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ÍNDICE

Revista “Ciência & Prática”Ano 6 - N.º 22Julho/Agosto/Setembro - 2006Órgão de informação, publicado sob a respon-sabilidade do Grupo Técnico de Assistência eConsultoria em CitrusAv. Sérgio Sessa Stamato, 64, Centro,Bebedouro - SP,CEP: 14.700.170Fone: (17) 3343-1717

Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Conselho Editorial:Décio Joaquim (Coordenador),Aparecido Tadeu Pavani, Josimar Vicente Ducatti,Leandro Aparecido Fukuda, Ramiro de Souza LimaNeto, Roberto Aparecido Salva e Sílvio Gil Rodrigues.Editor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e JornalistaEditor e Jornalista Responsável:Responsável:Responsável:Responsável:Responsável:Luis Otávio Martins - MTB: 20.538Impressão:Impressão:Impressão:Impressão:Impressão: Gráfica Santa TerezinhaPPPPPeriodicidade:eriodicidade:eriodicidade:eriodicidade:eriodicidade: TrimestralDistribuição:Distribuição:Distribuição:Distribuição:Distribuição: GratuitaTiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem:Tiragem: 6.000 exemplares

Foto de capa: “El colotero”, Alamo, estado de “El colotero”, Alamo, estado de “El colotero”, Alamo, estado de “El colotero”, Alamo, estado de “El colotero”, Alamo, estado deVVVVVeracruz, México.eracruz, México.eracruz, México.eracruz, México.eracruz, México.CréditoCréditoCréditoCréditoCrédito: Décio Joaquim

e x p e d i e n t e

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Pág. 12Uma visão do Caribe:as citriculturas doMéxico e de CubaMéxico e de CubaMéxico e de CubaMéxico e de CubaMéxico e de Cuba.

Índi

cePág.5Uma entrevista com JoãoPedro Matta, diretor daCoopercitrus

Citricultura internacional

PáginaLaranja

Pág.18Um projeto derecuperação de áreasdegradadas

Pág.21Vários aspectos sobre omanejo da Mancha Pretados Citros

Pág. 4 Editorial/Competência e capacidadeCompetência e capacidadeCompetência e capacidadeCompetência e capacidadeCompetência e capacidade

Pág. 4 Agenda

Pág. 8 Fitossanidade/Controle da AlternáriaAlternáriaAlternáriaAlternáriaAlternária em ´Murcote`

Pág.11 Irrigação/IV SimpósioSimpósioSimpósioSimpósioSimpósio do GTACC

Pág.24 Peg/GTACC e seu Planejamento EstratégicoPlanejamento EstratégicoPlanejamento EstratégicoPlanejamento EstratégicoPlanejamento Estratégico

Pág.26 Agroquímicos/A listalistalistalistalista para uso em citros

Pág.28 Prática/Ruy VRuy VRuy VRuy VRuy Varellaarellaarellaarellaarella e suas inovações

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Décio Joaquim Bayer CropScience Ricardo Baldassari

Citricultura internacional

FitossanidadePágina

Laranja Fitossanidade

3Julho / Agosto / Setembro Revista Ciência & Prática

AdequaçãoAmbiental

AdequaçãoAmbiental

A citricultura passa por profundas mudan-ças com relação à tecnologia aplicada etambém de conceitos administrativos,

exigindo cada vez mais de nossos produto-res, tanto no que concerne a aplicação denovas práticas, como por exemplo a irriga-ção, como de investimentos em novos plan-tios.

Muitas vezes nos assustamos com todasas solicitações que o setor coloca como car-ga sobre o citricultor, mas o mercado ofere-ce cada dia mais oportunidades para os in-vestidores da moderna citricultura brasilei-ra.

Com isso, novas exigências surgem em re-lação aos agroquímicos utilizados nos poma-res. Para que possamos ter uma lista aceita emtodos os países com os quais nossa citriculturatem relações comerciais, observamos a uniãode todos os elos da cadeia formando assim oComitê de Agroquímicos, entidade com a res-ponsabilidade de manter a lista de produtosliberados para uso na citricultura.

Competência e capacidade

EDITORIAL

Leandro Aparecido FLeandro Aparecido FLeandro Aparecido FLeandro Aparecido FLeandro Aparecido Fukudaukudaukudaukudaukuda Presidente do GTACC

[email protected]

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CC

JunhoJunhoJunhoJunhoJunho5 a 9 – Participação do GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC na Semanada Citricultura, no Centro Apta Citros, Cor-deirópolis, SP.23 - Reunião técnica entre o GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC e aSipcam, Bebedouro, SP.23 - Reunião técnica entre o GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC e oFundecitrus, na sede, Bebedouro, SP.29 - Palestra: “Podridão Floral dos Citros”,promovida pela Ihara, ministrada pelo con-sultor Décio Joaquim, em Paranapanema, SP.

O respeito à lista é de suma importânciapara mantermos nossos mercados no exteri-or e conquistar novas áreas de vendas, mos-trando que temos qualidade e responsabili-dade no fornecimento de suco cítrico aomundo, além de nos sentir desafiados a su-bir mais um degrau na escala da qualidade,confirmando que o nosso citricultor é forte,competente e responsável para atingir essanova meta.

Ao mesmo tempo, passamos por maisuma florada, que consideramos a ocasião demaior importância para o citricultor, reque-rendo o máximo gerenciamento das infor-mações a fim de que se possam atingir asmetas de produtividade, mantendo a lucra-tividade do negócio. Deste modo, o produ-tor deve procurar orientação objetivando umresultado positivo. De extrema importânciapara o sucesso da produção é o controle dedoenças da florada e das fases jovens dosfrutos, paralelamente aos tratamentos nu-tricionais.

As visitas internacionais como a de Mé-xico e Cuba, nos mostram a dimensão e evo-lução da nossa citricultura comparada coma de outros países. Isso nos possibilita avali-ar a capacidade de nossos citricultores emsuplantar dificuldades, visto que atualmen-te, podemos dizer, temos o maior númerode enfermidades de toda a citricultura mun-dial.

O Brasil surpreende o mundo. Nossa ci-tricultura preza pela competência e capaci-dade em transpor barreiras, espantando amuitos que não acreditam sermos capazesdessa proeza.

JulhoJulhoJulhoJulhoJulho6 e 7 - IV Simpósio de Citricultura Irrigada,promovido pelo GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC, na EECB, Bebedou-ro, SP.11 - Palestra: “Custo de produção de mu-das”, ministrada pelo consultor Leandro Apa-recido Fukuda, no Dia do Viveirista, Cordei-rópolis, SP.12 - Reunião técnica entre o GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC e a DuPont, na sede, Bebedouro, SP.16 a 19 - Seminário internacional sobreHuanglongbing/Greening, promovido peloFundecitrus. O grupo foi representado pelosconsultores Antonio Garcia Júnior e DécioJoaquim, Ribeirão Preto, SP.

21 - Reunião técnica do GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC com a Che-mtura. Bebedouro, SP.

26 e 27 - Treinamento sobre Fisiologia dosCitros, ministrado pelo professor José Guar-diola Barcena, promovido pela Citrovita. OGGGGGTTTTTACC ACC ACC ACC ACC foi representado pelos consultoresDécio Joaquim e Sérgio Luiz Facio, Bauru,SP.27 - Palestra: “Adensamento e técnicas deplantio”, ministrada pelo consultor Lean-dro Aparecido Fukuda, promovida peloChemtura, Pirassununga, SP.

AgostoAgostoAgostoAgostoAgosto3 - Palestra: “Fisiologia da Florada”, pro-movida pela Agrofito, ministrada pelo con-sultor Décio Joaquim, Matão, SP.11 - Palestra: “Podridão Floral dos Citros”,promovida pela Du Pont, ministrada peloconsultor Décio Joaquim, Paranavaí, PR.14 a 25 - Viagem de estudos para conhe-cer as citriculturas de México.30 - Curso sobre citricultura, ministrado pe-los consultores Décio Joaquim, RobertoAparecido Salva e Rubens Paulo StamatoJúnior, Holambra II, SP.

SetembroSetembroSetembroSetembroSetembro1 - Reunião técnica entre o GGGGGTTTTTACC ACC ACC ACC ACC e Iha-ra, Bebedouro, SP.9 - Palestra: “Perspectivas de uma nova ci-tricultura”, ministrada pelo consultor Ro-berto Aparecido Salva, Piraju, SP.22 - Reunião técnica entre o GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC e BayerCropScience, sobre o projeto “Muito MaisCitros”, Bebedouro, SP.

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João Pedro Matta“O amadorismo na citricultura deve acabar!”

Diretor Operacional da Coopercitrus e Presidente da diretoria da EstaçãoExperimental de Citricultura de Bebedouro, SP.

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Quem continuará a ter sucesso naQuem continuará a ter sucesso naQuem continuará a ter sucesso naQuem continuará a ter sucesso naQuem continuará a ter sucesso nacitricultura ?citricultura ?citricultura ?citricultura ?citricultura ?

Não é mais admissível ter uma proprie-dade agrícola, sem que se tenha uma admi-nistração empresarial. Analisando o contex-to globalizado, a velocidade das informações,a disponibilidade dos recursos, chega-se àconclusão que o amadorismo deve terminar.A produtividade sempre foi um seguro con-tra preços baixos. Na citricultura não é dife-rente. São muitos os problemas fitossanitá-rios, sendo muitas também, as incertezascomerciais. Durante um certo período foramos preços muito valorizados que reforçaram

o crescimento do setor. Agora é diferente. Aimplantação de melhores patamares tecno-lógicos e a adoção de práticas agrícolas di-ferenciadas é que ditarão o rumo da citricul-tura. Continuarão a brilhar os produtoresmais produtivos.

E o crescimento do setor sucro-E o crescimento do setor sucro-E o crescimento do setor sucro-E o crescimento do setor sucro-E o crescimento do setor sucro-alcooleiro ? Ele coloca em risco aalcooleiro ? Ele coloca em risco aalcooleiro ? Ele coloca em risco aalcooleiro ? Ele coloca em risco aalcooleiro ? Ele coloca em risco acitricultura ?citricultura ?citricultura ?citricultura ?citricultura ?

Reforço meu pensamento anterior. Se-melhante ao que ocorreu no passado comoutras culturas, a tecnologia é o caminhoseguro para encontrar alternativas. As possi-

bilidades de calcarear e adubar trouxeramnova vitalidade às terras mineiras e parana-enses, tidas como inférteis há décadas pas-sadas. E lá o café encontrou ambiente pro-pício para sua expansão longe das terraspaulistas. Não sou indiferente aos ótimospreços ofertados pela cana-de-açúcar, masdescartando os extremos do negócio e con-siderando o valor médio pago pela toneladade cana, tenho consciência de que somentea citricultura produtiva é que sustentará essaconcorrência. Evidente que houve uma di-minuição da área plantada de citros nas re-giões mais tradicionais de São Paulo, mas nãopenso que se extinguirá. Imagino ser esse o“empurrãozinho” que os citricultores neces-

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Formado em 1957, pela Esalq-Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz, o engenheiro agrôno-mo João Pedro Matta vivenciou o crescimento dacultura de citros na região de Bebedouro, em SãoPaulo, sendo personagem ativo de vários episódiosdecisivos para o desenvolvimento da citricultura na-cional ao longo dos últimos anos. Entre os títulos,destaque-se o de "Engenheiro Agrônomo Destaqueda Citricultura", em 1990, além de "Engenheiro de2003", na região de Bebedouro. Funcionário apo-sentado da Secretaria de Agricultura paulista, ocu-pou vários cargos na hierarquia da entidade, exer-cendo a função de Delegado Agrícola em Bebedou-ro, notabizilando-se pelo fato. Tem o seu nome li-gado ao histórico da Coopercitrus. Participa de seusdesígnios desde a criação da cooperativa, como co-operado e, também, colaborando como ativo diri-gente. Na condição de Diretor Operacional, JoãoPedro Matta é responsável pelo Departamento deGrãos, pelo Setor de Comunicações, além de asses-sorar o Departamento de Assistência Técnica da Co-opercitrus. Considerado um dos maiores responsá-veis pela idealização, fundação e manutenção da Es-tação Experimental de Citricultura de Bebedouro,João Pedro Matta faz questão de enaltecer a impor-tância da pesquisa agrícola, incentivando a buscapor tecnologia e produtividade.

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sitavam para repensar seus modelos produ-tivos. De qualquer maneira, acho que o maisprudente, sempre, será a diversificação.

Sua ponderação vem da sua forma-Sua ponderação vem da sua forma-Sua ponderação vem da sua forma-Sua ponderação vem da sua forma-Sua ponderação vem da sua forma-ção na zona rural ?ção na zona rural ?ção na zona rural ?ção na zona rural ?ção na zona rural ?

Pode ser. Na verdade, acho que o princi-pal fator vem da família, não necessariamentedo fato de ter nascido na fazenda. Nasci nomeio de uma família simples, mas bem cons-tituída moralmente e que vivia em perfeitaharmonia. Meu pai e minha mãe não só meeducaram para a vida, mas foram acima detudo exemplos de como a vida deve ser vivi-da: com amor, dedicação, respeito mútuo,valorizando todas as coisas e, acima de tudo,com solidariedade. Eu e minhas irmãs temosmuito a agradecer por essa formação.

Os bons exemplos educam ?Os bons exemplos educam ?Os bons exemplos educam ?Os bons exemplos educam ?Os bons exemplos educam ?

Sem dúvida. Posso dizer que meu pai(João Matta Júnior) foi meu primeiro mes-tre. Sempre pregava que as pessoas não pre-cisavam de muita coisa para viver bem. Oque realmente é importante é o fato da pes-soa viver em paz com ela mesma, ocupandosempre a mente com bons pensamentos. Ocerto “é ser a favor das coisas, nunca con-tra”, ele dizia. Ressalto os nomes de doisoutros amigos, os quais também considerocomo “meus educadores através de exem-plos”: engenheiro agrônomo Paulo Ferreirada Rosa, meu primeiro chefe, “disciplinador,mas disciplinado”; e Walter Ribeiro Porto, queesteve a frente da Coopercitrus por mais devinte anos, “um disseminador de idéias e deotimismo”.

A EECB – Estação Experimental deA EECB – Estação Experimental deA EECB – Estação Experimental deA EECB – Estação Experimental deA EECB – Estação Experimental deCitricultura de Bebedouro, foi umCitricultura de Bebedouro, foi umCitricultura de Bebedouro, foi umCitricultura de Bebedouro, foi umCitricultura de Bebedouro, foi umsonho que se tornou realidade ?sonho que se tornou realidade ?sonho que se tornou realidade ?sonho que se tornou realidade ?sonho que se tornou realidade ?

A Estação foi sonho durante um bomperíodo. Desde a criação da Fupab – Funda-ção de Pesquisas Agroindustriais de Bebedou-ro, em 1978, o que se desejava era a consti-tuição de uma unidade experimental de ci-tros, em nossa região. A entidade era umaparceria entre a Prefeitura de Bebedouro, aSecretaria da Agricultura – Cati, a Cooperci-trus, a Frutesp, a Unesp – campus de Jaboti-cabal, a Associtrus e o Fundecitrus. O sonhotransformou-se em realidade em 1982, quan-do a Prefeitura de Bebedouro desapropriouuma área de terras do antigo Horto Florestalda Fepasa e a doou à Fupab, para ser cons-truída uma estação experimental. Desde en-tão, a parceria entre a EECB e a Coopercitrussó cresceu, fortalecendo o desenvolvimentoe a manutenção da Estação, atuando juntas

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na elaboração de pesquisa agrícola, promo-ção de eventos e diversas outras atividadesem benefício da agricultura regional.

