajuda de Nossa Senhora.Existe a consciência de desígnio, defilhos, num povo que tem umaaliança com a Mãe e é sempre elaque vem ajuda. Sem ela nãoseríamos nada. É umaespiritualidade que brota com umcariz muito genuíno, de um coraçãode um pequeno povo, em número,que sabe e consegue grandesepopeias. Sentindo-se incapaz deas realizar sozinho, atribui-as aNossa Senhora, que tem como Mãe.Portugal é uma Pátria com Mãe!Não uma Pátria órfã, sem saber deonde vem. AE – Sexta aliança acontece nocontexto do liberalismo.FSC – O liberalismo é importadosobretudo da França. Em Portugal,ficam as sementes de umarevolução

onde se prescinde de umarevelação, quer judaica, quer cristãe mesmo islâmica. O iluminismo nãoaceita a autoridade da tradição e demodo algum o Livro Sagrado.Aposta na racionalidade e nacompreensão de Deus sem dogmasde fé, apenas pela filosofia, pelateodiceia, pela teologia racional. Eessa atitude espanta o nosso povo:como é que os intelectuaisportugueses, como é que os quenos conduzem se afastaram danossa matriz e da nossa origemcristã? Essa reação é expressa nocaso muito concreto do Sameiro: ummovimento popular, de carizespontâneo, acompanhado pelopadre Martinho António Pereira daSilva, natural de Semelhe, que fazcolocar no cume da montanha, em1869, uma imagem de NossaSenhora da Conceição.

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A escultura, esculpida em Roma ebenzida pelo Papa Pio IX, porta umabelíssima e valorosa coroa de 2quilos e meio em ouro maciço ebrilhantes, oferecido em 1904 pelasmulheres de Portugal, incluindo aRainha D. Amélia de Orleans.Voltamos ao dia da mãe, ao 8 dedezembro: uma coroa de ouromaciço mostra um povo quesublinha o quer, para onde quer ir ede quem é. Por isso, o Sameiro éum Santuário tipicamente popular ereativo a um contexto cultural deuma elite muito marcada peloiluminismo e com conduções derealidades como a maçonaria, queadquiriram grande peso no séculoXIX em Portugal.

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AE – A que se refere a últimaaliança, a sétima, que apresenta nolivro “Nossa Senhora e a História dePortugal”?FSC – Vamos aí encontrar Fátima.1917 é um ano duro pela I GuerraMundial, onde Portugal entrou deuma maneira desastrosa. Estamosàs portas da revolução de SidónioPais e era tal a perseguição damaçonaria à Igreja que a maçonariamitigada, na figura de Sidónio Pais,faz uma revolução para que nãofossem tão perseguidos oscatólicos. Nessa ocasião, oarcebispo de Braga, D. ManuelVieira de Matos,

e o arcebispo de Évora, D. AugustoEduardo Nunes, estavam expulsosde Portugal, tinham de sair dasfronteiras de Portugal. E SidónioPais faz um decreto, após a suarevolução, que dispensa dessaexpulsão os dois metropolitas. E émorto a tiro de pistola na Estação doRossio.

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FSC – É neste contexto de grandesofrimento, sem esquecer ocontexto mundial, nomeadamente arevolução Bolchevique na Rússia,em outubro de 1917, que se dá estagrande manifestação de NossaSenhora, em Fátima.É aquela com quem um povo fezaliança e de quem se socorreu queagora vem pedir ao povo sofrido doextremo da Europa que leve umamensagem de paz a todo oContinente e ao mundo. É estepovo, representado nos maispequeninos, três crianças, que éconvocado para uma resposta àsalianças que com ela NossaSenhora fez ao longo da história. AE – O feriado de 8 de dezembrocelebra a Imaculada Conceição etem de celebrar também toda ahistória de Portugal ligada a Maria?FSC – Sem dúvida! Quandocelebramos o dia 8 de dezembroestamos a celebrar Nossa Senhorana sua Conceição Imaculada. Foi aío seu primeiro instante deexistência! E ela, desde essemomento, é Filha da Luz eabsolutamente livre, por fazersempre a escolha pelo bem, pelajustiça e nunca ser dominada pelainiquidade.Nós estamos também a celebrarMaria que tem a ver com toda a

história de Portugal desde o seuinício. É o princípio da sua vida,proclamando-a desde sempre,desde toda a sua existência, comomodelo para nós em todos osaspetos da sua vida. AE – E que legado é esse para ahistória de Portugal?FSC – É um legado dehumanização, que decorre dapalavra mãe: dádiva da vida,gratuidade, acolhimento, entregaincondicional, ser mãe! E isso temde estar impresso na nossa históriae no nosso desígnio nacional, tantona missão de hoje como no futuro.Portugal tem de ter uma grandedimensão humanística de serviço eacolhimento. Portugal não pode sernunca um país sem coração.

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Imaculada Conceição,um feriado com história portuguesa

A solenidade da ImaculadaConceição, que a Igreja Católicaassinala anualmente a 8 dedezembro, é uma marca essencialda espiritualidade e da identidadedo povo português.O dogma da Imaculada Conceiçãode Maria foi proclamado a 8 dedezembro de 1854, através da bula‘Ineffabilis Deus’, a qual declara

a santidade da Virgem SantaMaria desde o primeiro momento dasua existência, sendo preservada dopecado original.Pio IX, depois de ter consultado oepiscopado do mundo inteiro,declarou solenemente, fazendoapelo à autoridade suprema do seumagistério: “A doutrina segundo

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a qual a Bem-aventurada VirgemMaria, no primeiro instante da suaconceição, foi por especial privilégiode Deus Omnipotente, com vistaaos méritos de Jesus Cristo,Salvador do género humano,preservada imune de toda a máculado pecado original, é revelada porDeus e deve por isso ser acreditadapor todos os fieis, firmemente e comconstância”.Para assinalar esta proclamação,em 1869 construiu-se, no Sameiro,um santuário dedicado à ImaculadaConceição de Maria.A Universidade de Coimbra tem umpapel importante em todo esteprocesso, já que todos os seusintelectuais defenderam o dogmasob forma de juramento solene.A ligação entre Portugal e aImaculada Conceição ganharadestaque em 1385, quando astropas comandadas por D. NunoAlvares Pereira derrotaram oexército castelhano e os seusaliados, na batalha de Aljubarrota, econsolidaram a afirmação daidentidade lusitana. Em honra a estavitória, o Santo Condestável fundoua igreja de Nossa Senhora doCastelo, em Vila Viçosa, e fezconsagrar aquele templo a NossaSenhora da Conceição.

