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Palavra da Endesa Brasil A Endesa Brasil demonstra novamente seu compromisso com a educação de qualidade e a cultura das crianças e adolescentes brasileiros com Bú! Histórias de Medo e Coragem, a iniciativa do Programa Endesa Brasil de Educação e Cultura e do Ministério da Cultura para 2013. Criado com o objetivo de contribuir para a qualificação do processo de alfabetização e letramento de crianças em escolas públicas de todo o país, o programa acumula experiências bem sucedidas desde sua criação, em 2011. Uma delas foi o projeto Contadores de Histórias Encantadas, que convidou estudantes de mais de 3 mil escolas para criarem suas próprias narrativas. Depois veio Teatro de Brinquedo, em que mais de 8 mil alunos participaram da criação de pequenas dramaturgias. Mais recentemente foi a vez de Arteteca: Lendo Imagens, que chegou a 4 mil escolas e mostrou aos alunos como argumentar, criar e discutir a partir da observação de obras de arte. Durante o percurso de Bú! Histórias de Medo e Coragem, alunos de escolas públicas de diversas cidades brasileiras são convidados a ler, ouvir, escrever e encenar histórias que falam de sentimentos que todos têm: o medo e a coragem. Esses dois sentimentos servem para que os estudantes pensem em cenários e enredos, elaborem ficções, pesquisem para a coleta de informações. Ao final do trajeto, os alunos são convidados a criar e encenar suas próprias histórias com esses sentimentos. Com base nos resultados obtidos dos projetos realizados nos últimos anos, a Endesa Brasil mantém sua convicção de que contribuir com o desenvolvimento de uma educação de qualidade é o melhor investimento para a criação de um futuro melhor. Equipe da área de Sustentabilidade Endesa Brasil 1

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Palavra da Endesa BrasilA Endesa Brasil demonstra novamente seu compromisso com a educação de qualidade e a cultura das crianças e adolescentes brasileiros com Bú! Histórias de Medo e Coragem, a iniciativa do Programa Endesa Brasil de Educação e Cultura e do Ministério da Cultura para 2013.

Criado com o objetivo de contribuir para a qualificação do processo de alfabetização e letramento de crianças em escolas públicas de todo o país, o programa acumula experiências bem sucedidas desde sua criação, em 2011. Uma delas foi o projeto Contadores de Histórias Encantadas, que convidou estudantes de mais de 3 mil escolas para criarem suas próprias narrativas. Depois veio Teatro de Brinquedo, em que mais de 8 mil alunos participaram da criação de pequenas dramaturgias. Mais recentemente foi a vez de Arteteca: Lendo Imagens, que chegou

a 4 mil escolas e mostrou aos alunos como argumentar, criar e discutir a partir da observação de obras de arte.

Durante o percurso de Bú! Histórias de Medo e Coragem, alunos de escolas públicas de diversas cidades brasileiras são convidados a ler, ouvir, escrever e encenar histórias que falam de sentimentos que todos têm: o medo e a coragem. Esses dois sentimentos servem para que os estudantes pensem em cenários e enredos, elaborem ficções, pesquisem para a coleta

de informações. Ao final do trajeto, os alunos são convidados a criar e encenar suas próprias histórias com esses sentimentos.

Com base nos resultados obtidos dos projetos realizados nos últimos anos, a Endesa Brasil mantém sua convicção de que contribuir com o desenvolvimento de uma educação de qualidade é o melhor investimento para a criação de um futuro melhor.

Equipe da área de Sustentabilidade Endesa Brasil

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Este livro é um convite. Um convite um pouco inusitado, talvez. Por causa do tema, do coração do convite. É um coração aflito, disparado, procurando colo. Este livro convida você e seus alunos e alunas para um percurso pelas histórias de medo. Também pelas histórias de coragem.

Aqui encontraremos seres estranhos, poções, feitiços, encantamentos, paisagens assustadoras e colecionaremos olhos arregalados, vontades de sair correndo. Partilharemos o desejo de acolhimento que todo medo instala dentro de todo medroso. Não existe coisa mais gostosa do que sentir medo e ser protegido.

Desde a criança até o adulto sabem que quando o medo vem, já era. Não dá pra mandar embora de uma hora para a outra. O medo se espalha, pinta tudo que encontra, cria sentidos inventados, completa vultos em monstros inteirinhos.

O medo é inventivo, esperto, curiosíssimo. E ele nasce sempre ou quase sempre quando estamos diante daquilo que é novo, daquilo que ainda não dominamos completamente, daquilo que ainda virá a ser e, por isso, escapa ao controle.

O medo é uma travessia, uma passagem, um pedaço do caminho. Ele diz: “Não avance. Volte para o que você conhece”. Seu medo se cuida e justifica você ficar parado aí.

O medo carrega dentro um pedido que a gente quase não tem coragem de fazer. Um pedido de proteção. E eu não conheço antídoto melhor do que a presença, a escuta e a palavra. Tornar o medroso o autor de sua própria história. Quem fala do medo desfaz a sensação de que se falar acontece. Quando falamos, o medo vira alegoria, símbolo, criação. E o impulso de fuga vira voo.

Este livro também é um convite para um percurso corajoso no qual você e seus alunos encontrarão seus medos e criarão histórias para eles. E, ao final, encenarão esses enredos e colocarão os medos no colo até que eles adormeçam cansados e se transformem em histórias engraçadas de antes da partida.

Histórias são caminhos partilhados. Travessias. Para atravessar, é preciso escolher o que da gente a gente leva, do que se despede. Alguns medos a gente deixa no caminho, tantos outros a gente ganha por aí novinhos em folha. E do medo acolhido nasce a coragem.

Que venham os medos. Que a gente acolha com escuta e bom humor. E que nasça o novo. Que a gente se transforme e perceba, depois, quanta coisa bonita foi capaz de produzir.

Boas Histórias!

Caros professor e professora,

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Para começar: um manifesto para a jornadap. 6

Uma coleção de arrepiar!p. 12

Cada etapa de BÚ! Histórias de Medo e Coragem dá origem a um produto. Aqui você pode ver

tudo que resultará dessa trajetória.