A EECB tem efetivamente colabo-A EECB tem efetivamente colabo-A EECB tem efetivamente colabo-A EECB tem efetivamente colabo-A EECB tem efetivamente colabo-rado como centro de pesquisa erado como centro de pesquisa erado como centro de pesquisa erado como centro de pesquisa erado como centro de pesquisa edivulgadora de tecnologia ?divulgadora de tecnologia ?divulgadora de tecnologia ?divulgadora de tecnologia ?divulgadora de tecnologia ?

A evolução e as conquistas da EECBmostram que a pesquisa, o desenvolvimen-to e a inovação tecnológicos, importantesmeios para o crescimento sustentável, sãofortemente incrementados numa regiãoquando há a integração de esforços entre ainiciativa privada e as diversas esferas públi-cas. De nada vale acumular conhecimentostécnicos e científicos se não houver, do ou-tro lado, o usuário, o produtor, a utilizá-losna prática. Se assim não for, a pesquisa cien-tífica torna-se uma atividade de sucesso du-vidoso. Para ligar esses dois extremos, a açãoconjugada entre a Estação e a Coopercitrustêm contribuído, sobremaneira, para a divul-gação de resultados obtidos.

Sua participação foi decisiva paraSua participação foi decisiva paraSua participação foi decisiva paraSua participação foi decisiva paraSua participação foi decisiva paraa criação da Fa criação da Fa criação da Fa criação da Fa criação da Feira de Negócios daeira de Negócios daeira de Negócios daeira de Negócios daeira de Negócios daCoopercitrus ?Coopercitrus ?Coopercitrus ?Coopercitrus ?Coopercitrus ?

Passei a presidir o evento. A Feacoop –Feira de Agronegócios da Coopercitrus, sur-giu a partir dos encontros anuais do Dia doCooperativismo realizados na EECB, quandose aproveitava o movimento de cooperadospara expor máquinas e implementos, porém,sem a intenção de comercializá-los no local.As exposições se tornaram grande atrativopara o evento e assim, surgiu a idéia de sepromover uma feira estritamente comercialvoltada aos cooperados. Na verdade, a Fea-coop foi idealizada por Walter Ribeiro Porto,com o apoio do setor de máquinas e imple-mentos, sendo que sua primeira edição, em2000, alcançou um sucesso acima do espe-rado.

E la é um modelo para umaEla é um modelo para umaEla é um modelo para umaEla é um modelo para umaEla é um modelo para umacomerc ia l i zação moderna decomerc ia l i zação moderna decomerc ia l i zação moderna decomerc ia l i zação moderna decomerc ia l i zação moderna deinsumos agrícolas ?insumos agrícolas ?insumos agrícolas ?insumos agrícolas ?insumos agrícolas ?

No seu primeiro ano, em 2000, um re-sultado de R$ 6 milhões em vendas impulsi-onou o progresso da Feira, surpreendeu as21 empresas pioneiras participantes do even-to e mostrou a viabilidade da realização deum encontro profissional que congrega in-teresses múltiplos de comercialização, masque, antes de tudo, busca o respeito aos in-teresses cooperativistas. O objetivo da Coo-percitrus, quando decidiu organizar uma feirade agronegócios foi o de criar condições paraa efetivação, em um curto espaço de tempo,

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de grandes volumes de negociações, envol-vendo um grande número de cooperados,fornecedores e instituições financeiras, comtoda a equipe da cooperativa agindo comocatalisador desse processo. A Feacoop deveser tomada como exemplo, uma vez que oseu sucesso reside no fato de que os preçosatrativos e as condições de financiamentossão compatíveis com as explorações agríco-las dos cooperados.

Quais os últimos grandes investi-Quais os últimos grandes investi-Quais os últimos grandes investi-Quais os últimos grandes investi-Quais os últimos grandes investi-mentos feitos pela Coopercitrus ?mentos feitos pela Coopercitrus ?mentos feitos pela Coopercitrus ?mentos feitos pela Coopercitrus ?mentos feitos pela Coopercitrus ?

Desde a sua constituição, a Coopercitrusnunca parou de crescer, tanto em númerode cooperados, como em relação à ofertade serviços. Constantemente tem ocorrido aampliação da área de ação da cooperativa,além de uma série de investimentos em vári-os setores, em uma ampla grade de ativida-des. Recentemente inauguramos em Barre-tos, SP, instalações com capacidade para 60mil t de açúcar para transbordo do produtodireto para a ferrovia. Esse serviço vai “alivi-ar” as estradas, facilitar o embarque no por-to, barateando o frete. Em Espírito Santo doPinhal, SP, a Coopercitrus ampliou e melho-rou as condições que mantém para benefici-amento de café. Postos de combustíveis,entrega de óleo diesel nas propriedades, si-los graneleiros, serviços de extensão rural, detopografia e de irrigação, além de progra-mas sociais, de preservação do meio ambi-ente e desenvolvimento cultural. Enfim, apreocupação da Coopercitrus é ampla, pro-curando cumprir seu papel dentro do siste-ma cooperativo.

Algum outro fato que julgue ne-Algum outro fato que julgue ne-Algum outro fato que julgue ne-Algum outro fato que julgue ne-Algum outro fato que julgue ne-cessário relatar ?cessário relatar ?cessário relatar ?cessário relatar ?cessário relatar ?

A transferência do controle acionário daFrutesp para a Coopercitrus, em 1979. Esta-va iniciado e prestes a se consumar um dosmovimentos mais bonitos da história do co-operativismo brasileiro. Um grupo de pro-dutores rurais, completamente inexperientesem matéria de industrialização e comérciointernacional – a maioria sem se conhecer,mas com um objetivo comum, a defesa dofruto de seu trabalho – se uniu. A disposiçãoera tanta que, para garantir o sucesso doempreendimento, hipotecaram seus bens e,em alguns casos, suas terras. Por 14 anosessa fábrica de suco concentrado foi opera-da pela cooperativa, até ser vendida em1993. Esse fato mostra que é possível a uniãodos produtores em favor de benefícios co-muns, desde que haja da parte de todos umapreocupação coletiva. Esse é o princípio co-operativista.

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FITOSSANIDADE

Manejo da Alternária com uso de CometUm relato positivo no controle da Mancha Marrom de Alternária, em 'Murcote', utilizando-se

o fungicida Comet e respeitando vários aspectos relevantes de manejo

Além da baixa rentabilidade, os produto-res de tangerina também enfrentam osaltos custos de produção dos pomares.

Entre estes, o controle da Mancha Marromde Alternária, enfermidade que tem se des-tacado pela dificuldade no sucesso do seucontrole e pela severidade desta doença eaté mesmo pela falta de opções de produtoseficientes na busca de resultados positivos.Entre as variedades suscetíveis estão a ‘Dan-cy’, a ‘Poncã’ e o tangor ‘Murcote’, que re-presentam algo em torno de 85% dos plan-tios dessa espécie. As pesquisas visando va-riedades resistentes continuam em pleno de-senvolvimento por parte dos órgãos oficiais,sendo que até o momento duas variedadestêm apresentado excelentes comportamen-tos: a ‘Thomas’ e ‘Fremont’.

Apesar da difícil aceitação por parte dosprodutores, a substituição das atuais varie-dades pode ser uma das alternativas viáveispara se conviver com essa doença. O produ-tor ainda terá que esperar um pouco maisaté que as novas variedades resistentes este-jam disponíveis comercialmente.

Quanto ao controle químico, poucos sãoos trabalhos desenvolvidos até o momento,o mesmo ocorrendo em relação ao númerode produtos com registro específico para amoléstia. Além dos pesquisadores de órgãosoficiais e fundações, a Basf tem se destaca-do entre as empresas fornecedoras do setor,como pioneira nos trabalhos de manejo dessaenfermidade (vide artigo do autor, publica-do na edição 18 de C&PC&PC&PC&PC&P, em 2005).

No campoNo campoNo campoNo campoNo campo

Com o objetivo de confirmar o manejo jáproposto nesse artigo citado (que faz refe-rência a um trabalho instalado no município

de Limeira,SP, na safra 2004/2005), instalou-se o presente trabalho, desta vez no municí-

FFFFFoto 1oto 1oto 1oto 1oto 1: Vista geral das novas brotações

FFFFFoto 2: oto 2: oto 2: oto 2: oto 2: Um destaque das novas brotações

pio de Itápolis,SP, no Sítio Santa Neide, depropriedade de Egídio Perusso, num talhãode ‘Murcote’, com 6 anos de idade. As apli-cações iniciaram em 14/09/2005, ocasião emque as plantas se encontravam com mais de50% de novas brotações (fotos 1 e 2otos 1 e 2otos 1 e 2otos 1 e 2otos 1 e 2), épo-ca que é considerada o ponto de partida dosprogramas de manejo destinados ao controleda Mancha Marrom, proposto neste traba-lho. Gastou-se 9,5 litros de calda por pé. Aspulverizações seguiram os esquemas doQuadro 1Quadro 1Quadro 1Quadro 1Quadro 1.

As avaliações iniciaram em 31/01/06 coma contagem do número de frutos caídos porparcela (2 plantas), repetidos 4 vezes em cadatratamento. Somente anotou-se os frutosque apresentavam sintomas da doença. Es-tas 2 plantas de cada parcela, nas 4 repeti-ções e em todos os tratamentos foram man-tidas limpas, livres de ervas daninhas, durantetodo período do ensaio, para facilitar a con-tagem e identificação dos frutos. Após con-tagem, os frutos eram retirados das parce-las. As contagens foram quinzenais, sendorealizadas 10 avaliações. O número total

QUQUQUQUQUADRO 1ADRO 1ADRO 1ADRO 1ADRO 1:Esquemas demanejos defungicidas emestudo, paracontrole daManchaMarrom deAlternária em‘Murcote’.Itápolis, SP,2006.

(acumulado) de frutos caídos, se encontramilustrados na figura 1figura 1figura 1figura 1figura 1.

As avaliações continuaram na colheita,realizada após 13/07/06, onde foram cole-tados 50 frutos por parcela (200 frutos portratamento), sendo estes classificados emsadios e infectados. Obteve-se o peso totalde 200 frutas (figura 2figura 2figura 2figura 2figura 2), peso dos frutos sa-dios (figura 3figura 3figura 3figura 3figura 3) e peso dos frutos infectadospela Mancha Marrom (figura 4figura 4figura 4figura 4figura 4). Para umamelhor visualização das perdas totais de fru-tos, considerados inutilizados para comerci-alização, juntou-se aos resultados do núme-ro de frutos caídos, o número de frutos comsintomas da doença na colheita, cujos da-dos estão ilustrados na figura 5.figura 5.figura 5.figura 5.figura 5.

Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1: Eficácia de alguns manejos no controleda Mancha Marrom de Alternária em ´Murcote` -Número de frutos caídos por pé.

Figura 2: Figura 2: Figura 2: Figura 2: Figura 2: Eficácia de alguns manejos no controleda Mancha Marrom de Alternária em ́ Murcote` -Peso total de 200 frutos

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FITOSSANIDADE

Figura 3: Figura 3: Figura 3: Figura 3: Figura 3: Eficácia de alguns manejos no controleda Mancha Marrom de Alternaria em ´Murcote` -Peso de frutos sadios

Figura 4: Figura 4: Figura 4: Figura 4: Figura 4: Eficácia de alguns manejos no controleda Mancha Marrom de Alternaria em ́ Murcote` -Peso de frutos infectados.

Figura 5: Figura 5: Figura 5: Figura 5: Figura 5: Eficácia de alguns manejos no controleda Mancha Marrom de Alternária em ´Murcote` -Número total de frutos perdidos para comerciali-zação.

Analisando os resultados representadosnestas figuras, verifica-se que basicamentetodos tratamentos apresentaram resultadospositivos no controle da Mancha Marrom deAlternária.

Entre esses, o tratamento 2 se destacou ,em todos itens de avaliação, obtendo maiorpeso de 200 frutos e maior peso de frutossadios. Os resultados obtidos por esse trata-mento, ficam mais evidentes quando se ana-lisa o número de frutos caídos por pé, prin-cipalmente se comparado ao tratamento 1(testemunha). Também se destacaram nesseaspecto, os tratamentos 3, 6 e 9.

Considerando número de frutos perdidospara comercialização, todos tratamentossobressaem em relação à testemumha, mas

é o tratamento 2, mais uma vez, que apre-senta as menores perdas de frutos, consa-grando desta forma sua melhor eficiência.Para ilustrar estes resultados, fotografou-seas áreas dos tratamentos. Tratamento 1 (fotofotofotofotofoto33333) com grande número de frutos caidos,mesmo após 6 dias da ultima contagem e otratamento 2 (foto 4foto 4foto 4foto 4foto 4) que foi o melhor ma-nejo.

Estes resultados vêm confirmar àquelesanteriormente obtidos pelo autor (C&PC&PC&PC&PC&P 18),onde esse mesmo esquema de tratamentofoi o melhor.

Para uma melhor compreensão deste, es-quematizamos a seguir um modelo (quadroquadroquadroquadroquadro22222) que poderá servir de orientação ao pro-dutor, lembrando que a ilustração é hipoté-tica, uma vez que o ponto de partida dessemanejo ocorre quando as plantas do talhãose encontrarem com mais de 50% de novasbrotações, que poderá ocorrer em épocasdiferentes dependendo das condições climá-ticas locais. Outro ponto importante quedevemos considerar pelos resultados dessetrabalho é o respeito quanto aos produtosindicados e o período de aplicação entre eles,principalmente para o Comet que sendo umaestrobilurina requer esses cuidados.

Os outros produtos estudados neste tra-balho, como Delan e Cantus, também semostram promissores no controle dessa do-ença, devendo ainda serem melhor estuda-dos. O Comet se coloca como o produto ide-al, uma vez que se destaca no controle demuitas outras doenças dos citros.

FFFFFoto 3oto 3oto 3oto 3oto 3: Foto da parcela testemunha (tratamento1) FFFFFoto 4: oto 4: oto 4: oto 4: oto 4: Foto da parcela do tratamento 2

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Mauro Picinato CottasMauro Picinato CottasMauro Picinato CottasMauro Picinato CottasMauro Picinato CottasEngº. Agrº. / Basf S/A - Agro

[email protected]

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11Julho / Agosto / Setembro Revista Ciência & Prática

Aumenta a citricultura irrigada no BrasilUm amplo fórum de debates marca mais um evento do GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC na área de irrigação

IRRIGAÇÃO

A cada nova edição, o Simpósio de Ci-tricultura Irrigada promovido peloGGGGGTTTTTACC ACC ACC ACC ACC procura discutir assuntos per-

tinentes, não apenas ao uso tecnificado daágua, mas também abordar temas que es-tão sempre motivando naqueles que irrigam,uma boa dose de preocupação. A manuten-ção dos sistemas, o conhecimento do funci-onamento de equipamentos, a amplitude dalegislação referente ao irrigante, foram as-pectos abordados em Bebedouro, na Esta-ção Experimental de Citricultura, por ocasiãodo quarto desses encontros, em julho últi-mo.