A antiga igreja de Nossa Senhora doCastelo, espaço onde se ergueatualmente o santuário nacional, afirmou-se nos finais do século XIVcomo o primeiro sinal destadevoção, em toda a PenínsulaIbérica.Um segundo passo deu-se duranteo movimento de restauração daindependência que acabou com odomínio castelhano em Portugal eque culminou com a coroação de D.João IV como rei de Portugal, a 15de dezembro de 1640, no Terreirodo Paço, em Lisboa.O mesmo D. João IV, atento a umareligiosidade que também jáenvolvera a construção demonumentos como o Mosteiro daBatalha, o Convento do Carmo e oMosteiro da Conceição, coroou aImagem de Nossa Senhora daConceição de Vila Viçosa comoRainha e Padroeira de Portugaldurante as cortes de 1646.

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Vila Viçosa abre portas a milhares deperegrinos para a festa daImaculada ConceiçãoO Santuário de Nossa Senhora daConceição, em Vila Viçosa, naArquidiocese de Évora, acolhe estasexta-feira peregrinos de todo opaís para a celebração dasolenidade da ImaculadaConceição, padroeira de Portugal.As comemorações, naquele que éum dos pontos mais emblemáticosda devoção portuguesa à ImaculadaConceição, começam

a partir das 09h30, com oacolhimento aos peregrinos e aoração do terço.Depois, às 11h00 tem início aeucaristia da solenidade daImaculada Conceição e no programahá ainda a destacar a procissão emhonra de Nossa Senhora daConceição, que vai percorrer asruas de Vila Viçosa a partir das15h00.

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Numa entrevista à AgênciaECCLESIA, o reitor daquelesantuário sublinhou um eventomuito significativo para todos osportugueses, num local que todosos anos é visitado por “milhares deperegrinos e turistas”.“Há gente que às vezes pode nemparticipar na Missa de domingo, éengraçado, mas a devoção égrande e acorre aqui muita gente”,salienta o padre Francisco Couto.O Santuário de Nossa Senhora daConceição, em Vila Viçosa, járecebeu também a visita de umPapa, o agora São João Paulo II, em1982.A história daquele local de cultoestá ainda ligada à instituição de umdos principais dogmas da IgrejaCatólica.Em 1646, depois de assegurada aindependência portuguesa deCastela, o rei D. João IV ligou essefeito à intercessão de Maria econsagrou Nossa Senhora daConceição como padroeira dePortugal.“Reza a história que deixou de usarcoroa e concedeu uma réplica dasua coroa à imagem que veneramosatualmente no Santuário”, conta opadre Francisco Couto, que destacaa ligação deste acontecimento àdecisão da Santa Sé em adotarcomo dogma a

‘imaculada conceição’ de Maria, em1854, durante o pontificado do PapaPio IX. “Portugal já era palco de umadiscussão ligada à Imaculada Conceição, e é magnífico perceberque um reino e o seu rei se dobramdiante desta que é mãe e mãe daIgreja, sinal e símbolo da Igreja”,considera o sacerdote.Situado no interior do castelo de VilaViçosa, o santuário nasceu graçasao contributo de D. Nuno ÁlvaresPereira, hoje São Nuno de SantaMaria.Foi esta figura histórica nacionalque mandou erguer a igreja deNossa Senhora do Castelo econsagrou aquele templo (osantuário primitivo) a NossaSenhora da Conceição, depois deter derrotado as forças castelhanasna batalha de Aljubarrota, em 1385.Por ano, acorrem a Vila Viçosacerca de 8 mil peregrinos, nacionaise estrangeiros, com relevo parapaíses como Itália e Angola.

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Instituto da Padroeira de Portugalpara os Estudos da Mariologia -IPPEMA cultura e a identidadeportuguesas têm sido, desde a suagénese, modeladas pelaespiritualidade e pelas marcaspluriformes da devoção a NossaSenhora, cognome maisreferenciado para designar comveneração a Mãe de Jesus deNazaré. Não é excessivo considerarque aspetos importantes daherança cultural estão eivados demarianismo entendido como oinfluxo de elementos típicos dadevoção àquela que é consideradaa Mãe de Deus no quadro datradição cristã de confissão católica.Podemos observar esse influxo nãosó na vivência religiosa docristianismo, como nas tradiçõespopulares mais diversas, até o seureflexo na cultura erudita, naliteratura, na música, na arquitetura,na iconografia e nas mais diversasexpressões da Arte. O facto dePortugal ter como um dos seus maisantigos cognomes o de intitular-seTerra de Santa Maria é uma dasexpressões mais eloquentes dainfluência da espiritualidade marianaque tem embebido transversalmentetodas os sectores sociais ao longodos tempos, desde as elites até ao

povo simples que aclama e venera aMãe de Cristo como sua mãetambém e universal Protetora e, cujoculto remonta aos inícios danacionalidade.A assunção plena destaespiritualidade mariana na relaçãocom derivas decisivas da história dePortugal observa-se no período daRestauração Portuguesa em que oentão Rei de Portugal, D. João IV, oprimeiro da nova dinastia deBragança, coroa Nossa Senhora daConceição como Rainha dePortugal, contribuindo paraposicionar o nosso país entre asmonarquias europeias que maisvalorizaram o papel teológico ehistórico da Mãe de Jesus. Nocalendário litúrgico de Portugal aImaculada Conceição é tomadacomo a padroeira principal. Essavalorização acabaria por dar realcee, por fim, a vitória a uma dascorrentes teológicas em polémicadesde a Idade Média, a correnteimaculista, que defendia oreconhecimento pela Igreja de umestatuto antropoteológico especialpara a Mãe de Cristo, que seráfinalmente atribuído no século XIXcom a proclamação do dogma daImaculada Conceição por Pio IX e,