Para você se localizar

Poções, Feitiços, Encantamentos e Antídotosp. 18

Florestas, Cavernas, Casebres, Castelosp. 24

Medos, Medinhos, Medõesp. 30

Como se fosse aprendendo a nadarp. 36

Uma coisa puxa a outrap. 42

Créditosp. 48

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Para começar: um manifesto para a jornada

Atividade 1

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Esta atividade inaugura o trajeto de BÚ! Histórias de Medo e Coragem. É claro que sempre há muitos jeitos de se começar alguma coisa. Mas qualquer que seja o jeito que você escolher, lembre-se de algumas coisas que podem ser bem úteis para esse trajeto.

Para começar: um manifesto para a jornada

1. Pode ser orientador para as crianças que você as informe de que, neste projeto, vocês farão um monte de atividades que vão demandar que elas façam uma coisa muito gostosa: ouvir, ler e escrever histórias.

2. Explique às crianças que as histórias poderão ser inventadas ou não, porque medo, que é o nosso tema aqui, é coisa que todo mundo sente.

3. Explique também que as histórias, as que vocês vão conhecer e muitas, muitas outras, são uma das formas mais bacanas que os seres humanos encontraram para falar sobre todas as coisas que a gente sente e não sabe muito o que fazer com elas: a gente cria um personagem, um lugar, uma história e coloca tudo lá dentro!

4. Diga a seus alunos e alunas que as histórias, por isso mesmo, não fariam nenhum sentido se não houvesse alguém para lê-las, escutá-las, pensar sobre elas. É por isso que a gente sempre pode achar um pedacinho de nós mesmos em cada história.

Isso posto, nossa sugestão é que você conte às crianças uma lembrança da sua infância. Não uma lembrança qualquer, mas uma bem especial: uma lembrança daquilo que te dava medo e, principalmente, como é que as pessoas à sua volta te ajudavam com isso.

Se preferir, você também pode escolher uma das histórias do acervo de BÚ! Histórias de Medo e Coragem para contar às crianças e, quem sabe, lhes contar algumas das memórias que você tem de quando alguém lhe contava histórias... O importante é que esse momento seja um momento no qual se estabeleça um pacto entre todos vocês. Em outras palavras, não importa se sua história é sua mesmo ou tomada de empréstimo de outro autor. O que importa é que ela esteja recheada de toques pessoais, aqueles que só você pode inserir, como comentários, lembranças, tons de voz e expressões faciais, pedacinhos inconfundíveis de você que seus alunos e alunas saberão reconhecer.

7. Finalmente, diga a seus alunos e alunas que a primeira história que eles receberão foi enviada por você e eles são os primeiros destinatários! Que honra!

5. Você pode usar uma metáfora e dizer que cada história é como uma carta que alguém pôs no correio. Mas um correio muito especial, porque essas cartas-histórias viajam no tempo e no espaço até encontrar seus destinatários, que são muitos. Quando vocês começam um projeto como esse, é como se o carteiro estivesse ali, na porta da sala, com cartas maravilhosas para todos vocês!

6. Explique que eles também poderão escrever suas próprias cartas e colocá-las no mundo, que esse correio é enorme. Quem sabe quem vai ler o que eles escreverem, quem receberá essas novas cartas-histórias, amanhã, daqui a dez anos, daqui a mil anos (sim, existem histórias de mil anos e algumas até mais velhas que isso!)?

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Para começar: um manifesto para a jornada

Esta atividade tem um produto final?

Convide seus alunos e alunas a escreverem com você seu próprio manifesto para estas aulas, discutindo e escolhendo aquilo que vocês acham mais importante para que todos se sintam à vontade, sempre, para falar sobre seus medos e coragens.

Vocês podem começar com artigos como esses:

- Todo mundo sente medo e todos os medos são igualmente importantes, mesmo que sejam irracionais.

- Nenhum medo ou história será usado para fazer mal aos outros ou será tratado como ridículo.

- Tem medos e coragens que produzem histórias engraçadas, mas isso é diferente do ridículo. O engraçado, até o dono do medo acha que é.

Você pode ainda falar sobre as coragens individuais que seus alunos e alunas possam ter e como elas podem ser colocadas a serviço do coletivo (quando alguém tem medo de baratas, por exemplo, é sempre muito útil conhecer quem não se importa com esses insetos e pode se livrar deles!). Também sobre as histórias que eles vão produzir, que devem sempre ser públicas – não devem, por isso, conter segredos –, pois serão lidas por muitas pessoas.

Depois de pronto o Manifesto, vocês devem assiná-lo e afixá-lo em lugar bem visível, para que ele cumpra sua função: lembrar a todos que vocês têm um compromisso coletivo!

Proponha a elaboração de um Manifesto. Explique a eles que esse tipo de documento deve conter coisas importantes que serão lembradas e respeitadas por todos durante a jornada. Afixe o Manifesto em lugar visível.

Diga que vocês começarão uma jornada num projeto chamado BÚ! Histórias de Medo e Coragem. Essa jornada será repleta de atividades que vão demandar que todos façam uma coisa muito gostosa: ouvir, ler e escrever histórias.

Lembre aos alunos que as histórias que eles vão ler, ouvir e escrever terão como tema o medo (uma coisa que todo mundo sente) e a coragem (que a gente tem também).

Conte a eles uma história: pode ser de verdade (alguma memória de infância ou uma história que te dava medo) ou, se você preferir, leia para eles uma das histórias do repertório de BÚ!.

Depois de ler, diga que para começar essa jornada vocês terão que fazer alguns acordos. Afinal, falar sobre aquilo que sentimos merece todo cuidado e respeito.

Um resumo em 5 etapas

Sim. Vocês produzirão um Manifesto.Falar sobre medos e coragens e escrever histórias são situações do campo da delicadeza, como você bem sabe. Como dissemos, há sempre algo de nós ali, e isso merece cuidado e respeito.

Como esta é a primeira atividade do projeto, é interessante que você e seus alunos e alunas estabeleçam aquilo que é muito importante e que, por isso mesmo, deve ser respeitado por todos.

Este tipo de acordo entre seres humanos, combinados que consideramos valiosos e que nos comprometemos a respeitar, pode ser expresso na forma de um manifesto, que é um documento que lista esses compromissos para que ninguém os esqueça.

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Uma coleção de arrepiar!

Atividade 2

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Uma coleção de arrepiar!

