PANORAMA DE ANÚNCIOS DE INVESTIMENTOS - mdic.gov.br · Esse levantamento também é feito, em...
Transcript of PANORAMA DE ANÚNCIOS DE INVESTIMENTOS - mdic.gov.br · Esse levantamento também é feito, em...
1
2
PANORAMA DE ANÚNCIOS DE INVESTIMENTOS
NO BRASIL
2017
Brasília, 25 de maio de 2018.
http://www.mdic.gov.br/index.php/competitividade-industrial/renai
3
A Rede Nacional de Informações sobre o Investimento/Renai, coordenada pela
Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade Industrial do MDIC, é um dos
instrumentos por meio dos quais o governo federal veicula
dados sobre investimentos produtivos no Brasil. Essa Rede, em funcionamento desde 2004, é
formada por parcerias estabelecidas entre o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e
Serviços (MDIC), as Secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico, as federações de
indústria (por meio da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios - Rede CIN), bem
como outros órgãos de promoção de investimentos e desenvolvimento econômico.
A metodologia utilizada pela Renai para a elaboração do Relatório de Anúncios de
Investimentos no Brasil consiste no acompanhamento dos investimentos produtivos anunciados
por empresas públicas e privadas divulgadas na mídia. O cadastro de investimentos na base de
dados da Renai se dá em conformidade com o que é divulgado por fontes de dados
especializadas, tais como o Emerging Markets Information Service – EMIS e o fDi Markets,
bem como em sítios eletrônicos de entidades empresariais e secretarias estaduais, em relatórios
de instituições financeiras (como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -
BNDES, Banco do Nordeste - BNB, Banco da Amazônia - BASA e Bradesco) e por jornais e
revistas de grande circulação.
Para que uma notícia seja incluída na base de dados da Rede são necessárias, no mínimo,
informações sobre a empresa, o projeto e valor do investimento. Informações relativas ao setor
econômico abarcado pelo investimento, seu tipo, bem como o capital de origem da empresa que
realizou o anúncio são inseridas pela própria equipe da Renai. Detalhamentos adicionais, como
o local de realização do investimento e o ano de início ou conclusão do projeto são incluídos
apenas quando a informação é pública. Informações referentes a fusões e aquisições e
investimentos governamentais não são computadas nessa base, que se restringe a investimentos
produtivos.
Portanto, os Relatórios de Anúncios de Investimentos constituem uma importante
ferramenta para:
▪ Realização de pesquisas de mercado e formulação de cenários;
▪ Análise sobre atração de investimentos nas diferentes regiões do País;
▪ Estudos sobre investimentos estrangeiros no Brasil;
4
▪ Busca de potenciais clientes e investidores; e
▪ Formulação de estratégias empresariais e de políticas públicas.
É importante salientar que a Renai não acompanha a efetiva realização dos investimentos
anunciados; consequentemente, os dados aqui apresentados não permitem fazer previsões. Haja
vista que os dados se referem a volumes de investimentos anunciados, esta publicação reflete,
de alguma forma, as expectativas das empresas em relação ao cenário econômico e político do
Brasil.
Os anúncios compilados pela Renai abarcam tanto os investimentos divulgados por
empresas estabelecidas no País quanto por empresas estrangeiras, que aportam capital
internacional. Por esse motivo, as informações reunidas guardam relação com os dados de fluxo
de Investimento Direto no País (IDP, antigo Investimento Estrangeiro Direto - IED), mas não
se confundem com estes. A metodologia utilizada pelo Banco Central do Brasil (BCB) abarca
os valores refrentes a fusões e aquisições, denominados investimentos de portfólio. De acordo
com o Banco Central, o padrão metodológico internacional para o cálculo do IDP estabelece
que a relação de investimento direto acontece quando ao menos um investidor não residente
detém poder de voto igual ou superior a 10% em uma empresa local1. Desse modo, nem todos
os investimentos registrados pelo BCB serão investimentos produtivos (construção e aquisição
de máquinas e equipamentos). Além disso, grande parte dos anúncios registrados pela Renai
são de empresas brasileiras, cujos dados não necessariamente são computados no cálculo do
IDP divulgado pelo BCB.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, por meio da divulgação da
Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) que compõe as contas nacionais, também acompanha
a evolução de investimentos produtivos, classificando-os em três grandes categorias: i)
construção, ii) máquinas e equipamentos e iii) produtos de propriedade intelectual.