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no século XX, com a proclamaçãodo dogma da Assunção de NossaSenhora ao Céu por Pio XII.Por seu lado, não é irrelevante opapel desta cultura de NossaSenhora em Portugal paraentendermos a centralidade daafirmação internacional no séculoXX de uma espiritualidade marianadecorrente da experiência dasAparições da Cova da Iria em 1917.A edificação bem sucedida doSantuário de Fátima que, cem anosdepois,

ganhou uma projeção global comoum dos santuários marianos maisimportantes do mundo não se podedesligar de uma cultura e de umamentalidade e até de umaespiritualidade coletiva tonificadapelo culto a Nossa Senhora.Não deixa de constituir uma lacunasignificativa que um país comoPortugal, que tem uma tãointeressante e estruturadora culturamariana, não tenha um centro deestudos especializado no

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conhecimento científico destaherança espiritual e cultural, tendopor referência a sua padroeira e astradições, devoções e criaçõesartísticas e patrimoniais geradas emtorno desta relação estreita entreNossa Senhora e a modelação daidentidade portuguesa.Assim sendo, cria-se este Instituto(IPPEM) para promover, fomentar eorganizar iniciativas científicas eculturais para o aprofundamentodos

estudos sistemáticos sobre aPadroeira de Portugal e a culturareligiosa mariana no nosso país, nasua relação com a suas expressõese correntes internacionais. O IPPEM é criado para realizar osseguintes fins gerais:a) A prossecução de ações decarácter científico, cultural, social,valorização patrimonial e deintervenção cívica em torno daPadroeira de Portugal e da

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espiritualidade religiosa, cultura epatrimónio ligado à devoção aNossa Senhora.b) Promover a investigaçãocientífica, de teologia a temasligados à Padroeira e à mariologiano seu conjunto.c) Apoiar e desenvolver ainvestigação de vertenteinterdisciplinar, particularmente naárea das Ciências Sociais eHumanas e cooperação com outrasáreas do saber.d) Refletir criticamente sobre aidentidade cultural de Portugal narelação com a cultura mariana ecom o processo devocionalespecífico à Padroeira de Portugal.e) Valorizar o património material eimaterial mariano e promovê-lo nasredes globais.f) Fomentar a pedagogia do espíritointercultural democrático através dacultura do diálogo, da tolerância edo respeito entre indivíduos e entrepovos tendo por referência Mariacomo Mãe Universal, estimulando acultura de cidadania e departicipação.

O IPPEM é criado para prosseguiros seguintes fins específicos:a) Cooperar com instituições doEnsino Superior para criarprogramas de graduação, no âmbitoda formação superior,nomeadamente nos ciclos deestudos de mestrado edoutoramento, que promovam oaprofundamento dos estudos daPadroeira e da Mariologia e suarelação com a história global.b) Fomentar a divulgação de obrase autores marianos através deedições, reedições e traduções.c) Preparar projetos de investigaçãopara estudar as várias vertentes dacultura mariana da Padroeira dePortugal, em articulação, com asdisciplinas da Arte, a Literatura, oPatrimónio e a Espiritualidade.d) Conceder bolsas de estudo emtodas as áreas científicas, emparceria com outras instituiçõesuniversitárias, nos termos dalegislação aplicável.e) Desenvolver ações culturais, taiscomo conferências, colóquios,congressos, encontros, exposições,roteiros turísticos em estreita ligaçãocom outras entidades públicas eprivadas

José Eduardo Franco, historiador A IPPEM foi constituída, em escritura, por 19 membros fundadores, a 1de dezembro de 2017

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Imaculada Conceição, a vencedorado Mal

A irmã N’dira da Cruz é religiosa dasIrmãs Franciscanas Hospitaleiras daImaculada Conceição e vê nacelebração da solenidade litúrgicade 8 de dezembro um dia especialpara reforçar uma interrogaçãosobre esta dimensão: “De quemaneira é que vivo essa marca domeu ser, que faz parte da minhavocação, missão?”.“Olho para Maria como acolhedorada graça que é o próprio Deus,acolhida e correspondida comfidelidade”, assinala, em entrevista àAgência ECCLESIA, a religiosa,consagrada há 20 anos.

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A celebração da ImaculadaConceição é uma inspiração para“continuar a fazer Deus presente”,em “sintonia com o próprio bater docoração divino”.“Deus escolheu Maria e continua aescolher todas aquelas que são deMaria”, acrescenta.O dogma da Imaculada Conceiçãodeclara a santidade da VirgemSanta Maria desde o primeiromomento da sua existência, sendopreservada do pecado original. Um“privilégio” que não deixa de inspiraros católicos, segundo a irmã N’dirada Cruz, porque todos podem verem Maria uma “vencedora do mal”.“É o maior desafio que eu sinto,Maria foi aquela que foi capaz de irquebrando o elo do pecado.Recebeu, realmente, o dom singulare ímpar de ser imaculada desde asua conceção, mas admiro,sobretudo, o facto de terperseverado nessa imaculidade decoração e de ser capaz de vencer,em momentos mais críticos,inclusivamente ao pé da cruz, devencer o mal com o bem”, declarou.Quebrar esse “elo do pecado” é,por isso, uma das marcas que esta

religiosa da Imaculada Conceiçãoprocura concretizar no seu dia a dia,“em coisas pequeninas”, como acrítica.No jubileu dos 175 anos denascimento da Beata Maria Clara,fundadora da congregaçãoportuguesa, a celebração destasolenidade ganha uma dimensãoespecial, com a figura da VirgemMaria a surgir como “protótipo” daconsagração.A Beata Maria Clara seguiu a vidareligiosa poucos anos após aproclamação do dogma daImaculada Conceição (1854),fazendo votos de proclamar semprepublicamente esta verdade de fé.“Isso esteve na sua espiritualidadede tal modo que passou de geraçãoem geração, até chegar a nós”,realça a irmã N’dira da Cruz.A religiosa fala ainda do desafio deacolher o outro, que exige o “olharde Maria” para ser capaz de estaratenta à pobreza, às periferias.“Precisamos mesmo de sair, de abriras nossas portas”, prossegue.