Você pode começar esta atividade dizendo aos seus alunos e alunas que, como eles devem saber, muitas pessoas têm o hábito de colecionar coisas. Há colecionadores de carros, de pinturas, de brinquedos, de moedas e até de caixas de fósforos, de latinhas de refrigerante, de cabelos. Enfim, tem gosto para tudo nessa vida. Essas coleções também podem ser chamadas de acervos, uma palavra que significa um conjunto organizado de coisas que muitas pessoas têm em comum, ou seja, que pertence a todas elas.

Para esquentar a conversa, pergunte se alguém da classe tem esse hábito, o que coleciona, há quanto tempo etc. Pergunte também como essas pessoas organizam suas coleções, porque coleção que é coleção é muito bem arrumadinha. Coleções de pedras, por exemplo, podem ser organizadas pelo tamanho da pedra ou pelas cores. Coleções de selos podem ser organizadas pelos países que emitiram os selos ou por datas. Coleções de caixas

de fósforos podem ser organizadas em ordem alfabética.

Diga que você tem uma proposta para uma coleção muito especial: a classe vai começar a colecionar personagens que dão medo. Comece, então, a explicar como isso será feito.

Primeiro, os estudantes precisarão lembrar das coisas que eles sentem medo. Pode ser qualquer coisa: de ficar sozinho em casa, do escuro ou de um vizinho de aparência e comportamento pouco usuais. Essas coisas que dão medo às crianças devem ser organizadas numa primeira lista. Só então vocês podem começar a segunda lista, a das personagens que dão vida e corpo a cada um desses medos.

Para cada medinho, uma personagem. Explique a seus alunos e alunas que este é um recurso literário muito comum e interessante chamado personificação. É quando a gente pega uma coisa que sente, por exemplo, que é sempre algo impalpável, sem corpo ou cara, e a transforma em um ser com corpo, cara, voz, tudo, tudo.

Conte às crianças que grandes autores fizeram isso e escreveram histórias incríveis! Os moinhos contra quem Dom Quixote de La Mancha, de Cervantes, lutava incansavelmente eram a personificação da confusão que a própria personagem sentia o tempo todo. A baleia branca Moby Dick, no livro de Melville, é a personificação da enormidade dos problemas que seu caçador implacável enfrentava.

Chame a atenção das crianças para o fato de que cada personificação tem características daquilo que representa: os moinhos, com suas pás que giram o tempo todo, representam a confusão da personagem, enquanto que a baleia enorme representa o tamanho da arrogância de seu caçador e dos problemas que ela acarreta.

Assim, uma personagem que represente o medo do escuro deve ter características que remetam à escuridão, como ser sombria ou usar roupas escuras.

Para finalizar os trabalhos do dia, leia uma das histórias do acervo de BÚ! Histórias de Medo e Coragem. Nossa sugestão é a leitura de Maria Angula. Seus alunos e alunas vão conhecer uma personagem realmente assustadora. Ao terminar a história, faça com as crianças o gostoso exercício de tentar descobrir que medo está personificado em Maria Angula, essa personagem tão poderosa. Tentem pensar um pouco como as pessoas que inventaram a história e a personagem, levantem as características mais marcantes de Maria Angula, reveladas em seus comportamentos na história: quem inventou essa história e criou uma personagem assim tinha medo de quê?

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Por exemplo:

Nome: Alma Penada ou Alma do Outro Mundo.

Como é: Pode ser homem, mulher ou criança. Para ser alma penada, tem que estar morto. Tem que ser um pouco transparente.

Onde vive ou aparece: Pode aparecer em qualquer lugar, mas sempre à noite, quando a gente está sozinho.

Por que algumas pessoas têm medo? Porque pode dar um susto enorme ver esse tipo de coisa. Dizem que tem almas que são malvadas e fazem a gente se sentir triste.

Representação gráfica (desenho):

Esta atividade tem um produto final? Sim. Ao final da atividade, sua turma terá produzido um Acervo de Personagens Amedrontadoras. Cada personagem deverá ter uma ficha contendo nome, breve descrição (como a personagem é ou dizem que é), uma representação gráfica (desenho), onde a personagem vive ou costuma aparecer e por que as pessoas se amedrontam diante dela.

Leia a história Maria Angula. Ao terminar, faça com seus alunos e alunas o gostoso exercício de tentar descobrir que medo está personificado em Maria Angula, essa personagem tão poderosa.

Um resumo em 5 etapas

Diga às crianças que muitas pessoas têm o hábito de colecionar coisas. Essas coleções também podem ser chamadas de acervos. Conte que vocês construirão uma coleção muito especial: uma coleção de personagens que dão medo.

Explique como esse acervo será feito: primeiro, eles farão uma lista com coisas de que sentem medo (ficar sozinho em casa, do escuro etc.).

Depois, farão uma segunda lista: a das personagens que darão vida e corpo a cada um desses medos. Para cada medinho, uma personagem.

Explique a eles esse recurso literário chamado personificação, que é quando a gente pega uma coisa que sente (que é sempre algo impalpável, sem corpo ou cara) e a transforma em um ser, com corpo, cara, voz, tudo, tudo. Dê exemplos (a baleia Moby Dick, os moinhos de vento de Dom Quixote etc.).

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Poções, Feitiços, Encantamentos e Antídotos

Atividade 3

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São de beber. São líquidas e podem

ser gosmentas. Às vezes delas saem fumaças. E

para fazer efeito é preciso bebê-las. Quem beber

uma poção pode ganhar ou perder poderes ou

mudar de forma.

PoçõesTipo: Poção

Para que serve: Para transformar um humano em passarinho

Ingredientes:

- 1 pena de pássaro preto

- Água benta

- 1 colher de alpiste

Antídoto: O feitiço dura apenas 1 hora e não há antídoto seguro para ele. Melhor esperar passar o tempo de duração do feitiço.

Modo de fazer:

- Arranque uma pena de um pássaro preto enquanto ele estiver cantarolando.

- Use um pequeno caldeirão para misturar a pena, um pouco de água benta e uma colher de alpiste. Enquanto mexe, repita: Passarim quis pousar não deu voou, voou, voou.

- Você começará a sentir coisas estranhas. Lembre de fazer isso ao ar livre para você poder voar com segurança.