“As questões de conservação do solo edos mananciais, o conceito de produtor deágua, as leis que contemplam a outorga e aResolução 369/2006 do Conama – Conse-lho Nacional do Meio Ambiente, afetam di-retamente o uso, a oferta e a qualidade daágua, precisam ser muito discutidos e um tra-

balho de conscientização de to-dos os usuários deve ser pratica-do com ênfase”, é a opinião doprofessor Fernando Braz Tange-rino Hernandez, do campus deIlha Solteira, da Unesp – Univer-sidade Estadual Paulista Júlio deMesquita Filho, e um dos deba-tedores do evento. Que acres-centa: “sendo o Brasil detentorde 13,7% de toda a água docedo planeta, muitos acreditamque somos privilegiados e aca-bam assumindo uma posturaperdulária no seu uso, se esque-cendo que 68,5% desses recur-sos estão na região norte dopaís, onde residem apenas 7%da população ”.

Assim, o público presente aoIV Simpósio de Citricultura Irrigada teve aces-so a informações diversas que fazem com quea irrigação promova toda a potencialidadeda citricultura, especialmente no estado deSão Paulo. O GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC disponibiliza as pales-tras do evento através do seu site,www.gtacc.com.br.

O evento contemplou o produtor JoséFrancisco Santos, de Bebedouro, como Citri-cultor Irrigante do Ano, numa demonstra-ção de reconhecimento pelo excelente ma-nejo e por toda a dedicação técnica empre-gada em seus pomares.

Estima-se que a irrigação de laranjais noBrasil seja da ordem, crescente, de 90 milhectares, concentrada ao norte e noroestede São Paulo. Para atender essa demanda énecessário aprimorar a profissionalização demão-de-obra, investir na melhora tecnológi-ca de sistemas e equipamentos e, particular-mente, ampliar, capacitar e oferecer às equi-

pes de pós-venda e de manutenção, no cam-po, melhores condições para desempenhare agilizar o trabalho requisitado.

A otimização dos sistemas de irrigaçãodependerá de uma orientação correta, da ca-pacidade de adequação e gerenciamento dousuário, da água utilizada, do sistema de fil-tragem empregado, da indústria de compo-nentes e, em especial, da pesquisa agronô-mica (www.agr.feis.unesp.br/irrigacao.php).

Nesse último aspecto, vislumbra-se tam-bém, uma demanda cada vez maior para afertirrigação, ampliando a viabilidade da ir-rigação e tornando seu emprego uma ne-cessidade da agricultura competitiva atual.

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CCJosé Francisco Santos, citricultor irrigante do ano

Professor Tangerino preocupa-se com as questões ambientais

CITRICULTURA INTERNACIONAL

México e Cuba: citriculturas singularesCom aspectos muito particulares, as duas citriculturas ressentem-se de produtores capitalizados,

mas continuam disputando o mercado internacional

Situada entre as principais do mundo, a ci-tricultura mexicana vem sendo citada como“chave” por economistas do setor, que nela

vêem gargalos a serem ocupados por uma pos-sível expansão de produção. Próximo daquelepaís está Cuba, uma ilha distante, apenas, 180km do estado norte-americano da Flórida, do-tada de um solo de excelente fertilidade e que,dentro das condições tropicais, pratica umacitricultura singular.

Durante alguns dias do último mês de agos-to, o GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC teve a oportunidade de conhecervárias áreas produtivas nesses dois países, tra-vando contatos e recolhendo informações so-bre a realidade atual das duas citriculturas, aquitranscritos por CiênciaCiênciaCiênciaCiênciaCiência & Prática& Prática& Prática& Prática& Prática.

Agitação no MéxicoAgitação no MéxicoAgitação no MéxicoAgitação no MéxicoAgitação no México

Tradicionalmente confusa, por conta de umtrânsito caótico, a poluída e populosa Cidadedo México (22 milhões de habitantes na suaregião metropolitana) viveu, por mais de ummês, um caos adicional pelos protestos contrao resultado eleitoral para a presidência do país.Encontramos a Cidade do México transforma-da em um imenso acampamento (quilômetrosde quarteirões centrais da capital paralisados),numa manifestação organizada por simpatizan-tes do candidato à presidência, o centro-esquer-dista Andrés Manuel López Obrador, do PRD –Partido da Revolução Democrática, que insisti-am em não aceitar a vitória de Felipe Calde-rón, governista do Pan – Partido da Ação Naci-onal.

A economia mexicana mantém-se estabili-zada nos últimos cinco anos. A inflação estáem pouco mais de 3,0% ao ano e a taxa dejuros é a metade da brasileira. O México é osexto maior produtor mundial de petróleo. Opetróleo apresenta-se com uma participação de39% da arrecadação total do país, evidencian-do a excessiva importância do produto.

“Por outro lado”, explica Angel VillegasMonter, professor titular do Instituto de Recur-sos Genéticos e Produtividade, do Colégio dePostgraduados, instituição pública, descentra-lizada do governo federal, “há uma total de-pendência dos EUA - Estados Unidos da Amé-rica, destinando para lá 80% das exportações.Desde 1994, quando entrou em vigor o Nafta(acordo de livre-comércio entre os três paísesda América do Norte), o México vive o períodode menor turbulência social e econômica desua história. Com uma população perto de 105milhões de habitantes, estima-se no país que400 mil mexicanos emigrem para os EUA to-dos os anos. Com isso, a taxa de desempregono México diminui anualmente (3,6% em 2005,contra 9,8% no Brasil)”, observa.

Reflexos na citriculturaReflexos na citriculturaReflexos na citriculturaReflexos na citriculturaReflexos na citricultura

A cadeia produtiva mexicana é dominadapor citricultores pequenos e descapitalizados,sendo que as leis fundiárias têm limitado osinvestimentos estrangeiros. O México, contu-do, está estratégicamente localizado para su-

prir o mercado dos EUA e do Canadá em NFC(suco fresco, não congelado), tendo um custode terra e de mão-de-obra relativamente bai-xos.

No México, a citricultura encontra-se esta-belecida em 28 estados, mas os 10 principaisrespondem por 92% da área produtiva. Os prin-cipais estados produtores são: Veracruz (res-ponsável por 38% da superfície plantada de cí-tricos no México), San Luís Potosí (10%), Mi-choacán (8%), Tamaulipas (7%), Nuevo León eColima (6%, cada), Tabasco (5%), Oaxaca (4%),Yucatán (4%) e Puebla (4%). Segundo Antonio Juan Soberón Ferrer, pre-sidente do Conselho Estadual Citrícola, de Ve-racruz, maior estado produtor do país, “a citri-cultura assume um papel social muito impor-tante. No México, é a terceira cultura agrícola,movimentando por ano US$ 1,2 bilhão emnegócios. São quase 550 mil hectares planta-dos, abrangendo 67 mil produtores, distribu-indo renda direta a mais de 100 mil funcioná-rios e trabalho diário, durante o período decolheita, a 13 milhões de pessoas. O país ex-porta, anualmente, US$ 500 milhões graças àcitricultura”, conclui.

O Conselho Estadual(www.concitver.com) é for-mado pelos componentes dacadeia citrícola do estado deVeracruz, com a função de de-finir, ajustar e manter, comrentabilidade, o modelo pro-dutivo/comercial integradoque melhor represente os in-teresses dos envolvidos. DoConselho faz parte 22 Asso-ciações Agrícolas Municipais,as Associações de Viveiristas,os processadores, a pesquisa,os embaladores, exportadores

e outras entidades ligadas ao setor. O Conse-lho Estadual responde, por sua vez, ao Conse-lho Citrícola Mexicano.

As espécies produzidas e os preçosAs espécies produzidas e os preçosAs espécies produzidas e os preçosAs espécies produzidas e os preçosAs espécies produzidas e os preços

A laranja é o cultivo que ocupa o primeiroposto, tanto em relação à superfície explora-da, quanto em relação ao volume produzido.O mercado doméstico tem grande preferênciapelo consumo da laranja in natura, deixandopouca oportunidade para que as 22 indústriasde suco existentes ampliem suas taxas de pro-cessamento. Evidente que o preço pago pelafruta fresca estimula sua destinação. Enquantoo mercado paga entre 400 e 900 pesos portonelada de fruta, na média da última safra (R$3,35 a R$ 7,54/caixa de 40,8 kg), a indústrianunca ofertou por tonelada mais do que 450pesos (R$ 3,77/caixa), incluindo subsídio for-necido pelo governo para melhorar a oferta defruta para moagem.

O engenheiro Mário Cruz Rodríguez, ge-rente de operações da IQCitrus – InternacionalQuímica de Cobre – unidade Citrus, processa-dora com 9 extratoras localizada em Álamo,Vera Cruz, nos conta “que mesmo com um adi-cional, dado pelo governo, a última tempora-da processou 50% menos fruta do que em2005.

Antonio Ferrer lembra “que os preços mé-dios obtidos pelo produtor no mercado são in-versamente proporcionais à oferta regional dafruta”. Explicando melhor, “em Sinaloa, ondea área plantada de laranjeiras é 100 vezes me-nor do que em Veracruz, o preço médio anualda fruta foi de R$ 16,50/caixa de 40,8 kg, con-tra R$ 5,64/caixa no maior estado produtor.

A média de rendimento de produção de la-ranjas por hectare, também foi nitidamente afe-tada pelo valor da fruta. No estado de Sonora,ao preço de R$ 9,61/caixa de 40,8 kg, a pro-dutividade média ficou em 24 toneladas/hec-tare, contra 7 toneladas/ha em San Luís Poto-

12 Julho / Agosto / SetembroRevista Ciência & Prática

Angel Monter Antonio Ferrer

Aspecto da Citricultura de Veracruz, México

José Luiz Silva

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CITRICULTURA INTERNACIONAL

sí, onde os preços foram de R$ 3,95/caixa.A produção de laranjas concentra-se em 4

estados, mencionados por ordem de produção:Veracruz (46%), Tamaulipas (13%), San LuísPotosí (10%) e Nuevo León (8%). A ‘Valência’ éa variedade plantada em, praticamente, 100%dos casos.

Alavancada pela demanda do mercado in-ternacional, a expansão dos plantios de ‘Tahiti’no México, impressionam. A produção, nos úl-timos dez anos, cresce a níveis de 25% ao ano,sendo que em 2006 sua colheita deve fecharem aproximadamente 540 mil toneladas da fru-ta.

Esse montante já representa 28% da pro-dução total de limas e limões do país, que tra-dicionalmente, até 1982, era quase que exclu-sivamente constituída apenas pelo “limão” ‘Me-xicano’ ou seja, nosso conhecido “limão” ‘Ga-lego’.

Naquele ano os EUA impediram a importa-ção de limão ‘Mexicano procedente do Estadomexicano de Colima e de um município do es-tado de Michoacán, devido à ocorrência de umadoença conhecida por “Bacteriose dos Citros”,supostamente Cancro Cítrico com característi-cas distintas. O acontecimento permitiu umamaior abertura no mercado norte-americanopara o ‘Tahiti’ que se produzia no estado deVera Cruz, consolidado posteriormente pelaocorrência de uma geada em 1989 e pela pas-sagem do furacão Andrew, em agosto de 1992,pela Flórida, local onde se concentrava a pro-dução de limas dos EUA.

A partir daí, respondendo a uma crescentedemanda dos mercados dos EUA, Europa e Ja-pão, aumentou a área cultivada com ‘Tahiti’,principalmente ao longo dos estados situadosno Golfo do México. Isso explica a crescenteárea plantada de ‘Tahiti’ no México, desde en-tão. Hoje, no México, são cultivados cerca de45 mil hectares de lima ‘Persa’ (o Brasil possuicerca de 30 mil hectares), localizados em: VeraCruz (55%), Tabasco (17%), Oaxaca (9%), Pue-bla (7%), Yucatán (3%) e outros.

Ao incluirmos o limão ‘Mexicano’, junto ao‘Tahiti’, além de limões verdadeiros, e conside-rarmos uma área plantada de 147 mil hecta-res, a ordem dos estados produtores passa aser essa: Michoacán (25%), Colima (21%), Ve-racruz (18%), Oaxaca (12%), Tabasco (4%),Yucatán (3%). Em relação aos preços pagos naúltima safra, em média, considerando todos oslimões, em Michoacán, estiveram valendo US$4,4/caixa de 27 kg. Já, em Colima valeram US$3,77/caixa de 27 kg, e em Oaxaca, valeram US$5,40, pelo mesmo volume. Evidente que ospreços foram influenciados pela oferta de ‘Tahi-ti’, além da oferta geral de fruta e da época doano em que foram comercializados os limões.Os pomelos ocupam o terceiro lugar na produ-ção nacional mexicana. Avaliações iniciais de-ram conta de que a safra de 2005/06 possa terterminado com 400 mil toneladas, produzidasem quase 19 mil hectares. Veracruz, Tamauli-pas e Nuevo León, são os principais estadosprodutores.

Por fim, as tangerinas e os híbridos, queocupam entre 3 e 5% do total de cítricos do

país. Por ter um maior custo de produção, vêmsendo deixados de lado, inclusive pela alternân-cia de produção que apresentam. A tangerina‘Dancy’, ainda é a mais plantada, encontra sé-rios problemas em relação à presença de Man-cha de Alternaria. Outra opção é o cultivo deuma seleção de tangerina comum, chamada‘Santa Mônica’, que lhes oferece boas oportu-nidades de preço fora-de-época. Veracruz(70%) e Nuevo León (12%), são as maiores ex-tensões de plantio.

VVVVVeracruz: o maior produtor de citroseracruz: o maior produtor de citroseracruz: o maior produtor de citroseracruz: o maior produtor de citroseracruz: o maior produtor de citros

Estivemos percorrendo algumas áreas pro-dutivas de Veracruz, que tem uma citriculturade pequenos produtores, porém com represen-tatividade econômica expressiva, uma vez querepresenta 12% de toda a superfície cultivadadaquele estado, congregando 40,5 mil produ-tores, em 205 mil hectares (5 hectares por pro-dutor).

Dentro de Veracruz, os municípios de Ála-mo (46 mil hectares) e de Martínez de la Torre(35 mil hectares), são os dois maiores produto-res de cítricos. Eles representam as duas maio-res zonas produtivas: a primeira, que compre-ende principalmente os municípios de Álamo,Tuxpan, Tihuatlán, Castillo de Teayo e Papan-tla, recebe um pouco menos de chuva anual-mente (entre 1000 e 1500 mm); a segunda,com precipitação entre 1500 e 2000 mm, com-põem-se particularmente pelos municípios deMartinez de la Torre, Gutiérrez Zamora, Teco-lutla, Misantla e Tlapacoyan. A laranja repre-senta 73% da citricultura do estado, que, porsua vez, é o responsável pela produção de 5%do total da produção agrícola do país.