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A homenagem dos Papasà Imaculada Conceição

O Papa vai assinalar a Solenidadeda Imaculada Conceição com váriosmomentos de oração, incluindo umavisita à igreja de “Sant’Andrea delleFratte”, em Roma, para rezar diantede Nossa Senhora do Milagre. Anovidade do programa pontifícioacontece no local da apariçãomariana a Alfonso Ratisbonne,judeu convertido ao catolicismoapós este

acontecimento, que decorreu em1842.A agenda do Papa, divulgada pelaRádio Vaticano, começa ao meio-diade Roma (menos uma hora emLisboa) com a oração do ângelus,perante os fiéis reunidos na Praçade São Pedro. Depois à tarde, pelas16h00 locais, o Papa vai até aocentro de Roma para umahomenagem à Imaculada

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Conceição, diante do monumentoconstruído em honra de NossaSenhora, na Praça Mignanelli.Seguindo a tradição iniciada pelosseus predecessores, Francisco vaileva flores até junto da imagem daImaculada foi colocada na Praça deEspanha em 1857, três anos depoisda definição dogmática deConceição Imaculada de Maria, sobo pontificado do Papa Pio IX - porcuja vontade se ergueu omonumento -, que o abençoou a 8de dezembro.Francisco vai ser acolhido naocasião pelo arcebispo Angelo DeDonatis, vigário-geral para aDiocese de Roma, e depoiscaminhará até ao monumento para“rezar e depositar flores”. Depoisdesta cerimónia, o Papa segue paraa Basílica de

“Sant’Andrea delle Fratte”, pararezar em privado diante da imagemde Nossa Senhora do Milagre.Ao longo deste dia váriasorganizações irão também prestarhomenagem à ImaculadaConceição, a começar pelos“bombeiros” e diversas“fraternidades e associações,religiosas e leigas, com procissõesprovenientes de diversas partes,momentos de oração e caminhadasacompanhadas por bandas demúsica”.O serviço informativo da Santa Sédestaca grupos como “os Cavaleirose Damas dos Cavaleiros do SantoSepulcro, a Ordem de Malta, osFrades Menores Conventuais, aFraternidade Sacerdotal São Pio X,os Grupos de Oração do Padre Pio,a Legião de Maria, a CruzVermelha”, estudantes e populaçãoem geral.

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Oração do Papa FranciscoÓ Maria, Nossa Mãe Imaculada,no dia da tua festa venho a ti,e não venho sozinho:trago comigo todos aqueles que o teu Filho me confiou,nesta Cidade de Roma e no mundo inteiro,para que Tu os abençoes e salves dos perigos. Trago-te, Mãe, as crianças,especialmente quantas estão sozinhas, abandonadas,e que por isso são enganadas e exploradas. Trago-te, Mãe, as famílias,que mantêm a vida e a sociedadecom o seu compromisso diário e escondido;de modo particular as famílias que têm mais dificuldadedevido a tantos problemas internos e externos. Trago-te, Mãe, todos os trabalhadores, homens e mulheres,e confio-te sobretudo quem, por necessidade,se esforça por desempenhar um trabalho indignoe quem perdeu o trabalho ou não o consegue encontrar. Temos necessidade do teu olhar imaculadopara voltar a ter a capacidade de ver as pessoas e as coisascom respeito e reconhecimento, sem interesses egoístas nem hipocrisias. Temos necessidade do teu Coração imaculado,para amar de maneira gratuita,sem segundos fins, mas procurando o bem do próximo,com simplicidade e sinceridade, renunciando às máscaras e aparências.

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Temos necessidade das tuas mãos imaculadas,para acariciar com ternura,para tocar a carne de Jesusnos irmãos pobres, doentes, desprezados,para levantar quem caiu e sustentar quantos vacilam. Temos necessidade dos teus pés imaculados,para ir ao encontro de quem não sabe dar o primeiro passo,para caminhar pelas veredas de quantos se perderam,para ir encontrar as pessoas sozinhas. Agradecemos-te, ó Mãe, porque mostrando-te a nóslivre de todas as manchas de pecado,Tu nos recordas que antes de tudo há a graça de Deus,há o amor de Jesus Cristo que entregou a vida por nós,há o vigor do Espírito Santo, que tudo renova. Faz com que não cedamos ao desânimomas, confiando no teu auxílio constante,nos comprometamos até ao fundo para nos renovarmos a nós mesmos,esta Cidade e o mundo inteiro. Intercede por nós, Santa Mãe de Deus!Roma, 8 de dezembro de 2016