Veja um exemplo de Poção:

Se houvesse um enorme livro de receitas mágicas, ele estaria dividido entre Poções, Feitiços e Encantamentos, assim como estão divididos os livros de receitas que conhecemos entre doces, salgados e sobremesas...

Qual a diferença entre Poções, Feitiços e Encantamentos? Como nunca conversei com uma bruxa de verdade, vamos olhar cada um deles:

Poções, Feitiços, Encantamentos e AntídotosComece a atividade lendo para seus alunos a história A Cabaça Encantada. Depois da leitura, converse sobre a história, ouça o que eles têm a dizer sobre ela. Lembre-se de perguntar se eles já viram uma cabaça e um berimbau (seria sensacional se você conseguisse um para lhes mostrar!).

Pergunte se eles já “zoaram” alguém, se lembram a expressão facial da pessoa, e se já foram “zoados” por alguém, se lembram como se sentiram. Lembre com eles de outros barulhinhos irritantes, que não cessam e vão nos enlouquecendo, como torneira pingando ou porta rangendo.

Pergunte se eles conhecem alguém que resolve problemas como se fazia antigamente, como uma benzedeira que usa rezas e chás, ou se eles conhecem alguém que usa objetos para proteção, como crucifixos ou patuás.

Chame a atenção para o fato de que a cabaça era encantada. Pergunte a eles se lembram de outras histórias com objetos que foram encantados. Faça-os lembrar da cena em que Harry Potter foi perseguido por um “balaço” encantado que quase o matou no jogo de quadribol e de como Hermione salvou Harry, desencantando o balaço com as palavras mágicas corretas.

Lembre da maçã enfeitiçada da Branca de Neve e de como o príncipe quebrou o feitiço dando um beijo na princesa. Lembre do feitiço colocado na princesa Fiona e como ele foi quebrado com o beijo do amor verdadeiro.

Prossiga então fazendo a eles um convite: vocês farão juntos um Livro de Poções, Feitiços, Encantamentos e Antídotos. Explique a eles que este livro será uma forma de ficção literária, que vocês podem inventar o que quiserem, porque, numa história, coisas que não são reais ou verdadeiras podem ser aceitas como fatos incontestáveis.

Mostre a eles como esse é um pacto que acontece entre o autor da história e seus leitores, o de acreditar no improvável ou no impossível dentro do contexto da história. Conte-lhes que Júlio Verne, por exemplo, escreveu um livro chamado Viagem ao Centro da Terra, em que um cientista entra em um vulcão e chega ao centro da Terra, descobrindo ali maravilhas inesperadas.

Explique-lhes que se esse pacto ficcional não existisse, o livro teria apenas duas linhas: “O professor entrou pelo vulcão e disse: – Aaaahhhhhh, morri queimado!”, porque é isso o que aconteceria realmente a alguém que entrasse em um vulcão. Mas o pacto ficcional entre autor e leitores permite que essa realidade seja alterada na história e a gente possa ler um dos melhores e mais emocionantes livros já escritos.

Peça a seus alunos que se reúnam em duplas ou trios para criarem feitiços, receitas de poções mágicas e formas de quebrar encantos. Para isso, eles também deverão imaginar os encantamentos que serão quebrados por cada uma das poções, é claro. Depois, terão que apresentar à sala cada um dos feitiços criados.

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Eu acredito que os encantamentos

precisam de palavras para acontecerem.

Poções, Feitiços e Encantamentos

Veja um exemplo de Feitiço:

Veja um exemplo de Encantamento:Tipo: Encantamento

Para que serve: Para arrumar sua cama sem precisar fazer nada

Como fazer: Diga as palavras mágicas: Caminha minha, arrume sozinha.

As palavras mágicas devem ser ditas bem baixinho e você deve manter os olhos fechados.

Tipo: Feitiço

Para que serve: Para tirar nota boa em matemática

Como fazer:

- Escreva 59 vezes a palavra matmatstoprusoy numa folha branca de caderno.

- Rasgue a folha em 58 pedaços enquanto dá 57 pulinhos.

- Repita 56 vezes em voz alta: matmatstoprusoy.

- Escolha 5 exercícios bem diferentes da sua aula de matemática e resolva 5 vezes cada um.

- Para terminar, diga as palavras mágicas: TETIMACAMAUEBOMOSUMEM.

Antídoto: Se você quiser quebrar o encanto, é só fazer tudo ao contrário.

Feitiços sempre podem ser quebrados. Há

feitiços que podem ser quebrados com beijos de amor verdadeiro ou com outras condições

variadas.

Encantamentos

Feitiços

Leia A Cabaça Encantada e converse com seus alunos e alunas sobre a história.

Chame a atenção para o fato de que a cabaça era encantada e pergunte se eles se lembram de outras histórias com objetos que foram encantados.

Peça para eles se reunirem em duplas ou trios e faça o convite: vocês farão juntos um Livro de Poções, Feitiços, Encantamentos e Antídotos.

Explique a eles que esse livro é uma forma de ficção literária, que vocês podem inventar o que quiserem, porque, numa história, coisas que não são reais ou verdadeiras podem ser aceitas como fatos incontestáveis. Dê alguns exemplos desses pactos literários.Diga que, depois, eles terão

que apresentar à sala cada um dos feitiços criados.

Um resumo em 5 etapas

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Florestas, Cavernas, Casebres,

Castelos

Atividade 4

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Florestas, Cavernas, Casebres, Castelos

Esta atividade tem como objetivo trabalhar com as crianças a ideia de cenário, que é um dos elementos da narrativa. Como você sabe, a narrativa é um tipo textual no qual sempre estão presentes, com maior ou menor definição, alguns elementos que determinam o enredo ou a trama:

Personagens: vivem o enredo e são os agentes do que se desenrola na história;

Tempo: pode apresentar um duplo caráter, o de duração (em quanto tempo a história se desenvolve) e o de época (em que época a história se passa);

Cenários: delimitam os espaços em que as histórias se desenrolam.

Nossa sugestão é que você dividida a sala em pequenos grupos e distribua uma ou duas histórias do acervo de BÚ! Histórias de Medo e Coragem para cada um deles.

Compreendidas as orientações, peça para as crianças lerem e anotarem todos os lugares que aparecerem ao longo da leitura da história. Todos mesmo.