Em Álamo estivemos no ejido Palo Blanco.Ao todo, no país, são mais de 27 mil ejidos.O México conta com um território que se es-tende sobre 1,972 milhões de km², dos quais52% pertencem a ejidos e comunidades, quesão formas de propriedades sociais ou coleti-

13Julho / Agosto / Setembro Revista Ciência & Prática

vas, resultantes da reforma agrária; 38% dasterras pertencem ao regime de propriedadesprivadas, enquanto que os 10% restantes com-preendem terrenos federais e outras formas depropriedades.

No Palo Blanco, em companhia de algunsejidatários, pudemos acompanhar algumas prá-ticas culturais que se realizavam nos pomares,como pulverização e poda de limpeza.

Um dos ejidatários Gabriel Butrán, comen-tava a decisão dos produtores locais em aindausar a laranja ‘Azeda’ como seu principal por-ta-enxerto: “Praticamente todas as espécies cul-tivadas em Veracruz estão enxertadas sobre‘Azeda’, particularmente sobre uma seleçãolocal chamada Cucho. É um excelente porta-enxerto, tolerante à Gomose, Sorose e Exocor-te (presentes em plantios mais antigos), assimcomo à solos calcários”. Por sua experiência,em função das vantagens apresentadas pelo“Cucho” e de maus resultados obtidos com oscitranges ‘Troyer’ e ‘Carrizo’ no México, “osprodutores só trocarão o porta-enxerto quan-do a Tristeza estiver batendo à porta”, comple-ta, jocoso, Butrán.

Outros problemas fitossanitários comoMancha Graxa (Mancha Grasienta) e Estrelinha(Tachuela), são muito presentes, assim comooutros problemas relacionados à fungos, devi-do à constante elevada umidade relativa do ar.Mas os entraves não param aí. O médico e, tam-bém ejidatário, Roberto Ramirez González, ex-plica que existem muitos níveis de produtivida-de, no país. “As terras dos ejidos nem sempresão boas, falta água de qualidade, o aproveita-mento dos lomeríos (cume das montanhas)impede a mecanização e a tecnologia maisadequada. Além disso, os preços pagos nãocobrem os custos necessários à suplantaçãodesses entraves”, admite.

Para Juan Licona Cruz, citricultor do muni-cípio de Álamo e vice-presidente do ConselhoEstadual Citrícola, de Veracruz, “os intermedi-ários ainda são um grave problema no siste-

Manejo de Manejo de Manejo de Manejo de Manejo de pragaspragaspragaspragaspragas e e e e e inimigos naturaisinimigos naturaisinimigos naturaisinimigos naturaisinimigos naturais nas citriculturas mexicana e cubana nas citriculturas mexicana e cubana nas citriculturas mexicana e cubana nas citriculturas mexicana e cubana nas citriculturas mexicana e cubana

Pode-se afirmar que o manejo das pragas nacitricultura do México e de Cuba é muito mais sim-ples e fácil que no Brasil, pois suas principais pragassão:

Ácaro da Ferrugem – Phyllocoptruta oleivora,Ácaro Branco – Polyphagotarsonemus latus, ÁcarosTetraniquídeos (principalmente Vermelho e Mexica-no), Larva Minadora dos Citros – Phyllocnistis citre-lla, Cochonilhas Escama Farinha de tronco (Unaspiscitri) e de folha (Pinaspis citri), Psilídeo dos Citros -Diaphorina citri, Besouros de Raiz - Naupactus spp.e Pantomorus spp., Moscas das Frutas – Ceratitiscaptata e Anastrepha spp.

É importante lembrar que também verificamosa presença do Ácaro da Leprose, porém sem a pre-sença do vírus causador da doença, e o mesmo emrelação ao psilídeo, sem a presença da bactéria doH.L.B.

Encontramos também a presença da MoscaNegra dos Citros, Aleurocanthus woglumi, porémcom um controle biológico natural muito eficienteatravés de fungos entomopatogênicos, pois as con-dições climáticas de alta temperatura e umidaderelativa do ar são favoráveis ao seu desenvolvimen-to. Outra praga não muito comum para nossas con-dições de Brasil que foi observada na citricultura me-

xicana foi o Caracol Rajadoque se alimenta da cascados galhos causando o se-camento dos mesmos e fa-

cilitando a entrada de doen-ças fungicas.

Cabe ressaltar que en-contramos os três grupos de inimigos

naturais (predadores, parasitos e doenças bené-ficas) agindo simultâneamente nas áreas citrícolas,isto ocorrendo devido à pequena quantidade depulverizações que realizam (entre 2 a 3 aplicações/ano), devido às condições de relevo do terreno oude falta de recursos financeiros por parte dos pro-dutores. Com relação à inspeção de pragas e inimi-

gos naturais, com uso espe-cífico de ficha de inspeção,ela, efetivamente, não é rea-lizada pelos produtores.

José Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaJosé Luiz SilvaConsultor GTACC/Gravena Ltda

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ma. Diminuem o lucro do produtor e são as-sunto constante nas discussões do Conselho”.De acordo com Licona Cruz, “são diversos osfatores que levam à existência cada vez maisintensa dos intermediários: desorganização co-mercial dos produtores; concentração geográ-fica da produção em alguns estados e falta deboas estradas, obrigando a intermediação paraconcentrar um volume maior de fruta; concen-tração muito grande de produto em apenas umlugar (Central de Abastecimento da Cidade doMéxico); estacionalidade acentuada dos pro-dutos, ocasionando uma queda acentuada depreços tanto nas regiões produtoras, quantonas Centrais de Abastecimento; e a falta de in-tegração entre produtores e as agroindústrias”.

Preocupação genéticaPreocupação genéticaPreocupação genéticaPreocupação genéticaPreocupação genética

Martínez de la Torre é o principal municí-pio produtor de lima ‘Tahiti’ do México. Alémdisso, tem importância histórica. Lá, na déca-da de 70 do século passado, foi intensificadapela Coca-Cola a produção de ‘Tahiti’ ou limão‘Persa’ no país. A cultura não obteve o sucessoesperado pela empresa, que abandonou o pro-jeto. Posteriormente, a partir de 1982, o mer-cado com os EUA foi aquecido, a demanda ex-pandiu e a oferta respondeu de imediato. Pri-meiro, apenas na região de Martinez de la Tor-re e, em seguida, multiplicaram-se os pomaresde ‘Tahiti’ nas vizinhas cidades de Papantla,Tuxpan e Cuitlahuac, no estado de Veracruz,Huimanguillo, em Tabasco, além de Tuxtepec,em Oaxaca.

Pelo respeito tecnológico que sempre des-pertou, Martínez de la Torre tornou-se o maiorcentro comercial citrícola do México e o fixa-dor nacional de preços do ‘Tahiti’. A qualidadedo limão ‘Persa’ produzido e os volumes deprodução, tanto de lima, quanto de laranjas,fizeram do município referência internacional.Em Paso Largo, próximo à Martinez de la Torre,estão localizadas as instalações da Procigo –Promotora Citrícola del Golfo. Com uma uni-dade de biotecnologia, sob a chefia da técnicacubana Alba R. Rios, auxiliada pelo biólogoFrancisco Arámburo Jarillo, a Procigo está pre-ocupada em propiciar uma base mais segurapara as mudas que produz.

Rios conta que “a empresa possui um Ban-co de Germoplasma (único no México) com 42acessos (variedades), limpos de viroses (100%de PCR) e dois matrizeiros (com as 14 varieda-des que mais se comercializam), que, a princí-pio, atendem os interesses particulares, mas quese destinam à comercialização de boa parte domaterial produzido. São dois viveiros certifica-dos, com uma produção de 1,5 milhão demudas. A Procigo, junto com outras duas coli-gadas, a Imdecit e a Citrofrut (produtora desucos concentrados em 4 unidades), faz parteda Proeza, empresa voltada para a produção eexportação de produtos cítricos”.

“Inicialmente, nossas propriedades foramformadas com mudas da Espanha vindas denavio e avião, pela falta de material confiável,livre de viroses”, conta Raimundo Hernandez,supervisor técnico da Procigo, revela que “o cus-to de cada borbulha destinada à formação de

matrizes chega a U$ 5,00 cada”. Ele conta quea Procigo vende borbulhas de seus matrizeirospara outros viveiristas formarem suas mudaspor U$ 0,20/gema.

A Proeza, através da Imdecit, cultiva 5,3 milhectares de citros, ampliando seus plantios alémde Vera Cruz (onde tem 1,8 mil ha), para váriosoutros estados.Essa preocupação com a sanidade do materialvegetativo traz reflexos diretos no campo. Asprodutividades dos pomares de laranja ‘Valên-cia’ (em cavalos de ‘Swingle’ e ‘Carrizo’), commicroaspersão, oscilam entre 40 a 55 tonela-das por hectare.

Danilo Luchiari, consultor do GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC e es-pecialista em irrigação faz a seguinte análise:“a citricultura nesses locais é pouco tecnifica-da, sendo o fator climático um forte aliado parasua subsistência. Por esse motivo, o empregoda irrigação ainda é pouco adotado, mas ob-servamos em alguns dos pomares mais tecnifi-cados do México e Cuba, nas áreas irrigadas

mais antigas o emprego de sistemas de irriga-ção via aspersão convencional e autopropelidoe nos pomares mais novos o emprego de gote-jamento e micro aspersão, todos apresentan-do resultados de produtividades muito superi-ores à média, justificando seu emprego. No casoespecífico da irrigação localizada observa-se aadoção das técnicas para fertirrigação e mane-jo da irrigação através do balanço hídrico. Exis-te disponibilidade hídrica superficial nos doispaíses permitindo o crescimento de suas áreasirrigadas”.

Não muito distante, na propriedade Lomasde Arena, do Grupo Hermanos Couturier, comcertificação dentro dos padrões EurepGap, oengenheiro agrônomo Marco Antonio RendonBarrios, gerente da propriedade de 800 hecta-res, fala sobre os espaçamentos: “ainda usa-mos espaçamentos largos, apesar de dispormosde podadeiras; temos muitas áreas de pome-los (320 ha), onde utilizamos 10 m x 5 m (paraos pomeleiros do grupo dos vermelhos) e 8 mx 5 m (para os brancos). Nossas produtividadesestão entre 35 e 50 t/hectare. Não adensamosporque os pomeleiros não respondem bemquando sua área produtiva se restringe mui-to”, justifica. A propriedade usa 7 m x 4 m paraos 200 ha de ‘Tahiti’ (25/30 t/hectare, de pro-dutividade) e 8 m x 5 m para os 230 hectaresde ‘Valência (40 t/hectare).

Cuba, a ilha surpreendenteCuba, a ilha surpreendenteCuba, a ilha surpreendenteCuba, a ilha surpreendenteCuba, a ilha surpreendente

Nossa visita à citricultura cubana ocorreuno mesmo mês em que Fidel Castro, pela pri-meira vez desde que subiu ao poder, há 47anos, havia passado as atribuições de governoao irmão, Raúl. Submetido a uma cirurgia deurgência no intestino, Castro foi obrigado a seausentar para um período de convalescença, oque provocou o início das especulações e osrumores sobre o início de uma transição para ademocracia em Cuba, que levaria os EUA aabandonarem o embargo econômico à ilha.

De uma forma bem resumida, a citriculturaem Cuba tem uma história marcada por doismomentos: a partir da revolução comunista,em 1959, citros foi uma maneira de diversifi-car os negócios agrícolas da ilha, onde predo-minava, até então, a lavoura canavieira. A citri-cultura foi alavancada com a criação do Pro-grama Nacional de Citros, em 1968, o primei-ro grande momento de incentivo para a cultu-ra. Imediatamente após, aumentaram as expor-tações na forma de fruta fresca para os merca-dos da antiga União Soviética e do Leste Euro-peu, incentivando a oferta e os plantios denovos pomares.

O segundo momento marcante para a ci-tricultura cubana ocorreu quando da descen-tralização estatal sofrida por vários países daEuropa Oriental, a partir de 1989, provocandoum colapso no comércio de Cuba. Entre 1990e 91, a dissolução da União Soviética, fez comque a citricultura passasse por uma verdadeiradevastação.

Esses acontecimentos provocaram não ape-nas perda de demanda, como também impe-diram o acesso aos principais insumos agríco-las, em especial ao óleo diesel. Na primeirametade dos anos 90, a área de laranjeiras dopaís, reduziu pela metade; a área com pome-leiros diminuiu 20%, enquanto que as expor-tações de cítricos frescos caíram 90%.

Evidentemente, com o término da ajudaeconômica que Cuba recebia da União Soviéti-ca os problemas de infra-estrutura atingiram opaís como um todo, fazendo com que a citri-cultura regredisse em área plantada.

Cuba enfrentou outro problema na reto-mada de mercados. Após a abertura comercialsofrida pelos países importadores do Leste Eu-ropeu, os cubanos tiveram a concorrência dacolorida fruta do mediterrâneo que deixava paratrás a ‘Valência’ “verdolenga” da ilha. Associa-do aos custos de transporte que favoreciam aslaranjas da Espanha e de Israel.

A cultura de citros chegou a ocupar 115mil hectares em 1990, produzindo 1 milhãode toneladas (8,7 toneladas/hectare). Hoje,Cuba possui uma área de 60 mil hectares deplantios, com uma produção de 900 mil tone-ladas (a produtividade passou a 15 t/ha). Daprodução, 60% são laranjas, 30% pomelos e10% limas. Desse total, 80% transforma-se emsuco, 5% é exportado fresco e o restante é con-sumido internamente, vendido à “indústria” doturismo.

A produção de cítricos está concentrada nasprovíncias de Matanzas (33%), Ciego de Ávila(15%), Santiago de Cuba, Pinar del Rio, La Ha-

CITRICULTURA INTERNACIONAL

14 Julho / Agosto / SetembroRevista Ciência & Prática

No Caribe, a maturação do pomelo é precoce

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CITRICULTURA INTERNACIONAL

Citricultura caribenha:Citricultura caribenha:Citricultura caribenha:Citricultura caribenha:Citricultura caribenha:uma visão críticauma visão críticauma visão críticauma visão críticauma visão crítica

No México visitamos a principal área produto-ra de laranjas localizada no estado de Veracruz, querepresenta mais de 45% do plantio dessa espécie.Visitamos pomares nas regiões de Álamo de Tema-pache e Martinez de la Torre, que juntos represen-tam cerca de 60% da produção estadual.

O que vimos foram pomares de pequenos pro-dutores, invariavelmente de ‘Valência’ enxertada emlaranja ‘Azeda’, com idade avançada (cerca de 20anos), que, segundo informações dos proprietári-os, produzem cerca de 35 t/ha, algo que foi difícilde acreditar em função do espaçamento utilizado(largo) e da carga pendente (cerca de 2 cx/planta).Uma vez contestados, os proprietários esclareceramque os pomares sofreram os efeitos colaterais dapassagem dos furacões pela Flórida e que nesta sa-fra estavam com menor carga.