1 Relatório de Investimento Direto no País 2018, divulgado pelo Banco Central. Disponível em: < http://www.bcb.gov.br/Rex/CensoCE/port/RelatorioIDP2016.pdf>.
5
A metodologia de acompanhamento dos anúncios de investimentos divulgados na mídia
não é utilizada apenas pela Renai. Esse levantamento também é feito, em nível mundial, pelo
fDi Markets (que, como previamente mencionado, é uma das fontes utilizadas pela Rede), e,
para citar um exemplo nacional, pelo Estado de São Paulo, por meio da Pesquisa de
Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (PIESP).
Apesar de os dados divulgados pela Renai retratarem apenas tendências de investimentos
e expectativas dos empresários sobre o País, o detalhamento trazido com relação a setores,
regiões e origem do capital das empresas que sinalizam interesse pelo Brasil pode ser útil para
a formulação de uma estratégia de atração, manutenção e expansão de investimentos.
Os relatórios já divulgados pelo Ministério estão disponíveis em:
http://www.mdic.gov.br/index.php/noticias/111-competitividade-industrial/3129-relatorio-de-
anuncios-de-investimentos-2.
6
1 – EVOLUÇÃO DO VOLUME DE INVESTIMENTOS ANUNCIADOS
ENTRE 2004 E 2017
O Brasil tem se mantido como um dos principais destinos do mundo para Investimento
Direto. Apesar das quedas nos fluxos registradas a partir de 2011, o país ocupou a 7ª posição
no ranking global de atração de IDP em 2017, de acordo com o Global Invesment Trends
Monitor n° 27, da UNCTAD. Apesar de o Brasil ter caído uma posição nesse ranking em
relação a 2016, os fluxos de entrada de Investimentos Diretos cresceram 20%, passando de US$
58 bilhões2 em 2016 para US$ 60 bilhões3 em 2017.
Os dados da Renai mostram que o volume de investimentos anunciados no país caiu
US$ 6 bilhões em relação a 2016, totalizando US$ 67 bilhões em 2017. Apesar da queda, esse
volume foi superior ao valor registrado em 2015 (pior ano da recente crise econômica do Brasil,
no qual foram registrados US$ 64 bilhões em investimentos anunciados).
Figura 1: Volume de Investimentos anunciados no Brasil entre 2004 e 2017 (US$ bilhões)
Fonte e elaboração: MDIC/SDCI/Renai.
2 De acordo com o Unctad Global Investment Treds Monitor N° 27. Disponível em:
<http://unctad.org/en/pages/publications/Global-Investment-Trends-Monitor-(Series).aspx>. 3 De acordo com o Unctad Global Investment Treds Monitor N° 28. Disponível em:
<http://unctad.org/en/pages/publications/Global-Investment-Trends-Monitor-(Series).aspx>
93
5582
177210
227
281 283
182
12998
64 74 67
0
50
100
150
200
250
300
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
7
2- SETORES
A Renai utiliza a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE-IBGE) para
a categorização do setor e da divisão4 a que o investimento anunciado se destina. Os setores são
classificados a partir da finalidade de tal investimento; assim, um anúncio para a construção de
escolas, por exemplo, será categorizado no setor de “educação”, não de “construção”.
Em 2017, os setores que mais receberam intenções de investimentos foram indústria de
transformação (29,4% do total); produção e distribuição de eletricidade, gás e água (27,1% do
total) e transporte, armazenagem e comunicações (25,5% do total).
Nos últimos cinco anos, a indústria de transformação foi o segmento para o qual a Renai
registrou o maior volume de investimentos anunciados (29,16% do total). Todavia, é possível
perceber que, de 2013 a 2015, houve um declínio dos montantes anunciados nesse setor (de U$
41,4 para U$ 13,3 bilhões), tendo havido pequena recuperação em 2016 e 2017 – exercícios
que registraram U$ 16,7 e U$ 19,8 bilhões em investimentos anunciados, respectivamente.