Há feitiços muito perigosos, e algumas histórias contam que o mais forte deles é o amor verdadeiro. Havia uma gruta onde morava a princesa enfeitiçada. Todo dia, dezenas de pretendentes tentavam desfazer o encanto, atraídos pela melodia doce de sua voz.

Na lousa, anote GRUTA quando terminar o primeiro parágrafo.

Na lousa, anote FLORESTA ESCURA quando terminar o segundo parágrafo.

Nenhum deles, porém, conseguia libertá-la do encantamento para tornar-se seu amor. Um dia, João passou pela gruta e resolveu tentar. Entrou e logo recebeu as instruções: era preciso dormir na floresta escura, esperar a chegada dos maus espíritos, aguentar seus golpes sem reagir e voltar à gruta antes de anoitecer. João era corajoso e estava apaixonado pelo modo delicado de falar da princesa, e só de pensar em se casar com ela seu coração se enchia de coragem.

Por exemplo, veja esse trecho de A Princesa e os Pássaros:

Diga às crianças que elas farão uma atividade muito simples: elas terão que ler as histórias e anotar numa folha de caderno o nome de todos os lugares que aparecerem. Para orientá-las melhor, leia um trecho de uma história e anote na lousa toda vez que aparecer um lugar.

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Florestas, cavernas, casebres, castelos

Esta atividade tem um produto final?

Sim. Nossa proposta é que essa atividade gere um Todo Medo Tem Seu Lugar: Guia Turístico de Lugares Sombrios e Tenebrosos. Essa publicação será o resultado do trabalho coletivo de seus alunos e alunas. Se for possível, reúna todas as produções e encaderne para que fique com o aspecto de uma publicação mesmo. Lembre-se de colocar índice, nome dos autores, número de páginas, enfim, todas as informações que devem estar contidas nesse tipo de publicação.

Feita essa primeira tarefa, prossiga com as orientações. Agora as crianças vão ter que responder algumas questões sobre cada um dos lugares identificados nas histórias. Diga a elas que, além das informações contidas nas histórias, elas também podem inventar outras. Para cada lugar que aparecer na lista, as crianças deverão montar uma ficha que contenha o nome do lugar, uma breve descrição, orientações para se chegar lá, com mapas se possível, e nomes de moradores ilustres, que são as personagens da história em que o lugar aparece.

Nome do lugar: Reino do rei que amava plantas e tinha três filhos.

Como é: É um reino que fica tão longe que ninguém sabe direito como ele é. Dizem que a coisa mais bonita do reino é o castelo onde mora o rei.

Como chegar: A gente desenha um mapa e pode também apresentar referências, como “fica logo depois da Floresta Escura e antes do Mar Sem Fim”.

O que fazer por lá: A visita ao castelo do rei é um excelente passeio, mas fique bem atento: este é um reino em quebrar o galho de uma árvore sem querer pode ser um grande erro!

Veja o exemplo a seguir. Esses lugares são da história Cabelinho Cabelão.

Diga a eles que o resultado desse trabalho será um Guia Turístico de Lugares Sombrios e Tenebrosos.

Tenha em mente que essa atividade trabalhará com a ideia de cenário; divida a sala em pequenos grupos e distribua uma ou duas histórias do acervo de BÚ! para cada um deles.

Explique que as crianças terão que ler as histórias e anotar numa folha o nome de todos os lugares que aparecerem. Dê um exemplo na lousa, lendo um trecho e anotando você mesmo.

Feito o levantamento, prossiga com as orientações. Elas terão que responder algumas questões sobre cada um dos lugares identificados. Diga que, além das informações contidas nas histórias, elas também poderão inventar. Dê um exemplo.

Oriente as crianças dizendo que para cada lugar que aparecer na lista, elas deverão montar uma ficha que contenha o nome do lugar, uma breve descrição, orientações para se chegar lá, com mapas se possível, e nomes de moradores ilustres, que são as personagens da história em que o lugar aparece.

Um resumo em 5 etapas

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Atividade 5Medos, Medinhos, Medões Os medos e

as formas de enfrentamento: o que a gente faz com os medos que tem?

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Nossa proposta para esta atividade é que seus alunos e alunas façam uma entrevista. Essa entrevista tem o objetivo de conhecer alguns medos que as pessoas têm ou tiveram um dia e as alternativas e recursos que elas utilizam para enfrentá-los.

Você pode começar essa atividade lendo para seus alunos uma das histórias do acervo de BÚ! Histórias de Medo e Coragem. Nossa sugestão é que seja Os Brinquinhos de Maria. A leitura de histórias, como você sabe melhor do que ninguém, pode se transformar num momento mágico numa sala de aula. A entonação das suas palavras, as expressões do seu rosto mudando a cada frase, os gestos de suas mãos manuseando o texto impresso, percorrer a sala dando mais vida à leitura farão, certamente, seus alunos e alunas fascinados por cada história contada (e por você, é claro).

Depois da leitura, converse com eles sobre o que acharam da história, se já a conheciam, quais foram as sensações que a história provocou e outras coisas que você quiser. Lembre-se de ouvir atentamente o que eles têm a dizer. Mesmo que o discurso pareça pouco organizado, não tenha pressa para fazer correções, ainda que elas sejam necessárias. Esse momento inicial de conversa depois de ouvir uma história é mais destinado às sensações mesmo. A análise vem depois, conforme as sensações vão se aquietando e achando seu lugar dentro da gente.

Diga a eles que o medo, assim como outros sentimentos (como a alegria, a tristeza, a saudade, a esperança, a raiva, o amor), nos acompanha por toda a vida. Explique que, de vez em quando, ele também se confunde com outras coisas que sentimos, as sensações – que são diferentes dos sentimentos. Às vezes a gente se assusta com alguma coisa e até parece medo, mas não é, porque quando o susto passa a gente vê que a coisa não oferece nenhum perigo (como o barulho de um raio, ou uma porta batendo, ou alguém que entra quietinho quando estamos distraídos). Medo é diferente e todos sabemos. A gente sente até quando não está assustado. A gente sente medo só de pensar no que a gente tem medo! Mas todo mundo tem um truque para controlar o medo ou conseguir ajuda quando a coisa é séria.

Explique também a seus alunos que medo é como sabor de sorvete: cada um tem o seu e não adianta discutir, porque não tem explicação. A alguém pode parecer bobo ter medo de escuro, ou de barata, ou de galinha, ou de debaixo da cama, mas o dono do medo sabe muito bem que ele não tem nada de bobo, não.