Sob o ponto de vista fitossanitário, tais poma-res não sofrem a ação de pragas e doenças quepoderiam limitar a produção de laranjas na região:não há Cancro Cítrico, Greening, Clorose Variega-da, Leprose e tampouco Tristeza dos Citros. Nos doisúltimos casos a presença do vírus da leprose já foiconstatada na região de Chiapas, localizada no suldo México, e para a Tristeza, o vírus já se encontrana região e a transmissão pelos pulgões é questãode tempo. O governo mexicano está incentivando a

substituição dos pomares por mudas enxertadas emporta-enxertos tolerantes ao vírus da Tristeza, ofere-cendo cerca de 60% do valor da muda, mas a aceita-ção é muito baixa porque os pomares não estão de-finhando a ponto de serem substituídos.

Com um baixo custo de produção, especialmen-te por não sofrer grande pressão do controle de pra-gas e doenças, a rentabilidade dos citricultores é con-siderada boa e está garantindo a manutenção dospomares atuais. Na região de Martinez de la Torrevisitamos propriedades de empresas de citros, bemestruturadas e com nível tecnológico mais adianta-do. Nelas a tecnificação é mais evidente e a presençado consultor ou do engenheiro agrônomo é notada.

Cuba, por seu lado, tem uma citricultura comcaracterísticas peculiares, específicas para o modeloprodutivo local. Sua estrutura organizacional é for-mada por UBPC’s (Unidade Básica de Produção Coo-perativa), que representam 46% da área com citricul-tura no país, seguido de empresas estatais e privadas(37 e 12%) e CPA’s (Cooperativas de Produção Agrí-cola). Tivemos a oportunidade de visitar a UBPC “9de abril”, criada em fevereiro de 1994, para traba-lhar em terras da Empresa Citrícola “Ceíba”, de cará-ter estatal, localizada no município de San Antoniode los Baños, na província de La Habana. Ela contacom 386 cooperados que produzem cítricos (1154ha) e outras frutíferas (108 ha), como goiaba, man-ga, mamão e uva. Particularmente importante é ocultivo de pomelos (‘Ruby Red’ e ‘Marsh’ enxertadossobre laranja ‘Azeda’, que se encontrava com bom

aspecto vegetativo, apesar de apresentar algumasdeficiências nutricionais. O cultivo das laranjeiras jánão apresenta os mesmos tratos, justificando-se oalto empenho em produzir os pomelos: destiná-losà exportação de frutos frescos, o que é efetuadoatravés da Empresa Citrícola Ceiba. O engenheiroagrônomo responsável pela UBPC relatou que, his-toricamente, a produtividade média dos citros é 26t/ha, entretanto, em virtude da seca de nove mesesa que foram submetidos, atualmente a produtivi-dade é apenas 50% da habitual.

Avaliando parte dos pomares de Jagüey Gran-de, município da província de Matanzas, podemosconsiderá-los normais. Como Cuba também utilizao porta-enxerto laranja ‘Azeda’ na grande maioriade seus pomares e seus problemas fitossanitários seassemelham aos do México, podemos concluir quea atual citricultura caribenha, hoje estabilizada, temum futuro incerto e duração indefinida, caso não areestruturem com novos plantios mais apropriadostecnologicamente ao mo-mento atual pelo qual pas-sa a citricultura mundial.

José Dagoberto De Negri*José Dagoberto De Negri*José Dagoberto De Negri*José Dagoberto De Negri*José Dagoberto De Negri*Pesquisador Apta Citros

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bana, Camagüey, Ilha da Juventude, Cienfue-gos e Holguin.

As indústrias são 6, processando 80% daprodução. Atualmente, cerca de 60% da pro-dução é de laranjas (‘Valência’ (90%), ‘Criolla’,‘Navel’), 30% são pomelos (‘Marsh’, ‘Ruby Red’,‘Rio Red’ e ‘Star Ruby’), o restante é de ‘Tahiti’,tangerinas, tangelos e tangores. Cuba é o ter-ceiro maior produtor mundial de pomelos, de-pois dos EUA e de Israel.

Alternativas para produzirAlternativas para produzirAlternativas para produzirAlternativas para produzirAlternativas para produzir

Cuba, então, permitiu o investimento es-trangeiro (através de diversas formas de asso-ciações e contratos internacionais) como um

modo de estimular o retorno ao crescimento eà produtividade. Como resultado, Israel reini-ciou em 1991, um antigo projeto (de 1960),em sociedade com o Estado (Cuba-Israel). Em1997 essa empresa produzia um terço dos cí-tricos de cuba e controlava 40% da área deplantio.

A BM Corporation, representante israelen-se na sociedade, tem registro no Panamá. O

* Viajou a convite do GTACC

projeto, numa área de 38750 hectares em Ja-güey Grande, foi considerado a maior área con-tígua de produção cítrica do mundo. Hoje exis-tem plantios também na Ilha da Juventude. Oinvestimento, de 22 milhões de dólares, tem amarca comercial “Cubanita”.

Grandes projetos com o Chile (11 mil hade pomelos, na Ilha da Juventude), com a Gré-cia (arrendamento de 31 mil ha em Ciego deÁvila, além do controle de uma área no centrodo país de mais 14 mil ha para plantio de cítri-cos e produção de óleo essencial e concentra-dos) e com a Grã-Bretanha, foram todos en-cerrados no final do século passado. Um gru-po italiano ainda investe no negócio.

Como resultado desta mudança de incen-tivos, a produtividade de citrus e a produçãosuplantou os níveis dos anos 90. Porém a in-fra-estrutura, as condições econômicas e asrestrições ao trânsito de dinheiro estrangeirono país, limitaram a prosperidade da ativida-de.

Em 1993, Cuba estabeleceu uma nova for-ma de associação produtiva – a UBPC - Unida-de Básica de Produção Cooperativa (ver boxnesta matéria). Na época, o Estado, através degrandes fazendas, controlava 90% da produ-ção de citros. Passou a incentivar o trabalhodas UBPC’s, instituindo marketing, assistênciatécnica, insumos e serviços, para ajudá-las aimpulsionar a agricultura. Assim, após entre-gar a produção contratada ao Estado, (na fi-gura do Gef - Grupo Empresarial Frutícola) atra-vés de uma das grandes empresas (normalmen-te as responsáveis pelo uso da terra onde estásediada a UBPC – Ceiba, no caso do “9 deabril”), os produtores recebem 50% do valorcombinado, retendo a outra metade, à títulode reserva de contenção. Em 1999 as UBPC’sjá controlavam quase metade da citriculturacubana.

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16 Julho / Agosto / SetembroRevista Ciência & Prática

Décio JoaquimDécio JoaquimDécio JoaquimDécio JoaquimDécio JoaquimConsultor GTACC

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De acordo com Domingo Quintero Pérez,agrônomo da UBPC 9 de abril “os novos plan-tios de pomelos são feitos com espaçamento8,0 m x 4,0 m e, de laranjas, 7,0 m x 3,0 m”. Oadensamento é uma maneira, inclusive, de sedefender dos estragos Ele lembra os estragoscausados pelo furacão Charley:, em agosto de2004. Em 2001, o furacão Michelle já haviaprovocado a perda de 80% da produção. “Em2005 estávamos prestes a bater nosso recordede produção”. Cuba iria passar de 1 milhão detoneladas, mas em 2 horas perdemos muitodinheiro”, lamenta-se. “Atualmente os poma-res ainda não se recuperaram e a baixa produ-ção atual é reflexo dessa ocorrência”, contou otécnico, que nos disse que normalmente faz 2adubações ao ano (no fim do período chuvo-so, em novembro, e na primavera, em março),onde aportam basicamente nitrogênio.

Luiz Lopez Valder, presidente da “9 de abril”é adepto da tecnologia: “Oxalá possamos con-tinuar a produzir sem os furacões. Com a irri-gação em 100% dos plantios novos, temos me-lhores condições de superar os meses de seca,preparando a planta para obter mais produ-ção. Uma expectativa que temos é a retomadado comércio internacional. Cuba tem condiçõesde brigar por um espaço no mercado exporta-dor de concentrados, além de ter a vantagemde produzir pomelo em um mês mais cedo doque a Flórida e dois meses mais adiantados doque a Europa. Potencial e vontade de produzirnós temos”, garante Valder.

Cubanita: marca dos cítricos de Jagüey Grande

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ADEQUAÇÃO AMBIENTAL

Preservar, para não faltarAo se engajar num projeto de adequação ambiental, a Fazenda São Pasquale, de Iperó, SP,

dá um exemplo com reflexos, inclusive sobre a qualidade e os preços dos cítricos produzidos

A Bayer CropScience tem entre seus ob-jetivos a conscientização do produtor esua família para o uso de práticas

agrícolas adequadas, principalmente comrelação à saúde do trabalhador rural eà proteção do meio ambiente(www.bayercropscience.com.br).

De acordo com uma citação do profes-sor da Esalq, Ricardo Ribeiro Rodrigues, “oaumento da preocupação social com o des-tino dos fragmentos florestais remanescen-tes é crescente, de modo que atividades deprodução sem um planejamento ambientaladequado e que tenham como conseqüên-cia à degradação ambiental, estão fadadas asanções cada vez mais restritivas, não só noaspecto legal mas também na própria con-solidação do mercado consumidor, que estácada vez mais exigente. O paradigma da pro-dução de alimentos com sustentabilidadeeconômica, social e ambiental é o grande de-safio da atualidade”, recorda o professor.Em função do contínuo processo de substi-tuição da cobertura florestal natural do Es-tado por áreas agrícolas, esforços estão sen-do realizados em diferentes níveis para pro-teger o que ainda resta de florestas rema-nescentes e estabelecer uma política adequa-da de recuperação do muito que já foi per-dido.

A preservação ou mesmo restauração deáreas ciliares é de grande importância umavez que as matas ciliares são estratégicascomo possíveis corredores ecológicos, já quese recuperadas as matas ao longo de todosos cursos d’água, muito provavelmente agrande maioria dos fragmentos florestaisestarão interligados.

O primeiro projeto prático, intitulado“Projeto Águas - SP” dentro do conceito deagricultura sustentável, foi desenvolvido atra-vés de uma parceria entre a Bayer CropSci-ence e a Esalq - Escola Superior de Agricul-tura Luiz de Queiroz, da Universidade de SãoPaulo, em Piracicaba.

O “Projeto Águas” tem como objetivoprincipal colaborar na orientação aos agri-cultores quanto a preservação dos corposd’água existentes em suas propriedades.

Essa orientação visa recuperar áreas de-gradadas, através do plantio de espécies na-tivas e frutíferas, e também conservar as áreasde preservação permanente, conforme cons-ta da legislação brasileira, contribuindo as-sim para uma Agricultura Sustentável.

Buscou-se uma fazenda de um cliente ci-tricultor no estado de São Paulo (Fazenda SãoPasquale, localizada no município de Iperó),na qual foi realizada como projeto-piloto aadequação ambiental de uma área em que

a água (nascente) estava em fase de desapa-recimento e em conseqüência disso compro-metendo os demais reservatórios desta pro-priedade agrícola.

A Bayer CropScience também já imple-mentou um segundo projeto prático no RioGrande do Sul, buscando a recuperação viareflorestamento da mata ciliar nas margense encostas do Rio Pardinho, em propriedadeagrícola localizada no município de Santa

Cruz do Sul, onde, após o levantamento flo-restal visando a identificação das espécies deplantas presentes no entorno, foi realizadauma limpeza em decorrência do acúmulo deentulhos depositados na encosta do rio e oplantio de 1.500 mudas de espécies nativas.

A implantação deste projeto está propor-cionando um maior nível de proteção nestafaixa da encosta do Rio Pardinho e espera-secom isto que os demais produtores da re-gião possam se sentir motivados a adotá-loe assim ajudar na recuperação da bacia hi-drográfica deste rio.

Um terceiro projeto prático foi implemen-tado em 2005 na Fazenda França, localiza-da no município de Itaberaí,GO, em parceriacom a UFG – Universidade Federal de Goiás.Este projeto foi intitulado “Projeto Águas -GO”.

Foram plantadas aproximadamente19.000 mudas de espécies nativas, em áreasde preservação permanente, próximas a nas-centes de demais corpos d’águas desta pro-

priedade agrícola.

Desenrolar do projeto pioneiroDesenrolar do projeto pioneiroDesenrolar do projeto pioneiroDesenrolar do projeto pioneiroDesenrolar do projeto pioneiro

A Fazenda São Pasquale foi indicada pelaBayer CropScience Ltda para sediar a primei-ra etapa do Projeto Águas-SP, que consistiuna recuperação e adequação ambiental deuma área-piloto.

Na primeira etapa desta adequação am-

biental, assim como deve ocorrer em todosprojetos desta natureza, realizou-se o levan-tamento florestal, ou seja, foi feita a identifi-cação das espécies de plantas presentes nolocal, foram determinadas as distâncias mí-nimas entre as margens da lagoa e o iníciodo cultivo e definiu-se a solução mais ade-quada para a recuperação da área em ques-tão.

O planejamento adequado permite queocorra a perpetuação da floresta, isto é, queapós o manejo inicial, ela seja auto-suficien-te no seu desenvolvimento, processo no qualalgumas plantas mais velhas vão morrendoe outras novas vão nascendo, numa substi-tuição natural ao longo do tempo.

Para tanto, a fazenda no município deIperó, SP, foi percorrida pela equipe técnicado projeto em 2001, delimitando e avalian-do os fragmentos florestais remanescentes,as áreas de preservação permanente e as deinteresse ambiental (corredores ecológicos,áreas de baixa aptidão agrícola, etc.) inseri-

18 Julho / Agosto / SetembroRevista Ciência & Prática

Marcelo Vascondelos

Visão de uma parte da área preservada, mostrando o crescimento inicial das plantas do projeto

ADEQUAÇÃO AMBIENTAL

dos nos 650 ha da propriedade.Com base neste trabalho foi selecionada

a área para implantação do projeto e defini-das as metodologias de restauração.Os objetivos eram: descrever as ações de res-tauração propostas e realizadas; diagnosti-car o estado atual da área onde foi implan-tado o projeto de restauração na FazendaSão Pasquale, avaliando-se as diferentesmetodologias usadas; definir as medidas demanutenção; e definir as ações complemen-tares de restauração.

Para selecionar a área-piloto optou-se porpriorizar uma APP - Área de Preservação Per-manente, próxima à sede da Fazenda SãoPasquale, de nascente, de fácil acesso paravisitantes e de forte caráter didático, poisapresenta duas situações ambientais. Todasas etapas realizadas foram registradas emvídeo.

Foram retiradas algumas plantas cítricas,que se encontravam em local inadequado eem desacordo com o Código Florestal, queexige que se respeitem determinadas distân-cias mínimas ao redor de qualquer fonted’água, seja natural ou artificial.

Os corpos d’água que usualmente exis-tem numa propriedade rural são nascentes,córregos, rios, lagos, represas e açudes. Parapreservar esses mananciais, é necessária aadoção de práticas adequadas de conserva-ção do solo e manejo da área cultivada e,não menos importante, de conservação davegetação do entorno desses mananciais.

Geralmente, essa vegetação é uma flo-resta que está distribuída na forma de pes-tanas ao longo de um curso d’água, sendocomumente conhecida como floresta ciliarou, nas áreas de cerrado, como floresta degaleria. No entanto, no lugar das árvores quecompõem uma floresta, muitas vezes pode-se encontrar um campo úmido, que é umavegetação nativa composta por ervas e ar-bustos.