4 Os dados por divisão CNAE estão expostos no Anexo I desta publicação.
8
Tabela 1: Volume de investimentos anunciados no Brasil entre 2013 e 2017
por setor (US$ bilhões)
Setor 2013 2014 2015 2016 2017 Var%
(2017-16)
Indústrias de transformação 41,4 34,4 13,3 16,7 19,8 18
Transporte, armazenagem e
comunicações 23,3 13,1 25,5 17,6 17,2 -2
Produção e distribuição de
eletricidade, gás e água 14,4 24,1 15,6 20,2 18,3 -9
Indústrias extrativas 36,6 6,2 3,6 10,3 1,0 -90
Comércio; reparação de veíc.
automotores, objetos pessoais
e domésticos 5,7 7,4 2,4 1,6 3,7 130
Atividades imobiliárias,
aluguéis e serviços prestados
às empresas 0,8 0,5 0,4 5,8 3,3 -44
Alojamento e alimentação 3,5 2,5 1,2 0,7 1,8 169
Construção 1,5 2,4 0,5 0,1 0,0 -73
Saúde e serviços sociais 0,8 1,0 0,5 0,3 1,8 497
Agricultura, pecuária,
silvicultura e exploração
florestal 0,7 2,9 0,4 0,2 0,1 -44
Intermediação financeira 0,1 2,3 0,5 0,0 0,1 319
Outros serviços coletivos,
sociais e pessoais 0,0 0,8 0,1 0,0 0,1 228
Educação 0,03 0,05 0,16 0,08 0,04 -46
Pesca 0 0,015 0 0 0
Total 128,9 97,7 64,2 73,5 67,4 -8
Fonte e elaboração MDIC/SDCI/Renai.
3- Origem
A pesquisa sobre o capital de origem de uma empresa é feita por meio da análise de
diferentes fontes. São apuradas informações nos sítios eletrônicos das empresas e nas fontes
privadas contratadas pela Renai (EMIS e fDi Markets). O conceito de origem adotado nesta
publicação se refere ao capital das empresas que anunciam investimentos produtivos no Brasil,
podendo classificar-se como exclusivamente brasileiro, exclusivamente estrangeiro e misto
(empresas com capital nacional e estrangeiro).
9
Conforme Tabela 2, entre 2014 e 2016, houve considerável queda no volume de
investimentos anunciados por empresas com capital exclusivamente brasileiro. Em 2017, os
anúncios de investimentos voltaram a crescer, tendo alcançado US$ 29 bilhões – montante
significantemente inferior ao valor observado em 2013, de US$ 72 bilhões. No que tange aos
anúncios de investimentos exclusivamente estrangeiros, 2017 registrou U$ 28,3 bilhões, o que
representa uma queda de 43% comparativamente a 2016 (com U$ 49,6 bilhões).
Observa-se que, em 2017, o volume de investimentos anunciados com capital de origem
exclusivamente brasileira ficou muito próximo àquele com capital de origem exclusivamente
estrangeira, interrompendo a inversão ocorrida em 2015 e 2016 – período em que os
investimentos anunciados de empresas estrangeiras superaram os de empresas nacionais.
Tabela 2: Volume de investimentos anunciados no Brasil entre 2013 e 2017 por origem
(US$ bilhões)
Origem 2013 2014 2015 2016 2017 Var%
(2017-16)
Exclusivamente Brasileira 72,4 50,8 22,1 19,9 29,6 49
Exclusivamente Estrangeira 40,7 35,3 25,1 49,6 28,3 -43
Brasileira e Estrangeira 15,8 11,5 17,0 4,0 9,4 133
Total 128,9 97,7 64,2 73,5 67,4 -8
Fonte e elaboração: MDIC/SDCI/Renai.
Figura 2: Volume de investimentos anunciados no Brasil entre 2013 e 2017 por origem
(US$ bilhões)
Fonte e Elaboração: MDIC/SDCI/Renai.
0
20
40
60
80
100
120
140
2013 2014 2015 2016 2017
Exclusivamente Brasileira Brasileira e Estrangeira
Exclusivamente Estrangeira Total
10
A Tabela 3 apresenta os dez principais países que anunciaram investimentos no Brasil em
2017, por montante anunciado, bem como seu histórico de anúncios desde 2013. Quando
analisados os anúncios de investimentos no período de 2013 a 2017 por país de origem, observa-
se a preponderância dos anúncios realizados por empresas brasileiras5. A Espanha foi o país
que anunciou o maior volume de investimentos produtivos no Brasil em 20176, seguida por
China, Canadá, França e Estados Unidos.
