Pa poria • da Europa - :::[ BIBLIOTECA...

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S. PAULO (BRASIL) Sábado, 6 setembro fle 1913 Publica-se aos sabbaüos Sob os auspícios da Liga Anticlerical do Rio ASSINATURAS: ANNOOÍÍOOO SEMESTRE . . . .- . 6S00O PAGAMENTO ADIANTADO Nas assinaturas para o exterior ha a diferença do porte do Correio. tf>^\°N ANO XII N. 207 DIRECTOR : EDGARD LEUENROTH . Ajô <\ \" » Roriacçao e administroçao ,^ <<^Largo da n. 5 (Sobrado) CAIXA POSTAL, i95 ANTICLERICAL E DE COMBATE Endereço telegrafco: LANTERNA Toda correspondência ao director A OKIIA DG FERBEK SERIAMENTE COMPROMETIDA > Aproxima-se o dia i3 de ou- lubro. Mais um mez e dias e haverá quatro anos que nessa data, ao alvorecer, tombava sem vida uma nova vítima do fana- tismo feroz que, servindo-se do braço inconsciente Je bo- mens broncos, vem ha longos séculos ensopando a terra com o sanrue generoso da elite da humanidade. Caindo, essa vítima gritava Viva a Escola Moderna ! E' que ele sabia que tinha amigos dedicados que retoma- riam o seu lugar no mesmo posto de combate, não na terra que era teatro do seu suplício como por toda a parte onde pulsasse um coração ge- neroso ¦— um homem de bem. Estes amigos acham-se ago- ra apreensivos e não é sem ra- •/.ao que estão chamando a atenção para o que se esta passando em torno da sucessão de Ferrer. Morto este, contavam os vam- piros de coroa chamar a si os bens que deixara, bens estes provenientes dos seus haveres pessoais e de um legado feito, como todos sabem, por uma de suas discípulas para a pro- pagação do ensino racionalísta. E se julgavam na posse da presa cubiçada, quando o Tribunal Superior de Espa- nha, negando toda autoria de que era acusado nos sucessos de Barcelona, declarava Ferrer inocente, tendo sido pois fuzi- lado injustamente, e ordenan- do que fossem restituidos aos seus herdeiros. todos os seus bens. Estava por conseguinte ga- rantida a continuação da obra do mártir, do nobre e ardente espirito combativo que ainda nos últimos momentos, encer- rado na «Capela», este requin- te bárbaro com que na Espa- nha clerical se atormenta os condenados na ultima noite de vida, tomava todas as precau- çoes, ditando ao notario publi- co o que julgava necessário pa- ra que não pudessem os seus algozes despojar a sua Escola dos meios de que carecia para manter-se e prosperar. Pois bem, agora, segundo le- mos na La Pensée, de Bruxe- Ias, o próprio irmão de Fer- rer, actualmente nas mãos dos clericais e tendo como advo- gado um dos chtfes do clan que fez fuzilar seu irmão (II) e a quem Ferrer legara a vila «Germinal», onde residia, es- também de'mãos dadas com a sra. Bonard, mulher divor- ciada de Ferrer, e outros pa- rentes mais, com o fito de an- nular as disposições do testa- mento. . Lourenço Portet, a quem ele encarregara de continuar a sua obra e também de prover eventualmente âs necessidades de seus filhos, no caso des- tes se encontrarem sem meios de subsistência, calcula não po- der recolher mais que um de- cimo, se tanto, da herança, tantas são as despezas com que em França e na Espanha tem que fazer frente ás demandas. Como é triste e até onde le- va a cupidez do dinheiro a pon- to de filhos e irmãos manco- munarem-se com os assassinos do seu próprio pai, de seu pro- prio irmão para apoderar-se do que não lhe pertence, pois que Ferrer, na sua delicadeza de alma, tinha suplicado ás suas filhas de «não recla- marem a pane de uma fortuna que elas sabiam não lhe per- tencer realmente». Que reflitam neste exemplo os que acham que não deve- mos estar a exagerar, a gritar alerta 1 em guarda! diante des- sa gente, desta corja de far- ¦jantes sinistros que com um joneco magro e ensangüenta- do pregado numa cruz vão , desviando a atenção dos pobres imbecis, enquanto lhes sacam da algibeira a bolsa com que ncham depois os meios de tudo corromper a bem dos seus te- nebrosos planos de domínio e saque. Certos dc que estamos cum- prindo um dever de conscien- cia, defendendo como podemos o que julgamos correr, neste momento de reacção desenfrea- da, o risco dc desaparecer num momento de crise social em que as multidões agem sem dis- cernimento, não abandonarc- mos o nosso posto. Assim o exige a memória de Ferrer e de todos aqueles que como ele sofreram pela dc- íesa do bem. Adrecal. ¦¦'¦¦ *"pf; íí{io, i q gr3. Pa poria da Europa l vaga reacciondria na Europa Em Portugal era de preverá si- inação— A',? Espanha:: outra re- vulução social na Catalunha: a re- pressão e a crise Na Itália : as duas grandes greves de Milão e suas repercussões: alcance de po- litica sccial que á segunda se pre- tende dar França e Alemanha : Etienne e o Uaiser. A luta é re- nhida em França -— A carnificina cristã do 0> iente termina enfim. Lisboa, 17 de agosto Não e' possível nega-lo : a Eu- ropa e' actualmente invadida por uma forte vaga de retro- cesso em todos os aspectos da vida social, cujos elementos são, aliás, solidários e ligados. E' um triste facto que se cada dia melhor. O domí- nio das oligarquias financeiras e industriais, o despotismo do Estado, o militarismo, o mmmWÚ&~':' ' ?:S0'Õyyí:y-' ,:c',ry •¦., WÈÊÈffik><?ív •\'\' li? <>.'¦ '•-: ;&''.'%** ' .Slf*'jiííi'1'' ¦" WS$ilêê£y ;à$pí-, '¦'' '' "*>%:,:- ''- ''¦'''¦''¦'¦' 9li0-''í>yy':''' ^y\--::;-'yy.y/'-.''-yy-j^i^ V^íy v ¦¦i- ¦•"'¦¦"¦'¦-'* •"'«**"¦"¦*..':!¦ Vi\ ' ¦ ¦ '8SH& ' y m."v M' ^^|^*í.m 11%^,....,;;,,,v,,i&p^..'•--¦"¦V,.,...&.;"''£:;•.'%.'%$¦,-, ^MMÊÊmÊÈêÈ O que é preciso fazer MOESMÉsumacTOes^pia A Itália teve em Milão o espe-j varridas pela juventude avan- ctaculo df quase seguidas, com uma ori uh;is greves gerais cada, disposta a conquistar a gem análoga à da Catalunha, tendo a segunda uma vasta-re- percussão pelo país. Genera- lizada por pura solidariedade, em defesa da liberdade de ai- liberdade de manifestação na rua, como no tempo da quês- tãc Dreyfus. Áo mesmo tem- po, os anarquistas, que encer- ram hoje o seu congresso, tra- | tam de se pôr à altura das guns militantes, e contra a vin- circunstâncias, formando a vau- dieta de classe chamada » ius- j guarda audaciosa do proleta- próprio clericalismo, tudo pa- rece ganhar novas energias e querer varrer as raquíticas e precárias liberdades conquista- das, num esforço desesperado contra as forcas progressivas que as man teem. Essa vaga não é, certarnen- te, uniforme e da mesma in- tensidade por toda a parte; mas tumultuando nos países de mais larga influência, põem- se os outros a vibrar com as ondulações que lhe são trans- mitidas e que os movimentos próprios acentuam. Não falamos de Portugal, cuja situação tenho procurado traduzir com fidelidade. Esta crise repressiva, esta guerra injusta e descabida aos ele- mentos avançados do proleta- riado, este mesmo confusionis- mo, tudo era. de prever pata depois de proclamada a Repú- blica, embora muitos não o es- perassem tam depressa. Na Espanha que, entre- tanto, nao tem ocupado um lugar saliente neste período de reacção social, acaba de se desenrolar de novo um desses episódiss da luta social perió- dicos na Catalunha e que de quando em quando inflamam ainda um ou outro ponto, co- mo desta vez algumas cidades galegas. Começado com uma grande greve de tecelões, por uma questão de salários e ho- ras de trabalho, o movimento estendeu-se por solidariedade e tomou naturalmente uma fei- ção mais acentuada de luta en- tre as duas grandes classes so- ciais; e se a repressão, apesar da arrogância tigrina do famo- so general Weyler, não teve ainda a ferocidade dos anos anteriores, as intenções foram mostradas com arbitrárias pri- soes, com um fantástico com- plot... policiesco, logo porém desarranjado e com a segunda dissolução... legal, tam plató- nica como a primeira, da Con- federação Regional do Trabalho da Catalunha. E não falemos das conse- quências que ao povo espa- nhol.adveem das aventuras de Marrocos e das alianças de lü- xo, tudo para maior proveito da finança internacional e dos grandes tubarões nacionais co- mo 'Romanon.es. tiça», a segunda greve encon- trou na frente os poderosos obstáculos que um movimento de tal ordem encontra em ge- ral, não se baseando em mo- tivos que interessem as mas- sas e sejam por elas com- riado, mais act.iva, mais livre de movimentos e mais leve do qüe- a C. Gr. T., cuja fun- ção, aliás; nem por isso deixa dc ser essencial e básica. para o Oriente, parece enfim ter cessado, pela fadiga, Alice Crespy absolvida Comentando a justíssima e inovi- fcavol absolvição fia poetisa Alice Crespy, que os clericais de Aoren queiiam furiosamente ver condena- dá, mesmo sem provas, escrevo Re- my Roure no excelente diário sin- dicalisfca de Paris, La Iiataillc Synãicaliste: " Os jurados de Aeen declararam que Macíame Alice Crespy não era culpada do assassinato do padre Chàssaing. Por conseqüência a foi absolvida. " Podia supor-se que influiria sobre o júri o estado de espirito das beatas de Açen, encarniçadas contra a poetisa. Tinhám-so dado acenas essandalosas. As honestas damas da terra natal de Fàlliéres tinham mosihó chegado a dirigir cartas de ameaça ao presidente do júri. 8 Sem se deixarem influenciar por aquele transbordar de ódio, os jurados proferiram ura veredicto negativo. Havia tantas probabilida- des pró como contra p suicídio. Condenar em tais condições era expor-se a um terrível erro judi- ciario. " Mas ha uma acusada que nulo se tiraindemnedo processo de Agen: é a Igreja, com o celibato dos pa- dres e a imoral confissUo." Segundo informa o mesmo jornal, a decepção da clericanalha, prepa- rada para aplaudir uma condena- ção, foi imensa. Os sotainas e as beatas queriam que a poetisa, po- bre criatura mística e doente, apai- xonada e sensual, mas doce, mas inocente por certo daquela culpa, fosse imolada á reputação dos mui- tos padres Chàssaing. pestiferas do monturo por em fermentação. Rompeu com a Igreja de Pio X mas continou a ser o mesmo padre de sempre e por isso nós aqui o combatemos, convideindo-o a atirar a batina ás ortigas e a tornar á vida livre e a lutar contra toda a tirania religiosa. Mas elecontinuou a ser o mes- mo padre, embora se tivesse erigia do em «Primeiro Petriarca da Igreja Brasileira». E assim, numa modesta cha- cara de Itapira, acaba de des- aparecer o padre Amorim Cor- rêa e a sua nova religião. Satisfeitos devem estar D. João Nery e sua competente caterva superior e subalterna. preéndidos; mas tal como foi, 1 a carnificina, causa ou prétex- pòz em destaque as belas qua-! to principal da reacção na Eu- lidadades de altivez e generosi-"] rôpa. Incendiada pelo rastilho dade do povo italiano e mos- trou haver na Ifnlia uma par- da guerra italo-turca, começa- da sob a capa hipócrita duma te do proletariado capaz de re- cruzada santa contra a opres agir contra os dolorosos e pe- j são de religião e de raça, con- sados efeitos da criminosa em-itra a barbaria, a guerra de am- presa tripolina. E a este mo-'bicões dinásticas e financeiras, vimento de greve não faltou I travada por causa de portos e quem tratasse de dar esse am-j caminhos de ferro, revelou no pio caráter de protesto tra a guerra e contra con- a des- ocupação. Nestes últimos tempos, a França e a Alemanha fizeram- se os centros mais irradiantes da reacção social, especialmente sob a forma nacionalista e mi- litarista, por obra e graça da finança, da alta industria de guerra e dos homens de nego- cios que governam, tais como o francês Etienne, ministro da guerra e grande industrial, e o kaiser alemão, o maior acionis- ta da Casa Krupp. Por causa do sorvedoir.o-.mar- roquino sorvedoiro pata o povo, pingue empresa para os potentados internacionais e por causa da situação criada pela guerra dos Balcans, a Franca sangra-se em homens e em dinheiro, e a sua classe di- rigente instituo de novo o ser- viço militar de três anos, lar- ga as ordas nacionalistas atrás das espalhafatosas retrai tes mi- litares, eleva ao trono republi- cano uma espécie de Bonapar- te revanchard, reprime com fu- ror justas revoltas de soldados e fantasia complols contra a C. G. T., enchendo as prisões de militantes sindicalistas e protegendo as uniões operárias clericais. Felizmente, as forças revolu- cionárias em França não são fáceis de domar. a lei dos três anos saiu precária e cor- tada de concessões; e como terá efeito verdadeiramente den- tro de dois ou três anos, até dará o mundo muitas voltas. Entretanto a oposição proleta- ria e revolucionária fortifica-se. Graças à acção dos revolucio- nários sociais, as relrailes mi- litares são suprimidas na pro- vincia; e em Paris, as ordas bonapartistas fim impudicamenie, obscena mente, o verdadeiro móbil ao retalhar a presa. E ainda bem que desta vez se não incendiou a Europa toda! Amorim Corrêa Om padre e uma religião que desaparecem cga |[ agp irãSal Qgp][c@D || agq Entre padre e devota A aldeia de Madaleine, em França, assistiu recentemente a um scena edificante. Pegado á igreja, vivem duas ex-religiosas que, após a lei so- bre as congregações, se fizeram professoras leigas de «ensino livro, tendo despido o habito. Continuaram, porém, a ensi- nar sobretudo o catecismo e a servir a igreja, tratando da lim- peza e conservação do templo e apetrechos do culto. Mas o pároco embirrava com elas, e havia guerra entre o presbiterio e o «convento», ai- cunha da residência das devo- tas. Ha pouco, o padre, irri- tado, mandou reclamar das duas beatas uma peça das ves- tes sacerdotais e uns cotos de ctrios. As ex-religiosas alega- ram direitos sobre a primeira e etitregarnm os cotos, indo uma delas leva-los á sacnstia, onde travou uma violenta ai- tercação com o pároco. Ouvindo a vozeria, a outra beata, que ficara á escada, acudiu; e então o padre enfu- recido, vendo-a vir, sai ao seu encontro e prega-lhe uma ter- rivel e selvática sova de pau e de pontapés, mesmo depois de a ver por terra! As duas devotas, em vez de se queixarem ao bispo, apre- nacionalistas e bonapartistas sentaram queixa em forma, á que as seguem, protegidas em- j «justiça «... dos homens. Gen- bora pela polícia, estão sendo 1 te sem e sem resignação 1... Cruel destino, a morte le- vou-o deste vale de lagrimas no momento preciso em que a gloria batia á sua porta. Após uma vida agitada de modesto cura rezador de mis- sas a alguns patacos e de ba- tisados por atacado, conseguira alcançar as culminancias de uma cadeira pontificai. Ue um vulgar conego alçando- rou-se aos paramos fascinantes de um patriarcado. Mas a parca inexorável le- vou-o no momento preciso em que a gloria batia á sua porra. Parece-nos ainda vê-lo, com o seu físico avantajado, a pro- tuberancia irreverente do seu abdômen a quebrar-lhe o talhe da batina, com o berrante la- ço auri-verde como divisa de combate a passear altivamente pela cidade. Parece-nos vê-lo ainda pas- sar por entra o torvelinho do Triângulo a atrair a atenção curiosa dos passeantes. E quando o viamos, assim, patriarca, fundador e dire- ctor de uma religião, vinha- nos á memória as lutas tre- mendas que conosco sustentara pela sua Palavra e outros jor- nais; lembravamo-nos do calor com que defendera a Igreja e todas as suas escoras. Era então simplesmente o padre Amorim Corrêa. Apresentavam-no-lo uns, com um temperamento combativo, amante da luta e, outFos, como um irrequieto gosador da vida, amante da boa cerveja e da sua irmã gêmea... Quem teria razão ? Talvez uns e outros. ' E foi num desses embates da sua vida, determinado por es- sas qualidades do seu tempera- mento, que o vimos galgar im- provisamente as diversas gra- daçÕes da gerarquia religiosa e alcançar um patriarcado. Rompendo com os seus su- periores da Igreja de Roma, correu por momentos a corti- na que nos separa da intitni- dade religiosa, fazendo com que chegasse até nós as exalações A degeneração sexual do clero católico Parece um paradoxo que, quando se fala de crimes, de torpezas, de atrocidades e de ignomínias, se sempre achar na base um conjunto cie ho- mens que, a julgar pelas suas doutrinas de bondade, de pu- reza, de candura e de poesia, deveriam personificar, não as culpas, as manchas e as infa- mias, mas a imaculada beleza da vida com os seus encantos e atractiyos, com as suas sa- tisfações e ideais. Doloroso é para o clero este registo de factos que não ad- mitem discussão, -mas é ainda mais doloroso para a grande familia humana que sofre as conseqüências deles e que, co- nhecendo-lhes embora as cau- s%s, nãc procura elimina-iás, arranca-las com enérgica accão purificadora, mas trata apenas de lhes restringir o alcance com ineficazes paliativos. Hoje em dia, quem não sabe que o maior coeficiente para esse estado mórbido psicologi- co, para a crescente perversão sexual, é a educação eclesias- tica, que desse mal é ela a cau- sa principal com os seus ensi- namentos, com a sua-moral de renuncia aos bens teirestres, com a eliminação de todas as mais sublimes manifestações da vida humana com os seus gosos e alegrias ? Fora, na grande palestra do mundo, ao ar livre, no fervor da vida tumultuosa e protei- forme, no meio do grande mun- do com suas lutas e desilusões, com suas paixões e amarguras, no meio do torvelinho da sua vida, é insignificante a degene- ração sexual no elemento lei- go, ao passo que no campo eclesiástico e dos que recebe- ram uma educação clerical a proporção dos depravados é as- sombrosa. E é de notar antes de tudo que o clero (padres, frades e freiras) é constituído por pes- soas, em regra, de certa ins- trucção e educação. Paulo Bert, iío seu Relato- rio sobre o projecto de lei da instrucção primaria, estabele- ceu que os tribunais franceses tinham, condenado um numero quádruplo de professores con- gregacionistas (apesar das in- jluencias e protecções podero- sas, que salvam muitos mais. Nota do trad.). O padre Chi- nique, no livro O padre, a mu- Olhem o que eu digo... Contra o vício tenae da bebedeira, Do púlpito da igreja, em vós maguada, Gritava certo frade e, de enfiada, Mil anátemas vibra A turba inteira. «Vícios dos vícios I—diz—e ainda quem [ queira, «Por um banal prazer que degrada, «Viver anos de vida atoleimada, «A praticar asneiras sobre asneira ? I «Bem sei, irmãos, bem sei que cm nossa [idade «O vinho é necessário, tem virtude; «.Mas com regra, em pequena quantidade; «Basta um copo ás comidas, saúdes Porem o copo em que bebia o frade Comportava no bôjo... meio almudc. ¦. Sileuo da Silva, i" iiíiriírtii málmmmmitímmmmmmmmmWÊÊÈÊÊÁ