Explique à turma que nesta atividade vocês realizarão uma entrevista que tem o objetivo de descobrir alguns medos, medinhos e medões que as pessoas têm ou já tiveram – sim, porque medo pode acabar também – e como elas fazem para lidar com eles.

Para explicar os procedimentos de uma entrevista, você pode esquentar a conversa perguntando se alguém já foi entrevistado, qual era o assunto da entrevista, quando foi que aconteceu, quem é que era o entrevistador e outras coisas. Pergunte também se alguém da sala já entrevistou alguém e, se for possível, peça para contar como foi essa experiência. Conversa aquecida, passe então para a explicação dos procedimentos para uma entrevista.

Medos, Medinhos, Medões

- Qual é o seu nome?

- Quantos anos você tem?

- Você poderia me dizer algum medo que você tem ou já teve?

- Você poderia me dizer o que você faz para enfrentar esse medo?

- Tem outro medo que você gostaria de me contar?

- Você poderia me dizer o que você faz para enfrentar esse medo?

Olá, meu nome é . Estou fazendo uma entrevista para um projeto da minha escola chamado BÚ! Histórias de Medo e Coragem. Nesse projeto, vamos pesquisar muitas coisas sobre medo e coragem. Nessa etapa do projeto, queremos conhecer alguns medos que as pessoas têm e como fazem para enfrentar esses medos. Eu poderia lhe fazer umas perguntas, por favor?

Procedimentos explicados, combine com a classe quantas entrevistas cada um deverá fazer. Combine também que os resultados deverão ser apresentados para toda a sala. Isso quer dizer que cada um irá à frente da sala para contar aos colegas quais foram os medos levantados nas entrevistas e suas formas de enfrentamento. Combine uma data limite para que as entrevistas sejam apresentadas.

Por fim, explique a eles que os resultados das entrevistas vão originar uma publicação muito bacana: um Manual de Medo e Coragem: Medos Que a Gente Tem e Jeitos de Enfrentar. Esse manual será elaborado com a participação de todos.

Diga aos alunos que quando fazemos uma entrevista, a gente precisa da colaboração dos entrevistados, que nos cedem seu tempo e seus conhecimentos. Assim, um bom jeito de começar uma entrevista, antes mesmo das perguntas, é encontrar uma forma educada de se apresentar, dizer quem você é e porque está fazendo a entrevista. Só depois as perguntas podem começar.

2. Bom, depois da apresentação, é hora de fazer as perguntas. Novamente, registre na lousa o questionário que será utilizado para as entrevistas.

1. Registre na lousa, com a ajuda dos alunos, como será essa apresentação. Por exemplo:

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Medos, Medinhos, Medões

Esta atividade tem um produto final? Sim. Essa atividade vai gerar uma espécie de Manual de Medo e Coragem: Medos Que a Gente Tem e Jeitos de Enfrentar. Para chegar a esse manual, você terá que reunir as produções dos alunos e, se possível, encaderná-las. Pode ser de um jeito facinho, com grampeador, ou fazendo furinhos e passando um barbante para juntar tudo. É legal que tenha uma capa, com título e nome dos autores. Não se esqueça: é fundamental que esse manual tenha um índice, que pode ser organizado em ordem alfabética, com o nome de todos os medos que estão reunidos ali. Você pode até fazer um lançamento do Manual, assim como alguns escritores fazem quando publicam seus livros, com uma tarde de autógrafos, por exemplo.

Se você tiver interesse, o manual pode ser publicado no blog de BÚ! Histórias de Medo e Coragem. É só se comunicar com a Central de Relacionamento para combinar como isso será feito.

Veja como poderiam ser alguns exemplos de verbetes desse Manual:

1. Medo que a mãe morra

Parece que tem muita gente que tem medo que a mãe morra. Algumas pessoas dizem que rezam para que isso não aconteça, outras espantam esse medo tentando não pensar sobre ele, mesmo que a ideia apareça na cabeça.

2. Medo de bicho embaixo da cama

Tem muita criança que tem medo que tenha algum bicho embaixo da sua cama: sapo, cobra, aranha ou alguma coisa estranha. Tem criança que sempre antes de dormir olha para ver se não tem nada mesmo. Tem outras que pedem para a mãe fazer isso. Desse jeito, elas dormem mais tranquilas.

3. Medo de escuro

Tem gente que tem medo de escuro. Eles dizem que um jeito fácil de enfrentar é acendendo a luz.

Um resumo em 5 etapas

Leia Os Brinquinhos de Maria e converse com seus alunos e alunas sobre a história.

Fale sobre o medo. Diga que, assim como outros sentimentos (alegria, saudade, esperança, amor), ele nos acompanha por toda a vida. Explique que cada um pode ter um medo diferente e que pode parecer bobo a alguém ter medo de escuro, ou de barata, mas o dono do medo sabe que isso não tem nada de bobo, não.

Explique que vocês farão uma entrevista que tem o objetivo de descobrir alguns medos, medinhos e medões que as pessoas têm ou já tiveram e como elas fazem para lidar com eles.

Explique os procedimentos para a entrevista. Escreva na lousa a apresentação e o questionário. Combine quantas entrevistas cada um fará e a data final para a tarefa. Informe que cada um irá à frente da sala para contar quais foram os medos levantados nas entrevistas e suas formas de enfrentamento.

Explique que os resultados das entrevistas vão originar uma publicação muito bacana, um Manual de Medo e Coragem: Medos Que a Gente Tem e Jeitos de Enfrentar.

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Como se fosse aprendendo a nadar

Atividade 6

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Todo mundo que já leu uma boa história pode ter uma ideia de quanto trabalho é necessário para escrevê-la. Como se diz na expressão popular, “muita água tem que passar debaixo da ponte” para que um autor elabore uma boa história. Em outras palavras, não é de uma hora para outra – mesmo – que nossa capacidade de escrever narrativas se aprimora.

É necessário muita dedicação, muita leitura, muita disposição, muito exercício e, é claro, tempo.