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Presentes Solidárioshttp://www.presentessolidarios.pt/ Penso que ninguém dúvida queatualmente a internet é cada vez maisum meio para promoção deentidades, ideias, projectos enegócios. Agora que seja utilizadapara dar mais sentido ao nossoNatal? Não acredita? É verdade,basta que visite o sítiowww.presentessolidarios.pt efacilmente percebe que a sua basede trabalho está sustentada nastecnologias, como forma de atingirum maior número de participantes.Com uma apresentação gráficabastante eficaz e clara, ao entrarmosneste espaço virtual, somosfacilmente envolvidos no espiritosolidário. Da responsabilidade daFEC (Fundação Fé e Cooperação),organismo de Igreja CatólicaPortuguesa, esta campanha«Presentes Solidários 2017»,contribui “de forma concreta para amelhoria das condições reais de vidade inúmeras famílias dos PaísesLusófonos”.Através da página inicial poderemos,imediatamente acompanhardiariamente a evolução dacampanha, clicando em barómetro. Épossível também, aceder às maisrecentes

notícias que vão dando ecos desteextraordinário projeto.Na opção “presentes 2017”, podeconhecer ao pormenor cada umdos treze presentes que estão aodispor para este ano. Clicando emcada um deles, fica informadoacerca do custo do presente, aquem se destina, quem são asentidades responsáveis pela suaadministração, bem como qual olocal para onde vai a oferta.Caso pretenda saber como seopera esta acção solidária, acedaa campanha. Aí pode assistir a umvídeo promocional que explicadetalhadamente o seufuncionamento, ler um conjunto derespostas às dúvidas mais comunse ainda saber quais são asentidades que apoiam esteprojecto.No item resultados, somosinformados sobre o sucesso dascampanhas que já decorrem desde2007. Facilmente vemos osresultados efetivos dos presentesentregues e algum feedback dosbeneficiados.Como forma de aumentar osucesso e a divulgação destaacção, foi criado o conceito depadrinho solidário, onde cada paísque é beneficiado com algumpresente possui uma figura públicaque abraça mais de perto esseprojecto.

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Por último, em divulgação,encontramos um manancial deconteúdos destinados a quempretende divulgar de uma formaobjetiva esta campanha. Desdeacesso ao logotipo, bem como adados e recortes de imprensa dosanos anteriores.Lanço, mais uma vez, esta sugestãopor considerar que os seusobjetivos e fundamentos fazem todoo sentido

serem divulgados. Claramente queeste projeto é já um vencedor, querpela magnificência dos objetivos aque se propõe, bem como, pelaqualidade da sua presença virtual.E não se esqueça, com ospresentes solidários, dá a duplicar!

Fernando Cassola [email protected]

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Instagram a partir do computador?Sim, já é possível.Como administrador de váriosprojetos irrita-me a administração doInstagram. Consigo gerir as váriasredes através do computador, oInstagram não. Sempre que queropostar no Instagram tenho que usaro smartphone. Como “fotógrafo” doInstagram a minha tarefa estácomplicada. No computador tenhomais recursos, mais fontes, maismateriais, que não tenho acesso viasmartphone. Servindo-me do serviço decuradoria do Feedly, deparei-mecom um artigo publicado no sitePplware. Uma aplicação para geriro Instagram a partir do computador:Windowed. Windowed é uma aplicação gratuitaque permite ao utilizador colocar asfotos diretamente no seu perfil doInstagram usando o computadorcom Windows ou com macOS…tudo tão simples (ou mais) como seestivesse no smartphone.

Esta app aumenta as opçõespossíveis nos computadores,permitindo arrastar as imagens elargar dentro do Windowed, parapreparar a publicação no Instagram.Permite adicionar até 5 contasdiferentes. A app nativa tem mais recursos,mais efeitos, contudo tem osuficiente para publicar uma imagemno seu feed. Uma aplicação quefacilitará o dia a dia dosadministradores da pastoral docomunicação das nossascomunidades. Um santo Natal e um excelente 2018

Bento Oliveira@iMissio

http://www.imissio.net

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Testemunhas de um Facto"Proponho com este livro umcaminho de descoberta do sentidodo Natal (...). Ao longo dos trinta enove anos que levo de padre, vi,escutei e acompanhei muitas vidas,muitas famílias, o povo cristão e asandanças do mundo. Inúmerasforam as histórias e os momentosde pessoas que guardei na memóriae evoquei mais tarde, a outros, emlugares diferentes, às vezes àdistância de gerações. Sempre tivea intuição de que o ponto de partidapara receber uma palavra comoresposta à vida é que haja umapergunta, uma necessidade, umdrama humano.'Testemunhas de um Facto' fala doque me aconteceu no encontro comCristo e do que vejo acontecer aosque Lhe pertencem, e diariamenteme espanta e comove. Neste títulovibra o âmago do Cristianismo, asua irredutibilidade comoAcontecimento central da História daHumanidade. Tudo o mais que serefere à vida cristã, valores, gestossolidários, moral, doutrina, brota doFacto, esse Facto acontecido hádois mil anos que celebramos emcada tempo de Natal e de quesomos Testemunhas".

Padre João SeabraTenacitas, dezembro de 2017

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Dezembro 201709 de dezembro. Montijo - Museu Municipal CasaMora - Exposição «A Arte dosPresépios» no Museu MunicipalCasa Mora (Montijo). . Viana do Castelo - Igreja daSagrada Família, 10h00 -Lançamento da obra «VianaNascente» de José Carlos Loureiroe integrado nas comemorações dos50 anos da Paróquia de NossaSenhora de Fátima. . Mirandela - auditório do CentroCultural de Mirandela, 10h30 - Acidade de Mirandela (Diocese deBragança-Miranda) acolhe aabertura da Escola Diocesana dePais com a presença de D. JoséCordeiro. . Lisboa - Paróquia de Nova Oeiras,15h00 - O Concerto para Maria de2017 decorre dia 9 de dezembro, às15 horas, no salão Paroquial deNova Oeiras (Lisboa) e serve paraangariar fundos, para a continuaçãoda construção do Mosteiro de NossaSenhora do Rosário – Monjas deBelém, no concelho de Coruche.