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S. PAULO (BRASIL) Sábado, 6 setembro fle 1913

Publica-se aos sabbaüosSob os auspícios da Liga

Anticlerical do Rio

ASSINATURAS:ANNO OÍÍOOOSEMESTRE . . . .- . 6S00O

PAGAMENTO ADIANTADONas assinaturas para o exterior

ha a diferença do porte do Correio.

tf>^\°N

ANO XII — N. 207

DIRECTOR :EDGARD LEUENROTH

. Ajô <\ \" » Roriacçao e administroçao,^ <<^ Lé Largo da Sé n. 5 (Sobrado)

CAIXA POSTAL, i95

ANTICLERICAL E DE COMBATEEndereço telegrafco: LANTERNA

Toda correspondência ao director

A OKIIA DG FERBEKSERIAMENTE COMPROMETIDA

>

Aproxima-se o dia i3 de ou-lubro. Mais um mez e dias ehaverá quatro anos que nessadata, ao alvorecer, tombava semvida uma nova vítima do fana-tismo feroz que, servindo-sedo braço inconsciente Je bo-mens broncos, vem ha longosséculos ensopando a terra como sanrue generoso da elite dahumanidade.

Caindo, essa vítima gritava— Viva a Escola Moderna ! —E' que ele sabia que tinhaamigos dedicados que retoma-riam o seu lugar no mesmoposto de combate, não só naterra que era teatro do seusuplício como por toda a parteonde pulsasse um coração ge-neroso ¦— um homem de bem.

Estes amigos acham-se ago-ra apreensivos e não é sem ra-•/.ao que estão chamando aatenção para o que se estapassando em torno da sucessãode Ferrer.

Morto este, contavam os vam-piros de coroa chamar a si osbens que deixara, bens estesprovenientes dos seus haverespessoais e de um legado feito,como todos sabem, por umade suas discípulas para a pro-pagação do ensino racionalísta.

E já se julgavam na posseda presa cubiçada, quando oTribunal Superior de Espa-nha, negando toda autoria deque era acusado nos sucessosde Barcelona, declarava Ferrerinocente, tendo sido pois fuzi-lado injustamente, e ordenan-do que fossem restituidos aosseus herdeiros. todos os seusbens.

Estava por conseguinte ga-rantida a continuação da obrado mártir, do nobre e ardenteespirito combativo que aindanos últimos momentos, encer-rado na «Capela», este requin-te bárbaro com que na Espa-nha clerical se atormenta oscondenados na ultima noite devida, tomava todas as precau-çoes, ditando ao notario publi-co o que julgava necessário pa-ra que não pudessem os seusalgozes despojar a sua Escolados meios de que carecia paramanter-se e prosperar.

Pois bem, agora, segundo le-mos na La Pensée, de Bruxe-Ias, o próprio irmão de Fer-rer, actualmente nas mãos dosclericais e tendo como advo-gado um dos chtfes do clanque fez fuzilar seu irmão (II)e a quem Ferrer legara a vila«Germinal», onde residia, es-tá também de'mãos dadas coma sra. Bonard, mulher divor-ciada de Ferrer, e outros pa-rentes mais, com o fito de an-nular as disposições do testa-mento.

. Lourenço Portet, a quemele encarregara de continuar asua obra e também de provereventualmente âs necessidadesde seus filhos, no caso des-tes se encontrarem sem meiosde subsistência, calcula não po-der recolher mais que um de-cimo, se tanto, da herança,tantas são as despezas com queem França e na Espanha temque fazer frente ás demandas.

Como é triste e até onde le-va a cupidez do dinheiro a pon-to de filhos e irmãos manco-munarem-se com os assassinosdo seu próprio pai, de seu pro-prio irmão para apoderar-sedo que não lhe pertence, poisque Ferrer, na sua delicadezade alma, tinha suplicado ássuas filhas de — «não recla-marem a pane de uma fortunaque elas sabiam não lhe per-tencer realmente».

Que reflitam neste exemploos que acham que não deve-mos estar a exagerar, a gritaralerta 1 em guarda! diante des-sa gente, desta corja de far-¦jantes sinistros que com umjoneco magro e ensangüenta-do pregado numa cruz vão

, desviando a atenção dos pobresimbecis, enquanto lhes sacamda algibeira a bolsa com quencham depois os meios de tudocorromper a bem dos seus te-

nebrosos planos de domínio esaque.

Certos dc que estamos cum-prindo um dever de conscien-cia, defendendo como podemoso que julgamos correr, nestemomento de reacção desenfrea-da, o risco dc desaparecer nummomento de crise social emque as multidões agem sem dis-cernimento, não abandonarc-mos o nosso posto.

Assim o exige a memóriade Ferrer e de todos aquelesque como ele sofreram pela dc-íesa do bem.

Adrecal.

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íí{io, i — q — gr3.

Pa poria• da Europal vaga reacciondria na Europa —

Em Portugal era de preverá si-inação— A',? Espanha:: outra re-vulução social na Catalunha: a re-pressão e a crise — Na Itália : asduas grandes greves de Milão esuas repercussões: alcance de po-litica sccial que á segunda se pre-tende dar — França e Alemanha :Etienne e o Uaiser. A luta é re-nhida em França -— A carnificinacristã do 0> iente termina enfim.

Lisboa, 17 de agosto

Não e' possível nega-lo : a Eu-ropa e' actualmente invadidapor uma forte vaga de retro-cesso em todos os aspectos davida social, cujos elementossão, aliás, solidários e ligados.E' um triste facto que se vêcada dia melhor. O domí-nio das oligarquias financeirase industriais, o despotismodo Estado, o militarismo, o

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^MMÊÊmÊÈêÈO que é preciso fazer

MOESMÉsumacTOes^pia

A Itália teve em Milão o espe-j varridas pela juventude avan-ctaculo dfquase seguidas, com uma ori

uh;is greves gerais cada, disposta a conquistar a

gem análoga à da Catalunha,tendo a segunda uma vasta-re-percussão pelo país. Genera-lizada por pura solidariedade,em defesa da liberdade de ai-

liberdade de manifestação narua, como no tempo da quês-tãc Dreyfus. Áo mesmo tem-po, os anarquistas, que encer-ram hoje o seu congresso, tra-

| tam de se pôr à altura dasguns militantes, e contra a vin- circunstâncias, formando a vau-dieta de classe chamada » ius- j guarda audaciosa do proleta-

próprio clericalismo, tudo pa-rece ganhar novas energias equerer varrer as raquíticas eprecárias liberdades conquista-das, num esforço desesperadocontra as forcas progressivasque as man teem.

Essa vaga não é, certarnen-te, uniforme e da mesma in-tensidade por toda a parte;mas tumultuando nos paísesde mais larga influência, põem-se os outros a vibrar com asondulações que lhe são trans-mitidas e que os movimentospróprios acentuam.

Não falamos já de Portugal,cuja situação tenho procuradotraduzir com fidelidade. Estacrise repressiva, esta guerrainjusta e descabida aos ele-mentos avançados do proleta-riado, este mesmo confusionis-mo, tudo era. de prever patadepois de proclamada a Repú-blica, embora muitos não o es-perassem tam depressa.

Na Espanha — que, entre-tanto, nao tem ocupado umlugar saliente neste período dereacção social, — acaba de sedesenrolar de novo um dessesepisódiss da luta social perió-dicos na Catalunha e que • dequando em quando inflamamainda um ou outro ponto, co-mo desta vez algumas cidadesgalegas. Começado com umagrande greve de tecelões, poruma questão de salários e ho-ras de trabalho, o movimentoestendeu-se por solidariedadee tomou naturalmente uma fei-ção mais acentuada de luta en-tre as duas grandes classes so-ciais; e se a repressão, apesarda arrogância tigrina do famo-so general Weyler, não teveainda a ferocidade dos anosanteriores, as intenções forammostradas com arbitrárias pri-soes, com um fantástico com-plot... policiesco, logo porémdesarranjado e com a segundadissolução... legal, tam plató-nica como a primeira, da Con-federação Regional do Trabalhoda Catalunha.

E não falemos das conse-quências que ao povo espa-nhol.adveem das aventuras deMarrocos e das alianças de lü-xo, tudo para maior proveitoda finança internacional e dosgrandes tubarões nacionais co-mo 'Romanon.es.

tiça», a segunda greve encon-trou na frente os poderososobstáculos que um movimentode tal ordem encontra em ge-ral, não se baseando em mo-tivos que interessem as mas-sas e sejam por elas com-

riado, mais act.iva, mais livrede movimentos e mais leve doqüe- a C. Gr. T., cuja fun-ção, aliás; nem por isso deixadc ser essencial e básica.

Lá para o Oriente, pareceenfim ter cessado, pela fadiga,

Alice Crespy absolvidaComentando a justíssima e inovi-

fcavol absolvição fia poetisa AliceCrespy, que os clericais de Aorenqueiiam furiosamente ver condena-dá, mesmo sem provas, escrevo Re-my Roure no excelente diário sin-dicalisfca de Paris, La IiataillcSynãicaliste:

" Os jurados de Aeen declararamque Macíame Alice Crespy não eraculpada do assassinato do padreChàssaing. Por conseqüência a réfoi absolvida.