Nessa atividade, nós sugerimos um tipo especial de exercícios com o objetivo de ajudar seus alunos e alunas a elaborar pequenas narrativas. Como você verá, eles foram estruturados para orientar o percurso da história e, ao mesmo tempo, deixar espaços de autoria para as crianças. Um jeito fácil de verificar se esses espaços funcionaram para a participação criativa de cada uma delas será comparar, ao final da atividade, as histórias produzidas. Muito provavelmente, elas terão a marca, a identidade de cada uma das crianças que as escreveu.

Esses exercícios são parecidos com o jeito de ensinar uma criança pequena a nadar. No começo, você entra com ela na água, a segura em seus braços, depois você solta um pouquinho para que ela faça alguns movimentos sozinha e a pega de novo. Depois de um tempo, você solta mais um pouquinho, mais um pouquinho, mais um pouquinho, até que um dia ela não precisa mais que você esteja lá para ampará-la porque ela pode muito bem se virar sozinha. Nesse exercício, como você vai perceber, nós soltamos e amparamos um pouquinho também.

Nós criamos alguns exercícios, mas certamente você pode criar outros tantos. Experimente. É gostoso.

Você pode começar essa atividade lendo para os seus alunos e alunas uma das histórias do acervo de BÚ! Histórias de Medo e Coragem. Nossa sugestão é o miniconto Noite de Sexta-feira. Depois da leitura (feita com todo o suspense necessário), diga aos seus alunos e alunas que vocês farão alguns exercícios que os ajudarão a escrever cada vez melhor.

Como se fosse aprendendo a nadar

Essa história se passou num dos lugares mais assustadores que eu conheço. Ela aconteceu

Muitas pessoas dizem que esse lugar não é tão assustador assim, mas penso de outra forma, porque foi exatamente ali que aconteceu comigo uma coisa muito, muito estranha.

Um dia,

Quando, de repente,

Eu não sabia o que fazer, então decidi

O que aconteceu no final vocês podem não acreditar, mas vou contar assim mesmo:

Tem gente que diz que isso tudo foi invenção da minha cabeça. Para essas pessoas eu vivo repetindo que

E é por isso tudo que, na minha opinião, o melhor título para essa história é

Exercício 1:

Mini-Autobiografia(ou uma brevíssima história da minha vida)

Há nem tão muito tempo atrás, eu nasci. Fui crescendo, crescendo, crescendo na barriga da minha mãe e, um dia, a hora chegou.

Não me lembro de nada desse dia. Mas gostaria que tivesse sido um dia de

(Calor? Tempestade? Ventania? De festa? De alegria?)

Também gostaria que bem na hora que eu estivesse nascendo alguém tivesse dito:

Depois que nasci, fui crescendo e aprendendo muitas coisas.

Aprendi a

Não me lembro quando foi que comecei a aprender a falar e nem a primeira palavra que eu disse, mas gostaria que tivesse sido a palavra

Também não me lembro direito do dia em que aprendi a andar. Mas me lembro do dia em que eu

Sempre gostei de

Sempre tive medo de

Já tenho anos.

Já escolhi muitas coisas para ser quando crescer. Já escolhi ser

Se eu fosse dar um nome para essa breve história da minha vida, acho que o melhor nome seria

Exercício 2:

Mini História de Medo

O primeiro exercício será escrever uma mini-autobiografia. Explique a eles o que é uma autobiografia (a história da nossa vida escrita por nós mesmos: autobiografia). Explique também que uma autobiografia pode ser escrita com histórias de verdade (que podem ter realmente acontecido) ou com histórias inventadas. O segundo exercício é uma história curtinha de medo e coragem.

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Como se fosse aprendendo a nadar

Esta atividade tem um produto final?

Sim. Essa atividade vai gerar muitas histórias. Você poderá reuni-las numa única publicação ou ainda promover um dia especial no qual todos compartilharão suas histórias. Afinal, não há fim mais triste para uma história do que aquele em que ela nunca encontra um leitor que possa conhecê-la.

Proponha o segundo exercício e faça o mesmo procedimento que você fez para o primeiro. Explique às crianças que toda essa produção será reunida numa publicação e proponha alternativas para a divulgação das histórias. Afinal, não há fim mais triste para uma história do que aquele em que ela nunca encontra um leitor que possa conhecê-la.

Um resumo em 5 etapas

Leia Noite de Sexta-feira. Depois da leitura (feita com todo o suspense necessário), diga aos seus alunos e alunas que vocês farão alguns exercícios que os ajudarão a escrever cada vez melhor.

Diga a eles que o primeiro exercício será escrever uma mini-autobiografia e explique o que é isso. Não se esqueça de dizer que uma autobiografia pode ser escrita com histórias de verdade (que podem ter realmente acontecido) ou com histórias inventadas.

Coloque o texto do primeiro exercício na lousa e peça para eles copiarem e completarem.

Convide alguns alunos a ler suas autobiografias para a sala.

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Uma coisa puxa a outra

Atividade 7

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Há feitiços muito perigosos, e algumas histórias contam que o mais forte deles é o amor verdadeiro. Havia uma gruta onde morava a princesa enfeitiçada. Todo dia, dezenas de pretendentes tentavam desfazer o encanto, atraídos pela melodia doce de sua voz.

1. Leia o primeiro parágrafo da história e peça às crianças que identifiquem:

- o lugar em que a história começa (gruta);

- que personagens aparecem neste início de história (princesa enfeitiçada e pretendentes);

- o que cada um deles faz (ela canta, eles tentam desfazer o encanto).

Observe, e ajude seus alunos a fazerem o mesmo, que a alteração aqui é a chegada da nova personagem, João, e a inclusão de sua atuação na trama: desejar a princesa, receber instruções sobre como quebrar o encanto. O cenário ainda é a gruta.

Esta atividade tem como objetivo trabalhar com as crianças a ideia de enredo, que é o que se constrói com todos aqueles elementos da narrativa até que ela seja efetivamente uma história. O enredo usualmente apresenta um encadeamento cronológico, ou seja, uma coisa acontece depois da outra, um evento leva ao evento seguinte, sucessivamente, até que a narrativa encontre seu desfecho.

Nossa sugestão é que você convide as crianças a descobrirem, com sua ajuda, os eventos que fazem a narrativa andar, mudar de cenário, as coisas que convidam as personagens à ação e que, por isso, são a própria história, de uma certa maneira.