A vegetação nativa presente no entornodos corpos d’água funciona como reguladorado fluxo de água, dos sedimentos e nutrien-tes entre os terrenos mais altos da bacia hi-drográfica e o ecossistema aquático, desem-

penhando o papel de filtro entre as partesutilizadas pelo homem para a agricultura e arede de drenagem.

Nas áreas florestais, as copas das árvoresinterceptam e absorvem a radiação solar, con-tribuindo para a estabilidade térmica doscursos d’água.

Devido à sua importância na manuten-ção dos cursos d’água, e o seu papel comohabitat para a fauna silvestre, é necessária eobrigatória por lei a conservação ou a reve-getação dos campos e florestas nas margensdos cursos d’água.

Em março de 2002 iniciou-se a restaura-ção dos 2,2 ha de áreas com pomar e áreasabandonadas na cabeceira de uma nascenteda Fazenda, sendo: 1,0 ha de pomar em APPe 1,2 ha de APP abandonada com capim.

Foram introduzidas 3.000 mudas duran-te os meses de março e abril de 2002 e 1.000mudas em outubro de 2002. Entre 2004 e2005 foram plantadas mais 3.700 mudas,perfazendo um total de 7.700 mudas de di-versas espécies nativas regionais.

Manejo da área-pilotoManejo da área-pilotoManejo da área-pilotoManejo da área-pilotoManejo da área-piloto

• Áreas abandonadas• Áreas abandonadas• Áreas abandonadas• Áreas abandonadas• Áreas abandonadasNas áreas abandonadas realizou-se uma

gradagem leve para indução da regeneraçãonatural e também já preparando o solo parao plantio integral de mudas em linhas de 3 x2 m. Após um mês e meio a regeneraçãonatural foi considerada insatisfatória, prova-velmente devido ao uso prolongado de her-bicidas, inviabilizando o banco de sementesdo solo. Então foi feita a sulcagem do solo eo plantio de mudas nativas. O plantio foi fei-to manualmente, por funcionários da pró-pria fazenda e supervisionado pela equipedo LERF – Laboratório de Ecologia e Restau-ração Florestal, da Esalq.

• Áreas de cultivo de laranja• Áreas de cultivo de laranja• Áreas de cultivo de laranja• Áreas de cultivo de laranja• Áreas de cultivo de laranjaNas áreas de pomar em APP foi concluí-

da a primeira etapa, de plantio de mudasnas linhas, entre os pés de laranja, em espa-çamento de 7 x 2 m, para substituição gra-dual do pomar pela floresta nativa. Alguns

pés de laranja que estavam doentes foramarrancados.

O preparo das áreas de pomar foi basea-do em cultivo mínimo e consistiu de abertu-ra de covas com enxadão, no espaçamentode 2 metros, alinhadas com as linhas do po-mar e deslocados cerca de 0,5 m destas, parapropiciar maior incidência luminosa sobre asmudas nativas.

A segunda etapa de restauração das áre-as com pés de laranja consiste no adensa-mento do plantio inicial, realizando-se oplantio de espécies nativas nas entrelinhasdo pomar. Após 2 anos do primeiro plantiofaz-se indução da regeneração natural e, casoa regeneração natural não seja significativa,mudas do grupo de preenchimento serãoplantadas no meio do carreador, propician-do sombreamento mais rápido da área.

Avaliação das atividadesAvaliação das atividadesAvaliação das atividadesAvaliação das atividadesAvaliação das atividades

No momento do plantio, as mudas apre-sentavam portes médios de 40 cm, tendosido plantadas na estação chuvosa ou irriga-das a cada dois dias durante 1,5 mês. O pe-gamento das mudas foi excelente, verifican-do-se mortalidade inferior a 3% nos dois pri-meiros meses.

Foi realizada uma capina manual de co-roamento no plantio, com raio de 70 cm aoredor de cada muda. Após 2 meses, o portedas mudas já estava em torno de 80 cm, ve-rificando-se também uma intensa produçãode folhas e ramos. O crescimento das mu-das continuou rápido e, em geral, resistindobem à seca, quando a mortalidade não pas-sou de 5%.

Em dezembro de 2004 o plantio se en-contrava já bem desenvolvido, com árvoresatingindo até 6,0 metros de altura e médiaem torno de 3,0 m. Em algumas áreas asárvores já sombreiam quase totalmente osolo e frutificam, principalmente nos locaisonde foram realizados os plantios integrais.A maior parte das falhas ficou nas porçõesmais baixas do relevo, que ficam encharca-das durante uma parte do ano, e tambémnos taludes ao redor da represa, que apre-

19Julho / Agosto / Setembro Revista Ciência & Prática

senta um solo decapiado por ação antrópi-ca, com exposição dos mais profundos, debaixa fertilidade e compactados.

Em alguns pontos da área de plantio in-tegral, a falta de manutenção da área, comcontrole de competidores (gramíneas agres-sivas), definiu uma mato-competição muitoexcessiva, prejudicando o desenvolvimentoda muda e ainda aumentando a porcenta-gem de mortalidade dessas mudas.

É interessante notar que a vegetação re-manescente na área também se desenvolveubastante, representando uma fonte de pro-págulos para a área em restauração e tam-bém como ponto de atração da fauna.

A produção de frutos pelas mudas plan-tadas já está contribuindo para o desenca-deamento do processo sucessional, atrain-do a fauna que trás no regorjito e nas fezessementes de espécies coletadas em fragmen-tos da região, que vão germinar, produzirplântulas e indivíduos jovens, substituindo asmudas plantadas, no momento de sua se-nescência daqui 10 ou 15 anos, e garantin-do assim a perpetuação futura dessas áreasrestauradas. Esse processo precisa ser am-pliado para todos os trechos restaurados,através de plantio de poleiros naturais, colo-cação de artificiais (bambu ou outro) e ma-nutenção adequada da área e à produçãode plântulas de suas próprias sementes.

O sucesso das intervenções na área é re-flexo dos critérios observados na seleção deespécies, dos cuidados no plantio, da quali-dade das mudas, da fertilidade do solo e,principalmente, do envolvimento do pessoalda fazenda, que pegou o projeto para sicomo uma forma de atuar sobre a produçãolocal de água e conservação das espéciesnativas na fazenda.

Condução complementar das áreas emCondução complementar das áreas emCondução complementar das áreas emCondução complementar das áreas emCondução complementar das áreas emprocesso de restauraçãoprocesso de restauraçãoprocesso de restauraçãoprocesso de restauraçãoprocesso de restauração

Na maior parte da área, que correspon-de aos locais onde se fez o plantio integralde mudas em espaçamento 3 x 2 m, foi defi-nida uma efetiva manutenção periódica daárea (bimensal ou até mais freqüente no ve-rão), com coroamento das mudas (60-80 cmde diâmetro) e controle de competidores nasentrelinhas, principalmente as gramíneas in-vasoras (colonião, braquiária etc.), associa-dos com a condução da regeneração natu-ral, que são os indivíduos nativos que vemaparecendo naturalmente no local e quedevem ser alvo também do coroamento elimpeza, independente do número de rege-nerantes e da espécie. Tanto o controle decompetidores como o coroamento das mu-das pode ser feito de forma manual ou comherbicida.

Essas áreas receberam um plantio deadensamento de espécies nativas, prevale-cendo espécies de preenchimento, que sãoespécies iniciais da sucessão que apresentamrápido crescimento e boa cobertura, no nú-mero aproximado de 20 espécies, com al-

guns indivíduos de espécies de diversidade,que são espécies dos vários grupos ecológi-cos, mas sem aquelas características. Esseadensamento se fez necessário nos trechosonde, por falta de manutenção inicial dasmudas (controle de competidores) e/ou porproblemas de afloramento de subsolo noscortes aterros (solo compactado de baixafertilidade), houve algumas mortalidades demudas. A escolha das espécies para o plan-tio de adensamento deveu-se às questões deadaptabilidade dessas espécies às caracterís-ticas do local ou preparo adequado do solo,no momento do plantio.

Nas áreas de pomar em APP, onde mu-das foram plantadas sob os pés de laranja,realizou-se a complementação do plantioinicial, plantando espécies de preenchimen-to e de diversidade nas entrelinhas do po-

mar, que somadas às já plantadas anterior-mente totalizou aproximadamente 80 espé-cies, que é o número mínimo recomendadopara projetos de restauração no estado deSão Paulo, conforme definido na Resolução47 da Secretaria de Meio Ambiente, comoprevisto no projeto original.

Realizou-se o sulcamento da entrelinhado pomar com trator, um sulco em cada en-trelinha, onde foram introduzidas as mudasde nativas, no espaçamento de 2 m umasdas outras. Nesse ato fez-se uma adubaçãode plantio dessas mudas, usando 100g/mudade N-P-K, na composição de 4-14-8 ou pró-xima.

Apesar das mudas de nativas estaremmuito bem desenvolvidas nessa área, o plan-tio de adensamento se fez necessário pelofato da densidade inicial de plantio ter sidobaixa, em função de terem sido preservadosos pés de laranja do local, por determinaçãodo proprietário e não ter sido permitido oplantio de nativas nas entre linhas do po-mar, que impediriam no início a manuten-ção desse pomar. Este adensamento tambémcontribuirá para a perpetuação futura daárea.

Nas áreas mais úmidas, onde o solo ficatemporariamente encharcado, e que apre-sentam mato-competição excessiva, realizou-se o plantio de mudas em morrotes, com es-paçamento de 3 x 2 m, com abertura manu-al de covas e adubação conforme descritaacima. Novamente a escolha das espéciespara o plantio de adensamento nessas áreasdeveu-se às questões de adaptabilidade des-sas espécies às características locais de en-charcamento do solo.

Todas as mudas plantadas por último e

ADEQUAÇÃO AMBIENTAL

20 Julho / Agosto / SetembroRevista Ciência & Prática

também aquelas já plantadas inicialmente,além das regenerantes naturalmente na área,devem ser coroadas com herbicida ou de for-ma manual com regularidade bimensal ouaté menor no verão e também adubadas re-gularmente, com adubação de cobertura, naproporção de três adubações anuais, usan-do adubos de composição N-P-K de 5-20-5ou próxima. Recomenda-se também roçar asentrelinhas a cada três meses, de forma ma-nual ou mecanizada, até que o sombreamen-to da área controle o vigor das gramíneasinvasoras, o que pode demorar até 2 anos,se a área for devidamente conduzida ou mais.Outra ação que acelera o desenvolvimentoda regeneração natural é a adubação dasplântulas. Dessa forma, fica claro que a re-generação deve ser tratada como se fosseuma muda plantada, mas com custo bem

inferior, já que não foi necessário produzir amuda e realizar o plantio.

Resultados práticosResultados práticosResultados práticosResultados práticosResultados práticos

As mudas de espécies nativas e frutí-feras se encontram em pleno desenvolvimen-to vegetativo, comprovando que as espéciesselecionadas com bastante critério são apro-priadas para a recuperação do local. As prá-ticas agrícolas que estavam sendo realizadasde forma inadequada foram substituídas ebosques estão se formando para a recupe-ração das águas naqueles locais. A biodiver-sidade do local também já vem apresentan-do enormes ganhos, visto que várias espéci-es de aves já estão freqüentando o local.

Foram disponibilizados cerca de 10mil “Manuais de Orientação” e 1,5 mil fitasde vídeo com imagens e informações sobreo desenvolvimento do projeto prático de SP.A divulgação através da Bayer CropScienceem todo país, tem trazido ótimos resultados.Após a veiculação sobre os projetos em re-vistas e na mídia, em geral, agricultores dediversas regiões do Brasil entraram em con-tato com a empresa, buscando informaçõescomplementares para iniciar a implantaçãode projetos similares em suas respectivas pro-priedades rurais.

Ao todo foram utilizadas nesta segunda fase de implantação do projeto 3.700 mudas (Tabela 1).

Marcelo S. VMarcelo S. VMarcelo S. VMarcelo S. VMarcelo S. VasconcelosasconcelosasconcelosasconcelosasconcelosCoordenador de Stewardship

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21Julho / Agosto / Setembro Revista Ciência & Prática

Mancha Preta: uma realidade na citriculturaApesar de não provocar o apodrecimento dos frutos a MPC - Mancha Preta dos Citros, provoca queda dos

mesmos e redução na colheita, depreciando a comercialização da produção

FITOSSANIDADE

O mundo globalizado, competitivo e ul-tra-seletivo nos faz conviver com umaatmosfera saturada de novos desafios

e rivalidades constantes. Dentro desta reali-dade, devemos admitir que o setor agroin-dustrial brasileiro se faz merecedor de expres-sivo destaque, visto estar consolidando suarepresentativa participação no mercado na-cional e internacional. Neste cenário está in-serida a dinâmica citricultura paulista, que éa maior citricultura do mundo, tanto no seg-mento de produção de frutos como tambémno setor industrial de produção de suco con-centrado e demais subprodutos.

Entretanto, problemas fitossanitários es-tão se tornando fatores de grande preocu-pação por elevarem o risco da atividade, com-prometendo toda a cadeia produtiva. Segu-ramente uma das doenças que estão inseri-das nesta lista de ‘novos problemas’ é a MPC- Mancha Preta dos Cítricos ou Pinta Pretados Cítricos, causada pelo fungo Guignardiacitricarpa.

No estado de São Paulo esta doença jáocorre, com níveis comprometedores de se-veridade, em mais de 72 municípios produ-tores, causando danos da ordem de até 80%,onde controles químicos não são praticadosadequadamente. Todavia, levando-se emconsideração os conhecimentos científicosdisponíveis no momento, estima-se que nospróximos anos não existirão áreas produto-ras de citros no estado isentas desta doençae que as variações de severidade entre estasáreas até poderão existir, embora sem gran-des discrepâncias a ponto de eximirem-se douso de fungicidas.

A MPC é uma doença quase que exclusi-va de frutos e não provoca o apodrecimentodos mesmos, mas é responsável pela suadepreciação comercial para o mercado defrutas in natura, visto a extensão das lesõesna casca. Para os paises da Comunidade Eu-ropéia e para os Estados Unidos ela é consi-derada uma doença quarentenária, causan-do elevada restrição às exportações dos fru-tos in natura, seja devido a dificuldade dehabilitação de pomares livres da doença, sejadevido aos elevados custos para monitora-mento e controle da qualidade fitossanitáriarequerida.

Quando analisamos o segmento de pro-dução de frutos para a indústria, deve-se res-saltar que frutos com lesões não perdemqualidade tecnológica. Ao contrário, podem

apresentar teores mais elevados de sólidossolúveis. Sem dúvida o grande complicadoré a queda prematura de frutos, que acarretadificuldades no gerenciamento de colheitas,elevação do custo de produção e diminui-ção da produtividade em decorrência domenor peso dos frutos caídos.

SuscetibilidadeSuscetibilidadeSuscetibilidadeSuscetibilidadeSuscetibilidade

Todas as espécies de citros produzidas co-mercialmente são suscetíveis à doença e,dente elas, as variedades tardias geralmentesão afetadas com maior severidade, emboraas variedades precoces possam também serseveramente afetadas. Além das laranjasdoces, a MPC é importante para os limões,tangerinas, tangores, tangelos, limas docese pomelos.