" Podia supor-se que influiriasobre o júri o estado de espiritodas beatas de Açen, encarniçadascontra a poetisa. Tinhám-so dadoacenas essandalosas. As honestasdamas da terra natal de Fàlliérestinham mosihó chegado a dirigircartas de ameaça ao presidente dojúri.8 Sem se deixarem influenciarpor aquele transbordar de ódio, osjurados proferiram ura veredictonegativo. Havia tantas probabilida-des pró como contra p suicídio.Condenar em tais condições eraexpor-se a um terrível erro judi-ciario." Mas ha uma acusada que nulose tiraindemnedo processo de Agen:é a Igreja, com o celibato dos pa-dres e a imoral confissUo."

Segundo informa o mesmo jornal,a decepção da clericanalha, prepa-rada para aplaudir uma condena-ção, foi imensa. Os sotainas e asbeatas queriam que a poetisa, po-bre criatura mística e doente, apai-xonada e sensual, mas doce, masinocente por certo daquela culpa,fosse imolada á reputação dos mui-tos padres Chàssaing.

pestiferas do monturo por láem fermentação.

Rompeu com a Igreja dePio X mas continou a ser omesmo padre de sempre e porisso nós aqui o combatemos,convideindo-o a atirar a batina ásortigas e a tornar á vida livree a lutar contra toda a tiraniareligiosa.

Mas elecontinuou a ser o mes-mo padre, embora se tivesse erigiado em «Primeiro Petriarca daIgreja Brasileira».

E assim, numa modesta cha-cara de Itapira, acaba de des-aparecer o padre Amorim Cor-rêa e a sua nova religião.

Satisfeitos devem estar D.João Nery e sua competentecaterva superior e subalterna.

preéndidos; mas tal como foi, 1 a carnificina, causa ou prétex-pòz em destaque as belas qua-! to principal da reacção na Eu-lidadades de altivez e generosi-"] rôpa. Incendiada pelo rastilhodade do povo italiano e mos-trou haver na Ifnlia uma par-

da guerra italo-turca, começa-da sob a capa hipócrita duma

te do proletariado capaz de re- • cruzada santa contra a opresagir contra os dolorosos e pe- j são de religião e de raça, con-sados efeitos da criminosa em-itra a barbaria, a guerra de am-presa tripolina. E a este mo-'bicões dinásticas e financeiras,vimento de greve não faltou I travada por causa de portos equem tratasse de dar esse am-j caminhos de ferro, revelou nopio caráter de protestotra a guerra e contra

— con-a des-

ocupação.Nestes últimos tempos, a

França e a Alemanha fizeram-se os centros mais irradiantes dareacção social, especialmentesob a forma nacionalista e mi-litarista, por obra e graça dafinança, da alta industria deguerra e dos homens de nego-cios que governam, tais comoo francês Etienne, ministro daguerra e grande industrial, e okaiser alemão, o maior acionis-ta da Casa Krupp.

Por causa do sorvedoir.o-.mar-roquino — sorvedoiro pata opovo, pingue empresa para ospotentados internacionais — epor causa da situação criadapela guerra dos Balcans, aFranca sangra-se em homens eem dinheiro, e a sua classe di-rigente instituo de novo o ser-viço militar de três anos, lar-ga as ordas nacionalistas atrásdas espalhafatosas retrai tes mi-litares, eleva ao trono republi-cano uma espécie de Bonapar-te revanchard, reprime com fu-ror justas revoltas de soldadose fantasia complols contra aC. G. T., enchendo as prisõesde militantes sindicalistas eprotegendo as uniões operáriasclericais.

Felizmente, as forças revolu-cionárias em França não sãofáceis de domar. Já a lei dostrês anos saiu precária e cor-tada de concessões; e como sóterá efeito verdadeiramente den-tro de dois ou três anos, atélá dará o mundo muitas voltas.Entretanto a oposição proleta-ria e revolucionária fortifica-se.Graças à acção dos revolucio-nários sociais, as relrailes mi-litares são suprimidas na pro-vincia; e em Paris, as ordas

bonapartistas

fim impudicamenie, obscenamente, o verdadeiro móbil —ao retalhar a presa.

E ainda bem que desta vezse não incendiou a Europa toda!

Amorim Corrêa

Om padre e uma religião quedesaparecem

cga |[ agp irãSal Qgp][c@D || agq

Entre padre e devota

A aldeia de Madaleine, emFrança, assistiu recentementea um scena edificante.

Pegado á igreja, vivem duasex-religiosas que, após a lei so-bre as congregações, se fizeramprofessoras leigas de «ensinolivro, tendo despido o habito.Continuaram, porém, a ensi-nar sobretudo o catecismo e aservir a igreja, tratando da lim-peza e conservação do temploe apetrechos do culto.

Mas o pároco embirrava comelas, e havia guerra entre opresbiterio e o «convento», ai-cunha da residência das devo-tas. Ha pouco, o padre, irri-tado, mandou reclamar dasduas beatas uma peça das ves-tes sacerdotais e uns cotos dectrios. As ex-religiosas alega-ram direitos sobre a primeirae etitregarnm os cotos, indouma delas leva-los á sacnstia,onde travou uma violenta ai-tercação com o pároco.

Ouvindo a vozeria, a outrabeata, que ficara á escada,acudiu; e então o padre enfu-recido, vendo-a vir, sai ao seuencontro e prega-lhe uma ter-rivel e selvática sova de paue de pontapés, mesmo depoisde a ver por terra!

As duas devotas, em vez dese queixarem ao bispo, apre-

nacionalistas e bonapartistas sentaram queixa em forma, á

que as seguem, protegidas em- j «justiça «... dos homens. Gen-bora pela polícia, estão sendo 1 te sem fé e sem resignação 1...

Cruel destino, a morte le-vou-o deste vale de lagrimas nomomento preciso em que agloria batia á sua porta.

Após uma vida agitada demodesto cura rezador de mis-sas a alguns patacos e de ba-tisados por atacado, conseguiraalcançar as culminancias deuma cadeira pontificai.

Ue um vulgar conego alçando-rou-se aos paramos fascinantesde um patriarcado.

Mas a parca inexorável le-vou-o no momento preciso emque a gloria batia á sua porra.

Parece-nos ainda vê-lo, como seu físico avantajado, a pro-tuberancia irreverente do seuabdômen a quebrar-lhe o talheda batina, com o berrante la-ço auri-verde como divisa decombate a passear altivamentepela cidade.

Parece-nos vê-lo ainda pas-sar por entra o torvelinho doTriângulo a atrair a atençãocuriosa dos passeantes.

• E quando o viamos, assim,já patriarca, fundador e dire-ctor de uma religião, vinha-nos á memória as lutas tre-mendas que conosco sustentarapela sua Palavra e outros jor-nais; lembravamo-nos do calorcom que defendera a Igrejae todas as suas escoras.

Era então simplesmente opadre Amorim Corrêa.

Apresentavam-no-lo uns, comum temperamento combativo,amante da luta e, outFos, comoum irrequieto gosador da vida,amante da boa cerveja e da suairmã gêmea...

Quem teria razão ? Talvezuns e outros. '

E foi num desses embates dasua vida, determinado por es-sas qualidades do seu tempera-mento, que o vimos galgar im-provisamente as diversas gra-daçÕes da gerarquia religiosa ealcançar um patriarcado.

Rompendo com os seus su-periores da Igreja de Roma,correu por momentos a corti-na que nos separa da intitni-dade religiosa, fazendo com quechegasse até nós as exalações

A degeneração sexualdo clero católico

Parece um paradoxo que,quando se fala de crimes, detorpezas, de atrocidades e deignomínias, se vá sempre acharna base um conjunto cie ho-mens que, a julgar pelas suasdoutrinas de bondade, de pu-reza, de candura e de poesia,deveriam personificar, não asculpas, as manchas e as infa-mias, mas a imaculada belezada vida com os seus encantose atractiyos, com as suas sa-tisfações e ideais.

Doloroso é para o clero esteregisto de factos que não ad-mitem discussão, -mas é aindamais doloroso para a grandefamilia humana que sofre asconseqüências deles e que, co-nhecendo-lhes embora as cau-s%s, nãc procura elimina-iás,arranca-las com enérgica accãopurificadora, mas trata apenasde lhes restringir o alcancecom ineficazes paliativos.

Hoje em dia, quem não sabeque o maior coeficiente paraesse estado mórbido psicologi-co, para a crescente perversãosexual, é a educação eclesias-tica, que desse mal é ela a cau-sa principal com os seus ensi-namentos, com a sua-moral derenuncia aos bens teirestres,com a eliminação de todas asmais sublimes manifestaçõesda vida humana com os seusgosos e alegrias ?

Fora, na grande palestra domundo, ao ar livre, no fervorda vida tumultuosa e protei-forme, no meio do grande mun-do com suas lutas e desilusões,com suas paixões e amarguras,no meio do torvelinho da suavida, é insignificante a degene-ração sexual no elemento lei-go, ao passo que no campoeclesiástico e dos que recebe-ram uma educação clerical aproporção dos depravados é as-sombrosa.

E é de notar antes de tudoque o clero (padres, frades efreiras) é constituído por pes-soas, em regra, de certa ins-trucção e educação.

Paulo Bert, iío seu Relato-rio sobre o projecto de lei dainstrucção primaria, estabele-ceu que os tribunais francesestinham, condenado um numeroquádruplo de professores con-gregacionistas (apesar das in-jluencias e protecções podero-sas, que salvam muitos mais.Nota do trad.). O padre Chi-nique, no livro O padre, a mu-

Olhem o que eu digo...

Contra o vício tenae da bebedeira,Do púlpito da igreja, em vós maguada,Gritava certo frade e, de enfiada,Mil anátemas vibra A turba inteira.

«Vícios dos vícios I—diz—e ainda há quem[ queira,«Por um banal prazer que só degrada,

«Viver anos de vida atoleimada,«A praticar asneiras sobre asneira ? I

«Bem sei, irmãos, bem sei que cm nossa[idade«O vinho é necessário, tem virtude;

«.Mas com regra, em pequena quantidade;«Basta um copo ás comidas, dá saúdesPorem o copo em que bebia o fradeComportava no bôjo... meio almudc. ¦.

Sileuo da Silva,

i" iiíiriírtiimálmmmmitímmmmmmmmmWÊÊÈÊÊÁ

Page 2: Pa poria • da Europa - :::[ BIBLIOTECA NACIONALmemoria.bn.br/pdf/366153/per366153_1913_00207.pdf · S. PAULO (BRASIL) Sábado, 6 setembro fle 1913 Publica-se aos sabbaüos Sob os

•A LANTERNAMMSBM

. '" i

//jer e a confissão, diz que, emooo padres' por ele confessados,179 tinham tido relações cor-naís com as Mias confessadas.Um deles confessou ter seduz,;-do mil! O padre Hyacinthedeclara que, de 100 confesso-res, 99 usavam livremente das

penitentes.E as tenras vergonteav con-

taminadas, manchadas e cor-rompidas ? as tenras, gráceiscarnes dilaceradas e martinza-das? quem não se recorda dissof Quem não se lembra do

grito de indignação e de pro-testo levantado por mil vozes

quando estalou o famoso es-candalo das Consolato do Via-le Monza? Mas de nada va-lem protestos o maldições; omal tem raízes fundas demais

G. 0. B. Jornais todo. feitos por operáriose que pola causa operaria tra-balliam, onibora alguns sob tais ou

2.° Congresso Opera- qUaia pontos do vista políticos_ _ _. 1 I11

CONTRA A INVASÃOCLERIGAL

rio Brasileiro julgaram os organizadores do tongrosso do utilidade e eficácia a suacooperação 110 próximo cortamen

Mais algumas horas e estaremos de ^'l ^nviaM apenM um

cora a grandiosaassemb.toa- dos Oato ov^^uJrna m

trabalhadores em plena actividade, ' - enante. LeuenK)th>

. discutir livremente as suas quês- repremW^L^ rel£lti-a> ¦,, Toda u correspondência relativatoes, a estudar 03fgvau^probiB- o™^f^reg80 dove ser eu-mas da vida proletária deste pa . « Mj»

J Q- comUsflo

.1 urna vida iviellior, mais uqua, mais

rua dos An-

humana. . .Assembléia de consciências tor-

SKSSÃO PREPARATÓRIA.DO CONGRESSO

mal tem rai.es fundas demais J^^^^Ttmm Amanha, ás li horas da tardo,

para que a guem se iluda ,t l- nadas jo^^g

*_.... de ^.^ m 8Óde da Confederação

eando poder extirpa-lo _ com todos os Paaecirneii nm-rririu Brasileira, a sessão pre-ganuo \inofensivos protestos, pois es-sa lepra, chaga puvulcnta dasociedade, é inveterada na igre-ja, atingiu homens e institui-cões.

A enorme porcentagem decrimes sexuais na gente ec.e-siastica d devido á própria or-

ganização da Igreja, á restri-ccáo dós sentimenios, necessi-dádes e impulsos naturais. Nocelibato obrigatório, no con-fessionario e na vida ociosados padres está um sistemainteiro de oprobrio e de de-

pravação.Vai di Sole (Itália).

ISrmete Gabella.

corações fundidos .10 cadinho onde Operaria Brasileira, a sessão pro-termentam as largas aspirações hu-j paratoria do Congresso.

o l :ONGRESSÕ

&&&¦&<§$&*§¦§ $4fâ®&*

manas — só pela vo/ da sincen .dade poderá talar, transmitindo ao aberturabrande mundo o que vai pelo sub solo fjomo ja noticiamos, tar-se-a a

social e quais são os seus desejos aDOrtura do Congresso n- segunda-do regeneração humana. ! teira, no vasto salso do Centro

Em rudes palavras, em frasesj Cosmopolita, proloi.sando-se os «eus

mal hurUadas, mas sinceras, vai a trabalhos até a dia ld do .01-

massa dos que labutam dos<le os ( rente,pampas do Sul aos seringais daAmazônia proclamar as suas ideiüs Reuniram-sé por três vezes, nade redenção social, que estão ^a,

'¦ - ¦

convulsionar oainumdo solidariedade.

Salve! pois, oOperário Brasileiro

grande comício no Rio

Sabemos que se eslá organi--ando no Rio, para o dia 14ou Í5 do corrente, um grandecomício popular de protesto con-/-.; a continuada e assustadorainvasão dó Brasil pela fràda-lliada escorraçada de Ioda a par-le C que aqui eslá livremente fir-mando o seu nefasto domínio,difundindo a sua obra reac-cionaria c de corrupção moral,àvassalando Iodos os ramos da vi-da publica do pàhe devassandoa intimidade familiar.