Diga às crianças que elas farão uma atividade muito simples: elas terão que ouvir sua leitura de uma das histórias – sugerimos A Princesa e os Pássaros – e identificar os momentos em que a história muda.

Explique às crianças que essa atividade é como ler uma história em quadrinhos, ou ver um álbum de fotografias em que estão registrados os momentos de algum evento importante, como um casamento. O trabalho deles é o de identificar cada foto ou quadrinho e, mais importante, identificar quando mudam as fotos ou quadrinhos.

2. Anote as respostas das crianças na lousa e passe à leitura do segundo parágrafo:

Nenhum deles, porém, conseguia libertá-la do encantamento para tornar-se seu amor. Um dia, João passou pela gruta e resolveu tentar. Entrou e logo recebeu as instruções: era preciso dormir na floresta escura, esperar a chegada dos maus espíritos, aguentar seus golpes sem reagir e voltar à gruta antes de anoitecer. João era corajoso e estava apaixonado pelo modo delicado de falar da princesa, e só de pensar em se casar com ela seu coração se enchia de coragem.

Uma coisa puxa a outra

3. Mantenha o processo de leitura e análise de cada parágrafo do texto até o final, anotando organizadamente na lousa em três colunas específicas o cenário da ação, as personagens envolvidas e o que cada uma delas faz precisamente em cada parágrafo lido.

Vocês certamente observarão que algumas coisas vão se manter por mais tempo e outras vão variar enormemente. É razoável que o nome do protagonista apareça mais vezes do que qualquer outro e que cada cenário da história seja repetido algumas vezes. A ação das personagens, entretanto, vai sempre variar de um parágrafo para outro, mesmo que haja algumas repetições espaçadas.

Nessa história, por exemplo, João sofrerá com os espíritos da floresta mais de uma vez e a princesa o visitará repetidas vezes, mas é pouco provável que aconteça uma situação em que não há qualquer alteração de ação entre um parágrafo e o seguinte pelos motivos óbvios: essa seria uma história muito ruim de se ler ou de se ouvir.

Uma vez terminada a leitura desse conto e com a análise feita parágrafo a parágrafo, você pode explorar a atividade até onde desejar. Pode mostrar a seus alunos e alunas que, para além da organização cronológica dos eventos da história, há um encadeamento lógico entre as ideias: primeiro João vai à floresta e só depois é cuidado pela princesa, mas é porque João vai à floresta que ele é cuidado pela princesa. Você pode mostrar a seus alunos que a história seria completamente diferente se João, por exemplo, enganasse os maus espíritos e pusesse, digamos, um boneco em seu lugar!

Enfim, nossa sugestão é que você faça aqui o mesmo que faz a princesa dessa história: vá tão longe quanto seus alunos permitirem, mas faça-os acreditarem que eles podem fazer mais e melhor!

Cenário (os lugares onde

acontece a história)

As personagens O que fazem nessa parte da história

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Uma coisa puxa a outra

Esta atividade tem um produto final?

Sim. Nossa proposta é que essa atividade gere novos contos de medos, medinhos e coragens, agora criados por seus alunos e alunas. Lembre-se de combinar com eles que essas histórias serão escritas de uma forma nova: como uma construção, um pedacinho por vez.

Comece pedindo às crianças que escrevam apenas o primeiro parágrafo da história, determinando, como vocês viram que é necessário, um cenário, personagens e a primeira coisa que cada personagem faz na história.

Recolha as folhas ou cadernos e diga às crianças que vocês continuarão a história no dia seguinte. E farão isso, um parágrafo por dia, todos os dias de uma semana. Assim, a história começa a ser escrita numa segunda-feira e deve ser terminada numa sexta-feira. As crianças escreverão um parágrafo por dia, não mais! Esse exercício de releitura e memória, por si só, produz um enriquecimento na estruturação da narrativa, além de prover um tempo em que as crianças podem discutir e elaborar suas histórias.

Diga que, agora, eles escreverão uma história. Comece pedindo que escrevam apenas o primeiro parágrafo, determinando, como vocês viram que é necessário, um cenário, personagens e a primeira coisa que cada personagem faz na história. Recolha as folhas ou cadernos e diga que vocês continuarão no dia seguinte e farão isso, um parágrafo por dia, todos os dias de uma semana.

Um resumo em 5 etapas

Tenha em mente que essa atividade tem como objetivo trabalhar a ideia de enredo. Diga às crianças que elas farão uma atividade muito simples: elas ouvirão a leitura da história A Princesa e os Pássaros e terão que identificar os momentos em que a história vai mudando.

Coloque a tabela na lousa para vocês irem fazendo anotações nas três colunas.

Leia o primeiro parágrafo da história e peça às crianças que identifiquem o lugar em que a história começa, que personagens aparecem neste início, e o que cada uma delas faz.

Mantenha o processo de leitura e análise de cada parágrafo do texto até o final, anotando as informações relativas às três colunas. Quando acabarem, você pode explorar outros aspectos da narrativa.

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PatrocínioEndesa Brasil: Ampla, Coelce, Endesa Cachoeira, Endesa Cien e Endesa Fortaleza

Coordenação: Área de Sustentabilidade da Endesa Brasil

Equipe La FabbricaDiretora de Projetos: Fabiana Marchezi

Diretor Administrativo: Mauro Mantica

Relacionamento Institucional: Elaine Marin

Coordenação Geral: Rita Kerder

Assistente de Coordenação: Caren Gomes

Central de Relacionamento: Thaís Rigolon

Controladoria: Edson Gonçalves

Assistente de Controladoria: Vanessa Correa

Materiais Didáticos e BlogCriação e redação de conteúdos: Fabiana Marchezi, Lilian Ana Petillo Faversani e Kiara Terra

Criação das histórias: Kiara Terra

Ilustrações: Aurora Orlandi

Projeto gráfico e diagramação: Bárbara Scodelario

Assistentes de diagramação: Júlia Vargas e Júlia Carvalho

Desenvolvimento de marca e blog: Paulo Almeida

Conteúdo do blog e revisão: Caroline Mazzonetto

DVD – Uma conversa sobre o medo e a infânciaProdução e gravação: Estúdio Zut

Depoimentos: Ana Paula Giraldes Belotti, Andréa Maia Assali, Deborah Meniuk, Lilian Ana Petillo Faversani

CréditosLei de Incentivo à Cultura – PRONAC 129106

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