. Coimbra - Chão de Couce(Ferreira do Zêzere), 21h00 - OFestival da Canção Jovem daDiocese de Coimbra realiza-se noPavilhão Municipal de Ferreira doZêzere, arciprestado de Chão deCouce e tem como tema «Eis o teuFilho». 10 de dezembro. Noruega – Oslo - Entrega doPrémio Nobel da Paz à CampanhaInternacional para a Abolição dasArmas Nucleares. . Índia – Mumbai - Entrega doPrémio Madre Teresa Memorial paraa Justiça Social de 2017 aopadre salesiano Tom Uzhunnalil. . Aveiro - Paróquia de Santa Joana - Início da visita pastoral de D.António Moiteiro, bispo de Aveiro, àParóquia de Santa Joana. . Leiria, 15h00 - O GrupoMissionário Ondjoyetu promove olançamento da obra «Walale,Gungo! Páginas de Missão» noMuseu de Imagem e Movimento, emLeiria.

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. Évora - Igreja de Santa Clara,16h00 - Concerto de Natalpromovido pela Fundação AIS com«Flautué Ensemble» e «All'OttavaConsort» . Vila Real – Poiares, 16h30 - Salesianos de Poiares fazem umPresépio Vivo 11 de dezembro. Vaticano - Reunião do Conselhodos Cardeais com o Papa Francisco 12 de dezembro. Braga – UCP - No polo de Bragada Universidade CatólicaPortuguesa realiza-se, dia 12 destemês, uma aula aberta, com início às10h00, sobre «O Evangelho dodiscípulo amado». . Fátima - Casa das Dores, 10h00 - Conselho permanente daConferência Episcopal Portuguesa 13 de dezembro. Bragança - Mirandela (Igreja deSão Bento) - Celebração daEucaristia de Natal, presidida por D.José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, dinamizada pelas pessoascom deficiência.

. Lisboa – UCP, 15h00 - O jesuítaJohan Konings é o orador de umseminário sobre «Ser cristão hoje –Quando as comunidades escutamos desafios da Bíblia» que serealiza, dia 13 de dezembro, emLisboa, na Universidade CatólicaPortuguesa. . Lisboa - Edifício da MarinhaPortuguesa, 16h00 - O ministro daDefesa Nacional, Azeredo Lopes,apresenta, no dia 13 deste mês,pelas 16h00, em Lisboa (Terreiro doPaço), no Edifício da MarinhaPortuguesa, o livro «Paz e Futuro daHumanidade». 14 de dezembro. Itália – Roma - Tomada de possedo novo reitor do Colégio Portuguêsem Roma, padre José AlfredoPatrício

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II Concílio do Vaticano: Aimportância da homilia na celebração

Com a publicação da constituição conciliar sobre aSagrada Liturgia (Sacrosanctum Concilium), a 04 dedezembro de 1963 no encerramento da segundasessão do II Concílio do Vaticano (1962-65), e do«Motu Próprio» de 25 de janeiro que determinou aentrada em vigor de algumas das suas prescrições, areforma litúrgica decidida nesta assembleia magnaentrou na fase das realizações concretas.“Salta desde logo à vista do observador atento, que ointeresse e a inteligência com que os dois documentosforam recebidos, variaram notavelmente de país parapaís, de diocese para diocese, de lugar para lugar, depessoa para pessoa” (cf. Boletim de InformaçãoPastoral, nº 28-29; janeiro-fevereiro 1964). Paulo VI,no «Motu Próprio» de 25 de janeiro em que determinaa entrada em vigor do documento, diz que, emprimeiro lugar, a constituição deve ser estudada.Num dos pontos da «Sacrosanctum Concilium», ondese fala da homilia, o documento realça que “muito serecomenda, como parte da própria liturgia, a homilia,pela qual, no correr do ano litúrgico, se expõem, apartir do texto sagrado, os mistérios da fé e as normasda vida cristã; e mais: nas missas celebradas com apresença de povo aos domingos e festas de preceitonão seja omitida, senão por motivo grave”.Na celebração da liturgia é, sumamente grande, aimportância da Sagrada Escritura. Dela, com efeito, setiram os textos que se lêem e que na homilia seexplicam, bem como os salmos que se cantam; foi pelaforça

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da sua inspiração que brotaram aspreces, orações e hinos litúrgicos, eé dela que as ações e sinaisrecebem a sua significação.As leis da Igreja reforçam estaorientação e, atualmente, a homiliadominical é “um dado adquirido eindiscutível”. (D. António Marcelino;«Notícias de Beja», 15 de março de2012 – “Homilia, momentoprivilegiado e de grande sentidopastoral”). Compreende-se estapreocupação do concílio, dado quea história trazia, de “bem longe,muitas falhas, neste campo”. (Cf. D.António Marcelino). O ConcílioPlenário Português (1926) tornouobrigatória, para os párocos, ahomilia dominical. “Sinal de quemuitos a não faziam”, recorda oantigo bispo de Aveiro, no artigocitado.A diversidade das assembleiasdominicais constitui, em relação àhomilia, “uma dificuldade” para opresidente. A “comunicação tem deser simples e directa, compreensívele clara, breve e orientada para avida”. A homilia deve ser ummomento de reflexão para os queparticipam na celebração, “não paraos ausentes”, acrescenta D. AntónioMarcelino.A seguir ao II Concílio do Vaticano

verificou-se um cuidado especial napreparação da homilia. Não faltarampadres a prepará-la com acolaboração de um pequeno grupode paroquianos. Segundo o prelado,o pregador “é o primeiro ouvinte e opovo percebe bem quando assim é”.Vêem-se, cada vez mais,presidentes da celebração a ler ahomilia. “A leitura empobrece acomunicação directa com aassembleia, e esta comunicação éum elemento importante napregação”, aconselha D. AntónioMarcelino no artigo citado.