Segundo nos informaram, cs-sa importante reunião, que serárealizada num teatro ou sa-lão do centro, conta já com oapoio de valiosos elementos.

Oxalá esta noticia seja cou-firmada e Iodos or, anlicleri-cais do 'Rio concorram_ pelobom exilo da excelente inicia-tiva,

inundo preparando I sedo da rua dos ladradas, os delegados iá nomeados ao Segundomvuisionai u iim-mu _•¦«.*--- , 11 ados já nomeados ao aeguuui

humanidade para o estabeleci-;| Ocfn^reaso -e'--rosiden1Íos---no"--ILiò.ento—- não remoto, quiça — ae -§m&B reuniCes foram combinam regiu.cn de igualdade positiva e

_ n)edidaa que mujt0 au

Congresso

S. S. G. Até á data de serem escritas

xiliarão a Comissão Organizadora.— Vindos de Porto Alegre, che-

garam já ao Rio os operários Ge-suíno Martins e Oscar Cios*, dele-gados da União Tipográfica daquela

EM PORTUGAL

 "Lanterna" em Juiz de Fora as seguintes adesões ¦Capital Federal: Federação Ope-

raria, Sindicato dos Sapateiros,

estas linhas, recebeu a Comissão cidade a0 2.° Congresso Operário

Organizadora do Segundo Congresso | Brasileiro

cato dos Operários dasSindicato dos Marceneiros e Ait'SCórrelativas, Sindicato dos Estaca-dores, Sindicato dos Operários en

Certo de me fazer interprete de

quantos, como cs amigos da Lan-terna, se sentem livres, emancipa-dos do jugo de qualquer religião,não posso deixar de registar a mi-nha estranho» e de reprovar i^OTr.i «^--i«-~~-^

ginaícato do8mo o procedimento injustificave L d^

^ / Fabricas de Te-dos srs. que aqui são ^PJ^^^-^SSto operário do Ofíciosde paizes cujas instituições estãotefe^^Gg?â-a.° Pintores,inteiramente separadas da Igreja Vams, União

£e ^Esses zelosos srs. passam, indife- União. .m.^rglfca Fenix Cai-

rentemente pela frente das igrejas; »^SáS_^de S. Roque e da Gloria oom» se

^h^ em TrBÍdché_;e.Ch^nao vissem as bandeiras das nações 1.1 abaliaaciores 1

Alem destes, já embarcaram, tam-bem naquele Estado, como foi no-ti-iado em telegramas da Agencia

k REACIjiO VlítóllíLSIA

pinto Quartim òefen-Jc-s. e De-Jenò? os seus companh.iros

O PROPÓSITO U0S FRANQUISTAS DE

BARRlí'1'n: FRIGIO K DESPRESTIGIAR

OS EUEMKN'1'OS AVANÇADOS, FA-

ZENDQ CRER AO POVO QUE TODOS

OS ACONTECIMENTOS QUE SE TEEM

DADO SÃO OBRA SUA.

raria, Sin-icaio uus .^i-»--. 1 Americana raaís três delegados:Sindicato dos Carpmteiros^di-1 Amcimana,, ma^

^^ ^

não vissem as bandeiras dás naçõesque representam a tremular nassuas toires, ostensivamente, provo-cadoramente, á guisa de ornamen-tos religiosos!

Já não falo do pessoal-autoridadedo paiz, pois esse está de corpoe alma entregue ao nefando clero,infelizmente, de ha muito que essa

gente, em grande parte hipócrita-

Liga Federal dos Empregados emPadaria, Associação dos Emprega-dos Barbeiros e Cabeleireiros, CentroCosmopolita, Sociedade Fraternidadeo Progresso.

Estado ão Pará : União dos Ope-rarios Sapateiros e União dos Chauf-feurs, ambas de Belém.

Estado de Alagoas: Federaçãomente, está de mãos dadas com a|0 ria Alagoana e seus federados:corja do Vaticano, ao qual entregou j Sindicato Grafico, Sindicato dosnáo só\ a bandeira mas todo o paiz. j Marceneiros, Sindicato de Ofícios

Não me ocupo desses, mas dos Vários, Sindicato dos Estivadoresrepresentantes da Itália e de Por- 0 sindicato dos Sapateiros, todostugal, que consentiram uma tal L^ Maceió,provocação cia parte da_padralhada Qcriminosa, agora satisfeita,m

^ \ rio^Si^f Sindicato da Oficio»riospresar as suas instituições aber-, uo .i,)"™^GU'u pedreiros e«jkte adotas d. Igrej. de

Jg*^1*^ dos OiSat-"nmn reiros, Sindicato dos Tecelões _c

Artes Córrelativas, de Niterói;;

tes e Francisco Tomaz Cardoso.Pelo noturno de hoje seguem

de S. Paulo os delegados das se-

guintes associações: S.*0. de Ofi-cios

' Vários, União dos Canteiros,Li"a dos Mácarroneiros e Afins eo da Lanterna. O da União Gra-fica seguirá pelo rápido de amanhã.

Os representantes das agre-miações de Santos também seguemhoie.

Numa circular especial ou nonumero extraordinário da Voz doTrabalhador quo a C. O. B. pre-tendo publicar no dia da sua aber-tura, serão publicados todos ostemas a serem discutidos pelo Con-

gresso, assim como as demais infor-mações sobre o mesmo.

* *

Sobre as resoluções do Congressodaremos aos nossos leitores iníor-mações completas em nossos nu-meros subsequentes.

RomaA minha reprovação formal atin

ge principalmente o cousul da jo-vem e anticlerical Republica Por-tuguesa, que de iórma algumapoderá justificar o seu condenávelprocedimento, se atendermos aindaá sua qualidade de maçon 1

Gostaria de saber como esse eu-rioso sr. poderia justificar a suaconduta aos seus superiores dePortugal, mormente agora, que es

Decidiu-se finalmente o governo aentregar ás autoridades militares osoperários sindicalistas que estavampresos ha dois mezes a ordem do sr-.Afonso Costa, excepluando o autordestas linhas que, por ser brasileiroe náo por ter invocado, até então,essa sua qualidade, vai ser expulsodo paiz por dez anos, como dispõeuma lei de que o sr. Antônio Ma-cieira é progenitor.

Como se vê, 11 policia de investi-gação criminal encarregada de ins-taurar o processo contra esses supôs-tos instigadores do lançamento dabomba do dia 10 de junho na ruado Carmo, não tendo encontradomatéria criminal para os processar,ordenou que fossem postos em li-berdade. O sr. Afonso Costa, po-rêm, não se conformou com a opi-nião do director da policia de in-vestigaçSò criminal, vem com o pa-recer favorável aos presos que lhe fo-ram apresentados pelo sr. comandanteda policia, e ordenou que se con-servassem os citados propagandistaspresos a sua disposição.

Estes, conhecedores de tudo quantocom eles se passava entre as autori-dades; das promessas feitas pelo co-mandante da policia de que eu e omeu companheiro José Maria Con-çalves seriamos postos em liberdadeno dia 2 ou 3 do mez de julho; daconfissão do sr. Alberto da Silveirade que havia entregue ao sr. presi-dente do conselho um parecer muitofavorável aos presos; da declaração

dr. Aarão de Carvalho de

testemunhas, levou apenas 15 dias,— os trabalhos para averiguar daresponsabilidade dos consideradosagentes indirectos que só foram in-terrogndos uma única vez por umsimples agente e cujas testemunhasde defeza que apresentam, nem se-quer foram chamadas a depor, essestrabalhos levaram nada mais, nadanu-nos de tio dias !

Por este tempo todo, dir-se-ia queo processo é volumoso, constantede numerosos documentos compro-metedores, de importantes elementosde provo, de largos depoimentos detestemunhas de acusação, Pois en-gana-sé redondamente quem tal su-puzer, .

O processo (?) dos nove_ sindica-listas reduz-se a pouco mais de umcaderno de papel o) moço, constaapenas dos autos de declarações pres-tadas pelos presos ao agente Figuei-redo sobre o atentado do dia 10 ex-alusivamente, Não ha testemunhasdo acusação, elemento 'nenhum deprova, nada de concreto, nada depositivo. E' uma verdadeira burla.

Além disso, como a primitiva acusa-ção de cumplicidade indirecta noatentado não pegou, para poder aque-Ia coisa, a que querem chamar pro-cesso mas que não é, ser entregue;ao poder marcial, foi preciso arran-,jar-se um outro crime. E assim é,que eles agora são acusados de inci- jtar á guerra civil e atentar contra as '

instituições.Desta nova acusação resulta evi-

deiite prsposito do sr. Afonso Costade fazer crer ao po-o que todos osmovimentos que durante o seu rei-nado lhe tem perturbado a sua di-gestão são obra dos sindicalistas.Daí o querer atribuir aos seus mi-litantes a responsabilidade do movi-mento republicano de 27 de abril,da explosão da bomba do dia 10 dejunho e dos acontecimentos do dia20 de julho.

Semelhante preterição é um absur-do evidente.

Cum efeito; se os sindicalistasactualmente presos e entregues aostribunais militares tomaram parte nomovimento de 27 porque os náoprenderam logo? Náo, não desçobrirarn nada nem teriam que desço-brir. O caracter e fins do movimentode 27 estão claramente conhecidos,bem como a qualidade de elementosque nele tomaram parte.

Quanto á sua irresponsabilidade ecumplicidade no lançamento da bom-ba á passagem do cortejo camonea-no, foram perfeitamente reconheci-das pelo director da policia de in-vestigaçáo criminal, que os mandoupôr

'em liberdade por não lhes ter

encontrado matéria criminal paraos processar.

Mas estariam eles, por ventura, im-plicados nos acontecimentos de 20 ?Como se compreende isso se elesestavam presos no Limoeiro desde

1 1 do mez antecedente r Ou entãopara que servem as prisões se mes-mo entre os seus ferros os indivi-duos podem cometer os crimes que,prendendo-os, precisamente se pre-tende evitar '.

O' OÜémbach!Pinto Qunrtim.

poriugal monarquico-clerical11 —

VIDA POLITIÜ l LliXUlÜO-SA NOS CONVENTOS

Centro Operário Primeiro de Maio,de Petropolis.

Estado de Minas: Centro Sin-dicalista e Sindicato dos Pedreirose Serventes, de Belo Horizonte; A.B. Irmãos Artistas e União Operaria, de Juiz de Fora.

Estado ãe São Paulo.- UniãoGrafica, União dos Canteiros, União

^****#'iH-,£'***->***:---5-

2K >

tamos nas vésperas ao terceiro ani-1 obàpèléiroã, Sindicato uperanoversario da Republica que foi arran-, . J ^ ^ ^m. üniíí0car o clericrapula dos seus horríveis . ^ de Cl.avil)hüs; Unjà0 Ope-subterrâneos para acabar com a sua ^ BL,ucficente, üe Franca; Cen

nefasta. 1 "tro

Operário li. e Instrutivo, detav01 Jaú; tfedeiação Operaria, Sindicato

dominaçãoO que diria ele em seu |iU) ....^.^ .

para--justificar o seu silencio, <|uojdod Carroceiros o Chaüffeurs; Sinvem a ser uma aprovação, auto

^ (--cati0 (tos pintores, Sindicato dosprovocação da padraUiada colocando j p^-eivos e Serventes, Sindicato dos''"''"""' í

Canteiroft, Sindicato dos Carpiutei¦d sua bandeira, bem juntinha á cadesta serafica torta, não só nastorres das sua., tabernas mas atécomo ornamento do púlpito de ondepregam contra os anticlericais ?

Saberão disto os chefes da tíepublica ou estão com o seu tem-po inteiramente ocupado em perse-guir os elementos avançados, omesmo que se bateu pela queda daodiosa monarquia ?

GángàrièlJi 101.

Cobrança na cidade

Avisamos os amigos da Lnntcrhadesta capital que encarregamos osr. Perminio F. Moreira de proce-der 6 cobrança das assinaturas.

Escusamo-nos dos costumeirosppelos á boa-vontítde dos nossosassinantes, certos de que o nosso

cobrador será solicitamente acolhido

pot. todos, poupandp-lhe tempo e

as caminhadas muto^

r.-,--, Sindicato dos Ternos de Bnsa-que de Café, de Santos.

Estado ão Rio Grande do Sul:Federação Operaria, União Operaria Internacional, União dos Pedrei-ros, União dos Pintores, União dosChapoleirqs, União dos Estivadores,União Metalúrgica, União Tipogra-lica, Algemeiner Arbeiter Verein,Sociedade Polaca, de Porto Alegre;Centro dos Trabalhadores, de PassoFundo; Sociedade B. dos Alfaiatese Sociedade União Operaria, deBagé.

* *

Foram convidados a tomar parteno Segundo Congresso os seguintesjornais ocerarios : A Voz ão Tra-balhador, de Porto Alegre; A Vozãa Estiva, de llio Grande do Sul;O Trabalho, de Passo Fundo;Germinal! e A Lanterna, de S.Paulo, o A Vos ão Trabalhador,do Iiio de Janeiro.

&

Sinal de laucm-a

O correspondente de Romapara o Berliner Tageblatt, es-creveu o seguinte a propósitodo cardeal capuchinho Vives yTu to : -

«Ha meses )á que o cardealmudara totalmente de modos,parecendo possuído de inquie-tação. Para evitar liuguarices,detiveram-no em casa : dizia-se que sofria de ura grave ata-que de influenza. Mas nestesúltimos dias, a doença tomouurna feição que seriamente in-quietou os seus familiares. Ocardial declarou de repente queestava condenado ao fogo doinferno. Pôs se a soluçar, ati-íou-se ao chão, bateu na pro-pria face e deu sinais do maisprofundo desespero. Em vãoos que o rodeavam tentaramacalma-lo; as suas palavras fi-ca ram sem efeito. Neste mo-mento, um capuchinho, que otratava, deu por sua vez sinaisde desarranjo mental, tendocomo ele um medo louco doinferno. Quanto ao cardeal,foi preciso interna-lo. Os me--dicos que o tratara pensamque ele pode sarar daqui haqualro ou cinco anos. Já semanifestaram melhoras no e;;-tado de saude do capuchinhoque enlouquecera tratando ocardeal Vives y Tuto.»