Tabela 3: Total de investimentos anunciados no Brasil, entre 2013 e 2017,
por país de origem (US$ milhões)
2013 2014 2015 2016 2017 Total
Brasil 79,5 55,9 30,6 21,9 34,1 221,9
Espanha 1,8 1,3 8,5 8,6 9,7 29,9
China 1,1 2,8 1,6 2,6 6,2 14,3
Canadá 1,5 0,9 0,7 0,1 3,8 7,0
França 2,7 6,1 0,5 1,7 3,1 14,1
Estados
Unidos 7,3 14,3 3,7 8,4 2,4 36,1
Alemanha 8,0 2,1 0,4 2,7 1,3 14,5
Suécia 0,1 0,3 0,1 0,2 1,1 1,8
Índia 0,0 0,2 2,5 0,3 0,9 3,9
Reino
Unido 1,1 2,0 0,2 5,1 0,7 9,2
Fonte e elaboração: MDIC/SDCI/Renai.
A China merece destaque no contexto atual, pois tem ampliado de forma significativa
sua participação no volume de investimentos recebidos e realizados mundialmente. Em 2016,
por exemplo, foi o terceiro país que mais recebeu investimentos, tendo sido a segunda maior
5 Por simplificação, optou-se, nesta publicação, por dividir o valor do investimento anunciado por empresas cujo
capital social está distribuído em mais de um país igualmente entre os países que compõem esse capital. Dessa
forma, supondo um anúncio de investimento de U$ 20 milhões por uma empresa de capital chinês e canadense,
seriam atribuídos U$ 10 milhões à China e U$ 10 milhões ao Canadá. 6 Em 2017, houve um relevante anúncio pela empresa Telefônica VIVO, no valor de US$ 7,5 bilhões, que interferiu
significativamente na posição desse país no ranking.
11
economia a investir fora de suas fronteiras geográficas, logo após os Estados Unidos. Neste
ano, o Outward Foreign Direct Investiment - OFDI chinês foi superior a US$ 183 bilhões. Estes
movimentos estão relacionados à nova estratégia chinesa de Going Global, lançada em 1999,
que se propôs a mudar a trajetória de desenvolvimento da China ao incentivar que as empresas
chinesas aproveitassem o comércio mundial em expansão para investir nos mercados globais.
Devido à crescente expansão e importância dos investimentos chineses no Brasil, o
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG), por meio de sua Secretaria
de Assuntos Internacionais (Seain), iniciou o acompanhamento dos anúncios de investimentos
chineses através de boletins bimestrais. Essa Secretaria não apenas consolida informações
relativas a fusões e aquisições, como também monitora a efetiva realização dos investimentos
chineses anunciados, razão pela qual seu boletim constitui uma importante fonte de
acompanhamento da atuação daquele país no Brasil.
Observa-se um significativo aumento no volume de investimentos anunciados por
empresas chinesas nos últimos anos. De 2016 para 2017, tais anúncios cresceram 130%,
saltando de US$ 2,6 para US$ 6,2 bilhões (Figura 3). Em 2017, a China ocupou a 3° posição
do ranking de países que mais anunciaram investimentos produtivos no Brasil (Tabela 3). Neste
ano, a empresa chinesa State Grid concluiu a aquisição do controle acionário da brasileira CPFL
Energia por cerca de R$ 14 bilhões. Ainda que tal operação não tenha impacto na base de dados
da Renai (que não acompanha fusões e aquisições), a empresa fez um investimento produtivo
de US$ 2,2 bilhões7 para a construção do "linhão de transmissão", com 2.518 km de extensão.
7 Quinto (5º) investimento mais vultoso anunciado no Brasil em 2017, em destaque na seção 7 deste Panorama.
12
Figura 3: Volume de investimentos chineses anunciados no Brasil
entre 2013 e 2017 (US$ bilhões)
Fonte e elaboração: MDIC/SDCI/Renai.
4. TIPO
O tipo de investimento anunciado é uma classificação utilizada pela Renai para
distinguir a natureza do investimento da empresa, que pode ser de implantação ou expansão.
Implantação refere-se à instalação de uma nova unidade fabril, novo prédio, loja ou hotel.
Expansão, por sua vez, diz respeito à ampliação da capacidade produtiva de unidades fabris,
bem como reforma ou ampliação de prédios, lojas ou hotéis já existentes.
Em 2017, o montante mais expressivo de investimentos anunciados foi do tipo
Expansão8 (U$ 39,7 bilhões, o que representam 59% do total anunciado). Houve uma queda de
14% no volume total anunciado nessa modalidade, comparativamente a 2016, que registrou U$
46,3 bilhões (Tabela 4). Os investimentos anunciados do tipo Implantação, por sua vez, vêm
crescendo desde 2015 e, em 2017, totalizaram U$ 27 bilhões.