Existem cinco tipos de sintomas de MPC,designados de mancha preta ou manchadura, falsa melanose, mancha sardenta,mancha virulenta e mancha trincada. Des-tes, os grandes responsáveis pela queda defrutos são os sintomas tipo mancha dura,mancha sardenta e mancha virulenta. O sin-toma denominado mancha trincada foi des-crito apenas no Brasil e está associado à ocor-

rência do Ácaro da Falsa Ferrugem (Phyllo-coptruta oleivora).

A MPC é uma doença fúngica com algu-mas particularidades que a diferencia dasdemais doenças fúngicas que estávamosacostumados a conviver, tornando seu con-trole mais complexo e oneroso.

Primeiramente, porque os frutos são in-fectados ainda jovens, cujo período de sus-cetibilidade, nas condições do Brasil, se es-tende até aproximadamente 24 semanasapós a queda das pétalas. Portanto, o perío-do de suscetibilidade é demasiadamente ex-tenso, o que exige grande número de pulve-rizações com fungicidas para proporcionaruma proteção eficiente.

Outro aspecto é que os frutos infectadospermanecem assintomáticos durante gran-de parte do seu crescimento e a máxima ex-pressão dos sintomas se dá por ocasião desua maturação. Embora lesões do tipo ‘falsamelanose’, acarretadas por pesada deposi-ção de conídios, pode, às vezes, aparecerprecocemente. Portanto, em pomares infec-tados, nem sempre a ausência de sintomascaracteriza a existência de frutos sadios.

Outra particularidade está relacionadacom as estruturas infectivas do fungo. Exis-

Além da depreciação comercial, a Mancha Preta derruba os frutos atingidos

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tem duas formas de G. citricarpa infectar ostecidos das plantas cítricas. Uma delas é pormeio de estruturas chamadas conídios ou pic-nidiósporos, que são produzidos em tecidosverdes e sintomáticos como folhas, frutos,pecíolos e pedúnculo, bem como em ramossecos e folhas em fase inicial de decomposi-ção. A disseminação destes conídios é feitaespecificamente por meio de água. Outramaneira de infecção é por meio de ascóspo-ros, que são produzidos exclusivamente emfolhas caídas, quando estas estão em pro-cesso de decomposição, sendo os ascóspo-ros disseminados pelo ar. Temperaturas su-periores a 18ºC e a alternância do molha-mento e secagem das folhas em decomposi-ção, condições que ocorrem na primavera everão, são os fatores que estimulam a for-mação e liberação dos ascósporos. Comoestas condições climáticas coincidem com operíodo em que os frutos estão nos estádiosde maior suscetibilidade, e considerando queo período de suscetibilidade do fruto se es-tende por 24 semanas após a queda de pé-tala, depreende-se que para se obter umcontrole satisfatório deve-se promover umaproteção com fungicidas durante todo esteperíodo.

Estratégias de controleEstratégias de controleEstratégias de controleEstratégias de controleEstratégias de controle

Como esta doença apresenta uma seve-ridade elevada em áreas endêmicas, todasas estratégias de controle deverão sempre seradotadas, todavia, a utilização de fungicidas,hoje, é condição imprescindível para se ob-

ter uma produção economicamente viável.Este controle com fungicidas baseia-se, es-sencialmente, em aplicações preventivas defungicidas protetores (cúpricos ou ditiocar-bamatos), ou de forma combinada, empre-gando-se fungicidas de ação curativa e pro-tetora, baseado na mistura de sistêmicos(benzimidazóis) ou mesostêmicos (estrobilu-rinas) e protetores, associados a óleo mine-ral ou vegetal.

O programa de controle a ser adotadopara a MPC deve ser definido em função daqualidade fitossanitaria dos frutos a seremobtidos. Portanto, para exportação as medi-das deverão ser mais rigorosas; para o mer-cado de frutos in natura os cuidados são maisflexíveis e para o caso de frutos para indús-tria o controle deve apresentar um nível deracionalidade que evite a queda de frutos in-fectados, mas a presença de certos limitesda doença é aceitável. Os melhores resulta-dos de controle têm sido obtidos medianteo uso de fungicidas sistêmicos ou mesostê-micos, associados a fungicidas protetores eóleo mineral ou vegetal, entretanto, o usoindiscriminado, sem os cuidados necessári-os poderá contribuir para o aparecimento ouseleção de estirpe do fungo resistentes aosfungicidas, como verificado na África do Sul.Não é o propósito deste artigo tratar do as-sunto controle químico da MPC em todas assuas nuances, mesmo porque as variáveisenvolvidas são inúmeras, exigindo-se ade-quações caso a caso. Mas, cabe alertar quenão existe uma regra fixa para tal. Existemsim alguns caminhos que já são tecnicamente

FITOSSANIDADE

conhecidos e que, portanto, apresentam-semais seguros. Devemos também ressaltar queé possível, muito importante e economica-mente imprescindível preconizar o controleda MPC conjuntamente ao controle de ou-tras doenças fúngicas dos citros, principal-mente Verrugose, Melanose e Queda Prema-tura de Frutos. Particularmente para o casodas tangerinas, a Mancha de Alternária tam-bém deve ser contemplada neste contexto.Ainda no âmbito do controle químico daMPC, um aspecto importante e desafiadorpara a citricultura diz respeito à preocupa-ção de se resguardar os fungicidas sistêmi-cos e mesostêmicos quanto ao risco de re-sistência, garantindo assim sua eficiência pormuitos anos. Como estratégia de preserva-ção da eficiência destes grupos químicos,estes devem ser usados de forma alternadae não em seqüência e, além disso, deve-seadicionar a calda um fungicida de contato,normalmente um ditiocarbamato.

Muitas vezes a adição de um fungicidade contato junto a um sistêmico ou mesos-têmico, em um mesmo tanque, apresenta umaumento significativo de custo. Assim, exis-te impulsivamente até, uma relativa repulsapara a adoção de tal prática. Todavia, tecni-camente esta é a alternativa mais plausívelpara que tenhamos assegurada a possibili-dade de utilização destes grupos químicos,que são muito eficientes no controle da MPC,por muito tempo.

Os trabalhos de pesquisa desenvolvidosdentro do estado de São Paulo nestes 14 anosde convivência com a MPC são extremamen-te relevantes quando equiparados à existên-cia secular desta doença em outros paísescomo Austrália e África do Sul. Neste propó-sito, estes mesmos pesquisadores estão em-penhados em melhorar os conhecimentospara proporcionar alternativas de controlemais viáveis, todavia devemos nos ater ao quetemos, efetivamente, no momento.

Assim, neste cenário competitivo, dinâ-mico e desafiador da citricultura contempo-rânea, inserida em um mundo reduzido pelaglobalização e que, por conseqüência, vemtornando os problemas de toda ordem maisigualitários, talvez a maneira mais coerentede se continuar mantendo a tão desejada sus-tentabilidade de todo sistema agroindustrialcitrícola esteja consubstanciada em atitudese posturas de irrestrita consciência coletiva.

Detalhe das lesões, podendo-se ver as estruturas produtoras de esporos no centro das mesmas

Ricardo Braga BaldassariRicardo Braga BaldassariRicardo Braga BaldassariRicardo Braga BaldassariRicardo Braga Baldassari Engº. Agrº. / Consultor

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22 Julho / Agosto / SetembroRevista Ciência & Prática

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

GTACC estrutura seu Planejamento EstratégicoNa medida em que possui sólidos alicerces, uma empresa ou grupo de sucesso deve ter um planejamento estratégico quepermita uma visão do futuro, agregando valores aos produtos ou serviços fornecidos aos clientes nos mercados onde atua.

É cada vez maior o número de empresasque, diante da complexidade do cená-rio empresarial e de tantas turbulências

e incertezas, precisam de ferramentas e téc-nicas que as auxiliem no processo gerencial.O PE - Planejamento Estratégico, é uma des-sas ferramentas; a mais importante, pois sin-tetiza informações e objetivos, colaborandopara a consolidação de uma marca e, ao con-trário do que alguns pensam, esta ferramentatambém contempla as características daspequenas e médias empresas.

Mas, por que planejar? Esta resposta,apesar de evidente para alguns, ainda é dú-vida para muitos, mas o fato é que se nãoplanejarmos, se não soubermos para ondeir, não iremos a lugar algum, fatalmente se-remos dragados e jogados para fora do mer-cado.

O PE procura responder a questões bási-cas como “por que a organização existe?”,“o que e como ela faz?” e “onde ela querchegar?”, que formam os Pilares Estratégi-Pilares Estratégi-Pilares Estratégi-Pilares Estratégi-Pilares Estratégi-coscoscoscoscos sobre os quais opera toda empresa, ge-rando a materialização de seus princípios,conceitos e objetivos em corpo único, trans-parente a todos os colaboradores, internose externos.

Existem diversas fórmulas para desenvol-ver um PE, cada administrador ou consultortem a sua, mas todas seguem sempre umamesma linha mestra, partindo das definiçõestáticas para as operacionais, definindo osPilares EstratégicosPilares EstratégicosPilares EstratégicosPilares EstratégicosPilares Estratégicos e o mercado foco deatuação da empresa, criando uma estraté-gia de ida a este mercado, analisando o am-biente interno e o externo em que a empre-sa esta inserida e, por fim e não menos im-portante, direcionam as ações operacionaisque devem ser tomadas na busca por alcan-çar os objetivos e as expectativas identifica-das.

O tipo de análise de ambiente mais utili-zado é a matriz Swot (sigla em inglês para aspalavras strong point, weak point, opportu-nity e threat) onde de uma só vez e em umasó planilha conseguimos visualizar oportu-nidades e ameaças externas à empresa e aospontos fortes e fracos da mesma. A análisedestes dados deverá gerar ações que poten-cializem os pontos fortes, neutralize os pon-tos fracos, abrace as oportunidades vislum-bradas, seja com as competências existentesou mesmo através do desenvolvimento denovas competências, e proporcione proteçãodas ameaças de mercado.

A importância dos valoresA importância dos valoresA importância dos valoresA importância dos valoresA importância dos valores

Durante o desenvolvimento do PE a em-presa terá oportunidade de identificar seustemas prioritários, ou seja, os principais as-

suntos que a empresa não deve nunca seesquecer na busca pelos seus objetivos utili-zando seus conceitos e seus valores. Estestemas prioritários devem ser acompanhadosfrequentemente pelo administrador, pois ga-rantem que a empresa estará cumprindo comseus objetivosseus objetivosseus objetivosseus objetivosseus objetivos e prezando pelos seus prin-seus prin-seus prin-seus prin-seus prin-cípios cípios cípios cípios cípios e valores essenciaisvalores essenciaisvalores essenciaisvalores essenciaisvalores essenciais.

O PE também é uma poderosa ferramen-ta para o desenvolvimento do marketingempresarial, pois colabora para a consolida-ção da imagem, compreendendo desde aavaliação do mercado e da concorrência,passando pelo diagnósticodo posicionamento da mar-ca até a definição de estra-tégias que combinem dife-rentes meios de comunica-ção interna e externa. Coma materialização dos concei-tos empresariais, o PE facili-ta estabelecer uma comuni-cação integrada, que dêconsistência e potencialize amensagem em todos ospontos de contato com omercado, ação fundamentalpara consolidação de umamarca, por isso é ao desen-volver o PE também deve-mos estruturar a proposta devalores da empresa.

A proposta de valores da uma empresa éum conjunto de definições que buscam evi-denciar ao mercado os diferenciais competi-tivos da mesma, ou seja, são as definiçõesdos benefícios, dos valores agregados aos

seus produtos ou serviçosque a fazem superior emrelação a seus concorren-tes. É fundamental saberque na ausência de umana ausência de umana ausência de umana ausência de umana ausência de umaproposta de valor con-proposta de valor con-proposta de valor con-proposta de valor con-proposta de valor con-vincente, o preço detervincente, o preço detervincente, o preço detervincente, o preço detervincente, o preço deter-----minará o valorminará o valorminará o valorminará o valorminará o valor, por issocada empresa deve sem-pre priorizar o desenvol-vimento de valores quediferenciem seus produ-tos e serviços no merca-do onde atua, prezandoqualidade e agregandovalor aos seus clientes.Todo PE deve passar porrevisões freqüentes, sen-do flexível para acompa-

nhar as mudanças às quais a empresa é sub-metida, seja internamente ou mudanças ex-ternas, como variações de mercados, legis-lação, inflação, juros ou qualquer outra queindependa de suas ações mas influam emseus objetivos e forma de atuação, permitin-do que estas empresas beneficiem-se de to-das as novas oportunidades.

Após desenvolver o PE, a empresa devepensar no acompanhamento da realizaçãode seus objetivos, gerando planos de ações,traçando metas ou indicadores de perfor-mance e medindo-as constantemente para

24 Julho / Agosto / SetembroRevista Ciência & Prática

A elaboração do Peg envolveu todos os componentes do GTGTGTGTGTACCACCACCACCACC

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

25Julho / Agosto / Setembro Revista Ciência & Prática

certificarem-se de que estão caminhando ena direção correta. Existem algumas ferra-mentas que auxiliam nesta função, como oBSC - Balanced Score Card, mas as empresaspodem desenvolver fórmulas simples, ade-quadas à sua realidade. O fundamental é terobjetivos claros e acompanhá-los constan-temente. A análise e acompanhamento des-ses dados deve permitir vislumbrar necessi-dades de correção de índices ou mesmo deações para se chegar ao objetivo, porém nãopodemos nos esquecer que a organizaçãonão deve só ser “levada” por índices para sereorientar estrategicamente. É importanteque a empresa crie e mantenha um meca-nismo de identificação de estratégias emer-gentes, de alterações no mercado e de mo-bilidade estratégica, pois flexibilidade é apalavra chave para se manter no mercado.

O nosso casoO nosso casoO nosso casoO nosso casoO nosso caso

O GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC, prezando pela manutenção deseus princípios e valores essenciaisprincípios e valores essenciaisprincípios e valores essenciaisprincípios e valores essenciaisprincípios e valores essenciais e pelocorreto direcionamento de suas ações embusca de seus objetivos, visando o desenvol-vimento da citricultra e em prol de sua sus-

tentabilidade, passou recentemente pelo pro-cesso de desenvolvimento do PE e está inici-ando sua efetiva implantação.

O Planejamento EstratégicoPlanejamento EstratégicoPlanejamento EstratégicoPlanejamento EstratégicoPlanejamento Estratégico foi desen-volvido prevendo um horizonte de 3 anosmas com previsão de revisões periódicas,mantendo a flexibilidade necessária à todonegócio, e ficou conhecido entre os seus co-laboradores por “PPPPPegegegegeg” - Planejamento Es-Planejamento Es-Planejamento Es-Planejamento Es-Planejamento Es-tratégico Gtratégico Gtratégico Gtratégico Gtratégico GTTTTTACCACCACCACCACC. Também foram definidostodos os serviços que o grupo deverá ofertarao mercado e desenvolvidas as propostas devalores dos mesmos, sempre com foco nacitricultura.