De modo que, para a gentedo Vaticano, o medo do infer-no é prova certa de loucuranum homem da Igreja... Deacordo I

Como remédio, tomamos aliberdade de aconselhar a leitu-ra da Lanterna.

do sr . . .que por falta de matéria criminalnão havia processo formado contraesses operários; da declaração do sr.dr. Alfeu da Cruz de que ignoravaos motivos porque eles tinham sidopresos, pois tais prisões não tinhamsido ordenadas por ele — os propa-gàndistas operários perfeitamente co-nhecedores de tudo isto e absoluta-mente convencidos da veracidadedestas informações pela posição so-ciai, conta e reputação de quemlhas forneceu — e cujos nomes serãocitados uma vez que alguém se aue-va a desmenti-las — tornando publicoestes factos por intermédio de algunsperiódicos operários e devido ao fa-vor dos jornais O Intransigente, OSocialista, O Rebate, A Nação, O Di"e o Diário de Noticias, demonstrameloqüentemente que a sua prisãoobedecendo a uma vingança, do chefedo governo, era uma manifestaçãodá perseguição acintosa movida, semjustificação alguma, contra os sindi-calistas, e colocaram o governo nestedilema : ou enviava-os ai>s tribunaiscompetentes se alguma responsabili-dade se tivesse apurado das investi-gaçóes a seu respeito, ou punha-osem liberdade se não lhes tivesse sidoencontrada qualquer responsabilidadeno crime de que os acusam e porque foram presos.

Coagido o governo a dar uma so-lução

'ao caso' posto claramente nes-

tes termos pelos sindicalistas, o go-verno acabou por os mandar entre-gar ás autoridodes militares, inçom-petentes para julgar pretensos insti-gadores de um delito comum, pois,como tal foi considerado o atentadodo dia 10 de junho cujos supostosautores foram entregues ao poderjudicial.

E para encobrir com a capa dalegalidade a infâmia de ter conser-vado esses operários detidos 60 diassem os entregar ao tribunal, deu,na véspera, d imprensa e de chapa, anoticia de que o sr. dr. Alfeu daCruz terminara nesse dia os seustrabalhos de investigação acerca dossindicalistas presos por ocasião daexplosão da bomba da rua Nova doCarmo.

Quer dizer que enquanto as invés-tigações dos oito indivíduos que for-mavam o imaginário complol parajustificar aquele.,. nefando atentadocontra os operários, que exigiu cons-tantes interrogatórios e acareações,buscas e depoimentos de numerosas

Á "Lanterna" en Guanhães(MINAS)

Para que os meus compa-nheiros de panela infernal destesau to periódico não se esqueçamdesta abençoada terra cá dasbandas das alterosas •— re-gistemos aqui mais um sagra-do acontecimento, do qual foiautor o nosso inesquecível Pi-nheiro.

Lembram-se certamente dopadre Antônio Pinheiro Bran-dão, que, ha tempos, lhes apre-sentei? Pois foi essa peste am-bulante o protagonista de maisuma serafica proesa.

Esse sujeito de batina e demá catadüra, não contente como que já tem feito, deu, aindaha pouco, mais uma prova decomo é o sagrado zelador da or-dem e da moralidade da fárriilia, casando, sem mais aquela,sem o conhecimento da própriafamília, dispensando as forma-lidatles costumeiras, u.na jo-vem com um soldado que porela se havia enamorado.

Houve quem reclamasse con-tra essa intromissão do repe-lente padre no seio de uma fa-milia, mas as autoridades fize-ram ouvidos moucos. Lobonão come lobo...

Vale, como se vê, a pena re-gistar mais esta proesa paraque se verifique ainda uma vezcomo os padres, esses mísera-veis tartutos, defendem a mo-rálidade da família.

.?.

Aproveito também a ocasiãopara arquivar uma queixa so-bre á irregularidade com quea agencia postal daqui distribuea Lanterna.

Até um pacote, pela sua re-dacção remetida a uma pessoadaqui, não foi pela mesma re-cebido.

Será isto determinado pelodesleixo ou denunciará umaodiosa perseguição religiosa aesta folhai

E' o que se virá a saber.Pinheiro bravo.

A propósito da importante obraom dois grossissimos volumos AIgreja, as Congregações e aRepublica; a Separação e assuas causas, publicada em Por-tugal pelo dr. Enrico de Seabra re-cortamos dum jornal do Lisboa asoguiute entrevista:

Quasi desde a proclamação daRepublica se fala uo aparecimentode um livro que só agora vemmarcar na vida social portugueza...Esperada com ansiedade a obra, eolhada de (rente a retumbancia quetem tido pela imprensa — propu-zemo nos, ponderando as citadascircunstancias, procurar alguém quecom verdadeiro conhecimento doassunto, e vasta cultura e traiudas questões que lhe são referentes,nos pudesse dar uma opinião bemdesapaixonada sobro o livro que osr. Enrico de Seabra acaba de pu-blica r. Cremos tor feito magníficaescolha, procurando o nosso presadocolega sr. Avelino de Almeida, ocalmo mas irrespondível panfletárioque, sob o pseudônimo de PauloEmílio, tanto sucesso fez com asua La 11 ler na.

Então que nos diz do livrode Enrico do Seabra? perguntamos-lhe.

Tenho para mim que a obrade Enrico de Seabra é das quetranspõem-se rapidamente as fron-feiras, tamanho interesse revestepara todos os países onde as ordenso congregações religiosas exercema sua actividade e acçao. A obrade Èurico de Seabra nã*o só revelafaculdades de trabalho verdadeira-mente notáveis, mas representa unitormidando libelo, o maior de to-dos, na extensüo e nas terríveisacusações documentadas, que deha muitos anos teem aparecido emletra redonda contra institutos quose pretendiam impor como dignosda veneração geral. E no segundovolume de A igreja, as congre-gações e a Republica que se en-contra o que de mais valioso eestupendo encerra o estudo de Euri-co de Seabra. O sr. Avelino deAlmeida alude depois ao extraor-dinario alcance político e socialdo livro citado, o falando nos do-cumentos que o enriquecem, vê neleas "mais concludentes provas daintromissUo dos jesuítas e outrosmembros do ordens o congregaçõesua politicr» partidária; da guerraque mutuamente se taziam; dassuas relações com o episcopado ocom o clero secular; dos seus pro-cessos de engrandecimento e capta-ção de gente e de dinheiro; do

•juizo que formavam dos homem.püblicus e dos seus próprios corre-ligionarios; da sua inílueneia naeducação da mocidade e na vidadas famílias, da actividade que de-senvolviam na imprensa; do espiritode mundalidade que absorvia algunssob capa de religião e que ia avergonhosos extremos; da decaden-cia geral e da corrupção de quemuitos estavam achacados e cujosirrefragayeis testemunhos teem afirma-los os próprios nomes de fra-des e congreganista8...

Que mais nos diz sobre ofamoso livro de Eurico de Seabra?perguntamos ainda.

Os documentos de que se ser-viu Enrico de Seabra esclarecemmuitas das questões nos últimosanos debatidas na imprensa e pro-jectam sobre elas a mais fulguranteluz. Vejo plenamente confirmadasmuitas paginas da minha Lanterna,Verifiquei até, qua por vezes, foidemasiado cauteloso e benevolo.Quando increpei os jesuítas pelaguerra íeita aos Iranciscanos, fuiinsultado na imprensa latrinariados Benevenutos et relíquia e ta-xado de caluniador. Pois os docu-mentos trazidos a lume por Euricode Seabra não deixam margem aduvidas sobre as maquinações dospadres da Companhia contra 03frades menores. Que zelo persegui-dor e... tradicional! Verifica-seigualmente o papel preponderanteque tiveram no afastamento do car-dial Neto e os esforços que empre-garam para a organização de iimpartido católico de governo. Quantoa decadência e disciplina internasda ordem, alguns papeis são pre-ciossimos e ousarei considera-los deincalculável valor como depoimen-tos históricos. A papelada do3 pa-dres da congregação do EspiritoSanto, nomeadamente a que se re-fere ao tenebroso caso Camarido,ás relações com os núncios e aomovimento catolico-politico, não va-le menos. Que assombrosas revela-çõesl Eugênio Sue justificado...

Os relaxamentos, os episódios odi-velescos, os erotismos místicos, aausência da caridade cristã, o es-pirito de intriga, os conceitos teme-

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Page 3: Pa poria • da Europa - :::[ BIBLIOTECA NACIONALmemoria.bn.br/pdf/366153/per366153_1913_00207.pdf · S. PAULO (BRASIL) Sábado, 6 setembro fle 1913 Publica-se aos sabbaüos Sob os

WP^ mmtaifpiiarmwfwmm

A LA^T-ETIÍTA

rarios o injustos naanifestám-sé acada passo na correspondência defrades e freiras o de pessoas quocora oles se carteavam. Missivas demulheres contam so muitas quo sãouma poderosa arma contra a di-recçao espiritual exercida pelosignacianos o por outros religiosos.Custa a crer quo homens ilustrado,-,e velhos como João Serafim Gomesas recebessem o, o que é peor, asguardassem carinhosamente! liatambém estranhos exemplares pato-lógicos. Exemplo: Antônio AntunesVieira. Este jesuita, homem depouco mais de 40 anos, forte, cheiode saúde, é ura feinieiro insaciável.Nilo lhe escapam as confessadas.

A "Lanterna" em Belo HorizoniaE' preciso dar- vida activa à Liga

Anticlerical — Os sermões daIgreja S. Josó — Ou ser bom

religioso ou nao sor

Sn a memória não me falta, íoino mez de julho do auo passadoque a Lanterna, acolhendo umanoticia daqui enviada, manifestavao seu contentamento e dava os seusparabéns pela fundação, aqui, de umaliga anticlerical. Desde essa data,porem, eu, que constantemente leioeste jornal, nada mais vi a esserespeito.

No entanto, havia razão e uecòssi-Kegista no seu diário, em frases icriptográficas, as suas ancias, osj dade de que as pessoas iniciadorãsseus apetites de coito danado. Es-' dessa agremiação alargassem a sua

propaganda, dosenvolvendo-lhe maisactividade publica. Assim, creio quenão lhe faltariam adesües, dando-lhe isso a força necessária para darinicio a uma enérgica campanhacontra a soturna nefasta que pre-tendo devassar o mais intimo donosso convívio — o nosso lar.

** *Como sou um tanto curioso, fui

hoje ouvir um dos sermões quediariamente estão sendo lançadosao rebanho da igreja de S. José.

Piquei pasmado ante as verdades

apecreve coisas obscenas em cifra.Toma-lo como padrão da gènerali-dado dos seus companheiros seriaum cumulo. Mais para surpreender,porém, do que a sua sensualidadebestial, é a arte com que ele iludiasuperiores e provavelmente aindaos ilude... Antunes Vieira era emcampolide professor de portuguez,literatura portugueza e francez, com16 anos de magistério, se não estouem erro; era prefeito cie bibliotecae confessor dos alunos e na igreja...Nada mais, nada menos!... Asf rmãs Práiiciscanas missionárias deMaria, instaladas na vila de Santa do padre, O homem bradava aosAntônio, do conde de Burnay, pa-1 céus contra a falta de religiosidade,recém contemporâneas da madre pois até os moços ilustrados o dePaula... O padre Francisco dor- boa lamilia teem a ousadia de en-me a sesta na cama da superiora irar na igreja para aconselhar ase depois toma banho na sua tina I j moças a não freqüentarem o con-Lá o diz, em francez, uma religiosa fessionario.epistolografa. Padres e madres teem j O reverendo da igreja S. Joséa mania das cartas. Escrevem tudo, prega contra semelhante demonstra-ainda as coisas mais indiscretas e j çào de heresia. Diz que isso nãoarrojadas. Tudo confiam do correio, j pode continuar, quo esses moçosQuem tanto com a consciência se: desrespeitosos e ignorantes de-preocupava, ou fingia preocupar, vem decidir-se: ou ser bom religiosonão tinha escrúpulos alguns de. ou não ser.consciência. E' de vêr coíuo discre-1 Pois sim, espera por isso, padreteavam sobre aqueles mesmos que j idiota ; se contasses unicamentena imprensa mais esforçadainente , com os religiosos terias a casa sem-serviam as corporações mouasticas. \ pre ás moscas.Quirino de Jesus e Fernando de A maioria dos moços,* sabes bemSouza — até estes, cujos escritos . j_u_ que_ qUau,j0 n_-0 seja para 0utrasob o pseudônimo de Nemo lhe, eoisa. vão á igreja para vigiar ashaviam grangeado entre os cato-; peqUomis dos perigos que correm,licos uma reputação prestigiosa —-, q confessionário abriga tanta san-surgem retratados, sem nenhuma; tidade...hesitação, como vulgares ambiciosos, Decida„._ hint oy mquo, por via do jornalismo, pensa- aiui/iciuraiu _ foi.macãò da Ligavam apenas em arrapjar-se,^.khtiólerieàl a dar combate francoclusiyameute movidos pela cupidez. I a %m Q aog co, degte UchoAfirmou-o, por exemplo, o sinistro: Activemo.nos e reiummos aspadre Ilooney, confessor da Unia- L-^ forçaa para poderm03 entremrido, contra o qual o proprionun-;tar ^ v.

^ostituidorá quecio lutou sem êxito ! Volviaos anos,; ca(la mFernando de Souza era de novohfó_acusado de se não interessar pelo jpartido nacionalista mas de ser |muito capaz de solicitar uma pastaquando o nacionalismo fosse gover-!no. Aquela raça de gente negava

em orgias c negociatas desastrosas,utiíi das tão famosas crises tornammenos fabulosas as suas entradas.

Ahi aí sim chegam a saber daexistência dos que trabalham, da-quclòs que são as vítimas dn suaodiosa exploração.

Estas conside • 'iV'i vc.em a propo-sito do que se está passando cmJ.dhü com os operários da construçSõ.

Conforme aqui tivemos ocasião denoticiar ha tempos, esses trabalha-dores conseguiram estabelecer parao trabalho o horário de 8'horas semredução alguma de salário.

Cederam então os empreiteiros antea forca solidarizada dos operários,procurando, alguns, aparentar umacerta espontaneidade, Hoje, porém,que o trabalho não é tão abundantedevido ao abandono das construçõespelo retraimento dos capitais, me-drosa e gananciosamente depositadospara aguardar melhor maré de cava-ção. pretendem esses senhores agra-var uindu mais a situação dos ope-rarios, reduzindo-lhes os salários eaumentando o horário de trabalho.

E' o que nos diz uma noticia deum jornal local, divulgando o boatoda probabilidade de uma greve dosoperários em questão para resistir aesse assalto aos seus interesses, aiiun-ciado parj o principio do mez cor-rente.