1,1
2,8
1,6 2,6
6,2
0
50
100
150
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
2013 2014 2015 2016 2017
China Resto do mundo
13
Tabela 4: Volume de investimentos anunciados no Brasil entre 2013 e 2017
por tipo (US$ bilhões)
Tipo 2013 2014 2015 2016 2017 Var %
(2017-16)
Expansão 63,4 48,6 40,0 46,3 39,7 -14
Implantação 25,4 40,7 16,4 23,1 27,0 17
Expansão e Implantação 40,1 8,4 7,7 4,1 0,7 -83
Total 128,9 97,7 64,2 73,5 67,4 -8
Fonte e Elaboração: MDIC/SDCI/Renai.
5- REGIÕES
A informação sobre o local de realização do investimento não é obrigatória para que um
anúncio seja registrado na base de dados da Renai. A maior parte do volume de investimentos
anunciados em 2017 (44%) ou não possuem essa informação, ou não detalham quanto será
investido em cada unidade federativa.
Em 2017, a Região Sudeste foi à que se destinou o maior volume de investimentos
anunciados, totalizando US$ 20,6 bilhões. Embora esse montante tenha sido inferior ao
registrado em 2013 (US$ 26 bilhões), foi duas vezes maior que o registrado em 2015 (US$ 9,6
bilhões).
A Região Nordeste, por sua vez, foi a região com o segundo maior montante de
investimentos anunciados em 2017, no valor de US$ 7 bilhões. Esse valor foi inferior ao de
2016 (US$ 12,7 bilhões), mas duas vezes superior àquele registrado em 2015 (US$ 3,2 bilhões).
Na Região Centro-Oeste, o volume de anúncios cresceu U$ 3,4 bilhões com relação ao
registrado em 2016, totalizando US$ 4,8 bilhões. Esta foi a região que apresentou o maior
crescimento percentual em relação a 2016, de 249%.
A Região Sul registrou um aumento de U$ 2,9 bilhões, em relação a 2016, atingindo US$
4,4 bilhões em 2017. Por fim, a Região Norte observou uma queda de US$ 2 bilhões nos
investimentos anunciados em 2016, totalizando US$ 1 bilhão em 2017.
14
Tabela 5: Volume de Investimentos anunciados no Brasil entre 2013 e 2017
por região (US$ milhões)
Região 2013 2014 2015 2016 2017 Var%
(2017-16)
Sudeste 26,9 18,2 9,6 17,3 20,6 20
Nordeste 8,5 7,0 3,2 12,7 7,0 -45
Centro-Oeste 5,3 6,5 2,7 1,4 4,8 249
Sul 7,9 20,7 10,6 1,5 4,4 187
Norte 26,9 4,2 4,5 3,1 1,0 -67
Não Disponível 53,4 41,1 33,6 37,6 29,5 -21
Total 128,9 97,7 64,2 73,5 67,4 -8
Fonte e Elaboração: MDIC/SDCI/Renai.
Em 2017, o estado ao qual se destinou o maior volume de investimentos anunciados foi
o Espírito Santo - ES (US$ 10,5 bilhões). A explicação para a posição do ES no ranking desse
exercício relaciona-se a um investimento anunciado pela Petrobras, superior a US$ 10 bilhões,
para um projeto de cinco anos que se destina ao custeio de operações e contratação de bens e
serviços.
A unidade federativa que registrou a retração mais significativa no volume de
investimentos anunciados em 2017, comparativamente a 2016, foi o Piauí. Ressalte-se, contudo,
que isso provavelmente se deve ao fato de que, em 2016, tal estado foi destino de um vultuoso
anúncio de investimento por parte da empresa Enel (atuante na geração e distribuição de energia
elétrica e na distribuição de gás natural), no valor de US$ 4,7 bilhões, para a instalação do
Parque Solar Nova Olinda. Tal empreendimento foi concluído em 2017 e resultou na maior
usina solar já em operação na América do Sul.