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Família: Mirandela acolhe Escola Diocesana de

PaisA cidade de Mirandela (Diocese de Bragança-Miranda)acolhe, dia 09 deste mês, às 10h30, a abertura daEscola Diocesana de Pais com a presença de D. JoséCordeiro.Na abertura desta instituição, destinada a noivos, paise casais, realiza-se o primeiro módulo sobre a «AFamília» que será orientado pelo padre OctávioSobrinho Alves, assistente do Secretariado Diocesanoda Pastoral Familiar, revela o programa enviado àAgência ECCLESIA. Lançamento da obra «Walale, Gungo! Páginas deMissão»O Grupo Missionário Ondjoyetu promove o lançamentoda obra «Walale, Gungo! Páginas de Missão», dia 10de dezembro, às 15h00, no Museu de Imagem eMovimento, em Leiria.Este é o primeiro livro do Grupo Missionário Ondjoyetue é “fruto da recolha de histórias vividas por váriosmissionários” na Missão São José do Gungo, “aolongo destes 11 anos de geminação da Diocese deLeiria-Fátima com a Diocese do Sumbe, em Angola”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA. UCP: Aula aberta sobre «O Evangelho dodiscípulo amado»No polo de Braga da Universidade CatólicaPortuguesa realiza-se, dia 12 deste mês, uma aulaaberta, com início às 10h00, sobre «O Evangelho dodiscípulo amado».A aula será ministrada pelo jesuíta e professor JohanKonings e o tema é o mesmo do seu recente livro «OEvangelho do discípulo amado». A organização desteevento, que começa às 10h00, é organizada peloCentro de Investigação em Teologia e Estudos deReligião (CITER) da Universidade CatólicaPortuguesa. 62

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h30Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa

Domingo:10h00 - Porta Aberta;11h00 - Eucaristia; Segunda-feira:12h00 - Informaçãoreligiosa Diariamente18h30 - Terço

RTP2, 13h00Domingo, 10 dedezembro - Endireitarcaminhos: Voluntários nasprisões Segunda-feira, dia 11 dedezembro 15h00 - Entrevistaa Pedro Vaz Patto, presidenteda Comissão Nacional Justiçae Paz. Terça-feira, dia 12 de dezembro, 15h00 -Informação e entrevista ao padre Amaro Gonçalo acaminhada de Advento na Diocese do Porto. Quarta-feira, dia 13 de dezembro, 15h00 -Informação e entrevista a D. Manuel Linda sobre olivro "Paz e futuro da humanidade". Quinta-feira, dia 14 de dezembro, 15h00 -Informação e comentário à atualidade Sexta-feira, dia 14 de dezembro, 15h00 - Entrevista. Comentário à liturgia do domingo com opadre Amaro Gonçalo e Juan Ambrosio. Antena 1Domingo, 10 de dezembro 06h00 - «O Ninho» -Instituição Particular de Solidariedade Social quepromove humana e socialmente mulheres vítimas deprostituição. Segunda a sexta, 11 a 15 de dezembro - Alfabetodo Advento

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Ano B – 2.º Domingo do Advento Dar todo oespaço paraCristo

Na liturgia deste segundo domingo de Advento há umforte apelo ao reencontro do homem com Deus, àconversão. Deus oferece-nos um mundo novo deliberdade, de justiça e de paz, mas esse mundo só setornará realidade quando aceitarmos reformar o nossocoração, abrindo-o aos valores de Deus. É amensagem do Evangelho, através da pregação deJoão Batista.João Baptista afirma claramente que preparar a vindado Messias passa pela conversão, por umatransformação total, por uma nova atitude de base,por uma outra escala de valores, por uma radicalmudança de pensamento, por uma postura vitalinteiramente nova, por um movimento radical que levea reequacionar a nossa vida e a colocar Deus nocentro da nossa existência e dos nossos interesses.Neste tempo de Advento, vivido como tempo próprio ecomo preparação para a celebração do Natal doSenhor, esta proposta tem pleno sentido.Então devemos questionar-nos, em concreto, o que éque nos nossos pensamentos, comportamentos,mentalidades e valores que dirigem a nossa vida éegoísmo, orgulho e autossuficiência, impedindo onascimento de Jesus no nosso coração e na nossavida.Devemos questionar-nos se estamos suficientementeatentos aos profetas que provocam o nosso estilo devida e os nossos valores, ou se os consideramosfiguras incomodativas, ultrapassadas e dispensáveis,se nós, constituídos profetas desde o nosso batismo,nos sentimos enviados por Deus a interpelar e aquestionar o mundo e os nossos irmãos.À luz do estilo de vida de João Batista, um estilosóbrio, simples e centrado no essencial, vejamos se anossa vida está marcada por valores nos quaisapostamos e

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à volta dos quais construímos todaa nossa existência, por valoresimportantes, decisivos, eternos,capazes de nos darem vida efelicidade, ou se nos deixamos levarpor valores efémeros, particulares,egoístas e geradores dedependência e escravidão,assumindo um estilo de vida quecontradiz claramente os valores doEvangelho.Não chega dizer “talvez” ou “sim,mas…”. Deus espera uma respostatotal, radical, decidida, inequívoca àsua oferta de salvação. Issosignifica uma renúncia decidida aonosso egoísmo e uma adesãodecidida

pela aventura do Reino que Jesus,há mais de dois mil anos, nos veiopropor.É urgente dar a Cristo todo oespaço nas nossas vidas: limpar oterreno, permitir que Ele nasça noíntimo da nossa vida. O Adventopode ser um tempo dedesapropriação, para melhorencontrar Cristo.Ao longo desta segunda semana,procuremos libertar espaço donosso ser para o Senhor. Só assimpermitimos que Ele venha ao nossocoração.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Cristãos do Bangladesh agradecem generosidade daFundação AIS