Justíssimo será, portanto, como sevê, o movimento em perspectiva eque, se fôr declarado, merecerá oincondicional apoio de toda a classetrabalhadora.

Da nossa parte decluràmòs-lhe des-de já a nossa inteira simpatia e so-lidàriddade.

NO KTO

Secção amenaCaso verídico:Em ÍMunicli, uma senhora

católica, esposa de um oficial,disse à filha que se despisse eentrasse no banho.

Feito isto, a mãi aproximou-se, como de costume, com umagrande esponja. Mas a peque-na, que na escola clerical rece-bera uma lição de moral, a/íis-lou-a, di-eudo:

— -Ia não quero que tornesa lavar-me; não pode ser. Nãopodes olhar para mim quandoestou nua. Na aula de eatecis-mo, explicaram-nos isso. Cha-ma-se... um... ali! úm adnl-teria !

do ridículo o estilo agora a forjara sua vingança.

Por uma carta do um amigo dolá, chegada ásr nossas mãos commuito atraso, soubemos que a cleri-crápula estava movendo um pro-cesso contra o autor da troça, quoelos dizem ser o operário AfonsoBaresi, moço de 19 anos de idade-.

De sustentar essa grande, impor-tantissima, transcedontal causa judioial foram encarregados os drs.Braz Bernardino o Pinto Moura,que prometeram desaírontar aIgreja, fazendo castigar o atrevidohereje, contando para isso com ainspiração do Divino Espirito Santoe com a protecção do padreFaustino...

Enquanto, segundo dizem as sa-j eras escritura, o Cristo, sendo esbo-

(eteado numa face, oferecia a outraI ao seu agressor, os seus sacerdotes

O fim principal do Congresso eraa constituição duma organização queagrupe o 'Dageraad e as outras agro-miações livre-pensadòras.

Quasi por unanimidade, o Con-gresso decidiu se pela idéia federati-va, encarregando a comissão doDageraad áa execução das resoluções.Projécta-Se_ renhir numa federaçãoos agnósticos, os positivistas, osrnonista*, os ateus, os anticlericais.Até ncjui, o programa demasiadamen-te exclusivo do Dageraad não per-mitia que muitos grupos livro-pensa-dores se alistassem sob abandeira.

mesma

Pomos isto na secção amena;mas talve\ estivesse melhor na' do Juiz de Fora recorrem á justiçasecção... pungente! Oensinam ás crianças:

Vina declaração da Federação Opera-ria do 7\_í-, de Janeiro

Recentes exemplos de boa re-daeção :

Telegrama do tem nle-gene-ral vou ylmmon, presidente dasociedade de socorros da [gve-

///«/ eles terrena para exercer unia infamevingança contra um menor!

E depois dizem esses pulhas quepregam a doutrina do perdão.

Tartufos!

* *Agora resta saber como se por-

tarâo os companheiros todas nestaluta dos poderosos clericais contra

ja evangélica, á imperai' i~ da uni operário simples e desprotegido.Alemaníu

«Sob a segura protecção devossa mageslade, -Deus'NossoSenhor, conduziu, no espaço de25 anos, a sociedade de socar-

«Propalando-so õafcãr estu associação \ros da Igreja evangélica a um\mancomunada com monarquiatns por- poderoso desenvolvimento no do-\P"!JS™V^4.!Í&*?.Ç_Õ2! I mjiiio do amo,xinio. *

fcngnoonía-n, cristão ao pro-om operários sindicalista*! dePortugal, declaramos ser inteirnmen-te falso quo a Federação.proceda obe- afinal, sem querer, o leuen-deoendo a influencias estranhas. -r >¦ <"-«-.«

O bhu fim é protestar sempre con- tf'M?,'erat djss,e uma verdadetra todas 'tifi injustiças sofridas por e' Deus que é protegido pelostrabalhadores nacionais ou estrangei-ros, dentro ou fora do paiz, sejam osgovernos agressores republicanos oumônaíqhiètas. >>

E' dever de todos nós prestar-lhe todo o nosso apoio, fazendotudo o que seja possível era seufavor.

So assim não procedermos, os pa-d res serão mais dignos do que nós.

Belo Pforisonte.Latego.

EM CURITIBA

0 QUE VAI PELO

A "LANTEÍM" EM MiNASAos nossos asshi-mtos e

amigosO nosso companheiro Abran-

ches da Rocha seguiu para oEstado de SMinas em serviçoda Lanterna. Vai proceder ácobrança e conseguir novos as-sitiantes.

Visitará em primeiro lugaras seguinles localidades : Para-Ilibado Sul (E. do Rio), ,////'-de Fora, Palmira, S. João d El-cPei, Barbacena, Sabará, BeloHorizonte, eler

1'!' uma viagem pouco rendo-sa e dispendiosissima. Fa nos-sa folha não dispõe de outro capi-tal que não seja a nossa boa vou-lade, sendo grandes e imediatasas suas despesas.

Os amigos e assinantes daLantern i, de Minas, terão issoem couta, saldando o seu debitoe auxiliando o nosso amigo aconseguir novos assinantes.

Contamos com a dedicação deodos.

mais vai devassando esta

Mineiro livre.

*' *No próximo numero publicaremos

iS>iSí"S* ^S". ^>^£TSS>-3^-S>-3>^S>CS=Tí

VIDA OPERARIA

a um amigo o que os adversários I"™ outra correspondência sobrelhe reconheciam: Fernando de Sou-;|stei repelente andirá da igreja deza tinha sobrados méritos para se ¦->• •' -,se-elevar, sem carecer de quebrar lan-ças por frades e treiras.

— Não é ligeira tarefa, prose-guiu o nosso amigo, resumir asimpressões que deixa um simplesmanusear do segundo volume daobra de Eurico de Seabra. Quemamanhã houver de escrever a bis-toria politico-veligíosa ÍIOS llltimOS

j va anunciado, realizou-se no sábadocincoenta anOS llãO poderá dispensar- a velada de propaganda operaria

, ,'iu. a ,,„fi.. ,ia*-*n a promovida pela União dos Sindicatosse de consultai, a cada passo a ^ horat,na*gem . G 0_ B

obra de Euiico de òeabia que ia- 0 ,eu pr0f?ramai cuidadosamentecilítou enoimemente OS trabalhos de organizado foi executado com acra-

EM S. PAULO

A festa de sábado — ("orno esta-

obra de Étnico de Seabra que facilítou enoimemente os trabalhos d<iuvestigaçao e coordenou, graças a Ido" notando-se em todos a maior boa

i ü „„i„,„„i vnniln rlnc: me- vontade para o bom êxito da festa.um labor colossal, muito dos me ^ ^i ^^.^ Jespertou grandelliores materiais dispersos. interesse na assistência, que se refez

— Terminarei agora, meu caro, _a impressão deixada pela excelenteDor dizer une quantos sinceramente peça de propaganda de Vera Sfarcoff1 -,., ;„4-„,.„Ai-,^*i,-> fl«i Pro- còrii as trancas e sãs risadas arran-acreditarem na ínteiyençao da no cadas interessante comedia devidencia em coisas deste mundo e1lerem os papeis agora publicados,hão de reconhecer na sorte quetiveram as ordens e congregaçõesreligiosas o dedo de Deus. Acorrupção alastrava. As almas re-ligiosas e as consciência retas hãode considerar que o castigo foi tre-mendo... mas justo 1

Sem procuração diremos quequem responder ha de ter resposta...

Nova associação — Os chaufTeursdesta cidade, cm reunião realizadana segunda quinzena do mez pas-sado, fundaram a sua associação declasse, que tomou o nome de Uniãodos Chauffeurs e cujo fim será opatrocínio dos seus interesses declasse. >

Na mesma reunião ficou corísti-tuida a sua comissão administrativaprovisória.

Não sabemos da orientação pelaqual_ se norteará a nova associaçãocoritibaria, entretanto fazemos votospara que repila com energia do seuseio as dissolvemos questões politi-cas, dedicando-se exclusivamente áluta operaria, orientação esta a queobedece a . Confederação OperariaBrasileira, a grande agremiação dooperariado do Brasil, á qual a Uniãodos Chaufleurs não deve deixar depertencer.

Greve de tipografqs — Como osleitores desta secção tiveram conhe-cimento por um telegrama aqui pu-blicado, deu-se, em Curitiba, no mezpassado, uma greve de tipografos,de cujos motivos viemos depois asaber pelas noticias dos diárioslocais.

Ha tempos, entre o pessoal dosjornais Diário Oficial c Republica,feitos numa mesma oficina, e a suagerencia foi estabelecido um acordopelo qual os operários ganhariam co-mo extraordinário todo o trabalhofeitos depois das 5 horas.

Este acordo não foi cumprido pc-Ia gerencia que, fazendo-os trabalharaté i nora depois do horário, se ne.-gava a paga-la como excesso, quandolazia perder o dia ao operário queentrasse 5 minutos depois da horamarcada.

Foi isto que motivou a greve, decujo desfecho não temos conheci-mento.

Durante a greve os operários ti-verarii do seu lado o Centro GraficoParanaense, que lhe prestou toda asua actividade.

potentados do Estado ou do Ca-pilai, e não vice-versa. Semeles. já Deus não existiria...na imaginação dos homens.

— Dum Boletim paroquialfraitce-, homenageando um pá-roço transferido, islo é, mau-dado pregar para outra fre-guesia:

«ZNjão deixaremos partir osr. padre F. sem publicamentelhe manifestar o nosso reco-nheciineiilo por lodo o bem queele fe- na paroquia, cuja popu-lação foi alem do dobro duran-le os on\e anos da sua pasto-reação...»

Livra!...

Hosonhn internacional do mo-

peNeno Vasco, O Pecado de Sintoma

Os recitativos também agradarambastante.

João Penteado saiu-se bastante bemcom a sua conferência, falando porum bom espaço de tempo sobre aquestão operaria e social.

EM MINAS

PERSEGUIÇÃO ODIOSA PORCAUSA DE OUSA TROCA

«-,w>^V^v^rt^.^^vv^_?_fv^P^/^««_.

Biblia vermelha

A^o ha tirania peor do que aque-Ia que o ignoiante tem dentro de simesmo: envolto.nas trevas da igno-rancia, não sabe comprarei- aos scusldesejos, satisfazer as suas necessidades,reger d sua vontade; e, guiado pelasimples rotina, que ouso afirmar serinferior ao instinto dos animais, ca-minha ás cegas, sem evitar os peri-

EM JAIIU

A ganância patronal — Decidi-damente todos os sentimentos da-queles que vivem da exploração dotrabalho dos braços alheios residemunicamente na sua bolsa, no seu cofreforte.

Falai-lhes da vida atribulada dostrabalhadores, das suas privações,das suas misérias e eles darão deombros, acariciando no fundo dobolso, com as mãos ociosas e rapa-ces, a cp.rteira recheada do dinheiroganho com o esforço desses mesmostrobalhadores que não lhes merecemconsideração alguma.

Demonstrai-lhes a necessidade queha de minorar os grandes sofrimen-

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vimouto nnticlericul, li«/ro-pon-niulor 8 aociul <*> >a _. _t _t

RússiaCristo condenado — Segundo no-

ticias de Moscou, o tribunal ordenoua destruição de tres volumes dasobras de Tolstoi, com a sua tradu-ção dos quatro Evangelhos e dis-cussão a eles relativas.

Corno nota o jornal Les Droitsde 1'Homme, também o catolicismocondena a tradução dos Evangelhosa as Reflexões de Lamennais, a obraem que este crente afirmou que Jesusviera, não para esmagar sob os do-gmas o trabalho do pensamento, maspara dar um exemplo que permitissea esperança ao espirito e ao coração.

A intolerância do catolicismo éque é verdadeiramente ci.tolica, ecu-menica, universal. F. o tsar ortodoxofaz as coisas melhor do que o papa:tc-m os tribunais civis A sua dhpo-sição.

Os tradutores e sinceros comen-tadores e seguidores do Cristo sãocondenados pelas Igrejas, c do pro-prio Cristo os papas e os popes di-zem consigo: «falemos dele, mas niopensemos nele».

Inglaterra

tecçao.Anselmo Lorenzo.

gos e estendendo a mão a seus ex-vloradores e tiranos para pedir pro- tos dessas vitimas da sua ganância

e . eles vos dirão, de mistura comafirmações de sentimentos filantro-picos, que os seus rendimentos sftoreduzidos, que nada podem fazer, etc.

A sua ganância e insaciável e sóencontra limite na resistência dostrabalhadores solidários.

Quando as grandes transações oua proteção governamental ou muni-cipal lhes faculta ganhos mais rapi-dos e consideráveis, jamais se recor-dam daqueles que lhes alugaram osos seus braços para a consecução dassuas explorações. Muito diverso é,entretanto, o seu procedimento quan-do, pelo seu desregramento adminis-trativo e pelos seus esbanjamentos

Buscar a felicidade nesta vida : eisa revolução.

Ibsen.

05 sacerdotes maometanos pregama guerra santa em terra de mouros.

Os sacerdotes católicos pregam aguerra e benzem as bandeiras em ter-ra de cristãos.

04 religião, /oiige de ser um freiopara as paixões, foi sempre um in-centivo para o crime e para as ma-lanças.

(El Porvenir dei Obroro).

O diabo e o CnstoUma pequena folha do sul

da Alemanha, Das Waisenkind( o Q'rfão)_ publicou o seguinte:

« Se não houvesse diabo, nãopassaria de uma fábula a his-tovia da sedücçãò do primeirohomem no Paraíso. Sendo as-sim, não teríamos precisado deum Salvador, não teria havidoCristo, nem portanto cristia-nismo. Quem nega o diabo,deve também negar o Cristo. »

¦Comentário de La Pensée,de Bruxelas :

«Ora, quem fez o diabo?Deus, i.sto é, o Cristo; sendopresciente, sabia qual seria oresultado. Parece-se, pois, comum indivíduo que atira á aguaum companheiro e tira-o de láem seguida para ganhar umamedalha como salvador.»

Para conciliar a existênciada Providencia Divina com aexistência do mal, os religio-sos inventaram o diado. E'uma emenda que deixa torto osoneto.

Os nossos loitoros devem estarlembrados de um facto noticiado emo numero 195 da Lanterna e deque foi teatro uma igreja de Juizde Eóra.

E' ainda bem recente mas é bomrecorda-lo para que melhor se possacompreender o alcance da nova in-famia preparada pela jesuitada debatina e de casaca.