15
Tabela 6: Volume de investimentos anunciados no Brasil, por UF, entre 2013 e 2017,
em US$ milhões
Estados 2013 2014 2015 2016 2017
ES 967 466 115 355 10.508
SP 10.066 8.032 4.478 8.552 7.016
MT 99 31 1.192 859 3.258
BA 2.744 2.174 454 4.110 2.705
RJ 4.265 6.058 1.732 5.660 2.128
PR 2.062 6.384 6.751 799 1.776
SC 738 2.556 745 287 1.722
SE 1.199 571 0 3 1.591
MG 11.646 3.693 3.257 2.701 997
MA 223 24 337 484 863
RS 5.118 11.756 3.105 433 854
AM 2.198 1.238 2.614 1.725 680
GO 1.330 1.743 507 368 660
CE 1.174 1.210 1.010 1.503 651
RN 6 108 126 55 557
MS 3.851 4.663 921 140 527
AL 283 516 0 157 410
DF 20 33 40 2 334
PA 24.031 2.518 1.696 1.415 204
PE 623 1.834 836 564 192
TO 225 61 157 0 102
PB 52 110 291 0 47
AP 200 407 0 9 28
RO 96 0 18 0 15
PI 2.161 421 163 5.781 8
RR 97 0 9 0 0
AC 5 0 0 0 0
Não disponível 53.415 41.063 33.618 37.582 29.524
Total 128.895 97.671 64.174 73.544 67.356
Fonte e Elaboração: MDIC/SDCI/RENAI.
16
6- FAIXAS DE VALOR
A análise dos anúncios de investimentos por faixas de valor mostra como o volume de
investimentos anunciados está concentrado em poucos projetos. Em 2017, nove projetos acima
de US$ 1 bilhão concentraram 34% do valor total anunciado, enquanto 325 projetos entre US$
5 e 100 milhões concentraram 14,1% desse total.
Tabela 7: Número de investimentos anunciados no Brasil por faixa de valor, entre 2013
em 2017, e proporção dos anúncios nas respectivas faixas de valor em 2017(em %)
2013 2014 2015 2016 2017 2017 –
% do valor
Acima de US$ 1 bilhão 18 20 12 12 9 34,3
Entre 500 milhões e 1 bilhão 22 19 10 13 11 14,2
Entre US$ 100 e 500 milhões 116 106 60 55 71 24,8
Entre US$ 5 e 100 milhões 395 467 297 199 325 14,1
Até US$ 5 milhões 333 308 203 122 214 12,6
Total Geral 884 920 582 401 630 100
Fonte e Elaboração: MDIC/SDCI/RENAI.
7- PRINCIPAIS ANÚNCIOS DE 2017
Os dez anúncios de investimento mais vultosos de 2017 somaram quase US$ 34 bilhões,
o que representou 50% do valor total anunciado no referido exercício. São eles:
1) Petrobras (US$ 10 bilhões) – Investimento para projetos que envolvem custeio de
operações e contratação de bens e serviços, no Espírito Santo, visando alavancar a eficiência da
produção.
2) Telefônica VIVO (US$ 7,5 bilhões) – Investimento para expansão da cobertura 4G e
ampliação da rede de fibra.
3) Petrobras (US$ 3 bilhões) – Investimento para pesquisa e desenvolvimento e na
infraestrutura do Cenpes, Centro de Pesquisa.
4) Brookfield Investimentos (US$ 2,9 bilhões) – Investimento para expansão da instalação
de linhas de transmissão.
5) Xingu Rio (XRTE), STATE GRID (US$ 2,2 bilhões) - Investimento para construção
do "linhão de transmissão" com 2.518 km de extensão e 400 MW de capacidade de transmissão,
17
entre os estados do Pará e Rio de Janeiro, passando pelos estados do Tocantins, Goiás e Minas
Gerais. Em Paracambi (RJ), será construída uma subestação que distribuirá energia para outras
subestações interligadas ao sistema nacional.
6) Chery, Grupo CAOA (US$ 1,9 bilhão) – Investimento para ampliação da rede de
concessionárias Chery, com meta de passar de 20 para mais de 100 pontos de revenda.
7) Rumo Logística, COSAN (US$ 1,8 bilhão) –Investimento para construção de 650 km
de trilhos da ferrovia Ferronorte, ligando Rondonópolis (MT) a Sorriso (MT).
8) ARTERIS, ABERTIS/BROOKFIELD - EX OHL BRASIL (US$ 1,5 bilhão) -
Investimento para ampliação da malha ferroviária, restauração e conservação, e implantação de
equipamentos e sistema no trecho entre Itaporanga (SP) e Franca (SP), de 720 km de extensão,
da Rodovia Calçados.
9) Centrais Elétricas de Sergipe – CELSE (US$ 1,5 bilhão) - Investimento para instalação
do complexo de geração de energia elétrica, composto por usina termelétrica (UTE), que irá
processar gás natural, transformando-o em energia elétrica; linha de transmissão para
transportar a energia produzida até a subestação de Jardins; e instalação marítima, unidade
flutuante de armazenamento e regaseificação de gás natural, com sistema de ancoragem e
gasoduto.