O Bispo sem-abrigoPerseguição, medo, pobreza…São muitas as dificuldades porque passam os cristãos noBangladesh… A diocese deSylhet é o retrato do país. Aí, oscristãos são uma minoria econfundem-se com os maispobres dos pobres. E o Bispo éum deles… A vida mudou para D. Bejoy D’Cruzequando recebeu a notícia de queiria ser nomeado bispo da diocesede Sylhet, no Bangladesh. Foi em2011. Bejoy D’Cruze passou a serbispo mas continuou a confundir-secom os cristãos da sua comunidade.Continuou tão pobre como eles. “Noinício, não possuía qualquerterreno. Nem tinha casa. Por isso,costumava apelidar-me de bisposem-abrigo”, confessou,recentemente, à Fundação AIS. Noentanto, foi com entusiasmo queassumiu a nova missão. “A novadiocese de Sylhet foi criada em2011. Sendo o primeiro bispodiocesano, tinha e tenho muitosplanos.” Um desses planos passapor tentar resgatar os cristãos dasituação miserável em que seencontram. “A maioria do meu povoé muito pobre. Trabalhamduramente e ganham

menos de 1 euro por dia.” Asituação chega a ser dramática. OBispo, apesar de estar também demãos vazias, procura ajudar os quese encontram em maioresdificuldades. E são tantos… “Ospais não conseguem comprarcomida suficiente para os filhos.Quando adoecem não podem ir aomédico e para eles a educação éainda um sonho. A Igreja está dolado deles.” No entanto, na regiãode Sylhet, o número de cristãos nãotem parado de crescer. E não temparado de crescer apesar dasameaças que se têm feito sentirsobre todos os não muçulmanos. OBangladesh é um país asiático –que o Santo Padre visitou por estesdias – em que quase 90 por centoda população é muçulmana sunita.Os Cristãos não representam maisde 0,5 por cento dos 156 milhões dehabitantes. Perseguição religiosaMas ali, na diocese de Sylhet, aenergia contagiante do Bispo temestado a produzir resultados. Em1950 havia apenas cerca de 700católicos nesta região. Em 2011, jáeram 18 mil

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e o número dos que se têmconvertido ao Cristianismo continuaa crescer. Apesar das ameaças dosgrupos radiais muçulmanos queespalham o medo e o terror no país.O Bangladesh era considerado umpaís pacífico e tolerante. Mas issomudou radicalmente. A começarpela própria Constituição quepassou a reconhecer, desde 2016,que o Islamismo é a religião oficialdo Estado. Coincidência ou não, averdade é que se têm somadoepisódios de violência, comassassinatos de cristãos e hindus,mas também de activistas quedefendem uma maior liberdade deexpressão no país. A lista demártires cristãos no Bangladesh évasta. No entanto, o medo, que éindisfarçável em tantos lugares, emtantas comunidades, não temarrefecido a alegria do trabalho deD. Bejoy D’Cruze junto dos maispobres da sua diocese. “Há umagrande possibilidade deevangelização nesta região, muitoembora seja um país muçulmano,pois existem cerca de 200plantações de chá e há 700 miltrabalhadores hindus, alguns delesabertos ao Cristianismo”, explica oprelado. Todos os anos, cerca de250 adultos são baptizados. Umarealidade que só tem vindo aacontecer, segundo D. BejoyD’Cruze, graças à ajuda que a Igrejatem vindo

a receber de instituições como aFundação AIS. “Graças ao vossocarinhoso apoio, sobrevivemos econtinuamos a nossa missão eministério entre os pobres destadiocese”, diz o Bispo. “Embora nãovos conheçamos pessoalmente,todas as nossas crianças, todo onosso povo reza por vós, para queNosso Senhor vos abençoe, vosconceda a alegria, a felicidade e apaz na vossa vida familiar. Obrigado,AIS!”

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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Acreditemos!

Tony Neves Espiritano

O cancro continua a fazer razias. E vemos sofrermuitos dos nossos familiares e amigos, algunsdos quais partem ao fim de um calvário mais oumenos longo.Faz um ano que perdi um grande amigo decoração, um colega dos tempos da adolescência,um missionário de elite, o P. José ManuelSabença. Escrevi sobre a sua ‘páscoa’: ‘Aindaestou a tentar acordar do pesadelo que foi adoença e a morte tão prematura do P. Zélito,como era chamado em família. Há mortes quedoem mais que outras, pela ligação que temos àspessoas. O Zé Manel e eu crescemos juntos nosSeminários Espiritanos, trabalhamos juntos emmuitas Missões nos últimos 30 anos. O choqueda notícia do seu tumor nos pulmões ainda hojeecoa nos meus ouvidos. Mas Deus sabe sempreo que faz e a sua recompensa antecipada éprémio mais que merecido. Nós é que ficamosmais pobres aqui e a separação tão trágica vaicontinuar a ser ferida aberta.Se a sua vida sempre foi um hino à Missão, osseus dias de calvário e o momento da sua mortesão um livro aberto de uma Fé quase sem limites.O seu leito de morte foi púlpito de vida. Na horada sua partida ele já tinha quase tudoprogramado, até a cor branca dos paramentosdo seu funeral!Privei tantos momentos fantásticos durante a suavida mais ativa e fui também privilegiado na horaem que a dor e o limite tentaram tomar contadele. Sempre que o visitava, no hospital ou noSeminário, tinha sempre direito a um momento asós em que me emocionava a sua serenidade eos conselhos

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(hoje ninguém gosta de os receber!)que me ia dando. Guardo-os nocoração e alguns deles são mesmosó para mim.Recebi centenas de mensagens depesar e solidariedade por ocasiãoda morte do P. Zé Manel, quepublicamente agradeço. Vieram detodo o mundo e de todos os cantosde Portugal. Mostraram-me comoele era querido e como a suaMissão marcou tanta gente, dentroe fora da Igreja,

desde bispos a autarcas, de catedráticos a gente simples donosso bom povo’.E eu completava assim: ‘Sejamosdignos da herança que recebemos.A Missão continua em força’.Apoiemos a ‘Acreditar’ e todas asassociações que, de forma séria ecomprometida, dão corpo às balas ecara à luta contra todos os cancrosque semeiam dor, pânico e morteem muitas famílias.

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