Trata-se do seguinte: Na igrejada Nossa Senhora da Gloria, daquelacidade, certo dia do mez de junho,diversas religiosíssimas é respeitáveissenhoras, sentindo pesar-lhes sobrea consciência os pecados que lhesperturbava o socego de santas epuras católicas, correram ao con-fessionario e lá, em santa uneção,almas elevadas ao Padre Eterno,transmitiram ao atento cura todasas suas faltas, todas as suas gran-des e pequenas culpas.

Tudo ia, como de costume, nasanta paz do Senhor até que, acerta altura, viu-se o padre sair acorrer pela porta fora, de batinaatirada ás costas, com a anciedadede quem é perseguido.

Que teria sucedido ? Quem seatreveria a fazer fugir o santo pas-tor sagrado?

Afm-il tudo se esclareceu. Os pe-cados das novas Magdalenas arre-pendidas não tinham sido ouvidospor um padre legitimo, com a mar-ca da fabrica e o curso fbo-moraldo seminário...

Era um padre falso, um curioso,um amador, que, atraido pelas san-tidades do oficio, tinha ido á igrejada tal Senhora fazer os primeirosexercícios dá rendosa profissão.

Passado o escândalo formidávelcausado pela estupenda fita, julgoutoda a gente que a inofensiva troçativesse sido esquecida.

Engano geral: o jesuitismo nãoperdoa nunca; quando não podevingar-se no momento, aguarda, pa-cientemente, autegosando a sensaçãoda vingança, o momento da des-forra.

Eoi o que se deu com o factode Juiz de Eóra. A canalhada cie-rical surpresa, desapontada deixouque passasse os derradeiros efeitos Órfãos

Vai-se a íé ! — O dr. Monro Gib-son, que durante 3o anos doutrinouna igreja presbiteriana de St-.Iohn'sWood, em Londres, disse recente-mente :

«Outrora lia-se regularmente a Bi-blia desde principio ao fim, á razãodum capitulo por dia. Muito receioque hoje bem poucos apliquem essemétodo, aliás imperfeito. A Biblia éili minada sob a pressão dos roman-ces, jornais e revistas. Os jovensque fundam um lar já não instituemas preces cm familia como faziamseus pais.»

O dr. Gibson reconhece que dimi-nuiu a freqüência, mas ajunta :

«iO mal não vem sem compensa-ção, pois os que actualmente fre-quentam os templos fazem-no porconvicção e não por convenção.»

Entretanto diz ainda:«Os últimos trinta anos viram con-

sideravelmente baixar o numero, dosque freqüentam dois ofícios.»

Em suma : diminuíram 10 mesmotempo a hipocrisia e a fé religiosa,Tanto melhor !

Os padres, afinal, como negocian-tes, o que querem é que os seus es-tab.elecímèntòs sejam freqüentados,importando-lhes pouco a sinceridadeou os segundos fins da clientela.

Mais uma lei de separação. —Foi aprovada no parlamento britânicoa lei que separa a Igreja do Estadono País de Gales. A religião oficialera a anglicana.

Os anglicanos constituíam naquelaregião uma pequena minoria; mastendo-se apoderado dos bens daIgreja católica, a sua Igreja tinha aliuma riqueza inteiramente despropor-cional ás necessidades do culto. Alei ainda lhes deixou muito nasgarras.

A reforma tinha a seu favor os ca-tolicos e os dissidentes, o ^que nãoadmira nos primeiros, pois são arden-tes partidários da separação e daliberdade, onde a religião oficialnão é a deles, como sucedeu tambémna Suiça.

Como diz La Tenséc, a lógica exi-giria que fosse proposta e aprovadaa mesma lei para a Inglaterra; masa lógica e a política nunca andam apar.

HolandaUm Congresso. — No dia 4 de

maio reuniu-se em Amsterdáo o con-gresso do Livre Pensamento, no qualtomaram parte doze secções doDageraad, cinco sociedades locaisdo livre pensamento e a Caixa dos

NÚCLEOS DA VANGUARDANO RIO

Uma grande reunião libertaria

Comuiiiciuu-noH que o Centro deEtitndos Sociais do Rio, protende pro-mover, para o ruoiado do correntemez, urna grande reunião das eleuien-tos netivos da propaganda

"libertariado Eio o dos outros Estados queprementemente lií so encontram.

Essa reunião ó Convocada com otim de estreitar mais intimamente asrelações entre os grupos existentes otratar da fundação de outros, de es-tudar os raeioõ capazea de firmar odesenvolver a vida, da sua imprensa,de intensificar 11 propaganda pelo li-vro, folheto, avulso, pelas reuniõespublicas, conferências e palestras, po-Ias festas, excursões, etc.

O C. E. S. conta que ea~a suuiniciativa trará bons resultados paiao desenvolvimento da propaganda li-bertaria no Bruzil.

Pequenos ecos

Falecimento — De S. «Toso, S.Catarina, comunicam-nos a infaustanoticia do falecimento, em 1 do mezpassado, do sr. Manuel Cezario Do-maiia, nosso correligionário e admi-rndor da Lanterna.

A' familia do extineto, qne goptwado grande consideração em S. Josó,enviamos as nossas condolências.

Convite — A' comissão organiza-dora do festival, realizado n.) dia 20de agosto findo, no sfiliío do Radntm,com o fim do auxiliar 11 homeuagemque preparam 110 aviador Edú Cha-vos, agradecemos o convite enviedoá nossa redacção.

Na PenitenciariaSomos forçados a deixar para

um outro numero o segundo artigoda serie que o companheiro JosephJubert se propoz escrever sobre asmisérias de toda a espécie por elepresenciadas ou que lhe foram rela-tadas uo tetrico reclusorio da Luz.

MWt\

tle grrico J.íalatesta

Tradução de Neno Vasco, feitado original italiano, re-

visto pelo autor, que lhe Jun-tou uma carta-prelacio ,

õ'i •|íiíiii«i"iic«j'lini-''jA ''Mfji^âá1^ - -

O Grupo de Educação Social, quese fundou em S. Paulo com o rimde divulgar no Brasil, por meio defolhetos,, livros, etc, os grandesideais de'regeneração humana, vemde editar este esplendido folheto doinexcedivel propagandista italiano.

Pode-ue considerar esta magníficabruchura, que contém 64 paginasmuito bem impressas, como o a b cda questão social, e por isso mesmode grande valor para a propaganda,principalmente no meio das classestrabalhadoras.

Recomendamo-la, pois, a todas associedades operárias e populares que,se quizerem fazer boa obra, deverãodistribui-la aos seus associados.

Preços, livresdo porte do Correio :5oo exemplares 60S0003oo « » 42S000100 » » 148000

5o f> » 78000. Avulso 200

Não poderão ser satisfeitos os pe-didos que não vierem acompanhadosdas respectivas importâncias.

éIÉm

________________________¦

S %

Page 4: Pa poria • da Europa - :::[ BIBLIOTECA NACIONALmemoria.bn.br/pdf/366153/per366153_1913_00207.pdf · S. PAULO (BRASIL) Sábado, 6 setembro fle 1913 Publica-se aos sabbaüos Sob os

A LANTERNA

Escola Moderna N. 2Ensino Racionallsta

Scientiíicamos ás famílias que seacha instalada no prédio dn ruaMüller, 74. " Escola Moderno n/- a,criada sob os auspícios do LomitcPró Escola Moderna.

Esta Escola servir-se-ha do meto-do induetivo demonstrativo e objecti-vo e basear-se-ha na esperimentação,nas afirmações scientilicas e racioci-nadas, para que os alunos tenhamuma idéia clara do que se lhes querensinar.Educação artística,

intki.kctuai. i* morai.

Conhecimento de tudo quanto nosrodeia. ,

Conhecimento das sciencias c dasartes. , , .

Sentimento do belo, do verdadeiroe do real.

Desenvolvimento e compreensãosem esforço e por iniciativa própria

Matem as :As matérias a serem iniciadas, sç-

gundo o alcance das faculdades dccada aluno, constarão de — leitura, ca-ligrafia. gramática, aritmética, gemnelnu,geografia, botânica, zoologia, minerqlogia,física, química, Jisiologia, historia, de-senho, etc.

Para maior progresso e ladlidadcdo ensino, os meninos exércitar-se-híío nas diveisas matérias com oauxilio do museu e da biblioteca queesta Escola está adquirindo, e queservirá de complemento ao ensinoadquirido nas aulas.

Na tarefo dc educação tiatar-se-hade estabelecer relações permanentesentre a familia c a escola, para Inci-litaraobrados pais e dos professores.

Os meios para criar estas relaçõesserão as reuniões em pequenos fes-tivais, nos quais se recitará, se can-tara, e se realizarão exposições pe-riodicos dos trabalhos dos alunos ;entre os alunos e os professores ha-verá palestras a propósito de variasmatérias, onde os pais conhecerão os

progressos alcançados pelos alunos.Para complemento do nosso pro-

grama de ensino organizar-se-hãosessões artísticas e conferências scien-tificas. - : ,

Horário: das 12 da manha ás 4datarde.

A inscrição de alunos acha-se aher-ta das 10 ás 12 horas da manhã edas 4 ás 6 da tarde.

A Directoria.

¦•ando não sei que, dando uma idciado mercado dc peixe de S. Paulo.

Mas não julgueis que é u primeiravez que se dá isto, não, já muitasvezes tem-se dado iguais fenômenos.

O' povo ignorante, povo atrasado,ainda acreditas nas intrügioés dessessogras de saias pretas',' Não perce-beste ainda que eles vivem do teusuor, roubando o pão dos teusfilhos? Que enquanto comes paoduro, eles comem linas iguarias?

O' amparerises, mais cautela comesses sabujos de sais, mais cautela 1

A granisada.

Bilhetos e recados

Bagc — A. A. A.: Renictemos-llie0 livro e o folheto encomendados.

Biblioteca da "Lanterna,,

<s> -s> ^Talassismo

Vai para dois anos que aqui vemaproar o celebre barão Ergonte, onotável astroiogo cuja perícia na pre-dição postera, tão decantada tem sldOnos agonisahtcs arraiais talassico-fradesco-jàsúiias. .

A Republica Portugueza deixariade existir cm 1- de outubro do |oi;i,Manuel o ultimo, entraria pela liri-ceira, iracutido c terrível, tendo nadext-a a espada exterminado™, que0 ievaria ao apogeu du L-lr.ria, esma-nados, sem vida, os republicanos deiodos os matizes ! 1 . .

Foram estes os vatictnios do im-

p.cavcl Ergonte ! Foram estas as pro-fecias d» Iximio Ocitllista !!

O assombro na talassana grauda,ultrapassou todos os raios. A venera--fio pelo preclaro messias atingiu oauge da idolatria !

Devia precisar-se o reconhecimento,exteorizar-se a gratidão. O ídolo dl-zia a verdade. . . a republica iamorrer !... ..

A taíassafià radiante, pibilosa, os-tentavá-sè ora desdenhosa, ora altiva,arrogante, perante os republicanosque a ombreavam.

O rir sarcástico, as odes a vingan-ça, os cânticos ú embriaguez crueltos morticínios de ante-máo a pre-•isar, seriam as grinaldas oferecidas

á noiva do reisete reposto no seutrono de ignomínia e de achincalhe aliberdade de um povo homenco, quese sabe impor pelo seu brilhante cinigualável passado. _

Acabaram-se os vatictnios do pro-feta. Após a alegria simbólica da la-lassaria, buscam-se uns aos outroscom o olhar ihterrbgativo 1... Era a

generosidade fidalga a transparecer,compensadora, do sublime-esforço doastroiogo, a desvendar o futuro 1 !...

E, enquanto que, a mirar-se, sor-rindo pelo triunlo, apalpa-se, enlia asmãos nas algibeiras, e espera...

Não foi preciso prova mais elo-

quente. Um conto c quinhentos milreis, dizem, foram o preço do res-

ponso que devia ser entoado em 11de outubro de mu 1.

E ioi assim que a Republica Por-tugueza baqueou sob o poder oculto

Saudações. . .Vila RalVard - P, 1'-: l^ol-lhe rc-

metido o folheto. Felizmente pi estáele em condições de perturbar alesta aos nossos amigos... Saudações.

Itaúna — H. 1).: Recebemos osvales para o pagamento da sua assi-natura c das srs. ü. S., E. .1. da _>.,G. A. da S; e A. N., dai e J. de b.C, de Fabrica Santanense. 1 ransmi-tiremos a comunicação ao Livre Pen-sador sirio. Somos-lhe muito gratospelo valioso concurso que nos temprestado para a divulgação da Lan-terna. Saudações aos companheirosde lutas. _,

Capivari — E. D. P.: Pode enviaras correspondências. A Lanternaapareceu para esse fim : dar combatesem trégua ao clericalismo. O únicopagamento que por isso esperamosdos amigos é o esforço pela divul-cação do jornal. Saudações.¦-. Mariaos — J. 1'-: Felizmente, _u.es-ta vez, não terá caido sob as vistasdos tais jesuítas de paletó^pois che-garam ás nossas mãos. F.' precisodivulga-la em todos os meios paraestender o nosso campo de acção.Saudações.

Cordeiro — .1. II. M.: Infelizmcn-te não podemos dar conta do recadocom a devida pontualidade. A tarefac cada vez maior. Havemos de guisa-Ia de maneira que não perca o salda actualidade. Registámos o teucompromisso de 3 aeções. Saudaçõesaos companheiros.

Bagc — A. de O. 1-.: Recebemosa importância das assinaturas dossrs. F. Mi; C. C, L. C, P. R. daS. e dr. L. V. Riscámos os endere-ços mencionados e transferimos oultimo. Agradecidos c saudações.

Passo Fundo — M. G. da S. : Re-cebémos os recibos. Pois a remessaé feita regularmente para todos. Re-clame na' agencia postal. O livro foiremetido. Não te causem surpresaessas contrariedades, pois são elaspróprias da lula em que nos achamosempenhados. Dos tais clericais & C.encontramos, infelizmente, em toda aparte. Esses outros de que nos falas

Só podemos ati nder os pedido

que venham acompanhados da rev

pòctiva importância.

EM PORTUGUÊS

são, com rarissimas excepções, táo'bons como os ratões de sacristia. Ao

do astroiogo Ergonleü

Fernando Ribeiro,

Nova penitencia

Ainda ha, num paiz que se presu-mede modernas idéias como o nosso,tolos e ignorantes 1 Principalmenteem Amparo, onde o jugo religiosodomina, onde tudo é carola, onde soquem é carola tem valor, esta sedando um fenômeno religioso inte-ressante.