Através da análise Swot foram geradosplanos de ações que visam garantir a conti-nuidade do negócio e melhorar alguns as-pectos identificados como falhos, além deproporcionar benefícios que estimulem oaprendizado e a aquisição de know-how, for-talecendo a unidade do grupo e o conheci-mento detido.

O PPPPPegegegegeg será fundamental dentro doGGGGGTTTTTACCACCACCACCACC, e trará benefícios para o direciona-mento unificado de suas ações, reforçandoa forte filosofia com a qual o grupo sempretrabalhou e consolidando a marca como si-

Luciano PiteliLuciano PiteliLuciano PiteliLuciano PiteliLuciano Piteli Consultor

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nônimo de qualidade e eficiência do produ-to a ela associado.

Todos os integrantes do grupo participa-ram desse desenvolvimento, através de dis-cussões, sugestões e apresentações realiza-das em função de cada etapa do planeja-mento. Os integrantes tiveram oportunida-de de rever seus conceitos e expectativas emrelação ao GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC, sendo esse o primeiropasso na busca pela unificação de concei-tos, princípios e filosofias.

Os Pilares EstratégicosPilares EstratégicosPilares EstratégicosPilares EstratégicosPilares Estratégicos foram bem defi-nidos e todos os integrantes do grupo con-seguem agora expressar de forma clara e ob-jetiva o motivo da existência do GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC, seusseusseusseusseusobjetivosobjetivosobjetivosobjetivosobjetivos, seus princípios e valores essen-seus princípios e valores essen-seus princípios e valores essen-seus princípios e valores essen-seus princípios e valores essen-ciaisciaisciaisciaisciais.

Conheçam, portanto, os Pilares Estraté-Pilares Estraté-Pilares Estraté-Pilares Estraté-Pilares Estraté-gicosgicosgicosgicosgicos do GGGGGTTTTTACCACCACCACCACC: Missão, VMissão, VMissão, VMissão, VMissão, Valores e Visãoalores e Visãoalores e Visãoalores e Visãoalores e Visão.

AGROQUÍMICOS

Agroquímicos para Produção Integrada de CitrosA lista dos 56 ingredientes ativos regulamentados para uso em agroquímicos em citros

De acordo com o Comitê de Agroquími-cos de Citros, formado por Cutrale,Citrosuco, Citrovita, Coinbra-Frutesp,

Esalq, Embrapa, Centro Apta Sylvio Morei-ra, Centro Apta-Colina, Gravena Ltda, Fun-decitrus, Coopercitrus, Estação Experimentalde Bebedouro, GCONCI e G G G G GTTTTTACCACCACCACCACC, foi elabo-rada uma lista dos agroquímicos que pode-rão ser usados pelos citricultores na produ-

ção citrícola, para que não sejam encontra-dos resíduos de agroquímicos.

Para que o agroquímico esteja nesta lis-ta, o mesmo deve estar de acordo com asseguintes normas abaixo:1. Apresentar registro adequado para utili-zação na cultura de citros no Brasil, de acor-do com os órgãos oficiais governamentais;2. Ter o LMR - Limite Máximo de Resíduo,

para a cultura de citros definido pela comu-nidade européia, que importa aproximada-mente 80% do nosso suco concentrado;3. Estar sendo comercializado pela empre-sas fabricantes de agroquímicos.

É importante lembrar que esta lista é di-nâmica, sendo que os agroquímicos podementrar e dela sair de acordo com a regulari-zação das normas descritas acima.

Abamectin Abamectin Nortox, AvermectinaAbamex, Grimectin,Kraft 36 CE,Vertimec 18 CE

Acetamiprid Convence NeonicotinóideAcrinathrin Rufast 50 SC PiretróideAldicarb Temik 150 MetilcarbamatoAzocyclotin Caligur OrganicoestânicoAzoxystrobin Amistar EstrobilurinaBacillus thuringiensis Dipel, Dipel WP BiológicoBeta-cyfluthrin Full, Turbo PiretróideBifenthrin Talstar 100 CE PiretróideCaptan Captan 500 PM, Dicarboximida

Orthocide 500Carbendazin Derosal 500 SC BenzimidazolCarbosulfan Marshal 200 SC MetilcarbamatoChlorpyrifos Nufos 480 EC, Organofosforado

Astro, Sabre, VexterClorpirifós 480 CEMilenia, Lorsban 480 BR

Cyhexatin Acarmate, Acarstin, OrganoestânicoSipcatin 500 SC

Deltamethrin Decis 25 CE, Decis PiretróideUltra 100 CE,Keshet 25 CE

Dibrometo de diquat Reglone BipiridilioDicloreto de Paraquat Gramoxone 200 BipiridilioDicofol Dicofol Milenia EC, Organoclorado

Dik 185 CE, Kelthane CE,Kelthane 480, Tricofol,Dicofol Agripec CE,

Difenoconazole Score TriazolDimetoato Agritoato 400, Organofosforado

Dimetoato CE,Dimetoato 500 CENortox, Dimexion,Perfekthion, Tiomet 400 CE

Dinocap Karathane CE DinitrofenolEnxofre Cover DF, Highcrop 680 SC, Inorgânico

Kumulus DF, Microzol,Nutrixofre 800, Sulfur 800,Sulfure 750, Thiovit Jet

Espirodiclofen Envidor CetoenolEthion Ethion 500 OrganofosforadoEthofenprox Trebon 100 SC Éter difenilicoFenbutatin oxide Partner, Tanger 500, Organoestânico

Torque 500 SCFlufenoxuron Cascade 100 BenzoiluréiaFolpet Folpan Agricur, 500 WP Dicarbaximida

Folpan Agricur, 800 WDGFosmet Imidan 500 WP OrganofosforadoGama-cyhalothrin Nexide, Stallion 150 CS, Piretróide

Stallion 60 CSGlyfosate Direct, Glifos, Glicina Substituída

Glifosato AlkagroGlifosato Atanor,Glifosato Nortox,Glifosato Nufarm,Glifosato 480 Agripec,Glifosato 480 Helm,Glister, Gliz BR,Pilarsato, Polaris, Radar,Rustler, Trop,

26 Julho / Agosto / SetembroRevista Ciência & Prática

Ingrediente AtivoIngrediente AtivoIngrediente AtivoIngrediente AtivoIngrediente Ativo Produto RegistradoProduto RegistradoProduto RegistradoProduto RegistradoProduto Registrado Grupo QuímicoGrupo QuímicoGrupo QuímicoGrupo QuímicoGrupo Químico Ingrediente AtivoIngrediente AtivoIngrediente AtivoIngrediente AtivoIngrediente Ativo Produto RegistradoProduto RegistradoProduto RegistradoProduto RegistradoProduto Registrado Grupo QuímicoGrupo QuímicoGrupo QuímicoGrupo QuímicoGrupo Químico

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Glyfosate (cont.) Roundup Multiação, Glicina SubstituídaRoundup Original,Roundup WG, Stinger

Hexythiazox Savey PM TiazolidinacarboxidamidaHidróxido de Cobre Garant, Garra 450 WP Inorgâncico

Kocide WDG, Supera BioactiveImazalil Magnate 500 CE ImidazolImidacloprid Confidor 700 WG, Neonicotinóide

Provado 200 SC, WinnerLambda-cyhalothrin Karate Zeon 50 CS PiretróideMalathion Malathion 1000 EC Organofosforado

CheminovaMalathion 500 ECCheminova

Mancozeb Cuprozeb InorgânicoDithane NT, Midas BR, AlquilenobisPersist SC, (Ditiocarbamato)Mancozeb Sanachem800 WP, Manzate GrDA,Manzate 800,Penncozeb WG,Vondozeb 800 WP

Methidathion Supracid 400 EC, OrganofosforadoSuprathion 400 EC

Óleo Mineral Argenfrut RV, Assist, HidrocarbonetoIharol, OPPA BR CE AlifáticoSpray Oil, Triona

Óleo Vegetal Agrex Óil vegetal, Estereis de Ác. GraxosAgro-Oil, Graxol,Natur’ Óleo, Veget OilÓleo Vegetal Nortox,Quimióleo

Oxicloreto de Cobre Agrinose, Cobox, InorgânicoCobox DF,Cupravit Azul BR,Cupravit Verde,Cuprogarb 350,Cupuran 500 PM,Fungitol Azul,Fungitol Verde, Recop

Óxido Cuproso Redsheild 750 InorgânicoOxyfluorfen Goal BR Difenil ÉterProchloraz Sportak 450 CE Imidazolil carboxamidaPropargite Acarit, Omite 720 CE Sulfito de

alquila-fenoxiciclohexilPyraclostrobin Comet EstrobilurinaPyriproxyfen Cordial 100, Éter Piridil-oxipropílico

Tiger 100 CESulfato de Cobre Agrimaicin 500 InorgânicoTebuconazole Constant, Elite, Triazol

Folicur 200 ECTriade

Tiabendazole Tecto SC, Tecto 600 BenzimidazolTiacloprid Alanto, Calypso NeonicotinóideThiamethoxam Actara 10 GR, Neonicotinóide

Actara 250 WGThiophanate-methyl Cercobin 500 SC, Benzimidazol

Cercobin 700 PMCerconil PM,Metiltiofan, Support

Trichlorphon Dipterex 500 OrganofosforadoTrifloxystrobin Flint 500 WG Estrobilurina

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PRÁTICA

Produtividade se alcança com inovaçãoIrrigação, adensamento e uma boa dose de pioneirismo elevam produtividade em Colina, SP.

Preocupado com o destino da citricultu-ra, Ruy Franco Varella Netto, citricultordesde 1981, investe em produtividade

como forma de enfrentar as dificuldades que,cada dia mais, somam-se aos problemas jáexistentes nos pomares brasileiros. Produtorno município paulista de Colina, Ruy admi-nistra de maneira inovadora as propriedadesda família, onde 200 hectares são destina-dos à cultura de citros. ‘Pêra’, ‘Hamlin’ e ‘Na-tal’, com uma produção média por hectarede 1.100 caixas de 40,8 kg.

“Minha família criava gado. Resolvi di-versificar e comecei a plantar citros. Incenti-vo o nosso corpo técnico a colocar em práti-ca muitas das informações que, na teoria,pareçam satisfatórias. Fazemos modificaçõesem nosso sistema produtivo, procurando in-troduzir bons hábitos, na expectativa demelhores resultados”, afirma Varella Netto.

Há 10 anos trabalhando com laranjais ir-rigados, o Grupo antecipou-se a necessida-de atual da água como importante fator pro-dutivo. “Começamos unicamente com asper-são. Com aquele “rolão” auto-propelido. Osresultados demoraram um pouco a chegarem função do aprendizado que o iniciantetem de passar. A adaptação é requerida pe-los dois lados: pela planta e pelo produtor.Mas não temos dúvida de que plantas irri-gadas produzem melhor do que aquelas quesofrem com a seca”, reconhece o produtor.Na medida em que a produtividade e a con-fiança no manejo da água, aumentavam,novas medidas foram sendo incorporadas aomanejo dos pomares. A irrigação através dogotejamento foi outro passo. “De novo, exis-te a necessidade da adaptação e do apren-dizado. É outro sistema; outro comporta-mento. São outros valores, outros custos,cuidados e preocupações”, relata Ruy Vare-lla. Mas por quê mudar, se a aspersão estavaindo bem ? A resposta do citricultor é imedi-ata: “Por economia de água. Você vai adqui-rindo experiência e pode fazer modificaçõesem função da melhoria geral. A incorpora-ção de tecnologia é sempre bem vinda. Me-lhor quando acompanhada por economia”.

“Hoje, todos os talhões de citros são irri-gados. Nossa última introdução foi o apro-veitamento de um pivô central usado para aprodução de grãos, que destinamos para oplantio de citros. Na verdade, de citros e decana-de-açúcar”, confessa Ruy. Ele prosse-gue: “a situação econômica da citriculturarequer preocupação. Os preços atrativos ofer-tados pelas usinas de álcool fazem com que,mesmo o citricultor produtivo, no mínimo,diversifique sua atividade. Minha intenção

inicial há um ano e meio, era a de plantar opivô inteiro com laranjais, mas não pude fe-char os olhos a essa oportunidade”.

Com os três sistemas de irrigação em ope-ração, Varella Netto admite a evidente ne-cessidade de um maior volume de água, aocomparar a aspersão com o gotejamento,mas desfila uma série de vantagens particu-larmente em defesa do pivô: “o valor da ma-nutenção é bem mais baixo e a potência ne-cessária menor do que a gasta com o auto-propelido”, contabiliza.

Assim, a laranja está em 17 hectares, per-fazendo 40% da área do pivô central. “A va-riedade escolhida foi a ‘Pêra’ sobre ‘Cleópa-tra’ e o espaçamento sofre uma variação. Oplantio foi feito em função do dimensiona-mento e das distâncias entre as torres do

equipamento, portanto ficou com uma me-dida que varia entre 6,0 m e 7,0 m na rua,por 2,5 m na linha”, explica Varella, queprognostica “talvez nos seja possível aguar-dar mais 4 anos antes do necessário aumen-to na altura das torres. Vamos esperar”.

O pivô, também por conta da presençada cana, irriga o pomar distribuindo águasobre as copas; com o tempo, com a chega-da da produtividade esperada no pomar, aárea toda seja ocupada por citros, passandoa usar a irrigação sob as copas, viabilizando,por exemplo, a fertirrigação.

O adensamento dos pomares também jáfaz parte da rotina das propriedades desteinovador produtor. “Na área do pivô, tínha-mos 8 mil plantas de 25 anos plantadas em

43 hectares. O novo plantio tem 10 mil ár-vores em 17 hectares. Eu tenho um outrotalhão com uma ‘Hamlin’, irrigado, original-mente enxertado sobre limão ‘Cravo’, plan-tado 9,0 m x 6,0 m. Eu sub-enxertei com‘Swingle’ e dobrei o número de plantas nalinha, passando o espaçamento à 9,0 m x3,0 m. Produz 1.400 caixas de 40,8 kg porhectare”, comemora Ruy Varella.

Outra quadra que foi substituída era deuma ‘Pêra’ enxertada em ‘Cleópatra’, 7,0 mx 5,5 m. Agora, replantado o talhão com umespaçamento menor (7,0 m x 3,0 m), o mes-mo número de plantas coube em metade daárea original. A produtividade no sexto anojá está em 52 toneladas por hectare. “A as-sociação da irrigação com o adensamento,é perfeita” diz o produtor, que sabe que em

breve, a poda também fará parte do manejodas áreas adensadas: “tenho essa consciên-cia. Se não, não dá certo”.

Segundo depoimentos de produtoresque o conhecem, Ruy Varella foi, na região,dos primeiros a adensar o plantio dos po-mares. E a irrigar, também. “É instintivo”, falao produtor. “Nós tínhamos vários talhõescom pouca produtividade que, uma vez re-plantados adensados e irrigados, passarama dar retorno mais rápido e em menor área.Essa deve ser a batalha do agricultor atual:ter olhos para enxergar como obter a me-lhor produtividade, mais rápida e com me-nor custo. Só assim para conseguirmos so-breviver”, recita a fórmula do sucesso,Ruy Varella Netto.

Na opinião de Ruy Varella, “irrigação e adensamento são necessários para altas produtividades”

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