10) Gás Natural AÇU, GNA – Prumo/BP/Siemens (US$ 938 milhões) - Investimento para
construção de uma termelétrica de 1,3 mil megawatts para o escoamento do gás produzido em
campos marítimos, incluindo pré-sal, e um terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Porto
do Açu, em São João da Barra (RJ). A termelétrica consumirá 6 milhões de metros cúbicos de
gás por dia quando estiver em plena capacidade.
18
Tabela 8: Principais anúncios de investimentos no Brasil em 2017
Data * Empresa Setor Valor em US$
Bilhões
09/03/2017 PETROBRAS Indústrias de transformação 10,3
22/02/2017 TELEFÔNICA VIVO Transporte, armazenagem e
comunicações 7,5
28/08/2017 PETROBRAS
Atividades imobiliárias,
aluguéis e serviços prestados às
empresas
3,0
07/03/2017 BROOKFIELD Produção e distribuição de
eletricidade, gás e água 2,9
28/09/2017 XINGU RIO (XRTE)
(STATE GRID)
Produção e distribuição de
eletricidade, gás e água 2,3
23/11/2017 CHERY (GRUPO CAOA)
Comércio; reparação de veí.
automotores, objetos pessoais e
domésticos
1,9
27/11/2017 RUMO LOGÍSTICA
(COSAN)
Transporte, armazenagem e
comunicações 1,9
24/08/2017
ARTERIS
(ABERTIS/BROOKFIELD
- EX OHL BRASIL)
Transporte, armazenagem e
comunicações 1,6
08/06/2017 CENTRAIS ELÉTRICAS
DE SERGIPE (CELSE)
Produção e distribuição de
eletricidade, gás e água 1,6
15/08/2017
GAS NATURAL AÇU
(GNA)
(PRUMO/BP/SIEMENS)
Transporte, armazenagem e
comunicações 0,9
Fonte e elaboração: MDIC/SDCI/RENAI.
*Data de divulgação do anúncio.
8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados da Renai mostram que o volume de investimentos anunciados no país em
2017 foi de US$ 67 bilhões, volume superior ao valor registrado em 2015, de US$ 64 bilhões.
A análise setorial dos anúncios registrados em 2017 mostrou que a indústria de
transformação foi o setor a que se destinou o maior volume de investimentos divulgados,
correspondendo a US$ 19,8 bilhões. Quanto à origem do capital, os dados apontaram que, em
2017, US$ 29,6 bilhões de investimentos foram anunciados por empresas exclusivamente
brasileiras. Dentre as empresas estrangeiras, os principais países a anunciarem investimentos
no Brasil foram Espanha, China e Canadá, nesta ordem.
19
A Região Sudeste foi à que se destinou os maiores montantes de investimentos
anunciados, principalmente devido ao anúncio de US$ 10 bilhões da Petrobrás no Espírito Santo
(anúncio mais relevante registrado em 2017). Por fim, viu-se que a maior proporção de volume
de investimentos anunciados concentra-se em poucos anúncios: praticamente 50% do valor
total anunciado em 2017 está abarcado em 20 projetos acima de U$ 500 milhões.
20
Anexo I - Volume de investimentos anunciados por divisão CNAE, entre 2013 e 2017 (US$
milhões)
Setor Divisão 2013 2014 2015 2016 2017
Agricultura, pecuária,
silvicultura e
exploração florestal
Agricultura, pecuária e serviços
relacionados com essas atividades 619 2.880 431 29 112
Silvicultura, exploração florestal e
serviços relacionados com estas
atividades
100 170
Alojamento e
alimentação alojamento e alimentação 3.465 2.469 1.211 681 1.833
Atividades
imobiliárias, aluguéis e
serviços prestados às
empresas
aluguel de veículos, máquinas e
equipamentos sem condutores ou
operadores e de objetos pessoais e
domésticos
74 95 20 9 1
atividades de informática e
conexas 201 211 217 5.565 130
atividades imobiliárias 265 166 85 111
pesquisa e desenvolvimento 3.000
serviços prestados principalmente
às empresas 287 61 71 131 151
Comércio; reparação
de veí. automotores,
objetos pessoais e
domésticos
comércio e reparação de veículos
automotores e motocicletas; e
comércio a varejo de combustíveis
61 1.035 460 1.907
comércio por atacado e
representantes comerciais e
agentes do comércio
174 85 83 109 83
comércio varejista e reparação de
objetos pessoais e domésticos 5.497 6.329 1.901 1.441 1.728
Supermercados 70
Construção construção 1.456 2.447 506 67 18
Educação educação 26 45 163 80 44
Indústrias de
transformação
confecção de artigos do vestuário e
acessórios 36 10 0 34
edição, impressão e reprodução de
gravações 3 4 0
fabricação de artigos de borracha e
plástico 1.177 987 291 160 104
21
Setor Divisão 2013 2014 2015 2016 2017
fabricação de celulose, papel e
produtos de papel 4.396 4.432 823 238 458
fabricação de coque, refino de
petróleo, elaboração de
combustíveis nucleares e produção
de álcool
2.328 1.188 59 3.543 10.932
fabricação de equip. de instrum.
