Painel - A práxis do ensino de violão popular para deficientes visuais

1
• Ditado “Dedo, corda, casa” – NÚMERO da corda • Ditado “Dedo, corda, casa” – NOME da corda • Nome da corda e casa (ex. sol 2) • Nome do tom (ex. Lá) • Cantando ou tocando no instrumento o tom a ser reproduzido Nogueira, M. M.; Silva, E. A.; Araújo, J. F. [email protected] IV Semana da Educação Especial A Educação Especial em Ação SEMANA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. A Educação Especial em ação. 4ª edição, 2014, São Carlos, SP. A proposta deste trabalho é pensar alternativas para o ensino de violão popular para deficientes visuais e baseia-se na experiência do autor lecionando na Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto e região, a ADEVIRP. A escassez de métodos de ensino de violão popular adaptado e direcionado ao deficiente visual fez surgir a necessidade de elaboração de um conjunto de procedimentos, assim como o levantamento de recursos necessários a este aprendizado. Os métodos aqui propostos utilizam diversos recursos disponíveis atualmente e não são restritos a somente um sistema de notação. Iniciam no ensino de melodias simples até chegar à harmonia, e propõem sistematizar o ditado musical e o registro escrito, além de apresentar sugestões para a utilização de gravações digitais. Introdução e Objetivos Metodologia Foi consultada literatura sobre cegueira, memória, educação musical, educação inclusiva, musicografia Braille, entre outras. Foram experimentadas com os alunos diversas variações de ditado musical, em busca da forma mais eficaz, onde chegamos ao processo abaixo. O método utilizado é fortemente baseado na percepção melódica e rítmica, utilizando a escrita apenas como forma de registro para consulta posterior. Para o registro das melodias ou harmonias na forma escrita são utilizadas: o Impressão ou escrita ampliada (baixa visão); o Impressão em Braille (padrão, não através da Musicografia Braille); o Arquivos texto para leitura utilizando softwares leitores de tela. As gravações em áudio são largamente utilizadas. Sua principal utilidade, mas não a única, tem sido a gravação de música com narração de acordes. As gravações são utilizadas também para descrição de acordes, backing tracks, entre outras finalidades. Resultados e Conclusões Partindo do pressuposto que o repertório para violão popular é, em grande parte, baseado na canção, a musicografia Braille – utilizada com eficácia na música erudita – acrescenta um nível desnecessário de complexidade, não sendo indicada neste contexto. Exemplo de cifras e suas escritas equivalentes em Braille Fonte: (http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/musicabraile.pdf) Priorizando o desenvolvimento da percepção musical, criando alternativas que possibilitem um melhor envolvimento do deficiente visual com o instrumento, notou-se maior facilidade na assimilação dos conteúdos. Conclui-se, de forma empírica, que as alternativas propostas neste trabalho tem se mostrado eficazes no ensino de violão popular para deficientes visuais. Referências BARBACCI, R. Educacion de la Memoria Musical. [s.l.]: Ricordi Americana, 1965. CARROLL, T. J. Cegueira: O que ela é, o que ela faz e como viver com ela. São Paulo: Ministério da Educação e Cultura, 1968. LOURO, V. DOS S. Educação Musical e o Aluno com Deficiência: discutindo a prática e propondo adaptações pedagógicas. Disponível em: <https://musicaeinclusao.wordpress.com/2013/06/08/educacao-musical- e-o-aluno-com-deficiencia-discutindo-a-pratica-e-propondo-adaptacoes- pedagogicas/>. Acesso em: 25 maio. 2014. PENNA, M. Música(s) e seu Ensino: reflexões sobre cenas cotidianas. In: Música(s) e seu Ensino. 2. ed. rev ed. Porto Alegre: Sulina, 2010. p. 50–65.

Transcript of Painel - A práxis do ensino de violão popular para deficientes visuais

Page 1: Painel - A práxis do ensino de violão popular para deficientes visuais

• Ditado “Dedo, corda, casa” – NÚMERO da corda

• Ditado “Dedo, corda, casa” – NOME da corda

• Nome da corda e casa (ex. sol 2)

• Nome do tom (ex. Lá)

• Cantando ou tocando no instrumento o tom a ser reproduzido

Nogueira, M. M.; Silva, E. A.; Araújo, J. F. [email protected]

IV Semana da Educação Especial A Educação Especial em Ação

SEMANA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. A Educação Especial em ação. 4ª edição, 2014, São Carlos, SP.

A proposta deste trabalho é pensar alternativas para o ensino de violão popular para deficientes visuais e baseia-se na experiência do autor lecionando na Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto e região, a ADEVIRP. A escassez de métodos de ensino de violão popular adaptado e direcionado ao deficiente visual fez surgir a necessidade de elaboração de um conjunto de procedimentos, assim como o levantamento de recursos necessários a este aprendizado. Os métodos aqui propostos utilizam diversos recursos disponíveis atualmente e não são restritos a somente um sistema de notação. Iniciam no ensino de melodias simples até chegar à harmonia, e propõem sistematizar o ditado musical e o registro escrito, além de apresentar sugestões para a utilização de gravações digitais.

Introdução e Objetivos

Metodologia

Foi consultada literatura sobre cegueira, memória, educação musical, educação inclusiva, musicografia Braille, entre outras. Foram experimentadas com os alunos diversas variações de ditado musical, em busca da forma mais eficaz, onde chegamos ao processo abaixo. O método utilizado é fortemente baseado na percepção melódica e rítmica, utilizando a escrita apenas como forma de registro para consulta posterior.

Para o registro das melodias ou harmonias na forma escrita são utilizadas:

o Impressão ou escrita ampliada (baixa visão); o Impressão em Braille (padrão, não através da Musicografia

Braille); o Arquivos texto para leitura utilizando softwares leitores de

tela.

As gravações em áudio são largamente utilizadas. Sua principal utilidade, mas não a única, tem sido a gravação de música com narração de acordes. As gravações são utilizadas também para descrição de acordes, backing tracks, entre outras finalidades.

Resultados e Conclusões

Partindo do pressuposto que o repertório para violão popular é, em grande parte, baseado na canção, a musicografia Braille – utilizada com eficácia na música erudita – acrescenta um nível desnecessário de complexidade, não sendo indicada neste contexto.

Exemplo de cifras e suas escritas equivalentes em Braille Fonte: (http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/musicabraile.pdf)

Priorizando o desenvolvimento da percepção musical, criando alternativas que possibilitem um melhor envolvimento do deficiente visual com o instrumento, notou-se maior facilidade na assimilação dos conteúdos. Conclui-se, de forma empírica, que as alternativas propostas neste trabalho tem se mostrado eficazes no ensino de violão popular para deficientes visuais.

Referências

BARBACCI, R. Educacion de la Memoria Musical. [s.l.]: Ricordi Americana, 1965.

CARROLL, T. J. Cegueira: O que ela é, o que ela faz e como viver com ela. São Paulo: Ministério da Educação e Cultura, 1968.

LOURO, V. DOS S. Educação Musical e o Aluno com Deficiência: discutindo a prática e propondo adaptações pedagógicas. Disponível em: <https://musicaeinclusao.wordpress.com/2013/06/08/educacao-musical-e-o-aluno-com-deficiencia-discutindo-a-pratica-e-propondo-adaptacoes-pedagogicas/>. Acesso em: 25 maio. 2014.

PENNA, M. Música(s) e seu Ensino: reflexões sobre cenas cotidianas. In: Música(s) e seu Ensino. 2. ed. rev ed. Porto Alegre: Sulina, 2010. p. 50–65.