O sr. cura, vendo que as penitencias eram poucas, resolveu aumenta-Ias, fazendo do teatro dos pobres umverdadeiro mercado. A nova peni-tencia é interessante, própria da Ju-deia ou da Abissinia. Sabeis qualé? E' fazer os sequazes de Jesusir da porta da igreja ao altar-mórresando em intenção do papa.

O' pobre povo!... A forte luz dasciencia ainda não te alcançou, nãoveiu iluminar o teu cérebro, queainda está imerso nas trevas da igno-rancia do dominio da padrecada 1

Mas, reatando o tio da meada, osleitores não acham interessante estenovo método de penitencia? Quemvai á igreja só por ir ou para ver omovimento (co no quem escreve e^ta),nota um vai-vem de povo, resmun-

AOS AGENTES E ASSINANTESDE "TERRA LIVRE"

Achando-se em dificil situação h-nanceira, a administração de TerraLivre, de Lisboa, pede por nossointermédio a todos os seus agentese a quantos no Brasil recebem pa-cotes o favor de liquidarem as suascontas sem demora. Avisamos tam-bem a todos que a recebem avulsa-mente que estamos encarregados dereceber as importâncias das assi-naturas

Endereço : Rua das Gáveas, 3. —1.0 — Lisboa.

M.-C. POINSOT

O espantalho

A redacção da Terra Livre, deLisboa, pede-nos comuniquemos aosseus assinantes e leitores que, tendode reorganizar a sua administraçãoe redacção e de sanar as perdas so-fridas, interromperá por algum tempoa sua publicação. O eclipse serábreve, e tanto mais breve será quan-to mais depressa puderem ser reuni-dos os recursos necessários para quea marcha seja de novo_ empreendidasem embaraços financeiros.

C. dos T. desejamos todas as prosperidades para proveito da grandecausa dos trabalhadores. Saúde !

Patrocínio de Sapucahi — .1. F.A.: Satisfizemos o seu pedido. Foi-gariamos imensamente em vê-lo,assim como a todos os reclusos, res-tituidos á sociedade, trabalhandopara torna-la mais humana que estamadrasta organização baseada no do-minio e na exploração do homempelo homem. Saudações.

Caxias — «Nenc»: Já deves ter re-cebido os folhetos e livros corres-pondentes á quantia que me enviaste.Calculo o desespero dos santos pejoteu amor a agua-benta... Lançam mãode tudo esses pobres diabos. Calculatu que a mim querem a viva forçaroubar a qualidade de mogimi-riano de uma espora só com o fimde, em falta de outra coisa, me fa-zerem passar por súdito do kaiserou do tzar... Uns pândegos. O nossopovo vai indo sem grandes novida-des. Não me parece fácil a mudança.Somente com uma situação já garan-tida. Saudades de todos.

Rio — José Elias da Silva: O Ne-no diz que entregou o oficio. Saúde!

Sertãozinho — S. L.: Registámoso novo assinante. Agradecidos. Sau-dações.

Manáos — M. dos S. G.: Envia-mos-lhe o recibo do semestre pago.Saudações.

Rincão - E. B : Recebemos acorrespondência, que vamos publicar.E' preciso mesmo.esfregar-lhe ilgru-gno. Salute.

Lisboa — Neno : Li a carta do V.C. Acertada a tua resolução sobre ocongresso. Conversarei com o Myersobre os folhetos. Felizmente, emexcelente harmonia. Saudades detodos

Nono Vhkoo, Da porta da Eu-ropa

Saturnino Barbosa, Ensaio deCritica nacionalista

Eliseu Boelus, Evoluçtlo, Revolucilo e Ideal Anarquista

Rayrmindo Reis, Breviario, (Yor-aos líricos)

Luiz Bidti, Greve de Ventres...A. 1). Whito, Historia da Lula

entre a Sciencia e a Teologia..Rejlcxties (verdades para o povo)Josó Prat, A burguesia e o Pro-letáriado

Josó Bèhedy, Pairas Toscas(versou livres)

Enrico Maláteàta, A AnarquiaBiito Bottencourt, CalecismnAteu

Tohó Riziil, Nóli me tangère,..A. de Pinho, Pela Educação e

pelo TrabalhoH. Mulatesta, Programa sócia-

lista- anarquista-revolucionarioProf. Saturnino Barbosa, Poema

TranscendenteB. Pores Galdós, Elcctra, (dra-

ma auticlorical em 5 uctos)Mezza Bottn, O Papa Negro .Octavinno Roihelt, Um comu não

ha muitos, (comedia do cos-tnmes nacionais em 2 actos)

Carlos Dias, Semeando paraColher

Paulo Berthrslpth, Evangelho daHora • ¦

Guerrn .Tunqueiro, A velhice, doPadre Eterno

Dr. Jos:: Oitioioa, Sonetos (1905-1911)

Peruando Pelloutior, A Unidodos Sindicatos e a Anarquia .

Pedro Kropótkine, Os Bastido-res das guerras

Pedro K ppó.tkip.é, O Comunis-mo Anárquico

F. Domela Nioinveuhuis, A mu-lher e o militarismo . . . '

Neno Vasco, Giórgicas (ao tra-bulhador rural)

Errico Malatesta, Entre cam-poneses

Afouso Costa, Álbum PopularBrasileiro

Cliacon Sieiliani, Mentiras Di-vinas ( cartas aos crentes )

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Para os habitantes de Saônes liaviatrês assuntos favoritos de conver-sação: o campo do tio Bizou.acor-eundadeFuugères e o curada aldeia:

0 campo do tio Bizou, em simesmo, nada apresentava de extraor-dinario. Era íormado por duas gei-ras de terra mediocro na òrln dobosque de Eaugères. Ü dono, anti-clerical declamador e bouachão, nüopodia fazer ali colheita seria, _ eisso por duas razoes: a primeiraó que o descuidava; a segunda 6que aquele pedaço de terra estavaamaldiçoado. De geração em gera-çiio, transmitia-se o provérbio: "Nocampo de Faugères só ervas más —aparecem com Satanás."

Queria isso dizer que o diabodestruía todas as boas plantas líisemeadas, deixando apenas nasceie crescer fetos com abundância.Para que servia, então, lavrar, es-trumar, gastar tempo e dinheiro P

A culpa é dos .padres... queo enteitiçaram! afirmava o Bizou,

que nSo acreditava em Deus, mascontinuava a ser fortemente ungidode religiosidade supersticiosa.

A corcunda de Saònes era criadada quinta de Faugères, da qualdependia o campo do mesmo nome.Eapariga macilenta e grave, comuma bonita cara e uma conversaçãoagradável, a sua enfermidade

^te-¦ÉM-MÉi-MÉi

cbava-lhe muitas portas. Aceitavam-na mais por compaixão do que poroutra coisa, pois nao mostravagrande resistência á fadiga. Diziam-ria um pouco mistica. Citavam-sefraseã dela e as beatas prediziam:

Ainda acaba por dar em santa.Se não acabar na cama do

padre Larnier, rematava Bizou.Bizou só por malicia assim falava.

Na verdade, as maneiras do padreLarnier não deixavam de escanda-lizar as suas ovelhas, nem de asespantar alguns dos seus sermões.Àquele sacerdote era moço, arden-to, liberal,— "um. modernista",afirmava o adjunto Jeantoy, queseguia nos jornais a luta do cleronovo contra Roma. Preferia, aostemas batidos, a predica de actua-lidade, a batalha nobre das idéias,um cristianismo alargado, roçandotalvez pela heresia, e essa liberda-de de interpretação dos textos pra-ticada por Santo Agostinho, mastemida por Pio X. Pregava sobre-tudo a caridade, o amor, a abne-gação, a indilerença pelas mesqui-nharias da politica, o exercício dainteligência. Extremamente bom,poupava se pouco. Mas os devotosaebavam-no independente demaisde espirito e de modos; os politi-queiros, muito cobarde ante "o es-pectro da revolução"; os seus con-frades, enfadonho e ridículo, por seinsurgir contra a estreiteza deles;os castelãos, quasi perigoso para aordem publica; os anticlericais, porprincipio, um scelerado...

0 padre Larnier via-so, por->, alvoda malevolencia de muitos, porcausa da sua franqueza e apesar dasua bondade. Fez-se por isso rapi-damente melancólico e apaixonou-se pelos longos passeios que lhepermitiam devanear sobre a mise-ria intelectual dos bomens.

Um desses passeios pô-lo um diaem presença de Latira, a corcovadade Faugères, que andava apanhandocastanhas no bosque. Bem naturalera que a pequena deserdada ligasseconversação com o padre incompre-endido. As almas que sofrem sãocomo magnetes que se atraem, eo seu ensontro faz-se ás vezes emgrandes profundidades do pensa-mento.

0 padre Larnier adivinhou logoa imensa tii.teza dessa jovem,consciente do seu destino malogradoem virtude duma deformidade física.Sem essa desgraçada confcorção es-pinai, ela teria sem duvida brilha-do pêlo seu espirito que a desven-tura azedava, pela sua beleza quea hbutít demasiadamente rude de-pressa lanava; teria sido mais doque uma vaga serva condenada portoda a vida á pobreza solitária.

0 eclesiástico, comovido, resolveuconsolar a aleijada o propôs-lhetornarem a verse de vez em quan-do para conversar. Como Laura,mal paga, tinha pouco serviço euma liberdade relativa, pôde acei-tar o oferecimento. Assim, poderiamambos, trocando impressões, distrairas suas magoas. .

Chamamosa atenção pa-ra os envelo-pes finamenteilustrados quetemos sempreá venda. Asvistas nos mes-mos contidassão reproduzi-das dos mais

belos pontos da Capital de S. Paulo, e formam uma colecção de48 vistas e 23 retratos, destacando-se, entre as vista, o grandiosoTheat o Municipal e vários outros monumentos, e entre os retra-tos, tod s de ilustres brasileiros, salientam os de todos os gover-nantes do Brasil desde a sua independência ; tornando-se uma ricacolecção indispensável a todos os brasileiros patriotas e aos extran-geiros desejosos de conhecer e tornar conhecido o meio onde vivem,lista collecção de enveloppes é, acondicionada em rica carteirinhae envia-se, pelo correio, franca de porte a quem dirigir seus pedidosacompanhados da importância ãe 3%000 aos Srs.

IRMÃOS AA5ETTIRua Brigadeiro Tobias, 48 — S. PAULO (Brasil)

Começaram, pois, a encontrar-sebastante regularmente. Por instin-tiva prudência, os seus encantado-res coloquios eram no bosqne deFougeres, perto do campo malditoque ninguém ousava atravessar commedo de ver aparecer o diabo, quedesenterrava as boas sementes. Deum lado as arvores, as grande-;arvores frondosas e rumorejantes,e do outro lado aquela maldição,puiiham-nos ao abrigo dos indis-cretos. E no silencio povoado derumores de asas e do frêmito dafolhagem, na sombra que filtravao sol em raios abençoante3, irner-sos no seio da. natureza, falavam,falavam longamente. E algumas-ve-zes tocavam-se as suas mãos, Ealgumas vezes cruzavam-se os seusolhares.

Jogo imprudente. Ao cabo decinco meses, eram na aldeia conhe-cidos esses encontros, já então fre-quentes. Muito pior ainda : o jovemcura sentiu no coração as morde-duras do amor.

Surpreendido um dia pelo guardacampestre, ao estender a maoparase despedir da sua jovem e reco-nhecida amiga, escarnecido outravez em plena igreja, quando a con-fessava, injuriado á saída dumamissa solene pela quadrilha clericalde Saônes, o padre Larnier reparouno escândalo, adivinhou as calúnias,resolveu cessar as suas boas pales-trás com Laura... Mas isso foi paraele um golpe mortal.

A intima revelação, indubitavel,

da sua paixão aterrou-o. Entreviuos dias próximos cheios de amar-gura, de lagrimas, de vã contrição,de volta ás comoções da carne malvencida. Duvidcu da possibilidade,para o seu coração, de abandonarum laço agora tão querido. E de-pois duvidou da sua vocação, desi mesmo, da religião. Empenhou-se um combato banhado de terrorentre a sua fé, os seus instintos ea sua inteligência em tríplice con-flito. Perdeu a cabeça. Viu-se re-pelido pelos homens e repelido porDeus, votado á cólera da Igreja,ao ódio da Humanidade que eledesejaria salvar pelo amor — e de-pois disso, condenado para sempre,por causa dum pecado que ele naopoderia arrancar da sua alma...

Desvairado, o padre Larnier dei-xou nessa tarde o prosbiterio efugiu, sem saber para onde, perse-guido por um terror semelhante aum fantasma. Os seus passos leva-ram-no instintivamente ao lugaronde se tinham passado tao ado-raveis minutos, lá, na orla do bosquede Faugères, guarnecida do grandescastanheiros.

O tio Bizou andara a afirmar atodos :

— Vou decidir-me a cultivar ocampo maldito. Quanto a mim, sãopetas lá dos padrecas essas historiasque para aí contam. Vou arrancaroa fetos, arar e semear.

Capricho ou libertação conscientedas-suporstiçOes, o caso é qUo o

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bom homem foz como dizia: arran-cou os fetos, lavrou e semeou, masum canto, só um cantinho, paraver... com receio também de irlonge demais ua sua bravura, sem-pre um pouco hesitante.

Estava-se no outono. 0 dia emque o pároco deixou, como umlouco, o seu presbiterio findou commagnífico pôr do sol, daqueles coraque só outubro sabe ornamentar océu. Lentamente, nuvens de purpu-ra dependuraram no poente vastosreposteiros, entre os quais se dese-nharam cordões de oiro. Apareceramdepois outros panos de um amarelofulgente.' O firmamento parecia umgigantesco pano de teatro, pintadopor um gigante. De súbito, umcamponio que passava parou naestrada, com os olhos voltados parao bosque de Fougères: via umacoisa negra a oscilar debaixo dumcastanheiro, e parecia-lhe aquilo umhomem. A capa, com uma pontapresa por algum galho, flutuava,larga placa do sombra que punhauma nodoa no horizonte rubro.

O rústico fixou por um instanteessa coisa baloiçada pela brisa odesatou a rir. .

— Diabo dn tio Bizou 1 Lembrar-se de espantar os corvos com umespantalho vestido de padre 1 Aqui-lo só dele, só daquele papa-padres...Nem por isso o campo amaldiçoadolhe ha-de dar frutos, com certeza!...Uma praga daquelas »So se vaicom duas razões...

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