médico-hosp., instrum. de precisão
e ópticos, equip. para automação
industrial, cronô. e relógios
230 58 73 37 59
fabricação de máquinas e
equipamentos 460 576 864 56 208
fabricação de máquinas para
escritório e equipamentos de
informática
757 131 322 489 33
fabricação de máquinas, aparelhos
e materiais elétricos 461 1.024 258 76 541
fabricação de material eletrônico e
de aparelhos e equipamentos de
comunicações
616 389 1.609 1.172 586
fabricação de móveis e indústrias
diversas 239 488 39 18 175
fabricação de outros equipamentos
de transporte 3.558 1.354 429 92 102
fabricação de produtos
alimentícios e bebidas 2.742 4.883 5.130 2.474 1.842
fabricação de produtos de madeira 305 572 2 15 722
fabricação de produtos de metal -
exclusive máquinas e
equipamentos
677 148 127 84 262
fabricação de produtos de minerais
não-metálicos 1.817 1.778 1.304 402 226
fabricação de produtos do fumo 38 44 26
fabricação de produtos
farmoquímicos e farmacêuticos 413 283
fabricação de produtos químicos 2.825 6.735 1.356 1.520 836
fabricação de produtos têxteis 28 18 7 1 145
fabricação e montagem de veículos
automotores, reboques e
carrocerias
13.799 7.842 505 4.478 2.028
metalurgia básica 4.724 1.589 56 1.455 153
preparação de couros e fabricação
de artefatos de couro, artigos de
viagem e calçados
53 116 0 13 53
reciclagem 203 63 40 8 10
22
Setor Divisão 2013 2014 2015 2016 2017
Indústrias extrativas
extração de carvão mineral 135
extração de minerais metálicos 26.125 3.347 56 255 668
extração de minerais não-metálicos 1.240 44 1.090 8 61
extração de petróleo e serviços
correlatos 9.187 2.632 2.500 10.000 311
Intermediação
financeira
atividades auxiliares da
intermediação financeira 0 8 121
intermediação financeira,
exclusive seguros e previdência
privada
140 2.294 438
seguros e previdência privada 8 16 21
Outros serviços
coletivos, sociais e
pessoais
atividades recreativas, culturais e
desportivas 25 77 3 112
limpeza urbana e esgoto; e
atividades conexas 3 673 85 35 1
serviços pessoais 2 58 3
Pesca
pesca, aqüicultura e atividades dos
serviços relacionados com estas
atividades
15
Produção e
distribuição de
eletricidade, gás e
água
captação, tratamento e distribuição
de água 2.795 1.556 991 5.920 1.296
eletricidade, gás e água quente 11.585 22.513 14.568 14.236 16.967
Saúde e serviços
sociais saúde e serviços sociais 836 966 475 304 1.813
Transporte,
armazenagem e
comunicações
atividades anexas e auxiliares do
transporte e agências de viagem 5.205 6.868 4.786 3.438 6.835
correio e telecomunicações 10.859 3.937 8.304 12.469 8.023
transporte aéreo 103 2.158 8.121 6 29
transporte aquaviário 445 45 1.802 188
transporte terrestre 6.692 101 2.452 1.450 2.291
Fonte e elaboração: MDIC/SDCI/RENAI.
23
EQUIPE
ANDREA PEREIRA MACERA
DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL
ISABEL TERRA SIEBRA DE SOUSA
COORDENADORA-GERAL DE PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL E
INVESTIMENTOS
DANIELLEN DO VALE REIS DO AMARAL
COORDENADORA DE INVESTIMENTOS
ISADORA CUNHA VASCONCELOS
ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO
ROBERTO LOUREIRO FILHO
ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR
CONTATO: [email protected]